Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
SUSTENTABILIDADE E INCLUSÃO
PARTE I
Conteudista
Profª.Me. SUELI DE FATIMA BARBOSA CAIRES
1- Introdução
2- Espaço da Diversidade
5
construção histórica. Dessa forma, o espaço escolar assume uma função social
reguladora e formativa para os alunos.
Mas, antes de qualquer coisa, cabe a Escola a tarefa de ensinar os
alunos a compartilhar o conhecimento e o saber; a perceber os sentidos
diferentes das coisas, das emoções; a discutir e trocar pontos de vista sempre
respeitando o outro, mediante a observação e do reconhecimento do outro em
todas as dimensões. Contudo, analisando a realidade das escolas brasileiras,
percebe-se que as mesmas estão organizadas e preparadas para receber um
aluno idealizado. Geralmente, os projetos educacionais são elitistas,
homogeneizados e meritocráticos. Assim, facilmente são produzidas situações
de exclusão que muitas vezes prejudicam e interferem no percurso educacional
de muitos estudantes, pois um aluno diferenciado ao ingressar nessa estrutura,
certamente sofrerá exclusão, como sendo próprio esse movimento à estrutura
e ao funcionamento da Escola. Historicamente, percebe-se o privilégio de
determinados comportamentos e condições, negando a diversidade e
esforçando-se para codificar a produção social a partir de determinados valores
e ideais.
É importante entender e considerar que a sociedade atual carrega a
marca do estereótipo, das crenças prévias, do saber universal, dos padrões a
serem seguidos, produzindo preconceitos, discriminação e desigualdade entre
as pessoas. O que de fato vem sendo excluído da sociedade é justamente a
diferença, a singularização e as exceções. Pois, o que se espera, é a
semelhança e a padronização. Dessa forma, a diversidade constitui um sério
problema para a convivência humana, uma vez que são determinados os
modelos, os ideais sociais e as formas de agir padronizando a visão de homem
e classificando as pessoas de acordo com essa visão. Elegendo-se um padrão
de normalidade desconsidera-se que a sociedade é composta de homens
diversos, que constitui a diversidade humana.
Mediante o cenário apresentado, é de extrema urgência que a Escola
encontre seu caminho para trabalhar a diversidade, engajando os alunos no
mundo das diferenças, respeitando a pluralidade cultural e preparando-os para
a cidadania.
6
Numa sala de aula existe um universo de diferentes culturas, cabe ao
professor um olhar diferenciado na elaboração de seu planejamento didático e
no desenvolvimento das atividades. Para tanto, é importante conhecer a
história de vida dos alunos, considerando as diferenças, interesses e realidade
de cada aluno. Diante disso, o autor Perrenoud (2001) comenta que:
7
Dessa forma, a diversidade deve ser sempre contemplada no espaço
escolar, uma vez que as diferenças permeiam todas as dimensões da vida e do
cotidiano, seja na forma de aprender, de se comunicar, de refletir, etc. Para
tanto, é importante, que se estabeleça na Escola a valorização o espaço social,
ampliando as ações de integração e principalmente, reconhecendo que os
alunos (crianças, adolescentes, jovens e adultos) precisam sonhar, precisam
ter oportunidades de interação, de reconhecimento e respeito às
individualidades, não importando qual a diferença e cultura de cada um.
3- Espaço da Sustentabilidade
8
A sustentabilidade pode ser concebida como o conjunto de ações que
permitem o equilíbrio entre as diferentes dimensões das ações do homem que
exercem influencia e impacto no meio ambiente, nas relações sociais e na
economia. A sustentabilidade requer o desenvolvimento de ações que, visando
às gerações futuras, são pautas na segurança, na equidade, na justiça e no
respeito a todos os seres do planeta influenciando todo o legado que será
deixado após o término do ciclo de vida.
Além de constituírem-se num espaço de pluralidade cultural, as escolas,
podem se tornar espaços educadores sustentáveis, para tanto, devem-se
considerar em seus Projetos Político-Pedagógicos as intervenções em relação
ao espaço físico, a gestão democrática e o currículo que possibilite um
desenvolvimento integral. Existem diversas definições sobre o que seria uma
escola sustentável, mas dentro dessas três abordagens reside uma
particularidade em relação à sustentabilidade que as escolas deverão
comtemplar.
Primeiramente, o espaço escolar, deve ser um lugar que cuida e educa,
que respeita a diversidade, deve contemplar construções e locais que tragam
um maior conforto térmico e acústico a seus usuários e a utilização da energia
e o consumo da água sejam usadas de forma eficiente e racional. O espaço
escolar, lugar no qual boa parte dos alunos convive com os colegas e passa a
maior parte de seu tempo, possibilita conhecer e aprender muitas coisas. Não é
somente dentro da sala de aula, que acontece a aprendizagem, mas em todos
os ambientes da Escola. A sala de aula é um lugar de uso contínuo e intenso,
requer um olhar atento e permanente por parte dos professores e gestores
para seja um ambiente agradável de trabalho, estudo e aprendizagem. A
estrutura física da escola como um todo, assim como sua organização,
manutenção e segurança revelam muito sobre a vida que ali se desenvolve ou
que se quer desenvolver.
Em segundo lugar, as escolas devem contar com uma gestão
democrática que estimule as relações de respeito à diversidade e de forma
mais democrática e participativa, visando o respeito ao outro e ao meio. Os
gestores escolares precisam considerar os diferentes espaços físicos da escola
9
como possibilidades pedagógicas. Nesse contexto em que articulam as
dimensões ética, estética e cultural. Uma Escola bem estruturada e bonita não
contempla apenas a limpeza do prédio, mas a organização dos espaços físicos
da Escola de forma que propicie o aprendizado, a identificação e a apropriação,
fazendo com que as pessoas se sintam mais dispostas para ensinar e para
aprender. Os princípios éticos como respeito, solidariedade, atenção e
acolhimento são revelados na organização e no funcionamento dos espaços
escolares. Porém, os gestores escolares, além da organização do espaço físico
e da disponibilização dos materiais, devem se preocupar também com o clima
escolar, ou seja, com as relações que são estabelecidas entre pessoas no
ambiente escolar, visando um convívio mais harmonioso e respeitoso.
Finalmente, a Escola deve articular a organização de um currículo que
favoreça a visão complexa da educação integral e sustentável, estimulando a
responsabilidade de todos no processo educativo e o engajamento individual e
coletivo na transformação local e global. Muitas ações poderão ser
desenvolvidas no espaço escolar a partir da organização curricular, inserindo
no cotidiano as questões da sustentabilidade, como por exemplo, a
conscientização da importância da reciclagem de materiais, economia e
preservação dos recursos (água, energia elétrica, materiais escolares,
alimentos, transporte etc). Toda a temática que envolve a sustentabilidade
precisa estar contemplada no processo educativo.
Os alunos, desde a educação infantil, devem ser estimulados a fazerem
da Escola um espaço sustentável. Para tanto, o cotidiano escolar deve
incorporar atitudes voltadas à preservação dos recursos naturais. As crianças
precisam iniciar esse processo desde cedo com tarefas fáceis e ações simples.
Não basta falar e ensinar apenas de forma teórica com livros e textos ou
elaborar projetos pontuais, é preciso organizar ações de conscientização e
comprometimento que envolvam todos no espaço escolar. Por exemplo, é
contraditório trabalhar com os alunos em sala de aula visando a
conscientização para o combate ao desperdício da água e deixar a descarga
do banheiro da escola desregulada e vasando água o tempo todo.
10
Os gestores escolares precisam fazer um levantamento da real situação
da escola, seja em relação à estrutura física ou pedagógica, o objetivo é de
obter uma visão complexa e real da Escola focando uma educação integral e
sustentável.
Uma das formas de se obter informações a cerca da Escola, no intuito
de se elaborar um diagnóstico real da Escola, além da observação constante e
diária das acomodações e do espaço físico de modo geral, é por meio do
preenchimento de questionários. Para isso, todos precisam estar envolvidos e
os questionários devem abordar questões que possam avaliar a situação e
utilização dos espaços físicos da escola, questões que permitam entender o
clima das relações estabelecidas entre as pessoas, e questões que
possibilitam conhecer os desafios que deverão ser enfrentados para melhorar a
escola como um todo. Esse recurso permite a equipe gestora estabelecer
prioridades, otimizar a utilização dos recursos materiais e criar adequações
com soluções criativas para problemas coletivos e para o melhor
funcionamento da escola como um todo.
Uma vez conhecendo as necessidades e situação real do espaço físico
e social da Escola, a equipe gestora deverá se mobilizar para organizar a
construção e desenvolvimento de um Plano de Ação que contemplem a
participação de todos os envolvidos do espaço escolar como verdadeiros
parceiros, considerando a história e as características próprias de cada um. Os
planos de ação devem ser avaliados constantemente visando o acompanhando
participativo das atividades realizadas, bem como o conhecimento dos
resultados e alterações que foram desencadeadas a partir das ações. Para
tanto, é muito importante que seja estabelecido um verdadeiro diálogo
democrático entre os envolvidos, visando que todos possam compreender, com
uma visão sistêmica e complexa, os diversos pontos dos problemas
diagnosticados. Dessa maneira, o compromisso, a colaboração e o
envolvimento nas atividades planejadas acontecerão de forma mais consciente
e crítica, propiciando o desenvolvimento efetivo das ações planejadas.
Os incentivos de ações, recursos financeiros e investimentos
disponibilizados às escolas para se tornarem espaços educadores sustentáveis
11
ainda podem ser considerados bem tímidos e insuficientes se for comparado
ao grande número de escolas espalhadas pelo País. Mas, todas as iniciativas
no âmbito escolar que estimulem práticas aliadas as esferas ligadas ao
conceito de sustentabilidade (ambiental, econômica e social) devem ser
sempre valorizadas e favorecidas.
A formação dos professores e estudantes dentro do novo paradigma da
sustentabilidade deve contemplar essas três esferas que são interligadas e
interdependentes. Dessa forma, o trabalho educativo dentro dessa
complexidade desmonta as cristalizadas barreiras disciplinares favorecendo
novas possibilidades e novos significados em relação ao que é trabalho em
sala de aula. Quando o trabalho educativo desenvolvido na escola contempla a
visão da escola como um espaço de sustentabilidade os alunos passam a ser
mais responsáveis, passam a respeitar mais seus colegas e o ambiente escolar
e a valorizar mais as ações coletivas que individuais.
Assim, é preciso desenvolver uma prática educativa transdisciplinar que
seja precursora de um novo ser humano, que traga a sensibilidade e
consciência crítica da interdependência entre os seres que convivem num
mesmo espaço. Nesse processo, a sustentabilidade é caracterizada como o
modo de sustentação, ou seja, modo de preservação de algo. E esse algo
somos nós!
4- Considerações Finais
12
negativas do preconceito e discriminação que foram criadas ao longo do
processo histórico.
Nesse sentido, esse trabalho procurou apontar que a Escola passa a
assumir não apenas a função social formativa e reguladora, mas também, de
agente transformador, promovendo o conhecimento mútuo entre diferentes,
propiciando a inclusão de todos. Emergem dessa perspectiva diferentes
propostas educativas baseadas em princípios democráticos e legítimos, como
também, a implementação de políticas públicas educacionais que defendam o
princípio de educação para todos e valorização das diferenças que envolvem
não apenas a escola, mas toda a sociedade. Somente através desta prática
transformadora da escola é que poderemos construir uma sociedade mais
justa, que inclui e não exclui, que reconheça a escola como espaço de
construção, onde a educação é o elemento essencial para um mundo melhor.
13
5 - Referências
14