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Atualidades para Depen

Teoria e exercícios comentados
Prof. Rodrigo Barreto – Aula 00

AULA 00 - AULA DEMONSTRATIVA

SUMÁRIO PÁGINA
0. Apresentação 1
1. Panorama da política e da economia internacional 6
contemporânea.
2. Organismos internacionais 28
3. Questões comentadas 63
4. Lista de Questões 83
5. Gabarito 95

Apresentação

Olá pessoal, é com imenso prazer que damos início ao nosso


curso de Atualidades para Depen. Antes de começarmos com o
conteúdo de fato, gostaria de me apresentar e falar um pouco sobre
como se dará a dinâmica do nosso curso.

Meu nome é Rodrigo Barreto, sou bacharel em Ciências Sociais


pela Universidade Federal Fluminense e atualmente sou servidor
efetivo do Senado Federal na área de Processo Legislativo. Além
disso, sou professor presencial em alguns cursos de Brasília e online
aqui no Estratégia Concursos, onde leciono as matérias Atualidades,
Sociologia, Ciências Políticas e Políticas Sociais. Tenho ainda artigos

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publicados em revistas de Ciências Sociais no Brasil e também no


exterior.

Mas, talvez, o fato que mais me habilite a lecionar para vocês


é que eu também sou concurseiro. Por si só, isso não é o suficiente
para tornar alguém especialista em uma matéria, mas, certamente,
ajuda, e muito, a que se tenha conhecimento das dificuldades e dos
sacrifícios que são feitos para se obter uma aprovação em um
concurso público.

O professor de Atualidades deve entender que o curso deve


ser preparado de forma “cirúrgica”, ou seja, é obrigação do
professor entender o que as bancas querem do candidato (embora
em alguns casos isso se torne quase impossível). Para tal, é
necessário que se faça uma pesquisa das questões passadas, para
que possamos “prever” o que cairá. Faremos questões de concursos
anteriores por essa razão. Aliás, pode até parecer paradoxal, mas
algumas questões antigas poderiam cair tranquilamente em uma
prova de 2013, pois alguns tópicos se mantiveram atuais –
sobretudo questões que se relacionam mais a compreensão do que
ao simples conhecimento de que um fato aconteceu.

E, vem cá, vocês sabem como o Cespe costuma cobrar


Atualidades em seus concursos?

Basicamente podemos dizer que as questões de nossa matéria


envolvem, no Cespe, a percepção de três elementos distintos: o
fato em si, o contexto histórico que envolve o fato e análise crítica
desse fato. Nosso curso abordará todos esses elementos, para que

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vocês se tornem capazes de acertar qualquer questão de


Atualidades e Geografia nesse concurso.

O professor de Atualidades deve, ainda, entender que os


editais são abertos e abrangentes demais, por isso deve ele
formular um conteúdo bastante didático, capaz de atender não aos
seus próprios anseios, mas sim às necessidades dos alunos. Uma
das maiores vantagens de um curso em PDF é que o professor tem
a possibilidade de direcionar a aula especificamente para um
concurso específico.

Dito isso, pessoal, gostaria de dizer como será nosso curso: o


nosso curso será pautado em informações claras e objetivas,
visando única e exclusivamente que vocês sejam capazes de
gabaritar as questões da prova – é esse afinal o objetivo de vocês.
Veremos os pontos mais relevantes sobre os assuntos apontados
pelo edital, que vocês devem ter percebido é muito abrangente.
Faremos um esforço para sermos precisos, pois caso contrário
seriam necessárias infinitas aulas. Ao fim das aulas, faremos
questões de concursos anteriores. Nas duas últimas aulas do curso,
faremos simulados para que possamos testar nossos
conhecimentos, revisando e aprofundando o conteúdo.

Gostaria ainda de passar para vocês um pouco da minha


experiência como professor e como concurseiro. Nesses anos de
concurso público aprendi que uma preparação depende basicamente
de três fatores fundamentais: Foco, Estratégia e Disciplina.

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Foco: você precisa saber o que quer, escolha um concurso e


se dedique a ele. De nada adianta você tentar em uma mesma
tacada um concurso para polícia, outro para tribunal, outro para
banco, outro para o Legislativo, e assim por diante. Lamento
informar que dificilmente você será aprovado em algum deles.

Definido o foco, o concurso almejado, é necessário montar


uma estratégia para se atingir o alvo. Uma estratégia compreende
desde a escolha do material a ser utilizado (simplesmente por estar
lendo esta aula inicial, percebe-se que você já deu o primeiro passo
da melhor forma possível, no melhor lugar que poderia encontrar
um material de qualidade), até o planejamento minucioso dos
estudos, envolvendo metas e tempo a ser dedicado a cada
disciplina. Seja metódico! Concurso público é uma ciência!

Definidos o foco e a estratégia, é a hora mais difícil, a tal da


disciplina. Há uma imensidão de pessoas querendo uma vaga em
algum cargo público, isto é fato. No entanto, para chegar aonde
poucos chegam, é necessário fazer o que poucos fazem. Faça um
horário de estudos realista e cumpra-o. Será cansativo, desgastante
e tortuoso, mas também será gratificante e recompensador. Tenha
prazer nos estudos, faça com alegria, sem a tal da síndrome da
hiena Hardy: “Oh Vida, Oh Céus!”. Lembre-se que quando você
resolveu fazer um concurso, o compromisso assumido foi com você
mesmo, então cumpra este compromisso que, com certeza, os
louros da vitória serão colhidos.

Agora que vocês já estão cientes de qual será a atitude daqui


para frente, vejamos a estrutura e o cronograma do nosso curso.

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O conteúdo será ministrado de acordo com o seguinte


cronograma:

Aula 00
Panorama internacional I
(10/05/2013)

Aula 01
Panorama internacional II
(20/05/2013)

Aula 02
Panorama internacional III
(30/05/2013)

Aula 03 Meio ambiente, desenvolvimento


(07/06/2013) sustentável e ecologia

Aula 04
Panorama nacional
(17/06/2013)

Aula 05
Simulado
(27/06/2013)

Dito isto, vamos ao que interessa!

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1. Panorama da política e da economia internacional


contemporânea.

1.1. Entendendo a crise econômica e seus impactos no Brasil


e no mundo.

Pessoal, gostaria de começar o nosso curso falando um pouco


sobre a crise mundial iniciada em 2008. O tema crise financeira tem
sido bastante cobrado por todas as bancas e com a de vocês não
será diferente. O Cespe já cobrou esse tema em diversos certames.
Nessa aula vou comentar os aspectos mais gerais da crise, para que
vocês entendam as causas e consequências dela. Já nas próximas
aulas, vou trazendo aspectos mais específicos da realidade de cada
país. Então, vamos à luta!

Em 2008, os Estados Unidos atravessaram uma forte crise que


teve origem no mercado imobiliário do país. Essa crise do mercado
imobiliário, por sua vez, gerou uma crise no sistema de créditos
norte-americanos e essa, em uma espécie de efeito dominó, atingiu
o sistema de créditos mundial e o mercado financeiro de maneira
global. Já comecem percebendo que toda a economia é integrada.

O mercado imobiliário norte-americano vivenciou uma grande


expansão no início dos anos 2000, baseado em uma política de
juros baixos, o que fez com que a demanda por imóveis aumentasse
consideravelmente. Em 2005, o mercado imobiliário norte-
americano havia se expandido de sobremaneira, já que comprar
uma casa a juros baixíssimos havia se tornado um grande negócio.

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A lógica era a seguinte: os norte-americanos compravam


imóveis a preços e juros baixos na expectativa de revendê-los a
preços mais altos, o que consistiria em um ótimo investimento.
Além disso, aumentou também a procura por hipotecas (que é uma
espécie de garantia de uma dívida, pressupondo um compromisso
anterior). As pessoas buscavam hipotecas a fim de conseguir mais
recursos e comprar mais imóveis (percebam o movimento circular
que estava se instalando).

Nesse contexto, as empresas financeiras do mercado


imobiliário passaram a atender os clientes do chamado segmento
“subprime”. Clientes “subprime” são clientes considerados com
renda baixa, que muitas vezes possuem histórico ruim (mal
pagadores) e que não tem como demonstrar renda. Acontece que
empréstimos “subprime” são considerados empréstimos de risco,
visto que a possibilidade de inadimplência é maior.

O cenário, em um primeiro momento, poderia até parecer


favorável, contudo os juros baixos, a facilidade de se contrair
empréstimos (mesmo para o segmento “subprime”) e hipotecas,
geraram uma oferta maior do que a procura. E aí, meus amigos e
amigas, o que parecia ter sido um bom investimento inicial, passou
a ser um péssimo negócio. Os juros também começaram a subir
repentinamente, a fim de combater a inflação que estava se
instalando nos Estados Unidos.

Imaginem que Paul tenha comprado um imóvel por cinquenta


mil dólares. Ele, um cliente “subprime”, conseguira um empréstimo

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a juros baixos. A expectativa de Paul era, depois de adquirir esse


imóvel, vendê-lo pelo dobro do preço, por exemplo. Acontece que
todo mundo pensou como nosso amigo Paul e, consequentemente,
como havia muitos imóveis no mercado, o preço despencou e o
“bom” investimento não se confirmou.

Essa situação gerou uma inversão nos juros que passaram a


subir progressivamente e, com isso, os “subprimes” não conseguiam
pagar os imóveis que haviam comprado nem os empréstimos que
haviam tomado. Como se não bastasse, os juros altos afastavam
possíveis novos compradores e a “bolha” imobiliária estourava!

Os Estados Unidos passaram a sofrer com o seguinte cenário:


aumento da inadimplência, medo de novos calotes (o que impedia
novos empréstimos e diminuía a credibilidade), desaceleração da
economia, menor liquidez (dinheiro disponível no mercado
financeiro), queda nas compras e, consequentemente, nos lucros e,
para finalizar o pandemônio, aumento do desemprego. A coisa ficou
tão crítica que, de acordo com alguns analistas, essa foi a pior crise
enfrentada pelos norte-americanos desde a quebra da bolsa de
Nova Iorque em 1929.

Em 2009, a crise financeira iniciada nos Estados Unidos já


havia se alastrado, e a economia mundial se encontrava em uma
crise generalizada, atingindo as principais economias do planeta.
Num mundo globalizado, tem-se a dinâmica do “efeito borboleta”. O
que ocorre em um ponto do globo implica automaticamente
consequências no resto do mundo. Mais adiante falaremos sobre o
que vem a ser a globalização.

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Para resumir: a crise financeira basicamente se iniciou com os


bancos emprestando dinheiro para clientes “subprime” que
posteriormente demonstrariam não ter condições de pagar. Essa
situação levou à falência de importantes bancos, como, por
exemplo, o Lehman Brothers. Em um mundo globalizado, se a
economia da maior potência econômica é atingida, não demora
muito para a economia do resto do mundo ser atingida também.

Essa situação traz a necessidade de que haja intervenção


governamental, por mais que essa prática parecesse não fazer parte
da política dos países neoliberais, como os Estados Unidos. O
problema é que quando os governos passam a investir em empresas
e em bancos (para que esses não quebrassem e, dessa maneira,
não piorassem a crise) os gastos públicos são elevados
consideravelmente. Com a elevação dos gastos públicos, aumenta-
se o déficit público, pois a economia mundial atravessa uma crise e
os países param de investir uns nos outros. O aumento dos gastos
públicos é considerado, por parte dos economistas, principalmente
os mais liberais, como um problema em cenários de crise
econômica.

É claro que a Europa não ficou de fora da crise. Países como a


Espanha, Grécia, Irlanda, Itália, Portugal (PIIGS) sofreram
gravemente os efeitos da crise mundial. Esses países se encontram
em uma situação na qual houve um endividamento descontrolado e,
a fim de pagar as dívidas, pegaram volumosos empréstimos em
diversas instituições financeiras. Com a crise e a consequente
diminuição da liquidez no mercado, além do aumento dos juros,

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esses países não foram capazes de pagar os empréstimos que


haviam contraídos. Essa situação levou a exigências de que, para
que conseguissem novos empréstimos, seria necessária a adoção de
medidas de austeridade fiscal. Isso significava diminuir os gastos
públicos, cortando benefícios sociais e postos de trabalho no setor
público, além de aumentar a arrecadação através do aumento e
criação de impostos. É claro que a população não assistiria a esse
cenário de forma completamente passiva. Essas medidas de
austeridade gerariam revoltas, nas populações desses países, o que
se deu em manifestações, protestos e greves.

Vocês viram, não faz muito tempo, o protesto da população


grega contra a chanceler alemã Angela Merkel? Estão lembrados?
Sabem a razão dessa manifestação? Acontece que a Grécia está
afundada em dívidas e, por essa razão, Merkel vem colocando a
necessidade de a Grécia fazer ajustes em seus gastos públicos para
que a União Europeia possa auxiliar financeiramente a Grécia.
Assim, Merkel quer que a Grécia pare de gastar e economize seu
dinheiro, diminuindo o déficit. Só que cortar gastos públicos implica
na redução de gastos com políticas sociais e de investimentos – o
que obviamente desagrada à população grega. A crise é uma bola
de neve!

Gostaria de destacar um importante ponto: na crise norte-


americana, os bancos e a incapacidade dos devedores em pagarem
suas dívidas foram o centro do problema. Agora a incapacidade dos
países europeus em pagar as dívidas que contraíram (e as
consequências da adoção de medidas de austeridade) é que

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passaram a ser o cerne da questão. É por essa razão que a crise


europeia também é chamada de crise da dívida.

Assim, meus amigos e amigas, a crise que se alastra pela


Europa, está, principalmente, nas altíssimas dívidas que foram
contraídas. A relação entre o Produto Interno Bruto e as dívidas
contraídas gera um coeficiente reduzido, ou seja, as riquezas
geradas por esses países não são capazes de por fim ao
endividamento (déficit). Em outras palavras, os países europeus
endividados não são capazes de gerar superávit e essa situação faz
com que os investidores parem de investir nesses países ou mesmo
transfiram recursos para países que eles entendam
momentaneamente mais seguros.

Pessoal, uma questão que tem sido bastante cobrada é de


como esse cenário de crises tem impactado o Brasil. Primeiramente,
devemos ter em mente que as exportações entre o Brasil e os
Estados Unidos já não são tão significativas ao ponto de uma crise
norte-americana significar de imediato uma crise brasileira.
Contudo, o problema é que mesmo que a relação direta entre
Estados Unidos e Brasil já não seja uma relação de tanta
dependência, boa parte do restante dos países para os quais o
Brasil exporta depende dos Estados Unidos. Mas, afinal, o Brasil foi
ou não foi impactado pela crise mundial? Sim, ele foi impactado,
porém esse impacto não foi suficientemente forte para nos levar a
um cenário como o dos PIIGS.

No Brasil, o mercado imobiliário não era tão fluido quanto o


norte-americano. As condições de venda e compra de imóveis no

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Brasil são mais rígidas e muito mais burocráticas do que aquelas


que permitiram a crise nos Estados Unidos. Essa situação foi um
certo obstáculo para que tivéssemos uma crise igual à crise norte-
america por aqui.

Outra circunstância que abrandou os efeitos da crise mundial


no Brasil foi que o governo brasileiro adotou uma série de medidas
para manter a economia aquecida (como, por exemplo, a redução
do IPI sobre diversos produtos).

Com medidas dessa espécie o governo brasileiro pretendia


evitar que a crise mundial chegasse até nós, pois se pretendia
aquecer a economia por meio da elevação do consumo. Mas e aí,
pessoal, podemos dizer que a crise mundial não chegou ao Brasil?
Não, isso não pode ser afirmado. Não dessa maneira. O que nós
podemos afirmar é que a regulamentação e a burocracia para venda
e compra de imóveis somadas às medidas de aquecimento da
economia (aumento do consumo interno) adotadas pelo governo
conseguiram diminuir a força da crise mundial aqui, ou seja,
reduziram o impacto. Não se esqueçam daquela situação que eu
mencionei anteriormente... “qual mesmo, professor?”... aquela
situação de que embora o Brasil não seja mais tão dependente dos
Estados Unidos, boa parte do mundo o é. Com a economia
globalizada, vários países do mundo foram diretamente afetados e,
nessas circunstâncias, as exportações brasileiras diminuíram em
dois sentidos: diminuição das exportações para os Estados Unidos e
diminuição das exportações para países afetados mais intensamente
pela crise. Vejam bem, não estou dizendo que o Brasil não tenha
uma importante relação comercial com os Estados Unidos – o que

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está sendo colocado é que essa relação já não é mais uma relação
de forte dependência.

Aliás, fiquem sabendo que a China se consolidou com a


principal parceira comercial do Brasil. Em 2012, a China fechou o
ano como principal origem das importações e destino das
exportações brasileiras. Segundo dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as importações
provenientes do país asiático responderam por 15,3% de todas as
compras externas feitas em 2012 pelo Brasil.

Apesar disso, em 2012, o Brasil não cresceu tanto quanto se


esperava e esse quadro de desaceleração econômica relaciona-se
diretamente com a crise mundial. Acontece que se os países para os
quais o Brasil exporta estão em crise, eles importam menos e,
dessa maneira, a economia esfria. Mesmo a China, principal parceiro
comercial do Brasil - repito, também cresceu menos do que se
esperava, justamente porque o mercado mundial está desacelerado.
Não deixem de perceber como tudo está interligado.

1.2. Blocos econômicos

Pessoal, antes de falarmos sobre os blocos de maneira


específica gostaria de contextualizar melhor essa história e, para
começo de conversa, falemos um pouco sobre essa tal globalização.
Iniciarei os conceitos de globalização aqui e nas próximas eu os
retomarei.

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A ideia mais básica de globalização é a que diz que a


globalização se trata de um fenômeno que se dá em escala mundial.
A globalização, pessoal, é um fenômeno de integração política,
econômica, cultural e social em escala mundial.

O termo “globalização” surgiu basicamente após a Guerra Fria,


e sugere, além da integração, a unificação do mundo no
capitalismo. Assim, podemos dizer que globalização é um processo
no qual ocorre um aumento considerável da troca política, social,
cultural e econômica por todo o mundo.

Segundo Castro, “a globalização está longe de ser uma


consequência mecânica do desenvolvimento econômico ou das
novas tecnologias; ela é o resultado de uma política, implementada
por governos nacionais e instituições internacionais, mediante
instrumentos muito específicos, tais como abertura dos mercados de
capitais, bens e serviços, a desregulamentação do mercado
de trabalho e a eliminação de qualquer obstáculo legal ou
burocrático à ‘livre empresa’ e, sobretudo, aos investidores
internacionais. A globalização visa, portanto, a criar as condições de
dominação das grandes corporações e fundos de investimento, que
confrontam as empresas nacionais numa concorrência muito
desigual em mercados abertos. O mercado globalizado de capitais
tende a reduzir a autonomia econômica dos governos nacionais,
eliminando a possibilidade de manipular as taxas de câmbio, as
taxas de juros ou de recorrer a financiamentos orçamentários
deficitários. Esse é particularmente visível no Brasil, cuja política
econômica está fortemente condicionada pelas regras
da globalização neoliberal. Tudo isso permite afirmar que

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a globalização é antes de mais nada um mito legitimador da


hegemonia do capital financeiro, predominantemente especulativo”.

O processo de globalização foi fomentado durante o século XX,


por novas tecnologias, principalmente nas telecomunicações e na
informática e pelo aperfeiçoamento dos meios de transporte. Essa
situação possibilitou que o mundo se tornasse cada vez mais
interligado e, consequentemente, globalizado. Assim, se diz que as
distâncias foram diminuídas. Hoje a informação, as pessoas e
mercadorias chegam a qualquer lugar do mundo de maneira cada
vez mais ágil.

Outra característica importante da globalização é que esta


dispensa a ocupação territorial, pois ela se dá, não pela ocupação
física permanente, mas pela entrada de mercadorias, serviços,
capitais, informações e pelo fluxo de pessoas. A utilização da
internet também faz com que essa característica se acentue.

Desde o início dos anos 1990, com o fim da Guerra Fria e a


solidificação da globalização, ampliou-se a tendência mundial de
regionalização por meio dos blocos econômicos. Dessa forma, a
globalização e a regionalização não são fenômenos excludentes ou
antagônicos, mas sim fenômenos comuns ou complementares.
Vejam que o que parece antagônico não o é. Com a globalização em
curso, os países perceberam que era necessário integrar-se
regionalmente a fim de criar condições mais favoráveis de
negociação frente aos demais países e blocos. Outro aspecto dos
blocos é a necessidade da integração de mercados de consumo,
tornando a circulação de mercadorias mais intensa.

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Assim, podemos distinguir a regionalização da globalização no


sentido de que o primeiro fenômeno está mais associado às
estratégias de política geoeconômica e à economia, sendo resultado
de acordos entre os Estados que objetivam se fortalecer
economicamente, protegendo seus interesses perante outros países.
O segundo fenômeno é mais abrangente, envolvendo também
cultura e informação.

Assim, na regionalização os países abrem mão de parcela de


sua soberania a fim de obter vantagens econômicas e políticas.
Dessa maneira, alguns autores colocam que quanto maior for o
bloco, maior será a perda de soberania, pois maiores concessões os
países terão de fazer para que seja possível firmar um acordo. Não
podemos esquecer que a lógica da regionalização está diretamente
relacionada com a possibilidade de, ao se integrar as economias,
aumentar os mercados consumidores e, consequentemente, o lucro.

Outro aspecto da regionalização é que com o fortalecimento da


globalização - que gera fluxo livre de mercadorias, informações,
serviços, pessoas e capitais – houve a necessidade de que os países
criassem alguns mecanismos para diminuir as barreiras que a
divisão do mundo em Estados nacionais gerava. Em outras palavras,
anteriormente à globalização, o mundo era basicamente dividido em
Estados Nacionais. Nessa configuração, as barreiras para a
globalização eram muito mais evidentes. Para diluir tais barreiras,
os Estados passaram a se organizar cada vez mais em blocos.
Organizando-se em blocos tais barreiras são diminuídas
regionalmente e aumenta-se a possibilidade de circulação de

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mercadorias, além de fortalecer economicamente os países que dos


blocos participam perante as demais economias mundiais.

Segundo Moreira e Sene, “os países participantes de blocos


econômicos têm buscado acordos regionais para facilitar o fluxo de
capitais, serviços e, sobretudo, de mercadorias. A livre circulação de
pessoas tem ficado em segundo plano. A liberalização não é feita de
forma homogênea. Dependendo do grau de integração, é possível
definir quatro tipos de blocos econômicos: zona de livre comércio,
união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária”.

Vejamos então as características mais importantes de cada


uma dessas espécies de blocos.

Na zona de livre comércio os países firmam acordos a fim


de reduzir gradualmente suas tarifas alfandegárias ou aduaneiras,
ou seja, os países firmam acordos buscando diminuir as tarifas
cobradas sobre os produtos importados quando estes atravessam as
fronteiras. Assim, na zona de livre comércio as mercadorias que
circulam entre os países membros deixam de pagar impostos.

Nas zonas de livre comércio é possível ainda que haja a livre


circulação de serviços. Nesse caso o prestador de um serviço em um
país, poderá prestá-lo sem restrições em outro.

Um exemplo de zona (ou área) de livre comércio é o Nafta. De


qualquer forma, o que se tem notado é a dificuldade de se
implementar essas espécie de bloco na prática – restringindo-se, na
maior parte das vezes, apenas às intenções.

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Na união aduaneira, além de não serem cobrados impostos


no comércio entre os países membros, como ocorre na zona de livre
comércio, há ainda uma tarefa externa comum para mercadorias
que tenham origem em países que não fazem parte do bloco. Dessa
maneira, na união aduaneira uma mercadoria que venha de um país
não membro irá pagar as mesmas taxas para adentrar em qualquer
país membro. Por essa razão, se diz que há na união aduaneira uma
tentativa de tornar a política externa mais coesa, na medida em que
se aplica a mesma Tarifa Externa Comum (TEC).

O Mercosul pode ser considerado uma espécie de união


aduaneira; contudo, tal bloco, tem sido classificado como união
aduaneira incompleta (ou imperfeita), pois nele ainda circulam
produtos com tarifas distintas entre os países.

Já no mercado comum, além da livre circulação de


mercadorias com a respectiva implementação de uma tarifa externa
comum, ocorre ainda a livre circulação de pessoas, serviços e
capitais. Dessa maneira, se diz que no mercado comum não há
barreiras para o fluxo de pessoas, serviços, mercadorias ou capitais.

Atualmente o único bloco desse tipo é a União Europeia, pois


lá houve a padronização de diversos impostos e de diversas leis
civis, trabalhistas, sociais e ambientais.

Na união econômica e monetária ocorre a acumulação de


todas as características citadas nas espécies anteriores de blocos. A
diferença é que na união econômica e monetária há ainda a

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utilização de uma moeda única e a padronização das políticas


macroeconômicas, como gastos públicos, taxas de juros e taxas de
câmbio. Essa é a espécie mais abrangente de integração.

Agora, pessoal, veremos separadamente os principais blocos


econômicos.

1.2.1 Mercosul

O Mercado Comum do Sul, que é uma união aduaneira


imperfeita, é um bloco econômico regional cujos membros são o
Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e a VENEZUELA. Destaco
que, desde 31 de julho de 2012, a Venezuela passou a integrar o
Mercosul – isso vem sendo reiteradamente cobrado em provas de
Atualidades. Um detalhe: as questões de concurso, em geral, não
citam o termo “imperfeita”. Portanto, caso caia uma questão para
vocês dizerem qual espécie de bloco é o Mercosul, colocar que se
trata de uma união aduaneira já é suficiente.

O Mercosul foi estabelecido em 1991, a partir da assinatura do


Tratado de Assunção. Contudo, as origens desse bloco são um
pouco anteriores, já que em 1985 houve a chamada Declaração de
Iguaçu, na qual ocorreu a formalização da cooperação econômica e
comercial entre o Brasil e a Argentina.

“Professor, por que o nome é Mercado Comum do Sul e não


União Aduaneira do Sul?” A razão é muito simples: pelo Tratado de
Assunção, o objetivo do bloco é se tornar posteriormente um
mercado comum, embora ainda falte bastante para atingir esse

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objetivo, tendo em vista que os países integrantes do bloco são


muito distintos política, econômica e socialmente.

Outro ponto que vocês devem ter em mente é que no Mercosul


não há nenhum órgão supranacional cujas decisões deverão ser
obedecidas pelos países membros. Isso significa dizer que no
Mercosul não há uma instituição com capacidade normativo-
vinculante cujas normas se imponham aos países membros.

Um último ponto que eu gostaria de destacar em relação ao


Mercosul, pois tem aparecido em provas, é em relação ao
protecionismo. O protecionismo ocorre quando um país adota
medidas econômicas a fim de impedir a entrada de mercadorias
estrangeiras, protegendo, assim, a produção nacional. Nos últimos
anos, tanto o Brasil quanto a Argentina têm se caracterizado pela
adoção de medidas protecionistas. Vejam essa notícia,
exemplificativa, do jornal Estadão de 18 de junho de 2012:

“O Mercosul deve aprovar na próxima semana mais uma


medida para proteger os mercados locais da concorrência dos
importados. Os técnicos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai
discutem a ampliação do número de produtos que terão o Imposto
de Importação elevado.

O Brasil defende uma relação com 200 itens, segundo


informou ao Estado a secretária de Comércio Exterior do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana
Prazeres. A Argentina quer uma lista com 400 produtos.

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No segundo semestre do ano passado, em meio ao


agravamento da crise internacional, o bloco anunciou a
implementação de uma lista com até 100 itens para cada País que
teriam aumento do Imposto de Importação para produtos
provenientes de mercados fora do bloco. Nestes casos, o imposto
que, em média, é de 12% a 13%, pode chegar a 35%, a alíquota
máxima permitida pela Organização Mundial do Comércio (OMC)

O coordenador geral de Imigração do Ministério do Trabalho,


Paulo Sérgio de Almeida, disse ontem que as barreiras impostas
pela Argentina ao comércio bilateral não só prejudicam as
exportações, mas também têm reflexo no mercado brasileiro de
trabalho”.

Pessoal, acho que por meio dessa notícia vocês já conseguem


perceber que tem havido uma tensão entre a Argentina e o Brasil
em razão da adoção de práticas protecionistas de ambos os lados.
Essas práticas, como eu assinalei, pretendem a defesa da produção
nacional em detrimento da produção estrangeira. Claro que tais
práticas não se compatibilizam com a ideia de mercado comum e
elas têm sido criticadas por outros países, como a China, que
apontou o Brasil e a Argentina como os países mais protecionistas
do mundo, e por organismos internacionais, como a Organização
Mundial do Comércio (OMC).

1.2.2. Nafta

O Tratado Norte-americano de Livre Comércio é um tratado


que envolve os Estados Unidos, o Canadá e o México, possuindo

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como principal objetivo a eliminação das barreiras comerciais entre


os países membros, dentro de um contexto de economia neoliberal,
ou seja, na qual não deve haver intervenção estatal e na qual o
mercado livre fomentaria a concorrência.

Ocorre que no Nafta há uma gigantesca diferença entre as


economias, sobretudo entre a dos Estados Unidos e a do México. O
próprio Canadá, país que possui economia forte e alta qualidade de
vida, é extremamente dependente economicamente dos Estados
Unidos. Assim, a criação do Nafta solidificou ainda mais a liderança
norte-americana na região e a liberdade comercial favoreceu mais
as empresas dos Estados Unidos do que as dos demais países.
Outra consequência do Nafta é que, com a adesão a esse bloco,
tanto o México quanto o Canadá viram suas economias se tornarem
ainda mais ligadas à dos Estados Unidos. Quando a economia norte-
americana vai bem, as desses países também vão bem. Quando a
economia norte-americana vai mal, as desses países também vão
mal.

Pessoal, vocês podem estar se perguntando a razão do México


ter sido convidado a entrar no bloco e a razão de ele ter aceitado. O
principal motivo para o México ter sido convidado foi que esse país
possui um enorme mercado consumidor. Assim, tendo em vista a
potencialidade de tal mercado, Estados Unidos e Canadá
perceberam que com o Nafta as empresas desses países teriam uma
enorme possibilidade de aumentar suas vendas.

Já que estamos falando do Canadá, abro um parêntese para


destacar que, no início de 2013, o Canadá foi eleito, pelo Fórum

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Mundial, o 2º país com melhor risco global – ficando atrás apenas


de Cingapura. Isso significa dizer que, segundo tal eleição, o Canadá
seria o 2º país com menor risco para investimentos em cenários de
crise.

Voltemos ao Nafta. Outra preocupação norte-americana foi


com a entrada ilegal de imigrantes mexicanos nos Estados Unidos. A
criação do Nafta possibilitou que empresas norte-americanas fossem
instaladas no México, criando novos postos de trabalho e fazendo
com os mexicanos se mantivessem mais em seu país. Essa situação
também fez com que essas mesmas empresas se utilizassem da
mão de obra mais barata no México, diminuindo os seus custos. É
claro que a imigração ilegal está longe de ser solucionada, mas a
instalação de empresas norte-americanas em território mexicano
caminha nesse sentido, além de se aproveitarem de mão de obra
barata, impostos menores e um amplo mercado de consumo.

A pretensão final dos Estados Unidos, com a criação do Nafta,


é expandir sua liderança econômica, política e cultural sobre os
demais países americanos. Nesse sentido, propôs que o Chile se
tornasse um membro do bloco – o que ainda não ocorreu. Segundo
alguns analistas, a ideia norte-americana de expansão do Nafta está
associada à ideia de implementação da ALCA, o que fortaleceria
ainda mais os Estados Unidos na região e perante o resto do
mundo.

1.2.3. União Europeia

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O Tratado de Maastricht, assinado em 1992, foi um marco


histórico do processo integracionista da Europa – implementando
um modelo de integração política e econômica. Por meio desse
tratado, a antiga Comunidade Europeia foi substituída pela atual
União Europeia, que, por sua vez, constitui o bloco econômico em
estado mais avançado no mundo.

O Tratado de Maastricht se baseia basicamente em três


pilares. O primeiro consiste na adoção de uma legislação comum em
determinadas matérias, de maneira que os órgãos da União
Europeia possuem supranacionalidade. Assim, em determinados
casos, como para fins de política monetária e cambial, as decisões
desses órgãos supranacionais se dão em caráter vinculante, o que
gera para os países membros da União Europeia a obrigação de
cumpri-las.

Pelo segundo, estabeleceu-se que assuntos de política externa


e segurança deveriam ser tratados de forma comum. Dessa
maneira, pode-se afirmar que, com a adoção do Tratado de
Maastricht, os países signatários perderam parcela de suas
soberanias, tendo em vista a necessidade de se adotar políticas em
comum acordo.

O terceiro pilar foi a necessidade de cooperação em matéria


policial e penal. Nesse sentido, pretende-se a convergência das
legislações nacionais, ou mesmo a criação de uma legislação penal
unificada para os países membros como já fora proposto.

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Atualmente, a União Europeia conta com 27 países membros –


além dos que estão em processo de adesão (Croácia, Turquia e
Macedônia). Com o alargamento desse bloco, foi necessário rever
suas instituições. Nesse sentido, foi assinado em 2007 o Tratado de
Lisboa que tem como alguns de seus principais objetivos melhorar o
processo de tomada de decisão dentro da União Europeia, com um
presidente possuindo mandato fixo, previsão da possibilidade de um
membro deixar de sê-lo e ampliar as atribuições do Parlamento
Europeu, aumentando a participação democrática dos países
membros do bloco.

Não posso deixar de destacar a adoção do euro enquanto


moeda única – o que nos remete à ideia de união monetária.
Segundo os termos do Tratado de Maastricht, para que um país
membro da União Europeia adote o euro com moeda, é necessário
que esse país tenha, dentre outras características econômicas, o
equilíbrio de suas despesas públicas, o controle inflacionário e taxas
de juros baixas, sobretudo as de longo prazo.

Um detalhe importante: não confundam União Europeia com


zona do euro. A zona do euro é aquela da qual fazem partes os
países da União Europeia que utilizam o euro como moeda. Então, é
possível um país fazer parte da União Europeia e não pertencer a
zona do euro. Esse é o caso da Inglaterra.
Para fins de concurso público, o que está sendo mais cobrado
atualmente é a crise sobre a qual falamos no começo da aula. Para
que revisemos e aprofundemos a questão, gostaria de ressaltar
alguns pontos.

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A crise financeira na Europa tem início basicamente em razão


de problemas fiscais. Alguns países, como, por exemplo, Grécia e
Irlanda, gastaram mais do que arrecadavam com os impostos – o
que gerou altos déficits públicos. Vimos também que esses países
contraíram muitas dívidas. Apesar de o Tratado de Maastricht
estabelecer um limite de 60% para relação entre o endividamento e
o PIB, muitos países membros da União Europeia ultrapassaram
essa porcentagem. No caso da Grécia, que é o pior dos casos, a
relação entre endividamento e PIB chegou a quase o dobro do limite
imposto pelo Tratado – o que demonstra a magnitude do déficit
público grego. Nesse contexto, os investidores pararam de investir,
muitas vezes transferindo seus investimentos para outros países
mais seguros, nessas economias debilitadas.

Os primeiros sinais da crise que viria a se instalar, na verdade,


apareceram em 2007, junto com os sinais de que a bolha do
mercado imobiliário norte-americano estouraria. Com a crise de
2008, os países foram levados a investirem bilhões nas economias
mais afetadas – o que, por sua vez, resultou no aprofundamento do
déficit público.

Os chamados PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e


Espanha) foram os países mais afetados nesse contexto, pois foram
exatamente os países que mais indisciplinadamente gastaram,
aumento o déficit público. Esses países, além de possuírem uma
elevada relação dívida/PIB, têm altos déficits orçamentários, em
razão de suas estruturas de gastos públicos. Estou sendo repetitivo
nesse ponto, pois ele está aparecendo bastante nas provas. Não é
nada complexo, basta compreender o contexto.

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Outro ponto importante é que, embora haja na estrutura da


União Europeia o Banco Central Europeu, não há uma instituição de
fato capaz de regular a economia de todos os países membros.
Assim, houve muita demora em se descobrir que os países –
principalmente os PIIGS – estavam passando por um momento de
descontrole das finanças públicas. Mesmo os acordos que previam
sanções para as nações que não conseguissem equilibrar suas
dívidas não conseguiram se mostrar eficientes para que esses
países controlassem seus gastos.

Portanto, podemos afirmar que a indisciplina fiscal e o


descontrole nas contas públicas, principalmente nos PIIGS, levaram
a União Europeia a uma situação de crise financeira sem
precedentes no bloco. Soma-se a isso a descoberta de que os
gregos manipulavam os números, o que aumentou a demora em se
descobrir os altos níveis da dívida grega – gerando a queda da
confiança dos demais países e dos investidores internacionais.

2. Organismos internacionais

Pessoal, é muito comum nos cursos de Atualidades e


Conhecimentos Gerais que os professores comecem seus cursos
conversando sobre o período do pós-Guerra e da Conferência de
Bretton-Woods. Essa conferência ocorreu em 1944, pouco antes do
fim da Segunda Guerra Mundial, e a principal preocupação que nela
se discutia era o estabelecimento de uma ordem monetária
internacional – em um contexto que se evidenciava o fortalecimento
dos Estados Unidos como a grande potência mundial.

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Em tal conferência, foram criados o Fundo Monetário


Internacional e o BIRD que seriam as bases do novo sistema
econômico mundial e é exatamente sobre esses organismos que
conversaremos agora.

2.1. Fundo Monetário Internacional (FMI)

Voltando um pouco mais no tempo, podemos dizer que a


história do FMI está relacionada com a Crise de 1929 (Quebra da
Bolsa de Nova Iorque). Com tal crise, os países passaram a adotar
práticas protecionistas, o que impedia o fluxo comercial. Nesse
contexto, o mercado internacional encontrava-se completamente
desregulamentado, o que prejudicava as negociações internacionais.

O FMI surge em 1944 exatamente para auxiliar o


desenvolvimento do comércio mundial e evitar que as políticas que
resultaram na Crise de 1929, bem como a adoção de medidas
protecionistas, continuassem sendo implementadas. Nesse sentido,
são objetivos do FMI:

• Promover a estabilidade das taxas de câmbio.

• Auxiliar financeiramente os países que se encontrem em


dificuldade econômica.

• Prestar auxílio técnico e treinamento aos países

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• Planejar e monitorar as políticas de reestruturação econômica


e financeiras dos países

• Promover a cooperação monetária internacional

Em relação à estrutura do FMI, tem-se a Assembleia de


Governadores do Fundo Monetário Internacional como órgão de
deliberação máxima. Tal Assembleia se forma por um representante
e um suplente de cada país membro. Esse representante costuma
ser o Ministro das Finanças, da Economia ou mesmo o Presidente do
Banco Central dos países.

Além da Assembleia de Governadores, há também o Conselho


da Administração que é responsável pela direção executiva do FMI.
Esse órgão compõe-se de 24 membros, sendo que oito países
possuem assento permanente no Conselho. São eles: Estados
Unidos, Alemanha, Japão, China, Rússia, Arábia Saudita, Reino
Unido e França. O restante dos países é escolhido em eleição. O
Conselho da Administração subordina-se à Assembleia de
Governadores, devendo reportar-se a ela anualmente. Há ainda
órgãos como o Comitê Interino e o Comitê de Desenvolvimento, que
prestam assessoria à Assembleia de Governadores.

O FMI possui o chamado Direito Especial de Saque (DES), que


visa à concessão de ajuda financeira aos países em dificuldade,
evitando que crises em países específicos se alastrem e contaminem
o restante das economias. Cada país tem direito a fazer um saque
de acordo com às suas contribuições para o FMI. Quando um país
efetua um saque superior ao que contribui, ele paga juros – o que o

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insere numa lógica de endividamento cíclico. Os países que em vez


de realizarem saques, emprestam para outros – como o Brasil fez
para a Grécia - passam a ser remunerados, a partir do que se ganha
com os juros pagos pelos países endividados.

Os países membros do FMI fazem jus a uma cota – que se


baseia nos indicadores econômicos desses países. Quanto mais um
país contribuir com o FMI, maior será a sua cota e, dessa forma,
maior será o peso do voto desses países para as decisões do FMI.

Assim, podemos dizer que no FMI há um mecanismo “duplo”,


na medida em que alguns países são remunerados pelas suas
contribuições financeiras com recursos oriundos dos pagamentos de
juros por outros países – que muitas vezes têm dificuldade em se
recuperar economicamente. Portanto, o FMI tem servido para
fortalecer econômica e politicamente alguns países, ao passo que
enfraquece outros. Tudo isso, claro, dentro de uma lógica capitalista
baseada nos preceitos do neoliberalismo.

2.2. ONU

A Organização das Nações Unidas foi criada em 1945, logo


após o fim da Segunda Guerra, tendo como objetivo principal
assegurar a paz mundial por meio da intermediação das questões
políticas entre os países. A ONU se baseia no princípio de que pela
cooperação mútua os países poderão alcançar a paz e o
desenvolvimento. São ainda objetivos da ONU os seguintes:

• Garantir a proteção aos direitos humanos

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• Auxiliar na diminuição da desigualdade social

• Promover o desenvolvimento social e econômico das nações

• Criar mecanismos que garantam a justiça e observância às


normas de direito internacional.

Atualmente a ONU é composta por 193 países, que se reúnem


para deliberar na Assembleia Geral. O último país a ingressar como
membro da ONU foi o Sudão do Sul, o que se deu em 2011.

A Assembleia Geral é um dos dois principais órgãos, sendo o


outro o Conselho de Segurança. A Assembleia Geral se dá com a
participação de todos os membros, conforme já assinalamos, e suas
decisões são tomadas a partir do que decide essa maioria, sendo de
2/3 o quórum para aprovação de decisões.

Já o Conselho de Segurança se dá com a reunião de quinze


membros, dez dos quais são rotativos e outros cinco são
permanentes. Atualmente, são membros permanentes do Conselho
de Segurança os Estados Unidos, a Rússia, a França, a China e o
Reino Unido. Ser membro permanente dá a cada um desses países
o poder de vetar as decisões. Suponhamos, que, dos 15 membros
do Conselho, 14 votem a favor de determinada medida e um vote
contra. Se esse país que votou contra for um dos membros
permanentes, a medida não será aprovada. Recentemente, a
proposta de intervenção militar na Síria não foi aprovada; pois,
contra ela votaram a Rússia e a China.

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Muitos países têm pleiteado a reforma institucional da ONU,


argumentando que estrutura da ONU é arcaica, pois é basicamente
a mesma desde a sua criação, e que dentro dessa estrutura há uma
relação desigual entre os países. Entre os países que mais tem
militado nesse sentido, encontram-se Brasil, Índia, Japão e
Alemanha. Esses países também têm atuado na tentativa de se
tornarem membros permanentes do Conselho de Segurança, ou
seja, justamente aqueles que possuem poder de veto. Dentro da
tentativa desses países em se tornar membros permanentes nesse
conselho, é necessário destacar dois pontos: o primeiro é que
embora Japão e Alemanha estejam entre as maiores economias do
mundo, não podemos esquecer que esses países, durante a
Segunda Guerra Mundial, faziam parte do Eixo, que foi derrotado, e
não dos Aliados. O outro ponto é que há disputas regionais, de
forma que alguns países que se opõe a entrada de outros. Por
exemplo, o Paquistão se opõe ferrenhamente à entrada da Índia,
assim como a China se opõe à entrada do Japão.

Dentro da estrutura da ONU há ainda o chamado Sistema das


Nações Unidas que congrega diversos organismos especializados,
dentre os quais se destacam a Organização Mundial da Saúde
(OMS), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização
para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e a Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. Recentemente,
a Palestina passou a integrar a Unesco – de maneira que esse órgão
passa a ser o primeiro na estrutura da ONU integrado pela
Palestina.

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Um ponto no qual a atuação da ONU tem se destacado é em


relação às Conferências sobre Mudanças Climáticas, as chamadas
COP (COP-15 em 2009, COP-16 em 2010, COP-17 em 2011 e COP-
18 em 2012). Para fins de concurso, certamente a mais provável de
ser cobrada são as COP 17 e 18 – exatamente por se tratar das
mais atuais. Faremos uma introdução nesse tema agora e nos
próximos encontros aprofundaremos bastante o tema.

A discussão da COP-17 se dava em torno da questão de


proteção ao Meio Ambiente e frente às mudanças climáticas. A COP-
17 foi realizada em Durban, África do Sul, e, segundo alguns
especialistas, significou o maior avanço desde o Protocolo de Kyoto.
O principal ponto da COP-17 foi o lançamento das bases para um
futuro acordo contra as emissões de gases-estufa, inclusive
prevendo metas para os Estados Unidos e para a China – contudo,
tais países só passam a ter que alcançá-las a partir de 2020, o que
para muitos países e analistas significou o adiamento da proteção
ao clima.

Outros pontos relevantes aprovados nessa Conferência foram


a extensão do Protocolo de Kyoto para a União Europeia e mais
alguns países e o chamado Fundo Verde do Clima, cuja função será
fornecer recursos anuais a partir de 2020 a fim de combater a
emissão de gases poluentes e promover ações de adaptação dos
países às mudanças climáticas.

Na realidade, as decisões da COP-17 não estabelecem


nenhuma medida concreta para combater o efeito das mudanças
climáticas – exceção feita ao compromisso que os países assumiram

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em manter as fracas metas da Conferência de Copenhague em


2009. Contudo, a COP-17 possui um caráter histórico, já que a
chamada Plataforma de Durban estabelece um calendário para
conceber um novo protocolo, ou seja, um novo instrumento legal,
que possa entrar em vigor a partir de 2020. A partir desse novo
protocolo todos os países teriam de se comprometer com metas
obrigatórias na redução de emissões de gases poluentes. Essa
situação foi considerada a salvação da Conferência e significou a
possibilidade de acordo entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento.

A COP-18, realizada em Doha, Qatar, aconteceu na primeira


semana de dezembro de 2012, e seus resultados ficaram bastante
aquém do necessário. De toda forma, importante que destaquemos
a posição que o Brasil tem adotado nessa negociação. A Ministra do
Meio Ambiente, Izabella Teixeira, discursou durante a Conferência
destacando a redução recorde de desmatamento na Amazônia e os
programas de financiamento do Governo Federal para a proteção do
bioma. Segundo a Ministra, o Brasil continua disposto a cumprir sua
meta voluntária na redução de emissões, estabelecida em 2009,
em Copenhague, Dinamarca, como entre 36,1% e 38,9% em 2020.
A Ministra também deixou clara a posição de que o Brasil defende a
extensão do Protocolo de Kyoto, que deixará de ter efeitos a partir
do dia 31/12/2012. O diplomata e chefe das negociações pelo
Brasil, Luiz Alberto Figueiredo Machado, chegou a afirmar que
“nossa maior tarefa em Doha é adotar formalmente o segundo
período de compromissos do Protocolo de Kyoto”.

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Agora outra questão: em relação às sanções impostas pelo


Conselho de Segurança da ONU ao Irã, gostaria de lembrar que, em
2010, houve um acordo entre a Turquia e o Irã, mediado pelo
Brasil. No caso em questão, o governo do Irã concordou em enviar
para a Turquia mais de uma tonelada de urânio e em receber urânio
enriquecido para ser utilizado em reatores – solucionando um antigo
impasse na ONU.

Apesar desse acordo, a ONU – por meio de seu Conselho de


Segurança – sem aprovação do Brasil, que era o intermediário da
questão, decidiu adotar novas sanções contra o Irã. O problema do
Irã envolve não só a possibilidade de esse país possuir armas
nucleares, mas também o apoio que ele tem dado aos grupos
fundamentalistas Hamas e Hezbollah. O Irã tem se colocado
abertamente como contra Israel, além de ser comumente acusado
de desrespeitar os direitos humanos.

Pessoal, para que fique bem claro: tanto o Hezbollah quanto o


Hamas são grupos considerados fundamentalistas, com atuação
política e paramilitar. O Hezbollah caracteriza-se por uma posição
xiita, ou seja, uma posição islâmica-radical, com atuação no Líbano.
Esse grupo começou como um pequeno partido político, mas ao
longo do tempo foi se transformando em uma milícia. Com a ajuda
financeira prestada pelo Irã e também pela Síria, o Hezbollah
cresceu consideravelmente, aumentado seu poderio militar e sua
influência na região. Já o Hamas é uma organização palestina, que
também possui vertentes políticas e militares. O Hamas constitui o
mais importante grupo islâmico palestino que se notabilizou pela
luta armada contra Israel. O objetivo principal desse grupo é formar

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um estado palestino independente. Aqui quero ressaltar um ponto


muito importante, pois a ONU, apesar das posições em contrário,
elevou, em novembro de 2012, a Palestina à condição de país
observador não membro. Isso tem muitas chances de cair!
Fiquem ligados, beleza!?

A Assembleia Geral da ONU, decidindo de forma contrária aos


Estados Unidos e a Israel, concedeu à Autoridade Nacional da
Palestina a condição de Estado observador não membro. Esse
reconhecimento não dá à Palestina o direito ao voto, contudo
aumenta as chances de integrarem a Palestina em outras
organizações ligadas à ONU, além de consistir em um importante
passo rumo ao reconhecimento da Palestina como estado
independente.

A condição de país observador não membro não dá direito ao


voto, como dissemos, ficando aquém do reconhecimento de um
Estado pleno, mas representa um avanço para os palestinos. De
acordo com Mahmoud Abbas, essa seria a “única condição de salvar
a paz entre os dois países (Israel e Palestina) (...) nós não viemos
aqui procurando deslegitimar um Estado estabelecido anos atrás,
que é Israel, mas sim afirmar a legitimidade do Estado que deve
conseguir sua independência, que é a Palestina”.

Contudo, essa posição da Assembleia Geral da ONU foi durante


criticada por Estados Unidos e Israel. Segundo Hillary Clinton, na
época Secretária de Estado dos Estados Unidos, a resolução da ONU
é infeliz e contraproducente; enquanto que a embaixadora norte-
americana Susan Rice disse que cabe aos dois países retomarem as

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negociações pela paz, que estão suspensas desde 2010. Rice


afirmou ainda que “essa resolução não estabelece que a Palestina é
um Estado. O grande anúncio de hoje (em referência ao dia da
aprovação da resolução) logo vai esvanecer, e o povo palestino vai
acordar amanhã e descobrir que pouco mudou na sua vida, a não
ser que a perspectiva de uma paz duradoura retrocedeu”. Por sua
vez, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que o líder
palestino havia feito um discurso mentiroso, colocando que “o
mundo pode ver esse discurso de ódio, cheio de propaganda
mentirosa sobre o exército israelense e os cidadãos israelenses”.
Abbas, líder palestino, havia afirmado que Israel fez uma limpeza
étnica e uma ocupação colonial racista. Por sua vez, Netanyahu
continua autorizando a construção de novos assentamentos em
áreas ocupadas pelos palestinos.

Em março de 2013, depois de um primeiro mandato inteiro


sem pisar em Israel, Barack Obama, enfim, chegou a esse país e o
fez dizendo que ventos perigosos sopram no Oriente Médio e que
estava reafirmando o comprometimento americano com a
segurança de Israel. Obama também colocou que está
comprometido com a formação de dois estados distintos para dois
povos distintos (israelenses e palestinos).

Nessa visita de Obama e a partir de sua mediação, Israel


pediu desculpas à Turquia por causa de um ataque a frotas turcas.
Os primeiros-ministros de Israel, Benjamin Netanyahu, e da
Turquia, Recep Tayyip Erdogan, concordaram em restabelecer as
relações entre os dois países após um pedido de desculpas feito por
Israel pela morte de nove ativistas turcos no episódio do ataque à

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flotilha da Liberdade, em 2010. Na ocasião, a flotilha que tentava


furar bloqueio israelense à Faixa de Gaza foi interceptada por
militares de Israel.

As relações entre Israel e a Turquia foram prejudicadas


exatamente em 2010, quando fuzileiros navais israelenses
interceptaram a flotilha da Liberdade, que se dirigia para Gaza
desafiando bloqueio naval imposto por Israel, e mataram nove
ativistas turcos. A Turquia expulsou o embaixador de Israel e
congelou a cooperação militar depois de um relatório da ONU sobre
o incidente, publicado em setembro de 2011, em grande parte
isentar Israel de culpa. Na época, Israel manifestou "pesar", não fez
o pedido de desculpas exigido, apenas se oferecendo a criar um
"fundo humanitário" através do qual vítimas e parentes poderiam
ser compensados.

2.3. Banco Internacional para Reconstrução e


Desenvolvimento (BIRD)

A Primeira Guerra Mundial colocou fim ao crescimento


acelerado da qualidade de vida que acontecia nos 50 anos
anteriores a sua eclosão. O fim do primeiro grande conflito mundial
deixou marcas nos países envolvidos e os indícios de que a situação
não estava resolvida, pairando no ar ainda o clima de guerra. Esta
viria a estourar alguns anos mais tarde e com intensidade ainda
maior. A Segunda Guerra envolveu ainda mais países e foi mais
ainda mais destrutiva. Como a maior parte dos conflitos aconteceu
em território europeu, este continente saiu completamente arrasado
após o evento.

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Com o fim da Segunda Guerra, novas medidas foram tomadas


para que impossibilitasse o surgimento de um novo conflito, o que
poderia ser ainda pior diante da evolução da capacidade de
destruição dos armamentos. Foram criadas instituições com o
intuito de promover a paz mundial e afastar as ocorrências de
guerras. Uma dessas instituições criadas, ainda em 1944, foi o
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, (BIRD).
Este tinha como objetivo inicial auxiliar na reconstrução dos países
europeus, os quais ficaram destruídos economicamente e
socialmente. O BIRD captou recursos a fim de levantar um
continente destruído pelas bombas.

Com o passar do tempo e com o sucesso na recuperação da


Europa, o BIRD passou a assumir funções mais amplas. A instituição
é ligada à Organização das Nações Unidos (ONU) e junto a esta
busca, em tese, promover a qualidade de vida no mundo por meio
do desenvolvimento econômico.

O BIRD concede empréstimos financeiros e assistência para o


desenvolvimento para os países que tenham antecedentes de
crédito respeitáveis. O dinheiro que é emprestado pelo BIRD tem
origem na venda de títulos nos mercados internacionais de capital.

Assim, o BIRD atua emprestando dinheiro a juros baixos ou


mesmo sem juros aos países, promove o intercambio de
conhecimento técnico e investe em programas variados de
recuperação do meio-ambiente.

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Lembro que o BIRD foi criado com o acordo de Bretton Woods


de 1944. As conferências de Bretton Woods definiram o Sistema
Bretton Woods de gerenciamento econômico internacional,
estabeleceram as regras para as relações comerciais e financeiras
entre os países mais industrializados do mundo. O sistema Bretton
Woods foi o primeiro exemplo, na história mundial, de uma ordem
monetária totalmente negociada, tendo como objetivo governar as
relações monetárias entre Nações-Estado independentes.

No último trimestre de 2012, saiu na imprensa a queda de


posição que o Brasil sofreu em um ranking que classifica a
possibilidade de negócios em um país elaborado pelo BIRD. De
acordo com o levantamento anual do Bird feito em 185 países, o
Brasil caiu do 126º lugar para a 130ª posição no ranking para 2013.
Para que vocês tenham ideia da situação brasileira: enquanto
começar um negócio no Brasil demora em média 119 dias, em
Cingapura, a líder do ranking, são apenas três dias e, nos EUA (o
quarto lugar) são seis dias. Cingapura está muito bem cotada nos
rankings econômicos!

Em outros indicadores isolados, usados para fazer o ranking


geral, o Brasil também ocupa posições ruins. Na facilidade para uma
pequena empresa conseguir crédito, está no 104º lugar; em
impostos, em 156º; e na facilidade para registros de propriedades,
em 109º.

As cinco primeiras posições do ranking geral ficaram com


Cingapura (pelo sétimo ano consecutivo na liderança), Hong Kong,
Nova Zelândia, Estados Unidos e Dinamarca. Na América Latina, o

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país mais bem colocado é o Chile (37º lugar). Esta é a décima


edição do estudo, chamado "Doing Business 2013: regulamentos
mais inteligentes para pequenas e médias empresas". Piores que o
Brasil estão países pequenos e extremamente pobres, como Serra
Leoa, Libéria, Gabão e Suriname.

Aliás, no Brasil, as empresas menores realmente parecem não


estar encontrando a mesma facilidade que em outros países
emergentes. No período de análise do relatório do Banco Mundial,
que vai de junho de 2011 a maio de 2012, o país fez apenas uma
reforma nesse sentido. Ao mesmo tempo, a transferência de
propriedade se tornou mais difícil com a introdução de um novo
certificado comprovando débitos de trabalho e o aumento do
número de procedimentos de due diligence (análise de números).

No período de análise do estudo, 108 economias


implementaram 201 reformas regulatórias. Das 50 economias que
desde 2005 mais tiveram melhorias regulamentares, seis estão na
América Latina e Caribe. A Colômbia foi o país que mais
implementou mudanças nesse período, segundo a coautora do
levantamento, Hayane Dahmen. Os outros países citados por ela
são Guatemala, Peru, México, Uruguai e República Dominicana.

O estudo "Doing Business" avalia fatores como facilidade em


abrir (e fechar) uma empresa e até em conseguir energia elétrica
para a nova companhia e fazer comércio exterior. A classificação é
baseada em dez indicadores e cobre 185 economias. O item que o
Brasil tem uma das melhores notas é a facilidade em obtenção de
energia, ocupando a posição número 60, mas esse quadro deve

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mudar em 2013 em razão da possibilidade real de racionamento.


Fatores macroeconômicos e outros pontos, como nível de solidez do
sistema financeiro, não são levados em conta para a elaboração do
ranking. O levantamento é feito anualmente pelo Banco Mundial e
pela IFC (International Finance Corporation, o braço financeiro do
Banco Mundial). Claro que não interessa que vocês saibam as
posições, o que importa é que vocês percebam que o Brasil não está
muito bem avaliado nesses estudos.

2.4. Tribunal Penal Internacional (Corte Penal Internacional)

Vamos fugir um pouco de economia. Recebe o nome de


Tribunal Penal internacional (ou ainda Corte Penal Internacional) o
primeiro tribunal internacional com status permanente. Foi criado a
partir do Estatuto de Roma, tratado em meio à Conferência das
Nações Unidas que tratava exatamente do estabelecimento de uma
casa dedicada a julgamento de assuntos de cunho internacional, na
mesma cidade que empresta o nome ao seu estatuto. Tal
documento entrou em vigor a 1 de julho de 2002, momento em que
atingiu as 60 ratificações necessárias para que o texto tivesse
validade de fato.

A necessidade da criação deste tribunal remonta a uma antiga


lacuna que veio finalmente a ser preenchida, ou seja, o
estabelecimento de um corpo normativo que pudesse exercer
influência e aplicar sua jurisdição em um nível global, tratando de
julgar e punir indivíduos que venham a cometer crimes contra a
humanidade, buscando evitar uma provável impunidade -
anteriormente possível sem a existência de um ente moderador.

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Espera-se que com sua criação, o TPI possa inibir crimes graves
contra o ser humano, combatendo também a impunidade daqueles
que promovam atos de violência contra determinada coletividade.
Ao mesmo tempo, sua instituição poderá ser de grande utilidade
para aperfeiçoar a jurisprudência de Direito Internacional existente,
lançando uma nova perspectiva para a matéria.

Em março de 2012, o TPI concluiu seu primeiro veredicto.


Foram seis anos de investigação e de audiências, 220 depoimentos
colhidos, mais de 150 testemunhas ouvidas, tudo detalhado em 53
mil páginas de processo. O veredicto saiu em 14 de março de 2012:
o congolês Thomas Lubanga Dyilo foi considerado culpado por
recrutar crianças menores de 15 anos para lutar em conflitos
étnicos no Congo. O julgamento entra para a história como o
primeiro dado pelo Tribunal Penal Internacional, 10 anos depois da
sua criação.

A decisão unânime foi anunciada na sede do tribunal, na


cidade holandesa de Haia. Os três juízes explicaram por que
Lubanga deve ser punido por alistar crianças para lutar no grupo
armado do qual era presidente, o Union des Patriotes Congolais. De
acordo com a decisão, meninos e meninas, alguns com apenas 11
anos de idade, serviram como soldados da milícia em conflitos
étnicos no Congo.

A regra no tribunal é que a pena máxima é de 30 anos, mas


em alguns casos excepcionais, pode ser aplicada a prisão perpétua.
Os juízes ainda devem ser reunir para definir e anunciar a pena. O

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acusado ainda tem o direito de recorrer para a Câmara de Apelo do


TPI.

O primeiro julgamento do TPI era esperado desde o final de


2010, mas conflitos entre juízes e a promotoria adiaram a
conclusão. O desentendimento aconteceu quando a Câmara de
Julgamentos determinou que a acusação deixasse o réu ter acesso a
provas importantes. No TPI, é a promotoria a responsável por
conduzir as investigações. Cabe a ela reunir as provas e escolher,
quando apresenta a denúncia, quais vão ser usadas no processo. Só
essas são abertas para o acusado, sempre com o cuidado para não
colocar em risco testemunhas e vítimas.

Em dezembro de 2012, O Tribunal Penal Internacional concluiu


mais um julgamento, o seu segundo, nesses mais de 10 anos de
existência. A corte inocentou o congolês Mathieu Ngudjolo Chui,
acusado de crimes de guerra e contra a humanidade cometidos
durante conflitos étnicos no Congo.

Chui era acusado de comandar, junto com Germain Katanga, o


ataque à vila Bogoro no Congo. Katanga está preso em Haia desde
2008. Embora o processo contra os dois tenha tramitado junto, em
novembro passado, a corte decidiu desmembrar e julgar cada um
separadamente. Ainda não há data prevista para o julgamento de
Katanga.

Os números divulgados pela corte explicam por que o tribunal


tem demorado para concluir seus julgamentos. No caso de Chui, por
exemplo, foram até agora 239 audiências. Cerca de 60 testemunhas

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e especialistas foram chamados para depor. Os advogados de todas


as 366 vítimas também foram autorizados a participar e intervir nas
audiências.

Outra notícia importante envolvendo o TPI foi que no fim de


2012 o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP),
Mahmoud Abbas, disse que pode recorrer ao Tribunal Penal
Internacional (TPI) contra Israel, se as autoridades do país
insistissem na construção de casas em Jerusalém Oriental – o que
de fato aconteceu. O primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, anunciou a construção de três mil habitações para
colonos judeus na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Com o projeto do governo israelense sendo levado adiante,


além do isolamento dos palestinos na região de Jerusalém, também
considerada sagrada para os muçulmanos, a Cisjordânia será
dividida em duas partes, comprometendo a viabilidade de um futuro
Estado palestino. O projeto israelense é condenado por vários
países, inclusive o Brasil.

2.5. Organização Mundial do Comércio (OMC)

O surgimento da OMC foi um importante marco na ordem


internacional que começara a ser delineada ao fim da Segunda
Guerra Mundial. Essa organização surge a partir dos preceitos
estabelecidos pela Organização Internacional do Comércio (OIC),

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consolidados na Carta de Havana, e, uma vez que esta não foi


levada adiante pela não aceitação do Congresso dos Estados Unidos,
principal economia do planeta.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) é um foro


multilateral responsável pela regulamentação do comércio
internacional. Seus diversos órgãos se reúnem regularmente para
monitorar a implementação dos acordos em vigor, bem como a
execução da política comercial dos países membros, negociar o
acesso de novos participantes e acompanhar as atividades
relacionadas com o processo de solução de controvérsia.

A participação do Brasil na Segunda Guerra, ao lado dos


Aliados, garantiu-lhe uma participação, ainda que periférica, na
reconstrução econômica mundial do pós-guerra. O Brasil participou
das negociações da fracassada Carta de Havana (OIC) e também do
GATT. Mesmo com poucos anos de existência, já na década de 50, a
percepção dos países subdesenvolvidos era de que o GATT favorecia
as nações mais ricas. Percepção esta que foi comprovada pelo fato
de que as negociações de maior significância e importância se
davam quase exclusivamente entre os países desenvolvidos, e as
concessões praticadas entre estes marginalizavam ainda mais os
países subdesenvolvidos.

Atualmente, dado o desenvolvimento do G-20 e os conflitos


apresentados na OMC, o Brasil se encontra numa posição mais
favorável no plano internacional, no sentido que sua opinião se
tornou mais relevante para a elaboração dos acordos no âmbito da
OMC.

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É de se considerar também que o Brasil, no final de 2003, foi


considerado como membro dos BRIC - termo para designar os
quatro principais países emergentes do mundo, a
saber: Brasil, Rússia, Índia e China que poderão se tornar a maior
força na economia mundial. Esse fato também contribuiu para o
aumento da importância do Brasil na OMC. Assunto de relevância
para o Brasil é a polemica do bicombustível e da crise dos
alimentos, uma vez que, segundo o Brasil, os biocombustíveis se
apresentam como a solução mais real para acabar com a
dependência do petróleo.

O Brasil, dessa maneira, participa dos processos de consulta e


negociação, cujos principais objetivos são o fortalecimento do
sistema multilateral de comércio, inclusive o Mecanismo de Solução
de Controvérsias, a fim de permitir a expansão das trocas
internacionais em um ambiente estável, não discriminatório e
favorável ao desenvolvimento; a busca pelo aprimoramento
contínuo das regras de comércio internacional, inclusive para buscar
dispositivos que atendam às necessidades próprias dos países em
desenvolvimento (seja por meio de maior flexibilidade na aplicação
de determinadas regras e na forma como se processa a abertura
comercial, seja na eliminação de assimetrias prejudiciais a esses
países); e a garantia da crescente abertura dos mercados
internacionais para bens e serviços brasileiros.

2.6. Organização dos Estados Americanos (OEA)

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A Organização dos Estados Americanos foi fundada em 30 de


abril de 1948; dessa maneira, se constitui como um dos organismos
regionais mais antigos do mundo, sendo fundada pouco tempo após
a criação da ONU. Tendo 21 países signatários, entre eles o Brasil,
reunidos em Bogotá, Colômbia, foi assinada a Carta da Organização
dos Estados Americanos, na qual a organização definia-se como um
organismo regional dentro das Nações Unidas. Os países-membros
se comprometiam a defender os interesses do continente
americano, buscando soluções pacíficas para o desenvolvimento
econômico, social e cultural.

Em 2001 foi assinada a Carta Democrática Interamericana


entre todos os países-membros da OEA. Este documento visa a
fortalecer o estabelecimento de democracias representativas no
continente.

Atualmente a OEA conta com 35 estados-membros que, a


partir de 1990, definiram como prioridade dos seus trabalhos o
fortalecimento da democracia e assuntos relacionados com o
comércio e integração econômica, controle de entorpecentes,
repressão ao terrorismo e corrupção, lavagem de dinheiro e
questões ambientais.

Em 2012, O Brasil foi denunciado na Comissão Interamericana


de Direitos Humanos da OEA por não apurar as circunstâncias da
morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nas dependências
do Exército, em São Paulo, em 1975 – durante o Regime Militar.
Segundo a denúncia, o "Estado brasileiro não cumpriu seu dever de

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investigar, processar e punir os responsáveis pela morte de


Herzog”.

O caso foi levado ao organismo internacional, que em outro


momento já condenou o Brasil por omissões em crimes da Ditadura
Militar, por entidades de direitos humanos, como Cejil (Centro pela
Justiça e o Direito Internacional), FIDDH (Fundação Interamericana
de Defesa dos Direitos Humanos), Grupo Tortura Nunca Mais e
Instituto Vladimir Herzog.

Apresentado como suicida pelo Exército, a versão começou a


ser contestada logo no dia da morte de Vlado, como o então diretor
de jornalismo da TV Cultura era chamado. Segundo testemunhas,
após comparecer espontaneamente no DOI-Codi de São Paulo para
prestar depoimento, Herzog morreu após ser barbaramente
torturado. Depois, os agentes da repressão armaram a cena para
tentar simular o suicídio. Um inquérito militar instaurado ainda em
1975 confirmou que o jornalista se matou. Em 1978 a Justiça
condenou a União pelo assassinato de Vladimir Herzog, mas
ninguém foi punido pelo caso.

Nos últimos 20 anos, contudo, duas ações foram propostas


para apurar as circunstâncias do assassinato, mas em ambos os
casos a Justiça arquivou as investigações com base na Lei da Anistia
e no argumento de que o crime prescreveu.

O argumento das organizações de direitos humanos para o


caso ser investigado, baseado na própria jurisprudência da Corte
Interamericana de Direitos Humanos, diz que "são inadmissíveis as

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disposições de anistia, a disposição de prescrição e o


estabelecimento de excludentes de responsabilidade, que
pretendam impedir a investigação e punição" de quem cometeu
graves violações aos direitos humanos, como torturas e
assassinatos.

Após análise da comissão e da manifestação do Estado


brasileiro, o caso provavelmente será levado à Corte Interamericana
de Direitos Humanos da OEA, instância superior que poderá
condenar o Brasil - como o fez em dezembro de 2010 por causa dos
mortos e desaparecidos na guerrilha do Araguaia.

2.7. BRICS

O termo BRIC foi criado pelo economista Jim O’Nill, em 2001,


para referir-se aos quatro países que, em tese, apresentarão
maiores taxas de crescimento econômico até 2050. BRIC são as
inicias de Brasil, Rússia, Índia e China, países em desenvolvimento,
que, conforme projeções, serão maiores economicamente que o
atual G6 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e
Itália).

O BRIC não é um bloco econômico, e sim uma associação


comercial, onde os países integrantes apresentam situações
econômicas e índices de desenvolvimento parecidos, cuja união visa
à cooperação para alavancar suas economias em escala global.

Brasil, Rússia, Índia e China apresentam vários fatores em


comum, entre eles podem ser citados: grande extensão territorial;

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estabilidade econômica recente; Produto Interno Bruto (PIB) em


ascensão; disponibilidade de mão de obra; mercado consumidor em
alta; grande disponibilidade de recursos naturais; aumento nas
taxas de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); valorização nos
mercados de capitais; investimentos de empresas nos diversos
setores da economia.

O governo sul-africano procurou os membros do BRIC em


2010 e o processo de admissão formal começou logo em agosto de
2010. A Áfria do Sul foi admitida oficialmente como uma nação do
BRIC em dezembro de 2010, após ser convidada, principalmente
pela China, para participar do grupo. A letra "S" em BRICS
representa exatamente a África do Sul.

Jim O'Neill, expressou surpresa quando a África do Sul se


juntou ao BRIC, já que a economia sul-africana é um quarto do
tamanho da economia da Rússia (a nação com o menor poder
econômico do BRIC). Ele acreditava que o potencial até estava lá,
mas não previu a inclusão da África do Sul nesta fase. Já Martyn
Davies, um perito no mercado emergente sul-africano, argumentou
que a decisão de convidar a África do Sul faz pouco sentido
comercial, mas foi politicamente astuta, dadas as tentativas da
China em estabelecer uma presença na África. Além disso, a
inclusão da África do Sul no BRICS pode traduzir-se a um maior
apoio sul-africano para a China nos fóruns globais.

Ainda segundo Jim O’Neill, em artigo publicado no início de


2012, a maior oportunidade da história dos mercados de
crescimento é a ascensão de suas classes médias e o enorme

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aumento do seu consumo. De acordo com ele, essa seria a questão


estratégica fundamental da nossa geração, que proporcionaria uma
chance fabulosa a todos, inclusive às principais empresas
ocidentais. Até o fim desta década, o valor do consumo nas
economias de crescimento será maior do que o dos EUA, e todas as
empresas globais com ambições precisarão ser bem sucedidas nos
Brics, do contrário, ficarão para trás em relação aos competidores.

Troyjo, professor do IBMEC, coloca que “uma das razões pelas


quais os países do então Grupo BRIC vêm sendo considerados em
ascensão desde 2001 é o fato de que eles possuem capacidade
criativa de adaptação diante da economia global. Ou seja, o
crescimento destes países tem mais a ver com esta capacidade de
adaptação e criatividade do que, propriamente, com quaisquer
outras virtudes. Dessa forma, o crescimento dos países do Grupo
BRICS, no período de 2001 a 2011, deve ser creditado a sua
capacidade de adaptação criativa. Adaptação criativa tem
significados diferentes para Brasil, Rússia, Índia e China. Para a
China, adaptação criativa significa reorganização da sua capacidade
produtiva para que o país possa se tornar um dos líderes em
exportações. Foi por esta preocupação que a China recebeu status
de Nação Mais Favorecida em suas relações comerciais com os
Estados Unidos. A China desenvolveu um programa muito
inteligente de parcerias público-privadas, parcerias estas que
permitiram aporte de capital para expansão da sua infraestrutura.
O país controlou salários, taxas de câmbio e fatores de produção
para alimentar a sua imagem de alta competitividade perante o
mundo”.

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Sobre o Brasil, o mencionado especialista coloca que “para o


Brasil, adaptação criativa significou uma substituição 2.0 da sua
política de importações. O Brasil utilizou em seu benefício os
excedentes adquiridos com commodities, particularmente na
agricultura e no comércio de minerais com a China, e descobriu em
águas profundas ricas reservas de petróleo no ultramar. O país
também foi capaz de conceber um dos programas mais avançados
de biocombustíveis no mundo. Então, essas três características
criaram os recursos necessários para permitir a substituição das
importações”.

Apesar desse cenário, a tendência para 2013 é que os BRICS


tenham um ritmo menos intenso de crescimento. Os dirigentes da
China já demonstraram que ficou para trás a era de crescimento em
dois dígitos. O Brasil atravessou o segundo ano de baixo
crescimento. A tendência da Índia e da Rússia é de crescer bem
menos. E, por sua vez, a África do Sul tem aproximadamente 25%
de desemprego. Em níveis diferentes, essas economias enfrentam
problemas. O desafio comum para 2013 é a desaceleração dos
países ricos.

2.8. União de Nações Sul-Americanas (Unasul)

A União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) é formada pelos


doze países da América do Sul. O tratado constitutivo da
organização foi aprovado durante Reunião Extraordinária de Chefes
de Estado e de Governo, realizada em Brasília, em 23 de maio de
2008. Dez países depositaram seus instrumentos de ratificação
(Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname,

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Uruguai e Venezuela), completando o número mínimo de


ratificações necessárias para a entrada em vigor do Tratado no dia
11 de março de 2011.

A UNASUL tem como objetivo construir, de maneira


participativa e consensual, um espaço de articulação no âmbito
cultural, social, econômico e político entre seus povos. Prioriza o
diálogo político, as políticas sociais, a educação, a energia, a
infraestrutura, o financiamento e o meio ambiente, entre outros,
com vistas a criar a paz e a segurança, eliminar a desigualdade
socioeconômica, alcançar a inclusão social e a participação cidadã,
fortalecer a democracia e reduzir as assimetrias no marco do
fortalecimento da soberania e independência dos Estados.

A UNASUL tem-se revelado um instrumento particularmente


útil para a solução pacífica de controvérsias regionais e para o
fortalecimento da proteção da democracia na América do Sul. Pouco
após sua criação, a organização desempenhou importante papel
mediador na solução da crise separatista de Pando, na Bolívia, em
2008. Em resposta à crise institucional ocorrida no Equador, em
setembro de 2010, os Chefes de Estado da UNASUL decidiram
incorporar um Protocolo Adicional ao Tratado Constitutivo, no qual
foram estabelecidas medidas concretas a serem adotadas pelos
Estados Membros da UNASUL em situações de ruptura da ordem
constitucional. O Protocolo foi adotado na Cúpula de Georgetown,
em novembro de 2010.

O estabelecimento de um mecanismo de Medidas de Fomento


da Confiança e da Segurança pelo Conselho de Defesa Sul-

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Americano também foi um instrumento valioso para o


fortalecimento da estabilidade, paz e cooperação na América do Sul.
Como resultado de duas reuniões de Ministros das Relações
Exteriores e da Defesa, realizadas em setembro e novembro de
2009, no Equador, foi adotado um conjunto de medidas nas áreas
de intercâmbio de informação e transparência (sistemas de defesa e
gastos de defesa), medidas no âmbito da segurança, garantias,
cumprimento e verificação. Os procedimentos a serem adotados na
aplicação dessas medidas foram aprovados pelos Ministros de
Defesa reunidos em Guaiaquil, em maio de 2010, e pelos Ministros
de Relações Exteriores, em reunião realizada em Georgetown, em
novembro do mesmo ano.

As orientações do governo brasileiro parecem estar no sentido


de que o Brasil deverá agir sempre como membro da Unasul, sem
tomar decisões unilaterais. Isso vale em relação as declarações
sobre uma possível expulsão do Paraguai de órgãos multilaterais
como a Unasul e o Mercosul. Embora tenha considerado ilegítimo o
rito sumário de impeachment de Lugo, a sensação do governo
brasileiro foi de que o presidente perdeu o apoio popular após o
episódio que terminou com a morte de 17 pessoas em uma disputa
por terras em junho de 2012.

Agora, com o gravoso estado de saúde do presidente


venezuelano Hugo Chávez, a Unasul terá um novo desafio. Como
Chávez não terá condições de tomar posse no dia 10 de janeiro, a
Corte Suprema do país decidiu adiar a posse presidencial – o que,
segundo constitucionalistas venezuelanos, vai totalmente de
encontro ao espírito e à letra da carta constitucional venezuelana.

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Segundo analistas, essa situação demonstraria a falta de


independência entre os poderes da Venezuela e o autoritarismo do
governo Chávez. Nas próximas aulas, assim que tivermos a situação
mais clara, voltarei a comentar essa questão.

2.9. G8

A sigla G-8 corresponde ao grupo dos 8 países mais ricos e


influentes do mundo, fazem parte os Estados Unidos, Japão,
Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Rússia. Antes
chamada de G-7, a sigla alterou-se com a inserção da Rússia, que
ingressou no grupo em 1998.

A função do G-8 é a de decidir qual ou quais caminhos a


política e a economia mundiais devem seguir, pois esses países
possuem economias consolidadas e suas forças políticas exercem
grande influência nas instituições e organizações mundiais, como
ONU, FMI, OMC. A discussão gira em torno do processo de
globalização, abertura de mercados, problemas ambientais, ajudas
financeiras para economias em crise, entre outros.

Segundo líderes do grupo, as discussões propostas nas


reuniões têm por finalidade diminuir as disparidades entre as
economias dos países subdesenvolvidos e fomentar os mercados
mundiais, o que é vantajoso para os países que fazem parte do G8.
Na prática fica claro que as decisões tomadas servem para atender
os interesses internos dos entes do grupo, um exemplo convincente
está vinculado à abordagem ecológica, muitas vezes os países do G-
8 não se comprometem a assinar acordos ambientais, tendo em

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vista que são os que mais provocam tais problemas.

O embrião do G-8 foi gerado em 1975, na França, nas


proximidades de Paris em um castelo chamado Ramboullet, onde
ocorreu uma reunião informal com alguns líderes de países
importantes.

Fizeram parte da reunião: EUA, Reino Unido, França,


Alemanha, Japão e Itália, para discussões sobre os problemas
regionais e internacionais, logo em 1976, houve a inserção do
Canadá no grupo, totalizando 7 países, referência que deu origem à
sigla G-7, naquele momento. Essa configuração permaneceu até
1998, quando a Rússia integrou o grupo, formando o atual G-8.
Apesar do discurso homogêneo dos países membros, fica claro o
protecionismo de cada participante.

Uma importante reunião do G8 aconteceu em maio de 2012


em Camp David. Nessa reunião, os principais temas de debate
foram:

• crise econômica europeia: O G8 emitiu comunicado


pregando urgente e obrigatório crescimento econômico,
em contraste com a posição da Alemanha, que apoia
programas de austeridade fiscal em curto prazo. Houve
consenso sobre a preservação da união monetária
europeia para a estabilidade, a recuperação da economia
mundial e a geração de empregos.

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• permanência da Grécia no bloco do Euro: Os líderes


do G8 apoiaram a permanência da Grécia na zona do
euro, apesar do endividamento do país. A possibilidade
da saída da Grécia da zona do euro foi um dos principais
tema da agenda da reunião do G8, devido a eleições
inconclusivas no país. A chanceler alemã, Angela Merkel,
defendeu a austeridade, enquanto que o presidente da
França, François Hollande, sugeriu implantar políticas de
maior crescimento, assim como o presidente americano,
Barack Obama.

• programa nuclear iraniano: Os líderes discutiram a


preservação da pressão sobre o Irã e o G8 sugeriu ao
país que aproveite a chance da reunião em Bagdá do
Grupo P5+1 (EUA, Grã-Bretanha, França, China, Rússia e
Alemanha) para negociar o seu programa nuclear. As
conversas começam no dia 23 em Bagdá.

• tensão na Síria: sobre a violência na Síria, parte do G8


mostrou-se coesa em torno da adoção integral do plano
de paz desenhado pelo enviado especial da Liga Árabe e
das Nações Unidas, Kofi Annan. O plano previu o cessar
fogo desde o dia 12 de abril de 2012 e jamais foi
cumprido. Não foi possível convencer os líderes da Rússia
a alinhar-se aos EUA e seus aliados sobre Irã e Síria.

2.10. G20

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O G-20 foi estabelecido em 1999, em consequência das


seguidas crises de balança de pagamento das economias
emergentes durante a segunda metade da década de 1990. O
objetivo era reunir países desenvolvidos e os países em
desenvolvimento sistemicamente mais importantes, para
cooperação em temas econômicos e financeiros.

O grupo adquiriu maior relevo após a crise financeira


internacional iniciada em 2008. A crise, como já vimos nessa aula,
teve como origem o baixo nível de regulação e supervisão dos
mercados financeiros praticado nos países desenvolvidos e, por
canais de transmissão como o comércio internacional, as
transferências unilaterais ou investimento direto externo. O
esgotamento do modelo de gestão macroeconômica defendido pelas
economias desenvolvidas, a composição do grupo, unindo países
desenvolvidos e países em desenvolvimento, a maior resiliência das
economias emergentes à crise e a eficácia de suas medidas
anticrise, contribuíram para que o G-20 fosse designado como o
principal espaço para a cooperação econômica internacional,
conforme estabelecido na Declaração de Pittsburgh.

As Cúpulas de Washington, de Londres e de Pittsburgh


representaram um processo em que se transferiram de fóruns
restritos para o G-20 as discussões e as decisões sobre temas
pertinentes à estabilidade da economia global. Assim, a legitimidade
ao G-20 derivou de sua eficiência em coordenar uma resposta
eficiente à crise iniciada em 2008, evitando o colapso do sistema
econômico internacional.

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O Brasil percebeu, durante a crise financeira, o surgimento de


uma oportunidade para a mudança na estrutura do sistema
financeiro e econômico internacional. O país apoiou vigorosamente
os trabalhos do grupo e atuou como um dos principais atores no
processo de consolidação do G-20 como o principal espaço para se
lidar com temas econômicos internacionais. O Brasil segue
defendendo a maior participação dos países em desenvolvimento
nas decisões sobre a economia mundial.

As transformações e as reformas em andamento na


arquitetura do sistema financeiro e econômico internacional
representam um momento singular, no qual, pela primeira vez, os
países em desenvolvimento estão presentes na mesa de
negociações desde o princípio. Ao contrário do que ocorria no
passado, quando os países desenvolvidos, reunidos no G-7,
negociavam apenas entre si e divulgavam modelos prontos para a
aplicação uniforme nos demais países, as discussões no âmbito do
G-20 contam com a participação de países em desenvolvimento em
todas as suas fases. As medidas propostas pelo grupo têm maior
legitimidade e representatividade do que no passado recente.

O Brasil reconhece a legitimidade das iniciativas do G-20 e


tem buscado, por meio de sua atuação externa, exemplificar a
grande importância que confere a este grupamento como o espaço
primordial para a discussão dos assuntos econômicos mundiais.

Em 2012 foi realizado um encontro do G20 no México que teve


como principal tema de discussão a crise da zona do euro. O
documento final do G20 exorta seus membros que também estão na

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zona do euro a tomar "todas as medidas necessárias para


salvaguardar a integridade e a estabilidade da área", e recomenda
que as nações que adotam a moeda comum "trabalhem em parceria
com o próximo governo grego para garantir que (a Grécia)
permaneça no caminho da reforma e sustentabilidade dentro da
zona".

A declaração final do G20 foi enfática ao dizer que "as


economias avançadas vão garantir que o ritmo da consolidação
fiscal é apropriado para apoiar a recuperação, levando em
consideração especificidades de cada país" e que, se as condições
econômicas se deteriorarem, os países com mais espaço fiscal
devem "estar preparados para coordenar e implementar medidas
fiscais para apoiar a demanda doméstica, conforme o apropriado".

Ainda durante o encontro, a União Europeia indicou que os


países da zona do euro vão aprofundar a sua união bancária, fiscal e
política. O comunicado do G20 afirma que apoia "a intenção (da UE)
de considerar passos concretos para uma arquitetura financeira
mais integrada, que inclua supervisão bancária, recuperação e
recapitalização (dos bancos), e seguros de depósito".

A própria chanceler alemã Angela Merkel informou a


jornalistas que o grupo discutiu "as linhas básicas para ter as
mesmas normas sobre garantias de depósito e reestruturação dos
bancos".

Tal encontro também foi marcado pela definição de quanto os


países emergentes chamados de Brics – Brasil, Rússia, Índia, China

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e África do Sul – contribuirão para aumentar o caixa anticrise do


Fundo Monetário Internacional (FMI). O grupo dará US$ 75 bilhões,
sendo que Brasil, Índia e Rússia darão US$ 10 bilhões cada um, a
China entrará com US$ 43 bilhões e a África do Sul, US$ 2 bilhões.

O dinheiro será disponibilizado sob a condição de que o FMI


conclua a reforma de cotas, aprovada em 2010, que daria mais voz
aos emergentes no órgão. No total, o Fundo afirmou ter levantado
US$ 456 bilhões – sem a ajuda de Estados Unidos ou Canadá, que
se recusaram a contribuir com um fundo para resgatar a Europa,
uma das regiões avançadas do planeta. A maior parte dos recursos
veio dos próprios países da União Europeia.

Para a presidente Dilma Rousseff, entretanto, o aporte ao FMI


demonstra "solidariedade grande com os países da Europa". Ela
destacou o caso da África do Sul – "um país africano dando uma
contribuição para um firewall (muro de contenção) europeu".

3. Questões comentadas

1) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) Para que haja


mudanças nos tratados da UE, é necessária a aprovação
unânime dos Estados que a integram.

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Exatamente, pessoal. Os tratados da União Europeia devem


ser aderidos de forma unânime pelos países membros para que
tenham efeitos. Questão certa.

2) (Cespe – Antaq – 2009) Embora não faça fronteira com os


EUA, o México é prioritário para a diplomacia norte-
americana por causa do grande número de imigrantes
mexicanos instalados no território norte-americano.

Desde quando o México não tem fronteiras com os EUA? Claro


que tem. Só por isso a questão já está errada. Questão errada.

3) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) O euro é a


moeda adotada por todos os países que integram a UE e, de
seu lançamento aos dias de hoje, sempre se mostrou
supervalorizado em relação à moeda norte-americana, o
dólar.

Pessoal, nem todos os países que integram a União Europeia


adotam o euro. Além disso, não se pode dizer que desde o seu
lançamento até hoje o euro é supervalorizado em relação ao dólar.
Questão errada.

4) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) Com o intuito


de sair da presente crise e assegurar o valor de sua moeda a
UE adotou medidas para impedir que se repita, por exemplo,
o que aconteceu com a Grécia, cujo déficit expandiu-se
exageradamente, gerando uma dívida impagável.

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Se você estivesse em crise, adotaria medidas para saná-las?


Claro que sim. Obviamente que a União Europeia também as
adotou, destacando-se as medidas de austeridade, ou seja, medidas
de contenção de gastos. Questão certa.

5) (Cespe – ABIN – 2008) A globalização, como fenômeno


em curso no mundo, é caracterizada pela integração de
mercados, levando o crescimento econômico a todas as
regiões, articuladas segundo um processo equitativo de
distribuição de riqueza.

A globalização não leva o crescimento a todas as regiões,


muito menos ocorre um processo equitativo de distribuição de
riqueza. Há regiões que continuam excluídas do processo de
distribuição de riquezas. Questão errada.

6) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) As medidas


adotadas pela UE assemelham-se a uma decisão brasileira
que se mostrou decisiva para o equilíbrio orçamentário e o
controle das contas públicas: a Lei de Responsabilidade
Fiscal.

Essa questão causou confusão em muita gente, mas está


correta. De fato as medidas adotadas pela União Europeia se
assemelham à Lei de Responsabilidade Fiscal, na medida em que se
tratam de controle dos gastos públicos e de austeridade fiscal.
Questão certa.

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7) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) O longo e difícil


processo de construção histórica da UE teve início no pós-
Segunda Guerra Mundial e busca, entre outros objetivos,
superar as divergências que levaram tantas vezes o Velho
Mundo a diversas guerras e oferecer ao bloco continental
condições de inserir-se vantajosamente na atual ordem
econômica global.

Vejam esse texto disponível no site da União Europeia: “as


raízes históricas da União Europeia remontam à Segunda Guerra
Mundial. Os europeus queriam assegurar-se de que tal loucura
assassina e tal vaga de destruição nunca mais se repetiria. A seguir
à guerra, a Europa foi dividida entre Leste e Oeste e assistiu-se ao
início da "guerra fria", que durou 40 anos. As nações da Europa
Ocidental criaram o Conselho da Europa em 1949. Tratou-se de um
primeiro passo para uma cooperação que seis desses países
desejavam aprofundar.

(...) A União Europeia foi criada com o objetivo de pôr termo


às frequentes guerras sangrentas entre países vizinhos, que
culminaram na Segunda Guerra Mundial. A partir de 1950, a
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço começa a unir econômica
e politicamente os países europeus, tendo em vista assegurar uma
paz duradoura. Os seis países fundadores são a Alemanha, a
Bélgica, a França, a Itália, o Luxemburgo e os Países Baixos. Os
anos 50 são dominados pela guerra fria entre o bloco de Leste e o
Ocidente. Em 1956, o movimento de protesto contra o regime
comunista na Hungria é reprimido pelos tanques soviéticos. No ano
seguinte, em 1957, a União Soviética lança o primeiro satélite

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artificial (o Sputnik 1), liderando a "corrida espacial". Ainda em


1957, o Tratado de Roma institui a Comunidade Econômica Europeia
(CEE) ou ‘Mercado Comum’”. Questão correta.

8) (Cespe – Escriturário – BRB – 2011) Mesmo após a


aprovação do pacote fiscal, a União Europeia se recusou a
conceder novos empréstimos aos gregos, dado o caráter
contraproducente desse tipo de medida, que poderia
incentivar outros países a contrair dividas sem condições de
honra-las no futuro.

Na verdade, a União Europeia concedeu novos empréstimos


aos gregos. Questão errada.

9) (Cespe – IRB – 2010) Além de envolver grandes bancos e


o sistema financeiro internacional, a crise atual tem sido
considerada uma crise de paradigmas, em particular da
certeza de que os mercados podem autorregular-se e
recuperar o equilíbrio automaticamente, dispensando a
intervenção do Estado.

O ponto que poderia causar estranhamento é se a crise atual é


uma crise de paradigmas. Na realidade, ela é sim uma crise de
paradigmas, pois se voltou a discutir se os Estados devem ou não
intervir na economia. Mesmo os Estados Unidos, teoricamente
neoliberais, tomaram medidas de intervenção econômica, o que
suscitou ainda mais tais discussões. Questão certa.

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10) (Cespe – 2012 – TER/RJ) Os efeitos da crise econômica


não se circunscrevem à Europa, atingindo cidades dos
Estados Unidos da América, que, para enfrentar esses
efeitos, solicitaram proteção legal.

Os efeitos da crise de fato não se circunscrevem à Europa. Na


verdade, tiveram muito mais efeitos nos Estados Unidos. Lá,
cidades pediram proteção legal, ou seja, intervenção do Estado para
abrandar os efeitos da crise. Questão certa.

11) (Cespe – 2012 – TER/RJ) A dependência do Brasil em


relação ao MERCOSUL é crescente, haja vista que as
exportações para esse bloco mais do que dobraram entre
janeiro e junho de 2012, quando comparadas com os
mesmos meses de 2011.

Dentre os países do Mercosul, o Brasil é aquele que menos se


mostra dependente. Questão errada.

12) (Cespe – 2012 – TER/RJ) A aprovação da entrada da


Venezuela no MERCOSUL se deu depois de recente crise
política ocorrida no Paraguai.

Exatamente, pois quando o Mercosul aprovou a entrada da


Venezuela no bloco, o Paraguai havia sido suspenso de participar do
mesmo - em razão da crise política do presidente Fernando Lugo.
Questão correta.

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13) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Superior –


Conhecimentos básicos para o cargo 6) Com o intuito de sair
da presente crise e assegurar o valor de sua moeda a UE
adotou medidas para impedir que se repita, por exemplo, o
que aconteceu com a Grécia, cujo déficit expandiu-se
exageradamente, gerando uma dívida impagável.

Exatamente, pessoal. Claro que a União Europeia tem adotado


medidas para impedir que a crise se repita ou se expanda. Entre
essas medidas destaca-se a necessidade de maior controle das
contas públicas. Questão correta.

14) (CESPE - 2011 - STM - Cargos de Nível Médio -


Conhecimentos Básicos - Cargos 25 e 26) Entre os anos de
2003 e 2010, no grupo denominado BRIC - composto por
Brasil, Rússia, Índia e China -, o crescimento médio do
produto interno bruto brasileiro foi superado somente pelo
chinês.

Devido ao momento em que essa questão foi cobrada, ela já


não é tão atual, mas a trago para que vocês aumentem o nível de
informações. Na verdade, durante esse período o crescimento médio
do PIB brasileiro ficou atrás do chinês e também do indiano.
Portanto, questão errada.

15) (CESPE - 2011 - STM - Cargos de Nível Médio -


Conhecimentos Básicos - Cargos 25 e 26) Na esfera do
direito internacional, entrou em vigor, em dezembro de 2010,
a União dos Países Sul-Americanos, cujos países-membros, a

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partir do estabelecimento dessa instituição, deixaram,


automaticamente, de pertencer à Organização dos Estados
Americanos.

Como colocado na aula, “a União de Nações Sul-Americanas


(UNASUL) é formada pelos doze países da América do Sul. O tratado
constitutivo da organização foi aprovado durante Reunião
Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo, realizada em
Brasília, em 23 de maio de 2008. Dez países depositaram seus
instrumentos de ratificação (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile,
Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela),
completando o número mínimo de ratificações necessárias para a
entrada em vigor do Tratado no dia 11 de março de 2011”. Assim, a
questão se encontra errada.

(CESPE / Assistente Social–TJ-RR / 2011 / com adaptações)


Ao chegar ao Brasil para uma visita ofuscada pela
intervenção militar na Líbia, o presidente dos Estados Unidos
da América (EUA), Barack Obama, prometeu atuar para que o
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU) seja mais “representativo” e manifestou “apreço à
aspiração” brasileira de obter assento permanente no órgão.
A declaração foi celebrada pelo Itamaraty, mas o Planalto
esperava um apoio mais explícito, como o que Obama deu a
Índia em 2010.

Folha de São Paulo, março/2011, capa (com adaptações)

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16) Infere-se do texto que o presidente norte-americano


desaprova, nas atuais circunstancias da política mundial, a
reestruturação da ONU, defendida pelo Brasil e por outros
países, sobretudo por envolver o setor que trata da
segurança e da paz no mundo.

Na verdade, o presidente Barack Obama coloca que a


participação na ONU deve ser mais democrática, dando mais
representatividade aos outros países. Questão errada.

17) Surgida no imediato pós-Segunda Guerra Mundial, a ONU


é uma organização multilateral que, criada no contexto de
rígida bipolarização ideológica em que se defrontavam os
projetos capitalista e socialista, sobreviveu à Guerra Fria e, a
despeito dos problemas e dos questionamentos a que está
sujeita, permanece atuante.

A Organização das Nações Unidas foi criada em 1945, logo


após o fim da Segunda Guerra, tendo como objetivo principal
assegurar a paz mundial por meio da intermediação das questões
políticas entre os países. A ONU se baseia no princípio de que pela
cooperação mútua os países poderão alcançar a paz e o
desenvolvimento. Questão correta.

18) A Índia, referida no texto, consiste em um país de


contrastes, em que miséria e riqueza convivem em um
mesmo e extenso território, portador de grandes
potencialidades e reconhecido como uma das economias

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emergentes no cenário global contemporâneo, integrando o


grupo conhecido como BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

A Índia tem crescido de uma forma significativa, mas mesmo


assim o país sofre com os altos níveis de pobreza, de doenças,
analfabetismo e desnutrição, e esses fatores são de grande
preocupação, pois é preciso combater esses fatores que são de
extrema importância, para que haja um desenvolvimento em todos
os setores do país, e assim para que não tenha desigualdade social,
que ao invés de diminuir vem aumentando cada vez mais, devido o
rápido crescimento da população, e, portanto, a uma grande
necessidade de investimentos sociais, ambientais e econômicos por
parte do governo.

A principal religião da Índia interfere diretamente na


estruturação social, uma vez que o hinduísmo divide a sociedade em
castas. A divisão da sociedade em castas é determinada a partir da
hereditariedade. As castas se definem de acordo com a posição
social que determinadas famílias hindus ocupam. Fator que
estabelece um tipo de “hierarquia” social marcada por privilégios e
deveres.

Em um primeiro momento existiam somente quatro tipos de


castas na Índia, que eram: os brâmanes (composta por sacerdotes),
xatrias (formada por militares), vaixias (constituída por fazendeiros
e comerciantes) e a mais baixa, os sudras (pessoas que deveriam
servir as castas superiores).

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As pessoas que não faziam parte de nenhuma das castas


recebiam o nome de párias ou intocáveis. Pessoas excluídas que
tinham a incumbência de realizar os mais deploráveis trabalhos,
aqueles rejeitados por indivíduos que integrava alguma das castas.

Atualmente, existem cerca de 3 mil castas distintas na Índia. A


proliferação do número de castas se deve, principalmente, pelo
crescimento populacional e também pelo dinamismo e diversidade
das atividades produtivas, promovidas pelo crescimento econômico
que o país vem passando nos últimos anos. Esse sistema tem como
principal característica a segregação social, determinando a função
das pessoas dentro da sociedade indiana.

Questão correta.

19) Depreende-se do texto que o Brasil almeja participar do


Conselho de Segurança da ONU não mais na condição de
membro temporário, o que tem acontecido muitas vezes,
mas com direito a voto e veto, tal como hoje ocorre com os
cinco membros permanentes desse Conselho – EUA, Rússia,
China, França e Reino Unido.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas é um órgão


da Organização das Nações Unidas cujo mandato é zelar pela
manutenção da paz e da segurança internacional. É o único órgão
do sistema internacional capaz de adotar decisões obrigatórias para
todos os Estados-membros da ONU, podendo inclusive autorizar
intervenção militar para garantir a execução de suas resoluções. O

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Conselho é conhecido também por autorizar o desdobramento de


operações de manutenção da paz e missões políticas especiais.

O Conselho de Segurança é composto por 15 membros, sendo


5 membros permanentes com poder de veto: os Estados Unidos,
a França, o Reino Unido, a Rússia (ex-União Soviética) e a República
Popular da China. Os demais 10 membros são eleitos pela
Assembleia Geral para mandatos de 2 anos.

Como vimos na parte teórica, é desejo do Brasil ingressar no


Conselho como membro permanente. Portanto, questão correta.

20) (CESPE - INMETRO- 2009) Em decisão histórica, a


reunião da Assembleia Geral da Organização dos Estados
Americanos (OEA), em junho de 2009, tornou sem efeito a
resolução que excluía Cuba do Sistema Interamericano de
Nações. Passaram-se 47 anos de isolamento desde a reunião
de Punta Del Este (Uruguai), em 1962, quando foi
oficializado o afastamento da ilha. A referida decisão
histórica deve ser entendida como o retorno, ainda que de
forma atenuada, aos tempos da polarização ideológica que
caracterizava a Guerra Fria.

O erro da questão está em dizer que a referida decisão


histórica deve ser entendida como o retorno aos tempos da
polarização da Guerra Fria. Na realidade, essa decisão reflete o
entendimento de que não vivemos mais em um mundo polarizado,
estando tal configuração ideológica ultrapassada. Questão errada.

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21) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio - Conhecimentos


Básicos) A Organização das Nações Unidas trata não apenas
de questões relacionadas à política e à segurança mundial,
mas também se volta, entre outros, para assuntos referentes
à educação, à cultura, à agricultura e ao meio ambiente.

Exatamente. A ONU é integrada por diversos outros órgãos


setoriais. Entre esses órgãos destacam-se a FAO (que trata de
agricultura), a UNESCO (educação) e a PNUMA (meio ambiente).
Questão correta.

22) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Auxiliar Administrativo) Com seu


poder de polícia, a Organização das Nações Unidas está
vencendo a luta contra o crime organizado.

Primeiramente, a ONU não possui poder de polícia. Em


segundo lugar, a ONU não está vencendo a luta contra o crime
organizado, embora tenha lançado algumas campanhas de combate
ao crime organizado. Questão errada.

23) (VUNESP - 2012 - SPTrans - Analista de Informática)

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Dois dos países mais atingidos por essa crise são:


a) Suécia e Áustria.
b) Espanha e Itália.
c) Grécia e Alemanha.
d) Irlanda e Reino Unido.
e) Portugal e Noruega.

Pessoal, a questão se refere exatamente aos PIIGS. Portanto,


a alternativa correta é a letra “b”. Letra “b”.

24) (FUNIVERSA - 2012 - PC-DF - Perito Criminal –


Geologia) A turbulência econômica que sacode os mercados
mundiais desde 2008 mostra agora sua força na Europa.
Iniciada com a quase falência da Grécia, a crise expande-se
e espalha desconfiança quanto à capacidade financeira de
outros países, a exemplo de Espanha, Portugal, Irlanda e
Itália. No que se refere às incidências e às implicações
desse quadro de instabilidade econômica, assinale a
alternativa correta.

a) Todos os dados hoje disponíveis indicam que o


encaminhamento para a solução definitiva da atual crise
culminará na dissolução da União Europeia.

b) A presente crise europeia deixa claro não haver futuro


para blocos econômicos, regionais ou continentais, no atual
cenário de globalização.

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c) Ao ferir profundamente a credibilidade do euro, a crise


atinge a totalidade dos integrantes da União Europeia, já que
todos eles adotam a moeda comum do bloco.

d) Para evitar o colapso da moeda comum, o acordo para


salvar o euro envolve a adoção de medidas rígidas,
assentadas no controle dos orçamentos.
e) A pujança das economias alemã e francesa impede que
haja algum tipo de conexão entre a atual crise da zona do
euro e as demais regiões do mundo.

Nós vimos que a solução que tem sido apontada é a


implementação da austeridade fiscal, com rígidos controles
orçamentários e diminuição dos gastos públicos. Portanto, a
assertiva correta é a letra “d”. Letra “d”.

25) (AOCP - 2012 - BRDE - Assistente Administrativo) A


Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada em São
Francisco (EUA), no ano de 1945. É a única organização de
âmbito mundial a reunir quase todos os países do mundo.
Assinale a alternativa correta sobre essa organização
mundial.

a) Trata-se um organismo essencialmente político e que não


coopera para resolver problemas econômicos, sociais,
culturais e humanitários.

b) A ONU interfere apenas nas questões que envolvem a paz


e a segurança dos países membros que compõem os blocos

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econômicos mais desenvolvidos, não se manifestando com


relação aos problemas internos dos países pobres.

c) O Conselho de Segurança da ONU é o órgão com maior


representação, abrangendo todas as nações- membro.

d) A ONU conserva um nítido distanciamento de outros


organismos internacionais, como a OIT (Organização
Internacional do Trabalho), a FAO (Organização de
Alimentação e Agricultura) e a UNESCO (Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

e) A ONU tem como um de seus principais objetivos garantir


o respeito aos direitos humanos e às liberdades
fundamentais.

Bem fácil essa questão. A ONU realmente objetiva garantir o


respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais. Letra
“e”.

26) (CESGRANRIO - 2012 - LIQUIGAS - Profissional Júnior –


Administração)

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Uma das razões do reconhecimento de que o Brasil


representa um importante parceiro é o fato de que o país,
recentemente, foi favorecido por :

a) aumento do preço das matérias-primas, o que permitiu um


superavit em conta-corrente maior do que a de toda a
história de reservas europeias e estadunidenses.

b) capacidade de aproveitamento das oportunidades, o que


contribuiu para certo crescimento da economia e para o
investimento no desenvolvimento social, com marcas na
redução das desigualdades de renda.

c) superioridade econômica em relação a todos os países


emergentes, o que facilitou o enfrentamento dos problemas
que constrangem os Estados Unidos e os países europeus.

d) expansão da economia mundial durante a segunda metade


do século XX, o que solucionou, antes da virada para o século
XXI, o problema do deficit permanente em conta-corrente.

e) desaquecimento das economias mais prósperas com


encolhimento do comércio internacional e aumento da
insegurança nos mercados financeiros, o que promoveu a
maior taxa de crescimento econômico de toda a história da
economia nacional.

Vou comentar cada item separadamente. Vamos lá:

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a) Não é verdade que o Brasil tenha superávit maior do que toda


a história de reservas norte-americanas ou europeias.
b) Essa é a resposta. De fato, o Brasil conseguiu, junto ao
mercado internacional, aproveitar melhor as oportunidades e
os cenários, quando estes lhes foram favoráveis.

c) O Brasil não é superior a todos os países emergentes. A China,


por exemplo, é bem maior economicamente que o Brasil.

d) O problema do déficit não se encontra solucionado.

e) A maior taxa de crescimento da economia nacional se deu


durante o Regime Militar.

Portanto, letra “b” é a resposta.

27) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Superior - Conhecimentos


Básicos) O MERCOSUL evidencia uma das características da
economia globalizada dos tempos atuais, a de formação de
blocos regionais ou continentais com o objetivo de facilitar a
inserção dos países-membros na atual economia mundial,
altamente competitiva.

Amigos e amigas, eu falei exatamente sobre isso: com a


globalização, os países sentiram necessidade de formar blocos a fim
de se fortalecer economicamente, aumentando sua capacidade de
negociação e competitividade perante os demais países e blocos.
Questão certa.

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28) (FUNIVERSA - Auditor Fiscal – Controle Ambiental –


Seplag-DF - 2011) A interdependência dos atores – governos,
empresas e sociedades – é, certamente, a característica
fundamental do atual cenário econômico mundial,
comumente denominado globalização. Com base nessa nova
realidade, que ganhou maior densidade a partir da década de
80 do século XX, assinale a alternativa correta.

(A) As cadeias produtivas concentram-se cada vez mais em


áreas restritas do planeta, em geral nas economias mais
sólidas, restando aos países pobres o papel de meros
consumidores.

(B) As inovações tecnológicas, profundas e incessantes,


contribuem decisivamente para um aspecto essencial à
ordem global, qual seja, a celeridade da circulação de bens,
capitais e informações.

(C) Apesar da queda do Muro de Berlim e da derrocada do


chamado socialismo real do Leste europeu, os países da
antiga Cortina de Ferro recusam-se a se inserir na economia
capitalista globalizada.

(D) Embora importante sob vários aspectos, em especial nas


telecomunicações, a revolução tecnológica dos anos 90 do
século XX foi insuficiente para ampliar as possibilidades de
integração da economia mundial.

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(E) Mesmo reduzindo o quadro de desigualdades entre as


nações, a globalização acabou por concentrar poder e
riqueza nos países ricos, o que impede a emergência de
outros países na cena econômica mundial.

Uma das características mais marcantes da globalização está


justamente na velocidade com a qual circulam bens, capitais,
pessoas e informações. Isso se deve sobretudo ao desenvolvimento
tecnológico, que aumentou espantosamente a dinâmica mundial.
Portanto, letra “b”.

29) (CESPE - IRB - 2010) A UNASUL é um organismo político


internacional formado pela junção das estruturas do
MERCOSUL e da Comunidade Andina, que deverão
desconstituir-se, segundo calendário estabelecido por seus
Estados-Partes, a fim de se consolidar a nova entidade
regional.

Na verdade, não há nenhum tipo de disposição nesse sentido.


Nem o MERCOSUL nem a Comunidade Andina deverão se
desconstituir. Questão errada.

30) (VUNESP – 2011 – SAP-SP – Oficial Administrativo) Os


líderes do G-20, reunidos em Seul, manifestaram apoio à
reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) que deu a
economia como China e Brasil maior peso de decisão no
organismo. (http://economia.uol.com.br, 12.11.10,
adaptado)

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Acerca de sua composição, é correto afirmar que o G20


reúne:

a) apenas os países que integram o Conselho de Segurança


da ONU.

b) os países mais ricos do mundo e os principais emergentes.

c) os países mais pobres do mundo, com economias


dependentes.

d) os países que recusam a intervenção do FMI.

e) os países que não fazem parte de outros grupos, como o


G8 e o BRIC.

Pessoal, de cara a alternativa correta é a letra “b”. Só gostaria


de fazer uma ressalva, caso a banca queira complicar a vida de
vocês. Existe o G20 financeiro, criado em 1999 após sucessivas
crises mundiais. Esse G20 reúne os países desenvolvidos e os mais
importantes países em desenvolvimento. Existe ainda o chamado
G20 comercial, que é formado por 23 países em que as economias
são bastante dependentes de exportações agrícolas. De toda forma,
a letra “b” é a correta.

Letra “b”.

4. Lista de questões

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1) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) Para que haja


mudanças nos tratados da UE, é necessária a aprovação
unânime dos Estados que a integram.

2) (Cespe – Antaq – 2009) Embora não faça fronteira com os


EUA, o México é prioritário para a diplomacia norte-
americana por causa do grande número de imigrantes
mexicanos instalados no território norte-americano.

3) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) O euro é a


moeda adotada por todos os países que integram a UE e, de
seu lançamento aos dias de hoje, sempre se mostrou
supervalorizado em relação à moeda norte-americana, o
dólar.

4) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) Com o intuito


de sair da presente crise e assegurar o valor de sua moeda a
UE adotou medidas para impedir que se repita, por exemplo,
o que aconteceu com a Grécia, cujo déficit expandiu-se
exageradamente, gerando uma dívida impagável.

5) (Cespe – ABIN – 2008) A globalização, como fenômeno


em curso no mundo, é caracterizada pela integração de
mercados, levando o crescimento econômico a todas as
regiões, articuladas segundo um processo equitativo de
distribuição de riqueza.

6) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) As medidas


adotadas pela UE assemelham-se a uma decisão brasileira

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que se mostrou decisiva para o equilíbrio orçamentário e o


controle das contas públicas: a Lei de Responsabilidade
Fiscal.

7) (Cespe – 2012 – MPE/PI – Nível Superior) O longo e difícil


processo de construção histórica da UE teve início no pós-
Segunda Guerra Mundial e busca, entre outros objetivos,
superar as divergências que levaram tantas vezes o Velho
Mundo a diversas guerras e oferecer ao bloco continental
condições de inserir-se vantajosamente na atual ordem
econômica global.

8) (Cespe – Escriturário – BRB – 2011) Mesmo após a


aprovação do pacote fiscal, a União Europeia se recusou a
conceder novos empréstimos aos gregos, dado o caráter
contraproducente desse tipo de medida, que poderia
incentivar outros países a contrair dividas sem condições de
honra-las no futuro.

9) (Cespe – IRB – 2010) Além de envolver grandes bancos e


o sistema financeiro internacional, a crise atual tem sido
considerada uma crise de paradigmas, em particular da
certeza de que os mercados podem autorregular-se e
recuperar o equilíbrio automaticamente, dispensando a
intervenção do Estado.

10) (Cespe – 2012 – TER/RJ) Os efeitos da crise econômica


não se circunscrevem à Europa, atingindo cidades dos

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Estados Unidos da América, que, para enfrentar esses


efeitos, solicitaram proteção legal.

11) (Cespe – 2012 – TER/RJ) A dependência do Brasil em


relação ao MERCOSUL é crescente, haja vista que as
exportações para esse bloco mais do que dobraram entre
janeiro e junho de 2012, quando comparadas com os
mesmos meses de 2011.

12) (Cespe – 2012 – TER/RJ) A aprovação da entrada da


Venezuela no MERCOSUL se deu depois de recente crise
política ocorrida no Paraguai.

13) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Superior –


Conhecimentos básicos para o cargo 6) Com o intuito de sair
da presente crise e assegurar o valor de sua moeda a UE
adotou medidas para impedir que se repita, por exemplo, o
que aconteceu com a Grécia, cujo déficit expandiu-se
exageradamente, gerando uma dívida impagável.

14) (CESPE - 2011 - STM - Cargos de Nível Médio -


Conhecimentos Básicos - Cargos 25 e 26) Entre os anos de
2003 e 2010, no grupo denominado BRIC - composto por
Brasil, Rússia, Índia e China -, o crescimento médio do
produto interno bruto brasileiro foi superado somente pelo
chinês.

15) (CESPE - 2011 - STM - Cargos de Nível Médio -


Conhecimentos Básicos - Cargos 25 e 26) Na esfera do

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direito internacional, entrou em vigor, em dezembro de 2010,


a União dos Países Sul-Americanos, cujos países-membros, a
partir do estabelecimento dessa instituição, deixaram,
automaticamente, de pertencer à Organização dos Estados
Americanos.

(CESPE / Assistente Social–TJ-RR / 2011 / com adaptações)


Ao chegar ao Brasil para uma visita ofuscada pela
intervenção militar na Líbia, o presidente dos Estados Unidos
da América (EUA), Barack Obama, prometeu atuar para que o
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU) seja mais “representativo” e manifestou “apreço à
aspiração” brasileira de obter assento permanente no órgão.
A declaração foi celebrada pelo Itamaraty, mas o Planalto
esperava um apoio mais explícito, como o que Obama deu a
Índia em 2010.
Folha de São Paulo, março/2011, capa (com adaptações)

16) Infere-se do texto que o presidente norte-americano


desaprova, nas atuais circunstancias da política mundial, a
reestruturação da ONU, defendida pelo Brasil e por outros
países, sobretudo por envolver o setor que trata da
segurança e da paz no mundo.

17) Surgida no imediato pós-Segunda Guerra Mundial, a ONU


é uma organização multilateral que, criada no contexto de
rígida bipolarização ideológica em que se defrontavam os
projetos capitalista e socialista, sobreviveu à Guerra Fria e, a

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despeito dos problemas e dos questionamentos a que está


sujeita, permanece atuante.

18) A Índia, referida no texto, consiste em um país de


contrastes, em que miséria e riqueza convivem em um
mesmo e extenso território, portador de grandes
potencialidades e reconhecido como uma das economias
emergentes no cenário global contemporâneo, integrando o
grupo conhecido como BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

19) Depreende-se do texto que o Brasil almeja participar do


Conselho de Segurança da ONU não mais na condição de
membro temporário, o que tem acontecido muitas vezes,
mas com direito a voto e veto, tal como hoje ocorre com os
cinco membros permanentes desse Conselho – EUA, Rússia,
China, França e Reino Unido.

20) (CESPE - INMETRO- 2009) Em decisão histórica, a


reunião da Assembleia Geral da Organização dos Estados
Americanos (OEA), em junho de 2009, tornou sem efeito a
resolução que excluía Cuba do Sistema Interamericano de
Nações. Passaram-se 47 anos de isolamento desde a reunião
de Punta Del Este (Uruguai), em 1962, quando foi
oficializado o afastamento da ilha. A referida decisão
histórica deve ser entendida como o retorno, ainda que de
forma atenuada, aos tempos da polarização ideológica que
caracterizava a Guerra Fria.

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21) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio - Conhecimentos


Básicos) A Organização das Nações Unidas trata não apenas
de questões relacionadas à política e à segurança mundial,
mas também se volta, entre outros, para assuntos referentes
à educação, à cultura, à agricultura e ao meio ambiente.

22) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Auxiliar Administrativo) Com seu


poder de polícia, a Organização das Nações Unidas está
vencendo a luta contra o crime organizado.

23) (VUNESP - 2012 - SPTrans - Analista de Informática)

Dois dos países mais atingidos por essa crise são:


a) Suécia e Áustria.
b) Espanha e Itália.
c) Grécia e Alemanha.
d) Irlanda e Reino Unido.
e) Portugal e Noruega.

24) (FUNIVERSA - 2012 - PC-DF - Perito Criminal –


Geologia) A turbulência econômica que sacode os mercados
mundiais desde 2008 mostra agora sua força na Europa.

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Iniciada com a quase falência da Grécia, a crise expande-se


e espalha desconfiança quanto à capacidade financeira de
outros países, a exemplo de Espanha, Portugal, Irlanda e
Itália. No que se refere às incidências e às implicações
desse quadro de instabilidade econômica, assinale a
alternativa correta.

a) Todos os dados hoje disponíveis indicam que o


encaminhamento para a solução definitiva da atual crise
culminará na dissolução da União Europeia.

b) A presente crise europeia deixa claro não haver futuro


para blocos econômicos, regionais ou continentais, no atual
cenário de globalização.

c) Ao ferir profundamente a credibilidade do euro, a crise


atinge a totalidade dos integrantes da União Europeia, já que
todos eles adotam a moeda comum do bloco.

d) Para evitar o colapso da moeda comum, o acordo para


salvar o euro envolve a adoção de medidas rígidas,
assentadas no controle dos orçamentos.
e) A pujança das economias alemã e francesa impede que
haja algum tipo de conexão entre a atual crise da zona do
euro e as demais regiões do mundo.

25) (AOCP - 2012 - BRDE - Assistente Administrativo) A


Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada em São
Francisco (EUA), no ano de 1945. É a única organização de

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âmbito mundial a reunir quase todos os países do mundo.


Assinale a alternativa correta sobre essa organização
mundial.

a) Trata-se um organismo essencialmente político e que não


coopera para resolver problemas econômicos, sociais,
culturais e humanitários.

b) A ONU interfere apenas nas questões que envolvem a paz


e a segurança dos países membros que compõem os blocos
econômicos mais desenvolvidos, não se manifestando com
relação aos problemas internos dos países pobres.

c) O Conselho de Segurança da ONU é o órgão com maior


representação, abrangendo todas as nações- membro.

d) A ONU conserva um nítido distanciamento de outros


organismos internacionais, como a OIT (Organização
Internacional do Trabalho), a FAO (Organização de
Alimentação e Agricultura) e a UNESCO (Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

e) A ONU tem como um de seus principais objetivos garantir


o respeito aos direitos humanos e às liberdades
fundamentais.

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Uma das razões do reconhecimento de que o Brasil


representa um importante parceiro é o fato de que o país,
recentemente, foi favorecido por :
a) aumento do preço das matérias-primas, o que permitiu um
superavit em conta-corrente maior do que a de toda a
história de reservas europeias e estadunidenses.

b) capacidade de aproveitamento das oportunidades, o que


contribuiu para certo crescimento da economia e para o
investimento no desenvolvimento social, com marcas na
redução das desigualdades de renda.

c) superioridade econômica em relação a todos os países


emergentes, o que facilitou o enfrentamento dos problemas
que constrangem os Estados Unidos e os países europeus.

d) expansão da economia mundial durante a segunda metade


do século XX, o que solucionou, antes da virada para o século
XXI, o problema do deficit permanente em conta-corrente.

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e) desaquecimento das economias mais prósperas com


encolhimento do comércio internacional e aumento da
insegurança nos mercados financeiros, o que promoveu a
maior taxa de crescimento econômico de toda a história da
economia nacional.

27) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Superior - Conhecimentos


Básicos) O MERCOSUL evidencia uma das características da
economia globalizada dos tempos atuais, a de formação de
blocos regionais ou continentais com o objetivo de facilitar a
inserção dos países-membros na atual economia mundial,
altamente competitiva.

28) (FUNIVERSA - Auditor Fiscal – Controle Ambiental –


Seplag-DF - 2011) A interdependência dos atores – governos,
empresas e sociedades – é, certamente, a característica
fundamental do atual cenário econômico mundial,
comumente denominado globalização. Com base nessa nova
realidade, que ganhou maior densidade a partir da década de
80 do século XX, assinale a alternativa correta.

(A) As cadeias produtivas concentram-se cada vez mais em


áreas restritas do planeta, em geral nas economias mais
sólidas, restando aos países pobres o papel de meros
consumidores.

(B) As inovações tecnológicas, profundas e incessantes,


contribuem decisivamente para um aspecto essencial à

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ordem global, qual seja, a celeridade da circulação de bens,


capitais e informações.

(C) Apesar da queda do Muro de Berlim e da derrocada do


chamado socialismo real do Leste europeu, os países da
antiga Cortina de Ferro recusam-se a se inserir na economia
capitalista globalizada.

(D) Embora importante sob vários aspectos, em especial nas


telecomunicações, a revolução tecnológica dos anos 90 do
século XX foi insuficiente para ampliar as possibilidades de
integração da economia mundial.

(E) Mesmo reduzindo o quadro de desigualdades entre as


nações, a globalização acabou por concentrar poder e
riqueza nos países ricos, o que impede a emergência de
outros países na cena econômica mundial.

29) (CESPE - IRB - 2010) A UNASUL é um organismo político


internacional formado pela junção das estruturas do
MERCOSUL e da Comunidade Andina, que deverão
desconstituir-se, segundo calendário estabelecido por seus
Estados-Partes, a fim de se consolidar a nova entidade
regional.

30) (VUNESP – 2011 – SAP-SP – Oficial Administrativo) Os


líderes do G-20, reunidos em Seul, manifestaram apoio à
reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) que deu a
economia como China e Brasil maior peso de decisão no

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organismo. (http://economia.uol.com.br, 12.11.10,


adaptado)
Acerca de sua composição, é correto afirmar que o G20
reúne:

a) apenas os países que integram o Conselho de Segurança


da ONU.

b) os países mais ricos do mundo e os principais emergentes.

c) os países mais pobres do mundo, com economias


dependentes.

d) os países que recusam a intervenção do FMI.

e) os países que não fazem parte de outros grupos, como o


G8 e o BRIC.

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5. Gabarito

1-C 2-E 3–E 4-C 5-E 6-C


7-C 8-E 9-C 10 - C 11 - E 12 – C
13 - C 14 - E 15 - E 16 - E 17 - C 18 –C
19 - C 20 - E 21 - C 22 - E 23 - B 24 - D
25 - E 26 – B 27 - C 28 - B 29 - E 30 - B

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