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Nova Lima
Noções de
Desenvolvimento e
Lavra de Minas
Presidente da FIEMG
Olavo Machado Jr.
Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica
Elaboração
Nilton Mauro de Jesus Santos
Unidade Operacional
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 02
DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 10
EXPLOSIVOS ................................................................................................................... 19
Apresentação
O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !
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Noções de Desenvolvimento e Planejamento de Minas
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Introdução
Pertencem ao âmbito da mineração os trabalhos mineiros visando a descoberta, a
avaliação e a extração de substâncias minerais úteis existentes na superfície
ou no interior da terra.
Legalmente, a mineração consta de duas fases: Pesquisa e lavra. Tecnicamente,
estas duas fases poderão ser desdobradas da seguinte maneira:
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1) Coesão: Refere-se à força que une as partículas das rochas. Sob o ponto de
vista da coesão, as rochas podem ser coerentes como os gnaisses, granitos e
basaltos, desde que não estejam decompostas. As rochas são incoerentes se
forem como a terra, areias e argilas.
P=m/V Pc = m / Vs logo: m = Pc / Vc
Os = M / Vs logo: m = Os / Vs
Fator de convenção: Φ
Φ = Os / Pc
Fator de Empolamento:λ
Λ = Pc / Os
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Vc = 0,80 x 5 ou Vc = 4,0m3
a) Fator de conversão
b) Fator de empolamento
c) Volume no corte
Solução:
c) Vc = Os / Pc x Vs = Φ Vs = 0,60 x 15 = 9,0m3
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Exercícios
m
PS = PS = 4 ton/m3
VS
m = 120 ton
120ton
4 ton / m3 = VS = ?
VS
VS = 30m3
Jardas Cúbicas
1” = 25,4mm = 2,54cm
1 pé (ft) = 12” = 30,48cm
1 jarda (jd) = 3 pés = 91,44cm = 0,9144cm
1 jd3 = 0,9144cm x 0,9144m x 0,9144m = 0,76m3
x = 7,6m3 m=?
60ton
Regra de 3 Fórmulas nº de caçambas = 4 caçambas
15,2
m
1m3 – 2 tom PS
VS
7,6 m3 – x
m
2 m = 15,2 ton
7,6
x = 4,56m3 m=?
m m
PS = 1,5 m 6,84ton
VS 4,56
50ton
Nº de caçambas = = 7 caçambas
6,84ton
Um caminhão de 8m3 está carregado com 15 ton de brita. Qual o PS solto desta
brita?
m
PS = ? PS =
VS
m = 15 ton
m
V S = 8 m3 1,580 = m = 31,6 ton
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Desenvolvimento
Introdução
A extração das substâncias úteis de uma jazida não pode ser iniciada
imediatamente e nem sempre nos locais onde se cortou a mesma ou a colocou a
descoberto. Se a extração se iniciasse imediatamente, o acesso às partes mais
afastadas do local de extração resultaria extraordinariamente difícil ou quase
impossível, o que exige uma prévia preparação dentro de um determinado
planejamento, preparação esta que se denomina desenvolvimento.
Como o desenvolvimento é uma fase que envolve grandes despesas, por
segurança, ela só deve ser iniciada após a certeza da posse da jazida. Seu
planejamento deve ser condicionado ao tipo de lavra que se irá executar.
TIPOS DE DESENVOLVIMENTO
no estéril, isto é, a obras mortas. Estas, pela maior regularidade, menor custo
de manutenção, não imobilização de minério como piso ou pilares de
proteção, etc, são comumente mais econômicas, embora não forneçam
recuperações imediatas, por fornecimento de minério.
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VIAS DE ACESSO
As vias de acesso são desenvolvimentos básicos que permitem atingir a jazida
em um ou vários horizontes, e o escoamento das substâncias desmontadas.
Quando da sua escolha e locação devem ser levadas em conta, entre outras
condições, a topografia local, a morfologia da jazida, o tipo de lavra, a
independência na extração das safras, os custos, a produção desejada, etc.
Em certos casos especiais outros acessos, que não as estradas, podem ser
utilizados, como túneis, planos inclinados, poços verticais e, até mesmo, simples
furos de sonda ( lavra de petróleo e gases, sais solúveis, etc).
Os diferentes tipos de acesso, em lavra a céu aberto, podem ser agrupados em:
Um ou mais poços verticais, próximos da cava, são ligados aos bancos por
travessas dotadas de chutes, para carregamento de skips que farão o transporte
vertical, descarregando em silos na superfície. O sistema tem produção diária
limitada, mesmo que o transporte horizontal, até aos chutes do poço, se faça por
pás carregadoras.
Utilizável para minas lavradas em flanco ou, em casos que a topografia permite,
para lavra em cava. Consiste de um ádito sob o minério, associado a uma caída
de minério que se liga aos vários bancos por travessas. Do ádito o minério é
transportado para chutes externos, por veículos compatíveis com as dimensões
de sua seção.
7) Sistema de funil:
A opção por este ou por aquele tipo de acesso, de um modo geral, pode ser
assim resolvida:
PERFURAÇÃO DE ROCHAS
1) HISTÓRICO
2) INTRODUÇÃO
A perfuração das rochas dentro do campo dos desmontes é a primeira operação que se realiza e tem como finalidade abrir uns furos, com
a distribuição e geometria adequada dentro dos maciços, para alojar as cargas de explosivos e seus acessórios iniciadores.
Os sistemas de perfuração da rocha que tem sido desenvolvidos e classificados por ordem de aplicação são:
a) MECÂNICOS
Percussão
Rotação
Rotopercussão
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b) TÉRMICOS
Maçarico ou lança térmica
Plasma
Fluido quente
Congelamento
c) HIDRÁULICOS
Jorro de água
Erosão
Cavitação
d) SÔNICOS
Vibração de alta freqüência
e) QUÍMICOS
Micro desmonte
Dissolução
f) ELÉTRICOS
Arco elétrico
Indução magnética
g) SÍSMICOS
Raio laser
NUCLEARES
Fusão
Fissão
Na mineração e obras públicas os métodos mecânicos são os mais utilizados. As componentes principais de um sistema de perfuração
desse tipo são: a perfuratriz que é a fonte de energia mecânica, a haste que é o meio de transmissão de energia, a broca que exerce sobre
a rocha a dita energia e o fluido que efetua a limpeza e a evacuação dos detritos produzidos
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PERFURAÇÃO ROTOPERCUSSIVA
Perfuratrizes Pneumáticas: São acionadas por ar comprimido; seu campo de atuação tem sido estreitado cada vez mais aos furos curtos
de comprimento entre 3 e 15m, de diâmetro pequeno, em rochas duras e terrenos de difícil acesso. Porém apresentam algumas
vantagens, tais como:
grande simplicidade
facilidade de reparos
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Perfuratrizes Hidráulicas: Ao final dos anos 60 e início dos anos 70, ocorreu um
grande avanço tecnológico nas perfurações de rochas com o desenvolvimento
das perfuratrizes hidráulicas. Uma perfuratriz hidráulica consta basicamente dos
mesmos elementos construtivos de uma pneumática. A diferença mais importante
entre os sistemas é que em lugar de utilizar ar comprimido, gerado por um
compressor, utiliza-se um grupo de bombas que aplicam um volume de óleo, que
aciona os componentes. As razões pelas quais a perfuratriz hidráulica supõe uma
melhora tecnológica sobre a pneumática são as seguintes:
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EXPLOSIVOS
1) INTRODUÇÃO
De outro acidente nasceu o ANFO (Amonium Nitrate and Fuel Oil), mistura de
nitrato de amônio e óleo diesel, quando o choque de dois navios, carregando os
dois produtos acima, resultou em incêndio seguido de violenta explosão que
arrasou o Porto de Texas.
2) CONCEITUAÇÃO
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Quanto aos gases tóxicos desenvolvidos na reação química os explosivos industriais são
classificados em três categorias:
Também conhecida como teste de “Air Gap”, esta classificação indica a maior distância
longitudinal entre dois cartuchos em que ainda ocorre a propagação da detonação do
primeiro para o segundo.
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Boa: não perdem sua sensibilidade mesmo quando submersos por um período de até 24
horas em condições de pressão hidrostática de 3 atmosfera.
NITROGLICERINA – C3H5N3O9
NITROCELULOSE – C12H24N6O22
TRINITROTOLUENO – C7H5N3O6
NITROPENTA – C5H8N4O12
HEXOGÊNIO – C3H6N6O6
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A decomposição ideal ocorre quando os produtos resultantes são apenas CO2, H2O e N,
não havendo portanto sobra de Oxigênio ou outros óxidos como o CO, CO2 ou NO2 que
indicariam a decomposição incompleta do explosivo sem mencionar a toxicidade desses
gases como o CO que é venenoso ou o NO2 que é irritante das mucosas.
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PÓLVORA NEGRA
As aplicações da pólvora são limitadas porque não pode ser usada em serviços úmidos
e, além disso, produz mais fumaças e gases nocivos do que outros explosivos. O seu
consumo tem caído continuamente.
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O nitrato de potássio, também conhecido como salitre, pode ser encontrado em estado
natural em diversos países (Índia, Argélia, Hungria, Itália, etc).O produto natural tem
diversas impurezas, sendo necessário refiná-lo. Pode também ser obtido em laboratório,
artificialmente, por um método chamado “conversão”, muito utilizado na Alemanha. O
nitrato de sódio substitui o nitrato de potássio e serve de matéria prima para obtenção
artificial daquele. É também conhecido como salitre do Chile ou salitre do Peru. É
abundante naqueles países e adjacências. O material necessita também ser refinado,
quando usado para pólvora.
PÓLVORA GRANULAR
O explosivo está sob forma de grãos frouxos, que ocorrem livremente, Pode ser fosca ou
polida, sendo que o polimento resulta de um tratamento final grafitando a superfície,
visando maior resistência à umidade. A polida flui com maior facilidade e é mais
brilhante.
Além da pólvora negra, para uso mineiro, que é a que nós temos nos referido, existem
outros tipos de pólvoras para outros fins: pólvora de caça ou para munições, pólvora de
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guerra, etc., que são pólvoras ativadas e com adições de outros elementos como
nitroglicerina, algodão pólvora, e cuja finalidade é aumentar a potência do explosivo.
DINAMITES
São explosivos que resultam da mistura de trinitroglicerina com outra substâncias que a
absorvem e a retém, substâncias estas que vão fazer parte do explosivo, comunicando-
lhe propriedades ou protegendo-o.
A dinamite foi inventada por Alfred Bernhard Nobel (1833 – 1896), cientista sueco, que
lhe deu este nome.
NITROGLICERINA
A nitroglicerina (NG) foi descoberta em 1846 pelo químico italiano Ascanio Sobrero
(1812 – 1888), que a denominou piroglicerina. Sua fórmula química é C3H5(NO3)3, que
é um líquido oleoso, incolor ou ligeiramente amarelado, de densidade 1,6 a 15ºC,
viscosidade dupla da água. É insolúvel na glicerina, gasolina e pouco solúvel na água.
Dissolve-se no álcool etílico, éter, clorofórmio, acetona, azeite de oliva, ácido acético e
ácido sulfúrico. Quando pura, congela-se a 13,5ºC e quando impura se solidifica em
torno de 8ºC. Quando congelada torna-se muito menos sensível aos choques, usando-se
deste artifício para transportá-la. Exposta ao sol, em quantidades muito pequenas,
evapora-se a 50ºC. Aquecida gradualmente se decompõe a 109ºC, com produção de
vapores escuros. Explode sempre que a temperatura atinge 222ºC.
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Um quilo do explosivo produz 1135 litros de gases, quando detona. Por causa de sua
alta sensibilidade à explosão, até 1967, o seu uso, como explosivo, era muito restrito,
em virtude do perigo ao manuseio. Restringia-se a sua aplicação ao campo da medicina,
por causa de suas propriedades vasodilatadoras, tornando-se auxiliar no tratamento das
doenças do coração. A NG se inflama com dificuldade; um palito de fósforo aceso
lançado sobre a mesma, apaga-se. Quando chega a se inflamar, a combustão é tranqüila,
com chama pálida. Deve-se considerar, contudo, que a temperatura da massa explosiva
pode ir aumentando até atingir a temperatura de detonação, principalmente se o
explosivo estiver em recipiente exíguo, como tubo de ensaio ou algo semelhante.
Alfred Nobel entregou-se ao estudo da NG, montando fábricas deste produto, ao mesmo
tempo que buscava diminuir, ou eliminar, os riscos do manuseio e do transporte da NG.
Nobel inventou iniciadores que são, em linhas gerais, semelhantes aos atuais.
Em 1866, por mero acaso, Nobel descobriu que a NG misturada com terra de infusórios,
torna-se manuseável em condições muito seguras. Nobel associou `a NG farinha de
diatomáceas (SiO2) chamada Kieselgur e estava criada a dinamite GUHR.
Esta dinamite era chamada de base “inerte”. Como se vê há improbidade, porque a base
é ativa, apenas o absorvente é inerte. Adicionava-se ainda cerca de 2% de carbonato de
cálcio ou magnésio, para absorção de qualquer acidez residual da NG. O tipo mais
comum de absorvente é a serragem de madeira, associada a substâncias geradoras de
oxigênio (NO3Na). A dinamite simples resulta da seguinte associação:
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1) BASE EXPLOSIVA
2) SUBSTÂNCIAS ABSORVENTES
6) SUBSTÂNCIAS ESTABILIZANTES
7) SUBSTÂNCIAS COMBUSTÍVEIS
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8) EXPLOSIVOS COMPLEMENTARES
TIPOS DE DINAMITES
- dinamite Guhr
- dinamites simples
- dinamites amotinarias
- gelatinas
- gelatinas amoniacais
- semi – gelatinas
DINAMITE GUHR
DINAMITES SIMPLES
DINAMITES AMONIACAIS
São dinamites em que parte do nitrato de sódio (oxidante) ou mesmo da base explosiva,
é substituída por NH4NO3 (nitrato de amônio).
É mais barata que a dinamite simples, menos sensível ao choque e atrito, bem como tem
menor resistência à água.
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GELATINAS
A gelatina explosiva também for descoberta por Nobel, em 1875. Continha 92% de NG,
cerca de 7% de algodão pólvora e 1% de estabilizante. A gelatina explosiva é por
demais violenta para fins comuns, por isto foram sendo introduzida modificações para
reduzir a força e, eventualmente, o preço. A gelatina explosiva é semelhante á borracha
e é totalmente insensível à umidade. Usada apenas em casos especiais. Gases ruins.
Grande velocidade, boa fragmentação e ótimo adensamento no furo.
GELATINAS AMONIACAIS
SEMI – GELATINAS
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NITRATO DE AMÔNIO
Como ingrediente para explosivo, porém, com a função exclusiva de oxidante, o seu uso
remonta a 1867, tendo sido, neste ano, patenteado por Ohlsson e Norrhein o que,
praticamente, coincide com a descoberta de Nobel. O nitrato de amônio era produzido
sob forma de escamas, e, apenas a partir de 1940, este sal passou a ser produzido sob
forma de “prills”, isto é, bolinhas ou pérolas. Estas “prills” quando revestidas com
Kieselguhr ou argila, resistem ao armazenamento e transporte sem aglutinação. As
primeiras formas, em escamas, com facilidade aglutinavam-se.
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Sob forma de “prills” revestidas, foi que, realmente, o nitrato de amônio encontrou
aplicação prática para explosivo.
O nitrato de amônio é obtido pelo ataque da amônia pelo ácido nítrico. A solução é
evaporada e convertida, por processos industriais adequados, a “prills”.
Quando se destinam à agricultura, as “prills” têm aspecto vítreo, são duras e devem
conter o mínimo de água. A densidade é superior a 0,88. Tratamento efetuado na torre
de processamento, levam a umidade a um máximo de 0,3%. Na fase final, argila é
adicionada para revestir as “prills”; daí a cor que apresentam. Esta quantidade de argila
varia de 2,8 3,5%.
“Prills”, para fins explosivos, são também fabricadas em torres especiais, mais altas e
com outros recursos, visando-se obter um produto final mais poroso e, portanto, mais
leve e capaz de absorver com facilidade o óleo combustível, sendo também revestida
com argila, com a mesma finalidade já citada. Em vista da pouca porosidade das “prills”
para a agricultura, o óleo penetra muito pouco, envolvendo quase que exclusivamente a
periferia e, no máximo estratos periféricos.
ANFO
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ANVO ou NAOV. Estas são condições brasileiras atuais para serem consideradas,
quando da aplicação do ANFO.
Até chegar-se à composição acima, muitos ensaios foram feitos com outros
combustíveis, como por exemplo, o carvão e mesmo o TNT e outros, buscando-se
explosivos mais baratos e menos sensíveis do que aqueles com base na NG.
VANTAGENS DO ANFO:
DESVANTAGENS DO ANFO:
São conhecidos com o nome de pastas, lamas ou slurries os explosivos que resultam da
mistura de substâncias oxidantes com materiais combustíveis, pós metálicos e agentes
espessadores, formando um todo gelatinoso. Sua consistência adequada é conseguida
com adição de água.
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As pastas, depois de prontas não admitem mais água além daquela da formulação, daí
porque as pastas se prestam, otimamente, para detonações em furos molhados.
Obviamente, com furos secos e rochas de baixa tenacidade, o uso do ANFO simples, ou
metalizado, se impõe pelas vantagens que apresenta nestas condições. Para rochas
duras, a técnica de pasta para carga de fundo e ANFO para carga de coluna se impõe.
EMBALAGENS
O cartucho que leva espoleta não sofre este tratamento, nem é socado diretamente. Para
evitar estes cortes laterais, algumas fábricas fornecem os cartuchos com furos
(picotados), que se abrem facilmente ao serem socados. São, contudo, bastante fortes
para resistir ao manuseio. São conhecidos como cartuchos perfurados. Apresentam uma
economia de tempo, eliminam o contato manual direto como o explosivo, evitam o
atrito do explosivo com as paredes do furo e diminuem a possibilidade de
engavetamento em carregamento de furos ascendentes. Para grandes diâmetros, os
cartuchos podem ser fornecidos com alças, que facilitam o carregamento de furos
descendentes.
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Alguns explosivos, tipo pastas, são fornecidos em tubos finos de plástico, constituindo
as chamada “salsichas”. Alguns explosivos do tipo solto, são embalados em sacos tipo
cimento, com folhas de plástico internas para resistir a umidade. É uma embalagem
apropriada para carregamento integral tipo “coiote”, que consiste no preenchimento de
uma galeria ou mais com explosivos para posterior detonação.
ACESSÓRIOS DE DETONAÇÃO
g) Explosores
h) Nonel, hercudet e brinel
a) ESTOPIM DE SEGURANÇA
É constituído de um núcleo de pólvora negra, envolvida por materiais têxteis, que, por
sua vez, são envolvidos por material plástico ou outro, visando sua proteção e
impermeabilização.
Quando a queima do estopim chega à sua extremidade final, há formação de uma chispa
capaz de iniciar um espoleta simples ou pólvora.
PRESCRIÇÕES:
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f) O estopim empregado em cada furo deve ser bastante longo para ultrapassar um
mínimo de 20 cm a boca do furo;
g) O comprimento mínimo do estopim, para detonar carga isoladas, é de 60 cm.
INICIAÇÃO:
Para se iniciar um único estopim, poder-se-á usar palitos de fósforos comuns e, deve-se
afrouxar a pólvora da extremidade e encostar a chama. Entretanto, quando se tem que
iniciar diversos estopins, será necessário lançar-se mão de recursos mais energéticos e
especialmente fabricados para este fim. Os principais são o acendedor de chumbo e o
acendedor de vareta.
1) O furo, que evidentemente é seco, deve estar limpo. Caso contrário, deve ser limpo por
sopro de ar ou raspagem;
2) Usando-se um pedaço de papel, faz-se um cartucho cilíndrico com o mesmo, com
diâmetro inferior ao do furo e fecha-se uma das extremidades com barbante, fita
adesiva ou outro procedimento,
3) Toma-se pedaço de estopim de comprimento suficiente, isto é, cujo tempo de queima
proporcione ao bláster tempo para retirar-se e abrigar-se;
4) Próximo à extremidade do estopim que vai ser introduzido no furo, dá-se um ou dois
nós e faz-se pequenos cortes laterais, inclusive sobre os nós. Estes cortes deverão ser
feitos de modo que não decepem o estopim, porque o que se visa com os mesmos é
aumentar o fagulhamento lateral;
5) Introduz-se a ponta com o nó dentro do cartucho de papel, coloca-se pólvora dentro do
cartucho e, em seguida, amarra-se o cartucho ao estopim; está pronta a escorva;
6) Coloca-se um pouco de pólvora que vai ser usada dentro do furo, e adensa-se esta
pólvora com o atacador, sem socar. Desce-se o cartucho escorva até o fundo do furo,
que já contém pólvora. Derrama-se o restante da pólvora e, novamente, adensa-se;
7) Tampona-se com material seco o restante do furo e adensa-se também o tampão;
8) Evacua-se o local, acende-se a extremidade do estopim e retira-se.
Usando-se pólvora em bastão ou tubos, o estopim deverá passar pelos furos que os
mesmos já têm de fábrica. O procedimento é análogo: nó na extremidade do estopim
para reter os tubos e pequenos cortes laterais para incentivar o fagulhamento.
Obviamente, o cartucho de papel é dispensável.
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b) ESPOLETAS
Espoletas são acessórios detonantes destinadas a iniciar alguns alto explosivos. São dos
seguintes tipos:
Espoletas simples
Espoleta elétrica instantânea
Espoleta elétrica de retardo comum
Espoleta MS
1) ESPOLETA SIMPLES
Este acessório consta de um tubo de alumínio ou cobre, com uma extremidade aberta e
outra fechada, contendo em ser interior uma carga detonante constituída por uma carga
chamada primária, ou de ignição, cujo explosivo é a azida de chumbo, e um carga
básica de nitropenta.
A) INTRODUÇÃO
O emprego da espoleta simples é fácil, mas pode ser causa de dificuldades se não forem
seguidas as regras de utilização. Aqui se mostra como colocar o estopim dentro da
espoleta, fazer o escorvamento da espoleta no explosivo, carregar o explosivo e acender
os estopins para uma detonação segura.
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O estopim deve sofrer um corte bem perpendicular à sua direção; para isso deve ser
usado um canivete bem afiado. Depois de verificado se a espoleta não contém dentro
poeira, serragem ou outras impurezas, enfia-se o estopim até encontrar o explosivo da
espoleta. Em seguida faz-se o amolgamento junto à boca da espoleta, nem tão apertado
que possa interromper a alma do estopim, nem tão largo que deixe o estopim frouxo
dentro da espoleta. Para isto, usar o alicate amolgador apropriado. Nunca se deve
amolgar a espoleta com os dentes pois esta prática além de perigosa não permite um
alongamento bem feito.
Se o estopim ficou bem colocado, não poderá apresentar vazios entre a sua ponta e a
carga da espoleta.
C) ESCORVAMENTO E CARREGAMENTO
O cartucho escorvado deve ser o último a entrar no furo e a espoleta deve apontar para o
fundo do furo.
As espoletas simples devem de preferência ser usadas em local seco. Mas quando isto
não é possível, as espoletas devem receber proteção contra a entrada de água, pois o
simples amolgamento normalmente é insuficiente. O estopim também precisa ser
protegido contra a entrada de água, pois de esta atingir a sua alma, mesmo que não
prejudique a sua queima, pode atingir a carga explosiva da espoleta e provocar a sua
falha.
Uma maneira de impedir a entrada de umidade pela boca da espoleta é untar o espaço
entre a espoleta e o estopim com uma graxa resistente à água. Também o estopim deve
ser revestido com graxa, se não tiver uma proteção especial contra a água. Contudo, há
estopins impermeáveis.
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Para acender os estopins é necessária um chama forte. Os estopins podem ser acesos por
meio de lamparinas de carbureto ou de outro pedaço de estopim. O acendimento com
lamparinas de carbureto, muito usado em minas subterrâneas, deve ser efetuado por dois
homens no mínimo, para evitar que o apagamento acidental de uma lamparina deixe o
homem no escuro na hora do fogo. Outros meios acendimento como o cigarro, carvão
em brasa, vela, etc., não devem ser usados pela demora no acendimento e por motivo de
segurança, a não ser que apenas uma espoleta seja acesa (no caso do cordel detonante,
por exemplo).
O número de homens de que se precisa para acender os estopins varia com a quantidade
de espoletas, com o comprimento do estopim (e portanto o seu tempo de queima) e com
o modo de acender os estopins. Todos estes fatores precisam ser conjugados de maneira
que os homens tenham tempo de sobra para acender todas espoletas e se abrigarem
convenientemente.
Uma prática segura consiste em se usar uma espoleta de aviso. Esta possui um estopim
menor que os demais e é deixada, sem explosivo, em um canto onde a sua detonação
não possa causar danos. Esta espoleta é a primeira a ser acesa e o tempo de queima do
seu estopim indica o tempo máximo de acendimento das espoletas. Logo que seja
ouvida a sua detonação, os homens devem deixar o acendimento, mesmo que alguns
estopins não tenham sido acesos e devem procurar abrigo rapidamente. Quando não se
usa esta espoleta de aviso, deve haver algum outro sistema que indique aos homens o
tempo máximo de permanência no local da detonação.
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Muita embora dita “instantânea”, a ruptura da ponte se fará com maior ou menor
rapidez em função da intensidade da corrente.
3) ESPOLETAS DE RETARDO
Maior fragmentação
Melhor arrancamento das rochas em túneis
Diminuição dos abalos do solo
Direção calculada da rocha detonada
Direção de séries mais extensas de furos
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1) INTRODUÇÃO
O uso de espoletas elétricas, embora não seja prática difícil, exige o respeito a uma série
de regras cuja desobediência pode provocar falhas perfeitamente evitáveis.
2) ESCORVA
O primeiro passo para o uso adequado de uma espoleta elétrica é o seu escorvamento.
Escorvar a espoleta é o ato de colocá-la dentro do cartucho de explosivo, de maneira
que este possa ser detonado pela espoleta. Uma boa escorva exige que a cápsula seja
introduzida no cartucho de maneira que não possa sair.
Existem duas maneiras recomendadas para se fazer um boa escorva. Estas maneira
serão mostradas em sala de aula através de desenhos esquemáticos para melhor
entendimento.
3) CARREGAMENTO
4) LIGAÇÕES
Antes de fazer as ligações, convém verificar se as pontas dos fios não estão oxidadas e
se estão de bom tamanho. Se for necessário, deve ser aumentada a ponta, descascando-
se o plástico.
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Para a realização de uma detonação elétrica correta, devem-se seguir as seguintes fases:
GALVANÔMETROS E EXPLOSORES
O uso de espoletas elétricas para uma detonação, exige o máximo de diligência de quem
vai executar a explosão. É o tipo de “fogo”, no qual as maiores cautelas deverão ser
tomadas pelo pessoal da operação. O manuseio das espoletas, o preparo dos cartuchos
escorvas, as emendas diversas e outras ligações e isolamentos devem ser esmerados e
criteriosamente checados com aparelhos especificamente fabricados para estas
finalidades, visando evitar os temíveis “fogos falhados”.
elétrica que estes aparelhos geram e lançam no circuito. A corrente gerada á contínua,
em alta voltagem e baixa intensidade. Podem ser considerados dois tipos de explosores:
tipo gerador e tipo condensador.
d) CORDEL DETONANTE
O cordel detonante, por detonação do seu núcleo, faz explodir as cargas com as quais
esteja em contato. A sua velocidade de detonação elevada, é considerada instantânea
para fins práticos.
Muito embora a alta velocidade e violência de explosão, o cordel detonante é muito
seguro ao manuseio, praticamente impermeável e deve ser usado em todo caso que
possa substituir as espoletas elétricas, pelas seguintes razões:
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Uma das vantagens do cordel detonante é a possibilidade de ser armazenado por longos
períodos, mesmo sob temperaturas extremas, sem sofrer deterioração. O cordel pode ser
armazenado em depósito juntamente com as demais espoletas ou com os explosivos,
indiferentemente.
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O cordel deve descer preso a um cartucho, não para garantir a detonação deste, mas para
poder ser empurrado para o fundo.
O cartucho escorvado, o primeiro a se carregado, deve ser descido até o fundo do furo.
Em seguida corta-se o cordel, deixando para fora do furo um comprimento suficiente
para ancorá-lo, amarrando-o a um pedaço de pau, de maneira que a sua ponta não possa
cair dentro do furo. O cordel deve ficar bem esticado junto à parede do furo, enquanto o
resto do explosivo é carregado. Quando se usa nitrato de amônio, a iniciação deste deve
ser feita em pelo menos dois pontos, no fundo do furo e na parte superior da carga.
Note-se que não se pode iniciar nitrato de amônio apenas com cordel. Par tal,
recomenda-se a utilização de “AMPLEX”, iniciador IQM de alta potência.
As conexões podem ser feitas com nós ou através de conectores plásticos. A ligação
com conectores é feita passando o final do cordel por dentro do conector, dando uma
volta sobre a linha-tronco e enfiando novamente a ponta pelo conector. Depois é só
empurrar o conector, de maneira que a linha-tronco encaixe sobre os dois furos
ranhurados. Quando a conexão é feita através de nós, há duas maneiras adequadas de
fazê-la, conforme figura abaixo.
À semelhança das espoletas elétricas, também o cordel detonante poderá sofrer retardos
na sua detonação, desde que sejam inseridos em seu circuito, os acessórios de detonação
chamados retardos para cordel.
O retardo de cordel é um tubo metálico, revestido de plástico, que tem no seu interior
um dispositivo retardador. A detonação, iniciada em um dos extremos do cordel, ao
passar pelo dispositivo, sofre uma queda de velocidade, enquanto queima o misto de
retardo. Terminada esta queima, ele detona o cordel na sua outra extremidade. A ligação
dos retardos ao cordel deve ser feita de acordo com a figura abaixo.
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Espoletas e cordéis detonantes não têm energia suficiente para detonar explosivos pouco
sensíveis como ANFO, algumas pastas e outros. Do mesmo modo, alguns explosivos,
mesmo depois de iniciados, apresentam um enfraquecimento da onda de detonação à
medida que a mesma avança ao longo da coluna de carga, em virtude da deficiente
dimensão do diâmetro do furo, e, por esta razão, para se obter uma detonação eficiente,
será necessário intercalar, na coluna de explosivos, elementos que incrementem a
energia da onda.
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Desmonte em bancadas
Terminologia
BANCADA:
Forma dada ao terreno rochoso pelos fogos sucessivos e constantes, composta
de topo, praça e face.
ALTURA DA BANCADA:
É a altura vertical medida do topo à praça da bancada.
AFASTAMENTO:
Distância entre a face da bancada e uma fileira de furos ou distância entre duas
fileiras de furos.
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ESPAÇAMENTO:
Distância entre furos da mesma fileira.
PROFUNDIDADE DO FURO:
É o comprimento total perfurado que, devido à inclinação e à sub-furação, será
maior que a altura da bancada.
SUB-FURO:
É o comprimento perfurado abaixo da praça da bancada ou do greide a ser
atingido.
CARGA DE COLUNA:
É a carga acima de carga de fundo; não precisa ser tão concentrada quanto á de
fundo já que a rocha desta região não é tão presa.
TAMPÃO:
Parte superior do furo que não é carregado com explosivos, mas sim com terra,
areia ou outro material fino bem socado que tem a finalidade de evitar que os
gases provenientes da detonação escapem pela boca do furo, diminuindo a ação
do explosivo.
PERFURAÇÃO ESPECÍFICA:
É a relação de metros perfurados por metros cúbicos de rocha detonada.
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BANCADA:
O desmonte de rochas a céu aberto com explosivos é feito pelo sistema de
bancadas. A rocha a ser desmontada é limitada por dois planos horizontais,
sendo, o superior, o topo da bancada e,o inferior, a praça da bancada, e um plano
vertical ou inclinado, dependendo do sistema de furação adotado, que é a face.
Chama-se de pé da bancada o encontro da face com a praça, e repé uma porção
de rocha não arrancada pela detonação localizada nesta região.
FURAÇÃO:
Executa-se a furação paralelamente à face da bancada em uma ou mais fileiras.
A distância medida de uma fileira à face da bancada ou de uma fileira a outra é
denominada afastamento. A distância entre os furos de uma fileira chama-se
espaçamento e a profundidade de furação é o comprimento total dos furos que
será igual a altura da bancada mais a sub-furação no caso de face vertical e um
pouco maior no caso de face inclinada. Deve ser notado que, diminuindo-se o
afastamento, para um mesmo diâmetro de furação, obtém-se melhor
fragmentação e maior lançamento.
CARREGAMENTO:
A carga explosiva, às vezes, fica mais concentrada na parte do fundo do furo, ou
então usa-se aí um explosivo mais denso e com maior força, uma vez que o fundo
do furo é a parte mais difícil de arrancar. Esta parcela da carga é chamada de
carga de fundo; o restante do explosivo constitui a carga de coluna. O explosivo
não deve ser carregado até a parte superior do furo; a parte que fica sem carregar
deve ser preenchida com material inerte (areia, terra, argila), chamado tampão.
PLANO DE FOGO:
Um plano de fogo, para ficar bem caracterizado, precisa indicar os valores do
afastamento, espaçamento,altura da bancada, sub-furação ( se houver),
inclinação dos furos( com estes dados fica definida a profundidade de furação)
diâmetro da furação, disposição dos furos ( se em uma fileira ou mais),
quantidade aproximada de furos em cada fogo, tipo de explosivo ( diâmetro,
comprimento, força, velocidade de detonação e densidade), peso de explosivo em
cada furo ( com isto ficam caracterizados a altura da coluna de explosivo e o
tampão), razão de carregamento, dada em g/m3 ou g/t , tipo de acessório usado (
no caso de espoletas elétricas, qual o comprimento dos fios e quais as esperas
usadas), seqüência de detonação dos furos, esquema de ligação das espoletas
ou do cordel detonante ( se for o caso), linha de tiro ( comprimento e bitola), fonte
de energia elétrica, além de outros eventualmente necessários.
ALTURA DA BANCADA:
A altura da bancada é determinada tendo em vista as condições gerais da
extração de rocha e o tipo de equipamento de perfuração, o qual é escolhido,
principalmente, conforme o vulto da produção desejada. Quanto maior a altura,
maior o desvio da parte do fundo do furo, o qual, se ultrapassar a 10% do
afastamento, começa a prejudicar sensivelmente o rendimento da detonação.
Também o custo do metro perfurado aumenta com a profundidade da furação. A
altura às vezes fica limitada pela estabilidade da rocha. Por outro lado, uma altura
muito pequena diminui o rendimento da perfuração pelo tempo que se perde ao
passar de um furo para outro; diminui o aproveitamento do explosivo devido a
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DIÂMETRO DA FURAÇÃO:
O diâmetro da furação deve ser escolhido conforme o tipo de operação e do
equipamento de perfuração. É preciso lembrar que se um diâmetro maior é mais
caro de perfurar, a produção de rocha por metro perfurado é proporcional ao
diâmetro da perfuração. Assim, por exemplo, um furo com 1” produz 30% a mais
de pedra que um furo com 7/8” de diâmetro.Logo, quanto maior o diâmetro da
furação, tanto maior o rendimento nas detonações primárias.
EXPLOSIVOS:
O tipo de explosivo deve ser escolhido em função das suas características e do
tipo de rocha a ser desmontada. De um modo geral, quanto mais dura for a rocha,
maior deve ser a velocidade de detonação e a força do explosivo, embora para
rochas muito fragmentadas uma velocidade baixa seja preferível. Além disso,
quanto maior for a densidade de um explosivo, maior será o afastamento e o
espaçamento para uma dada razão de carregamento, e, portanto, menor será a
quantidade de furos necessários. Assim, ás vezes compensa usar um explosivo
mais denso, mesmo que seja mais caro, pela economia de furação que ele pode
proporcionar. O diâmetro adequado para o explosivo está relacionado com o
diâmetro da furação, de maneira que o explosivo deve entrar sem esforço e sem
folga excessiva, pois quanto mais íntimo o contato entre o explosivo e a rocha,
tanto melhor o rendimento da detonação.
espaçamento e pela altura da bancada (ou seja pelo comprimento do furo acima
do pé, no caso dos furos inclinados) , teremos o volume de rocha compacta
extraída por cada furo. O volume de rocha depois de britada é aproximadamente
1,6 vezes o volume de rocha compacta.
Se soubermos qual deve ser a produção diária de rocha compacta, dividimos esta
produção pelo volume extraído por furo e teremos a quantidade de furos que é
necessária furar por dia. A quantidade de furos em cada fogo deve ser fixada
tendo em vista vários fatores. Se de cada vez forem detonados poucos furos, a
quantidade de detonações vai aumentar, com diminuição no rendimento do
carregamento e com mais paralisações no trabalho da pedreira.Por outro lado,
detonações muito grandes podem trazer problemas como ruído e vibração
excessivos, necessidade de fonte de energia elétrica mais potente para detonar
as espoletas elétricas, necessidade de maior frente de trabalho ( ou de
detonações com maior número de fileiras de furos) , entre outros.
TAMPÃO:
Em geral, dimensiona-se o tampão igual ao afastamento. Para um tampão menor,
o explosivo que está na parte superior do furo tenderá a sair por onde a
resistência oferecida é menor, ou seja, pelo tampão. Quando o tampão é
insuficiente, os gases do explosivo, ao saírem por este tampão, tendem a
arrancar pequenas pedras que são lançadas a grande distância. Se o tampão for
muito maior que o afastamento, a parte superior do material irá ficar pouco
fragmentada.
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Se esta não atingir um valor razoável, vamos modificando o plano de fogo até
conseguirmos uma razão de carga correta.
OUTRAS INDICAÇÕES
Se for usado cordel detonante, deve ser indicada a espera do retardo para cordel,
se este for usado e o esquema de ligação dos retardos e do cordel. É preciso
lembrar que o cordel precisa sempre ser arrumado em circuito fechado, de
maneira que a detonação tenha dois caminhos para seguir, assim, no caso de
alguma interrupção no circuito, a detonação sempre sai completa.
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EXERCÍCIO PRÁTICO
Dados:
SOLUÇÃO:
1) AFASTAMENTO
O afastamento máximo pode ser tomado como sendo ao diâmetro de furação
expresso em metros:
A ( m ) = d ( pol )
Max
A = 3m
Max
Como se trata de uma rocha dura e dispomos de uma abertura não muito
grande para primário, optamos por um afastamento equivalente a 2/3 do
afastamento máximo:
A = 2,00m
2) ESPAÇAMENTO
O espaçamento pode ser tomado, nas malhas alongadas, de 3,25 a 3,5
vezes o afastamento:
E = 2,5 a 3,5 . A
Optamos por:
E=3.A
E = 6,00 m
3) PROFUNDIDADE DO FURO:
A profundidade total do furo é dada por
HT + ( K/ cos ) + S
HT = 15,50 m
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4) TAMPÃO
O tampão é normalmente considerado igual ao afastamento:
T= A
T = 2,00m
5) CARGA DE FUNDO
Neste caso consideramos a altura da carga de fundo igual a 40% da altura
total da carga. A altura total de carga é a profundidade total menos o
tampão:
Hc = Ht – T
Hc = 15,50 – 2,00 m
Hc = 13,50 m
6) CARGA DE COLUNA
A altura da carga de coluna é igual à altura total de carga menos a altura
da carga de fundo:
Hcol = Hc – Hf
Hcol = 13,50 – 5,40
Hcol = 28,188 kg
7) CARGA TOTAL
A carga total será a soma da carga de fundo mais a de coluna expressa em
quilogramas. Como na divisão do peso da carga pelo peso do cartucho às
vezes é feito um arredondamento, devemos levar em conta, no cálculo da
carga total, o número de cartuchos encontrados e não a carga teórica
obtida multiplicando-se a razão linear de carregamento pela altura de
carga:
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Cfdo = 2,778 x 11
Cfdo = 30,558 kg
Ccol = 1,923 x 14
Ccol = 26,922
Ctotal = 30,558 + 26,922
Ctotal = 57,480 kg
9) RAZÃO DE CARREGAMENTO
É a razão entre o peso total das cargas de explosivo de um furo e o
volume de rocha arrancado por este furo:
RC = Ctotal / V
RC = 57,180 / 168
RC = 0,342 kg/m3
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Para ter-se a profundidade total dos furos inclinados, dividir a altura da bancada
pelo cosseno do ângulo de inclinação e adicionar a sub-furação:
Ht = ( K / cos ) + S
Exemplo:
INCLINAÇÃO COSSENO
10º 0,985
11º 0,982
12º 0,978
13º 0,974
14º 0,970
15º 0,966
16º 0,961
17º 0,956
18º 0,951
19º 0,946
20º 0,940
20,483º ( 3 : 1) 0,937
21º 0,934
22º 0,927
23º 0,921
24º 0,914
25º 0,906
26º 0,899
27º 0,891
28º 0,883
29º 0,875
29,517º 0,870
30º 0,866
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MINERAÇÃO SUBTERRÂNEA
Remoção de material
Fig. 1
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Fig. 2 Fig. 3
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
5) Existem duas maneiras de se evitar o repé num fogo em bancada. Quais são
elas?
11) Sabemos que podemos fazer furos verticais ou inclinados numa detonação.
Compare estes tipos de furos.
13) O primeiro fogo numa mineração quase sempre não é o ideal, pois pode
apresentar vários defeitos como, por exemplo, elevado número de matacões
que irão causar problemas no britador primário ou fragmentação maior que a
desejada. Que decisões devemos tomar em cada um destes casos?
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14) Vimos que numa detonação subterrânea é necessário uma maior razão de
carregamento em relação a uma detonação a céu aberto. Por quê?
16) Qual a diferença entre ataque na seção plena e ataque por galeria piloto?
17) Onde são mais empregados os pilões de furos paralelos? E os pilões de furos
desviados?
18) Cite os tipos de pilão de furos paralelos e os tipos de pilão de furos desviados.
21) Uma escavadeira tem produção de 900 ton / h ( volume da caçamba = 10 jd 3).
Qual seu tempo de ciclo se ela trabalha num minério de peso específico solto
igual a 3 ton / m3?
22) Se 1” = 25,4 mm; 1 ft = 12” e 1jd = 3 ft, mostre que 1 jd3 = 0,76 m3
Considerar:
Calcular:
a) o afastamento,
b) o espaçamento
c) o tampão
d) a subfuração
e) a profundidade do furo, considerando-o vertical
f) a profundidade do furo, considerando-o inclinado de 18º
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Referências Bibliográficas
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