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Filosófico da Educação
2017
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof. Graciela Márcia Fochi
Prof. Thiago Rodrigo da Silva
370.1
F652c
Fochi; Graciela Márcia
Contexto histórico-filosófico da educação / Graciela Márcia
Fochi; Thiago Rodrigo da Silva: UNIASSELVI, 2017.
225 p. : il.
ISBN 978-85-515-0056-9
1.Educação - Filosofia.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico!
III
Por fim, na terceira unidade de estudos, abordaremos questões
relativas à educação no Brasil. Faremos uma digressão histórica, que se
inicia ainda nos tempos do Brasil Colonial e a educação dos padres jesuítas,
passando pela formação de instituições educacionais ao longo do Brasil
Imperial (Colégio D. Pedro II, Faculdades de Medicina, Engenharia e Direito),
chegando até a República, que teve como um dos seus principais marcos a
criação de universidades e o Manifesto dos Pioneiros da Nova Educação de
1932.
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
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VI
Sumário
UNIDADE 1 – DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES ..... 1
VII
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 57
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 63
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 64
VIII
2 A FILOSOFIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEO ............................... 130
3 O CONTEXTO EDUCIONAL EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO: DO CÓDEX À TELA ....... 131
4 IMPLICAÇÕES DA PÓS-MODERNIDADE NO CONTEXTO EDUCACIONAL .................. 133
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 138
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 141
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 142
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, para facilitar a compreensão
das temáticas abordadas. Ao final de cada tópico existem atividades que
facilitarão a compreensão dos temas históricos abordados.
Assista ao vídeo
desta unidade.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico entraremos em contato com a formação dos primeiros tipos
de modelos educacionais surgidos na humanidade. A educação tribal pode ser
denominada também como educação difusa, pois nela não está presente a figura
da instituição escolar. Também analisaremos a presença da educação e o seu
desenvolvimento nas primeiras sociedades letradas da história humana, como
os mesopotâmicos, egípcios, hebreus, fenícios e persas. Seguindo a cronologia,
iniciaremos nossa narrativa contemplando a presença da educação nas sociedades
ágrafas.
2 AS SOCIEDADES ÁGRAFAS
Podemos compreender por sociedades ágrafas as comunidades humanas
que não possuem formas de escrita. Em geral, uma visão linear da história classifica
que o homem “entra na história” deixando a pré-história após o desenvolvimento
da capacidade de escrita. Porém, não temos como, em pleno século XXI, continuar
a reproduzir uma visão tão estreita das sociedades humanas, pois até na atualidade
existem grupos humanos, com formas de organização social complexas, que não
possuem a escrita como forma de mediação de conhecimento e memória.
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES ÁGRAFAS E O SURGIMENTO DA ESCRITA NA ANTIGUIDADE
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TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES ÁGRAFAS E O SURGIMENTO DA ESCRITA NA ANTIGUIDADE
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
porque ele é o mais longo. Todavia, não devemos afirmar, por exemplo, que os
indígenas brasileiros vivem na pré-história, mas sim que possuem um modo tribal
de organização econômica que surgiu na pré-história.
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TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES ÁGRAFAS E O SURGIMENTO DA ESCRITA NA ANTIGUIDADE
Clastres aponta que o Estado existe nas sociedades ágrafas em sua forma
latente, porém, as formas de controle da sociedade contra o poder instituído são
melhores que as apresentadas pelo Ocidente, no qual o Estado possuiu um poder
maior sobre os indivíduos que nas sociedades tribais.
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
Deste modo, o poder nas sociedades ágrafas é difuso. Isto é, ele não se apresenta
da forma racional e hierarquizada como na sociedade ocidental. Por isso, o poder
permanece difuso. Neste caso, podemos compreender que em uma sociedade na qual
o poder permanece difuso, a educação é igualmente difusa. Um dos dados importantes
para a compreensão das sociedades ágrafas é a ausência de instituições. Isto é, não existe
nela marinha, exército, igreja, congresso nacional ou poder judiciário. No que tange
às instituições educacionais, estão ausentes creches, escolas, colégios, universidades e
faculdades, porém, podemos compreender a ausência destas instituições educacionais
pela ausência das primeiras instituições citadas, pois, em grande parte, a educação tem
como principal meta adequar os indivíduos ao meio social. Em um meio social no qual
o poder é difuso, os processos educativos por eles realizados também são difusos. Em
locais nos quais a relação de poder não é institucionalizada, não existe a necessidade
de se institucionalizar o processo educativo.
Mesmo com o pouco grau de institucionalização do processo educacional
nas sociedades analisadas, podemos compreender que não eram grandes as
liberdades dos indivíduos nas sociedades tribais. Isto porque, em grande parte,
podemos observar que as funções sociais são muito rígidas, marcadas pela idade
e sexo do indivíduo. No entanto, a ausência de liberdade, em geral, se relaciona
também à compreensão do universo, que é de base mítica. Assim, a relação do
indivíduo com o seu meio se caracteriza por uma mentalidade marcadamente
vinculada aos mitos fundadores das tribos.
Os mitos possuem uma função pedagógica fundamental para a compreensão
das sociedades tribais. Eles são uma forma de se passar o conhecimento dos
antepassados, dos ancestrais, para as populações contemporâneas. Assim, a
mitologia tinha uma relação clara com o processo educacional. Contudo, como
podemos relacionar os mitos e suas implicações educacionais?
Assim como para explicar o mundo, os mitos também são importantes para
a compreensão do surgimento dos seres humanos sobre a Terra. Temos, assim,
uma grande quantidade de mitos que apontam a presença dos seres humanos
vinculados à natureza, ou como descendentes de antigos deuses.
Como principal efeito dos mitos, temos uma visão sacralizada da natureza.
Deste modo, os seres humanos têm uma visão de que a natureza deve ser preservada
em seus principais aspectos, para que se possa ter um melhor aproveitamento do
que ela oferta para o homem. Isto é, a visão principal das comunidades tribais é a
da natureza como uma mãe, que com o seu seio possibilita a saciedade da fome de
seus filhos.
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES ÁGRAFAS E O SURGIMENTO DA ESCRITA NA ANTIGUIDADE
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES ÁGRAFAS E O SURGIMENTO DA ESCRITA NA ANTIGUIDADE
uma área de posse exclusiva dos judeus, tendo retornado a Jerusalém apenas no
século XX, após a Segunda Guerra Mundial.
Sociedade fenícia: dentre os grupos humanos importantes para a
compreensão da dinâmica socioeconômica do mundo da antiguidade, um destaque
foram os fenícios. Grupo humano que se caracterizou pelo comércio marítimo,
tanto ao longo do Mediterrâneo, quanto ao longo do Mar Vermelho. Os fenícios
possuíam uma forma de organização política na qual a presença forte das cidades,
com autonomia, era a principal característica. Assim, algumas das cidades-estado
fenícias tiveram grande destaque, como Sídon, Tiro, Biblos e Cartago, no norte da
África.
Com relação à religião, os fenícios possuíam uma religião politeísta,
na qual alguns deuses possuíam grande destaque no panteão, como Baal, além
de Yam, o deus do mar, de grande destaque em uma sociedade marcada pela
grande presença de marinheiros. A estrutura social era semelhante às das demais
sociedades asiáticas. Todavia, possuía uma diferença fundamental: a presença
do comércio de longa cabotagem, isto é, de longas distâncias através da costa, o
que permitiu o enriquecimento das principais cidades-estado vinculadas ao povo
fenício. Uma das cidades fenícias, Cartago, chegou a rivalizar com Roma o domínio
do Mediterrâneo. No entanto, com a derrota do general Aníbal, Cartago acabou
sendo dominada pelo Império Romano.
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
Podemos considerar que uma das mais importantes invenções destes povos
está relacionada à questão educacional. Os mesopotâmicos inventaram o primeiro
sistema de escrita da história, a denominada escrita cuneiforme. Em uma visão linear,
progressista da história, se diria que com este invento a humanidade deixou de estar
na pré-história e adentrou para a história. A denominada escrita cuneiforme era
realizada em cunhas, por isso o nome que possui. A invenção da escrita possibilitou
um grande desenvolvimento social, econômico, político, como também nas questões
de inteligência e sentimentos portados pelos homens, pois o registro de ideias,
sentimentos, pensamentos, além de propriedades, heranças, dívidas e dividendos, é
parte fundamental nas sociedades humanas (ARANHA, 1996).
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TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES ÁGRAFAS E O SURGIMENTO DA ESCRITA NA ANTIGUIDADE
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
• A educação nas sociedades ágrafas é difusa. Isto é, não existe uma instituição
formal que se responsabiliza pela educação, sendo ela responsabilidade de toda
a tribo.
21
AUTOATIVIDADE
1 Por que podemos dizer que a invenção da escrita foi uma grande conquista
da humanidade?
Assista ao vídeo de
resolução desta questão
22
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, contemplaremos algumas das principais questões sobre a
formação da sociedade grega e romana. Vamos compreender a influência cultural
que a antiga Grécia exerceu sobre o Império Romano, assim como as especificidades
culturais destas duas distintas civilizações.
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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TÓPICO 2 | O MUNDO GRECO-ROMANO: UMA DAS BASES EDUCACIONAIS DA SOCIEDADE OCIDENTAL
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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TÓPICO 2 | O MUNDO GRECO-ROMANO: UMA DAS BASES EDUCACIONAIS DA SOCIEDADE OCIDENTAL
Além dos deuses, o imaginário da Grécia antiga era povoado pelas musas:
Calíope, da poesia; Clio, da História; Érato, do casamento; Euterpe, das festividades;
Melpômene, do canto e teatro; Polímnia, da retórica; Talia, da comédia; Terpsícore,
da dança; Urânia, da astronomia. Estas musas se relacionavam a diferentes
atividades, consideradas artes pelos antigos gregos.
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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TÓPICO 2 | O MUNDO GRECO-ROMANO: UMA DAS BASES EDUCACIONAIS DA SOCIEDADE OCIDENTAL
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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FIGURA 14 - SÓCRATES
O mito afirma que existia uma comunidade formada por pessoas que
viviam acorrentadas no interior de uma caverna e que enxergavam a realidade
através das sombras que uma parca iluminação projetava sobre uma parede
da caverna. Próximo à caverna existiam algumas estátuas, que formavam as
principais sombras. Assim, as pessoas acorrentadas foram nomeando as sombras
observadas. Todavia, caso alguém conseguisse se desamarrar e sair do interior da
caverna, veria que a realidade não era aquela que havia sido ensinada. No entanto,
ao voltar para a caverna, a probabilidade de as pessoas acreditarem no que foi dito
pelo homem que saiu da caverna era muito pequena, sendo mais provável que os
colegas ridicularizassem as afirmações do primeiro homem a sair da caverna. Neste
sentido, podemos pensar que estamos por vezes acorrentados em uma caverna
32
TÓPICO 2 | O MUNDO GRECO-ROMANO: UMA DAS BASES EDUCACIONAIS DA SOCIEDADE OCIDENTAL
Com relação à vida intelectual romana, uma das funções mais valorizadas
era a capacidade de oratória. Isto porque a maior parcela dos patrícios e demais
homens de poder eram membros do Senado, importante instituição que tinha
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
• Atenas possuiu uma vida cultural intensa, enquanto Esparta era vinculada ao
militarismo.
• A educação em Roma tinha como uma das principais funções formar um bom
orador.
37
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução desta questão
38
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico vamos contemplar o processo de formação da educação na
sociedade judaico-cristã ocidental. O cristianismo revolucionou as estruturas sociais
do Império Romano. Os valores do cristianismo, entre os quais a solidariedade social
é o ponto alto, se opuseram aos valores greco-romanos, antropocêntricos e belicosos.
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
2 O MUNDO BIZANTINO
O denominado Império Bizantino pode ser encarado como uma típica
teocracia. Isto é, um governo no qual o chefe político é considerado o representante
de Deus na face da Terra. (RUNCIMAN, 1978, p. 13). A Teocracia Bizantina durou
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TÓPICO 3 | IDADE MÉDIA: A PATRÍSTICA, A ESCOLÁSTICA E O NOMINALISMO
perto de mil anos, sendo o seu início a mudança da capital do Império Romano
para a antiga cidade de Bizâncio, remodelada pelo imperador Constantino e
renomeada Constantinopla. O fim do Império Bizantino ocorreu em 1453, quando
turcos otomanos tomam militarmente Constantinopla, rebatizando a cidade como
Istambul.
Para a compreensão da formação de Constantinopla, antes devemos
compreender o processo de declínio do Império Romano, pois Roma foi um império
no qual a cultura grega permaneceu, vindo ainda como resquícios do império de
Alexandre, “O Grande”. Assim, muitas regiões do Império Romano tinham o
grego como principal idioma (LE GOFF, 2007, p. 51). Esta região foi o palco de um
processo de cristianização, iniciado ainda no período dos apóstolos, relatado nos
livros do Novo Testamento bíblico, alguns deles escritos em grego, como as cartas
do apóstolo Paulo. Nos séculos posteriores, o cristianismo se arraigou na cultura
popular, sendo ele um vetor de disputas políticas e teológicas em uma organização
social romana que apresentava acentuada decadência.
Em 395 D.C., Constantino, imperador romano, além de alterar a capital do
Império para Bizâncio, ofertou liberdade de culto aos cristãos. No entanto, mais do
que dar a liberdade de culto, convocou um Concílio Ecumênico, que tinha como
principal pressuposto evitar disputas doutrinárias entre os cristãos que pudessem
motivar motins ou rebeliões contra o governo imperial.
A economia em Bizâncio girava em torno do comércio marítimo. As costas
do Mar Egeu foram importantes pontos de trânsito de mercadorias, pois este era um
entreposto entre os produtos orientais e Roma. Com a queda do Império Romano
do Ocidente, em 476, quando Odoacro tomou Roma definitivamente, destronando
o último imperador romano, Rômulo Augusto, Constantinopla se tornou a mais
importante cidade do mundo de então.
A formação dos letrados era em grande parte vinculada à Igreja, por isso, a
principal fonte de conhecimento dos bizantinos sobre os diversos assuntos que pautam
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TÓPICO 3 | IDADE MÉDIA: A PATRÍSTICA, A ESCOLÁSTICA E O NOMINALISMO
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
Maomé foi o homem que formulou as suras, textos que eram ditados aos
seus seguidores, que os compilaram no livro sagrado denominado Alcorão. O
Alcorão possui narrativas sobre a vida humana. Muitas das crenças judaicas e cristãs
permaneceram entre os maometanos. O nascimento de Cristo, anunciado pelo Arcanjo
Gabriel para Maria, que seria a mãe de Jesus. Noé é outro personagem presente no
Alcorão, como também na Bíblia cristã e na Torah Judaica. Os maometanos acreditam
em Jesus como um profeta e não como Deus encarnado entre os homens. Noé também
é um personagem bíblico que está constantemente presente no Alcorão.
A formação de religião tem como marco a Hégira, período no qual Maomé
se desloca de Meca para Medina. Entre as características básicas dos muçulmanos
está a de cumprir cinco obrigações ao longo de sua existência enquanto ser. Entre
elas, está uma vez na vida se deslocar até Meca. Nesta cidade se encontra a Caaba,
um meteorito, o qual os seguidores da religião acreditam ter algum poder especial.
Outra característica da religião muçulmana é o jejum no mês do Ramadã, no qual
os adeptos da religião não consomem alimentos no nascer até o pôr-do-sol.
Existem três vertentes majoritárias na interpretação da fé islâmica. Os
xiitas, os sunitas e os sufis. Os xiitas recebem esta denominação, pois formam um
grupo ligado à tradição aos escritos do Alcorão. Os sunitas, por sua vez, possuem
um maior apreço pelas palavras escritas no Alcorão, as sunas - a forma encontrada
por Maomé para disseminar, ensinar e aplicar o Islã. Os sunitas são os adeptos
majoritários entre os islamitas. O grupo minoritário é composto pelos sufis. Os sufis
possuem uma maior liberalidade nos costumes em comparação com os demais
grupos citados. Um exemplo é a permissão do consumo de bebidas alcoólicas
entre os sufis, algo terminantemente proibido pelos muçulmanos xiitas e sunitas.
A religião muçulmana esteve em diálogo constante com a formação do
pensamento ocidental. Como nós veremos, os comentaristas árabes da obra de
Aristóteles, Averróis e Avicena, influenciaram o Ocidente medieval a partir do
século XII (LIBERA, 1999). A Península Ibérica, território no qual se encontram
Portugal e Espanha, durante a Idade Média era um território árabe, que compunha
o afamado Califado de Córdoba. Naquela época, os intelectuais árabes compuseram
importantes técnicas e formas do comércio, da cultura e das artes. Os números que
utilizamos são influência dos árabes, assim como técnicas de navegação e comércio.
Por vezes, os muçulmanos são questionados como cultores das ciências, das
artes e das letras. Em especial, por terem destruído o farol de Alexandria, uma das
sete maravilhas do mundo antigo. A torre do farol era composta por uma biblioteca
com milhares de pergaminhos, depósito de toda a cultura helenística, isto é, dos
povos de fala grega que habitavam a Ásia Menor. No entanto, os maometanos são
acusados de terem queimado todos os pergaminhos, para esquentar as caldeiras
dos chamados banhos turcos. Este fato pode ser apenas uma lenda, mas é um
retrato da visão do Ocidente sobre a relação dos árabes com o conhecimento.
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
sociedade na qual a posição social do indivíduo não é marcada pelo dinheiro que
possui, mas, sim, pelo seu status, em geral vinculado à posse de terras. O estamento
pode ser definido como um grupo social garantido por convenções e leis, mantido
através da honra social e de um estilo de vida diferenciado (WEBER, 1982.).
As duas camadas sociais que possuíam uma melhor formação escolar eram
os membros da nobreza e os clérigos. A nobreza possuía como instituição social e
educacional a cavalaria. Eram os membros da nobreza formados por suseranos e
vassalos. Os suseranos eram os donos das terras. Por vezes, os suseranos concediam
glebas de terras para vassalos, que, devendo proteção militar aos seus senhores,
deviam estrita obediência a eles (JÚNIOR, 2001). Os sacerdotes formavam um dos
estamentos mais privilegiados e a Igreja possuía um poder temporal (econômico)
muito vasto, além do poder espiritual de influenciar a mentalidade dos fiéis
(SILVA, 1982.). A elite intelectual medieval era composta por membros do clero,
que aprendiam latim, grego e conhecimentos teológicos nas ordens religiosas às
quais pertenciam.
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TÓPICO 3 | IDADE MÉDIA: A PATRÍSTICA, A ESCOLÁSTICA E O NOMINALISMO
4.1 A CAVALARIA
A cavalaria foi uma instituição permanente e marcante no mundo medieval.
Naquela sociedade existiam as Ordens Militares Cristãs, surgidas em geral durante
as Cruzadas, como a Ordem de Santiago (espanhola), a Ordem dos Cavaleiros
Teutônicos (alemã) e a Ordem dos Templários (francesa). As Cruzadas foram o
esforço da cristandade latina em expulsar de Jerusalém os muçulmanos. Apesar
de militarmente derrotadas, as Cruzadas possibilitaram um forte intercâmbio
comercial e cultural do Oriente Médio com o Ocidente romano-germânico
(JÚNIOR, 1987).
A guerra era uma ocupação cotidiana para a nobreza, que treinava com
afinco para os combates. Todavia, as batalhas na Idade Média seguiam uma ética
(ethos) própria. A principal diferença com os conflitos militares da atualidade é que
a maior parte da população não participava. Apenas os que possuíam armadura
e cavalo poderiam ser guerreiros. O que ocorria eram as batalhas denominadas
justas, nas quais dois cavalarianos lutavam, buscavam derrubar ao chão ou matar
seu oponente. Em geral, o prêmio pela vitória militar era o recebimento de um
feudo, gleba de terras que também poderia ser conquistada através de casamentos
arranjados (JÚNIOR, 1986).
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
4.3 A PATRÍSTICA
Por Patrística é compreendida a teologia cristã surgida após a morte dos
apóstolos e findada com o desenvolvimento da Escolástica, no Ocidente, por
volta do século XI. Os teólogos e demais líderes cristãos na época da perseguição
do Império Romano foram chamados Pais da Igreja ou Pais da Fé, por isso a
denominação Patrística.
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TÓPICO 3 | IDADE MÉDIA: A PATRÍSTICA, A ESCOLÁSTICA E O NOMINALISMO
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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TÓPICO 3 | IDADE MÉDIA: A PATRÍSTICA, A ESCOLÁSTICA E O NOMINALISMO
São Francisco afirmava que a vida dos homens e dos animais possuía a
comum origem divina, pois no Gênesis bíblico a criação é apresentada tanto dos
animais quanto do ser humano, por isso, uma das histórias que perpassam o
fundador da ordem é a da pregação que São Francisco realizava para os seres da
natureza, como as plantas e os animais selvagens.
UNI
Um dos principais filmes que retratam a vida intelectual na Idade Média é “Em
Nome da Rosa”. Baseado no livro homônimo do intelectual italiano Umberto Eco, é uma
obra que vale a pena ser lida e vista em filme.
4.7 A ESCOLÁSTICA
O termo Escolástica se refere à teologia cristã formulada a partir do século
XI no Ocidente (cristandade latina). A origem etimológica latina é scolarum (escola).
Isto porque os principais intelectuais escolásticos trabalhavam em instituições de
ensino. Podemos afirmar que a principal influência da Escolástica foi o pensamento
aristotélico, e a principal rivalidade intelectual com os intelectuais árabes Averróis e
Avicena (LIBERA, 1999).
4.8 O NOMINALISMO
Não existiram apenas a Patrística e a Escolástica como modos de pensamento
durante a Idade Média. No norte da Europa, a Escolástica não teve grande
relevância. O Nominalismo, corrente de pensamento que teve em John Duns Scot e
Guilherme de Ockham seus principais formuladores, foi uma das principais fontes
de reflexão nas universidades do norte europeu, chegando inclusive a influenciar o
reformador da Igreja, Martinho Lutero, leitor de um pensador nominalista, Gabriel
Biel (FEBVRE, 2012, 25-49).
UNI
54
TÓPICO 3 | IDADE MÉDIA: A PATRÍSTICA, A ESCOLÁSTICA E O NOMINALISMO
4.10 AS UNIVERSIDADES
As corporações de ofício foram uma inovação social, surgida pouco antes
das universidades, e em grande parte as inspiraram. Todavia, eram corporações
muito distintas das usuais. A Igreja teve uma importante participação no fomento
das universidades. Em grande parte, por questões de honra estamental, isto é, pelo
prestígio que concedia a uma ordem ter um de seus membros participando como
catedrático de uma universidade. Um prestígio tanto no interior do clero, quanto
na representação dos religiosos com relação à comunidade na qual estavam
inseridas (CARDINI, 1997).
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
UNI
Pedro Abelardo foi um interessante personagem medieval. Sua vida foi retratada
no filme Em Nome de Deus, no qual foi contada sua romântica história com a jovem
Heloísa. Um romance que deveria ser mantido em segredo devido ao compromisso do
celibato do teólogo Abelardo.
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TÓPICO 3 | IDADE MÉDIA: A PATRÍSTICA, A ESCOLÁSTICA E O NOMINALISMO
LEITURA COMPLEMENTAR
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UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
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TÓPICO 3 | IDADE MÉDIA: A PATRÍSTICA, A ESCOLÁSTICA E O NOMINALISMO
61
UNIDADE 1 | DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
Literatura Arqueológica
O professor Funari é autor e coautor de mais de 80 livros nas áreas de
História e Arqueologia. Muitos deles tratam de várias facetas do setor, como
patrimônio histórico e o turismo.
62
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos que:
• A Escolástica foi uma corrente teológica surgida entre a Idade Média Central
e a Baixa Idade Média, buscava conciliar a fé e a razão, tendo como principal
teólogo São Tomás de Aquino.
• O Nominalismo foi uma corrente teológica do final da Idade Média e teve como
principais nomes os teólogos Guilherme de Okham e Duns Scotto.
• A Cavalaria era uma destinação de alguns dos filhos das famílias nobres.
• A Idade Média não merece a pecha de Idade das Trevas, pois foi um período
rico em diversos campos das artes, letras e ciências.
63
AUTOATIVIDADE
1 Por que não devemos considerar a Idade Média como a Idade das Trevas?
Assista ao vídeo de
resolução da questão 1
64
UNIDADE 2
ELEMENTOS DO CONTEXTO
HISTÓRICO-FILOSÓFICO
EDUCACIONAL MODERNO E
CONTEMPORÂNEO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles são feitas su-
gestões de filmes, sites, leituras para que você enriqueça seus conhecimentos,
aprofunde e contextualize de forma mais completa e ampla seus estudos.
Assista ao vídeo
desta unidade.
65
66
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
68
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
69
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
DICAS
Johannes Guttenberg, por volta dos anos de 1450, foi responsável pela
invenção da imprensa, que superou os problemas que haviam até então para com
as atividades de registro e comunicação de informações, documentos e demais
conhecimentos. Gumbrecht (1998) explica que a invenção da prensa possibilitou a
produção e a reprodução de livros em maior quantidade, em menor tempo, além
de descentralizar esta tarefa que antes somente era feita por copistas, domínios
que se resignavam no interior de mosteiros e igrejas.
70
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
UNI
CURIOSIDADE: INDEX
O Index deixou de existir no ano de 1966, com o Papa João Paulo VI, mas até hoje é prática
do Vaticano publicar uma notificação quando determinado livro fere os principais dogmas
da instituição. Dentre as obras que recentemente foram notificadas pelo Vaticano tem-se os
livros dos escritores Dan Brown e J. K. Rowling.
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UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
Foi neste período que as escolas filosóficas cada vez mais estabelecem
suas teses e demarcam suas fronteiras, passando a exercer hegemonia em relação
às demais vertentes do pensamento; em especial, o tomismo e a escolástica
passam a ser criticados. No interior do pensamento religioso católico ocorria
o enfraquecimento do domínio papal, e, se não bastasse, no seio da própria
Igreja ocorriam divergências, como foi o caso dos impasses entre franciscanos e
dominicanos.
72
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
exemplo é possível citar o italiano Leonardo da Vinci, que atuou e deixou projetos
na pintura, escultura, arquitetura, na engenharia, recursos de guerra, entre outros.
Uma das condições para que o Renascimento ocorresse foi o fato da prática
do mecenato. No caso italiano, o mecenato foi empreendido especialmente pela
Igreja católica. A Igreja Católica Apostólica Romana foi responsável por patrocinar
os artistas tais como Rafael, Leonardo da Vinci, Michelangelo, que produziram
obras para a decoração e preenchimento dos espaços no interior das Igrejas,
capelas, mosteiros e conventos em diversas cidades da Itália. Quando a hegemonia
dos dogmas católicos foi contestada, os patrocinadores das artes foram a nobreza
e a burguesia.
Burg, Fronza e Silva (2013) explicam que entre os séculos XV e XVI surgiu
uma nova espiritualidade e relação para com as coisas visíveis e não visíveis, os
fenômenos da natureza e do espírito. Um dos estudiosos que se destacou nesta
perspectiva do conhecimento e da ciência foi Giordano Bruno, que por meio do uso
de um microscópio, conseguiu propor que o planeta terra possuía forma redonda.
Porém, foi vítima da perseguição dos sensores da Igreja Católica, pois as teorias de
Giordano Bruno, contestavam os dogmas católicos, e estes o julgaram no tribunal
da Santa Inquisição e condenaram à morte na fogueira.
73
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
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TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
DICAS
TERMOS LATINOS
Modus operandi: modo de operar, modo de proceder
Sine qua non: condição sem a qual, indispensável, essencial
Curriculum vitae: carreira de vida
In loco: no próprio local
In natura: de acordo com a natureza
Status quo: situação das coisas, estado atual
Tabula rasa: falta de experiência.
75
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
PARA REFLETIR:
Caro acadêmico! Nos tempos atuais, em meio à sociedade globalizada,
observa-se o enfraquecimento das línguas nacionais e/ou regionais e, em
contrapartida, o fortalecimento do idioma inglês como ferramenta de inclusão
e acesso dos indivíduos à internacionalização; porém, em outras sociedades e
épocas históricas o panorama se apresentava de forma diferente, outras línguas
foram hegemônicas. No caso do latim, pode-se dizer que ele permanece presente
no campo da teologia católica e do direito, que muito se utilizam ainda de
expressões deste idioma.
76
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
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UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
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TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
Para a reforma radical, cujo grupo mais simbólico foram os dos anabatistas,
tivemos uma oposição radical ao Estado, sendo o grupo de reformadores radicais,
liderados por Tomaz Munzer, responsável por ações violentas nos principados
alemães, buscando efetivar o fim dos privilégios feudais. O movimento anabatista
teve dura perseguição dos príncipes, que apoiados por Lutero, dizimaram a espada
os radicais anabatistas. Mesmo Meno Simons, que vivia nos Países Baixos e era
pacifista, sofreu forte perseguição.
80
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII surgiram novas ordens religiosas
na Europa. Algumas, como reformulação de antigas ordens, como os capuchinhos,
reformadores da ordem franciscana, e os agostinianos recoletos, reformadoras da
Ordem de Santo Agostinho. Também é deste período a Ordem do Oratório.
81
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
UNI
SUGESTÃO DE FILME:
LUTERO. Eric Til. Estados Unidos: 2004. 124 min
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=PlP-Xt4LLNg>. Acesso em: 2 out. 2016.
OBRA PRINCÍPIOS
RENÉ DESCARTES F R A G M E N TA R , F R A C I O N A R ,
DISCURSO SOBRE O MÉTODO
(1596-1650) PARTES, REDUZIR, DIVIDIR.
VERIFICAR: se existem evidências reais e
indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada.
ANALISAR: dividir ao máximo as coisas, em suas
unidades mais simples e estudar essas coisas mais
simples.
SINTETIZAR: agrupar novamente as unidades
O MÉTODO estudadas em um todo verdadeiro.
ENUMERAR: as conclusões e princípios utilizados,
a fim de manter a ordem do pensamento.
Fonte: Os autores
83
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
Uma das lendas sobre a descoberta da lei da gravidade indica que Newton
estava debaixo de uma macieira e uma fruta madura havia caído sobre a sua cabeça.
Este fato havia funcionado como um despertar para a elaboração de suas descobertas
científicas: as leis da física. A palavra física significa em grego “natureza”. O que
Newton observou foi que a natureza possui mecanismos que se repetem. A estes
eventos repetitivos denominou lei. A lei da gravitação é uma das mais conhecidas,
assim como a lei de ação e reação.
84
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
Martinazzo (2010) explica que para Kant o sujeito, por meio da educação,
pode sair da menoridade na qual se encontra, e a educação seria a arte de transformar
homens em homens. Pelo processo educativo o “homem torna-se homem” com
capacidade reflexiva e autônoma para decidir com liberdade e sem depender
de condições exteriores para tal. Segundo Kant, a educação deveria durar “até o
momento em que a natureza determinou que o homem se governe a si mesmo”
(KANT, 1999, p. 32).
85
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
86
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
raciocínio explicativo, que foram consolidados por meio das escolas filosóficas do
empirismo e do racionalismo.
Fonte: Os autores
Outra vertente dos pensadores foi a dos contratualistas, porém agora com
preocupações mais específicas do campo jurídico, político e da organização da
sociedade propriamente dita, no sentido de que a sociedade moderna, o Estado
civil, as constituições, as leis, os contratos forneciam as condições necessárias
que garantiriam a vida pacífica, sem discórdia, em justiça e liberdade entre os
indivíduos e as sociedades. Observe que a seguir procuramos relacionar de
maneira esquemática o pensamento contratualista e quais foram os principais
simpatizantes:
Fonte: Os autores
87
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
Monroe (1979) descreve que Vitorino Feltre não chegou a deixar seus
ideais educacionais e pedagógicos registrados, porém é reconhecido como um
dos educadores renascentista pioneiros. Algumas das escolas que foram fundadas
na época da renascença destinavam-se especialmente à nobreza e podiam ser
encontradas nas cidades de Pádua, Veneza e Florença. Em outras regiões da
Europa como a Alemanha, passaram a existir escolas infantis que eram tuteladas
diretamente pelas cortes, leia-se: escola às elites; por outro lado ocorriam também
os ginásios, cujo fundador foi João Sturn.
A Idade Moderna foi o momento histórico de muitas transformações no que diz
respeito ao cenário político, econômico, científico, intelectual e educacional. Em meio
a este contexto as primeiras escolas de alfabetização e educação primária, que eram
novidade no cenário educacional europeu, não passaram ilesas. As primeiras escolas,
nas quais a maior parte da elite europeia se alfabetizou, contavam com preceptores,
que supervisionavam, orientavam e acompanhavam as atividades escolares.
88
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
UNI
Cambi (1999) explica que Locke teoriza sobre uma educação que se
destinava tanto a homens como a mulheres e que tinha por objetivo endurecer,
regular e moldar a delicadeza e os demasiados cuidados, que seria obtida por
meio de uma espécie de “educação do corpo”, este entendido como um vaso de
argila (como se exprime Locke), que impunha ajustes desde os modos de vestir,
que deveriam parecer nem leves nem pesados, ao mesmo tempo a robustez e a
possibilidade da vida "ao ar livre", válida tanto para os rapazes como para as
moças” (CAMBI, 1999).
89
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
OBRA PRINCÍPIOS
Ensaio sobre o entendimento Homem: sujeito.
humano (1690). Natureza: fonte de conhecimento.
Alguns pensamentos sobre a Conhecimento: por empirismo e
JOHN LOCKE educação (1693). experiência.
(1632-1704) A conduta do entendimento (1706). Verdade: processo histórico.
Fonte: Os autores
90
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
Comenius defendia que se devia saber tudo, mas não nos aspectos
superficiais e vulgares dos saberes, antes os fundamentos, os princípios, as razões
e os objetivos dos principais conhecimentos da natureza e daqueles que o homem
foi responsável. Para tanto, classificou as coisas em três naturezas: objetos de
observação: o céu, Sol, Lua, as rochas, as estrelas, os fenômenos naturais, entre
outros; objetos de imitação: a ordem que rege o mundo, a natureza e o homem;
objetos de fruição: o não palpável, o metafísico, o imaterial, o divino, de natureza
simbólica e espiritual.
91
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
Ribeiro (1990) explica que além das questões de etiqueta e bons costumes,
havia também segregações e distinções sociais que eram obtidas pelas questões de
honra, ou melhor pelas noções de status quo, ou seja, que se baseava na importância
e no reconhecimento que a família obtinha em meio à sociedade. O status era
obtido pela demonstração de boa apresentação nos bailes, cafés, museus e
galerias, por meio do uso de trajes elegantes, perucas, vestidos e demais acessórios
enobrecedores.
92
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
Burg, Fronza e Silva (2013) explicam que foi nas confrarias duelistas, que
funcionavam nos castelos e palácios da nobreza, que as regras de etiqueta e bons
costumes eram aprendidas; destinavam-se especialmente aos integrantes da elites
e nobres praticantes de esgrima. Além das atividades de esgrima, a montaria
representava outra atividade, quem quisesse se distinguir deveria apresentar
conhecimentos e demostrar habilidade.
LEITURA COMPLEMENTAR
1- Idealismo: é uma abordagem filosófica que tem como princípio central que as
ideias são a única realidade verdadeira, a única coisa que vale a pena conhecer.
Em busca da verdade, beleza e justiça que é duradoura e eterna, o foco está
no raciocínio consciente na mente. Platão, pai do idealismo, abraçou esta visão
cerca de 400 anos A.E.C., em seu famoso livro A República. Platão acreditava que
havia dois mundos. O primeiro é o mundo espiritual ou mental, que é eterno,
permanente, ordenado, regular e universal. Há também o mundo da aparência,
o mundo experimentado através da visão, do toque, do cheiro, do gosto e do
som, que está mudando, imperfeito e desordenado. Esta divisão é muitas vezes
referida como a dualidade da mente e do corpo. Reagindo contra o que ele
percebia como um foco excessivo na imediação do mundo físico e sensorial,
Platão descreveu uma sociedade utópica na qual a educação para o corpo e a
alma seria toda a beleza e perfeição da qual são capazes como um ideal. Em sua
alegoria da caverna, as sombras do mundo sensorial devem ser superadas com
a luz da razão ou da verdade universal. Para compreender a verdade, é preciso
buscar o conhecimento e identificar-se com a Mente Absoluta. Platão também
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UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
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TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
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UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
COMO
O QUE
ESCOLA IMPLICAÇÕES DEVEMOS EXEMPLOS
DEVEMOS
FILOSÓFICA EDUCACIONAIS ENSINAR? HISTÓRICOS
ENSINAR?
O idealismo é Os idealistas
centrado na ideia As crenças enfatizam
IDEALISMO ao invés de no educacionais dos os métodos
(Séc. V a.C; XVIII, sujeito ou na idealistas incluem de leitura,
XX) criança porque o uma ênfase no discussão e
ideal, ou a ideia, estudo de ideias imitação. Eles
Considera ideias é o fundamento ou grandes obras acreditam
ou conceitos como de todas as que persistem ao que pensar
a essência de coisas. O idealista longo do tempo. com clareza · Platão
tudo o que vale a acredita que a Eles também e precisão é · Sócrates
· Immanuel
pena conhecer. O aprendizagem enfatizam a fundamental
Kant
mundo espiritual vem do interior importância para descobrir · Jane Roland
é eterno e não está do indivíduo, e de grandes as grandes Martin
sujeito a mudanças não do exterior. líderes para nós ideias que
porque é perfeito Portanto, o imitarmos. Para explicam o
(metafísica). Ênfase verdadeiro os idealistas, o universo. Há
no raciocínio, mas crescimento professor é um uma ênfase em
não na investigação mental e espiritual modelo para o questões que
científica. ocorre quando é aluno. despertam o
autoiniciado. pensamento.
96
TÓPICO 1 | O DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO
Importância
Os realistas é colocada
acreditam que sobre o papel
REALISMO
o objetivo final do professor.
(Séc. IV a.C. XVII e Realistas
da educação O professor
XIX) reconhecem
é o avanço apresenta
Sustenta que leis universais.
do raciocínio conteúdo
a realidade, o Enfatizam a
humano. O de forma
conhecimento e investigação e o
currículo sistemática e
o valor existem desenvolvimento
seria centrado organizada.
independentemente científico. O · Aristóteles
no sujeito e Os professores
da mente humana. currículo realista · John Locke
encorajaria o realistas
O realismo contrasta irá utilizar testes · Alfred North
aprendizado enfatizam a Whitehead
com o idealismo. padronizados,
através da importância
Realistas endossam livros-textos e
observação e das técnicas
o uso dos sentidos currículo em que
experimentação. experimentais e
e a investigação as disciplinas são
Os professores observacionais.
científica (razão) áreas separadas de
teriam Os realistas
para encontrar a investigação.
conhecimento sustentam testes
verdade no mundo
extenso sobre um cuidadosos do
físico.
assunto. conhecimento
dos alunos.
Os pragmatistas
enfatizam a
aplicação de
ideias de uso do
Os pragmatistas
conhecimento
acreditam que
como
aprendemos
instrumentos
melhor através da
para a resolução
PRAGMATISMO experiência, mas
Os pragmatistas de problemas
(Séc. XIX, XX, XXI) que a experiência
favorecem a (epistemologia).
muda tanto o
resolução de Os pragmatistas
Desenvolvido nos aluno como
problemas através veem a escola
Estados Unidos o mundo. O · Charles
da interação com como uma
no final de 1900. professor ajuda os Sanders Peirce
o ambiente de comunidade
O pragmatismo alunos a aprender · William
forma inteligente de aprendizes.
enfatiza a evolução a questionar o James
e reflexiva. Como o
e a mudança ao que é e a resolver · John Dewey
Ensinar os alunos processo de · Richard
invés do ser, a problemas
a usar métodos resolução de Rorty
crença em um como ocorrem
de investigação problemas é
universo aberto naturalmente.
científica é uma mais importante
que é dinâmico, A abordagem é
alta prioridade. do que ensinar
em evolução e em interdisciplinar e
assuntos
estado de tornar-se. reúne disciplinas
específicos,
curriculares
o uso de
para resolver
problemas
problemas.
centrados no
aluno como um
foco de ensino é
preferido.
97
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
O estudante
existencialista
A filosofia teria uma
existencialista Os existencialistas atitude
sustenta a acreditam que a questionadora
importância de educação deve e estaria
EXISTENCIALISMO
os seres humanos ser um processo envolvido em
(Séc. XIX, XX e XXI)
desenvolverem centrado nos uma busca
suas identidades estudantes contínua pelo
Centra-se na
pessoais e se tornarem eu e pelas
importância do · Jean-
determinarem autoatualizados. razões da
indivíduo em vez Paul Sartre
o que é e não A discussão é existência.
de nos padrões ·
é significativo encorajada, uma O professor
externos. A Friedrich
e digno. Os vez que todos existencialista
realidade nada mais Nietzsche
existencialistas estamos na iria oferecer ·
é do que a existência
acreditam que a mesma situação projetos que Maxine
vivida. Não há
maioria das escolas sem sentido, para incentivam Greene
nada absoluto, nem
são como símbolos que possamos os alunos a se
mesmo a mudança.
corporativos que aprender com as tornarem o que
Não há princípio ou
transformam preocupações, eles próprios
significado último.
os indivíduos perguntas e querem se
em objetos a escolhas dos tornar. O valor
serem medidos, outros. chave é que os
quantificados e seres humanos
processados. são livres para
fazer escolhas
(Axiologia).
98
RESUMO DO TÓPICO 1
Ao longo do Tópico 1, você estudou que:
• Entre os teóricos do realismo pedagógico estava Comenius, que com seus estudos
e teorias almejava fornecer um método universal que facilitaria o ensino do maior
número de conteúdos e conhecimentos, transmitidos de forma sólida e que
alcançaria o maior número de pessoas possível.
• John Locke defendeu em seus estudos que o homem constitui um sujeito, que a
natureza é fonte de conhecimento e que este deve ser adquirido por meio do
empirismo e da experiência.
99
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 1
Assista ao vídeo de
resolução da questão 2
100
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A ideia de Estado sem religião oficial se estruturou e legitimou a partir
as revoluções liberais ocorridas ao longo do século XVIII. Burg, Fronza e Silva
(2013) explicam que quando o fato de o Estado ser laico significa que Igreja
não compõe mais o governo, outras esferas e instâncias da sociedade como a
educação, permaneceram sob o controle e tutela da Igreja, o que mudou a partir
da época moderna é que a Igreja não possuía mais o monopólio hegemônico
sobre a educação. O que passa acontecer também é que as instituições religiosas
precisavam se adaptar às exigências e normas do governo, que prescreviam os
conteúdos mínimos que deveriam ser ministrados. Isso implicava que as escolas
mesmo sendo confessionais deveriam ministrar os conteúdos de caráter científico,
ou seja, escolas religiosas ensinar sobre a Teoria da Evolução das Espécies proposta
por Charles Darwin.
101
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
DICAS
FILME
Um filme interessante sobre a Revolução Francesa é Darton – o processor da revolução.
Estrelado pelo principal ator francês de sua geração, Gerard Depardieu, trata-se de uma
visão sobre a revolução tendo como protagonistas seus principais e opostos líderes: Darton
e Robespierre.
102
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO
103
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
JOHN DEWEY
105
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
4 O EXEMPLO DE HEGEL
Georg W. Friedrich Hegel (1770-1831), filósofo alemão, foi influenciado
pelas obras de Heráclito (353 a.C - 475 a.C), Espinoza (1632-1677), Kant (1724-
1804) e Rousseau (1712-1778), assim como pela Revolução Francesa e Napoleão
Bonaparte. Dedicou-se aos estudos do Idealismo Absoluto, procurou investigar
a relação entre mente e natureza, sujeito e objeto do conhecimento. Para tanto,
empreendeu estudos em história, arte, religião e filosofia.
106
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO
5 O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO DE
DESENVOLVIMENTO DAS CIÊNCIAS E DISCIPLINAS
AUXILIARES
A partir da época moderna, a ciência alcançou uma autonomia e
emancipação nunca observadas em outros tempos históricos. As revelações,
verdades e metáforas religiosas, ou de senso comum ou mitologias e folclores que
desfrutavam de prestígio e autoridade no interior das sociedades, passam a ser
abordadas a partir do princípio da dúvida, do questionamento e das hipóteses
formuladas no campo da ciência e da racionalidade.
107
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
Comte defendeu a lei dos três estados os quais o espírito humano percorre
em seus estágios de desenvolvimento: estado teológico ou fictício (fenômenos
sobrenaturais); estado metafísico ou abstrato (fenômenos da natureza); e o estado
científico ou positivo (fatos e leis que determinavam a realidade): maneira de
pensar positiva. Vamos analisar com mais detalhes como funcionava a filosofia
histórica das ‘leis dos três estados’ que Comte formulou e procurou explicar.
109
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
Para Hegel, a racionalidade está por trás de tudo no mundo e a filosofia tem
o poder de compreender a racionalidade da história, ou seja, o pensamento capta a
racionalidade da história. Para Marx, Hegel e todos os filósofos estavam alienados
e poderiam ser chamados de a-históricos, e, segundo suas teses, as características
da história seriam sempre as mesmas em todas as épocas, a natureza humana
era somente crítica; procuravam mudar, transformar o mundo com filosofias e
teorias. Marx, em contrapartida, defendia que o mundo não se transforma com
o pensamento, com críticas, o mundo se transforma pela ação politicamente
orientada, que ele preferiu chamar de práxis, e que se faziam necessárias tanto a
explosão como a revolução das antigas estruturas.
110
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO
UNI
SÍNTESE
De forma resumida, o paradigma marxista apresenta a seguinte perspectiva de história:
• a realidade social é mutável;
• a mudança está submetida a leis que se encaixam em outras leis históricas;
• as mudanças tendem a momentos de equilíbrio relativo.
112
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO
O último dos sociólogos que iremos citar, neste tópico, foi um dos mais
importantes para o estabelecimento da sociologia da educação como disciplina do
conhecimento humano. Émile Durkheim foi o principal formulador da sociologia
como ciência, ao possuir uma cátedra desta ciência na Universidade de Paris-
Sorbonne e ser o escritor do livro As regras do método sociológico. Sua importância
para a história da educação se mede ao ser Durkheim o principal formulador
da sociologia da educação enquanto ciência humana. Hoje, jamais se pensaria
a educação apartada das realidades nas quais as famílias e as escolas estão
presentes. Porém, a influência iluminista e cristã de alguns teóricos do século IX
não compreendia que as diferenças sociais são parte importante ao se pensar a
educação na contemporaneidade (GADOTTI, s.d. 113-115).
Para o autor, o indivíduo na fase da infância nada mais é do que uma tábula
rasa e diante disto a escola, as instituições de ensino e o sistema educacional devem
atuar no sentido de preencher aquela criança de forma adequada ao convívio em
sociedade de forma mais integrada e adequada possível. Estudiosos analisam estas
ideias de Durkheim e o nominam de conservador, no ponto em que compreendia
a escola como simplesmente uma instituição de ajuste e não de transformação da
sociedade.
113
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
CORRENTES PRINCIPAIS
PRESSUPOSTOS
SOCIOLÓGICAS REPRESENTANTES
FONTE: Os autores
114
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO
Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!
Como haveremos de nos consolar, nós, os algozes dos algozes? O que o
mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu
exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse
sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo,
que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste ato
não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios
deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu ato mais
grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte,
mercê deste ato, de uma história superior a toda a história até hoje!
117
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
DICAS
CONCEITO
O Niilismo está relacionado aos sentimentos de descrença e desengajamento diante da
promessa de progresso e realização/felicidade humana, contidos no interior dos projetos
modernos globalizantes/totalizantes ou grandes narrativas que se pretendiam e apresentavam
como atemporais e universais, nos esquemas de verdade, liberdade e igualdade, história,
progresso e felicidade, razão, revolução e redenção, ciência, industrialismo e bem viver. Que
por sua vez desabilitavam as experiências históricas contidas no passado e reconheciam
somente como campo e horizonte do presente e do futuro como o terreno de realização
humana primordial.
Nietzsche empregou o conceito também para qualificar sua oposição radical aos valores
morais tradicionais e às tradicionais crenças metafísicas, na qual o niilismo não é somente
um conjunto de considerações sobre o tema “tudo é vão”, não é somente a crença de que
tudo merece morrer, mas consiste em colocar a mão na massa, em destruir. E o filósofo
aponta que as gerações que sucederam a geração da modernidade nasceram em meio a
esta noção de sociedade.
A noção de niilismo causava certo deslocamento nas formulações mentais de sentido do
ser humano, causando certa secura espiritual e existencial.
118
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO
FONTE: Os autores
UNI
CURIOSIDADE: MUSEUS
O primeiro museu público, o Asmoleum Museum, foi aberto em 1683, na Inglaterra e
encontrava-se vinculado à Universidade de Oxford, mas possibilitava visitação somente a
artistas e estudiosos. Foi a partir da Revolução Francesa, no século XVIII, que os museus
ganharam caráter popular propriamente dito, em especial surgem os grandes museus
nacionais, voltados à educação e esclarecimento do povo. O Museu do Louvre foi aberto na
França em 1793. Em 1810, surge o Altes Museum, de Berlim, na Alemanha, o Museu do Prado,
na Espanha, em 1819, e o Museu Hermitage de Leningrado, na Rússia, em 1852.
119
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
DICAS
LITERATURA
Para melhor compreender o contexto histórico das mudanças na sociedade, nas áreas política
e cultural, iniciadas na época moderna, observe as sugestões de livros e filmes que fazemos
abaixo:
Os miseráveis, escrito por Victor Hugo (existe em filme também)
Germinal, de Emile Zola (existe em filme também)
Madame Bovary, de Gustave Flaubert (existe em filme também)
Senhores e camponeses, de Leon Tolstoi (existe em filme também).
120
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO
DICAS
INSTITUIÇÕES
No Brasil, a educação técnica é presente em diversos Estados, tanto com Institutos Federais
e estaduais, que formam técnicos nos mais diversos ramos da indústria e dos serviços, como
o sistema “S” (SESI, SENAI, SENAC etc.), que primam pela qualificação da mão de obra.
Inclusive, um ex-presidente da República, Lula, frequentou uma destas escolas de formação
profissional.
UNI
PARA REFLETIR:
Einstein (1981), em seus escritos e reflexões sobre ciência e conhecimento, tecia as seguintes
orientações:
Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Por que se tornará assim uma máquina
utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso
prático daquilo que vale a pena ser aprendido, daquilo que é belo, do que é moralmente
correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a
um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida.
Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias
para determinar com exatidão seu lugar em relação a seus próximos e à comunidade.
Estas reflexões essenciais, comunicadas à jovem geração graças aos contatos vivos com os
professores, de forma alguma se encontram escritas nos manuais. É assim que se expressa
e se forma de início toda a cultura. Quando aconselho com ardor “as humanidades”, quero
recomendar a cultura viva e não um saber fossilizado, sobretudo em história e filosofia.
Os excessos do sistema de competição e de especialização prematura, sob o falacioso pretexto
da eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir
os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma
educação, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem.
Ora, a sobrecarga do espírito pelo sistema de notas entrava e necessariamente transforma a
pesquisa em superficialidade e falta de cultura. O ensino deveria ser assim: quem o receba o
recolha como um dom inestimável, mas nunca como uma obrigação penosa.
Adaptado de: Einstein, Albert. Como vejo o mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
122
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO
123
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
124
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO
126
RESUMO DO TÓPICO 2
Ao longo desta unidade de conteúdos você pôde estudar que:
127
AUTOATIVIDADE
128
UNIDADE 2
TÓPICO 3
CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO
EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEO
1 INTRODUÇÃO
No decorrer da época Moderna e Contemporânea, dentre as ações de
governos foram elencados como prioridade os problemas e fatos sociais modernos,
como erradicação do analfabetismo, doenças, epidemias, que representavam
pontos nevrálgicos ao desenvolvimento. O fortalecimento e a realização destes
projetos foram alcançados com a colaboração de entidades, instituições, centros
educacionais e profissionais, universidades, laboratórios de pesquisas.
Porém, chegamos aos dias atuais e nos deparamos com o fato de que as
áreas da educação, da filosofia, da história, da sociologia e das demais disciplinas
reflexivas encontram-se desprestigiadas, são anunciadas como campos menores
do saber. Para Severino (1990), os caminhos da filosofia da educação na nossa
época são preocupantes, pois:
130
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEO
131
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
Com relação aos acúmulos alcançados pela ciência, bem como os alcances e
formas de acesso ao conhecimento, leia com atenção as reflexões que Durant (2000,
p. 9) tece:
135
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
Em Portugal, por meio da Escola da Ponte, na Vila das Aves, surgiu uma
proposta educacional diferenciada, tendo como formulador o professor José
Pacheco, que buscou criar, na Escola da Ponte, uma nova fórmula de ensino, na
qual os estudantes possuem maior liberdade na escolha dos conteúdos e temáticas
a serem desenvolvidos, ou seja, em que a autonomia dos estudantes foi levada a
cabo.
136
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEO
DICAS
EDUCAÇÃO INTEGRAL
Para maiores informações sobre o projeto de José Pacheco, acesse o site que indicamos
a seguir:
Centro de referência em Educação Integral:
Disponível em: <http://educacaointegral.org.br/experiencias/escola-da-ponte-radicaliza-
ideia-de-autonomia-dos-estudantes/>.
DICAS
FILME
AO MESTRE COM CARINHO é um clássico do cinema de Hollywood e retrata o cotidiano
de um professor comprometido com os seus alunos. Obras cinematográficas como esta
nos revelam a noção de quanto o engajamento de um educador pode mudar a realidade
de muitos estudantes.
DICAS
LIVRO
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. 22. ed. São Paulo: Cultrix, 1992. 447 p.
Capra é um estudioso da física, ciência e das questões ambientais contemporâneas. Nesta
obra, o autor discute a crise dos paradigmas modernos, os modelos de Newton e Descartes,
as concepções mecanicistas da sociedade, os problemas econômicos mundiais, o lado
sombrio do crescimento, as concepções alternativas de vida e sociedade.
O livro encontra-se na íntegra e em pdf disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/5014979/O-ponto-de-mutacao>.
DICAS
FILME
O ponto de mutação/Mindwalk. Bernt A. Capra, Estados Unidos, 1990. Cor
O longa-metragem é dirigido por Bernt A. Capra, irmão de Fritjof Capra, autor do livro de
mesmo nome, que foi publicado em 1982.
Através dos personagens de um poeta (angustiado com o sentido e a falta de sentido da vida
humana), um político liberal (que experimenta uma crise por não ter vencido as eleições)
e uma física (que se encontra frustrada por ver suas experiências e conhecimentos sendo
pervertidos e utilizados para fins militares e de destruição), o filme aborda a trajetória e
as implicações do conhecimento humano a partir das teorias científicas do século XV no
âmbito da física, economia, política, psicologia, ecologia etc., que serão implementadas na
modernidade e que se encontram ainda em voga na atualidade.
O filme encontra-se disponível com legenda em português em: <http://www.youtube.com/
watch?v=7tVsIZSpOdI>.
137
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
LEITURA COMPLEMENTAR
1- Perenialismo
2- Essencialismo
138
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEO
3- Progressismo
4- Reconstrucionismo/Teoria Crítica
139
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL MODERNO E CONTEMPORÂNEO
140
RESUMO DO TÓPICO 3
Ao longo do tópico, você pôde compreender que:
141
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 1
142
UNIDADE 3
O CONTEXTO HISTÓRICO-
FILOSÓFICO DA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 3 deste caderno está dividida em três tópicos de conteúdos. Ao
longo de cada um você encontrará sugestões de filmes, de leitura, resumos e
atividades de fixação dos conteúdos estudados.
Assista ao vídeo
desta unidade.
143
144
UNIDADE 3
TÓPICO 1
CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO DA
EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL E
IMPERIAL
1 INTRODUÇÃO
145
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
2 O EXEMPLO DE PORTUGAL
Portugal surge como nação por volta do século XIII, quando se tem no
poder os reis da dinastia afonsina. Durante a chamada Revolução de Avis, de 1385,
surge uma nova dinastia homônima ao movimento revolucionário. Com os reis
da Dinastia Avis temos o auge das grandes navegações portuguesas. Expansão
ultramarina iniciada em 1415, quando os lusitanos, liderados pelo infante D.
Henrique, conquistaram a cidade de Ceuta, no norte da África. Depois tivemos
as chamadas grandes viagens de Gil Eanes, que ultrapassou o Cabo Bojador; de
Bartolomeu Dias, que descobriu o Cabo da Boa Esperança, e Vasco da Gama, que
descobriu o caminho marítimo para as Índias. Dois anos após, as embarcações
comandadas por Pedro Álvares Cabral alcançaram as praias de Porto Seguro,
sendo a data “oficial” da primeira chegada dos portugueses ao Brasil (MATOSO,
2001).
146
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO DA EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL E IMPERIAL
“faina marítima”, isto é, para as lidas cotidianas navais. A escola teria como
local de sede o promontório de Sagres, no sul da Península Ibérica. Teria como
principal diretor o infante D. Henrique, que seria o principal responsável
pela fundação e manutenção de uma instituição de ensino para a Marinha.
148
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO DA EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL E IMPERIAL
A Companhia de Jesus foi fundada por volta de 1530, por Inácio de Loyola,
um basco que, desejando se tornar cavaleiro, ficou ferido e, se tratando em um
mosteiro, solicitou ler sobre aventuras da cavalaria, mas acabou lendo a única
literatura disponível no mosteiro, as hagiografias, isto é, a escrita sobre a vida de
santos. Inspirado por esta literatura religiosa, acabou por fundar uma Companhia
de Soldados de Cristo. Possuem os mesmos o lema Ad Majorem Gloriam Dei (Para a
Maior Glória de Deus), como sigla as letras SJ, além de uma regra de vida comum
própria. Dois livros são marcas do pensamento inaciano: Os exercícios espirituais e a
Ratium Studiorum (SEBE, 1981).
DICAS
149
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Quanto aos indígenas, a ação jesuítica foi muito intensa. Eles organizaram
sua ação com relação às maneiras de catequizar através das reduções, formas de
atrair os indígenas e nelas também explorar sua mão de obra, em especial nas
denominadas “drogas do sertão”, isto é, as especiarias brasileiras, como castanhas.
No interior da América do Sul, entre os territórios do Paraguai, Paraná e Rio
Grande do Sul, a ação dos jesuítas com os indígenas foi grande, nas chamadas
missões, nas quais os jesuítas influenciaram a cultura. Os padres traduziram as
histórias bíblicas para o idioma guarani, até hoje a língua oficial dos paraguaios, ao
lado do espanhol. Em relação ao idioma, em muitas localidades do Brasil Colonial,
a chamada língua geral, uma forma de tupi-guarani padronizado pelos jesuítas,
era língua corrente.
150
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO DA EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL E IMPERIAL
151
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
PARA REFLETIR:
Caro acadêmico, ao longo de todo o período do Brasil Colonial não
existiram universidades em nosso país. Até que ponto esta característica de
nossa colonização nos prejudicou no que diz respeito ao desenvolvimento
educacional?
152
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO DA EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL E IMPERIAL
Esta lei estabelecia que “em todas as cidades, vilas e lugares populosos
haverá escolas de primeiras letras [ler, escrever, contar] que forem necessárias”
153
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
O surgimento das Escolas Normais (em Niterói, Bahia, Ceará e São Paulo)
ampliou um pouco a formação docente. No entanto, o título de bacharel, necessário
para acessar o Ensino Superior, só era frequentado pela sociedade abastada, que se
formava para manter a elite como dirigente social.
aulas avulsas, ou seja, um processo rápido e básico de ensino, em que o aluno ia até
o professor para obter conteúdos para sua formação (HAIDAR, 1972).
Tais diretrizes foram adaptadas ao Brasil, por meio de aulas régias, nas quais
usava-se o Método Lancaster (1789), em que as crianças tinham noção de leitura,
cálculo, escrita e catecismo. Devido à falta de professores, um professor atendia
cerca de 100 alunos e escolhia seus melhores discípulos para auxiliar outros dez
alunos (chamado de método decúria, em que o ajudante era um decurião). Apesar
das evidentes dificuldades e falhas, considerando-se que a aprendizagem girava
em torno do conhecimento de colegas da própria classe, esse método prevaleceu
por 15 anos no país (FÁVERO, 2002).
ATENCAO
158
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO DA EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL E IMPERIAL
DICAS
159
RESUMO DO TÓPICO 1
160
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Os jesuítas foram apenas mais uma das ordens católicas a pisar o solo
brasileiro, sem maior importância que as demais ordens religiosas que aqui
trabalharam.
b) ( ) Os jesuítas foram os principais religiosos a pregar o evangelho no
Brasil colonial, respeitando a diversidade cultural e desejando catequizar os
indígenas.
c) ( ) Os jesuítas foram os principais religiosos a catequizar os indígenas.
Sua ação os fez aprender o idioma tupi-guarani. A sua eficácia nas ações
na América Portuguesa chegou a rivalizar com a Coroa, o que explica sua
expulsão dos territórios ultramarinos portugueses no século XVIII.
d) ( ) Os jesuítas não obtiveram êxito na sua pregação evangélica, em grande
parte por se negarem a aprender o idioma indígena. Sua pouca produtividade
no processo colonizador foi patente. Por isso, foram expulsos dos territórios
ultramarinos portugueses pelo Marquês de Pombal, no século XX.
Assista ao vídeo de
resolução da questão 1
161
162
UNIDADE 3
TÓPICO 2
CONTEXTO HISTÓRICO-FLOSÓFICO
EDUCACIONAL NOS PRIMEIROS ANOS DA
REPÚBLICA
1 INTRODUÇÃO
163
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
164
TÓPICO 2 | CONTEXTO HISTÓRICO-FLOSÓFICO EDUCACIONAL NOS PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA
165
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
166
TÓPICO 2 | CONTEXTO HISTÓRICO-FLOSÓFICO EDUCACIONAL NOS PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA
DICAS
APROPRIAÇÃO SIGNIFICATIVA
Caro acadêmico! Aproveite este anúncio de jornal, que significa uma fonte primária, para se
apropriar de outros elementos além da notícia sobre o movimento operário de São Paulo nos
anos de 1917. Procure compreender também como ocorria a mobilização dos movimentos
sociais, como se dava a reação das forças do governo diante das agitações sociais, assim
como o jornal retratou o ocorrido, e, por fim os elementos ortográficos que faziam parte da
língua portuguesa na época.
167
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
169
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Uma das importantes medidas das elites brasileiras foi a de buscar instituir
universidades no país. Uma das motivações foi a visita, em 1922, do rei Alberto, da
Bélgica, ao Brasil. Quando quis visitar a universidade brasileira, foi informado de
que no Brasil não existiam universidades.
170
TÓPICO 2 | CONTEXTO HISTÓRICO-FLOSÓFICO EDUCACIONAL NOS PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA
além dos limites das classes, assume, com uma feição mais humana, a
sua verdadeira função social, preparando-se para formar "a hierarquia
democrática" pela "hierarquia das capacidades", recrutadas em todos os
grupos sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades de educação.
Ela tem, por objeto, organizar e desenvolver os meios de ação durável
com o fim de "dirigir o desenvolvimento natural e integral do ser
humano em cada uma das etapas de seu crescimento", de acordo com
uma certa concepção do mundo. [...] A diversidade de conceitos da vida
provém, em parte, das diferenças de classes e, em parte, da variedade
de conteúdo na noção de "qualidade socialmente útil", conforme o
ângulo visual de cada uma das classes ou grupos sociais. A educação
nova que, certamente pragmática, se propõe ao fim de servir não aos
interesses de classes, mas aos interesses do indivíduo, e que se funda
sobre o princípio da vinculação da escola com o meio social, tem o seu
ideal condicionado pela vida social atual, mas profundamente humano,
de solidariedade, de serviço social e cooperação. (MANIFESTO DOS
PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA, Finalidades da Educação, 1932).
171
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Os pioneiros reclamam por uma educação criativa, não estática, que esteja
atenta à formação integral dos estudantes, que abranja o campo científico e prático,
que associe atividades manuais e atividades intelectuais para os temas de cultura
geral, humanidades e ciências cada vez mais ramificadas e aprofundadas.
Com métodos ativos, com aulas mais dinâmicas, centradas nas atividades
do aluno, com a realização de trabalhos concretos como fazer maquetes, visitar
museus, assistir a filmes, comparar fatos e épocas, coordenar os conhecimentos
históricos aos geográficos, quando o que predominava era a memorização e as
festividades cívicas, que passaram a ser parte fundamental do cotidiano escolar.
Porém, a prática no interior das salas de aula continuou sendo a de recitar as “lições
de cor”, com datas e nomes dos personagens considerados mais significativos da
História (PCN, 1997).
172
TÓPICO 2 | CONTEXTO HISTÓRICO-FLOSÓFICO EDUCACIONAL NOS PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA
Estado Novo. Em seu lugar foi inaugurada a Universidade do Brasil, que após o
golpe militar de 1964 foi rebatizada como Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A tradição colonial dos filhos das elites irem para a Europa estudar, que
no império “diminuiu”, após os anos 1930 diminuiu ainda mais. A Constituição
de 1934, promulgada por Getúlio Vargas, apontava a necessidade de se implantar
um Plano Nacional de Educação, o qual estabeleceu competências no interior dos
níveis administrativos, regulamentou e fixou os financiamentos de cotas específicas
de verbas à federação, aos estados e aos municípios. Por conseguinte, implantou-
se a gratuidade, a obrigatoriedade e o ensino religioso tornou-se optativo.
Com o fim do Estado Novo, tivemos uma grande disputa política, que
caracterizou os debates sobre a educação entre 1945 e 1964: a promulgação da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Uma das principais polêmicas era se
o ensino deveria ser laico ou religioso. Polêmicas que eram refletidas nas disputas
eleitorais para a Presidência da República.
DICAS
Acesse os sites:
CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior: <http://www.capes.
gov.br/>.
CNPQ: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico: <http://www.
cnpq.br/>.
173
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Caro acadêmico! Para que você possa compor uma análise mais próxima
das condições educacionais do país e de sua população, observe o quadro a seguir,
procurando perceber relações que existem entre as décadas, a relação que existe
entre o local de residência (rural ou urbana), a localização das escolas (urbana) e o
número de analfabetismo da população brasileira:
% da população urbana 10 16 31 36
174
TÓPICO 2 | CONTEXTO HISTÓRICO-FLOSÓFICO EDUCACIONAL NOS PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA
Para Teixeira, era muito grave que o ensino primário no Brasil não fosse
tratado como prioridade, denunciava que o país contava com centros universitários
comparados com os do ‘primeiro-mundo’, porém não conseguia oferecer a toda
175
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
O modelo de ensino proposto por Teixeira nos anos de 1950 foi responsável
também por denunciar a fragilidade do contexto econômico e social das famílias
que precisavam trabalhar para garantir o sustento da casa, deixando assim os
filhos vulneráveis e expostos a todos os tipos de infortúnios e desvios possíveis.
DICAS
177
RESUMO DO TÓPICO 2
• O ensino dos primeiros anos da República foi dividido em ensino primário (até
a 4ª série), ginásio (quatro anos após o primário) e clássico e científico (Ensino
Médio, o primeiro com ênfase em ciências humanas e o segundo às ciências
exatas).
• A partir dos anos de 1930, em meio ao governo de Getúlio Vargas, foram criados
o Ministério da Educação e Saúde, o Plano Nacional de Educação, a CAPES, o
Cnpq e a Universidade de São Paulo.
178
AUTOATIVIDADE
John Dewey foi um filósofo, psicólogo e pedagogo, nascido nos Estados Unidos
da América, que se posicionou a favor do conceito de Escola Ativa, na qual a
educação do estudante deve ser voltada ao pensar, transformar uma capacidade
natural em hábito, por meio de uma atividade, de forma cooperativa. O Manifesto
dos Pioneiros da Educação Nova, que ocorreu em 1932, está relacionado com as
preocupações educacionais da década de 1920 e a Escola Ativa. Considerando
essas ideias, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: O Movimento
Escolanovista. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:
Assista ao vídeo de
resolução da questão 1
179
180
UNIDADE 3
TÓPICO 3
CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO
EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO
SÉCULO XX
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Foi possível estudar que desde o século XIX, em especial
com o movimento da Escola Nova, os teóricos defendiam a necessidade de se
manter um currículo humanístico que favorecia os estudos das línguas (latim,
grego e língua nacional), de oratória, o que cumpria a missão de disciplinar a
mente com o uso das obras literárias, e o domínio oral escrito da cultura clássica,
e ainda atendia aos interesses e necessidades de formação e preparação intelectual
das elites.
181
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
• Tanto o setor público como o setor privado têm o direito de ministrar o ensino
em todos os níveis.
• O Estado pode subvencionar a iniciativa particular no oferecimento de serviços
educacionais.
• O ensino pré-primário correspondia às escolas maternais e jardins de infância.
Ensino primário de quatro anos, com possibilidade de acréscimo de mais dois
anos para programa de artes aplicadas.
• Ensino Médio, subdividido em dois ciclos: o ginasial, de quatro anos, e o
colegial, de três anos. Ambos compreendiam o ensino secundário e o ensino
técnico (industrial, agrícola, comercial e de formação de professores).
• Ensino Superior: flexibilidade de organização curricular, o que não pressupõe
um currículo fixo e único em todo o território nacional.
% da população urbana 36 46 56
Apesar das relações tensas, a ditadura impôs uma Reforma Universitária, na qual
o sistema de cátedra foi extinto, sendo os professores contratados não por cadeira,
mas por curso. Outra modificação importante no Ensino Superior foi a extinção do
ciclo anual, sendo substituído pelo ciclo semestral.
184
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
185
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
DICAS
UNI
PARA REFLETIR:
Alguns apontam a redução da maioridade penal como solução para a
violência provocada pelos jovens. Porém, em oposição a esta ideia, pergunta-se: qual
é a importância (ou o papel) da educação para a prevenção da delinquência juvenil?
Não apenas o governo, como também a iniciativa privada faz parte do esforço
em formar a mão de obra qualificada para o parque industrial brasileiro. As associações
189
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
DICAS
PARA REFLETIR:
O sistema “S” possui uma grande importância na história da
industrialização brasileira. Também do ponto de vista social, muitos brasileiros
foram integrados ao mercado de trabalho através dos cursos ministrados pelo
SENAI, SENAC e seus congêneres. Até mesmo um presidente da República
foi formado por estas escolas. Neste sentido, pergunta-se: ainda existe
preconceito em relação ao ensino técnico em detrimento ao ensino superior?
190
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
A partir disto, o Brasil iniciava uma espécie de alinhamento com estes órgãos,
dos quais surgiu a necessidade de elaborar, ajustar e adequar as diretrizes curriculares
que norteavam a educação no país. Inicialmente, houve um estudo preliminar para
com as realidades dos municípios brasileiros, o que foi levado para um debate geral em
1993, na Semana Nacional de Educação para Todos, que foi mediada por professores
universitários, representantes e secretários estaduais e municipais de Educação
(NETO, 2009).
Os PCN (1997) destacam que o professor não está sozinho no processo de ensino
e aprendizagem. Existem a família, o mundo do trabalho, as instituições de ensino e
pesquisa, os movimentos sociais, os meios de comunicação, as atividades culturais,
entre outras com as quais ele precisa buscar apoio, colaboração e se relacionar.
191
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
ainda muito recente na tradição da educação brasileira e, por outro lado, conta com
poucas referências teóricas a que se possa recorrer. O Governo Federal passou a
contemplar e verificar estas noções no interior das avaliações do Exame Nacional
do Ensino Médio – ENEM e no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes do
Ensino Superior – ENADE.
DICAS
192
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
A LDB (Lei nº 9.394/96, art. 36) apresentou que o Ensino Médio possui
o caráter de terminalidade, o que significa assegurar a todos os cidadãos a
oportunidade de consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino
Fundamental; aprimorar o educando enquanto pessoa humana; possibilitar a
continuidade dos estudos; conferir uma preparação básica para o trabalho e o
exercício da cidadania, tendo em vista o desenvolvimento da compreensão dos
“fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos”.
193
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
194
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
Fundamental e Médio. Esta lei faz parte de outras atividades afirmativas por parte
do governo que fortalecem as Leis de cotas raciais, as quais se encontram em vigor
desde os anos de 2000.
DICAS
Procure assistir ao filme O jardineiro fiel, dirigido por Fernando Meirelles, 2005,
o qual denuncia a atuação de laboratórios farmacêuticos, que se utilizam da população
africana para testar, de forma indiscriminada, medicamentos.
195
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
moradores, espaços de cultura, feiras, entre outros, e dos mais diversos meios
de comunicação social, tais como rádios, jornais, revistas, editoras, sites, mídias
sociais, blogs de conhecimento e informação.
196
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
197
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
198
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
DICAS
Uma indicação para saber mais sobre a vida e a importância do legado de Paulo
Freire para a Educação Mundial é o site do Instituto Paulo Freire, no qual podemos ter
maiores informações sobre a vida e a obra deste grande intelectual da educação. Quem
dirige o Instituto é Madalena Freire, filha de Paulo, e Moacir Gadotti, estudioso e defensor de
seu legado.
199
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
200
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
DICAS
Para saber mais sobre a trajetória de vida e obra do pensador, acesse o site a seguir:
Instituto Rubem Alves. Disponível em: <http://www.institutorubemalves.org.br/>.
201
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
DICAS
202
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
DICAS
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
204
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
LEITURA COMPLEMENTAR
205
UNIDADE 3 | O CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
206
TÓPICO 3 | CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
para assegurar o preparo adequado dos professores que irão atuar nas escolas
públicas de educação básica.
DICAS
209
RESUMO DO TÓPICO 3
• O ensino técnico, cujo maior exemplo é o sistema “S”, que tem como função
formar profissionais para os diferentes ramos industriais. Também a educação
para os especiais, como os cegos, surdos e portadores de Síndrome de Down,
que possuem escolas específicas.
210
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 1
211
212
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
ALENCAR, Valéria Peixoto de. Teatro grego: diferenças entre comédia e tragédia,
s/d.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
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