Вы находитесь на странице: 1из 14

ESCOLA COMO ESPAÇO DA DIVERSIDADE,

SUSTENTABILIDADE E INCLUSÃO
PARTE I
Conteudista
Profª.Me. SUELI DE FATIMA BARBOSA CAIRES
1- Introdução

Os direitos humanos, ainda que assegurados pela legislação, ainda hoje,


em muitos lugares, nem sempre são reconhecidos, muitas vezes são
desrespeitados, ferindo assim a dignidade da pessoa. Na sociedade atual, a
educação escolar, cada vez mais, se faz necessária e indispensável para a
construção da cidadania autônoma e competente do indivíduo. Embora a
Escola não seja a única instância onde acontece a educação, ela constitui-se
num espaço rico de convivência com a diversidade. A Escola compreende um
espaço especialmente privilegiado para a construção de conhecimentos,
valores e atitudes. É um espaço propício para as discussões de questões
referentes aos direitos humanos bem como para a sensibilização dos
estudantes em relação a seus direitos fundamentais, condições essenciais para
o desenvolvimento consciente e responsável do exercício da democracia. A
democracia, na Escola, pode ser analisada como um processo de
aprendizagem, pois se caracteriza como um processo permanente de
negociação dos conflitos de interesses e ideias.
Nesse contexto, a Escola, além de se constituir como um espaço de
socialização, torna-se também o lugar da sociabilidade, ou seja, o lugar de
interação e amizade com os pares e com adultos; lugar de aprender,
compreender e acatar novas regras; lugar de assumir responsabilidades
individuais e em grupo; lugar de desenvolver valores e atitudes; lugar de
compartilhar emoções e outros sentimentos. Sendo assim, a educação escolar,
além de resignificar a prática pedagógica desenvolvidas em seu interior, deverá
também focar em iniciativas capazes de modificar e melhorar seu entorno a
partir de ações cooperativas e construtivas.
Essas ações devem ser mediadas pelo respeito à diversidade, pelos
princípios da Educação na Sustentabilidade e, pelo reconhecimento e
consideração das diferenças entre as pessoas que buscam o desenvolvimento
de uma sociedade comprometida com um futuro sustentável e mais humano.
Nesse sentido, os princípios que sustentam a diversidade, a sustentabilidade e
a inclusão devem ser cultivados, cada vez mais, no espaço escolar, não
devendo ser tratados pontualmente ou a partir do senso comum, da boa
vontade ou da indignação de alguns ante a discriminação e preconceito.
Na tentativa de melhor compreensão do contexto apresentado, o
presente texto se propõe como um trabalho profícuo para a reflexão e o
entendimento das novas demandas que se apresentam à Escola e à
sociedade: “a Escola como espaço da diversidade, sustentabilidade e
inclusão”.

2- Espaço da Diversidade

Uma Escola que respeita a diversidade involuntariamente ensina seus


alunos a viver em uma sociedade que também é heterogênea. Assim, a
diversidade como uma temática a ser trabalhada no espaço educacional
precisa ser concebida com um olhar crítico e conceitual, deve envolver toda a
sociedade e não apenas os integrantes da Escola. Por isso, deve ser tratada
pedagogicamente dentro de um contexto teórico-metodológico específico.
Sobre isso, Freire (1979, p. 21) enfatiza que é preciso que faça parte dos
conteúdos escolares adaptações e condições que permita (...) ao homem
chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo,
estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e
a história...
Para que o respeito à diversidade se efetive no espaço escolar é preciso
compreender que todas as pessoas que interagem na Escola (alunos,
professores, gestores, demais funcionais, pais e comunidade) têm interesses,
sonhos e visões de mundo e culturas diferentes. Assim, a Escola se estrutura e
3
se caracteriza através das relações que são estabelecidas entre as pessoas
que dela fazem parte e com o meio. A partir das relações surge a
singularidade de cada um. As pessoas não são iguais. Existem diferenças no
mundo dos homens. Dessa maneira, a pluralidade cultural, social e étnica que
envolve a Escola revela a questão do outro como diferente.
E o que é ser diferente? Para Brandão (1986, p.7), “a diferença e o
diferente são partes da descoberta de um sentimento que, apoiado pelos
símbolos da cultura, nos diz que nem tudo é o que eu sou e nem todos são
como eu sou”. Mais que as diferenças, o que esta em jogo é a imensa
diversidade que nos informa e que nos constitui como sujeitos de uma relação
de alteridade.
Segundo a autora, a alteridade revela-se no fato de que o que eu sou e
o outro é não se faz de modo linear e único, mas se constitui num jogo de
imagens múltiplas e diversas. Saber o que eu sou e o que o outro é depende
de vários fatores que devem ser considerados como: crenças, convivências,
condições sociais, econômicas, culturais, história de vida de cada um e as
práticas frente ao igual e ao diferente. A diversidade se mostra como parte das
relações de poder e envolve todas as dimensões da vida e no cotidiano.
Nesse sentido, de acordo com Gusmão (2003) vale perceber que, em
nosso país, nos planos econômico-social-político e nas relações pessoais, a
diferença tem significado, quase sempre de desigualdade; ou mais exatamente:
as diferenças étnicas, culturais, fenotípicas, são as marcas entre desiguais
sociais. No plano da cultura, porém, a aplicação dessa equivalência (diferença
x desigualdade), confunde os partidários da democracia, levando-os a postular
o fim das diferenças como garantia de igualdade. Entretanto, como afirma a
autora, “é ingenuidade pensar em educação a partir de uma falsa noção de
igualdade que desconsidera e anula as diferenças”.
A Escola por essa perspectiva é, mais do que um espaço de
socialização, torna-se um espaço de sociabilidades, ou seja, um espaço de
encontros e desencontros, de buscas e de perdas, de descobertas, de vida e
de negação da vida. Assim, a Escola é, antes de tudo, um espaço sociocultural.
Dessa forma, a pluralidade cultural de grupos étnicos, sociais ou culturais
4
necessita ser pensada como parte do currículo e da aprendizagem, porém,
nunca como projetos pedagógicos pontuais e datados ou como conteúdo
especifico de dias especiais, datas comemorativas ou momentos determinados
em sala de aula. Pois, fazer isso se congela a cultura e acentuam-se as
diferenças. Nesse processo são reforçados os mecanismos de discriminação e
desigualdade, instaurando o desrespeito à diversidade.
A questão da pluralidade cultural, gradativamente, vem sendo debatida
na literatura que envolve o trabalho escolar. Um exemplo esta na apresentação
dos Temas Transversais, dos Parâmetros Curriculares Nacionais, onde foram
definidos e escolhidos a partir dos critérios de urgência social; de abrangência
nacional; uma possibilidade de ensino e aprendizagem, de compreensão da
realidade e participação social. Para viver democraticamente em uma
sociedade contemplando a pluralidade cultural é primordial que se respeite os
diferentes grupos e culturas que a constituem.

A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias,


como por imigrantes de diferentes países. Além disso, as
imigrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se
que s regiões brasileiras têm características culturais bastantes
diversas e a convivência entre grupos diferenciados nos planos
social e cultural muitas vezes é marcada pelo preconceito e
pela discriminação. O grande desafio da escola é investir na
superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza
representada pela diversidade etnocultural que compõe o
patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória
particular dos grupos que compõem a sociedade. Nesse
sentido, a escola deve ser local de dialogo, de aprender a
conviver, vivenciando a própria cultura e respeitando as
diferentes formas de expressão cultural
(BRASIL, 1997, p 32)

Neste contexto, a Escola, que não é neutra, enquanto um espaço


instituído pela esfera política e mediatizado pelo Estado, pela família e a
sociedade, como parte integrante da sociedade, que também não é neutra,
pois se constitui de grupos diversos e/ou divergentes, sofre intervenções
dessas esferas, uma vez que representa os interesses da sociedade como

5
construção histórica. Dessa forma, o espaço escolar assume uma função social
reguladora e formativa para os alunos.
Mas, antes de qualquer coisa, cabe a Escola a tarefa de ensinar os
alunos a compartilhar o conhecimento e o saber; a perceber os sentidos
diferentes das coisas, das emoções; a discutir e trocar pontos de vista sempre
respeitando o outro, mediante a observação e do reconhecimento do outro em
todas as dimensões. Contudo, analisando a realidade das escolas brasileiras,
percebe-se que as mesmas estão organizadas e preparadas para receber um
aluno idealizado. Geralmente, os projetos educacionais são elitistas,
homogeneizados e meritocráticos. Assim, facilmente são produzidas situações
de exclusão que muitas vezes prejudicam e interferem no percurso educacional
de muitos estudantes, pois um aluno diferenciado ao ingressar nessa estrutura,
certamente sofrerá exclusão, como sendo próprio esse movimento à estrutura
e ao funcionamento da Escola. Historicamente, percebe-se o privilégio de
determinados comportamentos e condições, negando a diversidade e
esforçando-se para codificar a produção social a partir de determinados valores
e ideais.
É importante entender e considerar que a sociedade atual carrega a
marca do estereótipo, das crenças prévias, do saber universal, dos padrões a
serem seguidos, produzindo preconceitos, discriminação e desigualdade entre
as pessoas. O que de fato vem sendo excluído da sociedade é justamente a
diferença, a singularização e as exceções. Pois, o que se espera, é a
semelhança e a padronização. Dessa forma, a diversidade constitui um sério
problema para a convivência humana, uma vez que são determinados os
modelos, os ideais sociais e as formas de agir padronizando a visão de homem
e classificando as pessoas de acordo com essa visão. Elegendo-se um padrão
de normalidade desconsidera-se que a sociedade é composta de homens
diversos, que constitui a diversidade humana.
Mediante o cenário apresentado, é de extrema urgência que a Escola
encontre seu caminho para trabalhar a diversidade, engajando os alunos no
mundo das diferenças, respeitando a pluralidade cultural e preparando-os para
a cidadania.
6
Numa sala de aula existe um universo de diferentes culturas, cabe ao
professor um olhar diferenciado na elaboração de seu planejamento didático e
no desenvolvimento das atividades. Para tanto, é importante conhecer a
história de vida dos alunos, considerando as diferenças, interesses e realidade
de cada aluno. Diante disso, o autor Perrenoud (2001) comenta que:

No início do ano, um professor de ensino fundamental depara-


se com 20 a 25 crianças diferentes em tamanho,
desenvolvimento físico, fisiologia, resistência ao cansaço,
capacidades de atenção e de trabalho; em capacidade
perceptiva, manual e gestual; em gostos e capacidades
criativas; em personalidade, caráter, atitudes, opiniões,
interesses, imagens de si, identidade pessoal, confiança em si;
em desenvolvimento intelectual; em modos e capacidades de
relação e comunicação; em linguagem e cultura; em saberes e
experiências aquisições escolares; em hábitos e modo de vida
fora da escola; em experiências e aquisições escolares
anteriores; em aparência física, postura, higiene corporal,
vestimenta, corpulência, forma de se mover; em sexo, origem
social, origem religiosa, nacional ou étnica; em sentimentos,
projetos, vontades, energias do momento...
(PERRENOUD, 2001, p.69)

O autor enfatiza que, seria impossível terminar de citar as inúmeras


diferenças encontradas no espaço escolar e na sociedade.

Conciliar a igualdade dos cidadãos e o direito à diferença


constitui o grande dilema e o desafio da escola pública, pois ela
mesma é uma instituição etnocêntrica, monocultural e
preconceituosa. Os caminhos podem ser o de uma pedagogia
ancorada... no reconhecimento e na valorização da diversidade
étnica e cultural. Uma educação fundada no diálogo entre as
diferentes culturas, aberto e democrático, que se recusa a
colonizar os outros, mas se põe a aprender com os diferentes,
que se compromete com a heterogeneidade sem, no entanto,
usá-la para produzir novos submetimentos. Uma educação
conduzida pela solidariedade, contra as desigualdades,
preconceitos e discriminações, ao mesmo tempo em que
garante, para além da apropriação, a produção de novos
conhecimentos impressos e imagéticos menos etnocêntricos...
A educação na sociedade brasileira nunca será completa, caso
desconsidere a pluralidade de saberes e valores culturais de
seu próprio povo.
(GUSMÃO, p. 129 e 130, 2003)

7
Dessa forma, a diversidade deve ser sempre contemplada no espaço
escolar, uma vez que as diferenças permeiam todas as dimensões da vida e do
cotidiano, seja na forma de aprender, de se comunicar, de refletir, etc. Para
tanto, é importante, que se estabeleça na Escola a valorização o espaço social,
ampliando as ações de integração e principalmente, reconhecendo que os
alunos (crianças, adolescentes, jovens e adultos) precisam sonhar, precisam
ter oportunidades de interação, de reconhecimento e respeito às
individualidades, não importando qual a diferença e cultura de cada um.

3- Espaço da Sustentabilidade

A educação na sustentabilidade vai além da abordagem do meio


ambiente ou da responsabilidade social. Educar para a sustentabilidade
abrange uma visão integral de educação que foca o desenvolvimento do
indivíduo dentro de três grandes áreas: a ambiental (o espaço físico em que
vivem e convivem os indivíduos), a econômica (questões de sobre a
sobrevivência e a manutenção da vida e as diversas formas de se viver) e a
social (questões sobre as relações entre os indivíduos e a interdependência).
Educar para a sustentabilidade supõe a preparação das crianças, jovens
e adultos para uma nova sociedade visando uma civilização sustentável em
todas as dimensões. A educação escolar precisa estar focada em iniciativas
capazes de modificar e melhorar seu entorno a partir de ações cooperativas e
construtivas. Essas ações devem ser mediadas pelos princípios da Educação
na sustentabilidade que objetivam uma visão sistêmica, complexa, cooperativa
e de integração focando o desenvolvimento de uma sociedade comprometida
com um futuro sustentável e mais humano. No entanto, isto supõe verdadeiras
mudanças de hábitos e costumes, supõe a reavaliação e elaboração de
métodos de aprendizagem, supõe novas formas de convívio social e cultural.

8
A sustentabilidade pode ser concebida como o conjunto de ações que
permitem o equilíbrio entre as diferentes dimensões das ações do homem que
exercem influencia e impacto no meio ambiente, nas relações sociais e na
economia. A sustentabilidade requer o desenvolvimento de ações que, visando
às gerações futuras, são pautas na segurança, na equidade, na justiça e no
respeito a todos os seres do planeta influenciando todo o legado que será
deixado após o término do ciclo de vida.
Além de constituírem-se num espaço de pluralidade cultural, as escolas,
podem se tornar espaços educadores sustentáveis, para tanto, devem-se
considerar em seus Projetos Político-Pedagógicos as intervenções em relação
ao espaço físico, a gestão democrática e o currículo que possibilite um
desenvolvimento integral. Existem diversas definições sobre o que seria uma
escola sustentável, mas dentro dessas três abordagens reside uma
particularidade em relação à sustentabilidade que as escolas deverão
comtemplar.
Primeiramente, o espaço escolar, deve ser um lugar que cuida e educa,
que respeita a diversidade, deve contemplar construções e locais que tragam
um maior conforto térmico e acústico a seus usuários e a utilização da energia
e o consumo da água sejam usadas de forma eficiente e racional. O espaço
escolar, lugar no qual boa parte dos alunos convive com os colegas e passa a
maior parte de seu tempo, possibilita conhecer e aprender muitas coisas. Não é
somente dentro da sala de aula, que acontece a aprendizagem, mas em todos
os ambientes da Escola. A sala de aula é um lugar de uso contínuo e intenso,
requer um olhar atento e permanente por parte dos professores e gestores
para seja um ambiente agradável de trabalho, estudo e aprendizagem. A
estrutura física da escola como um todo, assim como sua organização,
manutenção e segurança revelam muito sobre a vida que ali se desenvolve ou
que se quer desenvolver.
Em segundo lugar, as escolas devem contar com uma gestão
democrática que estimule as relações de respeito à diversidade e de forma
mais democrática e participativa, visando o respeito ao outro e ao meio. Os
gestores escolares precisam considerar os diferentes espaços físicos da escola
9
como possibilidades pedagógicas. Nesse contexto em que articulam as
dimensões ética, estética e cultural. Uma Escola bem estruturada e bonita não
contempla apenas a limpeza do prédio, mas a organização dos espaços físicos
da Escola de forma que propicie o aprendizado, a identificação e a apropriação,
fazendo com que as pessoas se sintam mais dispostas para ensinar e para
aprender. Os princípios éticos como respeito, solidariedade, atenção e
acolhimento são revelados na organização e no funcionamento dos espaços
escolares. Porém, os gestores escolares, além da organização do espaço físico
e da disponibilização dos materiais, devem se preocupar também com o clima
escolar, ou seja, com as relações que são estabelecidas entre pessoas no
ambiente escolar, visando um convívio mais harmonioso e respeitoso.
Finalmente, a Escola deve articular a organização de um currículo que
favoreça a visão complexa da educação integral e sustentável, estimulando a
responsabilidade de todos no processo educativo e o engajamento individual e
coletivo na transformação local e global. Muitas ações poderão ser
desenvolvidas no espaço escolar a partir da organização curricular, inserindo
no cotidiano as questões da sustentabilidade, como por exemplo, a
conscientização da importância da reciclagem de materiais, economia e
preservação dos recursos (água, energia elétrica, materiais escolares,
alimentos, transporte etc). Toda a temática que envolve a sustentabilidade
precisa estar contemplada no processo educativo.
Os alunos, desde a educação infantil, devem ser estimulados a fazerem
da Escola um espaço sustentável. Para tanto, o cotidiano escolar deve
incorporar atitudes voltadas à preservação dos recursos naturais. As crianças
precisam iniciar esse processo desde cedo com tarefas fáceis e ações simples.
Não basta falar e ensinar apenas de forma teórica com livros e textos ou
elaborar projetos pontuais, é preciso organizar ações de conscientização e
comprometimento que envolvam todos no espaço escolar. Por exemplo, é
contraditório trabalhar com os alunos em sala de aula visando a
conscientização para o combate ao desperdício da água e deixar a descarga
do banheiro da escola desregulada e vasando água o tempo todo.

10
Os gestores escolares precisam fazer um levantamento da real situação
da escola, seja em relação à estrutura física ou pedagógica, o objetivo é de
obter uma visão complexa e real da Escola focando uma educação integral e
sustentável.
Uma das formas de se obter informações a cerca da Escola, no intuito
de se elaborar um diagnóstico real da Escola, além da observação constante e
diária das acomodações e do espaço físico de modo geral, é por meio do
preenchimento de questionários. Para isso, todos precisam estar envolvidos e
os questionários devem abordar questões que possam avaliar a situação e
utilização dos espaços físicos da escola, questões que permitam entender o
clima das relações estabelecidas entre as pessoas, e questões que
possibilitam conhecer os desafios que deverão ser enfrentados para melhorar a
escola como um todo. Esse recurso permite a equipe gestora estabelecer
prioridades, otimizar a utilização dos recursos materiais e criar adequações
com soluções criativas para problemas coletivos e para o melhor
funcionamento da escola como um todo.
Uma vez conhecendo as necessidades e situação real do espaço físico
e social da Escola, a equipe gestora deverá se mobilizar para organizar a
construção e desenvolvimento de um Plano de Ação que contemplem a
participação de todos os envolvidos do espaço escolar como verdadeiros
parceiros, considerando a história e as características próprias de cada um. Os
planos de ação devem ser avaliados constantemente visando o acompanhando
participativo das atividades realizadas, bem como o conhecimento dos
resultados e alterações que foram desencadeadas a partir das ações. Para
tanto, é muito importante que seja estabelecido um verdadeiro diálogo
democrático entre os envolvidos, visando que todos possam compreender, com
uma visão sistêmica e complexa, os diversos pontos dos problemas
diagnosticados. Dessa maneira, o compromisso, a colaboração e o
envolvimento nas atividades planejadas acontecerão de forma mais consciente
e crítica, propiciando o desenvolvimento efetivo das ações planejadas.
Os incentivos de ações, recursos financeiros e investimentos
disponibilizados às escolas para se tornarem espaços educadores sustentáveis
11
ainda podem ser considerados bem tímidos e insuficientes se for comparado
ao grande número de escolas espalhadas pelo País. Mas, todas as iniciativas
no âmbito escolar que estimulem práticas aliadas as esferas ligadas ao
conceito de sustentabilidade (ambiental, econômica e social) devem ser
sempre valorizadas e favorecidas.
A formação dos professores e estudantes dentro do novo paradigma da
sustentabilidade deve contemplar essas três esferas que são interligadas e
interdependentes. Dessa forma, o trabalho educativo dentro dessa
complexidade desmonta as cristalizadas barreiras disciplinares favorecendo
novas possibilidades e novos significados em relação ao que é trabalho em
sala de aula. Quando o trabalho educativo desenvolvido na escola contempla a
visão da escola como um espaço de sustentabilidade os alunos passam a ser
mais responsáveis, passam a respeitar mais seus colegas e o ambiente escolar
e a valorizar mais as ações coletivas que individuais.
Assim, é preciso desenvolver uma prática educativa transdisciplinar que
seja precursora de um novo ser humano, que traga a sensibilidade e
consciência crítica da interdependência entre os seres que convivem num
mesmo espaço. Nesse processo, a sustentabilidade é caracterizada como o
modo de sustentação, ou seja, modo de preservação de algo. E esse algo
somos nós!

4- Considerações Finais

Uma Escola que procura desenvolver um trabalho voltado para a


diversidade, sustentabilidade e inclusão tem que oferecer a todos que
convivem no ambiente escolar um espaço físico adequado e organizado; deve
fomentar as relações de comunicação harmoniosas e amigáveis; desenvolver o
respeito para com todo o tipo de diferenças que surgem a cada dia,
considerando a cultura de cada um, preparando as novas gerações para o
verdadeiro convívio e respeito pela diversidade, rompendo as barreiras

12
negativas do preconceito e discriminação que foram criadas ao longo do
processo histórico.
Nesse sentido, esse trabalho procurou apontar que a Escola passa a
assumir não apenas a função social formativa e reguladora, mas também, de
agente transformador, promovendo o conhecimento mútuo entre diferentes,
propiciando a inclusão de todos. Emergem dessa perspectiva diferentes
propostas educativas baseadas em princípios democráticos e legítimos, como
também, a implementação de políticas públicas educacionais que defendam o
princípio de educação para todos e valorização das diferenças que envolvem
não apenas a escola, mas toda a sociedade. Somente através desta prática
transformadora da escola é que poderemos construir uma sociedade mais
justa, que inclui e não exclui, que reconheça a escola como espaço de
construção, onde a educação é o elemento essencial para um mundo melhor.

13
5 - Referências

BRANDÃO, C. R. O. O outro, esse desconhecido. In: BRANDÃO, C. R. O. O


Identidade e etnia. São Paulo: Brasiliense, 1986.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília:
MEC/SEF,1997, v8 in:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ttransversais.pdf, acessado em 05
julho de 2013
FREIRE, P. Teoria e Prática da Liberdade: Uma Introdução ao pensamento de
Paulo Freire. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas
Sul. 2000.
GOMES, N. L. Educação e diversidade cultural: refletindo sobre as diferenças
presentes na escola. 1999. Artigo publicado no site:
http://www.mulheresnegras.org/nilma.html, acessado em 17 julho de 2013.
1.1 GRANDISOLI, E. Sustentabilidade e escola: uma dupla de futuro, Artigo
publicado no site O Porvir, em
05/07/2013 http://envolverde.com.br/educacao/sustentabilidade-e-escola-
uma-dupla-de-futuro, acesso realizado em 02 de julho de 2013.
GUSMÃO, N. M. M. Diversidade, cultura e educação: olhares cruzados, São
Paulo: BIRUTA, 2003.
PERRENOUD, P. A pedagogia na escola das diferenças: fragmentos de uma
sociologia do fracasso. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

14

Вам также может понравиться