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CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR

PROFESSOR MARLOS FERREIRA

AULA 03:
TEORIA MONETÁRIA: OFERTA DE MOEDA E DEMANDA DE MOEDA. MEIOS
DE PAGAMENTO, MULTIPLICADOR MONETÁRIO E BASE MONETÁRIA.
INFLAÇÃO E EMPREGO. DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE PREÇOS.
INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DA INFLAÇÃO. A CURVA DE PHILLIPS

Falaremos agora sobre um tópico com diversos assuntos e abordagens que,


embora não estejam tendo uma atenção recente tão vigorosa pelas bancas
examinadoras, são de fácil assimilação e, de certo modo, bastante técnicos.
Veremos, então, a teoria monetária com os instrumentos de gestão da moeda bem
como os elementos dos multiplicadores e base monetária. Além disso, cabe aqui
registrar o movimento da inflação ( principal preocupação das economias na
década de 80) e a famosa Curva de Phillips com suas versões original e moderna.
Iniciaremos, portanto, com a oferta monetária: seus elementos e instrumentos de
gestão eficiente de política monetária.
Meios de pagamento (M1) são considerados todos os haveres que apresentam a
peculiaridade de liquidez absoluta e imediata. Concentram-se nas mãos do público
não-bancário. É composto por papel moeda em poder do público ( PMP) +
depósitos à vista nos bancos comerciais ( DVbc).
Além desses ativos, ocorrem haveres financeiros com grau de liquidez inferior à
moeda manual e escritural, conhecidos como quase-moeda. Exemplifica-se com
os depósitos de poupança, depósitos a prazo, títulos públicos pré e pós fixados,
etc. Em regra, adota-se pela autoridade monetária, o BC, as seguintes categorias:
M1 = PMP + DVbc
M2 = M1 + títulos públicos
M3 = M2 + depósitos de poupança
M4 = M3 + títulos privados
O volume da oferta monetária (meios de pagamento) depende de mudanças na
base monetária e/ou de alterações no valor do multiplicador (k).
Julgamos bastante difícil a ESAF trabalhar questões dessa esfera, embora já
tenha feito em épocas remotas. Utilize aquele tempo bem ocioso e bem próximo

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do concurso para ler e entender tal tópico. Como o conceito e os exemplos são
relativamente simples, vamos a eles: ocorre criação de moeda quando se verifica
um incremento do volume de meios de pagamento e destruição quando se tem o
efeito inverso, ou seja, redução dos meios de pagamento.
Ocorre criação de meios de pagamento (monetização da economia) sempre que a
transação é realizada entre o setor bancário (no caso, banco comercial) e setor
não-bancário ( no caso, empresa não financeira) na condição de compra de um
haver não-monetário em contrapartida de moeda manual ou escritural.
E destruição de meios de pagamento sempre que a transação é realizada entre o
setor bancário e setor não-bancário na condição de venda de um haver não-
monetário em contrapartida de moeda manual ou escritural.
Vamos às ilustrações necessárias e suficientes :
a) Aumento dos empréstimos ao setor privado: criação de moeda uma vez que os
bancos retiram de suas reservas e emprestam ao público.
b) Resgate de um empréstimo no banco: destruição de moeda uma vez que os
recursos saem do público e retornam ao caixa dos bancos.
c) Depositante retira depósito à vista e o coloca em depósito a prazo: destruição
de moeda, uma vez que os depósitos a prazo não são de liquidez imediata e
rendem juros.
d) Saque de um cheque no banco: não há criação nem destruição de moeda, uma
vez que houve apenas uma transferência de depósito à vista (moeda escritural)
para moeda em poder do público (moeda manual).
e) Quando um banco comercial adquire títulos da dívida pública diretamente de
outro banco comercial: operações interbancárias não afetam a variação no
quantitativo de meios de pagamento. Criação ou destruição de moeda só via
transações entre setor bancário e setor não-bancário da economia.
No que tange ao multiplicador da base monetária, vale expressar que a base
monetária é a soma da moeda em poder do público e das reservas bancárias (
técnicas, compulsórias e voluntárias), ou seja, praticamente toda a moeda emitida
excluindo aquela que permaneceu com o BC.
Codificando, temos:

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P = saldo da moeda em poder do público


R = total das reservas bancárias
D = saldo dos depósitos à vista
M = saldo dos meios de pagamento = P + D
B = saldo da base monetária = P + R

O multiplicador bancário ou multiplicador dos meios de pagamento, como também


é conhecido, é uma variável que sintetiza o mecanismo de multiplicação da base
monetária pelo processo de criação de moeda operado pelos bancos comerciais.
Mas resta-nos saber quais são as variáveis que determinam sua magnitude?
O multiplicador dos meios de pagamento depende, essencialmente, de dois
parâmetros.
O comportamental, que depende dos hábitos e necessidades dos consumidores,
das famílias e empresas no gerenciamento de seus recursos líquidos, isto é, qual
a parcela mantida em poder do público e qual fração se destinará aos depósitos
nos bancos comerciais.
E o parâmetro regulador, a cargo dos bancos comerciais com suas políticas de
encaixes e ao BC na condução da política de depósitos compulsórios dos bancos
comerciais.
O multiplicador da base monetária é extraído de:
m = M/B
Há uma relação inversa entre o multiplicador e as taxas de retenção de moeda
pelo público e de reservas bancárias. A decisão do público de reter mais moeda
em seu poder, não depositando nos bancos comerciais, bem como o incremento
da taxa de reservas requeridas pelos bancos comerciais diminui a quantidade de
recursos na rede bancária para os bancos emprestarem.
A missão da autoridade monetária consiste na compatibilização do volume de
meios de pagamento com as necessidades transacionais do contexto econômico
em conformidade com um agendamento monetário em que está previsto o
comportamento dos agregados macroeconômicos. Todavia, dada a velocidade
das transações de moedas e ativos, com a conseqüente nova conjuntura

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econômica colocada, o BC atua não só pró-ativamente, mas, sobretudo,


corretivamente com o fito de minorar os descompassos financeiros através da
base monetária e do multiplicador.
Vale aqui registrar e entender algumas fórmulas ( com as letras que costumam
aparecer) que muito contribuem na resolução das questões propostas pelas
bancas. Vamos a elas:

M1 = PPP + depósitos à vista


c = PPP
M1
d = depósitos
M1
c+ d = PPP + depósitos = PPP + depósitos = 1
M1 M1 M1

r = encaixes bancários = E
depósitos D

Km = 1/( 1 – d) ( 1 – r) ou
BM = PPP + encaixes = papel em circulação + reservas voluntárias e
compulsórias.
Em resumo: A expansão dos meios de pagamento pode ocorrer sob três ângulos:
a) incremento das operações ativas da autoridade monetária via mercado aberto (
que será visto adiante em Instrumentos de Política Monetária);
b) aumento da proporção dos depósitos à vista do público nos bancos comerciais
face ao total dos meios de pagamento;
c) redução da relação encaixes/depósitos à vista nos bancos comerciais. (R)

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Cabe também repisar que, na gestão da política monetária, a autoridade maior, o


Banco Central, por meio do já relatado parâmetro regulador, apresenta certo
controle sobre os itens a e c, mas absolutamente nenhuma jurisdição sobre o item
b ( proporção dos depósitos à vista/meios de pagamento), que depende quase
que exclusivamente do parâmetro comportamental das famílias e empresas.
Constata-se que a autoridade monetária exerce controle diretamente sobre a base
monetária e indiretamente sobre o multiplicador através do uso dos instrumentos
de política monetária.
A base monetária é essencialmente todo o dinheiro vivo da economia: é a soma
das reservas bancárias e do papel-moeda em poder do público. Representa todo
o dinheiro que o sistema financeiro poderia utilizar como reservas ( e realmente
utilizaria se o público depositasse todo o seu dinheiro nos bancos).

Instrumentos Clássicos de Política Monetária.

A) Operações de Open Market ( compra e venda de títulos públicos).


Operações de mercado aberto são compras e vendas de títulos públicos feitas
pelo BACEN. Quando o BC compra títulos que estão em poder do público, as
divisas pagas aumentam a base monetária e, em conseqüência, aumentam a
oferta de moeda. Quando o BC vende títulos ao público, os recursos recebidos
reduzem a base monetária e, assim, reduz-se a oferta de moeda.
B) Recolhimento de Compulsórios.
Fixação de taxa de reservas refere-se à regulamentação do BC relativa à razão
reservas/depósitos mínima a ser mantida pelos bancos comerciais. Um aumento
na taxa de reservas aumenta a razão reservas/depósitos e reduz o multiplicador
da moeda e a oferta de moeda. Este é o instrumento menos usado pelo BC.
C) Redesconto.
A taxa de redesconto é a taxa de juros que o BC cobra quando concede
empréstimos aos bancos. Os bancos levantam empréstimos junto ao BC quando
suas reservas são inferiores ao necessário para atender à taxa de reservas fixada.
Quanto menor a taxa de redesconto, mais barato fica o empréstimo de reservas e

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maior o montante levantado pelos bancos junto ao BC. Portanto, a redução na


taxa de redesconto aumenta a base monetária e a oferta de moeda.
O BC não tem o controle absoluto sobre a oferta de moeda. A autonomia dos
bancos na condução de suas atividades pode provocar mudanças na oferta de
moeda que o BC não antecipa. Por exemplo, os bancos podem optar por manter
reservas excedentes, isto é, superiores à taxa fixada. Quanto maior o excesso de
reservas, maior a razão reservas/depósitos e menor a oferta de moeda.
O agregado monetário M1 ( soma de moeda em circulação e depósitos à vista)
depende tanto do estoque da base monetária quanto de dois outros elementos: a
razão reservas/depósitos dos bancos comerciais e a razão moeda em
circulação/depósitos em poder da população. Um certo estoque do tipo mais
líquido de ativo dá origem a um valor muito maior de M1, em função da forma pela
qual os bancos criam moeda.
O elo ntre Mh e M1 é dado pelo multiplicador monetário, que depende tanto da
razão reservas/depósitos dos bancos comerciais quanto da razão moeda em
circulação/depósitos em poder da população.
Um aumento na razão reservas/depósitos reduz o multiplicador, porque reduz o
montante de novos empréstimos que o sistema bancário pode fornecer a partir de
um depósito inicial. Isto, por sua vez, reduz o valor dos novos depósitos
subsequentes feitos pelo público.
Um aumento na razão moeda em circulação/depósitos também reduz o
multiplicador monetário, por outra razão: neste caso, os empréstimos concedidos
pelos bancos comerciais produzem um valor menor de depósitos, porque os
agentes detêm maior proporção em dinheiro do que em depósitos bancários.

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INFLAÇÃO E EMPREGO. DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE PREÇOS.


INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DA INFLAÇÃO. A CURVA DE PHILLIPS

Todos nós sabemos que o fenômeno inflacionário no Brasil foi crônico, gravoso e
causou uma série de danos à economia e à sociedade brasileira ao longo do
tempo. Não há dúvida de que o seu combate tenaz e perseverante é uma missão
de todos. É do conhecimento público que seus efeitos perversos perpassam
indistintamente todos os estratos da sociedade, atingindo de maneira muito mais
nefasta as camadas mais pobres.

A elevação continuada dos preços tem historicamente aspectos monetário,


cambial, fiscal, inercial, estrutural e expectacional ( atenção aos aspectos inercial
e expectacional, pois são os únicos que podem de alguma forma aparecerem na
prova).
A parte inercial da nossa inflação reside nos preços administrados. Esta possui
uma malha contratual que utiliza indexadores de preços, como os IGPs, por
exemplo. Esses indicadores são a soma de três índices com ponderação estável
desde que foram criados, o que faz pouco sentido econômico e, muitas vezes, não
têm relação direta com os custos daqueles itens que estão corrigindo. Podemos
citar alguns exemplos bastante óbvios, como os aluguéis e telefonia. Estes
indicadores de inflação são fortemente influenciados por fatores exógenos, como
mudança no patamar de preços do petróleo, para ficarmos com a referência atual.
O aspecto estrutural da inflação brasileira pode ser observado no conflito
distributivo, nas restrições orçamentárias, no tamanho e na estrutura da dívida
interna brasileira, na insegurança jurídica, na não-formalização da independência
do Banco Central, na nossa complexa estrutura tributária, nos gargalos de infra-
estrutura, enfim, no custo Brasil. A dinâmica do avanço nestas questões tem
efeitos diretos, não só nos próprios aspectos estruturais, como também nos
expectacionais.

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O fator expectacional, em essência, acrescenta o efeito da reação dos agentes


econômicos, ou seja, é a subjetividade do fator humano no processo de formação
de preços. O nível de confiança, a consistência, a perseverança e a estabilidade
de regras - enfim, a arte na condução da política macroeconômica -, têm um papel
absolutamente relevante na dinâmica da inflação.

Nestas circunstâncias, é necessária a desindexação definitiva dos preços e tarifas


públicas. Do contrário, não eliminaremos a causa original da aceleração
inflacionária, que se reproduz ciclicamente, e aquele componente de preços
monitorados que gera um elemento de forte persistência. De um lado, a tolerância
pela inflação no atual patamar, que é muito elevado, e a sua perpetuação, com
volta da inflação inercial.

O Brasil foi o recordista mundial de inflação no período 1973-94. Uma das


principais causas da goleada brasileira é a crônica capacidade de acomodar
conflitos. Cada agente na tentativa de se defender da inflação através do reajuste
periódico e automático de sua respectiva renda, acabava por perpetuar a inflação
de todos. Esta é a essência da inércia inflacionária.

A principal característica da indexação tupiniquim era o seu caráter compulsório.


Outra característica era a sua generalidade que afetava não só todos os preços-
chave da economia (câmbio, tarifas públicas etc) mas toda a distribuição de
salários. Existiam cláusulas oficiais de indexação para todos os níveis salariais
privados. Uma espécie de amarra distributiva institucionalizada que não resolvia
conflitos ou diferenças. A tentativa frustrada de amenizar conseqüências da
convivência com a inflação auto-propagava inflação.
A principal tecnologia aqui desenvolvida no combate ao ciclo vicioso da inflação foi
a busca de intervenções diretas no processo de formação de preços e salários. O
objetivo deste tipo de política de renda era romper com a correia de transmissão
da inflação, sem afetar o status quo da distribuição de renda. Até porque se a
tentativa fosse atacar os dois problemas simultaneamente, obter-se-ia um
concomitante fracasso.

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Os impactos de uma inflação especial são duradouros, prejudicam mais os menos


favorecidos, inibem o investimento e limitam severamente o nosso potencial de
crescimento. Ou seja, uma inflação de custos asfixia, mas uma inflação inercial
mata, lentamente, mas mata. A história econômica brasileira, das últimas décadas,
é rica em exemplos de choques de oferta não absorvidos gradualmente e das
conseqüências de uma inflação inercial : baixo crescimento, informalidade,
concentração de renda, confiscos e crises.

Desvios da inflação com relação à meta podem ser explicados fundamentalmente


por choques de duas naturezas: de demanda, que se resumem por reações de um
ou mais componentes da demanda agregada acima ou abaixo do que se
imaginava inicialmente, ou de oferta, via de regra relacionados com mudanças
abruptas nos custos de produção de bens e serviços, os chamados, na literatura
econômica, choques de oferta.

Assim, na presença de um choque dessa natureza, o BC deve acomodar um


aumento inicial de preços daqueles bens cujos insumos foram majorados, e
combater seu movimento secundário, ou seja, evitar que essa alta pontual se
espalhe para os demais itens da cesta de consumo.

Em suma, a inflação inercial tem sua origem no conflito redistributivo entre os


diversos agentes econômicos, via mecanimos de indexação de preços pela
inflação anterior, com o fito de manutenção da participação relativa no bolo da
renda da economia. Os empresários aumentam os preços dos bens e serviços
oferecidos à coletividade, os exportadores e os investidores forçam a taxa de
câmbio, o setor público não fica atrás da corrente de transmissão: atrelam aos
impostos à variação ascendente de preços. E os trabalhadores, por sua vez, na
medida do possível, tentam se indexar via movimento sindical através de salários
reajustados. Quando um novo choque de oferta ou de demanda se anuncia, ou
melhor, quando os agentes econômicos aguardam nova perturbação, a espiral
inflacionária sobe de parâmetro e, por inércia, é transmitida para toda a economia
em um novo patarmar.

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CURVA DE PHILLIPS.

Uma idéia controvertida é a de que o governo deveria aumentar a inflação a fim de


"comprar" uma redução do desemprego. Tradicionalmente, esta questão tem sido
endereçada com estimativas empíricas da curva de Phillips sobre a qual existe
uma extensa literatura para o caso brasileiro até meados dos anos 80. Se a curva
de Phillips fosse mais (menos) inclinada, um dado aumento da taxa de inflação
compraria uma maior (menor) queda da taxa de desemprego.
Conforme sugerido pela curva de Phillips, o país poderia conviver com uma
inflação mais alta e uma taxa de desemprego mais baixa, ou com uma inflação
mais baixa e uma taxa de desemprego mais alta. Assim, seria uma questão de
preferência do condutor da política econômica escolher qual a composição de
desemprego e inflação com que a sociedade deve conviver. Talvez fosse de fato
bom poder trocar um pouco mais de inflação por uma redução do desemprego e
aumento do crescimento econômico. Infelizmente, essa troca não é possível.
A curva de Phillips é assim chamada por ter sido descoberta em 1958, quando
Phillips traçou um diagrama relacionando a taxa de desemprego à taxa de inflação
no Reino Unido, de 1861 a 1957. Desde então, difundiu-se a implicação para a
política econômica de que seria possível escolher em que ponto a economia
deveria estar na curva de Phillips: inflação baixa com desemprego alto, inflação
alta com desemprego baixo ou um ponto intermediário. A discussão de política
econômica nos EUA na década de 60 teve muito a ver com a escolha do melhor
ponto sobre a curva de Phillips. Naquela década, a taxa de desemprego dos EUA
se reduziu à custa da elevação da inflação, como previa a curva de Phillips.
No entanto, a realidade que deu origem à concepção da curva de Phillips como
um menu para escolha entre inflação e desemprego desapareceu na década de
70. Foram duas as razões. A primeira e mais importante razão foi a mudança no
processo de formação das expectativas de inflação dos agentes econômicos
(trabalhadores e empresários). A idéia central aqui está contida na célebre citação

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de Abraham Lincoln: "Você pode enganar todas as pessoas durante algum tempo,
ou algumas pessoas durante todo tempo, mas não pode enganar todas as
pessoas durante todo tempo".
A versão original da curva de Phillips - que deu origem ao menu de escolha entre
desemprego e inflação - funcionou apenas enquanto os agentes econômicos não
se apercebiam que a inflação estava se movendo permanentemente para
patamares mais elevados. Quando os agentes passaram a levar em consideração
a política econômica expansionista nas suas expectativas de inflação, a idéia
original da existência da curva de Phillips perdeu sustentação.
Os choques do petróleo da década de 70 foram a segunda razão do
desaparecimento da versão original da curva de Phillips. Grandes choques de
oferta eram novidades no pós-guerra. Eles impulsionaram a inflação para cima, ao
mesmo tempo em que causaram recessão, gerando o novo fenômeno da
estagflação.
No curto prazo, há uma relação inversa entre inflação e desemprego. A qualquer
tempo, o formulador de políticas econômicas que controlam a demanda agregada
pode escolher a combinação de inflação e desemprego ao longo de uma curva de
Phillips no curto prazo.
A opção entre inflação e desemprego no curto prazo depende da inflação
esperada. Quanto maior for essa expectativa, mais distante da origem ficará a
curva.
A curva de Phillips no curto prazo depende da expectativa inflacionária. Se a
expectativa inflacionária aumenta, a curva se desloca para a direita e a opção
enfrentada pelo formulador da política econômica piora: a inflação é mais alta para
qualquer nível de desemprego.
Como as pessoas ajustam, ao longo do tempo, suas expectativas sobre a inflação,
essa opção conflitiva entre inflação e desemprego só se sustenta no curto prazo.
O formulador de política econômica não pode manter a inflação acima do nível da
inflação esperada por tempo indeterminado: as expectativas acabarão por se
adaptar a qualquer taxa de inflação que o formulador de política escolher. No

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longo prazo, a dicotomia clássica é mantida, o desemprego volta à sua taxa


natural e não há opção conflitiva entre inflação e desemprego.
A constatação de que a curva de Phillips original não mais funcionava deu origem
ao nascimento de uma segunda versão, que é a contemporaneamente aceita em
macroeconomia. Na versão contemporânea da curva de Phillips, o desemprego
afeta a variação da inflação, não o seu nível. É a questão do horizonte de
planejamento. Menos desemprego hoje compraria mais inflação, não só hoje
como no futuro. Esta transmissão se daria através da inércia inflacionária.
Que diferença isto faz? Muita. Por exemplo, suponha que o BC reduza a taxa de
juro permanentemente para níveis muito baixos. Se valesse a versão original da
curva de Phillips, teríamos um desemprego baixo e uma inflação alta
permanentemente. Poderia até valer a pena. Mas a versão contemporânea da
curva de Phillips tem implicações distintas. O juro excessivamente baixo causaria
baixo desemprego acompanhado de inflação em contínuo crescimento (em vez de
simplesmente alta). E inflação em crescimento não é boa prescrição de política
econômica.

Sobre os pontos que estudamos hoje, os conceitos mais importantes, que vocês
terão que levar para a prova, são os seguintes:
1) A expansão dos meios de pagamento pode ocorrer sob três ângulos:
a) incremento das operações ativas da autoridade monetária via mercado aberto
( compra/resgate de títulos públicos)
b) aumento da proporção dos depósitos à vista do público nos bancos comerciais
face ao total dos meios de pagamento (d);
c) redução da relação encaixes/depósitos à vista nos bancos comerciais (R).
2) A base monetária é essencialmente todo o dinheiro vivo da economia: é a soma
das reservas bancárias e do papel-moeda em poder do público. Representa todo
o dinheiro que o sistema financeiro poderia utilizar como reservas ( e realmente
utilizaria se o público depositasse todo o seu dinheiro nos bancos).
3) Sobre Curva de Phillips, devemos memorizar que a versão original traçou um
diagrama representativo do trade-off existente entre taxa de inflação e taxa de

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desemprego e foi importante até a década de 70. As mudanças no processo de


formação de expectativas e os choques do petróleo deram origem à versão
contemporânea da Curva de Phillips, em que o desemprego afeta a variação da
inflação, não o seu nível.

Vejamos agora uma bateria de questões sobre teoria monetária, multiplicador


monetário, inflação e curva de Phillips.

01 - (FAURGS/Agente Fiscal do Tesouro do Estado – 2006) Sobre o estudo da


moeda e dos instrumentos de política monetária, assinale a alternativa correta:
a) O conceito de Base Monetária inclui os títulos públicos em poder do público e
as reservas mantidas pelos bancos comerciais no Banco Central.
b) O multiplicador do sistema bancário pode ser definido como o inverso da taxa
de redesconto.
c) A curva de preferência pela liquidez é negativamente inclinada, pois mostra que
a demanda de moeda para transações é uma função inversa da taxa de juros.
d) A compra de títulos e a diminuição da taxa de redesconto pelo BC são medidas
que colaboram para cair a taxa de juros.
e) A troca de dólares dos exportadores por moeda nacional, pelo BC, é exemplo
de destruição dos meios de pagamento.
Atenção, em uma mesma questão, a banca examinadora se utilizou de todos os
assuntos desse tópico. Trata-se de questão bem abrangente, mas sem maiores
complicadores.
A assertiva a é incoerente, pois a base monetária é composta pelo papel moeda
em poder do público mais o total das reservas bancárias ( técnicas, compulsórias
e voluntárias), excluindo apenas a que ficou retida com o BC.
A base monetária é essencialmente todo o dinheiro vivo da economia: é a soma
das reservas bancárias e do papel-moeda em poder do público. Representa todo o
dinheiro que o sistema financeiro poderia utilizar como reservas ( e realmente
utilizaria se o público depositasse todo o seu dinheiro nos bancos).

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A assertiva b é inconsistente porque o multiplicador bancário ou dos meios de


pagamentos é tido como o inverso das taxas de retenção de moeda pelo público e
de reservas bancárias, não guardando relação com o instrumento de política
monetária da linha de redesconto. Não depende só do parâmetro regulador (BC e
bancos comerciais), mas depende, essencialmente, do fator comportamental das
famílias, consumidores e empresas.
A assertiva c está incorreta, pois a curva de preferência pela liquidez ( dado pela
curva LM do modelo IS-LM, visto na aula anterior) é positivamente inclinada, dado
o reflexo da posição que, com uma certa oferta monetária, um aumento na renda
ocasiona um incremento na demanda por encaixes monetários o que impele um
aumento na taxa de juros. Além disso, a demanda por moeda motivo transação é
uma função direta do nível de renda.
A assertiva e está incorreta, pois a troca de moeda estrangeira por nacional pelos
exportadores é um exemplo de criação dos meios de pagamento.
São instrumentos de política monetária expansionista que permitem a queda da
taxa de juros:
i) operação de mercado aberto de compra/resgate de títulos públicos;
ii) queda no recolhimento de compulsórios;
iii) queda na taxa de redesconto.
A assertiva d está correta.

02 – (VUNESP/BNDES – 2002) Analise as proposições a seguir:


I) O valor do multiplicador monetário é uma função direta da proporção das
reservas dos bancos comerciais em relação a seus depósitos à vista.
II) Se a taxa de câmbio for fixa e a procura pela divisa estrangeira aumentar, a
base monetária e o nível de reservas internacionais irão diminuir.
III) A demanda por moeda é uma função direta da taxa nominal de juros da
economia.

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IV) Um dos instrumentos adequados para o Banco Central reduzir a oferta de


moeda é a elevação da taxa de redesconto.
Pode-se afirmar que:
a) a proposição I é a única correta.
b) as proposições II e III estão corretas.
c) a proposição II é a única correta.
d) as proposições I e III estão incorretas.
e) a proposição IV está incorreta.
O item I está incorreto porque o multiplicador bancário ou dos meios de
pagamentos se traduz em uma função inversa da proporção das reservas dos
bancos comerciais face aos depósitos à vista. A decisão do público de reter mais
moeda em seu poder, não depositando nos bancos comerciais bem como o
incremento da taxa de reservas requeridas pelos bancos diminui o montante de
recursos criados para os bancos emprestarem.
O item II está correto e será visto na aula sobre o modelo Mundell-Fleming. De
qualquer forma, para atender a questão, roga-se que, em um regime cambial fixo,
com procura incrementada de divisa estrangeira, afirmamos que a taxa de juros
doméstica é inferior àquela oferecida pelos mercados financeiros internacionais.
Dessa forma, os estrangeiros e os investidores nacionais passarão a deslocar
seus recursos para o resto do mundo, desvalorizando a moeda nacional,
provocando fuga de capitais e afetando, por tabela, o nível de reservas
internacionais que diminuirá.
O item III está igualmente incorreto face ao fato da demanda por moeda ser uma
função inversa da taxa nominal de juros da economia e direta da renda.
O item IV está correto porque existem três instrumentos de política monetária
contracionista, a saber:
i) operações de open market de venda de títulos públicos;
ii) elevação do recolhimento dos compulsórios;
iii) elevação da taxa de redesconto.
A assertiva d está correta.

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03 – (ESAF/ ACE – 2002) Com base nos conceitos de base monetária, M1 e


multiplicador, é incorreto afirmar que:
a) define-se M1 como sendo papel moeda em poder do público mais depósitos à
vista nos bancos comerciais.
b) define-se base monetária como papel moeda em poder do público mais
encaixes totais dos bancos comerciais.
c) apesar de o BC não controlar M1, ele possui total controle sobre a base
monetária.
d) o valor de M1/Base é conhecido como multiplicador dos meios de pagamento
em relação à base monetária.
e) o multiplicador não pode ser negativo.
O Banco Central, a autoridade monetária propriamente dita, não possui controle
integral sobre a base monetária ( saldo do papel moeda em poder do público +
total das reservas bancárias). Cabe aqui repisar que a base monetária é
essencialmente todo o dinheiro vivo da economia: é a soma das reservas
bancárias e do papel-moeda em poder do público. Representa todo o dinheiro que
o sistema financeiro poderia utilizar como reservas ( e realmente utilizaria se o
público depositasse todo o seu dinheiro nos bancos).
Além do fator regulador, primazia não só do BC, mas também dos bancos
comerciais com suas políticas de encaixes, o parâmetro comportamental,
dependente dos interesses e necessidades das famílias e das empresas, assume
papel fundamental nesse processo. Qual parte dos recursos será mantida em
poder do público e qual parcela será alocada em depósitos nos bancos comerciais
é um questionamento que o BC não tem como responder nem controlar.
A assertiva c está incorreta.

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04 – (VUNESP/ BNDES – 2002) Considere a seguinte expressão do multiplicador


bancário
m= 1
1 – d(1 – r)
onde m é o multiplicador bancário, d, a razão depósitos à vista nos bancos
comerciais/meios de pagamento, e, r, a razão reservas/depósitos à vista nos
bancos comerciais. A partir dessa expressão, é possível afirmar, em relação ao
multiplicador bancário, que:
I – será reduzido, caso o público passe a reter consigo, na forma de papel
moeda, uma parcela maior de seus meios de pagamento;
II – será elevado, caso os bancos comerciais aumentem seus depósitos
voluntários junto ao Banco Central;
III – será elevado, caso o Banco Central reduza o valor do depósito
compulsório.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I b) II c) III d) I e II e) I e III

Cabe repisar que a expansão dos meios de pagamento pode ocorrer sob três
ângulos:
a) incremento das operações ativas da autoridade monetária via mercado aberto
b) aumento da proporção dos depósitos à vista do público nos bancos comerciais
face ao total dos meios de pagamento;
c) redução da relação encaixes/depósitos à vista nos bancos comerciais.
Somente o item II é inconsistente, no sentido que o incremento da taxa de
reservas requeridas pelos bancos comerciais diminui a quantidade de recursos na
rede bancária para os bancos emprestarem.
A assertiva e está correta.

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05 – (Especialista em Pol. Pub. – 2001) Considere os seguintes dados:


- papel moeda em poder do público/meios de pagamento = 0,240
- encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos
comerciais = 0,400
Pode-se afirmar que
a) o multiplicador bancário em relação ao papel moeda emitido é igual a 1.168.
b) o valor do multiplicador bancário em relação à base monetária é igual a 1,168.
c) uma unidade monetária a mais de papel moeda emitido dá origem a 1,838
unidades adicionais a mais de meios de pagamento.
d) a proporção depósitos à vista nos bancos comerciais em relação aos meios de
pagamento é necessariamente igual a 0,360.
e) uma unidade monetária a mais de operações ativas das autoridades monetárias
dá origem a 1,838 unidades monetárias de meios de pagamento.
Sabemos que o multiplicador monetário é igual a:
Km = 1/ 1 – d(1 – r).
Sabemos também que
c = papel-moeda em poder do público/M1
d = depósitos à vista nos bancos comerciais/M1
R = encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais
Além disso, sabemos que c+ d = 1, pois PPP + Dv = M1 = 1.
M1 M1 M1
Como c = 0,24 e c + d = 1, vem que: d = 0,76.
r = 0,40.
Conclui-se que:
Km = 1/ 1 – 0,76( 1 – 0,4)
Km = 1/ 1 – 0,76.0,6
Km = 1/ 1 - 0,456
Km = 1/0,544
Km = 1,838
A assertiva e está correta.

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06- (ESAF/Analista – SUSEP – 2002) Considere os seguintes coeficientes:


c = papel-moeda em poder do público/M1
d = depósitos à vista nos bancos comerciais/M1
R = encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais
É correto afirmar que:
a) se c=d e R = 0,3, então o valor do multiplicador bancário será igual a 1,221,
aproximadamente.
b) se c=d e R = 0,3, então o valor do multiplicador bancário será igual a 1,538,
aproximadamente.
c) se c = 0,7 e R = 0,3, então o valor do multiplicador bancário será de 1,961,
aproximadamente.
d) se d > c e R = 0,2, então o valor do multiplicador bancário será
necessariamente maior que 2.
e) se d=0, o valor do multiplicador bancário será zero, independente do valor de R.
Questão idêntica à anterior. Não acreditamos que apareça nos próximos
certames, principalmente, quando elaborados pela ESAF, questões desse corte.
Contudo, caso tal assunto (multiplicador monetário) venha a ser cobrado, julgamos
que se dará em cima da literalidade das relações entre base monetária, meios de
pagamento e multiplicador, conforme as próximas três questões. De qualquer
maneira, vamos à resolução dessa questão.
Km = 1/ 1 – d(1 –r)
Km = 1/ 1 – 0,5( 1 – 0,3)
Km = 1 / 1 – 0,5.0,7
Km = 1/ 1 – 0,35
Km = 1/ 0,65
Km = 1,538
A assertiva b está correta.

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07 –(ESAF/ ENAP – 2006) Considerando os conceitos relacionados com os meios


de pagamentos e multiplicador dos meios de pagamentos em relação à base
monetária, é incorreto afirmar que:
a) quanto maior for a proporção (papel moeda em poder do público/M1) menor
será o multiplicador.
b) a base monetária é definida como a soma entre o papel moeda em poder do
público mais os encaixes totais dos bancos comerciais.
c) quanto maior for a proporção (encaixes totais/depósitos à vista) menor será o
multiplicador.
d) os bancos comerciais podem elevar a liquidez da economia; a liquidez pode
também ser influenciada pelo comportamento das pessoas em relação ao
percentual de M1 que elas querem manter nos bancos.
e) se não existissem bancos comerciais, o valor do multiplicador seria zero.
Se não existissem bancos comerciais, o valor do multiplicador dos meios de
pagamentos não seria zero, pois as reservas compulsórias e os encaixes técnicos
são prerrogativas dos bancos comerciais, mas o papel em poder do público é o
que caracteriza o parâmetro comportamental por meio do gerenciamento dos
recursos líquidos dos consumidores e dos empresários.
A assertiva e está incorreta.

08 – (ESAF/ENAP – 2006) Considere o conceito de M1 e base monetária:


c = papel moeda em poder do público/M1
d = depósitos à vista /M1
R = encaixes totais dos bancos comerciais/depósitos à vista
m = valor do multiplicador da base monetária em relação aos meios de
pagamentos.

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Com base nesses conceitos, é incorreto afirmar que:


a) B = c.M + R.M
b) M1 = c.M + d.M
c) c = 1 - d
d) se m > 1 então M1 > B
e) considerando B constante, um aumento de m implica um aumento de M1.
Sabemos de antemão que o M1 é composto do somatório do papel moeda em
poder do público com os depósitos à vista. Dessa forma, chegamos à identidade c
+ d = 1 (1), visto que PPP/M1 + dvbc/M1 = M1/M1 = 1.
A equação c + d = 1 sinaliza que a proporção do papel moeda em poder do
público em relação ao total dos meios de pagamento é complementar à proporção
dos depósitos à vista nos meios de pagamento. Isto é, os meios de pagamento
estão parte como papel moeda em circulação e parte depositado nos bancos
comerciais.
Isolando c na equação 1, vem: c = 1- d, conforme a assertiva c da questão.
Aproveitando o mesmo contexto, validamos a assertiva b também como correta.
Reconhecemos também que o multiplicador da base monetária é dado por m =
M1/B. Sendo o total de meios de pagamento um múltiplo da base monetária (B),
fruto do processo multiplicativo dos empréstimos bancários, deduz-se que o
multiplicador (m) dos meios de pagamento é dado pela relação entre o total de M
e a base monetária B.
Assim, as assertivas d e e estão rigorosamente corretas, dado que uma elevação
no lado direito da equação provoca invariavelmente acréscimo no lado esquerdo
da equação.
Já a assertiva a está incorreta porque o saldo da base monetária corresponde ao
somatório do saldo da moeda em poder do público com o total das reservas
bancárias, ou seja, B = c + R.
A assertiva a está incorreta.

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09 – (VUNESP /ARF–SP –2002) Dadas as determinações das Autoridades


Monetárias quanto às reservas compulsórias dos bancos comerciais e assumindo-
se o conceito restrito em meios de pagamento, pode-se dizer que o multiplicador
dos meios de pagamento de um país reflete, principalmente, o comportamento
a) dos bancos e do público não bancário, no que se refere a seus hábitos
relativos, respectivamente, à concessão de empréstimos e ao uso do sistema
bancário.
b) dos bancos e do governo, no que tange às respectivas políticas de encaixes
voluntários.
c) dos bancos, do governo e do público não bancário, no que se refere a seus
hábitos, exclusivamente, relativos ao uso da moeda manual.
d) do governo e do público não bancário, no que se refere a seus hábitos relativos
à concessão de empréstimos e ao uso do sistema bancário.
e) do governo, exclusivamente quanto a sua decisão sobre o volume de emissão
de moeda primária.
Em realidade, o comportamento regulador ( privilégio dos bancos comerciais e do
BC) não foi abordado corretamente nas opções em que aparece. Na letra b, faz
menção às políticas de encaixes voluntários, instrumento dos bancos comerciais e
não do governo.
Na assertiva c, corretamente aparecem as figuras do parâmetro regulador (
bancos comerciais e BC) e do parâmetro comportamental ( público não bancário).
A inconsistência reside na utilização exclusiva da moeda manual.
Na assertiva d, está incorreta a suposição que o público não bancário ( famílias e
empresas) concede empréstimos.
A assertiva e está errada porque menciona que o governo e somente ele tem o
poder de determinar o estoque de moeda na economia.
A assertiva a trata corretamente parâmetro comportamental ( bancos concedendo
empréstimos e público não bancário se utilizando do sistema bancário).
A assertiva a está correta.

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10 - (ESAF-SUSEP – 2001) Considere que cada unidade monetária de base


monetária resulte em 1,5 unidades monetárias de meios de pagamento.
Considere ainda que as pessoas guardem 30% dos meios de pagamento sob a
forma de papel moeda em poder do público. Com base nesses dados, é correto
afirmar que a razão entre o encaixe total dos bancos comerciais e o total dos
depósitos a vista nos bancos comerciais é de, aproximadamente,

a) 0,5238
b) 0,8237
c) 1,3500
d) 2,2324
e) 0,7000

Sem maiores comentários, vamos ao cálculo.

Km = 1/ 1 – d(1 – r)

1,5 = 1/ 1 – 0,7(1 – r)

1,5 = 1 / 1 – 0,7 – 0,7r

Multiplicando-se invertido os termos da equação, vem:

1,5.(0,3 – 0,7r) = 1

0,45 – 1,05r = 1

0,45 – 1 = 1,05 r

r = 0,55/ 1,05

r = 0,5238.

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A assertiva a está correta.

11- (Analista de Controle Externo/TCU – 2002) Faz(em) parte do ativo do


balancete do Banco Central
a) o papel-moeda emitido.
b) as reservas internacionais.
c) os depósitos do Tesouro Nacional.
d) a Base Monetária.
e) os depósitos dos bancos comerciais
Sempre é bom se utilizar de algum quadro/tabela como subsídio para algum tópico
do edital que, em regra, não tem sido preferencial para os examinadores.
Contudo, quando o é utilizado pelas bancas, as mesmas elaboram rigorosamente
nos mesmos moldes. Dessa forma, o quadro abaixo explicita bem aquilo que é
necessário:

BALANCETE DO BANCO CENTRAL


ATIVO PASSIVO
Caixa em moeda corrente Papel moeda emitido
Empréstimos ao Tesouro Nacional Depósitos dos bancos comerciais
( voluntários /compulsórios)
Títulos Públicos Federais Depósitos do Tesouro ( União)
Redescontos Recursos próprios
Reservas internacionais Base Monetária
Empréstimos ao setor privado Demais recursos
Outras aplicações

Como advém da Contabilidade do sistema financeiro, os balancetes apresentam


do lado do passivo as origens dos recursos (instrumentos através dos quais o BC

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pode realizar os empréstimos aos bancos comerciais e ao Tesouro Nacional)


enquanto do lado do ativo permanecem as respectivas aplicações ( usos dos
recursos).
Segue abaixo uma tabela mais pormenorizada, incluindo os balancetes dos
bancos comerciais e do Banco Central conjuntamente. Esses quadros são
exaustivos para a resolução das prováveis questões em eventuais certames.

BALANCETE CONSOLIDADO DO SISTEMA MONETÁRIO


ATIVO PASSIVO
Aplicações do Banco Central Meios de Pagamento
Reservas internacionais Papel moeda em poder do público
Empréstimos ao Tesouro Nacional Depósitos à vista do público junto aos
bancos comerciais
Empréstimos a outros órgãos públicos Passivo não monetário do Banco
Central
Empréstimos ao setor privado Depósitos do Tesouro Nacional
Títulos públicos federais Recursos externos
Aplicações dos bancos comerciais Passivo não monetário dos bancos
comerciais
Empréstimos aos setores público e Depósitos a prazo
privado
Títulos públicos e privados Recursos externos

A assertiva b está correta.

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12- ( ESAF/ AFPS-2002) Considerando o balancete consolidado do sistema


monetário, são considerados (as) como itens do passivo não monetário do Banco
Central:

a) reservas internacionais e aplicações em títulos públicos.


b) empréstimos ao Tesouro Nacional e reservas internacionais.
c) depósitos do Tesouro Nacional e recursos externos.
d) base monetária e papel-moeda em poder do público.
e) encaixes compulsórios dos bancos comerciais e depósitos a prazo.

Já sabemos das questões anteriores que as origens dos recursos estão no


passivo enquanto o ativo identifica as aplicações correspondentes.

A novidade surge na possibilidade de divisão das contas do passivo da


autoridade monetária em monetárias, isto é, que podem ser utilizadas como meios
de pagamento, e não monetárias, que não são meios de pagamento.

As assertivas a e b são aplicações de recursos, logo, pertencem ao ativo do BC.


Na assertiva d, os itens compõem o passivo monetário.

Na assertiva e, os encaixes compulsórios são recursos recebidos pelo Banco


Central, mas os depósitos a prazo não o são.

A assertiva c está correta.

13 - (FCC-ICMS-SP – 2006) No que diz respeito às relações entre a taxa de


desemprego e a taxa de inflação, é correto afirmar que:
a) a curva de Phillips, no longo prazo, é vertical.
b) ambas as variáveis são positivamente correlacionadas.

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c) choques de oferta não têm impacto sobre a taxa de inflação e,


conseqüentemente, sobre a taxa de desemprego.
d) há uma correlação negativa entre as duas variáveis, se os agentes
econômicos têm expectativas racionais.
e) quanto mais baixa for a taxa de inflação no curto prazo, a economia estará
mais perto de sua taxa de desemprego natural.
Uma vez que ambas as variáveis estão negativamente correlacionadas. Conforme
sugerido pela curva de Phillips, o país poderia conviver com uma inflação mais
alta e um desemprego menor ou com uma inflação reduzida e um desemprego
mais acentuado.
A assertiva b está incorreta.
Choques de oferta ( como o choque do petróleo na década de 70) têm forte
impacto sobre as variáveis inflação e desemprego. Aceleram tanto a inflação
quanto o desemprego através do processo de recessão, contradizendo a curva de
Phillips.
A assertiva c está incorreta.
Quando os agentes passaram a fazer uso da forma mais eficientemente possível
das informações de que dispõem ( expectativas racionais), levando em
consideração a política fiscal expansionista nas suas expectativas de inflação, a
suposição original da curva de Phillips ( custo de oportunidade entre desemprego
e inflação) caiu em descrédito.
A assertiva d está incorreta.
Atendendo a realidade de curto prazo da Curva de Phillips, está incorreta. Quanto
mais baixa for a taxa de inflação no curto prazo, maior a taxa de desemprego na
economia ( menu de escolha entre desemprego e inflação).
A assertiva e está incorreta.
A assertiva a está correta.

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14 - (ESAF/AFRF – 2000 e AFC/STN - 2000) Podemos representar a curva de


Phillips a partir da seguinte equação:

π = πe - β(u - un) + ε
onde:
π = taxa de inflação (πe = taxa esperada de inflação)
u = taxa de desemprego (un = taxa natural de desemprego)
ε = choques de oferta
β = parâmetro maior do que zero

Considerando a hipótese de expectativas adaptativas nesta equação, pode-se


afirmar que:

a) é possível construir um modelo de inflação inercial. Neste caso, mesmo que


o desemprego esteja em sua taxa natural e não haja choques de oferta,
ainda assim pode-se prever um processo inflacionário no modelo
b) se β e ε forem nulos, não é possível construir um modelo de inflação com a
equação em questão
c) a inflação somente poderá ser explicada pelo desemprego cíclico
d) a inflação somente será explicada a partir da expectativa acerca do
comportamento dos preços futuros e da possibilidade de existência de
choques exógenos
e) a inflação será sempre constante, mesmo com desemprego cíclico e com
choques de oferta

Na versão contemporânea da curva de Phillips, o desemprego afeta a variação


da inflação, não o seu nível. Menos desemprego hoje compraria mais inflação,
não só hoje como no futuro. Esta correia de transmissão de verifica a partir da
inércia inflacionária.

A assertiva a está correta.

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15 - (FAURGS/Agente Fiscal do Tesouro do Estado – 2006) Sobre o estudo de


expectativas e seu papel na macroeconomia, assinale a alternativa correta:
a) Quando os agentes formam suas expectativas de forma adaptativa, utilizam da
forma mais eficiente possível o conjunto de informações para elaborar previsões
futuras.
b) Quando os agentes formam suas expectativas racionalmente, pode-se
demonstrar que sempre acabam acertando todas as suas previsões futuras.
c) Quando a Curva de Phillips for expandida por expectativas, pode-se demonstrar
que, no longo prazo, será negativamente inclinada.
d) Quando se introduz expectativas na Curva de Phillips, não se pode explicar o
fenômeno da estagflação, já que se torna impossível a coexistência de aumento
da inflação e do emprego.
e) Quando a Curva de Phillips for expandida por expectativas, pode-se demonstrar
que, quanto maior a expectativa de inflação, maior será a inflação efetiva.
Quando os agentes se utilizam da forma mais eficiente possível o conjunto de
informações disponíveis, o processo de formação de expectativas é racional e não
adaptativo. Expectativas adaptativas são aquelas formadas pelos erros de
previsão anteriores. A questão das expectativas será vista em detalhes na aula de
modelos de restrição intertemporal.
As assertivas a e b estão incorretas.
No longo prazo, a curva não será negativamente inclinada.
A assertiva c está incorreta.
Quando os agentes introduziram a questão das expectativas na curva de Phillips,
a idéia original perdeu sustentação. Os choques de oferta reais abarcaram o
fenômeno da estagflação, impulsionando a inflação para cima em conjunção com
a recessão.
A assertiva d está incorreta.
A assertiva e está correta.

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16 - (FAURGS/Agente Fiscal do Tesouro do Estado – 2006) A relação entre


indexação e inflação inercial é explorada na teoria inercialista da inflação.
Segundo esta teoria,
a) choques de demanda e de custo, como aumento do salários e desvalorizações
cambiais, não podem ser responsáveis pela elevação da inflação.
b) a principal causa da inflação deve-se ao fato de os agentes econômicos
formarem suas expectativas baseados nas trajetórias esperadas, de inflação, o
que resulta em resistência a sua queda através de mecanismos convencionais,
como o choque ortodoxo.
c) mesmo na ausência de choques, a inflação presente depende da inflação
passada, independentemente do estado das expectativas.
d) a existência de mecanismos institucionais, como a correção monetária, não
pode ser responsável pela inflação, uma vez que apenas repõe o valor nominal
perdido ao longo do tempo.
e) a expansão da oferta de moeda, por hipótese teórica considerada exógena, é a
principal responsável pelo aumento da inflação.
A essência da inércia inflacionária reside no ato de cada agente da economia
procurar se defender das perdas inflacionárias, através do reajuste de seus
rendimentos, ainda que sem nenhuma causa aparente: choques de oferta ou
desvalorizações cambiais. Esse processo perpetuava a inflação, pois a inflação
passada era forte guia para a inflação presente, que será referência para a
inflação futura. Cláusulas oficiais de indexação são criadas para todos os preços e
salários. Essa suposta tentativa de amenizar conseqüências da convivência com a
inflação auto-propagava inflação.
A assertiva c está correta.

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