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PARTE I

JOSEPH SCHUMPETER E A
LUTA COMPETITIVA PELO
PODER

Prof. Me. Raphael de Souza Cruz


CRÍTICA À DOUTRINA CLÁSSICA DO
UTILITARISMO
O UTILITARISMO é um conjunto de teorias políticas e econômicas
que parte do pressuposto de que os indivíduos são essencialmente
racionais e agem em prol de um bem comum - Agir sempre de
forma a produzir a maior quantidade de bem-estar.

A democracia, por ser a expressão da vontade do povo, produziria


sempre resultados mais desejáveis, justos e compatíveis com o
bem-estar da população.

Se o indivíduo é racional, ele não agirá contra seus interesses se


possuir a possibilidade de participar da escolha de seus
representantes.
CRÍTICA À DOUTRINA CLÁSSICA DO
UTILITARISMO

P. 24 - A filosofia da democracia do século XVIII pode


ser expressa da seguinte maneira: o método
democrático é o arranjo institucional para se
chegar a certas decisões políticas que realizam o
bem comum, cabendo ao próprio povo decidir,
através da eleição de indivíduos que se reúnem
para cumprir-lhe a vontade.
CRÍTICA À DOUTRINA CLÁSSICA DO
UTILITARISMO

ALGUNS PROBLEMAS INICIAIS


1. Os indivíduos agem sempre racionalmente?

2. O que é considerado bem comum é sempre consenso?

3. As soluções para se atingir o bem comum são unânimes?

4. É possível atingir o bem comum num sistema não democrático?

5. É possível que indivíduos votem por motivos não racionais?


CRÍTICA À DOUTRINA CLÁSSICA DO
UTILITARISMO

A democracia é um método político, isto é, um certo tipo de arranjo


institucional para chegar a uma decisão política (legislativa ou
administrativa) e, por isso mesmo, incapaz de ser um fim em si
mesmo, sem relação com as decisões que produzirá em
determinadas condições históricas.

Como qualquer outro método, a democracia não produz sempre


os mesmos resultados ou favorece os mesmos interesses e
ideais.
CRÍTICA À DOUTRINA CLÁSSICA DO
UTILITARISMO

O Governo do Povo não define a democracia, porque mesmo as


concepções de povo e governo são variáveis.

A dignidade humana, a satisfação de ver que, de maneira geral, os


assuntos políticos se desenrolam de acordo com as expectativas da
pessoa, a coordenação da política com a opinião pública, a
confiança e a cooperação do cidadão com o governo, a
dependência deste último do respeito e do apoio do homem das
ruas — virtudes geralmente associadas à democracia.
CRÍTICA À DOUTRINA CLÁSSICA DO
UTILITARISMO

No entanto, regimes autocráticos e ditatoriais podem, muito bem,


representar em alguns momentos o desejo da maioria, e atender
satisfatoriamente aos anseios da população.

Em muitas situações, o cidadão médio ou não é capacitado (no


sentido de saber exatamente o que é o bem comum) para tomar
decisões políticas razoáveis ou possui interesses mais imediatos
do que a política.

O Utilitarismo é idealista. Sobrevive porque o discurso da


democracia é sedutor, conveniente e quase religioso.
CRÍTICA À DOUTRINA CLÁSSICA DO
UTILITARISMO
P. 28 - Ficamos ainda obrigados por necessidade prática a atribuir à
vontade do indivíduo uma independência e uma qualidade racional
que são absolutamente irrealistas. Para argumentar que a vontade
do cidadão per se é um fator político digno de respeito, essa
vontade deve, em primeiro lugar, existir. Ou melhor, deve ser algo
mais do que um conjunto indeterminado de impulsos vagos,
circulando frouxamente em torno de slogans e impressões
errôneas. O homem teria de saber de maneira definida o que
deseja defender. Essa vontade clara teria de ser complementada
pela capacidade de observar e interpretar corretamente os fatos que
estão ao alcance de todos, e selecionar criticamente as informações
sobre os que não estão.
A NATUREZA HUMANA

Para Schumpeter, o homem pode agir tanto racionalmente quanto


emocionalmente, guiado por propaganda, slogans. O homem
pode, portanto, não só agir contra seus interesses, mas contra
o interesse comum.

A psicologia das multidões e os desejos de consumo.

Nas decisões políticas, pode-se muito bem votar fechando-se na


sua “capela” ou “bolha”. Os grupos políticos podem manipular a
vontade do povo.

Para muitos, a política é um mundo de ficção.


A NATUREZA HUMANA

P.36 - Esse reduzido senso de realidade explica não apenas a


existência de um reduzido senso de responsabilidade, mas também a
ausência de uma vontade eficaz. O indivíduo fala, deseja, sonha,
resmunga. E, principalmente, sente simpatias e antipatias. Mas,
ordinariamente, esses sentimentos não chegam a ser aquilo que
chamamos de vontade, o correspondente psíquico da ação
responsável e intencional. De fato, o cidadão privado que medita
sobre a situação nacional não encontra campo de ação para sua
vontade nem tarefa em que ela possa se desenvolver. Ele é
membro de um comitê incapaz de funcionar — o comitê formado por
toda a nação — e é por isso mesmo que emprega menos esforço
disciplinado para dominar um problema político do que gasta
numa partida de bridge.
CONCEITO DE DEMOCRACIA EM
SCHUMPETER

A DEMOCRACIA é a luta competitiva pelo poder. O povo não aspira o


bem comum, nem escolhe seus representantes para fazê-lo. O que define a
democracia é a existência de uma luta organizada pelo poder, travada
entre políticos profissionais. O papel do povo é simplesmente formar o
governo.

O método democrático é um sistema institucional, para a tomada de


decisões políticas, no qual o indivíduo adquire o poder de decidir
mediante uma luta competitiva pelos votos do eleitor.

O foco sai do eleitor e se direciona para o líder.


CONCEITO DE DEMOCRACIA EM
SCHUMPETER

A luta pela liderança é similar à concorrência de mercado, e deve


ser regulada como tal. Da mesma forma como a concorrência deve
ser livre, assim é o voto e a possibilidade de se candidatar.

É o método que garante maior liberdade individual.


P. 48 - Se, pelo menos por questão de princípios, todos forem livres
para concorrer à liderança política, apresentando-se ao eleitorado, isto
trará na maioria dos casos, embora não em todos, uma considerável
margem de liberdade de expressão para todos.

O líder não é um santo, mas alguém que venceu a concorrência.


CONCEITO DE DEMOCRACIA EM
SCHUMPETER

O PARTIDO não é um grupo de homens que tenciona promover o


bem-estar público baseado em algum princípio universal
P.61 - Em determinadas épocas, evidentemente, todos os partidos
adotarão um conjunto de princípios e plataformas, que podem ser
característicos do partido que os adota e importante para seu sucesso,
como as marcas de mercadorias que uma loja de departamentos vende
são características suas e importantes para seu êxito. Mas a loja não
pode ser definida em termos das marcas que vende, nem o partido
definido em termos dos princípios que adota. O partido é um grupo
cujos membros resolvem agir de maneira concertada na luta
competitiva pelo poder político
CONCEITO DE DEMOCRACIA EM
SCHUMPETER

Em síntese, o povo não governa. A democracia é o governo dos


políticos. O político profissional, de carreira, é uma exigência da
democracia. Ele tem, e deve ter, interesses distintos do eleitor, assim
como um empresário possui interesses distintos do trabalhador.
P.64 - "O que os homens de negócios não entendem é que, da
mesma maneira que eles negociam em petróleo, eu negocio em
votos”

A produção de legislação não é o objetivo da atividade política, mas


um subproduto da luta pelo poder. A criação de leis deve ficar cada
vez mais a cargo dos especialistas, do corpo burocrático.
CONDIÇÕES DE ÊXITO PARA O MÉTODO
DEMOCRÁTICO
1. O material humano da política (os membros da máquina política,
os que são eleitos para servir no parlamento e atingem os postos
ministeriais) seja de qualidade suficientemente alta. Daí a
necessidade de políticos profissionais.
2. O campo real das decisões políticas não seja estendido
demasiadamente longe. Decisões complexas devem ser tomadas
por especialistas.
3. O governo democrático deve ser capaz de contar, em todos os
campos, incluídos na esfera da atividade pública, com os serviços
de uma bem treinada burocracia que goze de boa posição e
tradição e seja dotada ainda de um forte sentido de dever.
CONDIÇÕES DE ÊXITO PARA O MÉTODO
DEMOCRÁTICO
4. Autocontrole democrático. O método democrático não pode
funcionar suavemente a menos que todos os grupos importantes da
nação estejam dispostos a aceitar todas as medidas legislativas,
enquanto estiverem em vigor, e todas as ordens do governo, desde que
emitidas por autoridades competentes. Há uma divisão do trabalho
entre políticos e eleitores.

5. A concorrência eficiente pela liderança necessita de muita


tolerância com as diferenças de opiniões. Deve ser possível a todo
líder potencial, que não está legalmente impedido de concorrer,
apresentar seu caso sem causar desordens.
DEMOCRACIA, SOCIALISMO E
COMUNISMO
Entre o socialismo e a democracia, não existe uma relação
necessária: um pode existir sem a outra. Mas, ao mesmo tempo, não
há incompatibilidade: em determinadas circunstâncias do meio
social, a máquina socialista pode funcionar de acordo com os
princípios democráticos.

O método democrático se enfraquece em tempos de crise.

O comunismo marxista tradicional é oposto ao método


democrático. Para Marx, o Estado e sua forma de governo são
expressões das condições materiais de existência.
PARTE II

UM CONTRAPONTO – ANÁLISE
CRÍTICA DA CONCEPÇÃO
BOBBIANA DE DEMOCRACIA

Prof. Me. Raphael de Souza Cruz


POSSIBILIDADE DE UMA OUTRA
DEMOCRACIA
A construção de uma concepção democrática autenticamente
contra-hegemônica deveria incluir, entre suas tarefas, o
questionamento às teses de Bobbio.

Para Bobbio, o que caracterizaria o regime político moderno como


democrático seria a garantia dos direitos individuais, aqui
incluídos os direitos de liberdade civis e políticos.

A democracia moderna seria o triunfo do indivíduo e


consequência histórica do liberalismo. Assim sendo, liberalismo e
democracia repousariam, ambos, sobre uma concepção
individualista de sociedade.
POSSIBILIDADE DE UMA OUTRA
DEMOCRACIA

Democracia e liberalismo seriam interdependentes, o que


impediria uma democracia que afirme e expanda direitos e
liberdades, superando a tradição liberal.

Ponto de crítica
P. 06 – “o abandono puro e simples de todo conteúdo substantivo,
de toda e qualquer aspiração igualitária, de toda e qualquer
associação da democracia com ideais de justiça e de
transformação social. A democracia moderna, para Bobbio, diz
respeito, apenas, a uma questão de procedimentos.”
POSSIBILIDADE DE UMA OUTRA
DEMOCRACIA

Ao defender a democracia enquanto um conjunto de regras, se


privilegia a estabilidade, a conservação, em oposição a qualquer
possibilidade de desafiar o status quo. É também elitista, na
medida em que supervaloriza a representação.

Para Bobbio, a democracia direta é uma utopia. Convém


preservar a distância entre os representados e os representantes,
permitindo a estes últimos a tutela dos interesses gerais do Estado,
superiores aos interesses dos eleitores.
POSSIBILIDADE DE UMA OUTRA
DEMOCRACIA

P.09-10: “Mas será que essa resposta, a resposta elitista, é a única


possível? Por que diante do aumento da complexidade, não
haveria de se pensar que se torna cada vez mais necessária a
expansão da própria democracia, multiplicando os espaços
para a efetiva participação popular? Não haveria assim maiores
chances de ouvir mais vozes e de contemplar um maior leque de
interesses?”
POSSIBILIDADE DE UMA OUTRA
DEMOCRACIA

Para Bobbio, mesmo a apatia política não seria um problema:


P.82 de “O futuro da democracia”: A abstenção do voto aumentou,
mas até agora de maneira não preocupante; de resto, a apatia
política não é de forma alguma um sintoma de crise de um sistema
democrático, mas, como habitualmente se observa, um sinal da sua
perfeita saúde: basta interpretar a apatia política não como recusa
ao sistema mas como benévola indiferença”

“Nada ameaça matar mais a democracia que o excesso de


democracia”
POSSIBILIDADE DE UMA OUTRA
DEMOCRACIA

P. 13 - Tal frase constitui toda uma declaração de princípios em


favor de um projeto extremadamente limitado de democracia, um
projeto que oferece ingredientes muito mais identificados com a
tradição liberal do que com a tradição democrática. Um projeto para
o qual a representação opera como uma útil ferramenta destinada a
limitar o “excesso de participação” e garantir as necessárias
mediações normativas e os procedimentos que impeçam a
intervenção direta das massas na esfera política ou na vida
pública.
POSSIBILIDADE DE UMA OUTRA
DEMOCRACIA
Para os autores, trata-se de um projeto de “democracia mínima”,
afastada do povo.

Bobbio ignora a crescente concentração de poder político nas mãos


de megacorporações transnacionais

P. 15 – “E aqui está o nó que deve ser desatado por todos aqueles


que almejamos uma democracia realmente popular, entendida
como autogoverno de mulheres e homens que lutam pela expansão
de direitos e liberdades em prol de um futuro melhor. Um projeto,
logicamente, que visa terminar com o capitalismo e construir
outro tipo de configuração social.”
POSSIBILIDADE DE UMA OUTRA
DEMOCRACIA

Os autores desenvolvem uma crítica progressista, de inspiração


marxista, que permita ampliar a democracia para além das regras
do jogo e incluir mais participação popular e mais mecanismos
de democracia direta.

A democracia não pode representar simplesmente um conjunto


de regras, apesar de depender delas. Ela deve também
significar e possibilitar uma série de princípios ligados ao fim
da desigualdade social.

Não há democracia plena no capitalismo.

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