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Universidade Federal do Rio Grande - FURG

16ª Mostra da Produção Universitária - MPU


Rio Grande/RS, Brasil, 04 a 06 de outubro de 2017
ISSN: 2317-4420

PRÁTICAS ABUSIVAS NAS RELAÇÕES DE CONSUMO:


VENDA CASADA DE HARDWARE E SOFTWARE
BORNIATTI, Bruna;
MATOS, Francisco
bruna.borniatti@hotmail.com
Palavras-chave: Direito do Consumidor; Práticas Abusivas; Venda Casada;
Hardware e Software;

1 INTRODUÇÃO

As práticas abusivas de mercado por muitas vezes passam desapercebidas


pelo consumidor comum, que acaba sucumbindo à vontade do comércio. A venda
casada é uma prática comum que viola um dos direitos básicos do consumidor,
inclusive assegurada pelo art. 39, inciso I do Código de Defesa do Consumidor.
Um dos casos que configura a venda casada é a aquisição do software
conjuntamente com o hardware, nas compras de notebooks e computadores, cujo
fato será estudado neste trabalho.
Essa é uma matéria de ampla discussão, visto que há posicionamentos
diferentes sobre o objeto, inclusive nos tribunais. O Acórdão que foi avaliado para
esse trabalho conta com o voto do Desembargador Glênio José Wasserstein
Hekman, que discorda da teoria de que o fato de o software ser obrigatoriamente
adquirido é venda casada.

2 METODOLOGIA
O estudo jurídico foi embasado em teses e dissertações, bem como os
indexadores de revistas científicas. A bibliografia especializada foi a base
principiológica do trabalho, sempre relacionada aos documentos jurídicos da
República Federativa do Brasil.

3 RESULTADOS e DISCUSSÃO
Com a ampliação de utilizadores de sistemas operacionais livre e gratuitos,
como o Linux e Ubuntu, o sistema antigo de oferta de software junto ao hardware já
não contempla mais o consumidor atual; cabendo ao fornecedor e comerciante dar a
opção ao consumidor de escolher tanto um produto como outro.
Há de se afirmar que hardware e software são produtos completamente
distintos, ainda que o costume seja de adquirir os produtos conjuntamente. Vale
ressaltar, também, que as licenças dos softwares pagos estão agregadas
adicionalmente ao valor final do produto, assumindo assim a natureza diversa dos
dois produtos.
Com razão, admite-se que a venda de notebook/computador com sistema
operacional obrigatório de fábrica configura a venda casada, pois conforme o art. 39,
inciso I:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre


outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

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Rio Grande/RS, Brasil, 04 a 06 de outubro de 2017
ISSN: 2317-4420

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao


fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a
limites quantitativos; (BRASIL, 2013)

Ao ler o dispositivo e relacioná-lo ao caso concreto, podemos afirmar que


estou levando um produto (sistema operacional) automaticamente ao adquirir outro
(notebook/computador), justificando a conduta de venda casada.

Apesar de o Código de Defesa do Consumidor ser expresso e claro ao


interpretá-lo defronte o caso concreto em questão, o Tribunal de Justiça entendeu de
forma diversa a questão, conforme seguinte voto:

No caso dos autos, o autor sabia exatamento as características do


produto que adquiriu e, caso não estivesse de acordo, compraria outro com
características diversas.
Muitos fabricantes de softwares desenvolvem seus produtos de
acordo com o hardware, fazendo inúmeros testes para a adequação e
desempenho. Dessa forma, os fabricantes de computadores ou indicam o
software a ser adquirido pelo consumidor ou integram-no ao equipamento,
com o intuito de facilitar a escolha.
O autor, por certo, poderia procurar um equipamento que melhor se
ajustasse as suas necessidades, ou ainda, poderia, através de fornecedores
especializados, montar o equipamento desejado.(BRASIL, 2013)

Ora, o que existem no mercado são recomendações de software, para que a


máquina rode em toda sua potência, mas não exclui a possibilidade de adquirir
outros sistemas operacionais livres e gratuitos, que são igualmente eficientes, porém
não tão utilizados. O argumento utilizado pelo magistrado não condiz com a
realidade do comércio atual de softwares, o que acaba por mitigar o direito do
litigante em questão.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O comércio de produtos eletrônicos se expandiu consideravelmente nos


últimos anos, o que levou também a um maior número de litígios levados aos
tribunais. O caso estudado e também julgado pelo Tribunal de Justiça do RS de
venda casada de hardware e software é relevante para os consumidores, pois atua
diretamente no preço da mercadoria e também na forma de utilização do
equipamento adquirido. Não se pode restringir a liberdade de escolha de um produto
em virtude de aquisição de outro, como informa o artigo 39 do CDC; Logo há de se
contemplar a situação como ela se encontra na realidade, exigindo dos tribunais
posições que enfrentem o caso concreto como ele se apresenta, analisando as
questões de mercado e relacioná-las com os dispositivos legais disponíveis, para
que assim o consumidor seja de fato protegido nas relações de consumo.

5 REFERÊNCIAS

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16ª Mostra da Produção Universitária - MPU
Rio Grande/RS, Brasil, 04 a 06 de outubro de 2017
ISSN: 2317-4420

ALMEIDA, Fábio Bolzan de. Direito do consumidor esquematizado. São


Paulo: Saraiva, 2013.

BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Apelação Cível e Recurso


Adesivo nº 70047394812. Relator: Desembargador Glênio José Wasserstein
Hekman. Porto Alegre, RS de 2013. DJRS. Porto Alegre, 2013.

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