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Produção de texto

Produção texto Dissertação

O Estado laico e a interferência religiosa

Leia com atenção a coletânea de textos a seguir, para elaborar sua redação.
Coletânea

Texto I
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte
para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada
na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Preâmbulo da atual Constituição da República Federativa do Brasil

Texto II
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios:
I — estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcio-
namento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança,
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

Constituição da República Federativa do Brasil

Texto III
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, afirmou nesta terça-feira,
30, em um discurso feito no Instituto Aspen, que existem “valores inegociáveis” nas socie-
dades sobre os quais a Igreja tem o dever de intervir.
[…]
 “A natureza humana não muda com as maiorias parlamentares, nem com o passar do
tempo”, disse o religioso. “Quando a política procura substituir a natureza do homem, em
vez de defendê-la, ou quando o legítimo balanceamento dos poderes e das responsabilida-
des do Estado não é respeitada, os religiosos devem então intervir, não por hobby ou por
prevaricação, mas para defender a dignidade e, em última análise, o bem da pessoa e da
sociedade”, explicou.
http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid250882,0.html (acesso em 1º out. 2008)

Texto IV
A ativista [Dulce Xavier] também critica a interferência da Igreja no Estado brasileiro.
Segundo ela, isso acontece porque a igreja não tem conseguido passar seus valores aos ca-
tólicos. “A igreja, como não consegue a obediência dos seus fiéis, usa o poder de influência
que tem na sociedade para pressionar o estado a acatar as normas e regras que ela acredita
que são importantes, para obrigar toda a população a cumprir, através de uma lei, de uma
política pública, o que ela não consegue impor nem para os seus próprios fiéis”, afirma.
Para ela, o Estado brasileiro, por ser laico, deveria respeitar as diferentes expressões
religiosas. Xavier argumenta que a sociedade brasileira considera normal essa interferência.
“A influência da igreja sobre o Estado, para a maioria da população, é vista como uma coisa
mais ou menos boa, porque, afinal de contas, a igreja tem boa intenção, e as pessoas não
se lembram de que há uma separação oficial entre Igreja e Estado”, diz Dulce Xavier.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/05/05/materia.2007-05-05.7308287586/view
(acesso em 1º out. 2008)

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Texto V
Carta Capital: Qual é a sua opinião sobre essa interferência da Igreja católica em uma inicia-
tiva de saúde pública [de disponibilizar a pílula do dia seguinte durante o carnaval de Recife]?
José Gomes Temporão: Eu acho que tem uma questão central aí, que eu considero
que é um abuso, que é a tentativa de estender para toda sociedade um dogma que é espe-
cífico de uma determinada religião. É razoável que uma determinada religião exija de seus
fiéis um comportamento compatível com seus dogmas. Aí os fiéis vão seguir esse padrão de
comportamento ou não. Agora querer que toda a sociedade siga esse dogma, e mais, querer
interferir numa conduta médica, isso é o mais grave. É como se o bispo quisesse estar assu-
mindo o lugar do médico e arbitrar quem deve ter acesso a um determinado medicamento
ou não, baseado em critérios absolutamente leigos. Em critérios que quem acredita, acredita.
E quem não acredita tem o direito de não acreditar. E principalmente, chamar a atenção,
porque a Igreja se separou do Estado brasileiro há muito tempo, não é? Mas parece que
tem gente que insiste em querer submeter a vontade do Estado e da população a padrões
filosóficos, morais e religiosos de determinados setores e de determinadas crenças. Isso é
inadmissível nos dias de hoje.
http://cartacapital.com.br/481/pilula-da-discordia / (acesso em 1º out. 2008)

Texto VI
“A Band se abriu de vez para o mercado da fé. No mês passado, vendeu 22 horas da
grade da Rede 21, emissora do mesmo grupo, para a Igreja Mundial do Poder de Deus.
O negócio deverá render à TV R$ 420 milhões nos próximos cinco anos.
Desde o último dia 1o, o Ministério (sic) Silas Malafaia (Assembléia de Deus) ocupa a
grade da Band da 1h30 às 7h. Pagará cerca de R$ 7 milhões por mês ou R$ 336 milhões em
quatro anos (duração do contrato)”.
[…]
Diante das evidências — que não se restringem aos dados citados e envolvem tanto
igrejas evangélicas como católicas — não há como escapar de duas questões que, leiga e
ousadamente, gostaria que fossem consideradas como “constitucionais”:
Primeiro, é correto (no sentido de legal) que grupos privados possam negociar e auferir
lucro do aluguel, sublocação (ou seria subconcessão?) de “partes” de um serviço público que
lhes foi outorgado pelo Estado?
Segundo, retorno à pergunta já feita em texto recente publicado neste Observatório (ver
“O coronelismo eletrônico evangélico”): um serviço público que, por definição, deve estar “a
serviço” de toda a população, pode continuar a atender interesses particulares de qualquer
natureza — inclusive, ou sobretudo, religiosos? Ou, de forma mais direta: se a radiodifusão
é um serviço público cuja exploração é concedida pelo Estado (laico), pode esse serviço ser
utilizado para proselitismo religioso?
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=504JDB001 (acesso em 1º out. 2008)

Proposta de redação
Os textos da coletânea apresentam variadas informações e opiniões a respeito da “sensível” (em todos os
sentidos) relação entre o Estado e as igrejas, que nos incitam a algumas reflexões: O que é um Estado laico de
fato? O Estado brasileiro é laico? Há assuntos em que as igrejas podem ou devem intervir no Estado? Existem
limites na atuação do Estado e das igrejas?
Com base na leitura desses textos, no seu conhecimento de mundo e nessas reflexões, elabore um texto
dissertativo expressando seu ponto de vista.
Use argumentos consistentes e dê um título à sua redação.

Roseli Aparecida de Sousa


Professora de língua portuguesa no ensino médio
novembro/2008

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