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Madalena Tavares

“Batem leve, levemente… como quem chama por mim:

Relatórios da IGE – Onde pára a BE?, parte I”

Com este título provocatório, que mistura tradição popular com filmes

de comédia de gosto duvidoso mas grande sucesso de bilheteira,

interrogamo-nos se pertencemos todos a um mesmo Ministério da Educação.

Ao longo da sua existência, a Inspecção-Geral de Educação tem tido

um papel regulador e normativo para as Escolas, os seus serviços, as

comunidades em que se inserem. Por seu turno, desde que foi criada, a RBE 1

procurou dotar as BE de recursos e condições para desempenharem um

papel cada vez mais destacado nas Escolas e Agrupamentos nos quais se

inserem, partilhando as responsabilidades na formação integral e

harmoniosa das crianças e jovens e criando condições para que cada um

desenvolva autonomamente condições de continuar a aprender e a formar-se

ao longo de toda a sua vida.

Por isso mesmo, tuteladas por um mesmo órgão, não se consegue

perceber como à IGE, nos relatórios que nos foi dado ler e analisar, e que se

reportam aos últimos três anos lectivos (exceptuando este que agora

decorre), escapa quase por completo a existência da RBE e, de forma

flagrante, o sentido e significado do trabalho desenvolvido pelas BE das

Escolas e/ou Agrupamentos que avaliou externamente entre 2007 e 2009.

Dizemo-lo de forma mais genérica pois, além dos três Relatórios que

seleccionámos, consultámos também os Relatórios Nacionais produzidos

nesses três anos lectivos, e as referências à BE são praticamente

inexistentes.

1
A saudável cumplicidade de todos os que me lêem e dominam os mesmos códigos levou-me
a passar directamente para as abreviaturas com que referimos as nossas realidades
próximas, uma liberalidade que um grupo mais conservador e vetusto que o nosso não me
permitiria; assim, sinto-me em casa!

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Com efeito, conforme tentaremos demonstrar, a visibilidade da BE

nos Relatórios de Avaliação Externa da IGE das três escolas por nós

seleccionadas é quase nula, e o mesmo é válido para o Relatório Nacional.

Poucos e pouco significativos são os dados concretos sobre a BE; quando

muito, refere-se a sua existência e faz-se menção aos investimentos da RBE

e/ou ao constrangimento decorrente de as escolas do 1.º CEB não possuírem

uma BE.

Passemos, pois, a descrever como seleccionámos os Relatórios em

causa e orientámos os nossos trabalhos.1Se tal fosse possível, gostaríamos

de ter tido a possibilidade de comparar os Relatórios de Avaliação Externa

de um mesmo Agrupamento ou Escola ao longo dos três anos lectivos

indicados. Como o processo da IGE não funciona dessa forma, pois a cada

ano são seleccionadas Escolas/Agrupamentos diferentes para serem

avaliados externamente, pensámos, assim mesmo, que seria interessante

obter um exemplar de cada um dos anos lectivos escolhidos (2006/2007,

2007/2008 e 2008/2009), a fim de tentar detectar diferenças e eventuais

melhorias de uns para os outros. Essa tarefa e esse pressuposto

revelaram--se infrutíferos: o modelo do Relatório da IGE não difere

grandemente ao longo do tempo2 e, além disso, as diferenças detectadas


1
A construção do quadro comparativo, um dos trabalhos que eram pedidos esta semana
pelas Formadoras, foi para mim fonte de bastantes dúvidas; apenas os esclarecimentos
oportunos da Formadora Isabel Antunes me permitiram chegar a algumas conclusões. Em
todo o caso, mesmo para esse trabalho tive necessidade de tecer algumas considerações
prévias, de enquadramento às escolhas realizadas. Ao fazê-lo, fui chegando a algumas das
conclusões que agora retomo neste comentário.
2
Nem tal seria possível, uma vez que o objectivo subjacente passa por apurar
semelhanças/diferenças entre as Escolas/Agrupamentos avaliados e detectar pontos em
comum, fortes e fracos, oportunidades e constrangimentos. Esses dados são, depois,
compulsados num Relatório Nacional de Avaliação Externa das Escolas, publicado
anualmente pela Inspecção-Geral da Educação e, esses sim, bastante diferentes e cada vez
mais directos e simplificados, com quadros gerais e gráficos facilitadores da leitura.
Pensámos ainda comparar esses documentos entre si, mas chegámos à conclusão de que não
teríamos o tempo suficiente para o fazer e, como isso se afastava da tarefa pedida para o
presente workshop, deixamos apenas o apontamento do interesse que tal análise nos
suscitou. No quadro comparativo que elaborámos, acabámos por colocar igualmente os

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serão mais em termos de estilo, o que poderá, naturalmente, relacionar-se

com o facto de as equipas inspectivas serem constituídas por inspectores

diferentes, que têm a sua própria experiência e sensibilidade, e

demonstram-no de forma mais ou menos evidente em diversos pontos dos

Relatórios realizados.

Assim, apesar disso, decidimos manter a escolha de um Relatório de

cada ano lectivo mencionado e a nossa escolha foi mais emocional que

racional: de 2006/2007, a Escola Secundária com 3.º CEB D. Inês de

Castro, em Alcobaça, que conhecemos directamente, com cuja Professora

Bibliotecária trocámos ocasionalmente materiais de pesquisa, divulgação e

informações, e de cujo bom trabalho ficámos com um registo impressionista

desde a realização de umas jornadas de partilha da RBE e do testemunho de

colegas que lá leccionam; de 2007/2008, o nosso Agrupamento de Escolas,

Pêro de Alenquer (antes da recente fusão no Mega-Agrupamento Damião de

Goes), em Alenquer, onde leccionamos desde 2000/2001, cuja avaliação

externa foi realizada um ano depois de termos assumido a Coordenação da

Biblioteca Escolar, Centro de Recursos Educativos – o que nos permitiu tirar

algumas ilações sobre o modo incipiente como entendíamos então o nosso

papel e o nosso trabalho; de 2008/2009, a Escola Secundária de

Benavente, onde leccionámos durante um ano, em 1995/1996, e de cujo

ambiente de trabalho guardamos gratas recordações, além de conhecermos

campos de análise que, no presente ano lectivo, a IGE está a enviar às Escolas e
Agrupamentos que vai avaliar, e que diferem em alguns aspectos dos que foram
considerados nos Relatórios que agora analisamos. A especificidade dos novos descritores,
assim como o papel preponderante que o MAABE veio adquirir junto das Escolas na
avaliação das BE conduzirá, a nosso ver, a uma redefinição da atitude da IGE para com o
serviço e impacto da BE aquando da condução dos trabalhos da Avaliação Externa.
Relembremos que a existência da figura do PB, determinada pela Portaria n.º 756/2009
também veio reforçar a importância e especificidade dos trabalhos da BE no âmbito do
apoio ao desenvolvimento curricular, às literacias, à leitura (na sequência da implementação
do PNL) e, de uma maneira em geral, ao desenvolvimento e formação para a cidadania das
crianças e dos jovens o que terá, certamente, de se reflectir nos procedimentos de
avaliação da Escola ou Agrupamento.

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o espaço, o contexto e as instalações e serviços da Biblioteca Escolar à

época. Não procurámos aferir antecipadamente se havia referências ao

trabalho e à importância das BE nesses relatórios.

Conquanto faça sentido inserir os resultados do MAABE nos

Relatórios da Avaliação Externa, esta, efectivamente, não os contempla à

partida – quando muito, farão parte da oferta educativa, reflectir-se-ão nos

resultados obtidos, no sucesso, ou insucesso, constituir-se-ão enquanto

oportunidades ou constrangimentos, pontos fortes ou pontos fracos mas

nenhum dos Relatórios que compulsámos pareceu encarar a BE como algo

mais do que um serviço que, a funcionar bem, se revela propiciador de boas

leituras e fomentador de hábitos de estudo. Do que lemos, sempre que a BE

é mencionada, ela surge como um extra e não como aquilo que entendemos

que ela é: o ponto nevrálgico da Escola e das aprendizagens. Cremos que

esse é um caminho que também teremos de conseguir que os nossos outros

parceiros do Ministério da Educação trilhem connosco: se não conseguirmos

provar-lhes que somos indispensáveis, por quanto tempo mais irão ignorar o

nosso trabalho e as nossas potencialidades enquanto parte integrante do

processo de socialização e de ensino-aprendizagem das crianças e dos

jovens?

Como amostra das referências à BE produzidas nos Relatórios de


Avaliação Externa, transcrevemos o que pudemos apurar no caso das
Escolas Secundárias de Benavente e D. Inês de Castro, em Alcobaça, e
acrescentamos alguns esclarecimentos às transcrições do Agrupamento de
Escolas Pêro de Alenquer, porque conhecemos a realidade e podemos
produzir essa informação adicional. Interrogamo-nos quanto à informação
que a IGE terá deixado de fora nas restantes Escolas, o que torna estes
Relatórios uma fraca fonte de dados para reflexão sobre o impacto das BE,
mas, simultaneamente, muito esclarecedora do valor que lhes é atribuído
pela IGE…

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Diacronicamente, comecemos pela Escola Secundária com 3.º CEB


D. Inês de Castro (Alcobaça) – 11 e 12 de Abril de 2007.

Referências implícitas
Referências explícitas
(potenciadoras de participação da BE)
Caracterização da Unidade de Gestão: Prestação do Serviço Educativo
funcionamento da “biblioteca/centro de “A Escola dedica uma especial atenção,
recursos”; “está integrada na Rede de às aprendizagens dos alunos, à dimensão
Bibliotecas Escolares, encontrando-se artística proporcionando, no âmbito da
bem equipada e com diferentes espaços, sua oferta curricular e de outros
que permitem utilizações diver- projectos, as áreas do teatro, da música
sificadas.” (p. 3) e da dança. Promove actividades de
enriquecimento curricular no âmbito do
desenvolvimento da cidadania, educação
ambiental, expressões artísticas e novas
tecnologias”, p. 4 – não se refere a
articulação com a BE, que entendemos
provável, pelo menos parcialmente.
1.4. Valorização e impacto das Organização e gestão escolar
aprendizagens “a Escola mobiliza outros recursos
“A Escola dá-se a conhecer à financeiros, que aplica na manutenção,
comunidade, através de um leque melhoria e conforto das instalações,
diversificado de actividades bem como na aquisição de equipamentos,
(exposições, concursos, palestras, com destaque para os equipamentos
torneios de xadrez, laboratório aberto, informáticos”, p.4 – estará a BE incluída
entre outras)”, p. 7 – quais delas da no lote de serviços que recebem
responsabilidade da BE? melhorias?
“organizadas em diferentes espaços –
exterior, ginásio, auditório, salas de
aula, salas de informática, biblioteca,
laboratórios – e realizadas no âmbito da
‘Escola Aberta’.”, p. 7 – a BE surge aqui
meramente elencada como um espaço no
qual se desenrolam actividades cuja
concepção e dinamização não sabemos se
podemos atribuir-lhe, nem que seja em
parceria.
2.3. Diferenciação e apoios Liderança
“A BCR <sic> assume também um papel de “Sendo uma Escola aberta à inovação,
apoio às aprendizagens e desenvol- nem sempre são auscultadas as

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vimento da autonomia, aos alunos, estruturas de orientação educativa e de


proporcionando-lhes actividades de gestão intermédia, com vista
leitura, pesquisa e uso das TIC.”, p. 9 – à tomada de decisões.”, p. 5 – a BE
uma referência clara ao papel formativo estará representada?
das BE. “Há, da parte da Escola, uma articulação
com a comunidade local, com quem
mantém parcerias, desenvolve
actividades e projectos.”, p. 5 – através
de que estruturas a Escola desenvolve
esta articulação? Pode ser a BE,
também.
3.3. Gestão dos recursos humanos 3.1. Sucesso académico
“Há serviços, designadamente telefone, “A nível da Língua Portuguesa, a Escola
reprografia, BCR e manutenção que, em decidiu implementar, nos 7.º e 8.º anos, a
virtude da sua especificidade, são ‘oficina da escrita’ (45 minutos
afectos a funcionários com o perfil semanais), planificada em conjunto”, pp.
adequado.”, p. 10 – a colocação de 5-6 – estará a BE também integrada
pessoal adequado na BE indica, nesta promoção conjunta da literacia?
provavelmente, a relevância atribuída ao
serviço, mas os dados são insuficientes
para determinar o número de horas
efectivas, e se há ou não sobreposição
com outras tarefas.
3.4. Gestão dos recursos materiais e 2.1. Articulação e sequencialidade
financeiros “A articulação entre grupos disciplinares
“A BCR está apetrechada e organizada traduz-se na organização das
de modo a proporcionar uma utilização actividades que decorrem ao longo de
eficaz aos utentes.”, p. 10 quatro dias da última semana do 2.º
período, no âmbito da Escola Aberta.”, p.
7 – a BE não desempenha aí também um
papel fulcral?! Limita-se a ser espaço?
4.4. Parcerias, protocolos e projectos 3.1. Concepção, planeamento e
“Participa em projectos nacionais, tais desenvolvimento da actividade
como, PAM, Desporto Escolar, Rede de “O Plano Anual de Actividades […]
Bibliotecas Escolares”, p. 12 decorrem das calendarizações
estabelecidas pelos diversos grupos
disciplinares”, p. 9 – não se especifica o
contributo da BE para esse mesmo PAA.

Do Contraditório enviado pela Escola à IGE em Julho de 2007, a IGE


apenas toma para si a correcção das datas da visita e da menção específica

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ao “Conselho Executivo”, em detrimento de ”órgão de gestão”. No entanto,


no quadro das “Medidas”, a Escola indica como Projecto “BE/CRE (a 1ª BE do
concelho)”, mas não faz qualquer outra referência, nem explica a que se
refere no parêntesis, pelo que somos levados a concluir que a própria Escola
subvalorizou o impacto da BE na sua avaliação.
Passemos, agora, ao nosso Agrupamento de Escolas Pêro de

Alenquer (Alenquer) – 13 a 15 de Maio de 2008.

Referências implícitas
Referências explícitas
(potenciadoras de participação da BE)
2.2. Acompanhamento da prática 1.2. Participação e desenvolvimento
lectiva em sala de aula cívico
“O Agrupamento tem proporcionado a “A Associação de Estudantes foi eleita
formação dos docentes em áreas no presente ano lectivo e participa
diversificadas […] e na área das activamente nas actividades que se
Bibliotecas Escolares.”, p. 7 – não deixa desenvolvem.”, p. 6 – a AE desenvolveu-
de ser curioso que um Relatório que -se num projecto de parceria com a
ainda não mencionou a BE indique haver própria BE, que supervisionava e apoiava
formação específica nessa área, indício as iniciativas dos alunos e dinamizava
claro do interesse e vitalidade da BE com eles as actividades planificadas.
junto da sua comunidade. “Desenvolvem-se vários projectos e
actividades mobilizadores dos alunos e
da restante comunidade educativa, como
sejam a ‘Semana Cultural’, na qual
participam todas as unidades
educativas.”, p. 6 – a Semana Cultural
“Pêro de Alenquer em Movimento” – lema
da BECRE - foi proposta, organizada e
dinamizada pela BE em articulação com
os Departamentos, Projectos e SABE.
2.4. Abrangência do currículo e 2.1. Articulação e sequencialidade
valorização dos saberes e da “a articulação que existe entre o
aprendizagem Departamento de Línguas, o
“O Órgão de Gestão candidatou-se a Departamento de Expressões e outros
projectos como o dos computadores Departamentos, nomeadamente através
portáteis (CRIE) e o da BE/CRE da concretização dos projectos
apetrechada pela Rede Nacional das curriculares de turma e de actividades
Bibliotecas Escolares que oferece inseridas no PAA.”, p. 7 – o Sarau

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diversas possibilidades aos alunos, tais Teatral e várias exposições e concursos


como fazerem pesquisas na Internet. As de ilustração, de articulação
escolas do 1.º CEB não dispõem de interdisciplinar e interdepartamental,
Biblioteca, o que implica a requisição de contaram com as propostas, empenho e
livros à BE/CRE da escola sede.”, p.8 – colaboração directa da equipa da BE.
primeira referência que evidencia o
papel da BE ao nível do Agrupamento,
ainda que redutoramente nas
possibilidades previstas.
3.3. Gestão dos recursos materiais e 2.4. Abrangência do currículo e
financeiros valorização dos saberes e da
“o CE tem alguma dinâmica na obtenção aprendizagem
de receitas, sendo de referir […] a Rede “Na escola sede desenvolvem-se vários
de Bibliotecas Escolares e o Plano projectos e funcionam clubes de âmbito
Nacional de Leitura (PNL).” pedagógico […], Clube de Línguas
“Destrava-Línguas”, p.8 – este foi mais
um dos projectos que funcionou em
estreita colaboração e parceria com a
BE, que pertencia à coordenação e
trabalhou com os alunos durante dois
anos lectivos.
4.3. Abertura à inovação 3.1. Concepção, planeamento e
“O Agrupamento tem conseguido o apoio desenvolvimento da actividade
de diversas entidades e participa em “O PEA, para o triénio 2006/2009,
diversos projectos […]. Disto são parte de cinco áreas prioritárias”, p. 8 –
exemplo […] PNL e Rede de Bibliotecas o Relatório não esclarece, mas uma delas
Escolares”, p. 11 – evidentes a relação é, precisamente, centrada no papel da
com a RBE e o esforço de melhoria por BE enquanto “Pólo Cultural do
parte da BE. Agrupamento” – medida da valorização e
impacto que lhe são reconhecidos pelo
Órgão de Gestão e pela comunidade
educativa em geral.
4.4. Parcerias, protocolos e projectos 3.2. Gestão dos recursos humanos
“No que se refere a projectos nacionais, “A gestão dos recursos humanos garante
o Agrupamento está envolvido […] Rede o funcionamento dos diferentes serviços
Nacional de Bibliotecas Escolares, PAM, de apoio escolar (refeitório, bufete,
PNL […]”, p. 12 – mais um indício da papelaria e reprografia) e responde às
vitalidade do trabalho da BE. necessidades dos utentes.”, p. 9 – aqui,
dá-se o caso inverso: a BE, nem que seja
enquanto serviço, é completamente
ignorada pela IGE, que nem sequer a

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refere.
Constrangimentos
“Inexistência de Biblioteca nas escolas
do 1.º CEB”, p. 13 – afirma, ainda que
pela ausência, a importância do trabalho
da BE, que tem de tentar continuar a
superar essa lacuna.

O Contraditório enviado pelo Agrupamento à IGE não faz alusão aos

serviços da BE, pelo que não transcrevemos qualquer citação.

Da apreciação do Relatório do nosso Agrupamento temos de concluir

que nem a IGE atribuiu impacto ao trabalho da BE, nem a Escola conseguiu

demonstrar que esta constituía uma mais-valia. A informação foi prestada

através de documentos prévios enviados à IGE, mas surge completamente

diluída no Relatório. Assim sendo, resta-nos reconhecer que não

conseguimos tornar o trabalho da nossa equipa e dos nossos serviços

suficientemente visível para a avaliação da Escola/Agrupamento, situação

que temos tentado inverter, nos anos subsequentes.

Escola Secundária de Benavente – 18 e 19 de Maio de 2009.

Referências implícitas
Referências explícitas
(potenciadoras de participação da BE)
“A Escola tem […] uma sala com funções “É dado destaque ao envolvimento dos
de sala de trabalho de alunos e de alunos nas actividades e valorizado o seu
Biblioteca Escolar:”, p. 3 – a constituição sucesso através da divulgação dos seus
da BE não é a mais comum. trabalhos, nomeadamente no Jornal da
Escola e em exposições na Escola ou em
espaços da comunidade.”, p. 6 – parece-
nos plausível que a BE tenha aqui alguma
influência.
“De sublinhar, contudo, a salvaguarda do “Simultaneamente, a Escola tem salas de
bem-estar dos alunos e as condições estudo organizadas”, p.8 – em
básicas de acesso a alguns recursos da articulação com a BE?

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Escola, nomeadamente, a uma sala


adaptada, que disponibiliza livros de
consulta, algumas obras literárias e
equipamento audiovisual.”, p. 8 – uma
referência à BE que não valoriza a sua
integridade enquanto Biblioteca Escolar,
mas evidencia as suas características
físicas.
“A Escola participa em projectos
nacionais tais como o Plano Tecnológico
da Educação, […] Rede de Bibliotecas
Escolares”, p. 11

Curiosamente, esperávamos que o Relatório mais recente fosse capaz

de nos dar uma maior quantidade de informação que servisse os nossos

propósitos e permitisse a implementação de uma avaliação eficaz dos

serviços da BE. Pelo contrário, os dados disponíveis são muito reduzidos e

pouco evidentes do impacto da BE na vida da Escola Secundária de

Benavente, o que se torna significativo mas em termos invertidos, da

ausência de relevo da BE para a avaliação levada a cabo pela IGE no período

em análise.

Quase não há qualquer registo nos Relatórios que se refira ao papel

da BE no Desenvolvimento Curricular e no sucesso académicos dos alunos.

Quando referida, na larga maioria dos casos, a BE cinge-se a um espaço

(com melhores ou piores condições de funcionamento) que implementa

algumas actividades de leitura.

Não há referências directas, nos Relatórios, à articulação entre a BE

e as estruturas de supervisão e orientação pedagógica, nem ao papel de

relevo que lhe possa, eventualmente, ser atribuído pelo órgão de gestão

e/ou a restante comunidade educativa.

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Sucintamente, a BE é ignorada nos Relatórios de Avaliação Externa

ou, então, minimizada face a outras estruturas a quem se dá algum destaque

– Serviços de Apoio Educativo, Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família.

No que à gestão de recursos humanos e financeiros diz respeito, a BE

continua a ser ignorada nos Relatórios, excepção feita a uma ou outra

referência de articulação com a RBE ou o PNL a nível financeiro.

Não são feitas referências a nenhum projecto específico da BE,

embora reconheçamos alguns deles como de autoria conjunta, o que o

Relatório não refere.

Em suma, à época a que se reportam os Relatórios em análise

(2006/07; 2007/08 e 2008/09), os serviços da BE não encontravam eco nos

Relatórios da IGE, que não a incluía nos painéis de entrevistas que

preparava, nem a distinguia dentro do conjunto das medidas de índole

pedagógica e didáctica de apoio curricular conducentes ao sucesso

educativo, académico e de formação pessoal e social.

Estarão os campos de análise reformulados pela IGE e as medidas de

sensibilização impostas pela Portaria n.º 756 e pelo próprio MAABE à altura

de darem visibilidade e relevância ao trabalho das BE em prol da Escola e

dos Alunos? Será o MAABE capaz de se impor enquanto metodologia e

processo de auto-avaliação considerado suficientemente importante para

integrar a Avaliação Externa da Escola/Agrupamento? Cremos que só o

tempo poderá dar essa resposta. Pode ser que voltemos, então, com Onde

pára a BE?, parte II…

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