Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
GOVERNO DO ESTADO DE DE
NÚCLEO MINAS GERAIS
TREINAMENTO PRISIONAL
SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
SUBSECRETARIA DE PROMOÇÃO DA QUALIDADE E INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE DEFESA SOCIAL
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
APOSTILA DE
DIREITO
ADMINISTRATIVO
D.A.
MINAS GERAIS
2016
1
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
de Defesa Social
PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
Escola de Formação da Secretaria
de Estado de Defesa Social - EFES,
Núcleo de Treinamento Prisional - NTP
2
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
“Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual
perante todos.”
Salvador Allende
3
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
4
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
SUMÁRIO
1. CONCEITO .................................................................................................................................................7
2. FONTES .....................................................................................................................................................7
2.1 LEI ............................................................................................................................................................7
2.2 DOUTRINA ...............................................................................................................................................7
2.3 JURISPRUDÊNCIA ..................................................................................................................................8
3. PRINCÍPIOS ...............................................................................................................................................8
3.1 LEGALIDADE ..........................................................................................................................................8
3.2 IMPESSOALIDADE .................................................................................................................................8
3.3 MORALIDADE .........................................................................................................................................9
3.4 PUBLICIDADE .........................................................................................................................................9
3.5 EFICIÊNCIA .............................................................................................................................................9
4. PODERES ADMINISTRATIVOS ............................................................................................................. 10
4.1 PODER DISCRICIONÁRIO ................................................................................................................... 10
4.2 PODER VINCULADO ............................................................................................................................ 10
4.3 PODER DISCIPLINAR .......................................................................................................................... 10
4.4 PODER NORMATIVO ........................................................................................................................... 10
4.5 PODER REGULAMENTAR .................................................................................................................. 11
4.6 PODER DE POLÍCIA ............................................................................................................................ 11
5. ATO ADMINISTRATIVO ......................................................................................................................... 11
5.1 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO........................................................................................... 12
5.1.1 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE .................................................................................................... 12
5.1.2 IMPERATIVIDADE ............................................................................................................................. 12
5.1.3 AUTO-EXECUTORIEDADE ............................................................................................................... 12
5.2 ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................ 12
5.2.1 NEGOCIAIS ........................................................................................................................................ 12
5.2.2 NORMATIVOS ................................................................................................................................... 12
5.2.3 ENUNCIATIVOS ................................................................................................................................. 13
5.2.4 ORDINATÓRIOS ................................................................................................................................ 13
5.2.5 PUNITIVOS ........................................................................................................................................ 13
6. LEI Nº 8429/1992 – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ...................................................................... 13
6.1 DISPOSIÇÕES GERAIS ....................................................................................................................... 13
6.2 DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ........................................................................... 14
6.2.1 DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO
ILÍCITO ........................................................................................................................................................ 14
5
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
6.2.2 DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO ...... 16
6.2.3 DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................................... 18
6.3 DAS PENAS .......................................................................................................................................... 19
6.4 DA DECLARAÇÃO DE BENS .............................................................................................................. 19
6.5 DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL .......................................... 19
6.6 DAS DISPOSIÇÕES PENAIS ............................................................................................................... 20
6
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
1. CONCEITO
Segundo Hely Lopes Meirelles Direito administrativo é o: “Conjunto harmônico
de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes
a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.”
2. FONTES
2.1 Lei
Ato que emana do Poder Legislativo com as seguintes características: regra
escrita, geral, abstrata, impessoal. A lei, como parte do ordenamento jurídico, deve ser
compreendida, em seu sentido material, como todo ato normativo imposto coativamente
pelo Estado aos particulares, regrando as relações entre ambos e dos particulares entre si.
Segundo Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo possui quatro fontes: a
lei, em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo, abrangendo esta
expressão desde a Constituição até os regulamentos executivos. E compreende-se que
assim seja, porque tais atos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio
Estado, estabelecem relações de administração de interesse direto e imediato do Direito
Administrativo.
2.2 Doutrina
A doutrina se refere ao conjunto de estudos, interpretações, trabalhos de
pesquisa e comentários a respeito de matéria de lei e os contornos de sua aplicação bem
como o estudo dos mais diversos temas relacionados ao ordenamento jurídico e suas
nuances. A doutrina tem papel relevante para os estudiosos e operadores do direito ao aliar
o estudo da lei à prática.
De acordo com Hely Lopes Meirelles, a doutrina, formando o sistema teórico de
princípios aplicáveis ao Direito Positivo, é elemento construtivo da Ciência Jurídica à qual
pertence a disciplina em causa. A doutrina é que distingue as regras que convêm ao
Direito Público e ao Direito Privado, e mais particularmente a cada um dos sub-ramos
do saber jurídico. Ela influi não só na elaboração da lei, como nas decisões contenciosas e
não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo.
7
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
2.3 Jurisprudência
Conjunto de decisões reiteradas por parte dos Magistrados e Tribunais que
formam um entendimento acerca da aplicação das leis e atos normativos, num determinado
sentido.
Embora ocorra divergência por parte de doutrinadores em não considerar a
Jurisprudência como fonte do Direito devemos ressaltar que seu estudo e aplicação é
primordial para o estudo do Direito Administrativo, em matérias como responsabilidade civil
do Estado, apuração de ilícitos funcionais e outros.
Nas lições de Hely Lopes Meirelles: “A jurisprudência, traduzindo a reiteração
dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a construção do Direito, e
especialmente a do Direito Administrativo, que se ressente de sistematização doutrinária e
de codificação legal. A jurisprudência tem um caráter mais prático, mais objetivo que a
doutrina e a lei, mas nem por isso se aparta de princípios teóricos que, por sua persistência
nos julgados, acabam por penetrar e integrar a própria Ciência Jurídica. “
3. PRINCÍPIOS
3.1 Legalidade
A Legalidade está no alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia da
vontade. É um dos mais importantes pilares da Administração Pública. Baseia-se no Art. 5º
da CF, que diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei”, pressuposto de que tudo o que não é proibido, é permitido por lei. Ao
contrário do particular, na administração pública a regra é fazer somente o que é
autorizado por lei. Busca-se deste modo proteger o cidadão contra abusos e excessos por
parte do Estado. Diante do exposto, Meirelles (2000, p. 82) defende que:
“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na
administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração
Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa
“poder fazer assim”; para o administrador público significa “deve fazer assim”.
3.2 Impessoalidade
A Administração deve manter-se numa posição de neutralidade em relação aos
administrados, ficando proibida de estabelecer discriminações gratuitas. Só pode fazer
discriminações que se justifiquem em razão do interesse coletivo, pois as gratuitas
8
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
3.3 Moralidade
O princípio da moralidade implica no agir de forma ética primando sempre pela
escolha do mais adequado ao interesse público.
Nesse sentido, Hely Lopes Meirelles declara que o “agente administrativo, como
ser humano dotado de capacidade de atuar deve, necessariamente, distinguir o Bem do
Mal, o Honesto do Desonesto. E o atuar, não poderá desprezar o elemento ético da sua
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e
o desonesto.”
3.4 Publicidade
A administração pública deve zelar pela observância da publicidade de seus atos
como regra geral, devendo ficar tão somente em sigilo os referentes a interesses nacionais
e os que os atos que a lei classifique como sigilosos.
3.5 Eficiência
A eficiência implica em fazer mais com menos, sem perder a qualidade na
administração pública. O gestor público deve primar pelo máximo de efetividade em suas
ações de modo a obter resultados efetivos e legais de forma eficiente.
9
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
4. PODERES ADMINISTRATIVOS
4.1 Poder discricionário
Faculdade conferida à autoridade administrativa escolher uma dentre várias
soluções possíveis.
Ex.: pedido de porte de armas – a administração pode ou não deferir o pedido,
após analisar o caso.
Segmentos
Polícia Administrativa
- incide sobre bens, direitos e atividades;
- é regida pelo Direito Administrativo;
- preventiva, age ‘ante factum’.
Polícia Judiciária
- incide sobre as pessoas;
- destina-se à responsabilização penal;
- repressiva, age ‘pós factum’.
5. ATO ADMINISTRATIVO
Segundo Hely Lopes Meirelles: "Ato administrativo é toda manifestação unilateral
de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos,
ou impor obrigações aos administrados ou a si própria".
11
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
5.1.2 Imperatividade
Imperatividade, ou coercibilidade, é o atributo pelo qual os atos administrativos
se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância haja visto a supremacia
do interesse público.
Ex: A luz vermelha no farol é um ato administrativo que obriga unilateralmente o
motorista a parar, mesmo que ele não concorde.
5.1.3 Auto-executoriedade
A auto-executoriedade “consiste na possibilidade que certos atos
administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria administração,
independentemente de ordem judicial."(MEIRELLES, 2007, pág. 162.)
5.2.2 Normativos
Atos Normativos contêm comando geral do Executivo, visando à correta
aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal a ser observada
pela Administração e pelos administrados. A essa categoria pertencem os Decretos,
12
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
5.2.3 Enunciativos
São aqueles em que a Administração se limita a certificar ou atestar um fato, ou
emitir opinião sobre determinado assunto.
Ex.: Certidões, Atestados, pareceres.
5.2.4 Ordinatórios
Os atos ordinatórios decorrem do poder hierárquico e objetivam disciplinar o
funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Se endereçam
aos servidores públicos a fim de orientá-los no desempenho de suas funções. Podem ser
expedidos por qualquer chefe de serviço aos seus subordinados, desde de que o faça nos
limites de sua competência.
Exemplos: avisos, portarias, instruções, ordens de serviço, ofícios, despachos.
5.2.5 Punitivos
São atos que implicam em aplicação de sanção administrativa ao agente público
ou particular em decorrência sanções impostas aos particulares e servidores. Assim, podem
ser originados do Poder de Polícia ou do Poder Disciplinar
Ex: Interdição de estabelecimento comercial em vista de irregularidade;
Aplicação de multas e etc.
Agente Público
Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
13
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
15
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
16
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
11- liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
12- permitir, facilitar ou concorrer para que 3º se enriqueça ilicitamente;
13- permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades já mencionadas, bem como o trabalho de servidor público,
empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
14- celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de
serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na
lei;
15- celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia
dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
16 - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio
particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos
transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de
parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
17- permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade
privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
18 - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela
Lei nº 13.019, de 2014)
19 - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações
de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
20 - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
21- liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
17
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
20
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL
ESCOLA DE FORMAÇÃO DA
NÚCLEO SECRETARIA
DE DE ESTADO
TREINAMENTO DE DEFESA SOCIAL
PRISIONAL
NÚCLEO DE TREINAMENTO PRISIONAL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
________ Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed. São Paulo: Malheiros,
2002.
21