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1
Apostila de ELE-31
Manish Sharma2
7 de agosto de 2016
1
Revisada pela COMP-17 do ITA
2
http://www.ele.ita.br/~manish/
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Elementos de um sistema de comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Tipos de Modulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Requisitos para processamento digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.4 Limites teóricos de comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.5 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.5.1 Exercícios do livro “Communication Systems 5th Edition” . . . . . . . . . 4
1.5.2 Outros exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.6 Curso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 Sinais e Espectro 7
2.1 Espectro de Linha e Série de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.1 Sinais periódicos e potência média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1.2 Série de Fourier (S.F.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1.3 Condições para convergência e fenômeno de Gibbs . . . . . . . . . . . . . 14
2.1.4 Teorema de Parseval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Transformada de Fourier e Espectro contínuo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2.1 Sinais simétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.2 Sinais causais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.3 Teorema de Energia de Rayleigh . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.4 Teorema de dualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2.5 Considerações práticas sobre a TF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3 Propriedades da Transformada de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3.1 Superposição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3.2 Deslocamento no tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3.3 Mudança de escala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3.4 Translação em frequência e Modulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3.5 Diferenciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.3.6 Integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.4 Convolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.4.1 Teoremas de Convolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.5 Impulsos e limites da Transformada de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.5.1 Propriedades do Impulso Unitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.5.2 Impulsos em Frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.5.3 Função degrau e sinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.5.4 Impulsos no tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.5.5 Transformada de Fourier no tempo discreto e Transformada Discreta de
Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.6 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.6.1 Exercícios do Livro “Communication Systems 5th Edition” . . . . . . . . 35
2.6.2 Outros exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
i
SUMÁRIO SUMÁRIO
4 Modulação linear 62
4.1 Sinais e Sistemas em Banda Passante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.1.1 Sinais em Banda Passante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.1.2 Transmissão em Banda Passante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.1.3 Bandas de Transmissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4.2 Modulação em Amplitude com Portadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4.2.1 Sinais e Espectro DSB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
4.2.2 Modulação Tonal e Análise Fasorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.3 Circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.4 Modulação em amplitude com supressão de banda lateral . . . . . . . . . . . . . 75
4.4.1 Sinais e espectro SSB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
4.4.2 Geração de Sinais SSB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4.4.3 Sinais e Espectro VSB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.5 Conversão em frequência e Demodulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.5.1 Conversão em frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.5.2 Demodulação síncrona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
4.5.3 Demodulação assíncrona - Detector de envoltória . . . . . . . . . . . . . . 86
4.6 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
4.6.1 Exercícios sugeridos do livro “Communication Systems 5th Edition” . . . 87
4.6.2 Outros exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
ii
SUMÁRIO SUMÁRIO
Appendices 140
A Revisores 141
iii
Capítulo 1
Introdução
• Não nos importamos com o conteúdo da informação: somente com o seu formato.
• Isto quer dizer que não é relevante o resultado de um jogo de futebol, mas somente a
forma de descrever e transmitir as possibilidades de resultado de forma eficiente.
• Informação é representada por mensagens que possuem alguma grandeza física: som,
temperatura, tensão ou carga elétrica, etc.
• A mensagem deve ser convertida para algo que possa ser eficientemente transmitido através
do canal e posteriormente recuperada para utilização.
• Dadas estas necessidades, um sistema de comunicação ponto a ponto simples teria o dia-
grama de blocos genérico da Figura 1.1.
1
1.1. ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE COMUNICAÇÃOCAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
Ruido
Canal Distorção
Interferência
Transdutor Processa-
Destino Receptor
de saída mento
– Uma etapa que processa os sinais do canal e os prepara para o transdutor de saída;
– Um transdutor de saída, que converte os sinais do sistema em algo que pode ser
utilizado pelo destino;
– Um destino para a mensagem.
• Exemplos:
– Eletromagnéticos:
∗ Rádio (a faixa de frequências utilizadas é a variável);
∗ Laser;
∗ Infravermelho.
– Sonoros;
– Elétricos.
2
1.2. TIPOS DE MODULAÇÃO CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
• Genericamente, um sinal senoidal modulado pode ser descrito através da seguinte equação:
3
1.3. REQUISITOS PARA PROCESSAMENTO DIGITAL CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
• O produto (taxa de amostragem × número de bits por amostra) resulta na taxa de bits.
Se muito alta, exigirá mais do nosso processador. Se muito baixa, distorcerá a mensagem
ao ponto de torná-la inútil.
S
C = B · log 1 + (1.3)
N
onde:
• Qualquer taxa de transmissão de bits deve ser menor do que C para que a transmissão
seja confiável, isto é, com quase nenhum erro.
1.5 Exercícios
1.5.1 Exercícios do livro “Communication Systems 5th Edition”
• Todas as questões conceituais do capítulo 1.
4
1.6. CURSO CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
1.6 Curso
O curso vai apresentar em detalhes as modulações analógicas AM, FM e PM e brevemente as
modulações de pulsos. Para permitir os tratamentos matemáticos necessários, desenvolvemos
primeiramente algumas ferramentas para análise em frequência.
5
1.6. CURSO CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
6
Capítulo 2
Sinais e Espectro
O objetivo deste capítulo é relembrar algumas ferramentas necessárias para a análise de sinais
no domínio do tempo e de frequência. Alguns conceitos novos também são apresentados.
• Essa representação se chama fasorial, pois o interior das chaves pode ser visto como um
vetor no plano complexo com amplitude A centrado na origem, que gira ao longo do tempo
com a velocidade indicada. A parte real é a projeção desse vetor no eixo real, como mostra
a figura 2.1.
– Amplitude A
– Fase φ
– Frequência fo
7
2.1. ESPECTRO DE LINHA E SÉRIE DE FOURIERCAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
𝑓0
𝜙
ℜ
• O mesmo fasor pode ser descrito graficamente no domínio de frequência (variável inde-
pendente f ) se esses parâmetros forem apresentados, o que exige dois gráficos: um de
amplitude e um de fase, conforme mostra a figura 2.2.
𝐴
Amplitude
𝜙
Fase
𝑓 𝑓
𝑓0 𝑓0
• Resumidamente, podemos chamar esse diagrama (ou outros com informações similares)
como espectro, pois nos permite ver o que o sinal representa no domínio de frequências.
• Convenções:
8
2.1. ESPECTRO DE LINHA E SÉRIE DE FOURIERCAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
– Amplitude é sempre positiva. Amplitudes negativas são compensadas pela fase para
torná-las positivas. Isto é, −cos(2πf0 t) = cos(2πf0 t + 180o ).
– Fases de ±1800 são iguais.
– Fases são apresentadas em graus, com o símbolo o , ou em radianos, dependendo do
contexto..
• Exemplo: w(t) = 7−10cos(40πt−60o )+4sin(120πt) = 7cos(0πt)+10cos(2pi20t+120o )+
4cos(2π60t − 90o ). Esse sinal tem o diagrama fasorial da figura 2.3.
10 120o
Amplitude
Fase
7
4
𝑓 60 𝑓
0 20 40 60 0 20 40
-90o
z + z∗
<{z} = (2.4)
2
ou seja:
A
< {Aexp [jφ] exp [j (2πfo t)]} = [exp(−jφ)exp(−2πfo jt) + exp(jφ)exp(2πfo jt)] (2.5)
2
• Os termos individuais da equação anterior não são necessariamente reais, mas a soma
necessariamente é.
• Podemos desenhar o diagrama fasorial bilateral a partir da equação anterior, resultando,
para o exemplo anterior, na figura 2.4.
• Para sinais reais, o gráfico bilateral de amplitude tem simetria par e o gráfico bilateral de
fase tem simetria ímpar.
• Comparando os dois diagramas, o bilateral possui metade do valor das amplitudes, exceto
na origem (f = 0). F1
1
Cabe ao aluno verificar as afirmações sempre que o símbolo F aparecer.
9
2.1. ESPECTRO DE LINHA E SÉRIE DE FOURIERCAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
5 5
Amplitude
7
2 2
𝑓 𝑓
-60 -40 -20 0 20 40 60
120o
90o
Fase
𝑓 -20 60 𝑓
-60 -40 0 20 40
-90o
-120o
T
1
Z
2
< v(t) >= lim v(t)dt (2.6)
T →∞ T − T2
10
2.1. ESPECTRO DE LINHA E SÉRIE DE FOURIERCAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
• Para determinar a potência de um sinal, é preciso saber qual grandeza ele representa. Por
convenção, assumimos que o sinal v(t) é ou uma corrente ou uma tensão aplicada sobre
uma resistência de 1Ω, de forma que a potência média deste sinal é, pela Lei de Ohm:
1
Z
2
Pv =< |v(t)| >= |v(t)|2 dt (2.8)
T0 T0
• Seja v(t) um sinal de potência periódico com período fundamental T0 = 1/f0 . O valor de
f0 é a frequência fundamental. Este sinal pode ser escrito como :
∞
X
v(t) = cn · exp(j2πnf0 t) (2.9)
n=−∞
1
Z
cn = v(t) · exp(−j2πnfo t)dt = |cn |exp(j · arg(cn )) (2.10)
T0 T0
• Comparando com a definição de valor médio, o valor de cn pode ser interpretado como o
valor médio do que está sendo integrado. Este, por sua vez, pode ser visto como o produto
interno de v(t) com a exponencial complexa.
• O somatório também pode ser interpretado como uma soma de fasores com frequência
múltipla inteira da frequência fundamental do sinal v(t), isto é, 0, ±f0 , ±2f0 , ....
1
Z
c0 = v(t)dt =< v(t) > (2.11)
T0 T0
2
Neste caso a potência que estamos calculando é equivalente a potência aparente
11
2.1. ESPECTRO DE LINHA E SÉRIE DE FOURIERCAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
• A última propriedade permite reagrupar elementos da série, dois a dois, exceto c0 , ou que
nos permite escrever:
P∞
v(t) = c0 + n=1 |2cn |cos(2πnf0 t + arg(cn ))
ou
P∞ (2.13)
v(t) = c0 + · [a
n=1 n cos(2πnf 0 t) + bn sin(2πnf0 t)]
an = <{cn }, bn = ={cn }
• As funções seno e cosseno da equação anterior formam uma base de funções ortogonais
em T0
• Assim, a Série de Fourier pode ser vista como a descrição de um sinal através da combi-
nação linear das bases do espaço de sinais. O cálculo de cn nada mais é do que o cálculo
da projeção do sinal na base correspondente, assim como é feito em Álgebra Linear.
• Formas ortogonais são utilizadas em um tipo de modulação (QAM), que será visto poste-
riormente.
• Muitas vezes, para calcular cn temos que resolver uma integral do seguinte tipo:
Z T /2
1 1 T /2 1
exp(j2πf t)dt = exp(j2πf t)|−T /2 = sin(πf T ) (2.15)
T −T /2 j2πf T πf T
que é o valor médio de um fasor com frequência f qualquer avaliado durante um intervalo
que não é necessariamente o seu período
• Como esta função aparece muito, damos o nome de sinc(λ) = sin(πλ)/πλ, onde λ é
adimensional.F
• Propriedades de sinc(λ)
12
2.1. ESPECTRO DE LINHA E SÉRIE DE FOURIERCAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
0.8
0.6
0.4
sinc()
0.2
-0.2
-0.4
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
sin(λx)
Figura 2.5: Formato de sinc(λ) =
λx
– Logo:
1 T0 /2
Z
cn = v(t) · exp(−j2πnfo t)dt
T0 −T0 /2
1 τ /2
Z
= A · exp(−j2πnfo t)dt
T0 −τ /2 (2.16)
A τ /2
= (j2πf0 n)exp(−j2πf0 nt)|−τ /2
−T0
A sin(πf0 nτ ) Aτ
= = sinc(f0 nτ )
T0 πf0 nτ T0
– Para visualizar o espectro de amplitude e fase (figura 2.7), consideramos os valores
numéricos de τ /T0 = f0 τ = 1/4:
– Há zeros em ±4f0 , ±8f0 , pois nestes pontos a função sinc vale 0;
– O valor em f = 0 é o valor D.C, pode ser obtido por inspeção, é igual a Aτ /T0
– Os valores de cn são reais e as vezes negativos. Quando positivos, a fase é 0, quando
negativo a fase é ±180o . Neste caso, escolhemos o sinal de forma a manter a simetria
necessária.
13
2.1. ESPECTRO DE LINHA E SÉRIE DE FOURIERCAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
• Condição alternativa: |v(t)|2 tem média finita por período, o que é equivalente a dizer que
é um sinal de potência.
PN
• Assim, sendo vN (T ) = n=−N cn · exp(j2πnf0 t), temos;
Z
lim |v(t) − vN (t)|2 dt = 0 (2.18)
N →∞ T0
• Fenômeno de Gibbs
14
2.1. ESPECTRO DE LINHA E SÉRIE DE FOURIERCAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
1.5
1.0
Pulso retangular
0.5 DC e 1º harmônico
Até 3º harmônico
0.0 t
-0.5
-2 0 2 4 6 8
1.5
1.0
Pulso retangular
0.5
Até 7º harmônico
0.0 t
-0.5
-2 0 2 4 6 8
1.5
1.0
Pulso retangular
0.5
Até 40º harmônico
0.0 t
-0.5
-2 0 2 4 6 8
– Nos pontos de descontinuidade, a soma parcial vN (t) converge para o ponto médio
de descontinuidade.
– Além disso, em cada uma das extremidades há oscilações com período de T0 /2N e
pico de aproximadamente 9% do degrau.
– Em sinais reais, esse fenômeno não existe, pois eles são contínuos. Por outro lado,
sinais sintetizados pela soma de um número finito de termos de uma Série de Fourier
de um sinal com descontinuidades podem apresentar este comportamento. Isso pode
ser visto na terceira parte da figura 2.8.
– Fenômeno implica em cuidados ao usar filtros reais aproximados como ideais.
1 1
Z Z
Pv = 2
|v(t)| dt = v(t)v ∗ (t)dt (2.19)
T0 T0 T0 T0
15
2.2. TRANSFORMADA DE FOURIER E ESPECTRO
CAPÍTULO
CONTÍNUO
2. SINAIS E ESPECTRO
∞
• Como v ∗ (t) = c∗n exp(−j2πnfo t), temos que, substituindo na equação anterior:
X
n=−∞
∞
1
Z
c∗n exp(−j2πnfo t)dt
X
Pv = v(t)
T0 T0
∞ Zn=−∞
1
v(t)exp(−j2πnfo t) c∗n dt
X
=
T
n=−∞ 0 T0
∞ (2.20)
cn c∗n
X
=
n=−∞
X∞
= |cn |2
n=−∞
• Logo, a potência média de um sinal periódico é igual a soma dos coeficientes de sua série
de Fourier.
• A potência total de um sinal periódico é igual a soma das potências de cada um dos
componentes da série.
• Esse resultado também pode ser derivado considerando que as funções cos(2πnf0 t) e
cos(2πmf0 t) são ortogonais no intervalo T0 , para n 6= m inteiros.
é finita.
1
• Alguns autores multiplicam a integral acima por 2π , mas convencionaremos desse modo.
16
2.2. TRANSFORMADA DE FOURIER E ESPECTRO
CAPÍTULO
CONTÍNUO
2. SINAIS E ESPECTRO
• Propriedades:
t
– A função que desejamos transformar é v(t) = AΠ τ
– Logo:
∞ R
V (f ) = −∞ v(t) · exp(−j2πf t)dt
R τ /2
= −τ /2 A · exp(−j2πf t)dt (2.26)
= Aτ sinc(f τ )
Vf
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0 f
5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5
argVf
180
90
0 f
90
180
5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5
17
2.2. TRANSFORMADA DE FOURIER E ESPECTRO
CAPÍTULO
CONTÍNUO
2. SINAIS E ESPECTRO
• Instante t = 0 pode, dentro de alguns limites, ser escolhido livremente, mas o instante
f = 0 não pode, pois há significado físico no seu valor.
V (f ) = Ve (f ) + jVo (f ) (2.27)
onde :
Z ∞
Ve (f ) , v(t)cos(2πf t)dt
−∞ (2.28)
Z ∞
Vo (f ) , − v(t)sin(2πf t)dt
−∞
• Para uma função w(t) que pode representar tanto v(t)cos(2πf t) ou v(t)sin(2πf t)dt, temos
:
Z ∞
Z ∞ Z 0 Z ∞ 2 w(t)dt, se w(t) é par
w(t)dt = w(t)dt + w(t)dt = 0 (2.29)
−∞ −∞ 0
0, se w(t) é impar
18
2.2. TRANSFORMADA DE FOURIER E ESPECTRO
CAPÍTULO
CONTÍNUO
2. SINAIS E ESPECTRO
• Logo, se v(t) é um sinal causal de energia não periódico, pode-se obter a TF a partir da
TL.
• Exemplo: (
Aexp(−bt), t > 0
v(t) =
0, cc.
b − j2πf
A
L{v(t)} = =A 2
s=j2πf b + j2πf b + (2πf )2
(2.34)
Ab
Ve (f ) = <{V (f )} =
b2 + (2πf )2
A2πf
Vo (f ) = ={V (f )} = −
b2 + (2πf )2
• Poderíamos extrair o módulo e a fase da TF através de:
q
M odulo = Ve2 (f ) + Vo2 (f )
−1 Vo (f )
(2.35)
F ase = tan
Ve (f )
19
2.3. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA DE FOURIER
CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
isto é, a TF de uma função z(t) pode ser calculada através da IFT, com uma troca de
variáveis e de sinal, desde que z(t) tenha o formato de uma função cuja IFT conhecemos.
• Essa propriedade é útil por exemplo quando v(t) é real e possui simetria par, pois V (f )
também será. Neste caso podemos ignorar a troca de sinais. F.
• Exemplo z(t) = Asinc(2W t), onde W representa a banda do sinal (onde está a maior
parte da energia).
A
z(t) = 2W sinc(2W t) (2.38)
2W
e as variáveis se relacionam como:
A
2W =B
2W = τ (2.39)
t=f
– Logo
A f
Z(f ) = Π (2.40)
2W 2W
– O sinal sinc no tempo é limitado em banda e infinito no tempo, enquanto que o sinal
Π(t) é finito no tempo e infinito em banda.
20
2.3. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA DE FOURIER
CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
2.3.1 Superposição
Se v(t) = a1 · v1 (t) + a2 · v2 (t) então F{v(t)} = a1 · V1 (f ) + a2 · V2 (f ), ou, genericamente:
( )
X X
F vk (t) = Vk (f ) (2.42)
k k
t0
Z ∞
dt
F{v(αt)} = v(t0 )exp −j2πf
−∞ α |α|
1
= V (f 0 ) (2.45)
|α|
1 f
= V
|α| α
onde f 0 = αf .
A razão para utilizarmos o módulo de α é que, quando α < 0, os limites de integração
acabam sendo trocados. Para permanecer com os mesmos limites, multiplicamos a integral por
menos um. Esta multiplicação resulta em |α|.
• Exemplo: Sendo v(t) = A · Π τt , temos um sinal za (t) = v(t − td ) − v(t − (td + T )) que é
V (f ) = Aτ (sinc(f τ )
Za (f ) = V (f )exp(−j2πf td ) − V (f )exp(−j2π(td + T )) (2.46)
= V (f )[exp(−j2πf td ) − exp(−j2π(td + T ))]
21
2.3. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA DE FOURIER
CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
... ...
τ td+T/2
td+T
td
τ
• Definindo arbitrariamente
que t0 = 0 eliminamos a última exponencial. O formato de
zb (t) = za (t) fica com simetria ímpar e o valor de sua TF é:
t0 =0
πf τ
Zb (f ) = Aτ sinc(f τ )(j2sin(πf τ )) × πf τ (2.49)
= Aτ (j2πf τ · sinc2 (f τ )),
isto é, o espectro é puramente imaginário pois a função zb (t) tem simetria ímpar.
• Assim, se v(t) tem conteúdo de energia entre ±W (sendo real), o seu espectro pode ser
representado genericamente pela figura 2.11-(a).
• Podemos fazer esse sinal ocupar a faixa de fc ± W multiplicando v(t) pela exponencial
complexa apropriada.
• Logo, o sinal resultante no tempo é complexo, o que pode ser um problema para o trata-
mento de sinais reais.
22
2.3. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA DE FOURIER
CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
exp(jφ) exp(−jφ)
v(t)cos(2πfc t + φ) ↔ V (f − fc ) + V (f + fc ) (2.51)
2 2
isto é, multiplicar um sinal por ondas senoidais equivale a transladar o espectro para ±fc ,
dividindo a cada uma das cópias por dois.
(a)
f=0 f=W
(b)
(c)
Figura 2.11: Transformadas de Fourier de: (a) v(t); (b) v(t) · exp(j2πf0 t); (c) v(t) · cos(j2πf0 t).
Há uma redução de amplitude no terceiro espectro por um fator de 2.
– Este sinal pode ser visto como o produto de um pulso retangular com largura τ e
um cosseno com frequência fc , como mostra a figura 2.12.
23
2.3. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA DE FOURIER
CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
0.8
0.6
0.4
0.2
z(t)
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-3 -2 -1 0 1 2 3
1.2
0.8
0.6
|Z(f)|
0.4
0.2
-0.2
-0.4
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
f
– Embora a senoide tenha frequência igual a fc , ela é finita no tempo. Por esse motivo
há energia fora de fc
– Caso a senoide fosse infinita, poderíamos utilizar um espectro de linha representando
uma série de Fourier ou um o limite da transformada, que veremos depois.
2.3.5 Diferenciação
• Utilizando a IFT, podemos escrever:
Z ∞
d d
v(t) = V (f ) · exp(j2πf t)df (2.54)
dt dt −∞
24
2.3. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA DE FOURIER
CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
• Como a exponencial dentro da integral é a única coisa que depende do tempo, reescreve-
mos: Z ∞
d d
v(t) = V (f ) · (exp(j2πf t)) df
dt Z−∞ dt (2.55)
∞
= V (f )j2π · f · exp(j2πf t)df
−∞
• Como a equação acima ainda é uma transformada de Fourier inversa, aquilo que não faz
d
parte da exponencial faz parte da Transformada de Fourier de dt v(t). Logo:
d
F v(t) = V (f )j2πf (2.56)
dt
ou genericamente, chegamos no teorema de diferenciação:
n
d
F v(t) = V (f )(j2πf )n (2.57)
dtn
2.3.6 Integração
Rt
• Seja z(t) = −∞ v(λ)dλ, onde λ é uma variável dummy.
R∞
• Se V (0) = −∞ v(λ)dλ = 0, garantimos que z(t) convergirá para 0 quando t → ∞.
• Utilizando o caminho contrário ao da derivada, chegamos no teorema da integração:
Z t
1
F v(λ)dλ = V (f ) (2.58)
−∞ j2πf
25
2.4. CONVOLUÇÃO CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
– A figura 2.14 mostra o pulso triangular no tempo e o módulo do seu espectro, para
τ = 1. Para comparação, o módulo do pulso quadrado com largura τ = 1 também
está desenhado na linha tracejada.
0.8
0.6
(t)
0.4
0.2
0
-3 -2 -1 0 1 2 3
1 t
0.8
) ! "*
0.6
F $ =t
0.4
0.2
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
f
2.4 Convolução
• Como colocar um elefante dentro de uma garrafa? Bom, fisicamente, isso seria impossível,
mas podemos criar um som de um bramido (som que o elefante faz) fazendo ele parecer
sair de dentro de uma garrafa. Isso pode ser feito com uma convolução.
• Muitos sinais reais são obtidos através da convolução de outros dois sinais.
• A integral da convolução é:
Z ∞
v(t) ∗ w(t) , v(λ)w(t − λ)dλ (2.62)
−∞
• A integral também pode ser vista como a superposição de várias respostas de um sistema
a impulsos aplicados a ele, como, por exemplo, a reverberação numa sala ou o eco de uma
caverna.
• Uma das funções da integral normalmente é limitada no tempo, o que facilita o seu cálculo.
• Exemplo:
26
2.4. CONVOLUÇÃO CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
27
2.4. CONVOLUÇÃO CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
• Também:
v(t) · w(t) ↔ V (f ) ∗ W (f ) (2.67)
isto é: a convolução no domínio da frequência equivale ao produto no domínio do tempo.
– Um pulso trapezoidal pode ser obtido com a convolução de dois pulsos retangulares
com larguras diferentes:
v(t) = A1 Π τt1
w(t) = A2 Π t τ2
(2.69)
τ1 > τ2
– Assim, v(t) ∗ w(t) tem o formato da figura 2.16.
v(t)*w(t)
τ1-τ2
t =0 t
τ1+τ2
Figura 2.16: Resultado da convolução de dois pulsos retangulares com largura diferente
28
2.5. IMPULSOS E LIMITES DA TRANSFORMADACAPÍTULO
DE FOURIER
2. SINAIS E ESPECTRO
então:
lim δ (t) = δ(t) (2.74)
→0
1 t
δ (t) = Π
(2.75)
1 t
δ (t) = sinc
• Três propriedades de δ(t):
– Replicação: v(t) ∗ δ(t − td ) = v(t − td )
Z t2
– Amostragem: v(t)δ(t − td )dt = v(t − td ). Assim: v(t) · δ(t − td ) = v(td ) · δ(t − td )
t1
1
– Mudança de escala: δ(αt) = |α| δ(t)
29
2.5. IMPULSOS E LIMITES DA TRANSFORMADACAPÍTULO
DE FOURIER
2. SINAIS E ESPECTRO
𝛿(𝑡)
t=0 t
• Por exemplo, quando v(t) = A (uma constante), v(t) tem energia infinita.
• Intuitivamente esse resultado faz sentido pois uma constante não varia no tempo e toda
sua energia deve estar em f = 0
• Alternativamente, poderíamos ter feito como abaixo para chegar no mesmo resultado:
t
v(t) = lim A · Π (2.77)
τ →∞ τ
e chegaríamos a:
V (f ) = lim Aτ sinc(f τ ) = Aδ(f ) (2.78)
τ →∞
30
2.5. IMPULSOS E LIMITES DA TRANSFORMADACAPÍTULO
DE FOURIER
2. SINAIS E ESPECTRO
∞
X
• Assim, para um sinal periódico com série de Fourier v(t) = c(nf0 )exp(j2πnf0 t), a
n=−∞
sua TF contínua será
( ∞ ) ∞
X X
V (f ) = F c(nf0 )exp(j2πnf0 t) = c(nf0 )δ(f − nf0 ) (2.80)
n=−∞ n=−∞
• Qualquer espectro de linha pode dessa forma ser transformado em um espectro contínuo.
• A diferença entre os dois é que, para chegar no sinal original, o espectro de linha se soma
enquanto que o espectro contínuo deve ser integrado.
A
V (f ) = [δ(f − fc ) + δ(f + fc )]
2
Aτ
− [sinc(f − fc ) + sinc(f + fc )] (2.81)
2
Aτ
+ [sinc(f − 2fc ) + sinc(f + 2fc )]
2
0.5
v(t)
-0.5
-1
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
t
0.8
0.6
V(f)
0.4
0.2
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
f
31
2.5. IMPULSOS E LIMITES DA TRANSFORMADACAPÍTULO
DE FOURIER
2. SINAIS E ESPECTRO
• Essa função é de interesse, pois pode ser utilizada para modelar um sinal causal através
do produto da função degrau com uma função não causal.
• Por não ser simétrica em torno da origem, há complicações matemáticas para se calcular
a sua TF.
• Para resolver este problema usamos a função sinal (signum), definida como:
(
1, t > 0
sgn(t) = (2.83)
−1, t < 0
v(t) = exp(−bt)u(t)
z(t) = lim [v(t) − v(−t)] (2.84)
b→0
• Utilizando o resultado do exemplo da seção 2.2.2 para uma exponencial causal e que a
função sgn(t) tem simetria ímpar, chegamos em:
−j4πf
Z(f ) = j2V0 (f ) = (2.85)
b2 + (2πf )2
−j4πf −j 1
F{sgn(t)} = lim = = (2.86)
b→0 b2 + (2πf )2 πf jπf
• Podemos escrever a função degrau como :u(t) = (sgn(t) + 1)/2. Utilizando a propriedade
da linearidade da TF e que a TF de uma constante é um impulso, temos:
δ(f ) 1
F{u(t)} = + (2.87)
2 j2πf
• Este impulso também aparece ao aplicarmos o teorema da integração sobre uma função
que tem área líquida 0:
Z ∞ Z t
v(t) ∗ u(t) = v(λ)u(t − λ)dλ = v(λ)dλ, pois u(t) = 0 se λ > t
−∞ −∞ (2.88)
δ(f ) 1
F{v(t) ∗ u(t)} = V (f ) +
2 j2πf
• Logo : Z t
V (0)δ(f ) 1
v(λ)dλ ↔ + V (f ) (2.89)
−∞ 2 j2πf
32
2.5. IMPULSOS E LIMITES DA TRANSFORMADACAPÍTULO
DE FOURIER
2. SINAIS E ESPECTRO
• Como, por definição F −1 {A · exp(−j2πf td )} = Aδ(t − td ), temos que, para manter con-
sistência: Z ∞
exp(j2πf (t − td ))df = δ(t − td ) (2.91)
−∞
• Logo:
d
δ(t − td ) = u(t − td ) (2.94)
dt
• Essa propriedade permite analisar algumas funções da seguinte forma: sendo v(t) uma
dn−1
função contínua e dt n−1 v(t) a primeira derivada de v(t) em que há descontinuidades, então
a derivada de ordem n possui impulsos. Logo, podemos escrever a derivada de ordem n
da seguinte forma:
dn X
vd (t) = n v(t) = w(t) + Ak δ(t − tk ) (2.95)
dt k
• Na equação anterior, w(t) representa a parte da função vd (t) sem impulsos. O somatório
presente é a soma de impulsos localizados nos instantes tk , com amplitude Ak , devido às
dn−1
descontinuidades (degraus) em dt n−1 v(t) cujas derivadas resultam nos impulsos de vd (t)
dn
• Pelo teorema da derivação, se vd (t) = dtn v(t), então:
33
2.5. IMPULSOS E LIMITES DA TRANSFORMADACAPÍTULO
DE FOURIER
2. SINAIS E ESPECTRO
W (f ) 1 X
V (f ) = n
+ n
Ak exp(−j2πf tk ) (2.98)
(j2πf ) (j2πf ) k
• Um pulso retangular, por exemplo, tem descontinuidades já na sua primeira derivada. Por
isso, o roll-off de seu espectro (sinc) tem roll off de ordem 1 (isto é, decaimento de 1/n).
2 4
1.5 2
dv (t)
v(t)
dt
1 0
0.5 -2
0 -4
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
t t
10 10
5 5
d2 v (t)
d3 v (t)
dt2
dt3
0 0
-5 -5
-10 -10
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
t t
34
2.6. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
( ) 2
d3 v(t) 3 π A π2
F = (j2πf ) V (f ) = [exp(j2πf τ )−exp(−j2πf τ )]− (j2πf )V (f )
dt3 τ 2 τ
(2.100)
dv(t)
onde utilizamos também o fato de que F = (j2πf )V (f )
dt
– Isolando V (f ) e usando a identidade de Euler chegamos a:F
Aτ · sinc(2f τ )
V (f ) = (2.101)
1 − (2f τ )2
que decai aproximadamente com f 3 , muito mais rápido do que a sinc. A comparação
do espectro do pulso cosseno levantado, do pulso retangular e do pulso triangular
estão na figura 2.20, para f > 0. Na comparação, todos os pulsos tem a mesma
duração de 1 segundo e energia de 1J.
0
10
Pulso quadrado
-1 Pulso triangular
10 Pulso Cosseno levantado
log (|V(f)|)
-2
10
10
-3
10
-4
10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
f
Figura 2.20: Comparação dos espectros dos três pulsos estudados neste capítulo. Tente recriar
esta figura, com a restrição que os três pulsos devem ter a mesma duração e a mesma energia.
F
– Transmissões que utilizam este pulso contém melhor a energia dentro de uma banda
do que a sinc.
2.6 Exercícios
2.6.1 Exercícios do Livro “Communication Systems 5th Edition”
• Questões conceituais: Todas as 11 questões do capítulo 2.
35
2.6. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
• Problemas: 2.1.1, 2.1.2, 2.1.5, 2.1.8, 2.1.9, 2.1.12, 2.1.13, 2.2.1, 2.2.4, 2.2.12, 2.2.14, 2.3.1,
2.3.6, 2.3.8, 2.4.1, 2.4.5, 2.4.6, 2.4.8, 2.5.2, 2.5.4, 2.5.10, 2.5.13, 2.5.14
• Z(f )
• z(t)
2. Encontre uma equação para os coeficientes da série de Fourier e esboce o espectro de linha
para a função x(t) esboçada na figura 2.21. (Dica: decomponha a função em duas mais
simples)
3. Projete um sinal no tempo cujo espectro decai proporcionalmente a f 3 e que não seja
nem mesmo parcialmente senoidal. Obtenha a equação do seu espectro. O sinal final deve
obrigatoriamente ter média zero.
4. Classifique os sinais abaixo no que se refere sua periodicidade e se são sinais de potên-
cia/energia, justificando sucintamente:
6. Há dois sinais: x1 (t) = Π(tfc )cos(2πfc t) e x2 (t) = Π(tfc )sin(2πfc t). Ambos possuem a
mesma energia. Qual dos dois sinais possui potencialmente energia mais concentrada no
domínio da frequência em torno da origem? Não é necessário desenvolver equações para
responder esta questão corretamente. Sugestão: desenhe ambos os sinais no tempo.
36
2.6. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
7. Um sinal não periódico tem transformada de Fourier dada por V (f ) = [Aτ sinc(f τ )]3 .
Obtenha a expressão matemática para a função no tempo e esboce seu formato no tempo,
indicando todos os lugares onde os valores de A e τ aparecem. Preste atenção aos valores
de amplitude e duração dos pulsos.
t
8. Um sinal y(t) = x(t) ∗ z(t), onde x(t) = Π e z(t) = sin(2πfc t).Qual é a condição
τ
para que y(t) = 0?
x(t) = Π(t)
t
y(t) = Π · cos(2πt) (2.102)
2
z(t) = x(t) ∗ y(t)
11. Um sinal típico de guitarra distorcida pode ser visto na figura 2.23. Ele pode ser inter-
pretado como uma onda senoidal com um dos lados "‘cortado"’. Assuma que o sinal de
guitarra g(t) é uma onda senoidal com amplitude 1, com a parte positiva limitada em
K < 1. Genericamente teríamos a seguinte equação:
37
2.6. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 2. SINAIS E ESPECTRO
1
0.8
0.6
0.4
0.2
g(t)
0
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
t
Figura 2.23: Exemplo de um sinal g(t) com frequência f = 1 e K = 0.5. Estes valores são
diferentes para a pergunta
38
Capítulo 3
O objetivo deste capítulo é que, ao final dele, possamos modelar e analisar as alterações sobre
os sinais provocadas por:
• Um sistema é definido pela relação entre entrada e saída, definida genericamente como a
aplicação do operador F à entrada.
Sistema
x(t) y(t)
F[]
39
3.1. RESPOSTA DE SISTEMAS LTI
CAPÍTULO
(LINEAR TIME-INVARIANT)
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
• Para um sistema ser LTI, ele deve ser Linear e TI (time-invariant, ou seja, invariante no
tempo)
X
• A parte da linearidade exige que, se x(t) = ak xk (t), com ak constantes, então:
k
X
y(t) = ak F[xk (t)] (3.2)
k
• Sistemas com elementos discretos combinados (resistor, capacitor, indutor) geram equa-
ções do tipo:
• É difícil de obter uma expressão direta para y(t) em função da entrada sem recorrer ao
fato de que este sistema é LTI.
• Uma relação explícita entre entrada e saída vem da resposta ao impulso h(t), definida
como:
h(t) , F[x(t) = δ(t)] (3.5)
• Como qualquer sinal contínuo x(t) pode ser escrito como x(t) = x(t) ∗ δ(t), temos que,
para qualquer x(t) contínuo, a saída pode ser escrita como:
y(t) = F[x(t)]
= F[x(t) ∗ δ(t)]
Z ∞
= F[ x(λ)δ(t − λ)dλ]
−∞
Usando a propriedade da linearidade e sendo x(λ) constantes,
Z ∞
= x(λ)F[δ(t − λ)]]dλ
−∞ (3.6)
Usando a propriedade de invariância no tempo,
Z ∞
= x(λ)h(t − λ)dλ
Z−∞
∞
= h(λ)x(t − λ)dλ
−∞
= x(t) ∗ h(t)
40
3.1. RESPOSTA DE SISTEMAS LTI
CAPÍTULO
(LINEAR TIME-INVARIANT)
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
• A última integral é a integral por superposição ela é extremamente útil pois podemos des-
cobrir a resposta do sistema com base em uma única informação, h(t), e e não precisamos
fazer muitas contas, basta resolvermos a convolução. Além disso não precisamos saber
como o sistema foi construído e também evitamos trabalhar com derivadas.
• Dado um sistema, é fisicamente impossível gerar um impulso como δ(t) é definido. Deter-
minação de h(t) pode ser feita utilizando uma entrada x(t) = u(t), o que gera uma saída
g(t):
dg(t)
g(t) , F[x(t) = u(t)] ⇒ h(t) = F (3.7)
dt
pois
dg(t) d[h(t) ∗ u(t)] du(t)
= = h(t) ∗ = h(t) ∗ δ(t) = h(t) (3.8)
dt dt dt
• Exemplo: Resposta de um sistema de ordem 1
– A entrada do sistema é tensão x(t) e a saída é tensão y(t). Qual é a saída quando a
entrada é um pulso retangular com amplitude A e largura τ ? Considere a equação
do sistema (tensão):
dy(t)
RC + y(t) = x(t) (3.9)
dt
∗ Quando é um degrau u(t), a saída é encontrada como sendo g(t) =
aentrada
t
1 − exp − u(t).
RC
∗ Logo, a resposta ao impulso é
dg(t) 1 t
h(t) = = exp − (3.10)
dt RC RC
∗ A resposta do sistema para qualquer entrada x(t) pode agora ser obtida via
convolução.
∗ Para o pulso retangular em questão: a saída é definida por três equações:
t<0
0,
t
y(t) = A 1 − exp − ,0 < t < τ (3.11)
RC
τ t−τ
A 1 − exp −
· exp − ,t > τ
RC RC
41
3.1. RESPOSTA DE SISTEMAS LTI
CAPÍTULO
(LINEAR TIME-INVARIANT)
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
x(t)
0.5
R
0
x(t) y(t) 1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
g(t)
0.5
C
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
h(t)
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
y(t)
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
t
• Para interpretar H(f ), vamos supor que a entrada é x(t) = Ax exp(jφx )exp(j2πf0 t), para
−∞ < t < ∞ que é um fasor com fase φx e frequência f0 . Assim:
Z ∞ ∗ h(t)
y(t) = x(t)
= h(λ)Ax exp(jφx )exp(j2πf0 (t − λ))dλ
−∞ Z ∞ (3.13)
= Ax exp(jφx )exp(j2πf0 t) h(λ)exp(−j2πf0 λ)dλ
−∞
= Ax exp(jφx )exp(j2πf0 t)H(f0 )
• Escrevendo H(f0 ) = |H(f0 )|exp(j · arg[H(f0 )]), teríamos y(t) = Ay exp(jφy )exp(j2πf0 t),
onde Ay = Ax |H(f0 )| e φy = φx + arg[H(f0 )].
Ay
• Como = |H(f0 )|, |H(f )| é o ganho em amplitude do sistema em função da frequência
Ax
• Como φy − φx = arg[H(f0 )], arg[H(f )], é o desvio de fase do sistema em função da
frequência
• Seja x(t) ↔ X(f ). Como y(t) = x(t) ∗ h(t), temos, pelo teorema da convolução, que:
onde Y (f ) é o espectro da saída, obtido como o produto do espectro de entrada X(f ) com
a função de transferência H(f ).
• Quando x(t) = δ(t), X(f ) = 1, uma constante em todas as frequências. Neste caso,
Y (f ) = H(f )
42
3.1. RESPOSTA DE SISTEMAS LTI
CAPÍTULO
(LINEAR TIME-INVARIANT)
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
domínio do tempo
domínio de frequência
– O mesmo sistema do exemplo anterior pode ser visto como duas impedâncias Zr e
Zc em série, a saída sendo a tensão sobre Zc .
– A saída y(t) tem relação estacionária com a entrada dada pelo divisor de tensão
formado, que tem equação:
x(t) · Zc
y(t) =
Zr + Zc
y(t) Zr
=
x(t) Zr + Zc
1
j2πf C (3.17)
=
1
R+
j2πf C
1
=
1 + j2πf CR
1
= = H(f )
1 + j (f /B)
43
3.1. RESPOSTA DE SISTEMAS LTI
CAPÍTULO
(LINEAR TIME-INVARIANT)
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
1
onde B , é o parâmetro do sistema
2πRC
– O ganho em amplitude e desvio de fase são:
1
|H(f )| = p
1 + (f /B)2 (3.18)
arg[H(f )] = −arctan(f /B)
– Este sistema é um filtro passa baixas com parâmetro B pois o ganho é praticamente
unitário para f << B e muito baixo (<< 1) para f >> B
– O parâmetro B é uma medida de banda de passagem, ou seja, quais frequências este
sistema permite passar por ele.
– Se a entrada x(t) é um sinal com banda W , isto é, o conteúdo espectral é desprezível
para |f | > W , então há três cenários possíveis:
1. W << B → H(f ) ≈ 1 e arg[H(f )] ≈ 0. Assim, Y (f ) = H(f ) · X(f ) ≈ X(f ) e
o sinal não é distorcido. A saída tem o formato de x(t).
2. W ≈ B, então Y (f ) = H(f ) · X(f ) 6= X(f ) e há distorção. A saída tem não tem
o formato nem de x(t) ou de y(t)
3. W >> B . Dentro da banda B do sistema, X(f ) ≈ X(0), isto é, o espectro
X(f ) varia pouco dentro da banda B e pode ser aproximado pelo seu valor em
f = 0. Assim, Y (f ) = H(f )·X(f ) ≈ H(f )·X(0). Nesta situação, X(0) pode ser
aproximado por um impulso no tempo. Logo, y(t) , x(t) ∗ h(t) ≈ δ(t) ∗ h(t) =
h(t). A saída tem o formato de h(t).
44
3.2. DISTORÇÃO DE SINAIS DURANTE
CAPÍTULO
TRANSMISSÃO
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
H1 (f )
Logo, H(f ) =
1 + H1 (f ) · H2 (f )
H1(f) H2(f)
Ligação em Série
H1(f) + +
H1(f)
-
+
H2(f)
H2(f)
Ligação em Paralelo Realimentação negativa
isto é, se x(t) sofre somente um atraso no tempo e uma multiplicação por um escalar,
ambos constantes.
• Em frequência a relação anterior equivale a:
Y (f ) = K · X(f ) · exp(−j2πf td ) (3.21)
isto é, um canal sem distorção causa, no domínio da frequência, um ganho constante K e
um desvio de fase linear de −2πf td ± 180o .
• É necessário que o sistema H(f ) tenha estas propriedades somente na faixa de frequência
de interesse, pois fora dela o sinal de entrada não existe
• Sistemas que não respeitam esta regra podem causar distorção, que podem ser classificadas
em :
– Distorção em amplitude: |H(f )| =6 K
– Distorção em fase: arg[H(f )] 6= −2πf td ± 180o
– Distorção não linear, como por exemplo um diodo. Este tipo de distorção pode gerar
conteúdo energético em frequências que o sinal originalmente não ocupa.
45
3.2. DISTORÇÃO DE SINAIS DURANTE
CAPÍTULO
TRANSMISSÃO
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
0.5
x(t)
-0.5
-1
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
0.5
Sem termo em f0
-0.5
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
Sem termo em 5f0
0.5
-0.5
-1
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
t
Figura 3.5: Resultado de eliminação seletiva de termos da Série de Fourier de uma onda apro-
ximadamente quadrada
• A distorção de fase acontece quando o desvio de fase não é linear em função da frequência.
• Para um sinal x(t) = cos(2πf t), um atraso em td resultaria em y(t) = x(t − td ) =
cos[(2πf )(t − td )] = cos(2πf t − 2πf td ). Logo, o atraso de fase é φ(f ) = −2πf td .
• O valor de td pode variar em função de f .
• Assim, se H(f ) causa um desvio de fase, a função que relaciona td em função de f e
arg[H(f )] é:
arg[H(f )]
td (f ) = (3.22)
2πf
46
3.2. DISTORÇÃO DE SINAIS DURANTE
CAPÍTULO
TRANSMISSÃO
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
• Para que não haja distorção, o atraso temporal em todas as frequências deve ser o mesmo,
isto é, td (f ) deve ser constante. Caso isto seja verdade, o desvio de fase do sistema será
linear em f .
• Há uma grande diferença entre dizer que td (f ) é constante e dizer que φ(f ) é constante.
No segundo caso, temos um atraso de fase constante, o que causa distorção.
• Exemplo:
1
– Sinal : x(t) = cos(2πf0 t) − cos(4πf0 t)
2
– Atraso de fase constante de π/2, resultando em
1
x0 (t) = cos(2πf0 t + π/2) − cos(4πf0 t + π/2) (3.23)
2
, como mostra a figura 3.6
– No sinal original, os picos não coincidem.
– No sinal distorcido, os picos coincidem. Logo, há alteração de formato
1.5
1
0.5
x(t)
0
-0.5
-1
-1.5
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
1
x(t)'
-1
-2
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
t
Figura 3.6: Resultado de adição de fase constante a cada um dos termos de um sinal periódico.
Em azul o sinal resultante.
47
3.3. PERDAS DE TRANSMISSÃO CAPÍTULO
E DECIBÉIS3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
• Este sinal, ao passar pelo sistema com resposta acima, resultaria em:
arg[H(f )] = −2πf tg + φ0
dφ(f )
= −2πtg
df (3.27)
1 dφ(f )
tg = −
2π df
• O último termo deve ser constante dentro da faixa de interesse, o que é uma restrição
menor do que a restrição de que td deve ser constante.
• Um dos métodos é utilizar um sistema com resposta em frequência igual a H(f )−1 . Este
método é chamado Zero Forcing Equalizer.
• Distorções não lineares geram harmônicos. Se estes estiverem na banda do sinal, eles
interferirão de forma possivelmente irreversível.
• Há filtros reais, que podem ser implementados de forma causal e resultando em atraso
finito, e ideais, que não podem.
48
3.4. FILTROS E FILTRAGEM CAPÍTULO 3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
• Por exemplo, um filtro passa faixas (BPF - Band Pass Filter) teria a seguinte resposta em
frequência: (
Kexp(−j2πf td ), fl ≤ |f | ≤ fu
HBP F (f ) = (3.28)
0, c.c
o que equivale ao formato das figura 3.7.
|H(f)|=K
f
fl fu
arg[H(f)]=exp(-j2πftd)
• É importante explicar a figura 3.7 vista acima. Nela a parte colorida, cor salmão, re-
presenta a faixa das frequências que o filtro permite passar, fora dessa área todas as
frequências serão barradas, dessa forma o B representa a banda de passagem. A altura
do retângulo é o ganho de tensão e a linha tracejada o argumento, dado em função de f.
• Com esses valores, você filtra as frequências indesejadas mas gera um ganho em amplitude
e um atraso no domínio do tempo.
49
3.4. FILTROS E FILTRAGEM CAPÍTULO 3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
• Também podemos utilizar o filtro rejeitor de faixa (BRF - Band Reject Filter), que é
definido como: (
0, fl ≤ |f | ≤ fu
HBRF (f ) = (3.31)
Kexp(−j2πf td ), c.c
• Nenhum destes filtros é fisicamente realizável, isto é, não podem ser implementados com
recursos finitos.
hHtL
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0 t
-0.2
-0.4
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
• Assim, h(t) 6= 0 para t < 0, o que o torna não causal. O sistema teria que responder ao
impulso antes dele acontecer. Não poderíamos tornar o filtro causal aumentando o atraso
td pois a duração de h(t) também é infinita. Logo, este filtro é fisicamente impossível.
• Embora estes filtros seja impraticáveis, eles são úteis para analisar filtros reais. Também
servem como referência para desempenho de filtros reais.
• Alguns filtros reais podem ser aproximados muito bem por estes filtros ideais.
• Um sinal v(t) é limitado no tempo se v(t) = 0 para t < t1 , t > t2 e v(t) 6= 0 para
t1 < t < t2 , isto é, o sinal começa em t1 e termina em t2 .
• Ao filtrar um sinal limitado no tempo utilizando um filtro ideal, o sinal resultante não é
limitado no tempo, pois ele é obtido pela convolução de um sinal limitado no tempo com
um sinal ilimitado no tempo (sinc)
50
3.5. FILTROS DE QUADRATURA CAPÍTULO
E TRANSFORMADA
3. TRANSMISSÃO
DE HILBERT
DE SINAIS, FILTROS
• Por outro lado, conteúdo (energia) além de um certo limite (de tempo ou frequência) pode
ser negligível.
• O filtro de quadratura:
51
3.5. FILTROS DE QUADRATURA CAPÍTULO
E TRANSFORMADA
3. TRANSMISSÃO
DE HILBERT
DE SINAIS, FILTROS
• Exemplo: TH de um cosseno:
– Sinal x(t) = Acos(2πfc t)
A
X(f ) = [δ(f − fc ) + δ(f + fc )]
2
jA
X̂(f ) = − [δ(f − fc ) + δ(f + fc )]sgn(f ) (3.38)
2
jA
=− [δ(f − fc ) − δ(f + fc )]
2
– Assim, x̂(t) = Asin(2πfc t). Este resultado pode ser utilizado para qualquer o cálculo
da TH de qualquer sinal periódico.
• Exemplo: TH de um pulso retangular.
– x(t) = A[u(t) − u(t − τ )]
– A integral pode ser calculada para três regiões, como mostra a figura 3.9
1.5
1
x(), h(-(-t))
t t
0.5
C
A
0
B
-0.5
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
2t τ
τ
– Para 0 < t < , a área A cancela a área B, e a TH se reduz ao cálculo da área C:
2
Z ∞
1 x(λ)
x̂(t) = dλ
π −∞ t−λ
Z τ A 1
= dλ
2t π t − λ τ (3.39)
A
=− ln[t − λ]
π 2t
A t
= ln
π τ −t
52
3.6. CORRELAÇÃO E DENSIDADE
CAPÍTULO
ESPECTRAL
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
τ
– Para < t < τ , a situação é semelhante, resultando na mesma integral com limites
2
de 0 a τ − 2t
τ
– Para t < 0 ou t > , não há cancelamento de áreas, mas há uma única parte da
2
integral:
A τ 1
Z
x̂(t) = dλ
π 0 t − λ (3.40)
A t
= ln
π t−τ
– O sinal resultante está na figura 3.10.
1.5
0.5
^(t)
x(t); x
-0.5
-1
-1.5
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
t
– Os instante onde x̂(t) vai para infinito são os extremos de distorção de fase. Isto
pode ser interpretado como o instante em que os picos amplitude de todos os termos
da Transformada de Fourier se combinam de forma construtiva no tempo, enquanto
que no sinal original o que ocorre é a combinação de todas as “bordas” dos termos
da Transformada de Fourier para causar a descontinuidade no tempo.
– hz ∗ (t)i = hz(t)i∗
53
3.6. CORRELAÇÃO E DENSIDADE
CAPÍTULO
ESPECTRAL
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
• Se v(t) e w(t) são sinais de potência, o produto escalar deles é hv(t) · w∗ (t)i e serve como
uma medida de similaridade entre eles.
• com igualdade se v(t) = aw(t), com a constante, i.e., sinais são proporcionais.
isto é, o produto escalar de um sinal com o outro conjugado de outro sinal adiantado em
τ → variável independente.
• Versão “aproximada” do produto escalar. Temos também que Rvw (τ = 0) , hv(t) · w∗ (t)i
• Também podemos definir a correlação cruzada para sinais aleatórios de potência. Neste
caso, teríamos, para v(t) e w(t) aleatórios:
• Propriedades:
– |Rvw (τ )|2 ≤ Pv Pw
∗ (−τ )
– Rvw (τ ) = Rvw
• Propriedades F:
– Rv (0) = Pv
– |Rv (τ )| ≤ Rv (0)
– Rv (−τ ) = Rv∗ (τ )
54
3.6. CORRELAÇÃO E DENSIDADE
CAPÍTULO
ESPECTRAL
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
e consequentemente Rz (τ ) = Rv (τ ) + Rw (τ )
A2
z(t) = Acos(2πf0 t + φ) → Rz (τ ) = cos(2πf0 τ ) (3.51)
2
2mπ
i.e., Rz (τ ) é real, par, periódico, tem máximo em τ = 0± , m inteiro, e o máximo
f0
vale Pz .
– A fase φ não aparece em Rz (τ ). Logo, não é possível determinar z(t) a partir de
Rz (τ )
55
3.6. CORRELAÇÃO E DENSIDADE
CAPÍTULO
ESPECTRAL
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
• Uma das consequências é que, se quisermos determinar por quanto um sinal v(t) foi
atrasado, devemos “filtra-lo” por um filtro cuja reposta ao impulso é o complexo conjugado
revertido do sinal. Este filtro é chamado de filtro casado.
• Este método permite o reconhecimento de padrões, como por exemplo o utilizado no GPS
• Assim: Z ∞
Ryx (τ ) = y(t)x∗ (t − τ )dt
Z−∞
∞
= [x(t) ∗ h(t)] · x∗ (t − τ )dt
Z−∞
∞ Z ∞
= h(λ)x(t − λ) · x∗ (t − τ )dλdt
Z−∞ −∞ Z (3.58)
∞ ∞
∗
= h(λ) x(t − λ) · x (t − τ )dtdλ
Z−∞
∞
−∞
= h(λ)Rx (τ − λ)dλ
−∞
= h(τ ) ∗ Rx (τ )
56
3.6. CORRELAÇÃO E DENSIDADE
CAPÍTULO
ESPECTRAL
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
R∞ ∗ (t
• Como Ry (τ ) = −∞ y(t)y − τ )dt, obtemos utilizando um caminho semelhante:
Z ∞ Z ∞
Ry (τ ) = y(t)h∗ (λ)x∗ (t − τ − λ)dλdt
Z−∞
∞
−∞ Z ∞
∗
= h (λ) y(t)x∗ (t − τ − λ)dtdλ
Z−∞
∞
−∞
= h∗ (λ)Ryx (τ + λ)dλ (3.59)
Z−∞
∞
= h∗ (−λ)Ryx (τ − λ)dλ
−∞
∗
= h (−τ ) ∗ Ryx (τ ) = Ry (τ )
• A interpretação física é:
G (f ), f − ∆f < f < f + ∆f
x c c
Gy (f ) 2 2 (3.64)
0, c.c.
57
3.6. CORRELAÇÃO E DENSIDADE
CAPÍTULO
ESPECTRAL
3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
1.0
0.8
0.6
0.4 G
0.2 G
0.0 f
-0.2
-0.4
0 2 4 6 8 10
• A relação inversa é:
Z ∞
Rv (τ ) = F −1 {Gv (f )} , Gv (f )exp(j2πf τ )dτ (3.66)
−∞
• Resultando no par:
Rv (τ ) ↔ Gv (f ) (3.67)
Gv (f ) = |V (f )|2 (3.68)
58
3.7. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
3.7 Exercícios
3.7.1 Exercícios do Livro “Communication Systems 5th Edition”
• Questões conceituais: 3.9, 3.10, 3.12, 3.13, 3.15.
• Problemas: 3.1.1, 3.1.5, 3.1.6, 3.1.9, 3.1.10, 3.1.18, 3.1.19, 3.1.20, 3.2.1, 3.2.4, 3.2.8, 3.4.1,
3.4.2, 3.5.1, 3.5.2, 3.5.5, 3.6.3, 3.6.6, 3.6.13, 3.6.16.
• em qualquer instante, x(t) é uma variável aleatória contínua com distribuição Gaus-
siana.
• a densidade espectral de potência de x(t) é constante e vale Ψ.
O sinal x(t) passa por um filtro passa baixas ideal com frequência de corte B. Na banda
de passagem, o módulo do filtro é 1. O filtro não altera a fase do sinal de entrada. Na
saída do filtro está a variável y(t).
2. Um sistema possui resposta ao impulso h(t) = sinc(t). Este sistema é alimentado por um
sinal de potência x(t) cuja correlação é Rxx (τ ) = δ(τ ). Calcule a densidade espectral de
potência na saída do sistema. Esboce o seu formato. Calcule a potência total na saída do
sistema.
3. Qual é a densidade espectral de potência de uma onda triangular dada pela figura abaixo?
O que aconteceria com este sinal no tempo e em frequência se ele passasse
Z por um filtro
cuja resposta em frequência fosse igual a H(f ) = f ? Se necessário, use: x sin(ax)dx =
sin(ax) x cos(ax) cos(ax) x sin(ax)
Z
− +C , e x cos(ax)dx = + +C
a2 a a2 a
4. Um sinal aleatório de potência n(t) tem autocorrelação igual a δ(τ ). Ele passa por um
filtro passa baixas ideal com frequência de corte W , gerando o sinal z(t).
59
3.7. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
(b) Qual deve ser o valor de ∆t para que Rz (τ = n∆t) seja igual a zero, para n inteiro,
n 6= 0?
(a) Como deve g(t) se comportar em função de f para que o amplificador não cause
distorção de amplitude?
(b) Na hipótese do amplificador não causar distorção de amplitude, descreva um método
para determinar o atraso causado pelo amplificador, dadas as restrições de geração
e observação de sinais.
" ∞ #
X 1
x(t) = Π (t − 2n) − .
n=−∞
2
v(t)
... ...
-1
T=1
60
3.7. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 3. TRANSMISSÃO DE SINAIS, FILTROS
(c) Encontre a equação matemática da saída e esboce o seu formato no tempo quando
a entrada vale x(t) = u(t) · cos(2π · 0.75 · t/t1 ), onde u(t) é a função degrau.
0.5 exp(+j2πt1)
+ +
Entrada exp(-j2πt1) Saída
- +
exp(+j2πt1)
9. Um sinal aleatório Gaussiano n(t) tem média zero e autocorrelação dada por Rn (τ ) = δ(τ ).
Ele passa por um sistema com resposta em frequência Λ (f ), gerando o sinal z(t), onde:
Λ (f ) = max[0, 1 − |f |] (3.72)
Calcule:
61
Capítulo 4
Modulação linear
0.9
0.8
0.7
0.6
|Xbp(f)|
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5
frequencia
Figura 4.1: Espectro de um sinal em banda base genérico com banda W = 0.6Hz.
.
– Em algumas situações poderemos utilizar para análise o sinal tonal, definido como
x(t) = Am · cos(2πfm t), onde Am ≤ 1 e fm < W . Este sinal tem espectro simples.
62
4.1. SINAIS E SISTEMAS EM BANDA PASSANTE
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
onde A1 + A2 + · ≤ 1
1
Xbp (f ) = [X(f − fc ) + X(f + fc )] (4.3)
2
cujo formato está apresentado na figura 4.2
0.9
0.8
0.7
0.6
|Xbp(f)|
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5
frequencia
Figura 4.2: Formato de Xbp (f ) utilizando X(f ) da figura 4.1 e fc = 3Hz. A banda ocupada
vai de fc − W até fc + W
• Como o sinal é real, há simetria Hermitiana em torno da origem, mas não necessariamente
em torno de ±fc (quando não há essa simetria em ±fc , o sinal não é real em banda base,
apenas em passante).
• Isto é, enquanto que o sinal em banda base (lp) tem espectro em torno da origem, o sinal
em banda passante (bp) tem espectro em torno de ±fc .
63
4.1. SINAIS E SISTEMAS EM BANDA PASSANTE
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
(a) 1
0.8
0.6
|Vbb(f)|
0.4
0.2
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
f
(b) 1
0.8
0.6
|V (f)|
bp
0.4
0.2
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
f
Figura 4.3: Formato de Vbp (f ), não simétrico em torno de fc = ±3Hz em (b), e banda base
equivalente em (a). O sinal em (a) não é simétrico, e portanto não é real.
• Assim, há várias possibilidades para escolha de fc , que normalmente é definido pelo con-
texto.
• Um possível sinal BP é:
onde A(t) é um sinal em banda base. Por definição, A(t) é chamado de envoltória do sinal
e φ(t) é a fase do sinal. Tanto envoltória como fase são função do tempo. O seu formato
está mostrado na figura 4.4.
• Também por definição, A(t) ≥ 0. Efeitos de amplitude negativa são absorvidos pela fase
com a adição de ±π quando necessário.
• Podemos decompor vbp (t) em dois termos utilizando as projeções (em verde) do vetor da
figura 4.5 nos dois eixos, resultando em:
64
4.1. SINAIS E SISTEMAS EM BANDA PASSANTE
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
0.5
v (t)
0
bp
-0.5
-1
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
t
Figura 4.4: Formato de um possível vbp (f ), com fc = 3Hz.O intervalo entre cruzamentos de
zero é f1c = T0 . Em tracejado, na parte superior, o valor de |A(t)|.
• LogoF:
• Esta representação possui vantagens para a geração de sinais na prática e para análise
espectral, decompondo Vbp (f ) em:
1 j
Vbp (f ) = [Vi (f − fc ) + Vi (f + fc )] + [Vq (f − fc ) − Vq (f + fc )] (4.8)
2 2
onde vi (t) ↔ Vi (f ) e vq (t) ↔ Vq (f ).
• Para que vbp (t) seja de fato um sinal em banda passante, é necessário que Vi (f ) = Vq (f ) =
0 para |f | > W , i.e., Vbp (f ) é a composição de dois espectros em banda base, um dos quais
sofre um desvio de fase constante (multiplicação por j).
65
4.1. SINAIS E SISTEMAS EM BANDA PASSANTE
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
𝑣𝑏𝑝(𝑡)
f(t)
𝑣𝑞(𝑡)
𝜙(𝑡)
ℜ
𝑣𝑖(𝑡)
Figura 4.5: Representação de vbp (t) no plano complexo. Em verde as projeções nos eixos real e
imaginário. A frequência instantânea f (t) é a derivada de φ(t) em função do tempo.
1
vlp (t) = A(t) · exp(jφ(t)) (4.12)
2
66
4.1. SINAIS E SISTEMAS EM BANDA PASSANTE
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
(a)
xbp(t) hbp(t)
ybp(t)=xbp (t)*hbp (t)
Hbp(f)
Em banda passante
Em banda base
xlp(t) hlp(t)
ylp(t)=xlp (t)*hlp (t)
Hlp(f)
(b)
Figura 4.6: Relação entre sistemas (a) em banda passante e (b) em banda base.
onde:
Hlp (f ) = Hbp (f + fc ) · u(f + fc ) (4.17)
é a função de transferência em banda base equivalente.
• Este método permite entender o que acontece com os sinais equivalentes em banda base.
Permite também eliminar a necessidade de considerar a frequência da portadora para a
análise dos sinais.
• No tempo, teríamos:
• O sinal em banda passante ybp (t) pode ser obtido de ylp (t) a partir da transformação de
banda base para banda passante.
67
4.1. SINAIS E SISTEMAS EM BANDA PASSANTE
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
(a) K K
Φ(f)
f
-fu -fl fl fc fu
(b) K
Φ(fc)
f
fl-fc fu-fc
1 dφ(f )
(4.23)
t1 , − 2π df |f =fc
– Para interpretar estes termos, vamos assumir que o sinal de entrada x(t) tem fase
nula. Logo:
xbp (t) = Ax (t) · cos(2πfc )
(4.24)
xlp (t) = 12 Ax (t)
– Assumindo ainda que Xbp (f ) está contido na banda de passagem, teríamos:
68
4.1. SINAIS E SISTEMAS EM BANDA PASSANTE
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
1.5
1
R
vi(t) vo(t) 0.5
H(f)
0
C
-0.5
-1
-1.5
0 500 1000 1500 2000
f
Figura 4.8: Circuito sintonizado em 1kHz e sua resposta em frequência, com módulo (linha
cheias) e fase (linhas tracejadas), para Q = 1 (preto), 10 (vermelho) e 100 (azul)
1
H(f ) = (4.28)
f fc
1 + jQ fc − f
onde:
1
fc = √
2πqLC
(4.29)
Q= R C L
fc
– A banda de passagem é definida como B = fu − fl = Q.
69
4.2. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM PORTADORA
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
xAM
c (t) = Ac [1 + µx(t)] cos (2πfc t + φc ) (4.32)
70
4.2. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM PORTADORA
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
• Para que a envoltória seja parecida com x(t), é necessário que x(t) ≤ 1 e fc >> W , como
veremos a seguir.
φ(t) = 0
xci (t) = A(t) (4.33)
xcq (t) = 0
• A segunda condição (fc >> W ) do item acima diz que a portadora varia muito mais
rápido do que o sinal.
• Necessariamente este sinal possui simetria Hermitiana, pois xAMc (t) é um sinal em banda
passante real. Logo, é possível determinar X(f ) para f < 0 a partir da definição!ao acima.
– Impulso da portadora em fc ;
– Replicação de X(f ) em torno de fc , o que resulta em bandas laterais simétricas, caso
x(t) seja real.
Impulso
Banda ou Banda ou
lóbulo inferior lóbulo superior
f
fc-W fc+W
fc
71
4.2. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM PORTADORA
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
• Como STAM contém a potência da portadora e das bandas laterais e, em frequência, elas
não se sobrepõem, podemos escrever, quando µ 6= 0:
onde:
• Esta restrição compromete a eficiência do uso da potência disponível deste tipo de modu-
lação. Alternativas mais eficientes neste aspecto são apresentadas a seguir.
xDSB
c (t) = Ac · x(t) · cos(2πfc t) (4.38)
• A banda do sinal é Bt = 2W .
A(t) = Ac · |x(t)|
(
0 para x(t) > 0 (4.39)
φ(t) =
±180o para x(t) < 0
72
4.2. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM PORTADORA
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
• A envoltória do sinal depende então do módulo |x(t)|, e não simplesmente de x(t). Logo,
determinar a envoltória não é equivalente a determinar o sinal.
1
STDSB = 2 · PSB = A2c · Sx (4.40)
2
e isto é válido mesmo que a média de x(t) seja diferente de zero.
• Logo, dado o mesmo Amax , a modulação DSB resulta em quatro vezes mais potência para
as bandas laterais do que a modulação com portadora, sendo assim mais eficiente neste
aspecto, utilizando ainda a mesma banda de 2W .
– Um transmissor possui dois limites: a potência media deve ser ST ≤ 3kW (onde
W = Watts) e A2max ≤ 8kW . O sinal a ser transmitido é uma onda senoidal com
2
amplitude Am = 1, resultando em Sx = A2m = 12 . Qual modulação terá alcance
maior?
– Para a modulação AM com µ = 1, temos considerando a restrição de potência média
F:
PSB = 41 Pc ⇒ Pc = 4PSB
(4.41)
STAM = Pc + 2PSB = 4PSB + 2PSB = 6PSB ≤ 3kW ⇒ PSB ≤ 0.5kW
4
Por exemplo limitado pela tensão de alimentação de um circuito analógico ou pela faixa de sinais representados
através de amostras digitais.
73
4.2. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM PORTADORA
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
• Neste caso teríamos, para a modulação com portadora, o seguinte sinal modulado:
Ac µAm
xAM
c (t) = Ac · cos(2πfc t) + · [cos(2π(fc + fm )t) + cos(2π(fc − fm )t)] (4.44)
2
Ac Am
xDSB
c (t) = · [cos(2π(fc + fm )t) + cos(2π(fc − fm )t)] (4.45)
2
• O espectro destes sinais estão apresentados na figura 4.10.
• Estes espectros permitem gerar uma representação fasorial que é útil para entender o
que aconteceria caso houvesse supressão de uma das bandas laterais, o que será útil nas
próximas seções.
• Por exemplo, o diagrama fasorial de uma modulação AM com portadora por um sinal
tonal tal que Am µ = 32 teria o formato da figura 4.11-(a). Referenciando o diagrama
em relação à frequência fc , teríamos que a amplitude resultante da soma de fasores é
a envoltória. O resultado é sempre um valor real, cuja envoltória vale, como esperado,
Ac [1 + 32 cos(2πfm t)].
• Se o canal causa distorção de amplitude e remove o lóbulo inferior (fasor com frequência
fc − fm , o diagrama fica com o formato da figura 4.11-(b). A soma de fasores não está
contida no eixo real e a envoltória vale:
" 2 # 21
1 1
A(t) = Ac + Ac cos(2πfm t) + Ac sin(2πfm t)
3 3 (4.46)
r
10 2
= Ac + cos(2πfm t)
9 3
• Da equação anterior percebe-se que a distorção de amplitude causada pelo canal altera
distorce a envoltória, que já não depende linearmente da mensagem.
74
4.3. CIRCUITOS CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
(a) (b)
𝐴𝑐 𝐴𝑚
2
𝐴𝑐 𝐴𝑚 𝜇
2
f f
fc-fm fc fc+fm fc-fm fc fc+fm
Figura 4.10: Espectro de modulação tonal para sistemas (a)- com portadora e (b)-sem porta-
dora.
4.3 Circuitos
Tendo em vista as evoluções tecnológicas e a existência de circuitos integrados conversores de
frequência, esta seção do livro é recomendada como leitura opcional aos interessados.
• A modulação DSB elimina a portadora, sendo mais eficiente do ponto de vista de potência,
mas continua utilizando uma banda de transmissão com o dobro do tamanho da banda
da mensagem.
• Reduzir uma das bandas laterais (em torno de fc ) reduziria a banda de transmissão. Há
duas possibilidades:
– SSB (Suppressed Side Band), onde uma das bandas laterais é completamente elimi-
nada.
– VSB (Vestigial Side Banda), onde um vestígio de uma das bandas laterais ainda é
permitido, o que possui vantagens práticas na demodulação.
• Na figura 4.12 é possível analisar as diferenças entre os espectros das modulações: AM,
DSB e SSB.
• Esta modificação é possível pois os sinais anteriores possuíam simetria local em torno de
±fc . Assim, qualquer banda lateral possui a informação necessária para reconstruir a
outra e consequentemente a mensagem transmitida.
75
4.4. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM SUPRESSÃO
CAPÍTULO
DE 4.
BANDA
MODULAÇÃO
LATERALLINEAR
(a) 1
𝜇𝐴
3 𝑚
1 fm
1 -fm
𝜇𝐴
3 𝑚
(b) 1
𝜇𝐴
3 𝑚
fm
1
Figura 4.11: Diagramas fasoriais da modulação AM com portadora (a)-sem distorção e (b)-com
distorção. Em verde o fasor resultante. Ambos os diagramas estão referenciados na frequência
fc .
• O sinal SSB ainda deve ser um sinal real para que possa ser transmitido. Logo, ele possui
simetria Hermitiana, o que define as faixas presentes para f < 0.
STSSB = PSB
(4.47)
BTSSB = W.
• A envoltória deste sinal é constante. Logo, não é possível determinar a mensagem exclu-
sivamente a partir da envoltória.
76
4.4. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM SUPRESSÃO
CAPÍTULO
DE 4.
BANDA
MODULAÇÃO
LATERALLINEAR
Figura 4.12: Comparação entre os espectros da modulação AM com portadora (a), DSB (b) e
USB (c)
• Definimos a saída do filtro em banda passante (e sinal SSB) como sendo ybp (t) = xSSB
c (t).
• O filtro passa faixas, em banda passante, tem o formato da figura 4.14-(a), com equiva-
lente em banda base apresentado na figura 4.14-(b). O filtro em banda base não é real.
Matematicamente, teríamos5 :
Hlp (f ) = Hbp (f + fc ) · u(f + fc )
(
u(f ) − u(f − W ) para USB
=
u(f + W ) − u(f ) para LSB (4.51)
(
1
(1 ± sgn(f )) para |f | ≤ W
= 2
0 caso contrário
1
ylp (t) = F −1 {Ylp (f )} = Ac [xlp (t) ± j x
blp (t)] (4.53)
4
onde x
blp (t) é a Transformada de Hilbert de xlp (t)
5
É importante saber exatamente qual é o valor de fc utilizado para a conversão de banda passante para banda
base. Este valor fica na "‘borda"’ direita (LSB) ou esquerda (USB) do filtro, e não no meio dele
77
4.4. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM SUPRESSÃO
CAPÍTULO
DE 4.
BANDA
MODULAÇÃO
LATERALLINEAR
Modulador Filtro passa
DSB faixas
Figura 4.13: Modulador SSB obtido pela concatenação de um modulador DSB com um filtro
passa faixas.
• Para obtermos o sinal em banda passante, utilizamos a conversão de banda base para
banda passante, o que resulta em:
1
ybp (t) = xSSB
c (t) = Ac [x(t) · cos(2πfc t) ∓ x
b(t) · sin(2πfc t)] (4.54)
2
que é o sinal SSB desejado, sendo o sinal − para a modulação USB e o sinal + para a
modulação LSB.
• Um filtro real atenuará de forma não perfeita a banda não desejada, o que pode ser
aceitável dentro dos requisitos do sistema.
• Muitos sinais práticos não contém o nível DC, o que flexibiliza a frequência de corte do
filtro passa faixas.
• Por exemplo, o sinal com espectro da figura 4.15 possui uma região de transição entre
fc − β até fc + β.
• Desta forma, o filtro também pode transitar da faixa de passagens para a faixa de rejeição
(onde o ganho é zero) mais suavemente.
78
4.4. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM SUPRESSÃO
CAPÍTULO
DE 4.
BANDA
MODULAÇÃO
LATERALLINEAR
(a)
f
-(fc+W) -fc fc fc+W
(b)
f
0 W
Figura 4.14: Módulo do filtro passa faixas para geração do sinal SSB, representado em (a)-em
banda passante e (b)- em banda base equivalente. Em particular, este filtro gerará a variante
USB.
79
4.4. MODULAÇÃO EM AMPLITUDE COM SUPRESSÃO
CAPÍTULO
DE 4.
BANDA
MODULAÇÃO
LATERALLINEAR
Ganho do Filtro
Região de transição
f
fc-W fc - f+
c f+W
c
fc
Figura 4.15: Sinal (em azul) com região de transição com largura 2β. O ganho de amplitude
do filtro, em verde, decai de forma mais suave nesta região do que no caso ideal, o que pode
facilitar a sua implementação
• Não é fácil determinar a potência transmitida de um sinal VSB, mas sabemos que pro-
vavelmente deve ser maior que a modulação SSB e menor do que a modulação DSB,
dependendo do valor de β. Assim:
1 2 1
Ac SX ≤ STV SB ≤ A2c SX (4.60)
4 2
• A modulação VSB como apresentada foi obtida pela passagem de um sinal DSB por
um filtro específico. Nada impede que um sinal AM (com portadora) sepassadoada pelo
mesmo filtro, o que resultaria em um sinal com portadora atenuada, denominado VSB+C
(C de carrier).
xcV SB+C (t) = Ac {[1 + µx(t)] · cos(2πfc t) − µxq (t) · sin(2πfc t)} (4.61)
80
4.5. CONVERSÃO EM FREQUÊNCIA E DEMODULAÇÃO
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
X
cos(2 fc t)
~ _
x(t) +
SSB
xc (t)
-90
Hq(f) X
• Se o valor de µ não for muito grande e β for relativamente pequeno, o segundo termo
acima causaria apenas uma pequena distorção, o que pode ser tolerável. Desta forma, a
envoltória do sinal VSB+C seria aproximadamente linear em relação ao sinal, permitindo
assim a detecção por envoltória.
81
4.5. CONVERSÃO EM FREQUÊNCIA E DEMODULAÇÃO
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
f
fc-β fc fc+β fc-β fc+β
fc
(a) (b)
Figura 4.17: (a) Filtro utilizado para gerar sinal VSB e (b) filtro VSB
– Síncrona
– Assíncrona.
• A conversão em frequência, por sua vez, desloca o espectro de um sinal já modulado para
outra faixa de frequências, não necessariamente para em torno de f = 0.
• Esta conversão pode ser útil por exemplo para a utilização de circuitos com características
espectrais específicas, como por exemplo amplificadores, osciladores e filtros6 . Também
pode ser útil para demodulação.
• O nome do dispositivo que realiza este tipo de conversão se chama conversor de frequência,
mixer, upconverter ou downconverter.
6
Relembrando, filtros passa faixa analógicos normalmente tem faixa de passagem entre 1% e 10% da frequência
central.
82
4.5. CONVERSÃO EM FREQUÊNCIA E DEMODULAÇÃO
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
• Devido á necessidade de uma grande taxa de amostragem para representar sinais com
bandas altas, esta conversão normalmente é feita de forma analógica.
Oscilador Local
cos(2π𝑓2 t)
4GHz
~ 2GHz
6GHz
4 GHz X 6 GHz
Figura 4.19: Método para converter dois sinais ao mesmo tempo, evitando interferências na
transmissão ou no circuito, utilizando um único oscilador.
83
4.5. CONVERSÃO EM FREQUÊNCIA E DEMODULAÇÃO
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
LPF
xc(t) X yD(t)
B=W
Oscilador Local
ALOcos(2πfct+ϕLO)
• Para analisar o seu funcionamento, definimos o sinal modulado abaixo, que pode repre-
sentar qualquer das modulações vistas neste capítulo:
• Este método também funcionaria para a modulação VSB, como visualizado na figura 4.21
• Este método parece fácil mas exige o conhecimento de duas grandezas não disponíveis
na recepção: a frequência central e a fase exata do sinal recebido. Determinar estas va-
riáveis é difícil, em particular para os casos SSB e VSB. Soluções como PLL e Costas
Loop são utilizadas, o que adiciona complexidade no receptor. Um esquema que introduz
um mecanismo genérico de sincronismo está na figura 4.22. O sincronismo é extrema-
mente importante na transmissão de dados digitais: a sua ausência pode inviabilizar a
comunicação.
84
4.5. CONVERSÃO EM FREQUÊNCIA E DEMODULAÇÃO
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
Sinal SSB
f
-2fc -fc f=0 fc 2fc
Figura 4.21: Visualização do processo de demodulação para sinais VSB, utilizando demodulação
síncrona. A combinação das duas partes em torno de f = 0 se complementam pois Hβ (f ) =
−Hβ (−f )
• Se φ0 = 0 temos:
KD
yD (t) = [cos(2πt[fm + f 0 ]) + cos(2πt[fm − f 0 ])] (4.70)
2
isto é, o sinal recebido será semelhante a um instrumento sendo afinado (como por exemplo
um violino ou guitarra). Para f 0 pequeno, o sinal desaparecerá e reaparecerá no tempo, na
medida em que os dois cossenos acima se combinam de forma aproximadamente destrutiva
ou construtiva.
• Se f 0 = 0 temos:
yD (t) = KD cos(2πfm t) · cos(φ0 ) (4.71)
85
4.5. CONVERSÃO EM FREQUÊNCIA E DEMODULAÇÃO
CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
isto é, o erro de fase atenua o sinal. No caso extremo quando φ0 = ±π, o sinal desaparecerá
por completo.
• Para o caso SSB ou VSB, um erro de estimação de frequência causará um desvio constante
de frequência. Se houver vários tons em harmonia entre si, o deslocamento constante
causará uma desafinação. Subjetivamente, erros de até 10Hz são toleráveis, dependendo
da sensibilidade de um ouvinte, por exemplo.
• Um erro de fase causaria, para SSB ou VSB, distorção de fase. Dentro de limites, esta
distorção pode ser aceitável.
• Um detector simples está apresentado na figura 4.23, que nada mais é do que um circuito
retificador concatenado com dois filtros, um passa baixas e outro passa altas.
Diodo retificador
Filtro Filtro
Passa Baixa Passa Alta
Figura 4.23: Circuito detector de envoltória simples. Um circuito melhor utilizaria um retifica-
dor de onda completa.
• Se W << R11C1 << fc , o filtro passa baixas só responde a variações na envoltória do sinal
de entrada.
• Apesar do diodo ser um elemento não linear, este detector de envoltória é chamado de
linear pois a saída depende linearmente da envoltória do sinal de entrada.
• Modulações DSB e SSB também poderiam ser detectados utilizando este detector, desde
que a portadora seja reintroduzida. Isto, entretanto, exige o conhecimento exato da fase
e frequência do sinal de entrada, não eliminando portanto a necessidade de sincronismo.
• Este circuito retificador está presente em vários equipamentos que não desejam receber
sinais AM. Por conta disso é que há interferência.
86
4.6. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
• O detector de envoltória também pode ser utilizado para o controle automático de ganho,
se o nível do sinal variar lentamente.
2
xc (t)
AM 0
-1
-2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
1.5
|xc (t)|
1
AM
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
1
Envoltória - média
0.5
-0.5
-1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Figura 4.24: Visualização do processo de demodulação assíncrona para sinais AM, no tempo
4.6 Exercícios
4.6.1 Exercícios sugeridos do livro “Communication Systems 5th Edition”
• Questões conceituais: 4.1, 4.2, 4.4, 4.5, 4.6, 4.7, 4.8, 4.9, 4.10, 4.15.
• Problemas: 4.1.1, 4.1.4, 4.1.6, 4.1.12, 4.1.15, 4.2.1, 4.2.2, 4.2.4, 4.2.6, 4.2.9, 4.2.11, 4.4.1,
4.4.2, 4.4.4, 4.4.9, 4.4.13, 4.4.13, 4.5.1, 4.5.6, 4.5.7, 4.5.10, 4.5.11.
Desejamos transmitir estes dois sinais em uma faixa contínua do espectro com início em
2M Hz. Para isto dispomos do circuito da figura 4.25. Podemos escolher os valores de f1 ,
f2 e os filtros passa faixas (FPF) 1 e 2. Determine estas variáveis para que o objetivo seja
cumprido. Explique resumidamente o funcionamento.
87
4.6. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
é µ. Este sinal passa por um filtro H(f ) com a seguinte resposta em frequência:
0.25
|f | < fc
H(f ) = 0.5 |f | = fc (4.72)
0.75 |f | > f
c
cos(2πf1t) cos(2πf2t)
3. Um sinal em banda passante é xbp (t) tem equivalente em banda base xlp (t). Mostre que:
1 j
xlp (t) = [xbp (t)·cos(2πfc t)+ x
d bp (t)·sin(2πfc t)]+ [x
d bp (t)·cos(2πfc t)−xbp (t)·sin(2πfc t)]
2 2
(4.73)
onde x b(t) é a Transformada de Hilbert de x(t). Sugestão: não faça isso no domínio do
tempo.
88
4.6. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
6. O sinal x(t) abaixo passa por um sistema cuja resposta em frequência equivalente em
banda base é HBB (f ) = f . Encontre a saída do sistema em banda base e em banda
passante, utilizando fc = 1000Hz.
7. Um amplificador tem dois limites: a potência média do sinal de saída deve ser inferior a
1W e a potência de pico do sinal de saida deve ser inferior a 2W. Desejamos transmitir
uma das três modulações AM:
A mensagem x(t) a ser transmitida é sempre tonal. Calcule o valor da potência média
do sinal para cada uma das três modulações e indique qual é o fator limitante para esta
potência.
8. Um transmissor possui dois limites: a potência média transmitida deve ser menor ou
igual a 1W e a potência instantânea máxima deve ser menor ou igual a 2W. Desejamos
transmitir um sinal AM-DSB com portadora. O índice de modulação é µ = 0.9. A
mensagem transmitida é x(t), que pode assumir valores iguais a 1 ou -1. Ests valores se
alternam no tempo em instanets aleatórios
9. Um sinal em banda passante vale xc (t) = cos(2π · 99kHz · t) + cos(2π · 101kHz · t).
10. Deseja-se transmitir um sinal x(t) com potência Sx = 1 e com banda de transmissão W .
Há duas alternativas:
11. Um sinal AM-DSB sem portadora utiliza uma frequência de portadora igual a 1MHz.
A mensagem transmitida x(t) tem banda de 20kHz(em banda base). Há uma forma
recuperar a mensagem x(t) a partir do sinal modulado amostrando idealmente o sinal
modulado com frequência de amostragem fs e posteriormente filtrando com um filtro
passa baixas com frequência de corte em 20kHz. Determine o menor valor de fs para que
este método funcione e explique com cerca de cinco linhas (com tamanho de letra regular)
como isto é possível. Equações e diagramas não contabilizam para as 5 linhas.
12. O sinal x(t) é uma função periódica com período fundamental T0 , real, com simetria par,
com potência média finita e transformada de Fourier (no limite) X(f ). A transformada
de Hilbert de x(t) é x
e(t).
89
4.6. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 4. MODULAÇÃO LINEAR
13. Desejamos transmitir um sinal tonal x(t) = Am cos (2πfm t) através da modulação VSB
(superior). A frequência da portadora é fc e a sua amplitude é Ac = 1. O filtro Hβ (f )
vale −0.25 para −2fm < f < 0 e 0.25 para 0 < f < 2fm . As respostas podem ser deixadas
em função de Am , fm e fc , exceto no último item
14. Você possui um número infinito de dispositivos que realizam produtos ou somas de sinais
no tempo. Você possui somente três filtros que podem ser configurados como desejados.
Estes três filtros podem ser distribuídos nos dois itens da pergunta, mas o total geral deve
ser menor ou igual a três. Você possui um número infinito de osciladores, mas todos eles
oscilam com frequência de 500kHz. Desejamos transmitir um sinal x(t) cujo conteúdo
espectral está limitado em 10kHz. Utilizando o que está disponível, responda os itens
abaixo.
(a) Gere um sinal USB cuja portadora é 1M Hz. Descreva o seu circuito.
(b) Converta o sinal gerado no item anterior para um sinal DSB cuja portadora é 500kHz.
Descreva o seu circuito.
90
Capítulo 5
• Genericamente, um sinal com envoltória constante e fase variável teria a seguinte expres-
são:
xc (t) = Ac · cos(2πfc t + φ(t)) (5.2)
que dá origem ao nome modulação exponencial, que é considerada uma modulação linear.
• No caso da modulação em fase (PM-Phase Modulation), o valor de φ(t) vale
• O diagrama fasorial deste sinal está mostrado na figura 5.1. A velocidade de rotação do
fasor não é constante. O ângulo total é a soma da rotação 2πfc t mais φ(t).
• Assim como a velocidade linear de um objeto é a variação de posição de um objeto em
uma reta, a velocidade angular é a variação do ângulo. Matematicamente:
1 1 dθc (t) 1 dφ(t)
f (t) = ω(t) , = fc + (5.7)
2π 2π dt 2π dt
91
5.1. MODULAÇÃO EM FASE
CAPÍTULO
E EM FREQUÊNCIA
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
A ϕ(t)
f(t) 2πfct
Figura 5.1: Diagrama fasorial de um sinal com modulação FM/PM. Em vermelho a projeção
do fasor no eixo real.
• A função f (t) é a frequência instantânea de rotação. Embora a sua unidade seja Hz, o
seu valor não se equivale ao f encontrado no espectro, como veremos em breve.
onde f∆ é o maior desvio de frequência instantânea do sinal e deve ser menor do que fc
para que f (t) ≥ 0, ∀t.
onde a fase inicial vale φ(t0 ). Assumiremos por simplicidade que ela vale zero no instante
t = 0.
• Se x(t) tiver um nível DC diferente de zero, a integral divergirá. Na prática isto equivale
a um desvio de frequência constante que pode sere incorporado a fc .
• As modulações PM e FM são muito parecidas. Uma pode ser obtida a partir da outra
com o uso de integradores ou derivadores, como mostra a tabela 5.1.
92
5.1. MODULAÇÃO EM FASE
CAPÍTULO
E EM FREQUÊNCIA
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
Tabela 5.1:
A2c
• Em ambos os casos a amplitude do sinal é constante, o que permite afirmar que ST = 2 F.
• O sinal xc (t) vale zero de forma não periódica. Se fc for grande o suficiente, a informação
sobre frequência instantânea pode ser obtida exclusivamente a partir dos cruzamentos de
zero. Esta propriedade será utilizada futuramente na demodulação de sinais modulados
em fase.
• Utilizando a série de Taylor das funções seno e cosseno, escrevemos, com base no diagrama
fasorial referenciado em fc :
h i
1 2
xci (t) = Ac cos(φ(t)) = Ac 1 − 2! φ (t) + · · ·
h i (5.13)
xcq (t) = Ac sin(φ(t)) = Ac φ(t) − 3!1 φ3 (t) + · · ·
• Supondo que |φ(t)| << 1 (radiano), temos que xci (t) ≈ Ac e xcq (t) ≈ Ac φ(t). A condição
sobre φ(t) caracteriza a modulação de faixa estreita (narrowband).
• Nestas condições:
• Para a modulação PM, Φ(f ) = φ∆ X(f ). Para FM, Φ(f ) = − jf∆ fX(f ) . Logo, a banda do
sinal modulado será de aproximadamente 2W , onde W é a banda de x(t).
1 f
• Exemplo: quando o sinal de entrada é x(t) = sinc(2W t), temos que X(f ) = 2W Π 2W .
Logo, o espectro de xc (t) para sinais PM e FM seriam aqueles da figura 5.2-(a) e (b),
respectivamente.
93
5.1. MODULAÇÃO EM FASE
CAPÍTULO
E EM FREQUÊNCIA
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
(a) (b)
Figura 5.2: Espectros resultantes da modulação (a)-PM e (b)-FM de faixa estreita, quando a
mensagem é uma sinc.
• Para que a modulação seja considerada de faixa estreita, necessitamos que β << 1. Neste
caso, o sinal modulado fica:
• Um fasor com frequência relativa negativa é que garante que a envoltória do sinal é cons-
tante.
• Embora xc (t) não seja periódico em t, tanto cos(φ(t)) quanto sin(φ(t)) são periódicos,
pois, por exemplo, cos(φ(t)) = cos(β · sin(2πfm t)). Logo, eles possuem podem ser escritos
como uma série de Fourier, dada por:
∞
X
cos(β · sin(2πfm t)) = J0 (β) + 2 · Jn (β) · cos(2πnfm t)
n par
∞
X (5.19)
sin(β · sin(2πfm t)) = 2 · Jn (β) · sin(2πnfm t)
n ímpar
94
5.1. MODULAÇÃO EM FASE
CAPÍTULO
E EM FREQUÊNCIA
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
(a) (b)
𝐴𝑐 𝛽
𝐴𝑐 𝛽
2
2
𝐴(𝑡) -fm
fm
fc-W 𝐴𝑐
f
fc fc+W
𝐴𝑐 𝛽
2
• Substituindo estes valores em xc (t) chegamos na conclusão que o sinal modulado contém,
além da portadora, um número infinito de senoides separadas igualmente de fm , como
mostra a equação abaixo:
∞
X
xc (t) = Ac Jn (β) cos(ωc + nωm )t (5.21)
n=−∞
• Podemos desenhar Jn (β) em função de β, para vários n, como mostrado na figura 5.4-(a)
e (b)-em função de βn . Uma interpretação das figuras é a seguinte:
95
5.1. MODULAÇÃO EM FASE
CAPÍTULO
E EM FREQUÊNCIA
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
1 0.8
n=0 =1
n=1 =2
n=2
0.6
=5
n=5 = 10
n = 10
0.5 0.4
J ()
J ()
0.2
n
n
0 0
-0.2
-0.5 -0.4
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
n
-
onde φ(t) = βsin(2πfm t). A amplitude e fase deste sinal podem ser aproximadas1 :
p
A(t) = 2 + (βsin(2πf t))2
A"
c m #
β2 β2
≈ Ac 1 + − cos(4πfm t)
h
4 4 i (5.23)
Ac βsin(2πfm t)
φ(t) = arctan Ac
≈ β · sin(2πfm t)
• Embora a fase tenha o valor desejado, a amplitude não. Ela deveria ser constante mas
não é.
96
5.2. BANDA DE TRANSMISSÃO
CAPÍTULO
E DISTORÇÃO
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
• Para corrigir esta nova distorção na fase, adicionaríamos senoides em fc ± 3fm , o que
novamente causaria distorção em amplitude(menor do que a distorção original), e assim
suscetivamente.
• Logo, para haver nenhuma distorção em fase e em amplitude ao mesmo tempo, precisamos
adicionar termos em fc ± nfm indefinidamente.
• Os termos de ordem ímpar causam modulação em frequência por gerar o termo em qua-
dratura com a portadora, enquanto que os termos de ordem par corrigem a distorção em
amplitude por estarem em fase com a portadora.
• Na prática, sistemas FM possuem banda finita e funcionam bem, mesmo que isto resulte
em uma pequena distorção causada pela eliminação de parte do espectro ideal.
• Há resultados empíricos.
• Retornando à figura Jn (β) × βn , observamos que o valor de Jn (β) cresce rápido quando
| βn | << 1, especialmente se β >> 1.
• Logo, |Jn (β)| é significante se |n| << β, isto é, o conteúdo espectral significante está entre
os índices ±β.
• Para obter o equivalente em frequência, lembramos que na modulação FM, temos que
β = Am · ffm
∆
. Logo:
A m f∆
W = n · fm = β · fm = fm · fm = Am · f∆ (5.24)
• Esta conclusão coincide com a intuição que a energia de um sinal FM estaria na frequência
instantânea, e esta varia entre fc ± Am · f∆ .
• Por outro lado, se J0 (β) >> Jn6=0 (β)∀n, então todas as linhas laterais são relativamente
pequenos em relação à linha em fc . Isto acontece se β << 1.
97
5.2. BANDA DE TRANSMISSÃO
CAPÍTULO
E DISTORÇÃO
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
Figura 5.5: Formato da função M (β) para = 0.01 e = 0.1 (linhas cheias) e aproximação(linha
tracejada).
• Empiricamente, = 0.01 é conservador, enquanto que = 0.1 pode ser aceitável mas
causa distorção perceptível.
• O valor de M (β) depende de β que, por sua vez, é inversamente proporcional a fm .
Por outro lado, B da equação acima depende linearmente de fm . Logo, a maior banda
"‘instantânea"’ ocupada por um sinal depende de alguma forma de fm < W . O seu valor
máximo seria a banda de fato do sinal modulado. Usando a aproximação para M (β),
chegamos a :
Am f∆ )
B ≈ 2(β + 2) · fm = 2 · + · fm = 2(Am f∆ + 2fm ) (5.26)
fm
2
Esta aproximação considera, por exemplo, que a modulação de um sinal FM composto por duas senoides
ocuparia a banda 2Am · fmax , onde fmax é a frequência da senoide mais rápida, ignorando a não linearidade
existente nessa modulação
98
5.2. BANDA DE TRANSMISSÃO
CAPÍTULO
E DISTORÇÃO
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
f∆
• Isto acontece com o valor β ∗ = W, que não é o maior de β, mas sim o valor que maximiza
a banda.
• Qualquer sinal suave com Am < 1 e fm < W necessitará de uma banda menor.
• Pare resolver de forma parcial este problema, definimos a razão de desvio, também co-
nhecido como índice de modulação:
f∆
D, (5.28)
W
• Estes resultados podem ser combinados em uma única expressão que assintoticamente
assume os valores acima:
• A regra de Carson é uma boa estimativa de banda para D << 2 e D >> 10. Entretanto,
na região 2 < D < 20, a regra de Carson subestima a banda necessária, empiricamente.
• Para modulação de faixa estreita, a regra de Carson superestima a banda necessária, pois
D + 1 > 1.
99
5.2. BANDA DE TRANSMISSÃO
CAPÍTULO
E DISTORÇÃO
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
• Exemplo: FM comercial
• O problema pode ser modulado como um canal com entrada xc (t), resposta H(f ) e saída
yc (t), onde:
xc (t) = Ac <{exp(2πfc t + φ(t)} (5.33)
• Há problemas: operações Xlp (f ) = F{xlp (t)} e ylp (t) = F[Ylp (f )] são complicadas e
exigem análise numérica. Casos particulares podem ser analisados.
• Por exemplo, o sistema da figura 5.6 com resposta em amplitude e em fase linear teria a
seguinte transformada de Fourier:
K1
Hlp (f ) = H(f + fc ) · u(f + fc ) = K0 + f · exp[j(−2πto fc − 2πt1 f )], (5.38)
fc
resultando em:
K1
Ylp (f ) = K0 exp(−j2πfc to )[Xlp (f )·exp(−j2πt1 f )]+ exp(−j2πfc t)·[(j2πf )·Xlp (f )·exp(−j2πt1 f )]
j2πfc
(5.39)
100
5.2. BANDA DE TRANSMISSÃO
CAPÍTULO
E DISTORÇÃO
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
Linear com
K0 𝐾
coeficiente 1
𝑓1
f
fc
-2πft0
arg[H(f)]=exp(-j2πft1)
• Aparecem os termos:
K1 dx(t − t1 )
ylp (t) = K0 exp(−j2πfc t0 ) · xlp (t − t1 ) + exp(−j2πfc t0 ) (5.40)
j2πfc dt
1 K1 j dφ(t − t1 )
ylp (t) = Kd exp[−j2πfc t0 ]· Ac exp(jφ(t − t1 )) + exp[−j2πfc t0 ] Ac exp(jφ(t−t1 ))
2 j2πfc 2 dt
(5.42)
onde:
K1 dφ(t − t1 )
A(t) = Ac Kd + (5.44)
2πfc dt
3
Mantemos o j para mostrar que ele se cancelará
101
5.2. BANDA DE TRANSMISSÃO
CAPÍTULO
E DISTORÇÃO
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
dφ(t−t1 )
• Para sinais FM, temos a relação dt 2πf∆ x(t). Neste caso:
f
A(t) = Ac Kd + K1 ∆ x(t) (5.45)
fc
• Pela última equação percebe-se que, quando o sinal FM passa por um sistema com a
resposta em frequência definida, o sinal resultante será, além de modulado em frequência,
também modulado em amplitude.
• Este processo é chamado de conversão FM-AM.Um detector de envoltória poderia ser uti-
lizado para recuperar a mensagem, pois este detector é insensível a variações na frequência
da portadora de modulações AM.
K1 f∆
• A modulação em amplitude teria índice d emodulação µ = Kd fc .
• Não há maiores problemas neste método a não ser que a distorção causada pelo sistema
cause distorção de fase do sinal, que é onde está a informação.
• Se a amplitude de T [vin (t)] varia com o tempo, os coeficientes an também variarão. Por
outro lado, se esta amplitude não varia com o tempo, os coeficientes serão constantes.
Neste caso, o sinal de saída é:
vout (t) = |2a1 |cos(2πfc t + φ(t) + arg(a1 )) + |2a2 |cos(4πfc t + 2φ(t) + arg(a1 )) + · · · (5.47)
• Pela expressão acima percebe-se que a distorção não linear gera modulações FM adicionais
em harmônicos da frequência central, com amplitudes constantes |2an | e modulação em
fase por nφ(t), mas uma fase constante.
• Se estas modulações não se sobreporem significantemente no espectro, o primeiro termo
do somatório acima poderia ser isolado utilizando um filtro passa faixas centrado em fc .
4
Omitimos t em θc (t) para facilitar o entendimento da periodicidade de vout (t) em relação a θc (t).
102
5.2. BANDA DE TRANSMISSÃO
CAPÍTULO
E DISTORÇÃO
5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
Sem memória
(limitador)
Figura 5.7: Limitador implementado com função sign().
• Um elemento não linear que tornaria a amplitude constante seria um limitador ideal,
também conhecido como clipper (figura 5.7. A relação entre entrada e saída é, em função
de θc , é: (
v0 − π2 < φ < π2
vout = (5.48)
−v0 π2 < φ < 3π 2
Vin
0 t
Vout
-1
-2
0 2 4 6 8 10
• Mesmo filtrando, o primeiro termo contém mais do que 80% da potência do sinal F.
• Amplificadores não lineares podem, pelo meso raciocínio, serem utilizados para gerar sinais
FM com grande eficiência em potência.
103
5.3. GERAÇÃO E DETECÇÃO
CAPÍTULO
DE SINAIS
5. MODULAÇÃO
FM ANGULAR OU EXPONENCIAL.
• O mesmo método também pode ser utilizado para corrigir pequenas variações na ampli-
tude do sinal no momento da recepção.
• Em um VCO, o sinal de saída é uma senoide cuja frequência varia instantaneamente com o
nível do sinal de entrada. Pode haver um termo constante, de modo que f (t) = fc +k·x(t),
onde x(t) é o nível de entrada e k é uma constante.
FM PM
(a) (b)
Modulador
𝑑
x(t) VCO xc(t) x(t) VCO xc(t)
𝑑𝑡
(c) (d)
Demodulador
𝑑 𝑑 𝑑
xc(t) ENV x(t) xc(t) ENV xc(t)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
– Conversor FM-AM
– Discriminador de variação de fase
– Detector de cruzamentos de zero.
• Como visto nas seções anteriores, um sistema cuja resposta em frequência tenha módulo
linear em frequência pode causar esta conversão.
• Outros dispositivos podem realizar esta operação, desde que de alguma forma a derivada
do sinal apareça.
104
5.3. GERAÇÃO E DETECÇÃO
CAPÍTULO
DE SINAIS
5. MODULAÇÃO
FM ANGULAR OU EXPONENCIAL.
𝑑 Remove
xc(t) Limitador FPF ENV KDx(t)
𝑑𝑡 DC
105
5.3. GERAÇÃO E DETECÇÃO
CAPÍTULO
DE SINAIS
5. MODULAÇÃO
FM ANGULAR OU EXPONENCIAL.
• Um atraso pode ser obtido através de uma linha de atraso. Utilizando a aproximação
sin(x) ≈ x para x pequeno, podemos utilizar o diagrama da figura 5.11.
𝑡
Circuito 1
xc(t) Limitador Remove DC KDfΔx(t)
Monoestável 𝑇 𝑡−𝑇
0.8 xc(t)
0.6
sgn(xc(t))
0.4
Pulsos
0.2
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
106
5.4. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
– Um eliminador de nível DC
• Nesta janela de tempo, teremos nT ≈ T · f (t) cruzamentos de zero no intervalo, que serão
contados pelo integrador janelado, resultado em:
Z t
1 1
v(λ)dλ = Aτ ≈ Aτ f (t) (5.54)
T t−T nt
• Detectores comerciais apresentam erro de demodulação menor do que 0.1% para valores
de fc entre 1Hz e 10M Hz.
• Utilizando um divisor por L (que emite um pulso a cada L pulsos recebidos), a faixa de
operação (e o erro) de um detector aumenta por L.
• A vantagem deste tipo de detector é que eles são facilmente implementáveis em circuitos
digitais.
5.4 Exercícios
5.4.1 Exercícios do livro “Communication Systems 5th Edition”
• Questões conceituais: 5.1, 5.2, 5.3, 5.4, 5.5, 5.7, 5.9, 5.12, 5.13.
• Problemas: 5.1.1, 5.1.4, 5.1.8, 5.1.12, 5.1.15, 5.1.17, 5.2.1, 5.2.3, 5.2.5, 5.2.8, 5.2.9, 5.2.16,
5.3.10.
(a) Como deve g(t) se comportar em função de f para que o amplificador não cause
distorção de amplitude?
(b) Na hipótese do amplificador não causar distorção em amplitude, descreva um método
para determinar o atraso causado pelo amplificador, dadas as restrições de geração
e observação de sinais.
2. Considere uma modulação FM transmitindo uma mensagem tonal cuja frequência é in-
variante a cada transmissão. A mensagem tem frequência fm ≤ W . A amplitude da
mensagem é semptaconsatente e vale Am . O valor de β é escolhido de forma que a modu-
lação não seja de faixa estreita. Um engenheiro quer reduzir a banda deste sinal utilizando
um filtro passa faixas perto de (mas não necessariamente centrado em) fc , após a gera-
ção do sinal FM. Como deve ser este filtro para que seja sempre possível recuperar a
mensagem? Justifique.
107
5.4. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
3. Há dois sistemas:
(a) Encontre o valor de fc para que o sistema FM interfira no sistema AM de tal forma
que a influência de fc esteja localizada em 300MHz
(b) Considerando que fc satisfaz o item anterior, encontre justificadamente fm e f∆
para que o sistema FM cause interferência, além de em 300MHz, nas frequências
resultantes da modulação AM como descrito. Caso não seja possível determinar o
valor exato de uma das variáveis, estime o seu valor.5
(c) Qual seria a banda de transmissão prática do sistema com os parâmetros da resposta
do item anterior caso um amplificador linear fosse utilizado? O que esta banda de
transmissão representa?
(a) Dado yc (t), preencha na sua folha de respostas os blocos não determinados.
5. Há dois sistemas FM com frequência central fc = 100M hz, mesma potência de transmissão
e modulação tonal por x(t) = sin(2πfm t). Os parâmetros são:
7. Qual dos dois sistemas abaixo potencialmente ocupa uma banda maior? Por banda consi-
dere aquela que contém 99% da potência do sinal. Considere que a mensagem transmitida
ocupa uma faixa de no máximo 1kHz e frequência central de 1M Hz
• FM com f∆ = 1kHz;
• PM com φ∆ = π2 .
5
Este é um exemplo onde uma rádio FM pirata com um amplificador não regulamentado pode interferir
prejudicialmente com um sistema de auxílio ao pouso de aeronaves
108
5.4. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
• µ = 0.5 e f∆ = 0Hz;
• µ = 0 e f∆ = 2000Hz;
• µ = 1 e f∆ = 2000Hz;
Apresente valores numéricos importantes para amplitudes e frequências nos três casos.
(a) Calcule a potência total consumida. Assuma que somente o amplificador consome
potência.
(b) Calcule a potência do sinal transmitido, isto é, após o filtro passa faixas.
(c) Calcule a eficiência total do sistema, com base nos itens anteriores.
11. Encontre a banda do sinal FM que contém 90% e 95% da potência total do sinal modulado.
A mensagem transmitida é x(t) = 2cos(2π100t). O parâmetro f∆ vale 100.
109
5.4. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 5. MODULAÇÃO ANGULAR OU EXPONENCIAL.
110
Capítulo 6
6.1 Introdução
• Uma senóide é definida pela sua frequência, amplitude e fase. Nos capítulos anteriores
vimos como podemos modificar estas variáveis para carregar informação.
• A grande diferença entre as modulações acima e seu equivalente por pulso é que um
único pulso pode carregar somente um único valor por grandeza, ou seja, ele carrega uma
amostra do sinal.
6.2 Amostragem
• Definimos x(t) como um sinal contínuo no tempo com banda W .
onde Ts = f1s é o intervalo entre instantes de amostragem. Este sinal pode ser visto como
um trem de amostras. Embora ele seja contínuo no tempo, ele só possui os valores de x(t)
nos instantes kTs , para k inteiro, ou seja, amostras de x(t).
111
6.2. AMOSTRAGEM CAPÍTULO 6. AMOSTRAGEM E MODULAÇÃO DE PULSOS
• Logo, no limite:
1
sδ (t) = lim s(t)
τ∞
τ →0
X fs τ sinc(nfs τ )
= lim 2 cos(2πnfs t)
τ →0
n=0
τ
∞
X
= lim 2fs sinc(nfs τ )cos(2πnfs t) (6.4)
τ →0
n=0
X∞
= 2fs lim [sinc(nfs τ )]cos(2πnfs t)
τ →0
n=0
X∞
= 2fs cos(2πnfs t)
n=0
cujo espectro é:
∞
X
Sδ (f ) = fs δ(f − n · fs ) (6.5)
n=−∞
• Logo, a amostragem causa a replicação do espectro de X(f ) nas frequências nfs , como
mostra a figura 6.2. Pela figura é fácil perceber que as réplicas vão se sobrepor, mesmo
que parcialmente, se 2W > fs . Logo, para que seja possível recuperar o espectro de X(f )
a partir de Xδ (f ), é necessário que fs > 2W .
• Se, nas modulações por pulsos, cada pulso carrega uma amostra, devemos ter uma taxa
de pulsos que seja igual a fs . Uma possibilidade é que os pulsos estejam de alguma
forma igualmente espaçados, o que divide o tempo em janelas de duração Ts . A outra
possibilidade é que a taxa média de pulsos seja igual a fs .
• Na prática não é possível fazer τ → 0, mas é possível fazê-lo bem pequeno. Neste caso os
coeficientes cn decairão lentamente.
112
6.3. MODULAÇÃO DA AMPLITUDE
CAPÍTULO DOS
6. AMOSTRAGEM
PULSOS-PAM E MODULAÇÃO DE PULSOS
• Logo
XpP AM (f ) = Xδ (f ) · P (f ) (6.9)
113
6.3. MODULAÇÃO DA AMPLITUDE
CAPÍTULO DOS
6. AMOSTRAGEM
PULSOS-PAM E MODULAÇÃO DE PULSOS
1
X(f)
0.5
0
-10 -5 0 5 10
1
X (f)
0.5
0
-10 -5 0 5 10
1
XPAM(f)
0.5
p
0
-10 -5 0 5 10
f
• Para realizar a demodulação devemos recuperar x(t). Isto pode ser feito isolando o con-
teúdo de XpP AM (f ) na região |f | < W e desfazendo o efeito de P (f ), o que pode ser feito
utilizando um equalizador com a seguinte resposta em frequência:
(
K · exp(−j2πf td ) · P −1 (f ), |f | < W
Heq (f ) = (6.10)
0 c.c.
• O sinal PAM gerado pode assumir valores positivos e negativos. Podemos gerar um
sina PAM unipolar (somente positivo) através da expressão x0 (t) = Ao [1 + µx(t)], que é
semelhante à envoltória da modulação AM. O valor de µ é o índice de modulação. O sinal
será de fato unipolar somente se [1 + µx(t)] > 0∀k.
• O espectro deste sinal unipolar é semelhante ao caso anterior, substituindo X(f ) por
X 0 (f ) = A0 [δ(f ) + µX(f )]. Esta substituição gera impulsos em f = kfs , para qualquer k
inteiro.
• Para o caso unipolar é suficiente utilizar o filtro Heq (f ) seguido de um bloqueador de nível
DC.
• A vantagem de utilizar PAM unipolar é que é mais fácil gerar sinais com uma faixa de
tensão entre 0 (terra) e Vcc (tensão de alimentação) e fornecer somente uma fonte de
energia ao sistema.
114
6.4. MODULAÇÃO TEMPORAL
CAPÍTULO
DOS 6.
PULSOS
AMOSTRAGEM E MODULAÇÃO DE PULSOS
Figura 6.3: Exemplo de forma de onda de uma modulação PAM obtida via sample-and-holding
teria uma envoltória com o formato da função sinc. Assumimos que este próprio pulso de
“amostragem imperfeita” é o pulso p(t), com largura τ
• Em ambas as modulações, a amplitude do sinal é constante. Isto pode ser uma caracte-
rística vantajosa em circuitos que tem algo consumo de energia ao mudar de um nível de
sinal para outro, mas baixo consumo de energia ao manter um sinal. Isto acontece por
exemplo em transistores MOS.
115
6.4. MODULAÇÃO TEMPORAL
CAPÍTULO
DOS 6.
PULSOS
AMOSTRAGEM E MODULAÇÃO DE PULSOS
• Ambas alteram alguma variável temporal dos pulsos. Um possível circuito gerador destes
sinais é apresentado na figura 6.4. O seu funcionamento é o seguinte:
x(t) + PWM
-
Circuito PPM
monoestável
Figura 6.4: Circuito modulador para modulações PWM e PPM. O circuito comparador pode
ser um amplificador operacional não realimentado, por exemplo.
– Um sinal x(t) é comparado com um sinal dente de serra (onda triangular mostrada).
Caso a diferença seja positiva, a saída do comparador é positiva, independentemente
da amplitude da diferença. Caso a diferença seja negativa a saída vale 0.
– Um sinal PPM pode ser gerado a partir do sinal PWM pela utilização de um circuito
monoestável1 . Este circuito é ativado na borda de descida. Assim, o sinal PPM
emite um pequeno pulso quando o sinal PWM muda do estado “alto” para o estado
“baixo”.
• Na modulação PWM, os pulsos se iniciam sempre nos instantes kTs e terminam nos
instantes kTs + τk . Da forma como o circuito foi implementando na figura 6.4, o pulso
termina porque o valor de x(kTs + τk ) é menor do que a onda triangular. Isto é, os
instantes de amostragem não são uniformemente espaçados. Este problema pode ser
evitado utilizando um dispositivo que amostra e mantém o valor, como se fosse um flip-
flop analógico. Na prática, como a banda de x(t) é muito menor do que fs , o valor de x(t)
varia pouco dentro de uma janela, ou seja, x(kTs ) ≈ x(kTs + τk ).
τk = τ0 [1 + µx(kTs )] (6.13)
1
Um circuito monoestável é estável somente em um dos seus estados. Ele decai sozinho dos outros estados
para o estado estável
116
6.4. MODULAÇÃO TEMPORAL
CAPÍTULO
DOS 6.
PULSOS
AMOSTRAGEM E MODULAÇÃO DE PULSOS
0.5
x(t)
-0.5
-1
0 1 2 3 4 5 6 7 8
0.8
PWM
0.6
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
1
0.8
PPM
0.6
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
t
Figura 6.5: Exemplo de geração de sinais PWM e PPM. Em vermelho a mensagem transmitida.
• Não é fácil determinar o espectro do sinal PWM. Uma forma de entender o seu espectro
é considerar que os pulsos (com largura variável) estão centrados nos instantes kTs (ao
invés de iniciar nestes instantes) e tem largura de pulso τk . Desta forma podemos escrever
a série de Fourier deste sinal como sendo:
∞
X 2A
xPp W M (t) = Afs τ0 [1 + µx(t)] + sin[nφ(t)] · cos(2πnfs t) (6.15)
n=1
πn
onde φ(t) = πfs τ0 [1 + µx(t)]. Desta equação percebemos que o sinal modulado é com-
posto da mensagem mais termos centrados em nfs . Estes termos são semelhantes a uma
modulação PM pois tem o formato de sin(φ(t)). caso x(t) seja uma senóide, por exemplo,
teríamos o espectro de uma modulação FM tonal em cada nfs .
• Assim, seria possível recuperar a mensagem com um filtro passa baixas, desde que os
termos não se sobreponham significantemente. A sobreposição seria desprezível para
τ0 << Ts .
117
6.5. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 6. AMOSTRAGEM E MODULAÇÃO DE PULSOS
possível gerar pulsos de luz (estado alto) e escuro (estado baixo), mas é energeticamente
caro sustentar o estado alto.
• Uma condição para que esta modulação funcione é que o tempo de subida tr do pulso seja
o mais curto possível. O tempo de subida é o tempo que o sinal leva para ir do nível baixo
para o nível alto. De forma superficial, a banda do sinal PPM é :
1
BTP P M ≥ (6.16)
2tr
• Assim como a remoção da portadora no caso AM, marcar somente o instante onde o
pulso PWM terminaria economiza a energia de transmissão. Por outro lado, assim como
a remoção da portadora, a ausência do instante de início do pulso PWM elimina uma
referência de tempo, ou seja, o sincronismo das janelas de tempo.
• Uma forma de obter o sincronismo é deslocar lentamente a referência de início das janelas
até que haja somente um pulso por janela. Um erro de sincronismo causaria a adição de
um erro constante na detecção, que poderia ser eliminado com um bloqueador de nível
DC.
• Outra forma de obter o sincronismo é medir o valor médio do sinal após demodulação.
Este valor pode ser usado para corrigir a referência de início das janelas caso a mensagem
tenha valor médio igual a zero.
6.4.3 Demodulação
• A demodulação dos sinais PWM pode ser feita isolando o termo espectral em torno de
f = 0 ou através da conversão do sinal PWM para o sinal PAM.
• A conversão pode ser feita com um integrador cujo valor de saída é resetado a cada início
de pulso. Um amostrador manteria o sinal na saída
deste integrador pela duração de uma
t
janela, que equivale a usar um pulso p(t) = Π .
Ts
• Após a obtenção do sincronismo, um sinal PPM pode ser convertido para um sinal PWM
utilizando um gerador de pulsos retangulares que cai ao estado baixo na presença do pulso
PPM.
6.5 Exercícios
6.5.1 Exercícios do livro “Communication Systems 5th Edition”
• Questões conceituais: 6.1, 6.7, 6.8, 6.9
118
6.5. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 6. AMOSTRAGEM E MODULAÇÃO DE PULSOS
• PAM
• PWM
• PPM
∞
X
3. Calcule a transformada de Fourier de z(t) = x(t) · y(t), onde x(t) = δ(t − nTs ) e
n=−∞
t
y(t) = A · Π . Considere que τ > Ts . Esboce o formato de z(t) no tempo e o seu
τ
espectro, indicando os valores que dependem de Ts , A e/ou τ . É possível recuperar a
onda quadrada a partir de z(t) com conhecimento de Ts mas sem conhecimento de τ ?
Justifique.
4. Encontre a resposta em frequêcia do filtro que devemos utilizar para recuperar sem dis-
∞
X
torção a mensagem de um sinal modulado PAM xp (t) = x(kTs )p(t − kTs ). A banda
k=−∞
1
da mensagem é igual a W = . A função p(t) vale p(t) = δ(t) + 12 · [δ(t − Ts ) + δ(t + Ts )].
4Ts
5. Um canal tem resposta ao impulso dada por c(t) = δ(t) + αδ(t − τ ), onde |α| < 1 e τ
são constantes e conhecidos. Transmitimos através deste canal um sinal PAM com taxa
de pulsos fp . A mensagem transmitida tem banda W << fp . É possível recuperar a
mensagem a partir do sinal recebido utilizando somente um filtro. Encontre a resposta
em frequência deste filtro.
t
6. Um sistema PAM transmite sinais utilizando o pulso p(t) = Π τ , resultando no sinal
∞
X
1
xp (t) = x(kt)p(t − kτ ). A banda de x(t) vale W << τ. O sistema é transmitido
k=−∞
através de um canal cuja resposta em frequência é:
(
K , |f | > 10
τ
H(f ) = (6.17)
0 , caso contrário,
gerando assim o sinal recebido y(t). É possível recuperar x(t) a partir de y(t)? Justifique.
119
Capítulo 7
Vimos no capítulo anterior que é possível representar sinais contínuos no tempo por um conjunto
de amostras, desde que a taxa de amostragem fs seja maior do que a banda da mensagem. A
quantização em amplitude permitiria representar cada amostra com um número finito de bits,
k introduzindo algum erro que depende do número de níveis de quantização. Assim, aceitando
algum erro, é possível representar sinais contínuos com uma certa taxa de bits Rb = k · fs .
Transmissão Analógica
1.0
0.8
Sinal retransmitido
0.6
Sinal original
0.4
0.2
0.0
0 2 4 6 8 10
Transmissão Digital
1.0
0.8
Sinal retransmitido
0.6
Sinal original
0.4
0.2
0.0
0 2 4 6 8 10
A melhor forma de transmitir bits é utilizando transmissão digital. Isto pode ser afirmado,
pois a recepção de sinais digitais é, matematicamente, a melhor possível no sentido de reduzir
ao máximo erros de transmissão. Além disso, técnicas de controle de erro permitem que os
120
7.1. REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
CAPÍTULO 7. DE
INTRODUÇÃO
SINAIS A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
onde:vi é o produto interno entre v e ui . Podemos definir para este espaço vetorial relações
como norma, independência linear, a desigualdade triangular, entre outras.
• Uma base ortonormal2 com N elementos para um conjunto de m vetores vi pode ser
obtido através do processo de Gram-Schmidt:
• Este processo resulta em uma base capaz de gerar todos os vetores do conjunto fornecido.
• Todas as relações aplicadas acima para vetores podem ser aplicadas para sinais contínuos
no tempo através da definição do produto interno entre dois sinais:
Z ∞
< x1 (t), x2 (t) >= x1 (t) · x∗2 (t)dt (7.5)
−∞
1
Há sistemas onde as taxas de erro são tão baixas que são imensuráveis.
2
Onde todos os vetores são ortogonais entre si e tem módulo unitário.
121
7.1. REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
CAPÍTULO 7. DE
INTRODUÇÃO
SINAIS A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
e da definição da norma:
Z ∞ 1/2
√
||x(t)|| = |x(t)|2 dt = εx (7.6)
−∞
e a desigualdade de Cauchy-Schwarz:
√
| < x(t), y(t) > | ≤ ||x(t)|| · ||y(t)|| = ε x · εy (7.8)
• Podemos obter uma base para qualquer conjunto finito de sinais si (t), i = 1, 2, ..., M
através do mesmo processo anterior:
1. O primeiro elemento é:
s1 (t)
φ1 (t) = √ (7.9)
ε1
onde ε1 é a energia de s1 (t).
2. Para obtenção do segundo elemento, retiramos a contribuição do primeiro elemento
em s2 (t), obtendo assim um vetor ortogonal a φ1 (t). Em seguida, normalizamos
(tornamos igual a 1) a energia do sinal obtidos. Matematicamente:
Z ∞
c21 =< s2 (t), φ1 (t) >= s2 (t) · phi∗1 (t)dt
−∞
γ2 (t) = sZ2 (t) − c21 · φ1 (t)
∞
ε2 = |γ2 (t)|2 dt (7.10)
−∞
γ2 (t)
φ2 (t) = √
ε2
onde c21 é a projeção do segundo sinal no primeiro elemento da base φ1 (t), γ2 (t) é
o vetor ortogonal a φ1 (t) e ε2 é a sua energia. O resultado é o segundo elemento da
base, φ2 (t).
3. O j-ésimo elemento pode ser obtido como:
γj (t)
φj (t) = √ (7.11)
εj
onde: Z ∞
cji =< sj (t), φ(t) >= sj (t) · φ∗i (t)dt
−∞
j−1
X
γj (t) = sj (t) − cji · φi (t) (7.12)
Z ∞ i=1
εj = |γj (t)|2 dt
−∞
• Para M sinais, precisaremos de uma base com N ≤ M elementos, com igualdade se todos
os M sinais si (t) fornecidos forem linearmente independentes.
122
7.2. MODULAÇÕES DIGITAIS
CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
• A base obtida não é a única possível: a ordem de escolha dos sinais determina a base.
Entretanto, a base sempre terá N elementos. Além disso, a constelação terá sempre o
mesmo formato, isto é, a distância da origem de cada um dos pontos e o produto interno
entre dois pontos(vetores) quaisquer serão sempre os mesmos.
onde Am = ±1, ±3, ..., ±(M − 1) O pulso p(t) é um pulso de duração T com energia εp .
123
7.2. MODULAÇÕES DIGITAIS
CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
• Todos os símbolos desta modulação podem ser representados por uma base com um único
p(t)
elemento φ(t) = √ εp , o que resulta nos sinais:
√
sm (t) = Am εp · φ(t) (7.18)
isto é, são pontos igualmente espaçados em cima de uma reta. A dimensão desta conste-
lação é 1. A figura 7.3 ilustra a constelação da modulação PAM.
PAM
1.0
0.5
0.0 æ æ æ æ
-0.5
-1.0
-3 -2 -1 0 1 2 3
• Uma
possível escolha para p(t) em banda base (em torno de f = 0) é escolher p(t) =
Π Tts . Uma possível escolha em banda passante seria p(t) = Π Tts · cos(2πfc t)
124
7.2. MODULAÇÕES DIGITAIS
CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
• Desta equação vemos que, quanto maior εbavg , maior dmin . Esta relação é comum para
quase todas as modulações utilizadas na prática.
• A equação para sm (t) apresentada se encontra em banda base. É possível obter o sinal
equivalente em banda passante realizando a conversão:
sBP
m (t) = <{sm (t) · exp(j2πfc t)} (7.23)
• Poderíamos ter obtido uma base para gerar os sinais diretamente em banda passante. A
relação entre bases em banda base e banda passante pode ser obtida usando a relação
pBP (t) = p(t) · cos(2πfc t), o que resulta em:
s
BP 2
φ (t) = · p(t) (7.24)
εp
• É fácil verificar que seria necessária uma base com dois elementos para gerar todos os
sinais desta modulação se M > 2. Uma boa escolha de base em banda passante é:
s
2
φ1 (t) = · p(t) · cos(2πfc t)
ε
sp (7.27)
2
φ2 (t) = − · p(t) · sin(2πfc t)
εp
o que resulta no sinal
r r
εp εp
sm (t) = cos(θm )φ1 (t) + sin(θm )φ2 (t) (7.28)
2 2
• Logo, os símbolos desta modulação são:
r r
εp εp
sm = cos(θm ) sin(θm ) (7.29)
2 2
que, no plano
q bidimensional, seriam pontos igualmente distribuídos em cima do círculo
εp
com raio 2 A figura 7.4 ilustra a constelação para a modulação PSK.
.
125
7.3. MODULAÇÃO QAM -CAPÍTULO
QUADRATURE
7. INTRODUÇÃO
AMPLITUDE A
MODULATION
COMUNICAÇÕES DIGITAIS
PSK
æ
1.0 æ æ
0.5
0.0 æ æ
-0.5
-1.0 æ æ
æ
-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0
126
7.4. SINALIZAÇÃO MULTIDIMENSIONAL
CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
• Esta modulação se chama QAM pois tanto a amplitude como a fase dos sinais é alterada.
• Características:
h q q i
εp εp
– Símbolos: sm = Am,r s Am,i s
εp
– Energia de cada símbolos: εm = ||sm ||2 = + A2m,i ) 2
2 (Am,r
√ M −1
– Energia média para sinais equiprováveis e M1 = M2 = M : εavg = 3 εp F.
M −1
– Energia média por bit nas mesmas condições: εbavg = 3·log2 [M ] εp .
– Distância entre dois símbolos:
r
q εp
dmn = ||sm − sn ||2 = [(Am,r − An,r )2 + (Am,i − An,i )2 ] (7.34)
2
– Distância mínima:
r s
εp q 6log2 [M ]
dmin = [(2)2 + (0)2 ] = 2εp = · εbavg (7.35)
2 M −1
• Assim, parece ser mais eficiente distribuir pontos em espaços com dimensão maior. No
limite, poderíamos ter uma constelação com dimensão igual ao número de símbolos.
• Como consequência, todos os sinais seriam ortogonais entre si. Uma forma de obter esta
ortogonalidade é usar frequências diferentes, que é o que acontece na modulação FSK
(Frequency Shift Keying).
127
7.4. SINALIZAÇÃO MULTIDIMENSIONAL
CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
sm (t) = <{s
r ml (t) · exp(j2πfc t)}
2ε (7.38)
= cos(2π[fc + m∆f ]t)
T
128
7.5. ROTULAÇÃO BINÁRIA
CAPÍTULO
DOS SÍMBOLOS
7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
• Este mesmo rótulo poderia ser usado para rotular os símbolos da constelação 8-PSK no
sentido horário, por exemplo.
• Para a modulação QAM, poderíamos usar dois rótulos de Gray em paralelo. Para o caso
de 64-QAM, teríamos, por exemplo, a seguinte relação:
000000 100000 110000 010000 011000 111000 101000 001000
000100 100100 110100 010100 011100 111100 101100 001100
000110 100110 110110 010110 011110 111110 101110 001110
000010 100010 110010 010010 011010 111010 101010 001010
(7.48)
000011 100011 110011 010011 011011 111011 101011 001011
000111 100111 110111 010111 011111 111111 101111 001111
000101 100101 110101 010101 011101 111101 101101 001101
000001 100001 110001 010001 011001 111001 101001 001001
4
Não se reflete a ordem dos bits dentro de cado rótulo, somente a ordem dos rótulos
129
7.6. MODELO DE CANALCAPÍTULO
AWGN 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
onde rj = sj + nj .
• É possível mostrar que:
N0
– As variáveis nj são Gaussianas com média zero e variância 2 , isto é, a sua pdf é:
2
!
1 nj
p(nj ) = √ · exp − (7.52)
πN0 N0
– nj e ni são descorrelacionadas, se j 6= i, que implica em independência estatística;
– o resto n2 (t) não traz nenhuma informação sobre nenhum nj , podendo assim ser
ignorado.
• Logo, o canal r(t) = sm (t) + n(t) contínuo no tempo equivale ao canal vetorial r = sm + n,
onde:
r = [r1 r2 · · · rN ]
sm = [sm1 sm2 · · · smN ] (7.53)
n = [n1 n2 · · · nN ]
130
7.7. RECEPTOR ÓTIMO CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
• A decisão do receptor pode ser vista como a aplicação de uma função sobre o vetor
recebido, isto é, m
b = g(r). Desta forma, podemos dividir o espaço em regiões de decisão
definidos como:
N
Dm b = {r ∈ < |g(r) = m}
b (7.54)
b é o conjunto de valores de r tal
ou, literalmente, a região de decisão pela estimativa m
que a decisão do receptor g(r) é m.
b
• A decisão correta ocorre então se, dado m, o vetor r está dentro da região Dm . Na média,
a probabilidade de acerto pode ser calculada como:
M
X
P [acerto] = P [acerto|m] · P [m]
m=1
XM
= P [r ∈ Dm |m] · P [m]
m=1 (7.55)
XM Z
= p(r|m)dr · P [m]
m=1 Dm
XM Z
= p(r|m) · P [m]dr
m=1 Dm
• Como um valor qualquer de r só pode estar dentro de uma região de decisão, ele deve
estar naquela que maximiza a expressão acima. Isto é, r deve pertencer a Dm
b se:
b · P [m]
p(r|m) c0 ) · P [m
b > p(r|m c0 ], c0 = 1, 2, ..., M ;
∀m c0 6= m
m b (7.56)
• Esta expressão facilita a tarefa do receptor, pois ele pode substituir a tarefa de encontrar
em qual região de decisão o vetor r se encontra pela tarefa de encontrar o valor de m que
b · P [m].
maximiza p(r|m) b Usando o teorema de Bayes temos:
b · P [m]
p(r|m) b
= P [m|r]
b (7.58)
p(r)
m
b = arg max[P [m|r]] (7.59)
m
• Este critério é chamado de Máxima a Posteriori (MAP), pois a decisão é tomada a partir
de um máximo após a observação do sinal r e com o conhecimento das probabilidades a
priori Pm .
131
7.8. RECEPTOR ML PARA
CAPÍTULO
O CANAL7.GAUSSIANO
INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
1
• Quando todos os sinais são equiprováveis, Pm = M . O critério de decisão pode ser
simplificado para:
m
b = arg max[p(r|sm )] (7.60)
m
• Este critério é chamado de Máxima Verossimilhança (ML - Maximum Likelihood) pois ele
procura o valor de sm mais parecido com r.
• No caso Gaussiano, isto equivale a encontrar o valor de m que maximiza f (m) = p(r|sm ),
que vale:
p(r|sm ) = p(n = r − sm )
N
Y
= p(nj = rj − sm,j )
j=1
PN
− sm,j )2
!
−N j=1 (rj (7.61)
= (πN0 ) 2 · exp −
N0 !
N ||r − sm ||2
= (πN0 )− 2 · exp −
N0
• O valor de m que maximiza f (m) também maximizará log[f (m)], pois o logaritmo é uma
função monotônica crescente. Além disso, se m maximiza f (m), ele minimizará log[f (m)].
Utilizando o logaritmo natural, poderíamos encontrar o valor de m que minimiza:
N ||r − sm ||2
−log[p(r|sm )] = log[πN0 ] + (7.62)
2 N0
• No caso de uma modulação 8-PSK, por exemplo, as regiões de decisão seriam semelhantes
a fatias de pizza.
• Vamos analisar a probabilidade do evento de erro para o caso mais simples: 2-PAM, com
√ √
símbolos s1 = [ ε] e s2 = [− ε].
132
7.8. RECEPTOR ML PARA
CAPÍTULO
O CANAL7.GAUSSIANO
INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
• Supondo que s2 foi transmitido, ocorre um erro se r estiver mais próximo de s1 do que de
s2 , ou seja, se r > 0.
√
• Isto ocorrerá se n = [n] for maior do que ε. Este valor pode ser calculado pela seguinte
integral (ver figura 7.5):
Z ∞ s !
√ 2ε
P (n > ε) = √ p(n)dn = Q (7.64)
ε N0
0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
Erro de Erro de
transmissão transmissão
0.05
-0.05
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
• A distância entre símbolos depende da energia dos sinais. A variância do ruído depende
da potência do ruído. Assim, a probabilidade de erro é uma função da relação sinal ruído,
seja ela por bit ou por sinal. A relação sinal ruído por bit vale:
εbavg
SN Rb = (7.68)
N0
133
7.8. RECEPTOR ML PARA
CAPÍTULO
O CANAL7.GAUSSIANO
INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
εavg
SN Rs = (7.69)
N0
• Na seção a seguir obtemos a probabilidade de erro para algumas modulações digitais.
• Para a modulação
q PAM, a distância entre um símbolo e seu(s) vizinho(s) vale a distância
12log2 [M ]
mínima dmin = M 2 −1
εbavg .
dmin
• Erraremos o símbolo mais
!
a esquerda da constelação se n > 2 , o que acontece com
r
d2min
probabilidade Q 2N0 .
134
7.9. COMPARAÇÃO ENTRE
CAPÍTULO
MODULAÇÕES
7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
– O evento de erro mais provável é aquele em que a troca ocorre pelo vizinho.
– O rotulamento de Gray está sendo utilizado, isto é, um erro de símbolo pelo vizinho
causa o erro de somente um bit.
135
7.10. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
1
• Considerando a taxa de símbolos de Rs = Ts , temos que:
N
W =
2Ts
Rs N
= (7.76)
2
Rb · N
=
2log2 [M ]
Rb 2log2 [M ]
η= = (7.77)
W N
• Para as modulações PAM, QAM e PSK, a dimensão do espaço de sinais é constante (vale
1 ou 2). O aumento de η só pode ser obtido com o aumento de M .
• Por outro lado, o aumento de M piora o desempenho das modulações PAM, QAM e PSK.
ε
É necessário aumentar o valor de bavg
N0 para mantermos o mesmo desempenho.
7.10 Exercícios
7.10.1 Exercícios do livro “Haykin, S., Sistemas de comunicação: analógicos
e digitais”
A referência desta parte da matéria é o segundo livro da bibliografia: Haykin, S., Sistemas de
comunicação: analógicos e digitais, 4a. edição, Editora Bookman, 2004. (número da biblioteca
é 621.39 H419c, em inglês).
A parte correspondente a matéria da P4 corresponde aos capítulos:
136
7.10. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
137
7.10. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
– Obtenha uma base ortonormal que gere os quatro sinais. Sugestão: utilize os sinais
na ordem em que eles foram apresentados.
– Obtenha os símbolos correspondentes aos quatro sinais.
– Desenhe a constelação.
– Calcule a energia média por símbolo, em função de K.
– Calcule a distância mínima em função da energia média por símbolo
– Calcule a potência média
2 2
1.5 1.5
1 1
s1 (t)
s2 (t)
K
K
0.5 0.5
0 0
-0.5 -0.5
-1 -1
-0.05 0 0.05 0.1 0.15 -0.05 0 0.05 0.1 0.15
t t
2 2
1.5
1.5
1
1
0.5
s3 (t)
s4 (t)
K
0.5 0
-0.5
0
-1
-0.5
-1.5
-1 -2
-0.05 0 0.05 0.1 0.15 -0.05 0 0.05 0.1 0.15
t t
Figura 7.7: Figura do terceiro item. Note que os sinais estão normalizados pelo fator K.
• A figura 7.8 apresenta duas constelações para comunicações digitais. Qual você escolheria?
Justifique a sua resposta.
• Considere as duas constelações da figura 7.9, que não estão na mesma escala. Em ambos
os casos a duração de um símbolo é a mesma. Qual deve ser a potência média por bit
para que ambas tenham a mesma distância mínima?
138
7.10. EXERCÍCIOS CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÕES DIGITAIS
(a) (b)
(a) (b)
Figura 7.9: Figura do terceiro item. As constelações não estão na mesma escala.
139
Appendices
140
Apêndice A
Revisores
Esta apostila foi revisada pelos alunos da turma de Engenharia de Computação 2017:
Alexandre Ferreira Velho Muzio
André Gomes Simão
Bruno Henrique Machado de Freitas
Bruno Lima Corrêa
Caíque Porto Lira
Daniel Cardoso de Sousa
Davi Lima Paulino
Felipe Tuyama de Faria Barbosa
Gabriel Amboss Pinto
Gabriel Ilharco Magalhães
Gustavo Ceci Guimarães
João Vitor Marques
Lucas Muller Machado de Oliveira
Luciano Holanda Gomes
Luiz Angel Rocha Rafael
Luiz Felipeh Aguiar de Lima Alves
Marcel Soares Ribeiro
Marco Aurelio Prado dos Santos Vidoca
Mateus Gonçalves de Oliveira - Asp Of
Matheus de Oliveira Leão
Matheus Mattos Möller - Asp Of
Matheus Mendes Costa Ayres Camargo
Mattheus Martins Jucá
Natan Lima Viana - Asp Of
Philip Guedes de Lima
Rafael Aoki Yamagata
Rodrigo Lima Machado
Thayza Tabis - Asp Of
Uriel Mendes de Almeida
Victor Vilas Pascoal
141