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NULIDADES NO PROCESSO PENAL

“ A regulamentação das formas processuais, quando bem


aplicada, longe de representar um mal, constitui para as partes a
garantia de uma efetiva participação na série de atos necessários
à conformação do convencimento judicial e, para o próprio juiz,
instrumento útil para alcançar a verdade sobre os fatos que deve
decidir”. (Grinover, Gomes Filho e Scarance)

PROF. CLODOVIL MOREIRA SOARES


DIREITO PROCESSO PENAL I I
1. O QUÊ ATORMENTA O TEMA:

 A) POLISSEMIA E CASUÍSTICA DIFICULTAM A ESTRUTURA


TEÓRICA;
 B) TRIBUNAIS E JUÍZES REALIZAM ABSURDAS E DIÁRIAS
RELATIVIZAÇÕES;
 C) TOMAR COMO BASE A TEORIA DO ATO JURÍDICO OU A
TEORIA GERAL DO PROCESSO;
 D) O CPP BAIXO NÍVEL DE CONFORMIDADE COM A CF/88
E FALTA DE SISTEMÁTICA LEGAL.
2. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

 O Processo Penal possui uma natureza eminentemente


instrumental, vale dizer, existem procedimentos a serem
seguidos. Tais procedimentos contemplam a realização de
determinados atos, termos e solenidades, para os quais a
lei reserva formalidades, objetivando, assim, garantir a
realização plena do devido processo legal (CF, art.5º,
inc.LIV).
 Deve-se concluir que toda vez que se afastar da forma
prevista, o ato estará viciado, sendo este vício tanto maior
ou menor conforme seja a intensidade desse
distanciamento.
TIPICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS:
FORMA + PROCEDIMENTO
3. CONCEITO

 SÃO OS VÍCIOS OU DEFEITOS QUE


CONTAMINAM DETERMINADOS ATOS
PROCESSUAIS, REALIZADOS COM
INOBSERVÂNCIA DA FORMA DEVIDA OU
PROIBIDA PELA LEI PROCESSUAL, PODENDO
LEVAR A SUA INUTILIDADE OU
CONSEQUENTE RENOVAÇÃO.
4. NATUREZA JURÍDICA

 Vício processual decorrente de inobservância de


exigências legais, sendo capaz de invalidar o ato em
todo ou em parte (Fernando Capez)
• Sanção que atinge a instancia ou o ato processual que
não estejam de acordo com as condições de validade
impostas pelo Direito objetivo (José Frederico Marques)

Posição eclética – sob um aspecto é vício e


sobre outro aspecto, sanção (Mirabete)
5. CATEGORIAS DOS VÍCIOS

 Irregularidade

 Nulidade Absoluta

 Nulidade Relativa
 Inexistência
4.1. Irregularidade
 Defeitos de mínima relevância para o processo;
 Ato existe, é válido e eficaz.
 O defeito não compromete a eficácia do princípio
constitucional ou processual que ele tutela.
Art 569, CPP “As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou,
nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em
flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.”

1. Denúncia sem rol de testemunhas.


2. Falta de pedido de condenação ou citação.
3. Deferimento de compromisso a testemunha impedida.
4.2. Inexistência

 Suporte fático insuficiente para que ele ingresse no mundo


jurídico;
 Não se fala em “nulidade” – ato não existe;
 Desnecessário qualquer pronunciamento judicial declaratório de
inexistência, com exceção dos efeitos práticos;
 Não é válido ou eficaz.

•Recurso interposto por advogado sem procuração


nos autos;
•Sentença proferida por juiz impedido em razão dos
motivos do art.252, CPP;
•Sentença proferida por quem não é juiz.
4.3. Nulidades

 Os atos nulos são aqueles em que a falta de adequação ao


tipo legal pode levar ao reconhecimento de sua inaptidão
para produzir efeitos no mundo jurídico.

Atenção: O reconhecimento das nulidades não


decorre automaticamente da prática do ato, sendo
preciso uma decisão judicial.
Consequências da nulidade

 Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na


forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
 § 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará
a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam
conseqüência.
 § 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a
que ela se estende.
 Ex: A nulidade dos atos da fase postulatória do processo
(compreende o oferecimento da denúncia ou queixa-crime ao
oferecimento da defesa inicial) sempre se propaga para os
demais atos.
4.3. A- Nulidade Absoluta

 Ocorre violação de norma cogente, que tutela interesse


público;
 Ou existe a violação a princípio constitucional
 O prejuízo e o não atingimento dos fins são presumidos;
 pode ser arguida ou declarada ex officio pelo juiz;
 O ato existe, mas não é válido ou eficaz;
 É insanável, não se convalida e tampouco é convalidada
pela preclusão ou trânsito em julgado.
4.3. A- Nulidade Absoluta

1. Incompetência ratione materiae e personae.


2. Interrogatório sem presença de advogado.
3. Ausência de intimação pessoal do defensor público

Súmula 523 do STF: No processo penal, a falta da defesa


constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará
se houver prova de prejuízo para o réu.
4.3. A- Nulidade Absoluta

 Súmula 162 STF - É absoluta a nulidade do julgamento


pelo júri, quando os quesitos da defesa não precedem aos das
circunstâncias agravantes.
 Súmula 352 STF - Não é nulo o processo penal por falta de
nomeação de curador ao réu menor que teve a assistência de
defensor dativo.
 Súmula 366 STF - Não é nula a citação por edital que
indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a
denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
4.3. B- Nulidade Relativa

 Viola uma norma que tutela um interesse essencialmente


da parte, ou seja, um interesse privado;
 Ato existe – validade e eficácia dependem de saneamento
ou convalidação.
 Não pode ser conhecida de ofício, dependendo de
postulação da parte – juiz decreta nulidade;
 Convalida com a preclusão ( art. 572, I);
 A parte deve demonstrar prejuízo sofrido.
1. Sujeito a condição suspensiva, 2. Incompetência ratione loci, 3.
Ausência de intimação do réu para audiência de oitiva de
testemunhas quando presente seu advogado constituído, 4. Falta
de intimação quanto a expedição de precatória.
4.3. B- Nulidade Relativa

1. Sujeito a condição suspensiva;


2. Incompetência ratione loci;
3. Ausência de intimação do réu para audiência de oitiva de
testemunhas quando presente seu advogado constituído;
4. Falta de intimação quanto a expedição de precatória.
4.3. B- Nulidade Relativa

 Súmula 706 STF - É relativa a nulidade decorrente da


inobservância da competência penal por prevenção.
 Súmula 707 STF - Constitui nulidade a falta de intimação
do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso
interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a
nomeação de defensor dativo.
 Súmula 708 STF - É nulo o julgamento da apelação se,
após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor,
o réu não foi previamente intimado para constituir outro.
ARGUIÇÃO

 Estabelecido no artigo 571 o momento em que


a parte dever argüir a nulidade relativa, o
desiderato do CPP é fixar o instante em que
se opera a preclusão temporal, a qual,
concretizada, gera, conseqüentemente, o
saneamento da nulidade. Imperioso ressaltar
que se o ato processual atingir a finalidade
para a qual se destina, incide o fenômeno da
convalidação.
RECURSOS

Da decisão que anular o processo da instrução


criminal, no todo ou em parte, cabe recurso em
sentido estrito (art. 581, XIII). São também meios
para anular o processo quando da ocorrência de
nulidade processual durante o procedimento ou
após o trânsito em julgado, o “habeas corpus” – art.
648, VI (em qualquer momento) e a revisão, no caso
de coisa julgada (626, in fine). A correição parcial,
havendo tumulto processual, é meio para declarar-
se a nulidade do processo.
5. SISTEMAS DE NULIDADES

 Formalista: predominância do meio sobre o fim. Toda


vez que o ato for não praticado da forma determinada em
lei, estará irremediavelmente viciado, não importando se
alcançou ou não seu objetivo.

•Legalista: Nulos são apenas os atos que assim a lei


considerar, expressamente.
• Instrumental: O fim do ato deve prevalecer sobre a
forma como ele é praticado. É o sistema adotado no
direito brasileiro (CPP, art.563 e 566). Assim, se o ato,
ainda que desobediente à forma legal, alcançar seu
objetivo, poderá ser validado.
5.1. PRINCÍPIOS

 I- Princípio do prejuízo: “pas de nullité sans


grief”

Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da


nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou
para a defesa.
II- PRINCÍPIO DA EXTENSÃO, SEQUENCIALIDADE,
CAUSALIDADE OU CONTAMINAÇÃO

 Art. 573, § 1° - A nulidade de um ato, uma vez


declarada, causará a dos atos que dele diretamente
dependam ou sejam consequência.

§ 2º - O juiz que pronunciar a nulidade declarará


os atos a que ela se estende.
III- PRINCÍPIO DO INTERESSE

 Art. 565, 2ª parte –


somente a parte
interessada poderá
alegar nulidade e não
pode ser arguida por
quem ela deu causa.
 Lembrar que tal
princípio só vale para as
nulidades relativas, pois
as absolutas o juiz pode
declarar de ofício.
IV- PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO

 Próprio das nulidades


relativas
 Se não arguidas em
momento oportuno,
gera a preclusão da
oportunidade de fazê-
lo.
NULIDADE POR INCOMPETÊNCIA DO
JUIZ (564, I):

 A incompetência do juízo anula somente os atos


decisórios (567, 1ª parte).
 ratione materiae e ratione personae - nulidade absoluta
 Petição simples, verbalmente, em audiência a qualquer tempo e
instância recursal
 ratione in loco – nulidade relativa
 Exceção de competência, prazo de resposta à acusação.
NULIDADE POR SUSPEIÇÃO DO JUIZ
(564, I):

 A suspeição do juiz torna absolutamente nulos os atos


por ele praticados
 Art. 254, CPP – motivos de suspeição
 Reconhecida ex officio
 Recusa das partes ( art.95, I, CPP) – exceção de
suspeição
 Acolhimento: autos encaminhados ao substituto legal
 Atos praticados são válidos ( boa – fé do juiz)

 * habeas corpus ou mandado de segurança


NULIDADE POR SUSPEIÇÃO DO JUIZ
(564, I):
 Não acolhimento: autuar a exceção e
enviar para o tribunal.
 Procedente: nulos todos os atos.
NULIDADE POR SUBORNO DO JUIZ
(564,I):

 O suborno diz respeito à infidelidade do juiz no


processo.
 crime de concussão (316, CP), corrupção passiva
(317, CP), ou prevaricação (319, CP)
ILEGITIMIDADE DE PARTE (564, II)
 Nulidade absoluta – desde o início da ação penal
 ilegitimidade ad causam - impossibilidade de
figurar como autor ou réu
 ilegitimidade ad processum – impossibilidade de
agir em nome próprio ou de outrem
EXCEÇÃO:

 Art. 568 – “A nulidade por ilegitimidade do


representante da parte poderá ser a todo tempo
sanada, mediante ratificação dos atos processuais.”

 SÚMULA 352: “Não é nulo o processo penal por falta


de nomeação de curador ao réu menor que teve a
assistência de defensor dativo”
NULIDADE POR FALTA DE FÓRMULAS OU TERMOS
DO PROCESSO (564, III):

a) a denúncia ou a queixa e a
representação e, nos processos de
contravenções penais, a portaria ou o
auto de prisão em flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes
que deixam vestígios, ressalvado o
disposto no Art. 167;
NULIDADE POR FALTA DE FÓRMULAS OU TERMOS DO
PROCESSO (564, III):

 c) a nomeação de defensor ao réu


presente, que o não tiver, ou ao
ausente, e de curador ao menor de 21
(vinte e um) anos; - absoluta

SÚMULA 523: “No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade


absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o
réu”.
NULIDADE POR FALTA DE FÓRMULAS OU TERMOS DO
PROCESSO (564, III):

 d) a intervenção do Ministério Público em todos os


termos da ação por ele intentada e nos da intentada
pela parte ofendida, quando se tratar de crime de
ação pública; - absoluta
 e) a citação do réu para ver-se processar, o seu
interrogatório, quando presente, e os prazos
concedidos à acusação e à defesa;quando se tratar de
crime de ação pública; - absoluta
NULIDADE POR FALTA DE FÓRMULAS OU TERMOS DO
PROCESSO (564, III):

 Art. 570 - A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou


notificação estará sanada, desde que o interessado
compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o
faz para o único fim de argui-la. O juiz ordenará, todavia, a
suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a
irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
 Art.363 - O processo terá completada a sua formação quando
realizada a citação do acusado.
 Caput com a redação dada pela Lei no 11.719, de 20-6-2008.
NULIDADE POR FALTA DE FÓRMULAS OU TERMOS DO
PROCESSO (564, III):

 f) a sentença de pronúncia, o libelo e a


entrega da respectiva cópia, com o rol de
testemunhas, nos processos perante o
Tribunal do Júri;
 g) a intimação do réu para a sessão de
julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a
lei não permitir o julgamento à revelia;
NULIDADE POR FALTA DE FÓRMULAS OU TERMOS DO
PROCESSO (564, III):

 h) a intimação das testemunhas arroladas no


libelo e na contrariedade, nos termos
estabelecidos pela lei;
 i) a presença pelo menos de 15 (quinze)
jurados para a constituição do júri;
 j) o sorteio dos jurados do conselho de
sentença em número legal e sua
incomunicabilidade;
 k) os quesitos e as respectivas respostas;
SUMÚLAS

 SÚMULA 156: “É absoluta a nulidade do


julgamento, pelo júri, por falta de quesito
obrigatório”.

 SÚMULA 162: “É absoluta a nulidade do


julgamento pelo júri, quando os quesitos da
defesa não precedem aos das circunstâncias
agravantes”.
NULIDADE POR FALTA DE FÓRMULAS OU TERMOS DO
PROCESSO (564, III):

 l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;

SÚMULA 523: “No processo penal, a falta da


defesa constitui nulidade
absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se
houver prova de prejuízo para o réu”.
NULIDADE POR FALTA DE FÓRMULAS OU TERMOS DO
PROCESSO (564, III):

 m) a sentença;
 n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei
o tenha estabelecido;
* Reexame necessário – condição de eficiência da decisão judicial nos casos em que a
lei estabelece:
Decisões que concedem habeas corpus ( art. 574,I); absolvição sumária ( art. 574, II);
sentença absolutória e decisão homologatória de inquérito policial nos crimes contra
economia popular e saúde pública e sentenças que concederem reabilitação criminal
(art. 746)

Súmula 423 do STF – “ Não transita em julgado a


sentença por haver omitido o recurso ex officio que se
considera interposto ex lege”
NULIDADE POR FALTA DE FÓRMULAS OU TERMOS DO
PROCESSO (564, III):

 o) a intimação, nas condições


estabelecidas pela lei, para ciência de
sentenças e despachos de que caiba
recurso;
 p) no Supremo Tribunal Federal e nos
Tribunais de Apelação, o quorum legal
para o julgamento;
NULIDADE POR OMISSÃO DE FORMALIDADE QUE
CONSTITUA ELEMENTO
ESSENCIAL DO ATO (564, IV)

 Elemento essencial : é a formalidade


sem a qual o ato é considerado nulo
 Nulidade absoluta – regra
constitucional
 Nulidade relativa – regra
infraconstitucional
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. Rio de Janeiro:
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GRINOVER, Ada Pellegrini; FERNANDES, Antonio Scarance; GOMES


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LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal e sua conformidade


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MOURA, COORD. Maria Thereza Rocha de Assis. As Reformas no


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NICOLITT, André. Manual de Processo Penal. 2ª. ed, atual, - Rio de


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NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal.


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TÁVORA, Nestor; Alencar, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito


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