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Caderno de Questões

Disciplina: Estudos Linguísticos Bimestre: 4.o P 184002


Professor(es): Karla / Mila Data da prova: 09/11/2018
Ano: 1.o Período: M
Testes Questões Páginas Verifique cuidadosamente se sua prova atende aos dados
impressos e, em caso negativo, solicite imediatamente
8 III-P 12 outro exemplar. Não serão aceitas reclamações posteriores.

Nota
Aluno(a): Turma: n.o:

Assinatura
Professor: do Professor:

Instruções

1. Leia com atenção as questões da prova.


2. As questões dissertativas e a redação devem ser feitas a tinta e você deve respeitar os
espaços reservados para as respostas.
3. As respostas que estejam incompletas, rasuradas ou que apresentem erros de grafia e de
acentuação serão descontadas total ou parcialmente.
4. Procure obedecer às normas da língua padrão.
5. Lembre-se de assinar a folha de respostas.

Boa sorte e boas férias!

Parte I: Testes (valor: 2,0)


Leia o texto I para responder aos testes e à questão dissertativa 1.

Texto I

'Nunca achei que fosse possível uma mentira matar uma pessoa'
Publicado em 18 de agosto de 2018

Trata-se do primeiro caso de grande repercussão no Brasil em que boatos pela internet
serviram como fio condutor para uma história de final trágico. O primeiro grande alerta de
que um post enganoso pode matar.
Um resumo de como chegamos até aqui. Dias antes do linchamento, uma página no
Facebook chamada “Guarujá Alerta”, com 56 mil curtidas, publicou informações sobre “uma
mulher que está raptando crianças para realizar magia negra”, supostamente na região.
Além da frase “se é boato ou não devemos ficar alerta”, o administrador postou imagens:
um retrato falado (associado a um crime cometido no Rio, em 2012) e a foto de uma mulher
loira, que tampouco tinha a ver com o caso.
As duas eram bem diferentes entre si. E nenhuma delas parecia Fabiane, que morreu
ao ser confundida com a tal sequestradora. A história fica ainda pior, se for possível, pelo
fato de a criminosa em questão nem sequer existir: naquela época, depois a polícia
elucidou, não havia nenhuma denúncia de sequestro de crianças em Guarujá.
Desde então, histórias bárbaras como esta se repetem. Recentemente, na Índia, um
homem de 26 anos foi confundido com um sequestrador de crianças exibido em um vídeo.
Apanhou até a morte. Novamente uma invenção: tratava-se de uma campanha veiculada
no Paquistão, alertando para a segurança dos menores nas ruas. O material foi editado e
compartilhado via redes sociais, levando a população em pânico a matar outro inocente
– nos últimos meses, o país registrou dezenas de casos parecidos.
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Grandes empresas de tecnologia e de comunicação vêm criando mecanismos para


reduzir o alcance e também desmentir as notícias falsas – é o caso do Comprova, projeto
que reúne 24 organizações brasileiras de mídia, do qual o UOL faz parte. Para o viúvo
Jaílson Alves das Neves, 44, no entanto, o estrago das fake news é irreversível: “O que
fizerem daqui para frente não vai mudar minha vida, não vai trazer a Fabiane de volta. Pode
mudar a de outras pessoas, evitar que aconteça novamente, mas o que aconteceu em
minha vida não vai mudar”.

Ausência de Fabiane

Jaílson, nascido na Bahia, e Fabiane, no Rio, eram primos. Eles se conheceram na


infância e se reencontraram em Guarujá, onde então moravam, no aniversário de 16 anos
dela. Três meses depois, começaram a namorar. Tiveram duas filhas, hoje com 17 e cinco
anos. A mais velha é calada, parecida com o pai. A mais nova, falante, puxou a mãe. “Tive
de colocar sozinho o barco para andar”, diz o viúvo, para quem a maior falta está no
convívio entre mãe e filhas.
Ele lembra da mulher como uma pessoa “boa, extrovertida, alegre, que conversava
muito e pegava amizade fácil”. (...) A filha mais velha (...) não fala sobre o assunto. A mais
nova, com apenas um ano na ocasião, sabe apenas que sua mãe está no céu (...).

Coincidências trágicas

(...) Uma semana antes, enquanto o boato sobre a sequestradora ganhava força,
Fabiane havia cortado os longos fios na altura do ombro e tingira-os de ruivo. Não gostou:
segundo o marido, a intenção era descolorir para depois voltar à cor preta. Ao concluir
apenas a primeira etapa desse plano, seus cabelos ficaram curtos e relativamente loiros
– como os da mulher no Facebook, divulgada na página “Guarujá Alerta”. Foi assim que ela
saiu de casa no sábado.
Não há testemunhas que relatam o início das agressões – ou como um fósforo foi
riscado onde as fake news já haviam espalhado gasolina. Na versão que se tornou oficial,
sem origem certa, a mulher ofereceu banana para uma criança. Os pais viram a cena e a
acharam parecida com a tal “bruxa do Guarujá”. Correram para avisar um rapaz de
prontidão na biqueira, que já chegou batendo em Fabiane. Todos os depoimentos
começam a partir daí, quando testemunhas e acusados se depararam com o linchamento
já em curso.

'A moça da internet'

Cinco homens que participaram do linchamento foram condenados, entre outubro de


2016 e janeiro de 2017, à pena máxima de 30 anos de reclusão cada. Foi também
determinada uma indenização à família, de R$ 550 mil, que dificilmente será paga: pela
condição financeira dos condenados, a multa foi classificada como “simbólica”.
Nos depoimentos à Justiça, dois deles, Carlos e Abel, disseram não ter ouvido nada que
associasse a mulher linchada aos boatos virtuais. Foi diferente com Lucas: “O povo
comentou que era a mulher da internet, que era da página Guarujá Alerta”. Com Jair:
“Disseram que a mulher era a que tinha saído no Facebook, relacionada com magia negra”.
E com Valmir: “O povo dizia que a história da moça ser sequestradora estava na internet”.
Cada um à sua maneira, eles se juntaram à horda – de homens, mulheres (grávidas) e
até crianças – que atacava Fabiane, incapaz de se defender. O número de participantes
certamente soma dezenas: porém se fala em centenas e até milhares, dependendo de
quem conta a história. Em depoimento à polícia, uma testemunha calculou "mais de 3.000".
Valmir, hoje com 52 anos, deu uma paulada (...) na cabeça de Fabiane. Disse que não
tinha a intenção de matar e que foi movido pela revolta. “Se eu soubesse que não era a
sequestradora, jamais teria agredido”, afirmou em depoimento.
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Lucas, 23, aproximou-se da confusão com sua bicicleta. Quando viu a mulher deitada
no chão, ergueu a roda da frente e bateu com o pneu em sua cabeça. Explicou que foi “um
ato de emoção” e “não teve a intenção de matar”. Com um fio de eletricidade encontrado
na rua, amarrou os punhos da vítima (...).
Jair, 39, contou que ergueu a mulher para tirá-la dali, quando a ponte onde estavam
cedeu e Fabiane caiu. Foi uma queda de meio metro, em um mangue. Naquele momento,
afirmou, queriam colocar fogo na mulher, já muito machucada. Disse ainda que perguntou o
nome de Fabiane e, quando ela respondeu, ele tentou alertar as pessoas sobre a confusão.
Por isso, disse, ele tomou um chute.

Psicólogos citam efeito de manada

Como as agressões físicas foram motivadas por alertas via internet, elas já começaram
com uma carga excessiva típica do ambiente virtual, diz Cristiano Nabuco, psicólogo do
Grupo de Dependências Tecnológicas do PRO-Amit (Programa Integrado dos Transtornos
do Impulso), do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.
“Quando as pessoas se comunicam online, o cérebro não tem um retorno imediato que
indica se estão sendo bem compreendidas, como acontece presencialmente. Por isso, a
personalidade eletrônica ‘exagera’ em suas características, apresentando-se de forma mais
agressiva ou erotizada, por exemplo, do que realmente é. Os ataques, portanto, iniciaram
com alguns graus de emoção acima do que teria acontecido se a história estivesse toda no
ambiente offline”, compara o especialista.
Somado a esse primeiro momento de fúria, houve o chamado comportamento de
manada, quando os indivíduos agem de acordo com o grupo. “Encontraram alguém que
julgaram ter infringido um valor muito importante e criou-se um vale tudo, pois consideraram
que aquela pessoa merecia ser sacrificada. Assumiram que aquele alguém não era como
eles e lidaram com suas inquietudes agredindo o diferente. Eles estavam no calor do
momento e na mesma sintonia, sendo que a massa humana é burra, não pensa.” Segundo
Nabuco, esse tipo de situação está ligado ao funcionamento das áreas mais primitivas do
cérebro.
Andréa Jotta, psicóloga e pesquisadora do LEPTIC (Laboratório de Estudos de
Psicologia e Tecnologias da Informação e Comunicação) da PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo), compara a situação a uma forma extremada e violenta de
extravasar o ódio, como acontecia no Coliseu de Roma.
“O virtual possibilita o encontro de pessoas com os mesmos interesses, as mesmas
visões. Isso acaba se transferindo para o offline também. Nesse caso, havia um ambiente já
violento, onde as pessoas se juntaram por causa de uma notícia falsa. E as fake news têm a
característica de corroborar pensamentos e ideias, fazendo com que sejam passadas
adiante. Mesmo sem a certeza de serem reais ou falsas”, explicou.
A multidão em busca de justiça, portanto, deu e recebeu apoio de uma forma
extremada quando encontrou aquela que todos julgaram ser a causa de seu problema.
Problema esse que não existia, é importante reforçar.

Sem fronteiras entre online e offline

Uma viatura tentou chegar ao local do linchamento, mas foi impedida pela população.
Voltou com reforço policial e também com uma equipe de resgate, que só puderam entrar
na presença da imprensa, pois os moradores queriam registrar a captura da criminosa – um
comentarista de segurança da TV Record foi até o local, onde fez uma gravação.
(...)
As câmeras dos celulares daquela multidão funcionaram durante toda a confusão no
Morrinhos, permitindo posteriormente a identificação dos envolvidos. Fecha-se assim o
círculo dessa história sem fronteiras entre online e offline. Os boatos que se espalharam
com ajuda da internet levaram ao espancamento e à morte (reais) de uma mulher. E essas
agressões físicas, nas ruas de Guarujá, foram depositadas também na internet, levando
depois à prisão dos protagonistas.
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(...)
Fabiane foi levada para o Hospital Santo Amaro, onde ficou internada na UTI (Unidade
de Tratamento Intensivo) durante duas noites. Ela morreu na manhã de segunda-feira sem
nunca ter dado sua versão sobre aquilo que aconteceu.

Incitação via internet


“Foi possível reconhecer cinco agressores e todos receberam a pena máxima. Então
100% do que poderia ter sido feito, nesse sentido, foi feito. Mas quantos agrediram? Muitos
outros, que não foram identificados. Muita gente tirou uma casquinha, praticando a
selvageria: vibraram, chutaram, cuspiram, xingaram. Em pouquíssimas ocasiões, nos áudios
dessas gravações, é possível ouvir uma voz coerente pedindo calma”, afirma o advogado
Airton Sinto, que já conhecia a família e passou a representá-la no caso.
Além daqueles que participaram do linchamento, ele quis incriminar o responsável pela
página “Guarujá Alerta”, tirada do ar logo em seguida. Não conseguiu, segundo explica,
pois a lei não previa a incitação via internet de um crime. A reportagem tentou contato
diversas vezes com o advogado que representou o administrador da “Guarujá Alerta”, mas
ele não atendeu o celular nem o telefone fixo. Em entrevista à Folha, o homem disse não se
sentir responsável pelos acontecimentos. Dez dias após as agressões, o deputado Ricardo
Izar (PP-SP) apresentou um projeto de lei elaborado com Airton Sinto que prevê a
instituição, no Código Penal, da incitação virtual ao crime. A proposta passou por
modificações e, na versão aprovada pela Câmara em março de 2017, a pena do artigo 286
(incitar, publicamente, a prática de crime) subiu de três a seis meses para um a três anos
– nos dois casos, com multa. O texto também prevê aumento da punição em um terço, caso
seja via internet ou meios de comunicação em massa. O projeto ainda aguarda aprovação
no Senado.
Enquanto isso Jaílson vai tocando seu barco, como ele mesmo diz. “Até hoje eu não
entendi direito o que aconteceu. É uma história com muitas coincidências, difícil de
entender.”
Juliana Carpanez. Disponível em: https://www.uol/noticias/especiais/das-fake-news-ao-linchamento-como-uma-mentira-
levou-a-morte-de-uma-inocente.htm#tematico-1. Acesso em: 15 out. 2018.

1. Notícia e reportagem são gêneros textuais distintos. O segundo geralmente apresenta


uma contextualização mais detalhada, o aprofundamento do assunto, por vezes apresenta a
comparação entre episódios semelhantes e, embora deva ter um caráter atual, não precisa
anunciar necessariamente um fato muito recente. Analise a reportagem “Nunca achei que fosse
possível uma mentira matar uma pessoa” para identificar que traço característico da notícia não
se emprega em reportagens.
a. abordagem de tema de interesse público
b. a narração de fatos
c. a publicação em veículos de comunicação de massa
d. o emprego de lide
e. a citação de falas de testemunhas

2. Identifique o único fragmento abaixo que não poderia figurar em uma notícia sobre o
linchamento de Fabiane ou sobre a resolução desse crime.
a. “Dias antes do linchamento, uma página no Facebook chamada ‘Guarujá Alerta’, com 56 mil
curtidas, publicou informações sobre ‘uma mulher que está raptando crianças para realizar
magia negra’, supostamente na região.”
b. “Desde então, histórias bárbaras como esta se repetem. Recentemente, na Índia, um homem
de 26 anos foi confundido com um sequestrador de crianças exibido em um vídeo.”
c. “Jaílson, nascido na Bahia, e Fabiane, no Rio, eram primos. Eles se conheceram na infância e
se reencontraram em Guarujá, onde então moravam, no aniversário de 16 anos dela.”
d. “Ele lembra da mulher como uma pessoa ‘boa, extrovertida, alegre, que conversava muito e
pegava amizade fácil’.”
e. “Cinco homens que participaram do linchamento foram condenados, entre outubro de 2016
e janeiro de 2017, à pena máxima de 30 anos de reclusão cada.”
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Releia o trecho para responder aos testes 3 a 5.

Um resumo de como chegamos até aqui. Dias antes do linchamento, uma página no
Facebook chamada “Guarujá Alerta”, com 56 mil curtidas, publicou informações sobre
“uma mulher que está raptando crianças para realizar magia negra”, supostamente na
região. Além da frase “se é boato ou não devemos ficar alerta”, o administrador postou
imagens: um retrato falado (associado a um crime cometido no Rio, em 2012) e a foto de
uma mulher loira, que tampouco tinha a ver com o caso.
As duas eram bem diferentes entre si. E nenhuma delas parecia Fabiane, que morreu
ao ser confundida com a tal sequestradora. A história fica ainda pior, se for possível, pelo
fato de a criminosa em questão nem sequer existir: naquela época, depois a polícia
elucidou, não havia nenhuma denúncia de sequestro de crianças em Guarujá.
Desde então, histórias bárbaras como esta se repetem. (...)
Grandes empresas de tecnologia e de comunicação vêm criando mecanismos para
reduzir o alcance e também desmentir as notícias falsas – é o caso do Comprova, projeto
que reúne 24 organizações brasileiras de mídia, do qual o UOL faz parte. Para o viúvo
Jaílson Alves das Neves, 44, no entanto, o estrago das fake news é irreversível: “O que
fizerem daqui para frente não vai mudar minha vida, não vai trazer a Fabiane de volta. Pode
mudar a de outras pessoas, evitar que aconteça novamente, mas o que aconteceu em
minha vida não vai mudar”.

3. Assinale a alternativa em que se apresentam, respectivamente, um hipônimo e seu


hiperônimo que remetam ao mesmo referente no texto.
a. “região” e “Guarujá”
b. “sequestro” e “crime”
c. “crianças” e “pessoas”
d. “imagens” e “retrato”
e. “sequestradora” e “mulher”

4. Assinale a alternativa em que o modo ou tempo verbal estão incorretamente indicados.


a. “eram” – pretérito imperfeito do indicativo
b. “repetem” – presente do indicativo
c. “fizerem” – futuro do subjuntivo
d. “vai” – futuro do presente do indicativo
e. “aconteceu” – pretérito perfeito do indicativo

5. Assinale a alternativa em que o valor semântico da preposição está indicado


incorretamente.
a. “raptando crianças para realizar magia negra” – finalidade
b. “naquela época (...) não havia nenhuma denuncia” – tempo
c. “denúncia de sequestro” – tipo
d. “não havia (...) em Guarujá” – lugar
e. “o estrago da fake news é irreversível” – agente

6. Indique a forma verbal que poderia completar adequadamente a frase:


Caso as pessoas se _________ mais sensatas, não haverá linchamentos.
a. tornassem
b. tornavam
c. tornarem
d. tornem
e. tornariam
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Observe o uso das conjunções ao reler o trecho para responder ao teste 7.

Além daqueles que participaram do linchamento, ele [o advogado] quis incriminar o


responsável pela página “Guarujá Alerta”, tirada do ar logo em seguida. Não conseguiu,
segundo explica, pois a lei não previa a incitação via internet de um crime. A reportagem
tentou contato diversas vezes com o advogado que representou o administrador da
“Guarujá Alerta”, mas ele não atendeu o celular nem o telefone fixo. Em entrevista à Folha,
o homem disse não se sentir responsável pelos acontecimentos. Dez dias após as
agressões, o deputado Ricardo Izar (PP-SP) apresentou um projeto de lei elaborado com
Airton Sinto que prevê a instituição, no Código Penal, da incitação virtual ao crime. A
proposta passou por modificações e, na versão aprovada pela Câmara em março de 2017,
a pena do artigo 286 (incitar, publicamente, a prática de crime) subiu de três a seis meses
para um a três anos – nos dois casos, com multa. O texto também prevê aumento da
punição em um terço, caso seja via internet ou meios de comunicação em massa. O projeto
ainda aguarda aprovação no Senado.

7. Identifique a alternativa em que o valor semântico da conjunção esteja errado.


a. segundo – comparação
b. pois – explicação
c mas – oposição
d. caso - condição
e. ou – alternância

8. Indique as formas verbais que preenchem adequadamente a frase a seguir.


Tomara que o senado ______________ a lei de combate à incitação da violência para que
os divulgadores de notícias falsas que ___________ a violência ____________ punidos por
seus atos irresponsáveis e inconsequentes.
a. aprove – incitem – sejam
b. aprova – incitam – são
c. aprovasse – incitassem – seriam
d. aprovar – incitarem – forem
e. aprovou – incitaram – foram

Parte II: Questões dissertativas (valor: 3,5)


Leia o texto com atenção para responder às questões.

Texto II:

O perigo do justiçamento

Não há mal maior que possa acometer uma sociedade organizada do que a descrença
no curso natural dos processos legislativo e jurisdicional, vale dizer, a perda da confiança
depositada pelos cidadãos nas instituições do Estado responsáveis pela redação e pela
aplicação das leis. Uma vez instalado, esse ambiente de desconfiança dá azo ao
questionamento da própria legitimidade daquelas instituições, corroendo, assim, a noção
fundamental de sociedade.
É a assunção coletiva do compromisso de obediência a um conjunto de normas que
visam a regulamentar o comportamento dos indivíduos e o funcionamento das
organizações que, precisamente, nos separa da selvageria, da luta de todos contra todos.
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Ao desconhecer a competência das instituições do Estado para regulamentar e arbitrar


a contento os conflitos da vida em coletividade, cada cidadão julga ser seu direito tomar
para si a tarefa de legislar, interpretar e aplicar a lei, não raro combinando estas três
responsabilidades. À primeira vista, pode parecer que tal primitivismo seja exclusividade de
uma camada social mais simples, incapaz de compreender os mecanismos de
funcionamento do Estado. Trata-se de ledo engano. A apropriação indevida dessas funções
pelos cidadãos pode se dar tanto por meio da agulha tosca que marca a testa de um
suspeito com a pecha de culpado como pela tinta das canetas das mais altas autoridades
da República, que desvirtuam o espírito da lei para, em alguns casos, ajustá-la a suas
agendas pessoais. Em que pesem as particularidades de cada caso, não há diferença
essencial entre eles.
A proximidade que há entre justiça e justiçamento se restringe tão somente à estrutura
dos vocábulos. Poucos conceitos são tão antitéticos. Poucas confusões são tão perniciosas.
Cruzar a linha que separa uma coisa de outra é fazer uma opção grave e consciente pelo
primitivismo, é abrir mão do legado civilizatório que nos trouxe até aqui.
Não se ignora que sobre parcela significativa da sociedade brasileira paire a sensação
de medo, cansaço e impotência diante de um quadro de violência que parece drenar a
energia vital de cada habitante das grandes cidades do País. Some-se a isso o desalento
provocado pela morosidade dos tribunais, que, ao tardarem, falham e deixam de prover
justiça. Por mais sintomático que seja este quadro, entretanto, o sequestro da lei para
saciar desígnios particulares não pode ser tolerado, seja em que estrato social ele se der. O
desenvolvimento social de uma nação só é possível havendo a estrita observância do
ordenamento jurídico e o respeito pelas instituições responsáveis por sua elaboração e
garantia. É esta a matéria-prima do Estado Democrático de Direito sob cuja égide o País
está amparado.
Quando todos julgam ser titulares do direito de dizer e aplicar a lei, ninguém tem razão
e se tende à anomia. Ao invés de buscar o aprimoramento da lei e das instituições por meio
de representantes legitimamente investidos do poder para tal, há quem prefira sujar as
próprias mãos para dar vazão a uma sanha punitiva que somente um sério desvio moral
pode fazer crer ser um direito a se levar a cabo. A potencializar esse verdadeiro turvamento
mental, há ainda a anuência, em muitos casos, de uma plateia ensandecida que sinaliza
seus polegares por meio das redes sociais, o coliseu digital. Não menos insegurança gera
para o País o comportamento dissimulado, insidioso ou mesmo arbitrário, nos casos mais
graves, das autoridades que têm por imperativo constitucional precisamente a zelosa
aplicação da lei. Qualquer cidadão, do anônimo àquele investido de alta função
republicana, não pode arvorar-se em justiceiro ou vigilante. Quem há de controlar os
vigilantes?
Como criações humanas, as instituições do Estado não são infalíveis. Estarem sob
permanente escrutínio não só é legítimo, como desejado para o bom desenvolvimento da
democracia. Mas uma coisa é criticar uma lei ou o funcionamento de uma instituição. Outra,
diametralmente oposta, é usurpar a responsabilidade estatal e, sem freios dissuasórios,
passar a punir quaisquer desvios de comportamento por conta própria. É a barbárie.
O Estado de São Paulo. Disponível em: https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-perigo-do-
justicamento,70001844973. Acesso em: 15 out. 2018.

Vocabulário
azo: motivo, oportunidade;
égide: o que ampara, protege;
anomia: ausência de lei ou de regra, desvio das leis naturais; anarquia, desorganização;
sanha: rancor, fúria, ira, desejo de vingança.
escrutínio: processo de votação.
dissuasórios: que convencem ou tentam convencer a desistir.
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1.
a. (valor: 0,9) Considerando os três primeiros parágrafos, explique o que seria o
“justiçamento”, segundo o artigo de opinião “O perigo do justiçamento”.

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b. (valor: 0,6) Considerando sua resposta ao item a, explique se é possível afirmar que o
linchamento de Fabiane – narrado no texto I - decorreu de um justiçamento.

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2.
a. (valor: 0,6) Reelabore o trecho “Quando todos julgam ser titulares do direito de dizer e
aplicar a lei, ninguém tem razão e se tende à anomia.”, estabelecendo uma relação de
condição. Faça somente as adaptações necessárias.

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b. (valor: 0,6) Reelabore a frase adaptada “Como o justiceiro não busca o aprimoramento da
lei e das instituições e prefere sujar as próprias mãos para dar vazão a uma sanha
punitiva, comete um sério desvio moral.”, empregando um conectivo que estabeleça a
relação de consequência. Faça somente as adaptações necessárias.

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3. (valor: 0,8) Complete coerentemente as lacunas relativas à análise dos conectivos


destacados em:

Como criações humanas, as instituições do Estado não são infalíveis. Estarem sob
permanente escrutínio não só é legítimo, como desejado para o bom desenvolvimento da
democracia. Mas uma coisa é criticar uma lei ou o funcionamento de uma instituição. Outra,
diametralmente oposta, é usurpar a responsabilidade estatal e, sem freios dissuasórios,
passar a punir quaisquer desvios de comportamento por conta própria. É a barbárie.

Os valores semânticos dos conectivos “como” e “sem” destacados nos fragmentos são,
respectivamente, _____________ e _______________.
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Parte III: Produção de texto: notícia (valor: 4,0)


Leia o poema para produzir uma notícia.

Texto III

Morte do Leiteiro
Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata
sai correndo e distribuindo
leite bom para gente ruim.
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o leite mais frio
e mais alvo da melhor vaca
para todos criarem força
na luta brava da cidade.
Na mão a garrafa branca
não tem tempo de dizer
as coisas que lhe atribuo
nem o moço leiteiro ignaro,
morador na Rua Namur,
empregado no entreposto,
com 21 anos de idade,
sabe lá o que seja impulso
de humana compreensão.
E já que tem pressa, o corpo
vai deixando à beira das casas
uma apenas mercadoria.
E como a porta dos fundos
também escondesse gente
que aspira ao pouco de leite
disponível em nosso tempo,
avancemos por esse beco,
peguemos o corredor,
depositemos o litro…
Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.
Meu leiteiro tão sutil
de passo maneiro e leve,
antes desliza que marcha.
É certo que algum rumor
sempre se faz: passo errado,
vaso de flor no caminho,
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cão latindo por princípio,


ou um gato quizilento.
E há sempre um senhor que acorda,
resmunga e torna a dormir.
Mas este acordou em pânico
(ladrões infestam o bairro),
não quis saber de mais nada.
O revólver da gaveta
saltou para sua mão.
Ladrão? se pega com tiro.
Os tiros na madrugada
liquidaram meu leiteiro.
Se era noivo, se era virgem,
se era alegre, se era bom,
não sei,
é tarde para saber.
Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.
Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue… não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.
Carlos Drummond de Andrade. In: A rosa do povo (1945)

Vocabulário:
Ignaro: ignorante, inculto, ou que não é conhecido, ignorado.
Quizilento: diz-se de quem tem aversão espontânea, antipatia ou inimizade.
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Aluno(a): Turma: n.o:
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O clima de insegurança e de medo que vigora pode levar as pessoas a cometerem atos
violentos impensados, causando a morte de inocentes. No poema de Carlos Drummond de
Andrade, publicado em 1945, embora o leiteiro normalmente se movimentasse
silenciosamente, não pôde evitar completamente o barulho em seu deslocamento, ao
cumprir sua tarefa, e acabou assassinado por um morador do bairro que, sem antes
averiguar o motivo do alvoroço, supôs defender-se de um ladrão e disparou sua arma.
Nessa época, o leite não era industrializado, de modo que o produtor ordenhava a vaca
logo cedo, recolhia o leite num latão e percorria o bairro distribuindo o produto em garrafas
de vidro, as quais eram depositadas à porta das casas.
Os atos violentos irrefletidos, praticados muitas vezes com o intuito de proteger ou
defender a si mesmo ou seus pares, ainda atingem pessoas inocentes em nossa sociedade
atualmente, já que não é difícil encontrar notícias sobre tragédias desse tipo nos diferentes
meios de comunicação, como se evidencia no texto “'Nunca achei que fosse possível uma
mentira matar uma pessoa'” e nas seguintes manchetes recentes:

I. “Pai confunde filho sonâmbulo com ladrão e mata garoto em Ferreiros”


(Do G1, 04/09/2013)

II. “PM acusado de matar adolescente que ia comprar bolachas no ABC vira réu e é preso”
(Do G1, 20/08/2018)

Tais manchetes introduzem notícias que relatam a morte de um inocente (I) ou a consequência
desse tipo de crime para seu agente (II). A partir da leitura do poema “Morte do leiteiro” e de
seus conhecimentos sobre o gênero, produza uma notícia na qual aborde o uso da violência que
causa a morte de inocente ou sua consequência e na qual faça uso dos personagens e do
episódio do poema. Imagine que a notícia seria publicada num jornal impresso, da mesma época
do poema, cujo público-alvo são adultos da classe média paulistana. Para isso, siga as seguintes
instruções:

• Faça uso da estrutura da pirâmide invertida e demais características estruturais do gênero;


• O parágrafo inicial (lide) deve apresentar ao leitor as informações essenciais. Ao escrevê-lo,
procure responder de forma clara às perguntas: “o que aconteceu?”, “com quem
aconteceu?”, “quando e onde aconteceu?”
(Observação: alguns detalhes e certos aspectos do acontecimento não são esclarecidos
no poema e você poderá preenchê-los, se considerar conveniente, de forma adequada e
coerente com a notícia e com o contexto de publicação)
• As respostas às perguntas “como aconteceu?” e “por que aconteceu?” podem figurar nos
demais parágrafos que compõem o corpo da notícia;
• Se houver menção a opiniões e declarações de indivíduos envolvidos no acontecimento,
apresente-as entre aspas, para diferenciar com clareza o comentário dos entrevistados e o
relato do jornalista na composição da notícia;
• Empregue linguagem formal e culta e considere que o jornal impresso seria da década de
1940;
• Sua notícia deve ocupar, no máximo, 28 linhas.

Critérios

1. Adequação à proposta (0,2):


2. Caracterização do gênero textual (0,4):
3. Linguagem e expressão (1,4):
4. Coerência, coesão e verossimilhança na recriação do poema (2,0):
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Folha de Respostas
Disciplina: Estudos Linguísticos Bimestre: 4.o P 184002
Data da prova: 09/11/2018
Páginas Quadro dos Testes
Obs.: 1. Faça marcas sólidas nas bolhas sem exceder os limites.
2 2. Rasura = Anulação.

Nota
Aluno(a): Turma: n.o:

Assinatura Assinatura
do Aluno: do Professor:

Parte I: Testes (valor: 2,0)

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
a.
b.
c.
d.
e.

Parte II: Questões Dissertativas (valor: 3,5)


1.
a. (0,9)____________________________________________________________________

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b. (0,6)____________________________________________________________________

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2.
a. (0,6)____________________________________________________________________

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________________________________________________________________________

b. (0,6)____________________________________________________________________

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3. (0,8) Os valores semânticos dos conectivos “como” e “sem” destacados nos fragmentos são,
respectivamente, ____________________ e ______________________.
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2

Parte III: Produção de texto: notícia (valor: 4,0)

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1 (0,2): _________ 2 (0,4): _________ 3 (1,4): _________ 4 (2,0): _________


Prova Bimestral
G184002
1.a Série
Estudos Linguísticos
Karla/Mila
9/11/2018

Parte I: Testes
1. Alternativa d.
Um característica estrutural das notícias é a lide: um parágrafo inicial em que se apresenta de
forma sucinta o que ocorreu, com quem, onde e quando. Já as reportagens não apresentam
estrutura fixa.

2. Alternativa b.
Como na notícia são apresentados fatos relativos a um episódio específico e, no caso,
seria sobre o linchamento de Fabiane e a punição dos assassinos, não seria pertinente,
nesse gênero, a referência ao linchamento de outra pessoa em outro país.

3. Alternativa e.
As alternativas b e c, embora apresentem hipônimos e seus respectivos hiperônimos, não são
respostas adequadas uma vez que os pares não remetem aos mesmos referentes.
“Sequestro” referia-se aos supostos crimes que estariam ocorrendo na região do Guarujá e
“crime” a um delito ocorrido no Rio de Janeiro, já “crianças” seriam as supostas vítimas de
sequestro, enquanto “pessoas” foi usado para referir aos que se beneficiariam das novas
estratégias para que notícias falsas não voltassem a gerar linchamentos como os de Fabiane.
Já as alternativas a e d apresentam os hiperônimos antes dos hipônimos.

4. Alternativa d.
A forma “vai” encontra-se no presente do indicativo, ainda que seja usada em locução que
marque ação posterior à enunciação. O verbo “ir” conjugado na terceira pessoa do singular no
futuro do presente do indicativo apresentaria a forma “irá”.

5. Alternativa c.
Em “denúncia de sequestro”, o termo "sequestro" indica o alvo da ação nomeada pelo
substantivo “denúncia”.

6. Alternativa d.
Como o verbo “haver” se encontra no futuro do presente do indicativo e a conjunção
condicional que introduz o verbo “tornar-se” é “caso”, a forma verbal deve se encontrar no
presente do subjuntivo.

7. Alternativa a.
A conjunção “segundo” indica conformidade entre a explicação do advogado e o fato de não
ter logrado a condenação do responsável pela divulgação da notícia falsa a qual gerou o
linchamento de Fabiane.
2 G184002 | 1.a Série Prova Bimestral | Estudos Linguísticos | 9/11/2018

8. Alternativa a.
Como na oração principal se indica que será expresso um desejo do locutor quanto ao futuro
introduzido por “tomara”, é necessário o uso do presente do subjuntivo. Na oração
“que incitem a violência”, apresenta-se uma caracterização hipotética das notícias falsas o que
justifica o uso do modo subjuntivo e, em “para que os divulgadores de notícias sejam punidos
por seus atos irresponsáveis e inconsequentes”, a locução conjuntiva final “para que” obriga o
uso do subjuntivo e proíbe o uso do futuro, de modo que o presente do subjuntivo também se
faz necessário.

Parte II: Questões


1.
a. Segundo o texto, o “justiçamento” é a ação do indivíduo que se permite não só criar as
regras que seriam usadas para julgar outras pessoas, mas que executa o julgamento e
aplica a pena que acredita ser válida, desconsiderando os poderes institucionais que
regulam a vida dos cidadãos no país, isto é, o poder legislativo [- responsável pela
criação de leis –] e o judiciário/ jurisdicional [– responsável pelo julgamento de
criminosos e pela definição de sanções].
b. A execução sumária de Fabiane decorreu de um justiçamento, uma vez que a turba
ensandecida que a agrediu assumiu o papel de quem julgaria se a mulher era culpada
dos crimes presumidamente realizados por ela e aplicou as sanções que considerou
adequadas – a violência e o assassinato.

2.
a. Se todos julgarem ser titulares do direito de dizer e aplicar a lei, ninguém terá razão e
se tenderá à anomia.
Caso/Contanto que/Por mais que todos julguem ser titulares do direito de dizer e
aplicar a lei, ninguém terá razão e se tenderá à anomia.
b. O justiceiro não busca o aprimoramento da lei e das instituições e prefere sujar as
próprias mãos para dar vazão a uma sanha punitiva de modo que comete um sério
desvio moral.
O justiceiro tanto não busca o aprimoramento da lei e das instituições e tanto prefere
sujar as próprias mãos para dar vazão a uma sanha punitiva que comete um sério
desvio moral.

3.
Os valores semânticos dos conectivos “como” e “sem” destacados nos fragmentos são,
respectivamente, causa e ausência.

Parte III: Comentários sobre a produção textual – notícia


Para elaborar adequadamente a notícia, o aluno deve inicialmente analisar o poema de
Drummond, identificando os personagens e suas características, bem como as informações
básicas necessárias para a construção da notícia. A partir da análise do texto, pode-se
identificar as seguintes informações:

Colégio Bandeirantes
3 G184002 | 1.a Série Prova Bimestral | Estudos Linguísticos | 9/11/2018

– Com quem? Um leiteiro de 21 anos.


– O quê? Foi morto.
– Onde? Em rua de um bairro residencial de cidade não determinada de modo que o aluno
deve inventar a referência.
– Quando? Não há data definida no poema; o aluno poderá escolher, mas deve se atentar
para o fato de que a proposta pede para que a notícia seja feita como se fosse publicada nos
anos 1940. Sabe-se ainda que a morte aconteceu de madrugada em horário muito próximo
ao raiar do dia.
– Como? Foi assassinado a tiros.
– Por quê? Fez algum ruído ao entregar leite pela manhã e foi tomado indevidamente por
ladrão.
O objetivo da notícia é informar ao leitor sobre um fato recente e relevante, abordando o tema
do assassinato de um inocente. Para construir a notícia, o aluno deve formular um título,
deixando claro o que será relatado no texto: o episódio do assassinato do leiteiro. O texto
pode ou não apresentar um subtítulo. Em seguida, a partir da seleção das informações do
poema, o aluno precisa formular o 1.o parágrafo seguindo a estrutura do lide, apresentando
resumidamente as informações referentes ao que aconteceu no episódio de violência
relatado no poema, quem participou de tal episódio, onde e quando ocorreu. Nos parágrafos
seguintes, deve detalhar as informações e pode apresentar as outras (“por quê?” e “como?”).
A notícia, dessa forma, deve seguir a estrutura da “pirâmide invertida”, apresentando as
informações essenciais para o leitor no início do texto. Nos parágrafos seguintes, podem-se
incluir relatos ou depoimentos de pessoas que testemunharam ou chegaram ao local após o
crime. Além de selecionar as informações essenciais a partir da análise do poema, o aluno
deve acrescentar outras que considerar relevantes e/ou necessárias para compor a notícia,
mas precisa tomar cuidado para manter a coerência com o acontecimento relatado no poema
(características dos personagens; como ocorreu a morte do leiteiro; em que horário ocorreu) e
garantir a verossimilhança ao relatar um evento que ocorreu no contexto estipulado pelo
poema e que era de interesse do público-alvo.
A linguagem utilizada deve ser precisa, objetiva e impessoal, levando em consideração que o
texto seria veiculado em um jornal impresso da década de 1940 destinado a adultos de classe
média paulistana. O aluno deve, ainda, priorizar o uso das tipologias narrativa, descritiva e
expositiva, bem como utilizar estratégias que garantam a coesão entre as informações e
partes do texto estudadas em aula (coesão por substituição; termos relacionais e correlação
de tempos e modos verbais).
Critérios
1. Adequação à proposta (valor: 0,2): Este item avalia se o texto é adequado ao gênero
textual notícia, considerando a situação de produção estabelecida pela proposta (se o aluno
se coloca como o jornalista, locutor da notícia; se a notícia está direcionada a adultos de
classe média paulistana como público-alvo; se a notícia relata um episódio de violência urbana
baseado no enredo do poema; e se o relato escrito poderia ser publicado em um jornal
dirigido a adultos de classe média paulistana).
2. Caracterização do gênero textual (valor: 0,4): Este item avalia se o aluno respeitou as
características estudadas para o gênero notícia: se a notícia seguiu a estrutura da pirâmide
invertida; se o parágrafo inicial (lide) apresentou ao leitor as informações essenciais (o que
aconteceu?, onde e quando aconteceu?, com quem aconteceu?); se os parágrafos seguintes
apresentam as informações sobre como e por que aconteceu o episódio noticiado; e se a
notícia apresenta título. O texto pode, ainda, apresentar ou não subtítulo, mas este deve ser
claramente destacado do corpo de texto. Além disso, se houver menção a opiniões e
declarações de indivíduos envolvidos no acontecimento, estas devem ser apresentadas entre
aspas, para diferenciar de forma evidente, na notícia, o comentário dos entrevistados e o
relato pessoal feito pelo jornalista. Por fim, é avaliado se a notícia priorizou o uso das
tipologias narrativa, descritiva e expositiva.

Colégio Bandeirantes
4 G184002 | 1.a Série Prova Bimestral | Estudos Linguísticos | 9/11/2018

3. Linguagem e expressão (valor: 1,4): Neste item, observa-se a adequação da linguagem


para uma notícia que relata um episódio de violência urbana a partir do enredo do poema.
Levando em consideração que o texto seria veiculado em um jornal impresso da década de
1940 destinado a adultos de classe média paulistana, o aluno deve empregar uma linguagem
formal, precisa, objetiva e impessoal.
4. Coerência, coesão e verossimilhança na recriação do poema (valor: 2,0): Neste item,
é avaliado se o autor do texto seleciona de maneira adequada e suficiente as informações
essenciais a uma notícia para reconstruir o episódio de violência relatado no poema. O aluno
poderá incluir informações, mas estas devem ser coerentes com o poema (características dos
personagens; aspectos importantes do enredo sobre como ocorreu e onde ocorreu o
assassinato) e garantir a verossimilhança (a notícia deve relatar algo que poderia ocorrer na
sociedade na década de 40). Além disso, as informações devem ser relacionadas de forma
coesa e apresentadas de forma coerente e compreensível para o leitor, seguindo a estrutura
da pirâmide invertida necessária a uma notícia. Deve-se analisar, também, o uso de estratégias
que garantam a coesão entre as informações e partes do texto, as quais foram estudadas em
aula (coesão por substituição; termos relacionais e correlação de tempos e modos verbais).

Colégio Bandeirantes

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