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INTRODUÇÃO
O nosso trabalho encontra-se dividido em três partes. Na primeira tentaremos explicar a
ideia da ―Escola para Todos‖ e o consequente ensino para todas as crianças
independentemente da sua origem social e económica, assim como a relação professor-
aluno na realidade da escola de massas. Serão abordados temas referentes a outras leituras
relacionadas, efectuadas no contexto da disciplina para a fim de completar o tema
escolhido.
A segunda parte tem como base a adolescência onde focaremos fenómenos do percurso
individual de cada indivíduo com base na teoria psicossocial de Erik Erikson, objecto de
avanços científicos relevantes.
A terceira parte serve para tentarmos explicar o porquê da conjugação dos dois temas das
disciplinas, pois achamos que ambos se encontram intimamente ligados ao trajecto social e
pessoal de cada indivíduo.
ESCOLA PARA TODOS
―A escola é um momento do processo Educativo Global dos Indivíduos e das
colectividades‖ (Trilla, 1993)
Na era da multiculturalidade e globalização, é necessário encontrar novas estratégias
educativas, um novo contexto cultural e educativo que promova a personalização dos
indivíduos, indispensável na construção de uma identidade e na aquisição de saberes e
competências, que permitam o desenvolvimento e sobrevivência das culturas locais face à
massificação e discrepâncias sociais no ensino.
A relação entre o sistema de ensino e o escalão social do indivíduo foi desde sempre, um
grande factor de preocupação no universo escolar. Durante muito tempo este foi o
impulsionador directo no seu percurso de vida. As classes médias e altas desfrutavam de
um certo estatuto financeiro e social, que lhes permitia o acesso de um percurso escolar
mais completo do que os grupos sociais de escalão inferior, que tinham graves dificuldades
em usufruir da igualdade de direitos de aprendizagem na instrução escolar. O privilégio do
ingresso às Universidades era concedido às classes médias e superiores, assegurando
cargos mais altos no mundo laboral, enquanto que, as classes inferiores frequentavam
escolas técnicas comerciais e indust1riais, que davam acesso a cargos nos sectores
terciários e secundários. A organização da estrutura do mundo do trabalho era
hierarquicamente dividida mediante o estatuto social do indivíduo.
Actualmente, todos os alunos provenientes de várias classes sociais assim como de
diferentes etnias usufruem do mesmo sistema de ensino.
A escola massificada é a realidade actual do universo escolar, no entanto, este sistema
apresenta várias questões sociopedagógicas que determinam o sucesso ou insucesso
escolar e a inclusão ou exclusão social do indivíduo.
O processo educativo pode ser ameaçado por elevadas taxas de abandono, de absentismo,
por falta de interesse pelas matérias, por conflitos nas salas de aulas e recreios. Estas são
condições de sobrevivência escolar principalmente adjacentes aos grupos de classes
inferiores, que quando mal conduzidos ou estigmatizados relativamente ao seu extracto
social pelos educadores, podem conduzir a um ciclo vicioso do fracasso.
O sociologista Americano Howard Becker realizou uma investigação, com base em 60
entrevistas, acerca da relação e reacção dos professores, relativamente às diferentes
estruturas sociais dos seus alunos. Através das declarações de uma professora ao longo de
uma entrevista, conseguimos perceber o pensamento gerado por uma série de condições
sociais e educacionais no circuito familiar, que resulta no significado do ‗aluno ideal‘ e no
‗aluno não-ideal‘. Numa referência ao ‗valor escolar‘ das crianças de classe social inferior, a
professora relaciona os factores de influência educacional fora das aulas, tais como a falta
de hábitos de estudo, falta de interesse dos pais, assim como de educação, com a aptidão e
interesse das crianças para a aprendizagem, ―É difícil fazer alguma coisa com crianças
como estas. Elas simplesmente não correspondem.‖ (Carlos Alberto Gomes, ―A Interacção
Selectiva na Escola de Massas‖)
Em oposição surge o atributo contrário relativamente às crianças de classe social superior,
que por uma condição económica mais elevada, lhes é proporcionada a vantagem do
conhecimento e instrução através, por exemplo, de viagens feitas com os pais, de lugares
visitados, que possam surgir como tema educacional em sala de aula, permitindo-lhes uma
melhor interpretação do tema assim como um maior interesse na matéria. ―Elas visitam
lugares, e vêem coisas, e sabem do que tu estás a falar…Tu podes fazer mais com
‗material‘ como este.‖ (Carlos Alberto Gomes, ―A Interacção Selectiva na Escola de Massas‖)
O significado de ‗sucesso‘ para esta professora é determinado perante a classe social do
aluno. Torna-se mais simples e mais gratificante ensinar um aluno que vai de encontro ao
‗aluno ideal‘, onde a metodologia pedagógica se ajusta em conformidade com o
conhecimento do aluno, e justificar assim a ‗inadequação escolar‘ de certos grupos de
estudantes. A interacção entre professor e aluno cujas características socioculturais não
correspondam ao ‗aluno ideal‘ pode desenvolver consequências negativas para o percurso
escolar e social de muitos jovens.
A função de transmissão de referências de conhecimento e competências funcionais, de
forma a habilitar os indivíduos a poderem aprofundar e aplicar os conhecimentos e a
gerirem a sua inserção a nível profissional e social, é atribuída à escola.
As finalidades da escola e os seus efeitos desejados abrangem dimensões diversas, sociais,
culturais, produtivas e personalizadoras.
As funções da escola, para além das que estão apontadas nas suas finalidades, propendem
a assegurar a guarda das crianças enquanto os pais trabalham, assim como a função de
facultar os meios de obtenção de competências e títulos académicos, proporcionando a
possibilidade de mobilidade social ascendente.
O verdadeiro objectivo da escola e dos actores educativos é de mobilizar as finalidades e
funções da escola para que estas possam ir de encontro com a realidade educativa da
comunidade onde está inserida.
Deve haver a necessidade de mudança nas relações entre a instituição escolar e a
sociedade.
A escola deve conseguir dar a todos os alunos igual possibilidade de ter sucesso escolar,
trabalhando a heterogeneidade.
A preparação dos indivíduos a nível profissional na sociedade actual, a preparação para a
competição económica e o domínio de competências para aprender, conviver, colaborar,
etc., é exigido da escola, por isso, é colocado à escola o desafio de aceitar a
heterogeneidade, aceitar as diferenças de cada um, para que estas passem de barreiras a
um contributo ao conhecimento.
Esta instrução permanente deve actuar nos diversos espaços da escola (formais, não
formais ou informais) nos quais se constroem as relações entre os indivíduos, incorporando
a diversidade como elemento constitutivo da realidade humana e a igualdade como eixo
estruturante das relações sociais e interpessoais. Torna-se necessário promover novas
metodologias pedagógicas, que visem desenvolver as capacidades de cada que cada um
deles, de forma a combater o insucesso escolar, e para que possam sentir que algo lhe
compete fazer para o progresso da comunidade.
Embora e educação de um individuo não seja de total responsabilidade da escola, esta é
talvez a de maior importância, assim sendo um professor deve ter consciência da sua
condição de educador, não se limitando apenas a desenvolver um determinado conteúdo
programático, independentemente do grau de ensino em que actue.
O sucesso de um indivíduo é resultante de diferentes variáveis, a flexibilidade de
intervenção tendo em conta o quotidiano do aluno, as suas atitudes e o seu progresso de
desenvolvimento, pode desencadear resultados muito mais produtivos tanto a níveis
escolares como sociais.
Se um professor estabelece à partida um juízo relativamente a um aluno, ele age consoante
o comportamento do mesmo, por efeito dos seus processos de aprendizagem, de modo a
obter uma justificação para o juízo que previamente estabeleceu. Assim, se o juízo for
favorável, haverá da parte do professor uma mudança de atitude num sentido positivo de
modo a suscitar no aluno verdadeiras performances.
Manifestar expectativas positivas em relação aos alunos pode conduzir a um tipo de
relacionamento que reforce a aprendizagem, que incuta incentivos e que promova a
vontade de aprender.
Mas como o insucesso escolar não pode ser analisado apenas do ponto de vista do modo
de intervenção da escola, deve ser tomado como algo complexo que resulta de
disfuncionalidades presentes no indivíduo, escola e sociedade e da forma como se
articulam.
Para termos em conta a complexidade do problema, basta saber que existem alunos
‗inteligentes‘ que fracassam, e alunos mais modestos intelectualmente que obtêm sucesso,
alunos pobres e de meios degradados que são bem sucedidos, enquanto outros mais
abastados e de ambientes favorecidos podem não ter sucesso.
Esta é uma prova de que estão em causa vários factores, que não se encontram isolados
entre si, mas sim inter-relacionados. Podemos assim afirmar que o meio ‗faz‘ a pessoa e a
pessoa ‗faz‘ o meio.
A ADOLESCÊNCIA SEGUNDO A TEORIA PSICOSSOCIAL DE ERIK ERIKSON
No ponto dois, o foco da nossa reflexão recai sobre os adolescentes, porque achamos que
são eles, que mais modificações sofrem ao longo dos estádios de desenvolvimento. E de
uma certa maneira ao chegarem ao 3º ciclo, não chegam todos com a mesma bagagem,
que seria de esperar com a massificação da escola.
Só no século XX é que viria a ser reconhecido um estádio de transição entre a criança e o
adulto, até lá, e durante três séculos não se fazia qualquer distinção particular em termos
de capacidade e da sua problemática típica, o indivíduo adolescente já não é tido como um
adulto em miniatura. A adolescência alcançou então um estatuto de período específico no
percurso de desenvolvimento humano. Período muito mais complexo do que o da infância.
E durante o qual o individuo se desenvolve de maneira especial e caminha gradualmente
para encontrar o seu lugar na sociedade adulta. No decorrer do século XX é que houve
necessidade de manter o indivíduo adolescente afastado do mundo do trabalho e de
prolongar a sua escolaridade. Inicialmente era só uma minoria restrita e privilegiada que
reconhecia essa importância, com o passar do tempo vai progressivamente ser reconhecida
devido a um conjunto de factores de ordem diversa, essencialmente socioeconómica e
cultural.
Um dos mais conhecidos investigadores sobre a problemática da adolescência é Erik
Erikson. Segunda a sua teoria, este período de vida é tido como um período de crucial
significado para todo o percurso de vida posterior. Considera-o como o tempo de
formação da identidade psicossocial. Simultaneamente, considera-o como uma espécie de
pausa forçada, uma ―moratória‖ imposta pela sociedade e em que a experimentação de
papéis pelos indivíduos adolescentes e jovens seria benéfica. Na perspectiva, duramente o
ciclo de vida humana, vão emergindo em certos períodos críticos do desenvolvimento,
‗qualidades do eu‘, através das quais o indivíduo vai adquirindo as capacidades para
integrar as mudanças que se vão operando no seu próprio organismo, no sistema
relacional onde vive e onde se integra. Esses períodos críticos sucedem-se uns aos outros,
como passos sucessivos no processo de desenvolvimento psicossocial do indivíduo. Cada
indivíduo, deve por isso ir ultrapassando cada um desses conflitos de modo a atingir um
equilíbrio entre as memórias e as experiências que possui e já viveu e aquelas que se
apresentam de novo, as novas perspectivas que lhe são proporcionadas pelo complexo
leque de mudanças de que está sendo alvo.
Para Erikson, o conflito nuclear da crise de identidade acontece, precisamente, na
adolescência e corresponde ―à 5ª idade do Homem‖. Nesta crise incorporam-se elementos
de todas as outras crises vividas anteriormente. Já passaram, no percurso de vida anterior,
quatro conflitos nucleares e a atracção regressiva para esses quatro conflitos anteriores
contribui decisivamente para o desenrolar ―da crise de identidade‖, ou seja, a etapa do
desenvolvimento que antecede a entrada no estado adulto. Na perspectiva eriksoniana,
crise tem o significado de uma fase normal de crescente conflito no indivíduo, significando
flutuações na confiança em si próprio e num vasto potencial de crescimento que também
se está a verificar consigo. O indivíduo, ao recapitular quatro conflitos nucleares passados,
encontra, no potencial positivo ou negativo que deles resultou, facilidades ou dificuldades
ou mesmo incapacidades, para a realização do processo de integração indispensável à
formação do sentimento da própria identidade. Sentimento que requer não só o sucesso na
solução dos conflitos relacionados com os estádios ou as idades que antecedem o final da
infância, como, também o sucesso de outros três conflitos respeitantes a estádios que se
seguirão à adolescência. Os sete conflitos a ultrapassar, assim concebidos por Erik Erikson,
são os seguintes:
PERSPECTIVA TEMPORAL / CONFUSÃO TEMPORAL
Deve haver uma coordenação entre passado e futuro procurando ligar a sua história prévia
aos futuros projectos. Os esforços do adolescente para colocar a sua própria vida numa
perspectiva temporal baseiam se no conflito nuclear original. A experiência do tempo
provém da adaptação do bebé aos ciclos iniciais de tensão das necessidades: a partir das
idas e vindas daqueles que cuidam dele, aprende a ‗confiar‘ no facto de que elas
reaparecerão ou será vítima de uma ‗desconfiança‘.
AUTO CERTEZA / INIBIÇÃO
O jovem deve acreditar que, em concordância com todo o seu passado, se propicia o
alcance dos seus objectivos na idade adulta (auto certeza). Ele apoia se no sentimento
básico de autonomia que emergiu durante a Segunda crise de infância e, se não há um
reconhecimento de si mesmo como um ser autónomo, surge a inibição relembrando a
vergonha e dúvida do estágio primitivo.
Nos primeiros capítulos, Bourdieu e Passeron defendem a ideia de que a escola não é
neutra, não é justa, não promove a igualdade de oportunidades, e também não transmite
da mesma forma determinados conhecimentos, pois é a cultura da classe dominante. A
escola, ao tratar de maneira igual tanto em direitos quanto em deveres, aqueles que são
diferentes socialmente, acaba privilegiando os que por sua herança cultural já são
privilegiados.
O terceiro capítulo da obra, chamado ―eliminação e selecção‖, descreve de forma crítica e
analítica o exame na estrutura de ensino, sobretudo francês.
É a partir deste pensamento que os autores começam a caracterizar o exame como um
instrumento de selecção, classificação, e também a mostrar o seu peso e valor no ambiente
escolar.
Segundo Bourdieu e Passeron, o exame impõe uma definição social do conhecimento e da
maneira de manifestá-lo, ou seja, padroniza respostas e reacções relacionadas a
determinados conteúdos e limita de certa forma, o conhecimento e as capacidades
adquiridas e desenvolvidas ao longo dos anos.
A escola utiliza o exame para seleccionar os indivíduos tecnicamente mais competentes e
os classifica desde os primeiros anos de vida escolar, colocando-os sob o status de
nobreza escolar.
Já aqueles originários de classes populares, muitas vezes são eliminados do sistema antes
mesmo de serem examinados e avaliados, o que mostra o quanto as desigualdades são
fortes e influentes no ingresso e êxito escolar do indivíduo.
Neste ponto, os autores utilizam os termos probabilidade de passagem e probabilidade de
êxito para ressaltar o quanto as diferenças culturais podem intervir na vida e no sucesso
escolar de determinada pessoa. Aqueles que vieram ou passaram por uma estrutura social
pobre em condições básicas de sobrevivência e informação de qualidade, tem
possibilidades menores de obter êxito escolar e ingressar no ensino superior.
Os que conseguem, tendem a começar a reproduzir tudo aquilo que aprenderam no
sistema social em que estavam inseridos e acabam, muitas vezes, recebendo o diploma
sem ter desenvolvido as competências básicas exigidas pelo sistema escolar.
O exame não pode ser reduzido a apenas um serviço ou uma prática escolar, pois ele
determina a vida do sujeito em todos os aspectos, e sua sobrevalorização é resultado do
sistema de oportunidades em que a sociedade contemporânea está baseada, uma falsa
estrutura de igualdade social regida pela hierarquia dos êxitos escolares.
O sistema de oportunidades é explicado pelos autores conforme o excerto:
―Eis porque a estrutura das oportunidades objectivas da ascensão pela Escola, condiciona
as disposições relativamente à Escola e à ascensão pela Escola, disposições que contribuem
por sua vez de uma maneira determinante para definir as oportunidades de ter acesso à
Escola, de aderir às suas normas e de nela ter êxito, e, por conseguinte as oportunidades
de ascensão social‖. (Bourdieu e Passeron, 1970 p. 190)
No excerto acima, os autores caracterizam a Escola e sua estrutura como uma
oportunidade de ascensão social, ou um meio, um caminho para isso, e esse pensamento é
decorrente da democratização do ensino e da elevação de diplomados com o tempo, que
leva a escola a substituir progressivamente as desigualdades de acesso ao ensino pelas
desigualdades de currículos para manter a sua função social de reprodutora social.
Com isso, pode-se notar que as escolhas de cursos e instituições de ensino passam a ser
fortemente hierarquizadas e repletas de valores atribuídos socialmente graças ao capital e
poder simbólico das instituições, agentes escolares e seus usuários.
Neste cenário, o que é valorizado não se restringe a apenas o quanto o indivíduo sabe ou
estudou sobre determinado assunto, mas também onde e qual o curso prestigiado pela
sociedade cursou, efectivando mais uma vez as desigualdades, agora, de currículos.
Desta forma, a partir deste capítulo e da obra como um todo, Bourdieu e Passeron foram
capazes, de demonstrar que as características sociais, culturais e políticas do sistema
educacional francês, de facto, reproduziram as hierarquias existentes e as formas de
dominação social, assim revelando o esvaziamento real das noções de igualdade
propagadas por um sistema que seria democrático, e que a todos ofereceria tais
oportunidades.
Por isso, o conceito de reprodução, na obra destes autores, é igualmente decisivo, pois
permite compreender porque os indivíduos, envoltos de discursos e ideologias dominantes,
acreditam que as possibilidades existam para todos quando, de facto, as estruturas
existentes e as práticas sociais que permeiam a estrutura social, ao contrário, apenas
reproduzem a situação actual da sociedade, e o exame é um instrumento claro de
perpetuação da contraposição entre igualdades e desigualdades no âmbito social.
Neste artigo, como referimos, muito difícil de entender, apesar de tudo elucidou-nos sobre
vários aspectos que no entanto já sabíamos: a igualdade para todos no ensino à partida é
desigual, não partimos com a mesma bagagem neste percurso escolar.
TEXTO – JÓSE MADUREIRA PINTO DEFENDE QUE OS PROFESSORES NÃO SÃO O ELO MAIS
FRACO DO SISTEMA EDUCATIVO.
―Não se pode exigir ao sistema educativo níveis de qualidade que muitos outros domínios
da sociedade portuguesa não alcançaram.‖
José Madureira Pinto defende que os professores são acusados injustamente de serem a
parte mais fraca do sistema educativo em Portugal. Ao longo da sua entrevista refere quais
as possíveis medidas na requalificação do ensino.
―É bom não esquecer qual foi o ponto de partida após várias décadas de ditadura.‖
―Não se pode Deixar de questionar a incapacidade do sistema económico em absorver o
conjunto dos licenciados saídos do sistema, problema que, não minha opinião, finge-se
não existir.‖
― (…) algumas das limitações que ainda subsistem no sistema educativo decorrem mais das
debilidades e dificuldades da sociedade portuguesa em geral do que propriamente da
incapacidade do sistema e dos seus próprios actores, os professores, que não são, ao
contrário do que se afirma, o elo mais frágil do sistema educativo.‖
―Poder-se-á argumentar que são medidas financeiramente dispendiosas, mas se queremos,
de facto, apostar seriamente na educação, fazer dela o vector estratégico para o país sair
da situação difícil em que se encontra, então é preciso investir.‖
―Na prática escolar quotidiana é o professor quem continua a estar numa posição charneira,
no sentido em que é ele que se encarrega de gerir em tempo real – e esta dimensão do
tempo real é muito importante – uma série de problemas que se condensam na sala de
aula.‖
―Não é justa a existência de formações que dão mais facilidade a um conjunto de alunos só
porque têm uma herança cultural que lhes é mais favorável.‖
―Em vez de se atacar os problemas de fundo que se colocam à prática profissional diária
dos professores, invoca-se o argumento da gestão.‖
Na opinião de José Madureira Pinto as medidas que foram tomadas levaram a uma quebra
de confiança entre os professores e o Ministério da Educação. Tendo sido essa relação
quebrada, o funcionamento do ensino não é positivo, já que os principais investidores não
estão de acordo.
―Acho que se deveu sobretudo a uma muita errada estruturação e sequenciação das
medidas da reforma educativa. Tudo tem evoluído de forma inversa àquela que deveria ter
sido a solução. Considero que antes de mais, devia-se ter avançado com medidas que
levassem a uma relação de confiança entre os professores e o ministério. O que o
ministério fez desde o início, porém, foi contribuir para quebrar essa relação de confiança.
Porque se partiu do princípio que os únicos responsáveis pelas dificuldades do sistema
educativo são os professores, apenas por serem ele os agentes mais visíveis.‖
REFORMA EDUCATIVA OU A LEGITIMAÇÃO DO DISCURSO SOBRE A PRIORIDADE EDUCATIVA
Ao longo deste artigo são analisados numa perspectiva crítica, os pressupostos da reforma
educativa iniciada com a Lei de Bases, aberta com o 1º Governo Constitucional.
―Pode-se afirmar, que a reforma educativa atribui ao professor sobretudo a condição de
agente e não a de actor, o que conduziu a uma evidente incapacidade de mobilização dos
professores para o processo da reforma.‖
―Através da reforma educativa, o sistema educativo é apresentado como estando a
responder ao desafio da integração na CE e da construção do mercado único, dando o seu
contributo à modernização da economia portuguesa através da elevação da qualificação
dos recursos humanos.‖
REFLEXÕES TEXTOS
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
PSICOLOGIA EVOLUTIVA: CONCEPTO, ENFOQUES, CONTROVÉRSIAS Y MÉTODOS.
CONTROVÉRSIAS CONCEPTUAIS:
Herança – Meio
O perfil maturativo dos seres humanos
A Hereditariedade dos traços psicológicos individuais
Sincronia – Heterocronia
Continuidade – Descontinuidade
O PERFIL MATURATIVO DOS SERES HUMANOS:
Distinção entre o fechado e o aberto no código
genético
Fechado: é o que nos caracteriza como seres humanos, como membros da nossa espécie. -
Calendário maturativo determina um surgimento gradual de destrezas e capacidades, prevê
também o envelhecimento e uma série e uma série de acabamentos biológicos que têm
influência sobre capacidades e destrezas psicológicas.
Aberto: A inteligência, as capacidades linguísticas assim como as relações emocionais,
desenvolvemos com quem nos rodeia, não estão no código genético nem no calendário
maturativo.
CONCEITO DE CANALIZAÇÃO
Existe uma canalização maturativa que determina que certos feitos de natureza biológica
ou biopsicológica ocorram aproximadamente com determinada cronologia, mas não
determina os conteúdos concretos.
A epigénese humana tem um desenvolvimento não determinante, mas sim probabilístico e
aberto às influências ambientais.
A HEREDITARIEDADE DOS TRAÇOS PSICOLÓGICOS INDIVIDUAIS
*Relações passivas.
*Relações evocativas ou reactivas.
*Relações activas ou de selecção de contextos.
*Importância do carácter individual que o ambiente desempenha.
*Valorização de conceitos como margem de reacção.
*Instabilidade do conhecimento genético.
SINCRONIA – HETEROCRONIA
Conceito de Estado:
Trocas qualitativas ao longo do desenvolvimento
Conteúdos homogéneos, desenvolvem-se de forma sincrónica.
Sequência de estado é sempre a mesma seguindo uma cronologia.
Estados superiores supõem a integração e superação das realizações anteriores.
Os conteúdos estanques em secções
Conteúdos heterogéneos e independentes
Controvérsias
Comboio que segue uma trajectória com horários estabelecidos e que pára em todas as
estações e apeadeiros.
Vários vagões todos eles independentes que seguem destinos diferentes, a velocidades
diferentes e horas diferentes.
CONTINUIDADE – DESCONTINUIDADE
Podemos predizer o desenvolvimento de uma pessoa num determinado momento se
sabemos como foi o seu desenvolvimento num momento anterior?
Podemos libertar-nos do nosso passado evolutivo, particularmente se este foi adverso?
Continuidade:
*Estilo de apego.
*Alguns aspectos de competência social.
*Determinados conteúdos do sistema cognitivo.
Parecem apresentar um considerável grau de continuidade ao longo do tempo, no entanto
estão longe de ser imutáveis.
*Princípio de acentuação
*Pontos de inflexão
Concluindo, ainda que estejamos abertos à mudança, ao longo do tempo, tendemos a
parecermo-nos a nós mesmos. A manutenção dos traços de perfil pode ver-se acentuado
em algumas circunstâncias e modificado noutras; introduzindo neste caso uma
descontinuidade mais ou menos acentuada.
CHILD CARE AND ITS IMPACT ON YOUNG CHILDREN
1ª TÓPICA
DISTINÇÃO DO CONSCIENTE, O PRÉ-CONSCIENTE E O INCONSCIENTE:
Consciente: zona mais pequena de todas. Temos um conhecimento directo com todo o
material que a constitui. Ex: Ter fome
2ª TÓPICA
Freud ao aperceber-se que o inconsciente não se reduz aos conteúdos psíquicos
recalcados e que em todas as instancias psíquicas há elementos inconscientes em maior ou
menor grau, cria a 2ª tópica, que, mostra o dinamismo do psiquismo através dos seus
conflitos intra psíquicos onde esta envolvida a sexualidade infantil que influência a
personalidade.
Na 2ª tópica existem 3 instâncias psíquicas:
O Id – (infra-ego, infra-eu)
É a partir do Id que se formam as outras 2 instâncias.
É formado por tudo o que herdamos e está presente à nascença (pulsões de vida e pulsões
de morte).
É totalmente inconsciente (totalmente desligado do mundo real) mas não é todo o
inconsciente.
Não actua segundo princípios lógicos (porque nele coabitam pulsões de vida e de morte) e
morais (porque pretende realizar tudo o que lhe agrada sem se preocupar com o facto de
isso ser bom ou mau), é ilógico, imoral e dominado pela fantasia.
Rege-se pelo princípio do prazer. Procura satisfazer imediatamente os seus impulsos e
instintos, desconhecendo o certo e errado.
Não tendo qualquer conhecimento do que é a realidade o Id procura satisfazer as suas
pulsões (descarregar a tensão, reduzi-la de modo a que o organismo se sinta confortável)
mediante um processo irrealista.
Este processo consiste em formar uma imagem mental do objecto desejável. Este processo
somente ilude a satisfação do desejo, não o realiza.
O Id é, em grande parte, animado pelo impulso sexual. É um grande reservatório da libido.
Tem, por isso, uma forte ligação ao corpo, à nossa dimensão biológica.
O EGO – (eu) representante da realidade.
O Id para entrar em contacto com a realidade precisa do Ego. O Ego não é inimigo do Id,
esta de certa forma (realista), ao seu serviço.
O Ego começa a desenvolver-se por volta dos 6 meses e funciona segundo princípios
lógicos e racionais embora, paradoxalmente, seja em parte inconsciente.
Actua segundo o princípio de realidade, adiando a satisfação dos impulsos do Id até que o
objecto apropriado a essa satisfação surja na realidade. Esta suspensão temporária
significa que o Ego está realisticamente ao serviço do princípio de prazer.
O Ego desempenha o papel de executivo e de mediador em relação ao Id, decide que
instintos e pulsões podem, na realidade, ser satisfeitos e de que modo. O Ego, na verdade,
desenvolve-se a partir do Id e existe para satisfazer as necessidades deste e não as
frustrar. Mas é realista, sabe que nem tudo é possível, que para termos certas coisas temos
de renunciar a outras. Não podemos fazer tudo o que queremos.
Assim, o Ego visa impedir não o prazer mas sim uma descarga imediata da energia
pulsional, isto é, uma satisfação que não tenha em conta os limites característicos do meio
ambiente.
Superego – Representante da moralidade –
Diz-nos não o que podemos ou não fazer mas sim que devemos ou não fazer.
O Superego – (supereu)
Desenvolve-se por volta dos 3-5 anos (complexo Édipo).
Resulta da educação dada pelos pais, professores, etc. É o representante interno dos
valores, normas e ideias morais de uma sociedade, que são transmitidos à criança (através
dos pais e educadores) que os interioriza de tal modo que se tornam inconscientes.
Um superego demasiado repressivo (fruto de uma educação severa) é uma ameaça ao
nosso desenvolvimento saudável, tornando-nos inibidos, complexados, vítimas de
sentimentos de culpa exagerados, etc.
O superego vigia-nos dentro de nós. Reprime certos actos, favorece outros e, em certa
medida, é indispensável para uma vida equilibrada no seio da sociedade.
O papel do superego é triplo:
- Inibir ou refrear os impulsos, sobretudo de natureza sexual e agressiva, que provenientes
do Id podem arrastar o Ego em virtude da sua forte pressão.
- Persuadir o ego a substituir objectivos realistas por objectivos morais e moralistas.
- Procurar perfeição moral.
O MÉTODO PSICANALÍTICO
Caracteriza-se pela utilização de técnicas de observação clínica, que visam aceder a
conteúdos inconscientes.
Técnicas
Livre associação de ideias à Para tornar mais fácil a livre associação de ideias, o paciente
deve estar à vontade: deita-se num divã ou senta-se numa cadeira confortável enquanto o
analista, que falo só quando estritamente necessário, se senta fora do seu campo de visão.
O paciente conversa com o psicanalista conscientemente e através das palavras o paciente
diz tudo o que lhe vai na cabeça sem que haja por parte do paciente qualquer atitude
critica porque a partir desse assunto existe uma Livre associação de ideias, e são elas que
dão ao psicanalítico elementos para chegar ao inconsciente.
Interpretação dos sonhos e análise dos actos falhados à O psicanalítico pede ao paciente
que através do conteúdo manifesto (o que nos lembramos dos nossos sonhos (símbolos do
inconsciente, ponto de partida para a interpretação dos sonhos)) faça uma associação de
ideias sobre esses elementos para poder conhecer o conteúdo latente, ou seja, o
verdadeiro sentido/significado das sonhos, para poder chegar ao inconsciente.
Para Freud, o conteúdo manifesto do sonho inclui muitos símbolos que representam o seu
conteúdo latente. Estava convicto de que a maioria dos símbolos no sonho é de natureza
erótica porque julgava que a maior parte dos impulsos e desejos reprimidos no
inconsciente tinha a ver com a nossa vida sexual. A sexualidade encontra no sonho uma
representação rica e variada.
A IMPORTÂNCIA DA INFÂNCIA
Os conflitos e incidentes mais marcantes na nossa evolução psíquica remontam, segundo
Freud, à época da infância (primeira infância, sobretudo).
Os conflitos muitas vezes são mal resolvidos ou não resolvidos, o que quer dizer que são
recalcados e reprimidos, afastados para longe da nossa inconsciência, todavia eles não
deixam de existir, apenas não se manifestam directamente ao nível da consciência, tais
conflitos e incidentes continuam a afectar o nosso comportamento e a nossa personalidade
sem disso termos consciência. Manifestam-se de forma indirecta, provocando perturbações
psíquicas, desordem no comportamento e sofrimentos físicos. Como esses conflitos foram
recalcados (tornam-se inconscientes), são, sem que saibamos, a causa depois nossos
actuais padecimentos físicos e psíquicos. É possível recordar/reviver esses conflitos
(viagem à infância), pois agora que se é adulto pode-se perceber que esses conflitos não
tem razão de ser, antes era-se criança e via-se as coisas de maneira diferente, agora já as
vê de outra forma, pois o ego esta formado.
Freud estava convicto que à medida que o inconsciente se torna consciente, o doente pode
aperceber-se do modo como certos acontecimentos da sua infância determinam o seu
comportamento actual. Relembrar os traumas da infância, torna o paciente capaz de
resolver conflitos que não pode resolver no passado.
A terapia psíquica afirma que as perturbações psíquicas e as desordens comportamentais
derivam de conflitos inconscientes.
MECANISMOS DE DEFESA DO EGO
Os mecanismo de defesa do Ego, são forma de resolução ilusória, pois, não resolvem o
problema, apenas o disfarçam, são em grande parte inconscientes de conflitos
intrapsiquicos que permitem ao Ego lidar com sentimentos desconfortáveis devidos à
ansiedade e à tensão.
Segundo Freud, a nossa vida psíquica desenrola-se sob o signo do conflito, isto é, entre a
necessidade de satisfação do Id e os impedimentos e proibições que emanam na sociedade
e são interiorizadas pelo Superego. Este conflito é geralmente e sempre que possível
resolvido pelo Ego, que agindo segundo o principio da realidade, procura conciliar forças
pulsionais opostas e moderar o conflito.
O Ego desencadeia mecanismos de defesa quando ocorre a ansiedade, ou seja, o Id e o
Superego emanam mensagens extremamente opostas. Esses mecanismos visam reduzir a
ansiedade intrapsiquica e actuando principalmente de forma inconsciente protegem o
individuo da angustia, não o fazendo tomar consciência do conflito.
OS PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA SÃO:
Recalcamento: Consiste em reprimir e afastar da consciência impulsos e desejos
inaceitáveis como recordações traumáticas, contudo, o que é recalcado não é eliminado,
podendo voltar disfarçadamente. Ex.: Madalena ficou traumatizada na infância com a morte
da irmã. Não consegue lembrar-se de ter ido ao funeral embora todos os familiares
garantam que sim.
Racionalização: Visa proteger a nossa auto-estima e evitar complexos de inferioridade
mediante argumentos ou justificações que mascaram a verdadeira realidade dos factos
(predomina no estádio genital). Ex.: A Ana não quis ser minha namorada. No fundo, ainda
bem porque não faz o meu género.
Projecção: Consiste em atribuir a outros sentimentos e desejos que são nossos, mas que
recusamos por serem, regra geral, inaceitáveis ou pouco apropriados. É uma forma de nos
libertarmos de problemas, defeitos e deficiências que são nossos. Ex.: André, que passa o
tempo a lisonjear os seus patrões, queixa-se que os seus colegas são graxistas.
Deslocamento: O indivíduo substitui o objecto original de um impulso por outro sobre o
qual liberta tensão. Ex.: Zangado com o patrão, Nuno chega a casa e insulta a mulher.
Regressão: Consiste em o indivíduo adoptar formas de comportamento características de
estádios anteriores do seu desenvolvimento psicossexual, sobretudo os estádios infantis,
esse regresso ocorre frequentemente após uma experiência traumática. Ex.: O Carlos, de
seis anos, voltar a fazer chichi na cama porque vi pela primeira vez à escola.
Compensação: Visa superar situações de inferioridade (real ou sentida) através do
envolvimento em actividades que as compensem e possibilitem a nossa auto-afirmação.
Envolve, em certa medida, o recurso à ficção, uma fuga é realidade que somos. Ex.: Infeliz
na sua vida sentimental, Jorge escreve histórias de amor com final feliz.
Sublimação: O indivíduo canaliza ou dirige para actividades socialmente desejáveis e
aprovadas impulsos libidinais e agressivos considerados indesejáveis e perigosos, isto é,
desviar impulsos que são considerados pelo sujeito como inaceitáveis para actividade
socialmente úteis e gratificantes. Ex.: Sérgio vai praticar jogging quando se sente irritado e
nervoso.
A IMPORTÂNCIA DO PASSADO E DA SEXUALIDADE:
O desenvolvimento infantil e o modo como se processa são decisivos para a formação da
personalidade do indivíduo e determinam aquilo que o indivíduo será. O passado infantil,
principalmente o complexo de Édipo/Electra, e as marcas que esse passado deixa no
inconsciente década individual explicam, em grande parte, os seus comportamentos
enquanto adultos e as características que definem a sua personalidade.
Freud afirmava que os problemas de que sofriam os seus pacientes seriam, em grande
parte, o resultado de experiências traumáticas vividas nos primeiros anos de vida.
Examinando as recordações dos seus pacientes, descobriu as suas motivações
inconscientes e construiu a sua teoria psicossexual do desenvolvimento da personalidade.
O papel dos pais nos primeiros anos de vida e a maneira como lidam com os impulsos
sexuais e agressivos dos filhos é fundamental para o desenvolvimento da personalidade.
Para Freud existem cinco estádios de desenvolvimento psicossexual, em cada estádio o
prazer deriva de uma determinada zona do corpo (zona erógena). Sexualidade, para Freud,
é fundamental para a realização do ser humano. Para Freud sexualidade não se reduz à
sexualidade genital, essa, é apenas um aspecto da sexualidade, sexualidade é pois, toda a
actividade corporal que, centrando-se em zonas erógenas, em diferentes momentos,
tendem para o prazer.
Em cada estádio psicossexual o indivíduo vive o conflito entre os seus impulsos biológicos
e as expectativas sociais. A forma como resolvemos tais conflitos entre as seduções das
zonas erógenas e as exigências da realidade é determinante para a personalidade adulta.
Quando os conflitos não são resolvidos, o indivíduo pode fixar-se em dado estádio do seu
desenvolvimento, não passando para o estádio seguinte. Pode, então, ocorrer a repressão,
ou seja, o indivíduo regressa a um estádio onde se fixa com o objectivo de fugir aos
conflitos, o que revela, falta de autonomia e incapacidade de enfrentar a realidade e
experiências frustrantes.
A zona erógena muda de estádio para estádio (boca, ânus e órgãos sexuais). Nos três
primeiros estádios (oral, anal e fálico) os ais são muito importantes, pois, se permitem uma
auto-satisfação excessiva ou inibem em demasia o prazer erótico da criança, estarão a
pedir um desenvolvimento psicossexual saudável.
A RELAÇÃO COM A ANSIEDADE:
Para Freud, lidar com a ansiedade é o tema central da existência humana.
As forças e pulsões que moldam o nosso comportamento e o nosso modo de ser são
fundamentalmente inconscientes e de natureza sexual e agressiva.
Na 2ª tópica Freud considera o Id a base dinâmica de toda a vida psíquica, inconsciente e
inato, tende para a auto satisfação, procurando sem ter em consta a realidade, obter o
prazer e evitar a dor. O Ego tenta encaminhar esses impulsos para uma satisfação que seja
uma solução de compromissos entre o que desejamos e o que realmente podemos obter,
dados os obstáculos e as restrições do meio. Ainda existe o superego, a instancia psíquica
que, muitas vezes, se opõe, de forma excessiva, aos desejos do Id, procurando obter a
perfeição moral.
Desenrola-se então, o conflito. A ansiedade é uma vivência do Ego que se preocupa com
esse conflito. Tenta satisfazer os desejos do Id, tendo em conta o que a realidade permite e
a moralidade admite.
O recalcamento dos desejos e pulsões inconscientes não significam que eles fiquem
―desactivados‖.
Procuram muitas vezes exprimir-se e subir á superficie. Para ultrapassar a censura
disfarçam- se, tornando-se irreconheciveis. Isto é, o inconsciente transforma-se e
manifesta-se nos sonhos, nos actos falhados e nas neuroses.
Sonhos – É a realização ilusória (simbólica) de desejos inconscientes (recalcados). Para
Freud o sonho é a via real de acesso ao inconsciente. O sonho não segue uma linguagem
lógica racional.
Actos Falhados – São satisfações substitutivas que resultam de um compromisso
entre Intenções. Uma consciente (socialmente aceite), e outra inconsciente (espreme um
pensamento que o individuo não aceita conscientemente – regresso do recalcado -). Ex:
Está encerrada a sessão (em vez de esta aberta a sessão). Esta intenção recalcada interfere
com a intenção consciente e esta surge deformada, originando o acto falhado.
Neuroses – Manifestações de algo que foi recalcado. Neuroses são doenças psíquicas
que traduzindo-se em perturbações físicas resistem à medicação. Muitas neuroses derivam
segundo Freud, da repressão dos impulsos sexuais e agressivos.
REFLEXÃO
A bibliografia recomendada pela professora para este trabalho demonstrou ser longa de
interpretar.
Para melhor compreensão foi necessário recorrer à internet.
Este trabalho veio enriquecer ainda mais os conhecimentos anteriormente adquiridos.
REFLEXÃO CRÍTICA
Ao longo deste semestre, foi-nos dada a oportunidade de conjugar as matérias leccionadas
na unidade curricular de Educação, Sociedade e Desenvolvimento, que se divide em duas
partes: Psicologia e Sociologia. Estas duas partes colaboram eficientemente, na construção
da unidade curricular que se preocupa em elucidar os alunos acerca da importância e da
interligação entre estes três elementos: Educação, Sociedade e Desenvolvimento.
O trabalho autónomo desenvolvido ao longo das aulas e fora delas foi de extrema
importância porque nos permitiu utilizar ferramentas de pesquisa, de forma a obter a
informação necessária. Na nossa opinião, essa metodologia é de grande valia, já que
permite aos alunos desenvolverem outras capacidades; o aluno deixa de estar dependente
da informação que o professor fornece, sendo o aluno o principal responsável pelo
aumento ou não do seu conhecimento.
A capacidade de todos nós, como alunos, conseguirmos desenvolver um trabalho
autónomo bem-sucedido, só irá aumentar as nossas possibilidades como futuros
integrantes no competitivo mundo do trabalho.