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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO

CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

PERÍODO BÁSICO

COLETÂNEA DE MANUAIS

TÉCNICAS MILITARES I

VOLUME I

2019
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 1/156)
ÍNDICE DE ASSUNTOS

UNIDADE DIDÁTICA I - O EXÉRCITO BRASILEIRO - EB Pág


1.1. A Instituição.......................................................................................... 3
1.2. Missão do Exército............................................................................... 6
1.3. Características da profissão militar...................................................... 14
1.4. A Carreira militar.................................................................................. 18
1.5. Valores e Deveres militares................................................................. 19
1.6. As Armas, Quadros e Serviços............................................................ 24
1.7. Estrutura organizacional...................................................................... 30
1.8. Visão de futuro..................................................................................... 37
UNIDADE DIDÁTICA II – HIERARQUIA E DISCIPLINA
2.1. Da Hierarquia Militar e da Disciplina.................................................... 38
2.2. Das transgressões disciplinares.......................................................... 40
2.3. Postos e graduações........................................................................... 53
UNIDADE DIDÁTICA III – FUNÇÕES DO SARGENTO NO CORPO DE TROPA
3.1. Auxiliar do Oficial de Combate a Incêndio........................................... 57
3.2. Auxiliar do Oficial de Munições, explosivos e manutenção do
armamento........................................................................................... 71
3.3. Furriel da SU........................................................................................ 72
3.4. Auxiliar do Oficial de Treinamento Físico Militar.................................. 73
3.5. Auxiliar do Oficial de Prevenção de Acidentes na Instrução................ 73
3.6. Chefe de viatura................................................................................... 95
UNIDADE DIDÁTICA IV – SINAIS DE RESPEITO E CONTINÊNCIA
4.1. Generalidades...................................................................................... 101
4.2. Dos sinais de respeito.......................................................................... 101
4.3. Da continência..................................................................................... 102
4.4. Do procedimento normal...................................................................... 103
4.5. Do procedimento em outras situações................................................. 106
4.6. Da continência da tropa....................................................................... 109
4.7. Da continência da guarda.................................................................... 114
4.8. Da continência da sentinela................................................................. 115
UNIDADE DIDÁTICA V – ORDEM UNIDA
5.1. Generalidades e definições.................................................................. 116
5.2. Movimentos sem arma a pé firme........................................................ 124
5.3. Movimentos sem arma em deslocamentos.......................................... 133
5.4. Movimentos com arma a pé firme........................................................ 136
5.5. Movimentos com arma em deslocamentos.......................................... 154
REFERÊNCIAS................................................................................... 156

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 2/156)


UNIDADE DIDÁTICA 1
O EXÉRCITO BRASILEIRO – EB
TÍTULO 1.1 – A INSTITUIÇÃO

1.1.2 GENERALIDADES
(O Exército Brasileiro – EB20-MF-10.101)

O Exército Brasileiro surgiu da vontade da nação brasileira em defender sua soberania


contra invasores externos ainda no Brasil Colônia. Essa vontade foi legitimada a partir da
nossa independência, e da criação, de fato, do Exército Brasileiro (EB), na constituição de
1824.

Atualmente, a existência do EB, como instituição, é prevista na Constituição da República


Federativa do Brasil de 1988 (CF/88).

1.1.3 DEFINIÇÃO

A CF/88, no seu Artigo (Art) 142 define que: “As Forças Armadas, constituídas pela
Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e
regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. Dessa definição,
depreende-se que:

O Exército Brasileiro é uma instituição nacional permanente e regular,


organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Para o cumprimento de suas missões e tarefas, o EB se vale da Força Terrestre (F Ter),


instrumento de ação, que inclui todos os elementos da instituição com capacidades
geradas para atuar no ambiente operacional terrestre nas Operações no Amplo Espectro.

Dessa definição, depreendem-se as principais características do Exército como instituição,


seus pilares, sua subordinação e destinação.

1.1.4 CARACTERÍSTICAS INSTITUCIONAIS DO EXÉRCITO BRASILEIRO

1.1.4.1 INSTITUIÇÃO NACIONAL

Por ser integrado por cidadãos brasileiros de todas as regiões do território pátrio, por estar
comprometido com os valores da cultura brasileira e com os superiores interesses e
aspirações da sociedade nacional, e ainda, pelo âmbito nacional de sua atuação, o
Exército pertence à Nação Brasileira.

1.1.4.2 INSTITUIÇÃO PERMANENTE

Por força de preceito constitucional, que consagra sua presença ao longo de todo o
processo histórico brasileiro, que reafirma essa atitude no presente e a projeta

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 3/156)


no futuro, definindo uma trajetória de dedicação, desprendimento e, não raro, de sacrifício,
o Exército está sempre voltado para a conquista e a manutenção dos valores e aspirações
nacionais constantes da Constituição Federal.

1.1.4.3 INSTITUIÇÃO REGULAR

Por possuir atribuições, organização, subordinação e efetivos definidos na Constituição


Federal ou em leis ordinárias especificas; por utilizar uniformes e equipamentos próprios e
padronizados e de caráter ostensivo, o Exército é uma instituição regular.

1.1.4.4 INSTITUIÇÃO ORGANIZADA COM BASE NA HIERARQUIA E DISCIPLINA

A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade e a


responsabilidade crescem com o grau hierárquico. O respeito à hierarquia é demonstrado
pelo espírito de acatamento à sequência de autoridades.

A disciplina, que é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis e regulamentos,


preceito fundamental e norteador do funcionamento da Instituição. É traduzida pelo perfeito
cumprimento do dever por parte de todos os integrantes da Força.

FIGURA 2-1 – Comemoração do Dia do Exército em Brasília

1.1.5 CONDICIONANTES GERAIS

O Exército Brasileiro, por meio dos elementos da Força Terrestre, é preparado, adestrado
e empregado de acordo com as seguintes condicionantes gerais:
a) a missão do Exército;
b) os objetivos, orientações e diretrizes estratégicas estabelecidas pela Política Nacional
de Defesa;
c) os objetivos e diretrizes militares de defesa estabelecidas na Política Militar de Defesa;
d) as orientações contidas nas Estratégias Nacional de Defesa e Militar de Defesa;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 4/156)
e) a orientação estabelecida pela Política Militar Terrestre para o preparo e o emprego do
Exército;
f) as diretrizes estabelecidas pelo Comandante do Exército;
g) a necessidade de geração de capacidades operativas compatíveis com as atribuições
de garantia da soberania e da integridade territorial, do patrimônio e dos interesses
nacionais, e que respaldem a projeção do Brasil no concerto das nações;
h) a conjuntura internacional e os compromissos assumidos, sempre de acordo com os
interesses nacionais;
i) a situação nacional, particularmente quanto aos aspectos referentes às ações de
garantia da lei e da ordem;
j) a constatação de que o País não está inteiramente livre de riscos e de ameaças e que,
apesar de conviver pacificamente com a comunidade internacional, pode ser compelido a
envolver-se em conflitos gerados externamente.
k) as distintas características fisiográficas do território nacional, que impõem
condicionantes, nos níveis estratégico, operacional e tático, à geração de capacidades que
visam ao emprego dos elementos da F Ter;
l) a necessária integração com o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) e
com as demais Forças Singulares.
m) o nível de capacitação científico-tecnológica das Forças Armadas;
n) em ações subsidiárias, no apoio aos órgãos governamentais; e
o) os recursos orçamentários.

FIGURA 2-2 – Quartel General do Exército

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 5/156)


TÍTULO 1.2 - MISSÃO DO EXÉRCITO

1.2.1 MARCO LEGAL DA MISSÃO

1.2.1.1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL (CF)

O Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 expressa o conceito nacional – definição do


Brasil como País e aspirações da Nação. No título I (Art 1º, 3º, 4º e Parágrafo único)
constam os princípios e objetivos fundamentais que a Nação estabeleceu para concretizar
suas aspirações. De sua destinação constitucional, as FA têm como finalidade contribuir
para a conquista e manutenção dessas aspirações e objetivos, fazendo valer esses
princípios.

1.2.1.2 LEI COMPLEMENTAR (LC)

A LC nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela LC nº 117, de 2 de setembro de 2004, e


pela LC nº 136, de 25 de agosto de 2010, dispõe sobre a organização, o preparo e o
emprego das FA, bem como sua atuação em ações subsidiárias.

1.2.1.3 POLÍTICA E ESTRATÉGIA NACIONAIS DE DEFESA

A Política Nacional de Defesa (PND) está voltada para as ameaças externas. É o


documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa e tem por fim
estabelecer objetivos e diretrizes para o preparo e emprego da capacitação nacional, com
o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do Poder Nacional.

A Estratégia Nacional de Defesa (END) é focada em ações estratégicas de médio e longo


prazo, objetivando modernizar a estrutura nacional de defesa, atuando na reorganização
das FA, reestruturação da Indústria Brasileira de Defesa e política de recomposição dos
efetivos das FA.

1.2.1.4 POLÍTICA E ESTRATÉGIA MILITARES DE DEFESA

A Política Militar de Defesa (PMiD), decorrente da PND e da END, apresenta uma síntese
da conjuntura nos ambientes internacional e nacional, projeta cenários prospectivos para
servirem de referência aos estudos políticos e estratégicos, destinados ao preparo das FA,
e estabelece os objetivos e orientações para a formulação da Estratégia Militar de Defesa
(EMiD) e dos planejamentos estratégicos do preparo e emprego das FA.

A EMiD estabelece a concepção estratégico-militar brasileira, as capacidades desejadas e


as ações estratégicas orientadoras do planejamento das FA.

1.2.2 ENUNCIADO E DETALHAMENTO DA MISSÃO

As FA, constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica são instituições nacionais,


permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a
autoridade suprema do Presidente da República e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Para o estabelecimento desse marco legal, o legislador considerou a História do Brasil, as


tradições, os princípios das relações internacionais, as necessidades de segurança e de
defesa e os cenários visualizados para o emprego das FA.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 6/156)
A missão do Exército é resultante dessa percepção do legislador – e, por conseguinte, da
sociedade brasileira – sobre todos esses aspectos. É institucional, tem caráter permanente
e sempre é orientada pelo marco legal. O enunciado é expresso sinteticamente, pela
finalidade, para facilitar sua compreensão. O detalhamento e as condicionantes
possibilitam o entendimento comum por todos os integrantes da Força. Em síntese, o
marco legal consiste em:

Defender a pátria, garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem. Apoiar a


política exterior do país. Cumprir atribuições subsidiárias.

1.2.2.1 ENUNCIADO
- Contribuir para a garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da
lei e da ordem, salvaguardando os interesses nacionais, e cooperando com o
desenvolvimento nacional e o bem-estar social.
- Para isso, preparar a F Ter, mantendo-a em permanente estado de prontidão.

1.2.2.2 DETALHAMENTO DA MISSÃO


- Integrar-se permanentemente à Nação.
- Ser um vetor de segurança e coesão nacional, paz interna e harmonia social.
- Manter o Exército apto a atuar como um instrumento de dissuasão e de emprego
do poder nacional.
- Desenvolver a capacidade de projeção de poder, de forma a apoiar a inserção
internacional do Brasil.
- Assegurar um elevado nível de prontidão.

1.2.2.3 INTERPRETAÇÃO DA MISSÃO DAS FORÇAS ARMADAS PELO EXÉRCITO

De acordo com os marcos legais, a missão do Exército é interpretada como se


segue:

Segundo a Constituição Federal:


A FIM DE ASSEGURAR A DEFESA DA PÁTRIA
- Contribuir para a dissuasão de ameaças extrarregionais aos interesses
nacionais.
- Realizar a campanha militar terrestre para derrotar o inimigo que agredir ou
ameaçar a soberania, a integridade territorial, o patrimônio e os interesses vitais
do Brasil.
A FIM DE GARANTIR OS PODERES CONSTITUCIONAIS,
A LEI E A ORDEM
- Manter-se em condições de ser empregado em qualquer ponto do território
nacional, por determinação do Presidente da República, de forma emergencial
e temporária, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no
Art 144 da Constituição Federal.

Segundo Leis Complementares:


PARTICIPAR DE OPERAÇÕES INTERNACIONAIS, DE ACORDO COM OS
INTERESSES DO PAÍS.
COMO AÇÃO SUBSIDIARIA GERAL, COOPERAR COM O DESENVOLVIMENTO
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NACIONAL E A DEFESA CIVIL, NA FORMA DETERMINADA PELO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA.
COMO ATRIBUIÇÃO SUBSIDIÁRIA, ATUAR, POR MEIO DE AÇÕES
PREVENTIVAS E REPRESSIVAS, NA FAIXA DE FRONTEIRA TERRESTRE,
CONTRA DELITOS TRANSFRONTEIRIÇOS E AMBIENTAIS.

Defender a pátria
Significa a preservação da independência, da soberania, da unidade, das
instituições e da integridade do patrimônio nacional, o qual abrange o território, os
recursos humanos, os recursos materiais e os valores histórico-culturais.

FIGURA 3-1 – Operações de Defesa da Pátria

Garantir os poderes constitucionais


Significa a preservação da existência e, principalmente, do livre exercício dos Poderes da
República – Executivo, Legislativo e Judiciário – de forma independente e harmônica, no
quadro de um Estado Democrático de Direito.

Garantir a lei e ordem


Significa assegurar o cumprimento da lei, dos direitos e deveres estabelecidos no
ordenamento jurídico vigente, assumindo por determinação do Presidente da República, o
encargo principal da manutenção da segurança pública, após esgotados os instrumentos
destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, relacionados no Art 144 da CF/88.

FIGURA 3-2 – Operação de garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem

Cooperar com o desenvolvimento nacional

Significa cooperar, em caráter subsidiário, com os órgãos públicos federais,


estaduais e municipais na execução de obras e serviços de engenharia e ações de caráter
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geral, como a participação em campanhas institucionais de utilidade pública ou de
interesse social nacional.

FIGURA 3-3 – Cooperação com o desenvolvimento nacional

Cooperar com a defesa civil

Significa a atuação do Exército em cooperação com os órgãos do Sistema de


Proteção e Defesa Civil (SINPDEC), com ações estruturadas de resposta à ocorrência de
desastre natural ou antrópico, a fim de contribuir com o socorro às situações de
emergência e de estado de calamidade pública, atenuando os efeitos destes, ajudando na
preservação da vida humana e do bem estar da população atingida e cooperando com o
restabelecimento da normalidade social.

FIGURA 3-4 – Cooperação com a Defesa Civil

Participar de operações internacionais

Significa o emprego do Exército no atendimento a compromissos internacionais do


Estado brasileiro, com a finalidade de cooperar em missões de paz ou de integrar uma
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Força Aliada, sob o respaldo de Organizações Internacionais e de acordo com os
interesses nacionais.

FIGURA 3-5 – Operação internacional

Atuação na faixa de fronteira


Significa atuar isoladamente ou em coordenação com outros Órgãos do poder Executivo,
executando, dentre outras, as seguintes ações na faixa de fronteira1: patrulhamento;
revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e prisões em
flagrante delito.

FIGURA 3-6 – Atuação em faixa de fronteira

Para o cumprimento da missão do Exército, a Força Terrestre deve ser mantida em


permanente estado de prontidão.

1.2.3 FUNDAMENTOS DA MISSÃO DO EXÉRCITO

A missão orienta todas as atividades do Exército e baseia-se no marco legal e


condicionantes de emprego.

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A missão do Exército Brasileiro fundamenta-se também em suas tradições e vocações,
definidas e consolidadas ao longo da evolução histórica e formação sociocultural do Brasil.

Tradições de bravura, sacrifício, desprendimento e participação para conquistar e garantir


a soberania, a unidade e a integração nacionais e a paz social.

Tradições de culto e respeito à Pátria, aos seus símbolos, aos chefes militares do passado,
aos heróis nacionais e aos momentos históricos da formação, emancipação e afirmação da
Pátria brasileira.

Vocação democrática, decorrente de sólida formação com base nos ideais de liberdade e
de dignidade da pessoa humana e repulsa aos extremismos, às ideologias e aos regimes
autocráticos de quaisquer origens ou matizes. A vocação democrática do Exército é
reforçada por representarem seus membros um todo homogêneo, sem se constituir em
casta militar, composto por brasileiros oriundos de diferentes etnias, classes sociais e
credos religiosos, pela igualdade de oportunidades de acesso à carreira militar e por sua
fidelidade ao compromisso permanente com a liberdade e com a democracia.

A vocação à solidariedade, manifestada, sobretudo, na assistência às populações mais


carentes, em especial àquelas situadas nas regiões mais longínquas, bem como em
situações de calamidade pública.

A vocação para sensibilizar-se e sintonizar-se com as mais legítimas aspirações nacionais,


mantendo-se imune e desvinculado da influência de qualquer organização político-
partidária, por se colocar acima de eventuais disputas entre grupos sociais, econômicos ou
políticos. Caracteriza-se por uma trajetória de atuação orientada por sua destinação
constitucional e comprometida somente com os interesses e aspirações vitais da
sociedade brasileira.

A vocação ao respeito, à amizade, à solidariedade e cooperação com as demais Forças


Armadas e com as de outros países.

1.2.4 CONDICIONANTES PARA O CUMPRIMENTO DA MISSÃO DO EXÉRCITO

Comprometimento com os valores e a ética militares.

Coesão, alicerçada na camaradagem e no espírito de corpo, capaz de gerar sinergia para


motivar e movimentar a Força.

Liderança pelo exemplo, que motive direta e indiretamente o homem e as organizações


militares para o cumprimento, com determinação, da Missão do Exército.

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Qualificação moral e profissional como fator de autoconfiança, autoestima e motivação,
reforçando o poder de dissuasão do Exército e contribuindo para a formação de cidadãos
soldados úteis à Nação.

Tecnologia moderna e desenvolvida, buscando reduzir o hiato em relação aos exércitos


mais adiantados e a dependência bélica do exterior.

Equipamento adequado em qualidade e quantidade, principalmente de fabricação nacional.

Desenvolvimento de capacidades que possibilitem transformar homem, tropa e comando –


desde os escalões elementares - num conjunto harmônico, operativo e determinado no
cumprimento de qualquer missão.

Integração interforças nas operações conjuntas e atividades de cunho administrativo em


tempo de paz, compartilhando e otimizando recursos.

Integração interagências, em situações de guerra e não guerra, para a combinação de


atitudes e ações, simultânea e/ou sucessivamente, com a finalidade de conciliar interesses
e coordenar esforços para a consecução de objetivos e propósitos convergentes que
atendam ao bem comum.

Planejamento Estratégico caracterizado pela contínua avaliação, atualização e melhoria da


gestão, otimizando resultados nos processos, produtos, serviços e no emprego de recursos
disponibilizados à Força.

Integração à Nação, identificando suas necessidades, interpretando seus anseios,


comungando de seus ideais e participando de suas realizações.

Compreensão pela Nação, sociedade e lideranças, da necessidade de Forças Armadas


potentes para a defesa dos interesses nacionais.

1.2.5 CONCEITO DO EXÉRCITO

Tendo a missão como um farol, o conceito do Exército reflete o perfil da Instituição para
conhecimento da Nação e da comunidade de nações e do público interno, bem como
orienta a concepção da visão de futuro, dos valores e objetivos da Política Militar Terrestre.

O EB participou, participa e continuará participando ativamente de todos os episódios


decisivos de nossa História, tendo a integração, o bem estar, a dignidade e a grandeza da
Pátria sempre a nortear sua presença na vida nacional. Instituição aberta a todos os
segmentos étnicos e religiosos e a todas as classes sociais, reflete em seu seio as
aspirações nacionais e a elas é sensível, o que se traduz numa perfeita integração com a
Nação brasileira.

O EB tem a confiança da Nação pelos exemplos que transmite ao cultuar a História da


Pátria, as tradições e os valores nacionais, morais e profissionais. Assim, entende ser uma
de suas maiores responsabilidades partilhar da preservação e disseminação dessa
mensagem em suas relações com a sociedade, em prol do progresso moral da própria
Nação.

A Instituição considera fundamental à segurança do Brasil ter, entre outras condições: um


poder militar compatível com a estatura geopolítica do País, o setor de defesa (vertente
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 12/156)
militar e civil) inserido no núcleo decisório do Estado e o envolvimento da sociedade nos
estudos, debates e decisões de interesse da defesa. Considera, também, a defesa
nacional uma das forças indutoras do fortalecimento moral, político, econômico e social da
Nação.

A missão de contribuir para a garantia da soberania nacional, além de esclarecer que a


defesa da Pátria não é exclusividade do Exército, orienta a articulação da Força Terrestre e
reflete a priorização dada pela EMiD. O Brasil ainda não concluiu a integração nacional e o
Exército vê a contribuição a esse processo como uma de suas principais finalidades, uma
vez que é condição imprescindível à defesa do País. Assim, a Amazônia, considerando a
cobiça internacional e as vulnerabilidades nacionais, é a área estratégica prioritária, sendo
a sua integração o fator de maior impacto na redução das vulnerabilidades naquela região.

O conceito de prioridade não é entendido como exclusividade. Assim, a Força tem a devida
atenção com as outras áreas estratégicas do território; valoriza a pesquisa, a inovação e o
desenvolvimento científico-tecnológico e contribui para a recuperação da indústria nacional
de material de defesa, como vetores de projeção internacional do Exército e do País, com
vistas a reduzir o hiato de poder com relação às grandes potências; e, ainda, apoia as
ações de governo na defesa civil e no desenvolvimento nacional, principalmente as
iniciativas voltadas para a infraestrutura de interesse da defesa.

A capacidade de projeção de poder do Exército para operações de guerra e não guerra,


especificadas na Doutrina Militar de Defesa, cresce de importância, pois ao assumir a
condição de potência emergente, aumentaram as possibilidades de o País se envolver em
conflitos na defesa de seus interesses.

O Exército desenvolve capacidades para atender a três requisitos simultaneamente,


atuando integrado às demais Forças ou isoladamente: garantir a defesa do território;
projetar poder a fim de assegurar, também, outros interesses vitais e atender às demandas
da política exterior em favor da segurança, da paz internacional e da integração regional.

A Força prepara-se para a dissuasão de ameaças, buscando atingir o mais alto nível
compatível com os recursos disponibilizados. Implica em manter a Força Terrestre em
permanente estado de prontidão, mantendo forças prontas para uma resposta imediata,
secundadas por outras já preparadas e capazes para receberem completamento pela
mobilização de recursos materiais e humanos.

O propósito de médio prazo é alcançar um grau de dissuasão compatível com o exército de


um país com a condição de ator global, ao menos nas forças de ação estratégica e em
algumas Grandes Unidades, ampliando progressivamente esta capacidade, conforme o
fortalecimento do poder nacional.

O Exército, quando empregado, caracteriza-se pela flexibilidade, adaptabilidade,


modularidade, elasticidade e sustentabilidade (FAMES), além da pronta resposta, e, se
necessário, pela letalidade. Os pressupostos básicos para atender a estes requisitos são
as mobilidades estratégica e tática, fundamentos para a rápida concentração ou dispersão,
a manobra e a projeção de forças.

O Exército, na execução de ações subsidiárias, reforça sua integração com a sociedade,


contribuindo para desenvolvimento, paz interna, segurança, harmonia e bem estar da
Nação.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 13/156)


A Força prima pela permanente busca de atualização, melhoria contínua de seus
processos de gestão, moralidade e transparência na aplicação dos recursos recebidos,
tendo como propósitos a eficiência, a eficácia e a efetividade.

O Exército respeita a dignidade humana e considera seus recursos humanos e famílias,


bens de valor inestimável, tendo como objetivo de elevada prioridade o seu
desenvolvimento profissional, bem estar social e a valorização da profissão militar.

FIGURA 3-7 – Objetivo: cumprimento da Missão do Exército

TÍTULO 1.3 - A PROFISSÃO MILITAR

1.3.1 CARACTERÍSTICAS DA PROFISSÃO MILITAR

1.3.1.1 RISCO DE VIDA


Durante toda a sua carreira, o militar convive com o risco. Seja nos treinamentos,
na sua vida diária ou na guerra, a possibilidade iminente de um dano físico ou da morte é
um fato permanente de sua profissão. Como consta do juramento do soldado, o exercício
da atividade militar, por natureza, exige o comprometimento da própria vida:
“Prometo cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver
subordinado, respeitar os superiores hierárquicos, tratar com afeição os
irmãos de armas e, com bondade os subordinados, e dedicar-me
inteiramente ao serviço da pátria, cuja honra, integridade e instituições
defenderei com o sacrifício da própria vida”.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 14/156)


FIGURA 4-1 – Risco de vida

1.3.1.2 SUJEIÇÃO A PRECEITOS RÍGIDOS DE DISCIPLINA E HIERARQUIA

Ao ingressar nas Forças Armadas, o militar tem de obedecer a severas normas


disciplinares e a estritos princípios hierárquicos, que condicionam toda a sua vida pessoal
e profissional.

FIGURA 4-2 – Disciplina e hierarquia

1.3.1.3 DEDICAÇÃO EXCLUSIVA

O militar não pode exercer qualquer outra atividade profissional, o que o torna dependente
de seus vencimentos e dificulta o seu ingresso no mercado de trabalho, quando na
inatividade.

1.3.1.4 DISPONIBILIDADE PERMANENTE

O militar se mantém disponível para o serviço ao longo das 24 horas do dia, sem direito a
reivindicar qualquer remuneração complementar, compensação de qualquer ordem ou
cômputo de serviço especial.

FIGURA 4-3 – Disponibilidade permanente

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 15/156)


1.3.1.5 MOBILIDADE GEOGRÁFICA

O militar pode ser movimentado em qualquer época do ano, para qualquer região do
país, residindo, em alguns casos, em locais inóspitos e de restrita infraestrutura de apoio à
família.

FIGURA 4-4 – Pelotões de Fronteira

1.3.1.6 VIGOR FÍSICO

As atribuições que o militar desempenha exigem-lhe elevado nível de saúde física e


mental, não só por ocasião de eventuais conflitos, para os quais deve estar sempre
preparado, mas, também, no tempo de paz.

O militar é submetido, durante toda a sua carreira, a periódicos exames médicos e testes
de aptidão física, que condicionam a sua permanência no serviço ativo.

FIGURA 4-5 – Vigor físico

1.3.1.7 RESTRIÇÕES A DIREITOS TRABALHISTAS

O militar não usufrui de alguns direitos trabalhistas, de caráter universal, que são
assegurados aos trabalhadores de outros segmentos da sociedade, dentre os quais se
incluem:
- remuneração do trabalho noturno superior à do trabalho diurno;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 16/156)
- jornada de trabalho diário limitada a oito horas;
- obrigatoriedade de repouso semanal remunerado; e
- remuneração de serviço extraordinário, devido a trabalho diário superior a oito horas
diárias.

1.3.1.8 FORMAÇÃO ESPECÍFICA E APERFEIÇOAMENTO CONSTANTE

O exercício da profissão militar exige uma rigorosa e diferenciada formação. Ao


longo da vida profissional, o militar de carreira passa por um sistema de educação
continuada, que lhe permite adquirir as competências específicas dos diversos níveis de
exercício da profissão militar e realiza reciclagens periódicas para fins de atualização e
manutenção dos padrões de desempenho.

FIGURA 4-6 – Formação específica e aperfeiçoamento constante

1.3.1.9 VÍNCULO COM A PROFISSÃO

Mesmo na inatividade, o militar permanece vinculado à profissão. Os militares


inativos, quando não reformados, constituem a "reserva" de 1ª linha das Forças Armadas,
devendo se manterem prontos para eventuais convocações e retorno ao serviço ativo,
conforme prevê a lei, independente de estarem exercendo outra atividade, não podendo,
por tal motivo, se eximirem dessa convocação.

FIGURA 4-7 – Vínculo com a profissão

1.3.1.10 PROIBIÇÃO DE PARTICIPAR DE ATIVIDADES POLÍTICAS

O militar da ativa é proibido de filiar-se a partidos e de participar de atividades


políticas, especialmente as de cunho político-partidário. Isso busca caracterizá-lo como
servidor do Estado brasileiro.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 17/156)


1.3.1.11 PROIBIÇÃO DE SINDICALIZAR-SE E DE PARTICIPAR DE GREVES OU DE
QUALQUER MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO

O impedimento de sindicalização advém da rígida hierarquia e disciplina, cabendo


ao comandante a responsabilidade pelo bem estar de seus comandados. A proibição de
greve decorre do papel do militar na defesa do País e de seus interesses. Em sua tarefa
prioritária e essencial para a Nação brasileira, o militar é insubstituível.

1.3.1.12 CONSEQUÊNCIAS PARA A FAMÍLIA

As exigências da profissão não ficam restritas à pessoa do militar, mas afetam,


também, a vida familiar, considerando que:
a) o núcleo familiar não estabelece relações duradouras e permanentes na cidade em que
reside, porque ali, normalmente, passa curto período de tempo;
b) formação do patrimônio familiar é extremamente dificultada;
c) a educação dos filhos é prejudicada;
d) o exercício de atividades remuneradas por cônjuge do militar fica comprometida.

FIGURA 4-8 – Consequência para a família

TÍTULO 1.4 – A CARREIRA MILITAR

1.4.1 GENERALIDADES

A carreira militar é estruturada de forma singular, pois tem características diferenciadas em


vários aspectos, que vão desde o tipo de promoção de seus profissionais, do modo
peculiar de que se reveste o exercício de suas funções, até a condição especial de seus
inativos. Alterar os princípios dessa estrutura, que são internacionalmente reconhecidos,
significa correr o risco de inviabilizar tal carreira para o fim maior a que se destina.

Os postos e as graduações dos militares são indispensáveis, não só na guerra, mas


também em tempo de paz, pois traduzem, dentro de uma faixa etária específica,
responsabilidades funcionais, competências e habilitações necessárias para o exercício
dos cargos e das atribuições.

O militar exerce, ao longo de sua carreira, cargos e funções em graus de complexidade


crescente, o que faz da liderança fator imprescindível à Instituição. Esses aspectos
determinam a existência de um fluxo de carreira planejado, obediente a critérios definidos,

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 18/156)


que incluem a higidez, a capacitação profissional e os limites de idade, influindo nas
promoções aos postos e graduações subsequentes.

A definição de cargos segundo postos, graduações e habilitações e a renovação


permanente, possibilitada pela rotatividade nos cargos, é fator de manutenção da
operacionalidade da Força.

As promoções são realizadas mediante planejamento de longo prazo, necessário para


definir, com exatidão, as vagas existentes em cada posto ou graduação e para administrar
o fluxo de carreira nos diferentes quadros de oficiais e de graduados.

TÍTULO 1.5 – VALORES E DEVERES MILITARES

1.5.1 VALORES MILITARES

As Instituições Militares possuem referenciais fixos, fundamentos imutáveis e universais.


São os valores militares, que influenciam, de forma consciente ou inconsciente, o
comportamento e, em particular, a conduta pessoal de cada integrante da Instituição. A
eficiência, a eficácia e mesmo a sobrevivência das Forças Armadas decorrem de um
fervoroso culto a tais valores.

FIGURA 4-10 Valores Militares

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 19/156)


1.5.1.2 PATRIOTISMO

O patriotismo pode ser entendido como o amor incondicional à Pátria. Esse amor impele o
militar a estar pronto a defender sua soberania, integridade territorial, unidade nacional e
paz social.

Caracteriza-se pela vontade inabalável do cumprimento do dever militar, mesmo que isto
prescinda o sacrifício da sua própria vida.

Pode ser resumido pelo lema:

"Servir à Pátria"
1.5.1.3 CIVISMO

Civismo é o culto aos símbolos nacionais, aos valores e tradições históricas, à História-
Pátria, em especial a militar, aos heróis nacionais e chefes militares do passado.

Deve ser exteriorizado com a participação em solenidades cívico-militares, nas


comemorações de datas históricas, no culto aos patronos e heróis, na preservação da
memória militar e, sempre que oportuno, na divulgação dos valores cívicos.

No culto desse valor, os militares são importantes vetores de disseminação da cultura


nacional no seio da sociedade brasileira.

1.5.1.4 FÉ NA MISSÃO DO EXÉRCITO

Advém da crença inabalável na missão do Exército Brasileiro, e das Forças Armadas, em


defender a Pátria, garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, cooperar com o
desenvolvimento nacional e a defesa civil e participar de operações internacionais.

Sintetiza-se em:

“Amar o Exército Brasileiro”

1.5.1.5 AMOR À PROFISSÃO

É a demonstração da satisfação por pertencer à Instituição, externada pela demonstração


cotidiana de culto de valores como o entusiasmo, a motivação profissional, a dedicação
integral ao serviço, o trabalho por prazer, a irretocável apresentação individual, a
consciência profissional, o espírito de sacrifício, o gosto pelo trabalho bem-feito, a prática
consciente dos deveres e da ética militares e a satisfação do dever cumprido.

Explica o jargão militar de: "Vibrar" com as "coisas" do Exército

1.5.1.6 ESPÍRITO DE CORPO

É o orgulho inato aos homens de farda por integrar o Exército Brasileiro, atuando em uma
de suas Organizações Militares, exercendo suas atividades profissionais, por meio de suas

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 20/156)


competências, junto aos seus superiores, pares e subordinados. Deve ser entendido como
um "orgulho coletivo", uma "vontade coletiva".

O espírito de corpo reflete o grau de coesão da tropa e de camaradagem entre seus


integrantes e se exterioriza por meio de: canções militares, gritos de guerra e lemas
evocativos; uso de distintivos e condecorações regulamentares; irretocável apresentação
e, em especial, do culto de valores e tradições de sua Organização Militar.

1.5.1.7 APRIMORAMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL

Um exército moderno, operativo e eficiente exige de seus integrantes, cada vez mais, uma
elevada capacitação profissional.

Além de cumprir os programas institucionais de formação específica e aperfeiçoamento


constante – realizados na própria Instituição, nas demais Forças Armadas, outros exércitos
ou em instituições civis – o militar, por iniciativa própria, deve buscar seu continuado
aprimoramento técnico-profissional.

Esse aprimoramento contempla as áreas cognitiva, psicomotora e afetiva e é sedimentada


com o exercício profissional de suas atribuições.

1.5.1.8 CORAGEM

A coragem é o senso moral intenso diante dos riscos ou do perigo, onde o militar
demonstra bravura e intrepidez. É a capacidade de decidir e a iniciativa de implementar a
decisão, mesmo com o risco de vida ou o sacrifício de interesses pessoais, no intuito de
cumprir o dever, assumindo a responsabilidade por sua atitude.

A coragem motiva o militar ao cumprimento da missão, enfrentando os desafios com


confiança e não se preocupando com os riscos. Na profissão militar, o medo pode ser
constante, mas o impulso ao cumprimento do dever leva o militar a ir mais adiante.

“Há coisas na vida que foram feitas mais para serem sentidas do que explicadas.
Por exemplo: ser soldado.
Pode-se perguntar:
‘Que tipo de estímulo o leva a entregar-se aos sacrifícios sem a contrapartida e maior
recompensa senão sentir-se realizado com a missão cumprida?’
Ou então:
‘Que o leva a saltar de paraquedas, escalar montanhas, embrenhar-se na selva e na
caatinga, cruzar pantanais, vadear os rios e atravessar os pampas, indo a toda parte que
a Pátria lhe ordenar, sem reclamar de nada?’
‘...Vale a pena ser soldado!
Vale a pena ser do Exército Brasileiro!’
E ninguém tende entender! Melhor apenas sentir...”

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 21/156)


FIGURA 4-11 – Soldado sentinela na fronteira.

1.5.2 DEVERES MILITARES

Os deveres militares emanam de um conjunto de vínculos morais e jurídicos que ligam o


militar à Pátria e à Instituição. Existem os deveres moral e legal.

Dever moral é o que se caracteriza por ser voluntariamente assumido, havendo ou não
imposição legal para o seu cumprimento.

Dever legal é o imposto por leis, regulamentos, normas, manuais, diretrizes, ordens, etc.

FIGURA 4-12 Deveres Militares

1.5.2.1 DEDICAÇÃO E FIDELIDADE À PÁTRIA

A profissão militar exige dedicação exclusiva ao serviço da Pátria, pressupondo que os


interesses nacionais sobrepujem os interesses pessoais ou de grupos sociais.

O militar deverá estar consciente de sua tarefa de defender a honra, a integridade e as


instituições pátrias.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 22/156)


A dimensão anímica deste fato é o orgulho de ser brasileiro, a fé no destino do país e o
culto do patriotismo e do civismo.

1.5.2.2 CULTO DOS SÍMBOLOS NACIONAIS

O culto dos Símbolos Nacionais, em especial da Bandeira e do Hino, é expressão básica


de civismo e dever de todos os militares.

O culto da Bandeira Nacional é exteriorizado, normalmente, mediante: honras e sinais de


respeito a ela prestados nas solenidades; o tradicional cerimonial de Guarda-Bandeira; a
sua posição de destaque nos desfiles; o seu hasteamento diário em Organizações Militares
e, também, o modo de guardá-la quando não estiver em uso.

O respeito ao Hino Nacional é traduzido: pelas honras que lhe são prestadas nas
solenidades militares; pelo seu canto, com entusiasmo e também pela postura que o militar
toma quando ouve os seus acordes.

1.5.2.3 PROBIDADE E LEALDADE

Probidade é a postura do homem dotado de integridade de caráter, honradez, honestidade


e senso de justiça.

Lealdade, intenção de não enganar, é traduzida pela sinceridade, franqueza, culto da


verdade e fidelidade aos compromissos.

Ambas as qualidades são essenciais para as relações profissionais e pessoais exitosas


entre superiores, pares e subordinados que trarão um ambiente de confiança e
proficuidade à Instituição.

1.5.2.4 DISCIPLINA E RESPEITO À HIERARQUIA (Estatuto dos Militares)

Art. 14 A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A


autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

§ 1° A hierarquia é a ordenação da autoridade em diferentes níveis, dentro da


estrutura das Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de
um mesmo posto ou graduação se faz pela antigüidade no posto ou na graduação. O
respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de
autoridade.

§ 2° A disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis,


regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam
seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever
por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 23/156)


§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as
circunstâncias da vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.
1.5.2.4 RIGOROSO CUMPRIMENTO DOS DEVERES E ORDENS

O cumprimento dos deveres e ordens fundamenta-se na aplicação da disciplina e da


hierarquia. Traduz-se pela manifestação da disciplina e por honrar o solene juramento de
cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado.

1.5.2.5 TRATO DO SUBORDINADO COM DIGNIDADE

A obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade é a demonstração de


bondade, justiça e educação.

O militar deve exercitar a liderança autêntica, que privilegie a persuasão em lugar da


coação e que seja conquistada não pelo paternalismo, mas pela competência profissional,
aliada à firmeza de propósitos e à serenidade nas atitudes.

Ressalta-se a importância do exemplo pessoal, do desprendimento e do respeito ao


próximo, demonstrados pelos chefes em todos os escalões, como incentivo à prática de
atitudes corretas por parte de cada um.

O rigor não deve ser confundido com mau trato, nem bondade com fraqueza.

TÍTULO 1.6 - AS ARMAS, QUADROS E SERVIÇOS

1.6.1 GENERALIDADES

Para cumprir sua missão, o Exército Brasileiro se faz integrar por diversas especializações
que abrangem os mais diversos campos de atividade relacionados ao combate, ao apoio
ao combate, ao apoio logístico e à administração. Dado o nível de capacitação exigida,
dentro das várias competências requeridas pela instituição, na maioria dos casos, a
especialização do militar orienta toda a sua carreira no Exército.

Os militares do Exército são distribuídos pelas principais especializações, em torno de


funcionalidades e competências específicas, que definem as Armas, Quadros ou Serviços
a que pertencem. Depositárias diretas das tradições do Exército, essas especializações
conferem a tão necessária identidade e espírito de corpo aos militares que as integram. Em
geral, a opção pela Arma, Quadro ou Serviço é feita pelo militar no início de sua carreira na
Força.

As Armas, Quadros e Serviços englobam os combatentes por excelência, voltados para a


geração das capacidades dos elementos de emprego da Força Terrestre, assim como
reúnem os militares que prestam apoio nas atividades e tarefas com finalidades diversas,
normalmente ligadas à administração do Exército.

As Armas dividem-se em dois grupos: as Armas-Base – Infantaria e Cavalaria – e as


Armas de Apoio ao Combate – Artilharia, Engenharia e Comunicações.

Os Quadros compreendem o de Engenheiros Militares (QEM), o de Material Bélico (QMB),


Complementar de Oficiais (QCO), nas áreas gerais da administração (Administração,
Direito, Informática, Letras, Comunicação Social, dentre outras) e Auxiliar de Oficiais
(QAO).
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 24/156)
Dos Serviços, fazem parte o de Intendência, o de Saúde (médicos, dentistas e
farmacêuticos) e o de Assistência Religiosa.

1.6.2 AS ARMAS-BASE DO EXÉRCITO

1.6.2.1 ARMA DE INFANTARIA

É a arma vocacionada a realizar o combate a pé. Utiliza os mais diversos meios de


transporte – terrestres, aéreos ou aquáticos - para o seu deslocamento. Opera em
qualquer tipo de terreno e sob quaisquer condições de tempo e visibilidade. Seu modus
operandi é o emprego do fogo, movimento e o combate aproximado – uma ação militar,
caracterizada pelo choque entre combatentes opostos, no qual são empregados todos os
tipos de armamento disponível, visando à destruição, captura, repulsa ou expulsão do
inimigo.

Pela variedade de missões e tarefas que cabem ao combatente de Infantaria, a Arma tem
suas especializações: blindada, mecanizada, paraquedista, leve, aeromóvel, de selva, de
caatinga, de montanha, de pantanal, de guardas e Polícia do Exército.

Os infantes brasileiros são encontrados na Amazônia, no sertão


nordestino, nos pampas, nas montanhas, no pantanal, em ambiente
urbano ou rural, em qualquer lugar, não importa quão longe estejam,
basta que haja uma missão a cumprir. A abnegação, o espírito de
sacrifício, a iniciativa e a perseverança são virtudes inerentes ao infante,
cujo valor fundamenta-se na sua força moral e condição física, as quais
lhe torna capaz de superar situações adversas.

O Patrono da Infantaria é o Brigadeiro Antônio de Sampaio, herói da


Guerra da Tríplice Aliança.

1.6.2.2 ARMA DE CAVALARIA

É a arma vocacionada a realizar o combate embarcado. Emprega meios blindados para


cerrar sobre o inimigo com a finalidade de destruí-lo, neutralizá-lo ou desorganizá-lo,
valendo-se do fogo, da manobra e da ação de choque. Possui meios mecanizados que lhe
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 25/156)
conferem a capacidade de realizar operações de reconhecimento e de segurança, bem
como economizar forças em frentes secundárias do combate.

Seus meios também proporcionam a capacidade de cerrar decisivamente sobre as


formações inimigas, desorganizando-as, cercando-as e destruindo-as, quando necessário.
Essa capacidade proporcionada pelas Forças Blindadas é um fator decisivo nas operações
militares no extremo do espectro dos conflitos.

Suas características a tornam, portanto, a Arma da mobilidade, da flexibilidade e da ação


de choque por excelência.

A audácia, a agressividade, a iniciativa e o sacrifício são virtudes


inerentes ao soldado de Cavalaria, herdeiro das tradições e do
espírito da Cavalaria hipomóvel. No Exército Brasileiro, essas
tradições estão materializadas, particularmente, nos Regimentos de
Cavalaria de Guarda.

O Patrono da Cavalaria é o Marechal Manoel Luís Osório, Marquês


do Herval, líder de competência inconteste que se destacou na
Guerra da Tríplice Aliança, entre outras campanhas.

1.6.3 AS ARMAS DE APOIO

1.6.3.1 ARMA DE ARTILHARIA

É a arma de apoio ao combate cuja missão é apoiar a manobra pelo fogo, destruir alvos
estratégicos com precisão e letalidade e prover a Defesa Antiaérea de Estruturas
Estratégicas e meios da Força Terrestre. Suas unidades podem ser de Campanha ou
Antiaérea.

A Artilharia de Campanha (Art Cmp) é o principal meio de apoio de fogo da Força


Terrestre. Suas unidades e subunidades podem ser dotadas de canhões, obuses,
morteiros, mísseis ou foguetes. No cumprimento da sua missão, a Art Cmp apoia os
elementos de manobra, realiza fogos contra a Art inimiga e dá profundidade ao combate
atuando sobre reservas e instalações de comando e logísticas do inimigo.

Dentro da Artilharia, as unidades de Mísseis e Foguetes constituem-se em importante meio


estratégico da F Ter que se destina a dissuadir a concentração de forças hostis junto à
fronteira terrestre, às águas jurisdicionais e a intenção de invasão do espaço aéreo
nacional. É um meio com capacidade de prestar o apoio de fogo de longo alcance, com
elevada precisão e letalidade. Suas unidades são dotadas de sistemas de lançamento de
mísseis, com alcance de até 300 quilômetros e foguetes, com alcance de até 90
quilômetros.

A Artilharia Antiaérea, componente terrestre da defesa aeroespacial


ativa, realiza a proteção de forças, instalações e/ou áreas.

O artilheiro é, por excelência, o soldado da competência técnica,


dedicado à exatidão nos trabalhos e ao espírito de equipe que
caracterizam as tarefas executadas pela Arma.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 26/156)


O Patrono da Artilharia é o Marechal Emílio Luís Mallet, francês de nascimento que se
tornou cidadão brasileiro e oficial do Exército, também destacado líder na Guerra da
Tríplice Aliança.

1.6.3.2 ARMA DE ENGENHARIA

A Engenharia é a arma de apoio ao combate, que atua produzindo mudanças no terreno,


proporcionando mobilidade às Forças Amigas. Proporciona proteção às instalações e
órgãos de combate das Forças Amigas, mitigando riscos da ação das intempéries e do
inimigo. Impõe, também, às forças adversárias, restrições a seu movimento, dificultando-o,
modificando-o ou canalizando-o. Suas unidades podem ser de Combate ou de Construção.

A Engenharia de Combate apoia diretamente as armas-base, facilitando o deslocamento


das tropas amigas, realizando reconhecimentos técnicos, reparando estradas, pontes e
realizando trabalhos de fortificação de campanha e camuflagem.

A Engenharia de Construção realiza obras de infraestrutura, construindo estradas de


rodagem, ferrovias, pontes (construções horizontais) e açudes, barragens, poços
artesianos e instalações (construções verticais) em benefício da F Ter e apoio a
instituições governamentais e civis.

O Engenheiro do Exército é um militar dotado de sólida formação


técnica, elevado espírito de sacrifício, iniciativa e tenacidade, capaz
de manter sua eficiência em quaisquer condições de terreno ou
tempo.

O Patrono da Engenharia é o Tenente-Coronel João Carlos Villagran


Cabrita, herói, morto em combate, durante a Guerra da Tríplice
Aliança, logo após uma bem sucedida travessia do caudaloso rio
Paraná.

1.6.3.3 ARMA DE COMUNICAÇÕES

A Arma de Comunicações é a arma de apoio ao combate que proporciona aos


comandantes, nos diversos escalões, os meios da ciência do controle, necessários à
aplicação da arte do comando no exercício da coordenação e do controle sobre seus
elementos subordinados.

Seus integrantes podem se especializar nas capacidades necessárias ao controle das


dimensões eletromagnética e cibernética do Espaço de Batalha. Essas capacidades são
essenciais para impedir ou dificultar a liberdade de ação do opoente, facilitar a condução
das operações da F Ter e apoiar a obtenção de dados para a
Inteligência.

O soldado das Comunicações possui formação técnica, altamente


especializada, e é capaz de cumprir variada gama de atividades e
tarefas em apoio aos comandantes dos elementos da F Ter.

O Patrono das Comunicações é o Marechal Cândido Mariano da Silva


Rondon, desbravador das fronteiras brasileiras e indigenista.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 27/156)


1.6.4 OS QUADROS

1.6.4.1 QUADRO DE MATERIAL BÉLICO (QMB)


O Quadro de Material Bélico é vocacionado para realizar o apoio logístico voltado para a
manutenção do material bélico, principalmente de armamento, de viaturas e de aeronaves
da F Ter, incluindo o suprimento de peças e conjuntos de reparação destinados a esses
materiais. Cuida, ainda, do suprimento de combustíveis, óleos, graxas e lubrificantes para
motores e máquinas.

O integrante do Quadro de Material Bélico é um profissional com


características próprias de gestor de recursos materiais. É meticuloso e
dedicado à manutenção da operacionalidade de todos os sistemas que
integram a F Ter.

Napion. Italiano de nascimento, foi incorporado ao Exército de D. João VI,


trazendo consigo uma vasta experiência na área de Engenharia de
armamentos, que permitiram lançar as bases da indústria bélica nacional,
quando da vinda da família real para o Brasil, a partir de 1808.

1.6.4.2 QUADRO DE ENGENHEIROS MILITARES (QEM)


O Quadro reúne oficiais formados no Instituto Militar de Engenharia (IME), uma das
instituições de ensino superior pioneiras no Brasil, nas diversas especialidades: cartografia,
computação, comunicações, eletricidade, eletrônica, fortificação e construção, materiais,
mecânica de automóvel, armamento e química. O oficial do QEM realiza trabalhos
técnicos, dentro de suas especialidades, em diversos órgãos e instituições do Exército.

As atuais gerações de engenheiros militares buscam inspiração na tradição secular dessa


atividade no Exército Brasileiro, atuando como pesquisadores e irradiadores da cultura
técnico-científica. São responsáveis pela inovação e pelo desenvolvimento tecnológico no
Exército.

O Patrono do QEM é o Coronel Ricardo Franco de Almeida Serra,


engenheiro-soldado, cartógrafo, geógrafo e astrônomo que se tornou um
dos expoentes no desbravamento e na defesa das regiões Norte e
Centro-Oeste do Brasil, ao realizar, desde o mapeamento dessas áreas,
às obras de engenharia e fortificação.

1.6.4.3 QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS (QCO)


O QCO é integrado por oficiais possuidores de formação superior em diferentes áreas do
conhecimento e especializações técnicas necessárias à Força.
Essas especializações são requeridas para apoiar atividades administrativas do EB,
notadamente nas áreas de educação, administração, tecnologia da
informação, comunicação social, direito, dentre outras.

Como Patrono do QCO, foi escolhida Maria Quitéria de Jesus, mulher-


soldado nascida na antiga Província da Bahia. Em 1822, notabilizou-se por
incorporar-se ao Batalhão dos Voluntários do Príncipe D. Pedro I na Guerra
da Independência do Brasil.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 28/156)
1.6.4.4 QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS (QAO)

O QAO é formado por militares que atingiram o oficialato após uma carreira como
sargentos e subtenentes. É uma distinção que reconhece os méritos e as qualidades
pessoais desses militares, após anos de bons serviços prestados como graduados do
Exército.

Esses oficiais exercem diferentes funções em atividades das áreas de


Administração Geral, Material Bélico, Saúde, Música e Topografia.

O Patrono do QAO é o Tenente Antônio João Ribeiro, mato-grossense,


herói da resistência brasileira, no ano de 1864, contra o invasor
estrangeiro na Colônia Militar de Dourados – hoje no Mato Grosso do
Sul.

1.6.5 OS SERVIÇOS

1.6.5.1 SERVIÇO DE INTENDÊNCIA

As atividades e tarefas executadas pelo Serviço de Intendência visam a atender às


necessidades logísticas associadas ao planejamento e à condução das operações
militares. Os intendentes realizam um serviço cotidiano e ininterrupto, transportando,
suprindo e alimentando, na paz ou na guerra.

A Intendência forma especialistas que também assessoram os comandantes nos diversos


escalões no que concerne à administração financeira.

O intendente do Exército é organizado e meticuloso, emprega suas


competências de gestão para antever e planejar o atendimento às
necessidades logísticas da F Ter.

O Patrono da Intendência é o Marechal Carlos Machado Bitencourt,


que se destacou, como Ministro da Guerra do governo de Prudente
de Morais, ao reorganizar as áreas funcionais de suprimento, saúde e
transporte em apoio às forças que combatiam insurretos no Arraial de
Canudos, fato determinante para a vitória do Exército.

1.6.5.2 SERVIÇO DE SAÚDE

O Serviço de Saúde reúne os militares que executam atividades e tarefas destinadas a


promover, aumentar, conservar ou restabelecer a saúde física e mental dos recursos
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 29/156)
humanos da F Ter. Por sua natureza, o suporte do Serviço de Saúde aos homens e
mulheres do Exército é contínuo, flexível e adaptado a cada situação de emprego e à
natureza da força apoiada.

Abnegação e dedicação à missão do Exército Brasileiro são as marcas


dos integrantes do Serviço de Saúde.

O Patrono da Saúde no Exército é o alagoano General de Brigada


médico João Severiano da Fonseca, destaque na Campanha da
Tríplice Aliança e Inspetor-Geral do Serviço de Saúde do Exército, no
final do século XIX.

1.6.5.3 SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA (SAREx)

O SAREx é integrado por ministros dos segmentos católicos e evangélicos. Para a


formação militar, os padres e pastores, integrantes do Quadro de Capelães Militares,
submetem-se a um estágio de adaptação que é iniciado na Escola de Formação
Complementar do Exército e concluído nas diversas organizações militares, onde prestarão
o serviço de assistência religiosa.

O Ordinariato Militar constitui-se em verdadeira diocese, com bispo,


catedral, seminário, clero, cúria e pastorais próprias. Um acordo
firmado entre a Santa Sé e o Governo brasileiro regula o
funcionamento da Arquidiocese Militar do Brasil no âmbito das
Forças Armadas e das Forças Auxiliares, sediada na capital federal.

O Patrono do SAREx é o frei Orlando, mineiro de nascimento, e


chamava-se Antônio Álvares da Silva. Integrou a Força
Expedicionária Brasileira (FEB), na campanha da Itália, durante a
Segunda Guerra Mundial, quando foi mortalmente ferido.

TÍTULO 1.7 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

1.7.1 GENERALIDADES

O cumprimento das missões constitucionais do Exército Brasileiro (EB) exige a sua


organização em uma estrutura hierarquizada e complexa. Tal estrutura visa a permitir, aos
seus chefes militares, realizarem o planejamento necessário à geração de capacidades
requeridas ao emprego dos meios da Força Terrestre, instrumento de ação, que inclui
todos os elementos da instituição para atuar no ambiente operacional terrestre nas
Operações no Amplo Espectro.

A organização do Comando do Exército é denominada Organização Básica do Exército


(OBE), conforme organograma, e tem a seguinte estrutura:
a) Órgão de Direção Geral (ODG);
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 30/156)
b) Órgãos de Assessoramento Superior (OAS);
c) Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante do Exército (OADI);
d) Órgãos de Direção Setorial (ODS);
e) Força Terrestre (F Ter); e
f) Entidades Vinculadas.

1.7.2 ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL (ODG)

O Órgão de Direção Geral do EB é o Estado-Maior do Exército (EME).

Compete ao EME elaborar a Política Militar Terrestre (PMT), o planejamento estratégico e


a emissão de diretrizes estratégicas que orientem o preparo e o emprego da Força
Terrestre (F Ter), visando ao cumprimento da destinação constitucional do EB.

Está organizado em Chefia, Vice-chefia, Gabinete, Subchefias e o Escritório de Projetos do


Exército (EPEx).

1.7.3 ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO SUPERIOR (OAS)

Os OAS são: o Alto Comando do Exército (ACE), Conselho Superior de Economia e


Finanças (ConSEF) e o Conselho Superior de Tecnologia da Informação (ConTIEx).

1.7.3.1 ALTO COMANDO DO EXÉRCITO (ACE)

Ao ACE compete:
a) analisar e deliberar, principalmente, sobre:
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 31/156)
1) os assuntos relativos à PMT e às estratégias para sua consecução; e
2) as matérias de relevância dependentes de decisão do Cmt Ex, em particular as
referentes ao preparo e ao emprego da F Ter e ao Plano Diretor do Exército (PDE); e
b) selecionar os candidatos ao ingresso e à promoção nos quadros de oficiais-generais.

O ACE é integrado pelo Comandante do Exército, Chefe do EME, Chefe do DGP, Chefe do
DECEx, Chefe do DEC, Comandante do CoLog, Secretário de Economia e Finanças,
Chefe do DCT, Comandante de Operações Terrestres e Comandantes Militares de Área (C
Mil A), exceto o(s) C Mil A cujo(s) cargo(s) seja(m) privativo(s) do posto de General-de-
Divisão.

FIGURA 6-1 – Reunião do Alto Comando do Exército

1.7.3.2 CONSELHO SUPERIOR DE ECONOMIA E FINANÇAS (ConSEF)

Ao CONSEF, compete assessorar o Cmt Ex:


a) na formulação da política econômico-financeira do Comando do Exército, em
conformidade com as diretrizes governamentais;
b) nos assuntos administrativo-financeiros da Força; e
c) na administração do Fundo do Exército (F Ex).

O CONSEF é integrado pelo Comandante do Exército, Chefe do EME, Chefe do DGP,


Chefe do DECEx, Chefe do DEC, Comandante do CoLog, Secretário de Economia e
Finanças, Chefe do DCT e Comandante de Operações Terrestres.

1.7.3.3 CONSELHO SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (ConTIEx)

Ao CONTIEx, compete assessorar o Cmt Ex:


a) na formulação da Política de Tecnologia da Informação do Comando do Exército, em
conformidade com as diretrizes governamentais; e
b) no planejamento, direção e controle das ações de Tecnologia da Informação da Força.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 32/156)


O CONTIEx é integrado pelo Comandante do Exército, Chefe do EME, Chefe do DGP,
Chefe do DECEx, Chefe do DEC, Comandante do CoLog, Secretário de Economia e
Finanças, Chefe do DCT, Comandante de Operações Terrestres.

1.7.4 ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA DIRETA E IMEDIATA AO COMANDANTE DO


EXÉRCITO (OADI)

Os OADI são: o Gabinete do Comandante do Exército (Gab Cmt Ex), Centro de


Comunicação Social do Exército (CComSEx), Centro de Inteligência do Exército (CIE),
Secretaria-Geral do Exército (SGEx), Centro de Controle Interno do Exército (CCIEx) e
Consultoria Jurídica Adjunta do Comandante do Exército (CJACEx).

Ao Gab Cmt Ex compete:


a) assistir o Comandante do Exército em sua rotina diária, assegurando-o as ligações
necessárias;
b) acompanhar a tramitação de projetos de interesse do EB em órgãos dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário e outros órgãos públicos ou não;
c) exercer outras competências inerentes à sua área de atuação; e
d) executar outras tarefas atribuídas pelo Cmt Ex.

Ao CComSEx, compete planejar, supervisionar, orientar, coordenar, controlar e promover


as atividades de comunicação social do Comando do Exército.

Ao CIE, compete assessorar o Cmt Ex nas atividades do Sistema de Inteligência do


Exército, de acordo com orientação geral e normativa do Estado-Maior do Exército.

À SGEx, encarregada de secretariar as reuniões do ACE, compete planejar, orientar,


coordenar e executar as atividades do cerimonial militar da Força na Capital Federal, da
segurança do Quartel-General do Exército, bem como elaborar os boletins do Exército.

1.7.5 ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL (ODS)

Os ODS são: Departamento Geral do Pessoal (DGP), Departamento de Educação e


Cultura do Exército (DECEx), Departamento de Engenharia e Construção (DEC), Comando
Logístico (CoLog), Secretaria de Economia e Finanças (SEF), Departamento de Ciência e
Tecnologia (DCT), Comando de Operações Terrestres (COTer).

1.7.5.1 DEPARTAMENTO GERAL DO PESSOAL (DGP)

Compete ao DGP executar as atividades de administração de pessoal que lhe são


atribuídas pela legislação específica, bem como realizar o planejamento, a orientação, a
coordenação e o controle das atividades relacionadas com a assistência à saúde, religiosa
e social; avaliação, promoções, cadastro e movimentação do pessoal; serviço militar e
gestão do pessoal civil, inativos e pensionistas.

O DGP está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Serviço Militar (DSM),
Diretoria de Controle de Efetivos e Movimentações (DCEM), Diretoria de Avaliação e
Promoções (DAProm), Diretoria de Civis, Inativos, Pensionistas e Assistência Social
(DCIPAS), Diretoria de Saúde (DSau) e Assessoria de Planejamento e Gestão (AGP).

1.7.5.2 DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO (DECEx)


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 33/156)
Ao DECEx, compete:
a) dirigir as atividades relativas a assuntos culturais, educação física e desportos, ensino,
pesquisa científica e desenvolvimento nas áreas de doutrina, ensino militar e pessoal;
b) relacionar-se com entidades civis, de ensino e de pesquisa e desenvolvimento,
estimulando sua participação em trabalhos ligados às atividades afins no âmbito do
Exército; e
c) participar das atividades de estudo, planejamento, preparo e execução de mobilização.

O DECEx está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Educação Superior Militar
(DESMil), Diretoria de Educação Técnica Militar (DETMil), Diretoria de Educação
Preparatória e Assistencial (DEPA), Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército
(DPHCEx) e Centro de Capacitação Física do Exército/Fortaleza de São João
(CCFEX/FSJ).

1.7.5.3 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO (DEC)

Ao DEC, compete realizar o planejamento, a orientação, a coordenação e o controle dos


assuntos relativos às atividades:
a) da função logística engenharia;
b) das ações subsidiárias de obras e serviços de engenharia de cooperação para o
desenvolvimento nacional; e
c) do patrimônio imobiliário.

Ao CCIEx, compete planejar, coordenar e executar as atividades de controle interno no


âmbito do Comando do Exército.

A CJACEx é um órgão da Advocacia-Geral da União, vinculada administrativamente ao


Gab Cmt Ex que tem a competência de assessoramento nos assuntos pertinentes ao
exercício do direito.

O DEC está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Obras de Cooperação (DOC),
Diretoria de Obras Militares (DOM), Diretoria de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente
(DPIMA) e Diretoria de Projetos de Engenharia (DGE).

1.7.5.4 COMANDO LOGÍSTICO (CoLog)

Ao COLOG, em conformidade com as políticas e as diretrizes estratégicas do Exército,


compete:
a) orientar e coordenar o apoio logístico ao preparo e emprego da F Ter, prevendo e
provendo, nos campos dos grupos funcionais de Suprimento, Manutenção e Transporte, os
recursos e serviços necessários ao Exército e às exigências de mobilização dessas
funções; e
b) coordenar as atividades de fiscalização de produtos controlados pelo Exército.

O CoLog está organizado em: Comando, Subcomando, Diretoria de Abastecimento (D


Abst), Diretoria de Material (D Mat), Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados
(DFPC), Diretoria de Material de Aviação do Exército (D MAvEx) e Base de Apoio Logístico
do Exército (Ba Ap Log Ex).

1.7.5.4 SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS (SEF)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 34/156)


À SEF compete:
a) superintender e realizar as atividades de planejamento, acompanhamento e execução
orçamentária, administração financeira e contabilidade, relativas aos recursos de qualquer
natureza alocados ao Comando do Exército;
b) efetuar o pagamento do pessoal do Comando do Exército;
c) integrar, como órgão complementar, o Sistema de Planejamento Administrativo do
Exército;
d) administrar o Fundo do Exército; e
e) orientar e coordenar as atividades de registro patrimonial do Comando do Exército.

A SEF está organizada em: Chefia, Vice-chefia, Diretoria de Contabilidade (D Cont),


Diretoria de Gestão Orçamentária (DGO), Centro de Pagamento do Exército (CPEX),
Diretoria de Gestão Especial (DGE) e Assessoria Especial de Orçamento e Gestão
(AOFIN).

1.7.5.5 DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA (DCT)

Ao DCT, compete:
a) planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades científicas e tecnológicas no âmbito
do Exército;
b) orientar, normatizar e supervisionar a pesquisa, o desenvolvimento e a implementação
das bases física e lógica do Sistema de Comando e Controle (SCC) e de Guerra Eletrônica
do Exército;
c) desenvolver, aperfeiçoar e avaliar os sistemas e os programas corporativos de interesse
do Exército;
d) promover o fomento à indústria nacional, visando ao desenvolvimento e à produção de
sistemas e Materiais de Emprego Militar (MEM);
e) prever e prover, nos campos dos grupos funcionais de Suprimento e Manutenção do
material de Comunicações e Guerra Eletrônica, os recursos e serviços necessários ao
Exército e às exigências de mobilização dessas funções;
f) coordenar e integrar as atividades afetas ao Setor Cibernético;
g) coordenar as atividades, visando à governança de TI no EB; e
h) assessorar o EME na coordenação do CONTIEx.
Parágrafo único. As atividades científicas e tecnológicas de que trata este artigo
compreendem:
i) a pesquisa, o desenvolvimento, a avaliação e a prospecção tecnológica relacionados a
sistemas e materiais de interesse do Exército e sua influência nas áreas de pessoal,
logística e doutrina;
j) o ensino e a pesquisa dos órgãos da Linha de Ensino Militar Científico-Tecnológica;
k) a normalização técnica, a metrologia e a certificação de qualidade;
l) a fabricação, a revitalização, a adaptação, a transformação, a modernização e a
nacionalização de sistemas e MEM; e
m) a avaliação técnico-experimental de materiais sujeitos à fiscalização do Comando do
Exército.

O DCT está organizado em: Chefia, Vice-chefia, Vice-Chefia de Tecnologia da Informação


e Comunicações (TIC), Diretoria de Serviço Geográfico (DSG), Diretoria de Fabricação
(DF), Centro de Avaliações do Exército (CAEx), Centro de Desenvolvimento de Sistemas
(CDS), Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEX), Centro Tecnológico do
Exército (CTEx), Instituto Militar de Engenharia (IME), Centro de Comunicações e Guerra
Eletrônica (CComGEx) e Centro de Defesa Cibernética do Exército (CD Ciber).

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 35/156)


1.7.5.6 COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES (COTer)

Ao COTER, compete:
a) orientar e coordenar o preparo e o emprego da F Ter;
b) avaliar a instrução militar e a capacidade operacional da F Ter;
c) homologar o preparo de tropa destinada ao cumprimento de missão de paz;
d) gerenciar o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do
Exército; e
e) coordenar as atividades da competência e do interesse do Exército em relação às
Polícias Militares (PM) e aos Corpos de Bombeiros Militares (CBM).

O COTer está organizado em: Comando, Subcomando e Subchefias.

1.7.6 FORÇA TERRESTRE (F Ter)

A Força Terrestre (F Ter), instrumento de ação do Comando do Exército, é estruturada, em


tempo de paz, para o cumprimento de missões operacionais terrestres, em C Mil A,
subordinados diretamente ao Comandante do Exército (Cmt Ex), que constituem o mais
alto escalão de enquadramento das organizações militares (OM).

1.7.6.1 COMANDO MILITAR DE ÁREA (C Mil A)

Aos C Mil A, compete o preparo, o planejamento e o emprego operacional da F Ter,


desdobrada na área sob sua jurisdição.

Estão distribuídos no território nacional em 8 (oito) sedes: MANAUS-AM (Comando Militar


da Amazônia - CMA), BELÉM-PA (Comando Militar do Norte - CMN), RECIFE-PE
(Comando Militar do Nordeste - CMNE), BRASÍLIA – DF (Comando Militar do Planalto -
CMP), RIO DE JANEIRO-RJ (Comando Militar do Leste - CML), SÃO PAULO-SP
(Comando Militar do Sudeste - CMSE), CAMPO GRANDE-MS (Comando Militar do Oeste -
CMO) e PORTO ALEGRE – RS (Comando Militar do Sul - CMS).

Os C Mil A estão organizados em: Comando, Grandes Comandos Operativos e Grandes


Unidades.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 36/156)


FIGURA 6-2 – Mapa com a distribuição geográfica dos C Mil A

1.7.7 ENTIDADES VINCULADAS

1.7.7.1 FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO (FHE)

A FHE é uma entidade vinculada ao Exército, que tem como missão promover melhor
qualidade de vida aos seus clientes, facilitando o acesso à casa própria e a seus produtos
e serviços.

É responsável por gerir a Associação de Poupança e Empréstimo – POUPEX.

1.7.7.2 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRASIL (IMBEL)

A IMBEL é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do


Comando do Exército, com a missão de produzir e comercializar produtos de defesa e
segurança, para clientes institucionais, especialmente Forças Armadas, Forças Policiais e
clientes privados.

A IMBEL tem sua origem em 1808, por ocasião da criação por D. João VI da Fábrica de
Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas, no bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro/RJ.
Atualmente a empresa tem sua sede instalada em Brasília/DF, e suas unidades de
produção localizadas nas cidades de Piquete/SP, Rio de Janeiro/RJ, Magé/RJ, Juiz de
Fora/MG e Itajubá/MG.

1.7.7.3 FUNDAÇÃO OSÓRIO (Fund OSÓRIO)

A Fund OSÓRIO é um estabelecimento de ensino vinculado ao Comando do Exército que


se situa no RIO DE JANEIRO – RJ.

Sua criação atendeu a uma necessidade de amparar as órfãs de militares, da Marinha de


Guerra e do Exército que perderam a vida na Guerra da Tríplice Aliança.

TÍTULO 1.8 - VISÃO DE FUTURO

1.8.1 VISÃO DE FUTURO DO EXÉRCITO

Ser uma Instituição compromissada, de forma exclusiva e perene, com o Brasil, o Estado,
a Constituição e a sociedade nacional, do modo a continuar merecendo confiança e
apreço.

Ser um Exército reconhecido internacionalmente por seu profissionalismo, competência


institucional e capacidade de dissuasão; e respeitado na comunidade global pelo poder
militar terrestre apto a respaldar as decisões do Estado, que coopera para a paz mundial e
fomenta a integração regional.

Ser constituído por pessoal altamente qualificado, motivado e coeso, que professa valores
morais e éticos, que identificam, historicamente, o soldado brasileiro, e tem orgulho de
servir com dignidade à Instituição e ao Brasil.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 37/156)


A Visão de Futuro do Exército é um desafio instigante e um farol que orienta a marcha da
Instituição e que pretende servir de motivação a todas as ações individuais e coletivas
empregadas no cumprimento da missão da Força.

Até 2022, o Processo de Transformação do Exército chegará a uma


NOVA DOUTRINA - com o emprego de produtos de defesa tecnologicamente
avançados, profissionais altamente capacitados e motivados - para que o
Exército enfrente, com os meios adequados, os desafios do século XXI,
respaldando as decisões soberanas do Brasil no cenário internacional.

FIGURA 7-3 – Viatura do sistema de armas GEPARD

UNIDADE DIDÁTICA 2 – HIERARQUIA E DISCIPLINA

TÍTULO 2.1 - DA HIERARQUIA MILITAR E DA DISCIPLINA

2.1.1 PRINCÍPIOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA


(Fonte: E1-80 - Estatuto dos Militares)

CAPÍTULO III
Da Hierarquia Militar e da Disciplina

Art. 14. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A
autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
§ 1º A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro
da estrutura das Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de
um mesmo posto ou graduação se faz pela antiguidade no posto ou na graduação. O
respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de
autoridade.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 38/156)
§ 2º Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis,
regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam
seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever
por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.
§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as
circunstâncias da vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.
Art. 15. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os militares da
mesma categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem, em
ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
Art . 16. Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica nas Forças Armadas, bem
como a correspondência entre os postos e as graduações da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, são fixados nos parágrafos seguintes e no Quadro em anexo.
§ 1° Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente da
República ou do Ministro de Força Singular e confirmado em Carta Patente.
§ 2º Os postos de Almirante, Marechal e Marechal-do-Ar somente serão providos
em tempo de guerra.
§ 3º Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pela autoridade militar
competente.
§ 4º Os Guardas-Marinha, os Aspirantes-a-Oficial e os alunos de órgãos específicos
de formação de militares são denominados praças especiais.
§ 5º Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Corpos, Quadros, Armas,
Serviços, Especialidades ou Subespecialidades são fixados, separadamente, para cada
caso, na Marinha, no Exército e na Aeronáutica.
§ 6º Os militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, cujos graus hierárquicos
tenham denominação comum, acrescentarão aos mesmos, quando julgado necessário, a
indicação do respectivo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço e, se ainda necessário, a Força
Armada a que pertencerem, conforme os regulamentos ou normas em vigor.
§ 7º Sempre que o militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto
ou graduação, deverá fazê-lo com as abreviaturas respectivas de sua situação.
Art. 17. A precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico, ou
correspondente, é assegurada pela antiguidade no posto ou graduação, salvo nos casos
de precedência funcional estabelecida em lei.
§ 1º A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da
assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou incorporação, salvo
quando estiver taxativamente fixada outra data.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, havendo empate, a antiguidade será
estabelecida:
a) entre militares do mesmo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, pela posição nas
respectivas escalas numéricas ou registros existentes em cada Força;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou graduação anterior; se, ainda
assim, subsistir a igualdade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos
anteriores, à data de praça e à data de nascimento para definir a procedência, e, neste
último caso, o de mais idade será considerado o mais antigo;
c) na existência de mais de uma data de praça, inclusive de outra Força Singular,
prevalece a antiguidade do militar que tiver maior tempo de efetivo serviço na praça
anterior ou nas praças anteriores; e
d) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de militares, de acordo com o
regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas
letras a , b e c.
§ 3º Em igualdade de posto ou de graduação, os militares da ativa têm precedência
sobre os da inatividade.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 39/156)


§ 4º Em igualdade de posto ou de graduação, a precedência entre os militares de
carreira na ativa e os da reserva remunerada ou não, que estejam convocados, é definida
pelo tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.
Art. 18. Em legislação especial, regular-se-á:
I - a precedência entre militares e civis, em missões diplomáticas, ou em comissão
no País ou no estrangeiro; e
II - a precedência nas solenidades oficiais.
Art. 19. A precedência entre as praças especiais e as demais praças é assim
regulada:
I - os Guardas-Marinha e os Aspirantes-a-Oficial são hierarquicamente superiores
às demais praças;
II - os Aspirantes, alunos da Escola Naval, e os Cadetes, alunos da Academia Militar
das Agulhas Negras e da Academia da Força Aérea, bem como os alunos da Escola de
Oficiais Especialistas da Aeronáutica, são hierarquicamente superiores aos suboficiais e
aos subtenentes;
III - os alunos de Escola Preparatória de Cadetes e do Colégio Naval têm
precedência sobre os Terceiros-Sargentos, aos quais são equiparados;
IV - os alunos dos órgãos de formação de oficiais da reserva, quando fardados, têm
precedência sobre os Cabos, aos quais são equiparados; e
V - os Cabos têm precedência sobre os alunos das escolas ou dos centros de
formação de sargentos, que a eles são equiparados, respeitada, no caso de militares, a
antiguidade relativa.

TÍTULO 2.2 – DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

2.2.1 GENERALIDADES
(Fonte: RDE)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção II
Dos Princípios Gerais do Regulamento

Art. 3o A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio da família militar,


contribuindo para as melhores relações sociais entre os militares.
§ 1o Incumbe aos militares incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus
pares e subordinados.
§ 2o As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias
entre os militares brasileiros, devem ser dispensadas aos militares das nações amigas.
Art. 4o A civilidade, sendo parte da educação militar, é de interesse vital para a
disciplina consciente.
§ 1o É dever do superior tratar os subordinados em geral, e os recrutas em
particular, com interesse e bondade.
§ 2o O subordinado é obrigado a todas as provas de respeito e deferência para com
os seus superiores hierárquicos.
Art. 5o Para efeito deste Regulamento, a palavra "comandante", quando usada
genericamente, engloba também os cargos de diretor e chefe.
Art. 6o Para efeito deste Regulamento, deve-se, ainda, considerar:
I - honra pessoal: sentimento de dignidade própria, como o apreço e o respeito de
que é objeto ou se torna merecedor o militar, perante seus superiores, pares e
subordinados;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 40/156)


II - pundonor militar: dever de o militar pautar a sua conduta como a de um
profissional correto. Exige dele, em qualquer ocasião, alto padrão de comportamento ético
que refletirá no seu desempenho perante a Instituição a que serve e no grau de respeito
que lhe é devido; e
III - decoro da classe: valor moral e social da Instituição. Ele representa o conceito
social dos militares que a compõem e não subsiste sem esse.

Seção IV
Da Competência para a Aplicação

Art. 10. A competência para aplicar as punições disciplinares é definida pelo cargo e
não pelo grau hierárquico, sendo competente para aplicá-las:
I - o Comandante do Exército, a todos aqueles que estiverem sujeitos a este
Regulamento; e
II - aos que estiverem subordinados às seguintes autoridades ou servirem sob seus
comandos, chefia ou direção:
a) Chefe do Estado-Maior do Exército, dos órgãos de direção setorial e de
assessoramento, comandantes militares de área e demais ocupantes de cargos privativos
de oficial-general;
b) chefes de estado-maior, chefes de gabinete, comandantes de unidade, demais
comandantes cujos cargos sejam privativos de oficiais superiores e comandantes das
demais Organizações Militares - OM com autonomia administrativa;
c) subchefes de estado-maior, comandantes de unidade incorporada, chefes de
divisão, seção, escalão regional, serviço e assessoria; ajudantes-gerais, subcomandantes
e subdiretores; e
d) comandantes das demais subunidades ou de elementos destacados com efetivo
menor que subunidade.

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES


Seção I
Da Conceituação e da Especificação

Art. 14. Transgressão disciplinar é toda ação praticada pelo militar contrária aos
preceitos estatuídos no ordenamento jurídico pátrio ofensiva à ética, aos deveres e às
obrigações militares, mesmo na sua manifestação elementar e simples, ou, ainda, que
afete a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe.
§ 1o Quando a conduta praticada estiver tipificada em lei como crime ou
contravenção penal, não se caracterizará transgressão disciplinar.
§ 7º É vedada a aplicação de mais de uma penalidade por uma única transgressão
disciplinar.
§ 8º Quando a falta tiver sido cometida contra a pessoa do comandante da OM, será
ela apreciada, para efeito de punição, pela autoridade a que estiver subordinado o
ofendido.
Art. 15. São transgressões disciplinares todas as ações especificadas no Anexo I
deste Regulamento.
Seção II
Do Julgamento

Art. 16. O julgamento da transgressão deve ser precedido de análise que considere:
I - a pessoa do transgressor;
II - as causas que a determinaram;
III - a natureza dos fatos ou atos que a envolveram; e
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 41/156)
IV - as conseqüências que dela possam advir.
Art. 17. No julgamento da transgressão, podem ser levantadas causas que
justifiquem a falta ou circunstâncias que a atenuem ou a agravem.
Art. 18. Haverá causa de justificação quando a transgressão for cometida:
I - na prática de ação meritória ou no interesse do serviço, da ordem ou do sossego
público;
II - em legítima defesa, própria ou de outrem;
III - em obediência a ordem superior;
IV - para compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever, em caso de
perigo, necessidade urgente, calamidade pública, manutenção da ordem e da disciplina;
V - por motivo de força maior, plenamente comprovado; e
VI - por ignorância, plenamente comprovada, desde que não atente contra os
sentimentos normais de patriotismo, humanidade e probidade.
Parágrafo único. Não haverá punição quando for reconhecida qualquer causa de
justificação.
Art. 19. São circunstâncias atenuantes:
I - o bom comportamento;
II - a relevância de serviços prestados;
III - ter sido a transgressão cometida para evitar mal maior;
IV - ter sido a transgressão cometida em defesa própria, de seus direitos ou de
outrem, não se configurando causa de justificação; e
V - a falta de prática do serviço.
Art. 20. São circunstâncias agravantes:
I - o mau comportamento;
II - a prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III - a reincidência de transgressão, mesmo que a punição anterior tenha sido uma
advertência;
IV - o conluio de duas ou mais pessoas;
V - ter o transgressor abusado de sua autoridade hierárquica ou funcional; e
VI - ter praticado a transgressão:
a) durante a execução de serviço;
b) em presença de subordinado;
c) com premeditação;
d) em presença de tropa; e
e) em presença de público.

Seção III
Da Classificação

Art. 21. A transgressão da disciplina deve ser classificada, desde que não haja
causa de justificação, em LEVE, MÉDIA e GRAVE, segundo os critérios dos Arts. 16, 17,
19 e 20.
Parágrafo único. A competência para classificar a transgressão é da autoridade a
qual couber sua aplicação.
Art. 22. Será sempre classificada como "grave" a transgressão da disciplina que
constituir ato que afete a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe.
PUNIÇÕES DISCIPLINARES
Seção I

Da Graduação, Conceituação e Execução


Art. 23. A punição disciplinar objetiva a preservação da disciplina e deve ter em vista
o benefício educativo ao punido e à coletividade a que ele pertence.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 42/156)
Art. 24. Segundo a classificação resultante do julgamento da transgressão, as
punições disciplinares a que estão sujeitos os militares são, em ordem de gravidade
crescente:
I - a advertência;
II - o impedimento disciplinar;
III - a repreensão;
IV - a detenção disciplinar;
V - a prisão disciplinar; e
VI - o licenciamento e a exclusão a bem da disciplina.
Parágrafo único. As punições disciplinares de detenção e prisão disciplinar não
podem ultrapassar trinta dias e a de impedimento disciplinar, dez dias.
Art. 25. Advertência é a forma mais branda de punir, consistindo em admoestação
feita verbalmente ao transgressor, em caráter reservado ou ostensivo.
§ 1º Quando em caráter ostensivo, a advertência poderá ser na presença de
superiores ou no círculo de seus pares.
§ 2º A advertência não constará das alterações do punido, devendo, entretanto, ser
registrada, para fins de referência, na ficha disciplinar individual.
Art. 26. Impedimento disciplinar é a obrigação de o transgressor não se afastar da
OM, sem prejuízo de qualquer serviço que lhe competir dentro da unidade em que serve.
Parágrafo único. O impedimento disciplinar será publicado em boletim interno e
registrado, para fins de referência, na ficha disciplinar individual, sem constar das
alterações do punido.
Art. 27. Repreensão é a censura enérgica ao transgressor, feita por escrito e
publicada em boletim interno.
Art. 28. Detenção disciplinar é o cerceamento da liberdade do punido
disciplinarmente, o qual deve permanecer no alojamento da subunidade a que pertencer ou
em local que lhe for determinado pela autoridade que aplicar a punição disciplinar.
§ 1º O detido disciplinarmente não ficará no mesmo local destinado aos presos
disciplinares.
§ 2º O detido disciplinarmente comparece a todos os atos de instrução e serviço,
exceto ao serviço de escala externo.
§ 3º Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicar a punição, o oficial ou
aspirante-a-oficial pode ficar detido disciplinarmente em sua residência.
Art. 29. Prisão disciplinar consiste na obrigação de o punido disciplinarmente
permanecer em local próprio e designado para tal.
§ 1º Os militares de círculos hierárquicos diferentes não poderão ficar presos na
mesma dependência.
§ 2º O comandante designará o local de prisão de oficiais, no aquartelamento, e dos
militares, nos estacionamentos e marchas.
§ 3º Os presos que já estiverem passíveis de serem licenciados ou excluídos a bem
da disciplina, os que estiverem à disposição da justiça e os condenados pela Justiça Militar
deverão ficar em prisão separada dos demais presos disciplinares.
§ 4º Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicar a punição disciplinar, o
oficial ou aspirante-a-oficial pode ter sua residência como local de cumprimento da
punição, quando a prisão disciplinar não for superior a quarenta e oito horas.
§ 5º Quando a OM não dispuser de instalações apropriadas, cabe à autoridade que
aplicar a punição solicitar ao escalão superior local para servir de prisão.
Art. 30. A prisão disciplinar deve ser cumprida com prejuízo da instrução e dos
serviços internos, exceto por comprovada necessidade do serviço.
Art. 31. O recolhimento de qualquer transgressor à prisão, sem nota de punição
publicada em boletim da OM, só poderá ocorrer por ordem das autoridades referidas nos
incisos I e II do art. 10 deste Regulamento.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 43/156)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese do § 2º do art.12
deste Regulamento, ou quando houver:
I - presunção ou indício de crime;
II - embriaguez; e
III - uso de drogas ilícitas.

Seção II
Da Aplicação

Art. 35. O julgamento e a aplicação da punição disciplinar devem ser feitos com
justiça, serenidade e imparcialidade, para que o punido fique consciente e convicto de que
ela se inspira no cumprimento exclusivo do dever, na preservação da disciplina e que tem
em vista o benefício educativo do punido e da coletividade.
§ 1º Nenhuma punição disciplinar será imposta sem que ao transgressor sejam
assegurados o contraditório e a ampla defesa, inclusive o direito de ser ouvido pela
autoridade competente para aplicá-la, e sem estarem os fatos devidamente apurados.
§ 2º Para fins de ampla defesa e contraditório, são direitos do militar:
I - ter conhecimento e acompanhar todos os atos de apuração, julgamento,
aplicação e cumprimento da punição disciplinar, de acordo com os procedimentos
adequados para cada situação;
II - ser ouvido;
III - produzir provas;
IV - obter cópias de documentos necessários à defesa;
V - ter oportunidade, no momento adequado, de contrapor-se às acusações que lhe
são imputadas;
VI - utilizar-se dos recursos cabíveis, segundo a legislação;
VII - adotar outras medidas necessárias ao esclarecimento dos fatos; e
VIII - ser informado de decisão que fundamente, de forma objetiva e direta, o
eventual não-acolhimento de alegações formuladas ou de provas apresentadas.
§ 3º O militar poderá ser preso disciplinarmente, por prazo que não ultrapasse
setenta e duas horas, se necessário para a preservação do decoro da classe ou houver
necessidade de pronta intervenção.
Art. 37. A aplicação da punição disciplinar deve obedecer às seguintes normas:
I - a punição disciplinar deve ser proporcional à gravidade da transgressão, dentro
dos seguintes limites:
a) para a transgressão leve, de advertência até dez dias de impedimento disciplinar,
inclusive;
b) para a transgressão média, de repreensão até a detenção disciplinar; e
c) para a transgressão grave, de prisão disciplinar até o licenciamento ou exclusão a
bem da disciplina;
II - a punição disciplinar não pode atingir o limite máximo previsto nas alíneas do
inciso I deste artigo, quando ocorrerem apenas circunstâncias atenuantes;
III - quando ocorrerem circunstâncias atenuantes e agravantes, a punição disciplinar
será aplicada conforme preponderem essas ou aquelas;
IV - por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma punição
disciplinar;
V - a punição disciplinar não exime o punido da responsabilidade civil;
VI - na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a cada uma
deve ser imposta a punição disciplinar correspondente; e
VII - havendo conexão, a transgressão de menor gravidade será considerada como
circunstância agravante da transgressão principal.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 44/156)


Art. 38. A aplicação da punição classificada como "prisão disciplinar" somente pode
ser efetuada pelo Comandante do Exército ou comandante, chefe ou diretor de OM.
Art. 39. Nenhum transgressor será interrogado ou punido em estado de embriaguez
ou sob a ação de psicotrópicos, mas ficará, desde logo, convalescendo em hospital,
enfermaria ou dependência similar em sua OM, até a melhora do seu quadro clínico.
Art. 40. A punição disciplinar máxima, que cada autoridade referida no art. 10 deste
Regulamento pode aplicar ao transgressor, bem como aquela a que este está sujeito, são
as previstas no Anexo III.
§ 4º Quando uma autoridade, ao julgar uma transgressão, concluir que a punição
disciplinar a aplicar está além do limite máximo que lhe é autorizado, solicitará à autoridade
superior, com ação sobre o transgressor, a aplicação da punição devida.
Art. 45. A relevação de punição disciplinar consiste na suspensão de seu
cumprimento e poderá ser concedida:
I - quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos visados com a sua
aplicação, independentemente do tempo a cumprir; e
II - por motivo de passagem de comando ou por ocasião de datas festivas militares,
desde que se tenha cumprido, pelo menos, metade da punição disciplinar.
Art. 46. A atenuação da punição disciplinar consiste na transformação da punição
proposta ou aplicada em outra menos rigorosa, se assim recomendar o interesse da
disciplina e da ação educativa do punido, ou mesmo por critério de justiça, quando
verificada a inadequação da punição aplicada.
Parágrafo único. A atenuação da punição disciplinar poderá ocorrer, a pedido ou de
ofício, mediante decisão das autoridades competentes para anulação.

DO COMPORTAMENTO MILITAR

Art. 51. O comportamento militar da praça abrange o seu procedimento civil e


militar, sob o ponto de vista disciplinar.
§ 1º O comportamento militar da praça deve ser classificado em:
I - excepcional:
a) quando no período de nove anos de efetivo serviço, mantendo os
comportamentos "bom", ou "ótimo", não tenha sofrido qualquer punição disciplinar;
b) quando, tendo sido condenada por crime culposo, após transitada em julgado a
sentença, passe dez anos de efetivo serviço sem sofrer qualquer punição disciplinar,
mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial, em cujo período somente
serão computados os anos em que a praça estiver classificada nos comportamentos "bom"
ou "ótimo"; e
c) quando, tendo sido condenada por crime doloso, após transitada em julgado a
sentença, passe doze anos de efetivo serviço sem sofrer qualquer punição disciplinar,
mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial. Neste período somente serão
computados os anos em que a praça estiver classificada nos comportamentos "bom" ou
"ótimo";
II - ótimo:
a) quando, no período de cinco anos de efetivo serviço, contados a partir do
comportamento "bom", tenha sido punida com a pena de até uma detenção disciplinar;
b) quando, tendo sido condenada por crime culposo, após transitada em julgado a
sentença, passe seis anos de efetivo serviço, punida, no máximo, com uma detenção
disciplinar, contados a partir do comportamento "bom", mesmo que lhe tenha sido
concedida a reabilitação judicial; e
c) quando, tendo sido condenada por crime doloso, após transitada em julgado a
sentença, passe oito anos de efetivo serviço, punida, no máximo, com uma detenção

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 45/156)


disciplinar, contados a partir do comportamento "bom", mesmo que lhe tenha sido
concedida a reabilitação judicial;
III - bom:
a) quando, no período de dois anos de efetivo serviço, tenha sido punida com a
pena de até duas prisões disciplinares; e
b) quando, tendo sido condenada criminalmente, após transitada em julgado a
sentença, houver cumprido os prazos previstos para a melhoria de comportamento de que
trata o § 7º deste artigo, mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial;
IV - insuficiente:
a) quando, no período de um ano de efetivo serviço, tenha sido punida com duas
prisões disciplinares ou, ainda, quando no período de dois anos tenha sido punida com
mais de duas prisões disciplinares; e
b) quando, tendo sido condenada criminalmente, após transitada em julgado a
sentença, houver cumprido os prazos previstos para a melhoria de comportamento de que
trata o § 7º deste artigo, mesmo que lhe tenha sido concedida a reabilitação judicial;
V - mau:
a) quando, no período de um ano de efetivo serviço tenha sido punida com mais de
duas prisões disciplinares; e
b) quando condenada por crime culposo ou doloso, a contar do trânsito em julgado
da sentença ou acórdão, até que satisfaça as condições para a mudança de
comportamento de que trata o § 7º deste artigo.
§ 3º Ao ser incorporada ao Exército, a praça será classificada no comportamento
"bom".
§ 4º Para os efeitos deste artigo, é estabelecida a seguinte equivalência de punição:
I - uma prisão disciplinar equipara-se a duas detenções disciplinares; e
II - uma detenção disciplinar equivale a duas repreensões.
§ 5º A advertência e o impedimento disciplinar não serão considerados para fins de
classificação de comportamento.
§ 6º A praça condenada por crime ou punida com prisão disciplinar superior a vinte
dias ingressará, automaticamente, no comportamento "mau".
§ 7º A melhoria de comportamento é progressiva, devendo observar o disposto no
art. 63 deste Regulamento e obedecer aos seguintes prazos e condições:
I - do "mau" para o "insuficiente":
a) punição disciplinar: dois anos de efetivo serviço, sem punição;
b) crime culposo: dois anos e seis meses de efetivo serviço, sem punição; e
c) crime doloso: três anos de efetivo serviço, sem punição;
II - do "insuficiente" para o "bom":
a) punição disciplinar: um ano de efetivo serviço sem punição, contado a partir do
comportamento "insuficiente";
b) crime culposo: dois anos de efetivo serviço sem punição, contados a partir do
comportamento "insuficiente"; e
c) crime doloso: três anos de efetivo serviço sem punição, contados a partir do
comportamento "insuficiente";
III - do "bom" para o "ótimo", deverá ser observada a prescrição constante do inciso
II do § 1º deste artigo; e
IV - do "ótimo" para o "excepcional", deverá ser observada a prescrição constante
do inciso I do § 1º deste artigo.
§ 8º A reclassificação do comportamento far-se-á em boletim interno da OM, por
meio de "nota de reclassificação de comportamento", uma vez decorridos os prazos
citados no § 7º deste artigo, mediante:
I - requerimento do interessado, quando se tratar de pena criminal, ao comandante
da própria OM, se esta for comandada por oficial-general; caso contrário, o requerimento
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 46/156)
deve ser dirigido ao comandante da OM enquadrante, cujo cargo seja privativo de oficial-
general; e
II - solicitação do interessado ao comandante imediato, nos casos de punição
disciplinar.
§ 9º A reclassificação dar-se-á na data da publicação do despacho da autoridade
responsável.
§ 10. A condenação de praça por contravenção penal é, para fins de classificação
de comportamento, equiparada a uma prisão.

Seção III
Das Recompensas

Art. 64. As recompensas constituem reconhecimento aos bons serviços prestados


por militares.
Parágrafo único. Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são
recompensas militares:
I - o elogio e a referência elogiosa; e
II - as dispensas do serviço.
Art. 65. O elogio é individual e a referência elogiosa pode ser individual ou coletiva.
§ 1º O elogio somente deverá ser formulado a militares que se tenham destacado
em ação meritória ou quando regulado em legislação específica.
§ 2º A descrição do fato ou fatos que motivarem o elogio ou a referência elogiosa
deve precisar a atuação do militar em linguagem sucinta, sóbria, sem generalizações e
adjetivações desprovidas de real significado, como convém ao estilo castrense.
§ 3º Os elogios e as referências elogiosas individuais serão registrados nos
assentamentos dos militares.
§ 4º As autoridades que possuem competência para conceder elogios e referências
elogiosas são as especificadas no art. 10 deste Regulamento obedecidos aos universos de
atuação nele contidos.
Art. 66. As dispensas do serviço, como recompensa, podem ser:
I - dispensa total do serviço, que isenta o militar de todos os trabalhos da OM,
inclusive os de instrução; ou
II - dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos, que devem ser
especificados na concessão.
§ 1º A dispensa total do serviço, para ser gozada fora da guarnição, fica
subordinada às mesmas normas de concessão de férias.
§ 2º A dispensa total do serviço é regulada por período de vinte e quatro horas,
contadas de boletim a boletim e a sua publicação deve ser feita, no mínimo, vinte e quatro
horas antes de seu início, salvo por motivo de força maior.
Art. 67. A concessão de dispensa do serviço, como recompensa, no decorrer de um
ano civil, obedecerá à seguinte gradação:
I - o Chefe do Estado-Maior do Exército, os chefes dos órgãos de direção setorial e
de assessoramento e os comandantes militares de área: até vinte dias, consecutivos ou
não;
II - os oficiais-generais, exceto os especificados no inciso I, e demais militares que
exerçam funções de oficiais-generais: até quinze dias, consecutivos ou não;
III - o chefe de estado-maior, o chefe de gabinete, o comandante de unidade, os
comandantes das demais OM com autonomia administrativa e os daquelas cujos cargos
sejam privativos de oficial superior: até oito dias, consecutivos ou não; e
IV - as demais autoridades competentes para aplicar punições: até quatro dias,
consecutivos ou não.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 47/156)


ANEXO I
RELAÇÃO DE TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

1. Faltar à verdade ou omitir deliberadamente informações que possam conduzir à


apuração de uma transgressão disciplinar;
2. Utilizar-se do anonimato;
3. Concorrer para a discórdia ou a desarmonia ou cultivar inimizade entre militares
ou seus familiares;
4. Deixar de exercer autoridade compatível com seu posto ou graduação;
5. Deixar de punir o subordinado que cometer transgressão, salvo na ocorrência das
circunstâncias de justificação previstas neste Regulamento;
6. Não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver ciência e não lhe
couber reprimir, ao conhecimento de autoridade competente, no mais curto prazo;
7. Retardar o cumprimento, deixar de cumprir ou de fazer cumprir norma
regulamentar na esfera de suas atribuições.
8. Deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de suas
atribuições, quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito;
9. Deixar de cumprir prescrições expressamente estabelecidas no Estatuto dos
Militares ou em outras leis e regulamentos, desde que não haja tipificação como crime ou
contravenção penal, cuja violação afete os preceitos da hierarquia e disciplina, a ética
militar, a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe;
10. Deixar de instruir, na esfera de suas atribuições, processo que lhe for
encaminhado, ressalvado o caso em que não for possível obter elementos para tal;
11. Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no
mais curto prazo, recurso ou documento que receber elaborado de acordo com os
preceitos regulamentares, se não for da sua alçada a solução;
12. Desrespeitar, retardar ou prejudicar medidas de cumprimento ou ações de
ordem judicial, administrativa ou policial, ou para isso concorrer;
13. Apresentar parte ou recurso suprimindo instância administrativa, dirigindo para
autoridade incompetente, repetindo requerimento já rejeitado pela mesma autoridade ou
empregando termos desrespeitosos;
14. Dificultar ao subordinado a apresentação de recurso;
15. Deixar de comunicar, tão logo possível, ao superior a execução de ordem
recebida;
16. Aconselhar ou concorrer para que não seja cumprida qualquer ordem de
autoridade competente, ou para retardar a sua execução;
17. Deixar de cumprir ou alterar, sem justo motivo, as determinações constantes da
missão recebida, ou qualquer outra determinação escrita ou verbal;
18. Simular doença para esquivar-se do cumprimento de qualquer dever militar;
19. Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção, em qualquer serviço ou
instrução;
20. Causar ou contribuir para a ocorrência de acidentes no serviço ou na instrução,
por imperícia, imprudência ou negligência;
21. Disparar arma por imprudência ou negligência;
22. Não zelar devidamente, danificar ou extraviar por negligência ou desobediência
das regras e normas de serviço, material ou animal da União ou documentos oficiais, que
estejam ou não sob sua responsabilidade direta, ou concorrer para tal;
23. Não ter pelo preparo próprio, ou pelo de seus comandados, instruendos ou
educandos, a dedicação imposta pelo sentimento do dever;
24. Deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência,
medidas contra qualquer irregularidade de que venha a tomar conhecimento;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 48/156)


25. Deixar de participar em tempo, à autoridade imediatamente superior, a
impossibilidade de comparecer à OM ou a qualquer ato de serviço para o qual tenha sido
escalado ou a que deva assistir;
26. Faltar ou chegar atrasado, sem justo motivo, a qualquer ato, serviço ou instrução
de que deva participar ou a que deva assistir;
27. Permutar serviço sem permissão de autoridade competente ou com o objetivo
de obtenção de vantagem pecuniária;
28. Ausentar-se, sem a devida autorização, da sede da organização militar onde
serve, do local do serviço ou de outro qualquer em que deva encontrar-se por força de
disposição legal ou ordem;
29. Deixar de apresentar-se, nos prazos regulamentares, à OM para a qual tenha
sido transferido ou classificado e às autoridades competentes, nos casos de comissão ou
serviço extraordinário para os quais tenha sido designado;
30. Não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo
que souber da interrupção;
31. Representar a organização militar ou a corporação, em qualquer ato, sem estar
devidamente autorizado;
32. Assumir compromissos, prestar declarações ou divulgar informações, em nome
da corporação ou da unidade que comanda ou em que serve, sem autorização;
33. Contrair dívida ou assumir compromisso superior às suas possibilidades, que
afete o bom nome da Instituição;
34. Esquivar-se de satisfazer compromissos de ordem moral ou pecuniária que
houver assumido, afetando o bom nome da Instituição;
35. Não atender, sem justo motivo, à observação de autoridade superior no sentido
de satisfazer débito já reclamado;
36. Não atender à obrigação de dar assistência à sua família ou dependente
legalmente constituídos, de que trata o Estatuto dos Militares;
37. Fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias
envolvendo assunto de serviço, bens da União ou material cuja comercialização seja
proibida;
38. Realizar ou propor empréstimo de dinheiro a outro militar visando auferir lucro;
39. Ter pouco cuidado com a apresentação pessoal ou com o asseio próprio ou
coletivo;
40. Portar-se de maneira inconveniente ou sem compostura;
41. Deixar de tomar providências cabíveis, com relação ao procedimento de seus
dependentes, estabelecidos no Estatuto dos Militares, junto à sociedade, após
devidamente admoestado por seu Comandante;
42. Frequentar lugares incompatíveis com o decoro da sociedade ou da classe;
43. Portar a praça armamento militar sem estar de serviço ou sem autorização;
44. Executar toques de clarim ou corneta, realizar tiros de salva, fazer sinais
regulamentares, içar ou arriar a Bandeira Nacional ou insígnias, sem ordem para tal;
45. Conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares impróprios quando em
serviço ou em local sob administração militar;
46. Disseminar boatos no interior de OM ou concorrer para tal;
47. Provocar ou fazer-se causa, voluntariamente, de alarme injustificável;
48. Usar de força desnecessária no ato de efetuar prisão disciplinar ou de conduzir
transgressor;
49. Deixar alguém conversar ou entender-se com preso disciplinar, sem autorização
de autoridade competente;
50. Conversar com sentinela, vigia, plantão ou preso disciplinar, sem para isso estar
autorizado por sua função ou por autoridade competente;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 49/156)


51. Consentir que preso disciplinar conserve em seu poder instrumentos ou objetos
não permitidos;
52. Conversar, distrair-se, sentar-se ou fumar, quando exercendo função de
sentinela, vigia ou plantão da hora;
53. Consentir, quando de sentinela, vigia ou plantão da hora, a formação de grupo
ou a permanência de pessoa junto a seu posto;
54. Fumar em lugar ou ocasião onde seja vedado;
55. Tomar parte em jogos proibidos ou em jogos a dinheiro, em área militar ou sob
jurisdição militar;
56. Tomar parte, em área militar ou sob jurisdição militar, em discussão a respeito
de assuntos de natureza político-partidária ou religiosa;
57. Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a
respeito de assuntos de natureza político-partidária;
58. Tomar parte, fardado, em manifestações de natureza político-partidária;
59. Discutir ou provocar discussão, por qualquer veículo de comunicação, sobre
assuntos políticos ou militares, exceto se devidamente autorizado;
60. Ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial cuja divulgação possa ser
prejudicial à disciplina ou à boa ordem do serviço;
61. Dar conhecimento de atos, documentos, dados ou assuntos militares a quem
deles não deva ter ciência ou não tenha atribuições para neles intervir;
62. Publicar ou contribuir para que sejam publicados documentos, fatos ou assuntos
militares que possam concorrer para o desprestígio das Forças Armadas ou que firam a
disciplina ou a segurança destas;
63. Comparecer o militar da ativa, a qualquer atividade, em traje ou uniforme
diferente do determinado;
64. Deixar o superior de determinar a saída imediata de solenidade militar ou civil,
de subordinado que a ela compareça em traje ou uniforme diferente do determinado;
65. Apresentar-se, em qualquer situação, sem uniforme, mal uniformizado, com o
uniforme alterado ou em trajes em desacordo com as disposições em vigor;
66. Sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem como,
indevidamente, distintivo ou condecoração;
67. Recusar ou devolver insígnia, medalha ou condecoração que lhe tenha sido
outorgada;
68. Usar o militar da ativa, em via pública, uniforme inadequado, contrariando o
Regulamento de Uniformes do Exército ou normas a respeito;
69. Transitar o soldado, o cabo ou o taifeiro, pelas ruas ou logradouros públicos,
durante o expediente, sem permissão da autoridade competente;
70. Entrar ou sair da OM, ou ainda permanecer no seu interior o cabo ou soldado
usando traje civil, sem a devida permissão da autoridade competente;
71. Entrar em qualquer OM, ou dela sair, o militar, por lugar que não seja para isso
designado;
72. Entrar em qualquer OM, ou dela sair, o taifeiro, o cabo ou o soldado, com objeto
ou embrulho, sem autorização do comandante da guarda ou de autoridade equivalente;
73. Deixar o oficial ou aspirante-a-oficial, ao entrar em OM onde não sirva, de dar
ciência da sua presença ao oficial-de-dia e, em seguida, de procurar o comandante ou o
oficial de maior precedência hierárquica, para cumprimentá-lo;
74. Deixar o subtenente, sargento, taifeiro, cabo ou soldado, ao entrar em
organização militar onde não sirva, de apresentar-se ao oficial-de-dia ou a seu substituto
legal;
75. Deixar o comandante da guarda ou responsável pela segurança
correspondente, de cumprir as prescrições regulamentares com respeito à entrada ou
permanência na OM de civis ou militares a ela estranhos;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 50/156)
76. Adentrar o militar, sem permissão ou ordem, em aposentos destinados a
superior ou onde este se ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe seja
vedada;
77. Adentrar ou tentar entrar em alojamento de outra subunidade, depois da revista
do recolher, salvo os oficiais ou sargentos que, por suas funções, sejam a isso obrigados;
78. Entrar ou permanecer em dependência da OM onde sua presença não seja
permitida;
79. Entrar ou sair de OM com tropa, sem prévio conhecimento, autorização ou
ordem da autoridade competente;
80. Retirar ou tentar retirar de qualquer lugar sob jurisdição militar, material, viatura,
aeronave, embarcação ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do responsável
ou proprietário;
81. Abrir ou tentar abrir qualquer dependência de organização militar, fora das horas
de expediente, desde que não seja o respectivo chefe ou sem a devida ordem e a
expressa declaração de motivo, salvo em situações de emergência;
82. Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou
administrativa;
83. Deixar de portar a identidade militar, estando ou não fardado;
84. Deixar de se identificar quando solicitado por militar das Forças Armadas em
serviço ou em cumprimento de missão;
85. Desrespeitar, em público, as convenções sociais;
86. Desconsiderar ou desrespeitar autoridade constituída;
87. Desrespeitar corporação judiciária militar ou qualquer de seus membros;
88. Faltar, por ação ou omissão, com o respeito devido aos símbolos nacionais,
estaduais, municipais e militares;
89. Apresentar-se a superior hierárquico ou retirar-se de sua presença, sem
obediência às normas regulamentares;
90. Deixar, quando estiver sentado, de demonstrar respeito, consideração e
cordialidade ao superior hierárquico, deixando de oferecer-lhe seu lugar, ressalvadas as
situações em que houver lugar marcado ou em que as convenções sociais assim não o
indiquem;
91. Sentar-se, sem a devida autorização, à mesa em que estiver superior
hierárquico;
92. Deixar, deliberadamente, de corresponder a cumprimento de subordinado;
93. Deixar, deliberadamente, de cumprimentar superior hierárquico, uniformizado ou
não, neste último caso desde que o conheça, ou de saudá-lo de acordo com as normas
regulamentares;
94. Deixar o oficial ou aspirante-a-oficial, diariamente, tão logo seus afazeres o
permitam, de apresentar-se ao comandante ou ao substituto legal imediato da OM onde
serve, para cumprimentá-lo, salvo ordem ou outras normas em contrário;
95. Deixar o subtenente ou sargento, diariamente, tão logo seus afazeres o
permitam, de apresentar-se ao seu comandante de subunidade ou chefe imediato, salvo
ordem ou outras normas em contrário;
96. Recusar-se a receber vencimento, alimentação, fardamento, equipamento ou
material que lhe seja destinado ou deva ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade;
97. Recusar-se a receber equipamento, material ou documento que tenha solicitado
oficialmente, para atender a interesse próprio;
98. Desacreditar, dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a
superior hierárquico;
99. Censurar ato de superior hierárquico ou procurar desconsiderá-lo seja entre
militares, seja entre civis;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 51/156)


100. Ofender, provocar, desafiar, desconsiderar ou procurar desacreditar outro
militar, por atos, gestos ou palavras, mesmo entre civis.
101. Ofender a moral, os costumes ou as instituições nacionais ou do país
estrangeiro em que se encontrar, por atos, gestos ou palavras;
102. Promover ou envolver-se em rixa, inclusive luta corporal, com outro militar;
103. Autorizar, promover ou tomar parte em qualquer manifestação coletiva, seja de
caráter reivindicatório ou político, seja de crítica ou de apoio a ato de superior hierárquico,
com exceção das demonstrações íntimas de boa e sã camaradagem e com consentimento
do homenageado;
104. Aceitar qualquer manifestação coletiva de seus subordinados, com exceção
das demonstrações íntimas de boa e sã camaradagem e com consentimento do
homenageado;
105. Autorizar, promover, assinar representações, documentos coletivos ou
publicações de qualquer tipo, com finalidade política, de reivindicação coletiva ou de crítica
a autoridades constituídas ou às suas atividades;
106. Autorizar, promover ou assinar petição ou memorial, de qualquer natureza,
dirigido a autoridade civil, sobre assunto da alçada da administração do Exército;
107. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área militar ou sob a jurisdição
militar, publicações, estampas, filmes ou meios eletrônicos que atentem contra a disciplina
ou a moral;
108. Ter em seu poder ou introduzir, em área militar ou sob a jurisdição militar,
armas, explosivos, material inflamável, substâncias ou instrumentos proibidos, sem
conhecimento ou permissão da autoridade competente;
109. Fazer uso, ter em seu poder ou introduzir, em área militar ou sob jurisdição
militar, bebida alcoólica ou com efeitos entorpecentes, salvo quando devidamente
autorizado;
110. Comparecer a qualquer ato de serviço em estado visível de embriaguez ou
nele se embriagar;
111. Falar, habitualmente, língua estrangeira em OM ou em área de estacionamento
de tropa, exceto quando o cargo ocupado o exigir;
112. Exercer a praça, quando na ativa, qualquer atividade comercial ou industrial,
ressalvadas as permitidas pelo Estatuto dos Militares;
113. Induzir ou concorrer intencionalmente para que outrem incida em transgressão
disciplinar.

ANEXO III
QUADRO DE PUNIÇÕES MÁXIMAS

Quadro de Punições Máximas, referidas no art. 40, que podem aplicar as autoridades definidas
nos itens I, II e § 1o do art. 10 e a que estão sujeitos os transgressores
Chefe do EME, Comandante, Demais Comandante, Chefe de Subchefe de Comandante
chefes dos chefe ou diretor, ocupantes de chefe ou estado-maior, estado-maior, das demais
órgãos de cujo cargo seja cargos diretor de OM, chefe de Gab, comandante subunidades
POSTOS direção setorial e privativo de privativos de cujo cargo não privativos de unidade ou de
de oficial-general oficial-general seja privativo de oficial- incorporada, elemento
assessoramento de oficial general chefe de destacado outras punições a
E e comandante superior e Cmt divisão, com efetivo que estão sujeitos
militar de área das demais seção, menor que
OM com escalão subunidade
GRADUAÇÕES autonomia regional,
administrativa serviço e
assessoria,
ajudante-

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 52/156)


geral, subcmt
e subdiretor

Oficiais de carreira
da ativa
20 dias de 30 dias de 15 dias de 25 dias de 20 dias de
30 dias de prisão
prisão detenção prisão detenção detenção repreensão o oficial da reserva
Oficiais da reserva, disciplinar
disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar não-remunerada,
convocados ou
quando convocado,
mobilizados
pode ser licenciado
a bem da disciplina
20 dias de 15 dias de
Oficiais da Res Rem 30 dias de prisão
prisão - prisão - - -
ou reformados disciplinar (3)
disciplinar (3) disciplinar (3)

Aspirantes-a-oficial 30 dias de 30 dias de 25 dias de 20 dias de 8 dias de


exclusão a bem da
e subtenentes da 30 dias de prisão disciplinar detenção prisão detenção detenção detenção
disciplina (2)
ativa disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar

30 dias de
prisão
Sargentos, taifeiros, 30 dias de prisão disciplinar ou 30 dias de 25 dias de 20 dias de 20 dias de
disciplinar ou exclusão a bem da
cabos e soldados da licenciamento a bem da disciplina detenção detenção detenção detenção
licenciamento disciplina (2)
ativa (1) disciplinar disciplinar disciplinar disciplinar
a bem da
disciplina (1)

Aspirantes-a-oficial
30 dias de
e subtenentes da
30 dias de prisão disciplinar (3) - prisão - - -
Res Rem ou
disciplinar (3)
reformados

Sargentos, taifeiros,
30 dias de
cabos e soldados da
30 dias de prisão disciplinar (3) - prisão - - -
Res Rem ou
disciplinar (3)
reformados

Cadetes e alunos da - Exclusão a bem


EsPCEx da disciplina (2)
30 dias de licenciamento 25 dias de 20 dias de 8 dias de
licenciamento a bem da disciplina detenção a bem da detenção detenção detenção
Alunos de órgão de disciplinar disciplina disciplinar disciplinar disciplinar - Punições
formação de estabelecidas nos
sargentos regulamentos
específicos das
Alunos de órgão de organizações a que
formação de oficial pertencem
da reserva 30 dias de licenciamento 25 dias de
licenciamento a bem da disciplina detenção a bem da detenção repreensão
Alunos de órgão de disciplinar disciplina disciplinar
formação de
reservistas

OBSERVAÇÕES: (1) Conforme possuam ou não estabilidade assegurada


(2) De acordo com a legislação concernente a conselho de disciplina
o
(3) Autoridades estabelecidas no § 1 do art. 10 deste Regulamento
TÍTULO 3 – POSTOS E GRADUAÇÕES

2.3.1. POSTOS E GRADUAÇÕES

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 53/156)


Quadro de Postos e Graduações das Forças Armadas

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 54/156)


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 55/156)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 56/156)
UNIDADE DIDÁTICA 3 - FUNÇÕES DO SARGENTO NO CORPO DE TROPA

TÍTULO 3.1 - AUXILIAR DO OFICIAL DE COMBATE À INCÊNDIO

3.1.1. GENERALIDADES
(Norma Técnica 02/2014 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio)

3.1.1.2 DEFINIÇÕES

Os objetivos da prevenção são:


a) Proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de
incêndio;
b) Dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao
patrimônio;
c) Proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;
d) Dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros; e
e) Proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de risco.

Esses objetivos são alcançados pelo:


a) Controle da natureza e da quantidade dos materiais combustíveis constituintes e
contidos no edifício;
b) Dimensionamento da compartimentação interna, da resistência ao fogo de seus
elementos e do distanciamento entre edifícios;
c) Dimensionamento da proteção e da resistência ao fogo da estrutura do edifício;
d) Dimensionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndio e/ou dos
sistemas de chuveiros automáticos de extinção de incêndio e/ou dos equipamentos
manuais para combate;
e) Dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do
movimento da fumaça;
f) Controle das fontes de ignição e riscos de incêndio;
g) Acesso aos equipamentos de combate a incêndio;
h) Treinamento do pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e
coordenar o abandono seguro da população de um edifício;
i) Gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra incêndio instalado;
j) Controle dos danos ao meio ambiente decorrentes de um incêndio.

3.1.1.2 CONCEITOS GERAIS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

3.1.1.2.1 Propagação de fogo, fumaça e gases quentes no interior das


edificações

O fogo pode ser definido como um fenômeno físicoquímico em que ocorre uma reação de
oxidação, emitindo luz e calor.
Devem coexistir quatro componentes para que ocorra o fenômeno do fogo:
1) Combustível;
2) Comburente (oxigênio);
3) Calor;
4) Reação em cadeia.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 57/156)


Figura 1 – Tetraedro do fogo

Figura 2 – Mecanismo de extinção do fogo

Os meios de extinção se utilizam deste princípio, pois agem através da inibição de


um dos componentes para apagar um incêndio.
O combustível pode ser definido como qualquer substância capaz de produzir calor
por meio da reação química.
O comburente é a substância que alimenta a reação química, sendo mais comum o
oxigênio. O calor pode ser definido como uma forma de energia que se transfere de um
sistema para outro em virtude de uma diferença de temperatura. Ele se distingue das
outras formas de energia porque, como o trabalho, só se manifesta num processo de
transformação.
Podemos ainda definir incêndio como sendo o fogo indesejável, qualquer que seja
sua dimensão.
Como foi dito, o comburente é o oxigênio do ar e sua composição porcentual no ar
seco é de 20,99%. Os demais componentes são o nitrogênio, com 78,03%, e outros gases
(CO2, Ar, H2, He, Ne, Kr), com 0,98%.
O calor, por sua vez, pode ter como fonte a energia elétrica, o cigarro aceso, os
queimadores a gás, a fricção ou mesmo a concentração da luz solar através de uma lente.
O fogo se manifesta diferentemente em função da composição química do material.
De outra maneira, um mesmo material pode queimar de modo diferente em função da sua
superfície específica, das condições de exposição ao calor, da oxigenação e da umidade
contida.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 58/156)
A maioria dos sólidos combustíveis possui um mecanismo sequencial para sua
ignição. O sólido precisa ser aquecido, quando então desenvolve vapores combustíveis
que se misturam com o oxigênio, formando a mistura inflamável (explosiva), à qual igniza-
se na presença de uma pequena chama (ou mesmo fagulha ou centelha) ou em contato
com uma superfície aquecida acima de 500°C, dando origem à chama na superfície do
sólido, que fornece mais calor, aquecendo mais materiais e assim sucessivamente.
Alguns sólidos pirofóricos (sódio, fósforo, magnésio etc.) não se comportam
conforme o mecanismo acima descrito.
Os líquidos inflamáveis e combustíveis possuem mecanismos semelhantes, ou seja,
o líquido, ao ser aquecido, vaporiza-se e o vapor se mistura com o oxigênio, formando a
“mistura inflamável” (explosiva) que ignizam-se na presença de uma pequena chama (ou
mesmo fagulha ou centelha), ou em contato com superfícies aquecidas acima de 500°C,
dando origem à chama na superfície do líquido, que aumenta a vaporização e a chama. A
quantidade de chama fica limitada à capacidade de vaporização do líquido.
Os líquidos são classificados pelo seu ponto de fulgor, ou seja, pela menor
temperatura na qual liberam uma quantidade de vapor que, ao contato com uma chama,
produzem um lampejo (uma queima instantânea).
Entretanto, existe outra classe de líquidos, denominados instáveis ou reativos, cuja
característica é de se polimerizar, decompor, condensar violentamente ou ainda de se
tornar auto-reativo sob condições de choque, pressão ou temperatura, podendo
desenvolver grande quantidade de calor.
A mistura inflamável vapor-ar (gás-ar) possui uma faixa ideal de concentração para
se tornar inflamável ou explosiva, e os limites dessa faixa são denominados limite inferior
de inflamabilidade e limite superior de inflamabilidade, expressos em porcentagem ou
volume. Estando a mistura fora desses limites, não ocorrerá a ignição.
Os materiais sólidos não queimam através de mecanismos tão precisos e
característicos como os dos líquidos e gases.
Nos materiais sólidos, a área específica é um fator importante para determinar sua
razão de queima, ou seja, a quantidade do material queimado na unidade de tempo, que
está associado à quantidade de calor gerado e, portanto, à elevação da temperatura do
ambiente. Um material sólido com igual massa e com área específica diferente, como
exemplo de 1 m² e 10 m², queima em tempos inversamente proporcionais; contudo, libera
a mesma quantidade de calor. No entanto, a temperatura atingida no segundo caso será
bem maior.
Por outro lado, não se pode afirmar que isso é sempre verdade. No caso da
madeira, observa-se que, quando apresentada em forma de serragem, ou seja, com áreas
específicas grandes, não se queima com grande rapidez.
Comparativamente, a madeira em forma de pó pode formar uma mistura explosiva
com o ar, comportando-se, desta maneira, como um gás que possui velocidade de queima
muito grande.
No mecanismo de queima dos materiais sólidos temos a oxigenação como outro
fator de grande importância.
Quando a concentração em volume de oxigênio no ambiente cai para valores abaixo
de 14%, a maioria dos materiais combustíveis existentes no local não mantém a chama na
sua superfície.

3.1.1.2.2 Evolução de um incêndio

A evolução do incêndio em um local pode ser representada por um ciclo com três
fases características:
1) Fase inicial de elevação progressiva da temperatura (ignição);
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 59/156)
2) Fase de aquecimento;
3) Fase de resfriamento e extinção;

Figura 3 – Curva temperatura tempo de um incêndio

A primeira fase inicia-se como ponto de inflamação inicial e caracteriza-se por


grandes variações de temperatura de ponto a ponto, ocasionadas pela inflamação
sucessiva dos objetos existentes no recinto, de acordo com a alimentação de ar.
Normalmente os materiais combustíveis (materiais passíveis de se ignizarem) e
uma variedade de fontes de calor coexistem no interior de uma
edificação.
A manipulação acidental destes elementos é, potencialmente, capaz de criar uma
situação de perigo.
Dessa maneira, os focos de incêndio originam-se em locais em que fonte de calor e
materiais combustíveis são encontrados juntos, de tal forma que, ocorrendo a
decomposição do material pelo calor, são desprendidos gases que podem se inflamar.
Considerando-se que diferentes materiais combustíveis necessitam receber
diferentes níveis de energia térmica para que ocorra a ignição, é necessário que as perdas
de calor sejam menores que a soma de calor proveniente da fonte externa e do calor
gerado no processo de combustão.
Neste sentido, se a fonte de calor for pequena, ou a massa do material a ser
ignizado for grande, ou ainda sua temperatura de ignição for muito alta, somente irão
ocorrer danos locais sem a evolução do incêndio.
Se a ignição definitiva for alcançada, o material continuará a queimar
desenvolvendo calor e produtos de decomposição. A temperatura subirá
progressivamente, acarretando a acumulação de fumaça e outros gases e vapores junto ao
teto.
Há, neste caso, a possibilidade de o material envolvido queimar totalmente sem
proporcionar o envolvimento do resto dos materiais contidos no ambiente ou dos materiais
constituintes dos elementos da edificação. De outro modo, se houver
caminhos para a propagação do fogo, através de convecção ou radiação, em direção aos
materiais presentes nas proximidades, ocorrerá simultaneamente a elevação da
temperatura do recinto e o desenvolvimento de fumaça e gases inflamáveis.
Nesta fase, pode haver comprometimento da estabilidade da edificação devido à
elevação da temperatura nos elementos estruturais.
Com a evolução do incêndio e a oxigenação do ambiente, através de portas e
janelas, o incêndio ganhará ímpeto; os materiais passarão a ser aquecidos por convecção
e radiação, acarretando um momento denominado de “inflamação generalizada –
flashover”, que se caracteriza pelo envolvimento total do ambiente pelo fogo e pela
emissão de gases inflamáveis através de portas e janelas, que se queimam no exterior do
edifício.
Neste momento torna-se impossível a sobrevivência no interior do ambiente.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 60/156)
O tempo gasto para o incêndio alcançar o ponto de inflamação generalizada é
relativamente curto e depende, essencialmente, dos revestimentos e acabamentos
utilizados no ambiente de origem, embora as circunstâncias em que o fogo comece a se
desenvolver exerçam grande influência.

Figura 4 – Fase anterior ao flashover – grande desenvolvimento de fumaça e gases, acumulando-se no


nível do teto

A possibilidade de um foco de incêndio extinguir ou evoluir para um grande incêndio


depende basicamente dos seguintes fatores:
1) Quantidade, volume e espaçamento dos materiais combustíveis no local;
2) Tamanho e situação das fontes de combustão;
3) Área e locação das janelas;
4) Velocidade e direção do vento;
5) Forma e dimensão do local.
Pela radiação emitida por forros e paredes, os materiais combustíveis que ainda não
queimaram são pré-aquecidos à temperatura próxima da sua temperatura de ignição. As
chamas são bem visíveis no local.
Se estes fatores criarem condições favoráveis ao crescimento do fogo, a inflamação
generalizada irá correr e todo o compartimento será envolvido pelo fogo.
A partir disso, o incêndio irá se propagar para outros compartimentos da edificação,
seja por convecção de gases quentes no interior da casa ou através do exterior, na medida
em que as chamas que saem pelas aberturas (portas e janelas) transferem fogo para o
pavimento superior, quando este existir, principalmente através das janelas superiores.
A fumaça, que já na fase anterior à inflamação generalizada pode ter-se espalhado
no interior da edificação, se intensifica e se movimenta perigosamente no sentido
ascendente, estabelecendo, em instantes, condições críticas para a sobrevivência na
edificação.
Caso a proximidade entre as fachadas da edificação incendiada e as adjacentes
possibilitem a incidência de intensidade crítica de radiação, o incêndio poderá se propagar
(por radiação) para outras habitações, configurando uma conflagração.
A proximidade ainda maior entre habitações pode estabelecer uma situação ainda
mais crítica para a ocorrência da conflagração na medida em que o incêndio se alastrar
muito rapidamente por contato direto das chamas entre as fachadas.
No caso de habitações agrupadas em bloco, a propagação do incêndio entre
unidades poderá se dar por condução de calor via paredes e forros, por destruição destas
barreiras, ou ainda através da convecção de gases quentes que venham a penetrar por
aberturas existentes.
Com o consumo do combustível existente no local ou decorrente da falta de
oxigênio, o fogo pode diminuir de intensidade, entrando na fase de resfriamento e
consequente extinção.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 61/156)


3.1.1.2.3 Formas de propagação de incêndio

O calor e o incêndio se propagam por três maneiras fundamentais:


1) Por condução, ou seja, através de um material sólido de uma região de
temperatura elevada em direção a outra região de baixa temperatura;
2) Por convecção, ou seja, por meio de um fluido líquido ou gás, entre dois corpos
submersos no fluido, ou entre um corpo e o fluido;
3) Por radiação, ou seja, por meio de um gás ou do vácuo, na forma de energia
radiante.
Num incêndio, as três formas geralmente são concomitantes, embora em
determinado momento uma delas seja predominante.

3.1.1.2.4 A influência do conteúdo combustível (carga de incêndio)

O desenvolvimento e a duração de um incêndio são influenciados pela quantidade


de combustível a queimar.

Figura 5 – Propagação por condução (contato direto das chamas)

Figura 6 – Propagação por convecção, em que gases quentes fazem com que ocorram focos de
incêndio em andares distintos

Figura 7 – Radiação de calor de um edifício para outro

Através do combustível, a duração decorre dividindo-se a sua quantidade pela taxa


ou velocidade de combustão.
Portanto, pode-se definir um parâmetro que exprime o poder calorífico médio da
massa de materiais combustíveis por unidade de área de um local, que se denomina carga
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 62/156)
de incêndio específica (ou térmico) unitário e corresponde à carga de incêndio específica
(fire load density).

Figura 8 – Material de acabamento interno e móveis de um escritório

Na carga de incêndio estão incluídos os componentes de construção, tais como


revestimentos de piso, forro, paredes, divisórias etc. (denominada carga de incêndio
incorporada), além de todo o material depositado na edificação, tais como peças de
mobiliário, elementos de decoração, livros, papéis, peças de vestiário e materiais de
consumo (denominada carga de incêndio temporal).

3.1.1.2.5 A influência da ventilação

Durante um incêndio, o calor emana gases dos materiais combustíveis, que podem
ser mais ou menos densos que o ar, em decorrência da variação de temperatura interna e
externa da edificação.
Essa diferença de temperatura provoca um movimento ascensional dos gases que
são paulatinamente substituídos pelo ar que adentra a edificação por meio das janelas e
portas. A partir disso ocorre uma constante troca entre o ambiente interno e externo, com a
saída dos gases quentes e fumaça e a entrada de ar.
Em um incêndio ocorrem dois casos típicos, que estão relacionados com a
ventilação e com a quantidade de combustível em chama. No primeiro caso, no qual a
vazão de ar que adentra ao interior da edificação incendiada for superior à necessidade da
combustão dos materiais, temos um fogo aberto, aproximando-se a uma queima de
combustível ao ar livre, cuja característica será de uma combustão rápida.
No segundo caso, no qual a entrada de ar é controlada, ou deficiente em
decorrência de pequenas aberturas externas, temos um incêndio com duração mais
demorada, cuja queima é controlada pela quantidade de combustível, ou seja, pela carga
incêndio, na qual a estrutura da edificação estará sujeita a temperaturas elevadas por um
tempo maior de exposição, até que ocorra a queima total do conteúdo do edifício.
Em resumo, a taxa de combustão de um incêndio pode ser determinada pela
velocidade do suprimento de ar, estando implicitamente relacionada com a quantidade de
combustível e sua disposição da área do ambiente em chamas e das dimensões das
aberturas. Deste conceito decorre a importância da forma e quantidade de aberturas em
uma fachada.

3.1.1.2.6 Mecanismos de movimentação dos gases quentes

Quando se tem um foco de fogo num ambiente fechado, como exemplo em uma
sala, o calor destila gases combustíveis do material e ainda há a formação de outros gases
devido à combustão dos gases destilados.
Esses gases podem ser mais ou menos densos de acordo com a sua temperatura,
à qual é sempre maior do que a do ambiente e, portanto, possuem uma força de flutuação
com movimento ascensional bem maior que o movimento horizontal.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 63/156)
Os gases quentes vão-se acumulando junto ao forro e se espalhando por toda a
camada superior do ambiente, penetrando nas aberturas existentes no local.
Os gases quentes, assim como a fumaça, gerados por uma fonte de calor (material
em combustão), fluem no sentido ascendente com formato de cone invertido. Esta figura é
denominada "plume".

Figura 10 – Processo de formação de gases e fluxo básico do ar

De acordo com a quantidade de materiais combustíveis, de sua disposição, área e


volume do local e das dimensões das aberturas, a taxa de queima pode ser determinada
pela velocidade de suprimento do ar.
Entretanto, quando a vazão do ar for superior às necessidades da combustão, então
a taxa de queima não será mais controlada por este mecanismo, aproximando-se, neste
caso, à combustão do material ao ar livre.
No incêndio, devido ao alto nível de energia em que ficam expostos, os materiais
destilam gases combustíveis que não queimam no ambiente por falta de oxigênio. Estes
gases superaquecidos que saem pelas aberturas com temperaturas muito superiores às de
sua auto-ignição, encontram o oxigênio do ar externo ao ambiente e se ignizam formando
grandes labaredas.
As chamas assim formadas são as responsáveis pela rápida propagação vertical
nos atuais edifícios que não possuem sistemas de evitá-las.

3.1.1.2.7 A fumaça (Efeitos da fumaça)

Associadas ao incêndio e acompanhando o fenômeno da combustão, em geral


aparecem quatro causas determinantes de uma situação perigosa:
1) Calor;
2) Chamas;
3) Fumaça;
4) Insuficiência de oxigênio.
Do ponto de vista da segurança das pessoas, entre os quatro fatores considerados,
a fumaça é, sem dúvida, a causa de danos mais graves e, portanto, deve ser o fator mais
importante a ser considerado.
A fumaça pode ser definida como uma mistura complexa de sólidos em suspensão,
vapores e gases, desenvolvida quando um material sofre o processo de pirólise
(decomposição por efeito do calor) ou combustão.
Os componentes desta mistura, associados ou não, influem diferentemente sobre as
pessoas, ocasionando os seguintes efeitos:
1) Diminuição da visibilidade devido à atenuação luminosa do local;
2) Lacrimejamento e irritações dos olhos;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 64/156)


3) Modificação de atividade orgânica pela aceleração da respiração e batidas
cardíacas;
4) Vômitos e tosse:
5) Medo;
6) Desorientação;
7) Intoxicação e asfixia.
A redução da visibilidade do local impede a locomoção das pessoas, fazendo com
que fiquem expostas por tempo maior aos gases e vapores tóxicos. Estes, por sua vez,
causam a morte se estiverem presentes em quantidade suficiente e se as pessoas ficarem
expostas durante o tempo que acarreta esta ação. Por isso a importância de se entender o
comportamento da fumaça em uma edificação.
A propagação da fumaça está diretamente relacionada com a taxa de elevação da
temperatura. Portanto, a fumaça desprendida por qualquer material, desde que exposta à
mesma taxa de elevação da temperatura, gerará igual propagação.
Se conseguirmos determinar os valores de densidade ótica da fumaça e da
toxicidade na saída de um ambiente sinistrado, poderemos estudar o movimento do fluxo
de ar quente e, dessa forma, será possível determinar o tempo e a área do edifício que se
tornará perigosa devido à propagação da fumaça.
Dessa maneira, se conseguirmos determinar o valor de Q e se utilizarmos as
características do "plume" (V, g, Q, y, Cp, T), prognosticando a formação da camada de
fumaça dentro do ambiente, será possível calcular o tempo em que este ambiente se
tornará perigoso. De outro modo, se o volume V de fumaça se propagar em pouco tempo
por toda a extensão do forro e se fizermos com que Q seja uma função de tempo, o cálculo
do valor de Z pode ser obtido em função do tempo, e esta equação diferencial pode ser
resolvida. Isto permitirá determinar o tempo necessário para evacuar o ambiente, antes
que a fumaça atinja a altura de um homem.
A movimentação da fumaça através de corredores e escadas dependerá
principalmente das aberturas existentes e da velocidade do ar nestes locais. Entretanto, se
o mecanismo de locomoção for considerado em relação às características do "plume",
pode-se estabelecer uma correlação com o fluxo de água. Em casos em que exista um
exaustor de seção quadrada menor que a largura do corredor; e se a fumaça vier fluindo
em sua direção, parte desta fumaça será exaurida e grande parte passará direta e
continuará fluindo para o outro lado. No entanto, se o fluxo de fumaça exaurir-se através de
uma abertura que possua largura igual à do corredor, a fumaça será retirada totalmente.
Foi verificado que quanto mais a fumaça se alastrar, menor será a espessura de sua
camada, e que a velocidade de propagação de fumaça na direção horizontal, no caso dos
corredores, está em torno de 1 m/s e, na direção vertical, no caso das escadas, está entre
2 m/s e 3 m/s.

3.1.1.3 INSTALAÇÕES PREVENTIVAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

3.1.1.3.1 Sinalização
A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes do
edifício, relativamente a questões associadas aos incêndios, assume dois objetivos:
1) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;
2) Indicar as ações apropriadas em caso de incêndio.

O primeiro objetivo tem caráter preventivo e assume as funções de:


1) Alertar para os riscos potenciais;
2) Requerer ações que contribuam para a segurança contra incêndio;
3) Proibir ações capazes de afetar a segurança contra incêndio.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 65/156)
O segundo objetivo tem caráter de proteção, e assume as funções de:
1) Indicar a localização dos equipamentos de combate;
2) Orientar as ações de combate;
3) Indicar as rotas de fuga e os caminhos a serem seguidos.

A sinalização de emergência deve ser dividida de acordo com suas funções em seis
categorias:
1) Sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com potencial
de risco;
2) Sinalização de comando, cuja função é requerer ações que proporcionem
condições adequadas para a utilização das rotas de fuga;
3) Sinalização de proibição, cuja função é proibir ações capazes de conduzir ao
início do incêndio;
4) Sinalização de condições de orientação e salvamento, cuja função é indicar as
rotas de saída e ações necessárias para o seu acesso;
5) Sinalização dos equipamentos de combate, cuja função é indicar a localização e
os tipos dos equipamentos de combate.

Figura 38 – Sinalização de extintores

3.1.1.3.2 Meios de Combate a Incêndio

a) Extintores portáteis e Extintores sobre rodas (carretas)

O extintor portátil é um aparelho manual, constituído de recipiente e acessório,


contendo o agente extintor destinado a combater princípios de incêndio.
O extintor sobre rodas (carreta) também é constituído em um único recipiente com
agente extintor para extinção do fogo, porém com capacidade de agente extintor em maior
quantidade.
As previsões destes equipamentos nas edificações decorrem da necessidade de se
efetuar o combate ao incêndio imediato, após a sua detecção em sua origem, enquanto
são pequenos focos.
Esses equipamentos primam pela facilidade de manuseio, de forma a serem
utilizados por homens e mulheres, contando unicamente com um treinamento básico.
Além disso, os preparativos necessários para o seu manuseio não consomem um
tempo significativo e, consequentemente, não inviabilizam sua eficácia em função do
crescimento do incêndio.
Os extintores portáteis e sobre rodas podem ser divididos em cinco tipos, de acordo
com o agente extintor que utilizam:
1) Água;
2) Espuma mecânica;
3) Pó químico seco;
4) Dióxido de carbono;
5) Halon.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 66/156)
Esses agentes extintores se destinam a extinção de incêndios de diferentes
naturezas.
A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre rodas devem ser
dimensionados para cada ocupação em função:
1) Da área a ser protegida;
2) Das distâncias a serem percorridas para alcançar o extintor;
3) Os riscos a proteger (decorrente de variável “natureza da atividade desenvolvida
ou equipamento a proteger”).
Os riscos especiais, como casa de medidores, cabinas de força e depósitos de
gases inflamáveis, devem ser protegidos por extintores, independentemente de outros que
cubram a área em que se encontram os demais riscos.
Os extintores portáteis devem ser instalados de tal forma que sua parte superior não
ultrapasse a 1,60 m de altura em relação ao piso acabado, e a parte inferior fique acima de
0,20 m (podem ficar apoiados em suportes apropriados sobre o piso); Deverão ser
previstas no mínimo duas unidades extintoras, sendo destinadas para proteção de incêndio
em sólidos e equipamentos elétricos energizados, independentemente da área, do risco a
proteger e da distância a percorrer.
Os parâmetros acima descritos são definidos de acordo com o risco de incêndio do
local.
Quanto aos extintores sobre rodas, estes podem substituir até a metade da
capacidade dos extintores em um pavimento, não podendo, porém, ser previstos como
proteção única para uma edificação ou pavimento.
Tanto os extintores portáteis como os extintores sobre rodas devem possuir selo ou
marca de conformidade de órgão competente ou credenciado, e ser submetidos a
inspeções e manutenções frequentes.

Figura 39 – Detalhe de instalação de extintores em áreas sujeitas à obstrução

b) Sistema de hidrantes

É um sistema de proteção ativa, destinado a conduzir e distribuir tomadas de água,


com determinada pressão e vazão em uma edificação, assegurando seu funcionamento
por determinado tempo. Sua finalidade é proporcionar aos ocupantes de uma edificação
um meio de combate para os princípios de incêndio no qual os extintores manuais se
tornam insuficientes.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 67/156)


Figura 40 – Hidrante

c) Sistema de mangotinhos

Um outro sistema que pode ser adotado no lugar dos tradicionais hidrantes internos
são os mangotinhos.
Os mangotinhos apresentam a grande vantagem de poder serem operados de
maneira rápida por uma única pessoa. Devido a vazões baixas de consumo, seu operador
pode contar com grande autonomia do sistema.
Por estes motivos, os mangotinhos são recomendados pelos bombeiros,
principalmente nos locais em que o manuseio do sistema é executado por pessoas não-
habilitadas (Ex.: uma dona de casa em um edifício residencial).
O dimensionamento do sistema de mangotinhos é idêntico ao sistema de hidrantes.

Figura 44 – Sistema de mangotinhos

d) Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”)

O sistema de chuveiros automáticos é composto por um suprimento d’água em uma


rede hidráulica sob pressão, em que são instalados, em diversos pontos estratégicos,
dispositivos de aspersão d’água (chuveiros automáticos), contendo um elemento termo-
sensível que se rompe por ação do calor proveniente do foco de incêndio, permitindo a
descarga d’água sobre os materiais em chamas.
O sistema de chuveiros automáticos possui grande confiabilidade para extinção a
incêndios, e se destina a proteger diversos tipos de edifícios.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 68/156)
Figura 45 – Chuveiro automático

Deve ser utilizado em situações:


1) Quando a evacuação rápida e total do edifício é impraticável e o combate ao
incêndio é difícil;
2) Quando se deseja projetar edifícios com pavimentos com grandes áreas sem
compartimentação.
Pode-se dizer que, via de regra, o sistema de chuveiros automáticos é a medida de
proteção contra incêndio mais eficaz quando à água for o agente extintor mais adequado.
De sua performance, espera-se que:
1) Atue com rapidez;
2) Extinga o incêndio em seu início;
3) Controle o incêndio no seu ambiente de origem, permitindo aos bombeiros a
extinção do incêndio com relativa facilidade.

e) Sistema de espuma mecânica

A espuma mecânica é amplamente aplicada para combate em incêndio em líquidos


combustíveis e inflamáveis.
O tipo da espuma, forma e componentes para sua aplicação estão detalhados a
seguir.

f) A espuma

A espuma destinada à extinção do incêndio é um agregado estável de bolhas, que


tem a propriedade de cobrir e aderir aos líquidos combustíveis e inflamáveis, formando
uma camada resistente e contínua que isola o ar e impede a saída para a atmosfera os
vapores voláteis desses líquidos.
Sua atuação se baseia na criação de uma capa de cobertura sobre a superfície livre
dos líquidos, com a finalidade de:
1) Separar combustível e comburente;
2) Impedir e reduzir a liberação de vapores inflamáveis;
3) Separar as chamas da superfície dos combustíveis;
4) Esfriar o combustível e superfícies adjacentes.

g) Sistema fixo de CO2

O sistema fixo de baterias de cilindros de CO² consiste de tubulações, válvulas,


difusores, rede de detecção, sinalização, alarme, painel de comando e acessórios,
destinados a extinguir o incêndio por abafamento, através da descarga do agente extintor.
Seu emprego visa a proteção de locais em que o emprego de água é
desaconselhável, ou locais cujo valor agregado dos objetos e equipamentos é elevado nos

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 69/156)


quais a extinção por outro agente causará a depreciação do bem pela deposição de
resíduos.
Normalmente é recomendado nos locais em que se busca economia e limpeza, e
naqueles em que o custo agente/instalação é inferior do que outro agente extintor
empregado.
Possui uma efetiva extinção em:
1) Fogos de classes “B” e “C” (líquidos inflamáveis e gases combustíveis, e equipamentos
elétricos energizados de alta tensão), em:
a) Recintos fechados, por inundação total, em que o sistema extingue pelo
abafamento, baixando-se a concentração de oxigênio do local necessária para a
combustão, criando uma atmosfera inerte;
b) Recintos abertos, mediante aplicação local sob determinada área.
2) Fogos de Classe “A” (combustíveis sólidos):
a) Decorrente de seu efeito de resfriamento nos incêndio em sólidos, em que o fogo
é pouco profundo e o calor gerado é baixo;
b) Nos usos de inundação total, aliados a uma detecção prévia, a fim de evitar a
formação de brasas profundas;
c) Nos usos de aplicação local, leva-se em conta o tipo e disposição do combustível,
uma vez que a descarga do CO² impedirá a extinção nas regiões não acessíveis
diretamente pelo sistema.
O sistema não é capaz de extinguir:
1) Fogos em combustíveis (não-pirofóricos), que não precisam de oxigênio para a
sua combustão, pois permitem uma combustão anaeróbia;
2) Fogos em combustíveis de classe “D” (materiais pirofóricos);
Os tipos de sistema são:
1) Inundação total, em que a descarga de CO² é projetada para uma concentração
em todo o volume do risco a proteger;
2) Aplicação local, em que o CO2 é projetado sobre elementos a proteger não
confinados;
3) Modulares, que consiste em um pequeno sistema de inundação total instalado no
interior dos compartimentos dos equipamentos a proteger.

h) Brigada de incêndio
O dimensionamento da Brigada de Incêndio deve atender às especificações
contidas nas instruções adotadas pelo Corpo de Bombeiros, por meio de Norma Técnica.
A população do edifício deve estar preparada para enfrentar uma situação de
incêndio, quer seja adotando as primeiras providências no sentido de controlar o incêndio,
quer seja abandonando o edifício de maneira rápida e ordenada.
Para isso ser possível, é necessário como primeiro passo a elaboração de planos
para enfrentar a situação de emergência que estabeleçam em função dos fatores
determinantes de risco de incêndio, as ações a serem adotadas e os recursos materiais e
humanos necessários. A formação de uma equipe com este fim específico é um aspecto
importante deste plano, pois permitirá a execução adequada do plano de emergência.
Essas equipes podem ser divididas em duas categorias, decorrente da função a
exercer:
1) Equipes destinadas a propiciar o abandono seguro do edifício em caso de
incêndio.
2) Equipe destinada a propiciar o combate aos princípios de incêndio na edificação.
Em um edifício podemos encontrar uma equipe distinta para cada função, ou que as
exerça simultaneamente.
Tais planos devem incluir a provisão de quadros sinóticos em distintos setores do
edifício (aqueles que apresentem parcela significativa da população flutuante, como em
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 70/156)
hotéis) que indiquem a localização das saídas, do quadro sinótico com o texto "você está
aqui" e a dos equipamentos de combate manual no setor.
Por último deve-se promover o treinamento periódico dos brigadistas e de toda a
população do edifício.

i) Planta de Risco

É fundamental evitar qualquer perda de tempo quando os bombeiros chegam ao


edifício em que ocorrer o incêndio. Para isto, é necessário existir em todas as entradas do
edifício (cujo porte pode incidir em dificuldades nas ações dos bombeiros) informações
úteis ao combate, fáceis de entender, e que localizam por meio de plantas os seguintes
aspectos:
1) Ruas de acesso;
2) Saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência;
3) Válvulas de controle de gás e outros combustíveis;
4) Chaves de controle elétrico;
5) Localização de produtos químicos perigosos;
6) Reservatórios de gases liquefeitos, comprimidos e de produtos perigosos.
7) Registros e portas corta-fogo, que fecham automaticamente em caso de
incêndios e botoeiras para acionamento manual destes dispositivos;
8) Pontos de saídas de fumaça;
9) Janelas que podem ser abertas em edifícios selados;
10) Painéis de sinalização e alarme de incêndio;
11) Casa de bombas do sistema de hidrantes e de chuveiros automáticos;
12) Extintores etc;
13) Sistema de ventilação e localização das chaves de controle;
14) Sistemas de chuveiros automáticos e respectivas válvulas de controle;
15) Hidrantes internos e externos e hidrantes de recalque e respectivas válvulas de
controle.

TÍTULO 3.2 - SARGENTO AUXILIAR DE MUNIÇÕES, EXPLOSIVOS E MANUTENÇÃO


DE ARMAMENTO

3.2.1 AUXILIAR DO OFICIAL DE MUNIÇÕES EXPLOSIVOS E MANUTENÇÃO DE


ARMAMENTO
(FONTE: Regulamento Interno e dos Serviços Gerais)

Seção XXVII
Do Sargento Auxiliar de Munições, Explosivos e Manutenção de Armamento

Art. 88. O Sgt Aux Mun Expl Mnt Armt, pertencente à 4ª seção do EM da unidade, é o
principal auxiliar do O Mun Expl Mnt Armt, cabendo-lhe as seguintes tarefas:
I - manter-se atualizado com relação aos manuais técnicos em vigor e às
orientações da RM;
II - colaborar, como monitor, nas instruções de manutenção de armamento,
instrumentos óticos e manuseio de munição e explosivo;
III - controlar, diariamente, a temperatura e a umidade dos paióis ou depósitos,
elaborando os mapas termo-higrométricos;
IV - orientar a manutenção de 2º escalão do armamento da unidade e o emprego do
ferramental, suprimento e pessoal especializado;
V - realizar, quando determinado, a remoção e a destruição dos engenhos falhados
nos campos de instrução;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 71/156)
VI - manter organizados e atualizados os arquivos de documentos referentes a
armamento, munição e explosivo;
VII - realizar a armazenagem do suprimento Classe V, de forma a permitir a
utilização prioritária dos lotes mais antigos;
VIII - adotar as medidas de segurança que se fizerem necessárias, quanto a
reservas, paióis ou depósitos e ao manuseio por parte do pessoal autorizado;
IX - organizar mostruários e meios auxiliares de suprimento Classe V para serem
utilizados na instrução da unidade;
X - destruir, quando determinado, os elementos da munição e do explosivo
condenados em prova de exame;
XI - auxiliar o O Mun Expl Mnt Armt nos exames e averiguações, nas sindicâncias e
nos pareceres, bem como nas inspeções mensais do estado da munição e do explosivo;
XII - manter o controle físico e do estado de conservação da munição e do explosivo
da unidade, organizando e mantendo em dia um fichário do movimento desse suprimento
por lotes de fabricação e elemento de munição ou explosivo;
XIII - fiscalizar a área do paiol, no tocante à limpeza e conservação;
XIV - entregar, mediante recibo, a munição e/ou o explosivo, necessários à
instrução, ao adestramento, ao emprego da unidade ou subunidade ou por motivos
administrativos, por determinação e sob a supervisão do O Mun Expl Mnt Armt;
XV - receber e conferir a munição e/ou explosivo que tenha que dar entrada no
paiol, inclusive nos dias e horários sem expediente;
XVI - preparar o paiol para receber visitas ou inspeções, conforme orientação do O
Mun Expl Mnt Armt;
XVII - rubricar/assinar todos os documentos que lhe forem confiados elaborar, salvo
ordem em contrário;
XVIII - controlar o pessoal auxiliar, necessário aos trabalhos no paiol; e
XIX - confeccionar, em modelo próprio, o mapa diário de munição e explosivo,
assinando-o e entregando-o ao O Mun Expl Mnt Armt, para que seja enviado ao SCmt U e
permitir a liberação da tropa ao final do expediente.
Art. 89. A critério do Cmt U, o Sgt Aux Mun Expl Mnt Armt não concorre aos serviços
externos à OM, para melhor cumprir suas tarefas.

TÍTULO 3.3 – FURRIEL DA SU

3.3 FURRIEL DA SU
(FONTE: Regulamento Interno e dos Serviços Gerais)

Art. 121. O furriel é o encarregado das atividades relativas ao pagamento do


pessoal e ao arraçoamento da SU.
Art. 122. Ao furriel incumbe:
I - auxiliar no preparo da documentação referente aos vencimentos das praças da
SU, baseando-se nas alterações fornecidas pelo Sgte, já publicadas em BI;
II - organizar e assinar, diariamente, os vales de ração das praças e os de forragem
dos animais da SU, remetendo-os após a aposição do visto pelo Cmt SU;
III - executar os trabalhos de escrituração que lhe forem atribuídos, rubricando-os ou
assinando-os, salvo ordem em contrário; e
IV - manter-se em condições de prestar quaisquer informações relativas ao
pagamento do pessoal da SU.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 72/156)


TÍTULO 3.4 – AUXILIAR DO OFICIAL DE TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

3.4.1 AUXILIAR DO OFICIAL DE TREINAMENTO FÍSICO


(FONTE: EB20-MC-10.350)

Oficial de Treinamento Físico Militar (OTFM)


a) Planejar, organizar e supervisionar o TFM da OM, garantindo a correta execução
da atividade física planejada, realizando o seu treinamento físico individual em horário
alternativo, se necessário.
b) Adequar, se for o caso, o programa anual de TFM às particularidades de sua OM.
c) Elaborar, em conjunto com o médico, os programas de desenvolvimento de
padrões para os militares com índice não suficiente, nos casos em que não seja
possível a execução do programa anual de TFM.
d) Avaliar se a carga de trabalho físico está adequada à aptidão física dos militares.
e) Acompanhar o TFM dos militares com índice não suficiente, em conjunto com o
médico.
f) Elaborar o relatório de avaliação do desempenho físico da OM.
g) Compor a comissão de aplicação do TAF.
h) Compor a comissão de planejamento do TFM alternativo, se para isso for
habilitado.
i) Planejar e dirigir as competições desportivas no âmbito da OM.
j) Planejar, organizar e supervisionar o treinamento das equipes desportivas da OM.
k) Ministrar instruções sobre treinamento físico.
l) Organizar e dirigir atividades desportivas de caráter recreativo com a participação
dos públicos externo e interno.
m) Orientar os demais instrutores e guias quanto aos princípios do TFM.
n) Atentar para que seja respeitada a individualidade biológica dos militares das SU
durante a prática do TFM, mesmo que em detrimento da padronização dos movimentos.

Sargento Auxiliar do OTFM


a) Preparar instalações e material necessários à prática do TFM.;
b) Guardar, conservar materiais desportivos e zelar pelas instalações.;
c) Escriturar a documentação relativa ao TFM;
d) Auxiliar o OTFM em todas as suas atribuições.

TÍTULO 3.5 - AUXILIAR DO OFICIAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA


INSTRUÇÃO

3.5.1 AUXILIAR DO OFICIAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA INSTRUÇÃO (OPAI)


(CI 32/1 – Prevenção de Acidentes na Instrução)

a. Introdução
Os tópicos a seguir foram elaborados com base em lições aprendidas. Deverão
servir de referência para a adoção de medidas preventivas por todos os peritos
responsáveis, sem o descuido de outras prescrições relativas à segurança contidas em
manuais específi cos, ou fundamentadas em outras experiências bem sucedidas.

b. Emprego de munições, explosivos e artifícios

1) Técnicas de manuseio e manipulação


a) Da responsabilidade
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 73/156)
A responsabilidade pela direção do preparo, colocação e acionamento de cargas de
explosivos deve ser atribuída a apenas um militar, no nível de comando adequado.
b) Procedimentos para a atividade de manuseio e manipulação de explosivos:
- afastar dessa atividade os militares com problemas físicos e(ou) psíquicos;
- selecionar e cadastrar o pessoal perito;
- escolher áreas abertas e distantes de instalações (edifícios, residências, etc) e de
equipamentos (viaturas, etc);
- avisar a população próxima da área utilizada, se for o caso (SFC);
- controlar adequadamente o material utilizado, impossibilitando desvios;
- verificar as condições do material, incluindo os respectivos prazos de exames
previstos no T9-1903 (Armazenamento, Conservação, Transporte e Destruição de
Munições, Explosivos e Artifícios) e outros documentos específicos;
- não expor o material ao tempo e à umidade, nem deixá-lo sob a ação dos raios
solares por período maior do que o absolutamente necessário ao transporte;
- empregar ferramentas que não produzam faíscas, tais como as confeccionadas
em cobre, madeira, etc;
- não fumar enquanto estiver manipulando explosivos;
- empregar apenas o pessoal estritamente necessário à atividade, mantendo os
demais participantes além da distância de segurança;
- observar silêncio para não prejudicar a concentração do pessoal envolvido na
atividade;
- acionar as cargas somente após a constatação de que a área envolvida esteja sob
total segurança;
- tratando-se de substâncias químicas venenosas, lavar as mãos após manusear o
TNT, dinamites ou outros explosivos, particularmente aqueles exudados e destinados à
destruição;
- não inspirar os gases venenosos resultantes da explosão, por serem danosos à
saúde;
- não alterar as características de um engenho para utilizá-lo de maneira diferente
daquela para a qual foi projetado. Por exemplo: transformar espoletas comuns em
elétricas; e
- na instrução, não usar explosivos, nem manuseá-los ou ficar próximo a eles
durante a aproximação ou no curso de uma tempestade com descargas elétricas.
c) Quanto mais sensível for o explosivo, menor deve ser a quantidade manuseada
ou manipulada e maiores as preocupações com a segurança.

2) Técnicas para emprego de explosivos na simulação de tiros de artilharia,


morteiros e bombas de aviação:
a) A simulação dos efeitos dos tiros de artilharia, de morteiro e de bombas de
aviação deverá ser feita, em princípio, com fogos de artifícios e simulacros de granada.
b) O emprego de petardos de TNT, para tais simulações, poderá ser feito somente
em casos especiais, em área interditada ao trânsito de pessoas, animais e viaturas, e
quando autorizado pelo Cmt OM.
c) Quando autorizado o emprego de petardos de TNT para a simulação supracitada,
deverá ser confeccionado um plano de segurança, com croqui indicando a localização das
cargas, dos acionadores, da área de perigo, da linha de segurança e do pessoal
participante.
d) É vedado o acionamento nos seguintes casos:
- em terrenos pedregosos, rochosos ou sujos, que dificultem o balizamento;
- quando o agente acionador não tiver visão sobre o local de detonação;
- em um mesmo ponto, de mais de quatro cargas;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 74/156)


- para o lançamento de fogo com retardo e o emprego de cargas enterradas a
menos de 40 (quarenta) cm; e
- para o lançamento de fogo instantâneo com redutores de comprimento inferiores a
100 (cem) m.
3) Providências quando houver um acidente com munição
a) Caso haja ferido(s), providenciar socorro imediato.
b) Verificar, inicialmente, indícios de imperícia, imprudência ou negligência no
emprego do material ou da munição.
c) Isolar a área e guarnecê-la, deixando-a intacta, para não comprometer prováveis
levantamentos periciais, principalmente se houver vítima(s) fatal(is).
d) Reunir todos os elementos materiais e informativos que possam contribuir para o
esclarecimento do acidente.
e) Suspender o emprego da munição afetada.
f) No mais curto prazo, informar à autoridade imediatamente superior e ao Oficial de
Munição da OM sobre a anormalidade ocorrida.
g) Participar a ocorrência, por escrito, à autoridade imediatamente superior,
descrevendo, pormenorizadamente, as circunstâncias, a área, a data, as testemunhas, as
causas prováveis do acidente, os danos causados e outros detalhes que possam facilitar o
esclarecimento do fato.
4) Procedimentos para a destruição de engenhos falhados e limpeza de área
a) Sempre que sejam usados explosivos ou munição real, deve ser previsto o
emprego de uma equipe de destruição de engenhos falhados para proceder à limpeza das
áreas, assegurando, desta forma, a destruição da totalidade dos engenhos falhados.
b) Colocar placas indicativas nos campos de instrução, alertando para o perigo e
para a proibição de entrada de pessoal não autorizado.
c) Sinalizar as áreas onde possam existir engenhos falhados, como granadas de
mão, de bocal, rojões, Gr Can / Mrt, e proibir o trânsito no seu interior.
d) Durante a execução do tiro, o Cmt da tropa encarregada da destruição da
munição falhada deve controlar e, se possível, defi nir a localização aproximada dos
engenhos que não explodiram, para orientação das futuras atividades de sua equipe.
e) Nas áreas destinadas ao tiro de lança-rojão, de artilharia, de morteiro e de carro
de combate, bem como de mísseis e de foguetes, a limpeza deve ser efetuada após o
término dos referidos exercícios. Nessas áreas, é proibido o trânsito de pessoal não
autorizado.
f) A recomendação anterior aplica-se, igualmente, aos exercícios de tiro e de
lançamento de granadas de mão e de bocal, em áreas não destinadas, especificamente,
para tal fim.
g) Por ficarem com grande sensibilidade, as munições e os componentes que
falharem não podem ser tocados, devendo ser destruídos por petardos no próprio local. As
munições que, devido a problemas com a carga de projeção, não tenham o seu
lançamento consumado, poderão ser manuseadas com segurança, após a retirada das
espoletas.
h) Após os exercícios de tiro, deverá, sempre, ser preparado um relatório a respeito
da destruição dos engenhos falhados.
i) Quando for impossível a destruição total de tais engenhos, o relatório deve indicar
as quantidades e a provável localização daqueles não destruídos, e as razões que
impediram a sua destruição.
j) Na destruição de munição falhada, é proibido(a):
- retardar a destruição de engenhos falhados;
- a tentativa de remoção, desde que a destruição possa ser feita no próprio local;
- a presença de pessoas não habilitadas no local de destruição;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 75/156)


- a tentativa de retirada da escorva ou a desmontagem do engenho falhado por
qualquer meio ou processo;
- a aproximação de pessoal, antes de decorridos trinta minutos, se no processo
pirotécnico, a partir do momento que, normalmente, deveria ter ocorrido a explosão;
- o recolhimento de munição falhada para qualquer finalidade não especificada
neste documento, bem como o seu transporte para o aquartelamento;
- a tentativa de desmontagem de munição falhada; e
- o emprego de pessoal na destruição em número maior do que o estritamente
necessário ao preparo e à execução da destruição, ou à remoção da munição falhada.
k) Os civis residentes nas áreas de instrução, ou próximo a elas, devem ser
constantemente alertados sobre os perigos da munição falhada e orientados quanto à
necessidade de informarem à autoridade militar mais próxima sobre qualquer munição
encontrada.
l) Nos campos de instrução, onde possivelmente existam engenhos falhados (“tijolos
quentes”), as OM responsáveis deverão colocar placas indicativas
proibindo a entrada de estranhos e informando à população dos perigos.
5) Transporte de munição
a) A munição deverá ser transportada em cunhetes, cofres, bolsas e porta-
carregadores apropriados. Seus elementos devem estar nos respectivos
acondicionamentos e separados de acordo com sua natureza.
b) Os iniciadores (espoletas, etc) devem ser transportados separadamente das
cargas explosivas, se possível em outra Vtr.
c) Nenhum explosivo ou componente de munição pode ser transportado nos bolsos
dos uniformes.
d) As viaturas destinadas ao transporte de munições e explosivos devem ser
vistoriadas antes de sua utilização, para exame de seus circuitos elétricos, freios, tanques
de combustível, estado da carroceria e dos extintores de incêndio, além da verificação do
cano de descarga e da ligação, por corrente metálica, da carroceria com o solo.
e) Os motoristas devem ser instruídos quanto aos cuidados a serem observados,
bem como sobre o manejo dos extintores de incêndio.
f) As munições e os explosivos devem ser fixados firmemente à viatura e cobertos
com encerado impermeável, não podendo ultrapassar a altura da carroceria.
g) Em quaisquer circunstâncias, é proibido o transporte de cargas escorvadas ou de
estopim armado.
h) Nenhum material e pessoal pode ser transportado na carroceria da viatura,
quando esta estiver transportando munições e explosivos.
i) Quando em comboio, as viaturas deverão manter a distância interveicular de 80
(oitenta) m.
j) Durante a carga ou a descarga de explosivos e munições, as viaturas devem ser
conservadas freadas, engrenadas, calçadas e com motores desligados, a uma distância
mínima de 60 (sessenta) m das demais.
k) As cargas e as próprias viaturas devem ser inspecionadas durante os altos
previstos para os comboios e viaturas isoladas; tais altos devem ser realizados em locais
afastados de habitações ou de trânsito de pessoal.
l) Tabuletas visíveis devem ser afixadas nos lados e na parte traseira das viaturas,
com os dizeres “CUIDADO! EXPLOSIVOS”, além de bandeirolas vermelhas na frente e
atrás.
m) As viaturas transportando munições ou explosivos não podem ser rebocadas.
Quando necessário, deve ser realizado o transbordo da carga e, durante essa operação,
deve ser colocada uma sinalização, na estrada, a uma distância adequada.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 76/156)


n) Em caso de acidente ou colisão com a viatura que transporta munições e
explosivos, a primeira providência é a retirada da carga para uma área a uma distância
mínima de 60 (sessenta) m das viaturas e de habitações, essas últimas SFC.
o) Em caso de incêndio em viaturas que transportam munições e explosivos, o
tráfego deve ser imediatamente interrompido e estabelecido o isolamento da área em
dimensões adequadas à carga transportada.
p) Para o transporte de munições e explosivos em viaturas com carroceria metálica
deve-se colocar um estrado de madeira sobre a carroceria.
q) O transporte de munição e explosivo em aeronave da Aviação do Exército dar-se-
á de acordo com as normas operacionais do Comando de Aviação do Exército (C Av Ex).

c. Emprego de Armamento Leve

1) Recomendações Gerais
a) O armamento destinado à execução do tiro real, durante o transporte, deve estar
descarregado.
b) Antes ou após a instrução, ou o serviço que empregue quaisquer tipos de
cartuchos, deve ocorrer uma inspeção de armas, munições e equipamentos relacionados
com a atividade. A inspeção deve ser executada no local da atividade pelo instrutor. Nas
duas oportunidades indicadas, deve ser verificada a existência de cartuchos ou corpos
estranhos na câmara ou no cano das armas inspecionadas. A inspeção após a atividade
deve incluir o recolhimento de todos os cartuchos e estojos existentes. O processo para a
execução dessas inspeções, quando não previsto nos manuais técnicos correspondentes,
deve ser estabelecido pelos comandos responsáveis.
c) Os comandantes de guarda, por ocasião dos serviços, em reunião com seu
pessoal, devem relembrar, demonstrar e praticar as regras de segurança relativas ao
manejo do armamento a ser empregado.
d) As inspeções de armamento do pessoal de serviço devem ser realizadas em
locais previamente designados, de forma a proporcionar as melhores condições de
segurança, seja pelo isolamento e pela proteção ao pessoal não participante, seja pelo
dispositivo de proteção aos participantes da atividade.
e) O pessoal participante de atividades que incluam a execução de tiro real, mesmo
na condição de assistente, deve usar capacete balístico.
f) Os incidentes de tiro devem ser sanados com a aplicação das regras próprias de
cada arma, e da cautela necessária.
g) O emprego do armamento com munição de festim exige o reforçador apropriado;
mesmo com ele, a arma nunca deve ser apontada e disparada na direção de pessoas a
distâncias inferiores a 10 (dez) metros.
h) O armeiro de cada reserva de armamento deve executar uma rigorosa inspeção
na câmara e nos carregadores de cada arma proveniente de instrução de tiro ou de
serviço, independente de qualquer outra medida anterior de segurança.
i) Após a instrução ou a conclusão de serviço, o armamento deve ser conduzido
pelo pessoal, em forma, diretamente para a respectiva sala d’armas ou reserva, onde, após
manutenido, será guardado.

2) Medidas de prevenção à incidência de ricochetes e de tiros acidentais para fora


do estande de tiro
a) É vedado o uso de alvos com caixilhos metálicos.
b) O responsável pela execução do tiro deverá:
- recomendar previamente a disciplina de tiro, haja vista que o estande não
apresenta proteção total;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 77/156)


- não permitir a execução de tiro pelo pessoal que não tenha atingido o Objetivo
Individual de Instrução (OII) relativo ao Teste da Instrução Preparatória (TIP);
- comandar e controlar o manuseio do armamento, visando a evitar disparos
acidentais;
- não permitir que tiros sejam realizados fora da linha de tiro;
- empregar o mínimo de atiradores por monitor (ideal: 3 por 1);
- alertar os atiradores quanto ao controle que devem ter sobre a direção e a
horizontalidade da arma, evitando-se, assim, a realização de “tiros altos”, “tiros baixos” e
“tiros laterais”; e
- registrar ao final do tiro, no LIVRO REGISTRO DO ESTANDE, a identificação da
OM, subunidade ou fração que atirou, o nome do Oficial de Tiro e dos monitores, o
exercício de tiro realizado e as anormalidades ocorridas, entre elas a quantidade e a
provável localização de projéteis atirados para fora do estande, reclamações da população,
e outras.

3) Encargos de manutenção do estande de tiro


a) Confecção e substituição das armações de madeira dos alvos.
b) Conservação da vegetação, principalmente da grama que reveste o piso e(ou) as
laterais do campo de tiro.
c) Recomposição da altura e da inclinação das bermas, de modo que, da linha de
tiro, não se possa ver os trechos horizontais do terreno da berma até os alvos.
d) Umedecimento periódico das bermas e do talude frontal, de modo a mantê-los
fofos, facilitando a absorção dos projéteis.
e) Proibição de que se ande por cima das bermas, pois sua compactação facilita a
ocorrência de ricochetes.
f) Substituição periódica do madeirame e do isopor dos pára-balas.
g) Pintura periódica das chapas metálicas das bases dos pára-balas, para evitar
corrosão.
h) Reparo imediato dos danos causados por impactos nas partes de alvenaria e de
concreto.
i) Recolhimento dos alvos e limpeza do campo de tiro imediatamente após a sua
utilização.
j) Recomposição do piso do campo de tiro, das bermas intermediárias e do talude
frontal, evitando-se a formação de sulcos e nichos que facilitem a ocorrência de ricochetes.

d. Emprego de canhões, obuseiros e engenhos de lançamento

1) Observações quanto ao tiro com CSR e L Rj


a) Limpeza de campos de tiro à frente das posições de CSR.
b) Para o tiro com o CSR 84mm, no uso de Gr iluminativa, a área posterior ao ponto
de iluminação deverá ser isolada, pois a empenagem da mesma, prosseguindo em sua
trajetória, poderá causar dano na área de impacto.
c) Escolha de alvos e áreas de impacto que não possibilitem o ricochete.
d) Escolha de direção de tiro que, na ocorrência de ricochete, não ofereça risco ao
pessoal ou ao material.
e) Delimitação e isolamento da área de tiro.
f) Delimitação e limpeza da área a ser atingida pelo sopro de retaguarda.
g) Exclusão de posições de tiro próximas a redes de alta tensão.
h) Uso de capacete balístico pelo pessoal participante ou assistente, e afastamento
das áreas consideradas perigosas.
i) Utilização dos dispositivos de segurança das armas e munições.
j) Utilização do protetor auricular para a realização de tiro.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 78/156)
k) Manipulação cuidadosa da munição para o tiro e da munição após nega do
disparo.

2) Observações quanto ao tiro com canhões, obuseiros e morteiros


a) Cálculo da flecha máxima e solicitação oportuna, quando for o caso, de interdição
do espaço aéreo.
b) Delimitação e isolamento da área de tiro.
c) Uso de capacete balístico pelo pessoal participante ou assistente.
d) Para o tiro com Mrt 81 mm BRANDT, no cálculo da flecha (tempo/distância) para
utilização de Gr iluminativa, devem ser acrescidos 200 (duzentos) m, porque a empenagem
da granada, caindo na vertical do ponto de iluminação, pode causar dano físico à tropa na
área iluminada.
e) Designação de um Oficial de Segurança (OS) por bateria de obuses empenhada
no exercício, para desempenhar as atribuições previstas no Cap 25 do C 6-40 (2º Vol).
f) Atribuição, a um dos OS, da missão de verifi car se a área de impactos está livre
de pessoal.
e. Emprego de granadas de mão e de bocal
1) A área de lançamento deve ser delimitada e isolada.
2) O lançamento de granada real deve ser precedido de exercícios com granadas
inertes.
3) O lançamento exige o uso de capacete balístico para todos os participantes e
assistentes.
4) O dispositivo de segurança da granada só deve ser removido no momento do
lançamento.
5) Granadas reais não devem ser manuseadas ou manipuladas em ambientes
fechados.
6) A verificação de falhas é incumbência obrigatória dos instrutores.
7) No ponto de lançamento, preferentemente em abrigo para dois homens, devem
permanecer apenas o instrutor e um instruendo; os demais participantes permanecem
abrigados, observando-se a distância de segurança mais de 30 (trinta) metros.
8) Antes do lançamento de granadas de bocal, o fuzil deve ser examinado pelo
responsável pela atividade ou por militar competente designado por ele, para a
constatação da colocação do obturador do cilindro de gases na posição Gr.
9) A limpeza das áreas destinadas ao lançamento de granadas de mão e de bocal
deve ser feita ao término de cada jornada de instrução, por equipe selecionada
especificamente para essa atividade.
10) As granadas falhadas devem ser destruídas de acordo com as normas
estabelecidas.
f. Emprego do simulacro de granada
1) O simulacro de granada não deve ser empregado como uma granada de
mão, destinando-se apenas a simular o arrebentamento deste tipo de granada, das
granadas de Art e de Mrt.
2) O emprego de simulacro, por isso mesmo, deve ser feito por pessoal selecionado
e instruído para tal atividade.
3) A instrução do pessoal encarregado do lançamento de simulacro de granada
deve incluir as seguintes prescrições:
a) o simulacro não pode ser arremessado sobre pessoas, animais, telhados ou
qualquer material que possa fragmentar-se;
b) deve ser considerado o raio mínimo de segurança de dez metros, a contar do
ponto de explosão;
c) em caso de falha, o simulacro não pode ser recolhido para novo lançamento;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 79/156)


d) o simulacro falhado deve ser destruído com a justaposição de outro, decorridos
mais de três minutos de seu lançamento;
e) após o acendimento do estopim, não deve haver troca de mãos pelo lançador, ou
a entrega do simulacro a outro lançador;
f) o estopim não pode ser encurtado para provocar menor retardo na detonação;
g) não devem ser lançados simulacros acoplados; e
h) não podem ser empregados simulacros com dispositivos de retardo na
detonação.

g. Deslocamentos motorizados

1) Quadros das velocidades máximas e distâncias das viaturas operacionais


a) Viaturas sobre rodas isoladas

b) Viaturas sobre rodas em comboio

c) Viaturas sobre lagartas

d) Observações complementares
- Quando os reboques não dispuserem de freio acionado pela viatura tratora, dos
valores da velocidade acima devem ser abatidos em 10 (dez)
Km/h.
- Observar a sinalização de trânsito.
- A velocidade máxima a ser desenvolvida por viaturas não operacionais, em
deslocamento isolado, é determinada pela regulamentação de tráfego civil.
- É obrigatória, quando em deslocamentos, a existência de sinalização nos
reboques (lanterna e luz do freio “PARE”).

2) Dos procedimentos
a) As velocidades constantes dos quadros indicam o máximo permitido em cada
situação. Caberá a quem autorizar a saída da viatura, ou o deslocamento do comboio, fi
xar a velocidade máxima a ser desenvolvida, levando em consideração os seguintes
fatores:
(1) experiência do(s) motorista(s);
(2) condições da(s) viatura(s);

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 80/156)


(3) características da estrada, tais como piso, desenvolvimento do traçado, número
de pistas e sinalização;
(4) densidade do tráfego civil;
(5) condições atmosféricas;
(6) prescrições legais na área urbana e nas estradas;
(7) situação tática, se for o caso;
(8) peculiaridades da região, como a natureza das obras de arte, a poeira e as
travessias de cursos d’água por meios descontínuos;
(9) determinações do escalão superior; e
(10) outros fatores pertinentes ou constantes do C 25-10.
b) Os comandantes militares de área devem baixar normas reguladoras, atendendo
às peculiaridades das respectivas áreas.
c) Deverá ser afixado no painel da Vtr, em frente ao assento do chefe da Vtr, uma
cópia do quadro de velocidades máximas e das distâncias entre viaturas.
d) A velocidade máxima de um comboio deve constar no documento (Ordem de
Movimento, Ordem de Serviço, Ordem de Instrução, e outros) que autorizar o
deslocamento.
e) As viaturas administrativas e as operacionais sobre rodas, quando trafegando
isoladas, não podem se deslocar, nas rodovias, com velocidade abaixo da metade
permitida à categoria das viaturas, expressa pela placa indicadora de velocidade,
respeitando-se as condições atmosféricas, a densidade do tráfego civil e as imposições do
policiamento no trecho considerado. A mesma velocidade mínima deverá ser observada
por essas viaturas no acostamento e nas faixas de aceleração/desaceleração, por ocasião
da sua entrada ou saída da pista de rolamento de uma rodovia.
f) O Regulador de Marcha de um comboio, deslocando-se na primeira viatura da
primeira unidade de marcha, controla a velocidade do deslocamento de todas as viaturas
do comboio.
g) As viaturas ambulância, operacionais ou não, em deslocamento isolado, além de
prioridade, gozam de livre trânsito e estacionamento, quando identificadas por dispositivos
de alarme sonoro, de luz intermitente e pelo distintivo de identificação, caso estiverem em
serviço de urgência. Quando não ocorrer o previsto neste subitem, prevalecem os limites
máximos estabelecidos nos quadros das velocidades máximas das viaturas operacionais.
h) A fiel observância dos limites máximos autorizados e do respeito às leis do
trânsito é da responsabilidade dos seguintes elementos:
- do Cmt do comboio, ou de quem for por ele designado para marchar à testa da
coluna, e dos chefes de viaturas; e
- do próprio motorista, quando estiver sozinho.
i) Nenhum responsável poderá alegar, como explicação ou justifi cativa, o
desconhecimento dos limites máximos autorizados, das ordens particulares do G Cmdo ou
da U e das leis de trânsito em vigor.
j) Nos deslocamentos de viaturas operacionais, em comboio ou isoladas, o chefe da
viatura, obrigatoriamente um ofi cial ou graduado mais antigo que o motorista, deve
deslocar-se na cabine, ao lado do motorista, e fi scalizar a observância das normas de
segurança.
k) Quando em viagens para fora da guarnição, o comandante da missão deverá
elaborar um plano do qual constarão os seguintes detalhes, dentre outros:
(1) telefones de sua OM, de hospitais e de postos da Polícia Rodoviária Federal
e(ou) Estadual ao longo do itinerário;
(2) localização dos principais pontos de parada e disponibilidade de telefones para
contatos com a OM;
(3) relação de itens pertinentes à manutenção da Vtr a serem veri% cados nos altos-
horários e técnicos;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 81/156)
(4) condutas a serem adotadas em caso de acidentes, tais como:
- socorro aos feridos e pessoas em estado de choque;
- balizamento/isolamento da área para evitar outros acidentes;
- evacuação dos feridos para os hospitais mais próximos; e
- informar à OM, à Polícia Rodoviária Federal e (ou) Estadual e à OM de
PE mais próxima.
l) É impositivo o uso do cinto de segurança nas Vtr Adm.
m) Ao estacionar em terreno inclinado, além dos freios de estacionamento, as Vtr
deverão ser calçadas com cunhas de madeiras entre as rodas de apoio.
n) O Regulador de Marcha de um comboio e o chefe da última Vtr desse comboio
devem portar meios de comunicações para facilitar o controle desse deslocamento e
demais providências, caso ocorra qualquer anormalidade.

3) Habilitação dos motoristas


a) As viaturas não podem ser dirigidas por motoristas que não possuam a Carteira
Nacional de Habilitação e Carteira de Motorista Militar correspondentes às suas classes ou
categorias.
b) O uso de reboque exige motorista mais experiente, com treinamento especial e
conhecedor de todas as indicações técnicas e recomendações de conduta auto
decorrentes da tração de um reboque.

h. Deslocamento e instrução com viaturas blindadas

1) Partida, movimento e estacionamento


a) Antes de dar partida na Vtr Bld, o motorista deverá verificar a situação dos trens
de rolamento, de vazamentos e se existe pessoal à frente ou em outra posição de risco.
b) Ao dar partida para o deslocamento da viatura, toda a guarnição deverá estar
usando o capacete.
c) É proibido aos motoristas dirigir Vtr Bld sobre lagartas com a cabeça para fora da
escotilha, sem que esta esteja travada.
d) Durante os deslocamentos, a guarnição de Vtr Bld deve manter a maior parte do
corpo no interior da viatura. Tal procedimento visa à proteção do pessoal caso a Vtr tombe.
Duas condutas servem de orientação:
- caso a Vtr vire, o procedimento mais correto é proteger-se no interior do Bld e,
quando em segurança, procurar sair; e
- em caso de incêndio ou submersão, sair imediatamente do Bld; no primeiro caso,
acionar o sistema contra incêndio.
e) Em locais perigosos ou de difícil acesso, pouco iluminados ou em terrenos sujos
e alagadiços, utilizar guias e balizadores. Em tal situação, não descuidar da segurança
desses guias e balizadores.
f) Em terrenos acidentados, cruzando fossos, tocas ou buracos, reduzir a velocidade
a níveis seguros.
g) O balizamento das viaturas blindadas deve, sempre que possível, ser realizado
por dois elementos, sendo um posicionado na lateral e à frente, e outro na mesma lateral e
à retaguarda. A distância mínima para balizar uma viatura é de 10 (dez) metros.
h) Ao atravessar depressões profundas, o motorista deve assegurar-se de que o
canhão não toque o terreno, a fi m de evitar danos ao tubo e, consequentemente, provocar
riscos para a guarnição, por ocasião do tiro.
i) Quando se estacionar nos terrenos inclinados, utilizar, além dos freios de
estacionamento, cunhas de madeira entre as rodas de apoio.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 82/156)


j) Nos estacionamentos, é proibido o pernoite de militares à frente, debaixo ou à
retaguarda das Vtr Bld sobre lagartas ou sobre rodas.
k) Durante a execução de manobras de força, o pessoal deve afastarse dos cabos
de aço, devido à possibilidade de se romperem.
l) Durante a realização de tiros, além do capacete, a Gu deverá usar protetores
auriculares, a fi m de evitar lesões no tímpano.
m) Evitar manobras de pivoteamento de Vtr BId de lagartas, sempre que possível,
bem como curvas de pequenos raios.

2) Procedimentos das guarnições de VBC


a) O Cmt deverá certifi car-se de que todo o pessoal está em posição segura antes
de determinar a partida da Vtr, elevar o canhão ou girar a torre.
b) A torre de VBC somente deve ser girada após prévio aviso do Cmt e do
entendimento de toda a guarnição, o mesmo acontecendo com o fechamento e
manipulação de tampas, escotilhas, rampas e portas.
c) Não ligar a chave geral da torre, a chave da estabilização, nem operar os
controles de torre, até que todo o pessoal esteja em posições seguras e preparado para o
movimento da torre ou do canhão.
d) A cremalheira da torre deve ser verificada antes do giro, para evitar acidentes
pessoais e materiais.
e) Quando o sistema de estabilização for ligado pela primeira vez, podem ocorrer
movimentos na torre e no canhão. Por isso, todo o pessoal deve estar em posição que
permita o movimento inesperado da torre e do canhão, sem provocar acidentes. Durante a
operação em sistema estabilizado, não tente entrar ou sair do compartimento do motorista
ou da torre.
f) Os militares da guarnição fora dos seus compartimentos, com o sistema
estabilizado, correm grande risco de vida. O Cmt deve desligar a força da torre antes de
permitir que o pessoal da guarnição deixe os seus compartimentos.
g) Todo combatente blindado deve conhecer as possibilidades e as limitações da
sua Vtr. Deste modo, torna-se inteiramente familiarizado com todos os controles,
indicadores, instrumentos e mudanças de marcha.
h) A guarnição deverá tomar cuidado com os estojos ejetados pelo canhão, tanto
por causa do choque, quanto pela temperatura elevada.
i) O pessoal deverá estar atento para um possível disparo acidental causado pela
alta temperatura das Mtr. Após o tiro, manter as armas abertas.
j) Toda a guarnição da Vtr deverá conhecer o funcionamento das armas e estar em
condições de sanar quaisquer incidentes.
k) Na realização de disparos com granadas fumígenas, as escotilhas devem estar
fechadas.

3) Manutenção de blindados
a) Para as atividades rotineiras de manutenção devem ser utilizadas escadas para
subir e descer dos blindados, evitando saltos que podem trazer danos às articulações.
b) Observações quanto ao manejo de solventes, dentre outras:
- uso obrigatório de óculos de proteção e luvas;
- empregá-los em locais ventilados;
- evitar respirar ou permitir o contato com a pele, olhos e roupas;
- não usá-los próximo ao fogo ou a calor excessivo;
- no caso de tonteiras ao manejar solventes, afastar-se imediatamente para local
ventilado e procurar auxílio médico; e
- se o solvente atingir os olhos, lavá-los imediatamente com água limpa e procurar o
médico.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 83/156)
c) Tudo deve ser mantido limpo. Sujeira, graxa, óleo e lixo acumulado podem
provocar acidentes e causar sérios problemas.
d) As partes metálicas do veículo devem ser inspecionadas, atentando-se para a
ferrugem e corrosão.
e) Todos os conjuntos devem ser inspecionados quanto a faltas, afrouxamentos,
quebras ou empenamentos, inclusive de rebites, porcas e parafusos.
f) O BId deve ser inspecionado quanto a pinturas rachadas, ferrugem, folgas ou
faltas de peças soldadas.
g) Devem ser verificados o desgaste e sinais de vazamento em mangueiras
hidráulicas e de ar comprimido, certificando-se de que todos os conectores estão
apertados.
h) A guarnição da viatura deve conhecer o plano de manutenção de sua OM. A
experiência mostra que muitos acidentes decorrem da falta de observação a regras
simples de segurança.
i) As Vtr Bld não devem ter suas superfícies enceradas ou lubrificadas, pois as
possibilidades de acidentes por quedas aumentam.

4) Emprego de equipamentos e uniformes


a) A guarnição de Vtr Bld não deve permanecer no interior do veículo portando
cintos com equipamentos, suspensórios, coldre axilar, anéis, relógios, cordões e correntes
de pescoço ou de pulso e outros apetrechos que possam prender em partes do chassis,
possibilitando a ocorrência de acidentes de trabalho.
b) O uniforme utilizado deve ser o macacão.

5) Escola da guarnição
a) A guarnição somente embarca na viatura pela frente da mesma e mediante
ordem do mais graduado. Exceção para a realização do tiro real, quando o embarque
deverá ser feito pela lateral e após ordem do mais graduado da viatura.
b) É proibida a passagem de pessoal, a uma distância menos que 5 (cinco) m, entre
viaturas paradas ou em movimento, tanto pelas laterais quanto pela frente ou retaguarda.

6) Comunicações
a) Em locais onde há, em baixa altura, grande quantidades de cabos energizados,
as antenas dos equipamentos de comunicações (Eqp Com) devem ser mantidas
abaixadas.
b) A transmissão rádio em dias de tempestade deve ser restrita, em virtude de a
possibilidade de descargas elétricas atingirem os radioperadores.
c) A guarnição não deve tocar as antenas durante a operação dos equipamentos de
alta potência.
d) A correta instalação do Eqp Com deve ser verifi cada, para que sejam evitados
danos ao material e ao pessoal no transcurso das atividades.
e) Não desconectar ou conectar qualquer equipamento elétrico com a força ligada.

7) Emprego dos equipamentos laser e infravermelho


a) O manuseio de equipamentos laser deve ser feito com o máximo de cuidado e
segundo as normas de utilização.
b) Não se deve olhar para o feixe ou apontá-lo para superfícies espelhadas. O laser
é perigoso e pode causar cegueira, tanto diretamente quanto refletido. Para minimizar a
possibilidade de qualquer acidente, a guarnição deve ser treinada antes de operar o
equipamento. É terminantemente proibida a adaptação de apontadores laser nas armas
durante os exercícios de dupla ação.
c) O laser só pode ser usado em locais aprovados e designados para sua operação.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 84/156)
d) As precauções requeridas para o emprego das armas de fogo devem ser
reforçadas quando operando o laser.
e) Os operadores de laser devem atirar apenas em alvos preparados para o tiro e
não em superfícies espelhadas ou compostas por vidros planos.
f) Para garantir a segurança do pessoal contra as reflexões difusas, o laser não
pode ser disparado em alvos a menos de 10 (dez) m.
g) Instrumentos ópticos, tais como lunetas, periscópios e binóculos, não devem ser
utilizados para observar a área de alvos de laser, a menos que todas as superfícies
espelhadas tenham sido removidas dos alvos, ou que sejam utilizados filtros de segurança
para laser.
h) Não se deve olhar para faróis de infravermelho, devido à possibilidade de danos
à visão.

8) Cuidados com o monóxido de carbono


a) O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro e venenoso que pode levar à
morte quando aspirado, pois causa sufocamento. A exposição ao monóxido de carbono
causa os seguintes sintomas: dor de cabeça, tontura, perda do controle muscular e coma.
A exposição ao gás pode resultar em danos permanentes ao cérebro e até em morte.
b) O monóxido de carbono está presente nos gases de exaustão de queima de
combustível, nos motores de combustão interna, e nos gases provenientes do tiro. O gás
pode tornar-se perigosamente concentrado sob condições de ventilação inadequada. As
precauções a seguir, dentre outras, devem ser observadas para garantir a segurança do
pessoal no tiro e sempre que o motor for operado, para fins de manutenção ou no seu uso
tático.
(1) Nunca operar o motor em área fechada sem que esteja adequadamente
ventilada.
(2) Nunca manter o motor em marcha lenta sem que haja ventilação no interior do
veículo. Se a situação tática permitir, abra as escotilhas.
(3) Nunca atirar com o canhão ou com a metralhadora coaxial sem ligar o exaustor
ou abrir a escotilha do comandante.
(4) Manter-se alerta durante a operação da viatura blindada para a existência de
odores de exaustão e para sintomas de exposição ao monóxido de carbono. Se alguns
deles estiverem presentes, ventilar imediatamente os compartimentos de pessoal. Se os
sintomas persistirem, remover o pessoal afetado da viatura, tratando-o como se segue:
- colocá-lo em local arejado;
- não permitir esforços físicos; e
- realizar a respiração artificial, se necessário.
c) A melhor defesa contra o envenenamento por monóxido de carbono é a
ventilação adequada.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 85/156)


9) Reabastecimento
a) Não permita chamas ou centelhas na área de reabastecimento e designe um
homem com extintor de incêndio para ficar em condições de sanar qualquer problema.
b) Nunca entre em um veículo em chamas para tentar combater o fogo ou desligar o
motor; isto pode resultar em mortes ou ferimentos graves.
c) Todos os Cmb BId devem ter os procedimentos de combate a incêndio de sua
viatura memorizados e treinados.

10) Munições
a) Só utilize munições específicas para o armamento de sua viatura.
b) Munições explosivas ou partes contendo explosivos devem ser manuseadas
cuidadosamente.
c) Elementos como explosivos, estopilhas e espoletas são particularmente sensíveis
ao choque e à alta temperatura.
d) A munição ou suas partes não devem ser derrubadas, jogadas, tombadas ou
arrastadas.
e) As munições APDS-T, TPDS-T e HEAT-T não podem ser atiradas por sobre
tropas amigas, a menos que estas estejam protegidas por cobertura adequada. As tropas
poderão ser atingidas pelas partes desconectadas. A área de perigo se estende até 1 000
(mil) m à frente do canhão e 70 (setenta) m para cada lado da trajetória. O tiro de
APFSDS-T não pode ser disparado por sobre a tropa amiga, em caso algum.
f) Ao carregar a munição no canhão, evite atingir a estopilha no estojo. Mantenha a
munição fora do alcance do recuo da culatra. Se alguma munição for atingida pelo recuo
da culatra, não deverá ser utilizada em hipótese alguma.

i. Operações com helicópteros

1) Normas para o emprego da Aviação do Exército


a) Apoio médico em missões com a Av Ex
(1) A OM que solicitar missões aéreas deverá tomar as providências abaixo, a
vigorarem desde a chegada das aeronaves ao local preestabelecido e até o início do seu
deslocamento de regresso:
(a) manter uma ambulância ECD ser acionada, no caso de ocorrência de
emergência aeronáutica; e
(b) manter uma equipe composta de um Oficial Médico, um Sargento Enfermeiro e
um Cabo Padioleiro, em prontidão permanente, durante o desenrolar das operações
aéreas.
(2) A ambulância deverá permanecer equipada, com pessoal e material para
atendimento de urgência e(ou) emergência, durante todo o tempo em que houver atividade
aérea.
(3) A equipe médica deverá estar bem familiarizada com as técnicas de atendimento
a politraumatizados e a pacientes queimados, além de ficar em condições de deslocar-se,
a qualquer momento, para o atendimento do acidentado aeronáutico.
(4) A Seção de Saúde da OM solicitante deverá possuir uma relação de
organizações de saúde, civis e militares, da região onde ocorrerá a missão aérea,
constando:
- nome do hospital;
- endereço completo e telefone;
- capacidade em leitos;
- especialidades médicas;
- se há ou não CTI/UTI;
- bloco cirúrgico e cirurgiões; e
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 86/156)
- se há condições de atender queimados.
(5) A Seção de Saúde da OM solicitante deverá elaborar um Plano de Evacuação
Médica, por via terrestre, e outro para Evacuação Aeromédica (EVAM), para organizações
hospitalares mais distantes que possuam maior capacidade técnico-científica.
(6) O Plano de EVAM deverá ser debatido com o comandante da missão aérea, na
primeira oportunidade antes do início do emprego, para sanar eventuais dúvidas.
(7) Sempre que houver um acidente aeronáutico, tal fato deverá ser comunicado ao
COTER e aos C Mil A, logo que possível, obedecendo à cadeia de comando, para as
providências que se fizerem necessárias.
b) Ação inicial em caso de sinistro com aeronaves. Com vistas à preservação das
evidências necessárias ao processo de investigação de acidente aeronáutico a ser
conduzido por elementos especializados, as OM deverão estar em condições de tomar as
providências abaixo relacionadas, por ocasião da ação inicial em sinistros envolvendo
aeronaves da AvEx ou outras, quando solicitado:
(1) caso necessário, adotar as medidas possíveis para o salvamento das vítimas do
acidente e as que possam evitar um mal maior, independentemente da preservação dos
indícios;
(2) adotar as medidas de combate a incêndio e de proteção às cargas perigosas.
Caso necessário o destanqueamento de combustível para evitar focos de incêndio,
reservar pequena parcela de cada tanque, aproximadamente três litros, em recipiente
próprio devidamente identificado;
(3) isolar o local do acidente e a área dos destroços da(s) Anv, evitando a
aproximação de estranhos;
(4) evitar a remoção de cadáveres e de componentes da Anv. Na impossibilidade,
fotografá-los antes da remoção e, posteriormente, demarcar o local onde se encontravam;
(5) proteger e preservar as marcas de impacto feitas pela Anv em qualquer
superfície;
(6) relacionar as testemunhas, registrando o seu posicionamento no momento do
acidente, e os respectivos endereços;
(7) proteger os destroços da(s) Anv contra as intempéries; e
(8) executar ampla cobertura fotográfica do ambiente do acidente e dos destroços,
bem como a filmagem dos mesmos.

2) Procedimentos básicos
a) Os militares que forem embarcar em helicóptero deverão estar dês cobertos ou
de capacete e jugular; posicionados a uma distância mínima de 15 (quinze) m do ponto de
toque da aeronave; e com os equipamentos individuais perfeitamente ajustados.
b) Deverá ser evitada a circulação de pessoas ou veículos nas áreas de pouso e
decolagem. Estas deverão ser mantidas livres de objetos soltos, como latas vazias,
caixotes ou placas diversas.
c) Os militares armados deverão manter suas armas travadas, mesmo em exercício
ou empregando munição de festim.
d) As ferramentas, as antenas, o armamento e outros objetos compridos deverão
ser conduzidos na posição horizontal e abaixo da linha da cintura.
e) Caso o embarque seja efetuado com os rotores em funcionamento, a
aproximação para a aeronave deverá ser efetuada pelo campo de visão dos pilotos. Além
disso, se em terreno inclinado, pelo lado mais baixo do terreno, mantendo-se, sempre,
afastado do rotor de cauda.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 87/156)


f) É proibido fumar no interior do helicóptero ou em suas proximidades.
g) O material a ser transportado deverá estar perfeitamente acondicionado,
impedindo-se transtornos diversos, como vazamentos ou perfurações na estrutura da
aeronave.
h) Ao embarcar numa aeronave, coloque de imediato o cinto de segurança,
mantendo-o afivelado até o desembarque; mantenha junto de si o material ou o
equipamento que esteja conduzindo; e evite tocar nos pára-brisas e nas alavancas de
travamento das portas e carenagens.
i) Antes de fechar a porta da aeronave, certifique-se da inexistência de cintos de
segurança para fora da mesma.
j) O desafivelamento do cinto de segurança, a abertura da porta da aeronave e o
seu abandono só deverão ser executados após a aquiescência da tripulação.
k) Quando do desembarque de uma aeronave com os rotores em funcionamento,
afaste-se da mesma dentro do campo de visão dos pilotos e com o tronco levemente
inclinado para baixo.
l) Ao desembarcar de um helicóptero com os rotores em funcionamento, fazê-lo de
maneira cautelosa, mesmo estando com pressa.
m) Com a finalidade de atenuar o nível de ruído existente no interior do helicóptero
em funcionamento, é imprescindível a utilização de proteção auditiva como algodão,
abafadores de ruído ou outros dispositivos.
n) Em qualquer situação deve-se estar atento às orientações da tripulação.

3) Outros procedimentos
a) Em qualquer situação de emergência, manter-se calmo, com o cinto de
segurança afivelado e atento às orientações da tripulação.
b) No caso de pouso forçado, permanecer a bordo até a parada completa dos
rotores.
c) No caso de pouso forçado na água, a fi m de facilitar a orientação por ocasião do
abandono do helicóptero, voltar-se para o local de saída; segurar com uma das mãos a
fivela do cinto e, com a outra, qualquer parte do aparelho; aguardar a imersão da aeronave
e a parada total dos rotores, caracterizada pela ausência de ruídos; soltar o cinto de
segurança e abandonar o aparelho.
d) A tropa deverá ser instruída sobre aspectos de segurança nas operações com
helicópteros, antes de executá-las. Caso isso não tenha sido possível, o comandante da
fração de helicópteros deverá ser informado.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 88/156)


e) Na instrução de embarque/desembarque de tropa, antes da prática em vôo, a
tropa deverá receber uma instrução preliminar junto ao helicóptero, ministrada pela
tripulação da aeronave.
f) Quando em missões administrativas, os passageiros deverão ser previamente
instruídos quanto aos procedimentos de segurança durante o vôo.
g) É da responsabilidade da tropa que aguarda o pouso de helicópteros em locais
públicos prover a segurança necessária do local de aterragem, evitando a aproximação de
pessoas enquanto a aeronave estiver em funcionamento.
h) O militar que for escalado para orientar o pouso de um helicóptero do Exército
deverá possuir um dos seguintes pré-requisitos:
(1) possuir o Estágio de Operações Aeromóveis; ou
(2) ter recebido instrução prática de orientação de helicópteros ministrada por
elementos da Aviação do Exército ou por militares possuidores do Estágio de Operações
Aeromóveis.
i) A tarefa de enganchamento de carga externa deverá ser feita por militar
especialista da Aviação do Exército. Na impossibilidade, o enganchador deverá receber
instruções específicas ministradas por elementos da Aviação do Exército.
j) Para o transporte de munição e explosivos em aeronaves da Aviação do Exército,
devem ser atendidas as normas operacionais específicas baixadas pelo Comando de
Aviação do Exército.

j. Defesa química

1) O emprego de qualquer agente químico em atividade de instrução individual ou


de adestramento deve ser precedido de um exame completo de suas características,
efeitos e, particularmente, dos cuidados especiais para não colocá-lo em contato com
outras substâncias capazes de transmudar tais características e efeitos, criando perigo
para o pessoal participante.
2) As instruções de Defesa Química, no caso de utilização do agente
ortoclorobenzilmalononitrilo-CS, não devem ser ministradas, em caso de mau tempo, a céu
aberto, pois a mistura de CS com água produz o ácido clorídrico, altamente vesicante.
3) Nenhum produto químico pode ser passado sobre a pele.
4) A utilização de câmara de gás na instrução exige:
- uso exclusivo de CS, sem associá-lo a fumígenos;
- utilização obrigatória de máscara contra gases;
- presença de instrutor ou monitor no interior das câmaras, durante a passagem dos
instruendos;
- controle da densidade do gás no interior das câmaras, de acordo com os limites de
segurança previstos;
- presença de uma equipe de primeiros socorros; e
- desinfecção de todo equipamento e material empregados, após a sua utilização.
5) Está proibida a passagem de instruendos em túneis de gás.
6) Severo controle dos produtos químicos utilizados deve ser observado, a fim de se
evitar desvios de material.

k. Marchas e estacionamentos

1) Na seleção do itinerário de marcha de qualquer tipo, deve-se evitar, sempre que


possível, as vias de tráfego intenso ou difícil. Não sendo possível essa medida, cuidados
especiais devem ser observados.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 89/156)


2) Em princípio, quando não houver determinação específica, as unidades de valor
batalhão devem executar as marchas centralizadas, tendo como unidades de marcha as
subunidades.
3) Ligações devem ser estabelecidas entre todos os integrantes da coluna de
marcha, de modo que seu comandante, continuamente, seja informado da situação
existente.
4) As marchas noturnas exigem cuidados especiais, como o emprego de
equipamentos de sinalização à distância.
5) O estacionamento de uma OM ou de seus elementos deve manter-se em ligação
com o seu aquartelamento ou, na sua impossibilidade técnica, com o local mais próximo de
onde possam ser providenciados socorros adequados em caso de acidentes.
6) Escolta de órgãos especializados (Polícia Rodoviária Federal e(ou) Polícia
Rodoviária Estadual) deve, sempre que possível, ser solicitada.
7) Em qualquer estacionamento deve ser mantida uma equipe de primeiros
socorros. Essa equipe deve dispor de soro antiofídico e de medicamentos específicos
contra mordedura ou picada de animais peçonhentos existentes na região.
8) Em função das condições climáticas, da vegetação existente na região, de
atividades da tropa e das características dessas atividades, devem ser adotadas medidas
adequadas de prevenção e de combate a incêndio.

l. Pontagem e embarcações

1) Grande número de acidentes durante as manobras de pontagem e de aparelhos


de força decorre, na realidade, da inobservância das regras técnicas constantes dos
manuais.
2) Antes do lançamento, os bujões de escoamento das embarcações de manobra
devem ser abertos para o escoamento da água dos porões, praças de máquinas, etc.
3) Coletes salva-vidas (em bom estado e dentro do prazo de validade) devem ser
obrigatoriamente empregados pelo pessoal em pontões, portadas, pontes, botes e lanchas.
4) Todo bote deverá possuir uma bóia de sinalização.
5) Cabos e amarras das portadas e partes de pontes e embarcações não podem
permanecer arrastando na superfície da água.
6) Deve ser designada uma turma de salvamento e segurança, localizada à jusante
da ponte. Essa turma deve estar equipada com um bote a motor e com uniforme diferente
do pessoal empregado. Seus integrantes devem ser bons nadadores e estar
convenientemente equipados para salvamento.
7) O operador de motor de popa deve estar apto a efetuar pequenos reparos,
principalmente a troca de pino da hélice.
8) Toda embarcação deverá navegar sob as ordens de um chefe, que é o
responsável pela disciplina e pela segurança.
9) As portadas não devem ser sobrecarregadas. Quando operam em água rasa ou
de correnteza veloz, a capacidade regulamentar das portadas deve ser reduzida,
obedecendo aos dados técnicos constantes dos manuais específicos.
10) A água no interior dos suportes flutuantes deve ser continuamente baldeada,
para mantê-los sempre vazios.
11) As portadas devem ser ligadas aos empurradores e às embarcações de
manobras com amarras de boa qualidade e de diâmetro igual ou superior a 3/4”.
12) As portadas devem ser equipadas com motores de popa de potência suficiente
para sua operação, de acordo com as especificações constantes do manual técnico de
cada equipagem.
13) Os motores de popa devem ser amarrados aos verdugos.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 90/156)


14) As âncoras devem estar sempre armadas e preparadas para o lançamento em
caso de emergência.
15) Toda portada ou parte de ponte deve ser equipada com motores
sobressalentes, de potência suficiente para evitar que se desgarre.
16) Na correnteza de velocidade igual ou superior a 5 (cinco) pés/s [1,5 (um e meio)
m/s] e em águas turbulentas, as portadas devem ter a capacidade reduzida, e as amarras
e os cabos de âncora retesados fortemente aos pontos de ancoragem ou em embarcações
de manobra, durante os embarques, os desembarques e a navegação.
17) Os embarques e desembarques em portadas, por se constituírem em momentos
críticos da navegação, devem receber especial atenção dos responsáveis pelas portada.

m. Técnicas especiais de combate

1) Recomendações iniciais
a) Os acidentes na execução de técnicas especiais de combate acarretam,
normalmente, conseqüências graves para seus agentes. Essa constatação impõe, assim,
uma cuidadosa preparação das atividades que envolvam a execução dessas técnicas,
incluindo um acompanhamento cerrado das mesmas pelo pessoal da segurança.
b) A execução de técnicas para a transposição de obstáculos exige medidas de
segurança adequadas, em face da possibilidade de quedas.
c) As atividades na água, onde houver a possibilidade de afogamento do pessoal
participante, exigem o emprego de coletes salva-vidas. A inexistência deste equipamento
obriga os responsáveis a adotar medidas preventivas envolvendo botes, bóias e pessoal
de salvamento, em condições de prestar o socorro necessário. Os instruendos não
nadadores deverão ser identificados e os cuidados com a sua segurança deverão ser
redobrados.
d) Em atividades como montanhismo e pára-quedismo, devem ser empregados os
equipamentos necessários e indicados à execução das técnicas. Além disso, devem ser
adotadas medidas especiais e adequadas de segurança e de primeiros socorros aos
acidentados.

2) Patrulhas
a) Preferentemente deverão ser realizadas em campos de instrução. A autorização
para utilizar áreas particulares será encargo do Cmdo da Gu, que regulará o assunto.
b) Caso seja autorizado o uso de áreas particulares, deve-se contactar com o
proprietário, ou responsável pela área, com bastante antecedência, e informar ao mesmo o
tipo do exercício, data, horários e as providências relativas à segurança. Na oportunidade,
informar aos moradores próximos aos locais onde possam ocorrer ações, principalmente
se forem à noite, bem como informar aos vigias, capatazes, empregados, guardas ou
rondantes, a fim de evitar mal entendidos.
c) Os itinerários devem ser minuciosamente reconhecidos pelos instrutores, antes
dos lançamentos de patrulhas noturnas, quanto aos seguintes aspectos, dentre outros:
- cursos d´água, lagos, pântanos ou outros obstáculos interpostos à tropa e que
possam redundar em riscos para as patrulhas;
- cisternas, poços ou suspiros de minas subterrâneas;
- passagens em rodovias movimentadas, povoados, passagens sob ferrovia; e
- locais onde possam existir engenhos falhados (polígonos de tiro). Esses locais
perigosos devem ser balizados ou mesmo interditados, conforme o grau de risco.
d) Restringir ao máximo o contato físico entre tropas e figuração, de modo a impedir
incidentes que resultem em quaisquer prejuízos à integridade física ou moral dos
participantes.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 91/156)


e) Evitar encostar-se em cercas de arame ou abrigar-se sob árvores altas e
isoladas, durante tempestades com descargas elétricas.

3) Pistas de cordas
a) Na execução do cabo aéreo ou tirolesa (Cap 9 do C 21-78) deverão ser
observados os seguintes aspectos, dentre outros:
- os instrutores e monitores deverão testar o dispositivo antes dos instruendos;
- prever segurança alternativa para o caso da roldana travar durante o percurso;
- verificar se estão em boas condições o “cabo trilho”, a roldana e o mosquetão; e
- prever segurança embaixo, caso o instruendo tenha que saltar na água.

b) Para o cabo submerso:


- escolher um local adequado para realizar o exercício (margens suaves, pouca
correnteza, fundo firme);
- passar um instruendo de cada vez;
- treinar os instruendos em um local raso antes de levá-los ao ponto de passagem; e
- tracionar o cabo adequadamente, de maneira a facilitar a passagem dos
instruendos.
c) Para a falsa baiana:
- tracionar o cabo inferior (de preferência cabo-de-aço) e a corda superior;
- dimensionar a altura de tal maneira que todos os instruendos consigam passar; e
- prever segurança para evitar a queda do instruendo na água. O mesmo
procedimento deverá ser observado para o “comando crawl”.

4) Navegação em botes
a) Todas as embarcações empregadas em qualquer deslocamento fluvial, inclusive
as voadeiras, deverão:
- ter um chefe, responsável pela disciplina, emprego e segurança da mesma;
- estar com pelo menos 03 (três) militares da tropa embarcados;
- manter sua guarnição sempre vigilante e atenta à aproximação de embarcações;
- observar a segurança individual - como o uso de coletes salva-vidas por todos os
embarcados, inclusive o piloto, e todos com os coturnos amarrados com soltura rápida;
- empregar cordões longos para fixar o Armt às embarcações, de modo a não
prejudicar a sua pronta utilização e evitar o seu extravio;
- manter amarrados, ao centro da mesma, as mochilas e demais Eqp; e
- manter, também amarrados, o motor, inclusive o reserva se houver, o tanque de
combustível, etc.
b) Não empregar um motor mais potente que o recomendado pelo fabricante.
c) Não ficar em pé em embarcação pequena, em movimento, e não permitir que os
passageiros também o façam.

d) Caso ocorra um acidente com a embarcação, permanecer na margem, próximo


ao local do sinistro, até a chegada do socorro.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 92/156)
e) Conhecer a capacidade de carga da embarcação e não sobrecarregá-la. O peso
dos passageiros e da carga, incluindo o equipamento, e não o número de lugares,
determina a capacidade segura de carga para a embarcação.
f) Deixar em sua unidade um plano de navegação ou itinerário detalhado para onde
você está indo e quando você estima retornar.
g) Verificar a previsão meteorológica; ter cuidado com a aproximação de
tempestades e voltar para a margem ao primeiro sinal de águas revoltas.
h) Carregar no mínimo 02 (dois) remos no interior da embarcação.
i) Não permitir o uso de fumo no interior da embarcação.
j) Conduzir uma bolsa de primeiros socorros.
k) Não ultrapassar a capacidade da embarcação.
l) Escolher, para o caso de desembarque de tropas em exercícios, praias ou locais
rasos. Estes locais deverão ser selecionados e balizados durante o reconhecimento.
m) Alertar os ocupantes do bote que o desembarque deverá ser feito após a
abicagem e após o comando subseqüente.
n) Redobrar os cuidados para a navegação à noite.

5) Transposição de cursos d’água


Na utilização de meios de fortuna, verificar os seguintes aspectos:
- separar os não-nadadores e treiná-los individualmente em local raso, antes da
passagem propriamente dita;
- reforçar as medidas de segurança, inclusive destinando-lhes coletes salva-vidas; e
- em caso de evidente dificuldade do instruendo em realizar atividades na água, não
obrigá-lo a passar. Para que ele atinja esse OII, poderá ser adestrado progressivamente,
durante o seu tempo de serviço militar.

6) Ocupação de postos de bloqueio e controle de estradas (PBCE)


a) Em exercícios, ou mesmo em operações apoiando órgãos públicos federais ou
estaduais, os Cmt, em todos os níveis, devem lembrar à tropa os seguintes cuidados:
- não apontar armas diretamente para as pessoas abordadas ou transeuntes
pacíficos;
- as armas deverão estar travadas e não se deve admitir disparos acidentais,
mesmo com festim; e
- não empregar violência contra eventuais tentativas de desbordamento com
emprego de “esperteza”. Deixar para os órgãos de segurança pública a ação repressiva.
b) À noite, quanto mais movimentadas as rodovias, maiores serão os cuidados com
a sinalização preventiva. Poderão ser usadas: lanternas rotatórias, placas de alerta
pintadas com tinta fosforescente, lamparinas com querosene ou diesel, lanternas com luz
intermitente (pisca-pisca), cones de sinalização, e outros.
Colocar a sinalização a uma distância tal que o motorista tenha possibilidade física de
reduzir a velocidade e parar o veículo antes de submeter-se à revista.
c) Os locais escolhidos para os PBCE deverão estar em boas condições de
visibilidade para os motoristas, mesmo à noite, com a finalidade de se evitar acidentes.
d) As revistas em caminhões ou outros veículos serão realizadas em desvios fora da
rodovia. Não realizar revistas em acostamentos ou na própria rodovia, a fim de não
provocar colisões.
e) Prever, para a tropa empregada, coletes de identificação fosforescentes,
lanternas e outros dispositivos similares.
f) Em exercícios, escolher de preferência estradas pouco movimentadas. Solicitar
sempre o concurso da Polícia Militar e Rodoviária.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 93/156)


n. Instrução militar fora de áreas pertencentes ao Exército Brasileiro

1) A utilização de áreas não pertencentes ao Exército para atividades de instrução


militar exige cuidados e providências específicas por parte dos comandos responsáveis.
2) A ligação prévia com os proprietários ou com seus representantes legais, para o
recebimento de autorização, é uma providência imprescindível. A autorização deve ser
dada com o conhecimento completo do tipo de atividade a ser executada pela tropa. As
restrições impostas pelos proprietários devem ser rigorosamente cumpridas.
3) Equipes especiais, preferentemente com a participação dos proprietários, devem
percorrer a região destinada às atividades; as recomendações e as observações devem
ser anotadas, para influírem na condução das atividades e nas providências de
responsabilidade do Exército.
4) O emprego de tiro real ou de explosivos e munições de qualquer espécie exige
um plano especial de segurança, contendo, dentre outros aspectos julgados necessários,
os seguintes:
- um calco definindo a área onde será realizado o tiro real, ou onde serão
empregados explosivos e munições, com todos os detalhes planimétricos e com áreas de
posição do armamento e de alvos, outras áreas perigosas e limites de segurança; e
- uma relação especificando o efetivo e a missão dos postos de segurança. Tais
postos devem ser convenientemente instruídos para assegurar a interdição das áreas
perigosas e dos itinerários que lhes dão acesso, bem como para alertar a direção do
exercício ou o comando das atividades sobre quaisquer anormalidades que ocorram nos
setores respectivos, através de meios de comunicação adequados.
5) Os moradores da área devem ser alertados e esclarecidos sobre a atividade que
será executada; além disso, caso a atividade exija, devem receber uma clara orientação
sobre os procedimentos a serem adotados durante e após a realização do exercício,
particularmente sobre eventuais encontros de munições falhadas, de equipamentos e de
material.
6) Deverão ser adotadas medidas de prevenção e de combate a incêndios na
vegetação.
7) A limpeza da área deve ser executada imediatamente após a conclusão das
atividades com tiro real, munição e explosivos.
8) A munição, os explosivos e os artifícios falhados devem ser destruídos no local,
de acordo com as normas previstas, não podendo permanecer na área quaisquer desses
artefatos.

o. Outras prescrições de segurança

1) Em função do número significativo de acidentes registrados em outras atividades


de rotina da OM, correlatas à instrução militar, os quais, na maioria das vezes, poderiam
ter sido evitados caso fossem seguidas as medidas de segurança, recomenda-se aos Cmt,
Ch e Dir, em todos os níveis, a adoção das seguintes medidas, dentre outras:
- planejamento de instruções específicas sobre segurança no trânsito (direção
defensiva) e no trabalho;
- criação ou manutenção, junto aos subordinados, do hábito da utilização dos
equipamentos de segurança em qualquer atividade de risco; e
- permanente supervisão quanto ao cumprimento das medidas de segurança por parte dos
subordinados.

2) Alguns exemplos de atividades de risco:


- deslocamento em motocicleta;
- troca de lâmpadas em postes;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 94/156)
- limpeza de telhados;
- conserto e manutenção de redes elétricas; e
- pintura de pavilhões e de mastros de bandeira.

3) Acidentes de trânsito
Cuidados especiais devem ser dirigidos à prevenção de acidentes de trânsito, maior
causador de danos pessoais à instituição. Nesse sentido, recomenda-se os seguintes
procedimentos, dentre outros:
a) emprego ostensivo de patrulhas (PE, ou não) pelos Cmt de Gu, nos itinerários e
nos horários de início e término de expediente dos quartéis, a fi m de coibir, principalmente,
o desrespeito quanto às regras de trânsito;
b) intensificação da fiscalização no Corpo da Guarda das OM quanto ao uso dos
equipamentos obrigatórios pelos condutores de veículos e seus ocupantes e da
documentação prevista no Código Brasileiro de Trânsito; e
c) empenho de oficiais e graduados no auxílio à fiscalização das regras de trânsito
quando dos deslocamentos externos.

TÍTULO 3.6 - CHEFE DE VIATURA

3.6.1 ATRIBUIÇÕES DO CHEFE DE VIATURA


(FONTE: Normas Gerais de Ação da ESA – 2017, Ficha de Serviço de Viatura)

1. Conferir com o motorista, antes da missão, a situação de combustível da viatura, já


que o abastecimento normal de viaturas somente é realizado no horário de expediente,
com autorização do Fiscal Administrativo da OM (Fisc Adm). Em situações excepcionais,
com autorização prévia do Fisc Adm, o abastecimento pode ocorrer em horários sem
expediente, acompanhado do Oficial de Dia ou do Adjunto, que lançará no livro de partes
os dados pertinentes e o motivo do abastecimento.
2. Conferir com o motorista o correto preenchimento da ficha de serviço da viatura. O
itinerário deve estar claro e definido, sendo vedado o uso de expressões vagas como:
“cidade”, “campo”, “selva” e, outras. Ainda, conferir se a ficha de serviço da viatura está
assinada pelo S-4 / Fisc Adm, pelo Cmt SU Ap (Cia C Ap, Esqd C Ap ou Bia C Ap) e pelo
encarregado da manutenção da viatura. Qualquer assinatura ou rubrica nos campos
previstos na ficha deve estar acompanhada pelo posto/graduação e nome de guerra de
quem assinou, em letra de forma.
3. Checar o estado de conservação da ficha de serviço da viatura, que não pode estar
rasurada. Em caso de erro de preenchimento, colocar a expressão a ser anulada entre
parênteses cortada por um único traço horizontal, acompanhada da correção, da rubrica e
do nome de guerra de quem a efetuou.
4. Conferir com o motorista o check-list da manutenção preventiva de 1° escalão da
viatura. Pneus carecas, luzes e/ou piscas queimados, equipamentos de segurança
ausentes, estepe faltando, limpador de pára-brisas danificado, falta de extintor de incêndio;
devem ser lançados na ficha, o que impedirá sua utilização até o conserto ou a substituição
da viatura e ficha, salvo ordem expressa por escrito do Comando da OM.
5. Assinar a ficha de serviço de viatura após sua utilização, nos campos destinados à
pessoa que utilizou a viatura, conferindo o preenchimento correto pelo motorista dos
horários e odômetro.
6. Fiscalizar a limpeza da viatura pelo motorista após a utilização. A viatura só pode ser
recolhida às garagens após a lavagem.
7. Certificar-se de que o motorista é mais moderno que o chefe de viatura.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 95/156)
8. Não utilizar ambulâncias para o cumprimento de missões que não sejam de
transporte e/ou remoção de pacientes, salvo ordem expressa por escrito do Comando da
OM.
9. Não utilizar viaturas operacionais para o cumprimento de missões administrativas,
salvo ordem expressa por escrito do Comando da OM.
10. O Ch da Vtr que chegar ao quartel depois do término do expediente, deve informar
ao Oficial de Dia de imediato. O Ch da Vtr deve entregar a chave da Vtr ao Adjunto, que
lançará o evento no livro de partes.
11. Não realizar deslocamentos com viaturas operacionais fora do período
compreendido entre o ICMN e o FCVN, salvo ordem expressa por escrito do Comando da
OM. Quando da ocorrência de neblina (nevoeiros), aguardar a abertura do tempo e
condições ideais de visibilidade para iniciar o deslocamento.

3.6.2 DAS GENERALIDADES


(FONTE: Portaria 039/2010)
Art. 1º Ao Exército Brasileiro (EB) compete, no caso de acidentes de trânsito
envolvendo viaturas militares e/ou veículos de terceiros, apurar a responsabilidade
administrativa pelos danos causados à Fazenda Nacional e, nos casos em que haja vítima
e/ou indício de crime militar, instaurar o devido Inquérito Policial Militar (IPM).
§ 1º A responsabilidade administrativa será apurada por uma sindicância, prevista
nestas Instruções Gerais (IG).
§ 2º O IPM, caso instaurado, terá por objeto não o acidente em si, mas somente o(s)
indício(s) do crime militar, podendo, no entanto, haver acúmulo de causas pretéritas e
atuais.
Art. 2º Deverá ser observada, pelos diversos comandos, direções e chefias, a
destinação das viaturas do Exército, regulada em legislação específica.
§ 1º Viaturas operacionais – são viaturas destinadas às atividades táticas ou
logísticas diretamente ligadas a exercícios de instrução e a operações militares, observado
o art. 26 destas IG.
§ 2º Viaturas administrativas – são viaturas utilizadas nas atividades de rotina, nos
serviços de natureza sigilosa e no apoio logístico a exercícios de instrução e a operações
militares, transportando material, suprimento e pessoal militar ou servidor civil a serviço e,
eventualmente, pessoal civil diretamente envolvido em atividade militar.

DA FINALIDADE

Art. 3º As presentes IG têm por finalidade estabelecer normas administrativas que


propiciem a rápida apuração das causas e responsabilidades dos acidentes de trânsito
envolvendo viaturas pertencentes ao EB e/ou veículos de terceiros, bem como, regular as
indenizações de danos causados.

DA APURAÇÃO DOS FATOS

Art. 4º Quando houver acidente de trânsito, sem vítimas, envolvendo viaturas


pertencentes ao EB, deverá ser instaurada uma sindicância e elaborado um Parecer
Técnico (PT), com os seguintes objetivos:
I - Sindicância – procedimento que visa concluir sobre o fato, na esfera
administrativa, tendo como base:
- o Parecer Técnico;
- o Laudo Pericial, quando existente;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 96/156)
- as investigações complementares realizadas pelo sindicante; e
- a vistoria do local e a reconstituição do acidente, caso necessário.
II - Parecer Técnico – documento que visa:
- analisar a(s) viatura(s) militar(es) envolvida(s) no acidente em seus aspectos
funcionais;
- orçar os valores necessários à reparação dos veículos envolvidos, inclusive os
civis;
- quando for o caso, avaliar orçamento executado por terceiros; e
- concluir se houve indícios de falhas pessoais e/ou técnicas que causaram o
acidente.
Parágrafo único. A adoção dos procedimentos previstos neste artigo dispensam a
abertura de Inquérito Técnico.
Art. 5º Quando houver acidente de trânsito, com vítima ou indício de crime,
envolvendo viaturas pertencentes ao EB, deverá ser instaurado o competente IPM.
§ 1º A solicitação de instauração de IPM poderá partir do sindicante à autoridade
que a determinou.
§ 2º Se no transcurso da sindicância surgirem indícios de crime, a mesma deverá
ser transformada em IPM.
§ 3º Mesmo após a remessa do IPM à Justiça Militar, os procedimentos visando à
solução da questão na esfera administrativa deverão ter continuidade, na forma da
legislação vigente.
Art. 6º Quando o acidente a ser apurado envolver viaturas de mais de uma OM, a
responsabilidade pela instauração da sindicância será do comandante da guarnição em
cuja jurisdição ocorrer o fato.
Parágrafo único. Caso as viaturas sejam da mesma OM, a responsabilidade pela
apuração será de seu Comandante.
Art. 7º Quando o acidente a ser apurado envolver veículo civil, a responsabilidade
pela instauração da sindicância será do Comandante da OM à qual pertencer a viatura
militar.
§ 1º Caso o acidente envolvendo veículo civil ocorra fora da guarnição à qual
pertença a viatura militar, a responsabilidade citada no caput deste artigo será do
comandante da guarnição em cuja jurisdição ocorrer o fato.
§ 2º Caso o acidente envolvendo veículo civil ocorra em localidade onde não haja
OM do Exército, a responsabilidade pela instauração da sindicância será do comandante
da guarnição mais próxima.
Art. 8º Quando o acidente a ser apurado envolver viaturas de outras Forças,
singulares ou auxiliares, a responsabilidade pela instauração da sindicância será do
Comandante da Guarnição onde ocorreu o fato, obedecidas as normas vigentes relativas
às ligações entre as Forças.

DOS PROCEDIMENTOS
DOS ACIDENTES COM VÍTIMA(S)

Art. 9º Em caso de acidente com vítima(s), o militar mais antigo na viatura, que
esteja em condições de coordenar as ações, deverá providenciar:
I - a sinalização do local e a adoção de outras medidas necessárias a evitar outro
acidente como consequência;
II - a prestação dos primeiros socorros possíveis à(s) vítima(s);
III - o contato com sua OM, ou com a mais próxima, para: informar sobre o fato e o
local onde ele ocorreu; e solicitar apoio médico.
IV - a preservação do local do acidente com a finalidade de permitir a posterior
realização da perícia, a menos que isso venha atentar contra a segurança;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 97/156)
V - se houver outro(s) veículo(s) envolvido(s) no acidente, anotar seus dados
(marca, cor e placa), bem como os dados de identificação de seu(s) condutor(es);
VI - o arrolamento de testemunhas, preferencialmente não envolvidas diretamente
no acidente, anotando nome, identidade, endereço e/ou local de trabalho e telefones de
contato; e
VII - em nenhum momento, a viatura militar deverá ser abandonada ou
desguarnecida.
§1º Por vítima, é entendido o espectro que vai da lesão corporal levíssima até a
morte.
§2º As vítimas, quando inconscientes ou presas nas ferragens do acidente ou em
outros locais, devem merecer cuidados especiais, principalmente no caso de socorro e
remoção por parte de pessoas não qualificadas.
§ 3º Caso venha a ocorrer, em qualquer situação, a remoção de vítimas por leigos,
o fato deve ser relatado à autoridade que vier atender ao acidente e oficializado por escrito
na primeira oportunidade, para que conste da sindicância.
Art. 10. Assim que tomar conhecimento do acidente, o comandante, chefe ou diretor
(Cmt/ Ch/Dir) da OM à qual pertença a viatura ou, quando for o caso, o comandante da
guarnição onde tenha ocorrido o sinistro deverá providenciar:
I - o apoio médico para o local do acidente;
II - a segurança para o local do acidente;
III - a comunicação do fato à OM de Polícia do Exército (PE) da área, caso haja
condições de realização da perícia militar pela mesma;
IV - a comunicação do fato à Polícia Civil, Militar e/ou Rodoviária, solicitando a
perícia do acidente, o registro da ocorrência e outras providências cabíveis; e
V - o acompanhamento de todo o desenvolvimento das operações até a solução dos
problemas imediatos.
§ 1º Caso o acidente tenha ocorrido fora de sua guarnição, o Cmt/Ch/Dir da OM, ao
tomar conhecimento do mesmo, comunicará de imediato ao comandante da guarnição
mais próxima ao local do sinistro, a fim de que sejam tomadas as medidas previstas no
presente artigo.
§ 2º Na ausência do respectivo Cmt/Ch/Dir, o militar mais antigo presente ou de
serviço na OM tomará as medidas previstas no presente artigo, comunicando àquela
autoridade na primeira oportunidade.

DOS ACIDENTES SEM VÍTIMA

Art. 11. Os procedimentos para os acidentes sem vítima são idênticos, no que
couber, aos dos acidentes com vítima(s).

DA SINDICÂNCIA

Art. 12. A sindicância obedecerá, observadas as peculiaridades destas IG, ao


previsto em legislação específica sobre o assunto.
Art. 13. Dentre outros, a sindicância deverá ser instruída, obrigatoriamente, com os
seguintes documentos:
I - cópia do Registro da Ocorrência expedido pela autoridade policial da
circunscrição do local do acidente;
II - Ficha de Serviço de Viatura e Ficha de Acidente de Viatura, devidamente
preenchidas;
III - Parecer Técnico;
IV - cópia da Carteira Nacional de Habilitação do(s) condutor(es) envolvido(s) no
acidente.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 98/156)
V - cópia das folhas de alterações do militar condutor da viatura envolvida, ou do
Boletim Interno (BI), onde conste estar o mesmo autorizado para a sua condução;
VI - orçamentos para a reparação do(s) veículo(s), preferencialmente três; e
VII - cópia dos documentos das viaturas administrativas e veículos de terceiros
envolvidos (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo e Seguro Obrigatório).
Parágrafo único. Sempre que possível, além dos documentos citados no art. 13
destas IG, deverão instruir a sindicância os seguintes documentos:
I - Laudo Pericial do acidente expedido pela PE ou por outro órgão do EB com
competência para tal;
II - Laudo Pericial expedido por peritos oficiais competentes;
III - no caso de acidente envolvendo animal, dados que identifiquem o seu
proprietário;
IV - cópia da apólice de seguro, ou de seus dados (companhia seguradora, número
da apólice com o respectivo valor e data da vigência), se houver;
V - avaliação do valor de mercado do (s) veículo(s); e
VI - avaliação do valor do salvado (material aproveitável), em caso de perda total de
viaturas pertencentes ao EB e/ou veículos de terceiros envolvidos no acidente.
Art. 14. Se, em qualquer momento da apuração, algum dos condutores ou
proprietários dos veículos envolvidos assumir a responsabilidade pela causa do acidente,
bem como pelos danos causados, tal fato deverá constar da sindicância, por meio de
Termo de Reconhecimento de Dívida (Anexo B ou C), assinado pelo responsável e por
duas testemunhas, fazendo-se sua juntada aos autos.
1º A perícia, se for o caso, e o PT não sofrerão interrupção em seu curso.
2º A contagem do prazo da sindicância será suspenso, até que seja realizada a
juntada dos documentos citados no § 1º do art. 14 destas IG.
Art. 15. Na solução da sindicância deverão constar as seguintes informações:
I - imputação dos prejuízos, seja ao(s) responsável(is) ou à Fazenda Nacional,
quando for o caso;
II - indícios de transgressão disciplinar ou crime;
III - valor dos danos apurados, correspondente ao menor dos orçamentos
apresentados;
IV - procedimentos para a indenização dos danos causados à União ou a terceiros,
se já tiverem sido adotados na forma das presentes IG.

DO PARECER TÉCNICO

Art. 16. O PT obedecerá, observadas as peculiaridades destas IG, ao previsto em


legislação específica sobre o assunto.
§ 1º A vistoria de veículo(s) pertencente(s) ao EB, envolvido(s) em acidente, deverá
ser acompanhada, sempre que possível, pelo militar ou servidor civil que na ocasião o(s)
conduzia(m).
§ 2º Caso envolva bens de terceiros, seu proprietário deverá ser notificado pelo
encarregado do PT para acompanhar a execução da vistoria, pessoalmente ou por
intermédio de um representante

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 99/156)


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 100/156)
UNIDADE DIDÁTICA 4 - SINAIS DE RESPEITO E CONTINÊNCIA

TÍTULO 4.1 - GENERALIDADES

(Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das


Forças Armadas – R-2)

Art. 2º Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações, deveres, direitos


e prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar sempre:
I - com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo à
autoridade de que se acham investidos por lei;
II - com afeição e camaradagem os seus pares;
III - com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados.
§ 1º Todas as formas de saudação militar, os sinais de respeito e a correção de
atitudes caracterizam, em todas as circunstâncias de tempo e lugar, o espírito de
disciplina e de apreço existentes entre os integrantes das Forças Armadas.
§ 2º As demonstrações de respeito, cordialidade e consideração, devidas entre os
membros das Forças Armadas, também o são aos integrantes das Polícias Militares, dos
Corpos de Bombeiros Militares e aos Militares das Nações Estrangeiras.
Art. 3º O militar manifesta respeito e apreço aos seus superiores, pares e
subordinados:
I - pela continência;
II - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado;
III - observando a precedência hierárquica;
IV - por outras demonstrações de deferência.
§ 1º Os sinais regulamentares de respeito e de apreço entre os militares
constituem reflexos adquiridos mediante cuidadosa instrução e continuada exigência.
§ 2º A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são índices seguros do
grau de disciplina das corporações militares e da educação moral e profissional dos seus
componentes.
§ 3º Os sinais de respeito e apreço são obrigatórios em todas as situações,
inclusive nos exercícios no terreno e em campanha.

TÍTULO 4.2 - DOS SINAIS DE RESPEITO

Art. 4º Quando dois militares se deslocam juntos, o de menor antiguidade dá a


direita ao superior.
Parágrafo único. Se o deslocamento se fizer em via que tenha lado interno e lado
externo, o de menor antiguidade dá o lado interno ao superior.
Art. 5º Quando os militares se deslocam em grupo, o mais antigo fica no centro,
distribuindo-se os demais, segundo suas precedências, alternadamente à direita e à
esquerda do mais antigo.
Art. 6º Quando encontrar um superior num local de circulação, o militar saúda-o e
cede-lhe o melhor lugar.
§ 1º Se o local de circulação for estreito e o militar for praça, franqueia a passagem
ao superior, faz alto e permanece de frente para ele.
§ 2º Na entrada de uma porta, o militar franqueia-a ao superior; se estiver fechada,
abre-a, dando passagem ao superior e torna a fechá-la depois.
Art. 7º Em local público onde não estiver sendo realizada solenidade cívico-militar,
bem como em reuniões sociais, o militar cumprimenta, tão logo lhe seja possível, seus
superiores hierárquicos.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 101/156)


Parágrafo único. Havendo dificuldade para aproximar-se dos superiores
hierárquicos, o cumprimento deve ser feito mediante um movimento de cabeça.
Art. 8º Para falar a um superior, o militar emprega sempre o tratamento “Senhor”
ou “Senhora”.
§ 1º Para falar, formalmente, a um oficial-general, o tratamento é “Vossa
Excelência”, “Senhor Almirante”, “Senhor General” ou “Senhor Brigadeiro”, conforme o
caso. Nas relações correntes de serviço, no entanto, é admitido o tratamento de “Senhor”.
§ 2º Para falar, formalmente, ao Comandante, Diretor ou Chefe de Organização
Militar, o tratamento é “Senhor Comandante”, “Senhor Diretor”, “Senhor Chefe”, conforme
o caso; nas relações correntes de serviço, é admitido o tratamento de “Comandante”,
”Diretor” ou “Chefe”.
§ 3º No mesmo posto ou graduação, poderá ser empregado o tratamento “você”,
respeitadas as tradições e peculiaridades de cada Força Armada.
Art. 9º Para falar a um mais moderno, o superior emprega o tratamento “você”.
Art. 10. Todo militar, quando for chamado por um superior, deve atendê-lo o mais
rápido possível, apressando o passo quando em deslocamento.
Art. 11. Nos refeitórios, os oficiais observam, em princípio, as seguintes
prescrições:
I - aguardam, para se sentarem à mesa, a chegada do Comandante, Diretor ou
Chefe, ou da mais alta autoridade prevista para a refeição;
II - caso a referida autoridade não possa comparecer à hora marcada para o início
da refeição, esta é iniciada sem a sua presença; à sua chegada, a refeição não é
interrompida, levantando-se apenas os oficiais que tenham assento à mesa daquela
autoridade;
III - ao terminar a refeição, cada oficial levanta-se e pede permissão ao mais antigo
para retirar-se do recinto, podendo ser delegada ao mais antigo de cada mesa a
autorização para concedê-la;
IV - o oficial que se atrasar para a refeição deve apresentar-se à maior autoridade
presente e pedir permissão para sentar-se;
V - caso a maior autoridade presente se retire antes que os demais oficiais tenham
terminado a refeição, apenas se levantam os que tenham assento à sua mesa.
§ 1º os refeitórios de grande freqüência e os utilizados por oficiais de diversas
Organizações Militares podem ser regidos por disposições específicas.
§ 2º Nos refeitórios de suboficiais, subtenentes e sargentos, deve ser observado
procedimento análogo ao dos oficiais.
Art. 12. Nos ranchos de praças, ao neles entrar o Comandante, Diretor ou Chefe
da Organização Militar ou outra autoridade superior, a praça de serviço, o militar mais
antigo presente ou o que primeiro avistar aquela autoridade comanda: “Rancho Atenção!”
e anuncia a função de quem chega; as praças, sem se levantarem e sem interromperem
a refeição, suspendem toda a conversação, até que seja dado o comando de “A vontade”.
Art. 13. Sempre que um militar precisar sentar-se ao lado de um superior, deve
solicitar-lhe a permissão.

TÍTULO 4.3 - DA CONTINÊNCIA

Art. 14. A continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser individual ou
da tropa.
§ 1º A continência é impessoal; visa a autoridade e não a pessoa.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 102/156)


§ 2º A continência parte sempre do militar de menor precedência hierárquica; em
igualdade de posto ou graduação, quando ocorrer dúvida sobre qual seja o de menor
precedência, deve ser executada simultaneamente.
§ 3º Todo militar deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que lhe é prestada;
se uniformizado, presta a continência individual; se em trajes civis, responde-a com um
movimento de cabeça, com um cumprimento verbal ou descobrindo-se, caso esteja de
chapéu.
Art. 15. Têm direito à continência:
I - a Bandeira Nacional:
a) ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica;
b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporarão, nas formaturas;
c) quando conduzida por tropa ou por contingente de Organização Militar;
d) quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por guarda ou
por organização civil, em cerimônia cívica;
e) quando, no período compreendido entre 08:00 horas e o pôr-do-sol, um militar
entra a bordo de um navio de guerra ou dele sai, ou, quando na situação de “embarcado”,
avista-a ao entrar a bordo pela primeira vez, ou ao sair pela última vez;
II - o Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou cívica;
III - o Presidente da República;
IV - o Vice-Presidente da República;
V - o Presidente do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo
Tribunal Federal;
VI - os Ministros de Estado;
VII - os Governadores de Estado, de Territórios Federais, e do Distrito Federal, nos
respectivos territórios, ou em qualquer parte do País em visita de caráter oficial;
VIII - os Ministros do Superior Tribunal Militar;
IX - os militares da ativa das Forças Armadas, mesmo em traje civil; neste último
caso, quando for obrigatório o seu reconhecimento em função do cargo que exerce ou,
para os demais militares, quando reconhecidos ou identificados;
X - os militares da reserva ou reformados, quando reconhecidos ou identificados;
XI - a tropa quando formada;
XII - as Bandeiras e os Hinos das Nações Estrangeiras, nos casos dos incisos I e II
deste artigo;
XIII - as autoridades civis estrangeiras, correspondentes às constantes dos incisos
III a VIII deste artigo, quando em visita de caráter oficial;
XIV - os militares das Forças Armadas estrangeiras, quando uniformizados e, se
em trajes civis, quando reconhecidos ou identificados;
XV - os integrantes das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares,
Corporações consideradas forças auxiliares e reserva do Exército.
Art. 16. O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode
conceder ao mais moderno.
Parágrafo único. O militar não deve tomar a iniciativa de estender a mão para
cumprimentar o superior, mas se este o fizer, não pode se recusar ao cumprimento.
Art. 17. O militar deve responder com saudação análoga quando, ao cumprimentar
o superior, este, além de retribuir a continência, fizer uma saudação verbal.

TÍTULO 4.4 - DO PROCEDIMENTO NORMAL

Art. 18. A continência individual é a forma de saudação que o militar isolado,


quando uniformizado, com ou sem cobertura, deve aos símbolos, às autoridades e à
tropa formada, conforme estabelecido no Art. 15.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 103/156)


§ 1º A continência individual é, ainda, a forma pela qual os militares se saúdam
mutuamente, ou pela qual o superior responde à saudação de um mais moderno.
§ 2º A continência individual é devida a qualquer hora do dia ou da noite, só
podendo ser dispensada nas situações especiais regulamentadas por cada Força
Armada.
§ 3º Quando em trajes civis, o militar assume as seguintes atitudes:
I - nas cerimônias de hasteamento ou arriação da Bandeira, nas ocasiões em que
esta se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino
Nacional, o militar deve tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, com a cabeça
descoberta;
II - nas demais situações, se estiver de cobertura, descobre-se e assume atitude
respeitosa;
III - ao encontrar um superior fora de organização Militar, o subordinado faz a
saudação com um cumprimento verbal, de acordo com as convenções sociais.
Art. 19. São elementos essenciais da continência individual: a atitude, o gesto e a
duração, variáveis conforme a situação dos executantes:
I - atitude - postura marcial e comportamento respeitoso e adequado às
circunstâncias e ao ambiente;
II - gesto - conjunto de movimento do corpo, braços e mãos, com ou sem armas;
III - duração - o tempo durante o qual o militar assume a atitude e executa o gesto
acima referido.
Art. 20. O militar, desarmado, ou armado de revólver ou pistola, de sabre-baioneta
ou espada embainhada, faz a continência individual de acordo com as seguintes regras:
I - mais moderno parado e superior deslocando-se:
a) posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do
deslocamento do superior;
b) com cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da cobertura,
tocando com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco adiante do botão da
jugular, ou lugar correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão no
prolongamento do antebraço, com a palma voltada para o rosto e com os dedos unidos e
distendidos; o braço sensivelmente horizontal, formando um ângulo de 45º com a linha
dos ombros; olhar franco e naturalmente voltado para o superior. Para desfazer a
continência, baixa a mão em movimento enérgico, voltando à posição de sentido;
c) sem cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado direito da
fronte, procedendo similarmente ao descrito na alínea “b”, no que couber;
d) a continência é feita quando o superior atinge a distância de três passos do
mais moderno e desfeita quando o superior ultrapassa o mais moderno de um passo;
Il - mais moderno deslocando-se e superior parado, ou deslocando-se em sentido
contrário:
- se está se deslocando em passo normal, o mais moderno mantém o passo e a
direção do deslocamento; se em acelerado ou correndo, toma o passo normal, não cessa
o movimento normal do braço esquerdo; a continência é feita a três passos do superior,
como prescrito no inciso I, alíneas “b” e “c”, encarando-o com movimento vivo de cabeça;
ao passar por este, o mais moderno volta a olhar em frente e desfaz a continência;
III - mais moderno e superior deslocando-se em direções convergentes:
- o mais moderno dá precedência de passagem ao superior e faz a continência
como prescreve o inciso I, alíneas “b” e “c”, sem tomar a posição de sentido;
IV - mais moderno, deslocando-se, alcança e ultrapassa o superior que se desloca
no mesmo sentido:
- o mais moderno, ao chegar ao lado do superior, faz-lhe a continência como
prescrito no inciso I, alíneas “b” e “c”, e o encara com vivo movimento de cabeça; após
três passos, volta a olhar em frente e desfaz a continência;
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 104/156)
V - mais moderno deslocando-se, é alcançado e ultrapassado por superior que se
desloca no mesmo sentido:
- o mais moderno, ao ser alcançado pelo superior, faz-lhe a continência, como
prescrito no inciso I, alíneas “b” e “c”, desfazendo-a depois que o superior tiver se
afastado um passo;
VI - em igualdade de posto ou graduação, a continência é feita no momento em
que os militares passam um pelo outro ou se defrontam.
Art. 21. O militar armado de espada desembainhada faz a continência individual,
tomando a posição de sentido e em seguida perfilando a espada.
Parágrafo único. Na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos
incisos I a VIII e XII do Art. 15 e a oficiais-generais, abate a espada.
Art. 22. o militar, quando tiver as duas mãos ocupadas, faz a continência individual
tomando a posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do
deslocamento do superior.
§ 1º Quando apenas uma das mãos estiver ocupada, a mão direita deve estar livre
para executar a continência.
§ 2º O militar em deslocamento, quando não puder corresponder à continência por
estar com as mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça.
Art. 23. O militar, isolado, armado de metralhadora de mão, fuzil ou arma
semelhante faz continência da seguinte forma:
I - quando estiver se deslocando:
a) leva a arma à posição de “Ombro Arma”, à passagem do superior hierárquico;
b) à passagem de tropa formada, faz alto, volta-se para a tropa e leva a arma à
posição de “Ombro Arma”;
c) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma a posição de sentido, com sua
frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do superior.
II - quando estiver parado:
a) na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a VIII do
Art. 15 e a oficiais-generais, faz “Apresentar Arma”;
b) para os demais militares, faz “Ombro Arma”;
c) à passagem da tropa formada, leva a arma à posição de “Ombro Arma”;
d) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma apenas a posição de sentido.
Art. 24. Todo militar faz alto para a continência à Bandeira Nacional, ao Hino
Nacional e ao Presidente da República.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia religiosa, o militar
participante da cerimônia não faz a continência individual, permanecendo em atitude de
respeito.
§ 2º Quando o Hino Nacional for cantado, a tropa ou militar presente não faz a
continência, nem durante a sua introdução, permanecendo na posição de “Sentido” até o
final de sua execução.
Art. 25. Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se para a direção
de onde vem a música, conservando-se nessa atitude enquanto durar sua execução.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Bandeira ou ao Presidente
da República, o militar volta-se para a Bandeira ou para o Presidente da República.
§ 2º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar ou cívica, realizada
em ambiente fechado, o militar volta-se para o principal local da cerimônia e faz a
continência como estipulado no inciso I do Art. 20 ou nos Arts. 21, 22 ou 23, conforme o
caso.
Art. 26. Ao fazer a continência para a Bandeira Nacional integrante de tropa
formada e parada, todo militar que se desloca, faz alto, vira-se para ela e faz a
continência individual, retomando, em seguida, o seu deslocamento; a autoridade
passando em revista à tropa observa o mesmo procedimento.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 105/156)
Art. 27. No interior das Organizações Militares, a praça faz alto para a continência
a oficial-general e às autoridades enumeradas nos incisos III a VIII, inclusive, do Art. 15.
Art. 28. O Comandante, Chefe ou Diretor de Organização Militar tem, diariamente,
direito à continência prevista no artigo anterior, na primeira vez que for encontrado pelas
suas praças subordinadas, no interior de sua organização.
Art. 29. Os militares em serviço policial ou de segurança poderão ser dispensados
dos procedimentos sobre continência individual constantes deste Regulamento.

TÍTULO 4.5 - DO PROCEDIMENTO EM OUTRAS SITUAÇÕES

Art. 30. O militar em um veículo, exceto bicicleta, motocicleta ou similar, procede


da seguinte forma:
I - com o veículo parado, tanto o condutor como o passageiro fazem a continência
individual sem se levantarem;
II - com o veículo em movimento, somente o passageiro faz a continência
individual.
§ 1º Por ocasião da cerimônia da Bandeira ou da execução do Hino Nacional, se
no interior de uma Organização Militar, tanto o condutor como o passageiro saltam do
veículo e fazem a continência individual; se em via pública, procedem do mesmo modo,
sempre que viável.
§ 2º Nos deslocamentos de elementos transportados por viaturas, só o
Comandante e o Chefe de cada viatura fazem a continência individual. Os militares
transportados tomam postura correta e imóvel enquanto durar a continência do Chefe da
viatura.
Art. 31. O militar isolado presta continência à tropa da seguinte forma:
I - tropa em deslocamento e militar parado:
a) militar a pé - qualquer que seja seu posto ou graduação, volta-se para a tropa,
toma posição de “Sentido” e permanece nessa atitude durante a passagem da tropa,
fazendo a continência individual para a Bandeira Nacional e, se for mais antigo do que o
Comandante da tropa, corresponde à continência que lhe é prestada; caso contrário, faz
a continência individual ao Comandante da tropa e a todos os militares em comando de
frações constituídas que lhe sejam hierarquicamente iguais ou superiores;
b) militar em viatura estacionada - desembarca e procede de acordo com o
estipulado na alínea anterior;
II - tropa em deslocamento e militar em movimento, a pé ou em veículo:
- o militar, sendo superior hierárquico ao Comandante da tropa, pára, volta-se para
esta e responde à continência que lhe é prestada; caso contrário, pára, volta-se para
aquela e faz a continência individual ao Comandante da tropa e a todos os militares em
comando de frações constituídas que lhe sejam hierarquicamente iguais ou superiores;
para o cumprimento à Bandeira Nacional, o militar a pé pára e faz a continência
individual; se no interior de veículo, faz a continência individual sem desembarcar;
III - tropa em forma e parada, e militar em movimento:
- procede como descrito no inciso anterior, parando apenas para a cumprimento à
Bandeira Nacional.
Art. 32. O oficial ao entrar em uma Organização Militar, em princípio, deve ser
conduzido ao seu Comandante, Chefe ou Diretor, ou, conforme as peculiaridades e os
procedimentos específicos de cada Força Armada, à autoridade militar da Organização
para isso designada, a fim de participar os motivos de sua ida àquele estabelecimento.
Terminada a missão ou o fim que ali o levou, deve, antes de se retirar, despedir-se
daquela autoridade.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 106/156)


§ 1º Nos estabelecimentos ou repartições militares onde essa apresentação não
seja possível, deve o militar apresentar-se ou dirigir-se ao de maior posto ou graduação
presente, ao qual participará o motivo de sua presença.
§ 2º Quando o visitante for do mesmo posto ou de posto superior ao do
Comandante, Diretor ou Chefe, é conduzido ao Gabinete ou Câmara do mesmo, que o
recebe e o ouve sobre o motivo de sua presença.
§ 3º A praça, em situação idêntica, apresenta-se ao Oficial-de-Dia ou de Serviço,
ou a quem lhe corresponder, tanto na chegada quanto na saída.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos não se aplica às organizações
médico-militares, exceto se o militar estiver em visita de serviço.
Art. 33. Procedimento do militar em outras situações:
I - o mais moderno, quando a cavalo, se o superior estiver a pé, deve passar por
este ao passo; se ambos estiverem a cavalo, não pode cruzar com aquele em andadura
superior; marchando no mesmo sentido, ultrapassa o superior depois de lhe pedir
autorização; em todos os casos, a continência é feita como prescrita no inciso II do Art. 20
deste regulamento.
II - O militar a cavalo apeia para falar com o superior a pé, salvo se este estiver em
nível mais elevado (palanque, arquibancada, picadeiro, ou similar) ou ordem em contrário;
III - se o militar está em bicicleta ou motocicleta, deverá passar pelo superior em
marcha moderada, concentrando a atenção na condução do veículo;
IV - o portador de uma mensagem, qualquer que seja o meio de transporte
empregado, não modifica a sua velocidade de marcha ao cruzar ou passar por um
superior e informa em voz alta: “serviço urgente”;
V - a pé, conduzindo ou segurando cavalo, o militar faz a continência como
prescrito no Art. 22.
VI - quando um militar entra em um recinto público, percorre com o olhar o local
para verificar se há algum superior presente; se houver, o militar, do lugar em que está,
faz-lhe a continência;
VII - quando um superior entra em um recinto público, o mais moderno que aí está
levanta-se ao avistá-lo e faz-lhe a continência;
VIII - quando militares se encontrarem em reuniões sociais, festas militares,
competições desportivas ou em viagens, devem apresentar-se mutuamente, declinando
posto e nome, partindo essa apresentação do de menor hierarquia;
IX - seja qual for o caráter - oficial ou particular da solenidade ou reunião, deve o
militar, obrigatoriamente, apresentar-se ao superior de maior hierarquia presente, e ao de
maior posto entre os oficiais presentes de sua Organização Militar;
X - quando dois ou mais militares, em grupo, encontram-se com outros militares,
todos fazem a continência individual como se estivessem isolados.
Art. 34. Todo militar é obrigado a reconhecer o Presidente e o Vice-Presidente da
República, o Ministro da sua Força, os Comandantes, Chefes ou Diretores da cadeia de
comando a que pertencer a sua organização e os oficiais de sua Organização Militar.
§ 1º Os oficiais são obrigados a reconhecer também os Ministros Militares, assim
como os Chefes dos Estados-Maiores de suas respectivas Forças.
§ 2º Todo militar deve saber identificar as insíqnias dos postos e graduações das
Forças Armadas.
Art. 35. O militar fardado descobre-se ao entrar em um recinto coberto.
§ 1º O militar fardado descobre-se, ainda, nas reuniões sociais, nos funerais, nos
cultos religiosos e ao entrar em templos ou participar de atos em que este procedimento
seja pertinente, sendo-lhe dispensada, nestes casos, a obrigatoriedade da prestação da
continência.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 107/156)


§ 2º A prescrição do “caput” deste artigo não se aplica aos militares armados de
metralhadora de mão, fuzil ou arma semelhante ou aos militares em serviço de
policiamento, escolta ou guarda.
Art. 36. Para saudar os civis de suas relações, o militar fardado não se descobre,
cumprimentando-os pela continência, pelo aperto de mão ou com aceno de cabeça.
Parágrafo único. Ao se dirigir a uma senhora para cumprimentá-la, o militar
fardado, exceto se do sexo feminino, descobre-se, colocando a cobertura sob o braço
esquerdo; se estiver desarmado e de luvas, descalça a luva da mão direita e aguarda que
a senhora lhe estenda a mão.
Art. 37. O militar armado de espada, durante solenidade militar, não descalça as
luvas, salvo ordem em contrário.
Art. 38. Nos refeitórios das Organizações Militares, a maior autoridade presente
ocupa o lugar de honra.
Art. 39. Nos banquetes, o lugar de honra situa-se, geralmente, no centro, do lado
maior da mesa principal.
§ 1º Se o banquete é oferecido a determinada autoridade, deve sentar-se ao seu
lado direito o Comandante da Organização Militar responsável pela homenagem; os outros
lugares são ocupados pelos demais participantes, segundo esquema previamente dado a
conhecer aos mesmos.
§ 2º Em banquetes onde haja mesa plena, o homenageante deve sentar-se em
frente ao homenageado.
Art. 40. Em embarcação, viatura ou aeronave militar, o mais antigo é o último a
embarcar e o primeiro a desembarcar.
§ 1º Em se tratando de transporte de pessoal, a licença para início do deslocamento
é prerrogativa do mais antigo presente.
§ 2º Tais disposições não se aplicam a situações operacionais, quando devem ser
obedecidos os Planos e Ordens a elas ligados.

Da Apresentação

Art. 41. O militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até a


distância do aperto de mão; toma a posição de “Sentido”, faz a continência individual como
prescrita neste Regulamento e diz, em voz claramente audível, seu grau hierárquico, nome
de guerra e Organização Militar a que pertence, ou função que exerce, se estiver no
interior da sua Organização Militar; desfaz a continência, diz o motivo da apresentação,
permanecendo na posição de “Sentido” até que lhe seja autorizado tomar a posição de
“Descansar’ ou de “À Vontade”.
§ 1º Se a superior estiver em seu Gabinete de trabalho ou outro local coberto, o
militar sem arma ou armado de revólver, pistola ou espada embainhada tira a cobertura
com a mão direita. Em se tratando de boné ou capacete, coloca-o debaixo do braço
esquerdo com o interior voltado para o corpo e a jugular para a frente; se de boina ou gorro
com pala, empunha-o com a mão esquerda, de tal modo que sua copa fique para fora e a
sua parte anterior voltada para a frente. Em seguida, faz a continência individual e procede
à apresentação.
§ 2º Caso esteja armado de espada desembainhada, fuzil ou metralhadora de mão,
o militar faz alto à distância de dois passos do superior e executa o “Perfilar Espada” ou
“Ombro Arma”, conforme o caso, permanecendo nessa posição mesmo após
correspondida a saudação; se o superior for Oficial-General ou autoridade superior, o
militar executa o manejo de “Apresentar Arma”, passando, em seguida, à posição de
“Perfilar Espada” ou “Ombro Arma”, conforme o caso, logo após correspondida a
saudação.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 108/156)


§ 3º Em locais cobertos, o militar armado nas condições previstas no parágrafo
anterior, para se apresentar ao superior, apenas toma a posição de “Sentido”.
Art. 42. Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe a continência
individual, idêntica à da apresentação, e pede permissão para se retirar; concedida a
permissão, o oficial retira-se normalmente, e a praça, depois de fazer “Meia Volta”, rompe a
marcha com o pé esquerdo.

TÍTULO 4.6 - DA CONTINÊNCIA DA TROPA


SEÇÃO I
Generalidades

Art. 43. Têm direito à continência da tropa os símbolos e autoridades relacionadas


nos incisos I a IX e XI a XIV do Art. 15.
§ 1º Os oficiais da reserva ou reformados e os militares estrangeiros só têm direito à
continência da tropa quando uniformizados.
§ 2º As autoridades estrangeiras, civis e militares, são prestadas as continências
conferidas às autoridades brasileiras equivalentes.
Art. 44. Para efeito de continência, considera-se tropa a reunião de dois ou mais
militares devidamente comandados.
Art. 45. Aos Ministros de Estado, aos Governadores de Estado e do Distrito Federal
e aos Ministros do Superior Tribunal Militar, são prestadas as continências previstas para
Almirante-de-Esquadra, General-de-Exército ou Tenente-Brigadeiro.
Parágrafo único. Os Ministros da Marinha, Exército, Aeronáutica, Chefe do Estado-
Maior das Forças Armadas, Ministros do Superior Tribunal Militar, Chefe da Casa Militar da
Presidência da República, nesta ordem, terão lugar de destaque nas solenidades cívico-
militares.
Art. 46. Aos Governadores de Territórios Federais são prestadas as continências
previstas para Contra-Almirante, General-de-Brigada ou Brigadeiro.
Art. 47. O Oficial que exerce função do posto superior ao seu, tem direito à
continência desse posto apenas na Organização Militar onde a exerce e nas que lhe são
subordinadas.
Art. 48. Nos exercícios de marcha, inclusive nos altos, a tropa não presta
continência; nos exercícios de estacionamento, procede de acordo com o estipulado nas
Seções II e III deste Capítulo.
Art. 49. A partir do escalão subunidade, inclusive, toda tropa armada que não
conduzir Bandeira, ao regressar ao Quartel, de volta de exercício externo de duração igual
ou superior a 8 (oito) horas e após as marchas, presta continência ao terreno antes, de sair
de forma;
§ 1º A voz de comando para essa continência é “Em continência ao terreno -
Apresentar Arma!”
§ 2º Os militares não Integrantes, da formatura, fazem a continência individual.
§ 3º Por ocasião da Parada Diária, a tropa o os militares não integrantes da
formatura prestam a “Continência ao Terreno”, na forma estipulada pelos parágrafos 1º e
2º deste artigo.
§ 4º Estas disposições poderão ser ajustadas às peculiaridades de cada Força
Armada.
Art. 50. A continência de uma tropa para outra está relacionada à situação de
conduzirem, ou não, a Bandeira Nacional o ao grau hierárquico dos respectivos
comandantes.
Parágrafo único. Na continência, toma-se como ponto de referência, para início da
saudação, a Bandeira Nacional ou a testa da formatura, caso a tropa não conduza
Bandeira.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 109/156)
Art. 51. No período compreendido entre o arriar da Bandeira e o toque de alvorada
no dia seguinte, a tropa apenas presta continência à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional,
ao Presidente da República, às bandeiras e hinos de outras nações e a outra tropa.
Parágrafo único. Excetuam-se as guardas de honra que prestam continência à
autoridade a que a homenagem se destina.

SEÇÃO II
Da Continência da Tropa a Pé Firme

Art. 52. A tropa em forma e parada, à passagem de outra tropa, volta-se para ela e
tona a posição de sentido.
Parágrafo único. Se a tropa que passa conduz Bandeira, ou se seu Comandante for
de posto superior ao do Comandante da tropa em forma e parada, esta lhe presta a
continência indicada no Art. 53; quando, do mesmo posto e a tropa que passa não conduz
Bandeira, apenas os Comandantes fazem a continência.
Art. 53. Uma tropa a pé firme presta continência aos símbolos, às autoridades e a
outra tropa formada, nas condições mencionadas no Art. 15, executando os seguintes
comandos:
I - na continência a oficial subalterno e Intermediário: - Sentido!”
II - na continência a oficial-superior: - “Sentido! Ombro Arma!”
III - na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a VIII do
Art. 15, a Oficiais-Generais ou autoridades equivalentes: “Sentido! Ombro Arma!
Apresentar Arma! Olhar a Direita (Esquerda)!”.
§ 1º Para Oficial-General estrangeiro, só é prestada a continência em caso de visita
oficial.
§ 2º No caso de tropa desarmada, ao comando de “Apresentar Arma!” todos os
seus integrantes fazem continência individual e a desfazem ao Comando de “Descansar
Arma!”.
§ 3º Os Comandos são dados a toque de corneta ou clarim até, o escalão Unidade,
e à viva voz, no escalão Subunidades; os Comandantes de pelotão (seção) ou de
elementos inferiores só comandam a continência quando sua tropa não estiver enquadrada
em subunidades; nas formações emassadas, não são dados comandos nos escalões
inferiores a Unidade.
§ 4º Em formação não emassada, os comandos a toque de corneta ou clarim são
dados sem a nota de execução, sendo desde logo executados pelo Comandante e pelo
porta-símbolo da Unidade; a banda é comandada à viva voz pelo respectivo mestre; o
estado-maior, pelo oficial mais antigo; a Guarda-Bandeira, pelo oficial Porta-Bandeira.
§ 5º Os comandos são dados de forma a serem executados quando a autoridade ou
a Bandeira atingir a distância de dez passos da tropa que presta a continência.
§ 6º A continência é desfeita aos comandos de “Olhar em Frente!”, “Ombro Arma!” e
“Descansar!”, conforme o caso, dados pelos mesmos elementos que comandaram sua
execução e logo que a autoridade ou a Bandeira tenha ultrapassado de cinco passos a
tropa que presta a continência.
§ 7º As Bandas de Música ou de Corneteiros ou clarins e Tambores permanecem
em silêncio, a menos que se tratem de honras militares.prestadas pela tropa, ou de
cerimônia militar de que a tropa participe.
Art. 54. A tropa mecanizada, motorizada ou blindada presta continência da seguinte
forma:
I - estando o pessoal embarcado, o Comandante e os oficiais que exercem
comando até o escalão pelotão, inclusive, levantam-se e fazem a continência; se não for
possível tomarem a posição em pé no veículo, fazem a continência na posição em que se

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 110/156)


encontram; os demais oficiais fazem, sentados, a continência individual, e as praças
conservam-se sentadas, olhando à frente, sem prestar continência.
II - estando o pessoal desembarcado, procede da mesma maneira como na tropa a
pé firme, formando à frente das viaturas.
Parágrafo único. Quando o pessoal estiver embarcado e os motores das viaturas
desligados, o Comandante desembarca para prestar a continência; os demais militares
procedem como no inciso I.
Art. 55. A autoridade civil ou militar estrangeira, que passar revista à tropa postada
em sua honra, são prestados esclarecimentos relativos ao modo de proceder.

SEÇÃO III
Da Continência da Tropa em deslocamento

Art. 56. A tropa em deslocamento faz continência aos símbolos, às autoridades e a


outra tropa formada, relacionados nos incisos I, III a IX e XI a XV do Art. 15, observado o
disposto pelo Art. 58, executando os seguintes comandos:
I - “Sentido! - Em Continência á Direita (Esquerda)!”, repetido por todas as unidades,
até o escalão batalhão, inclusive;
II os Comandantes de subunidades, ao atingirem a distância de vinte passos da
autoridade ou da Bandeira, dão a voz de: “Companhia Sentido! Em Continência à Direita
(Esquerda)!”;
III os Comandantes de pelotão (seção), à distância de dez passos da autoridade ou
da Bandeira, dão a voz de: “Pelotão (Seção) Sentido! Olhar à Direita (Esquerda)!”; logo que
a testa do pelotão (seção) tenha ultrapassado de dez passos a autoridade ou a Bandeira,
seu Comandante, independente, de ordem superior, comanda “Pelotão (seção) Olhar em
Frente!”.
§ 1º Nas formações emassadas de batalhão e de companhia, só é dado o comando
de execução da continência - “Batalhão (Companhia) Sentido! - Olhar à Direita
(Esquerda)!”, por toque de corneta ou à viva voz dos respectivos comandantes.
§ 2º Durante a execução da continência, são observadas as seguintes prescrições:
a) a Bandeira não é desfraldada, exceto para outra Bandeira; a Guarda-Bandeira
não olha para a direita (esquerda);
b) o estandarte não é abatido, exceto para a Bandeira Nacional, o Hino Nacional ou
o Presidente da República;
c) os oficiais de espada desembainhada, no comando de pelotão (seção), perfilam
espada e não olham para a direita (esquerda);
d) os oficiais sem espada ou com ela embainhada, fazem a continência individual
sem olhar para a direita (esquerda), exceto o Comandante da fração;
e) o Porta-Bandeira, quando em viatura, levanta-se, e a Guarda permanece
sentada;
f) os oficiais em viaturas, inclusive Comandantes de unidades e subunidades, fazem
a continência sentados sem olhar para a direita (esquerda);
g) os músicos, corneteiros e tamboreiros, condutores, porta-símbolos e porta-
flâmulas, os homens da coluna da direita (esquerda) e os da fileira da frente, não olham
para a direita (esquerda), e, se sentados não se levantam.
Art. 57. Na continência a outra tropa, procede-se da seguinte forma:
I - se as duas tropas não conduzem a Bandeira Nacional, a continência é iniciada
pela tropa cujo Comandante for de menor hierarquia; caso sejam de igual hierarquia, a
continência deverá ser feita por ambas as tropas;
II - se apenas uma tropa conduz a Bandeira Nacional, a continência é prestada à
Bandeira, independente da hierarquia dos Comandantes das tropas;

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III - se as duas tropas conduzem a Bandeira Nacional, a continência é prestada por
ambas, independente da hierarquia de seus comandantes.
Art. 58. A tropa em deslocamento faz alto para a continência ao Hino Nacional e aos
Hinos das Nações Estrangeiras, quando executados em solenidade militar ou cívica.
Art. 59. A tropa em deslocamento no passo acelerado ou sem cadência faz
continência às autoridades e a outra tropa formada, relacionadas nos incisos III a IX, XI e
XIII a XV do Art. 15, ao comando de “Batalhão (Companhia, Pelotão, Seção) Atenção!”,
dado pelos respectivos comandantes.
Parágrafo único. Para a continência à Bandeira Nacional e às Bandeiras das
Nações Estrangeiras, a tropa em deslocamento no passo acelerado ou sem cadência
retoma o passo ordinário e procede como descrito no Art. 56.

SEÇÃO IV
Da Continência da Tropa em Desfile

Art. 60. Destile é a passagem da tropa diante da Bandeira Nacional ou da maior


autoridade presente a uma cerimônia a fim de lhe prestar homenagem.
Art. 61. A tropa em desfile faz continência à Bandeira ou à maior autoridade
presente à cerimônia, obedecendo às seguintes prescrições:
I - a trinta passos aquém do homenageado, é dado o toque de “Sentido! - Em
Continência à Direita (Esquerda)!”, sendo repetido até o escalão batalhão, inclusive (esse
toque serve apenas para alertar a tropa);
Il - a vinte passos aquém do homenageado:
a) os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, levantam-se;
b) os Comandantes de subunidades comandam à viva voz:
“Companhia - Sentido! - Em Continência à Direita (Esquerda)!”;
c) os oficiais com espada desembainhada perfilam espada, sem olhar para a direita
(esquerda).
III - a dez passos aquém do homenageado:
a) os Comandantes de pelotão (seção) comandam: “Pelotão (seção) - Sentido! -
Olhar à Direita (Esquerda)!”;
b) a Bandeira é desfraldada, e o estandarte é abatido;
c) os Comandantes de unidade e subunidade, em viatura, fazem a continência
individual e encaram a Bandeira ou a autoridade;
d) os Comandantes de unidade e subunidade abatem espada e encaram a Bandeira
ou a autoridade; quando estiverem sem espada ou o ela embainhada, fazem a continência
individual é encaram a Bandeira ou a autoridade; os demais oficiais com espada
desembainhada perfilam espada;
e) os oficiais sem espada ou com ela embainhada ou portando outra arma fazem a
continência individual e não encaram a autoridade;
f) os componentes da Guarda-Bandeira, músicos, corneteiros e tamboreiros,
condutores e porta-símbolos não fazem continência nem olham para o lado.
IV - a dez passos depois do homenageado:
a) os mesmos elementos que comandaram “Olhar à Direita (Esquerda)!”
comandam: “Pelotão (seção) - olhar em Frente!”;
b) a Bandeira e o estandarte voltam à posição de Ombro Arma;
c) os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, desfazem a continência
individual;
d) os Comandantes de unidade e subunidade perfilam espada;

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 112/156)


e) os oficiais sem espada, com ela embainhada ou portando outra arma, desfazem a
continência.
V - a quinze passos depois do homenageado, independente de qualquer comando:
a) os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, sentam-se;
b) os oficiais a pé, com espada desembainhada trazem a espada à posição de
marcha.
§ 1º Os comandos mencionados nos incisos II, III e IV são dados à viva voz ou por
apito.
§ 2º Quando a tropa desfilar em linha de companhia, ou formação emassada de
batalhão, o primeiro comando de “Sentido! Em Continência à Direita (Esquerda)!” é dado a
vinte passos aquém do homenageado pelo Comandante superior, e o comando de “Olhar à
Direita (Esquerda)!” pelo Comandante de batalhão, a dez passos aquém do homenageado.
§ 3º Quando a tropa desfilar em linha de pelotões ou formação emassada de
companhia, o comando de “Olhar à Direita (Esquerda)!” é dado pelo Comandante de
subunidade a dez passos aquém do homenageado.
§ 4º Nas formações emassadas de batalhão ou companhia, o comando de “Olhar
em Frente!” é dado pelos mesmos Comandantes que comandaram Olhar à Direita
(Esquerda)!”, quando a cauda de sua tropa ultrapassar de dez passos o homenageado.
Art. 62. A tropa a pé desfila em Ombro Arma, com a arma cruzada ou em
bandoleira; nos dois primeiros casos, de baioneta armada.
Art. 63. A autoridade em homenagem à qual é realizado o desfile responde às
continências prestadas pelos oficiais da tropa que desfila; os demais oficiais que assistem
ao desfile fazem continência apenas à passagem da Bandeira.

SEÇÃO V
Do Procedimento da Tropa em Situações Diversas

Art. 64. Nenhuma tropa deve iniciar marcha, embarcar, desembarcar, montar, apear,
tomar a posição à vontade ou sair de forma sem licença do mais antigo presente.
Art. 65. Se uma tropa em marcha cruzar com outra, a que for comandada pelo mais
antigo passa em primeiro lugar.
Art. 66. Se uma tropa em marcha alcançar outra deslocando-se no mesmo sentido,
pode passar-lhe à frente, em princípio pela esquerda, mediante licença ou aviso do mais
antigo que a comanda.
Art. 67. Quando uma tropa não estiver em formatura e se encontrar em instrução,
serviço de faxina ou faina, as continências de tropa são dispensáveis, cabendo, entretanto,
ao seu Comandante, Instrutor ou Encarregado, prestar a continência a todo o superior que
se dirija ao local onde se encontra essa tropa, dando-lhe as informações que se fizerem
necessárias.
Parágrafo único. No caso do superior dirigir-se pessoalmente a um dos integrantes
dessa tropa, este lhe presta a continência regulamentar.
Art. 68. Quando uma tropa estiver reunida para instrução, conferência, preleção ou
atividade semelhante, e chegar o seu Comandante ou outra autoridade de posto superior
ao mais antigo presente, este comanda “Companhia (Escola, Turma, etc.) - Sentido!”
Comandante da Companhia (ou função de quem chega)!’’. A esse Comando, levantam-se
todos energicamente e tomam a posição ordenada; correspondido o sinal de respeito pelo
superior, volta a tropa à posição anterior, ao comando de “Companhia (Escola, Turma, etc.)
- À vontade!”. O procedimento é idêntico quando se retirar o comandante ou a autoridade
em causa.
§ 1º Nas reuniões de oficiais, o procedimento é o mesmo usando-se os comandos:
“Atenção! Comandante de Batalhão (ou Exmo. Sr. Almirante, General, Brigadeiro
Comandante de ...)! À vontade!, dados pelos instrutor ou oficial mais antigo presente.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 113/156)
§ 2º Nas Organizações Militares de ensino, os alunos de quaisquer postos ou
graduações aguardam nas salas de aula, anfiteatros ou laboratórios a chegada dos
respectivos professores ou instrutores. Instruções internas estabelecem, em minúcias, o
procedimento a ser seguido.
Art. 69. Quando um oficial entra em um alojamento ou vestiário ocupado por tropa, o
militar de serviço ou o que primeiro avistar aquela autoridade comanda “Alojamento
(Vestiário) - Atenção! Comandante da Companhia (ou função de quem chega) !”. As
praças, sem interromperem suas atividades, no mesmo local em que se encontram,
suspendem toda a conversação e assim se conservam até ser comandado “À vontade!”.

TÍTULO 4.7 - DA CONTINÊNCIA DA GUARDA

Art. 70. A guarda formada presta continência:


I - aos símbolos, às autoridades e à tropa formada, referidos nos incisos I a VIII, XI e
XII do Art. 15;
II - aos Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenentes-Brigadeiros, nas
sedes dos Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, respectivamente;
III - aos Oficiais-Generais, nas sedes de Comando, Chefia ou Direção privativos dos
postos de Oficial-General;
IV - aos Oficiais-Generais, aos Oficiais Superiores e ao Comandante, Chefe ou
Diretor, qualquer que seja o seu posto, nas Organizações Militares;
V - aos Oficiais-Generais e aos Oficiais Superiores das Forças Armadas das Nações
Estrangeiras, quando uniformizados, nas condições estabelecidas nos incisos anteriores;
VI - à guarda que venha rendê-la.
§ 1º - As normas para a prestação de continência, pela guarda formada, a Oficiais
de qualquer posto, serão reguladas pelo Cerimonial de cada Força.
§ 2º - A continência é prestada por ocasião da entrada e saída da autoridade.
Art. 71. Para a continência à Bandeira e ao Presidente da República, a guarda
forma na parte externa do edifício, à esquerda da sentinela do portão das armas (sentinela
da entrada principal), caso o local permita;. o corneteiro da guarda ou de serviço dá o sinal
correspondente (“Bandeira” ou “Presidente da República’), e o Comandante da guarda
procede como estabelecido no inciso III do Art.53.
Art. 72. A guarda forma para prestar continência à tropa de efetivo igual ou superior
a subunidade, sem Bandeira, que saia ou regresse ao quartel.
Art. 73. Quando em uma Organização Militar entra ou sai seu Comandante, Chefe
ou Diretor, acompanhado de oficiais, a continência da guarda formada é prestada apenas
ao oficial de maior posto, ou ao Comandante, se de posto igual ou superior ao dos que o
acompanham.
Parágrafo único. A autoridade a quem é prestada a continência destaca-se das
demais para corresponder à continência da guarda; os acompanhantes fazem a
continência individual, voltados para aquela autoridade.
Art. 74. Quando a continência da guarda é acompanhada do Hino Nacional ou da
marcha batida, os militares presentes voltam a frente para a autoridade, ou à Bandeira, a
que se presta a continência, fazendo a continência individual no início do Hino ou marcha
batida e desfazendo-a ao término.
Art. 75. Uma vez presente em, uma Organização Militar autoridade cuja insígnia
esteja hasteada no mastro principal, apenas o Comandante, Diretor ou Chefe da
organização e os que forem hierarquicamente superiores à referida autoridade têm direito à
continência da guarda formada.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 114/156)


TÍTULO 4.8 - DA CONTINÊNCIA DA SENTINELA

Art. 76. A sentinela de posto fixo, armada, presta continência:


I - apresentando arma:
- aos símbolos e autoridades referidos no Art. 15;
II - tomando a posição de sentido:
- aos graduados e praças especiais das Forças Armadas nacionais e estrangeiras;
III - tomando a posição de sentido e, em seguida, fazendo Ombro Arma:
- à tropa não comandada por Oficial.
§ 1º O militar que recebe uma continência de uma sentinela faz a continência
individual para respondê-la.
§ 2º A sentinela móvel presta continência aos símbolos, autoridades e militares
constantes do Art. 15, tomando apenas a posição de sentido.
Art. 77. Os marinheiros e soldados, quando passarem por uma sentinela, fazem a
continência individual, à qual a sentinela responde tomando a posição de “Sentido”.
Art. 78. No período compreendido entre o arriar da Bandeira e o toque de alvorada do
dia seguinte, a sentinela só apresenta armas à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional, ao
Presidente da República, às bandeiras e hinos de outras nações e a tropa formada,
quando comandada por oficial.
Parágrafo único. No mesmo período, a sentinela toma a posição de “Sentido” à
passagem de um superior pelo seu posto ou para corresponder à saudação militar de
marinheiros e soldados.
Art. 79. Para prestar continência a uma tropa comandada por oficial, a sentinela toma
a posição de “Sentido”, executando o “Apresentar Arma” quando a testa da tropa estiver a
10 (dez) passos, assim permanecendo até a passagem do Comandante e da Bandeira; a
seguir faz “ombro Arma” até o escoamento completo da tropa, quando volta às posições de
“Descansar Arma” e “Descansar”.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 115/156)


UNIDADE DIDÁTICA 5 - ORDEM UNIDA

TÍTULO 5.1 – GENERALIDADES E DEFINIÇÕES

5.1.1 GENERALIDADES

a) FINALIDADE DO MANUAL
A finalidade deste Manual é estabelecer normas que padronizem a execução dos
exercícios de Ordem Unida (OU), tendo em vista os objetivos deste ramo da instrução
militar.

b) HISTÓRICO
a. Desde o início dos tempos, quando o homem se preparava para combater, ainda
com armas rústicas e formações incipientes, já estava presente a Ordem Unida,
padronizando procedimentos, movimentos e formas de combate, disciplinando homens,
seja nas falanges, seja nas legiões.
b. FREDERICO II, Rei da PRÚSSIA, governante do século XVIII, dava grande
importância à Ordem Unida, e determinava que diariamente seus súditos executas sem
movimentos a pé firme e em marcha com a finalidade de desenvolver, principalmente, a
disciplina e o espírito de corpo. Dizia FREDERICO II: “A prosperidade de um Estado tem
por base a disciplina dos seus Exércitos".
c. O Exército Brasileiro, historicamente, teve seus primeiros movimentos de Ordem
Unida herdados do Exército Português. Além disso, sofreu também duas grandes
influências, no início do século passado: a germânica, antes da 1ª Guerra Mundial, com a
Missão Militar de Instrução de brasileiros na ALEMANHA; e a francesa, no início dos anos
20, com a participação de militares daquele País em missão no Brasil. Como exemplo,
dessa influência, pode-se citar o apresentar armas com espada, que se identifica com o
juramento feito pelos militares gauleses. O 1º tempo, com a espada na vertical e com o
copo na altura da boca, significava o juramento pela própria HONRA, no 2º tempo, o
juramento por DEUS, apontando para o céu, e no 3º tempo, o juramento pela PÁTRIA,
apontando a espada para o solo.

Fig 1-1. Exército Brasileiro - Garbo e tradição

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 116/156)


c) CONCEITO BÁSICO DA ORDEM UNIDA
A Ordem Unida se caracteriza por uma disposição individual e consciente altamente
motivada, para a obtenção de determinados padrões coletivos de uniformidade,
sincronização e garbo militar. Deve ser considerada, por todos os participantes –
instrutores e instruendos, comandantes e executantes – como um significativo esforço para
demonstrar a própria disciplina militar, isto é, a situação de ordem e obediência que se
estabelece voluntariamente entre militares, em vista da necessidade de eficiência na
guerra.

d) OBJETIVOS DA ORDEM UNIDA


a. Proporcionar aos homens e às unidades, os meios de se apresentarem e de se
deslocarem em perfeita ordem, em todas as circunstâncias estranhas ao combate.
b. Desenvolver o sentimento de coesão e os reflexos de obediência, como fatores
preponderantes na formação do soldado.
c. Constituir uma verdadeira escola de disciplina.
d. Treinar oficiais e graduados no comando de tropa.
e. Possibilitar, conseqüentemente, que a tropa se apresente em público, quer nas
paradas, quer nos simples deslocamentos de serviço, com aspecto enérgico e marcial.

e) DIVISÃO DA INSTRUÇÃO DE ORDEM UNIDA


a. Instrução individual - na qual se ministra ao militar a prática dos movimentos
individuais, preparando-o para tomar parte nos exercícios de instrução coletiva.
b. Instrução coletiva - na qual é instruída a fração, a subunidade e a unidade,
segundo planejamento específico.

5.1.2 DEFINIÇÕES

a) TERMOS MILITARES
Os termos militares têm um sentido preciso, em que são exclusivamente
empregados, quer na linguagem corrente, quer nas ordens e partes escritas. Daí a
necessidade das definições que se seguem:

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 117/156)


(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 118/156)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 119/156)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 120/156)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 121/156)
b) COMANDOS E MEIOS DE COMANDO

Na Ordem Unida, para transmitir sua vontade à tropa, o comandante poderá


empregar a voz, o gesto, a corneta (clarim) e/ou apito.
a. Vozes de comando - são formas padronizadas, pelas quais o comandante de
uma fração exprime verbalmente a sua vontade. A voz constitui o meio de comando mais
empregado na Ordem Unida. Deverá ser usada, sempre que possível, pois permite
execução simultânea e imediata.
(1) As vozes de comando constam geralmente de:
(a) Voz de advertência - é um alerta que se dá à tropa, prevenindo a para o
comando que será enunciado. Exemplos: “PRIMEIRO PELOTÃO!” ou “ESCOLA!” ou
“ESQUADRÃO!”.
1) A voz de advertência pode ser omitida, quando se enuncia uma sequência de
comandos. Exemplo: “PRIMEIRA COMPANHIA! - SENTIDO! OMBRO-ARMA! -
APRESENTAR-ARMA! - OLHAR A DIREITA! – OLHAR FRENTE!”.
2) Não há, portanto, necessidade de repetir a voz de advertência antes de cada
comando.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 122/156)


(b) Comando propriamente dito - tem por finalidade indicar o movimento a ser
realizado pelos executantes. Exemplos: “DIREITA!”, “ORDINÁRIO!”, ”PELA ESQUERDA!”,
“ACELERADO!”, “CINCO PASSOS EM FRENTE!”.
1) Às vezes, o comando propriamente dito, impõe a realização de certos
movimentos, que devem ser executados pelos homens antes da voz de execução.
Exemplo: (tropa armada, na posição de “Sentido”) “ESCOLA! DIREITA (os homens terão
de fazer o movimento de “Arma Suspensa”), VOLVER!”.
2) A palavra “DIREITA” é um comando propriamente dito e comporta-se, neste caso,
como uma voz de execução, para o movimento de “Arma Suspensa”.
3) Torna-se, então, necessário que o comandante enuncie estes comandos de
maneira enérgica, definindo com exatidão o momento do movimento preparatório e dando
aos homens o tempo suficiente para realizarem este movimento, ficando em condições de
receberem a voz de execução.
4) É igualmente necessário que haja um intervalo entre o comando propriamente
dito e a voz de execução, quando os comandantes subordinados tiverem que emitir vozes
complementares.
5) O comando propriamente dito, em princípio, deve ser longo. O Comandante deve
esforçar-se para pronunciar correta e integralmente todas as palavras que compõem o
comando. Tal esforço , porém, não deve ser enunciado, porque isto comprometerá a
uniformidade de execução pela tropa. Este cuidado é particularmente importante em
comandos propriamente ditos que correspondem à execução de movimentos
preparatórios, como foi mostrado acima.
(c) Voz de execução - tem por finalidade determinar o exato momento em que o
movimento deve começar ou cessar.
1) A voz de execução deve ser curta, viva, enérgica e segura. Tem que ser mais
breve que o comando propriamente dito e mais incisiva.
2) Quando a voz de execução for constituída por uma palavra oxítona (que tem a
tônica na última sílaba), é aconselhável um certo alongamento na enunciação da(s)
sílaba(s) inicial(ais), seguido de uma enérgica emissão da sílaba final. Exemplos: “PER-FI-
LAR!” - “CO-BRIR!” - “VOL-VER!” “DESCAN-SAR!”.
3) Quando, porém, a tônica da voz de execução cair na penúltima sílaba, é
imprescindível destacar esta tonicidade com precisão. Nestes casos, a(s) sílaba(s)
final(ais) praticamente não se pronuncia(m). Exemplos: “MAR-CHE!”, “AL-TO!”, “EM FREN-
TE!”, “OR-DI-NÁ-RIO”, “AR-MA!”, “PAS-SO!”.
(2) As vozes de comando devem ser claras, enérgicas e de intensidade proporcional
ao efetivo dos executantes. Uma voz de comando emitida com indiferença só poderá ter
como resultado uma execução displicente.
(3) O comandante deverá emitir as vozes de comando na posição de “Sentido”, com
a frente voltada para a tropa, de um local em que possa ser ouvido e visto por todos os
homens.
(4) Nos desfiles, o comandante dará as vozes de comando com a face voltada para
o lado oposto àquele em que estiver a autoridade (ou o símbolo) a quem será prestada a
continência.
(5) Quando o comando tiver de ser executado simultaneamente por toda a tropa, os
comandantes subordinados não o repetirão para suas frações. Caso contrário, repetirão o
comando ou, se necessário, emitirão comandos complementares para as mesmas.
(6) As vozes de comando devem ser rigorosamente padronizadas, para que a
execução seja sempre uniforme. Para isto, é necessário que os instrutores de Ordem
Unida as pratiquem individualmente, antes de comandarem uma tropa, seguindo as
instruções constantes do CI 22-5/1 - ORDEM UNIDA - CONSELHO AOS INSTRUTORES.
c. Emprego da corneta (ou clarim) - os toques de corneta (clarim) serão empregados
de acordo com o C 20-5 - MANUAL DE TOQUES DO EXÉRCITO. Quando uma “Escola”
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 123/156)
atingir um certo progresso na instrução individual, deverão ser realizadas sessões curtas e
frequentes de Ordem Unida, com os comandos executados por meio de toques de corneta
(clarim). Consegue-se, assim, familiarizar os homens com os toques mais simples, de
emprego usual. O homem deve conhecer os toques correspondentes às diversas posições,
aos movimentos das armas e os necessários aos deslocamentos.

TÍTULO 5.2 – MOVIMENTOS SEM ARMA A PÉ FIRME

5.2.1 POSIÇÕES

a. Sentido - nesta posição, o homem ficará imóvel e com a frente voltada para o
ponto indicado. Os calcanhares unidos, pontas dos pés voltadas para fora, de modo que
formem um ângulo de aproximadamente 60 graus. O corpo levemente inclinado para a
frente com o peso distribuído igualmente sobre os calcanhares e as plantas dos pés, e os
joelhos naturalmente distendidos. O busto aprumado, com o peito saliente, ombros na
mesma altura e um pouco para trás, sem esforço. Os braços caídos e ligeiramente curvos,
com os cotovelos um pouco projetados para a frente e na mesma altura. As mãos
espalmadas, coladas na parte exterior das coxas, dedos unidos e distendidos, sendo que,
o médio deverá coincidir com a costura lateral da calça . Cabeça erguida e o olhar fixo à
frente. (Fig 2-1 e 2-2)

Fig 2-1. Posição de Sentido (frente) Fig 2-2. Posição de Sentido (perfil)

Para tomar a posição de “Sentido”, o homem unirá os calcanhares com energia e


vivacidade, de modo a se ouvir esse contato; ao mesmo tempo, trará as mãos diretamente
para os lados do corpo, batendo-as com energia ao colá-las às coxas. Durante a execução
deste movimento, o homem afastará os braços cerca de 20 cm do corpo, antes de colar as
mãos às coxas. O calcanhar esquerdo deverá ser ligeiramente levantado para que o pé
não arraste no solo. O homem tomará a posição de “Sentido” ao comando de “SENTIDO!”.
b. Descansar - estando na posição de “Sentido”, ao comando de “DESCANSAR!”, o
homem deslocará o pé esquerdo, a uma distância aproximadamente igual a largura de
seus ombros, para a esquerda, elevando ligeiramente o corpo sobre a ponta do pé direito,
para não arrastar o pé esquerdo. Simultaneamente, a mão esquerda segurará o braço
direito pelo pulso, a mão direita fechada colocada às costas, pouco abaixo da cintura.
Nesta posição, as pernas ficarão naturalmente distendidas e o peso do corpo igualmente
distribuído sobre os pés, que permanecerão num mesmo alinhamento. Esta é a posição do
militar ao entrar em forma, onde permanecerá em silêncio e imóvel. (Fig 2-3 e 2-4)
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 124/156)
Fig 2-3. Posição de Descansar (frente) Fig 2-4. Posição de Descansar (costas)

c. À Vontade - o comando de “À VONTANDE” deverá ser dado quando os homens


estiverem na posição de “Descansar”. Estando os homens na posição de “Sentido”, deverá
ser dado primeiro o comando de “DESCANSAR!” e, em seguida, o de “À VONTADE!”. A
este comando, o homem manterá o seu lugar em forma, de modo a conservar o
alinhamento e a cobertura. Poderá mover o corpo e falar. Para cessar a situação de “À
Vontade”, o comandante ou instrutor dará uma voz ou sinal de advertência: “ATENÇÃO!”.
Os homens, então, individualmente, tomarão a posição de “DESCANSAR”. O Comandante
(ou instrutor) poderá, de acordo com a situação, introduzir restrições que julgue
necessárias ou convenientes, antes de comandar “À VONTADE!”. Tais restrições, porém,
não devem fazer parte da voz de comando.
d. Em Forma - ao comando de “ESCOLA (GRUPO, PELOTÃO etc.) – BASE TAL
HOMEM - FRENTE PARA TAL PONTO - COLUNA POR UM (DOIS, TRÊS, etc.), ou
LINHA EM UMA FILEIRA (DUAS ou TRÊS)" seguido da voz de execução “EM FORMA!”,
cada homem deslocar-se-á rapidamente para o seu lugar e, com o braço esquerdo
distendido para a frente, tomará a distância regulamentar. Se posicionado na testa da
fração, tomará o intervalo regulamentar conforme descrito no Capítulo 4, parágrafo 4-13.
Depois de verificar se está corretamente coberto e alinhado, tomará a posição de
“Descansar”.
e. Cobrir – Para que uma tropa retifique a cobertura, ser-lhe-á dado o comando de
“COBRIR!”. A este comando, que é dado com a tropa na posição de “Sentido”, o homem
estenderá o braço esquerdo para frente, com a palma da mão para baixo e os dedos
unidos, até tocar levemente com a ponta do dedo médio, a retaguarda do ombro (ou
mochila) do companheiro da frente; colocar-se-á, então, exatamente atrás deste, de forma
a cobri-lo e, em seguida, posicionar-se-á na mesma linha em que se encontrem os
companheiros à sua direita, alinhando-se por eles (Fig 4-7). A mão direita permanece
colada à coxa. Os homens da testa, com exceção do da esquerda (que permanecerá na
posição de “Sentido”), estenderão os braços esquerdos para o lado, palmas das mãos para
baixo, dedos unidos, tocando levemente o lado do ombro direito do companheiro à sua
esquerda. A mão direita permanece colada à coxa. (Fig 7 e 8)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 125/156)


Fig 7. Cobrir - Tropa desarmada - (testa)

Fig 8. Cobrir - Tropa desarmada (coluna)

Se a tropa estiver armada, ao comando de “COBRIR!”, os homens farão “Arma


Suspensa” e, a seguir, procederão como descrito anteriormente. (Fig 9 e 10)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 126/156)


Fig 9. Cobrir - Tropa armada (testa).

Fig 10. Cobrir - Tropa armada (coluna)

Se o comandante desejar reduzir o intervalo entre os homens, logo após enunciar a


fração, comandará “SEM INTERVALO, COBRIR!”. Neste caso, os homens procederão
como descrito anteriormente, com exceção dos homens da testa, que colocarão as mãos
esquerdas fechadas nas cinturas, punhos no prolongamento dos antebraços, costas das
mãos para a frente, cotovelos para a esquerda, tocando levemente o braço direito do
companheiro à sua esquerda. (Fig 11 e 12)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 127/156)


Fig 11. Sem Intervalo, cobrir - Tropa desarmada (testa)

Fig 12. Sem Intervalo, cobrir - Tropa armada (testa)

A cobertura estará correta quando o homem, olhando para a frente, ver somente a
cabeça do companheiro que o precede (a distância deverá ser de um braço).
O alinhamento estará correto quando o homem, conservando a cabeça imóvel, olha
para a direita e verificar se ele encontra-se no mesmo alinhamento que os demais
companheiros de sua fileira. O intervalo será de um braço (braço dobrado, no caso de
“Sem intervalo”).
Verificada a cobertura e o alinhamento, o comandante da tropa comandará
“FIRME!”. A este comando, os homens descerão energicamente o braço esquerdo,
colando a mão à coxa com uma batida e, ao mesmo tempo, quando for o caso, abaixarão a
arma, em dois tempos (idênticos aos 4º e 5º tempos do “Descansar Arma” partindo de
“Ombro-Arma”), permanecendo na posição de “Sentido”.

f. Perfilar -

a. Estando a tropa em linha, para retificar o seu alinhamento, será dado o comando
de “BASE TAL HOMEM (FRAÇÃO), PELA DIREITA (ESQUERDA OU CENTRO)!
PERFILAR!”. Após enunciar “BASE TAL HOMEM!”, o comandante aguardará que o
homem-base se identifique e prosseguirá comandando: “PELA DIREITA (ESQUERDA! ou
PELO CENTRO!)”. Fará nova pausa, esperando que os homens tomem a posição de

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 128/156)


“Sentido”, se desarmados, ou tomem esta posição e realizem o movimento de “Arma
Suspensa”, se armados. Em seguida, comandará “PERFILAR!”.
b. À voz de execução “PERFILAR!”, os homens da testa e os da coluna do homem-
base procederão como no movimento de “Cobrir”. Ao mesmo tempo, todos os homens
voltarão vivamente o rosto para a coluna do homem-base. Em seguida, tomarão os
intervalos e distâncias, sem erguer o braço esquerdo. Se a tropa estiver armada, os
homens, com exceção do homem-base, farão “Arma Suspensa”. (Fig 4-13).
c. Se o comandante desejar reduzir os intervalos, comandará “BASE TAL HOMEM!
(FRAÇÃO!) SEM INTERVALO! PELA DIREITA! PELA ESQUERDA! ou PELO CENTRO!
PERFILAR!”. Os homens da testa, com exceção do da esquerda (que permanecerá na
posição de “Sentido”), colocarão a mão esquerda fechada na cintura, punho no
prolongamento do antebraço, costas da mão para a frente, cotovelo para a esquerda, até
tocar levemente o braço direito do companheiro à sua esquerda. Os homens da coluna do
homem-base estenderão o braço esquerdo à frente, até tocarem levemente à retaguarda
do ombro direito do companheiro da frente. Todos os homens voltarão vivamente o rosto
para a coluna do homem-base. (Fig 13 e 14)

Fig 13. Pela Direita - Perfilar Fig 14. Sem Intervalo - Pelo Centro Perfilar

f. Fora de Forma - ao comando de “FORA DE FORMA, MARCHE!”, os homens


romperão a marcha com o pé esquerdo e sairão de forma com rapidez. Quando
necessário, o comando será precedido da informação “NAS PROXIMIDADES”, a qual não
fará parte da voz de comando. Neste caso, os homens deverão manter a atenção no seu
comandante, permanecendo nas imediações.
g. Olhar à Direita (Esquerda) - Tropa a pé firme - na continência a pé firme, ao
comando de “OLHAR À DIREITA (ESQUERDA)!“, cada homem girará a cabeça para o
lado indicado, olhará francamente a autoridade que se aproxima e, à proporção que esta
se deslocar, acompanhará com a vista, voltando naturalmente a cabeça, até que ela tenha
atingido o último homem da esquerda (direita). Ao comando de “OLHAR, FRENTE!",
volverá a cabeça, energicamente, para a frente.
h. Olhar à Direita (Esquerda) - Tropa em deslocamento - Quando no passo
ordinário, a última sílaba do comando de “SENTIDO! OLHAR À DIREITA!" deverá coincidir
com a batida do pé esquerdo no solo; quando o pé esquerdo voltar a tocar o solo, com
uma batida mais forte, deverá ser executado o giro de cabeça para o lado indicado, de
forma enérgica e sem desviar a linha dos ombros. Para voltar a cabeça à posição normal,

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 129/156)


será dado o comando de “OLHAR, FRENTE!“ nas mesmas condições do “OLHAR À
DIREITA (ESQUERDA)".
i. Olhar à Direita (Esquerda) - Tropa em desfile - na altura da primeira baliza
vermelha, será dado o comando de “SENTIDO ! OLHAR À DIREITA!", que deverá coincidir
com a batida do pé esquerdo no solo; quando o pé esquerdo voltar a tocar o solo, com
uma batida mais forte, deverá ser executado o giro de cabeça para o lado indicado, de
forma enérgica e sem desviar a linha dos ombros. Ao comando de “OLHAR, FRENTE!“,
que será dado quando a retaguarda do grupamento ultrapassar a segunda baliza
vermelha, a tropa girará a cabeça no pé esquerdo seguinte ao comando.
j. Apresentar arma - O comando de “APRESENTAR ARMA!” deverá ser dado
quando os homens estiverem na posição de “Sentido”. Estando os homens na posição de
“Descansar”, deverá ser dado primeiro o comando de “SENTIDO!” e, em seguida, o de
“APRESENTAR ARMA!”. A este comando o homem irá prestar a continência.
(1) Sem cobertura - em movimento enérgico, leva a mão direita, tocando com a
falangeta do dedo médio o lado direito da fronte, procedendo similarmente ao descrito
acima. (Fig 2-5)
(2) Com cobertura - em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da
cobertura, tocando com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco adiante do
botão da jugular, ou lugar correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão
no prolongamento do antebraço, com a palma voltada para o rosto e com os dedos unidos
e distendidos; o braço sensivelmente horizontal, formando um ângulo de 45º com a linha
dos ombros; olhar franco e naturalmente voltado para o superior. Para desfazer a
continência, abaixa a mão em movimento enérgico, voltando à posição de sentido. (Fig 2-
6)

Fig 2-5. Apresentar arma sem cobertura Fig 2-6. Apresentar arma com cobertura

l. Sentado (Ao solo) - Partindo da posição de descansar, ao comando de


“SENTADO UM-DOIS!” o militar dará um salto, em seguida, sentará com as pernas
cruzadas (perna direita à frente da esquerda), envolvendo os joelhos com os braços, e com
a mão esquerda deverá segurar o braço direito pelo pulso mantendo a mão direita fechada.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 130/156)


Para retornar a posição de descansar, partindo da posição sentado, deve-se comandar
“DE PÉ UM-DOIS!”. (Fig 2-7)

Fig 2-7. Posição sentado

5.2.2 POSIÇÕES SEM COBERTURA

Nas situações em que o militar tiver que retirar a cobertura, segurando-a com a mão
deverá proceder da seguinte forma:
a. Sentido - O militar deverá tomar a posição de sentido, de forma semelhante ao
descrito na letra “a.” do parágrafo 2-2, porém, deverá segurar a boina (gorro ou quepe)
com a mão esquerda empunhando-os pela lateral esquerda, braços conforme descrito na
letra "a." do parágrafo 2-2, mantendo a parte interna da cobertura voltada para o corpo e a
pala voltada para frente (Fig 2- 8 e 2-9). No caso do capacete, a parte interna ficará voltada
para o solo, tendo a preocupação de fixar a jugular no dedo anular.

Fig 2-8. Posição sentido (boina na mão) Fig 2-9. Posição sentido (gorro na mão)

b. Descansar - O militar deverá tomar a posição de descansar, de forma semelhante


ao descrito na letra “b.” do parágrafo 2-2, porém, deverá segurar a boina (gorro ou quepe)
com a mão esquerda empunhando-os pela lateral esquerda, mantendo a parte interna da
cobertura voltada para o corpo e a pala voltada para frente (Fig 2-10 e 2-11). O braço

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 131/156)


direito deverá estar caído ao lado do corpo, com o dorso da mão voltado para a frente,
mantendo o polegar da mão direita por trás dos demais dedos. No caso do capacete, a
parte interna ficará voltada para o solo, tendo a preocupação de fixar a jugular no dedo
anular. (Fig 2-12)

Fig 2-10. Posição descansar (boina na mão) Fig 2-11. Posição descansar (gorro na mão)

Fig 2-12. Posição descansar (capacete na mão)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 132/156)


TÍTULO 5.3 – MOVIMENTOS SEM ARMA EM DESLOCAMENTOS

5.3.1 PASSOS

a. Generalidades
(1) Cadência - é o número de passos executados por minuto, nas marchas em
passo ordinário e acelerado.
(2) Os deslocamentos poderão ser feitos nos passos: ordinário, sem cadência, de
estrada e acelerado.
b. Passo Ordinário - é o passo com aproximadamente 75 centímetros de extensão,
calculado de um calcanhar a outro e numa cadência de 116 passos por minuto. Neste
passo, o homem conservará a atitude marcial (ver parágrafo 2-5, letra "b.").
c. Passo sem Cadência - é o passo executado na amplitude que convém ao
homem, de acordo com a sua conformação física e com o terreno. No passo sem
cadência, o homem é obrigado a conservar a atitude correta, a distância e o alinhamento.
d. Passo de estrada - é o passo sem cadência em que não há a obrigação de
conservar a mesma atitude do passo sem cadência, propriamente dito, embora o homem
tenha que manter seu lugar em forma e a regularidade da marcha (ver C 21-18 -
MARCHAS A PÉ).
e. Passo Acelerado - é o passo executado com a extensão de 75 a 80 centímetros,
conforme o terreno e numa cadência de 180 passos por minuto.

5.3.2 MARCHAS

a. Generalidades
(1) O rompimento das marchas é feito sempre com o pé esquerdo partindo da
posição de “Sentido” e ao comando de, ”ORDINÁRIO (SEM CADÊNCIA, PASSO DE
ESTRADA ou ACELERADO) MARCHE!”. Estando a tropa na posição de “Descansar”, ao
comando de “ORDINÁRIO (SEM CADÊNCIA, PASSO DE ESTRADA ou ACELERADO)!”,
os homens tomarão a posição de “Sentido” e romperão a marcha, à voz de “MARCHE!”.
(2) Para fim de instrução, o instrutor poderá marcar a cadência. Para isso, contará
“UM!”, “DOIS!”, conforme o pé que tocar no solo: “UM!”, o pé esquerdo; “DOIS!”, o pé
direito.
(3) As marchas serão executadas em passo ordinário, passo sem cadência, passo
de estrada e passo acelerado.
b. Marcha em “Passo Ordinário”
(1) Rompimento - ao comando de “ORDINÁRIO, MARCHE!”, o homem levará o pé
esquerdo à frente, com a perna naturalmente distendida, batendo no solo com o calcanhar
esquerdo, de modo natural e sem exageros ou excessos; Levará também à frente o braço
direito, flexionando-o para cima, até a altura da fivela do cinto, com a mão espalmada
(dedos unidos) e no prolongamento do antebraço. Simultaneamente, elevará o calcanhar
direito, fazendo o peso do corpo recair sobre o pé esquerdo e projetará para trás o braço
esquerdo, distendido, com a mão espalmada e no prolongamento do antebraço, até 30
centímetros do corpo. Levará, em seguida, o pé direito à frente, com a perna distendida
naturalmente, batendo com o calcanhar no solo, ao mesmo tempo em que inverterá a
posição dos braços.
(2) Deslocamento - o homem prossegue, avançando em linha reta,
perpendicularmente à linha dos ombros. A cabeça permanece levantada e imóvel; os
braços oscilam, conforme descrito anteriormente, transversalmente ao sentido do
deslocamento. A amplitude dos passos é aproximadamente 40 centímetros para o primeiro
e de 75 centímetros para os demais. A cadência é de 116 passos por minuto, marcada
pela batida do calcanhar no solo.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 133/156)
(3) Alto - o comando de “ALTO!” deve ser dado quando o homem assentar o pé
esquerdo no solo; ele dará, então, mais dois passos, um com o pé direito e outro com o pé
esquerdo, unindo, com energia, o pé direito ao esquerdo, batendo fortemente os
calcanhares, ao mesmo tempo em que, cessando o movimento dos braços, irá colar as
mãos às coxas, com uma batida, conforme prescrito para a tomada da posição de
“Sentido”.
(4) Marcar Passo - o comando de “MARCAR PASSO!” deverá ser dado nas
mesmas condições que o comando de “ALTO!”. O homem executará o alto e, em seguida,
continuará marchando no mesmo lugar, elevando os joelhos até que os pés fiquem à altura
de 20 centímetros do solo, mantendo a cadência do passo ordinário. Os braços não
deverão oscilar. As mãos ficam espalmadas (dedos unidos), como durante o
deslocamento. O movimento de “Marcar Passo” deve ser de curta duração. Será
empregado com finalidades variadas, tais como: manter a distância regulamentar entre
duas unidades (frações) consecutivas de uma coluna; retificar o alinhamento e a cobertura
de uma fração, antes de se lhe dar o comando de “ALTO!”, entre outras.
(5) Em Frente - o comando de “EM FRENTE!” deverá ser dado quando o pé
esquerdo assentar no solo; o homem dará, ainda, um passo com o pé direito, rompendo,
em seguida, com o pé esquerdo, a marcha no passo ordinário.
(6) Trocar Passo - ao comando de “TROCAR PASSO!”, o homem levará o pé, que
está atrás, para a retaguarda do que acabar de tocar o solo e, dando logo em seguida um
pequeno passo com o que estava à frente, prosseguirá naturalmente a marcha. Este
movimento deverá ser feito com vivacidade e executado independentemente de ordem e
sempre que for necessário acertar o passo com os demais homens. Este comando será
dado somente a título de aprendizagem.
c. Marcha em “Passo sem Cadência”
(1) Rompimento da marcha - ao comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, o
homem romperá a marcha em passo sem cadência, devendo conservar-se em silêncio
durante o deslocamento.
(2) Passagem do “Passo Ordinário” para o “Passo sem Cadência” - estando o
homem em marcha no passo ordinário, ao comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”,
iniciará a marcha em passo sem cadência. A voz de execução deverá ser dada quando o
pé esquerdo tocar o solo, de tal forma que a batida seguinte do calcanhar esquerdo no solo
seja mais acentuada, quando então, o homem iniciará o passo sem cadência. Para voltar
ao passo ordinário, bastará comandar “ORDINÁRIO, MARCHE!”. Ao comando de
“ORDINÁRIO!”, o homem-base iniciará a marcha no passo ordinário e os demais homens
irão acertando o passo por este. Após um pequeno intervalo de tempo, será dada a voz de
“MARCHE!”, quando o pé esquerdo tocar o solo.
(3) Alto - estando em passo sem cadência, ao comando de “ALTO!” (com a voz
alongada), o homem dará mais dois passos e unirá o pé que está atrás ao da frente,
voltando à posição de “Sentido”.
d. Marcha em “Passo de estrada”
(1) Nos deslocamentos em estradas e fora das localidades, para proporcionar maior
comodidade à tropa, ser-lhe-á permitido marchar em passo de estrada. Ao comando de
“PASSO DE ESTRADA, MARCHE!”, o homem marchará no passo sem cadência podendo,
no deslocamento, falar, cantar, fumar, beber e comer. Para fazer com que a tropa retome o
passo ordinário, ser-lhe-á dado, primeiro, o comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!” e,
somente então, se comandará “ORDINÁRIO, MARCHE!”.
(2) Os passos sem cadência ou de estrada não têm amplitude e cadência regulares,
devendo-se, porém, evitar o passo muito rápido e curto, que é por demais fatigante. O
aumento da velocidade deverá ser conseguido com o aumento da amplitude do passo e
não com a aceleração da cadência. Uma tropa, no passo sem cadência, ou no passo de

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 134/156)


estrada, deverá percorrer 80 metros por minuto ou seja, cerca de 106 passos de 75
centímetros.
(3) Alto - estando a tropa em “Passo de estrada”, comandar-se-á “SEM CADÊNCIA,
MARCHE!”, antes de se comandar “ALTO!”. A este último comando, a tropa procederá
conforme a letra "c." item (3) anterior.
e. Marcha em “Passo Acelerado”
(1) No rompimento da marcha, partindo da posição de “sentido” – ao comando de
“ACELERADO!”, o homem levantará os antebraços, encostando os cotovelos com energia
ao corpo e formando com os braços ângulos aproximadamente retos; as mãos fechadas,
sem esforço e naturalmente voltadas para dentro, com polegar para cima, apoiado sobre o
indicador. À voz de “MARCHE”, levará o pé esquerdo com a perna ligeiramente curva para
frente, o corpo no prolongamento da perna direita e correrá cadenciadamente, movendo os
braços naturalmente para frente e para trás sem afastá-los do corpo. A cadência é de 180
passos por minuto. Em “ACELERADO”, as pernas se dobram, como na corrida curta.
(2) Passagem do “passo ordinário” para o “passo acelerado”- estando a tropa
marchando no passo ordinário, ao comando de “ACELERADO!” ,levantará os antebraços,
conforme descrito no item (1) acima, no momento em que o próximo pé esquerdo tocar ao
solo; a voz de “MARCHE!” deverá ser dada ao assentar o pé esquerdo ao solo; o homem
dará mais três passos, iniciando, então, o acelerado com o pé esquerdo de acordo com o
que está escrito para o início do “acelerado“, partindo da posição de “sentido“
(3) Passagem do “passo sem cadência” para o “passo acelerado” – se a tropa
estiver marchando no passo sem cadência, antes do comando de “ACELERADO,
MARCHE!”, comandar-se-á “ORDINÁRIO, MARCHE!”.
(4) Alto - o comando deverá ser dado quando o homem assentar o pé esquerdo no
solo; ele dará mais quatro passos em acelerado e fará alto, unindo o pé direito ao esquerdo
e, abaixando os antebraços, colocará as mãos nas coxas, com uma batida. A união dos
pés e a batida das mãos nas coxas, deverão ser executadas simultaneamente.
(5) Passagem do “passo acelerado” para o “passo ordinário” – estando em
acelerado, a voz de execução deverá ser dada quando o pé esquerdo assentar no solo; o
homem dará mais três passos em acelerado, iniciando, então, o passo ordinário com a
perna esquerda.
f. Deslocamentos curtos - poderão ser executados ao comando de “TANTOS
PASSOS EM FRENTE! MARCHE!”. O número de passos será sempre ímpar. À voz de
“MARCHE!”, o homem romperá a marcha no passo ordinário, dando tantos passos quantos
tenham sido determinados e fará alto, sem que para isso seja necessário novo comando.

5.3.3 VOLTAS

a. A pé firme - todos os movimentos serão executados na posição de “Sentido”,


mediante os comandos abaixo:
(1) “DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!” - à voz de execução “VOLVER!”, o homem
voltar-se-á para o lado indicado, de um quarto de círculo, sobre o calcanhar do pé direito
(esquerdo) e a planta do pé esquerdo (direito), e, terminada a volta, assentará a planta do
pé direito (esquerdo) no solo; unirá depois o pé esquerdo (direito) ao direito (esquerdo),
batendo energicamente os calcanhares.
(2) “MEIA VOLTA, VOLVER!”- será executada como “Esquerda Volver”, sendo a
volta de 180 graus.
(3) “OITAVO À DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!”. Será executado do mesmo
modo que ”DIREITA (ESQUERDA) VOLVER”, mas, a volta é de apenas 45 graus.
(4) Em campanha e nas situações em que seja difícil à tropa executar voltas a pé
firme (Ex.: tropa portando material ou equipamento pesado), deverá ser comandado
“FRENTE PARA A DIREITA (ESQUERDA, RETAGUARDA)!”, para que seja mudada a

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 135/156)


frente e uma fração. A este comando, o homem volverá, por meio de um salto, para o lado
indicado com energia e vivacidade. Tal comando deverá ser dado com a tropa na posição
de “Descansar”. Após executá-lo, permanecerá nesta posição.
b. Em marcha - as voltas em marcha só serão executadas nos deslocamentos
no passo ordinário.
(1) “DIREITA, VOLVER!” - A voz de execução “VOLVER!” deverá ser dada no
momento em que o pé direito assentar no solo; com o pé esquerdo, ele dará um passo
mais curto e volverá à direita, marcará um passo no mesmo lugar com o pé direito e
romperá a marcha com o pé esquerdo.
(2) “ESQUERDA, VOLVER!” - A voz de execução “VOLVER” deverá ser dada no
momento em que o pé esquerdo assentar no solo; com o pé direito, ele dará um passo
mais curto e volverá à esquerda, marcará um passo no mesmo lugar com o pé esquerdo e
romperá a marcha com o pé direito.
(3) “OITAVO À DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!” - será executado do mesmo
modo que “Direita (Esquerda), Volver”, porém, a rotação será apenas de 45 graus.
(4) “MEIA VOLTA, VOLVER!” - a voz de execução “VOLVER!” deverá ser dada ao
assentar o pé esquerdo no solo; o pé direito irá um pouco à frente do esquerdo, girando o
homem vivamente pela esquerda sobre as plantas dos pés, até mudar a frente para a
retaguarda, rompendo a marcha com o pé direito e prosseguindo na nova direção.
(5) Estando a tropa em passos sem cadência e sendo necessário mudar a sua
frente, o comandante da fração poderá comandar “FRENTE PARA A DIREITA
(ESQUERDA, RETAGUARDA)!”. A este comando, os homens se voltarão rapidamente
para a frente indicada, por meio de um salto, prosseguindo no passo sem cadência.

TÍTULO 5.4 - MOVIMENTOS COM ARMA A PÉ FIRME

5.4.1 MOVIMENTOS COM ARMA A PÉ FIRME, À VIVA VOZ E À CORNETA

a) Generalidades
Desde que se tenha obtido certo desembaraço na instrução de ordem unida sem
arma, será iniciada a instrução com arma (estas instruções poderão ser alternadas).
O presente capítulo tratará apenas da ordem unida para homens armados de fuzil
automático leve (FAL), PÁRA-FAL, Mosquetão 7,62 M 968, pistola, metralhadora de mão e
espada. Nos treinamentos de ordem unida, nas revistas, nos desfiles e outras atividades,
as armas coletivas (metralhadoras, morteiros, lança-rojões etc.), normalmente, não serão
conduzidas a braço e sim nos meios de transportes orgânicos. Da mesma forma, tendo em
vista o peso do Fz Mtz 7.62 M 964 (FAP) e a consequente dificuldade de executar
movimentos com esta arma, ela, normalmente, não deverá ser conduzida a braço na
Ordem Unida.
Os homens armados de FAL, PÁRA-FAL, Mosquetão, pistola, metralhadora de mão
e espada, entrarão em forma, inicialmente, na posição de “Descansar”.
As armas de fogo acima deverão ser conduzidas descarregadas e desengatilhadas.
Mediante ordem especial, as armas poderão ser conduzidas carregadas, porém, neste
caso, deverão estar travadas.
Nas sessões de ordem unida, nas formaturas e desfiles em que se utilize o FAL, a
bandoleira deve permanecer complemente esticada, passando por trás do pomo da
alavanca de manejo, com suas partes metálicas voltadas para a frente e o grampo inferior
tangenciando o respectivo zarelho. No PÁRA-FAL a bandoleira deve ser ajustada de forma
a permitir os movimentos com o armamento. (Fig 15)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 136/156)


Fig 15 Zarelho

5.4.2 FUZIL 7,62 M 964 (FAL) – Posições

a. Sentido - Nesta posição, o fuzil ficará na vertical, ao lado do corpo e encostado à


perna direita, chapa da soleira no solo junto ao pé direito, pelo lado de fora, com o bico na
altura da ponta do pé. Os braços deverão estar ligeiramente curvos, de modo que os
cotovelos fiquem na mesma altura. A mão direita segurará a arma, com o polegar por trás,
os demais dedos unidos e distendidos à frente, apoiados sobre o guarda-mão. A mão
esquerda e os calcanhares ficarão como na posição de “Sentido”, sem arma. Para tomar a
posição de “Sentido”, o homem unirá os calcanhares com energia, ao mesmo tempo em
que, afastando a mão esquerda, no máximo 20 cm, a colará na coxa, com uma batida. (Fig
16 e 17)

Fig 16. Posição de sentido (frente) Fig 17. Posição de Sentido (perfil)

b. Descansar - Para tomar esta posição, o homem deslocará o pé esquerdo a uma


distância aproximadamente igual a largura de seus ombros para a esquerda, ficando as
pernas distendidas e o peso do corpo igualmente distribuído sobre os pés, que
permanecerão no mesmo alinhamento. A mão direita segurará a arma da mesma forma
que na posição de “Sentido”. A mão esquerda ficará caída naturalmente, ao lado do corpo,
junto à costura da calça, com o seu dorso voltado para a frente, polegar por trás dos
demais dedos. (Fig 18)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 137/156)


Fig 18. Posição de Descansar

Movimentos com arma a pé firme

a. Nos movimentos com arma a pé firme, somente os braços e as mãos entrarão em


ação; a parte superior do corpo ficará perfilada e imóvel. Os diversos tempos de que se
compõem os movimentos deverão ser executados com rigorosa precisão e uniformidade,
seguindo-se uns aos outros na cadência correspondente a 116 passos por minuto. A arma
estará com o carregador, podendo estar de baioneta armada ou não. É proibido bater com
a soleira da arma no solo.
b. Ombro-Arma, partindo da posição de “Sentido”
(1)1º Tempo - o homem erguerá a arma na vertical, empunhando-a com a mão
direita, cotovelo junto ao corpo e para baixo; a arma ficará colada ao corpo com seu punho
voltado para a frente. A mão esquerda, abaixo da direita, segurará a arma pelo guarda-
mão, de modo que o dedo polegar fique sobre a 2ª janela de refrigeração, os demais dedos
devem estar unidos. O antebraço esquerdo deverá ficar, então, na horizontal e colado ao
corpo. (Fig 19 e 20)
(2) 2º Tempo - ao mesmo tempo que a mão esquerda traz o fuzil inclinado à frente
do corpo, com o punho para baixo, a mão direita abandonará a posição inicial, indo
empunhar a arma pelo delgado, o dedo polegar por trás e os demais dedos unidos à frente
da arma. Nesta posição, a mão esquerda deverá estar na altura do ombro e a direita na
altura do cinto. O cotovelo esquerdo colar-se-á ao corpo e o direito projetar-se-á para a
frente. A arma ficará colada ao corpo, formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros.
(Fig 21)
(3) 3º Tempo - a mão direita erguerá o fuzil, girando-o, até que venha se colocar
num plano vertical, perpendicular à linha dos ombros, e fique apoiado no ombro esquerdo
pela alavanca de manejo e com o punho voltado para a esquerda. Simultaneamente, a
mão esquerda soltará o guarda-mão e virá empunhar a arma por baixo da soleira, de modo
que esta, fique apoiada na palma da mão, os dedos
unidos e distendidos ao longo da coronha e voltados para a frente, dedo polegar sobre o
bico da soleira. O braço esquerdo ficará colado ao corpo, com o antebraço na horizontal e
de forma que a coronha da arma fique afastada do corpo. (Fig 22) (4) 4º Tempo - o homem
retirará a mão direita da arma, fazendo-a recair com vivacidade, rente ao corpo, até à coxa,
e colando à costura lateral da calça, com uma batida. (Fig 23 e 24)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 138/156)


Fig 19. Ombro-Arma 1º Tempo Fig 20. Ombro - Arma 1º Tempo
(frente) (perfil)

Fig 21. Ombro-Arma Fig 22. Ombro-Arma partindo


partindo da 1º posição de da 1º posição de “Sentido” 3º
“Sentido” 2º Tempo Tempo

Fig 23. Ombro-Arma Fig 24. Ombro-Arma partindo


partindo da 1º posição de da 1º posição de “Sentido” 4º
“Sentido” 4º Tempo (frente) Tempo (perfil)

c. Apresentar-Arma, partindo da posição de “Sentido”

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 139/156)


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo de “Ombro-Arma” partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 25)
2º Tempo - o homem, energicamente, trará a arma com a mão esquerda para a
posição vertical, à frente do corpo, cobrindo a linha de botões do blusão, punho voltado
para a frente, ao mesmo tempo em que a mão direita colocar-se-á abaixo do punho, costa
da mão para cima, dedos unidos e distendidos encostados à parte posterior do punho da
arma, polegar tocando o botão do cursor da alça de mira que, sempre, deverá estar com a
alça em branco. A mão esquerda empunha a arma com os dedos unidos e o polegar
distendido sobre a segunda janela de refrigeração. Nesta posição, a massa de mira deverá
estar na altura da boca do homem. Os cotovelos se projetam para a frente e o antebraço
esquerdo fica na horizontal.

Fig 25. Apresentar-Arma Fig 26. Apresentar-Arma


partindo da 1º posição de partindo da 1º posição de
“Sentido” 1º Tempo “Sentido” 2º Tempo

Fig 27. Apresentar-Arma partindo da 1º posição de “Sentido” 2º Tempo

d. Descansar-Arma, partindo da posição de “Ombro-Arma”


1º Tempo - a mão direita subirá vivamente e irá empunhar a arma pelo delgado,
retomando, desse modo, ao 3º Tempo de “Ombro-Arma”. Esse movimento deverá ser
marcado por uma batida da mão direita na arma. (Fig 28)
2º Tempo - a mão direita trará a arma para a frente do corpo, enquanto a mão
esquerda soltará a coronha e irá empunhar o guarda-mão, à altura do ombro esquerdo,
retomando, assim, ao 2º Tempo de “Ombro-Arma”. (Fig 29)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 140/156)


3º Tempo - a mão esquerda trará a arma para a vertical e para o lado direito do
corpo, enquanto a direita soltará o delgado e, com uma batida forte na arma, empunhará o
guarda-mão, colocando-se acima da mão esquerda como no 1º Tempo de “Ombro-Arma”.
(Fig 30)
4º Tempo - ao mesmo tempo em que a mão esquerda solta a arma e desce rente ao
corpo, até se juntar à coxa, com uma batida, a mão direita levará a arma para baixo na
vertical, até que o antebraço forme um ângulo aproximadamente de 45 graus com a linha
dos ombros, braço direito colado ao corpo, antebraço ligeiramente afastado, arma sem
tocar o solo. (Fig 31)
5º Tempo - a mão direita trará a arma para junto do corpo, sem bater com a coronha
no chão, retomando, assim, à posição de “Sentido”.

Fig 28. Descansar - Arma partindo da Fig 29. Descansar - Arma partindo da posição
posição de “Ombro-Arma” 1º Tempo de “Ombro-Arma” 2º Tempo

Fig 30. Descansar - Arma partindo da Fig 31. Descansar - Arma partindo da
posição de “Ombro-Arma” 3º Tempo posição de “Ombro-Arma” 4º Tempo (frente)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 141/156)


Fig 31. “Descansar-Arma” partindo da Fig 30. Descansar -Arma partindo da
posição de “Ombro-Arma” 4º Tempo (perfil) posição de “Ombro-Arma” 5º Tempo

e. Descansar-Arma, partindo da posição de “Apresentar-Arma”


1º Tempo - enquanto a mão esquerda leva a arma para o lado direito do corpo, a
mão direita sairá de sua posição abaixo do punho e, dando uma batida forte na arma, irá
empunhar o guarda-mão, colocando-se acima da mão esquerda como no 1º Tempo de
“Apresentar-Arma”. (Fig 31)
2º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 32)
3º Tempo - idêntico ao 5º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 33)

Fig. 31. Descansar-Arma, Fig. 32. Descansar-Arma, Fig. 33. Descansar-Arma,


partindo da posição de partindo da posição de partindo da posição de
“Apresentar-Arma” 1º “Apresentar-Arma” 2º “Apresentar-Arma” 3º
Tempo Tempo Tempo

f. Apresentar-Arma, partindo da posição de “Ombro-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 34)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Descansar-Arma” partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 35)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 142/156)


3º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 36)
4º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Apresentar-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 37)

Fig 34 Apresentar- Fig 35 Apresentar-


Arma, partindo da posi- Arma, partindo da posi-
ção de “Ombro- ção de “Ombro-
Arma” 1º Tempo Arma” 2º Tempo

Fig 36 Apresentar- Fig 37 Apresentar-


Arma, partindo da posi- Arma, partindo da posi-
ção de “Ombro- ção de “Ombro-
Arma” 3º Tempo Arma” 4º Tempo

g. “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Apresentar-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Apresentar-
Arma”. (Fig 36)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 37)
3º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 38)
4º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 39)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 143/156)


Fig 36. “Ombro – Arma”, partindo da Fig 37. “Ombro – Arma”, partindo
posição de “Apresentar - Arma” 1º da posição de “Apresentar - Arma”
Tempo 2º Tempo

Fig 38. “Ombro – Arma”, partindo Fig 39. “Ombro – Arma”, partindo da
da posição de “Apresentar - Arma” posição de “Apresentar - Arma” 4º
3º Tempo Tempo

h. Cruzar-Arma, partindo da posição de “Sentido”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 40)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 41)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 144/156)


Fig 40. “Cruzar – Arma”, partindo da Fig 41. “Cruzar – Arma”, partindo da
posição de “Sentido” 1º Tempo posição de “Sentido” 2º Tempo

i. Cruzar-Arma, partindo da posição de “Ombro-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 42)
2º Tempo - idêntico ao 2º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 43)

Fig 42. “Cruzar–Arma”, partindo da Fig 43. “Cruzar–Arma”, partindo da


posição de “Ombro-Arma” 1º Tempo posição de “Ombro-Arma” 2º Tempo

j. Descansar-Arma, partindo da posição de “Cruzar-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 44)
2º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 45)
3º Tempo - idêntico ao 5º Tempo do “Descansar-Arma”, partindo do “Ombro-Arma”.
(Fig 46)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 145/156)


Fig 44. “Descansar–Arma”, Fig 45. “Descansar–Arma”, Fig 46. “Descansar–Arma”,
partindo da posição de partindo da posição de partindo da posição de
“Cruzar-arma” 1º Tempo “Cruzar-arma” 2º Tempo “Cruzar-arma” 3º Tempo

k. Ombro-Arma, partindo da posição de “Cruzar-Arma”


1º Tempo - idêntico ao 3º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 47)
2º Tempo - idêntico ao 4º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”. (Fig 48)

Fig 47. “Ombro-Arma”, partindo da Fig 48. “Ombro-Arma”, partindo da


posição de “Cruzar-arma” 1º Tempo posição de “Cruzar-arma” 2º Tempo

l. Arma Suspensa - Este comando será sempre seguido da voz de “ORDINÁRIO,


MARCHE!”. O comando será, portanto, “ARMA SUSPENSA-ORDINÁRIO, MARCHE!”, e o
deslocamento com a arma nesta posição deverá ser sempre curto. Ao comando de “ARMA
SUSPENSA - ORDINÁRIO!”, dado com o homem na posição de “Sentido”, este
suspenderá a arma na vertical e, com uma batida enérgica, apoiará o cotovelo direito no
quadril, mantendo o antebraço na horizontal e conservando o pulso ligeiramente flexionado
para cima, a fim de que a arma permaneça na vertical. Nesta posição, a arma deverá ficar
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 146/156)
no mesmo plano vertical do antebraço e braço, a mão direita segurará a arma. Durante o
deslocamento, que se inicia ao comando de “MARCHE!”, o braço esquerdo oscila como na
marcha no passo ordinário. Para abaixar a arma, ao comando de “ALTO!”, o homem
realiza o movimento em dois tempos, idênticos aos 4º e 5º Tempos do “Descansar Arma”,
partindo do “Ombro-Arma”. A tropa tomará, também, a posição de “Arma Suspensa” para
realizar voltas a pé firme; ou quando lhe for comandado “COBRIR!” ou “PERFILAR!”; ou
“TANTOS PASSOS EM FRENTE!”. No primeiro caso, abaixará a arma após concluída a
volta; no segundo, ao comando de “FIRME!”; no terceiro, romperá a marcha ao comando
de “MAR-CHE!” e fará alto independentemente do comando, ao completar o número de
passos determinados. Em todos estes casos, abaixará a arma como descrito acima. (Fig
49, 50, 51 e 52)

Fig 49. Arma Fig 50. Arma Fig 51. Descansar- Fig 52 Descansar-
Suspensa (frente) Suspensa (perfil) Arma, partindo da Arma, partindo da
posição de Arma posição de Arma
Suspensa 1º Tempo Suspensa 2º Tempo

m. Arma na Mão
Partindo da posição de “Sentido”, ao comando de “ARMA NA MÃO, SEM
CADÊNCIA!”, o homem fará o movimento de “Arma na Mão” em três tempos:
1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”; (Fig 53)
2º Tempo - a mão esquerda permanecerá segurando a arma e a direita levantará a
alça de transporte, segurando-a, em seguida, com firmeza; (Fig 54 e 55)
3º Tempo - a mão esquerda abandonará a arma e, descendo rente ao corpo, irá
colar-se à coxa com uma batida; ao mesmo tempo, a mão direita girará a arma para a
frente e o braço direito se distenderá, ficando a arma na posição horizontal, ao lado do
corpo, com o cano voltado para a frente. (Fig 56 e 57)
À voz de “MARCHE!”, o homem romperá a marcha no passo sem cadência. Ao
comando de “ALTO!”, o homem fará alto e, em seguida, voltará a posição de “Sentido”,
realizando os movimentos em quatro tempos:
1º Tempo - a mão direita levantará a arma, de modo que esta fique na vertical, ao
lado do corpo. Simultaneamente, a mão esquerda segurará o guarda-mão, de modo que o
dedo polegar fique sobre a segunda janela de refrigeração; (Fig 58 e 59)
2º Tempo - a mão esquerda permanecerá segurando a arma; a mão direita abaixará
a alça de transporte e virá empunhar a arma pelo guarda-mão, acima da mão esquerda;
(Fig 60)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 147/156)


3º e 4º Tempos - idênticos aos 4º e 5º Tempos do “Descansar-Arma”, partindo do
“Ombro-Arma”, respectivamente. (Fig 61 e 62)

Fig 53. Arma na Mão 1º Tempo Fig 54. Arma na Mão 2º Fig 55. Arma na Mão 2º Tempo
Tempo (frente) (perfil)

Fig 56. Arma na Mão 3º Tempo (frente) Fig 57. Arma na Mão 3º Tempo (perfil)

Fig 58. “Descansar-Arma”, Fig 59. “Descansar-Arma”,


partindo da posição de “Armas partindo da posição de “Armas na
na Mão” - 1º Tempo Mão” - 1º Tempo

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 148/156)


Fig 60. Descansar- Fig 61. Descansar- Fig 62. Descansar-
Arma, partindo da Arma, partindo da Arma, partindo da
posição de “Armas na posição de “Armas na posição de “Armas na
Mão” 2º Tempo Mão” 3º Tempo Mão” 4º Tempo

n. Em Bandoleira-Arma
O comando de “EM BANDOLEIRA-ARMA!”, será dado estando a tropa na posição
de “Descansar”. À voz de “ARMA!”, o homem suspenderá a arma com a mão direita e, ao
mesmo tempo, segurará a bandoleira com a mão esquerda. Em seguida, colocará o braço
direito entre a bandoleira e a arma. A bandoleira ficará apoiada no ombro direito e segura
pela mão direita à altura do peito, de modo que a arma se mantenha ligeiramente inclinada
(coronha para a frente). O polegar da mão direita ficará distendido, por baixo da bandoleira
e os demais dedos, unidos, a envolverão. O antebraço direito permanecerá na posição
horizontal. (Fig 63, 64 e 65)
Caso a bandoleira não tenha sido previamente alongada, ao comando de “EM
BANDOLEIRA!”, o homem se abaixará ligeiramente e, com ambas as mãos, dará à
bandoleira a extensão necessária mexendo no zarelho superior (Fig 66). Isto feito, voltará à
posição de “Descansar” e aguardará o comando de “ARMA!”, quando, então, procederá
conforme descrito no item (1) acima.

Fig 63. Em Bandoleira-Arma, Fig 64. Em Bandoleira-Arma


tomada da posição (frente)

Descansar-Arma, partindo da posição, de “Em Bandoleira-Arma” este movimento


será executado com a tropa na posição de “Descansar”. Ao comando de “DESCANSAR-
ARMA!”, o homem procederá de maneira inversa ao descrito no item (1) acima.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 149/156)


Fig 65. Em Bandoleira-Arma Fig 66. Em Bandoleira-Arma
(perfil) (alongamento da bandoleira)

o. Tiracolo-Arma
O comando de “A TIRACOLO-ARMA!”, será dado com a tropa na posição de
“Descansar”. À voz de “ARMA!”, o homem suspenderá a arma com a mão direita e, ao
mesmo tempo, segurará a bandoleira com a mão esquerda. Em seguida, colocará o braço
direito entre a bandoleira e a arma. A mão direita irá empunhar a arma pela coronha e a
forçará para trás e para cima, enquanto a esquerda fará com que a bandoleira passe sobre
a cabeça, indo apoiar-se no ombro esquerdo. O fuzil ficará de encontro às costas, com o
cano para cima e esquerda, a coronha para a direita e a alavanca de manejo para o lado
de fora. (Fig 67, 68 e 69)
Mediante ordem e somente em exercícios de campo ou em situações excepcionais,
poderá a arma ser conduzida com o cano voltado para a direita e/ou para baixo.
Caso a bandoleira não tenha sido previamente alongada, ao comando de “A
TIRACOLO” o homem procederá conforme descrito na letra "o." item (2).
Descansar-Arma, partindo de “A Tiracolo-Arma” - ao comando de “DESCANSAR-
ARMA!”, o homem procederá de maneira inversa ao descrito no item (1) acima.

Fig 67. A Tiracolo- Fig 68. A Tiracolo- Fig 69. A Tiracolo-


Arma (tomada da Arma (frente) Arma (costas)
posição)

p. Ao Solo-Arma
Quando se deseja que uma tropa saia de forma deixando as armas no local em que
se encontrava formada, o comando de “FORA DE FORMA, MARCHE!”, será precedido
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 150/156)
pelo comando de “AO SOLO-ARMA!”. Este comando será dado com a tropa na posição de
“Sentido” e o homem o executará em dois tempos, descritos a seguir:
(a) 1º Tempo - o homem dará um passo à frente com o pé esquerdo e se abaixará,
colocando a arma sobre o solo, ao lado direito do corpo, com o cano voltado para a frente,
alavanca de manejo para baixo e chapa da soleira na altura da ponta do pé direito. A mão
esquerda, espalmada, deverá dar uma batida com energia sobre a coxa, imediatamente
acima do joelho esquerdo. O homem, durante todo este tempo, permanecerá olhando para
a arma. O joelho direito não toca o solo. (Fig 70 e 71)
(b) 2º Tempo - o homem larga a arma e volta à posição de “Sentido”. (Fig 72)
De preferência, depois do comando de “AO SOLO-ARMA!”, a tropa deverá realizar
um pequeno deslocamento, no passo sem cadência, a fim de que o comando de “FORA
DE FORMA, MARCHE!” possa ser dado fora do local em que foram deixadas as armas.
Para apanhar as armas, será dado o comando de “APANHAR-ARMA! na posição de
“Sentido”. A este comando, o homem executará o movimento em dois tempos, na ordem
inversa do descrito para colocar a arma no solo.
De preferência, a tropa entrará em forma à retaguarda do local daquele em que as
armas foram deixadas. Executará, a seguir, um deslocamento no passo sem cadência,
cada homem fazendo alto quando atingir o local em que se encontre sua arma. E, na
posição de “Sentido”, aguardará o comando de “APANHAR-ARMA!”.

Fig 70. Ao Solo-Arma Fig 71. Ao Solo-Arma Fig 72. Ao Solo-


1º Tempo (perfil) 1º Tempo (frente) Arma 2º Tempo

q .Em Funeral-Arma
Esta posição, utilizada quando o homem se encontra na função de sentinela em
câmara ardente, é tomada em três tempos:
1º Tempo - idêntico ao 1º tempo de “Apresentar-Arma”, partindo da posição de
“Sentido”; (Fig 73)
2º Tempo - a mão direita abandonará o guarda-mão e empunhará o delgado; (Fig
74)
3º Tempo - enquanto a mão direita faz a arma girar de 180 graus plano vertical, a
mão esquerda soltará a arma e virá juntar-se à coxa como na posição de “Sentido”. Nesta
posição, a boca da arma deverá ficar junto ao pé direito apoiada no solo. (Fig 75 e 76)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 151/156)


Fig 73. Em Funeral-Arma 1º Fig 74. Em Funeral-Arma 2º
Tempo Tempo

Fig 75. Em Funeral-Arma 3º Fig 76. Em Funeral-Arma 3º


Tempo (frente) Tempo (perfil)

r. Armar-Baioneta na posição de Cruzar-Arma


Os comandos de “ARMAR (DESARMAR)-BAIONETA!” deverão ser dados com a
tropa na posição de “Cruzar-Arma”. Sua execução processar-se-á aos comandos de
“TEMPO UM!”, “TEMPO DOIS!” e “TEMPO TRÊS!” (ou mediante três toques breves de
corneta).
OBSERVAÇÃO: A tropa estando com baioneta armada não deve usar o intervalo
reduzido (“Sem intervalo”).
Armar-Baioneta
(a) 1 º Tempo ao comando de “ARMAR-BAIONETA - TEMPO UM!”, o homem levará
a mão direita ao guarda-mão, imediatamente abaixo da mão esquerda, enquanto esta irá
segurar o punho da baioneta, com as costas da mão voltada para a frente, polegar por trás
do referido punho, permanecendo a arma cruzada à frente do corpo. O homem
permanecerá olhando para a frente. (Fig 77 e 78)
(b) 2º Tempo - ao comando de “TEMPO DOIS!”, o homem, com a mão esquerda,
retirará a baioneta da bainha num movimento natural, colocando-a no quebra chamas,
prendendo-a até ouvir o "clic do retém, acompanhando este movimento com o olhar, ao
mesmo tempo que girará a cabeça para esquerda. (Fig 79)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 152/156)


(c) 3º Tempo - ao comando de “TEMPO TRÊS!”, a mão esquerda, abandonará a
baioneta após o "clic", olhará para frente e segurará a arma pelo guarda-mão, enquanto a
mão direita voltará a segurá-la pela coronha. O homem ficará então, na posição de
“CRUZAR-ARMA”. (Fig 80)

Fig 77. Armar-Baioneta Fig 78. Armar-Baioneta


1º Tempo (início) 1º Tempo (final)

Fig 79. Armar-Baioneta Fig 80. Armar-Baioneta


2º Tempo 3º Tempo

s. Desarmar-Baioneta.
1º Tempo - ao comando de “DESARMAR-BAIONETA -TEMPO UM!”, o homem
levará a mão direita ao guarda-mão, imediatamente abaixo da mão esquerda, enquanto
esta, com as costas da mão voltada para a esquerda, pressionará com o polegar e o
indicador o retém da baioneta, soltando-a com uma pequena torção. O homem olhará para
a baioneta. (Fig 81 e 82)
2º Tempo - ao comando de “TEMPO DOIS!”, o homem com um movimento natural,
retirará a baioneta do quebra-chamas, indo introduzir a sua ponta na bainha,
acompanhando este movimento com o olhar, com a inclinação da cabeça. O homem
permanecerá olhando a baioneta. (Fig 83)

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 153/156)


Fig 81. Desarmar-Baioneta 1º Fig 82. Desarmar-Baioneta 1º
Tempo (início) Tempo (final)

3º Tempo - ao comando de “TEMPO TRÊS!”, o homem introduzirá completamente a


baioneta na bainha e retomará à posição de “Cruzar-Arma”. (Fig 84 e 85)

Fig 83. Desarmar- Fig 84. Desarmar- Fig 85. Desarmar-


Baioneta 2º Tempo Baioneta 3º Tempo Baioneta 3º Tempo (final)
(início)

TÍTULO 5.5 - MOVIMENTOS COM ARMA EM DESLOCAMENTOS

MOVIMENTOS COM ARMA EM DESLOCAMENTO, À VIVA VOZ E À CORNETA

a. Deslocamentos curtos - Nos pequenos deslocamentos, o instrutor poderá utilizar


a posição de “Arma Suspensa”, em vez da de “Ombro-Arma”.
b. Deslocamentos longos - Em deslocamentos de maior extensão, quando estiver
marchando no passo ordinário, a tropa, normalmente, conduzirá o fuzil na posição de
“Ombro-Arma”. Poderá fazê-lo, também, nas posições de “Cruzar-Arma”, “Em Bandoleira-
Arma” e “A Tiracolo-Arma”.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 154/156)
c. Deslocamentos no passo acelerado - Ao comando de “ACELERA-DO!”, o homem
executará o “Cruzar-Arma”, partindo das posições de “Sentido” ou de “Ombro-Arma”. À voz
de “MARCHE!”, o homem iniciará o deslocamento no passo acelerado.
d. Deslocamentos no passo sem cadência
Nos deslocamentos no passo sem cadência, a arma, normalmente, será conduzida nas
posições de “Arma na mão” ou de “Em Bandoleira-Arma”.
Quando uma tropa, deslocando-se em passo ordinário, em “Ombro-Arma”, “Cruzar-
Arma” ou “Arma Suspensa”, tiver de atravessar trechos em que haja restrição de espaço
ou de outra natureza que impeça a manutenção da cadência, poderá ser comandado “SEM
CADÊNCIA, MARCHE!”, seguindo-se os comandos necessários às mudanças de
formação, se for o caso. Nesta situação, o homem fará o deslocamento no passo sem
cadência, sem alterar a posição em que vinha conduzindo a arma, até que a restrição seja
ultrapassada, quando, então, será comandado “ORDINÁRIO MARCHE!”.
Caso a tropa esteja em passo sem cadência, na posição de “Em Bandoleira-Arma”,
ao comando de “ALTO!”, o homem fará alto e permanecerá com a arma na posição em que
a estava conduzindo. Então, será dado o comando de “DESCANSAR!” e, logo a seguir,
“DESCANSAR-ARMA!”.
e. Voltas a pé firme - Nas voltas a pé firme, será tomada a posição de “Arma
Suspensa”, quando for dado o comando propriamente dito de “DIREITA (ESQUERDA ou
MEIA VOLTA)!”. O homem fará a volta para o lado indicado à voz de “VOLVER!”,
abaixando a seguir a arma, conforme descrito no parágrafo 3-3, letra "m.".
f. Voltas em marcha - Nas voltas em marcha, o homem procederá conforme descrito
na letra "b." do parágrafo 2-5 do Capítulo 2.

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 155/156)


REFERÊNCIAS

- BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988

- PORTARIA Nº 012 - EME, DE 29 DE JANEIRO DE 2014. Manual de Fundamentos


EB20-MF-10.101 O Exército Brasileiro, 1ª Edição, 2014.

- LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980, Estatuto dos Militares

- DECRETO Nº 4.346, DE 26 DE AGOSTO DE 2002, Regulamento Disciplinar do


Exército (R-4)

- Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, NORMA TÉCNICA 02/2014, CONCEITOS


BÁSICOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

- PORTARIA Nº 816, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2003, Regulamento Interno e dos


Serviços Gerais (R-1)

- PORTARIA Nº 354-EME, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2015, Manual de Campanha


EB20-MC-10.350 Treinamento Físico Militar, 4ª Edição, 2015

- Caderno de Instrução PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE INSTRUÇÃO 1ª Edição -


2002

- INSTRUÇOES GERAIS PARA A PREVENÇ.AO E COMBATE A INCÊNDIOS NAS


ORGANIZAÇÕES MILITARES DO EXÉRCITO IG-10-15)

- PORTARIA Nº 039-CMT EX, DE 28 DE JANEIRO DE 2010, Instruções Gerais para


apuração de Acidentes envolvendo Viaturas pertencente ao EB

- PORTARIA NORMATIVA Nº 660-MD, DE 19 DE MAIO DE 2009, Regulamento de


Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas.

- PORTARIA Nº 079-EME, DE 13 DE JULHO DE 2000, Aprova o Manual de Campanha


C 22-5 - Ordem Unida, 3ª Edição, 2000

(Coletânea de Manuais de Tec Mil I Vol I..................................................... 156/156)

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