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Paulo
27/07/2013 03h44
Na fronteira entre o mercado da arte e o de livros fica Tijuana, feira de arte impressa. A
quinta edição, que começa neste sábado (27), levará 55 expositores à Casa do Povo, no
Bom Retiro (centro de São Paulo).
O número de participantes mais que dobrou em relação à última edição da feira, até o ano
passado realizada na Galeria Vermelho.
"O evento está mais potente e com mais variedade", diz Ana Luiza Fonseca, editora e
criadora da Tijuana.
Além de poder receber mais público, o novo local permitiu incluir outras atrações, além das
mesas com os livros, pôsteres e até camisetas impressas -tudo à venda.
Sala de leitura, debates com artistas, filmes e oficinas de serigrafia e encadernação fazem
parte da programação, que acaba amanhã.
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03/03/2020 Feira de arte impressa começa neste sábado em São Paulo - 27/07/2013 - Ilustrada - Folha de S.Paulo
BOLHA DE LIVROS
"A distribuição é o nó, poucos chegam às livrarias", diz a artista Fernanda Grigolin, autora
de "Experiências de Artistas: Aproximações Entre a Fotografia e o Livro", vencedor do
prêmio Marc Ferrez em 2012.
A obra, que será lançada na feira, discute o lugar do livro como espaço para as artes
visuais.
O formato das feiras parece mais afinado com esses livros, que não foram pensados para
ficar enfileirados nas prateleiras das livrarias convencionais, nem para serem expostos em
galerias, segundo Grigolin.
"Nas feiras, as pessoas que só vão a livrarias, ou só a galerias, ou a nenhuma das duas
têm acesso a essas obras. Além de divulgar seu trabalho, você forma público", diz Grigolin.
Além disso, elas são um ótimo ponto de venda. "Em dois dias de feira vendo o mesmo que
em seis meses nas lojas ou on-line", diz o artista holandês Erik van der Weijde, dono da
editora 4478zine. Segundo ele, ainda é muito difícil vender livro de arte no Brasil.
Essa dificuldade ocorre, em parte, pelo medo do preço alto. "Livro de artista pode custar de
R$ 1 a R$ 1.000. Vai do xerox à obra com impressão numerada", diz Grigolin. Ela diz que
muitos autores e editores querem mesmo ter preço acessível. "Tem essa coisa meio
utópica de chegar às pessoas, garantir a reprodutibilidade da obra."
Do outro lado, o que move o comprador é um instinto para colecionar. Assim como um
certo fetiche, diz o artista holandês. "Tem muita gente que curte o papel, a sensação tátil.
Para essas pessoas, o livro de arte é ainda mais desejável que o convencional."
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