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ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL

GOVERNO DO ESTADO DE DE
NÚCLEO MINAS GERAIS
TREINAMENTO PRISIONAL
SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
SUBSECRETARIA DE PROMOÇÃO DA QUALIDADE E INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE DEFESA SOCIAL
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL

APOSTILA DE
DIREITO
ADMINISTRATIVO

D.A.

MINAS GERAIS
2016

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NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL

Escola de Formação da Secretaria de Estado

de Defesa Social

Odilon de Souza Couto – Superintendente da EFES

Núcleo de Treinamento Prisional

Jaime Pimentel de Souza – Diretor do NTP

Núcleo de Treinamento Prisional

Laura Fernandes Rodrigues – Gerente do NTP

EQUIPE EFES – NTP


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Azenclever Gatte Filho
Diego Aparecido Souza Torres
Igor Daniel Lacerda
Maik Diego de Paula
Marcelo Marques Antunes Ribeiro
Richard Orione Nunes
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Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a Fernando Rodrigues de Oliveira
reprodução total e parcial ou divulgação Roselaine de Jesus Medeiros
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Escola de Formação da Secretaria
de Estado de Defesa Social - EFES,
Núcleo de Treinamento Prisional - NTP
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“Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual
perante todos.”
Salvador Allende

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SUMÁRIO

1. CONCEITO .................................................................................................................................................7
2. FONTES .....................................................................................................................................................7
2.1 LEI ............................................................................................................................................................7
2.2 DOUTRINA ...............................................................................................................................................7
2.3 JURISPRUDÊNCIA ..................................................................................................................................8
3. PRINCÍPIOS ...............................................................................................................................................8
3.1 LEGALIDADE ..........................................................................................................................................8
3.2 IMPESSOALIDADE .................................................................................................................................8
3.3 MORALIDADE .........................................................................................................................................9
3.4 PUBLICIDADE .........................................................................................................................................9
3.5 EFICIÊNCIA .............................................................................................................................................9
4. PODERES ADMINISTRATIVOS ............................................................................................................. 10
4.1 PODER DISCRICIONÁRIO ................................................................................................................... 10
4.2 PODER VINCULADO ............................................................................................................................ 10
4.3 PODER DISCIPLINAR .......................................................................................................................... 10
4.4 PODER NORMATIVO ........................................................................................................................... 10
4.5 PODER REGULAMENTAR .................................................................................................................. 11
4.6 PODER DE POLÍCIA ............................................................................................................................ 11
5. ATO ADMINISTRATIVO ......................................................................................................................... 11
5.1 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO........................................................................................... 12
5.1.1 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE .................................................................................................... 12
5.1.2 IMPERATIVIDADE ............................................................................................................................. 12
5.1.3 AUTO-EXECUTORIEDADE ............................................................................................................... 12
5.2 ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................ 12
5.2.1 NEGOCIAIS ........................................................................................................................................ 12
5.2.2 NORMATIVOS ................................................................................................................................... 12
5.2.3 ENUNCIATIVOS ................................................................................................................................. 13
5.2.4 ORDINATÓRIOS ................................................................................................................................ 13
5.2.5 PUNITIVOS ........................................................................................................................................ 13
6. LEI Nº 8429/1992 – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ...................................................................... 13
6.1 DISPOSIÇÕES GERAIS ....................................................................................................................... 13
6.2 DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ........................................................................... 14
6.2.1 DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO
ILÍCITO ........................................................................................................................................................ 14

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6.2.2 DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO ...... 16
6.2.3 DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................................... 18
6.3 DAS PENAS .......................................................................................................................................... 19
6.4 DA DECLARAÇÃO DE BENS .............................................................................................................. 19
6.5 DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL .......................................... 19
6.6 DAS DISPOSIÇÕES PENAIS ............................................................................................................... 20

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1. CONCEITO
Segundo Hely Lopes Meirelles Direito administrativo é o: “Conjunto harmônico
de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes
a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.”

2. FONTES
2.1 Lei
Ato que emana do Poder Legislativo com as seguintes características: regra
escrita, geral, abstrata, impessoal. A lei, como parte do ordenamento jurídico, deve ser
compreendida, em seu sentido material, como todo ato normativo imposto coativamente
pelo Estado aos particulares, regrando as relações entre ambos e dos particulares entre si.
Segundo Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo possui quatro fontes: a
lei, em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo, abrangendo esta
expressão desde a Constituição até os regulamentos executivos. E compreende-se que
assim seja, porque tais atos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio
Estado, estabelecem relações de administração de interesse direto e imediato do Direito
Administrativo.

2.2 Doutrina
A doutrina se refere ao conjunto de estudos, interpretações, trabalhos de
pesquisa e comentários a respeito de matéria de lei e os contornos de sua aplicação bem
como o estudo dos mais diversos temas relacionados ao ordenamento jurídico e suas
nuances. A doutrina tem papel relevante para os estudiosos e operadores do direito ao aliar
o estudo da lei à prática.
De acordo com Hely Lopes Meirelles, a doutrina, formando o sistema teórico de
princípios aplicáveis ao Direito Positivo, é elemento construtivo da Ciência Jurídica à qual
pertence a disciplina em causa. A doutrina é que distingue as regras que convêm ao
Direito Público e ao Direito Privado, e mais particularmente a cada um dos sub-ramos
do saber jurídico. Ela influi não só na elaboração da lei, como nas decisões contenciosas e
não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo.

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2.3 Jurisprudência
Conjunto de decisões reiteradas por parte dos Magistrados e Tribunais que
formam um entendimento acerca da aplicação das leis e atos normativos, num determinado
sentido.
Embora ocorra divergência por parte de doutrinadores em não considerar a
Jurisprudência como fonte do Direito devemos ressaltar que seu estudo e aplicação é
primordial para o estudo do Direito Administrativo, em matérias como responsabilidade civil
do Estado, apuração de ilícitos funcionais e outros.
Nas lições de Hely Lopes Meirelles: “A jurisprudência, traduzindo a reiteração
dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a construção do Direito, e
especialmente a do Direito Administrativo, que se ressente de sistematização doutrinária e
de codificação legal. A jurisprudência tem um caráter mais prático, mais objetivo que a
doutrina e a lei, mas nem por isso se aparta de princípios teóricos que, por sua persistência
nos julgados, acabam por penetrar e integrar a própria Ciência Jurídica. “

3. PRINCÍPIOS
3.1 Legalidade
A Legalidade está no alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia da
vontade. É um dos mais importantes pilares da Administração Pública. Baseia-se no Art. 5º
da CF, que diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei”, pressuposto de que tudo o que não é proibido, é permitido por lei. Ao
contrário do particular, na administração pública a regra é fazer somente o que é
autorizado por lei. Busca-se deste modo proteger o cidadão contra abusos e excessos por
parte do Estado. Diante do exposto, Meirelles (2000, p. 82) defende que:
“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na
administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração
Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa
“poder fazer assim”; para o administrador público significa “deve fazer assim”.

3.2 Impessoalidade
A Administração deve manter-se numa posição de neutralidade em relação aos
administrados, ficando proibida de estabelecer discriminações gratuitas. Só pode fazer
discriminações que se justifiquem em razão do interesse coletivo, pois as gratuitas

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caracterizam abuso de poder e desvio de finalidade, que são espécies do gênero


ilegalidade.
“Do Exposto constata-se que o princípio em foco está entrelaçado como princípio
da igualdade (arts. 5º, I e 19, III, da CF), o qual impõe à Administração tratar
igualmente a todos os que estejam na mesma situação fática e jurídica. Isso
significa que os desiguais em termos genéricos e impessoais devem ser tratados
desigualmente em relação àqueles que não se enquadram nessa distinção.”
(Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª Ed,2009, pag.94).

3.3 Moralidade
O princípio da moralidade implica no agir de forma ética primando sempre pela
escolha do mais adequado ao interesse público.
Nesse sentido, Hely Lopes Meirelles declara que o “agente administrativo, como
ser humano dotado de capacidade de atuar deve, necessariamente, distinguir o Bem do
Mal, o Honesto do Desonesto. E o atuar, não poderá desprezar o elemento ético da sua
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e
o desonesto.”

3.4 Publicidade
A administração pública deve zelar pela observância da publicidade de seus atos
como regra geral, devendo ficar tão somente em sigilo os referentes a interesses nacionais
e os que os atos que a lei classifique como sigilosos.

3.5 Eficiência
A eficiência implica em fazer mais com menos, sem perder a qualidade na
administração pública. O gestor público deve primar pelo máximo de efetividade em suas
ações de modo a obter resultados efetivos e legais de forma eficiente.

Esse princípio anteriormente não estava previsto na Constituição e foi inserido


após a Emenda Constitucional nº 19/98, relativo a Reforma Administrativa do Estado.

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4. PODERES ADMINISTRATIVOS
4.1 Poder discricionário
Faculdade conferida à autoridade administrativa escolher uma dentre várias
soluções possíveis.
Ex.: pedido de porte de armas – a administração pode ou não deferir o pedido,
após analisar o caso.

4.2 Poder vinculado


Nos dizeres do mestre Hely Lopes Meirelles, o poder vinculado ou regrado é
aquele que a lei (Direito Positivo) confere à Administração Pública para a prática de atos de
sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização.
Referido autor considera que, na prática, o agente público fica inteiramente preso
ao enunciado da lei, em todas as suas especificações. Assim sendo, a liberdade de ação
do administrador é mínima. A Administração fica sem liberdade para a expedição do ato. É
a lei que regula o comportamento a ser seguido.
Ex.: aposentadoria compulsória aos 70 anos.

4.3 Poder disciplinar


É o poder dado a autoridades administrativas, com o objetivo de apurar e punir
faltas funcionais.
O poder disciplinar não se confunde com o poder punitivo do Estado mediante a
da justiça penal. Ele só abrange as infrações relacionadas com o serviço.
O poder de aplicar a pena é o poder-dever, ou seja, o superior não pode ser
condescendente na punição, ele não pode deixar de punir.
É considerada a condescendência, na punição, crime contra a administração
pública.

4.4 Poder normativo


É a faculdade que tem a administração de emitir normas para disciplinar matérias
não privativas de lei. Na administração direta, o chefe do Executivo, ministros, secretários,
expedem atos que podem conter normas gerais destinadas a reger matérias de sua
competência, com observância da Constituição e da lei.
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4.5 Poder regulamentar


É o poder de que dispõem os executivos, por meio de seus chefes (presidente,
governadores e prefeitos) de explicar a lei, a forma correta de execução.

4.6 Poder de polícia


É a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direitos,
interesses ou liberdades individuais, regula a prática do ato ou abstenção de fato, em razão
do interesse público. É aplicado aos particulares (operatividade externa). Aplicado em
defesa dos interesses públicos.
Deve ter previsão legal. Em outras palavras, é toda a atividade administrativa
limitadora do exercício de direitos individuais, em prol do interesse coletivo.
Essas limitações recaem sobre a liberdade e a propriedade dos indivíduos.

Segmentos
Polícia Administrativa
- incide sobre bens, direitos e atividades;
- é regida pelo Direito Administrativo;
- preventiva, age ‘ante factum’.

Polícia Judiciária
- incide sobre as pessoas;
- destina-se à responsabilização penal;
- repressiva, age ‘pós factum’.

5. ATO ADMINISTRATIVO
Segundo Hely Lopes Meirelles: "Ato administrativo é toda manifestação unilateral
de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos,
ou impor obrigações aos administrados ou a si própria".

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5.1 Atributos do Ato Administrativo


5.1.1 Presunção de Legitimidade
Todo ato administrativo tem presunção de legitimidade. Portanto devem ser
considerados como válidos até prova em contrário. A presunção de legitimidade do decorre
do princípio da legalidade.

5.1.2 Imperatividade
Imperatividade, ou coercibilidade, é o atributo pelo qual os atos administrativos
se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância haja visto a supremacia
do interesse público.
Ex: A luz vermelha no farol é um ato administrativo que obriga unilateralmente o
motorista a parar, mesmo que ele não concorde.

5.1.3 Auto-executoriedade
A auto-executoriedade “consiste na possibilidade que certos atos
administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria administração,
independentemente de ordem judicial."(MEIRELLES, 2007, pág. 162.)

5.2 Espécies de Atos Administrativos


5.2.1 Negociais
Ato administrativo negocial é aquele que contém uma declaração de vontade
do Poder Público coincidente com a pretensão do particular, visando à concretização de
negócios jurídicos públicos ou à atribuição de certos direitos ou vantagens ao interessado.
O ato negocial se exemplifica através de uma licença para construir, num termo
ou num simples despacho da autoridade competente, no qual a Administração defere a
pretensão do administrado e fixa as condições para sua realização.

5.2.2 Normativos
Atos Normativos contêm comando geral do Executivo, visando à correta
aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal a ser observada
pela Administração e pelos administrados. A essa categoria pertencem os Decretos,

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regulamentos, instruções normativas, os regimentos, bem como as resoluções e


deliberações.

5.2.3 Enunciativos
São aqueles em que a Administração se limita a certificar ou atestar um fato, ou
emitir opinião sobre determinado assunto.
Ex.: Certidões, Atestados, pareceres.

5.2.4 Ordinatórios
Os atos ordinatórios decorrem do poder hierárquico e objetivam disciplinar o
funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Se endereçam
aos servidores públicos a fim de orientá-los no desempenho de suas funções. Podem ser
expedidos por qualquer chefe de serviço aos seus subordinados, desde de que o faça nos
limites de sua competência.
Exemplos: avisos, portarias, instruções, ordens de serviço, ofícios, despachos.

5.2.5 Punitivos
São atos que implicam em aplicação de sanção administrativa ao agente público
ou particular em decorrência sanções impostas aos particulares e servidores. Assim, podem
ser originados do Poder de Polícia ou do Poder Disciplinar
Ex: Interdição de estabelecimento comercial em vista de irregularidade;
Aplicação de multas e etc.

6. LEI Nº 8429/1992 – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


6.1 Disposições Gerais
Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, serão punidos na forma
desta Lei. (art. 1º, Lei 8429/92)

Agente Público
Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
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vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades da administração direta e


indireta da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios. (art. 2º, Lei 8429/92).
As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. (art.3º, Lei 8429/92).
Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa,
do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. (art. 5º, Lei 8429/92)
No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro
beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. (art. 6º, Lei 8429/92)
O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente está sujeito às cominações desta Lei até o limite do valor da herança. (art. 8º,
Lei 8429/92)

6.2 Dos Atos de Improbidade Administrativa


6.2.1 Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam
Enriquecimento Ilícito
Quando o agente público auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida
em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
mencionadas acima, e notadamente: (art. 9º, Lei 8429/92)
1 - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer
outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,
gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
2 - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição,
permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades
referidas acima por preço superior ao valor de mercado, bem como a alienação de bem
público por valor inferior a de mercado,
3 - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação,
permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço
inferior ao valor de mercado
4 - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas acima, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;
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5 - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para


tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal
vantagem;
6 - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para
fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro
serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou
bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas acima;
7 - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público;
8 - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser
atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público,
durante a atividade;
9 - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação
de verba pública de qualquer natureza;
10 - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente,
para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
11 - usar ou incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio: bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas acima;
PENA - Independentemente das sanções penais, civis e administrativas,
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
seguintes cominações:
- perda da função pública;
- ressarcimento integral do dano, quando houver;
- perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
- suspensão dos direitos políticos de 8 (oito) a 10 (dez) anos;
- pagamento de multa de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial;
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 (dez) anos;

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6.2.2 Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao


Erário
Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas, e
notadamente: (art. 10, Lei 8429/92)
1- facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades já mencionadas;
2- permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades já mencionadas,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares;
3- doar à pessoa física, jurídica, bem como ao ente despersonalizado, ainda que
de fins educativos ou assistenciais, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de
qualquer das entidades já mencionadas, sem observância das formalidades legais e
regulamentares;
4- permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do
patrimônio de qualquer das entidades já mencionadas, ou ainda a prestação de serviço por
parte delas, por preço inferior ao de mercado;
5- permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por
preço superior ao de mercado;
6- realizar operação financeira sem observância das normas legais e
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
7- conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares;
8 - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para
celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
indevidamente; (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014)
9- ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou
regulamento;
10- agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que
diz respeito à conservação do patrimônio público;

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11- liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
12- permitir, facilitar ou concorrer para que 3º se enriqueça ilicitamente;
13- permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades já mencionadas, bem como o trabalho de servidor público,
empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
14- celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de
serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na
lei;
15- celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia
dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
16 - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio
particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos
transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de
parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
17- permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade
privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
18 - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela
Lei nº 13.019, de 2014)
19 - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações
de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
20 - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
21- liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

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PENA Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas


na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações:
- perda da função pública;
- ressarcimento integral do dano;
- perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer
esta circunstância;
- suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos;
- pagamento de multa civil de até 2 (duas) vezes o valor do dano;
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 (cinco) anos;

6.2.3 Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os


Princípios da Administração Pública
Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade e lealdade às instituições, e notadamente: (art. 11, Lei 429/92)
1 - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele
previsto na regra de competência;
2 - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
3 - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e
que deva permanecer em segredo;
4 - negar publicidade aos atos oficiais;
5 - frustrar a licitude de concurso público;
6 - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
7 - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço
de mercadoria, bem ou serviço.
8 - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de
contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; (Incluído
pela Lei nº 13.019, de 2014)
9 - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na
legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015).
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6.3 Das penas


PENAS - Independentemente as sanções penais, civis e administrativas,
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
seguintes cominações:
- perda da função pública;
- ressarcimento integral do dano, se houver;
- suspensão dos direitos políticos de 3 (três) a 5 (cinco) anos;
- pagamento de multa civil de até 100 (cem) vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente;
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 (três) anos.

6.4 Da Declaração de Bens


A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de
declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser
arquivada no Serviço de Pessoal competente.(art. 13, Lei 8429/92)
A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente
público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo
de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens,
dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

6.5 Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial


Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente
para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
(art. 14, Lei 8429/92)
A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a
qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das
provas de que tenha conhecimento.
A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal
ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática
de ato de improbidade. (art. 15, Lei 8429/92)
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Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao


Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a
decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente
ou causado dano ao patrimônio Público, se não intervier no processo como parte, atuará,
obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. (Art. 17, § 4º, Lei 8429/92)

6.6 Das Disposições Penais


Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o
denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com
o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de
ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a
requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo
com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou
procedimento administrativo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF,


Senado, 1998.

________ Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed. São Paulo: Malheiros,
2002.

MINAS GERAIS – Constituição (1989). Constituição do Estado de Minas Gerais e


atualizações. Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 1989.

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