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PROJETO DE LEI Nº 4290/2018

EMENTA:
DETERMINA O TOMBAMENTO COMO PATRIMÔNIO
HISTÓRICO E CULTURAL DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, DO LIVRO ‘ENCICLOPÉDIA DO FUNK –
MOVIMENTO BLACK’

Autor(es): Deputados ANDRÉ L. CECILIANO, ELIOMAR COELHO

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


RESOLVE:

Art. 1º – Fica tombado como patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro, o livro intitulado ‘Enciclopédia do Funk – Movimento Black.’.

Art. 2º - Em decorrência do presente tombamento, fica vedada qualquer iniciativa no sentido de impedir ou dificultar a disseminação, propagação e divulgação do
livro, mantendo suas características originais.

Parágrafo Único: Não serão abrangidas pela vedação de que trata o caput deste artigo as alterações de edição e atualização da obra.

Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 01 de Agosto de 2018.

ANDRÉ L. CECILIANO
Deputado Estadual

ELIOMAR COELHO
Deputado Estadual

JUSTIFICATIVA

A enciclopédia do funk é um livro de arte com 320 páginas, contém o maior acervo iconográfico dos bailes soul dos anos 70 e é a maior pesquisa sobre o gênero
publicada no mundo. O conteúdo condensado constante do livro é de tamanha relevância que entrou para o livro dos recordes e foi chancelado por diversas
instituições da área da cultura e educação. Sendo aprovada a isenção de tributos para estimular a sua distribuição gratuita nas bibliotecas, universidades e
escolas públicas.
Trata-se do primeiro volume de uma coleção com seis livros representando as quase cinco décadas desse frutífero e revolucionário movimento que denota até
os dias atuais uma grande conquista, principalmente da população negra, pobre, da favela.
Cabe ressaltar que no fim do Século XIX pela flauta de ébano de Joaquim Antônio Calado, nasce a música “Flor Amorosa” que se desabrocha no Rio de Janeiro,
como o “Choro”, um gênero musical, ou jeito de tocar, genuinamente carioca. No começo do século XX, mais uma descoberta para a cidade maravilhosa, o
advento do samba, enraizado nos morros e a partir de 1930 tornou-se patrimônio cultural, passando a nos representar enquanto identidade brasileira no mundo.
Em 1957, outra concepção musical começa a ser traçada entre os cariocas, a Bossa Nova. Entram os anos 60, e com ele, a ditadura militar, os Festivais da
Música Popular Brasileira, a febre do iêiêê do Beatles, a Jovem Guarda, o crescimento das bandas covers de rock que, inflamaram as quadras dos clubes com
os conjuntos de bailes. Emerge a encantadora MPB e o expressivo movimento Tropicalista. Chegando ao fim da década, em 1969, o homem vai á lua. O Brasil
de noventa milhões em ação começa a se preparar para assistir o maior espetáculo da terra, a copa do mundo do México, exibida na TV, pela primeira vez em
cores. Naqueles duros anos de chumbo, e de milagre econômico brasileiro, começa o lendário Baile da Pesada no Canecão, reunindo gente de várias partes da
cidade.

Concomitantemente, acontece no bairro do Catumbi o primeiro baile black do país e começa a circulação em massa de jovens pobres pelos clubes. A rapaziada
resistiu, venceu a discriminação e acabou conquistando espaço, pois o grosso da tropa, antes não usufruía dessa benesse, prática comum e exclusiva entre as
elites brasileiras. A cena black, adentrou a criativa cena dos anos 70, produzindo uma atmosfera muito representativa na cultura nacional. O movimento ganhou
notoriedade a partir de 1976, depois de uma reportagem da Lena Frias e do fotógrafo Almir Veiga para o Jornal do Brasil. Com essa explosão, os pretos, no afã
de alcançarem representatividade social, reivindicaram o Black Power e vestiram o lema do orgulho negro, conquistaram voz, e empoderaram um contingente
que, conseguiu com muita luta transcender os retrógrados pensamentos sobre a condição do afrodescendente brasileiro e o sistema antidemocrático que
imperava nos tempos da censura. Por outro lado em meio a tantas sublevações espraiadas pelo país, logo os crescentes bailes tornaram-se alvo de
investigação.Pois, havia uma preocupação com a notável reunião de tantos jovens do subúrbio com indumentária estilizada, fugindo ao protótipo nacional e
dialogando com a ideologia libertária americana.Mas, convém salientar que, o Brasil não conhece o Brasil, e sendo assim, ao tocarmos na questão do negro,
trazendo a lume nomes que muito antes lutaram pelo direito a lugar de fala, entre eles destaco Pixinguinha, Clementina de Jesus, Abdias do Nascimento e
Zózimo Bulbul, que, era um exemplo clássico do black is beautiful no Brasil, muito antes dos afro-americanos hastearam essa bandeira.

Com esse trabalho, acredito profundamente estar dando uma extrema contribuição para a memória afetiva, e resgate de um movimento de resistência que, foi
duramente perseguido pela ditadura militar na época mais violenta do regime, a era de chumbo. Nunca foi tão importante reconhecer o movimento black como
hoje. É só sair as ruas e ver a juventude lutando pela liberdade de expressão, disputando espaço e o imaginário da cidade. Precisam de ferramentas que
potencializem e movimentem e fortaleçam as bases programática de uma discussão permanente na sociedade brasileira, pois as supostas elites sentem
vergonha do que temos enquanto cultura nacional, o choro, o samba, o funk, com suas fortes influências indígena, africana e europeia. Quando iniciei a pesquisa
para escrever a Enciclopédia do Funk, imaginei produzir um livro que mapiasse o movimento, em quinhentos verbetes e setecentas imagens sobre os quarenta e
oito anos de história do funk em território nacional. Entretanto, como estava no processo de escrita do romance “A lenda do funk carioca” com cronologia entre
1970 e 2014, assim que acabei, descobri um livro com 1500 páginas onde os anos 70 era falado num panorama geral. Jamais me imaginei que iria me
aprofundar num trabalho sistemático sobre o soul. Porém, ao entrar contato com a grandiosidade que foi o movimento Black Rio, acabei resolvendo encarar um
desafio e realizar uma obra inédita especificamente dedicada aos anos setenta. E mais ainda, um projeto ambicioso de dividir em seis volumes, cada livro por
década até os dias atuais, começando em 1956 com o pai do soul music, James Brown.

Em linhas gerais, essa proposta inédita até então, ganhou destaque na mídia, pois, pode ser um dos maiores incentivos à leitura, fazendo pessoas que nunca
leram um livro na vida terem o interesse por um tema que está bem próximo a realidade delas. Desse modo, com essa cativante leitura inaugural, elas poderão
depois de ler o primeiro, despertar o interesse para o hábito importante, sadio e construtivo, e a partir daí, tornar-se um futuro leitor. Pois o diferencial
apresentado nessa pesquisa, é o mérito atribuído em uma história recente que pode redimensionar o estatuto sócio cultural de um grande volume populacional
que, protagonizou uma cena de suma importância para a cultura brasileira. Contudo, cabe destacar que, esse livro contribui fundamentalmente para
repensarmos uma sociedade com a memória mais justa e inclusiva. Contudo, uma discussão está sendo consolidada em âmbito estadual via SEC, além de
também estar transmitindo na esfera federal com o IPHAN para o reconhecimento nacional da importância desse resgate cultural para o país.

Legislação Citada
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Informações Básicas

Código 20180304290 Autor ANDRÉ L. CECILIANO, ELIOMAR COELHO


Protocolo 27481 Mensagem
Regime de Tramitação Ordinária
Link:

Datas:
Entrada 08/07/2018 Despacho 08/07/2018
Publicação 08/08/2018 Republicação 05/14/2018

Comissões a serem distribuidas

01.:Constituição e Justiça
02.:Cultura
03.:Educação

TRAMITAÇÃO DO PROJETO DE LEI Nº 4290/2018

Cadastro de Proposições Data Public Autor(es)


Projeto de Lei

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