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Amor

O Amor me acolheu, mas a alma minha se acovardou


culpada de pó e pecado.
Mas clarividente, o Amor, vendo-me hesitar
desde o meu primeiro passo,
aproximou-se de mim com doçura, perguntando-me
se algo me faltava.
“Um convidado”, respondi, “digno de estar aqui”.
O Amor disse: “Tu o serás”.
“Eu, o mau, o ingrato? Ah, meu dileto,
não posso olhar-te”.
O Amor me tomou pela mão, sorrindo respondeu:
“Quem fez esses olhos, senão eu?”
“É verdade Senhor, mas os sujei;
que vá a minha vergonha para onde merece”.
“E não sabes tu?, disse o Amor, “quem tomou a condenação sobre si?”
“Meu dileto, então servirei”.
“É preciso que tu te sentes”, disse o Amor, “que tu proves meu alimento”.
Assim me sentei e comi”.

FONTE: HERBERT, George (1593-1633), poema “Amor”,


Citado por VANNINI, Marco, Introdução à Mística, Edições
Loyola, São Paulo, Brasil, 2005, p.39.

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