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Segundo Mateus......................................................................................................................

1
Segundo Marcos..................................................................................................................114
Segundo Lucas....................................................................................................................180
Segundo João......................................................................................................................300
Atos dos Apóstolos.............................................................................................................385

Segundo Mateus

1 O livro da história de Jesus Cristo, filho de


Davi, filho de Abraão:
2
Abraão tornou-se pai de Isaque;
Isaque tornou-se pai de Jacó;
Jacó tornou-se pai de Judá e seus irmãos;
3
Judá tornou-se pai de Peres e de Zerá por
meio de Tamar;
Peres tornou-se pai de Esrom;
Esrom tornou-se pai de Rão;
4
Rão tornou-se pai de Aminadabe;
Aminadabe tornou-se pai de Nasom;
Nasom tornou-se pai de Salmom;
5
Salmom tornou-se pai de Boaz por meio de
Raabe;
Boaz tornou-se pai de Obede por meio de
Rute;
Obede tornou-se pai de Jessé;
6
Jessé tornou-se pai de Davi, o rei.
Davi tornou-se pai de Salomão por meio da
esposa de Urias;
7
Salomão tornou-se pai de Roboão;
Roboão tornou-se pai de Abias;
Abias tornou-se pai de Asa;
8
Asa tornou-se pai de Jeosafá;
Jeosafá tornou-se pai de Jeorão;
Jeorão tornou-se pai de Uzias;
9
Uzias tornou-se pai de Jotão;
Jotão tornou-se pai de Acaz;
Acaz tornou-se pai de Ezequias;
10
Ezequias tornou-se pai de Manassés;
Manassés tornou-se pai de Amom;
Amom tornou-se pai de Josias;
11
Josias tornou-se pai de Jeconias e seus
irmãos, por ocasião da deportação para
Babilônia.
12
Depois da deportação para Babilônia,
Jeconias tornou-se pai de Sealtiel;
Sealtiel tornou-se pai de Zorobabel;
13
Zorobabel tornou-se pai de Abiúde;
Abiúde tornou-se pai de Eliaquim;
Eliaquim tornou-se pai de Azor;
14
Azor tornou-se pai de Sadoque;
Sadoque tornou-se pai de Aquim;
Aquim tornou-se pai de Eliúde;
15
Eliúde tornou-se pai de Eleazar;
Eleazar tornou-se pai de Matã;
Matã tornou-se pai de Jacó;
16
Jacó tornou-se pai de José, marido de Maria,
da qual nasceu Jesus, que é chamado
Cristo.
17
Assim, todas as gerações, desde Abraão até
Davi, foram quatorze gerações, e desde Davi até
à deportação para Babilônia, quatorze gerações,
e desde a deportação para Babilônia até ao
Cristo, quatorze gerações.
18
Mas, o nascimento de Jesus Cristo deu-se da
seguinte maneira: Durante o tempo em que a sua
mãe Maria estava prometida em casamento a
José, ela foi achada grávida por espírito santo,
antes de se unirem. 19 No entanto, José, seu
marido, porque era justo e não queria fazer dela
um espetáculo público, pretendeu divorciar-se
dela secretamente. 20 Mas, depois de ter cogitado
estas coisas, eis que lhe apareceu em sonho um
anjo de Jeová, dizendo: “José, filho de Davi, não
tenhas medo de levar para casa Maria, tua
esposa, pois aquilo que tem sido gerado nela é
por espírito santo. 21 Ela dará à luz um filho, e
terás de dar-lhe o nome de Jesus, pois ele
salvará o seu povo dos pecados deles.” 22 Tudo
isso aconteceu realmente para que se cumprisse
o que fora falado por Jeová por intermédio do seu
profeta, dizendo: 23 “Eis que a virgem ficará
grávida e dará à luz um filho, e dar-lhe-ão o nome
de Emanuel”, que quer dizer, traduzido: “Conosco
Está Deus.”
24
José, acordando do sono, fez conforme o anjo
de Jeová lhe indicara e levou sua esposa para
casa. 25 Mas não teve relações com ela até ela ter
dado à luz um filho; e deu-lhe o nome de Jesus.
2 Depois de Jesus ter nascido em Belém da
Judéia, nos dias de Herodes, o rei, eis que vieram
astrólogos das regiões orientais a Jerusalém,
2
dizendo: “Onde está aquele que nasceu rei dos
judeus? Pois vimos a sua estrela [quando
estávamos] no Oriente e viemos prestar-lhe
homenagem.” 3 O Rei Herodes, ouvindo isso, ficou
agitado, e, junto com ele, toda Jerusalém; 4 e,
convocando todos os principais sacerdotes e
escribas do povo, começou a indagar deles onde
havia de nascer o Cristo. 5 Disseram-lhe: “Em
Belém da Judéia; pois é assim que se escreveu
por intermédio do profeta: 6 ‘E tu, ó Belém da
terra de Judá, de nenhum modo és a [cidade]
mais insignificante entre os governadores de
Judá; pois de ti sairá um governante que há de
pastorear o meu povo, Israel.’”
7
Herodes convocou, então, secretamente os
astrólogos e averiguou deles cuidadosamente o
tempo do aparecimento da estrela; 8 e, ao enviá-
los a Belém, ele disse: “Ide e procurai
cuidadosamente a criancinha, e quando a
tiverdes achado, avisai-me, para que eu também
possa ir e prestar-lhe homenagem.” 9 Tendo
ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que
tinham visto [quando estavam] no Oriente ia
adiante deles, até que se deteve por cima do
lugar onde estava a criancinha. 10 Ao verem a
estrela, alegraram-se muitíssimo. 11 E, ao
entrarem na casa, viram a criancinha com Maria,
sua mãe, e, prostrando-se, prestaram-lhe
homenagem. Abriram também seus tesouros e
presentearam-na com dádivas: ouro, olíbano e
mirra. 12 No entanto, por terem recebido em sonho
um aviso divino para não voltarem a Herodes,
retiraram-se para o seu país por outro caminho.
13
Depois de eles se terem retirado, eis que o
anjo de Jeová apareceu a José num sonho,
dizendo: “Levanta-te, toma a criancinha e sua
mãe, foge para o Egito e fica ali até eu te avisar;
porque Herodes está prestes a procurar a
criancinha para destruí-la.” 14 Levantou-se, pois, e
tomou de noite a criancinha e sua mãe, e retirou-
se para o Egito, 15 e lá ficou até o falecimento de
Herodes, para que se cumprisse o que fora falado
por Jeová por intermédio do seu profeta, dizendo:
“Do Egito chamei o meu filho.”
16
Herodes, vendo então que tinha sido logrado
pelos astrólogos, foi tomado de grande fúria e
mandou eliminar todos os meninos em Belém e
em todos os seus distritos, de dois anos de idade
para baixo, segundo o tempo que tinha
cuidadosamente averiguado dos astrólogos.
17
Cumpriu-se assim o que fora falado por
intermédio de Jeremias, o profeta, dizendo:
18
“Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e muito
lamento; era Raquel chorando por seus filhos, não
querendo ser consolada, porque eles já não
existem.”
19
Tendo Herodes falecido, eis que o anjo de
Jeová apareceu a José num sonho, no Egito, 20 e
disse: “Levanta-te, toma a criancinha e sua mãe,
e vai para a terra de Israel, porque já morreram
os que buscavam a alma da criancinha.” 21 Então
ele se levantou, tomou a criancinha e sua mãe, e
entrou na terra de Israel. 22 Mas, ouvindo que
Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai
Herodes, ficou com medo de partir para lá. Além
disso, recebendo em sonho um aviso divino,
retirou-se para o território da Galiléia 23 e foi
morar numa cidade chamada Nazaré, para que se
cumprisse o que fora falado por intermédio dos
profetas: “Ele será chamado Nazareno.”

3 Naqueles dias veio João Batista pregar no


ermo da Judéia, 2 dizendo: “Arrependei-vos, pois o
reino dos céus se tem aproximado.” 3 Este, de
fato, é aquele de quem se falou por intermédio de
Isaías, o profeta, nestas palavras: “Escutai!
Alguém está clamando no ermo: ‘Preparai o
caminho de Jeová! Fazei retas as suas estradas.’”
4
Mas, este mesmo João usava roupa de pêlos de
camelo e um cinto de couro em volta dos lombos;
seu alimento, também, era gafanhotos e mel
silvestre. 5 Então saíam a ter com ele Jerusalém,
toda a Judéia e toda a região em volta do Jordão,
6
e as pessoas eram batizadas por ele no rio
Jordão, confessando abertamente os seus
pecados.
7
Quando viu os muitos fariseus e saduceus que
vinham ao batismo, disse-lhes: “Descendência de
víboras, quem vos insinuou fugir do vindouro
furor? 8 Produzi, pois, fruto próprio do
arrependimento; 9 e não presumais dizer a vós
mesmos: ‘Temos por pai a Abraão.’ Pois eu vos
digo que Deus é capaz de suscitar destas pedras
filhos a Abraão. 10 O machado já está posto à raiz
das árvores; toda árvore, pois, que não produzir
fruto excelente, há de ser cortada e lançada no
fogo. 11 Eu, da minha parte, batizo-vos com água,
por causa do vosso arrependimento; mas o que
vem depois de mim é mais forte do que eu, não
sendo eu nem apto para tirar-lhe as sandálias.
Este vos batizará com espírito santo e com fogo.
12
Tem na mão a sua pá de joeirar, e limpará
completamente a sua eira, ajuntando seu trigo no
celeiro, mas a palha ele queimará em fogo
inextinguível.”
13
Jesus veio então da Galiléia ao Jordão ter
com João, a fim de ser batizado por ele. 14 Este,
porém, tentou impedi-lo, dizendo: “Eu é que
preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”
15
Em resposta, Jesus disse-lhe: “Deixa por agora,
pois assim é apropriado que executemos tudo o
que é justo.” Então cessou de o impedir. 16 Jesus,
depois de ter sido batizado, saiu imediatamente
da água; e eis que os céus se abriram e ele viu o
espírito de Deus descendo sobre ele como pomba.
17
Eis que também houve uma voz dos céus, que
disse: “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho
aprovado.”

4 Jesus foi então conduzido pelo espírito ao


ermo, para ser tentado pelo Diabo. 2 Depois de ter
jejuado por quarenta dias e quarenta noites, ele
teve fome. 3 Veio também o Tentador e disse-lhe:
“Se tu és filho de Deus, dize a estas pedras que
se transformem em pães.” 4 Mas ele disse em
resposta: “Está escrito: ‘O homem tem de viver,
não somente de pão, mas de cada pronunciação
procedente da boca de Jeová.’”
5
O Diabo levou-o então à cidade santa e o
postou sobre o parapeito do templo, 6 e disse-lhe:
“Se tu és filho de Deus, lança-te para baixo; pois
está escrito: ‘Dará aos seus anjos encargo
concernente a ti, e eles te carregarão nas mãos,
para que nunca batas com o pé contra uma
pedra.’” 7 Jesus disse-lhe: “Novamente está
escrito: ‘Não deves pôr Jeová, teu Deus, à
prova.’”
8
Novamente, o Diabo levou-o a um monte
extraordinariamente alto e mostrou-lhe todos os
reinos do mundo e a glória deles, 9 e disse-lhe:
“Todas estas coisas te darei, se te prostrares e
me fizeres um ato de adoração.” 10 Jesus disse-
lhe então: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a
Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente
a ele que tens de prestar serviço sagrado.’” 11 O
Diabo deixou-o então, e eis que vieram anjos e
começaram a ministrar-lhe.
12
Ora, quando ele ouviu que João tinha sido
preso, retirou-se para a Galiléia. 13 Além disso,
depois de deixar Nazaré, veio morar em
Cafarnaum, à beira do mar, nos distritos de
Zebulão e Naftali, 14 para que se cumprisse o que
fora falado por intermédio de Isaías, o profeta,
dizendo: 15 “Ó terra de Zebulão e terra de Naftali,
ao longo da estrada do mar, além do Jordão,
Galiléia das nações! 16 O povo sentado na
escuridão viu uma grande luz, e quanto aos
sentados numa região de sombra mortífera,
levantou-se sobre eles uma luz.” 17 Daquele tempo
em diante, Jesus principiou a pregar e a dizer:
“Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem
aproximado.”
18
Andando à beira do mar da Galiléia, ele viu
dois irmãos, Simão, que é chamado Pedro, e
André, seu irmão, abaixando uma rede no mar,
pois eram pescadores. 19 E disse-lhes: “Segui-me
e eu farei de vós pescadores de homens.”
20
Abandonando imediatamente as redes,
seguiram-no. 21 Passando adiante, viu dois outros
[que eram] irmãos, Tiago, [filho] de Zebedeu, e
João, seu irmão, no barco, junto com Zebedeu, o
pai deles, consertando as suas redes, e ele os
chamou. 22 Deixando imediatamente o barco e seu
pai, seguiram-no.
23
Ele percorreu então toda a Galiléia,
ensinando nas sinagogas deles e pregando as
boas novas do reino, e curando toda sorte de
moléstias e toda sorte de enfermidades entre o
povo. 24 E a notícia a respeito dele espalhou-se
por toda a Síria; e trouxeram-lhe todos os que
estavam passando mal, afligidos por várias
moléstias e padecimentos, os possessos de
demônios, e os epilépticos e os paralíticos, e ele
os curou. 25 Conseqüentemente, seguiam-no
grandes multidões, da Galiléia, de Decápolis, de
Jerusalém, da Judéia e do outro lado do Jordão.

5 Quando viu as multidões, subiu ao monte; e,


depois de se assentar, vieram a ele os seus
discípulos; 2 e ele abriu a boca e começou a
ensiná-los, dizendo:
3
“Felizes os cônscios de sua necessidade
espiritual, porque a eles pertence o reino dos
céus.
4
“Felizes os que pranteiam, porque serão
consolados.
5
“Felizes os de temperamento brando, porque
herdarão a terra.
6
“Felizes os famintos e sedentos da justiça,
porque serão saciados.
7
“Felizes os misericordiosos, porque serão
tratados com misericórdia.
8
“Felizes os puros de coração, porque verão a
Deus.
9
“Felizes os pacíficos, porque serão chamados
‘filhos de Deus’.
10
“Felizes os que têm sido perseguidos por
causa da justiça, porque a eles pertence o reino
dos céus.
11
“Felizes sois quando vos vituperarem e
perseguirem, e, mentindo, disserem toda sorte de
coisas iníquas contra vós, por minha causa.
12
Alegrai-vos e pulai de alegria, porque a vossa
recompensa é grande nos céus; pois assim
perseguiram os profetas antes de vós.
13
“Vós sois o sal da terra; mas, se o sal perder
a sua força, como se lhe restabelecerá a sua
salinidade? Não presta mais para nada, senão
para ser lançado fora, a fim de ser pisado pelos
homens.
14
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode
esconder uma cidade situada sobre um monte.
15
As pessoas acendem uma lâmpada e a colocam,
não debaixo do cesto de medida, mas no velador,
e ela brilha sobre todos na casa. 16 Do mesmo
modo, deixai brilhar a vossa luz perante os
homens, para que vejam as vossas obras
excelentes e dêem glória ao vosso Pai, que está
nos céus.
17
“Não penseis que vim destruir a Lei ou os
Profetas. Não vim destruir, mas cumprir; 18 pois,
deveras, eu vos digo que antes passariam o céu e
a terra, do que passaria uma só letra menor ou
uma só partícula duma letra da Lei sem que tudo
se cumprisse. 19 Quem, portanto, violar um destes
mínimos mandamentos e ensinar a humanidade
neste sentido, será chamado ‘mínimo’ com
relação ao reino dos céus. Quanto àquele que os
cumprir e ensinar, esse será chamado ‘grande’
com relação ao reino dos céus. 20 Pois eu vos digo
que, se a vossa justiça não abundar mais do que
a dos escribas e fariseus, de modo algum
entrareis no reino dos céus.
21
“Ouvistes que se disse aos dos tempos
antigos: ‘Não deves assassinar; mas quem
cometer um assassínio terá de prestar contas ao
tribunal de justiça.’ 22 No entanto, digo-vos que
todo aquele que continuar furioso com seu irmão
terá de prestar contas ao tribunal de justiça;
mas, quem se dirigir a seu irmão com uma palavra
imprópria de desprezo terá de prestar contas ao
Supremo Tribunal; ao passo que quem disser:
‘Tolo desprezível!’, estará sujeito à Geena
ardente.
23
“Se tu, pois, trouxeres a tua dádiva ao altar e
ali te lembrares de que o teu irmão tem algo
contra ti, 24 deixa a tua dádiva ali na frente do
altar e vai; faze primeiro as pazes com o teu
irmão, e então, tendo voltado, oferece a tua
dádiva.
25
“Resolve prontamente os assuntos com
aquele que se queixa de ti em juízo, enquanto
ainda estás com ele em caminho para lá, para
que, de algum modo, o queixoso não te entregue
ao juiz, e o juiz, ao oficial de justiça, e sejas
lançado na prisão. 26 Eu te digo categoricamente:
Certamente não sairás dali até pagares a última
moeda de pouco valor.
27
“Ouvistes que se disse: ‘Não deves cometer
adultério.’ 28 Mas eu vos digo que todo aquele que
persiste em olhar para uma mulher, a ponto de ter
paixão por ela, já cometeu no coração adultério
com ela. 29 Se, pois, aquele olho direito teu te faz
tropeçar, arranca-o e lança-o para longe de ti.
Porque é mais proveitoso para ti que percas um
dos teus membros, do que ser todo o teu corpo
lançado na Geena. 30 Também, se a tua mão
direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a para
longe de ti. Porque te é mais proveitoso perder
um dos teus membros, do que todo o teu corpo
acabar na Geena.
31
“Outrossim, foi dito: ‘Quem se divorciar de
sua esposa, dê-lhe certificado de divórcio.’ 32 No
entanto, eu vos digo que todo aquele que se
divorciar de sua esposa, a não ser por causa de
fornicação, expõe-na ao adultério, e quem se
casar com uma mulher divorciada comete
adultério.
33
“Novamente, ouvistes que se disse aos dos
tempos antigos: ‘Não deves jurar sem cumprir,
mas tens de pagar os teus votos a Jeová.’ 34 No
entanto, eu vos digo: Não jureis absolutamente,
nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35 nem
pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem
por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.
36
Tampouco deves jurar pela tua cabeça, porque
não podes tornar nem um só cabelo branco ou
preto. 37 Deixai simplesmente que a vossa palavra
Sim signifique Sim, e o vosso Não, Não; pois tudo
o que for além disso é do iníquo.
38
“Ouvistes que se disse: ‘Olho por olho e
dente por dente.’ 39 No entanto, eu vos digo: Não
resistais àquele que é iníquo; mas, a quem te
esbofetear a face direita, oferece-lhe também a
outra. 40 E, se alguém quiser levar-te perante o
tribunal para obter posse de tua roupa interior,
deixa-o ter também a tua roupa exterior; 41 e, se
alguém sob autoridade te obrigar a prestar
serviço por mil passos, vai com ele dois mil. 42 Dá
ao que te pede e não te desvies daquele que
deseja tomar emprestado de ti [sem juros].
43
“Ouvistes que se disse: ‘Tens de amar o teu
próximo e odiar o teu inimigo.’ 44 No entanto, eu
vos digo: Continuai a amar os vossos inimigos e a
orar pelos que vos perseguem; 45 para que
mostreis ser filhos de vosso Pai, que está nos
céus, visto que ele faz o seu sol levantar-se sobre
iníquos e sobre bons, e faz chover sobre justos e
sobre injustos. 46 Pois, se amardes aos que vos
amam, que recompensa tendes? Não fazem
também a mesma coisa os cobradores de
impostos? 47 E, se cumprimentardes somente os
vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não
fazem também a mesma coisa as pessoas das
nações? 48 Concordemente, tendes de ser
perfeitos, assim como o vosso Pai celestial é
perfeito.

6 “Tomai muito cuidado em não praticardes a


vossa justiça diante dos homens, a fim de serdes
observados por eles; do contrário não tereis
recompensa junto de vosso Pai que está nos
céus. 2 Portanto, quando fizeres dádivas de
misericórdia, não toques a trombeta diante de ti,
assim como fazem os hipócritas nas sinagogas e
nas ruas, para serem glorificados pelos homens.
Deveras, eu vos digo: Eles já têm plenamente a
sua recompensa. 3 Mas tu, quando fizeres dádivas
de misericórdia, não deixes a tua esquerda saber
o que a tua direita está fazendo, 4 para que as
tuas dádivas de misericórdia fiquem em secreto;
então o teu Pai, que está olhando em secreto, te
pagará de volta.
5
“Também, quando orardes, não deveis ser
como os hipócritas; porque eles gostam de orar
em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas
largas, para serem vistos pelos homens. Deveras,
eu vos digo: Eles já têm plenamente a sua
recompensa. 6 Tu, porém, quando orares, entra no
teu quarto particular, e, fechando a tua porta, ora
a teu Pai que está em secreto; então o teu Pai,
que olha em secreto, te pagará de volta. 7 Mas, ao
orares, não digas as mesmas coisas vez após vez,
assim como fazem os das nações, pois imaginam
que serão ouvidos por usarem de muitas palavras.
8
Portanto, não vos façais semelhantes a eles,
porque Deus, vosso Pai, sabe de que coisas
necessitais antes de lhe pedirdes.
9
“Portanto, tendes de orar do seguinte modo:

“‘Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu


nome. 10 Venha o teu reino. Realize-se a tua
vontade, como no céu, assim também na terra.
11
Dá-nos hoje o nosso pão para este dia; 12 e
perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós
também temos perdoado aos nossos devedores.
13
E não nos leves à tentação, mas livra-nos do
iníquo.’
14
“Pois, se perdoardes aos homens as suas
falhas, também o vosso Pai celestial vos
perdoará; 15 ao passo que, se não perdoardes aos
homens as suas falhas, tampouco o vosso Pai vos
perdoará as vossas falhas.
16
“Quando jejuardes, parai de ficar com o rosto
triste, como os hipócritas, pois desfiguram os
seus rostos para que pareça aos homens que
estão jejuando. Deveras, eu vos digo: Eles já têm
plenamente a sua recompensa. 17 Mas tu, quando
jejuares, unta a tua cabeça e lava o rosto, 18 para
que não pareça aos homens que estás jejuando,
mas ao teu Pai, que está em secreto; então o teu
Pai, que olha em secreto, te recompensará.
19
“Parai de armazenar para vós tesouros na
terra, onde a traça e a ferrugem consomem, e
onde ladrões arrombam e furtam. 20 Antes,
armazenai para vós tesouros no céu, onde nem a
traça nem a ferrugem consomem, e onde ladrões
não arrombam nem furtam. 21 Pois, onde estiver o
teu tesouro, ali estará também o teu coração.
22
“A lâmpada do corpo é o olho. Se, pois, o teu
olho for singelo, todo o teu corpo será luminoso;
23
mas, se o teu olho for iníquo, todo o teu corpo
será escuro. Se, na realidade, a luz que está em
ti é escuridão, quão grande é essa escuridão!
24
“Ninguém pode trabalhar como escravo para
dois amos; pois, ou há de odiar um e amar o
outro, ou há de apegar-se a um e desprezar o
outro. Não podeis trabalhar como escravos para
Deus e para as Riquezas.
25
“Por esta razão eu vos digo: Parai de estar
ansiosos pelas vossas almas, quanto a que haveis
de comer ou quanto a que haveis de beber, ou
pelos vossos corpos, quanto a que haveis de
vestir. Não significa a alma mais do que o
alimento e o corpo mais do que o vestuário?
26
Observai atentamente as aves do céu, porque
elas não semeiam nem ceifam, nem ajuntam em
celeiros; contudo, vosso Pai celestial as
alimenta. Não valeis vós mais do que elas?
27
Quem de vós, por estar ansioso, pode
acrescentar um só côvado à duração de sua vida?
28
Também no assunto do vestuário, por que
estais ansiosos? Aprendei uma lição dos lírios do
campo, como eles crescem; não labutam nem
fiam; 29 mas eu vos digo que nem mesmo Salomão,
em toda a sua glória, se vestia como um destes.
30
Se Deus, pois, veste assim a vegetação do
campo, que hoje existe e amanhã é lançada no
forno, não vestirá ele tanto mais a vós, ó vós os
de pouca fé? 31 Portanto, nunca estejais ansiosos,
dizendo: ‘Que havemos de comer?’ ou: ‘Que
havemos de beber?’ ou: ‘Que havemos de vestir?’
32
Porque todas estas são as coisas pelas quais
se empenham avidamente as nações. Pois o vosso
Pai celestial sabe que necessitais de todas essas
coisas.
33
“Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e
a Sua justiça, e todas estas [outras] coisas vos
serão acrescentadas. 34 Portanto, nunca estejais
ansiosos quanto ao dia seguinte, pois o dia
seguinte terá as suas próprias ansiedades. Basta
a cada dia o seu próprio mal.

7 “Parai de julgar, para que não sejais


julgados; 2 pois, com o julgamento com que
julgais, vós sereis julgados; e com a medida com
que medis, medirão a vós. 3 Então, por que olhas
para o argueiro no olho do teu irmão, mas não
tomas em consideração a trave no teu próprio
olho? 4 Ou, como podes dizer a teu irmão:
‘Permite-me tirar o argueiro do teu olho’, quando,
eis que há uma trave no teu próprio olho?
5
Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio
olho, e depois verás claramente como tirar o
argueiro do olho do teu irmão.
6
“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis
as vossas pérolas diante dos porcos, para que
nunca as pisem debaixo dos seus pés, e,
voltando-se, vos dilacerem.
7
“Persisti em pedir, e dar-se-vos-á; persisti em
buscar, e achareis; persisti em bater, e abrir-se-
vos-á. 8 Pois, todo o que [persistir em] pedir,
receberá, e todo o que [persistir em] buscar,
achará, e a todo o que [persistir em] bater, abrir-
se-á. 9 Deveras, qual é o homem entre vós, cujo
filho lhe peça pão — será que lhe entregará uma
pedra? 10 Ou talvez lhe peça um peixe — será que
lhe entregará uma serpente? 11 Portanto, se vós,
embora iníquos, sabeis dar boas dádivas a vossos
filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos
céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem!
12
“Todas as coisas, portanto, que quereis que
os homens vos façam, vós também tendes de
fazer do mesmo modo a eles; isto, de fato, é o
que a Lei e os Profetas querem dizer.
13
“Entrai pelo portão estreito; porque larga e
espaçosa é a estrada que conduz à destruição, e
muitos são os que entram por ela; 14 ao passo que
estreito é o portão e apertada a estrada que
conduz à vida, e poucos são os que o acham.
15
“Vigiai-vos dos falsos profetas que se
chegam a vós em pele de ovelha, mas que por
dentro são lobos vorazes. 16 Pelos seus frutos os
reconhecereis. Será que se colhem uvas dos
espinhos ou figos dos abrolhos? 17 Do mesmo
modo, toda árvore boa produz fruto excelente,
mas toda árvore podre produz fruto imprestável;
18
a árvore boa não pode dar fruto imprestável,
nem pode a árvore podre produzir fruto excelente.
19
Toda árvore que não produz fruto excelente é
cortada e lançada no fogo. 20 Realmente, pois,
pelos seus frutos reconhecereis estes [homens].
21
“Nem todo o que me disser: ‘Senhor, Senhor’,
entrará no reino dos céus, senão aquele que fizer
a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22
Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor,
não profetizamos em teu nome e não expulsamos
demônios em teu nome, e não fizemos muitas
obras poderosas em teu nome?’ 23 Contudo, eu
lhes confessarei então: Nunca vos conheci!
Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra
a lei.
24
“Portanto, todo aquele que ouve estas
minhas palavras e as pratica será comparado a
um homem discreto, que construiu a sua casa
sobre a rocha. 25 E caiu a chuva, e vieram as
inundações, e sopraram os ventos e açoitaram a
casa, mas ela não se desmoronou, pois tinha sido
fundada na rocha. 26 Além disso, todo aquele que
ouve estas minhas palavras e não as pratica será
comparado a um homem tolo, que construiu a sua
casa sobre a areia. 27 E caiu a chuva, e vieram as
inundações, e sopraram os ventos e bateram
contra aquela casa, e ela se desmoronou, e foi
grande a sua queda.”
28
Ora, quando Jesus tinha terminado com estas
palavras, o efeito foi que as multidões ficaram
assombradas com o seu modo de ensinar; 29 pois
ele as ensinava como quem tinha autoridade, e
não como seus escribas.

8 Tendo ele descido do monte, seguiam-no


grandes multidões. 2 E eis que veio um leproso e
começou a prestar-lhe homenagem, dizendo:
“Senhor, se apenas quiseres, podes tornar-me
limpo.” 3 E assim, estendendo a [sua] mão, tocou
nele, dizendo: “Eu quero. Torna-te limpo.” E ele
ficou imediatamente limpo da lepra. 4 Jesus
disse-lhe então: “Cuida de que não digas nada a
ninguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote e
oferece a dádiva designada por Moisés, como
testemunho para eles.”
5
Quando entrou em Cafarnaum, veio a ele um
oficial do exército, suplicando-lhe 6 e dizendo:
“Senhor, meu servo está de cama em casa, com
paralisia, sendo terrivelmente atormentado.”
7
Disse-lhe ele: “Quando eu chegar lá, irei curá-
lo.” 8 O oficial do exército disse, em resposta:
“Senhor, eu não sou homem apto para entrares
debaixo do meu teto, mas, dize apenas a palavra
e meu servo estará curado. 9 Pois eu também sou
homem sujeito à autoridade, tendo soldados sob
as minhas ordens, e digo a este: ‘Vai!’ e ele vai, e
a outro: ‘Vem!’ e ele vem, e ao meu escravo: ‘Faze
isto!’ e ele o faz.” 10 Ouvindo isso, Jesus ficou
pasmado e disse aos que o seguiam: “Em verdade
vos digo: Em ninguém em Israel tenho encontrado
tamanha fé. 11 Mas, eu vos digo que muitos virão
das regiões orientais e das regiões ocidentais e
se recostarão à mesa junto com Abraão, Isaque e
Jacó, no reino dos céus; 12 ao passo que os filhos
do reino serão lançados na escuridão lá fora. Ali
é que haverá o [seu] choro e o ranger de [seus]
dentes.” 13 Jesus disse então ao oficial do
exército: “Vai. Assim como tem sido a tua fé,
assim aconteça para ti.” E o servo sarou naquela
hora.
14
E Jesus, entrando na casa de Pedro, viu a
sogra deste acamada e atacada de febre. 15 De
modo que tocou na mão dela e a febre a
abandonou, e ela se levantou e começou a
ministrar-lhe. 16 Mas, depois do anoitecer,
trouxeram-lhe muitas pessoas possessas de
demônios; e ele expulsou os espíritos com uma
palavra e curou a todos os que passavam mal;
17
para que se cumprisse o que fora falado por
intermédio de Isaías, o profeta, dizendo: “Ele
mesmo tomou as nossas doenças e levou as
nossas moléstias.”
18
Quando Jesus viu uma multidão em volta de
si, deu ordem para que partissem para a outra
margem. 19 E certo escriba aproximou-se e disse-
lhe: “Instrutor, eu te seguirei para onde quer que
fores.” 20 Mas Jesus disse-lhe: “As raposas têm
covis e as aves do céu têm poleiros, mas o Filho
do homem não tem onde deitar a cabeça.”
21
Outro dos discípulos disse-lhe então: “Senhor,
permite-me primeiro ir e enterrar meu pai.”
22
Jesus disse-lhe: “Persiste em seguir-me e deixa
que os mortos enterrem seus mortos.”
23
E, tendo entrado num barco, seguiram-no
seus discípulos. 24 Ora, eis que se levantou uma
grande agitação no mar, de modo que o barco
estava sendo coberto pelas ondas; ele, porém,
estava dormindo. 25 E eles vieram e o acordaram,
dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos prestes
a perecer!” 26 Mas ele lhes disse: “Por que sois
medrosos, vós os de pouca fé?” Levantando-se,
então, censurou os ventos e o mar, e deu-se uma
grande calmaria. 27 Os homens ficaram por isso
pasmados e disseram: “Que sorte de pessoa é
este, que até mesmo os ventos e o mar lhe
obedecem?”
28
Quando chegou à outra margem, ao país dos
gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois homens
possessos de demônios, saindo dentre os túmulos
memoriais, extremamente ferozes, de modo que
ninguém tinha a coragem de passar por aquela
estrada. 29 E eis que bradavam, dizendo: “Que
temos nós contigo, Filho de Deus? Vieste aqui
atormentar-nos antes do tempo designado?”
30
Ora, bastante longe dali havia uma manada de
muitos porcos pastando. 31 Os demônios
começaram assim a suplicar-lhe, dizendo: “Se nos
expulsares, envia-nos para a manada de porcos.”
32
Concordemente, ele lhes disse: “Ide!” Eles
saíram e passaram para os porcos; e eis que toda
a manada se precipitou despenhadeiro abaixo,
para dentro do mar, e morreu nas águas. 33 Mas os
porqueiros fugiram, e, entrando na cidade,
relataram tudo, inclusive o caso dos homens
possessos de demônios. 34 E eis que toda a
cidade saiu e veio ao encontro de Jesus; e,
tendo-o visto, instaram muito com ele para que
saísse dos seus distritos.

9 Entrando então no barco, passou para a outra


margem e entrou na sua própria cidade. 2 E eis
que lhe trouxeram um homem paralítico, deitado
numa cama. Vendo a fé que tinham, Jesus disse
ao paralítico: “Coragem, filho! Teus pecados
estão perdoados.” 3 E eis que certos escribas
disseram para si mesmos: “Este blasfema.” 4 E
Jesus, sabendo os seus pensamentos, disse: “Por
que imaginais coisas iníquas nos vossos
corações? 5 Por exemplo, o que é mais fácil,
dizer: Teus pecados estão perdoados, ou dizer:
Levanta-te e anda? 6 No entanto, a fim de que
saibais que o Filho do homem tem na terra
autoridade para perdoar pecados —”, ele disse
então ao paralítico: “Levanta-te, apanha a tua
cama e vai para casa.” 7 E ele se levantou e foi
para casa. 8 As multidões, ao verem isso, ficaram
com medo e glorificaram a Deus, que concedera
tal autoridade a homens.
9
A seguir, passando dali para diante, Jesus
avistou um homem chamado Mateus, sentado na
coletoria, e disse-lhe: “Sê meu seguidor.” Em
conseqüência disso, este se levantou e o seguiu.
10
Mais tarde, enquanto estava recostado à mesa,
na casa, eis que vieram muitos cobradores de
impostos e pecadores, e começaram a recostar-
se com Jesus e seus discípulos. 11 Vendo isso,
porém, os fariseus começaram a dizer aos
discípulos dele: “Por que é que o vosso instrutor
come com os cobradores de impostos e os
pecadores?” 12 Ouvindo-os, ele disse: “As pessoas
com saúde não precisam de médico, mas sim os
enfermos. 13 Ide, pois, e aprendei o que significa:
‘Misericórdia quero, e não sacrifício.’ Pois eu não
vim chamar os que são justos, mas pecadores.”
14
Vieram então a ele os discípulos de João e
perguntaram-lhe: “Por que é que nós e os fariseus
praticamos o jejum, mas os teus discípulos não
jejuam?” 15 A isto, Jesus lhes disse: “Será que os
amigos do noivo têm razão para prantear
enquanto o noivo está com eles? Mas, virão dias
em que o noivo lhes será tirado, e então jejuarão.
16
Ninguém costura um remendo de pano não pré-
encolhido numa velha roupa exterior; pois a sua
plena força o arrancaria da roupa exterior e o
rasgão ficaria pior. 17 Tampouco se põe vinho
novo em odres velhos; mas, caso o façam, então
os odres rebentarão e o vinho se derramará, e os
odres ficarão arruinados. Mas, põe-se vinho novo
em odres novos, e ambas as coisas ficam
preservadas.”
18
Enquanto lhes dizia estas coisas, eis que
certo governante, que se havia aproximado,
começou a prestar-lhe homenagem, dizendo:
“Minha filha, agora, já deve estar morta; mas vem
e põe a tua mão sobre ela, e passará a viver.”
19
Jesus, levantando-se, começou a segui-lo; e
o mesmo fizeram os seus discípulos. 20 E eis que
uma mulher, que já por doze anos padecia dum
fluxo de sangue, veio por detrás e tocou na orla
de sua roupa exterior; 21 pois dizia para si mesma:
“Se eu apenas tocar na sua roupa exterior, ficarei
boa.” 22 Jesus, voltando-se e vendo-a, disse:
“Coragem, filha! A tua fé te fez ficar boa.” E,
daquela hora em diante, a mulher ficou boa.
23
Chegando então à casa do governante e
avistando os flautistas e a multidão em confusão
barulhenta, 24 Jesus começou a dizer: “Retirai-vos
daqui, pois a menina não morreu, mas está
dormindo.” Eles, porém, começaram a rir-se dele
desdenhosamente. 25 Assim que a multidão tinha
sido mandada para fora, ele entrou e pegou na
mão da menina, e ela se levantou.
26
Naturalmente, a notícia disso espalhou-se por
toda aquela região.
27
Enquanto Jesus passava adiante, seguiam-no
dois cegos, clamando e dizendo: “Tem
misericórdia de nós, Filho de Davi.” 28 Tendo ele
entrado na casa, dirigiram-se a ele os cegos e
Jesus perguntou-lhes: “Tendes fé que eu possa
fazer isso?” Responderam-lhe: “Sim, Senhor.”
29
Então tocou nos olhos deles, dizendo:
“Aconteça-vos segundo a vossa fé.” 30 E os olhos
deles receberam visão. Ainda mais, Jesus
advertiu-os severamente, dizendo: “Cuidai de que
ninguém venha a saber disso.” 31 Mas eles, uma
vez fora, tornaram isso público a respeito dele,
em toda aquela região.
32
Ora, enquanto estes saíam, eis que lhe
trouxeram um homem mudo, possesso dum
demônio; 33 e, tendo sido expulso o demônio, o
mudo falou. Bem, as multidões ficaram pasmadas
e disseram: “Nunca se viu nada igual em Israel.”
34
Mas os fariseus começaram a dizer: “É pelo
governante dos demônios que ele expulsa os
demônios.”
35
E Jesus empreendeu uma viagem por todas
as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas
deles e pregando as boas novas do reino, e
curando toda sorte de moléstias e toda sorte de
padecimentos. 36 Vendo as multidões, sentia
compaixão delas, porque andavam esfoladas e
empurradas dum lado para outro como ovelhas
sem pastor. 37 Ele disse então aos seus
discípulos: “Sim, a colheita é grande, mas os
trabalhadores são poucos. 38 Por isso, rogai ao
Senhor da colheita que mande trabalhadores para
a sua colheita.”

10 Convocou assim os seus doze discípulos e


deu-lhes autoridade sobre espíritos impuros, para
os expulsarem e para curarem toda sorte de
moléstias e toda sorte de padecimentos.
2
Os nomes dos doze apóstolos são estes:
Primeiro, Simão, o chamado Pedro, e André, seu
irmão; e Tiago, [filho] de Zebedeu, e João, seu
irmão; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o
cobrador de impostos; Tiago, [filho] de Alfeu, e
Tadeu; 4 Simão, o Cananita, e Judas Iscariotes,
que mais tarde o traiu.
5
A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as
seguintes ordens: “Não vos desvieis para a
estrada das nações, e não entreis em cidade
samaritana; 6 mas, ide antes continuamente às
ovelhas perdidas da casa de Israel. 7 Ao irdes,
pregai, dizendo: ‘O reino dos céus se tem
aproximado.’ 8 Curai doentes, ressuscitai mortos,
tornai limpos os leprosos, expulsai demônios. De
graça recebestes, de graça dai. 9 Não adquirais
nem ouro, nem prata, nem cobre, para os bolsos
dos vossos cintos, 10 nem alforje para a viagem,
nem duas peças de roupa interior, nem sandálias,
nem bastão; pois o trabalhador merece o seu
alimento.
11
“Em qualquer cidade ou aldeia em que
entrardes, procurai nela quem é merecedor, e
ficai ali até partirdes. 12 Ao entrardes na casa,
cumprimentai a família; 13 e, se a casa for
merecedora, venha sobre ela a paz que lhe
desejais; mas, se ela não for merecedora, volte a
vós a vossa paz. 14 Onde quer que alguém não vos
acolher ou não escutar as vossas palavras, ao
sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o
pó dos vossos pés. 15 Deveras, eu vos digo: No Dia
do Juízo será mais suportável para a terra de
Sodoma e Gomorra do que para essa cidade.
16
“Eis que eu vos envio como ovelhas no meio
de lobos; portanto, mostrai-vos cautelosos como
as serpentes, contudo, inocentes como as
pombas. 17 Guardai-vos dos homens; pois eles vos
entregarão aos tribunais locais e vos açoitarão
nas suas sinagogas. 18 Ora, sereis arrastados
perante governadores e reis, por minha causa, em
testemunho para eles e para as nações. 19 No
entanto, quando vos entregarem, não fiqueis
ansiosos quanto a como ou o que haveis de falar;
porque naquela hora vos será dado o que haveis
de falar; 20 pois, quem fala não sois apenas vós,
mas é o espírito de vosso Pai, que fala por meio
de vós. 21 Além disso, irmão entregará irmão à
morte, e o pai ao seu filho, e os filhos se
levantarão contra os pais e os farão matar. 22 E
vós sereis pessoas odiadas por todos, por causa
do meu nome; mas aquele que tiver perseverado
até o fim é o que será salvo. 23 Quando vos
perseguirem numa cidade, fugi para outra; pois,
deveras, eu vos digo: De modo algum
completareis o circuito das cidades de Israel
antes de chegar o Filho do homem.
24
“O discípulo não está acima do seu instrutor,
nem o escravo acima do seu senhor. 25 Basta que
o discípulo se torne como o seu instrutor e o
escravo como o seu senhor. Se chamaram de
Belzebu ao dono da casa, quanto mais [chamarão]
assim aos de sua família? 26 Portanto, não os
temais; pois não há nada encoberto que não
venha a ser descoberto e não há nada secreto
que não venha a ser conhecido. 27 O que eu vos
digo na escuridão, dizei na luz; e o que ouvis
sussurrado, pregai dos altos das casas. 28 E não
fiqueis temerosos dos que matam o corpo, mas
não podem matar a alma; antes, temei aquele que
pode destruir na Geena tanto a alma como o
corpo. 29 Não se vendem dois pardais por uma
moeda de pequeno valor? Contudo, nem mesmo
um deles cairá ao chão sem o [conhecimento de]
vosso Pai. 30 Porém, os próprios cabelos de vossa
cabeça estão todos contados. 31 Portanto, não
temais; vós valeis mais do que muitos pardais.
32
“Todo aquele, pois, que confessar perante os
homens estar em união comigo, eu também
confessarei perante meu Pai, que está nos céus,
estar em união com ele; 33 mas aquele que me
repudiar perante os homens, eu também o
repudiarei perante meu Pai, que está nos céus.
34
Não penseis que vim estabelecer paz na terra;
vim estabelecer, não a paz, mas a espada. 35 Pois
vim causar divisão; o homem contra seu pai, e a
filha contra sua mãe, e a jovem esposa contra
sua sogra. 36 Deveras, os inimigos do homem
serão pessoas de sua própria família. 37 Quem
tiver maior afeição pelo pai ou pela mãe do que
por mim, não é digno de mim; e quem tiver maior
afeição pelo filho ou pela filha do que por mim,
não é digno de mim. 38 E aquele que não aceita a
sua estaca de tortura e não me segue não é digno
de mim. 39 Quem achar a sua alma, perdê-la-á, e
quem perder a sua alma por minha causa, achá-
la-á.
40
“Quem vos recebe, recebe [também] a mim, e
quem me recebe, recebe [também] aquele que me
enviou. 41 Quem receber um profeta porque ele é
profeta, receberá a recompensa de profeta, e
quem receber um homem justo porque ele é
homem justo, receberá a recompensa de homem
justo. 42 E aquele que der a um destes pequenos
ainda que seja um copo de água fria a beber,
porque ele é discípulo, deveras, eu vos digo, de
nenhum modo perderá a sua recompensa.”

11 Então, quando Jesus tinha terminado de dar


instruções aos seus doze discípulos, partiu dali
para ensinar e pregar nas cidades deles.
2
João, na cadeia, porém, tendo ouvido [falar]
das obras do Cristo, enviou os seus próprios
discípulos 3 e mandou dizer-lhe: “És tu Aquele
Que Vem, ou devemos esperar alguém diferente?”
4
Jesus disse-lhes, em resposta: “Ide e relatai a
João o que ouvis e vedes: 5 Os cegos estão vendo
novamente e os coxos estão andando, os leprosos
estão sendo purificados e os surdos estão
ouvindo, e os mortos estão sendo levantados, e
aos pobres estão sendo declaradas as boas
novas; 6 e feliz é aquele que não achar em mim
nenhuma causa para tropeço.”
7
Enquanto estes estavam em caminho, Jesus
principiou a dizer às multidões a respeito de
João: “O que fostes ver no ermo? Uma cana
jogada pelo vento? 8 O que, pois, fostes ver lá
fora? Um homem vestido de roupagem macia?
Ora, os que vestem roupagem macia estão nas
casas dos reis. 9 Realmente, então, por que
fostes lá fora? Para ver um profeta? Sim, eu vos
digo, e muito mais do que um profeta. 10 Este é
aquele a respeito de quem se escreveu: ‘Eis que
eu mesmo envio o meu mensageiro diante da tua
face, o qual preparará o teu caminho adiante de
ti!’ 11 Deveras, eu vos digo: Entre os nascidos de
mulheres não se levantou ninguém maior do que
João Batista; mas aquele que é menor no reino
dos céus é maior do que ele. 12 Mas, desde os
dias de João Batista até agora, o reino dos céus
é o alvo para o qual os homens avançam
impetuosamente, e os que avançam
impetuosamente se apoderam dele. 13 Pois todos,
os Profetas e a Lei, profetizaram até João; 14 e,
se quiserdes aceitá-lo: Ele mesmo é ‘Elias, que
está destinado a vir’. 15 Escute quem tem ouvidos.
16
“Com quem compararei esta geração? Ela é
semelhante às criancinhas sentadas nas feiras,
que gritam para seus companheiros de folguedos,
17
dizendo: ‘Nós tocamos flauta para vós, mas não
dançastes; lamuriamos, mas não vos batestes em
lamento.’ 18 Correspondentemente, João não veio
nem comendo nem bebendo, contudo dizem: ‘Ele
tem demônio’; 19 o Filho do homem veio comendo
e bebendo, todavia dizem: ‘Eis um homem comilão
e dado a beber vinho, amigo de cobradores de
impostos e de pecadores.’ Não obstante, a
sabedoria é provada justa pelas suas obras.”
20
Principiou então a censurar as cidades nas
quais se realizaram a maioria das suas obras
poderosas, porque não se arrependeram: 21 “Ai de
ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se
tivessem ocorrido em Tiro e Sídon as obras
poderosas que ocorreram em vós, há muito se
teriam arrependido em saco e cinzas.
22
Conseqüentemente, eu vos digo: No Dia do
Juízo será mais suportável para Tiro e Sídon do
que para vós. 23 E tu, Cafarnaum, serás por acaso
enaltecida ao céu? Até o Hades descerás; porque,
se as obras poderosas que ocorreram em ti
tivessem ocorrido em Sodoma, ela teria
permanecido até o dia de hoje.
24
Conseqüentemente, eu vos digo: No Dia do
Juízo será mais suportável para a terra de
Sodoma do que para ti.”
25
Naquela ocasião, Jesus disse, em resposta:
“Eu te louvo publicamente, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, porque escondeste estas coisas dos
sábios e dos intelectuais, e as revelaste aos
pequeninos. 26 Sim, ó Pai, porque fazer assim veio
a ser o modo aprovado por ti. 27 Todas as coisas
me foram entregues por meu Pai, e ninguém
conhece plenamente o Filho, exceto o Pai,
tampouco há quem conheça plenamente o Pai,
exceto o Filho e todo aquele a quem o Filho
estiver disposto a revelá-lo. 28 Vinde a mim, todos
os que estais labutando e que estais
sobrecarregados, e eu vos reanimarei. 29 Tomai
sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, pois sou
de temperamento brando e humilde de coração, e
achareis revigoramento para as vossas almas.
30
Pois o meu jugo é benévolo e minha carga é
leve.”

12 Naquela época, Jesus passou pelas searas,


no sábado. Seus discípulos ficaram com fome e
principiaram a arrancar espigas e a comer.
2
Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: “Eis que
teus discípulos estão fazendo o que não é lícito
fazer no sábado.” 3 Ele lhes disse: “Não lestes o
que Davi fez quando ele e seus homens ficaram
com fome? 4 Como entrou na casa de Deus, e
comeram os pães da apresentação, algo que não
lhe era lícito comer, nem aos que estavam com
ele, mas apenas aos sacerdotes? 5 Ou, não lestes
na Lei que os sacerdotes no templo, nos sábados,
não tratam o sábado como sagrado e permanecem
sem culpa? 6 Mas eu vos digo que algo maior do
que o templo está aqui. 7 No entanto, se tivésseis
entendido o que significa: ‘Misericórdia quero, e
não sacrifício’, não teríeis condenado os
inocentes. 8 Porque Senhor do sábado é o que é o
Filho do homem.”
9
Tendo partido dali, entrou na sinagoga deles;
10
e eis que havia ali um homem com a mão
ressequida! De modo que lhe perguntaram: “É
lícito curar no sábado?” para que pudessem
conseguir uma acusação contra ele. 11 Ele lhes
disse: “Quem é o homem entre vós que, tendo
uma só ovelha, e, caindo esta numa cova, no
sábado, não a agarra e levanta para fora?
12
Afinal de contas, quanto mais vale um homem
que uma ovelha! Por isso é lícito fazer uma coisa
excelente no sábado.” 13 Disse então ao homem:
“Estende a tua mão.” E ele a estendeu, e ela foi
restabelecida sã como a outra mão. 14 Mas os
fariseus saíram e realizaram uma consulta contra
ele, para que o pudessem destruir. 15 Jesus, vindo
a saber [disso], retirou-se dali. Muitos o
seguiram, também, e ele os curou a todos, 16 mas
advertiu-os estritamente que não o tornassem
manifesto; 17 para que se cumprisse o que fora
dito por intermédio de Isaías, o profeta, que
disse:
18
“Eis o meu servo a quem tenho escolhido,
meu amado, a quem a minha alma tem aprovado!
Porei sobre ele o meu espírito e ele esclarecerá
às nações o que é justiça. 19 Não altercará, nem
gritará, nem ouvirá alguém a sua voz nas ruas
largas. 20 Não esmagará nenhuma cana
machucada, tampouco extinguirá qualquer mecha
fumegante, até enviar a justiça com bom êxito.
21
Deveras, em seu nome esperarão as nações.”
22
Trouxeram-lhe então um homem possesso de
demônio, cego e mudo, e ele o curou, de modo
que o mudo falava e via. 23 Ora, todas as
multidões ficaram simplesmente arrebatadas e
começaram a dizer: “Não é este talvez o Filho de
Davi?” 24 Ouvindo isso, os fariseus disseram:
“Este não expulsa os demônios senão por meio de
Belzebu, o governante dos demônios.”
25
Conhecendo os pensamentos deles, disse-lhes:
“Todo reino dividido contra si mesmo cai em
desolação, e toda cidade ou casa dividida contra
si mesma não permanece. 26 Do mesmo modo, se
Satanás expulsa a Satanás, ele ficou dividido
contra si mesmo; como permanecerá então o seu
reino? 27 Ainda mais, se eu expulso os demônios
por meio de Belzebu, por meio de quem os
expulsam os vossos filhos? É por isso que eles
serão os vossos juízes. 28 Mas, se é por meio do
espírito de Deus que eu expulso os demônios, o
reino de Deus vos tem realmente alcançado. 29 Ou
como pode alguém invadir a casa dum homem
forte e apoderar-se de seus bens móveis, a menos
que primeiro amarre o homem forte? E depois
saqueará a casa dele. 30 Quem não está do meu
lado é contra mim, e quem comigo não ajunta,
espalha.
31
“Por esta razão, eu vos digo: Toda sorte de
pecado e blasfêmia será perdoada aos homens,
mas a blasfêmia contra o espírito não será
perdoada. 32 Por exemplo, quem falar uma palavra
contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas
quem falar contra o espírito santo, não lhe será
perdoado, não, nem neste sistema de coisas, nem
no que há de vir.
33
“Ou tornais a árvore excelente e seu fruto
excelente, ou tornais a árvore podre e seu fruto
podre; pois é pelo seu fruto que se conhece a
árvore. 34 Descendência de víboras, como podeis
falar coisas boas quando sois iníquos? Pois é da
abundância do coração que a boca fala. 35 O
homem bom, do seu bom tesouro, envia coisas
boas, ao passo que o homem iníquo, do seu
tesouro iníquo, envia coisas iníquas. 36 Eu vos
digo que de toda declaração sem proveito que os
homens fizerem prestarão contas no Dia do Juízo;
37
pois é pelas tuas palavras que serás declarado
justo e é pelas tuas palavras que serás
condenado.”
38
Respondendo-lhe então alguns escribas e
fariseus, disseram: “Instrutor, queremos ver um
sinal da tua parte.” 39 Em resposta, disse-lhes:
“Uma geração iníqua e adúltera persiste em
buscar um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado,
exceto o sinal de Jonas, o profeta. 40 Porque,
assim como Jonas esteve três dias e três noites
no ventre do enorme peixe, assim estará também
o Filho do homem três dias e três noites no
coração da terra. 41 Homens de Nínive se
levantarão no julgamento com esta geração e a
condenarão; porque eles se arrependeram com o
que Jonas pregou, mas, eis que algo maior do que
Jonas está aqui. 42 A rainha do sul será levantada
no julgamento com esta geração e a condenará;
porque ela veio dos confins da terra para ouvir a
sabedoria de Salomão, mas, eis que algo maior do
que Salomão está aqui.
43
“Quando um espírito impuro sai dum homem,
passa por lugares áridos em busca dum lugar de
descanso, e não o acha. 44 Então diz: ‘Voltarei
para a minha casa da qual me mudei’; e,
chegando, acha-a desocupada, mas varrida e
adornada. 45 Então vai e toma consigo sete
espíritos diferentes, mais iníquos do que ele
mesmo, e, entrando, ficam morando ali; e a
situação final desse homem torna-se pior do que
a primeira. É assim que será também com esta
geração iníqua.”
46
Enquanto ainda falava às multidões, eis que
sua mãe e seus irmãos ficaram parados lá fora,
procurando falar-lhe. 47 Portanto, alguém lhe
disse: “Eis que a tua mãe e teus irmãos estão
parados lá fora, procurando falar-te.” 48 Em
resposta, ele disse ao que lhe dizia isso: “Quem é
minha mãe e quem são meus irmãos?” 49 E,
estendendo a mão para os seus discípulos, disse:
“Eis minha mãe e meus irmãos! 50 Pois todo
aquele que faz a vontade de meu Pai que está no
céu, este é meu irmão, e [minha] irmã e [minha]
mãe.”

13 Jesus, naquele dia, tendo saído de casa,


estava sentado à beira do mar; 2 e ajuntaram-se a
ele grandes multidões, de modo que entrou num
barco e se assentou, e toda a multidão estava em
pé na praia. 3 Disse-lhes então muitas coisas por
meio de ilustrações, dizendo: “Eis que um
semeador saiu a semear; 4 e, ao passo que
semeava, algumas [sementes] caíram à beira da
estrada, e vieram as aves e as comeram. 5 Outras
caíram em lugares pedregosos, onde não tinham
muito solo, e brotaram imediatamente, por não
terem profundidade de solo. 6 Mas, ao se levantar
o sol, ficaram queimadas, e, por não terem raiz,
murcharam. 7 Outras, também, caíram entre os
espinhos, e os espinhos cresceram e as
sufocaram. 8 Ainda outras caíram em solo
excelente e começaram a dar fruto, esta cem
vezes mais, aquela sessenta vezes mais, outra
trinta vezes mais. 9 Escute aquele que tem
ouvidos.”
10
Vieram assim os seus discípulos e lhe
disseram: “Por que é que lhes falas usando
ilustrações?” 11 Em resposta, ele disse: “A vós é
concedido entender os segredos sagrados do
reino dos céus, mas a esses não é concedido.
12
Pois a todo aquele que tiver, dar-se-á mais e
far-se-á abundar; mas a todo o que não tiver, até
mesmo o que tiver será tirado dele. 13 É por isso
que lhes falo usando ilustrações, porque olhando,
olham em vão, e ouvindo, ouvem em vão, nem
entendem; 14 e é neles que tem cumprimento a
profecia de Isaías, que diz: ‘Ouvindo ouvireis,
mas de modo algum entendereis; e olhando
olhareis, mas de modo algum vereis. 15 Pois o
coração deste povo tem ficado embotado e seus
ouvidos têm ouvido sem reação, e eles têm
fechado os olhos; para que nunca vissem com os
olhos, nem ouvissem com os ouvidos, nem
entendessem com os corações e se voltassem, e
eu os sarasse.’
16
“No entanto, felizes são os vossos olhos
porque observam, e os vossos ouvidos porque
ouvem. 17 Pois, deveras, eu vos digo: Muitos
profetas e homens justos desejaram ver o que vós
estais observando e não o viram, e ouvir as
coisas que vós estais ouvindo e não as ouviram.
18
“Escutai, então, a ilustração do homem que
semeou. 19 Quando alguém ouve a palavra do
reino, mas não a entende, vem o iníquo e arrebata
o que foi semeado no seu coração; este é o
semeado à beira da estrada. 20 Quanto ao
semeado nos lugares pedregosos, este é o que
ouve a palavra e a aceita imediatamente com
alegria. 21 Contudo, ele não tem raiz em si mesmo,
mas continua por algum tempo, e depois de ter
surgido tribulação ou perseguição, por causa da
palavra, logo tropeça. 22 Quanto ao semeado entre
os espinhos, este é o que ouve a palavra, mas as
ansiedades deste sistema de coisas e o poder
enganoso das riquezas sufocam a palavra, e ele
se torna infrutífero. 23 Quanto ao semeado em
solo excelente, este é o que ouve a palavra e a
entende, que realmente dá fruto e produz, este
cem vezes mais, aquele sessenta vezes mais,
outro trinta vezes mais.”
24
Apresentou-lhes outra ilustração, dizendo: “O
reino dos céus tem-se tornado semelhante a um
homem que semeou excelente semente no seu
campo. 25 Enquanto os homens dormiam, veio seu
inimigo e semeou por cima joio entre o trigo, e foi
embora. 26 Quando a lâmina cresceu e produziu
fruto, apareceu também o joio. 27 Vieram assim os
escravos do dono de casa e disseram-lhe: ‘Amo,
não semeaste excelente semente no teu campo?
Donde lhe veio então o joio?’ 28 Disse-lhes ele:
‘Um inimigo, um homem, fez isso.’ Disseram-lhe:
‘Queres, pois, que vamos e o reunamos?’ 29 Ele
disse: ‘Não; para que não aconteça que, ao
reunirdes o joio, desarraigueis também com ele o
trigo. 30 Deixai ambos crescer juntos até a
colheita; e na época da colheita direi aos
ceifeiros: Reuni primeiro o joio e o amarrai em
feixes para ser queimado, depois ide ajuntar o
trigo ao meu celeiro.’”
31
Apresentou-lhes outra ilustração, dizendo: “O
reino dos céus é semelhante a um grão de
mostarda, que um homem tomou e plantou no seu
campo; 32 o qual, de fato, é a menor de todas as
sementes, mas, quando desenvolvida, é a maior
das hortaliças e se torna uma árvore, de modo
que as aves do céu vêm e acham pousada entre
os seus ramos.”
33
Disse-lhes ainda outra ilustração: “O reino
dos céus é semelhante ao fermento que certa
mulher tomou e escondeu em três grandes
medidas de farinha, até que a massa inteira ficou
levedada.”
34
Todas estas coisas falou Jesus às multidões
por meio de ilustrações. Deveras, nada lhes
falava sem ilustração; 35 para que se cumprisse o
que fora dito por intermédio do profeta, que
disse: “Abrirei a boca com ilustrações, publicarei
as coisas escondidas desde a fundação.”
36
Despedindo então as multidões, entrou na
casa. E vieram a ele os seus discípulos e
disseram: “Explica-nos a ilustração do joio no
campo.” 37 Em resposta, ele disse: “O semeador
da semente excelente é o Filho do homem; 38 o
campo é o mundo; quanto à semente excelente,
estes são os filhos do reino; mas o joio são os
filhos do iníquo, 39 e o inimigo que o semeou é o
Diabo. A colheita é a terminação dum sistema de
coisas e os ceifeiros são os anjos. 40 Portanto,
assim como o joio é reunido e queimado no fogo,
assim será na terminação do sistema de coisas.
41
O Filho do homem enviará os seus anjos, e
estes reunirão dentre o seu reino todas as coisas
que causam tropeço e os que fazem o que é
contra a lei, 42 e lançá-los-ão na fornalha ardente.
Ali é que haverá o [seu] choro e o ranger de
[seus] dentes. 43 Naquele tempo, os justos
brilharão tão claramente como o sol, no reino de
seu Pai. Escute aquele que tem ouvidos.
44
“O reino dos céus é semelhante a um tesouro
escondido no campo, que certo homem achou e
escondeu; e, na sua alegria, vai e vende todas as
coisas que tem e compra aquele campo.
45
“Novamente, o reino dos céus é semelhante a
um comerciante viajante que buscava pérolas
excelentes. 46 Ao achar uma pérola de grande
valor, foi e vendeu prontamente todas as coisas
que tinha e a comprou.
47
“Novamente, o reino dos céus é semelhante a
uma rede de arrasto lançada ao mar e que
apanhou [peixes] de toda espécie. 48 Quando ela
ficou cheia, arrastaram-na para a praia, e,
assentando-se, reuniram os excelentes em vasos,
mas os imprestáveis lançaram fora. 49 Assim será
na terminação do sistema de coisas: os anjos
sairão e separarão os iníquos dos justos, 50 e
lançá-los-ão na fornalha ardente. Ali é que haverá
o [seu] choro e o ranger de [seus] dentes.
51
“Compreendestes o sentido de todas estas
coisas?” Eles lhe disseram: “Sim.” 52 Então lhes
disse: “Sendo este o caso, todo instrutor público,
quando ensinado a respeito do reino dos céus, é
semelhante a um homem, dono de casa, que tira
do seu tesouro coisas novas e velhas.”
53
Terminando Jesus estas ilustrações, foi dali
atravessando o país. 54 E, chegando ao seu
próprio território, começou a ensiná-los nas
sinagogas deles, de modo que ficaram
assombrados e disseram: “Onde obteve este
homem tal sabedoria e tais obras poderosas?
55
Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama
a sua mãe Maria e seus irmãos Tiago, e José, e
Simão, e Judas? 56 E suas irmãs, não estão todas
elas aqui conosco? Onde obteve, então, este
homem todas essas coisas?” 57 De modo que
começaram a tropeçar por causa dele. Mas Jesus
disse-lhes: “Um profeta não passa sem honra a
não ser no seu próprio território e em sua própria
casa.” 58 E não fez ali muitas obras poderosas,
por terem eles falta de fé.

14 Naquele mesmo tempo, Herodes, o


governante distrital, ouviu relatos sobre Jesus 2 e
disse aos seus servos: “Este é João Batista. Ele
foi levantado dentre os mortos, e é por isso que
operam nele obras poderosas.” 3 Pois Herodes
havia mandado prender a João, amarrando-o e
lançando-o na prisão, por causa de Herodias,
esposa de Filipe, seu irmão. 4 Porque João lhe
estivera dizendo: “Não te é lícito tê-la.” 5 No
entanto, embora quisesse matá-lo, temia a
multidão, pois consideravam-no profeta. 6 Mas,
quando se celebrava o aniversário natalício de
Herodes, dançou nesta ocasião a filha de
Herodias, e ela agradou tanto a Herodes, 7 que
ele prometeu com juramento dar-lhe tudo o que
pedisse. 8 Ela disse então, sob as instigações de
sua mãe: “Dá-me aqui numa travessa a cabeça de
João Batista.” 9 O rei, embora contristado, em
respeito pelos seus juramentos e pelos que se
recostavam com ele, ordenou que lhe fosse
entregue; 10 e mandou e fez que João fosse
decapitado na prisão. 11 E a cabeça dele foi
trazida numa travessa e entregue à donzela, e ela
a levou à sua mãe. 12 Por fim, vindo os discípulos
dele, removeram o seu cadáver e o enterraram; e
vieram relatá-lo a Jesus. 13 Ouvindo isso, Jesus
retirou-se dali de barco para um lugar solitário,
para isolamento; mas as multidões, chegando a
ouvir isso, seguiram-no a pé, vindo das cidades.
14
Saindo ele então, viu uma grande multidão; e
teve pena deles e curou os seus doentes. 15 Mas,
ao cair a noite, chegaram-se a ele seus discípulos
e disseram: “O lugar é solitário e a hora já está
bem avançada; despede as multidões, para que
possam entrar nas aldeias e comprar para si algo
para comer.” 16 No entanto, Jesus disse-lhes:
“Não precisam ir embora; dai-lhes vós algo para
comer.” 17 Disseram-lhe: “Não temos aqui senão
cinco pães e dois peixes.” 18 Ele disse: “Trazei-
mos aqui.” 19 A seguir, ordenou que as multidões
se recostassem na grama, e tomou os cinco pães
e os dois peixes, e, olhando para o céu, proferiu
uma bênção, e, depois de partir os pães,
distribuiu-os entre os discípulos, e os discípulos,
por sua vez, entre as multidões. 20 Todos
comeram assim e ficaram satisfeitos, e
recolheram os pedaços que sobraram, doze
cestos cheios. 21 Contudo, os que comeram foram
cerca de cinco mil homens, além de mulheres e
criancinhas. 22 Daí, sem demora, compeliu os
discípulos a entrar no barco e a partir na sua
frente para a outra margem, enquanto ele
despedia as multidões.
23
Por fim, tendo despedido as multidões, subiu
sozinho ao monte para orar. Embora ficasse
tarde, estava ali sozinho. 24 O barco já estava
então a muitas centenas de metros da terra,
sendo duramente castigado pelas ondas, porque o
vento era contrário. 25 Mas, no período da quarta
vigília da noite, foi ter com eles andando sobre o
mar. 26 Quando o avistaram andando sobre o mar,
os discípulos ficaram perturbados, dizendo: “É
uma aparição!” E clamaram de temor. 27 Mas,
Jesus falou-lhes imediatamente com as palavras:
“Coragem! Sou eu; não temais.” 28 Pedro disse-
lhe, em resposta: “Senhor, se és tu, ordena-me ir
ter contigo por cima das águas.” 29 Ele disse:
“Vem.” Em vista disso, Pedro, descendo do barco,
andou por cima das águas e dirigiu-se a Jesus.
30
Mas, olhando para a ventania, ficou com medo,
e, começando a afundar-se, clamou: “Senhor,
salva-me!” 31 Estendendo imediatamente a mão,
Jesus agarrou-o e disse-lhe: “Ó tu, de pouca fé,
por que cedeste à dúvida?” 32 E, depois de terem
novamente subido ao barco, cessou a ventania.
33
Os que estavam no barco prestaram-lhe então
homenagem, dizendo: “Tu és realmente o Filho de
Deus.” 34 E fizeram a travessia, desembarcando
em Genesaré.
35
Reconhecendo-o os homens daquele lugar,
mandaram avisar toda a região circunvizinha, e o
povo trouxe-lhe todos os que estavam enfermos.
36
E instavam com ele para que pudessem ao
menos tocar a orla de sua roupa exterior; e todos
os que a tocaram ficaram completamente bons.

15 Chegaram-se então a Jesus alguns fariseus


e escribas, de Jerusalém, dizendo: 2 “Por que
infringem os teus discípulos a tradição dos
homens dos tempos anteriores? Por exemplo, não
lavam as mãos quando estão para tomar uma
refeição.”
3
Em resposta, disse-lhes: “Por que é também
que vós infringis o mandamento de Deus por
causa da vossa tradição? 4 Por exemplo, Deus
disse: ‘Honra a teu pai e a tua mãe’; e: ‘Quem
injuriar pai ou mãe, acabe na morte.’ 5 Mas vós
dizeis: ‘Quem disser ao seu pai ou à sua mãe:
“Tudo o que eu tenho, que da minha parte te
poderia ser de proveito, é uma dádiva dedicada a
Deus”, 6 este absolutamente não deve mais
honrar a seu pai.’ E assim invalidastes a palavra
de Deus por causa da vossa tradição.
7
Hipócritas! Isaías profetizou aptamente a vosso
respeito, quando disse: 8 ‘Este povo honra-me
com os lábios, mas o seu coração está muito
longe de mim. 9 É em vão que persistem em
adorar-me, porque ensinam por doutrinas os
mandados de homens.’” 10 Com isso chamou mais
perto a multidão, e disse-lhes: “Escutai e
compreendei o sentido disso: 11 Não o que entra
pela boca é o que avilta o homem; mas o que sai
da boca é o que avilta o homem.”
12
Os discípulos aproximaram-se, então, e lhe
disseram: “Sabes que os fariseus tropeçaram por
ouvirem o que disseste?” 13 Em resposta, ele
disse: “Toda planta que meu Pai celestial não
tiver plantado será desarraigada. 14 Deixai-os.
Guias cegos é o que eles são. Se, pois, um cego
guiar outro cego, ambos cairão numa cova.”
15
Respondendo, disse-lhe Pedro: “Esclarece-nos a
ilustração.” 16 A isso ele disse: “Estais vós
também ainda sem entendimento? 17 Não
percebeis que tudo o que entra pela boca passa
para os intestinos e é eliminado para o esgoto?
18
No entanto, as coisas procedentes da boca
saem do coração, e estas coisas aviltam o
homem. 19 Por exemplo, do coração vêm
raciocínios iníquos, assassínios, adultérios,
fornicações, ladroagens, falsos testemunhos,
blasfêmias. 20 Estas são as coisas que aviltam o
homem; mas tomar uma refeição sem lavar as
mãos não é o que avilta o homem.”
21
Partindo dali, Jesus retirou-se então para os
lados de Tiro e Sídon. 22 E eis que uma mulher
fenícia, daquelas regiões, saiu e gritou alto,
dizendo: “Tem misericórdia de mim, Senhor, Filho
de Davi. Minha filha está muito endemoninhada.”
23
Mas ele não lhe respondeu nenhuma palavra. De
modo que seus discípulos se aproximaram e
começaram a solicitar-lhe: “Manda-a embora;
porque persiste em clamar atrás de nós.” 24 Em
resposta, ele disse: “Não fui enviado a ninguém
senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.”
25
Chegando a mulher, começou a prestar-lhe
homenagem, dizendo: “Senhor, ajuda-me!” 26 Em
resposta, ele disse: “Não é direito tirar o pão dos
filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.” 27 Ela disse:
“Sim, Senhor; mas, realmente, os cachorrinhos
comem as migalhas que caem da mesa dos seus
amos.” 28 Jesus disse-lhe então, em resposta: “Ó
mulher, grande é a tua fé; aconteça-te conforme
desejas.” E a filha dela ficou curada daquela hora
em diante.
29
Atravessando dali o país, Jesus veio a seguir
para perto do mar da Galiléia, e, tendo subido ao
monte, estava assentado ali. 30 Aproximaram-se-
lhe então grandes multidões, trazendo coxos,
aleijados, cegos, mudos e muitos outros, e quase
que os lançavam aos seus pés, e ele os curava;
31
de modo que a multidão ficou pasmada de ver
os mudos falar, e os coxos andar, e os cegos ver,
e glorificavam o Deus de Israel.
32
Mas Jesus chamou a si os seus discípulos e
disse: “Tenho pena da multidão, porque já faz
três dias que ficaram comigo e não têm nada para
comer; e eu não quero mandá-los embora em
jejum. Poderiam desfalecer pela estrada.” 33 No
entanto, os discípulos lhe disseram: “Onde vamos
arranjar neste lugar solitário pães suficientes
para satisfazer uma multidão deste tamanho?”
34
A isso Jesus disse-lhes: “Quantos pães
tendes?” Disseram: “Sete, e alguns peixinhos.”
35
Portanto, depois de mandar a multidão
recostar-se no chão, 36 tomou os sete pães e os
peixes, e, tendo dado graças, partiu-os e
começou a distribuí-los entre os discípulos, e os
discípulos, por sua vez, entre as multidões. 37 E
todos comeram e ficaram satisfeitos, e
recolheram dos pedaços que sobraram sete
cabazes cheios. 38 Contudo, os que comeram
foram quatro mil homens, além de mulheres e
criancinhas. 39 Por fim, depois de despedir as
multidões, entrou no barco e chegou às regiões
de Magadã.

16 Ali se aproximaram dele os fariseus e


saduceus, e, tentando-o, pediram-lhe que lhes
mostrasse um sinal do céu. 2 Em resposta, disse-
lhes: “[[Ao cair a noite, costumais dizer: ‘Haverá
tempo bom, pois o céu está vermelho’; 3 e, de
manhã: ‘Hoje haverá tempo frio e chuvoso, pois o
céu está vermelho, mas de aspecto sombrio.’ Vós
sabeis interpretar a aparência do céu, mas os
sinais dos tempos não podeis interpretar.]] 4 Uma
geração iníqua e adúltera persiste em buscar um
sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o
sinal de Jonas.” Com isto se afastou, deixando-os
atrás.
5
Os discípulos passaram então para a outra
margem e se esqueceram de levar pães. 6 Jesus
disse-lhes: “Mantende os olhos abertos e vigiai-
vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.”
7
Começaram assim a raciocinar entre si, dizendo:
“Não trouxemos pães conosco.” 8 Sabendo isso,
Jesus disse: “Por que raciocinais assim entre
vós, por não terdes pães, vós os de pouca fé?
9
Não compreendeis ainda a questão, ou não vos
lembrais dos cinco pães, no caso dos cinco mil, e
de quantos cestos recolhestes? 10 Ou dos sete
pães, no caso dos quatro mil, e de quantos
cabazes recolhestes? 11 Como é que não discernis
que não vos falei de pães? Mas, vigiai-vos do
fermento dos fariseus e dos saduceus.”
12
Compreenderam então que ele dissera que se
vigiassem, não do fermento dos pães, mas do
ensino dos fariseus e dos saduceus.
13
Tendo então chegado às regiões de Cesaréia
de Filipe, Jesus foi perguntar a seus discípulos:
“Quem dizem os homens ser o Filho do homem?”
14
Disseram: “Alguns dizem João Batista, outros,
Elias, ainda outros, Jeremias ou um dos
profetas.” 15 Disse-lhes ele: “Vós, porém, quem
dizeis que eu sou?” 16 Em resposta, Simão Pedro
disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.”
17
Jesus lhe disse, em resposta: “Feliz és tu,
Simão, filho de Jonas, porque [isso] não te foi
revelado por carne e sangue, mas por meu Pai,
que está nos céus. 18 Também, eu te digo: Tu és
Pedro, e sobre esta rocha construirei a minha
congregação, e os portões do Hades não a
vencerão. 19 Eu te darei as chaves do reino dos
céus, e tudo o que amarrares na terra, será a
coisa amarrada nos céus, e tudo o que soltares
na terra, será a coisa solta nos céus.” 20 Advertiu,
então, severamente os discípulos que não
dissessem a ninguém que ele era o Cristo.
21
Daquele tempo em diante, Jesus Cristo
principiou a mostrar aos seus discípulos que ele
tinha de ir a Jerusalém e sofrer muitas coisas da
parte dos anciãos, e dos principais sacerdotes, e
dos escribas, e [que tinha] de ser morto e de ser
levantado no terceiro dia. 22 Em vista disso,
Pedro, tomando-o à parte, principiou a censurá-lo,
dizendo: “Sê benigno contigo mesmo, Senhor; não
terás absolutamente tal [destino].” 23 Mas ele,
voltando-lhe as costas, disse a Pedro: “Para trás
de mim, Satanás! Tu és para mim pedra de
tropeço, porque não tens os pensamentos de
Deus, mas os de homens.”
24
Jesus disse então aos seus discípulos: “Se
alguém quer vir após mim negue-se a si mesmo e
apanhe a sua estaca de tortura, e siga-me
continuamente. 25 Pois, todo aquele que quiser
salvar a sua alma, perdê-la-á; mas todo aquele
que perder a sua alma por minha causa, achá-la-
á. 26 Pois, de que proveito será para o homem, se
ele ganhar o mundo inteiro, mas pagar com a
perda da sua alma? Ou que dará o homem em
troca de sua alma? 27 Porque o Filho do homem
está destinado a vir na glória de seu Pai, com os
seus anjos, e então recompensará a cada um
segundo o seu comportamento. 28 Deveras, eu vos
digo que há alguns dos parados aqui que não
provarão absolutamente a morte, até que primeiro
vejam o Filho do homem vir no seu reino.”

17 Seis dias depois, Jesus tomou a Pedro, e a


Tiago, e a João, irmão deste, e levou-os à parte,
a um alto monte. 2 E ele foi transfigurado diante
deles, e o seu rosto brilhava como o sol, e a sua
roupagem exterior tornou-se brilhante como a luz.
3
E eis que lhes apareceram Moisés e Elias,
conversando com ele. 4 Como resposta, Pedro
disse a Jesus: “Senhor, é excelente que
estejamos aqui. Se desejares, armarei aqui três
tendas, uma para ti, e uma para Moisés, e uma
para Elias.” 5 Enquanto ele ainda falava, eis que
uma nuvem luminosa os encobriu, e eis uma voz
vinda da nuvem, dizendo: “Este é meu Filho, o
amado, a quem tenho aprovado; escutai-o.”
6
Ouvindo isso, os discípulos prostraram-se com
os seus rostos [em terra] e ficaram com muito
medo. 7 Jesus aproximou-se, então, e, tocando-os,
disse: “Levantai-vos e não temais.” 8 Ao
levantarem os olhos, não viram mais ninguém a
não ser Jesus sozinho. 9 E, ao descerem do
monte, Jesus ordenou-lhes, dizendo: “A ninguém
conteis esta visão, até que o Filho do homem seja
levantado dentre os mortos.”
10
No entanto, os discípulos fizeram-lhe a
pergunta: “Por que dizem então os escribas que
Elias tem de vir primeiro?” 11 Em resposta, ele
disse: “Elias, de fato, vem e restabelecerá todas
as coisas. 12 No entanto, eu vos digo que Elias já
veio e não o reconheceram, mas fizeram com ele
o que quiseram. Do mesmo modo também o Filho
do homem está destinado a sofrer às mãos
deles.” 13 Os discípulos perceberam então que
lhes falara de João Batista.
14
E, ao se chegarem à multidão, aproximou-se-
lhe um homem que se ajoelhou diante dele e
disse: 15 “Senhor, tem misericórdia de meu filho,
porque ele é epiléptico e está enfermo, pois cai
muitas vezes no fogo e muitas vezes na água; 16 e
eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não o
puderam curar.” 17 Jesus disse, em resposta: “Ó
geração sem fé e deturpada, até quando terei de
continuar convosco? Até quando terei de
suportar-vos? Trazei-mo aqui.” 18 Jesus censurou
então o demônio e este saiu dele; e o menino
ficou curado daquela hora em diante.
19
Chegando-se então os discípulos a Jesus, em
particular, disseram: “Por que é que nós não
pudemos expulsá-lo?” 20 Ele lhes disse: “Por
terdes pouca fé. Pois, deveras, eu vos digo: Se
tiverdes fé do tamanho dum grão de mostarda,
direis a este monte: ‘Transfere-te daqui para lá’,
e ele se transferirá, e nada vos será impossível.”
21
——
22
Foi quando estavam ajuntados na Galiléia
que Jesus lhes disse: “O Filho do homem está
destinado a ser traído às mãos dos homens, 23 e o
matarão, e no terceiro dia ele será levantado.”
Conseqüentemente, ficaram muito contristados.
24
Chegando eles a Cafarnaum, dirigiram-se a
Pedro os homens que cobravam as duas dracmas
[de imposto] e disseram: “Não paga o vosso
instrutor as duas dracmas [de imposto]?” 25 Ele
disse: “Sim.” No entanto, quando entrou na casa,
Jesus adiantou-se-lhe por dizer: “O que achas,
Simão? De quem recebem os reis da terra os
direitos ou o imposto por cabeça? Dos seus filhos
ou dos estranhos?” 26 Quando ele disse: “Dos
estranhos”, Jesus disse-lhe: “Realmente, então,
os filhos estão isentos de impostos. 27 Mas, para
que não os façamos tropeçar, vai ao mar, lança o
anzol e toma o primeiro peixe apanhado, e,
quando lhe abrires a boca, acharás uma moeda de
estáter. Leva-a e dá-lha por mim e por ti.”

18 Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os


discípulos e disseram: “Quem é realmente o maior
no reino dos céus?” 2 Portanto, chamando a si
uma criancinha, colocou-a no meio deles 3 e
disse: “Deveras, eu vos digo: A menos que deis
meia-volta e vos torneis como criancinhas, de
modo algum entrareis no reino dos céus. 4 Por
isso, todo aquele que se humilhar, semelhante a
esta criancinha, é o que é o maior no reino dos
céus; 5 e todo aquele que receber uma de tais
criancinhas à base do meu nome, [também] a mim
me recebe. 6 Mas, todo aquele que fizer tropeçar
a um destes pequenos que têm fé em mim, para
este seria mais proveitoso que se lhe pendurasse
em volta do pescoço uma mó daquelas que o
burro faz girar e que fosse afundado no alto-mar.
7
“Ai do mundo, devido às pedras de tropeço!
Naturalmente, é necessário que venham pedras
de tropeço, mas ai do homem por meio de quem
vem a pedra de tropeço! 8 Se, pois, a tua mão ou
o teu pé te faz tropeçar, corta-o e lança-o para
longe de ti; é melhor para ti entrares na vida
aleijado ou coxo, do que seres lançado com duas
mãos ou dois pés no fogo eterno. 9 Também, se o
teu olho te faz tropeçar, arranca-o e lança-o para
longe de ti; é melhor para ti entrares com um só
olho na vida, do que seres com os dois olhos
lançado na Geena ardente. 10 Cuidai de que não
desprezeis a um destes pequenos; pois eu vos
digo que os seus anjos no céu sempre observam o
rosto de meu Pai, que está no céu. 11 ——
12
“Que pensais? Se um certo homem vem a ter
cem ovelhas e uma delas se perder, não deixará
ele as noventa e nove sobre os montes e irá à
procura daquela que se perdeu? 13 E, se por acaso
a encontrar, certamente vos digo que se alegrará
mais com ela do que com as noventa e nove que
não se perderam. 14 Do mesmo modo, não é algo
desejável para meu Pai, que está no céu, que
pereça um destes pequenos.
15
“Outrossim, se o teu irmão cometer um
pecado, vai expor a falta dele entre ti e ele só. Se
te escutar, ganhaste o teu irmão. 16 Mas, se não
te escutar, toma contigo mais um ou dois, para
que, pela boca de duas ou três testemunhas, todo
assunto seja estabelecido. 17 Se não os escutar,
fala à congregação. Se não escutar nem mesmo a
congregação, seja ele para ti apenas como
homem das nações e como cobrador de impostos.
18
“Deveras, eu vos digo: Todas as coisas que
amarrardes na terra serão as coisas amarradas
no céu, e todas as coisas que soltardes na terra
serão as coisas soltas no céu. 19 Novamente,
deveras vos digo: Se dois de vós, na terra,
concordarem em qualquer coisa de importância
que solicitarem, ela se realizará para eles devido
ao meu Pai no céu. 20 Pois, onde há dois ou três
ajuntados em meu nome, ali estou eu no meio
deles.”
21
Pedro aproximou-se então e disse-lhe:
“Senhor, quantas vezes há de pecar contra mim o
meu irmão e eu lhe hei de perdoar? Até sete
vezes?” 22 Jesus disse-lhe: “Eu não te digo: Até
sete vezes, mas: Até setenta e sete vezes.
23
“É por isso que o reino dos céus se tem
tornado semelhante a um homem, um rei, que
queria ajustar contas com os seus escravos.
24
Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um
homem que lhe devia dez mil talentos [=
60.000.000 de denários]. 25 Mas, porque não tinha
os meios de pagar [isso] de volta, seu amo
mandou que ele, e a esposa dele, e os filhos dele,
e todas as coisas que tivesse, fossem vendidos e
fosse feito o pagamento. 26 Por isso, o escravo
prostrou-se e começou a prestar-lhe homenagem,
dizendo: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei
tudo de volta.’ 27 Penalizado, por causa disso, o
amo daquele escravo deixou-o ir e cancelou a sua
dívida. 28 Mas aquele escravo saiu e achou um dos
seus co-escravos, que lhe devia cem denários; e,
agarrando-o, começou a estrangulá-lo, dizendo:
‘Paga de volta o que deves.’ 29 Por isso, seu co-
escravo prostrou-se e começou a suplicar-lhe,
dizendo: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei
de volta.’ 30 No entanto, ele não estava disposto,
mas foi e mandou lançá-lo na prisão, até que
pagasse de volta o que devia. 31 Portanto, quando
seus co-escravos viram o que tinha acontecido,
ficaram muito contristados, e foram e
esclareceram ao seu amo tudo o que tinha
acontecido. 32 O amo dele convocou-o então e
disse-lhe: ‘Escravo iníquo, eu te cancelei toda
aquela dívida, quando me suplicaste. 33 Não
devias tu, por tua vez, ter tido misericórdia do
teu co-escravo, assim como eu também tive
misericórdia de ti?’ 34 Com isso, seu amo, furioso,
entregou-o aos carcereiros, até que pagasse de
volta tudo o que devia. 35 Do mesmo modo lidará
também convosco o meu Pai celestial, se não
perdoardes de coração cada um ao seu irmão.”

19 Então, tendo Jesus concluído estas


palavras, partiu da Galiléia e chegou às
fronteiras da Judéia, do outro lado do Jordão.
2
Seguiam-no também grandes multidões, e ele os
curava ali.
3
E vieram ter com ele fariseus, decididos a
tentá-lo, e disseram: “É lícito que um homem se
divorcie de sua esposa por qualquer motivo?”
4
Em resposta, ele disse: “Não lestes que aquele
que os criou desde [o] princípio os fez macho e
fêmea, 5 e disse: ‘Por esta razão deixará o homem
seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa, e
os dois serão uma só carne’? 6 De modo que não
são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que
Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o
homem.” 7 Disseram-lhe: “Então, por que
prescreveu Moisés que se desse um certificado
de repúdio e que ela fosse divorciada?” 8 Ele lhes
disse: “Moisés, por causa da dureza dos vossos
corações, vos fez a concessão de vos
divorciardes de vossas esposas, mas este não foi
o caso desde [o] princípio. 9 Eu vos digo que todo
aquele que se divorciar de sua esposa, exceto em
razão de fornicação, e se casar com outra,
comete adultério.”
10
Os discípulos disseram-lhe: “Se esta é a
situação do homem com sua esposa, não é
aconselhável casar-se.” 11 Disse-lhes ele: “Nem
todos os homens dão lugar a esta palavra, mas
somente os a quem é dado. 12 Pois há eunucos
que nasceram tais da madre de sua mãe, e há
eunucos que foram feitos eunucos pelos homens,
e há eunucos que se fizeram eunucos por causa
do reino dos céus. Dê lugar a isso aquele que
pode dar lugar a isso.”
13
Trouxeram-lhe então criancinhas, para que
lhes impusesse as mãos e proferisse uma oração;
mas os discípulos censuraram-nos. 14 Jesus,
porém, disse: “Deixai as criancinhas e parai de
impedi-las de vir a mim, pois o reino dos céus
pertence a tais.” 15 E ele lhes impôs as mãos e
partiu dali.
16
E eis que alguém, aproximando-se, disse-lhe:
“Instrutor, que preciso fazer de bom, a fim de
obter a vida eterna?” 17 Ele lhe disse: “Por que me
perguntas sobre o que é bom? Há um que é bom.
Se queres, porém, entrar na vida, observa
continuamente os mandamentos.” 18 Disse-lhe ele:
“Quais?” Jesus disse: “Ora, não deves assassinar,
não deves cometer adultério, não deves furtar,
não deves dar falso testemunho, 19 honra [teu] pai
e [tua] mãe, e, tens de amar o teu próximo como
a ti mesmo.” 20 O jovem disse-lhe: “Tenho
guardado a todos estes; que me falta ainda?”
21
Jesus disse-lhe: “Se queres ser perfeito, vai
vender teus bens e dá aos pobres, e terás um
tesouro no céu, e vem, sê meu seguidor.”
22
Quando o jovem ouviu estas palavras, afastou-
se contristado, porque tinha muitas propriedades.
23
Jesus, porém, disse aos seus discípulos:
“Deveras, eu vos digo que será difícil para um
rico entrar no reino dos céus. 24 Novamente, eu
vos digo: É mais fácil um camelo passar pelo
orifício duma agulha, do que um rico entrar no
reino de Deus.”
25
Quando os discípulos ouviram isso,
expressaram grande surpresa, dizendo: “Quem,
realmente, pode ser salvo?” 26 Encarando-os,
Jesus disse-lhes: “Aos homens isto é impossível,
mas a Deus todas as coisas são possíveis.”
27
Pedro disse-lhe então, em resposta: “Eis que
abandonamos todas as coisas e te seguimos; o
que haverá realmente para nós?” 28 Jesus disse-
lhes: “Deveras, eu vos digo: Na recriação, quando
o Filho do homem se assentar no seu glorioso
trono, vós, os que me seguistes, também estareis
sentados em doze tronos, julgando as doze tribos
de Israel. 29 E todo aquele que tiver abandonado
casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou
filhos, ou terras, por causa do meu nome,
receberá muitas vezes mais e herdará a vida
eterna.
30
“Porém, muitos que são primeiros serão
últimos, e os últimos, primeiros.
20 “Porque o reino dos céus é semelhante a um
homem, um dono de casa, que saiu cedo de
manhã para contratar trabalhadores para o seu
vinhedo. 2 Tendo concordado com os
trabalhadores em um denário por dia, mandou-os
ao seu vinhedo. 3 Saindo também por volta da
terceira hora, viu outros parados, sem emprego,
na feira; 4 e ele disse a estes: ‘Vós também, ide
ao vinhedo, e eu vos darei o que for justo.’ 5 De
modo que eles foram. Ele saiu novamente por
volta da sexta hora e da nona hora, e fez o
mesmo. 6 Finalmente, por volta da décima
primeira hora, saiu e encontrou outros parados, e
disse-lhes: ‘Por que ficastes parados aqui o dia
todo sem emprego?’ 7 Eles lhe disseram: ‘Porque
ninguém nos contratou.’ Disse-lhes: ‘Ide vós
também ao vinhedo.’
8
“Quando anoiteceu, o dono do vinhedo disse
ao seu encarregado: ‘Chama os trabalhadores e
paga-lhes o seu salário, passando dos últimos
para os primeiros.’ 9 Ao chegarem os homens da
décima primeira hora, cada um deles recebeu um
denário. 10 Portanto, ao chegarem os primeiros,
concluíram que receberiam mais; mas eles
também receberam o pagamento à razão de um
denário. 11 Tendo-o recebido, começaram a
murmurar contra o dono de casa 12 e disseram:
‘Estes últimos fizeram uma só hora de trabalho;
ainda assim os fizestes iguais a nós, os que
levamos o fardo do dia e o calor abrasador!’
13
Mas ele disse, em resposta, a um deles: ‘Amigo,
não te faço nenhuma injustiça. Não concordaste
comigo em um denário? 14 Toma o que é teu e vai.
Eu quero dar a este último o mesmo que a ti.
15
Não me é lícito fazer o que quero com as
minhas próprias coisas? Ou é o teu olho iníquo
porque sou bom?’ 16 Deste modo, os últimos serão
primeiros e os primeiros, últimos.”
17
Estando então prestes a subir a Jerusalém,
Jesus tomou os doze discípulos à parte e disse-
lhes na estrada: 18 “Eis que estamos subindo a
Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos
principais sacerdotes e escribas, e eles o
condenarão à morte, 19 e o entregarão a [homens
das] nações, para se divertirem às custas dele e
para o açoitarem e pregarem numa estaca, e no
terceiro dia ele será levantado.”
20
Aproximou-se dele então a mãe dos filhos de
Zebedeu com os seus filhos, prestando
homenagem e pedindo-lhe algo. 21 Ele lhe disse:
“O que queres?” Disse-lhe ela: “Manda que estes
dois filhos meus se assentem, no teu reino, um à
tua direita e outro à tua esquerda.” 22 Jesus
disse, em resposta: “Vós não sabeis o que pedis.
Podeis beber o copo que eu estou para beber?”
Disseram-lhe: “Podemos.” 23 Disse-lhes ele:
“Bebereis, de fato, o meu copo, mas, assentar-se
à minha direita e à minha esquerda não é meu
para dar, mas pertence àqueles para quem tem
sido preparado por meu Pai.”
24
Quando os outros dez ficaram sabendo disso,
indignaram-se com os dois irmãos. 25 Jesus,
porém, chamando-os a si, disse: “Sabeis que os
governantes das nações dominam sobre elas e
que os grandes homens exercem autoridade sobre
elas. 26 Não é assim entre vós; mas, quem quiser
tornar-se grande entre vós tem de ser o vosso
ministro, 27 e quem quiser ser o primeiro entre
vós tem de ser o vosso escravo. 28 Assim como o
Filho do homem não veio para que se lhe
ministrasse, mas para ministrar e dar a sua alma
como resgate em troca de muitos.”
29
Ora, ao saírem de Jericó, seguia-lhe uma
grande multidão. 30 E eis que dois cegos,
sentados à beira da estrada, ao ouvirem que
Jesus estava passando por ali, clamaram,
dizendo: “Senhor, tem misericórdia de nós, Filho
de Davi!” 31 Mas a multidão disse-lhes
severamente que ficassem calados; não obstante,
clamavam ainda mais alto, dizendo: “Senhor, tem
misericórdia de nós, Filho de Davi!” 32 Jesus
parou, então, chamou-os e disse: “Que quereis
que eu faça para vós?” 33 Disseram-lhe: “Senhor,
faze que os nossos olhos se abram.”
34
Penalizado, Jesus tocou-lhes os olhos e eles
receberam imediatamente visão, e o seguiram.

21 Ora, quando se aproximavam de Jerusalém,


e chegaram a Betfagé, no Monte das Oliveiras,
Jesus enviou então dois discípulos, 2 dizendo-
lhes: “Ide à aldeia que está ao alcance de vossa
vista, e logo achareis atada uma jumenta, e um
jumentinho com ela; desatai-os e trazei-mos. 3 E,
se alguém vos disser alguma coisa, tendes de
dizer: ‘O Senhor precisa deles.’ Com isso, ele os
enviará imediatamente.”
4
Isto aconteceu realmente para que se
cumprisse o que fora falado por intermédio do
profeta, que disse: 5 “Dizei à filha de Sião: ‘Eis
que o teu Rei está vindo a ti, de temperamento
brando e montado num jumento, sim, num
jumentinho, descendência dum animal de carga.’”
6
Os discípulos foram então e fizeram conforme
Jesus lhes ordenara. 7 E trouxeram a jumenta e
seu jumentinho, e colocaram sobre estes as suas
roupas exteriores, e ele se sentou nelas. 8 A
maior parte da multidão estendeu na estrada as
suas roupas exteriores, ao passo que outros
cortaram ramos das árvores e os espalhavam pela
estrada. 9 Quanto às multidões, os que lhe
precediam e os que lhe seguiam clamavam:
“Salva, rogamos, o Filho de Davi! Bendito é
aquele que vem em nome de Jeová! Salva-o,
rogamos, nas maiores alturas!”
10
Entrando ele então em Jerusalém, a cidade
inteira ficou em comoção, dizendo: “Quem é
este?” 11 As multidões diziam: “Este é o profeta
Jesus, de Nazaré da Galiléia!”
12
E Jesus entrou no templo e lançou fora todos
os que vendiam e compravam no templo, e
derrubou as mesas dos cambistas e as bancas
dos que vendiam pombas. 13 E disse-lhes: “Está
escrito: ‘Minha casa será chamada casa de
oração’, mas vós fazeis dela um covil de
salteadores.” 14 Aproximaram-se dele no templo
também cegos e coxos, e ele os curou.
15
Quando os principais sacerdotes e os
escribas viram as coisas maravilhosas que ele
fazia e os meninos que clamavam no templo e
diziam: “Salva, rogamos, o Filho de Davi!” ficaram
indignados 16 e disseram-lhe: “Ouves o que estes
estão dizendo?” Jesus disse-lhes: “Sim. Nunca
lestes o seguinte: ‘Da boca de pequeninos e de
crianças de peito forneceste louvor’?” 17 E
deixando-os, saiu da cidade para Betânia e
passou ali a noite.
18
Ao voltar à cidade de manhã cedo, ficou com
fome. 19 E avistando uma figueira à beira da
estrada, dirigiu-se a ela; mas, não encontrou nela
nada, a não ser folhas, e disse-lhe: “Nunca mais
venha de ti fruto algum.” E a figueira secou-se
instantaneamente. 20 Mas, quando os discípulos
viram isso, admiraram-se, dizendo: “Como é que a
figueira se secou instantaneamente?” 21 Em
resposta, Jesus disse-lhes: “Deveras, eu vos digo:
Se somente tiverdes fé e não duvidardes, não só
fareis o que eu fiz à figueira, mas também, se
disserdes a este monte: ‘Sê levantado e lançado
no mar’, acontecerá isso. 22 E todas as coisas que
pedirdes em oração, tendo fé, recebereis.”
23
Ora, tendo ele entrado no templo, chegaram-
se a ele os principais sacerdotes e os anciãos
dentre o povo, ao estar ele ensinando, e
disseram: “Com que autoridade fazes estas
coisas? E quem te deu esta autoridade?” 24 Jesus
disse-lhes, em resposta: “Também eu vos
pergunto uma coisa. Se ma disserdes, também eu
vos direi com que autoridade faço estas coisas:
25
O batismo de João, donde se originou? Do céu
ou dos homens?” Mas eles começaram a
raciocinar entre si mesmos, dizendo: “Se
dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Então, por que
não acreditastes nele?’ 26 Se, porém, dissermos:
‘Dos homens’, temos a multidão para temer,
porque todos eles consideram João como
profeta.” 27 De modo que disseram a Jesus, em
resposta: “Não sabemos.” Ele, por sua vez, disse-
lhes: “Tampouco eu vos digo com que autoridade
faço estas coisas.
28
“Que achais? Um homem tinha dois filhos.
Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai
trabalhar hoje no vinhedo.’ 29 Em resposta, este
lhe disse: ‘Irei, senhor’, mas não foi. 30 Dirigindo-
se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Em
resposta, este lhe disse: ‘Não irei.’ Depois
deplorou isso e foi. 31 Qual dos dois fez a vontade
do pai?” Eles disseram: “O último.” Jesus disse-
lhes: “Deveras, eu vos digo que os cobradores de
impostos e as meretrizes entrarão na frente de
vós no reino de Deus. 32 Porque João veio a vós
num caminho de justiça, mas vós não
acreditastes nele. No entanto, os cobradores de
impostos e as meretrizes acreditaram nele, e vós,
embora vísseis [isto], não o deplorastes depois, a
ponto de acreditardes nele.
33
“Ouvi outra ilustração: Havia um homem,
dono de casa, que plantou um vinhedo e pôs uma
cerca em volta dele, e escavou um lagar, e erigiu
uma torre, e o arrendou a lavradores, e foi viajar
para fora. 34 Quando veio a estação dos frutos,
mandou seus escravos aos lavradores, para
receber os seus frutos. 35 No entanto, os
lavradores tomaram os escravos dele, e a um
espancaram, a outro mataram, a outro
apedrejaram. 36 Mandou novamente outros
escravos, mais do que os primeiros, mas fizeram-
lhes a mesma coisa. 37 Por fim mandou a eles seu
filho, dizendo: ‘Respeitarão o meu filho.’ 38 Ao
verem o filho, os lavradores disseram entre si:
‘Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo e apoderemo-
nos da sua herança!’ 39 Tomando-o assim,
lançaram-no fora do vinhedo e o mataram.
40
Portanto, quando vier o dono do vinhedo, que
fará àqueles lavradores?” 41 Disseram-lhe: “Por
serem maus, trará sobre eles uma destruição
calamitosa e arrendará o vinhedo a outros
lavradores que lhe entregarão os frutos quando
forem devidos.”
42
Jesus disse-lhes: “Nunca lestes nas
Escrituras: ‘A pedra que foi rejeitada pelos
construtores é a que se tem tornado a principal
pedra angular. Isto procede de Jeová e é
maravilhoso aos nossos olhos’? 43 É por isso que
vos digo: O reino de Deus vos será tirado e será
dado a uma nação que produza os seus frutos.
44
Também, quem cair sobre esta pedra, será
despedaçado. Quanto àquele sobre quem ela cair,
será pulverizado por ela.”
45
Ora, quando os principais sacerdotes e os
fariseus ouviram as ilustrações dele, repararam
que falava deles. 46 Mas, embora procurassem
apoderar-se dele, temiam as multidões, porque
estas o consideravam como profeta.

22 Em resposta adicional, Jesus falou-lhes


novamente com ilustrações, dizendo: 2 “O reino
dos céus tem-se tornado semelhante a um
homem, um rei, que fez uma festa de casamento
para seu filho. 3 E ele mandou os seus escravos
chamar os convidados à festa de casamento, mas
não quiseram vir. 4 Mandou novamente outros
escravos, dizendo: ‘Dizei aos convidados: “Eis
que tenho preparado o meu repasto, meus touros
e animais cevados já foram abatidos e todas as
coisas estão prontas. Vinde à festa de
casamento.”’ 5 Mas eles, indiferentes, foram
embora, um para o seu próprio campo, outro para
o seu negócio comercial; 6 mas os restantes,
agarrando os escravos dele, trataram-nos com
insolência e os mataram.
7
“O rei, porém, ficou furioso e enviou os seus
exércitos, e destruiu aqueles assassinos e
queimou a cidade deles. 8 Depois disse aos seus
escravos: ‘A festa de casamento, deveras, está
pronta, mas os convidados não eram dignos. 9 Ide,
portanto, às estradas que saem da cidade e
convidai a qualquer que achardes para a festa de
casamento.’ 10 Concordemente, esses escravos
foram às estradas e ajuntaram a todos os que
acharam, tanto iníquos como bons; e a sala para
as cerimônias do casamento ficou cheia dos que
se recostavam à mesa.
11
“Quando o rei entrou para inspecionar os
convidados, avistou ali um homem que não vestia
a roupa de casamento. 12 Disse-lhe, portanto:
‘Amigo, como entraste aqui sem roupa de
casamento?’ Ele ficou sem fala. 13 O rei disse
então aos seus servos: ‘Amarrai-lhe as mãos e os
pés, e lançai-o na escuridão lá fora. Ali é onde
haverá o [seu] choro e o ranger de [seus] dentes.’
14
“Porque há muitos convidados, mas poucos
escolhidos.”
15
Os fariseus foram então embora e realizaram
uma consulta entre si para o enlaçarem na sua
palavra. 16 Mandaram-lhe por isso discípulos seus,
junto com partidários de Herodes, dizendo:
“Instrutor, sabemos que és veraz e que ensinas o
caminho de Deus em verdade, e que não te
importas com ninguém, pois não olhas para a
aparência externa dos homens. 17 Dize-nos,
portanto: Que pensas? É lícito ou não pagar a
César o imposto por cabeça?” 18 Mas Jesus,
conhecendo a iniqüidade deles, disse: “Por que
me pondes à prova, hipócritas? 19 Mostrai-me a
moeda do imposto por cabeça.” Trouxeram-lhe um
denário. 20 E ele lhes disse: “De quem é esta
imagem e inscrição?” 21 Disseram: “De César.”
Então lhes disse ele: “Portanto, pagai de volta a
César as coisas de César, mas a Deus as coisas
de Deus.” 22 Ora, quando ouviram [isso], ficaram
maravilhados, e, deixando-o, foram embora.
23
Naquele dia, os saduceus, que dizem não
haver ressurreição, chegaram-se a ele e
perguntaram-lhe: 24 “Instrutor, Moisés disse: ‘Se
um homem morrer sem filhos, seu irmão tem de
tomar a esposa dele em casamento e suscitar
descendência para seu irmão.’ 25 Ora, havia
conosco sete irmãos; e o primeiro casou-se e
faleceu, e, não tendo descendência, deixou a sua
esposa para seu irmão. 26 Aconteceu do mesmo
modo também com o segundo e com o terceiro,
até passar por todos os sete. 27 Por último,
morreu a mulher. 28 Conseqüentemente, na
ressurreição, de qual dos sete será ela esposa?
Pois todos a tiveram.”
29
Em resposta, Jesus disse-lhes: “Estais
equivocados, porque não conheceis nem as
Escrituras, nem o poder de Deus; 30 pois na
ressurreição, os homens não se casam, nem são
as mulheres dadas em casamento, mas são como
os anjos no céu. 31 Quanto à ressurreição dos
mortos, não lestes o que vos foi falado por Deus,
que disse: 32 ‘Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus
de Isaque, e o Deus de Jacó’? Ele é o Deus, não
de mortos, mas de vivos.” 33 Ouvindo [isso], as
multidões ficaram assombradas com o seu
ensino.
34
Tendo os fariseus ouvido que ele silenciara
os saduceus, ajuntaram-se num só grupo. 35 E um
deles, versado na Lei, perguntou para prová-lo:
36
“Instrutor, qual é o maior mandamento na Lei?”
37
Disse-lhe: “‘Tens de amar a Jeová, teu Deus, de
todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda
a tua mente.’ 38 Este é o maior e primeiro
mandamento. 39 O segundo, semelhante a este, é:
‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’
40
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei
e os Profetas.”
41
Enquanto os fariseus estavam ajuntados,
Jesus perguntou-lhes: 42 “Que pensais do Cristo?
De quem é ele filho?” Disseram-lhe: “De Davi.”
43
Ele lhes disse: “Como é, então, que Davi, por
inspiração, lhe chama ‘Senhor’, dizendo: 44 ‘Jeová
disse ao meu Senhor: “Senta-te à minha direita,
até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos
teus pés”’? 45 Se, portanto, Davi o chama de
‘Senhor’, como é ele seu filho?” 46 E ninguém foi
capaz de dizer-lhe uma só palavra em resposta,
nem se atreveu alguém, daquele dia em diante, a
interrogá-lo mais.

23 Jesus falou então às multidões e aos seus


discípulos, dizendo: 2 “Os escribas e os fariseus
sentaram-se no assento de Moisés. 3 Portanto,
todas as coisas que eles vos dizem, fazei e
observai, mas não façais segundo as ações deles,
pois dizem, mas não realizam. 4 Amarram cargas
pesadas e as põem nos ombros dos homens, mas
eles mesmos não estão dispostos nem a movê-las
com o dedo. 5 Fazem todas as suas obras para
serem observados pelos homens; pois ampliam as
suas caixinhas [com textos], que usam como
proteção, e alargam as orlas [de suas vestes].
6
Gostam dos lugares mais destacados nas
refeições noturnas e dos primeiros assentos nas
sinagogas, 7 e dos cumprimentos nas feiras, e de
ser chamados Rabi pelos homens. 8 Mas vós, não
sejais chamados Rabi, pois um só é o vosso
instrutor, ao passo que todos vós sois irmãos.
9
Além disso, não chameis a ninguém na terra de
vosso pai, pois um só é o vosso Pai, o Celestial.
10
Tampouco sejais chamados ‘líderes’, pois o
vosso Líder é um só, o Cristo. 11 Mas o maior
dentre vós tem de ser o vosso ministro. 12 Quem
se enaltecer, será humilhado, e quem se
humilhar, será enaltecido.
13
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
porque fechais o reino dos céus diante dos
homens; pois, vós mesmos não entrais, nem
deixais entrar os que estão em caminho para
entrar. 14 ——
15
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
porque percorreis o mar e a terra seca para fazer
um prosélito, e, quando se torna tal, fazeis dele
objeto para a Geena duas vezes mais do que vós
mesmos.
16
“Ai de vós, guias cegos, que dizeis: ‘Se
alguém jurar pelo templo, isto não é nada; mas,
se alguém jurar pelo ouro do templo, ele está sob
obrigação.’ 17 Tolos e cegos! O que, de fato, é
maior, o ouro ou o templo que santifica o ouro?
18
Também: ‘Se alguém jurar pelo altar, isso não é
nada; mas, se alguém jurar pela dádiva nele, ele
está sob obrigação.’ 19 Cegos! O que, de fato, é
maior, a dádiva ou o altar que santifica a dádiva?
20
Portanto, quem jurar pelo altar, está jurando
por ele e por todas as coisas sobre ele; 21 e quem
jurar pelo templo, está jurando por ele e por
aquele que habita nele; 22 e quem jurar pelo céu,
está jurando pelo trono de Deus e por aquele que
está sentado nele.
23
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
porque dais o décimo da hortelã, e do endro, e do
cominho, mas desconsiderastes os assuntos mais
importantes da Lei, a saber, a justiça, a
misericórdia e a fidelidade. Estas eram as coisas
obrigatórias a fazer, sem, contudo, desconsiderar
as outras. 24 Guias cegos, que coais o mosquito,
mas engolis o camelo!
25
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
porque limpais por fora o copo e o prato, mas por
dentro estão cheios de saque e de intemperança.
26
Fariseu cego, limpa primeiro por dentro o copo
e o prato, para que também por fora se torne
limpo.
27
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
porque vos assemelhais a sepulcros caiados, que
por fora, deveras, parecem belos, mas que por
dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda
sorte de impureza. 28 Do mesmo modo, vós
também, deveras, pareceis por fora justos aos
homens, mas por dentro estais cheios de
hipocrisia e do que é contra a lei.
29
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
porque construís os sepulcros dos profetas e
decorais os túmulos memoriais dos justos, 30 e
dizeis: ‘Se nós estivéssemos nos dias de nossos
antepassados, não seríamos parceiros deles no
sangue dos profetas.’ 31 Portanto dais testemunho
contra vós mesmos de que sois filhos daqueles
que assassinaram os profetas. 32 Pois bem, enchei
a medida de vossos antepassados.
33
“Serpentes, descendência de víboras, como
haveis de fugir do julgamento da Geena? 34 Por
esta razão eu vos estou enviando profetas, e
sábios, e instrutores públicos. A alguns deles
matareis e pregareis em estacas, e a outros deles
açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis
de cidade em cidade; 35 para que venha sobre vós
todo o sangue justo derramado na terra, desde o
sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias,
filho de Baraquias, a quem assassinastes entre o
santuário e o altar. 36 Deveras, eu vos digo: Todas
essas coisas virão sobre esta geração.
37
“Jerusalém, Jerusalém, matadora dos
profetas e apedrejadora dos que lhe são enviados
— quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos,
assim como a galinha ajunta os seus pintinhos
debaixo de suas asas! Mas vós não o quisestes.
38
Eis que a vossa casa vos fica abandonada.
39
Pois eu vos digo: De modo algum me vereis
doravante, até que digais: ‘Bendito aquele que
vem em nome de Jeová!’”

24 Afastando-se então, Jesus ia sair do templo,


mas os seus discípulos aproximaram-se para
mostrar-lhe os edifícios do templo. 2 Ele, porém,
disse-lhes: “Não observais todas estas coisas?
Deveras, eu vos digo: De modo algum ficará aqui
pedra sobre pedra sem ser derrubada.”
3
Enquanto estava sentado no Monte das
Oliveiras, aproximaram-se dele os discípulos, em
particular, dizendo: “Dize-nos: Quando sucederão
estas coisas e qual será o sinal da tua presença e
da terminação do sistema de coisas?”
4
E Jesus, em resposta, disse-lhes: “Olhai para
que ninguém vos desencaminhe; 5 pois muitos
virão à base do meu nome, dizendo: ‘Eu sou o
Cristo’, e desencaminharão a muitos. 6 Ouvireis
falar de guerras e relatos de guerras; vede que
não fiqueis apavorados. Pois estas coisas têm de
acontecer, mas ainda não é o fim.
7
“Porque nação se levantará contra nação e
reino contra reino, e haverá escassez de víveres
e terremotos num lugar após outro. 8 Todas essas
coisas são um princípio das dores de aflição.
9
“Então vos entregarão a tribulação e vos
matarão, e sereis pessoas odiadas por todas as
nações, por causa do meu nome. 10 Então,
também, muitos tropeçarão e trairão uns aos
outros, e se odiarão uns aos outros. 11 E surgirão
muitos falsos profetas, e desencaminharão a
muitos; 12 e, por causa do aumento do que é
contra a lei, o amor da maioria se esfriará. 13 Mas,
quem tiver perseverado até o fim é o que será
salvo. 14 E estas boas novas do reino serão
pregadas em toda a terra habitada, em
testemunho a todas as nações; e então virá o fim.
15
“Portanto, quando avistardes a coisa
repugnante que causa desolação, conforme
falado por intermédio de Daniel, o profeta, estar
em pé num lugar santo, (que o leitor use de
discernimento,) 16 então, os que estiverem na
Judéia comecem a fugir para os montes. 17 O
homem [que estiver] no alto da casa não desça
para tirar de sua casa os bens; 18 e o homem [que
estiver] no campo não volte para casa para
apanhar a sua roupa exterior. 19 Ai das mulheres
grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
20
Persisti em orar que a vossa fuga não ocorra no
tempo do inverno, nem no dia de sábado; 21 pois
então haverá grande tribulação, tal como nunca
ocorreu desde o princípio do mundo até agora,
não, nem tampouco ocorrerá de novo. 22 De fato,
se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma
carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos,
aqueles dias serão abreviados.
23
“Então, se alguém vos disser: ‘Eis aqui está o
Cristo!’, ou: ‘Ali!’, não o acrediteis. 24 Porque
surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão
grandes sinais e prodígios, a fim de
desencaminhar, se possível, até mesmo os
escolhidos. 25 Eis que eu vos avisei de antemão.
26
Portanto, se vos disserem: ‘Eis que ele está no
deserto!’, não saiais; ‘eis que ele está nos
aposentos interiores!’, não o acrediteis. 27 Pois,
assim como o relâmpago sai das regiões orientais
e brilha sobre as regiões ocidentais, assim será a
presença do Filho do homem. 28 Onde estiver o
cadáver, ali se ajuntarão as águias.
29
“Imediatamente depois da tribulação
daqueles dias, o sol ficará escurecido, e a lua
não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e
os poderes dos céus serão abalados. 30 Então
aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e
todas as tribos da terra se baterão então em
lamento, e verão o Filho do homem vir nas nuvens
do céu, com poder e grande glória. 31 E enviará os
seus anjos com grande som de trombeta, e eles
ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro
ventos, de uma extremidade dos céus até à outra
extremidade deles.
32
“Aprendei, pois, da figueira o seguinte ponto,
como ilustração: Assim que os seus ramos novos
se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que o
verão está próximo. 33 Do mesmo modo, também,
quando virdes todas estas coisas, sabei que ele
está próximo às portas. 34 Deveras, eu vos digo
que esta geração de modo algum passará até que
todas estas coisas ocorram. 35 Céu e terra
passarão, mas as minhas palavras de modo algum
passarão.
36
“Acerca daquele dia e daquela hora ninguém
sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas
unicamente o Pai. 37 Pois assim como eram os
dias de Noé, assim será a presença do Filho do
homem. 38 Porque assim como eles eram naqueles
dias antes do dilúvio, comendo e bebendo, os
homens casando-se e as mulheres sendo dadas
em casamento, até o dia em que Noé entrou na
arca, 39 e não fizeram caso, até que veio o dilúvio
e os varreu a todos, assim será a presença do
Filho do homem. 40 Dois homens estarão então no
campo: um será levado junto e o outro será
abandonado; 41 duas mulheres estarão moendo no
moinho manual: uma será levada junto e a outra
será abandonada. 42 Portanto, mantende-vos
vigilantes, porque não sabeis em que dia virá o
vosso Senhor.
43
“Mas, sabei isto, que, se o dono de casa
tivesse sabido em que vigília viria o ladrão, teria
ficado acordado e não teria permitido que a sua
casa fosse arrombada. 44 Por esta razão, vós
também mostrai-vos prontos, porque o Filho do
homem vem numa hora em que não pensais.
45
“Quem é realmente o escravo fiel e discreto
a quem o seu amo designou sobre os seus
domésticos, para dar-lhes o seu alimento no
tempo apropriado? 46 Feliz aquele escravo, se o
seu amo, ao chegar, o achar fazendo assim!
47
Deveras, eu vos digo: Ele o designará sobre
todos os seus bens.
48
“Mas, se é que aquele escravo mau disser no
seu coração: ‘Meu amo demora’, 49 e principiar a
espancar os seus co-escravos, e a comer e beber
com os beberrões inveterados, 50 o amo daquele
escravo virá num dia em que não espera e numa
hora que não sabe, 51 e o punirá com a maior
severidade e lhe determinará a sua parte com os
hipócritas. Ali é onde haverá o [seu] choro e o
ranger de [seus] dentes.

25 “O reino dos céus se tornará então


semelhante a dez virgens que tomaram as suas
lâmpadas e saíram ao encontro do noivo. 2 Cinco
delas foram tolas e cinco foram discretas. 3 Pois
as tolas tomaram as suas lâmpadas, mas não
levaram óleo, 4 ao passo que as discretas levaram
óleo nos seus recipientes, junto com as suas
lâmpadas. 5 Demorando o noivo, todas elas
cochilaram e adormeceram. 6 Logo no meio da
noite levantou-se um grito: ‘Aqui está o noivo! Ide
ao encontro dele.’ 7 Todas aquelas virgens
levantaram-se então e puseram as suas lâmpadas
em ordem. 8 As tolas disseram às discretas: ‘Dai-
nos do vosso óleo, porque as nossas lâmpadas
estão prestes a apagar-se.’ 9 As discretas
responderam com as palavras: ‘Talvez não haja
suficiente para nós e para vós. Ide, antes, aos
que o vendem e comprai-o para vós.’ 10 Enquanto
foram comprá-lo, chegou o noivo, e as virgens
que estavam prontas entraram com ele para a
festa de casamento; e a porta foi fechada.
11
Depois veio também o resto das virgens,
dizendo: ‘Senhor, senhor, abre para nós!’ 12 Ele
disse, em resposta: ‘Eu vos digo a verdade: não
vos conheço.’
13
“Portanto, mantende-vos vigilantes, porque
não sabeis nem o dia nem a hora.
14
“Pois é assim como quando um homem,
prestes a viajar para fora, convocou escravos
seus e confiou-lhes os seus bens. 15 E a um deles
deu cinco talentos, a outro dois, e a ainda outro
um, a cada um segundo a sua própria capacidade,
e viajou para fora. 16 Aquele que recebera cinco
talentos foi imediatamente e negociou com eles,
e ganhou outros cinco. 17 Do mesmo modo, aquele
que recebera dois ganhou mais dois. 18 Mas
aquele que recebera apenas um foi e cavou no
chão, e escondeu o dinheiro de prata de seu amo.
19
“Depois de muito tempo voltou o amo
daqueles escravos e ajustou contas com eles.
20
Apresentou-se então o que recebera cinco
talentos e trouxe cinco talentos adicionais,
dizendo: ‘Amo, confiaste-me cinco talentos; eis
que ganhei mais cinco talentos.’ 21 Seu amo disse-
lhe: ‘Muito bem, escravo bom e fiel! Foste fiel em
poucas coisas. Designar-te-ei sobre muitas
coisas. Entra na alegria do teu amo.’ 22 A seguir,
apresentou-se aquele que recebera dois talentos
e disse: ‘Amo, confiaste-me dois talentos; eis que
ganhei mais dois talentos.’ 23 Seu amo disse-lhe:
‘Muito bem, escravo bom e fiel! Foste fiel em
poucas coisas. Designar-te-ei sobre muitas
coisas. Entra na alegria do teu amo.’
24
“Por fim, apresentou-se aquele que recebera
um talento e disse: ‘Amo, eu sabia que és homem
exigente, ceifando onde não semeaste e
ajuntando onde não joeiraste. 25 Por isso fiquei
com medo, e fui e escondi no chão o teu talento.
Aqui tens o que é teu.’ 26 Em resposta, seu amo
disse-lhe: ‘Escravo iníquo e indolente, sabias, não
é verdade, que ceifo onde não semeei e ajunto
onde não joeirei? 27 Pois bem, devias ter
depositado meu dinheiro de prata junto aos
banqueiros, e, na minha chegada, eu estaria
recebendo o meu com juros.
28
“‘Portanto, tirai-lhe o talento e dai-o àquele
que tem dez talentos. 29 Pois a todo aquele que
tem, mais será dado, e ele terá abundância; mas,
quanto àquele que não tem, até mesmo o que tem
lhe será tirado. 30 E lançai o escravo imprestável
na escuridão lá fora. Ali é onde haverá o [seu]
choro e o ranger de [seus] dentes.’
31
“Quando o Filho do homem chegar na sua
glória, e com ele todos os anjos, então se
assentará no seu trono glorioso. 32 E diante dele
serão ajuntadas todas as nações, e ele separará
uns dos outros assim como o pastor separa as
ovelhas dos cabritos. 33 E porá as ovelhas à sua
direita, mas os cabritos à sua esquerda.
34
“O rei dirá então aos à sua direita: ‘Vinde,
vós os que tendes sido abençoados por meu Pai,
herdai o reino preparado para vós desde a
fundação do mundo. 35 Pois fiquei com fome, e vós
me destes algo para comer; fiquei com sede, e
vós me destes algo para beber. Eu era estranho, e
vós me recebestes hospitaleiramente; 36 [estava]
nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós
cuidastes de mim. Eu estava na prisão, e vós me
visitastes.’ 37 Então, os justos lhe responderão
com as palavras: ‘Senhor, quando te vimos com
fome, e te alimentamos, ou com sede, e te demos
algo para beber? 38 Quando te vimos como
estranho, e te recebemos hospitaleiramente, ou
nu, e te vestimos? 39 Quando te vimos doente, ou
na prisão, e te fomos visitar?’ 40 E o rei lhes dirá,
em resposta: ‘Deveras, eu vos digo: Ao ponto que
o fizestes a um dos mínimos destes meus irmãos,
a mim o fizestes.’
41
“Então dirá, por sua vez, aos à sua esquerda:
‘Afastai-vos de mim, vós os que tendes sido
amaldiçoados, para o fogo eterno, preparado para
o Diabo e seus anjos. 42 Pois fiquei com fome, mas
vós não me destes nada para comer, e fiquei com
sede, mas vós não me destes nada para beber.
43
Eu era estranho, mas vós não me recebestes
hospitaleiramente; [estava] nu, mas vós não me
vestistes; doente e na prisão, mas vós não
cuidastes de mim.’ 44 Então responderão também
estes com as palavras: ‘Senhor, quando te vimos
com fome, ou com sede, ou estranho, ou nu, ou
doente, ou na prisão, e não te ministramos?’
45
Então lhes responderá com as palavras:
‘Deveras, eu vos digo: Ao ponto que não o
fizestes a um destes mínimos, a mim não o
fizestes.’ 46 E estes partirão para o decepamento
eterno, mas os justos, para a vida eterna.”

26 Então, havendo Jesus terminado com todas


estas palavras, disse aos seus discípulos:
2
“Sabeis que daqui a dois dias é a páscoa, e o
Filho do homem há de ser entregue para ser
pregado numa estaca.”
3
Nessa ocasião, os principais sacerdotes e os
anciãos do povo ajuntaram-se no pátio do sumo
sacerdote, que se chamava Caifás, 4 e realizaram
entre si uma consulta para se apoderarem de
Jesus por meio dum ardil e o matarem. 5 No
entanto, diziam: “Não durante a festividade, para
que não surja alvoroço entre o povo.”
6
Estando Jesus em Betânia, na casa de Simão,
o leproso, 7 aproximou-se dele uma mulher com
um vaso de alabastro com dispendioso óleo
perfumado e começou a derramá-lo sobre a
cabeça dele, enquanto ele se recostava à mesa.
8
Vendo isso, os discípulos ficaram indignados e
disseram: “Por que este desperdício? 9 Porque
isso poderia ter sido vendido por grande soma e
dado aos pobres.” 10 Percebendo isso, Jesus
disse-lhes: “Por que procurais causar aflição à
mulher? Pois ela fez uma ação excelente para
comigo. 11 Porque vós sempre tendes convosco os
pobres, a mim, porém, nem sempre me tereis.
12
Pois, quando esta mulher derramou este óleo
perfumado sobre o meu corpo, fez isso em
preparação para o meu enterro. 13 Deveras, eu vos
digo: Onde quer que se pregarem estas boas
novas em todo o mundo, o que esta mulher fez
também será contado em lembrança dela.”
14
Então um dos doze, aquele chamado Judas
Iscariotes, dirigiu-se aos principais sacerdotes
15
e disse: “O que me dareis para traí-lo a vós?”
Estipularam-lhe trinta moedas de prata. 16 De
modo que daquele momento em diante ele
buscava uma boa oportunidade para traí-lo.
17
No primeiro dia dos Pães não Fermentados,
os discípulos vieram a Jesus, dizendo: “Onde
queres que preparemos para comeres a páscoa?”
18
Ele disse: “Ide à cidade, a fulano, e dizei-lhe: O
Instrutor diz: ‘Está próximo o meu tempo
designado; celebrarei a páscoa com meus
discípulos na tua casa.’” 19 E os discípulos
fizeram conforme Jesus lhes mandara, e
aprontaram as coisas para a páscoa.
20
Tendo chegado a noitinha, ele estava
recostado à mesa com os doze discípulos.
21
Enquanto comiam, ele disse: “Deveras, eu vos
digo: Um de vós me trairá.” 22 Ficando muito
contristados com isso, principiaram cada um a
dizer-lhe: “Não sou por acaso eu, Senhor?” 23 Em
resposta, ele disse: “O que mete comigo a mão no
prato fundo é o que me há de trair. 24 Deveras, o
Filho do homem vai embora, assim como está
escrito a respeito dele, mas ai do homem por
quem o Filho do homem está sendo traído! Teria
sido melhor para ele, se esse homem não tivesse
nascido.” 25 Como resposta, Judas, que estava
prestes a traí-lo, disse: “Não sou por acaso eu,
Rabi?” Ele lhe disse: “Tu mesmo [o] disseste.”
26
Ao continuarem a comer, Jesus tomou um
pão, e, depois de proferir uma bênção, partiu-o, e,
dando-o aos discípulos, disse: “Tomai, comei. Isto
significa meu corpo.” 27 Tomou também um copo,
e, tendo dado graças, deu-lho, dizendo: “Bebei
dele, todos vós; 28 pois isto significa meu ‘sangue
do pacto’, que há de ser derramado em benefício
de muitos, para o perdão de pecados. 29 Eu vos
digo, porém: Doravante, de modo algum beberei
deste produto da videira, até o dia em que o
beberei novo, convosco, no reino de meu Pai.”
30
Por fim, depois de cantarem louvores, saíram
para o Monte das Oliveiras.
31
Jesus disse-lhes então: “Esta noite, todos
vós tropeçareis em conexão comigo, pois está
escrito: ‘Golpearei o pastor, e as ovelhas do
rebanho ficarão espalhadas.’ 32 Mas, depois de eu
ter sido levantado, irei adiante de vós para a
Galiléia.” 33 Mas Pedro, em resposta, disse-lhe:
“Ainda que todos os outros tropecem em conexão
contigo, eu nunca tropeçarei!” 34 Jesus disse-lhe:
“Deveras, eu te digo: Esta noite, antes de cantar
o galo, repudiar-me-ás três vezes.” 35 Pedro disse-
lhe: “Mesmo que eu tenha de morrer contigo, de
modo algum te repudiarei.” Todos os outros
discípulos disseram também a mesma coisa.
36
Jesus chegou então com eles a um lugar
chamado Getsêmani e disse aos discípulos:
“Sentai-vos aqui enquanto eu vou para lá orar.”
37
E, levando consigo Pedro e os dois filhos de
Zebedeu, principiou a ficar contristado e muito
aflito. 38 Disse-lhes então: “Minha alma está
profundamente contristada, até à morte. Ficai
aqui e mantende-vos vigilantes comigo.” 39 E, indo
um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto
[em terra], orando e dizendo: “Pai meu, se for
possível, deixa que este copo se afaste de mim.
Contudo, não como eu quero, mas como tu
queres.”
40
E ele veio aos discípulos e achou-os
dormindo, e disse a Pedro: “Não pudestes vigiar
comigo nem mesmo por uma hora? 41 Mantende-
vos vigilantes e orai continuamente, para que não
entreis em tentação. O espírito, naturalmente,
está ansioso, mas a carne é fraca.” 42 Novamente,
pela segunda vez, afastou-se e orou, dizendo:
“Pai meu, se não é possível que isto se afaste de
mim sem que eu o beba, realize-se a tua
vontade.” 43 E veio novamente e os encontrou
dormindo, pois estavam com os olhos pesados.
44
Portanto, deixando-os, afastou-se novamente e
orou pela terceira vez, dizendo mais uma vez a
mesma palavra. 45 Veio então ter com os
discípulos e disse-lhes: “Numa ocasião destas,
vós estais dormindo e descansando! Eis que se
tem aproximado a hora para o Filho do homem ser
traído às mãos de pecadores. 46 Levantai-vos,
vamos embora. Eis que se tem aproximado aquele
que me trai.” 47 E, enquanto ainda falava, eis que
veio Judas, um dos doze, e com ele uma grande
multidão, com espadas e cacetes, da parte dos
principais sacerdotes e anciãos do povo.
48
Ora, o que o traía havia-lhes dado um sinal,
dizendo: “A quem eu beijar, este é ele; detende-
o.” 49 E, dirigindo-se diretamente a Jesus, disse:
“Bom dia, Rabi!” e beijou-o mui ternamente.
50
Mas Jesus disse-lhe: “Amigo, para que fim
estás presente?” Eles avançaram então e
deitaram mãos em Jesus, e detiveram-no. 51 Mas,
eis que um dos que estavam com Jesus estendeu
a mão e puxou a sua espada, e, golpeando o
escravo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha.
52
Jesus disse-lhe então: “Devolve a espada ao
seu lugar, pois todos os que tomarem a espada
perecerão pela espada. 53 Ou pensas que não
posso apelar para meu Pai, para fornecer-me
neste momento mais de doze legiões de anjos?
54
Neste caso, como se cumpririam as Escrituras,
de que tem de realizar-se deste modo?” 55 Jesus
disse às multidões, naquela hora: “Viestes com
espadas e com cacetes, como contra um
salteador, para prender-me? Dia após dia
costumava eu estar sentado no templo,
ensinando; contudo, vós não me detivestes.
56
Mas tudo isso se tem realizado para que se
cumprissem as escrituras dos profetas.” Todos os
discípulos o abandonaram então e fugiram.
57
Os que detiveram Jesus levaram-no a Caifás,
o sumo sacerdote, onde estavam ajuntados os
escribas e os anciãos. 58 Pedro, porém, seguia-o
duma boa distância, até o pátio do sumo
sacerdote, e, tendo entrado, estava sentado com
os criados, para ver o resultado.
59
Entrementes, os principais sacerdotes e todo
o Sinédrio estavam procurando falso testemunho
contra Jesus, para o entregarem à morte, 60 mas
não encontraram nenhum, embora se
apresentassem muitas testemunhas falsas. Mais
tarde, apresentaram-se dois 61 e disseram: “Este
homem disse: ‘Eu posso derrubar o templo de
Deus e reconstruí-lo em três dias.’” 62 Em vista
disso, o sumo sacerdote levantou-se e disse-lhe:
“Não tens nenhuma resposta? O que é que estes
testificam contra ti?” 63 Mas Jesus ficou calado.
O sumo sacerdote disse-lhe, por isso: “Pelo Deus
vivente, eu te ponho sob juramento para nos
dizeres se tu és o Cristo, o Filho de Deus!”
64
Jesus disse-lhe: “Tu mesmo [o] disseste.
Contudo, eu vos digo: Doravante vereis o Filho do
homem sentado à destra de poder e vindo nas
nuvens do céu.” 65 O sumo sacerdote rasgou então
a sua roupagem exterior, dizendo: “Ele
blasfemou! Que necessidade temos ainda de
testemunhas? Vede! Agora ouvistes a blasfêmia.
66
Qual é a vossa opinião?” Eles deram a resposta:
“Está sujeito à morte.” 67 Cuspiram-lhe então no
rosto e o esmurraram. Outros o esbofetearam,
68
dizendo: “Profetiza-nos, ó Cristo. Quem te
golpeou?”
69
Ora, Pedro estava sentado lá fora no pátio;
aproximou-se dele então uma serva, dizendo: “Tu
também estavas com Jesus, o galileu!” 70 Mas ele
negou-o perante todos, dizendo: “Não sei de que
falas.” 71 Tendo saído para a portaria, foi notado
por outra moça, e ela disse aos que estavam ali:
“Este homem estava com Jesus, o nazareno.” 72 E
ele novamente o negou, com juramento: “Não
conheço este homem!” 73 Pouco depois, os que
estavam parados ali aproximaram-se e disseram a
Pedro: “Tu certamente és também um deles, pois,
de fato, o teu dialeto te trai.” 74 Ele principiou
então a praguejar e a jurar: “Não conheço este
homem!” E imediatamente cantou um galo. 75 E
Pedro lembrou-se da declaração de Jesus, a
saber: “Antes de cantar o galo, repudiar-me-ás
três vezes.” E ele saiu e chorou amargamente.

27 Ao amanhecer, todos os principais


sacerdotes e os anciãos do povo realizaram uma
consulta contra Jesus, a fim de o entregarem à
morte. 2 E, depois de o amarrarem, levaram-no e
entregaram-no a Pilatos, o governador.
3
Então Judas, que o traiu, vendo que tinha sido
condenado, sentiu remorso e devolveu as trinta
moedas de prata aos principais sacerdotes e
anciãos, 4 dizendo: “Pequei quando traí sangue
justo.” Eles disseram: “Que temos nós com isso?
Isso é contigo!” 5 De modo que ele lançou as
moedas de prata dentro do templo e retirou-se, e,
tendo saído, enforcou-se. 6 Mas os principais
sacerdotes tomaram as moedas de prata e
disseram: “Não é lícito deitá-las no tesouro
sagrado, porque são o preço de sangue.” 7 Depois
de se consultarem entre si, compraram com elas
o campo do oleiro, para enterrar os estranhos.
8
Aquele campo veio por isso a ser chamado de
“Campo de Sangue”, até o dia de hoje. 9 Cumpriu-
se assim aquilo que fora falado por intermédio de
Jeremias, o profeta, que disse: “E tomaram as
trinta moedas de prata, o preço do homem com
que foi avaliado, daquele a quem alguns dos
filhos de Israel puseram um preço, 10 e deram-nas
pelo campo do oleiro, segundo o que Jeová me
tinha ordenado.”
11
Jesus estava então perante o governador; e o
governador fez-lhe a pergunta: “És tu o rei dos
judeus?” Jesus replicou: “Tu mesmo [o] dizes.”
12
Mas ele não deu nenhuma resposta enquanto
estava sendo acusado pelos principais
sacerdotes e anciãos. 13 Pilatos disse-lhe então:
“Não ouves quantas coisas testificam contra ti?”
14
Contudo, ele não lhe respondeu, não, nem com
uma só palavra, de modo que o governador ficou
muito admirado.
15
Ora, de festividade em festividade, era
costume do governador livrar para a multidão um
preso, aquele a quem desejassem. 16 Naquela
mesma ocasião estavam retendo um preso
notório, chamado Barrabás. 17 Portanto, quando
estavam ajuntados, Pilatos disse-lhes: “A qual
deles quereis que eu vos livre, a Barrabás ou a
Jesus, o chamado Cristo?” 18 Pois ele se
apercebia de que o tinham entregado por inveja.
19
Além disso, enquanto estava sentado na
cadeira de juiz, sua esposa mandou dizer-lhe:
“Não tenhas nada que ver com esse homem justo,
pois eu sofri hoje muito, num sonho, por causa
dele.” 20 Mas os principais sacerdotes e anciãos
persuadiram as multidões a pedir Barrabás e
fazer Jesus ser destruído. 21 Então, em resposta,
o governador disse-lhes: “A qual dos dois quereis
que eu vos livre?” Disseram: “Barrabás.” 22 Pilatos
disse-lhes: “O que quereis, então, que eu faça
com Jesus, o chamado Cristo?” Todos disseram:
“Seja pregado numa estaca!” 23 Ele disse: “Por
que, o que fez ele de mal?” Todavia, clamaram
ainda mais: “Seja pregado numa estaca!”
24
Vendo que nada adiantava, mas, ao contrário,
que se criava um alvoroço, Pilatos tomou água e
lavou as mãos diante da multidão, dizendo: “Eu
sou inocente do sangue deste [homem]. Isso é
convosco.” 25 A isso, todo o povo disse em
resposta: “O sangue dele caia sobre nós e sobre
os nossos filhos.” 26 Livrou-lhes então Barrabás,
porém, mandou que Jesus fosse chicoteado e o
entregou para ser pregado numa estaca.
27
Os soldados do governador levaram então
Jesus para o palácio do governador e ajuntaram
em volta dele todo o corpo de tropa. 28 E, tendo-o
despido, puseram sobre ele um manto escarlate,
29
e trançaram uma coroa de espinhos e a
puseram na cabeça dele, e [puseram] uma cana
na sua direita. E, ajoelhando-se diante dele,
divertiam-se às custas dele, dizendo: “Bom dia, ó
Rei dos judeus!” 30 E, cuspindo nele, tomaram a
cana e começaram a bater-lhe na cabeça. 31 Por
fim, tendo-se divertido às custas dele, tiraram o
manto e puseram nele sua roupagem exterior, e o
levaram para ser pregado numa estaca.
32
Saindo, encontraram um nativo de Cirene, de
nome Simão. A este homem obrigaram a prestar
serviço por levar a sua estaca de tortura. 33 E,
quando chegaram ao lugar chamado Gólgota, que
quer dizer Lugar da Caveira, 34 deram-lhe a beber
vinho misturado com fel; mas ele, depois de
prová-lo, recusou-se a beber. 35 Tendo-o pregado
numa estaca, distribuíram a sua roupagem
exterior por lançar sortes, 36 e, sentados,
vigiavam sobre ele ali. 37 Também puseram por
cima de sua cabeça a acusação contra ele, por
escrito: “Este é Jesus, o Rei dos judeus.”
38
Dois salteadores foram então com ele
pregados em estacas, um à sua direita e outro à
sua esquerda. 39 Os que passavam começaram
assim a falar dele de modo ultrajante, sacudindo
a cabeça 40 e dizendo: “Ó tu, pretenso derrubador
do templo e construtor dele em três dias, salva-te
a ti mesmo! Se tu és filho de Deus, desce da
estaca de tortura!” 41 Do mesmo modo também os
principais sacerdotes, junto com os escribas e os
anciãos, começaram a divertir-se às custas dele
e a dizer: 42 “A outros ele salvou; a si mesmo não
pode salvar! Ele é Rei de Israel; desça agora da
estaca de tortura, e nós acreditaremos nele.
43
Depositou a sua confiança em Deus; que Ele o
socorra agora, se Ele o quiser, pois este disse:
‘Sou Filho de Deus.’” 44 Do mesmo modo, até os
salteadores, que com ele estavam pregados em
estacas, começaram a vituperá-lo.
45
Da sexta hora em diante, caiu uma escuridão
sobre toda aquela terra, até a nona hora. 46 Por
volta da nona hora, Jesus exclamou com voz alta,
dizendo: “Eli, Eli, lama sabactâni?” isto é: “Deus
meu, Deus meu, por que me abandonaste?”
47
Ouvindo isso, alguns dos que estavam por ali
em pé começaram a dizer: “Este homem está
chamando Elias.” 48 E um deles correu
imediatamente, e, tomando uma esponja,
ensopou-a em vinho acre e a pôs numa cana,
dando-lhe de beber. 49 Mas os restantes deles
disseram: “Deixa[-o]! Vejamos se Elias vem salvá-
lo.” [[Outro homem tomou uma lança e furou-lhe o
lado, e saiu sangue e água.]] 50 Novamente, Jesus
clamou com alta voz e entregou o [seu] espírito.
51
E eis que a cortina do santuário se rasgou em
dois, de alto a baixo, e a terra tremeu, e as
rochas se fenderam. 52 E abriram-se os túmulos
memoriais e muitos corpos dos santos que tinham
adormecido foram levantados, 53 (e pessoas,
saindo dentre os túmulos memoriais depois de ele
ter sido levantado, entraram na cidade santa,) e
tornaram-se visíveis a muitas pessoas. 54 Mas o
oficial do exército e os que com ele vigiavam
sobre Jesus, quando viram o terremoto e as
coisas que aconteciam, ficaram com muito medo,
dizendo: “Certamente este era o Filho de Deus.”
55
Além disso, observando de certa distância,
havia ali muitas mulheres que tinham
acompanhado Jesus desde a Galiléia, para
ministrar-lhe; 56 entre estas estava Maria
Madalena, também Maria, a mãe de Tiago e
Josés, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
57
Então, visto que a tarde já estava avançada,
veio um homem rico de Arimatéia, de nome José,
que também se tinha tornado discípulo de Jesus.
58
Este homem dirigiu-se a Pilatos e pediu o corpo
de Jesus. Pilatos ordenou então que lhe fosse
entregue. 59 E José tomou o corpo, enrolou-o em
puro linho fino 60 e deitou-o no seu novo túmulo
memorial, que ele tinha aberto na rocha. E,
depois de rolar uma grande pedra à porta do
túmulo memorial, partiu. 61 Porém, Maria
Madalena e a outra Maria permaneceram ali,
sentadas diante do sepulcro.
62
No dia seguinte, que era depois da
Preparação, ajuntaram-se perante Pilatos os
principais sacerdotes e os fariseus, 63 dizendo:
“Senhor, lembramo-nos de que esse impostor
dizia, enquanto ainda estava vivo: ‘Depois de três
dias eu hei de ser levantado.’ 64 Portanto, ordena
que o sepulcro seja feito seguro até o terceiro
dia, para que não venham os seus discípulos e o
furtem, e digam ao povo: ‘Ele foi levantado dentre
os mortos!’ e esta última impostura seja pior do
que a primeira.” 65 Pilatos disse-lhes: “Tendes
uma guarda. Ide fazê-lo tão seguro como sabeis.”
66
De modo que foram e fizeram o sepulcro seguro
por selarem a pedra e terem a guarda.

28 Depois do sábado, quando estava ficando


claro, no primeiro dia da semana, Maria Madalena
e a outra Maria foram ver o sepulcro.
2
E eis que tinha havido um grande terremoto;
pois o anjo de Jeová descera do céu, e,
aproximando-se, rolara a pedra [da frente] e
estava sentado sobre ela. 3 Sua aparência
exterior era como relâmpago e seu vestuário era
branco como a neve. 4 Sim, os vigias tremeram de
temor dele e ficaram como que mortos.
5
Mas o anjo disse em resposta às mulheres:
“Não sejais temerosas, pois eu sei que estais
procurando a Jesus, que foi pregado numa
estaca. 6 Ele não está aqui, pois foi levantado,
assim como disse. Vinde, vede o lugar onde
estava deitado. 7 E ide rapidamente e dizei aos
seus discípulos que ele foi levantado dentre os
mortos, e eis que vai adiante de vós para a
Galiléia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo disse.”
8
Deixando assim rapidamente o túmulo
memorial, com temor e grande alegria, correram
para relatar isso aos discípulos dele. 9 E eis que
Jesus foi ao encontro delas e disse: “Bom dia!”
Elas aproximaram-se e agarraram-no pelos pés, e
prestaram-lhe homenagem. 10 Jesus disse-lhes
então: “Não temais! Ide, relatai isso a meus
irmãos, a fim de que vão para a Galiléia; e ali me
verão.”
11
Enquanto elas estavam em caminho, eis que
alguns da guarda foram à cidade e relataram aos
principais sacerdotes todas as coisas que tinham
acontecido. 12 E, depois de estes se terem
ajuntado com os anciãos e terem deliberado,
deram aos soldados um número suficiente de
moedas de prata 13 e disseram: “Dizei: ‘Seus
discípulos vieram de noite e o furtaram, enquanto
estávamos dormindo.’ 14 E, se isso chegar aos
ouvidos do governador, nós [o] persuadiremos e
vos livraremos de preocupação.” 15 Assim
tomaram as moedas de prata e fizeram como se
lhes mandou; e esta palavra se tem espalhado
entre os judeus até o dia de hoje.
16
No entanto, os onze discípulos foram para a
Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara,
17
e quando o viram, prestaram-lhe homenagem,
mas alguns duvidaram. 18 E Jesus, aproximando-
se, falou-lhes, dizendo: “Foi-me dada toda a
autoridade no céu e na terra. 19 Ide, portanto, e
fazei discípulos de pessoas de todas as nações,
batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do
espírito santo, 20 ensinando-as a observar todas
as coisas que vos ordenei. E eis que estou
convosco todos os dias, até à terminação do
sistema de coisas.”

[Notas de rodapé]
“Mateus.” ‫א‬B(gr.): Math·thaí·on; D(gr.):
Mat·thaí·on; derivado do nome próprio hebr.
Mat·tith·yáh, significando “Dádiva de Jah”.
Ou “linhagem; origem”. Gr.: ge·né·se·os,
“gênesis”; lat.: ge·ne·ra·ti·ó·nis, “geração”;
J 17,18 (hebr.): toh·ledhóth, “genealogia”. Veja
Gên 2:4 n. e Gên 5:1 n.: “história”.

Lit.: “procriou”. Gr.: e·gén·ne·sen; lat.: gé·nu·it,


“gerou”.

Ou “por aquela que havia pertencido a Urias”.

WH omite Acazias, Jeoás, Amazias. Mas veja 1Cr


3:11, 12.

Gr.: Ba·by·ló·nos; J 17,22 (hebr.): Ba·vél. Veja 2Rs


17:24 n.

Ou “liberá-la”. Lit.: “soltá-la”.

“De Jeová.” J 3,4,7-14,16-18,22-24,28 (hebr.): ‫ ( יהוה‬Yeho·wáh);


gr.: Κυρίου ( Ky·rí·ou ), sem o artigo definido:
“de Senhor”. The Holy Scriptures, de J. N.
Darby, 1920 (correspondendo à Bíblia alemã
chamada “Elberfelder Bibel”, 1891), diz numa n.
sobre Mt 1:20: “‘Senhor’ sem o artigo,
significando, como muitas vezes acontece:
‘Jeová.’” Este é o primeiro de 237 lugares nas
Escrituras Gregas Cristãs em que ocorre o
nome divino “Jeová” no próprio texto desta
tradução. Em adição a isso, ele ocorre 72 vezes
nas n., fora do texto propriamente dito. Veja
Ap. 1D.
“Jesus.” Gr.: ’Ιησοῦν ( I·e·soún ); J 1-14,16-18,22 (hebr.):
‫ ( ישוע‬Ye·shú·a‛, “Jesua”, significando “Jeová É
Salvação”).

Veja Ap. 1D.

“A virgem.” Gr.: he par·thé·nos; J 22 (hebr.):


ha·‛al·máh .
Gr.: Em·ma·nou·él; J 17,18,22 (hebr.): ‛Im·ma·nu·’él.

Veja Ap. 1D.

Lit.: “ele não a estava conhecendo”.

Ou “magos”. Gr.: má·goi.

Ou “vimos a sua estrela desde o Oriente”.

“O Cristo.” Gr.: ὁ χριστός ( ho Khri·stós ); J 1-14,16-


18,22
(hebr.): ‫ ( המשיח‬ham·Ma·shí·ahh, “O Messias; o
Ungido”).

Significando “Casa de Pão”. Gr.: Be·thle·ém;


J 17,18,22 (hebr.): Behth lé·hhem.

Ou “líderes”. Gr.: he·ge·mó·sin.

Ou “líder”. Gr.: he·goú·me·nos.

Ou “que viram desde o Oriente”.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Ou “magos”.

Veja Ap. 1D.

Ou “vida”. Gr.: psy·khén; J 17,18,22 (hebr.): né·fesh.


Veja Ap. 4A.
Ou “Cidade [do] rebentão”. Gr.: Na·za·rét;
J 22 (hebr.): Na·tsé·reth.

“Nazareno.” J 17,18,22 (hebr.): Nots·rí. Gr.:


Na·zo·raí·os; provavelmente derivado do hebr.
né·tser, significando “rebentão”, portanto,
figurativamente “prole; descendente”. Veja Is
11:1 e n.: “rebentão”.

“João.” Gr.: I·o·á·nes; J 1-14,16-18,22 (hebr.):


Yoh·hha·nán, “Joanã”, significando “Jeová Tem
Mostrado Favor; Jeová Tem Sido Clemente”.

Ou “o Imersor; o Submersor (Mergulhador)”. Gr.:


ho Ba·pti·stés; J 17,22 (hebr.): ham·Mat·bíl.
Ou “proclamar”. Gr.: ke·rýs·son; lat.: praé·di·cans.

“Reino dos céus.” Gr.: ba·si·leí·a ton ou·ra·nón;


lat.: ré·gnum cae·ló·rum; J 22 (hebr.): mal·khúth
sha·má·yim.
Veja Ap. 1D.

Ou “cinturão”.

Significando “Posse [ou: Alicerce] da Paz Dupla”.


Gr.: I·e·ro·só·ly·ma; J 22 (hebr.): Yeru·sha·lá·yim.

Lit.: “mudança de idéia”. Gr.: me·ta·noí·as.

Ou “imerjo-vos; submerjo-vos (mergulho-vos)”.


Gr.: ba·ptí·zo.

Ou “força ativa”. Gr.: pneú·ma·ti; lat.: spí·ri·tu;


J 17,18,22 (hebr.): berú·ahh, “com força ativa”. Veja
Gên 1:2 n.: “ativa”.

Veja Ap. 1D.


Veja Ap. 1D.

“Mundo.” Gr.: κόσμου ( kó·smou ); lat.: mún·di.

Veja Ap. 1D.

“Tens de prestar serviço sagrado.” Gr.:


la·treú·seis; J 17,18,22 (hebr.): ta·‛avódh, “tens de
servir (adorar)”. Veja Êx 3:12 n.

Ou “evangelho”. Gr.: eu·ag·gé·li·on; lat.:


e·van·gé·li·um.
Ou “As [a confederação das] Dez Cidades”.

“Felizes.” Gr.: Ma·ká·ri·oi; lat.: be·á·ti, que é a


base do termo “beatitudes”.

Ou “os indigentes do espírito”.

Lit.: “pacificadores”. Gr.: ei·re·no·poi·oí.

“Uma palavra imprópria de desprezo.” Gr.:


Rha·ká; J 17 , Re·qá’, palavra aram. de desprezo.
Ou “Sinédrio”.

“Geena.” Gr.: γέενναν ( gé·en·nan ); J 1-14,16-18 (hebr.):


‫ ( גיהנם‬geh·hin·nóm, “vale de Hinom”). Era o lugar
onde se queimava o lixo fora de Jerusalém.
Veja Ap. 4C.

Lit.: “o último quadrante”; a sexagésima quarta


parte dum denário. Veja Ap. 8A.

“Fornicação.” Gr.: por·neí·as; lat.:


for·ni·ca·ti·ó·nis; J 17,18,22 (hebr.): zenúth. Veja
Ap. 5A.

Ou “solta”.
Ou “comete infidelidade marital sexual”. Gr.:
moi·khá·tai; lat.: a·dúl·te·rat; J 22 (hebr.): noh·’éf.
Veja Ez 16:32 n.

Veja Ap. 1D.

Ou “daquilo que é iníquo”.

Ou “àquilo que é iníquo”.

“Mil passos.” Gr.: mí·li·on; lat.: míl·le pás·sus. A


milha romana tinha 1.479,5 m. Veja Lu 24:13 n.;
Ap. 8A.

Ou “completo”.

Ou “não balbucies; não profiras repetições vãs”.

Ou “seja tido por sagrado; seja tratado como


santo”. Gr.: ha·gi·a·sthé·to; lat.:
sanc·ti·fi·cé·tur; J 17,18 (hebr.): yith·qad·dásh ,
“seja santificado”. Veja Êx 29:43 n.:
“santificado”.

Lit.: “solta-nos”.

Ou “socorre-nos”.

Ou “daquilo que é iníquo”.

Ou “sincero; unidirecional; em foco; generoso”.

Ou “mau; invejoso”.

Ou “Mamom”. Gr.: ma·mo·naí, no dativo; J 17,


18,22
(hebr.): ham·ma·móhn, “o mamom”.

Ou “vidas”. Lit.: “alma”. Gr.: psy·kheí , sing. Veja


Ap. 4A.
Ou: “Estai buscando.” Gr.: ze·teí·te; a forma do
verbo indica uma ação contínua.

Ou “aniquilação”. Gr.: a·pó·lei·an.

Ou “muitos milagres”.

Ou “centurião”, isto é, o comandante de 100


soldados. Lat.: cen·tú·ri·o.

Ou “rilhar; cerrar”.

Isto é, depois do sábado. Veja Mr 1:21-32; Lu


4:31-40.

“Ao país dos gerasenos”, em Mr 5:1; Lu 8:26.

Ou “saindo dos”.

“Que temos nós contigo?” Esta é uma expressão


idiomática; é uma pergunta de repulsa,
indicando objeção. Veja Ap. 7B.

Lit.: “os filhos da câmara nupcial”, isto é, os


convidados ao casamento.

Ou “bainha; borla”.

Ou “serei salva”.

Ou “te salvou”.

Ou “proclamando”. Gr.: ke·rýs·son; lat.:


praé·di·cans.
Ou “atormentadas; molestadas”.

“Pedro” é chamado de cinco maneiras diferentes;


aqui: “Simão, o chamado Pedro”; em 16:16:
“Simão Pedro”; em At 15:14: “Simeão”; em Jo
1:42: “Cefas”; e mais freqüentemente: “Pedro”,
como em Mt 14:28.

Significando “Filho de Tolmai”. Às vezes era


chamado Natanael, presumivelmente este era
seu sobrenome. Veja Jo 1:46; Jo 21:2.

Também conhecido por Levi. Veja Lu 5:27.

Também conhecido por “Judas, filho de Tiago”.


Veja Lu 6:16; Jo 14:22; At 1:13.

Ou “nem uma peça extra de roupa interior”.

Ou “a sinédrios inferiores”. J 17,22 (hebr.):


leSan·hedh·ri·yóhth.
“Testemunho.” Gr.: mar·tý·ri·on; lat.:
te·sti·mó·ni·um.
“Belzebu”, VgSy p,s ; ‫א‬B(gr.): Be·e·ze·boúl; CW(gr.):
Be·el·ze·boúl. Veja 12:24 n.
Ou “em público; publicamente”.

Lit.: “ao ouvido”.

Ou “vida”. Veja Ap. 4A.

Veja Ap. 4C.

Lit.: “se vendem . . . por um asse (assário)”; este


era a décima sexta parte de um denário. Veja
Ap. 8A.

“Estaca de tortura.” Gr.: σταυρόν ( stau·rón ); lat.:


crú·cem (de crux ). Veja Ap. 5C.
Ou “vida”. Veja Ap. 4A.

Ou “anjo”.
Ou “Imersor; Submersor (Mergulhador)”. Gr.:
Ba·pti·stoú.
Significando “Meu Deus É Jeová”. J 18,22 (hebr.):
’E·li·yá·hu. Veja 1Rs 17:1 n. e 2Rs 1:3 n.:
“Elias”.

Ou: “não serás enaltecida ao céu?”

“Hades.” Gr.: ᾅδου ( haí·dou ); J 7-14,16-18,22 (hebr.): ‫שאול‬


( she’óhl ). Veja Ap. 4B.

“Para ti”, referindo-se a “ti” como a uma cidade.

Ou: “Entrai sob o meu jugo comigo.”

Ou “tornai-vos meus discípulos”. Veja Jz 7:17.

Ou “vidas”. Veja Ap. 4A.

“Pães da apresentação.” Gr.: ár·tous tes


pro·thé·se·os; J 22 (hebr.): lé·hhem hap·pa·ním.
Ou “pães da proposição”. Veja Êx 25:30 n.

Lit.: “o que é”. Gr.: tí e·stin. Veja 26:26 n.

Ou “à vitória”.

“Belzebu”, VgSy c,p,s ; CDWSy h Arm: “Beelzeboul”; ‫א‬B:


“Beezeboul”; possivelmente significando
“Senhor da Habitação”, ou, se for trocadilho da
palavra hebr. não-bíblica zé·vel (esterco):
“Senhor do Esterco”. Veja 2Rs 1:2 n.: “Baal-
Zebube”.

Lit.: “falar rebaixando o espírito santo”.

Ou “nesta ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·ni; lat.:


saé·cu·lo; J 1-14,16-18 (hebr.): va·‛oh·lám, “na ordem
de coisas”.
Lit.: “a pregação de Jonas”. Gr.: to ké·ryg·ma
I·o·ná; lat.: prae·di·ca·ti·ó·ne Ió·nae.
Ou “términos”. Gr.: pe·rá·ton. Veja At 1:8 n.:
“distante”.

‫א‬° BSy c,s omitem o v. 47.

Ou “em parábolas”. Gr.: en pa·ra·bo·laís; lat.: in


pa·rá·bo·lis; J 17,18,22 (hebr.): bim·sha·lím.
Lit.: “foi tornado grosso (gordo)”.

Ou “de má vontade”.

Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·nos; lat.:


saé·cu·li; J 17,18,22 (hebr.): ha·‛oh·lám, “a ordem de
coisas”.

Ou “e o prazer enganoso de ser rico”.

Ou “ela”, isto é, a “palavra”.

Ou “cizânia”. Veja v. 36 n.

“Grandes medidas.” Ou “seás”. Gr.: sá·ta. Um seá


equivalia a 7,33 l.

Ou “cizânia”. Gr.: zi·za·ní·on; J 17,22 (hebr.): zu·néh.


Uma espécie das gramíneas, cujas sementes
têm propriedades venenosas, supostamente
provenientes dum fungo que se desenvolve
nelas.

Ou “fim conjunto; fim conjugado; consumação”.


Gr.: συντέλεια ( syn·té·lei·a ); lat.:
con·sum·má·ti·o. Veja Da 12:4 n.: “fim”.
Ou “duma ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·nos; lat.:
saé·cu·li; J 1-14,16-18,22 (hebr.): ha·‛oh·lám, “da
ordem de coisas”.

Veja v. 39 n.

Ou “toda pessoa instruída”.

Ou “cidade”.

Lit.: “o tetrarca”, o príncipe territorial agindo


pelo imperador.

Ou “milagres”.

Lit.: “muitos estádios”. Um estádio equivalia a um


oitavo de milha romana, ou 185 m.

A última vigília (de aproximadamente as 3 horas


da madrugada até o nascer do sol), segundo a
divisão gr. e romana da noite. Os judeus tinham
três divisões, ou vigílias, segundo Êx 14:24 e
Jz 7:19, mas eles posteriormente adotaram o
sistema romano de quatro vigílias noturnas.
Veja Mr 13:35 n.

Ou “morra sem falta”.

Ou “vala”.

Ou “parábola”.

Ou “cloaca; latrina; privada”.

Ou “cananéia”.

Segundo CDWItVg; ‫א‬BSy c,s Arm omitem as palavras


entre colchetes duplos.

“Adúltera.” Gr.: moi·kha·lís; lat.: a·dúl·te·ra.


Lit.: “Barjonas”, significando “Filho de Jonas”.
Gr.: Ba·ri·o·ná; J 17,18,22 (hebr.): Bar-Yoh·náh. Bar
é um estrangeirismo aram. para “filho”. Veja
Esd 5:2 n.

“Tu és Pedro, e sobre esta rocha.” Nas línguas


originais, as palavras para “Pedro”,
significando “Um Pedaço de Rocha”, são masc.
(gr.: Pé·tros, masc.; lat.: Pé·trus, masc.; sir.:
Ki’·fa’, precedido pelo pronome pessoal masc.
hu ), ao passo que as palavras para “rocha” são
fem. (gr.: pé·trai, dativo, fem. sing.; lat.:
pé·tram, fem.; sir.: ki’·fa’, precedido pelo
adjetivo demonstrativo fem. ha·de’ ).

Ou “minha eclésia (assembléia)”. Gr.: mou ten


ek·kle·sí·an; J 17,18,22 (hebr.): qehil·la·thí.
“Hades.” Gr.: haí·dou; J 7,8,10-14,16-18,22 (hebr.): she’óhl.
Veja Ap. 4B.

Ou “a coisa já amarrada”, o particípio passivo


perfeito.

Ou “a coisa já solta”, o particípio passivo


perfeito.

Ou “virando-se”.

Ou “não tens a mente de Deus, mas a de homens”.

Veja Ap. 5C.

Ou “vida”. Veja Ap. 4A.

‫א‬° BSy c,s omitem o v. 21; CDWVgSy p Arm: “No


entanto, esta espécie não sai, exceto por
oração e jejum.” (Veja Mr 9:29.)
Lit.: “as dracmas duplas”. Gr.: ta dí·drakh·ma.
Veja Ap. 8A.

“Uma moeda de estáter”, considerada ser a


tetradracma. Veja Ap. 8A.

Veja Ap. 4C.

Ou “sempre têm acesso ao meu Pai”.

‫א‬BSy s omitem isso; DWVgSy c,p Arm: “Porque o Filho


do homem veio para salvar o que estava
perdido.” (Veja Lu 19:10.)

Lit.: “repreende-o”.

Ou “tudo o que é dito”.

Lit.: “fique de pé”.

Lit.: “recusar ouvir”.

Ou “à eclésia (assembléia)”. Gr.: tei ek·kle·sí·ai;


J 17 (hebr.): ’el-haq·qa·hál .

Ou “coisas já amarradas”, o particípio passivo


perfeito.

Ou “coisas já soltas”, o particípio passivo


perfeito.

“Setenta e sete vezes”, em harmonia com Gên


4:24. Lit.: “setenta vezes sete”.

Um talento de prata equivalia a 6.000 denários.


Veja Ap. 8A.

Ou “perdoou-lhe a dívida”.

Veja Ap. 8A.

Ou “perdoei-te toda aquela dívida”.


Ou “aos atormentadores”. Gr.: tois ba·sa·ni·staís;
lat.: tor·tó·ri·bus.

Lit.: “se solte”. Veja Le 22:13 n.

“Fornicação.” Gr.: por·neí·ai, dativo, sing.; lat.:


for·ni·ca·ti·ó·nem; J 17,18,22 (hebr.): zenúth. Veja
Ap. 5A.

Veja v. 18 n.

“Cometer adultério.” Gr.: moi·kheú·seis; lat.:


a·dul·te·rá·bis; J 18,22 (hebr.): tin·’áf. Veja 5:32 n.:
“adultério”; Ez 16:32 n.

Ou “regeneração; renascimento”. Gr.:


pa·lin·ge·ne·sí·ai; lat.: re·ge·ne·ra·ti·ó·ne; sir.:
be‛al·ma’ Hhad·ta’, “na nova era”. Veja Tit
3:5 n.

Uma moeda romana de prata, que pesava 3,85 g.

Ou “invejoso”.

Ou “fixarem numa estaca (poste)”. Veja Ap. 5C.

Ou “servo”. Gr.: di·á·ko·nos; lat.: mi·ní·ster (de


mí·nus, “menos”); J 22 (hebr.): mesha·réth.
Ou “para servir (assistir)”. Gr.: di·a·ko·né·sai; lat.:
mi·ni·strá·re; J 17,18,22 (hebr.): lesha·réth.
Ou “vida”. Gr.: psy·khén; lat.: á·ni·mam;
J 17,18,22 (hebr.): naf·shóh, “sua vida”.

“Resgate.” Gr.: lý·tron; lat.: re·dem·pti·ó·nem;


J 17,18,22 (hebr.): kó·fer. Veja 1Ti 2:6 n.:
“correspondente”.

“Senhor”, P 45 BCWVg; ‫א‬: “Jesus”; DSy c omitem isso.


Lit.: “Hosana.” Gr.: Ho·san·ná; Vg c (lat.):
Ho·sán·na; J 1-14,16-18,22 (hebr.): Hoh·sha‛·ná’,
“Salva, rogamos!”

Veja Ap. 1D.

Ou “nos lugares mais altos”.

Ou “parábola”.

Veja Ap. 1D.

Ou “tantos quantos”.

Ou “aos seus ministros (ajudantes)”. Gr.: tois


di·a·kó·nois; lat.: mi·ní·stris; J 22 (hebr.):
lam·sha·rethím .
Ou “rilhar; cerrar”.

Ou “com os herodianos”.

Ou “ao Imperador”. Gr.: Kaí·sa·ri; lat.: Caé·sa·ri;


J 22 (hebr.): laq·Qeh·sár.

Veja 20:2 n.

“Imagem.” Gr.: ei·kón; lat.: i·má·go; J 22 (hebr.):


had·demúth, “a imagem”.
Lit.: “Dai de volta.” Gr.: A·pó·do·te; lat.: réd·di·te;
J 17,22 (hebr.): tenú.

“Ressurreição.” Gr.: a·ná·sta·sin, “levantar-se;


erguer-se” (de a·ná, “para cima”, e stá·sis ,
“estar de pé”); lat.: re·sur·rec·ti·ó·nem;
J 17 (hebr.): tehhi·yáth ham·me·thím,
“revivificação dos mortos”.

“Ele é o Deus”, B; J 18 : “Jeová é Deus.”


Veja Ap. 1D.

Lit.: “no espírito”. Gr.: en pneú·ma·ti; lat.: in


spí·ri·tu; J 17,18 (hebr.): ba·rú·ahh .
Veja Ap. 1D.

Ou “ampliam seus filactérios”.

Ou “bainhas; borlas”.

Ou “nos lugares de reunião”.

Ou “Meu Grande (Excelente)”. Gr.: Rhab·beí; lat.:


ráb·bi; J 17 (hebr.): Rab·bí Rab·bí.
“Líder.” Gr.: ka·the·ge·tés; lat.: ma·gí·ster.

Ou “servo”. Gr.: di·á·ko·nos; lat.: mi·ní·ster;


J 17,18 (hebr.): lim·sha·réth, “como ajudante”.

‫א‬BDVgSy s Arm omitem isso; Vg c Sy c : “Ai de vós,


escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais
as casas das viúvas e como pretexto fazeis
longas orações; por isso recebereis julgamento
mais abundante.” (Veja Mr 12:40.)

Ou “converso”. Gr.: pro·sé·ly·ton; lat.:


pro·sé·ly·tum.
“Objeto para.” Lit.: “filho da”.

Veja Ap. 4C.

Ou “habitação (morada) divina”. Gr.: na·oí, no


dativo, sing.; lat.: tém·plum; J 17,18,22 (hebr.):
ba·heh·khál, “pelo palácio”. Veja 1Sa 1:9 n.:
“templo”.

Ou “fé”.
Ou “estai na plena medida de vossos
antepassados”. B: “enchereis a medida de
vossos antepassados”.

Veja Ap. 4C.

Ou “pessoas instruídas; escribas”.

Ou “fixareis em estacas (postes)”. Veja Ap. 5C.

Veja Ap. 1D.

Gr.: pa·rou·sí·as. Veja Ap. 5B.

Ou “fim conjunto; fim conjugado; consumação”.


Gr.: syn·te·leí·as; lat.: con·sum·ma·ti·ó·nis .

Ou “da ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·nos; lat.:


saé·cu·li; J 1-14,16-18,22 (hebr.): ha·‛oh·lám.
“O Cristo.” Gr.: ho Khri·stós; lat.: Chrí·stus;
J 17,18,22 (hebr.): ham·Ma·shí·ahh.

Ou “remate; fim completo”.

Ou “se agitará; se excitará”.

Veja v. 14 n: “fim”.

Ou “serão proclamadas”. Gr.: ke·ry·khthé·se·tai;


lat.: prae·di·cá·bi·tur. Veja Da 5:29 n.:
“proclamaram”.

Lit.: “em toda a habitada”. Gr.: en hó·lei tei


oi·kou·mé·nei, fem. sing., subentendendo-se a
terra; lat.: in u·ni·vér·so ór·be, “no círculo
universal”, isto é, da terra. Veja Is 13:11 n.:
“produtivo”; Na 1:5 n.
“Testemunho.” Gr.: mar·tý·ri·on; lat.:
te·sti·mó·ni·um.
Ou “remate; fim completo; término”. Gr.: té·los.

“Num lugar santo.” Gr.: en tó·poi ha·gí·oi; lat.: in


ló·co sánc·to; J 17,18 (hebr.): bim·qóhm qó·dhesh.
Lit.: “atente aquele que lê”.

Veja At 1:12 n.

“Grande tribulação.” Gr.: thlí·psis me·gá·le; lat.:


tri·bu·lá·ti·o má·gna; J 17,18 (hebr.): tsa·ráh
ghedhoh·láh.
Veja Ap. 5B.

“Vir.” Gr.: er·khó·me·non.

Ou “com grande poder e glória”.

“Geração.” Gr.: ge·ne·á; é diferente de gé·nos,


“raça”, como em 1Pe 2:9.

“Nem o Filho”, ‫א‬° BDVg mss. ArmJ 18,21,22 .

Veja Ap. 5B.

Ou “grande inundação; cataclismo”. Gr.:


ka·ta·kly·smoú; lat.: di·lú·vi·um.
Veja Ap. 5B.

Lit.: “tendo chegado”. Gr.: el·thón.

Ou “o cortará em dois”.

Ou “o [choro] deles”. Lit.: “o [choro]”.

Ou “rilhar; cerrar”.

Ou “dos [dentes] deles”. Lit.: “dos [dentes]”.


Um talento gr. pesava 20,4 kg. Veja Ap. 8A.

Veja v. 15 n.

Ou “duro”.

Ou “tímido; hesitante”.

Veja v. 15 n.

Ou “rilhar; cerrar”.

Lit.: “cabritinhos”.

Lit.: “o lançamento para baixo [de semente]”. Gr.:


ka·ta·bo·lés.
Ou “insuficientemente vestido”. Gr.: gy·mnós,
significando “pouco vestido; só de roupa de
baixo”, não necessariamente nu ou despido.

Ou “truncamento; poda”. Gr.: kó·la·sin. Veja 1Jo


4:18 n.

Ou “fixado numa estaca (poste)”. Veja Ap. 5C.

Ou “se proclamarem”. Gr.: ke·ry·khtheí; lat.:


prae·di·cá·tum fú·e·rit. Veja Da 5:29 n.:
“proclamaram”.

“Mundo.” Gr.: kó·smoi; lat.: mún·do.

Ou: “No dia antes dos.” Esta tradução da palavra


gr. πρῶτος ( pró·tos ), seguida pelo caso genitivo
da palavra seguinte, concorda com o sentido e
a tradução duma construção similar em Jo
1:15, 30, a saber: “existiu antes [ pró·tos ] de
mim”. Segundo LS, p. 1535, col. 1, “πρῶτος é
[às vezes] usado onde esperaríamos πρότερος
[ pró·te·ros ]”.
Lit.: “é”. Gr.: e·stin, no sentido de significar,
importar em, representar. Veja 12:7 n.:
“significa”; também 1Co 10:4 n.: “significava”.

“Novo”, isto é, o produto novo da videira.

Ou “depois de cantarem hinos (salmos)”. Gr.:


hy·mné·san·tes; J 18 (hebr.): wai·yiq·re’ú ’eth·ha-
hal·lél. Sem dúvida, os últimos quatro dos
Salmos de Halel (115-118). Veja Sal 114:1 n.

Ou “fim”. Gr.: té·los.

“Sinédrio”, J 17,18,22 . Ou: “Supremo Tribunal.” Veja


5:22.

Ou “habitação (morada) divina”. Gr.: na·ón; lat.:


tém·plum; J 17,18,22 (hebr.): heh·khál, “palácio;
templo”.

“Vindo.” Em grego: er·khó·me·non.

Veja 26:61 n.

“Jeremias”, ‫א‬AB; Sy h(margem) : “Zacarias”; Sy p,s


omitem isso.

“Tomaram”, AB; ‫א‬Sy h,p,s : “tomei”.

“Deram-nas”, A c B ° CItVg; ‫א‬B c WSy h,p,s : “dei-as”.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 7B.

Ou: “fixado numa estaca (poste)!” Veja Ap. 5C.

Ou “inocente deste sangue”.

“Gólgota.” Gr.: Gol·go·thá; lat.: Gól·go·tha;


J 17,18 (hebr.): Gol·gol·tá’.
“Lugar da Caveira.” Gr.: Kra·ní·ou Tó·pos; lat.:
Cal·vá·ri·ae ló·cus; J 17 (hebr.): meqóhm
Gul·gó·leth.
“Sexta hora”, isto é, por volta do meio-dia.

“Nona hora”, isto é, por volta das 15 horas.

“Eli, Eli, lama sabactâni?” Veja Sal 22:1 n.:


“abandonaste”.

“Outro homem . . . água”, ‫א‬BC; ADWItVgSy h,p,s Arm


omitem isso.

Ou “deixou de respirar”. Lit.: “soltou o espírito”.


Gr.: a·fé·ken to pneú·ma.

Ou “eles”, não se referindo aos “corpos”.

Lit.: “o centurião”, isto é, o comandante de 100


soldados.

Ou “um filho de Deus; um filho de um deus”.

“Josés”, ABCD c Sy h,p ; ‫א‬D ° WVgSy s : “José”.

“Depois”, J 17,18,21,22 . Veja a consideração de


“Depois do Sábado” no Ap. 7C.

Veja Ap. 1D.

Ou “fixado numa estaca (poste)”. Veja Ap. 5C.

Ou “outros”, como em Mt 26:67.

“Autoridade.” Gr.: e·xou·sí·a; lat.: po·té·stas;


J 18 (hebr.): mim·shál.

Ou “fazei aprendizes”. Gr.: ma·the·teú·sa·te.

Ou “dentro do”.
Veja também 24:3 n.: “terminação”.

Veja 13:39 n.: “coisas”.

Segundo Marcos

1 [O] princípio das boas novas a respeito de


Jesus Cristo: 2 Conforme está escrito em Isaías, o
profeta: “(Eis que eu envio o meu mensageiro
diante da tua face, o qual preparará o teu
caminho;) 3 eis que alguém está clamando no
ermo: ‘Preparai o caminho de Jeová, fazei retas
as suas estradas’”, 4 apareceu João, o batizador,
no ermo, pregando [o] batismo [em símbolo] de
arrependimento para o perdão de pecados.
5
Conseqüentemente, todo o território da Judéia e
todos os habitantes de Jerusalém saíam a ter
com ele e eram batizados por ele no rio Jordão,
confessando abertamente os seus pecados. 6 Ora,
João estava vestido de pêlos de camelo e com um
cinto de couro em volta dos seus lombos, e comia
gafanhotos e mel silvestre. 7 E pregava, dizendo:
“Depois de mim vem alguém mais forte do que eu;
não sou nem apto para me abaixar e desatar os
cordões de suas sandálias. 8 Eu vos batizei com
água, mas ele vos batizará com espírito santo.”
9
No decorrer daqueles dias, veio Jesus de
Nazaré da Galiléia e foi batizado por João no
Jordão. 10 E, subindo da água, viu imediatamente
os céus serem partidos e o espírito descer como
pomba sobre ele; 11 e uma voz saiu dos céus: “Tu
és meu Filho, o amado; eu te tenho aprovado.”
12
E o espírito impeliu-o imediatamente a ir
para o ermo. 13 Ele continuou assim no ermo por
quarenta dias, sendo tentado por Satanás, e
estava com os animais selváticos, mas os anjos
lhe ministravam.
14
Ora, depois de João ter sido preso, Jesus
entrou na Galiléia, pregando as boas novas de
Deus 15 e dizendo: “Tem-se cumprido o tempo
designado e o reino de Deus se tem aproximado.
Arrependei-vos e tende fé nas boas novas.”
16
Andando à beira do mar da Galiléia, viu
Simão e André, irmão de Simão, lançando [suas
redes] ao mar, pois eram pescadores. 17 De
maneira que Jesus lhes disse: “Vinde após mim, e
eu farei que vos torneis pescadores de homens.”
18
E eles abandonaram imediatamente as suas
redes e o seguiram. 19 E, tendo andado um pouco
mais adiante, viu Tiago, o [filho] de Zebedeu, e
João, seu irmão, de fato, enquanto estavam no
seu barco consertando as suas redes; 20 e logo os
chamou. Eles, por sua vez, abandonaram seu pai
Zebedeu, no barco, com os homens contratados,
e foram após ele. 21 E entraram em Cafarnaum.

Assim que chegou o sábado, entrou na


sinagoga e começou a ensinar. 22 E ficaram
assombrados com o seu modo de ensinar, pois eis
que os ensinava como quem tinha autoridade e
não como os escribas. 23 Também, logo naquela
ocasião havia na sinagoga deles um homem sob o
poder dum espírito impuro, e ele gritou,
24
dizendo: “Que temos nós contigo, Jesus,
nazareno? Vieste destruir-nos? Eu sei exatamente
quem és, o Santo de Deus.” 25 Mas Jesus
censurou-o, dizendo: “Cala-te e sai dele!” 26 E o
espírito impuro, depois de o lançar em convulsão,
e berrando ao máximo da sua voz, saiu dele.
27
Ora, todos ficaram tão assombrados, que
começaram uma discussão entre si, dizendo:
“Que é isso? Um novo ensino! Ele dá ordens com
autoridade, até mesmo a espíritos impuros, e eles
lhe obedecem.” 28 De modo que o relato a respeito
dele se espalhou imediatamente em todas as
direções, através de toda a região circunvizinha
na Galiléia.
29
E saíram imediatamente da sinagoga e
entraram na casa de Simão e André, junto com
Tiago e João. 30 Ora, a sogra de Simão estava
acamada com febre, e falaram-lhe dela
imediatamente. 31 E, dirigindo-se a ela, levantou-
a, tomando-a pela mão; e a febre a abandonou e
ela começou a ministrar-lhes.
32
Ao anoitecer, tendo-se posto o sol,
trouxeram-lhe todos os doentes e os possessos
de demônios; 33 e a cidade toda estava ajuntada
na frente da porta. 34 Curou assim a muitos dos
que estavam enfermos com várias doenças e
expulsou muitos demônios, mas não deixou os
demônios falar, porque sabiam que ele era Cristo.
35
E, de manhã cedo, quando ainda estava
escuro, levantou-se e foi para fora, e partiu para
um lugar solitário, e ali começou a orar. 36 No
entanto, Simão e os com ele foram à sua procura
37
e acharam-no, e disseram-lhe: “Todos te
procuram.” 38 Mas ele lhes disse: “Vamos a outro
lugar, às vilas vizinhas, para que eu pregue
também ali, pois é com este objetivo que saí.”
39
E foi, pregando nas sinagogas deles, em toda a
Galiléia, e expulsando os demônios.
40
Veio também a ele um leproso, suplicando-
lhe, até de joelhos, [e] dizendo-lhe: “Se apenas
quiseres, podes tornar-me limpo.” 41 Em vista
disso, penalizou-se, e, estendendo a mão, tocou
nele e disse-lhe: “Eu quero. Torna-te limpo.” 42 E a
lepra desapareceu-lhe imediatamente e ele se
tornou limpo. 43 Outrossim, dando-lhe ordens
estritas, mandou-o imediatamente embora 44 e
disse-lhe: “Cuida de que não digas nada a
ninguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote e
oferece pela tua purificação as coisas
determinadas por Moisés, em testemunho para
eles.” 45 Mas, depois de se afastar, o homem
principiou a proclamar isso consideravelmente e
a divulgar o relato, de modo que [Jesus] não
podia mais entrar abertamente numa cidade, mas
continuava fora, nos lugares solitários. Contudo,
eles continuavam a vir a ele, de todos os lados.

2 No entanto, depois de alguns dias, entrou


novamente em Cafarnaum, e relatou-se que ele
estava em casa. 2 Conseqüentemente, ajuntaram-
se muitos, a ponto de não haver mais lugar, nem
mesmo junto à porta, e ele começou a falar-lhes a
palavra. 3 E [certos] homens vieram trazer-lhe um
paralítico, carregado por quatro. 4 Mas, não
podendo levá-lo diretamente a [Jesus], por causa
da multidão, removeram o telhado por cima do
lugar onde ele estava, e, tendo aberto um buraco,
abaixaram a maca em que o paralítico estava
deitado. 5 E, quando Jesus viu a fé que tinham,
disse ao paralítico: “Filho, teus pecados estão
perdoados.” 6 Ora, alguns dos escribas estavam
ali sentados e raciocinavam nos seus corações:
7
“Por que fala este homem dessa maneira? Ele
está blasfemando. Quem pode perdoar pecados
senão um só, Deus?” 8 Mas, Jesus, tendo
discernido imediatamente pelo seu espírito que
estavam raciocinando deste modo no íntimo,
disse-lhes: “Por que estais raciocinando essas
coisas em vossos corações? 9 O que é mais fácil,
dizer ao paralítico: ‘Teus pecados estão
perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, apanha a tua
maca e anda’? 10 Mas, a fim de que saibais que o
Filho do homem tem na terra autoridade para
perdoar pecados” — ele disse ao paralítico: 11 “Eu
te digo: Levanta-te, apanha a tua maca e vai para
a tua casa.” 12 Com isso, este se levantou e
apanhou imediatamente a sua maca, e saiu
andando na frente de todos, de modo que todos
ficaram simplesmente arrebatados e glorificaram
a Deus, dizendo: “Nunca vimos nada igual.”
13
Novamente, foi para a beira do mar; e toda a
multidão vinha a ele, e ele começou a ensiná-los.
14
Mas, ao passar para diante, avistou Levi, o
[filho] de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe:
“Sê meu seguidor.” E ele, levantando-se, seguiu-
o. 15 Mais tarde, aconteceu que estava recostado
à mesa, na casa deste, e muitos cobradores de
impostos e pecadores se recostavam com Jesus e
seus discípulos, pois havia muitos deles e
começavam a segui-lo. 16 Mas os escribas dos
fariseus, quando viram que ele comia com os
pecadores e os cobradores de impostos,
começaram a dizer aos discípulos: “Come ele com
os cobradores de impostos e os pecadores?” 17 Ao
ouvir isso, Jesus disse-lhes: “Os fortes não
precisam de médico, mas sim os enfermos. Não
vim chamar os que são justos, mas pecadores.”
18
Ora, os discípulos de João e os fariseus
praticavam o jejum. Vieram assim e disseram-lhe:
“Por que é que os discípulos de João e os
discípulos dos fariseus praticam o jejum, mas os
teus discípulos não praticam o jejum?” 19 E Jesus
disse-lhes: “Será que os amigos do noivo podem
jejuar enquanto o noivo está com eles? Enquanto
tiverem o noivo consigo, não podem jejuar.
20
Mas, virão dias em que o noivo lhes será tirado,
e então, naquele dia, jejuarão. 21 Ninguém costura
um remendo de pano não pré-encolhido numa
velha roupa exterior; se o fizer, a sua plena força
[o] arrancará dela, o novo da velha, e o rasgão
ficará pior. 22 Também, ninguém põe vinho novo
em odres velhos; se o fizer, o vinho rebentará os
odres e se perderá tanto o vinho como os odres.
Mas, põe-se vinho novo em odres novos.”
23
Aconteceu então que ele estava passando
pelas searas, no sábado, e seus discípulos, em
caminho, principiaram a arrancar espigas. 24 De
modo que os fariseus foram dizer-lhe: “Olha! Por
que fazem eles no sábado o que não é lícito?”
25
Mas ele lhes disse: “Nunca lestes nenhuma vez
o que Davi fez quando passou necessidade e ficou
com fome, ele e os homens com ele? 26 Como
entrou na casa de Deus, no relato sobre Abiatar,
o principal sacerdote, e comeu os pães da
apresentação, os quais não é lícito comer, a não
ser aos sacerdotes, e deu também deles aos
homens que estavam com ele?” 27 Prosseguiu
assim a dizer-lhes: “O sábado veio à existência
por causa do homem, e não o homem por causa
do sábado; 28 portanto, o Filho do homem é
Senhor até mesmo do sábado.”

3 Novamente, ele entrou numa sinagoga, e ali


havia um homem com a mão ressequida.
2
Vigiaram-no assim de perto para ver se curaria o
homem no sábado, a fim de que pudessem acusá-
lo. 3 E ele disse ao homem com a mão ressequida:
“Levanta-te [e vem] para o centro.” 4 A seguir,
disse-lhes: “É lícito, no sábado, fazer uma boa
ação ou fazer uma má ação, salvar ou matar uma
alma?” Mas eles ficaram calados. 5 E, depois de
olhar para eles, ao redor, com indignação,
estando profundamente contristado com a
insensibilidade dos seus corações, disse ao
homem: “Estende a tua mão.” E ele a estendeu, e
sua mão foi restabelecida. 6 Os fariseus saíram
então e começaram imediatamente a entrar em
conselho contra ele com os partidários de
Herodes, a fim de o destruírem.
7
Mas Jesus, com os seus discípulos, retirou-se
para o mar; e seguia-o uma grande multidão da
Galiléia e da Judéia. 8 Até mesmo de Jerusalém, e
da Iduméia, e de além do Jordão, e dos arredores
de Tiro e de Sídon, veio ter com ele uma grande
multidão, ao ouvir [falar] de quantas coisas fazia.
9
E ele disse aos seus discípulos que
mantivessem continuamente à sua disposição um
pequeno barco, para que a multidão não o
apertasse. 10 Porque curava a muitos, com o
resultado de que todos os que tinham moléstias
penosas lançavam-se sobre ele para tocá-lo.
11
Até mesmo os espíritos impuros, sempre que o
viam, prostravam-se diante dele e clamavam,
dizendo: “Tu és o Filho de Deus.” 12 Muitas vezes,
porém, os advertia rigorosamente que não o
dessem a conhecer.
13
E subiu a um monte e convocou os que quis,
e eles foram ter com ele. 14 E formou [um grupo
de] doze, aos quais chamou também de
“apóstolos”, para que continuassem com ele e
para que pudesse enviá-los a pregar 15 e a ter
autoridade para expulsar os demônios.
16
E os [do grupo dos] doze que formou eram
Simão, a quem também deu o sobrenome de
Pedro, 17 e Tiago, o [filho] de Zebedeu, e João,
irmão de Tiago (a estes deu também o sobrenome
de Boanerges, que significa Filhos do Trovão),
18
e André, e Filipe, e Bartolomeu, e Mateus, e
Tomé, e Tiago, [filho] de Alfeu, e Tadeu, e Simão,
o Cananita, 19 e Judas Iscariotes, que mais tarde
o traiu.

E ele entrou numa casa. 20 Mais uma vez se


ajuntou a multidão, de modo que não puderam
mais nem sequer tomar uma refeição. 21 Mas,
quando os seus parentes ouviram isso, saíram
para o pegarem, pois diziam: “Ele perdeu o juízo.”
22
Também os escribas que desceram de
Jerusalém diziam: “Ele está com Belzebu e
expulsa os demônios por meio do governante dos
demônios.” 23 Portanto, tendo-os chamado a si,
começou a dizer-lhes com ilustrações: “Como
pode Satanás expulsar a Satanás? 24 Ora, se um
reino fica dividido contra si mesmo, este reino
não pode ficar de pé; 25 e se uma casa fica
dividida contra si mesma, esta casa não poderá
ficar de pé. 26 Também, se Satanás se levantou
contra si mesmo e ficou dividido, não pode ficar
de pé, mas está chegando ao fim. 27 De fato,
ninguém que tenha entrado na casa dum homem
forte é capaz de saquear os seus bens móveis, a
menos que primeiro amarre o homem forte, e
então saqueará a sua casa. 28 Deveras, eu vos
digo que todas as coisas serão perdoadas aos
filhos dos homens, não importa que pecados e
blasfêmias cometam blasfemamente. 29 No
entanto, quem blasfemar contra o espírito santo,
nunca terá perdão, mas é culpado de pecado
eterno.” 30 Isto, porque diziam: “Ele tem um
espírito impuro.”
31
Vieram então sua mãe e seus irmãos, e, visto
que estavam em pé do lado de fora, mandaram
chamá-lo. 32 Acontece que havia uma multidão
sentada em volta dele, de modo que lhe disseram:
“Eis que tua mãe e teus irmãos, lá fora, estão-te
procurando.” 33 Mas ele lhes disse, em resposta:
“Quem é minha mãe e meus irmãos?” 34 E, tendo
olhado em volta para os sentados ao redor dele
num círculo, disse: “Eis minha mãe e meus
irmãos! 35 Todo aquele que faz a vontade de Deus,
este é meu irmão, e [minha] irmã e [minha] mãe.”

4 E ele principiou novamente a ensinar à beira


do mar. E ajuntou-se perto dele uma multidão
muito grande, de modo que entrou num barco e
ficou sentado lá fora no mar, mas toda a multidão
estava à beira do mar, em terra. 2 Começou assim
a ensinar-lhes muitas coisas com ilustrações e a
dizer-lhes no seu ensino: 3 “Escutai. Eis que o
semeador saiu a semear. 4 E, ao passo que
semeava, alguma [semente] caiu à beira da
estrada, e vieram as aves e a comeram. 5 E outra
[semente] caiu no lugar pedregoso, onde,
naturalmente, não tinha muito solo, e brotou
imediatamente, por não ter profundidade de solo.
6
Mas, ao se levantar o sol, ficou queimada, e, por
não ter raiz, secou-se. 7 E outra [semente] caiu
entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a
sufocaram, e ela não deu fruto. 8 Mas outras
caíram em solo excelente, e, crescendo e
aumentando, começaram a dar fruto, e deram
trinta, e sessenta, e cem vezes mais.” 9 Ele
acrescentou então a palavra: “Escute aquele que
tem ouvidos para escutar.”
10
Então, quando ficou sozinho, os em volta
dele, com os doze, começaram a interrogá-lo
sobre as ilustrações. 11 E ele passou a dizer-lhes:
“A vós tem sido dado o segredo sagrado do reino
de Deus, mas, para os de fora, todas as coisas
ocorrem em ilustrações, 12 a fim de que, olhando,
olhem mas não vejam, e, ouvindo, ouçam mas não
compreendam o sentido disso, nem jamais se
voltem e se lhes dê perdão.” 13 Outrossim, disse-
lhes: “Vós não sabeis esta ilustração, e, portanto,
como entendereis todas as outras ilustrações?
14
“O semeador semeia a palavra. 15 Estes,
então, são os à beira da estrada, onde se semeia
a palavra; mas, assim que [a] ouvem, vem
Satanás e tira a palavra que foi semeada neles.
16
E, semelhantemente, estes são os semeados
nos lugares pedregosos: assim que ouvem a
palavra, aceitam-na com alegria. 17 Contudo, não
têm raiz em si mesmos, mas continuam por algum
tempo; então, assim que surge tribulação ou
perseguição por causa da palavra, tropeçam.
18
Há ainda outros que são semeados entre os
espinhos; estes são os que ouviram a palavra,
19
mas as ansiedades deste sistema de coisas e o
poder enganoso das riquezas, e os desejos do
resto das coisas, estão intervindo e sufocam a
palavra, e ela se torna infrutífera. 20 Finalmente,
os que foram semeados em solo excelente são os
que escutam a palavra e a recebem
favoravelmente, e dão fruto, trinta, e sessenta, e
cem vezes mais.”
21
E prosseguiu a dizer-lhes: “Será que se traz
uma lâmpada para ser posta debaixo dum cesto
de medida ou debaixo duma cama? Não é trazida
para ser posta sobre um velador? 22 Pois não há
nada escondido, exceto com o fim de ser
exposto; nada tem ficado cuidadosamente oculto,
a não ser com o fim de vir à tona. 23
Escute quem
tem ouvidos para escutar.”
24
Disse-lhes mais ainda: “Prestai atenção ao
que estais ouvindo. Com a medida com que
medirdes, será medido para vós, sim, ainda se
vos acrescentará mais. 25 Pois ao que tem, mais
será dado; mas ao que não tem, até o que tem
será tirado dele.”
26
Prosseguiu assim dizendo: “Deste modo, o
reino de Deus é como quando um homem lança
semente no solo, 27 e dorme à noite e se levanta
de dia, e a semente brota e cresce alta, e ele não
sabe exatamente como. 28 O solo, por si mesmo,
dá gradualmente fruto, primeiro a lâmina, depois
a espiga, finalmente o grão cheio na espiga.
29
Mas, assim que o fruto o permite, ele mete a
foice, porque veio o tempo da colheita.”
30
E prosseguiu dizendo: “A que compararemos
o reino de Deus, ou com que ilustração o
definiremos? 31 Semelhante a um grão de
mostarda, que ao tempo em que é semeado no
solo é a menor de todas as sementes que há na
terra — 32 mas, depois de semeado, brota e se
torna maior do que todas as outras hortaliças e
produz grandes ramos, de modo que as aves do
céu podem achar pousada sob a sua sombra.”
33
Assim, com muitas ilustrações desta sorte,
falava-lhes a palavra, até onde eram capazes de
escutar. 34 Deveras, não lhes falava sem
ilustração, mas explicava todas as coisas em
particular, aos seus discípulos.
35
E naquele dia, ao cair a noite, disse-lhes:
“Passemos para a outra margem.” 36 Assim,
depois de terem despedido a multidão, levaram-
no, assim como estava, no barco, e havia outros
barcos com ele. 37 Levantou-se então uma
violenta tempestade de vento e as ondas
abatiam-se sobre o barco, de modo que o barco
estava ficando inundado. 38 Mas ele estava na
popa, dormindo sobre um travesseiro. Acordaram-
no assim e disseram-lhe: “Instrutor, não te
importas que estejamos prestes a perecer?” 39 E
ele, acordando, censurou o vento e disse ao mar:
“Silêncio! Cala-te!” E o vento cessou, e deu-se
uma grande calmaria. 40 Disse-lhes então: “Por
que sois medrosos? Não tendes ainda nenhuma
fé?” 41 Mas eles sentiam um temor incomum e
diziam um ao outro: “Quem é realmente este,
porque até mesmo o vento e o mar lhe
obedecem?”

5 Pois bem, chegaram ao outro lado do mar, ao


país dos gerasenos. 2 E assim que ele saiu do
barco, veio ao encontro dele, dentre os túmulos
memoriais, um homem sob o poder dum espírito
impuro. 3 Seu antro era entre os túmulos; e, até
aquele tempo, absolutamente ninguém fora capaz
de amarrá-lo, nem mesmo com uma cadeia,
4
porque tinha sido muitas vezes amarrado com
grilhões e cadeias, mas as cadeias foram
quebradas por ele e os grilhões foram até
despedaçados; e ninguém tinha força para
subjugá-lo. 5 E ele clamava continuamente, noite
e dia, nos túmulos e nos montes, e se cortava
com pedras. 6 Mas, ao avistar Jesus de certa
distância, correu e prestou-lhe homenagem, 7 e,
tendo clamado com alta voz, disse: “Que tenho eu
que ver contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?
Eu te ponho sob juramento por Deus, que não me
atormentes.” 8 Porque lhe dissera: “Sai do
homem, ó espírito impuro.” 9 Mas, começou a
perguntar-lhe: “Qual é teu nome?” E ele lhe disse:
“Meu nome é Legião, porque há muitos de nós.”
10
E suplicou-lhe muitas vezes que não enviasse
os espíritos para fora do país.
11
Ora, havia uma grande manada de porcos
pastando no monte. 12 Por isso lhe suplicaram,
dizendo: “Manda-nos para os porcos, para que
entremos neles.” 13 E ele lho permitiu. Os
espíritos impuros saíram assim e entraram nos
porcos; e a manada precipitou-se despenhadeiro
abaixo para dentro do mar, cerca de dois mil
deles, e afogaram-se um por um no mar. 14 Mas os
seus porqueiros fugiram e relataram isso na
cidade e na zona rural; e as pessoas vieram ver o
que tinha acontecido. 15 Vieram assim a Jesus e
viram o [homem] possesso de demônios sentado
vestido e de juízo são, esse [homem] que tinha
tido a legião; e ficaram temerosos. 16 Os que
tinham visto isso relataram-lhes também como
isso tinha acontecido ao [homem] possesso de
demônios, e acerca dos porcos. 17 E principiaram
assim a suplicar-lhe que saísse dos seus
distritos.
18
Então, ao entrar ele no barco, o [homem] que
tinha estado possesso de demônios começou a
suplicar-lhe que pudesse continuar com ele. 19 No
entanto, ele não o deixou, mas disse-lhe: “Vai
para casa, para teus parentes e relata-lhes todas
as coisas que Jeová tem feito para ti e a
misericórdia que teve de ti.” 20 E ele foi embora e
principiou a proclamar em Decápolis todas as
coisas que Jesus fizera para ele, e todos
começaram a ficar admirados.
21
Depois de Jesus ter passado novamente de
volta, no barco, para a margem oposta, ajuntou-
se a ele uma grande multidão; e ele estava à
beira do mar. 22 Veio então um dos presidentes da
sinagoga, de nome Jairo, e, ao avistá-lo, lançou-
se-lhe aos pés 23 e suplicou-lhe muitas vezes,
dizendo: “Minha filhinha está nas últimas. Vem,
por favor, e põe tuas mãos sobre ela, para que
possa ficar boa e viver.” 24 Foi assim com ele. E
uma grande multidão seguia-o e apertava-o.
25
Ora, havia ali uma mulher que já por doze
anos padecia dum fluxo de sangue, 26 e ela tinha
sido submetida a muitas dores, por muitos
médicos, e tinha gasto todos os seus recursos,
sem ter sido beneficiada, mas, antes, tinha ficado
pior. 27 Quando ouviu as coisas a respeito de
Jesus, veio por detrás, na multidão, e tocou na
roupa exterior dele; 28 pois dizia: “Se eu apenas
tocar na sua roupagem exterior, ficarei boa.” 29 E
a sua fonte de sangue secou-se imediatamente, e
ela sentiu no seu corpo que tinha sido curada da
penosa doença.
30
Jesus, também, reconhecendo imediatamente
em si mesmo que saíra poder dele, voltou-se na
multidão e começou a dizer: “Quem tocou na
minha roupagem exterior?” 31 Mas os seus
discípulos começaram a dizer-lhe: “Vês que a
multidão te aperta, e dizes tu: ‘Quem me tocou?’”
32
No entanto, ele estava olhando em volta para
ver aquela que tinha feito isso. 33 A mulher,
porém, amedrontada e trêmula, sabendo o que lhe
tinha acontecido, veio e prostrou-se diante dele,
e disse-lhe toda a verdade. 34 Disse-lhe ele:
“Filha, a tua fé te fez ficar boa. Vai em paz e fica
curada da tua doença penosa.”
35
Enquanto ainda falava, vieram alguns homens
da casa do presidente da sinagoga e disseram:
“Tua filha morreu! Por que incomodar ainda o
instrutor?” 36 Mas Jesus, ouvindo a palavra
falada, disse ao presidente da sinagoga: “Não
temas, apenas exerce fé.” 37 Não deixou então
ninguém acompanhá-lo, exceto Pedro, e Tiago, e
João, irmão de Tiago.
38
Chegaram assim à casa do presidente da
sinagoga, e ele observou a confusão barulhenta,
e os que choravam e deixavam escapar muitos
lamentos, 39 e, tendo entrado, disse-lhes: “Por que
estais causando confusão barulhenta e choro? A
menina não morreu, mas está dormindo.” 40 A isso
começaram a rir-se dele desdenhosamente. Mas
ele, tendo mandado todos para fora, tomou
consigo o pai e a mãe da menina, e os com ele, e
entrou onde estava a menina. 41 E, tomando a mão
da menina, disse-lhe: “Talita cumi”, que,
traduzido, significa: “Donzela, digo-te: Levanta-
te!” 42 E a donzela levantou-se imediatamente e
começou a andar, pois tinha doze anos de idade.
E eles ficaram logo fora de si com grande êxtase.
43
Mas ele lhes ordenou vez após vez que não
deixassem ninguém saber disso, e disse que
dessem a ela algo para comer.

6 E ele partiu dali e entrou no seu próprio


território, e seus discípulos o seguiram.
2
Chegando o sábado, principiou a ensinar na
sinagoga; e a maioria dos ouvintes ficaram
assombrados e disseram: “Onde obteve este
homem tais coisas? E por que foi dada tal
sabedoria a este homem, e se realizam tais obras
poderosas pelas suas mãos? 3 Não é este o
carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e
José, e Judas, e Simão? E não estão as suas
irmãs aqui conosco?” Começaram assim a
tropeçar por causa dele. 4 Mas Jesus prosseguiu
a dizer-lhes: “O profeta não passa sem honra a
não ser no seu próprio território, e entre os seus
parentes e na sua própria casa.” 5 Assim, não
pôde fazer ali nenhuma obra poderosa, exceto pôr
as suas mãos sobre alguns doentios e curá-los.
6
Deveras, admirou-se de sua falta de fé. E
percorreu as aldeias num circuito, ensinando.
7
Convocou então os doze e principiou a enviá-
los de dois em dois, e começou a dar-lhes
autoridade sobre os espíritos impuros. 8 Deu-lhes
também ordens de não levarem nada para a
viagem, a não ser apenas um bastão, nem pão,
nem alforje, nem dinheiro de cobre nos bolsos
dos seus cintos, 9 mas de amarrarem sandálias, e
de não usarem duas peças de roupa interior.
10
Outrossim, disse-lhes: “Onde quer que
entrardes numa casa, ficai ali até sairdes daquele
lugar. 11 E qualquer lugar que não vos receber,
nem vos ouvir, ao sairdes dali, sacudi fora a
sujeira que está debaixo dos vossos pés, em
testemunho para eles.” 12 Partiram assim e
pregavam, a fim de que as pessoas se
arrependessem; 13 e expulsavam muitos
demônios, e untavam muitos doentios com óleo e
os curavam.
14
Ora, isso chegou aos ouvidos do Rei Herodes,
pois o nome de [Jesus] tornara-se público e as
pessoas diziam: “João, o batizador, tem sido
levantado dentre os mortos, e por esta razão
operam nele as obras poderosas.” 15 Mas outros
diziam: “É Elias.” Ainda outros diziam: “É um
profeta semelhante a um dos profetas.”
16
Ouvindo-o, porém, Herodes começou a dizer: “O
João a quem eu decapitei, este é o que tem sido
levantado.” 17 Pois o próprio Herodes mandara
prender João e amarrá-lo na prisão, por causa de
Herodias, esposa de Filipe, seu irmão, porque se
tinha casado com ela. 18 Pois João dissera várias
vezes a Herodes: “Não te é lícito ter a esposa de
teu irmão.” 19 Herodias, porém, nutria
ressentimento contra ele e queria matá-lo, mas
não podia. 20 Porque Herodes tinha temor de João,
sabendo que era homem justo e santo; e
guardava-o a salvo. E, ao ouvi-lo, estava muito
perplexo quanto a que fazer; contudo, continuava
a ouvi-lo de bom grado.
21
Chegou, porém, um dia conveniente, no seu
aniversário natalício, em que Herodes ofereceu
uma refeição noturna a seus dignitários e
comandantes militares, e aos principais da
Galiléia. 22 E entrou a filha desta mesma Herodias
e dançou, e ela agradou a Herodes e aos que se
recostavam com ele. O rei disse à donzela: “Pede-
me o que quiseres, e eu to darei.” 23 Sim, jurou-
lhe: “O que for que me pedires, até a metade do
meu reino, eu to darei.” 24 E ela saiu e disse à sua
mãe: “Que devo pedir?” Ela disse: “A cabeça de
João, o batizador.” 25 E entrando logo
apressadamente, foi ter com o rei e fez a sua
solicitação, dizendo: “Quero que me dês
imediatamente, numa travessa, a cabeça de João
Batista.” 26 Embora o rei ficasse profundamente
contristado, contudo, não quis desconsiderá-la,
em vista dos juramentos e dos que se recostavam
à mesa. 27 O rei mandou assim imediatamente um
guarda pessoal e ordenou-lhe que trouxesse a
cabeça dele. E ele foi e o decapitou na prisão,
28
e trouxe a cabeça dele numa travessa, e a deu
à donzela, e a donzela a deu à sua mãe. 29 Quando
os discípulos dele ouviram isso, vieram e
tomaram seu cadáver, e o deitaram num túmulo
memorial.
30
E os apóstolos ajuntaram-se diante de Jesus
e relataram-lhe todas as coisas que tinham feito
e ensinado. 31 E ele lhes disse: “Vinde, vós
mesmos, em particular, a um lugar solitário, e
descansai um pouco.” Porque havia muitos que
vinham e iam, e não tinham folga nem para tomar
uma refeição. 32 Por isso se afastaram no barco
para um lugar solitário, à parte. 33 Havia, porém,
quem os viu partir e muitos ficaram sabendo
disso, e afluíram para lá a pé, de todas as
cidades, e chegaram primeiro que eles. 34 Ora, ao
desembarcar, ele viu uma grande multidão, mas
teve pena deles, porque eram como ovelhas sem
pastor. E principiou a ensinar-lhes muitas coisas.
35
A hora, então, já ficara avançada, e seus
discípulos aproximaram-se dele e começaram a
dizer: “O lugar é isolado e a hora já está
avançada. 36 Despede-os, para que possam ir à
zona rural e às aldeias circunvizinhas, e comprar
para si algo para comer.” 37 Em resposta, disse-
lhes: “Dai-lhes vós algo para comer.” Disseram-
lhe então: “Devemos ir e comprar pães no valor
de duzentos denários, e dar [os pães] ao povo
para comer?” 38 Disse-lhes ele: “Quantos pães
tendes? Ide ver!” Depois de averiguarem isso,
disseram-lhe: “Cinco, além de dois peixes.” 39 E
ele mandou que todos se recostassem por
companhias na grama verde. 40 E eles se deitaram
em grupos de cem e de cinqüenta. 41 Tomando
então os cinco pães e os dois peixes, olhou para
o céu e proferiu uma bênção, e partiu os pães e
começou a dá-los aos discípulos, para que estes
os pusessem diante das pessoas; e repartiu os
dois peixes entre todos. 42 Todos comeram assim
e ficaram satisfeitos; 43 e recolheram os pedaços,
doze cestos cheios, além dos peixes. 44 Ademais,
os que comeram dos pães foram cinco mil
homens.
45
E ele, sem demora, compeliu os discípulos a
entrar no barco e a passar adiante, para a
margem oposta, para Betsaida, enquanto ele
mesmo despedia a multidão. 46 Mas, depois de
despedir-se deles, subiu a um monte para orar.
47
Tendo então anoitecido, o barco estava no meio
do mar, mas ele estava sozinho em terra. 48 E
quando viu que tinham dificuldade no remar,
porque o vento lhes era contrário, dirigiu-se a
eles por volta da quarta vigília da noite, andando
sobre o mar; mas estava inclinado a passar por
eles. 49 Quando o avistaram andando sobre o mar,
pensaram: “É uma aparição!” e clamaram em voz
alta. 50 Pois todos eles o viram e ficaram aflitos.
Mas, falou-lhes imediatamente e disse-lhes:
“Coragem! Sou eu; não temais.” 51 E subiu para
junto deles no barco, e o vento cessou. Em vista
disso, ficaram grandemente pasmados no seu
íntimo, 52 porque não tinham compreendido o
significado dos pães, mas os seus corações
continuavam obtusos no entendimento.
53
E tendo feito a travessia, chegaram a
Genesaré e ancoraram perto. 54 Mas, assim que
saíram do barco, as pessoas o reconheceram 55 e
percorreram toda aquela região, e principiaram a
carregar em macas os que estavam adoentados,
para onde souberam que ele estava. 56 E onde
quer que entrasse em aldeias ou em cidades, ou
na zona rural, colocavam os doentes nas feiras e
imploravam-lhe que pudessem tocar pelo menos a
orla de sua roupa exterior. E quantos a tocavam,
ficavam bons.

7 Ajuntaram-se então em volta dele os fariseus


e alguns dos escribas que tinham vindo de
Jerusalém. 2 E quando viram alguns dos
discípulos dele comer a sua refeição com mãos
aviltadas, isto é, não lavadas — 3 pois os fariseus
e todos os judeus não comem sem lavar as mãos
até os cotovelos, apegando-se à tradição dos
homens dos tempos anteriores, 4 e, ao voltarem
do mercado, não comem sem se purificarem por
aspersão; e há muitas outras tradições que
receberam para se apegarem [a elas]: batismo de
copos, e de jarros, e de vasos de cobre — 5 de
modo que estes fariseus e escribas lhe
perguntaram: “Por que é que teus discípulos não
se comportam segundo a tradição dos homens
dos tempos anteriores, mas tomam a sua refeição
com mãos aviltadas?” 6 Ele lhes disse: “Isaías
profetizou aptamente a respeito de vós,
hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-
me com os lábios, os seus corações, porém,
estão longe de mim. 7 É em vão que persistem em
adorar-me, porque ensinam por doutrinas os
mandados de homens.’ 8 Deixando o mandamento
de Deus, vós vos apegais à tradição de homens.”
9
Outrossim, ele lhes disse ainda:
“Jeitosamente pondes de lado o mandamento de
Deus, a fim de reterdes a vossa tradição. 10 Por
exemplo, Moisés disse: ‘Honra a teu pai e a tua
mãe’, e: ‘Quem injuriar pai ou mãe, acabe na
morte.’ 11 Mas vós dizeis: ‘Se um homem disser a
seu pai ou à sua mãe: “Tudo o que eu tenho, que
da minha parte te poderia ser de proveito, é
corbã, (isto é, uma dádiva dedicada a Deus,)”’ —
12
não o deixais mais fazer nem uma única coisa
para seu pai ou para sua mãe, 13 e assim
invalidastes a palavra de Deus pela vossa
tradição que transmitistes. E fazeis muitas coisas
semelhantes a esta.” 14 Assim, chamando a si a
multidão, passou a dizer-lhes: “Escutai-me, todos
vós, e compreendei o significado. 15 Não há nada
de fora dum homem passando para dentro dele
que possa aviltá-lo; mas as coisas que procedem
do homem são as que aviltam o homem.” 16 ——
17
Então, tendo entrado numa casa, afastado da
multidão, seus discípulos começaram a interrogá-
lo a respeito da ilustração. 18 De modo que lhes
disse: “Estais vós também sem percepção, iguais
a eles? Não percebeis que nada de fora que passe
para dentro dum homem pode aviltá-lo, 19 visto
que passa, não para dentro do [seu] coração, mas
para os [seus] intestinos, e sai para o esgoto?”
Assim declarou limpos todos os alimentos.
20
Outrossim, ele disse: “O que sai do homem é o
que avilta o homem; 21 pois, de dentro, dos
corações dos homens, saem raciocínios
prejudiciais: fornicações, ladroagens,
assassínios, 22 adultérios, cobiças, atos de
iniqüidade, fraude, conduta desenfreada e um
olho invejoso, blasfêmia, soberba,
irracionalidade. 23 Todas estas coisas iníquas
saem de dentro e aviltam o homem.”
24
Ele se levantou e foi dali para as regiões de
Tiro e Sídon. E entrou numa casa e não quis que
alguém soubesse disso. Contudo, não pôde passar
despercebido; 25 mas uma mulher, cuja filhinha
tinha um espírito impuro, ouviu logo a respeito
dele e veio, e prostrou-se aos seus pés. 26 A
mulher era grega, siro-fenícia de nacionalidade; e
ela persistia em pedir-lhe que expulsasse de sua
filha o demônio. 27 Mas ele começou por dizer-lhe:
“Deixa primeiro os filhos ficar satisfeitos, pois
não é direito tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos
cachorrinhos.” 28 Em resposta, porém, ela lhe
disse: “Sim, senhor, e, no entanto, os
cachorrinhos debaixo da mesa comem das
migalhas das criancinhas.” 29 A isto ele lhe disse:
“Por dizeres isso, vai; o demônio saiu de tua
filha.” 30 Ela foi assim para sua casa e achou a
criancinha deitada na cama e o demônio já tinha
saído.
31
Voltando então das regiões de Tiro, passou
por Sídon para o mar da Galiléia, subindo através
das regiões de Decápolis. 32 Ali lhe trouxeram um
surdo com um impedimento na fala, e suplicaram-
lhe que pusesse a sua mão sobre ele. 33 E ele o
levou à parte, separado da multidão, e pôs os
seus dedos nos ouvidos do homem, e, depois de
cuspir, tocou na língua dele. 34 E, com um olhar
para o céu, suspirou profundamente e disse-lhe:
“Efatá”, isto é: “Abre-te.” 35 Ora, sua faculdade de
ouvir foi aberta e o impedimento de sua língua foi
solto, e começou a falar normalmente. 36 Com
isso os advertiu que a ninguém o dissessem; mas,
quanto mais os advertia, tanto mais o
proclamavam. 37 Deveras, estavam ficando
assombrados de maneira mais extraordinária,
dizendo: “Todas as coisas ele tem feito bem. Faz
até os surdos ouvir e os mudos falar.”

8 Naqueles dias, quando havia novamente uma


grande multidão e não tinham nada para comer,
convocou os discípulos e disse-lhes: 2 “Tenho
pena da multidão, porque já faz três dias que
permanecem perto de mim e não têm nada para
comer; 3 e, se eu os enviar em jejum para seus
lares, desfalecerão pela estrada. Deveras, alguns
deles vieram de longe.” 4 Mas os seus discípulos
responderam-lhe: “Donde poderia alguém
satisfazê-los de pães aqui, num lugar isolado?”
5
Contudo, prosseguiu a perguntar-lhes: “Quantos
pães tendes?” Disseram: “Sete.” 6 E ordenou que
a multidão se recostasse no chão, e tomou os
sete pães, deu graças, partiu-os e começou a dá-
los aos seus discípulos para os servirem, e
serviram-nos à multidão. 7 Tinham também alguns
peixinhos; e, tendo-os abençoado, disse-lhes que
os servissem também. 8 Concordemente, comeram
e ficaram satisfeitos, e recolheram os pedaços
que sobraram, sete cabazes cheios. 9 Contudo,
havia cerca de quatro mil [homens]. Por fim os
despediu.
10
E ele entrou imediatamente no barco, com
seus discípulos, e chegou às regiões de
Dalmanuta. 11 Ali saíram os fariseus e começaram
a discutir com ele, buscando [obter] dele um sinal
do céu, para o porem à prova. 12 Ele gemeu então
profundamente com seu espírito e disse: “Por que
busca esta geração um sinal? Deveras, eu digo:
Nenhum sinal será dado a esta geração.” 13 Com
isso os deixou, embarcou novamente e dirigiu-se
à margem oposta.
14
Aconteceu que se esqueceram de levar pães,
e, com a exceção de um só pão, não tinham nada
consigo no barco. 15 E ele começou a ordenar-lhes
expressamente, dizendo: “Mantende os olhos
abertos, acautelai-vos do fermento dos fariseus e
do fermento de Herodes.” 16 Disputaram então
entre si sobre o fato de não terem pães.
17
Notando isso, ele lhes disse: “Por que disputais
sobre não terdes pães? Não percebeis ainda e
não compreendeis o significado? Estão os vossos
corações obtusos no entendimento? 18 ‘Embora
tenhais olhos, não vedes; e embora tenhais
ouvidos, não ouvis?’ E não vos lembrais, 19 quando
parti os cinco pães para os cinco mil [homens],
quantos cestos cheios de pedaços recolhestes?”
Disseram-lhe: “Doze.” 20 “Quando parti os sete
para os quatro mil [homens], quantos cabazes
cheios de pedaços recolhestes?” E disseram-lhe:
“Sete.” 21 Com isso disse-lhes: “Ainda não
compreendeis o significado?”
22
Aportaram então em Betsaida. Trouxeram-lhe
ali um cego e suplicaram-lhe que tocasse nele.
23
E ele tomou o cego pela mão, levou-o para fora
da aldeia, e, tendo cuspido nos olhos dele, pôs as
mãos sobre ele e começou a dizer-lhe: “Vês
alguma coisa?” 24 E o homem olhou e começou a
dizer: “Vejo homens, pois observo o que parecem
ser árvores, mas estão andando.” 25 Então pôs as
mãos novamente sobre os olhos do homem, e o
homem viu claramente e ficou restabelecido, e
estava vendo tudo distintamente. 26 Mandou-o
assim para casa, dizendo: “Mas não entres na
aldeia.”
27
Jesus e seus discípulos partiram então para
as aldeias de Cesaréia de Filipe, e, em caminho,
ele começou a interrogar os seus discípulos,
dizendo-lhes: “Quem dizem os homens que eu
sou?” 28 Disseram-lhe: “João Batista, e outros,
Elias, ainda outros, Um dos profetas.” 29 E ele
lhes fez a pergunta: “Vós, porém, quem dizeis que
eu sou?” Pedro disse-lhe, em resposta: “Tu és o
Cristo.” 30 Então os advertiu estritamente que não
dissessem [isso] a ninguém a respeito dele.
31
Principiou também a ensinar-lhes que o Filho do
homem tinha de passar por muitos sofrimentos e
ser rejeitado pelos anciãos e pelos principais
sacerdotes, e pelos escribas, e ser morto, e [que
tinha de ser] levantado três dias depois. 32 De
fato, fez esta declaração com franqueza. Mas
Pedro tomou-o à parte e começou a censurá-lo.
33
Ele se voltou, olhou para os seus discípulos e
censurou Pedro, dizendo: “Para trás de mim,
Satanás, porque não tens os pensamentos de
Deus, mas os de homens.”
34
Chamou então a multidão a si, com seus
discípulos, e disse-lhes: “Se alguém quer vir após
mim, repudie-se a si mesmo e apanhe a sua
estaca de tortura, e siga-me continuamente.
35
Pois, todo aquele que quiser salvar a sua alma,
perdê-la-á; mas todo aquele que perder a sua
alma por causa de mim e das boas novas, salvá-
la-á. 36 Realmente, de que proveito é para um
homem ganhar o mundo inteiro e pagar com a
perda da sua alma? 37 O que, realmente, daria o
homem em troca de sua alma? 38 Porque todo
aquele que ficar envergonhado de mim e das
minhas palavras, nesta geração adúltera e
pecaminosa, deste o Filho do homem também se
envergonhará, quando chegar na glória de seu
Pai, com os santos anjos.”

9 Ainda mais, prosseguiu a dizer-lhes:


“Deveras, eu vos digo: Há alguns dos que estão
parados aqui, que não provarão absolutamente a
morte, até que primeiro vejam o reino de Deus já
vindo em poder.” 2 Concordemente, seis dias
depois, Jesus tomou a Pedro, e a Tiago, e a João,
e os levou a sós a um alto monte. E ele foi
transfigurado diante deles, 3 e sua roupagem
exterior tornou-se cintilante, muito mais branca
do que qualquer lavadeiro na terra poderia
alvejar. 4 Apareceu-lhes também Elias com
Moisés, e estes estavam conversando com Jesus.
5
E, como resposta, Pedro disse a Jesus: “Rabi, é
excelente que estejamos aqui; armemos, pois,
três tendas, uma para ti, e uma para Moisés, e
uma para Elias.” 6 De fato, não sabia que resposta
devia dar, porque ficaram bastante temerosos. 7 E
formou-se uma nuvem, encobrindo-os, e uma voz
saiu da nuvem: “Este é meu Filho, o amado;
escutai-o.” 8 Repentinamente, porém, olharam em
volta e não viram mais ninguém com eles, a não
ser apenas Jesus.
9
Ao descerem do monte, ordenou-lhes
expressamente que não relatassem a ninguém o
que viram, até depois de o Filho do homem se ter
levantado dentre os mortos. 10 E tomaram a
palavra a peito, mas discutiram entre si o que
significava este levantamento dentre os mortos.
11
E começaram a interrogá-lo, dizendo: “Por que
dizem os escribas que primeiro tem de vir Elias?”
12
Disse-lhes ele: “Elias vem primeiro e
restabelece todas as coisas; mas, como é que
está escrito a respeito do Filho do homem, que
ele tem de passar por muitos sofrimentos e não
ser tido em conta? 13 Mas eu vos digo: Elias, de
fato, já veio, e fizeram com ele quantas coisas
quiseram, assim como está escrito a seu
respeito.”
14
Ao chegarem então perto dos outros
discípulos, notaram uma grande multidão em
volta deles e escribas discutindo com eles.
15
Mas, assim que toda a multidão o avistou,
ficaram atônitos, e, correndo para ele,
começaram a cumprimentá-lo. 16 E ele lhes
perguntou: “O que estais discutindo com eles?”
17
E um da multidão respondeu-lhe: “Instrutor, eu
te trouxe meu filho, porque tem um espírito sem
fala; 18 e, onde quer que o apanhe, lança-o ao
chão, e ele espuma e range os dentes, e perde a
sua força. E eu disse aos teus discípulos que o
expulsassem, mas eles não foram capazes.” 19 Em
resposta, ele lhes disse: “Ó geração sem fé, até
quando terei de continuar convosco? Até quando
terei de suportar-vos? Trazei-mo.” 20 De modo que
lho trouxeram. Mas à vista dele, o espírito lançou
[o menino] imediatamente em convulsões, e
depois de ele cair ao chão, rolava por ali
espumando. 21 E perguntou ao pai dele: “Há
quanto tempo lhe acontece isso?” Ele disse:
“Desde a infância; 22 e repetidas vezes o lança
tanto no fogo como na água para o destruir. Mas,
se puderes fazer algo, tem pena de nós e ajuda-
nos.” 23 Jesus disse-lhe: “Esta expressão: ‘Se
puderes’! Ora, todas as coisas podem suceder ao
que tem fé.” 24 Clamando imediatamente, o pai do
menino dizia: “Tenho fé! Ajuda-me onde necessito
de fé!”
25
Jesus, observando então que a multidão
afluía, censurou o espírito impuro, dizendo-lhe:
“Espírito sem fala e surdo, ordeno-te que saias
dele e não entres mais nele.” 26 E depois de
clamar e de passar por muitas convulsões, saiu; e
[o menino] ficou como que morto, de modo que a
maioria deles dizia: “Ele está morto!” 27 Mas
Jesus o tomou pela mão e o levantou, e ele se
ergueu. 28 Assim, depois de entrar numa casa,
seus discípulos passaram a perguntar-lhe em
particular: “Por que não o pudemos expulsar?”
29
E ele lhes disse: “Esta espécie não pode sair
exceto por oração.”
30
Partiram dali e passaram através da Galiléia,
mas ele não quis que se soubesse disso. 31 Pois
estava ensinando os seus discípulos e dizia-lhes:
“O Filho do homem há de ser entregue às mãos
dos homens, e matá-lo-ão; mas, embora seja
morto, será levantado três dias depois.” 32 No
entanto, não estavam entendendo a declaração e
tinham medo de interrogá-lo.
33
E entraram em Cafarnaum. Então, quando ele
estava dentro da casa, fez-lhes a pergunta:
“Sobre que estáveis disputando na estrada?”
34
Eles ficaram calados, pois, na estrada tinham
disputado entre si quem era maior. 35 Assentou-se
assim, chamou os doze e disse-lhes: “Se alguém
quer ser o primeiro, tem de ser o último de todos
e ministro de todos.” 36 E tomou uma criancinha,
postou-a no meio deles, e, pondo os seus braços
em volta dela, disse-lhes: 37 “Todo aquele que
receber uma dessas criancinhas à base do meu
nome, a mim me recebe; e todo aquele que me
receber, recebe não [só] a mim, mas [também]
aquele que me enviou.”
38
João disse-lhe: “Instrutor, vimos certo
homem expulsar demônios pelo uso de teu nome,
e tentamos impedi-lo, porque não nos
acompanhava.” 39 Mas Jesus disse: “Não tenteis
impedi-lo, porque ninguém há que faça uma obra
poderosa à base do meu nome que logo possa
injuriar-me; 40 pois quem não é contra nós, é por
nós. 41 Porque quem vos der um copo de água a
beber em razão de pertencerdes a Cristo,
deveras, eu vos digo que de nenhum modo
perderá a sua recompensa. 42 Mas, quem fizer
tropeçar a um destes pequenos que crêem,
melhor lhe seria que se lhe pusesse em volta do
pescoço uma mó daquelas que o burro faz girar e
que fosse realmente lançado no mar.
43
“E se a tua mão te fizer alguma vez tropeçar,
corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado, do
que ires com as duas mãos para a Geena, para o
fogo inextinguível. 44 —— 45 E, se o teu pé te fizer
tropeçar, corta-o; melhor te é entrares na vida
coxo, do que seres com os dois pés lançado na
Geena. 46 —— 47 E, se o teu olho te fizer tropeçar,
lança-o fora; melhor te é entrares com um olho no
reino de Deus, do que seres com os dois olhos
lançado na Geena, 48 onde o seu gusano não
morre e o fogo não se extingue.
49
“Porque cada um tem de ser salgado com
fogo. 50 O sal é excelente; mas, se o sal perder a
sua força, com que é que o temperareis? Tende
sal em vós mesmos e mantende a paz entre vós.”

10 Dali ele se levantou e chegou às fronteiras


da Judéia e ao outro lado do Jordão, e novamente
se ajuntaram a ele as multidões, e assim como
costumava fazer, tornou a ensiná-las.
2
Aproximaram-se então fariseus, e, para o porem
à prova, começaram a interrogá-lo, se era lícito
que um homem se divorciasse da esposa. 3 Em
resposta, ele lhes disse: “Que vos ordenou
Moisés?” 4 Disseram: “Moisés concedeu a escrita
dum certificado de repúdio e divorciar-se [dela].”
5
Mas Jesus disse-lhes: “Foi por causa da dureza
de vossos corações que ele vos escreveu este
mandamento. 6 No entanto, desde [o] princípio da
criação ‘Ele os fez macho e fêmea. 7 Por esta
razão deixará o homem seu pai e sua mãe, 8 e os
dois serão uma só carne’; de modo que não são
mais dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que
Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o
homem.” 10 Quando novamente na casa, os
discípulos começaram a interrogá-lo a respeito
disso. 11 E ele lhes disse: “Quem se divorciar de
sua esposa e se casar com outra, comete
adultério contra ela, 12 e, se uma mulher, depois
de divorciar-se de seu marido, se casar com
outro, ela comete adultério.”
13
As pessoas começaram então a trazer-lhe
criancinhas, para que as tocasse; mas os
discípulos as censuraram. 14 Vendo isso, Jesus
ficou indignado e disse-lhes: “Deixai vir a mim as
criancinhas; não tenteis impedi-las, pois o reino
de Deus pertence a tais. 15 Deveras, eu vos digo:
Quem não receber o reino de Deus como uma
criancinha, de modo algum entrará nele.” 16 E
tomou as criancinhas nos seus braços e começou
a abençoá-las, impondo-lhes as suas mãos.
17
E, enquanto saía, chegou correndo certo
homem e se pôs de joelhos diante dele,
perguntando-lhe: “Bom Instrutor, que tenho de
fazer para herdar a vida eterna?” 18 Jesus disse-
lhe: “Por que me chamas de bom? Ninguém é
bom, exceto um só, Deus. 19 Sabes os
mandamentos: ‘Não assassines, não cometas
adultério, não furtes, não dês falso testemunho,
não defraudes, honra a teu pai e a tua mãe.’” 20 O
homem disse-lhe: “Instrutor, todas estas coisas
tenho guardado desde a minha mocidade.”
21
Jesus olhou para ele e sentiu amor por ele, e
disse-lhe: “Uma coisa falta a respeito de ti: Vai,
vende o que tiveres e dá aos pobres, e terás um
tesouro no céu, e vem ser meu seguidor.” 22 Mas
ele ficou triste com as palavras e se afastou
contristado, pois tinha muitas propriedades.
23
Depois de olhar em volta, Jesus disse aos
seus discípulos: “Quão difícil será para os de
dinheiro entrar no reino de Deus!” 24 Mas os
discípulos ficaram surpresos com as suas
palavras. Em resposta, Jesus disse-lhes
novamente: “Filhos, quão difícil é entrar no reino
de Deus! 25 É mais fácil um camelo passar pelo
orifício duma agulha, do que um rico entrar no
reino de Deus.” 26 Eles ficaram ainda mais
assombrados e disseram-lhe: “Quem, de fato,
pode ser salvo?” 27 Olhando diretamente para
eles, Jesus disse: “Para homens é impossível,
mas não é assim para Deus, pois para Deus todas
as coisas são possíveis.” 28 Pedro principiou a
dizer-lhe: “Eis que abandonamos todas as coisas
e te temos seguido.” 29 Jesus disse: “Deveras, eu
vos digo: Ninguém abandonou casa, ou irmãos, ou
irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por
minha causa e pela causa das boas novas, 30 que
não receba cem vezes mais agora, neste período
de tempo, casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e
filhos, e campos, com perseguições, e no
vindouro sistema de coisas a vida eterna. 31 No
entanto, muitos dos primeiros serão últimos, e os
últimos, primeiros.”
32
Estavam então avançando pela estrada,
subindo a Jerusalém, e Jesus ia na frente deles,
e eles estavam pasmados; mas os que seguiam
começaram a temer. Tornou a tomar à parte os
doze e principiou a dizer-lhes as seguintes coisas
destinadas a lhe sobrevirem: 33 “Aqui estamos,
avançando para Jerusalém, e o Filho do homem
será entregue aos principais sacerdotes e aos
escribas, e condená-lo-ão à morte e o entregarão
a [homens das] nações, 34 e divertir-se-ão às
custas dele, e cuspirão nele, e o açoitarão, e o
matarão, mas, três dias depois será levantado.”
35
E Tiago e João, os dois filhos de Zebedeu,
aproximaram-se dele e disseram-lhe: “Instrutor,
queremos que faças para nós o que for que te
peçamos.” 36 Disse-lhes ele: “Que quereis que eu
faça para vós?” 37 Disseram-lhe: “Concede-nos
que nos assentemos um à tua direita e outro à
tua esquerda, na tua glória.” 38 Mas Jesus disse-
lhes: “Não sabeis o que pedis. Podeis beber o
copo que eu estou bebendo ou ser batizados com
o batismo com que eu estou sendo batizado?”
39
Disseram-lhe: “Podemos.” A isso Jesus disse-
lhes: “Bebereis o copo que eu estou bebendo e
sereis batizados com o batismo com que eu estou
sendo batizado. 40 No entanto, este assentar-se à
minha direita ou à minha esquerda não é meu
para dar, mas pertence àqueles para quem tem
sido preparado.”
41
Ora, quando os outros dez ficaram sabendo
disso, principiaram a indignar-se com Tiago e
João. 42 Mas Jesus, depois de chamá-los a si,
disse-lhes: “Sabeis que os que parecem estar
governando as nações dominam sobre elas, e
seus grandes exercem autoridade sobre elas.
43
Não é assim entre vós; mas quem quiser tornar-
se grande entre vós, terá de ser o vosso ministro,
44
e quem quiser ser o primeiro entre vós, tem de
ser o escravo de todos. 45 Pois até mesmo o Filho
do homem veio, não para que se lhe ministrasse,
mas para ministrar e dar a sua alma como resgate
em troca de muitos.”
46
E chegaram a Jericó. Mas quando ele, e seus
discípulos, e uma multidão considerável, estavam
saindo de Jericó, encontrava-se sentado à beira
da estrada Bartimeu (filho de Timeu), um mendigo
cego. 47 Quando ouviu que era Jesus, o nazareno,
principiou a gritar e a dizer: “Filho de Davi,
Jesus, tem misericórdia de mim!” 48 A isso,
muitos começaram a dizer-lhe severamente que
se calasse; mas ele gritava tanto mais: “Filho de
Davi, tem misericórdia de mim!” 49 Jesus parou
assim e disse: “Chamai-o.” E chamaram o cego,
dizendo-lhe: “Coragem! Levanta-te, ele te chama.”
50
Lançando de si a sua roupa exterior, pulou de
pé e foi ter com Jesus. 51 E Jesus disse-lhe, em
resposta: “Que queres que eu faça para ti?” O
cego disse-lhe: “Rabôni, deixa-me recuperar a
vista.” 52 E Jesus disse-lhe: “Vai, tua fé te fez
ficar bom.” E ele recuperou imediatamente a
vista e começou a segui-lo pela estrada.

11 Ora, quando chegaram perto de Jerusalém, a


Betfagé e Betânia, no Monte das Oliveiras,
mandou dois de seus discípulos 2 e disse-lhes:
“Ide à aldeia que está ao alcance de vossa vista,
e assim que entrardes nela, achareis amarrado
um jumentinho em que ninguém da humanidade
ainda montou; soltai-o e trazei-o. 3 E, se alguém
vos disser: ‘Por que fazeis isso?’ dizei: ‘O Senhor
precisa dele, e o mandará logo de volta para cá.’”
4
Foram assim embora e acharam o jumentinho
amarrado à porta, do lado de fora, numa rua
lateral, e soltaram-no. 5 Mas, alguns dos parados
ali começaram a dizer-lhes: “Que estais fazendo,
soltando o jumentinho?” 6 Disseram a estes
exatamente o que Jesus dissera; e deixaram-nos
ir.
7
E trouxeram o jumentinho a Jesus e puseram
nele suas roupas exteriores, e ele se sentou nele.
8
Também, muitos estenderam suas roupas
exteriores pela estrada, mas outros cortaram
folhagem dos campos. 9 E os que iam na frente e
os que vinham atrás clamavam: “Salva, rogamos!
Bendito é aquele que vem em nome de Jeová!
10
Bendito é o reino vindouro de nosso pai Davi!
Salva, rogamos, nas maiores alturas!” 11 E ele
entrou em Jerusalém, no templo; e olhou em
volta, para todas as coisas, e, visto que a hora já
estava avançada, saiu com os doze para Betânia.
12
No dia seguinte, tendo eles saído de Betânia,
ficou com fome. 13 E avistando de certa distância
uma figueira que tinha folhas, dirigiu-se para ela,
para ver se acharia nela algo. Mas, chegando-se a
ela, não encontrou nada senão folhas, pois não
era a estação dos figos. 14 Assim, como resposta,
ele lhe disse: “Nunca mais ninguém coma de ti
fruto.” E os seus discípulos estavam escutando.
15
Chegaram então a Jerusalém. Ali entrou no
templo e principiou a lançar fora os que vendiam
e compravam no templo, e derrubou as mesas dos
cambistas e as bancas dos que vendiam pombas;
16
e não deixou ninguém carregar qualquer
utensílio através do templo, 17 mas ensinava e
dizia: “Não está escrito: ‘Minha casa será
chamada casa de oração para todas as nações’?
Mas vós fizestes dela um covil de salteadores.”
18
E os principais sacerdotes e os escribas
ouviram isso, e começaram a procurar um meio
de destruí-lo; pois estavam com temor dele,
porque toda a multidão ficava continuamente
assombrada com o seu ensino.
19
E sempre que ficava tarde no dia, saíam da
cidade. 20 Mas, passando de manhã cedo, viram a
figueira já seca, das raízes para cima. 21 Pedro,
portanto, lembrando-se, disse-lhe: “Rabi, eis que
se secou a figueira que amaldiçoaste.” 22 E Jesus
disse-lhe em resposta: “Tende fé em Deus.
23
Deveras, eu vos digo que quem disser a este
monte: ‘Sê levantado e lançado no mar’, e não
duvidar no seu coração, mas tiver fé, que aquilo
que disser vai acontecer, ele o terá assim. 24 É
por isso que vos digo: Todas as coisas pelas
quais orais e que pedis, tende fé que
praticamente já [as] recebestes, e as tereis. 25 E
quando estiverdes orando em pé, perdoai o que
tiverdes contra outro; a fim de que o vosso Pai,
que está nos céus, também vos perdoe as vossas
falhas.” 26 ——
27
E chegaram novamente a Jerusalém. E
andando ele pelo templo, chegaram-se a ele os
principais sacerdotes, e os escribas, e os
anciãos, 28 e começaram a dizer-lhe: “Com que
autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu
tal autoridade para fazeres estas coisas?”
29
Jesus disse-lhes: “Eu vos farei uma só
pergunta. Respondei-me, e eu também vos direi
com que autoridade faço estas coisas. 30 Era o
batismo de João do céu ou dos homens?
Respondei-me.” 31 Começaram então a raciocinar
entre si, dizendo: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele
dirá: ‘Por que é, então, que não acreditastes
nele?’ 32 Mas, atrevemo-nos a dizer: ‘Dos
homens’?” — Estavam com temor da multidão,
pois todos consideravam que João tinha sido
realmente um profeta. 33 Bem, disseram a Jesus,
em resposta: “Não sabemos.” E Jesus disse-lhes:
“Tampouco eu vos digo com que autoridade faço
estas coisas.”

12 Principiou também a falar-lhes com


ilustrações: “Um homem plantou um vinhedo e
pôs uma cerca em volta dele, e escavou um
recipiente para o lagar, e erigiu uma torre, e o
arrendou a lavradores, e foi viajar para fora.
2
Então, na época devida, enviou um escravo aos
lavradores, para obter alguns dos frutos do
vinhedo da parte dos lavradores. 3 Mas tomaram-
no, espancaram-no e mandaram-no embora de
mãos vazias. 4 E enviou-lhes novamente outro
escravo; e a este bateram na cabeça e
desonraram. 5 E enviou outro, e a este mataram; e
muitos outros, dos quais espancaram alguns e
mataram outros. 6 Ele tinha mais um, um filho
amado. Por fim o enviou a eles, dizendo:
‘Respeitarão meu filho.’ 7 Mas esses lavradores
disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vinde,
matemo-lo, e a herança será nossa.’ 8 Tomaram-
no assim e mataram-no, e lançaram-no fora do
vinhedo. 9 Que fará o dono do vinhedo? Virá e
destruirá os lavradores, e dará o vinhedo a
outros. 10 Nunca lestes esta escritura: ‘A pedra
que os construtores rejeitaram, esta se tem
tornado a principal pedra angular. 11 Isto procede
de Jeová, e é maravilhoso aos nossos olhos’?”
12
Em vista disso, começaram a procurar um
meio de se apoderar dele, mas temiam a
multidão, porque observavam que falara a
ilustração pensando neles. Deixaram-no assim e
afastaram-se.
13
A seguir, enviaram-lhe alguns dos fariseus e
dos partidários de Herodes, para apanhá-lo na
sua palavra. 14 Ao chegarem, disseram-lhe:
“Instrutor, sabemos que és veraz e que não te
importas com ninguém, pois não olhas para a
aparência exterior dos homens, mas ensinas o
caminho de Deus em harmonia com a verdade: É
lícito ou não pagar a César o imposto por
cabeça? 15 Devemos pagar ou não devemos
pagar?” Percebendo a hipocrisia deles, disse-
lhes: “Por que me pondes à prova? Trazei-me um
denário para ver.” 16 Trouxeram-lhe um. E ele lhes
disse: “De quem é esta imagem e inscrição?”
Disseram-lhe: “De César.” 17 Jesus disse então:
“Pagai de volta a César as coisas de César, mas a
Deus as coisas de Deus.” E começaram a
maravilhar-se dele.
18
Chegaram-se a ele então uns saduceus, que
dizem não haver ressurreição, e fizeram-lhe a
pergunta: 19 “Instrutor, Moisés nos escreveu que,
se o irmão de alguém morre e deixa esposa, mas
não deixa filho, seu irmão deve tomar a esposa e
suscitar dela descendência para seu irmão.
20
Havia sete irmãos; e o primeiro tomou uma
esposa, mas quando morreu, não deixou
descendência. 21 E o segundo a tomou, porém
morreu sem deixar descendência; e o terceiro, do
mesmo modo. 22 E os sete não deixaram nenhuma
descendência. Por fim morreu também a mulher.
23
Na ressurreição, de qual deles será ela esposa?
Pois os sete a tiveram como esposa.” 24 Jesus
disse-lhes: “Não é por isso que estais
equivocados, por não conhecerdes nem as
Escrituras, nem o poder de Deus? 25 Porque,
quando se levantarem dentre os mortos, nem os
homens se casam, nem as mulheres são dadas em
casamento, mas são como os anjos nos céus.
26
Mas, a respeito dos mortos, que eles são
levantados, não lestes no livro de Moisés, no
relato sobre o espinheiro, que Deus lhe disse: ‘Eu
sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o
Deus de Jacó’? 27 Ele não é Deus de mortos, mas
de viventes. Estais muito equivocados.”
28
Ora, um dos escribas, que se aproximara e os
ouvira discutindo, sabendo que ele lhes tinha
respondido de modo excelente, perguntou-lhe:
“Que mandamento é o primeiro de todos?”
29
Jesus respondeu: “O primeiro é: ‘Ouve, ó Israel:
Jeová, nosso Deus, é um só Jeová, 30 e tens de
amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e
de toda a tua alma, e de toda a tua mente, e de
toda a tua força.’ 31 O segundo é este: ‘Tens de
amar o teu próximo como a ti mesmo.’ Não há
outro mandamento maior do que estes.” 32 O
escriba disse-lhe: “Instrutor, bem disseste em
harmonia com a verdade: ‘Ele é Um só, e não há
outro senão Ele’; 33 e este amá-lo de todo o
coração e de todo o entendimento, e de toda a
força, e este amar o próximo como a si mesmo,
vale muito mais do que todos os holocaustos e
sacrifícios.” 34 Jesus, em vista disso, discernindo
que tinha respondido inteligentemente, disse-lhe:
“Não estás longe do reino de Deus.” Mas, ninguém
tinha mais coragem de interrogá-lo.
35
No entanto, ao dar uma resposta, Jesus
começou a dizer, ao ensinar no templo: “Como é
que os escribas dizem que o Cristo é filho de
Davi? 36 O próprio Davi disse, pelo espírito santo:
‘Jeová disse ao meu Senhor: “Senta-te à minha
direita, até que eu ponha os teus inimigos
debaixo dos teus pés.”’ 37 O próprio Davi o chama
de ‘Senhor’, mas como é que ele é seu filho?”

E a grande multidão escutava-o com prazer. 38 E


ele prosseguiu a dizer no seu ensino: “Acautelai-
vos dos escribas, que querem andar de vestes
compridas e querem cumprimentos nas feiras, 39 e
os primeiros assentos nas sinagogas e os lugares
mais destacados nas refeições noturnas. 40 Estes
são os que devoram as casas das viúvas, e que,
por pretexto, fazem longas orações; estes
receberão um julgamento mais pesado.”
41
E ele se assentou, tendo os cofres do tesouro
ao alcance da vista, e começou a observar como
a multidão lançava dinheiro nos cofres do
tesouro; e muitos ricos lançavam [neles] muitas
moedas. 42 Veio então uma viúva pobre e lançou
[neles] duas pequenas moedas de muito pouco
valor. 43 Ele chamou então a si os discípulos e
lhes disse: “Deveras, eu vos digo que esta viúva
pobre lançou [neles] mais do que todos estes que
lançam dinheiro nos cofres do tesouro; 44 pois
todos eles lançaram [neles] dos seus excedentes,
mas ela, de sua carência, lançou [neles] tudo o
que tinha, todo o seu meio de vida.”

13 Ao sair do templo, um dos seus discípulos


disse-lhe: “Instrutor, vê que sorte de pedras e
que sorte de edifícios!” 2 No entanto, Jesus disse-
lhe: “Observas estes grandes edifícios? De modo
algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser
derrubada.”
3
E, enquanto ele estava sentado no Monte das
Oliveiras, com o templo à vista, Pedro, e Tiago, e
João, e André começaram a perguntar-lhe em
particular: 4 “Dize-nos: Quando serão estas coisas
e qual será o sinal quando todas estas coisas
estão destinadas a chegar a uma terminação?”
5
Jesus principiou assim a dizer-lhes: “Acautelai-
vos de que ninguém vos desencaminhe. 6 Muitos
virão à base do meu nome, dizendo: ‘Sou eu’, e
desencaminharão a muitos. 7 Além disso, quando
ouvirdes [falar] de guerras e de relatos de
guerras, não fiqueis apavorados; [estas coisas]
têm de acontecer, mas ainda não é o fim.
8
“Pois nação se levantará contra nação e reino
contra reino; haverá terremotos num lugar após
outro; haverá escassez de víveres. Estas [coisas]
são um princípio das dores de aflição.
9
“Quanto a vós, acautelai-vos; entregar-vos-ão
aos tribunais locais e sereis espancados nas
sinagogas, e sereis postos diante de
governadores e reis, por minha causa, em
testemunho para eles. 10 Também, em todas as
nações têm de ser pregadas primeiro as boas
novas. 11 Mas, quando vos levarem para vos
entregar, não estejais ansiosos de antemão sobre
o que haveis de falar; mas, o que vos for dado
naquela hora, isso falai, porque não sois vós
quem fala, mas o espírito santo. 12 Outrossim,
irmão entregará irmão à morte, e o pai ao filho, e
os filhos se levantarão contra os pais, e os farão
matar; 13 e vós sereis pessoas odiadas por todos,
por causa do meu nome. Mas aquele que tiver
perseverado até o fim é o que será salvo.
14
“No entanto, quando avistardes a coisa
repugnante que causa desolação estar de pé num
lugar onde não devia (que o leitor use de
discernimento), então, comecem a fugir para os
montes os que estiverem na Judéia. 15 Que o
homem [que estiver] no alto da casa não desça,
nem entre para tirar algo de sua casa; 16 e que o
homem [que estiver] no campo não volte para as
coisas deixadas atrás, para apanhar sua roupa
exterior. 17 Ai das mulheres grávidas e das que
amamentarem naqueles dias! 18 Persisti em orar
que não ocorra no tempo do inverno; 19 pois estes
dias serão [dias de] tribulação tal como nunca
ocorreu desde [o] princípio da criação, que Deus
criou, até esse tempo, nem ocorrerá de novo.
20
De fato, se Jeová não tivesse abreviado os
dias, nenhuma carne se salvaria. Mas, por causa
dos escolhidos, que ele escolheu, abreviou os
dias.
21
“Então, também, se alguém vos disser: ‘Eis
aqui está o Cristo!’, ‘eis ali está ele!’, não [o]
acrediteis. 22 Porque surgirão falsos cristos e
falsos profetas, e farão sinais e prodígios, a fim
de desencaminhar, se possível, os escolhidos.
23
Vós, portanto, vigiai; eu vos disse todas as
coisas de antemão.
24
“Mas, naqueles dias, depois dessa tribulação,
o sol ficará escurecido e a lua não dará a sua luz,
25
e as estrelas cairão do céu, e os poderes que
estão nos céus serão abalados. 26 E então verão o
Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder
e glória. 27 E então enviará os anjos e ajuntará os
seus escolhidos desde os quatro ventos, desde a
extremidade da terra até a extremidade do céu.
28
“Agora, aprendei da figueira a ilustração:
Assim que o seu ramo novo se torna tenro e brota
suas folhas, sabeis que o verão está próximo.
29
Assim também vós, quando virdes estas coisas
acontecer, sabei que ele está próximo, às portas.
30
Deveras, eu vos digo que esta geração de modo
algum passará até que todas estas coisas
aconteçam. 31 Céu e terra passarão, mas as
minhas palavras não passarão.
32
“Acerca daquele dia e daquela hora ninguém
sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o
Pai. 33 Persisti em olhar, mantende-vos despertos,
pois não sabeis quando é o tempo designado. 34 É
semelhante a um homem que viajou para fora e
deixou a sua casa, dando autoridade aos seus
escravos, a cada um o seu trabalho, e ordenou ao
porteiro que se mantivesse vigilante. 35 Portanto,
mantende-vos vigilantes, pois não sabeis quando
vem o senhor da casa, quer tarde no dia, quer à
meia-noite, quer ao canto do galo, quer cedo de
manhã; 36 a fim de que, ao chegar ele
repentinamente, não vos ache dormindo. 37 Mas, o
que eu vos digo, digo a todos: Mantende-vos
vigilantes.”

14 Ora, a páscoa e a [festividade dos] pães não


fermentados era dali a dois dias. E os principais
sacerdotes e os escribas estavam procurando um
meio de se apoderarem dele por meio dum ardil e
de o matarem; 2 pois diziam repetidas vezes: “Não
durante a festividade; talvez haja um alvoroço do
povo.”
3
E, enquanto ele estava em Betânia, na casa
de Simão, o leproso, ao estar recostado durante
uma refeição, veio uma mulher com um vaso de
alabastro com óleo perfumado, nardo genuíno,
muito dispendioso. Rompendo o vaso de
alabastro, começou a derramá-lo sobre a cabeça
dele. 4 À vista disso, alguns expressavam
indignação entre si mesmos: “Por que se deu este
desperdício de óleo perfumado? 5 Pois este óleo
perfumado poderia ter sido vendido por mais de
trezentos denários e dado aos pobres!” E sentiam
grande desgosto com ela. 6 Mas Jesus disse:
“Deixai-a. Por que procurais causar-lhe aflição?
Ela fez uma ação excelente para comigo. 7 Porque
vós sempre tendes convosco os pobres, e quando
quiserdes, podeis sempre fazer-lhes bem, mas a
mim nem sempre tendes. 8 Ela fez o que pôde;
antecipou-se em derramar óleo perfumado sobre o
meu corpo, em vista de meu enterro. 9 Deveras,
eu vos digo: Onde quer que se pregarem as boas
novas em todo o mundo, o que esta mulher fez
também será contado em lembrança dela.”
10
E Judas Iscariotes, um dos doze, dirigiu-se
aos principais sacerdotes, a fim de traí-lo a eles.
11
Quando ouviram isso, alegraram-se e
prometeram dar-lhe dinheiro de prata. Ele
começou assim a buscar um modo de traí-lo
convenientemente.
12
Ora, no primeiro dia dos pães não
fermentados, quando costumavam sacrificar a
[vítima] pascoal, seus discípulos disseram-lhe:
“Aonde queres que vamos e preparemos para
comeres a páscoa?” 13 Em vista disso, ele enviou
dois dos seus discípulos e disse-lhes: “Ide à
cidade, e um homem levando um vaso de barro
com água virá ao encontro de vós. Segui-o, 14 e
onde quer que ele entrar, dizei ao dono da casa:
‘O Instrutor diz: “Onde está a sala dos hóspedes
para mim, onde eu possa comer a páscoa com
meus discípulos?”’ 15 E ele vos mostrará uma
grande sala de sobrado, mobiliada em
preparação; ali preparai para nós.” 16 Os
discípulos saíram, assim, e entraram na cidade, e
acharam-no assim como ele lhes dissera; e
fizeram preparativos para a páscoa.
17
Depois de anoitecer, chegou ele com os doze.
18
E, enquanto se recostavam à mesa e comiam,
Jesus disse: “Deveras, eu vos digo: Um de vós,
que está comendo comigo, me trairá.” 19 Eles
principiaram a ficar contristados e a dizer-lhe um
por um: “Não sou por acaso eu?” 20 Ele lhes disse:
“É um dos doze, aquele que mete comigo [a mão]
no prato fundo comum. 21 É verdade, o Filho do
homem vai embora, assim como está escrito a
respeito dele, mas ai daquele homem por quem o
Filho do homem está sendo traído! Teria sido
melhor para este homem, se não tivesse
nascido.”
22
E, enquanto continuavam a comer, tomou um
pão, proferiu uma bênção, partiu-o e o deu a eles,
e disse: “Tomai-o, isto significa meu corpo.” 23 E,
tomando um copo, rendeu graças e o deu a eles,
e todos beberam dele. 24 E disse-lhes: “Isto
significa meu ‘sangue do pacto’, que há de ser
derramado em benefício de muitos. 25 Deveras, eu
vos digo: De modo algum beberei mais do produto
da videira, até o dia em que o beberei novo no
reino de Deus.” 26 Finalmente, depois de cantarem
louvores, saíram para o Monte das Oliveiras.
27
E Jesus disse-lhes: “Todos vós tropeçareis,
porque está escrito: ‘Golpearei o pastor, e as
ovelhas serão espalhadas.’ 28 Mas, depois de eu
ter sido levantado, irei na frente de vós para a
Galiléia.” 29 Mas Pedro disse-lhe: “Ainda que
todos os outros tropecem, eu não.” 30 Em vista
disso, Jesus disse-lhe: “Deveras, eu te digo: Hoje,
sim, esta noite, antes de o galo cantar duas
vezes, até mesmo tu me terás repudiado três
vezes.” 31 Mas ele começou a dizer profusamente:
“Mesmo que eu tenha de morrer contigo, de modo
algum te repudiarei.” Também todos os outros
começaram a dizer a mesma coisa.
32
Chegaram assim ao lugar de nome
Getsêmani, e ele disse aos seus discípulos:
“Sentai-vos aqui enquanto eu oro.” 33 E tomou a
Pedro, e a Tiago, e a João, e principiou a ficar
atônito e muito aflito. 34 E ele lhes disse: “Minha
alma está profundamente contristada, até à
morte. Ficai aqui e mantende-vos vigilantes.” 35 E,
avançando um pouco, passou a prostrar-se no
chão e começou a orar que, se fosse possível, a
hora se afastasse dele. 36 E prosseguiu a dizer:
“ Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis;
remove de mim este copo. Contudo, não o que eu
quero, mas o que tu queres.” 37 E veio e os achou
dormindo, e disse a Pedro: “Simão, estás
dormindo? Não tiveste força para te manteres
vigilante por uma hora? 38 Homens, mantende-vos
vigilantes e orai, a fim de que não entreis em
tentação. O espírito, naturalmente, está ansioso,
mas a carne é fraca.” 39 E ele se afastou
novamente e orou, dizendo a mesma palavra. 40 E
veio novamente e os achou dormindo, pois
estavam com os olhos pesados, e por isso não
sabiam o que lhe responder. 41 E veio pela
terceira vez e disse-lhes: “Numa ocasião destas,
vós estais dormindo e descansando! Basta!
Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está
sendo traído às mãos de pecadores. 42 Levantai-
vos, vamos embora. Eis que se tem aproximado
aquele que me trai.”
43
E imediatamente, enquanto ainda falava,
chegou Judas, um dos doze, e com ele uma
multidão com espadas e cacetes, da parte dos
principais sacerdotes, e dos escribas, e dos
anciãos. 44 Ora, o que o traía havia-lhes dado um
sinal convencionado, dizendo: “A quem eu beijar,
este é ele; detende-o e levai-o seguramente
embora.” 45 E ele veio diretamente e se aproximou
dele, e disse: “Rabi!” e beijou-o mui ternamente.
46
Deitaram assim mãos nele e o detiveram. 47 No
entanto, um dos que estavam parados ali puxou a
espada e golpeou o escravo do sumo sacerdote, e
cortou-lhe a orelha. 48 Mas Jesus, em resposta,
disse-lhes: “Viestes com espadas e com cacetes,
como contra um salteador, para prender-me?
49
Dia após dia estava eu convosco no templo,
ensinando; contudo, não me detivestes. Não
obstante, é para que se cumpram as Escrituras.”
50
E todos o abandonaram e fugiram. 51 Mas,
certo jovem, que usava uma roupa de linho fino
por cima do [corpo] nu, começou a segui-lo de
perto; e tentaram apoderar-se dele, 52 mas ele
largou a sua roupa de linho e escapou nu.
53
Levaram então Jesus ao sumo sacerdote, e
todos os principais sacerdotes, e os anciãos, e os
escribas, reuniram-se. 54 Mas Pedro, duma boa
distância, seguia-o até o pátio do sumo
sacerdote; e ele estava sentado junto com os
criados e se aquecia diante dum fogo. 55 No
ínterim, os principais sacerdotes e todo o
Sinédrio estavam procurando testemunho contra
Jesus, para o entregarem à morte, mas não
encontravam nenhum. 56 Muitos, de fato, davam
testemunho falso contra ele, mas os seus
testemunhos não estavam em acordo.
57
Levantaram-se também certos e deram
testemunho falso contra ele, dizendo: 58 “Nós o
ouvimos dizer: ‘Derrubarei este templo feito por
mãos e em três dias construirei outro, não feito
por mãos.’” 59 Mas, nem mesmo nesta base estava
em acordo o seu testemunho.
60
Por fim se levantou o sumo sacerdote no
meio deles e interrogou Jesus, dizendo: “Não
dizes nada em resposta? O que é que estes
testificam contra ti?” 61 Mas ele ficou calado e
não deu nenhuma resposta. O sumo sacerdote
começou novamente a interrogá-lo e disse-lhe:
“És tu o Cristo, o Filho do Bendito?” 62 Jesus
disse então: “Sou; e vós vereis o Filho do homem
sentado à destra de poder e vindo com as nuvens
do céu.” 63 Em vista disso, o sumo sacerdote
rasgou a sua roupa interior e disse: “Que
necessidade temos ainda de testemunhas?
64
Ouvistes a blasfêmia. O que vos é evidente?”
Todos o condenaram a estar sujeito à morte. 65 E
alguns principiaram a cuspir nele, e a encobrir-
lhe o rosto todo, e a esmurrá-lo, e a dizer-lhe:
“Profetiza!” E os oficiais de justiça levaram-no,
esbofeteando-lhe o rosto.
66
Ora, enquanto Pedro estava sentado
embaixo, no pátio, veio uma das servas do sumo
sacerdote, 67 e, vendo Pedro aquecer-se, olhou
diretamente para ele e disse: “Tu também
estavas com o Nazareno, este Jesus.” 68 Mas ele
o negou, dizendo: “Nem o conheço nem entendo o
que dizes”, e saiu para o vestíbulo. 69 Avistando-o
ali a serva, principiou novamente a dizer aos que
estavam parados ali: “Este é um deles.” 70 Negou-
o novamente. E mais uma vez, pouco depois, os
que estavam parados ali começaram a dizer a
Pedro: “Certamente tu és um deles, pois, de fato,
és galileu.” 71 Mas ele principiou a praguejar e a
jurar: “Não conheço este homem de quem falais.”
72
E imediatamente cantou um galo, pela segunda
vez; e Pedro lembrou-se da declaração que Jesus
lhe fizera: “Antes de o galo cantar duas vezes,
repudiar-me-ás três vezes.” E ele ficou abatido e
se entregou ao choro.
15 E logo ao amanhecer, os principais
sacerdotes, com os anciãos e os escribas, sim, o
Sinédrio inteiro, realizaram uma consulta, e
amarraram Jesus e o levaram e entregaram a
Pilatos. 2 De modo que Pilatos o interrogou: “És tu
o rei dos judeus?” Respondendo-lhe, disse: “Tu
mesmo [o] dizes.” 3 Mas os principais sacerdotes
passaram a acusá-lo de muitas coisas. 4 Pilatos
começou então a interrogá-lo novamente,
dizendo: “Não respondes nada? Vê quantas
acusações lançam contra ti.” 5 Mas Jesus não
respondeu mais, de modo que Pilatos começou a
maravilhar-se.
6
Ora, de festividade em festividade, ele
costumava soltar-lhes um preso, aquele que
requeressem. 7 Naquele tempo havia o chamado
Barrabás preso com os sediciosos, que na sua
sedição haviam cometido assassínio. 8 A multidão
chegou-se assim e principiou a requerer segundo
o que ele costumava fazer para eles. 9 Pilatos
respondeu-lhes, dizendo: “Quereis que eu vos
livre o rei dos judeus?” 10 Pois ele se apercebia
de que os principais sacerdotes o tinham
entregado por inveja. 11 Mas os principais
sacerdotes atiçaram a multidão para que lhes
livrasse antes a Barrabás. 12 Novamente, em
resposta, Pilatos dizia-lhes: “O que hei de fazer
então com aquele a quem chamais de rei dos
judeus?” 13 Mais uma vez clamaram: “Para a
estaca com ele!” 14 Mas Pilatos prosseguiu a
dizer-lhes: “Ora, o que fez ele de mal?” Todavia,
clamaram tanto mais: “Para a estaca com ele!”
15
Em vista disso, Pilatos, desejando satisfazer a
multidão, livrou-lhes Barrabás, e, depois de
mandar Jesus ser chicoteado, entregou-o para
ser pregado numa estaca.
16
Os soldados levaram-no então ao pátio, isto
é, ao palácio do governador; e convocaram todo o
corpo de tropa, 17 e cobriram-no de púrpura e
trançaram uma coroa de espinhos e a puseram
nele. 18 E principiaram a cumprimentá-lo: “Bom
dia, ó Rei dos judeus!” 19 Batiam-lhe também com
uma cana na cabeça e cuspiam nele, e, dobrando
os joelhos, prestavam-lhe homenagem. 20 Por fim,
depois de se terem divertido às custas dele,
tiraram-lhe a púrpura e puseram-lhe sua
roupagem exterior. E levaram-no fora para o
pregarem numa estaca. 21 Obrigaram também um
transeunte que vinha do campo, certo Simão de
Cirene, pai de Alexandre e de Rufo, a prestar
serviço por levar a sua estaca de tortura.

Trouxeram-no assim ao lugar de Gólgota, que


22

significa, traduzido, Lugar da Caveira. 23 Ali


tentaram dar-lhe vinho misturado com mirra, mas
ele não quis tomá-lo. 24 E pregaram-no numa
estaca e distribuíram sua roupagem exterior por
lançarem sortes sobre ela, quanto a quem havia
de ficar com quê. 25 Era então a terceira hora, e
pregaram-no numa estaca. 26 E a inscrição de
acusação estava escrita mais acima: “O Rei dos
Judeus.” 27 Além disso, junto com ele, pregaram
também em estacas dois salteadores,
um à sua direita e outro à sua esquerda. 28 ——
29
E os que passavam por ali falavam dele de
modo ultrajante, sacudindo a cabeça e dizendo:
“Ora! Tu, pretenso derrubador do templo e
construtor dele no tempo de três dias, 30 salva-te
por descer da estaca de tortura.” 31 De maneira
similar, também os principais sacerdotes
divertiam-se entre si, com os escribas, e diziam:
“A outros ele salvou; a si mesmo não pode salvar!
32
Desça agora da estaca de tortura o Cristo, o
Rei de Israel, para que vejamos e creiamos.”
Vituperaram-no até mesmo os que com ele foram
pregados em estacas.
33
Quando veio a sexta hora, caiu escuridão
sobre todo o país, até à nona hora. 34 E à nona
hora, Jesus clamou com voz alta: “Eli, Eli, lama
sabactâni?” que significa, traduzido: “Deus meu,
Deus meu, por que me abandonaste?” 35 E alguns
dos parados por perto, ouvindo isso, começaram
a dizer: “Eis que está chamando Elias.” 36 Mas um
[deles] correu, ensopou uma esponja em vinho
acre, colocou-a numa cana e começou a dar-lhe
de beber, dizendo: “Deixai[-o]! Vejamos se Elias
vem tirá-lo dali.” 37 Mas Jesus deu um alto grito e
expirou. 38 E a cortina do santuário rasgou-se em
dois, de alto a baixo. 39 Ora, quando o oficial do
exército, que estava presente, tendo-o sob as
vistas, viu que tinha expirado nestas
circunstâncias, disse: “Certamente este homem
era o Filho de Deus.”
40
Havia ali também mulheres observando de
certa distância, entre as quais Maria Madalena,
bem como Maria, a mãe de Tiago, o Menor, e de
Josés, e Salomé, 41 que costumavam acompanhá-
lo e ministrar-lhe quando ele estava na Galiléia, e
muitas outras mulheres, que vieram com ele a
Jerusalém.
42
A tarde já estava então avançada, e, visto
ser a Preparação, isto é, o dia antes do sábado,
43
veio José de Arimatéia, membro bem
conceituado do Conselho, que também aguardava
o reino de Deus. Ele tomou ânimo para
comparecer perante Pilatos e pediu o corpo de
Jesus. 44 Mas, Pilatos perguntava-se se já estaria
morto, e, convocando o oficial do exército,
perguntou-lhe se já tinha morrido. 45 Assim,
depois de certificar-se por intermédio do oficial
do exército, concedeu a José o cadáver.
46
Concordemente, ele comprou linho fino e tirou-
o dali, enrolou-o no linho fino e deitou-o num
túmulo aberto na rocha; e rolou uma pedra à
porta do túmulo memorial. 47 Maria Madalena e
Maria, a mãe de Josés, porém, continuavam a
olhar para onde tinha sido deitado.

16 Passado então o sábado, Maria Madalena e


Maria, a mãe de Tiago, e Salomé, compraram
aromas, a fim de virem e o untarem. 2 E bem cedo,
no primeiro dia da semana, chegaram ao túmulo
memorial depois de se levantar o sol. 3 E diziam
uma à outra: “Quem nos rolará a pedra [da frente]
da porta do túmulo memorial?” 4 Mas, ao olharem
para cima, observaram que a pedra, embora muito
grande, tinha sido rolada [da frente]. 5 Quando
entraram no túmulo memorial, viram um jovem
sentado à direita, trajado duma comprida veste
branca, e elas ficaram atônitas. 6 Ele lhes disse:
“Parai de ficar atônitas. Vós estais procurando
Jesus, o nazareno, que foi pregado numa estaca.
Ele foi levantado, não está aqui. Eis o lugar onde
o deitaram. 7 Mas ide, dizei aos discípulos dele e
a Pedro: ‘Ele vai adiante de vós para a Galiléia;
ali o vereis, assim como ele vos disse.’” 8 Saindo
então, fugiram do túmulo memorial, pois estavam
presas de tremor e de forte emoção. E não
disseram nada a ninguém, pois estavam tomadas
de temor.

CONCLUSÃO CURTA

Alguns manuscritos e versões posteriores


contêm uma conclusão curta depois de Marcos
16:8, como segue:

Mas, todas as coisas que se lhes mandaram,


relataram brevemente aos em volta de Pedro.
Outrossim, depois destas coisas, o próprio Jesus
enviou por meio deles, do leste ao oeste, a santa
e incorruptível proclamação da salvação eterna.

CONCLUSÃO LONGA

Certos manuscritos antigos (ACD) e versões


antigas (VgSy c,p ) acrescentam a seguinte
conclusão longa, omitida por ‫א‬BSy s Arm:
9
Após o levantamento dele cedo no primeiro
dia da semana, apareceu primeiro a Maria
Madalena, da qual tinha expulsado sete
demônios. 10 Ela foi e [o] relatou aos que tinham
estado com ele, pois pranteavam e choravam.
11
Mas estes, ao ouvirem que passara a viver e
que tinha sido observado por ela, não [lhe]
acreditaram. 12 Ainda mais, após estas coisas
apareceu em outra forma a dois deles ao
andarem, pois estavam indo para o campo; 13 e
estes voltaram e [o] relataram aos demais.
Tampouco a estes acreditaram. 14 Mais tarde,
porém, apareceu aos próprios onze, ao estarem
recostados à mesa, e exprobrou a sua falta de fé
e a dureza de seus corações, porque não tinham
acreditado nos que o tinham observado já
levantado dentre os mortos. 15 E ele lhes disse:
“Ide a todo o mundo e pregai as boas novas a
toda a criação. 16 Quem crer e for batizado será
salvo, mas o que não crer será condenado.
17
Outrossim, os seguintes sinais acompanharão
os que crerem: Pelo uso do meu nome expulsarão
demônios, falarão em línguas, 18 e com as suas
mãos apanharão serpentes, e, se beberem algo
mortífero, absolutamente não lhes fará mal.
Porão as suas mãos sobre doentes, e estes
ficarão bons.”
19
Daí, o Senhor Jesus, depois de lhes ter
falado, foi elevado para o céu e se assentou à
direita de Deus. 20 Eles, concordemente, saíram e
pregaram em toda a parte, sendo que o Senhor
cooperava com eles e apoiava a mensagem por
meio de sinais acompanhantes.

[Notas de rodapé]

“Marcos.” Gr.: Már·kon, do lat.: Már·cum.

“Boas novas.” Ou “evangelho”. Gr.: eu·ag·ge·lí·ou;


lat.: e·van·gé·li·i.
Ou “de”.

Ou “anjo”.

Veja Ap. 1D.

Ou “imersor; submersor (mergulhador)”. Gr.:


ba·ptí·zon.
Ou “dentro”; isto é, para entrar nele.

Ou “a força ativa”. Gr.: to pneú·ma; J 17,18,22 (hebr.):


ha·rú·ahh. Veja Gên 1:2 n.: “ativa”.
Esta é uma expressão idiomática; é uma repulsa
em forma de pergunta. Veja Ap. 7B.

Lit.: “ele”.

Lit.: “ele”.

Lit.: “os filhos da câmara nupcial”.

“No relato sobre Abiatar, o principal sacerdote.”


Lit.: “sobre (em) Abiatar, principal sacerdote”.
DWIt mss. Sy s , Mt 12:4 e Lu 6:4 omitem isso. Veja
uma construção similar em Mr 12:26; Lu 20:37.

Ou “pães da proposição”.

Ou “uma vida”. Gr.: psy·khén; lat.: á·ni·mam;


J 17,18,22 (hebr.): né·fesh. Veja Ap. 4A.

Ou “com os herodianos”.

“Boanerges.” Sir.: Benai Reghshi; J 17 (hebr.):


Beneh-reghóhsh; J 18 (hebr.): Beneh-rá·ghesh.
“Belzebu”, VgSy p J 18 ; ‫א‬ACDW(gr.): Be·el·ze·boúl;
B(gr.): Be·e·ze·boúl; J 22 (hebr.): Ba·‛al-zevúl.

Ou “parábolas”.
Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·nos; lat.:
saé·cu·li; J 17,18,22 (hebr.): ha·‛oh·lám, “[de] a
ordem de coisas”.

“Gerasenos”, ‫א‬° BDVg; ACSy h,p : “gadarenos”.

Esta é uma expressão idiomática; é uma repulsa


em forma de pergunta. Veja Ap. 7B.

Veja Ap. 1D.

Lit.: “a estar proclamando”. Gr.: ke·rýs·sein. Veja


13:10 n.

Ou “Dez Cidades”. Gr.: De·ka·pó·lei.

Ou “serei salva”.

Ou “te salvou”.

“Em paz.” Gr.: eis ei·ré·nen; lat.: in pá·ce;


J 17,18,22 (hebr.): lesha·lóhm .

“José”, ‫א‬Vg; ABCDSy h,p , “Josés”.

“Testemunho.” Gr.: mar·tý·ri·on; lat.:


te·sti·mó·ni·um.
Lit.: “pois o nome dele”.

“As pessoas diziam”, BW; ‫א‬ACSy h,p,s : “ele dizia”.

Ou “imersor, submersor (mergulhador)”. Gr.:


ba·ptí·zon.
Lit.: “os quiliarcas”. Gr.: khi·li·ár·khois,
“comandantes de 1.000 soldados”; lat.:
tri·bú·nis.
O denário era uma moeda romana de prata que
pesava 3,85 g.
Veja 13:35 n. e Mt 14:25 n.

Ou “eram salvos”.

Ou “lavar as mãos com o punho”.

Ou “morra sem falta”.

Gr.: Kor·bán; lat.: cór·ban; J 17,18,22 (hebr.): qor·bán.


Veja Le 1:2 n.: “oferta”; Ne 10:34 n.

Ou “uma dádiva votiva”.

‫א‬B omitem isso; ADVgSy h,p,s Arm: “Quem tiver


ouvidos para escutar, escute.” (Veja 4:9, 23.)

Ou “cloaca; latrina; privada”.

Segundo ‫א‬AB; alguns mss.: “para o esgoto,


mostrando assim serem limpos todos os
alimentos?”

“Fornicações.” Gr.: por·neí·ai; lat.:


for·ni·ca·ti·ó·nes; J 18,22 (hebr.): zenu·ním. Veja
Ap. 5A.

“Conduta desenfreada.” Gr.: a·sél·gei·a; Vg c (lat.):


im·pu·di·cí·ti·ae; J 22 (hebr.): zim·máh. Veja Gál
5:19 n.: “desenfreada”.

Ou “olho iníquo”.

Ou “Dez Cidades”. Gr.: De·ka·pó·le·os.

Ou “laço”.

Ou “recuperou a vista; voltou a enxergar”.

Ou “Imersor; Submersor (Mergulhador)”. Gr.:


Ba·pti·stén.
“Pedro”, ‫א‬AB; Sy p : “Simão”; Sy s : “Kefa”. Veja Mt
16:18 n.: “rocha”.

Ou “não tens a mente de Deus, mas a de homens”.

Veja Ap. 5C.

Ou “vida”. Gr.: psy·khén; J 17,18,22 (hebr.): naf·shóh


(de né·fesh ). Veja Ap. 4A.

Ou “guardaram a palavra para si mesmos”.

Lit.: “lançou-o”.

Lit.: “Ajuda a minha falta de fé!”

Ou “traído”.

Veja Ap. 4C.

‫א‬BCW omitem isso; AD: “onde o seu gusano não


morre e o fogo não se extingue”. (Veja v. 48.)

‫א‬BCW omitem isso; AD: “onde o seu gusano não


morre e o fogo não se extingue”. (Veja v. 48.)

Ou então, “ficar sem salinidade”.

“Ele”, ‫א‬BC; ADVgSy h,p,s Arm: “Deus”.

Lit.: “se soltar de”. Veja Mal 2:16 n.

“Vida eterna.” Gr.: zo·én ai·ó·ni·on; lat.: ví·tam


ae·tér·nam; J 17,18,22 (hebr.): hhai·yéh ‛oh·lám.
Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·ni; J 17,22 (hebr.):
u·va·‛oh·lám, “e na ordem de coisas”.
Ou “imersão; submersão”. Gr.: bá·pti·sma.

Ou “vida”. Veja Mt 20:28 n.: “alma”.

“Rabôni.” Veja Jo 20:16.


Ou “te salvou”.

Lit.: “Hosana.” Gr.: Ho·san·ná; J 7-14,16-18,22 (hebr.):


Hoh·sha‛·ná’, “Salva, rogamos”.
Veja Ap. 1D.

“O reino vindouro de nosso pai Davi”, ‫א‬BCD; ASy h :


“o reino de nosso pai Davi que vem no nome do
Senhor”; J 7,8,10-14,16,17 : “o reino de nosso pai Davi
que vem no nome de Jeová”.

Ou “nos lugares mais altos”.

‫א‬BWSy s omitem isso; ACDVgSy p : “Mas, se não


perdoardes, tampouco vosso Pai, que está nos
céus, perdoará as vossas falhas.” (Veja Mt
6:15.)

Veja Ap. 1D.

Ou “dos herodianos”.

Ou “ao imperador”. Gr.: Kaí·sa·ri.

Veja 6:37 n.

Lit.: “Dai de volta.”

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Ou “tua vida”. Gr.: tes psy·khés sou; J 17,18,22 (hebr.):


naf·shekhá.
Veja Ap. 1D.

Ou “nos lugares de reunião”.


Lit.: “[dinheiro de] cobre”.

Ou “na tesouraria sagrada”.

Lit.: “dois leptas”. O lépton era a menor moeda


judaica de cobre ou bronze. Veja Ap. 8A.

Lit.: “que é um quadrante”. Esta era uma moeda


romana de cobre ou bronze, avaliada em uma
sexagésima quarta parte do denário. Veja
Ap. 8A.

Ou “fim conjunto”. Veja Mt 13:39 n.: “terminação”.

Ou “remate; fim completo; término”. Gr.: τέλος


( té·los ).

Ou “se agitará; se excitará”.

“Terremotos.” Gr.: sei·smoí.

Ou “aos sinédrios inferiores”.

“Testemunho.” Gr.: mar·tý·ri·on; lat.:


te·sti·mó·ni·um.
Ou “ser proclamadas”. Gr.: ke·ry·khthé·nai; lat.:
prae·di·cá·ri. Veja Da 5:29 n.: “proclamaram”.
Veja v. 7 n.

Lit.: “até o tempo atual”.

Veja Ap. 1D.

“Vir.” Em gr.: er·khó·me·non.

“Geração.” Gr.: ge·ne·á; diferente de gé·nos,


“raça”, como em 1Pe 2:9.
“Tarde no dia.” Esta era a primeira vigília
segundo a divisão gr. e romana da noite, desde
o pôr-do-sol até por volta das 21 horas.

“À meia-noite.” Esta era a segunda vigília


segundo a divisão gr. e romana da noite, desde
por volta das 21 horas até a meia-noite.

“Ao canto do galo.” Esta era a terceira vigília


segundo a divisão gr. e romana da noite, desde
meia-noite até por volta das 3 horas da
madrugada.

“Cedo de manhã.” Esta era a quarta vigília


segundo a divisão gr. e romana da noite, desde
por volta das 3 horas da madrugada até o
nascer do sol.

Veja 6:37 n.

Veja Mt 26:17 n.

Ou “é”, no sentido de significar, importar em,


representar. Veja Mt 26:26 n.

“Novo”, isto é, o produto novo da videira.

Ou “hinos; salmos”. Sem dúvida, os Salmos de


Halel. Veja Sal. 114:1 n.

Esta é uma palavra aram. que significa “o pai”,


ou: “Ó Pai!” Gr.: Ab·bá; J 17,22 (hebr.): ’Ab·bá’.

Ou “sem falta”.

Ou “pouco vestido”. Veja Mt 25:36 n.


Ou “habitação (morada) divina”. Gr.: na·ón; lat.:
tém·plum; J 17,18,22 (hebr.): ha·heh·khál, “o palácio
(templo)”.

“Vindo.” Em gr.: er·khó·me·non.

Ou: “Nem conheço, nem entendo.”

Ou: “Fixa-o numa estaca (poste).” Veja Ap. 5C.

Veja v. 13 n.

Veja Ap. 5C.

“Lugar da Caveira.” Gr.: Kra·ní·ou Tó·pos; lat.:


Cal·vá·ri·ae ló·cus.
“Terceira hora”, isto é, por volta das 9 horas da
manhã.

‫א‬ABCD omitem isso; VgSy h,p : “E cumpriu-se a


escritura que diz: ‘E ele foi contado com os
contra a lei.’” (Veja Lu 22:37.)

Veja 14:58 n.

“Sexta hora”, isto é, por volta do meio-dia.

“Nona hora”, isto é, por volta das 15 horas.

“Eli, Eli, lama sabactâni?” Veja Sal 22:1 n.:


“abandonaste”.

Significando “Meu Deus É Jeová”. J 17,18 (hebr.):


’E·li·yá·hu.
Veja 14:58 n.

Ou “centurião”. Gr.: ken·ty·rí·on; comandante de


100 soldados.

Ou “um filho de Deus”; ou: “um filho de um deus”.


“Josés”, ‫א‬ABCDSy h,p ; ItVgSy s : “José”.

“Josés”, ‫א‬c BCSy h,p ; AVg: “José”.

Ou “fixado numa estaca (poste)”. Veja Ap. 5C.

O Manuscrito L 019 (Codex Regius, do oitavo


séc.) contém tanto a conclusão longa como a
curta, após o v. 8 , apresentando primeiro a
conclusão curta e prefaciando cada conclusão
com uma nota, dizendo que essas passagens
estavam em voga em alguns setores, embora,
evidentemente, não reconhecesse nenhuma das
conclusões como de autoridade.

Segundo Lucas

1 Considerando que muitos empreenderam


compilar uma declaração dos fatos que entre nós
recebem pleno crédito, 2 assim como no-los
transmitiram os que desde [o] princípio se
tornaram testemunhas oculares e assistentes da
mensagem, 3 também eu, tendo pesquisado todas
as coisas com exatidão, desde o início, resolvi
escrevê-las para ti em ordem lógica,
excelentíssimo Teófilo, 4 para que saibas
plenamente a certeza das coisas que te foram
ensinadas oralmente.
5
Nos dias de Herodes, rei da Judéia, havia
certo sacerdote, de nome Zacarias, da turma de
Abias, e ele tinha por esposa [uma] das filhas de
Arão, e o nome dela era Elisabete. 6 Ambos eram
justos diante de Deus por andarem inculpes de
acordo com todos os mandamentos e exigências
legais de Jeová. 7 Mas não tinham filho, porque
Elisabete era estéril e ambos já estavam bem
avançados em anos.
8
Ora, atuando ele perante Deus como
sacerdote na designação de sua divisão,
9
segundo a prática solene do cargo sacerdotal,
chegou a sua vez para oferecer incenso ao entrar
no santuário de Jeová; 10 e toda a multidão do
povo orava do lado de fora, na hora de se
oferecer incenso. 11 Apareceu-lhe um anjo de
Jeová, parado à direita do altar do incenso.
12
Zacarias, porém, ficou aflito ao vê-lo e foi
tomado de temor. 13 No entanto, o anjo disse-lhe:
“Não temas, Zacarias, porque a tua súplica tem
sido ouvida favoravelmente, e tua esposa
Elisabete tornar-se-á para ti mãe dum filho, e hás
de dar-lhe o nome de João. 14 E terás alegria e
grande regozijo, e muitos se alegrarão com o seu
nascimento; 15 pois será grande diante de Jeová.
Mas não deve beber nenhum vinho nem bebida
forte, e será cheio de espírito santo desde a
madre de sua mãe; 16 e retornará muitos dos
filhos de Israel a Jeová, seu Deus. 17 Também, irá
diante dele com o espírito e o poder de Elias,
para retornar os corações dos pais aos filhos e os
desobedientes à sabedoria prática dos justos, a
fim de aprontar para Jeová um povo preparado.”
18
E Zacarias disse ao anjo: “Como hei de ter
certeza disso? Pois sou idoso e minha esposa
está bem avançada em anos.” 19 Em resposta, o
anjo disse-lhe: “Eu sou Gabriel, que está a postos
logo diante de Deus, e fui enviado para falar-te e
declarar-te as boas novas destas coisas. 20 Mas,
eis que ficarás mudo e não poderás falar até o
dia em que estas coisas ocorram, porque não
acreditaste nas minhas palavras, as quais se
cumprirão no seu tempo designado.”
21
Entrementes, o povo continuava à espera de
Zacarias; e começavam a admirar-se de sua
demora no santuário. 22 Mas, quando saiu, não
lhes pôde falar, e perceberam que acabara de ter
uma visão sobrenatural no santuário; e fazia-lhes
sinais, mas permanecia mudo. 23 Completando-se
então os dias de seu serviço público, foi para
casa.
24
Depois destes dias, porém, Elisabete, sua
esposa, ficou grávida; e ela se manteve apartada
por cinco meses, dizendo: 25 “É assim que Jeová
tem procedido comigo nestes dias, dando-me sua
atenção para tirar o meu vitupério entre os
homens.”
26
No sexto mês dela, o anjo Gabriel foi enviado
da parte de Deus a uma cidade da Galiléia, de
nome Nazaré, 27 a uma virgem prometida em
casamento a um homem de nome José, da casa
de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28 E, ao se
lhe apresentar, disse: “Bom dia, altamente
favorecida, Jeová está contigo.” 29 Mas ela ficou
profundamente perturbada com estas palavras e
começou a raciocinar que sorte de cumprimento
era este. 30 De modo que o anjo lhe disse: “Não
temas, Maria, pois achaste favor diante de Deus;
31
e eis que conceberás na tua madre e darás à
luz um filho, e deves dar-lhe o nome de Jesus.
32
Este será grande e será chamado Filho do
Altíssimo; e Jeová Deus lhe dará o trono de Davi,
seu pai, 33 e ele reinará sobre a casa de Jacó
para sempre, e não haverá fim do seu reino.”
34
Maria, porém, disse ao anjo: “Como se há de
dar isso, visto que não tenho relações com um
homem?” 35 O anjo disse-lhe, em resposta:
“Espírito santo virá sobre ti e poder do Altíssimo
te encobrirá. Por esta razão, também, o nascido
será chamado santo, Filho de Deus. 36 E eis que a
própria Elisabete, tua parenta, também concebeu
um filho, na sua velhice, e este é o sexto mês
para ela, a chamada estéril; 37 porque para Deus
nenhuma declaração será uma impossibilidade.”
38
Maria disse então: “Eis a escrava de Jeová!
Ocorra comigo segundo a tua declaração.” Com
isso, o anjo ausentou-se dela.
39
Maria levantou-se então naqueles dias e foi
apressadamente à região montanhosa, a uma
cidade de Judá, 40 e entrou no lar de Zacarias e
cumprimentou Elisabete. 41 Pois bem, quando
Elisabete ouviu o cumprimento de Maria, pulou a
criança na sua madre; e Elisabete ficou cheia de
espírito santo, 42 e exclamou com um alto grito e
disse: “Abençoada és tu entre as mulheres e
abençoado é o fruto de tua madre! 43 Como é
então que tenho este [privilégio], de vir a mim a
mãe de meu Senhor? 44 Pois, eis que assim que o
som de teu cumprimento chegou aos meus
ouvidos, a criança na minha madre pulou de
regozijo. 45 Feliz também é aquela que acreditou,
porque haverá uma completa realização das
coisas que lhe foram faladas da parte de Jeová.”
46
E Maria disse: “Minha alma magnifica a Jeová
47
e meu espírito não pode deixar de estar cheio
de alegria por Deus, meu Salvador; 48 pois ele tem
olhado para a situação humilde de sua escrava.
Porque, eis que doravante todas as gerações me
proclamarão feliz; 49 visto que o Poderoso tem
feito grandes ações para comigo, e santo é o seu
nome; 50 e sua misericórdia é de geração em
geração sobre os que o temem. 51 Ele tem agido
valorosamente com o seu braço, tem espalhado
os que são soberbos na intenção dos seus
corações. 52 Tem derrubado de tronos homens de
poder e tem enaltecido humildes; 53 tem
plenamente saciado os famintos com coisas boas
e tem mandado embora, de mãos vazias, os que
tinham riqueza. 54 Ele tem vindo em socorro de
Israel, seu servo, para fazer lembrar a
misericórdia, 55 assim como disse aos nossos
antepassados, a Abraão e a seu descendente,
para sempre.” 56 Maria permaneceu então com ela
cerca de três meses, e voltou para o seu próprio
lar.
57
Chegou então o tempo para Elisabete dar à
luz, e ela se tornou mãe dum filho. 58 E os
vizinhos e os parentes dela ouviram que Jeová
tinha magnificado a sua misericórdia para com
ela, e começaram a alegrar-se com ela. 59 E, no
oitavo dia, foram circuncidar o menino, e iam dar-
lhe o nome do pai dele, Zacarias. 60 Mas a mãe
dele respondeu e disse: “De modo nenhum! Mas
ele se chamará João.” 61 Em vista disso disseram-
lhe: “Não há nenhum entre os teus parentes que
seja chamado por este nome.” 62 Foram então
perguntar ao pai dele, por sinais, como queria
que se chamasse. 63 E ele pediu uma tabuinha
[para escrever] e escreveu: “João é o nome dele.”
Todos se maravilharam em vista disso. 64 Sua
boca foi instantaneamente aberta e a sua língua
foi solta, e ele começou a falar, bendizendo a
Deus. 65 E caiu temor sobre todos os que moravam
na vizinhança deles; e falava-se sobre estas
coisas em toda a região montanhosa da Judéia,
66
e todos os que [as] ouviam guardavam isso nos
seus corações, dizendo: “O que será realmente
deste menino?” Pois a mão de Jeová estava
deveras com ele.
67
E Zacarias, seu pai, ficou cheio de espírito
santo e profetizou, dizendo: 68 “Bendito seja
Jeová, o Deus de Israel, porque voltou a sua
atenção e realizou livramento para com seu povo.
69
E ele nos suscitou um chifre de salvação na
casa de Davi, seu servo, 70 assim como ele, pela
boca de seus santos profetas da antiguidade, tem
falado 71 duma salvação [nossa] dos nossos
inimigos e da mão de todos os que nos odeiam;
72
para realizar a misericórdia em conexão com os
nossos antepassados e para fazer lembrar o seu
santo pacto, 73 o juramento que fez a Abraão,
nosso antepassado, 74 de nos conceder, depois de
termos sido resgatados das mãos dos inimigos, o
privilégio de lhe prestarmos destemidamente
serviço sagrado, 75 com lealdade e justiça, diante
dele, todos os nossos dias. 76 Mas, quanto a ti,
menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois
irás de antemão na frente de Jeová para aprontar
os seus caminhos, 77 para dar ao seu povo
conhecimento da salvação por meio do perdão
dos seus pecados, 78 por causa da terna
compaixão de nosso Deus. Com esta [compaixão]
nos visitará do alto uma alvorada, 79 para dar luz
aos sentados na escuridão e na sombra da morte,
para dirigir os nossos pés prosperamente no
caminho da paz.”
80
E a criancinha crescia e se tornava forte em
espírito, e continuava nos desertos, até o dia em
que se mostrou abertamente a Israel.

2 Ora, naqueles dias saiu um decreto da parte


de César Augusto, para que toda a terra habitada
se registrasse; 2 (este primeiro registro ocorreu
quando Quirino era governador da Síria;) 3 e todos
viajaram para se registrarem, cada um na sua
própria cidade. 4 José, naturalmente, subiu
também da Galiléia, da cidade de Nazaré, e foi à
Judéia, à cidade de Davi, que se chama Belém,
por ser membro da casa e família de Davi, 5 a fim
de ser registrado com Maria, que lhe fora dada
em casamento, conforme prometido, nesta
ocasião já em estado avançado de gravidez.
6
Enquanto estavam ali, completaram-se os dias
para ela dar à luz. 7 E ela deu à luz o seu filho, o
primogênito, e o enfaixou e deitou numa
manjedoura, porque não havia lugar para eles no
alojamento.
8
Havia também no mesmo país pastores
vivendo ao ar livre e mantendo de noite vigílias
sobre os seus rebanhos. 9 E, repentinamente
estava parado ao lado deles o anjo de Jeová, e a
glória de Jeová reluzia em volta deles, e ficaram
muito temerosos. 10 Mas o anjo disse-lhes: “Não
temais, pois, eis que vos declaro boas novas
duma grande alegria que todo o povo terá,
11
porque hoje vos nasceu na cidade de Davi um
Salvador, que é Cristo, [o] Senhor. 12 E este é um
sinal para vós: achareis uma criança enfaixada e
deitada numa manjedoura.” 13 E, repentinamente
houve com o anjo uma multidão do exército
celestial, louvando a Deus e dizendo: 14 “Glória a
Deus nas maiores alturas, e na terra paz entre
homens de boa vontade.”
15
Assim, quando os anjos se afastaram deles
para o céu, os pastores começaram a dizer uns
aos outros: “Vamos de todos os modos até Belém
e vejamos esta coisa que ocorreu, que Jeová nos
fez saber.” 16 E foram apressadamente e acharam
Maria, bem como José, e a criança deitada na
manjedoura. 17 Quando a viram, fizeram saber a
declaração que se lhes fizera a respeito desta
criancinha. 18 E todos os que ouviram [isso]
maravilhavam-se com as coisas que os pastores
lhes contavam; 19 Maria, porém começou a
preservar todas essas declarações, tirando
conclusões no seu coração. 20 Os pastores
voltaram então, glorificando e louvando a Deus
por todas as coisas que ouviram e viram,
exatamente como se lhes dissera.
21
Então, quando se completaram os oito dias
para que fosse circuncidado, deram-lhe também o
nome de Jesus, nome dado pelo anjo antes de ele
ter sido concebido na madre.
22
Completando-se também os dias para a
purificação deles, segundo a lei de Moisés,
trouxeram-no a Jerusalém para o apresentarem a
Jeová, 23 assim como está escrito na lei de Jeová:
“Todo macho que abre a madre tem de ser
chamado santo para Jeová”, 24 e para oferecer
sacrifício segundo o que se diz na lei de Jeová:
“Um par de rolas ou dois pombos novos.”
25
E, eis que havia em Jerusalém um homem de
nome Simeão, e este homem era justo e
reverente, esperando a consolação de Israel, e
espírito santo estava sobre ele. 26 Ademais, fora-
lhe divinamente revelado, pelo espírito santo, que
não veria a morte antes de ter visto o Cristo de
Jeová. 27 Assim, sob o poder do espírito, ele veio
ao templo; e quando os pais trouxeram para
dentro o menino Jesus, a fim de fazerem para ele
segundo a prática costumeira da lei, 28 foi ele
mesmo quem o recebeu nos braços e bendisse a
Deus, e disse: 29 “Agora, Soberano Senhor, deixas
o teu escravo ir livre em paz, segundo a tua
declaração; 30 porque os meus olhos viram o teu
meio de salvar, 31 que aprontaste à vista de todos
os povos, 32 uma luz para remover das nações o
véu e uma glória para o teu povo Israel.” 33 E o
pai e a mãe [do menino] admiravam-se das coisas
que se falavam dele. 34 Simeão os abençoou
também, mas disse a Maria, a mãe [do menino]:
“Eis que este é posto para a queda e para o novo
levantamento de muitos em Israel, e para sinal
contra que se fale 35 (sim, uma longa espada
traspassará a tua própria alma), a fim de que
sejam desvendados os raciocínios de muitos
corações.”
36
Havia também Ana, uma profetisa, filha de
Fanuel, da tribo de Aser (esta mulher estava bem
avançada em anos e tinha vivido com um marido
por sete anos, desde a sua virgindade, 37 e ela era
viúva, já com oitenta e quatro anos de idade), que
nunca estava ausente do templo, prestando noite
e dia serviço sagrado, com jejuns e súplicas. 38 E
ela se aproximou naquela mesma hora e começou
a dar graças a Deus e a falar sobre [a criança] a
todos os que aguardavam o livramento de
Jerusalém.
39
Tendo assim executado todas as coisas
segundo a lei de Jeová, voltaram à Galiléia, à sua
própria cidade de Nazaré. 40 E o menino
continuava a crescer e a ficar forte, estando
cheio de sabedoria, e o favor de Deus continuava
com ele.
41
Ora, de ano em ano, seus pais costumavam ir
a Jerusalém para a festividade da páscoa. 42 E
quando ele atingiu os doze anos de idade,
subiram segundo o costume da festividade 43 e
completaram os dias. Mas, ao voltarem, o menino
Jesus permaneceu em Jerusalém e seus pais não
notaram isso. 44 Presumindo que ele estivesse na
companhia dos que viajavam juntos, cobriram a
distância de um dia e então começaram a ir em
busca dele entre os parentes e conhecidos.
45
Mas, não o encontrando, voltaram a Jerusalém,
indo diligentemente à procura dele. 46 Bem,
depois de três dias, acharam-no no templo,
sentado no meio dos instrutores, e escutando-os
e interrogando-os. 47 Mas, todos os que o
escutavam ficavam constantemente pasmados
com o seu entendimento e suas respostas. 48 Ora,
quando o viram, ficaram assombrados, e sua mãe
disse-lhe: “Filho, por que nos tratas deste modo?
Eis que teu pai e eu, em aflição mental,
estivemos à tua procura.” 49 Mas ele lhes disse:
“Por que tivestes de ir à minha procura? Não
sabíeis que eu tenho de estar na [casa] de meu
Pai?” 50 No entanto, não compreenderam a
declaração que lhes fizera.
51
E ele desceu com eles e chegou a Nazaré, e
continuou a estar-lhes sujeito. Sua mãe, também,
guardava cuidadosamente todas essas
declarações no coração. 52 E Jesus progredia em
sabedoria e em desenvolvimento físico, e no favor
de Deus e dos homens.

3 No décimo quinto ano do reinado de Tibério


César, quando Pôncio Pilatos era governador da
Judéia e Herodes era governante distrital da
Galiléia, mas Filipe, seu irmão, era governante
distrital do país da Ituréia e de Traconítis, e
Lisânias era governante distrital de Abilene, 2 nos
dias do principal sacerdote Anás e de Caifás, veio
a declaração de Deus a João, filho de Zacarias,
no ermo.
3
Ele percorreu assim toda a região em volta do
Jordão, pregando [o] batismo [em símbolo] de
arrependimento para o perdão de pecados,
4
assim como está escrito no livro das palavras
de Isaías, o profeta: “Escutai! Alguém está
clamando no ermo: ‘Preparai o caminho de Jeová,
fazei retas as suas estradas. 5 Cada vala tem de
ser enchida e cada monte e colina [têm de ser]
nivelados, e as curvas têm de tornar-se caminhos
retos, e os lugares escabrosos, caminhos planos;
6
e toda a carne verá o meio salvador de Deus.’”
7
Portanto, começou a dizer às multidões que
vinham para ser batizadas por ele: “Descendência
de víboras, quem vos insinuou fugir do vindouro
furor? 8 Produzi, pois, frutos próprios do
arrependimento. E não principieis a dizer no
vosso íntimo: ‘Temos por pai a Abraão.’ Pois eu
vos digo que Deus tem poder para suscitar destas
pedras filhos a Abraão. 9 Deveras, o machado já
está em posição na raiz das árvores; toda árvore,
pois, que não produzir fruto excelente, há de ser
cortada e lançada no fogo.”
10
E as multidões perguntavam-lhe: “Que
devemos fazer, então?” 11 Em resposta, ele lhes
dizia: “Aquele que tiver duas peças de roupa
interior partilhe com aquele que não tiver
nenhuma, e aquele que tiver coisas para comer,
faça o mesmo.” 12 Vinham, porém, até mesmo
cobradores de impostos para ser batizados, e
disseram-lhe: “Instrutor, que devemos fazer?”
13
Ele lhes disse: “Não reclameis mais do que a
taxa do imposto.” 14 Também os em serviço
militar perguntavam-lhe: “Também nós, que
devemos fazer?” E ele lhes disse: “Não hostilizeis
a ninguém e não acuseis a ninguém falsamente,
mas contentai-vos com o vosso soldo.”
15
Ora, visto que o povo estava em expectativa
e todos raciocinavam nos seus corações a
respeito de João: “Será este o Cristo?” 16 João
deu a resposta, dizendo a todos: “Eu, da minha
parte, batizo-vos com água; mas vem aquele que
é mais forte do que eu, não sendo eu nem apto
para desatar-lhe o cordão de suas sandálias. Ele
vos batizará com espírito santo e com fogo.
17
Tem na mão a sua pá de joeirar para limpar
completamente a sua eira e para ajuntar o trigo
no seu celeiro, mas a palha ele queimará em fogo
inextinguível.”
18
Dava assim também muitas outras
exortações e declarava as boas novas ao povo.
19
Mas Herodes, o governante distrital, por ter
sido repreendido por ele com respeito a Herodias,
esposa de seu irmão, e com respeito a todas as
ações iníquas que Herodes havia feito,
20
acrescentou também a seguinte a todas essas
[ações]: encerrou João na prisão.
21
Então, quando todo o povo fora batizado,
Jesus também foi batizado, e, enquanto orava,
abriu-se o céu 22 e desceu sobre ele o espírito
santo, em forma corpórea, semelhante a uma
pomba, e uma voz saiu do céu: “Tu és meu Filho,
o amado; eu te tenho aprovado.”
23
Outrossim, o próprio Jesus, ao principiar [a
sua obra], tinha cerca de trinta anos de idade,
sendo, como era a opinião, filho
de José,
[filho] de Eli,
24
[filho] de Matate,
[filho] de Levi,
[filho] de Melqui,
[filho] de Janai,
[filho] de José,
25
[filho] de Matatias,
[filho] de Amós,
[filho] de Naum,
[filho] de Esli,
[filho] de Nagai,
26
[filho] de Maate,
[filho] de Matatias,
[filho] de Semei,
[filho] de Joseque,
[filho] de Jodá,
27
[filho] de Joanã,
[filho] de Resa,
[filho] de Zorobabel,
[filho] de Sealtiel,
[filho] de Néri,
28
[filho] de Melqui,
[filho] de Adi,
[filho] de Cosã,
[filho] de Elmadã,
[filho] de Er,
29
[filho] de Jesus,
[filho] de Eliézer,
[filho] de Jorim,
[filho] de Matate,
[filho] de Levi,
30
[filho] de Simeão,
[filho] de Judas,
[filho] de José,
[filho] de Jonã,
[filho] de Eliaquim,
31
[filho] de Meleá,
[filho] de Mena,
[filho] de Matatá,
[filho] de Natã,
[filho] de Davi,
32
[filho] de Jessé,
[filho] de Obede,
[filho] de Boaz,
[filho] de Salmom,
[filho] de Nasom,
33
[filho] de Aminadabe,
[filho] de Arni,
[filho] de Esrom,
[filho] de Peres,
[filho] de Judá,
34
[filho] de Jacó,
[filho] de Isaque,
[filho] de Abraão,
[filho] de Tera,
[filho] de Naor,
35
[filho] de Serugue,
[filho] de Reú,
[filho] de Pelegue,
[filho] de Éber,
[filho] de Selá,
36
[filho] de Cainã,
[filho] de Arfaxade,
[filho] de Sem,
[filho] de Noé,
[filho] de Lameque,
37
[filho] de Metusalém,
[filho] de Enoque,
[filho] de Jarede,
[filho] de Malaleel,
[filho] de Cainã,
38
[filho] de Enos,
[filho] de Sete,
[filho] de Adão,
[filho] de Deus.

4 Ora, Jesus, cheio de espírito santo, afastou-


se do Jordão e foi conduzido pelo espírito, lá no
ermo, 2 por quarenta dias, sendo tentado pelo
Diabo. Outrossim, ele não comeu nada naqueles
dias, e por isso, ao terminarem, sentiu fome. 3 O
Diabo disse-lhe assim: “Se tu és filho de Deus,
dize a esta pedra que se transforme em pão.”
4
Mas Jesus replicou-lhe: “Está escrito: ‘O homem
não deve viver só de pão.’”
5
Ele o levou assim para cima e lhe mostrou
todos os reinos da terra habitada, num instante
de tempo; 6 e o Diabo disse-lhe: “Eu te darei toda
esta autoridade e a glória deles, porque me foi
entregue e a dou a quem eu quiser. 7 Se tu, pois,
fizeres um ato de adoração diante de mim, tudo
será teu.” 8 Em resposta, Jesus disse-lhe: “Está
escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar
e é somente a ele que tens de prestar serviço
sagrado.’”
9
Ele o levou então a Jerusalém e o postou
sobre o parapeito do templo e lhe disse: “Se tu és
filho de Deus, lança-te daqui para baixo; 10 pois
está escrito: ‘Dará aos seus anjos um encargo
concernente a ti, para preservar-te’, 11 e: ‘Eles te
carregarão nas mãos, para que nunca batas com
o pé contra uma pedra.’” 12 Jesus disse-lhe, em
resposta: “Dito está: ‘Não deves pôr Jeová, teu
Deus, à prova.’” 13 Assim, o Diabo, tendo
terminado com toda a tentação, retirou-se dele
até outra ocasião conveniente.
14
Jesus voltou então no poder do espírito para
a Galiléia. E a boa fama dele espalhou-se por toda
a região circunvizinha. 15 Começou também a
ensinar nas sinagogas deles, sendo tido em honra
por todos.
16
E ele chegou a Nazaré, onde tinha sido
criado; e, segundo o seu costume no dia de
sábado, entrou na sinagoga e levantou-se para
ler. 17 Foi-lhe assim entregue o rolo do profeta
Isaías, e ele abriu o rolo e achou o lugar onde
estava escrito: 18 “O espírito de Jeová está sobre
mim, porque me ungiu para declarar boas novas
aos pobres, enviou-me para pregar livramento aos
cativos e recuperação da vista aos cegos, para
mandar embora os esmagados, com livramento,
19
para pregar o ano aceitável de Jeová.” 20 Com
isto enrolou o rolo, entregou-o de volta ao
assistente e se assentou; e os olhos de todos na
sinagoga estavam atentamente fixos nele.
21
Principiou então a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu
esta escritura que acabais de ouvir.”
22
E todos começaram a dar-lhe testemunho
favorável e a maravilhar-se das palavras
cativantes que saíam de sua boca, e diziam: “Não
é este um filho de José?” 23 A isto lhes disse:
“Sem dúvida aplicareis a mim a seguinte
ilustração: ‘Médico, cura-te a ti mesmo; as coisas
que ouvimos acontecer em Cafarnaum faze
também aqui no teu próprio território.’” 24 Mas ele
disse: “Deveras, eu vos digo que nenhum profeta
é aceito no seu próprio território. 25 Por exemplo,
em verdade vos digo: Havia muitas viúvas em
Israel nos dias de Elias, quando o céu ficou
fechado por três anos e seis meses, de modo que
sobreveio grande fome a toda a terra, 26 contudo,
Elias não foi enviado a nenhuma destas
[mulheres], mas apenas a Sarefá, na terra de
Sídon, a uma viúva. 27 Havia também muitos
leprosos em Israel, no tempo de Eliseu, o profeta,
contudo, nenhum deles foi purificado, a não ser
Naamã, o homem da Síria.” 28 Ora, todos os que
ouviam estas coisas na sinagoga ficaram cheios
de ira; 29 e levantaram-se e o conduziram às
pressas para fora da cidade, e o levaram à
beirada do monte em que se situava a sua cidade,
a fim de o lançarem de cabeça para baixo. 30 Mas
ele passou pelo seu meio e seguiu caminho.
31
E desceu a Cafarnaum, uma cidade da
Galiléia. E ele os ensinava no sábado; 32 e ficaram
assombrados com o seu modo de ensinar, porque
a sua palavra era com autoridade. 33 Ora, havia na
sinagoga um homem com um espírito, um demônio
impuro, e ele gritava com voz alta: 34 “Ah! que
temos nós contigo, Jesus, nazareno? Vieste
destruir-nos? Sei exatamente quem és, o Santo de
Deus.” 35 Mas Jesus censurou-o, dizendo: “Cala-te
e sai dele.” Assim, depois de lançar o homem no
meio deles, saiu dele o demônio sem lhe fazer
dano. 36 Em vista disso, todos se assombraram e
começaram a conversar entre si, dizendo: “Que
sorte de palavra é esta, porque ordena aos
espíritos impuros com autoridade e poder, e eles
saem?” 37 De modo que a notícia a respeito dele
se espalhava por todo canto da região
circunvizinha.
38
Depois de se levantar e sair da sinagoga,
entrou no lar de Simão. Ora, a sogra de Simão
estava padecendo de febre alta, e fizeram-lhe
uma solicitação a favor dela. 39 Inclinou-se então
sobre ela e censurou a febre, e esta a abandonou.
Ela se levantou no mesmo instante e começou a
ministrar-lhes.
40
Mas, pondo-se o sol, todos os que tinham
doentes com várias moléstias vieram trazê-los a
ele. Curava-os, pondo suas mãos sobre cada um
deles. 41 De muitos saíam também demônios,
clamando e dizendo: “Tu és o Filho de Deus.”
Censurando-os, porém, não lhes permitia que
falassem, porque sabiam que ele era o Cristo.
42
No entanto, ficando dia, saiu e foi para um
lugar solitário. As multidões, porém, começaram
a ir em busca dele e vieram até o lugar onde ele
estava, e tentaram impedir que se afastasse
deles. 43 Mas ele lhes disse: “Tenho de declarar
as boas novas do reino de Deus também a outras
cidades, porque fui enviado para isso.”
44
Concordemente, pregava nas sinagogas da
Judéia.

5 Em certa ocasião, quando a multidão o


apertava e escutava a palavra de Deus, ele
estava parado à beira do lago de Genesaré. 2 E
viu dois barcos atracados à beira do lago, mas os
pescadores tinham desembarcado e lavavam as
suas redes. 3 Embarcando num dos barcos, que
era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um
pouco da terra. Assentou-se então, e, de dentro
do barco, começou a ensinar as multidões.
4
Quando parou de falar, disse a Simão: “Rema
para onde é fundo, e abaixai as vossas redes para
uma pesca.” 5 Simão, porém, disse em resposta:
“Preceptor, labutamos toda a noite e não
apanhamos nada, mas, ao teu pedido, abaixarei
as redes.” 6 Pois bem, quando fizeram isso,
cercaram uma grande multidão de peixes. De
fato, suas redes começaram a romper-se.
7
Acenaram então para os seus associados no
outro barco, para que viessem e os auxiliassem; e
eles vieram, e encheram ambos os barcos, de
modo que estes começaram a afundar-se. 8 Vendo
isso, Simão Pedro prostrou-se aos joelhos de
Jesus, dizendo: “Afasta-te de mim, porque sou
homem pecaminoso, Senhor.” 9 Pois à vista da
safra de peixes que apanharam, tanto ele como
os com ele foram tomados de assombro, 10 e
assim também Tiago e João, filhos de Zebedeu,
que eram parceiros de Simão. Mas Jesus disse a
Simão: “Pára de estar com medo. Doravante
apanharás vivos a homens.” 11 Trouxeram assim
os barcos de volta à terra, abandonaram tudo e o
seguiram.
12
Em outra ocasião, enquanto ele estava numa
das cidades, eis um homem cheio de lepra!
Quando avistou Jesus, prostrou-se com o rosto
[em terra] e rogou-lhe, dizendo: “Senhor, se
apenas quiseres, podes tornar-me limpo.” 13 E
assim, estendendo a sua mão, tocou nele,
dizendo: “Eu quero. Torna-te limpo.” E a lepra
desapareceu dele imediatamente. 14 E ele deu ao
homem ordens de não [o] contar a ninguém: “Mas
vai e mostra-te ao sacerdote, e faze uma oferta
em conexão com a tua purificação, assim como
Moisés determinou, em testemunho para eles.”
15
Mas a palavra a respeito dele espalhava-se
tanto mais, e grandes multidões reuniam-se para
escutar e para ser curadas de suas doenças. 16 No
entanto, ele continuava em retiro nos desertos e
orava.
17
No decorrer de um desses dias, ele estava
ensinando, e havia ali sentados fariseus e
instrutores da lei, que haviam chegado de toda
aldeia da Galiléia e da Judéia, e de Jerusalém; e
o poder de Jeová estava presente para ele fazer
curas. 18 E, eis uns homens carregando numa
cama um homem paralítico, e eles buscavam um
meio de levá-lo para dentro e de colocá-lo diante
dele. 19 Assim, não encontrando meio de levá-lo
para dentro, por causa da multidão, subiram ao
telhado e baixaram-no por entre as telhas, com a
pequena cama, no meio dos que [estavam] na
frente de Jesus. 20 E, quando ele viu a fé que
tinham, disse: “Homem, teus pecados te estão
perdoados.” 21 Em conseqüência disso, os
escribas e os fariseus principiaram a raciocinar,
dizendo: “Quem é este que fala blasfêmias? Quem
pode perdoar pecados senão somente Deus?”
22
Mas Jesus, discernindo os seus raciocínios,
disse-lhes em resposta: “O que estais
raciocinando em vossos corações? 23 O que é
mais fácil, dizer: ‘Teus pecados te estão
perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? 24 Mas,
a fim de que saibais que o Filho do homem tem na
terra autoridade para perdoar pecados —” ele
disse ao paralítico: “Eu te digo: Levanta-te,
apanha a tua pequena cama e vai para casa.” 25 E,
no mesmo instante, este se levantou diante
deles, apanhou aquilo em que se deitara e foi
para casa, glorificando a Deus. 26 Todos foram
então tomados de êxtase e começaram a
glorificar a Deus, e ficaram cheios de temor,
dizendo: “Vimos hoje coisas estranhas!”
27
Então, depois destas coisas, ele saiu e
observou um cobrador de impostos, de nome Levi,
sentado na coletoria, e disse-lhe: “Sê meu
seguidor.” 28 E este, deixando tudo, levantou-se e
seguiu-o. 29 Levi ofereceu-lhe também uma grande
festa de recepção na sua casa; e havia ali uma
grande multidão de cobradores de impostos e de
outros, recostados com eles, na refeição. 30 Em
vista disso, os fariseus e seus escribas
começaram a murmurar aos discípulos dele,
dizendo: “Por que é que comeis e bebeis com os
cobradores de impostos e os pecadores?” 31 Em
resposta, Jesus disse-lhes: “Os que têm saúde
não precisam de médico, mas sim os que estão
adoentados. 32 Eu não vim chamar os que são
justos, mas sim pecadores ao arrependimento.”
33
Disseram-lhe: “Os discípulos de João jejuam
freqüentemente e oferecem súplicas, e o mesmo
fazem os dos fariseus, mas os teus comem e
bebem.” 34 Jesus disse-lhes: “Será que podeis
fazer os amigos do noivo jejuar enquanto o noivo
está com eles? 35 Contudo, virão dias em que o
noivo deveras lhes será tirado; então, naqueles
dias, jejuarão.”
36
Outrossim, prosseguiu a dar-lhes uma
ilustração: “Ninguém corta um remendo duma
nova roupa exterior e o costura numa velha roupa
exterior; mas, se o fizer, então, tanto o remendo
novo se arrancará como o remendo da roupa nova
não combinará com a velha. 37 Além disso,
ninguém põe vinho novo em odres velhos; mas, se
o fizer, então o vinho novo rebentará os odres e
se derramará, e os odres ficarão arruinados.
38
Mas, vinho novo tem de ser posto em odres
novos. 39 Ninguém, tendo bebido vinho velho, quer
o novo; pois ele diz: ‘O velho é saboroso.’”

6 Aconteceu então, num sábado, que ele estava


passando pelas searas, e seus discípulos
arrancavam e comiam espigas, esfregando-as nas
mãos. 2 Vendo isso, alguns fariseus disseram:
“Por que fazeis o que não é lícito no sábado?”
3
Mas Jesus disse-lhes, em resposta: “Nunca
lestes o que Davi fez quando ele e os homens
com ele ficaram com fome? 4 Que entrou na casa
de Deus e recebeu os pães da apresentação, e
que comeu e deu também aos homens que
estavam com ele, os quais a ninguém é lícito
comer, exceto somente aos sacerdotes?” 5 E
prosseguiu a dizer-lhes: “Senhor do sábado é o
que é o Filho do homem.”
6
No decorrer de outro sábado, entrou na
sinagoga e começou a ensinar. E havia ali um
homem cuja mão direita estava ressequida. 7 Os
escribas e fariseus observavam-no então de perto
para ver se havia de curar no sábado, a fim de
acharem um modo de acusá-lo. 8 Ele sabia, porém,
dos seus raciocínios; contudo, disse ao homem
com a mão ressequida: “Levanta-te e fica em pé
no centro.” E ele se levantou e ficou em pé.
9
Jesus disse-lhes então: “Eu vos pergunto: É
lícito, no sábado, fazer o bem ou causar dano,
salvar ou destruir uma alma?” 10 E, depois de
olhar em volta para todos eles, disse ao homem:
“Estende a tua mão.” E ele fez isso, e a sua mão
foi restabelecida. 11 Mas eles se encheram de
insensatez e começaram a falar entre si sobre o
que poderiam fazer a Jesus.
12
Na continuação daqueles dias, ele foi para o
monte, a fim de orar, e continuou a noite inteira
em oração a Deus. 13 Mas, quando ficou dia,
chamou a si os seus discípulos e escolheu dentre
eles doze, aos quais também deu o nome de
“apóstolos”: 14 Simão, a quem também deu o nome
de Pedro, e André, seu irmão, e Tiago e João, e
Filipe e Bartolomeu, 15 e Mateus e Tomé, e Tiago,
[filho] de Alfeu, e Simão, chamado “zeloso”, 16 e
Judas, [filho] de Tiago, e Judas Iscariotes, que se
tornou traidor.
17
E, descendo com eles, postou-se num lugar
plano, e havia ali uma grande multidão de seus
discípulos e uma grande multidão de povo de toda
a Judéia e de Jerusalém, e do país marítimo de
Tiro e Sídon, que vieram para ouvi-lo e para ser
curados de suas doenças. 18 Até mesmo os aflitos
com espíritos impuros foram curados. 19 E toda a
multidão procurava tocá-lo, porque saía dele
poder e sarava a todos eles.
20
E ele ergueu os olhos para os seus discípulos
e começou a dizer:

“Felizes sois vós, pobres, porque vosso é o


reino de Deus.
21
“Felizes sois vós os que agora tendes fome,
porque sereis saciados.
“Felizes sois vós os que agora chorais, porque
haveis de rir.
22
“Felizes sois sempre que os homens vos
odiarem, e sempre que vos excluírem, e vos
vituperarem, e lançarem fora o vosso nome, como
iníquo, por causa do Filho do homem. 23 Alegrai-
vos naquele dia e pulai, pois, eis que a vossa
recompensa é grande no céu, porque estas são as
mesmas coisas que os antepassados deles
costumavam fazer aos profetas.
24
“Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes
plenamente a vossa consolação.
25
“Ai de vós os que agora estais saciados,
porque passareis fome.

“Ai, vós que agora rides, porque pranteareis e


chorareis.
26
“Ai, sempre que todos os homens falarem
bem de vós, porque coisas como essas são as que
os antepassados deles fizeram aos falsos
profetas.
27
“Mas, eu digo a vós, os que estais escutando:
Continuai a amar os vossos inimigos, a fazer o
bem aos que vos odeiam, 28 a abençoar os que vos
amaldiçoam, a orar pelos que vos insultam.
29
Àquele que te bater numa face, oferece também
a outra; e a quem te tirar a tua roupa exterior,
não negues nem mesmo a roupa interior. 30 Dá a
todo o que te pedir, e daquele que te tirar tuas
coisas, não [as] peças de volta.
31
“Também, assim como quereis que os homens
façam a vós, fazei do mesmo modo a eles.
32
“E, se amardes aos que vos amam, de que
mérito é isso para vós? Pois até mesmo os
pecadores amam aos que os amam. 33 E, se
fizerdes o bem aos que vos fazem o bem,
realmente, de que mérito é isso para vós? Até os
pecadores fazem o mesmo. 34 Também, se
emprestardes [sem juros] àqueles de quem
esperais receber, de que mérito é isso para vós?
Até mesmo pecadores emprestam [sem juros] a
pecadores, para receberem de volta o mesmo.
35
Ao contrário, continuai a amar os vossos
inimigos e a fazer o bem, e a emprestar [sem
juros], não esperando nada de volta; e a vossa
recompensa será grande, e sereis filhos do
Altíssimo, porque ele é benigno para com os
ingratos e os iníquos. 36 Continuai a tornar-vos
misericordiosos, assim como vosso Pai é
misericordioso.
37
“Além disso, parai de julgar, e de modo algum
sereis julgados; e parai de condenar, e de modo
algum sereis condenados. Persisti em livrar, e
sereis livrados. 38 Praticai o dar, e dar-vos-ão.
Derramarão em vosso regaço uma medida
excelente, recalcada, sacudida e transbordante.
Pois, com a medida com que medis, medirão a vós
em troca.”
39
Contou-lhes, então, também, uma ilustração:
“Será que um cego pode guiar um cego? Não
cairão ambos numa cova? 40 O aluno não está
acima do seu instrutor, mas, todo aquele que for
perfeitamente instruído será semelhante ao seu
instrutor. 41 Então, por que olhas para o argueiro
no olho de teu irmão, mas não observas a trave
no teu próprio olho? 42 Como podes dizer a teu
irmão: ‘Irmão, permite-me tirar o argueiro no teu
olho’, enquanto tu mesmo não estás olhando para
a trave naquele olho teu? Hipócrita! Tira primeiro
a trave de teu próprio olho, e então verás
claramente como tirar o argueiro no olho de teu
irmão.
43
“Pois não há árvore excelente que produza
fruto podre; novamente, não há árvore podre que
produza fruto excelente. 44 Pois cada árvore é
conhecida pelo seu próprio fruto. Por exemplo,
não se colhem figos de espinhos, nem se cortam
uvas dum espinheiro. 45 O homem bom, do bom
tesouro do seu coração, traz para fora o bom,
mas o homem iníquo, do seu [tesouro] iníquo, traz
para fora o que é iníquo; pois é da abundância do
coração que a sua boca fala.
46
“Por que, então, me chamais de ‘Senhor!
Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo? 47 Todo
aquele que vem a mim e ouve as minhas palavras,
e as pratica, eu vos mostrarei a quem é
semelhante: 48 Ele é semelhante a um homem
construindo uma casa, que cavou e desceu fundo,
e lançou o alicerce sobre a rocha.
Conseqüentemente, quando veio uma enchente, o
rio lançou-se contra aquela casa, mas não foi
bastante forte para abalá-la, por ter sido bem
construída. 49 Por outro lado, aquele que ouve e
não faz, é semelhante a um homem que construiu
uma casa em solo sem alicerce. O rio lançou-se
contra ela e ela se desmoronou imediatamente, e
a ruína daquela casa tornou-se grande.”

7 Tendo completado todas as suas declarações


aos ouvidos do povo, entrou em Cafarnaum. 2 Ora,
o escravo de certo oficial do exército, estimado
por este, estava adoentado e quase à morte.
3
Quando ele ouviu [falar] de Jesus, enviou-lhe
anciãos dos judeus para lhe pedirem que viesse e
fizesse seu escravo passar [por isso] a salvo. 4 Os
que se chegaram a Jesus começaram então a
suplicar-lhe seriamente, dizendo: “Ele é digno de
lhe concederes isso, 5 porque ama a nossa nação
e ele mesmo construiu para nós a sinagoga.”
6
Jesus ia, pois, com eles. Mas, quando já não
estava longe da casa, o oficial do exército já lhe
enviara amigos para dizer-lhe: “Senhor, não te
incomodes, pois não sou apto para que entres
debaixo do meu teto. 7 Por esta razão não me
considerei digno de ir a ti. Mas, dize a palavra, e
seja sarado meu servo. 8 Pois eu também sou
homem sujeito à autoridade, tendo soldados sob
as minhas ordens, e digo a este: ‘Vai!’ e ele vai, e
a outro: ‘Vem!’ e ele vem, e ao meu escravo: ‘Faze
isto!’ e ele o faz.” 9 Pois bem, quando Jesus ouviu
estas coisas, maravilhou-se dele, e, voltando-se
para a multidão que o seguia, disse: “Eu vos digo:
Nem mesmo em Israel tenho encontrado tamanha
fé.” 10 E os que tinham sido enviados, voltando
para a casa, encontraram o escravo de boa
saúde.
11
Logo depois disso, ele viajou para uma
cidade chamada Naim, e seus discípulos e uma
grande multidão viajavam com ele. 12 Ao se
aproximar do portão da cidade, ora, eis que um
morto estava sendo carregado para fora, o filho
unigênito de sua mãe. Além disso, ela era viúva.
Acompanhava-a também uma multidão
considerável da cidade. 13 E, avistando-a o
Senhor, teve pena dela e disse-lhe: “Pára de
chorar.” 14 Com isso se aproximou e tocou no
esquife, e os portadores ficaram parados, e ele
disse: “Jovem, eu te digo: Levanta-te!” 15 E o
morto sentou-se e principiou a falar, e ele o
entregou à sua mãe. 16 Todos foram então
tomados de temor e começaram a glorificar a
Deus, dizendo: “Um grande profeta tem sido
levantado em nosso meio”, e: “Deus voltou a sua
atenção para seu povo.” 17 E esta notícia a
respeito dele espalhou-se em toda a Judéia e em
toda a região circunvizinha.
18
Ora, os discípulos de João relataram-lhe
todas estas coisas. 19 De modo que João
convocou a certos dois dos seus discípulos e os
enviou ao Senhor para dizer: “És tu Aquele Que
Vem, ou devemos esperar alguém diferente?”
20
Quando se chegaram a ele, os homens
disseram: “João Batista nos mandou a ti para
dizer: ‘És tu Aquele Que Vem, ou devemos esperar
outro?’” 21 Naquela hora, ele curava a muitos de
doenças e de moléstias penosas, e de espíritos
iníquos, e concedia a muitos cegos o favor de
verem. 22 Por isso, ele disse em resposta aos
[dois]: “Ide e relatai a João o que vistes e
ouvistes: os cegos estão recebendo visão, os
coxos estão andando, os leprosos estão sendo
purificados e os surdos estão ouvindo, os mortos
estão sendo levantados, os pobres são
informados das boas novas. 23 E feliz é aquele que
não tropeçou por [causa de] mim.”
24
Tendo partido os mensageiros de João,
principiou a dizer às multidões a respeito de
João: “O que fostes observar no ermo? Uma cana
jogada pelo vento? 25 O que, pois, fostes ver lá
fora? Um homem vestido de macia roupagem
exterior? Ora, os que vestem traje esplêndido e
vivem em luxo estão nas casas reais.
26
Realmente, então, o que fostes ver lá fora? Um
profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais do que
um profeta. 27 Este é aquele a respeito de quem
se escreveu: ‘Eis que eu envio o meu mensageiro
diante da tua face, o qual preparará o teu
caminho adiante de ti!’ 28 Eu vos digo: Entre os
nascidos de mulheres não há ninguém maior do
que João; mas aquele que é menor no reino de
Deus é maior do que ele.” 29 (E ouvindo [isso] todo
o povo e os cobradores de impostos, declararam
que Deus é justo, tendo eles sido batizados com o
batismo de João. 30 Mas os fariseus e os versados
na Lei desconsideravam o conselho de Deus para
eles, não tendo sido batizados por ele.)
31
“Com quem, portanto, compararei os homens
desta geração, e a quem se assemelham? 32 São
semelhantes às criancinhas sentadas nas feiras,
gritando umas para as outras e dizendo: ‘Nós
tocamos flauta para vós, mas não dançastes;
lamuriamos, mas não chorastes.’
33
Correspondentemente, João Batista veio nem
comendo pão nem bebendo vinho, mas vós dizeis:
‘Ele tem demônio.’ 34 O Filho do homem veio
comendo e bebendo, mas vós dizeis: ‘Eis um
homem comilão e dado a beber vinho, amigo de
cobradores de impostos e de pecadores!’ 35 Não
obstante, a sabedoria é provada justa por todos
os seus filhos.”
36
Ora, certo fariseu pedia-lhe que jantasse com
ele. Concordemente, entrou na casa do fariseu e
recostou-se à mesa. 37 E eis que uma mulher,
conhecida na cidade como pecadora, soube que
ele estava recostado numa refeição na casa do
fariseu e trouxe um vaso de alabastro com óleo
perfumado, 38 e, postando-se atrás, aos pés dele,
chorava e principiava a molhar os pés dele com
as suas lágrimas, e enxugava-os com os cabelos
de sua cabeça. Beijava também ternamente os
pés dele e untava-os com o óleo perfumado. 39 À
vista disso, o fariseu que o convidara dizia no seu
íntimo: “Este homem, se fosse profeta, saberia
quem e que espécie de mulher é que o toca, que
ela é pecadora.” 40 Jesus disse-lhe, porém, em
resposta: “Simão, tenho algo para dizer-te.” Ele
disse: “Instrutor, dize-o!”
41
“Dois homens eram devedores de certo
credor; um devia quinhentos denários, mas o
outro, cinqüenta. 42 Quando não tinham com que
[lhe] pagar de volta, perdoou liberalmente a
ambos. Portanto, qual deles o amará mais?” 43 Em
resposta, Simão disse: “Suponho que seja aquele
a quem perdoou liberalmente mais.” Disse-lhe ele:
“Julgaste corretamente.” 44 Com isso se voltou
para a mulher e disse a Simão: “Observas esta
mulher? Entrei na tua casa; tu não me deste água
para os meus pés. Mas esta mulher molhou os
meus pés com as suas lágrimas e os enxugou
com os seus cabelos. 45 Tu não me deste nenhum
beijo; mas esta mulher, desde a hora em que
entrei, não deixou de beijar ternamente os meus
pés. 46 Tu não untaste a minha cabeça com óleo;
mas esta mulher untou os meus pés com óleo
perfumado. 47 Em virtude disso, eu te digo que os
pecados dela, embora sejam muitos, estão
perdoados, porque ela amou muito; mas aquele a
quem se perdoa pouco, ama pouco.” 48 Então
disse a ela: “Teus pecados estão perdoados.”
49
Em vista disso, os que se recostavam com ele à
mesa principiaram a dizer no seu íntimo: “Quem é
este homem que até mesmo perdoa pecados?”
50
Mas ele disse à mulher: “Tua fé te salvou; vai
em paz.”

8 Pouco depois, ele viajava de cidade em


cidade e de aldeia em aldeia, pregando e
declarando as boas novas do reino de Deus. E os
doze estavam com ele, 2 bem como certas
mulheres que tinham sido curadas de espíritos
iníquos e de doenças, Maria, a chamada
Madalena, da qual saíram sete demônios, 3 e
Joana, esposa de Cuza, encarregado de Herodes,
e Susana, e muitas outras mulheres, que lhes
ministravam de seus bens.
4
Tendo-se então reunido uma grande multidão
com os que se dirigiam a ele de cidade após
cidade, falou por meio duma ilustração: 5 “Um
semeador saiu a semear a sua semente. Ora, ao
passo que semeava, parte dela caiu à beira da
estrada e foi pisada, e as aves do céu a comeram.
6
Outra caiu sobre a rocha, e, depois de brotar,
secou-se, porque não tinha umidade. 7 Outra caiu
entre os espinhos, e os espinhos que cresceram
junto com ela a sufocaram. 8 Outra caiu em solo
bom, e, depois de brotar, produziu fruto cem
vezes mais.” Ao dizer-lhes estas coisas, passou a
clamar: “Escute aquele que tem ouvidos para
escutar.”
9
Mas os seus discípulos começaram a
perguntar-lhe o que significava esta ilustração.
10
Ele disse: “A vós é concedido entender os
segredos sagrados do reino de Deus, mas para os
demais é em ilustrações, a fim de que, embora
olhem, olhem em vão, e, embora ouçam, não
compreendam o significado. 11 Ora, a ilustração
significa o seguinte: A semente é a palavra de
Deus. 12 Os à beira da estrada são os que
ouviram, depois vem o Diabo e tira dos seus
corações a palavra, a fim de que não creiam e
sejam salvos. 13 Aqueles na rocha são os que,
quando a ouvem, recebem a palavra com alegria,
mas esses não têm raiz; crêem por certa época,
mas numa época de prova afastam-se. 14 Quanto à
que caiu entre os espinhos, estes são os que têm
ouvido, mas, por serem arrebatados pelas
ansiedades, e riquezas, e prazeres desta vida,
ficam completamente sufocados e não trazem
nada à perfeição. 15 Quanto àquela em solo
excelente, estes são os que, depois de ouvirem a
palavra com um coração excelente e bom, a
retêm e dão fruto com perseverança.
16
“Ninguém, depois de acender uma lâmpada, a
cobre com um vaso ou a põe debaixo duma cama,
mas a coloca num velador, para que os que
entram possam observar a luz. 17 Pois, não há
nada escondido que não se torne manifesto,
tampouco há nada cuidadosamente oculto que
nunca se torne conhecido e nunca venha à tona.
18
Portanto, prestai atenção a como escutais; pois
a quem tiver, mais será dado, mas quem não
tiver, até mesmo o que imagina ter lhe será
tirado.”
19
Vieram ter com ele então sua mãe e seus
irmãos, mas não puderam chegar a ele por causa
da multidão. 20 No entanto, relatou-se-lhe: “Tua
mãe e teus irmãos estão parados lá fora,
querendo ver-te.” 21 Em resposta, ele lhes disse:
“Minha mãe e meus irmãos são estes os que
ouvem a palavra de Deus e a praticam.”
22
No decorrer de um daqueles dias, ele e seus
discípulos entraram num barco, e ele lhes disse:
“Passemos para o outro lado do lago.” Assim,
fizeram-se à vela. 23 Mas, enquanto velejavam, ele
adormeceu. Abateu-se então uma violenta
tempestade de vento sobre o lago, e começaram
a ficar inundados e a estar em perigo. 24 Por fim
se dirigiram a ele e o acordaram, dizendo:
“Preceptor, Preceptor, estamos prestes a
perecer!” Acordando, censurou o vento e a fúria
da água, e eles cessaram, e deu-se uma calmaria.
25
Então lhes disse: “Onde está a vossa fé?” Mas
eles se maravilhavam, tomados de temor, dizendo
um ao outro: “Quem é realmente este, porque dá
ordens até mesmo aos ventos e à água, e eles lhe
obedecem?”
26
E rumaram para a margem no país dos
gerasenos, que se acha no lado oposto à Galiléia.
27
Mas, ao saltar em terra, veio encontrá-lo certo
homem da cidade, que tinha demônios. E ele não
tinha usado roupa por bastante tempo, e ficava,
não em casa, mas entre os túmulos. 28 À vista de
Jesus, gritou alto e prostrou-se diante dele, e
disse com voz alta: “Que tenho eu contigo, Jesus,
Filho do Deus Altíssimo? Eu te peço que não me
atormentes.” 29 (Pois ele tinha ordenado ao
espírito impuro que saísse do homem. Porque por
longo tempo o mantivera agarrado, e ele fora
repetidas vezes amarrado com cadeias e grilhões,
sob guarda, mas rebentava os laços e era
impelido pelo demônio para os lugares solitários.)
30
Jesus perguntou-lhe: “Qual é teu nome?” Ele
disse: “Legião”, porque muitos demônios haviam
entrado nele. 31 E suplicavam-lhe que não lhes
ordenasse que se afastassem para o abismo.
32
Ora, ali no monte pastava uma manada de um
número considerável de porcos; de modo que lhe
suplicaram que lhes permitisse entrar nesses. E
ele lhes deu permissão. 33 Os demônios saíram
então do homem e entraram nos porcos, e a
manada precipitou-se despenhadeiro abaixo para
dentro do lago e se afogou. 34 Mas, quando os
porqueiros viram o que tinha acontecido, fugiram
e o relataram na cidade e na zona rural.
35
As pessoas chegaram-se então para ver o que
tinha acontecido, e chegaram a Jesus e
encontraram o homem, de quem saíram os
demônios, vestido e de são juízo, sentado aos pés
de Jesus; e ficaram temerosos. 36 Os que tinham
visto isso relataram-lhes como o homem possesso
de demônios ficara bom. 37 Assim, toda a multidão
da região circunvizinha dos gerasenos pediu-lhe
que se afastasse deles, porque estavam tomados
de grande temor. Ele entrou então no barco e
afastou-se. 38 No entanto, o homem de quem
saíram os demônios pedia-lhe para continuar com
ele; mas ele despediu o homem, dizendo: 39 “Vai
de volta para casa e persiste em relatar as coisas
que Deus fez para ti.” Concordemente, foi
embora, proclamando em toda a cidade as coisas
que Jesus fizera para ele.
40
Quando Jesus voltou, a multidão o recebeu
benevolamente, pois todos o esperavam. 41 Mas,
eis que veio um homem de nome Jairo, e este
homem era um presidente da sinagoga. E ele se
prostrou aos pés de Jesus e começou a suplicar-
lhe que entrasse na sua casa, 42 porque tinha uma
filha unigênita, de cerca de doze anos, e ela
estava à morte.

Enquanto ia, as multidões o comprimiam. 43 E


uma mulher, por doze anos padecendo dum fluxo
de sangue, que não conseguira cura da parte de
ninguém, 44 aproximou-se por detrás e tocou na
orla de sua roupa exterior, e o seu fluxo de
sangue parou instantaneamente. 45 De modo que
Jesus disse: “Quem foi que me tocou?” Quando
todos o negavam, Pedro disse: “Preceptor, as
multidões te rodeiam e apertam.” 46 Contudo,
Jesus disse: “Alguém me tocou, pois percebi que
poder saiu de mim.” 47 Vendo que não passara
despercebida, a mulher veio trêmula e prostrou-
se diante dele, e revelou perante todo o povo a
causa pela qual o tocara e como fora curada
instantaneamente. 48 Mas ele lhe disse: “Filha, a
tua fé te fez ficar boa; vai em paz.”
49
Enquanto ainda falava, chegou certo
representante do presidente da sinagoga,
dizendo: “A tua filha morreu; não incomodes mais
o instrutor.” 50 Ouvindo isso, Jesus respondeu-lhe:
“Não temas, apenas exerce fé, e ela será salva.”
51
Chegando à casa, não deixou ninguém entrar
com ele, exceto Pedro, e João, e Tiago, e o pai e
a mãe da menina. 52 E todos choravam e se
batiam de pesar por ela. De modo que ele disse:
“Parai de chorar, pois ela não está morta, mas
dorme.” 53 Começaram então a rir-se dele
desdenhosamente, porque sabiam que ela havia
morrido. 54 Mas ele a tomou pela mão e chamou,
dizendo: “Menina, levanta-te!” 55 E voltou-lhe o
espírito e ela se levantou instantaneamente, e
ele ordenou que se lhe desse algo para comer.
56
Ora, os pais dela estavam fora de si; mas ele
lhes ordenou que não dissessem a ninguém o que
tinha acontecido.

9 Ele convocou então os doze e deu-lhes poder


e autoridade sobre todos os demônios, e para
curar doenças. 2 E assim os enviou a pregar o
reino de Deus e a curar, 3 e disse-lhes: “Não
leveis nada para a viagem, nem bastão, nem
alforje, nem pão, nem dinheiro de prata;
tampouco tenhais duas peças de roupa interior.
4
Mas, onde quer que entrardes num lar, ficai ali e
parti dali. 5 E onde quer que não vos receberem,
ao sairdes daquela cidade, sacudi o pó dos
vossos pés em testemunho contra eles.”
6
Partindo então, passaram pelo território, de
aldeia em aldeia, declarando as boas novas e
realizando curas em toda a parte.
7
Herodes, o governante distrital, ouviu então
[falar] de todas as coisas que estavam
acontecendo e ficou em grande perplexidade,
porque alguns diziam que João fora levantado
dentre os mortos, 8 mas outros [diziam] que Elias
aparecera, e ainda outros, que certo dos antigos
profetas se tinha levantado. 9 Herodes disse: “Eu
decapitei a João. Quem é então este de quem
ouço [falar] tais coisas?” De modo que buscava
vê-lo.
10
E quando os apóstolos voltaram, narraram-
lhe as coisas que tinham feito. Ele os levou então
consigo e se retirou em isolamento para uma
cidade chamada Betsaida. 11 Mas as multidões,
sabendo disso, seguiam-no. E ele as recebeu
benevolamente, e começou a falar-lhes do reino
de Deus e sarou os necessitados de cura. 12 O dia
principiou então a declinar. Os doze chegaram-se
então e disseram-lhe: “Despede a multidão, para
que possam ir às aldeias e à zona rural
circunvizinha procurar alojamento e achar
provisões, porque aqui fora estamos num lugar
solitário.” 13 Mas ele lhes disse: “Dai-lhes vós
algo para comer.” Disseram: “Não temos nada
mais do que cinco pães e dois peixes, a menos
que talvez nós mesmos vamos e compremos
comestíveis para todo este povo.” 14 Havia ali, de
fato, cerca de cinco mil homens. Mas ele disse
aos seus discípulos: “Fazei-os recostar-se como
nas refeições, em grupos de cerca de cinqüenta
cada um.” 15 E eles fizeram isso e mandaram-nos
recostar-se. 16 Tomando então os cinco pães e os
dois peixes, olhou para o céu, abençoou-os e
partiu-os, e começou a dá-los aos discípulos, para
que os pusessem diante da multidão. 17 Assim,
todos comeram e ficaram satisfeitos, e recolheu-
se o que lhes sobrava, doze cestos de pedaços.
18
Mais tarde, enquanto estava orando sozinho,
os discípulos ajuntaram-se a ele e ele os
interrogou, dizendo: “Quem dizem as multidões
que eu sou?” 19 Em resposta, disseram: “João
Batista; mas outros, Elias, e ainda outros, que um
dos antigos profetas se levantou.” 20 Então lhes
disse: “Vós, porém, quem dizeis que eu sou?”
Pedro disse, em resposta: “O Cristo de Deus.”
21
Então, numa conversa severa com eles,
ordenou-lhes que não dissessem isso a ninguém,
22
mas disse: “O Filho do homem tem de passar
por muitos sofrimentos e ser rejeitado pelos
anciãos e pelos principais sacerdotes, e pelos
escribas, e ser morto, e [tem de] ser levantado no
terceiro dia.”
23
Ele prosseguiu então a dizer a todos: “Se
alguém quer vir após mim, repudie-se a si mesmo
e apanhe a sua estaca de tortura, dia após dia, e
siga-me continuamente. 24 Pois todo aquele que
quiser salvar a sua alma, perdê-la-á; mas todo
aquele que perder a sua alma por minha causa é
o que a salvará. 25 Realmente, de que proveito é
para um homem ganhar o mundo inteiro, mas
perder a si próprio ou sofrer prejuízo? 26 Porque
todo aquele que ficar envergonhado de mim e das
minhas palavras, deste o Filho do homem se
envergonhará quando chegar na sua glória e na
de seu Pai e dos santos anjos. 27 Mas eu vos digo
em verdade: Há alguns dos em pé aqui, que não
provarão absolutamente a morte, até que primeiro
vejam o reino de Deus.”
28
Em realidade, cerca de oito dias depois
destas palavras, tomou consigo a Pedro, e a
João, e a Tiago, e subiu ao monte para orar. 29 E,
enquanto orava, a aparência do seu rosto tornou-
se diferente e a sua vestimenta tornou-se
resplendentemente branca. 30 Também, eis que
dois homens conversavam com ele, sendo eles
Moisés e Elias. 31 Estes apareceram com glória e
começaram a falar sobre a sua partida, que ele
estava destinado a cumprir em Jerusalém. 32 Ora,
Pedro e os com ele estavam premidos de sono;
mas, ao acordarem plenamente, viram a glória
dele e os dois homens em pé com ele. 33 E,
enquanto estes estavam sendo separados dele,
Pedro disse a Jesus: “Preceptor, é excelente que
estejamos aqui; armemos, pois, três tendas, uma
para ti, e uma para Moisés, e uma para Elias”,
não se dando ele conta do que estava dizendo.
34
Mas, enquanto dizia estas coisas, formou-se
uma nuvem e começou a encobri-los. Ao entrarem
na nuvem, ficaram temerosos. 35 E uma voz saiu
da nuvem, dizendo: “Este é meu Filho, aquele que
foi escolhido. Escutai-o.” 36 E, quando houve a
voz, Jesus achou-se sozinho. Mas eles ficaram
calados e não relataram a ninguém naqueles dias
quaisquer das coisas que viram.
37
No dia seguinte, ao descerem do monte, veio
ao encontro dele uma grande multidão. 38 E eis
que um homem dentre a multidão clamava,
dizendo: “Instrutor, rogo-te que dês uma olhada
no meu filho, porque ele é o meu unigênito, 39 e
eis que um espírito o apanha, e ele clama
repentinamente, e [o espírito] lança-o em
convulsões, com espuma, e quase não se retira
dele depois de o machucar. 40 E roguei a teus
discípulos que o expulsassem, mas não puderam.”
41
Em resposta, Jesus disse: “Ó geração sem fé e
deturpada, até quando terei de continuar
convosco e terei de suportar-vos? Traze teu filho
para cá.” 42 Enquanto este se aproximava, porém,
o demônio lançou-o ao chão e o convulsionou
violentamente. No entanto, Jesus censurou o
espírito impuro e sarou o menino, e o entregou ao
seu pai. 43 Pois bem, todos ficaram assombrados
com o poder majestoso de Deus.

Então, enquanto todos se maravilhavam com


todas as coisas que fazia, ele disse aos seus
discípulos: 44 “Alojai estas palavras nos vossos
ouvidos, porque o Filho do homem está destinado
a ser entregue nas mãos dos homens.” 45 Mas
continuaram sem entendimento desta declaração.
De fato, foi-lhes oculto para que não o
percebessem, e tinham medo de interrogá-lo
sobre esta declaração.
46
Chegaram então a raciocinar quem dentre
eles seria o maior deles. 47 Jesus, sabendo os
raciocínios dos seus corações, tomou uma
criancinha, colocou-a ao seu lado 48 e disse-lhes:
“Todo aquele que receber esta criancinha à base
do meu nome, [também] a mim me recebe, e todo
aquele que me receber, recebe [também] aquele
que me enviou. Pois, quem se comportar como
menor entre todos vós é o que é grande.”
49
Em resposta, João disse: “Preceptor, vimos
certo homem expulsar demônios pelo uso de teu
nome e tentamos impedi-lo, porque ele não segue
conosco.” 50 Mas Jesus disse-lhe: “Não tenteis
impedi[-lo], pois quem não é contra vós, é por
vós.”
51
Chegando então a completar-se para ele os
dias de ser tomado para cima, endureceu o rosto
[na determinação] de ir a Jerusalém. 52 De modo
que enviou mensageiros na sua frente. E eles
foram e entraram numa aldeia de samaritanos, a
fim de fazerem os preparativos para ele; 53 mas
não o receberam, porque o seu rosto estava
endurecido [na determinação] de ir a Jerusalém.
54
Vendo isso os discípulos Tiago e João,
disseram: “Senhor, queres que mandemos que
desça fogo do céu e os aniquile?” 55 Mas ele se
voltou e os censurou. 56 Foram assim a uma aldeia
diferente.
57
Enquanto caminhavam assim pela estrada,
alguém lhe disse: “Eu te seguirei para onde quer
que partires.” 58 E Jesus lhe disse: “As raposas
têm covis e as aves do céu têm poleiros, mas o
Filho do homem não tem onde deitar a cabeça.”
59
Disse então a outro: “Sê meu seguidor.” O
homem disse: “Permite-me primeiro ir e enterrar
meu pai.” 60 Mas ele lhe disse: “Deixa que os
mortos enterrem seus mortos, mas tu, vai e
divulga o reino de Deus.” 61 E ainda outro disse:
“Eu te seguirei, Senhor; mas permite-me primeiro
que eu me despeça dos da minha família.”
62
Jesus disse-lhe: “Ninguém que tiver posto a
mão num arado e olhar para as coisas atrás é
bem apto para o reino de Deus.”

10 Depois destas coisas, o Senhor indicou


outros setenta e os enviou, aos dois, na sua
frente, a cada cidade e lugar aonde ele mesmo
estava para ir. 2 Começou então a dizer-lhes: “A
colheita, deveras, é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Por isso, rogai ao Senhor da colheita
que mande trabalhadores para a sua colheita.
3
Ide. Eis que eu vos envio como cordeiros no
meio de lobos. 4 Não leveis bolsa, nem alforje,
nem sandálias, e não abraceis a ninguém em
cumprimento ao longo da estrada. 5 Onde quer
que entrardes numa casa, dizei primeiro: ‘Haja
paz nesta casa.’ 6 E, se ali houver um amigo da
paz, descansará sobre ele a vossa paz. Mas, se
não houver, ela voltará para vós. 7 Assim, ficai
naquela casa, comendo e bebendo as coisas que
provêem, porque o trabalhador é digno de seu
salário. Não vos estejais transferindo de casa em
casa.
8
“Também, onde quer que entrardes numa
cidade e eles vos receberem, comei as coisas
postas diante de vós, 9 e curai os doentes nela e
continuai a dizer-lhes: ‘O reino de Deus se tem
chegado a vós.’ 10 Mas, onde quer que entrardes
numa cidade e eles não vos receberem, saí para
as suas ruas largas e dizei: 11 ‘Até mesmo o pó de
vossa cidade, que se prendeu aos nossos pés,
tiraremos contra vós. Não obstante, lembrai-vos
do seguinte, que o reino de Deus se tem
chegado.’ 12 Eu vos digo que naquele dia será
mais suportável para Sodoma do que para essa
cidade.
13
“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque
se as obras poderosas que ocorreram em vós
tivessem ocorrido em Tiro e Sídon, há muito se
teriam arrependido, sentadas em saco e cinzas.
14
Conseqüentemente, no julgamento, será mais
suportável para Tiro e Sídon do que para vós. 15 E
tu, Cafarnaum, serás por acaso enaltecida ao
céu? Até o Hades descerás!
16
“Quem vos escuta, escuta [também] a mim. E
quem vos desconsidera, desconsidera [também] a
mim. Ademais, quem me desconsidera,
desconsidera [também] aquele que me enviou.”
17
Os setenta voltaram então com alegria,
dizendo: “Senhor, até mesmo os demônios nos
ficam sujeitos pelo uso do teu nome.” 18 A isso
lhes disse: “Comecei a observar Satanás já caído
como relâmpago do céu. 19 Eis que eu vos tenho
dado autoridade para pisardes serpentes e
escorpiões sob os pés, e sobre todo o poder do
inimigo, e nada, de modo algum, vos fará dano.
20
Não obstante, não vos alegreis com isso, que
os espíritos estão sendo sujeitos a vós, mas
alegrai-vos de que os vossos nomes foram
inscritos nos céus.” 21 Naquela mesma hora ficou
cheio de alegria no espírito santo e disse: “Eu te
louvo publicamente, ó Pai, Senhor do céu e da
terra, porque escondeste cuidadosamente estas
coisas dos sábios e dos intelectuais, e as
revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque
fazer assim veio a ser o modo aprovado por ti.
22
Todas as coisas me foram entregues por meu
Pai, e quem o Filho é, ninguém sabe, exceto o
Pai; e quem o Pai é, ninguém [sabe] exceto o
Filho, e aquele a quem o Filho estiver disposto a
revelá-lo.”
23
Com isso ele se voltou para os discípulos, em
particular, e disse: “Felizes são os olhos que
observam as coisas que vós estais observando.
24
Pois eu vos digo: Muitos profetas e reis
desejaram ver as coisas que vós estais
observando, mas não as viram, e ouvir as coisas
que vós estais ouvindo, mas não as ouviram.”
25
Então, eis que se levantou certo homem
versado na Lei, para prová-lo, e disse: “Instrutor,
por fazer o que hei de herdar a vida eterna?”
26
Ele lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como
é que lês?” 27 Em resposta, disse: “‘Tens de amar
a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de toda a tua força, e de toda
a tua mente’, e, ‘o teu próximo como a ti
mesmo’.” 28 Ele lhe disse: “Respondeste
corretamente; ‘persiste em fazer isso e obterás a
vida’.”
29
Mas, querendo mostrar-se justo, o homem
disse a Jesus: “Quem é realmente o meu
próximo?” 30 Em resposta, Jesus disse: “Certo
homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu
entre salteadores, que tanto o despojaram como
lhe infligiram golpes, e foram embora, deixando-o
semimorto. 31 Ora, por coincidência, certo
sacerdote descia por aquela estrada, mas,
quando o viu, passou pelo lado oposto. 32 Do
mesmo modo também um levita, quando,
descendo, chegou ao lugar e o viu, passou pelo
lado oposto. 33 Mas, certo samaritano, viajando
pela estrada, veio encontrá-lo, e, vendo-o, teve
pena. 34 De modo que se aproximou dele e lhe
atou as feridas, derramando nelas azeite e vinho.
Depois o pôs no seu próprio animal e o trouxe a
uma hospedaria, e tomou conta dele. 35 E no dia
seguinte tirou dois denários, deu-os ao
hospedeiro e disse: ‘Toma conta dele, e tudo o
que gastares além disso, eu te pagarei de volta
ao retornar para cá.’ 36 Qual destes três te parece
ter-se feito próximo do homem que caiu entre os
salteadores?” 37 Ele disse: “Aquele que agiu
misericordiosamente para com ele.” Jesus disse-
lhe então: “Vai e faze tu o mesmo.”
38
Ao prosseguirem então no caminho, ele
entrou em certa aldeia. Ali, certa mulher, de
nome Marta, recebeu-o como hóspede em sua
casa. 39 Esta mulher tinha também uma irmã,
chamada Maria, a qual, porém, se assentara aos
pés do Senhor e escutava a palavra dele. 40 Marta,
por outro lado, estava desatenta por cuidar de
muitos deveres. Ela chegou assim perto e disse:
“Senhor, não te importa que minha irmã me
deixou sozinha para cuidar das coisas? Dize-lhe,
portanto, que venha ajudar-me.” 41 Em resposta, o
Senhor disse-lhe: “Marta, Marta, estás ansiosa e
perturbada com muitas coisas. 42 Poucas coisas,
porém, são necessárias, ou apenas uma. Maria,
por sua parte, escolheu a boa porção, e esta não
lhe será tirada.”

11 Então, na ocasião em que estava em certo


lugar orando, quando parou, disse-lhe certo dos
seus discípulos: “Senhor, ensina-nos a orar,
assim como também João ensinou aos seus
discípulos.”
2
Ele lhes disse então: “Sempre que orardes,
dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o
teu reino. 3 Dá-nos o nosso pão para o dia,
segundo as exigências do dia. 4 E perdoa-nos os
nossos pecados, pois nós mesmos também
perdoamos a todo aquele que está em dívida
conosco; e não nos leves à tentação.’”
5
Ainda mais, disse-lhes: “Quem de vós terá um
amigo e irá a ele à meia-noite, e lhe dirá: ‘Amigo,
empresta-me três pães, 6 porque um amigo meu
acaba de chegar a mim duma viagem e eu não
tenho nada para pôr diante dele’? 7 E aquele diz lá
de dentro, em resposta: ‘Deixa de incomodar-me.
A porta já está fechada à chave e meus filhinhos
estão comigo na cama; não posso levantar-me e
dar-te algo.’ 8 Eu vos digo: Embora não se levante
e não lhe dê nada por ser seu amigo, certamente
por causa da persistência ousada deste ele se
levantará e lhe dará as coisas que necessita.
9
Concordemente, eu vos digo: Persisti em pedir,
e dar-se-vos-á; persisti em buscar, e achareis;
persisti em bater, e abrir-se-vos-á. 10 Pois, todo o
que [persistir em] pedir, receberá, e todo o que
[persistir em] buscar, achará, e a todo o que
[persistir em] bater, abrir-se-á. 11 Deveras, qual é
o pai entre vós que, se o seu filho lhe pedir um
peixe, lhe entregará uma serpente em vez de um
peixe? 12 Ou, se lhe pedir um ovo, lhe entregará
um escorpião? 13 Portanto, se vós, embora
iníquos, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos,
quanto mais o Pai, no céu, dará espírito santo aos
que lhe pedirem!”
14
Mais tarde expulsou um demônio mudo.
Depois de o demônio sair, o mudo falou. E as
multidões maravilhavam-se. 15 Mas, certos deles
disseram: “Ele expulsa os demônios por meio de
Belzebu, o governante dos demônios.” 16 No
entanto, outros, para tentá-lo, começaram a
buscar dele um sinal do céu. 17 Conhecendo as
suas imaginações, disse-lhes: “Todo reino
dividido contra si mesmo cai em desolação, e a
casa [dividida] contra si mesma cai. 18 Portanto,
se Satanás também está dividido contra si
mesmo, então, como ficará de pé o seu reino?
Porque vós dizeis que eu expulso os demônios por
meio de Belzebu. 19 Se é por meio de Belzebu que
eu expulso os demônios, por meio de quem os
expulsam os vossos filhos? Por causa disso,
serão juízes de vós. 20 Mas, se é por meio do dedo
de Deus que eu expulso os demônios, o reino de
Deus realmente vos sobreveio. 21 Quando um
homem forte, bem armado, guarda o seu palácio,
seus bens continuam em paz. 22 Mas, quando
alguém mais forte do que ele vem contra ele e o
vence, tira-lhe todo o seu armamento em que
confiava e reparte as coisas das quais o
despojou. 23 Quem não está do meu lado é contra
mim, e quem comigo não ajunta, espalha.
24
“Quando um espírito impuro sai dum homem,
passa por lugares áridos em busca dum lugar de
descanso, e, não achando nenhum, diz: ‘Voltarei
para a minha casa da qual me mudei.’ 25 E,
chegando, acha-a varrida e adornada. 26 Então vai
e toma consigo sete espíritos diferentes, mais
iníquos do que ele mesmo, e, entrando, ficam
morando ali; e as condições finais desse homem
tornam-se piores do que a primeira.”
27
Ora, dizendo ele estas coisas, certa mulher,
dentre a multidão, levantou a sua voz e disse-lhe:
“Feliz é a madre que te carregou e os peitos em
que mamaste!” 28 Mas ele disse: “Não, antes:
Felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a
guardam!”
29
Quando as multidões se apinhavam,
principiou a dizer: “Esta geração é uma geração
iníqua; procura um sinal. Mas nenhum sinal lhe
será dado, exceto o sinal de Jonas. 30 Porque,
assim como Jonas se tornou um sinal para os
ninivitas, do mesmo modo o será também o Filho
do homem para esta geração. 31 A rainha do sul
será levantada no julgamento com os homens
desta geração e os condenará; porque ela veio
dos confins da terra para ouvir a sabedoria de
Salomão, mas, eis que algo mais do que Salomão
está aqui. 32 Os homens de Nínive se levantarão
no julgamento com esta geração e a condenarão;
porque eles se arrependeram com o que Jonas
pregou; mas, eis que algo mais do que Jonas está
aqui. 33 Não se põe uma lâmpada, depois de
acesa, num lugar oculto, nem debaixo dum cesto
de medida, mas no velador, para que os que
entram possam observar a luz. 34 A lâmpada do
corpo é o teu olho. Quando o teu olho é singelo,
todo o teu corpo também é luminoso; mas,
quando é iníquo, teu corpo também é escuro.
35
Está alerta, pois. Talvez a luz que há em ti seja
escuridão. 36 Portanto, se todo o teu corpo for
luminoso, sem nenhuma parte escura, todo ele
será tão luminoso como uma lâmpada que te dá
luz pelos seus raios.”
37
Tendo falado isso, certo fariseu pediu-lhe
que almoçasse com ele. De modo que entrou e se
recostou à mesa. 38 No entanto, o fariseu ficou
surpreso quando viu que não se lavou primeiro
antes do almoço. 39 Mas o Senhor disse-lhe: “Ora,
vós fariseus limpais por fora o copo e o prato,
mas por dentro estais cheios de saque e de
iniqüidade. 40 Desarrazoados! Quem fez o exterior
também fez o interior, não fez? 41 Não obstante,
dai como dádivas de misericórdia as coisas que
estão no íntimo, e, eis que todas as [outras]
coisas acerca de vós serão limpas. 42 Mas, ai de
vós, fariseus, porque dais o décimo da hortelã, e
da arruda, e de todas as [outras] hortaliças, mas
deixais de lado a justiça e o amor de Deus! Estas
coisas tínheis a obrigação de fazer, mas sem
omitir aquelas outras. 43 Ai de vós, fariseus,
porque amais os primeiros lugares nas sinagogas
e os cumprimentos nas feiras! 44 Ai de vós, porque
sois como aqueles túmulos memoriais que não
estão em evidência, de modo que os homens
andam sobre eles e não [o] sabem!”
45
Em resposta, certo dos versados na Lei
disse-lhe: “Instrutor, dizendo estas coisas
também insultas a nós.” 46 Ele disse então:
“Também ai de vós, versados na Lei, porque
carregais os homens de cargas difíceis de levar,
mas vós mesmos não tocais nas cargas nem com
um dos vossos dedos!
47
“Ai de vós, porque construís os túmulos
memoriais dos profetas, mas os vossos
antepassados os mataram! 48 Vós, certamente,
sois testemunhas das ações de vossos
antepassados, contudo, consentis nelas, porque
estes mataram os profetas, mas vós construís [os
seus túmulos]. 49 Por esta razão, a sabedoria de
Deus também disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e
apóstolos, e eles matarão e perseguirão a alguns
deles, 50 para que o sangue de todos os profetas,
derramado desde a fundação do mundo, seja
exigido desta geração, 51 desde o sangue de Abel
até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o
altar e a casa.’ Sim, eu vos digo, será exigido
desta geração.
52
“Ai de vós, versados na Lei, porque tirastes a
chave do conhecimento; vós mesmos não
entrastes e impedistes os que estavam entrando!”
53
Assim, ao sair dali, os escribas e os fariseus
principiaram a apertá-lo terrivelmente e a
assediá-lo com perguntas sobre coisas
adicionais, 54 armando-lhe ciladas para apanhar
algo de sua boca.

12 Entrementes, havendo-se ajuntado uma


multidão de tantos milhares, que se pisavam uns
aos outros, ele principiou a dizer, primeiro aos
discípulos: “Vigiai-vos do fermento dos fariseus,
que é a hipocrisia. 2 Mas não há nada
cuidadosamente oculto que não venha a ser
revelado, nem secreto que não venha a ser
conhecido. 3 Portanto, as coisas que dizeis na
escuridão, serão ouvidas na luz, e o que
sussurrais em salas particulares, será pregado
dos altos das casas. 4 Além disso, eu vos digo,
meus amigos: Não temais os que matam o corpo e
depois disso não podem fazer mais nada. 5 Mas,
eu vos indicarei quem é para temer: Temei aquele
que, depois de matar, tem autoridade para lançar
na Geena. Sim, eu vos digo, temei a Este. 6 Não
se vendem cinco pardais por duas moedas de
pequeno valor? Contudo, nem mesmo um deles
está esquecido diante de Deus. 7 Mas, até mesmo
os cabelos de vossas cabeças estão todos
contados. Não temais; vós valeis mais do que
muitos pardais.
8
“Eu vos digo, pois: Todo aquele que confessar
perante os homens [estar em] união comigo, o
Filho do homem também confessará, perante os
anjos de Deus, [estar em] união com ele. 9 Mas
aquele que me repudiar perante os homens será
repudiado perante os anjos de Deus. 10 E a todo
aquele que disser uma palavra contra o Filho do
homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas a quem
blasfemar contra o espírito santo, não lhe será
isso perdoado. 11 Porém, quando vos levarem
perante assembléias públicas, e [perante]
funcionários do governo e autoridades, não
fiqueis ansiosos quanto a como ou o que haveis
de falar em defesa, ou o que haveis de dizer;
12
pois o espírito santo vos ensinará naquela
mesma hora as coisas que deveis dizer.”
13
Disse-lhe então um dos da multidão:
“Instrutor, dize a meu irmão que divida comigo a
herança.” 14 Ele lhe disse: “Homem, quem me
designou juiz ou partidor sobre vós?” 15 Então
lhes disse: “Mantende os olhos abertos e guardai-
vos de toda sorte de cobiça, porque mesmo
quando alguém tem abundância, sua vida não vem
das coisas que possui.” 16 Com isso contou-lhes
uma ilustração, dizendo: “A terra de certo homem
rico produziu bem. 17 Conseqüentemente, ele
começou a raciocinar no seu íntimo, dizendo:
‘Que farei, agora que não tenho onde ajuntar as
minhas safras?’ 18 De modo que ele disse: ‘Farei o
seguinte: Derrubarei os meus celeiros e
construirei maiores, e ali ajuntarei todos os meus
cereais e todas as minhas coisas boas; 19 e direi
à minha alma: “Alma, tens muitas coisas boas
acumuladas para muitos anos; folga, come, bebe,
regala-te.”’ 20 Mas Deus disse-lhe: ‘Desarrazoado,
esta noite te reclamarão a tua alma. Quem terá
então as coisas que armazenaste?’ 21 Assim é
com o homem que acumula para si tesouro, mas
não é rico para com Deus.”
22
Ele disse então aos seus discípulos: “Por
causa disso eu vos digo: Deixai de estar ansiosos
pelas vossas almas, quanto a que haveis de
comer, ou pelos vossos corpos, quanto a que
haveis de vestir. 23 Pois a alma vale mais do que o
alimento e o corpo mais do que o vestuário.
24
Notai bem que os corvos nem semeiam nem
ceifam, e que eles não têm nem palheiro nem
celeiro, contudo, Deus os alimenta. De quanto
mais valor sois vós do que as aves? 25 Quem de
vós, por estar ansioso, pode acrescentar um
côvado à duração de sua vida? 26 Se vós,
portanto, não podeis fazer a coisa mínima, por
que estais ansiosos pelas coisas remanescentes?
27
Notai bem como os lírios crescem; eles nem
labutam nem fiam; mas, eu vos digo: Nem mesmo
Salomão, em toda a sua glória, vestia-se como um
destes. 28 Então, se Deus reveste assim a
vegetação do campo, que hoje existe e amanhã é
lançada no forno, quanto mais vestirá ele antes a
vós, ó vós com pouca fé! 29 Assim, deixai de
buscar o que haveis de comer e o que haveis de
beber, e deixai de estar em inquietação; 30 porque
todas estas são as coisas pelas quais se
empenham avidamente as nações do mundo, mas
o vosso Pai sabe que necessitais destas coisas.
31
Não obstante, buscai continuamente o seu
reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.
32
“Não temas, pequeno rebanho, porque vosso
Pai aprovou dar-vos o reino. 33 Vendei as coisas
que vos pertencem e fazei dádivas de
misericórdia. Fazei para vós mesmos bolsas que
não se gastem, um tesouro que nunca falhe, nos
céus, onde o ladrão não chega perto nem a traça
consome. 34 Pois onde estiver o vosso tesouro, ali
estará também o vosso coração.
35
“Os vossos lombos estejam cingidos e as
vossas lâmpadas acesas; 36 e vós mesmos sede
como homens que esperam pelo seu amo, ao
voltar ele do casamento, para que, ao chegar e
bater, possam imediatamente abrir-lhe. 37 Felizes
são aqueles escravos, cujo amo, ao chegar, os
achar vigiando! Deveras, eu vos digo: Ele se
cingirá e os fará recostar-se à mesa, e chegando-
se, ministrar-lhes-á. 38 E, se chegar na segunda
vigília, [ou] mesmo na terceira, e os achar assim,
felizes são! 39 Mas, sabei isto, que, se o dono de
casa tivesse sabido em que hora viria o ladrão,
teria ficado vigiando e não teria deixado que se
arrombasse a sua casa. 40 Vós também,
mantende-vos prontos, porque o Filho do homem
vem numa hora que não achais provável.”
41
Pedro disse então: “Senhor, dizes esta
ilustração a nós ou também a todos?” 42 E o
Senhor disse: “Quem é realmente o mordomo fiel,
o discreto, a quem o seu amo há de designar
sobre todo o corpo de assistentes, para que lhes
dê a sua medida de mantimentos no tempo
devido? 43 Feliz é aquele escravo, se o seu amo,
ao chegar, o achar fazendo isso! 44 Eu vos digo
verazmente: Ele o designará sobre todos os seus
bens. 45 Mas, se aquele escravo chegar a dizer no
seu coração: ‘Meu amo demora em vir’, e
principiar a espancar os servos e as servas, e a
comer e beber, e ficar embriagado, 46 o amo
daquele escravo virá num dia em que não [o]
espera e numa hora que não sabe, e o punirá com
a maior severidade e lhe determinará uma parte
com os infiéis. 47 Então, aquele escravo, que
entendeu a vontade de seu amo, mas não se
aprontou, nem fez em harmonia com a sua
vontade, será espancado com muitos golpes.
48
Mas aquele que não entendeu, e assim fez
coisas que merecem golpes, será espancado com
poucos. Deveras, de todo aquele a quem muito foi
dado, muito se reclamará dele; e a quem
encarregaram de muito, deste reclamarão mais
do que o usual.
49
“Eu vim dar início a um fogo na terra, e que
mais hei de desejar, se já foi aceso? 50 Deveras,
tenho um batismo com que [devo] ser batizado, e
como estou aflito até que termine! 51 Imaginais
que vim dar paz na terra? Deveras, eu vos digo
que não, mas antes divisão. 52 Pois, doravante
haverá cinco divididos numa casa, três contra
dois e dois contra três. 53 Estarão divididos, pai
contra filho e filho contra pai, mãe contra filha e
filha contra [sua] mãe, sogra contra sua nora e
nora contra [sua] sogra.”
54
Prosseguiu então a dizer também às
multidões: “Quando vedes uma nuvem surgindo
nas regiões ocidentais, dizeis imediatamente:
‘Vem uma tempestade’, e assim se dá. 55 E quando
vedes soprar um vento sulino, dizeis: ‘Haverá uma
onda de calor’, e assim ocorre. 56 Hipócritas,
sabeis examinar a aparência externa da terra e
do céu, mas, como é que não sabeis examinar
este tempo específico? 57 Por que não julgais
também por vós mesmos o que é justo? 58 Por
exemplo, quando vais com o teu adversário em
juízo perante um governante, empenha-te, no
caminho, a livrar-te da disputa com ele, para que
nunca te arraste perante o juiz, e o juiz te
entregue ao oficial do tribunal, e o oficial do
tribunal te lance na prisão. 59 Eu vos digo:
Certamente não sairás dali até pagares a última
moeda pequena de muito pouco valor.”
13 Naquela mesma época, estavam ali
presentes certos que lhe relataram o caso dos
galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os
sacrifícios deles. 2 Ele lhes disse, assim, em
resposta: “Imaginais que esses galileus se
mostraram piores pecadores do que todos os
outros galileus, porque sofreram tais coisas?
3
Deveras, eu vos digo que não; mas, a menos que
vos arrependais, sereis todos igualmente
destruídos. 4 Ou aqueles dezoito, sobre os quais
caiu a torre de Siloé, matando-os, imaginais que
eles se mostraram maiores devedores do que
todos os outros homens que habitam em
Jerusalém? 5 Deveras, eu vos digo que não; mas,
a menos que vos arrependais, sereis todos
destruídos da mesma maneira.”
6
Prosseguiu então, contando a seguinte
ilustração: “Certo homem plantara uma figueira
no seu vinhedo e veio procurar fruto nela, mas
não achou nenhum. 7 Ele disse então ao
vinhateiro: ‘Já faz agora três anos que venho
procurar fruto nesta figueira, mas não achei
nenhum. Corta-a! Realmente, por que devia ela
manter o solo inútil?’ 8 Em resposta, este lhe
disse: ‘Amo, deixa-a também este ano, até que eu
cave em volta dela e lhe ponha estrume; 9 e, se
então produzir fruto no futuro, [muito bem]; mas,
se não, hás de cortá-la.’”
10
Ele estava então ensinando numa das
sinagogas, no sábado. 11 E eis uma mulher com
um espírito de fraqueza, já por dezoito anos, e ela
estava encurvada e não podia absolutamente
endireitar-se. 12 Quando a viu, Jesus dirigiu-lhe a
palavra e disse-lhe: “Mulher, estás livre de tua
fraqueza.” 13 E pôs as suas mãos sobre ela; e ela
se endireitou instantaneamente e começou a
glorificar a Deus. 14 Mas, em resposta, o
presidente da sinagoga, indignado porque Jesus
fizera a cura no sábado, começou a dizer à
multidão: “Há seis dias em que se deve trabalhar;
nestes, pois, vinde e sede curados, não no dia de
sábado.” 15 O Senhor, porém, respondeu-lhe e
disse: “Hipócritas, não é que cada um de vós, no
sábado, desata da baia o seu touro ou o seu
jumento e o leva para dar-lhe de beber? 16 Não era
então apropriado que esta mulher, que é filha de
Abraão, e a quem Satanás manteve amarrada,
ora! por dezoito anos, fosse solta deste laço no
dia de sábado?” 17 Pois bem, quando ele disse
estas coisas, todos os seus opositores
começaram a ficar envergonhados; mas toda a
multidão começou a alegrar-se com todas as
coisas gloriosas feitas por ele.
18
Por isso prosseguiu a dizer: “A que se
assemelha o reino de Deus e com que o
compararei? 19 É semelhante a um grão de
mostarda, que um homem tomou e pôs na sua
horta, e o qual cresceu e se tornou uma árvore, e
as aves do céu ficaram pousando nos seus
ramos.”
20
E, novamente, ele disse: “Com que
compararei o reino de Deus? 21 É semelhante ao
fermento, que certa mulher tomou e escondeu em
três grandes medidas de farinha, até que a massa
inteira ficou levedada.”
22
E ele viajava de cidade em cidade e de aldeia
em aldeia, ensinando e continuando na sua
viagem a Jerusalém. 23 Então, certo homem lhe
disse: “Senhor, são poucos os que estão sendo
salvos?” Ele lhes disse: 24 “Esforçai-vos
vigorosamente a entrar pela porta estreita,
porque eu vos digo que muitos buscarão entrar,
mas não poderão, 25 uma vez que o dono de casa
se tiver levantado e fechado a porta à chave, e
vós principiardes a ficar de fora e a bater na
porta, dizendo: ‘Senhor, abre-nos.’ Mas ele, em
resposta, vos dirá: ‘Não sei donde sois.’ 26 Então
principiareis a dizer: ‘Comemos e bebemos na tua
frente e tu ensinaste nas nossas ruas largas.’
27
Mas ele falará e vos dirá: ‘Não sei donde sois.
Afastai-vos de mim, todos vós obreiros da
injustiça!’ 28 Ali é que haverá o [vosso] choro e o
ranger de [vossos] dentes, quando virdes Abraão,
e Isaque, e Jacó, e todos os profetas, no reino de
Deus, mas vós mesmos lançados fora.
29
Outrossim, pessoas virão das regiões orientais
e das ocidentais, e do norte e do sul, e se
recostarão à mesa no reino de Deus. 30 E, eis que
há os que são últimos, que serão primeiros, e há
os que são primeiros, que serão últimos.”
31
Naquela mesma hora chegaram-se certos
fariseus, dizendo-lhe: “Sai e vai embora daqui,
porque Herodes quer matar-te.” 32 E ele lhes
disse: “Ide e dizei àquela raposa: ‘Eis que estou
expulsando demônios e efetuando curas hoje e
amanhã, e no terceiro dia terei terminado.’ 33 Não
obstante, preciso estar em caminho hoje e
amanhã, e no dia seguinte, porque não é
admissível que um profeta seja destruído fora de
Jerusalém. 34 Jerusalém, Jerusalém, matadora
dos profetas e apedrejadora dos que lhe são
enviados — quantas vezes quis eu ajuntar os teus
filhos, da maneira em que a galinha ajunta a sua
ninhada de pintinhos debaixo de suas asas, mas
vós não quisestes [isso]! 35 Eis que a vossa casa
vos fica abandonada. Eu vos digo: De modo algum
me vereis até que digais: ‘Bendito aquele que
vem em nome de Jeová!’”

14 E, numa ocasião em que entrou na casa de


certo dos governantes dos fariseus, no sábado,
para tomar uma refeição, eles o estavam
observando de perto. 2 E eis que havia diante dele
certo homem que padecia de hidropisia. 3 Assim,
como resposta, Jesus falou aos versados na Lei e
aos fariseus, dizendo: “É lícito ou não curar no
sábado?” 4 Mas eles ficaram calados. Em vista
disso, pegou no [homem], curou-o e [o] mandou
embora. 5 E ele lhes disse: “Quem de vós, quando
o seu filho ou touro cai num poço, não o puxa
imediatamente para fora, no dia de sábado?” 6 E
não lhe puderam replicar nestas coisas.
7
Prosseguiu então a contar aos convidados
uma ilustração, ao notar como eles escolhiam os
lugares mais destacados para si mesmos,
dizendo-lhes: 8 “Quando fores convidado por
alguém para uma festa de casamento, não te
deites no lugar mais destacado. Talvez ele tenha
convidado ao mesmo tempo alguém mais distinto
do que tu, 9 e aquele que te convidou venha com
ele e te diga: ‘Deixa este homem ter o lugar.’
Então principiarás com vergonha a ocupar o lugar
mais baixo. 10 Mas, quando fores convidado, vai e
recosta-te no lugar mais baixo, para que, quando
vier o homem que te convidou, te diga: ‘Amigo,
vai mais para cima.’ Então terás honra na frente
de todos os que contigo foram convidados.
11
Porque todo aquele que se enaltecer será
humilhado, e aquele que se humilhar será
enaltecido.”
12
A seguir passou a dizer também ao homem
que o convidara: “Quando ofereceres um almoço
ou uma refeição noturna, não chames os teus
amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem
teus ricos vizinhos. Talvez eles por sua vez te
convidem também e isso se torne para ti uma
restituição. 13 Mas, quando ofereceres uma festa,
convida os pobres, os aleijados, os coxos, os
cegos; 14 e serás feliz, porque eles não têm nada
com que te pagar de volta. Porque se te pagará
de volta na ressurreição dos justos.”
15
Ouvindo estas coisas, disse-lhe um dos
convivas: “Feliz é aquele que comer pão no reino
de Deus.”
16
[Jesus] disse-lhe: “Certo homem estava
oferecendo uma lauta refeição noturna, e
convidou a muitos. 17 E ele enviou seu escravo na
hora da refeição noturna para dizer aos
convidados: ‘Vinde, porque todas as coisas estão
agora prontas.’ 18 Mas todos em comum
começaram a escusar-se. O primeiro disse-lhe:
‘Comprei um campo, e preciso sair e vê-lo; peço-
te: Tem-me por escusado.’ 19 E outro disse:
‘Comprei cinco juntas de gado e vou examiná-las;
peço-te: Tem-me por escusado.’ 20 Ainda outro
disse: ‘Acabei de tomar uma esposa e por esta
razão não posso ir.’ 21 O escravo chegou-se assim
e relatou estas coisas ao seu amo. O dono de
casa ficou então furioso e disse ao seu escravo:
‘Vai depressa para as ruas largas e becos da
cidade e traze para cá os pobres, e os aleijados,
e os cegos, e os coxos.’ 22 No tempo respectivo, o
escravo disse: ‘Amo, foi feito o que me ordenaste,
contudo, ainda há lugar.’ 23 E o amo disse ao
escravo: ‘Vai para as estradas e para os lugares
cercados, e compele-os a vir para dentro, a fim
de que a minha casa se encha. 24 Pois, eu vos
digo: Nenhum dos homens que foram convidados
provará a minha refeição noturna.’”
25
Grandes multidões viajavam então com ele, e
ele se voltou e lhes disse: 26 “Quem se chegar a
mim e não odiar seu pai, e mãe, e esposa, e
filhos, e irmãos, e irmãs, sim, e até mesmo a sua
própria alma, não pode ser meu discípulo. 27 Quem
não levar a sua estaca de tortura e não vier após
mim, não pode ser meu discípulo. 28 Por exemplo,
quem de vós, querendo construir uma torre, não
se assenta primeiro e calcula a despesa, para ver
se tem bastante para completá-la? 29 Senão, ele
talvez lance o alicerce dela, mas não a possa
completar, e todos os espectadores comecem a
ridicularizá-lo, 30 dizendo: ‘Este homem principiou
a construir, mas não pôde terminar.’ 31 Ou que rei,
marchando ao encontro de outro rei numa guerra,
não se assenta primeiro e toma conselho para ver
se pode com dez mil soldados lidar com o que
vem contra ele com vinte mil? 32 Se, de fato, não
o puder fazer, então, enquanto aquele ainda está
longe, envia um corpo de embaixadores e pede
termos de paz. 33 Podeis estar certos, assim, de
que nenhum de vós que não se despedir de todos
os seus bens pode ser meu discípulo.
34
“O sal, certamente, é excelente. Mas, se até
mesmo o sal perder a sua força, com que será
temperado? 35 Não é nem conveniente para o solo,
nem para o estrume. As pessoas o lançam fora.
Escute aquele que tem ouvidos para escutar.”

15 Todos os cobradores de impostos e


pecadores chegavam-se então perto dele para o
ouvirem. 2 Conseqüentemente, tanto os fariseus
como os escribas murmuravam, dizendo: “Este
homem acolhe pecadores e come com eles.”
3
Então lhes contou a seguinte ilustração,
dizendo: 4 “Que homem dentre vós, com cem
ovelhas, perdendo uma delas, não deixa as
noventa e nove atrás no ermo e vai em busca da
perdida, até a achar? 5 E quando a tiver achado,
ele a põe sobre os seus ombros e se alegra. 6 E,
ao chegar à casa, convoca seus amigos e seus
vizinhos, dizendo-lhes: ‘Alegrai-vos comigo,
porque achei a minha ovelha que estava perdida.’
7
Eu vos digo que assim haverá mais alegria no
céu por causa de um pecador que se arrepende,
do que por causa de noventa e nove justos que
não precisam de arrependimento.
8
“Ou que mulher, com dez moedas de dracma,
se perder uma moeda de dracma, não acende uma
lâmpada e varre a sua casa, e procura
cuidadosamente até achá-la? 9 E quando a tiver
achado, convoca as mulheres que são suas
amigas e vizinhas, dizendo: ‘Alegrai-vos comigo,
porque achei a moeda de dracma que perdi.’
10
Assim, eu vos digo, surge alegria entre os anjos
de Deus por causa de um pecador que se
arrepende.”
11
Ele disse então: “Certo homem tinha dois
filhos. 12 E o mais jovem deles disse a seu pai:
‘Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe.’
Dividiu então os seus meios de vida entre eles.
13
Mais tarde, não muitos dias depois, o filho mais
jovem ajuntou todas as coisas e viajou para fora,
a um país distante, e ali esbanjou os seus bens
por levar uma vida devassa. 14 Quando já tinha
gasto tudo, ocorreu uma fome severa em todo
aquele país, e ele principiou a passar
necessidade. 15 Ele até mesmo foi e se agregou a
um dos cidadãos daquele país, e este o enviou
aos seus campos para pastar porcos. 16 E
costumava desejar saciar-se das alfarrobas que
os porcos comiam, e ninguém lhe dava [nada].
17
“Quando caiu em si, disse: ‘Quantos
empregados de meu pai têm abundância de pão,
enquanto eu pereço aqui de fome! 18 Levantar-me-
ei e viajarei para meu pai e lhe direi: ‘Pai, pequei
contra o céu e contra ti. 19 Não sou mais digno de
ser chamado teu filho. Faze de mim um dos teus
empregados.”’ 20 Levantou-se assim e foi ter com
seu pai. Enquanto ainda estava longe, seu pai o
avistou e teve pena, e correu e lançou-se-lhe ao
pescoço e o beijou ternamente. 21 O filho disse-
lhe então: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti.
Não sou mais digno de ser chamado teu filho.
Faze de mim um dos teus empregados.’ 22 Mas o
pai disse aos seus escravos: ‘Ligeiro! Trazei uma
veste comprida, a melhor, vesti-o com ela, e
ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés.
23
E trazei o novilho cevado e abatei-o, e
comamos e alegremo-nos, 24 porque este meu
filho estava morto, e voltou a viver; estava
perdido, mas foi achado.’ E principiaram a
regalar-se.
25
“Ora, o filho mais velho dele estava no
campo; e quando chegou e se aproximou da casa,
ouviu um concerto de música e dança. 26 De modo
que chamou a si um dos servos e indagou o
significado destas coisas. 27 Este lhe disse:
‘Chegou teu irmão, e teu pai abateu o novilho
cevado, porque o recebeu de volta em boa saúde.’
28
Mas ele ficou furioso e não quis entrar. Saiu
então seu pai e começou a suplicar-lhe. 29 Em
resposta, ele disse ao seu pai: ‘Eis que trabalhei
tantos anos como escravo para ti, e nunca, nem
uma única vez, transgredi o teu mandamento,
contudo, nunca, nem uma única vez, me deste um
cabritinho para alegrar-me com os meus amigos.
30
Mas, assim que chegou este teu filho, que
consumiu com as meretrizes o teu meio de vida,
abates para ele o novilho cevado.’ 31 Disse-lhe
então: ‘Filho, tu sempre estiveste comigo e todas
as minhas coisas são tuas; 32 mas nós
simplesmente tivemos de nos regalar e alegrar,
porque este teu irmão estava morto, e voltou a
viver, e estava perdido, mas foi achado.’”

16 Prosseguiu então a dizer também aos


discípulos: “Certo homem era rico e tinha um
mordomo, e este foi acusado diante dele de
manejar com desperdício os seus bens. 2 Chamou-
o assim e disse-lhe: ‘Que é isso que ouço a teu
respeito? Presta contas da tua mordomia, pois
não podes mais administrar a casa.’ 3 O mordomo
disse então no seu íntimo: ‘Que é que vou fazer,
visto que o meu amo vai tirar-me a mordomia?
Não sou bastante forte para cavar; tenho
vergonha de mendigar. 4 Ah! Sei o que vou fazer,
para que, quando eu for demitido da mordomia, as
pessoas me recebam nos seus lares.’ 5 E,
chamando a si a cada um dos devedores de seu
amo, passou a dizer ao primeiro: ‘Quanto deves
ao meu amo?’ 6 Ele disse: ‘Cem batos de azeite.’
Disse-lhe ele: ‘Toma de volta o teu acordo escrito
e assenta-te, e escreve rapidamente cinqüenta’.
7
A seguir, disse a outro: ‘Agora tu, quanto estás
devendo?’ Ele disse: ‘Cem coros de trigo.’ Ele lhe
disse: ‘Toma de volta o teu acordo escrito e
escreve oitenta.’ 8 E o seu amo elogiou o
mordomo, embora [fosse] injusto, porque agiu
com sabedoria prática; pois os filhos deste
sistema de coisas são mais sábios, em sentido
prático, para com a sua própria geração, do que
os filhos da luz.
9
“Eu vos digo também: Fazei para vós amigos
por meio das riquezas injustas, para que, quando
estas vos falharem, vos recebam nas moradias
eternas. 10 Quem é fiel no mínimo, é também fiel
no muito, e quem é injusto no mínimo, é também
injusto no muito. 11 Portanto, se não vos
mostrastes fiéis em conexão com as riquezas
injustas, quem vos confiará o que é verdadeiro?
12
E, se não vos mostrastes fiéis em conexão com
o que é de outro, quem vos dará o que é para vós
mesmos? 13 Nenhum servo doméstico pode ser
escravo de dois amos; pois, ou há de odiar um e
amar o outro, ou se apegará a um e desprezará o
outro. Não podeis ser escravos de Deus e das
Riquezas.”
14
Ora, os fariseus, que eram amantes do
dinheiro, estavam escutando todas estas coisas,
e começaram a escarnecer dele.
15
Conseqüentemente, ele lhes disse: “Vós sois os
que vos declarais justos perante os homens, mas
Deus conhece os vossos corações; porque aquilo
que é altivo entre os homens é uma coisa
repugnante à vista de Deus.
16
“A Lei e os Profetas [existiram] até João.
Dali em diante, o reino de Deus está sendo
declarado como boas novas, e toda sorte de
pessoa avança impetuosamente em direção dele.
17
Deveras, mais fácil é passarem céu e terra do
que passar sem cumprimento uma só partícula
duma letra da Lei.
18
“Todo aquele que se divorciar de sua esposa
e se casar com outra, comete adultério, e quem
se casar com uma mulher divorciada do marido,
comete adultério.
19
“Mas, certo homem era rico e costumava
cobrir-se de púrpura e de linho, regalando-se de
dia a dia com magnificência. 20 Mas, certo
mendigo, de nome Lázaro, costumava ser
colocado junto ao seu portão, [estando] cheio de
úlceras 21 e desejoso de saciar-se com as coisas
que caíam da mesa do rico. Sim, também os cães
vinham e lambiam as suas úlceras. 22 Ora, no
decorrer do tempo, morreu o mendigo e foi
carregado pelos anjos para [a posição junto ao]
seio de Abraão.

“Também o rico morreu e foi enterrado. 23 E no


Hades, ele ergueu os olhos, estando em
tormentos, e viu Abraão de longe, e Lázaro com
ele [na posição junto] ao seio. 24 Por isso chamou
e disse: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e
manda que Lázaro mergulhe a ponta do seu dedo
em água e refresque a minha língua, porque eu
estou em angústia neste fogo intenso.’ 25 Mas
Abraão disse: ‘Filho, lembra-te de que recebeste
plenamente as tuas boas coisas no curso da tua
vida, mas Lázaro, correspondentemente, as
coisas prejudiciais. Agora, porém, ele está tendo
consolo aqui, mas tu estás em angústia. 26 E,
além de todas essas coisas, estabeleceu-se um
grande precipício entre nós e vós, de modo que
os que querem passar daqui para vós não o
podem, nem podem pessoas passar de lá para
nós.’ 27 Ele disse então: ‘Neste caso, peço-te, pai,
que o envies à casa de meu pai, 28 pois eu tenho
cinco irmãos, a fim de que lhes dê um
testemunho cabal, para que não cheguem a entrar
neste lugar de tormento.’ 29 Mas Abraão disse:
‘Eles têm Moisés e os Profetas; que escutem a
estes.’ 30 Ele disse então: ‘Não assim, pai Abraão,
mas, se alguém dentre os mortos for ter com
eles, arrepender-se-ão.’ 31 Mas ele lhe disse: ‘Se
não escutam Moisés e os Profetas, tampouco
serão persuadidos se alguém se levantar dentre
os mortos.’”

17 Ele disse então aos seus discípulos: “É


inevitável que venham causas para tropeço. Não
obstante, ai daquele por meio de quem vêm!
2
Seria mais proveitoso para ele que se lhe
pendurasse no pescoço uma mó e que fosse
lançado no mar, do que fazer ele tropeçar a um
destes pequenos. 3 Prestai atenção a vós
mesmos. Se o teu irmão cometer um pecado,
censura-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.
4
Mesmo se pecar contra ti sete vezes por dia e
voltar a ti sete vezes, dizendo: ‘Arrependo-me’,
tens de perdoar-lhe.”
5
Os apóstolos disseram então ao Senhor: “Dá-
nos mais fé.” 6 O Senhor disse então: “Se
tivésseis fé do tamanho dum grão de mostarda,
diríeis a esta amoreira-preta: ‘Sê desarraigada e
plantada no mar!’ e ela vos obedeceria.
7
“Quem de vós, que tiver um escravo arando ou
cuidando do rebanho, lhe dirá, ao chegar ele do
campo: ‘Vem logo para cá, e recosta-te à mesa’?
8
Antes, não lhe dirá: ‘Apronta-me algo para a
minha refeição noturna, e põe o avental e
ministra-me até eu ter acabado de comer e de
beber, e depois podes comer e beber’? 9 Será que
ele sentirá gratidão pelo escravo porque ele fez
as coisas determinadas? 10 Assim também vós,
quando tiverdes feito todas as coisas que vos
foram determinadas, dizei: ‘Somos escravos
imprestáveis. O que temos feito é o que devíamos
fazer.’”
11
E, enquanto ele ia a Jerusalém, passava pelo
meio de Samaria e Galiléia. 12 E, ao entrar em
certa aldeia, vieram ao encontro dele dez homens
leprosos, mas ficaram parados de longe. 13 E
elevaram as suas vozes e disseram: “Jesus,
Preceptor, tem misericórdia de nós!” 14 E quando
os avistou, disse-lhes: “Ide e mostrai-vos aos
sacerdotes.” Então, enquanto se afastavam,
ocorreu a purificação deles. 15 Um deles, quando
viu que estava curado, voltou, glorificando a Deus
com voz alta. 16 E ele se prostrou com o rosto [em
terra] aos pés [de Jesus], agradecendo-lhe;
ademais, ele era samaritano. 17 Jesus disse, em
resposta: “Dez foram purificados, não foram?
Onde estão, então, os outros nove? 18 Não se
achou nenhum que voltasse para dar glória a
Deus, exceto este homem de outra nação?” 19 E
disse-lhe: “Levanta-te e vai; a tua fé te fez ficar
bom.”
20
Mas, perguntando-lhe os fariseus quando
havia de vir o reino de Deus, ele lhes respondeu e
disse: “O reino de Deus não vem de modo
impressionantemente observável, 21 nem dirão as
pessoas: ‘Eis aqui!’ ou: ‘Ali!’ Pois, eis que o reino
de Deus está no vosso meio.”
22
Ele disse então aos discípulos: “Virão dias
em que desejareis ver um dos dias do Filho do
homem, mas não [o] vereis. 23 E as pessoas vos
dirão: ‘Eis ali!’ ou: ‘Eis aqui!’ Não saiais nem
corrais atrás [deles]. 24 Pois assim como o
relâmpago, com o seu lampejo, brilha duma parte
sob o céu à outra parte sob o céu, assim será o
Filho do homem. 25 Primeiro, porém, ele tem de
passar por muitos sofrimentos e ser rejeitado por
esta geração. 26 Ademais, assim como ocorreu
nos dias de Noé, assim será também nos dias do
Filho do homem: 27 comiam, bebiam, os homens
casavam-se, as mulheres eram dadas em
casamento, até aquele dia em que Noé entrou na
arca, e chegou o dilúvio e destruiu a todos.
28
Igualmente, assim como ocorreu nos dias de
Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam,
plantavam, construíam. 29 Mas no dia em que Ló
saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e
destruiu a todos. 30 Do mesmo modo será naquele
dia em que o Filho do homem há de ser revelado.
31
“Naquele dia, quem estiver no alto da casa,
mas cujas coisas móveis estiverem na casa, não
desça para apanhá-las, e quem estiver no campo,
do mesmo modo, não volte para as coisas atrás.
32
Lembrai-vos da mulher de Ló. 33 Todo aquele
que buscar manter a sua alma a salvo para si
mesmo, perdê-la-á, mas todo aquele que a perder,
preservá-la-á viva. 34 Eu vos digo: Naquela noite,
dois [homens] estarão numa só cama; um será
levado junto, mas o outro será abandonado.
35
Haverá duas [mulheres] moendo no mesmo
moinho; uma será levada junto, mas a outra será
abandonada.” 36 —— 37 De modo que lhe disseram
em resposta: “Onde, Senhor?” Ele lhes disse:
“Onde estiver o corpo, ali se ajuntarão também as
águias.”

18 Depois prosseguiu a contar-lhes uma


ilustração a respeito da necessidade de sempre
orarem e de nunca desistirem, 2 dizendo: “Em
certa cidade havia certo juiz que não temia a
Deus e não respeitava homem. 3 Mas, havia
naquela cidade uma viúva, e ela persistia em ir
ter com ele, dizendo: ‘Cuida de que eu obtenha
justiça do meu adversário em juízo.’ 4 Pois bem,
por um tempo ele não estava disposto, mas
depois disse para si mesmo: ‘Embora eu não tema
a Deus nem respeite o homem, 5 de qualquer
modo, visto que esta viúva me causa
continuamente contrariedade, cuidarei de que ela
obtenha justiça, para que não persista em vir e
em amofinar-me até o fim.’” 6 O Senhor disse
então: “Ouvi o que disse o juiz, embora injusto!
7
Certamente, então, não causará Deus que se
faça justiça aos seus escolhidos que clamam a
ele dia e noite, embora seja longânime para com
eles? 8 Eu vos digo: Ele causará que se lhes faça
velozmente justiça. Não obstante, quando chegar
o Filho do homem, achará realmente fé na terra?”
9
Mas, ele contou a seguinte ilustração também
a alguns que confiavam em si mesmos como
sendo justos e que consideravam os demais como
nada: 10 “Dois homens subiram ao templo para
orar, um sendo fariseu e o outro cobrador de
impostos. 11 O fariseu estava em pé e começou a
orar as seguintes coisas no seu íntimo: ‘Ó Deus,
agradeço-te que não sou como o resto dos
homens, extorsores, injustos, adúlteros, ou
mesmo como este cobrador de impostos. 12 Jejuo
duas vezes por semana, dou o décimo de todas as
coisas que adquiro.’ 13 O cobrador de impostos,
porém, estando em pé à distância, não estava
nem disposto a levantar os olhos para o céu, mas
batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, sê clemente
para comigo pecador.’ 14 Digo-vos: Este homem
desceu para sua casa provado mais justo do que
aquele homem; porque todo o que se enaltecer
será humilhado, mas quem se humilhar será
enaltecido.”
15
As pessoas começaram então a trazer-lhe
também suas crianças, para que as tocasse; mas,
vendo isso os discípulos, começaram a adverti-
las. 16 No entanto, Jesus chamou a si as
[crianças], dizendo: “Deixai vir a mim as
criancinhas e não tenteis impedi-las. Pois o reino
de Deus pertence a tais. 17 Deveras, eu vos digo:
Quem não receber o reino de Deus como uma
criancinha, de modo algum entrará nele.”
18
E certo governante interrogou-o, dizendo:
“Bom Instrutor, por fazer o que hei de herdar a
vida eterna?” 19 Jesus disse-lhe: “Por que me
chamas de bom? Ninguém é bom, a não ser um
só, Deus. 20 Sabes os mandamentos: ‘Não cometas
adultério, não assassines, não furtes, não dês
falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.’”
21
Ele disse então: “Tenho guardado a todos estes
desde a mocidade.” 22 Ouvindo isso, Jesus disse-
lhe: “Há ainda uma coisa que falta a respeito de
ti: Vende todas as coisas que tens e distribui aos
pobres, e terás um tesouro nos céus; e vem ser
meu seguidor.” 23 Ouvindo isso, ele ficou
profundamente contristado, pois era muito rico.
24
Jesus olhou para ele e disse: “Quão difícil
será para os que têm dinheiro abrirem caminho
para entrar no reino de Deus! 25 De fato, é mais
fácil para um camelo passar pelo orifício duma
agulha de costura, do que para um rico entrar no
reino de Deus.” 26 Os que ouviram isso disseram:
“Quem é que é capaz de ser salvo?” 27 Ele disse:
“As coisas impossíveis aos homens são possíveis
a Deus.” 28 Mas Pedro disse: “Eis que
abandonamos as nossas próprias coisas e te
seguimos.” 29 Ele lhes disse: “Deveras, eu vos
digo: Não há ninguém que tenha abandonado
casa, ou esposa, ou irmãos, ou pais ou filhos,
pela causa do reino de Deus, 30 que não receba de
algum modo muitas vezes mais neste período de
tempo, e no vindouro sistema de coisas a vida
eterna.”
31
Então tomou os doze à parte e disse-lhes:
“Eis que estamos subindo para Jerusalém e
completar-se-ão todas as coisas escritas por
meio dos profetas quanto ao Filho do homem.
32
Por exemplo, ele será entregue a [homens das]
nações e divertir-se-ão às custas dele, e será
tratado com insolência e cuspirão nele; 33 e,
depois de o açoitarem, matá-lo-ão, mas no
terceiro dia ele será levantado.” 34 No entanto,
não compreenderam o significado de nenhuma
destas coisas; mas esta pronunciação lhes era
escondida, e não sabiam as coisas faladas.
35
Chegando ele então perto de Jericó, havia
certo cego sentado à beira da estrada,
mendigando. 36 Visto que ouvia uma multidão
passar por ali, começou a indagar de que se
tratava. 37 Relataram-lhe: “Jesus, o nazareno,
está passando por aqui!” 38 Em vista disso,
clamou, dizendo: “Jesus, Filho de Davi, tem
misericórdia de mim!” 39 E os que iam na frente
começaram a dizer-lhe severamente que ficasse
calado, mas ele gritava tanto mais: “Filho de
Davi, tem misericórdia de mim.” 40 Jesus parou
então e ordenou que [o homem] fosse levado a
ele. Tendo-se este aproximado, [Jesus]
perguntou-lhe: 41 “Que queres que eu faça para
ti?” Ele disse: “Senhor, deixa-me recuperar a
vista.” 42 De modo que Jesus lhe disse: “Recupera
a tua vista; tua fé te fez ficar bom.” 43 E ele
recuperou instantaneamente a vista e começou a
segui-lo, glorificando a Deus. Também todo o
povo, vendo [isso], deu louvor a Deus.
19 E ele entrou em Jericó e [a] estava
atravessando. 2 Ora, havia ali um homem de nome
Zaqueu, e ele era chefe de cobradores de
impostos e era rico. 3 Bem, ele procurava ver
quem era este Jesus, mas não podia, por causa
da multidão, porque era de estatura pequena. 4 De
modo que correu na frente a um lugar mais
adiante e subiu num sicômoro-figueira, a fim de
vê-lo, porque estava para passar por ali.
5
Chegando então Jesus ao lugar, olhou para cima
e disse-lhe: “Zaqueu, apressa-te e desce, pois
hoje tenho de ficar em tua casa.” 6 Com isso ele
se apressou e desceu, e o recebeu com alegria
como hóspede. 7 Mas, quando viram [isso], todos
começaram a murmurar, dizendo: “Entrou para
pousar com um homem que é pecador.” 8 Mas
Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: “Eis que a
metade dos meus bens, Senhor, dou aos pobres, e
o que for que eu extorqui de qualquer um por
meio de acusação falsa, eu restituo quatro vezes
mais.” 9 A isto Jesus disse-lhe: “Neste dia entrou
a salvação nesta casa, porque ele também é filho
de Abraão. 10 Pois o Filho do homem veio buscar e
salvar o que estava perdido.”
11
Enquanto escutavam estas coisas, contou em
adição uma ilustração, porque estava perto de
Jerusalém e eles estavam imaginando que o reino
de Deus ia apresentar-se instantaneamente. 12 Ele
disse, portanto: “Certo homem de nobre estirpe
viajou para um país distante, para assegurar-se
poder régio e voltar. 13 Chamando dez escravos
seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: ‘Fazei
negócios até eu voltar.’ 14 Mas os seus cidadãos o
odiavam e enviaram um corpo de embaixadores
após ele, para dizer: ‘Não queremos que este
[homem] se torne rei sobre nós.’
15
“Por fim, tendo ele voltado, depois de se
assegurar o poder régio, mandou convocar esses
escravos a quem dera o dinheiro de prata, a fim
de averiguar o que tinham ganho com a atividade
comercial. 16 Apresentou-se, então, o primeiro,
dizendo: ‘Senhor, a tua mina ganhou dez minas.’
17
Ele lhe disse assim: ‘Muito bem, escravo bom!
Porque te mostraste fiel num assunto muito
pequeno, tem autoridade sobre dez cidades.’
18
Veio então o segundo, dizendo: ‘Tua mina,
Senhor, produziu cinco minas.’ 19 Disse também a
este: ‘Tu também; toma conta de cinco cidades.’
20
Mas, veio um diferente, dizendo: ‘Senhor, aqui
está a tua mina, que guardei num pano.
21
Compreendes, eu tive temor de ti, visto que és
homem rigoroso; apanhas o que não depositaste e
ceifas o que não semeaste.’ 22 Ele lhe disse: ‘Da
tua própria boca te julgo, escravo iníquo. Sabias,
não é verdade, que sou homem rigoroso,
apanhando o que não depositei e ceifando o que
não semeei? 23 Então, por que é que não puseste
meu dinheiro de prata num banco? Assim, na
minha chegada, eu o teria cobrado com juros.’
24
“Com isto disse aos que estavam parados ali:
‘Tirai dele a mina e dai-a ao que tem as dez
minas.’ 25 Mas eles lhe disseram: ‘Senhor, ele tem
dez minas!’ — 26 ‘Eu vos digo: A todo aquele que
tem, mais será dado; mas daquele que não tem,
até mesmo o que tem lhe será tirado. 27 Ademais,
trazei para cá estes inimigos meus que não
quiseram que eu me tornasse rei sobre eles e
abatei-os diante de mim.’”
28
Assim, depois de dizer estas coisas,
começou a ir na frente, subindo para Jerusalém.
29
E quando chegou perto de Betfagé e Betânia,
no monte chamado Monte das Oliveiras, enviou
dois dos discípulos, 30 dizendo: “Ide à aldeia que
está ao alcance de vossa vista, e dentro dela,
assim que entrardes, achareis atado um
jumentinho em quem ninguém da humanidade
jamais montou. Soltai-o e trazei-mo. 31 Mas, se
alguém vos perguntar: ‘Por que o soltais?’ tereis
de falar deste modo: ‘O Senhor precisa dele.’”
32
Os enviados partiram então e acharam-no
exatamente como lhes dissera. 33 Mas, ao
soltarem o jumentinho, os donos dele disseram-
lhes: “Por que soltais o jumentinho?” 34 Disseram:
“O Senhor precisa dele.” 35 E conduziram-no a
Jesus, e lançaram suas roupas exteriores sobre o
jumentinho e Jesus se sentou [nele].
36
Enquanto ele avançava, espalhavam suas
roupas exteriores na estrada. 37 Assim que
chegou perto da estrada que desce do Monte das
Oliveiras, toda a multidão dos discípulos
principiou a alegrar-se e a louvar a Deus com voz
alta a respeito de todas as obras poderosas que
tinham visto, 38 dizendo: “Bendito Aquele que vem
como Rei em nome de Jeová! Paz no céu e glória
nos lugares mais altos!” 39 No entanto, alguns dos
fariseus dentre a multidão disseram-lhe:
“Instrutor, censura os teus discípulos.” 40 Mas ele
disse, em resposta: “Eu vos digo: Se estes
permanecessem calados, as pedras clamariam.”
41
E quando chegou perto, contemplou a cidade
e chorou sobre ela, 42 dizendo: “Se tu, sim tu,
tivesses discernido neste dia as coisas que têm
que ver com a paz — mas agora foram escondidas
de teus olhos. 43 Porque virão sobre ti os dias em
que os teus inimigos construirão em volta de ti
uma fortificação de estacas pontiagudas e te
cercarão, e te afligirão de todos os lados, 44 e
despedaçarão contra o chão a ti e a teus filhos
dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre
pedra, porque não discerniste o tempo de seres
inspecionada.”
45
E entrou no templo e principiou a lançar fora
os que vendiam, 46 dizendo-lhes: “Está escrito: ‘E
a minha casa será casa de oração’, mas vós
fizestes dela covil de salteadores.”
47
Outrossim, ia diariamente ensinar no templo.
Mas os principais sacerdotes, e os escribas, e os
principais do povo, estavam buscando destruí-lo;
48
contudo, não achavam um meio eficiente de o
fazer, pois o povo todo se apegava a ele para o
ouvir.

20 Num dos dias em que estava ensinando o


povo no templo e declarando as boas novas,
aproximaram-se os principais sacerdotes e os
escribas, com os anciãos, 2 e falaram sem
rebuços, dizendo-lhe: “Dize-nos com que
autoridade fazes estas coisas, e quem é que te
deu esta autoridade.” 3 Ele lhes disse, em
resposta: “Eu também vos farei uma pergunta, e
vós, dizei-me: 4 Foi o batismo de João do céu ou
dos homens?” 5 Tiraram então conclusões entre
si, dizendo: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele dirá: ‘Por
que é que não acreditastes nele?’ 6 Mas, se
dissermos: ‘Dos homens’, o povo todo nos
apedrejará, pois estão persuadidos de que João
era profeta.” 7 De modo que responderam que não
sabiam a sua fonte. 8 E Jesus disse-lhes:
“Tampouco eu vos digo com que autoridade faço
estas coisas.”
9
Então, principiou a contar ao povo a seguinte
ilustração: “Um homem plantou um vinhedo e o
arrendou a lavradores, e viajou para fora, por
bastante tempo. 10 Mas, na época devida, enviou
um escravo aos lavradores, para que lhe dessem
dos frutos do vinhedo. Os lavradores, porém,
mandaram-no embora de mãos vazias, depois de o
espancarem. 11 Mas ele repetiu [isso] e lhes
enviou um escravo diferente. A este também
espancaram e desonraram, e mandaram embora
de mãos vazias. 12 Contudo, mais uma vez mandou
um terceiro; a este também feriram e lançaram
fora. 13 Em vista disso, o dono do vinhedo disse:
‘Que farei? Enviarei o meu filho, o amado. É
provável que respeitem a este.’ 14 Quando os
lavradores o avistaram, raciocinaram entre si,
dizendo: ‘Este é o herdeiro; matemo-lo, para que a
herança se torne nossa.’ 15 Com isso lançaram-no
fora do vinhedo e o mataram. O que, portanto,
lhes fará o dono do vinhedo? 16 Virá e destruirá
esses lavradores e dará o vinhedo a outros.”

Ouvindo [isso], disseram: “Que isso nunca


aconteça!” 17 Mas ele olhou para eles e disse:
“Que significa então aquilo que está escrito: ‘A
pedra que os construtores rejeitaram, esta se
tem tornado a principal pedra angular’? 18 Todo
aquele que cair sobre esta pedra, será
despedaçado. Quanto àquele sobre quem ela cair,
será pulverizado por ela.”
19
Os escribas e os principais sacerdotes
procuravam então, naquela mesma hora, deitar
mãos nele, mas temiam o povo; porque percebiam
que contara esta ilustração pensando neles. 20 E,
depois de o observarem de perto, enviaram
homens secretamente contratados para
pretenderem ser justos, a fim de que o pudessem
apanhar na palavra, para o entregarem ao
governo e à autoridade do governador. 21 E
interrogaram-no, dizendo: “Instrutor, sabemos
que falas e ensinas corretamente e não mostras
parcialidade, mas que ensinas o caminho de Deus
em harmonia com a verdade: 22 É lícito ou não que
paguemos imposto a César?” 23 Mas ele percebia
a sua astúcia, e disse-lhes: 24 “Mostrai-me um
denário. A imagem e inscrição de quem está
nele?” Disseram: “De César.” 25 Disse-lhes ele:
“De todos os modos, pois, pagai de volta a César
as coisas de César, mas a Deus as coisas de
Deus.” 26 Bem, não foram capazes de apanhá-lo
nesta declaração perante o povo, mas, pasmados
com a resposta dele, não disseram nada.
27
No entanto, chegaram-se alguns dos
saduceus, aqueles que dizem não haver
ressurreição, e interrogaram-no, 28 dizendo:
“Instrutor, Moisés nos escreveu: ‘Se morrer o
irmão dum homem que tiver esposa, mas não tiver
filhos, seu irmão deve tomar a esposa e suscitar
dela descendência para seu irmão.’
29
Concordemente, havia sete irmãos; e o primeiro
tomou uma esposa e morreu sem filhos. 30 De
modo que o segundo 31 e o terceiro a tomaram. Do
mesmo modo até os sete: não deixaram filhos,
porém morreram. 32 Por último, morreu também a
mulher. 33 Conseqüentemente, na ressurreição, de
qual deles torna-se ela esposa? Pois os sete a
tiveram como esposa.”
34
Jesus disse-lhes: “Os filhos deste sistema de
coisas casam-se e são dados em casamento,
35
mas os que têm sido contados dignos de ganhar
aquele sistema de coisas e a ressurreição dentre
os mortos, nem se casam nem são dados em
casamento. 36 De fato, tampouco podem mais
morrer, porque são como os anjos, e são filhos de
Deus por serem filhos da ressurreição. 37 Mas, que
os mortos são levantados, até mesmo Moisés
expôs, no relato sobre o espinheiro, quando ele
chama Jeová ‘o Deus de Abraão, e o Deus de
Isaque, e o Deus de Jacó’. 38 Ele é Deus, não de
mortos, mas de viventes, pois, para ele, todos
estes vivem.” 39 Em resposta, alguns dos escribas
disseram: “Instrutor, falaste bem.” 40 Porque não
tinham mais a coragem de lhe fazerem uma só
pergunta.
41
Ele, por sua vez, lhes disse: “Como é que
dizem que o Cristo é filho de Davi? 42 Porque o
próprio Davi diz no livro dos Salmos: ‘Jeová disse
ao meu Senhor: “Senta-te à minha direita, 43 até
que eu ponha os teus inimigos como escabelo
para os teus pés.”’ 44 Davi, portanto, chama-o de
‘Senhor’; então, como é que ele é seu filho?”
45
Então, enquanto todo o povo estava
escutando, ele disse aos discípulos: 46 “Acautelai-
vos dos escribas, que desejam andar de vestes
compridas e que gostam dos cumprimentos nas
feiras, e dos primeiros assentos nas sinagogas e
dos lugares mais destacados nas refeições
noturnas, 47 e que devoram as casas das viúvas,
e, como pretexto, fazem longas orações. Estes
receberão um julgamento mais pesado.”

21 Erguendo então os olhos, viu os ricos


lançarem suas dádivas nos cofres do tesouro.
2
Viu então certa viúva necessitada lançar [neles]
duas pequenas moedas de muito pouco valor 3 e
disse: “Eu vos digo verazmente: Esta viúva,
embora pobre, lançou [neles] mais do que todos
eles. 4 Porque todos estes lançaram [neles]
dádivas do que lhes sobrava, mas esta [mulher],
de sua carência, lançou [neles] todo o seu meio
de vida.”
5
Mais tarde, visto que havia certos falando
sobre o templo, que este estava adornado com
pedras excelentes e com coisas dedicadas, 6 ele
disse: “Quanto a estas coisas que estais
observando, virão os dias em que não ficará aqui
pedra sobre pedra sem ser derrubada.”
7
Interrogaram-no então, dizendo: “Instrutor,
quando serão realmente estas coisas e qual será
o sinal quando estas coisas estão destinadas a
ocorrer?” 8 Ele disse: “Acautelai-vos de que
ninguém vos desencaminhe; porque muitos virão
à base do meu nome, dizendo: ‘Sou eu’, e:
‘Aproximou-se o tempo devido.’ Não vades após
eles. 9 Além disso, quando ouvirdes [falar] de
guerras e desordens, não fiqueis apavorados.
Porque estas coisas têm de ocorrer primeiro, mas
o fim não [ocorre] imediatamente.”
10
Então prosseguiu a dizer-lhes: “Nação se
levantará contra nação e reino contra reino; 11 e
haverá grandes terremotos, e, num lugar após
outro, pestilências e escassez de víveres; e
haverá vistas aterrorizantes e grandes sinais do
céu.
12
“Mas, antes de todas estas coisas, as
pessoas deitarão mãos em vós e vos perseguirão,
entregando-vos às sinagogas e às prisões, sendo
vós arrastados perante reis e governadores por
causa do meu nome. 13 Isto vos resultará num
testemunho. 14 Portanto, assentai nos vossos
corações não ensaiar de antemão como fazer a
vossa defesa, 15 porque eu vos darei uma boca e
sabedoria, à qual todos os vossos opositores
juntos não poderão resistir, nem [a] disputar.
16
Além disso, sereis entregues até mesmo por
pais, e irmãos, e parentes, e amigos, e eles
entregarão alguns de vós à morte; 17 e vós sereis
pessoas odiadas por todos, por causa do meu
nome. 18 Contudo, nenhum cabelo de vossa
cabeça perecerá de modo algum. 19 Pela
perseverança da vossa parte adquirireis as
vossas almas.
20
“Outrossim, quando virdes Jerusalém
cercada por exércitos acampados, então sabei
que se tem aproximado a desolação dela.
21
Então, comecem a fugir para os montes os que
estiverem na Judéia, e retirem-se os que
estiverem no meio dela, e não entrem nela os que
estiverem nos campos; 22 porque estes são dias
para se executar a justiça, para que se cumpram
todas as coisas escritas. 23 Ai das mulheres
grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
Porque haverá grande necessidade na terra e
furor sobre este povo; 24 e cairão pelo fio da
espada e serão levados cativos para todas as
nações; e Jerusalém será pisada pelas nações,
até se cumprirem os tempos designados das
nações.
25
“Também, haverá sinais no sol, e na lua, e
nas estrelas, e na terra angústia de nações, não
sabendo o que fazer por causa do rugido do mar e
da [sua] agitação, 26 os homens ficando
desalentados de temor e na expectativa das
coisas que vêm sobre a terra habitada; porque os
poderes dos céus serão abalados. 27 E então
verão o Filho do homem vindo numa nuvem, com
poder e grande glória. 28 Mas, quando estas
coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e
levantai as vossas cabeças, porque o vosso
livramento está-se aproximando.”
29
Com isso contou-lhes uma ilustração:
“Reparai na figueira e em todas as outras
árvores: 30 Quando já estão em flor, sabeis por
vós mesmos, observando isso, que já está
próximo o verão. 31 Deste modo também vós,
quando virdes estas coisas ocorrer, sabei que
está próximo o reino de Deus. 32 Deveras, eu vos
digo: Esta geração de modo algum passará até
que todas estas coisas ocorram. 33 Céu e terra
passarão, mas as minhas palavras de modo algum
passarão.
34
“Mas, prestai atenção a vós mesmos, para
que os vossos corações nunca fiquem
sobrecarregados com o excesso no comer, e com
a imoderação no beber, e com as ansiedades da
vida, e aquele dia venha sobre vós
instantaneamente 35 como um laço. Pois virá
sobre todos os que moram na face de toda a
terra. 36 Portanto, mantende-vos despertos,
fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem
sucedidos em escapar de todas estas coisas que
estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé
diante do Filho do homem.”
37
Assim, de dia ele ensinava no templo, mas de
noite saía e pousava no monte chamado Monte
das Oliveiras. 38 E todo o povo, de manhã cedo, ia
ter com ele no templo, para ouvi-lo.

22 Aproximava-se então a festividade dos pães


não fermentados, a chamada Páscoa. 2 Também,
os principais sacerdotes e os escribas estavam
buscando um meio eficiente de se livrar dele,
pois estavam em temor do povo. 3 Mas, Satanás
entrou em Judas, o chamado Iscariotes, que era
contado entre os doze; 4 e ele foi e falou com os
principais sacerdotes e os capitães [do templo]
sobre o modo eficiente de traí-lo a eles. 5 Bem,
eles se alegraram e concordaram em dar-lhe
dinheiro de prata. 6 Ele consentiu assim e
começou a buscar uma boa oportunidade para
traí-lo a eles sem [que houvesse] uma multidão
em volta.
7
Chegou então o dia dos pães não
fermentados, em que se tinha de sacrificar a
[vítima] pascoal; 8 e ele mandou Pedro e João,
dizendo: “Ide e aprontai a páscoa, para que
comamos.” 9 Disseram-lhe: “Onde queres que [a]
aprontemos?” 10 Ele lhes disse: “Eis que, ao
entrardes na cidade, virá ao encontro de vós um
homem levando um vaso de barro com água.
Segui-o para dentro da casa em que ele entrar.
11
E tendes de dizer ao proprietário da casa: ‘O
Instrutor te diz: “Onde está a sala dos hóspedes,
em que eu possa comer a páscoa com meus
discípulos?”’ 12 E esse [homem] vos mostrará uma
grande sala de sobrado, mobiliada. Aprontai-a
ali.” 13 Eles foram então e acharam-no assim
como lhes dissera, e aprontaram a páscoa.
14
Por fim, quando chegou a hora, recostou-se à
mesa, e os apóstolos com ele. 15 E ele lhes disse:
“Desejei muito comer esta páscoa convosco
antes de eu sofrer; 16 pois, eu vos digo: Não a
comerei de novo até que se cumpra no reino de
Deus.” 17 E, aceitando um copo, deu graças e
disse: “Tomai isto e passai-o de um para outro
entre vós; 18 pois, eu vos digo: Doravante não
beberei mais do produto da videira até que
chegue o reino de Deus.”
19
Tomou também um pão, deu graças, partiu-o
e deu-lho, dizendo: “Isto significa meu corpo que
há de ser dado em vosso benefício. Persisti em
fazer isso em memória de mim.” 20 Do mesmo
modo também o copo, depois de terem [tomado] a
refeição noturna, dizendo: “Este copo significa o
novo pacto em virtude do meu sangue, que há de
ser derramado em vosso benefício.
21
“Mas, eis que a mão do que me trai está
comigo à mesa. 22 Porque o Filho do homem vai
embora, segundo o que foi especificado; de
qualquer modo, ai do homem por quem ele é
traído!” 23 Principiaram assim a discutir entre si a
questão de qual deles seria realmente aquele que
estava prestes a fazer isso.
24
No entanto, levantou-se também uma disputa
acalorada entre eles sobre qual deles parecia ser
o maior. 25 Mas ele lhes disse: “Os reis das
nações dominam sobre elas, e os que têm
autoridade sobre elas são chamados de
Benfeitores. 26 Vós, porém, não deveis ser assim.
Mas, que o maior entre vós se torne como o mais
jovem, e o que age como principal, como aquele
que ministra. 27 Pois, quem é maior, aquele que se
recosta à mesa ou aquele que ministra? Não é
aquele que se recosta à mesa? Mas eu estou no
vosso meio como quem ministra.
28
“No entanto, vós sois os que ficastes comigo
nas minhas provações; 29 e eu faço convosco um
pacto, assim como meu Pai fez comigo um pacto,
para um reino, 30 a fim de que comais e bebais à
minha mesa, no meu reino, e vos senteis em
tronos para julgar as doze tribos de Israel.
31
“Simão, Simão, eis que Satanás reclamou que
fôsseis peneirados como trigo. 32 Mas tenho feito
súplica por ti, para que a tua fé não fraquejasse;
e tu, uma vez que tiveres voltado, fortalece os
teus irmãos.” 33 Então lhe disse: “Senhor, estou
pronto a ir contigo tanto para a prisão como para
a morte.” 34 Mas ele disse: “Eu te digo, Pedro: O
galo não cantará hoje até que tenhas negado três
vezes que me conheces.”
35
Ele lhes disse também: “Quando vos enviei
sem bolsa, e sem alforje, e sem sandálias,
carecestes porventura de alguma coisa?”
Disseram: “Não!” 36 Então lhes disse: “Mas agora,
quem tiver bolsa, apanhe-a, e assim também um
alforje; e quem não tiver espada, venda a sua
roupa exterior e compre uma. 37 Pois eu vos digo
que se tem de efetuar em mim o que foi escrito, a
saber: ‘E ele foi contado com os que são contra a
lei.’ Porque aquilo que se refere a mim está sendo
efetuado.” 38 Disseram então: “Senhor, eis aqui
duas espadas.” Ele lhes disse: “Basta.”
39
Saindo, ele foi, como de costume, para o
Monte das Oliveiras; e os discípulos também o
seguiram. 40 Chegando ao lugar, disse-lhes: “Fazei
orações, para que não entreis em tentação.” 41 E
ele mesmo se afastou deles, cerca de um tiro de
pedra, e dobrou os joelhos e começou a orar,
42
dizendo: “Pai, se tu quiseres, remove de mim
este copo. Não obstante, ocorra, não a minha
vontade, mas a tua.” 43 Apareceu-lhe então um
anjo do céu e o fortaleceu. 44 Mas, ficando em
agonia, continuava a orar mais seriamente; e seu
suor tornou-se como gotas de sangue caindo ao
chão. 45 E ele se levantou da oração, dirigiu-se
aos discípulos e os achou dormitando de pesar;
46
e disse-lhes: “Por que estais dormindo?
Levantai-vos e fazei orações, para que não
entreis em tentação.”
47
Enquanto ainda falava, eis uma multidão, e o
[homem] chamado Judas, um dos doze, ia na
frente deles; e ele se aproximou de Jesus para
beijá-lo. 48 Mas Jesus disse-lhe: “Judas, trais o
Filho do homem com um beijo?” 49 Quando os em
volta dele viram o que estava para acontecer,
disseram: “Senhor, devemos golpeá-los com a
espada?” 50 E um certo deles até mesmo golpeou
o escravo do sumo sacerdote e lhe tirou a orelha
direita. 51 Mas Jesus disse, em resposta: “Deixai-
o ficar nisso.” E tocou na orelha e o curou.
52
Jesus disse então aos principais sacerdotes e
capitães do templo, e aos anciãos que vieram ali
em busca dele: “Viestes com espadas e com
cacetes, como contra um salteador? 53 Enquanto
eu estava convosco no templo, dia após dia, não
estendestes as vossas mãos contra mim. Mas
esta é a vossa hora e a autoridade da escuridão.”
54
Prenderam-no então, e o levaram e trouxeram
à casa do sumo sacerdote; mas Pedro seguia à
distância. 55 Quando acenderam um fogo no meio
do pátio e se assentaram juntos, Pedro estava
sentado no meio deles. 56 Mas, certa serva o viu
sentado junto ao fogo aceso e o examinou, e
disse: “Este homem também estava com ele.”
57
Mas ele o negou, dizendo: “Não o conheço,
mulher.” 58 E, depois de pouco tempo, outra
pessoa, vendo-o, disse: “Tu também és um deles.”
Mas Pedro disse: “Homem, não sou.” 59 E, depois
de passar aproximadamente uma hora, outro
[homem] começou a insistir fortemente: “Este
[homem] certamente também estava com ele;
pois, de fato, é galileu!” 60 Mas Pedro disse:
“Homem, não sei o que dizes.” E,
instantaneamente, enquanto ainda falava, cantou
um galo. 61 E o Senhor voltou-se e olhou para
Pedro, e Pedro lembrou-se da pronunciação do
Senhor, quando lhe disse: “Hoje, antes de o galo
cantar, repudiar-me-ás três vezes.” 62 E ele saiu e
chorou amargamente.
63
Os homens que o tinham em detenção
começaram então a divertir-se às custas dele,
batendo nele; 64 e, depois de o cobrirem,
perguntavam-lhe e diziam: “Profetiza. Quem foi
que te golpeou?” 65 E prosseguiam a dizer muitas
outras coisas em blasfêmia contra ele.
66
Por fim, quando se tornou dia, ajuntou-se a
assembléia dos anciãos do povo, tanto os
principais sacerdotes como os escribas, e o
arrastaram para a sua sala do Sinédrio, dizendo:
67
“Se tu és o Cristo, dize-nos.” Mas ele lhes
disse: “Mesmo se eu vos dissesse, não o
acreditaríeis absolutamente. 68 Além disso, se eu
vos interrogasse, não me responderíeis
absolutamente. 69 No entanto, doravante o Filho
do homem estará sentado à destra poderosa de
Deus.” 70 Em vista disso, todos disseram: “És tu,
portanto, o Filho de Deus?” Disse-lhes ele: “Vós
mesmos dizeis que eu sou.” 71 Eles disseram: “Por
que precisamos de mais testemunho? Pois nós
mesmos ouvimos [isso] de sua própria boca.”

23 Levantando-se assim a multidão deles,


levaram-no a Pilatos. 2 Principiaram então a
acusá-lo, dizendo: “Achamos este homem
subvertendo a nossa nação e proibindo o
pagamento de impostos a César, e dizendo que
ele mesmo é Cristo, um rei.” 3 Pilatos fez-lhe
então uma pergunta: “És tu o rei dos judeus?” Em
resposta a ele, disse: “Tu mesmo [o] dizes.”
4
Pilatos disse então aos principais sacerdotes e
às multidões: “Não acho crime neste homem.”
5
Mas começaram a ficar insistentes, dizendo:
“Ele atiça o povo por ensinar em toda a Judéia,
principiando da Galiléia até mesmo aqui.”
6
Ouvindo isso, Pilatos perguntou se o homem era
galileu, 7 e, depois de averiguar que ele vinha da
jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que
também estava em Jerusalém naqueles dias.
8
Quando Herodes viu Jesus, alegrou-se
grandemente, porque já por bastante tempo
queria vê-lo, por ter ouvido [falar] dele, e
esperava ver algum sinal realizado por ele.
9
Começou então a interrogá-lo com muitas
palavras; mas ele não lhe dava resposta. 10 No
entanto, os principais sacerdotes e os escribas
levantavam-se e acusavam-no veementemente.
11
Então Herodes, junto com os soldados de sua
guarda, o desacreditava e se divertia às custas
dele por vesti-lo com uma roupa vistosa, e o
mandou de volta a Pilatos. 12 Tanto Herodes como
Pilatos tornaram-se assim naquele mesmo dia
amigos mútuos; porque antes disso haviam
mantido inimizade entre si.
13
Pilatos convocou então os principais
sacerdotes, e os governantes, e o povo, 14 e
disse-lhes: “Trouxestes-me este homem como
alguém que incita o povo à revolta, e, eis que o
examinei na frente de vós, mas não achei neste
homem base para as acusações que lançais
contra ele. 15 De fato, tampouco Herodes, pois no-
lo enviou de volta; e, eis que ele não cometeu
nada que mereça a morte. 16 Portanto, eu o
castigarei e o livrarei.” 17 —— 18 Mas eles
clamaram com toda a sua multidão, dizendo: “Tira
a este, mas livra-nos a Barrabás!” 19 ([Homem
este] que tinha sido lançado na prisão por certa
sedição que ocorreu na cidade e por assassínio.)
20
Pilatos exclamou novamente para eles, porque
queria livrar Jesus. 21 Começaram então a berrar,
dizendo: “Para a estaca! Para a estaca com ele!”
22
Disse-lhes pela terceira vez: “Por que, que
coisa má fez este [homem]? Não achei nele nada
que mereça a morte; portanto, eu o castigarei e o
livrarei.” 23 Em vista disso começaram a instar,
com vozes altas, exigindo que fosse pregado
numa estaca; e as suas vozes começaram a
prevalecer. 24 De modo que Pilatos proferiu
sentença para que se satisfizesse a exigência
deles: 25 livrou-lhes o homem que tinha sido
lançado na prisão por sedição e assassínio, e a
quem exigiam, mas entregou Jesus à vontade
deles.
26
Então, quando o levaram embora, pegaram
Simão, certo nativo de Cirene, que vinha do
campo, e puseram nele a estaca de tortura para a
levar atrás de Jesus. 27 Mas, seguia-lhe uma
grande multidão do povo e de mulheres que se
batiam de pesar e que o lamentavam. 28 Jesus
voltou-se para as mulheres e disse: “Filhas de
Jerusalém, parai de chorar por mim. Ao contrário,
chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos;
29
porque, eis que virão dias em que as pessoas
dirão: ‘Felizes as mulheres estéreis e as madres
que não deram à luz, e os peitos que não
amamentaram!’ 30 Então principiarão a dizer aos
montes: ‘Caí sobre nós!’, e às colinas: ‘Cobri-nos!’
31
Porque, se fazem estas coisas quando a árvore
é seivosa, o que ocorrerá quando estiver
ressequida?”
32
Mas, dois outros homens, malfeitores,
também estavam sendo levados para serem
executados com ele. 33 E quando chegaram ao
lugar chamado Caveira, pregaram-no numa
estaca, e assim também os malfeitores, um à sua
direita e outro à sua esquerda. 34 [[Mas Jesus
estava dizendo: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem
o que estão fazendo.”]] Outrossim, para
distribuírem as roupas dele, lançaram sortes. 35 E
o povo parava, olhando. Mas os governantes
escarneciam, dizendo: “A outros ele salvou;
salve-se a si mesmo, se este é o Cristo de Deus, o
Escolhido.” 36 Até mesmo os soldados se
divertiam às custas dele, chegando-se perto e
oferecendo-lhe vinho acre, 37 e dizendo: “Se tu és
o rei dos judeus, salva-te.” 38 Havia também uma
inscrição por cima dele: “Este é o rei dos judeus.”
39
Mas, um dos malfeitores pendurados
começou a dizer-lhe de modo ultrajante: “Não és
tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós.” 40 Em
resposta, o outro o censurou e disse: “Não temes
absolutamente a Deus, agora que estás no mesmo
juízo? 41 E nós, deveras, com justiça, pois
estamos recebendo plenamente o que merecemos
pelas coisas que fizemos; mas este [homem] não
fez nada fora de ordem.” 42 E ele prosseguiu a
dizer: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares
no teu reino.” 43 E ele lhe disse: “Deveras, eu te
digo hoje: Estarás comigo no Paraíso.”
44
Bem, era então já cerca da sexta hora,
contudo, caiu escuridão sobre toda a terra, até à
nona hora, 45 porque a luz do sol falhou; a cortina
do santuário rasgou-se então pelo meio. 46 E
Jesus exclamou com voz alta e disse: “Pai, às
tuas mãos confio o meu espírito.” Dizendo isso,
expirou. 47 Vendo o que estava ocorrendo, o
oficial do exército começou a glorificar a Deus,
dizendo: “Realmente, este homem era justo.” 48 E
todas as multidões, ajuntadas ali para o
espetáculo, ao observarem as coisas que
ocorriam, começaram a voltar, batendo-se no
peito. 49 Além disso, todos os conhecidos dele
estavam parados [ali] à distância. Também
mulheres, que juntas lhe tinham seguido desde a
Galiléia, estavam paradas [ali] observando estas
coisas.
50
E eis um homem de nome José, que era
membro do Conselho, homem bom e justo —
51
este [homem] não tinha votado em apoio do
desígnio e da ação deles — ele era de Arimatéia,
uma cidade dos da Judéia, e aguardava o reino de
Deus; 52 este [homem] foi a Pilatos e pediu o
corpo de Jesus. 53 E ele o tirou e enrolou em linho
fino, e o deitou num túmulo escavado na rocha,
em que ainda ninguém tinha sido deitado. 54 Ora,
era o dia da Preparação e aproximava-se a luz
vespertina do sábado. 55 Mas as mulheres, que
tinham vindo com ele desde a Galiléia,
acompanhavam-no, e foram ver o túmulo memorial
e como o corpo dele estava deitado; 56 e voltaram
para preparar aromas e óleos perfumados. Mas,
naturalmente, descansaram no sábado, segundo o
mandamento.

24 No primeiro dia da semana, porém, foram


muito cedo ao túmulo, levando os aromas que
tinham preparado. 2 Mas, acharam a pedra rolada
[da frente] do túmulo memorial, 3 e, quando
entraram, não acharam o corpo do Senhor Jesus.
4
Enquanto estavam perplexas sobre isso, eis que
pararam ao lado delas dois homens em vestuário
reluzente. 5 Visto que as [mulheres] ficaram
amedrontadas e mantinham os rostos voltados
para o chão, os [homens] disseram-lhes: “Por que
estais procurando o Vivente entre os mortos?
6
[[Ele não está aqui, mas foi levantado.]]
Lembrai-vos de como vos falou enquanto ainda
estava na Galiléia, 7 dizendo que o Filho do
homem tinha de ser entregue às mãos de homens
pecaminosos e ser pregado numa estaca, sendo,
no entanto, levantado no terceiro dia.”
8
Lembraram-se assim das suas declarações, 9 e
voltaram do túmulo memorial e relataram todas
estas coisas aos onze e a todo o resto. 10 Eram
Maria Madalena e Joana, e Maria, [mãe] de Tiago.
Também as demais mulheres com elas estavam
contando estas coisas aos apóstolos. 11 No
entanto, estas declarações pareciam-lhes tolice e
não acreditavam nas [mulheres].

[[ 12 Mas Pedro levantou-se e correu para o


túmulo memorial, e, inclinando-se para a frente,
viu somente as faixas. Ele foi assim embora,
perguntando-se o que tinha ocorrido.]]
13
Mas, eis que naquele mesmo dia dois deles
estavam caminhando para uma aldeia, cerca de
onze quilômetros distante de Jerusalém, de nome
Emaús, 14 e estavam conversando entre si sobre
todas essas coisas que tinham acontecido.
15
Ora, enquanto conversavam e palestravam,
aproximou-se o próprio Jesus e começou a andar
com eles; 16 mas os olhos deles foram impedidos
de reconhecê-lo. 17 Ele lhes disse: “Que assuntos
são estes que debateis entre vós enquanto estais
caminhando?” E eles ficaram parados de rostos
tristes. 18 Em resposta disse-lhe aquele que tinha
o nome de Cléopas: “Moras sozinho, como
forasteiro, em Jerusalém, e não sabes as coisas
que ocorreram nela nestes dias?” 19 E ele lhes
disse: “Que coisas?” Disseram-lhe: “As coisas a
respeito de Jesus, o nazareno, que se tornou
profeta poderoso em obras e palavra perante
Deus e todo o povo; 20 e como os nossos
principais sacerdotes e governantes o
entregaram à sentença de morte e o pregaram
numa estaca. 21 Mas nós esperávamos que este
[homem] fosse o destinado a livrar Israel; sim, e
além de todas estas coisas, este já é o terceiro
dia desde que essas coisas ocorreram. 22 Além
disso, certas mulheres dentre nós também nos
assombraram, porque tinham ido cedo ao túmulo
memorial, 23 mas, não achando seu corpo,
voltaram dizendo que tiveram também uma visão
sobrenatural de anjos, que disseram que ele
estava vivo. 24 Ademais, alguns dos que estavam
conosco foram ao túmulo memorial; e acharam
que era assim, exatamente como as mulheres
disseram, mas não o viram.”
25
Disse-lhes assim: “Ó insensatos e vagarosos
de coração no que se refere a crer em todas as
coisas faladas pelos profetas! 26 Não era
necessário que o Cristo sofresse estas coisas e
que entrasse na sua glória?” 27 E, principiando por
Moisés e por todos os Profetas, interpretou-lhes
em todas as Escrituras as coisas referentes a si
mesmo.
28
Por fim chegaram perto da aldeia para a qual
caminhavam, e ele fez como se fosse caminhar
mais para diante. 29 Mas eles exerceram pressão
sobre ele, dizendo: “Fica conosco, porque já está
anoitecendo e o dia já está declinando.” Em vista
disso, entrou para ficar com eles. 30 E, ao se
recostar com eles à mesa, tomou o pão,
abençoou-o, partiu-o e começou a dar-lho. 31 Com
isso abriram-se-lhes plenamente os olhos e o
reconheceram; e ele desapareceu de diante
deles. 32 E disseram um ao outro: “Não se nos
abrasavam os corações quando nos falava na
estrada, ao nos abrir plenamente as Escrituras?”
33
E eles se levantaram naquela mesma hora e
voltaram a Jerusalém, e acharam reunidos os
onze e os com eles, 34 que diziam: “O Senhor foi
de fato levantado e apareceu a Simão!” 35 Eles
mesmos relataram então os [eventos ocorridos]
na estrada e como foi reconhecido por eles pelo
partir do pão.
36
Enquanto ainda falavam destas coisas, ele
mesmo estava em pé no meio deles [[e disse-lhes:
“Paz seja convosco.”]] 37 Mas, visto que estavam
apavorados e tinham ficado amedrontados,
imaginavam ver um espírito. 38 De modo que lhes
disse: “Por que estais aflitos e por que é que se
levantam dúvidas nos vossos corações? 39 Vede
minhas mãos e meus pés, que sou eu mesmo;
apalpai-me e vede, porque um espírito não tem
carne e ossos assim como observais que eu
tenho.” 40 [[E, dizendo isso, mostrou-lhes suas
mãos e seus pés.]] 41 Mas, não acreditando eles
ainda de pura alegria e admirando-se, disse-lhes:
“Tendes aqui algo para comer?” 42 E entregaram-
lhe um pedaço de peixe assado; 43 e ele o tomou e
comeu diante dos seus olhos.
44
Disse-lhes então: “Estas são as minhas
palavras que vos falei enquanto ainda estava
convosco, que todas as coisas escritas na lei de
Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos, a respeito
de mim, têm de se cumprir.” 45 Abriu-lhes então
plenamente as mentes para que compreendessem
o significado das Escrituras 46 e disse-lhes:
“Assim está escrito que o Cristo havia de sofrer e
de ser levantado dentre os mortos no terceiro
dia, 47 e que, à base do seu nome, se havia de
pregar arrependimento para o perdão de pecados,
em todas as nações — principiando por
Jerusalém, 48 haveis de ser testemunhas destas
coisas. 49 E eis que vos estou enviando o que foi
prometido por meu Pai. Vós, porém, permanecei
na cidade até serdes revestidos de poder vindo
do alto.”
50
Mas ele os conduziu para fora, até Betânia,
e, erguendo as suas mãos, abençoou-os.
51
Enquanto os abençoava, foi separado deles e
começou a ser levado para o céu. 52 E prestaram-
lhe homenagem e voltaram para Jerusalém com
grande alegria. 53 E estavam continuamente no
templo, bendizendo a Deus.

[Notas de rodapé]

“Lucas.” Gr.: Lou·kán; lat.: Lú·cam.


Lit.: “da palavra”. Gr.: tou ló·gou; J 18,22 : “da
palavra de Jeová”.

“Zacarias” (significando “Jah Lembrou-se”), J 7-


18,21,22
; ‫א‬AB: “Zacarias”.

“Abias” (significando “Meu Pai É Jah”), J 7-18,21,22 ;


‫א‬AB: “Abia”.

Veja Ap. 1D.

Ou “habitação (morada) divina”. Gr.: na·ón; lat.:


tém·plum; J 17,18,22 (hebr.): heh·khál, “palácio;
templo”.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Veja Mt 3:1 n.: “João”.

Veja Ap. 1D.

“Espírito.” Gr.: pneú·ma·tos; lat.: Spí·ri·tu;


J 22 (hebr.): rú·ahh.

Veja Ap. 1D.

Significando “Meu Deus É Jeová”. J 17,18,22 (hebr.):


’E·li·yá·hu.
Veja Ap. 1D.

Significando “Um Vigoroso de Deus”. Gr.:


Ga·bri·él; J 17,18 (hebr.): Ghav·ri·’él.
Ou “declarar-te o evangelho”. Gr.:
eu·ag·ge·lí·sa·sthai; lat.: e·van·ge·li·zá·re.
“Serviço público.” Gr.: lei·tour·gí·as; J 17,18 (hebr.):
‛avo·dha·thóh, “seu serviço sagrado [como
sacerdote]”. Veja He 8:6; He 9:6.

Veja Ap. 1D.

Lit. só “no sexto mês”.

Gr.: Ma·ri·ám; lat.: Ma·rí·a; J 17,18,22 (hebr.): Mir·yám.

Veja Ap. 1D.

Veja Mt 1:21 n.

Veja Ap. 1D.

Ou “coisa; dito”. Gr.: rhé·ma.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

“Minha alma magnifica.” Lat.: Ma·gní·fi·cat


á·ni·ma mé·a.
Veja Ap. 1D.

Ou “sua prole”.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

“Chifre de salvação.” Ou “um poderoso salvador”.


Gr.: ké·ras so·te·rí·as; lat.: cór·nu sa·lú·tis;
J 17,18,22 (hebr.): qé·ren yeshu·‛áh.

Ou “prestarmos . . . adoração”. Gr.: la·treú·ein;


J 17,18,22 (hebr.): le‛ov·dhóh, “o servirmos
(adorarmos)”. Veja Êx 3:12 n.
Veja Ap. 1D.

Ou “Imperador”. Lat.: Caé·sa·re.

Lit.: “a habitada”. Gr.: ten oi·kou·mé·nen, fem.


sing., referindo-se à terra.

Ou “sala dos hóspedes”. Veja Mr 14:14.

Ou “morando nos campos”.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Ou “há de ser”.

“Cristo, [o] Senhor.” Gr.: Khri·stós ký·ri·os. Esta


expressão talvez seja uma versão grega do
hebr. ma·shí·ahh Yeho·wáh, “Cristo de Jeová”,
como em J 5-8,10 . Veja 2:26.

Ou “da hoste”. Lat.: mi·lí·ti·ae.

Ou “homens que ele aprova”. Gr.: an·thró·pois


eu·do·kí·as.
Veja Ap. 1D.

Veja Mt 1:21 n.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

“Soberano Senhor”, ‫א‬AB; gr.: dé·spo·ta;


J 7,8,10,13,16,17,22 (hebr.): ’Adho·naí; J 9,18 : “Jeová”.
Ou “uma luz para uma revelação das nações”.

Ou “a ressurreição”. Gr.: a·ná·sta·sin. Veja Mt


22:23 n.

Ou “vida”. Gr.: psy·khén . Veja Ap. 4A.

Ou “prestando . . . adoração”. Gr.: la·treú·ou·sa;


J 22 (hebr.): be‛ov·dháh, “em ela servir (adorar)”.
Veja Êx 3:12 n.

“Deus”, ‫א‬AB; VgSy p,s : “ao Senhor”; J 5,7-17,28 : “a


Jeová”.

Lit.: “sobre ela [ou: ele]”.

Veja Ap. 1D.

Ou “coisas”. Gr.: rhé·ma·ta. Veja 1:37 n.

Ou “o imperador”. Gr.: Kaí·sa·ros; lat.: Caé·sa·ris.

Isto é, Herodes Ântipas, filho de Herodes, o


Grande.

“Governante distrital.” Lit.: “tetrarca”; príncipe


territorial agindo pelo imperador romano. Lat.:
te·trár·cha.
Veja Ap. 1D.

Lit.: “da mudança de idéia”. Gr.: me·ta·noí·as.

Ou “salário”. Lat.: sti·pén·di·is.

Veja v. 1 n.: “distrital”.

Ou “foi imerso; foi submerso (mergulhado)”. Gr.:


ba·pti·sthén·tos.
Ou “principiar [a ensinar]”.
Ou “conforme determinado por lei”.

Lit.: “Salatiel”.

“Jesus”, ‫א‬ABVgSy s J 18,22 ; Sy p J 17,21 : “José(s)”.

“Jobel”, ‫א‬° BSy s .

“Sala”, ‫א‬° BSy s .

“Aminadabe”, AVgSy p ; B: “Admein”.

“Arã”, ADVgSy p . Ou “Rão”. Veja 1Cr 2:9; Mt 1:3, 4.

P 75 D omitem “filho de Cainã”, em harmonia com


Gên 10:24; Gên 11:12, 15; 1Cr 1:18.

Ou “força ativa”. Gr.: pneú·ma·ti; lat.: Spí·ri·tu;


J 17,18,22 (hebr.): ha·rú·ahh , “pela força ativa”.
Veja Gên 1:2 n.: “ativa”.

Segundo ‫א‬B; ADItVgSy h,p acrescentam: “mas de


toda palavra de Deus”; J 7,8,10,13-15,17 acrescentam:
“mas de tudo o que procede da boca de Jeová”.

“Esta autoridade.” Gr.: ten e·xou·sí·an taú·ten.

Veja Ap. 1D.

“Tens de prestar serviço sagrado.” Gr.:


la·treú·seis; J 17,18,22 (hebr.): ta·‛avódh. Veja Êx
3:12 n.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

“Ungiu”, ‫א‬AB; J 7,8,10,13-15 : “Jeová me ungiu.”

Veja Ap. 1D.

Lit.: “esta escritura nos vossos ouvidos”.


Ou “parábola”.

Lit.: “Sarepta”; nome gr. desta cidade.

Ou “morro”.

Ou “com um espírito demoníaco impuro”.


Possivelmente: “com uma expressão inspirada
dum demônio impuro”. Veja Re 16:14.

“Que temos nós contigo?” Esta é uma expressão


idiomática; é uma pergunta de repulsa,
indicando objeção. Veja Ap. 7B.

Ou “Amo”.

“Testemunho.” Gr.: mar·tý·ri·on; lat.:


te·sti·mó·ni·um.
Veja Ap. 1D.

Lit.: “os filhos da câmara nupcial”.

“Saboroso”, ‫א‬BSy p ; ACVg: “mais saboroso;


melhor”.

Ou “pães da proposição”.

Ou “uma vida”. Gr.: psy·khén; J 17,18,22 (hebr.):


né·fesh. Veja Ap. 4A.
Lit.: “disse-lhe”.

“Zeloso.” Ou “Zelote; Entusiasta”. Gr.: Ze·lo·tén.

“Felizes.” Gr.: Ma·ká·ri·oi; lat.: be·á·ti, que é a


base do termo “beatitudes”.

Lit.: “estais dispostos”.

Lit.: “estai fazendo”.


Ou “seio; peito”.

Ou “centurião”. Lat.: cen·tu·ri·ó·nis. O centurião


era comandante de 100 soldados.

Ou “com pressa”.

“Logo depois disso”, P 75 ‫א‬c AB; ‫א‬° CD: “No dia


seguinte.”

Ou “único”. Gr.: mo·no·ge·nés. Veja 8:42 n.

Ou “Amo”.

Ou: “Desperta!”

Ou “Amo”.

“Alguém diferente”, ‫א‬B; AD: “outro”.

“Outro”, P 75 AB; ‫א‬D: “alguém diferente”.

Ou “ouvindo[-o]”.

Ou “imersão; submersão (mergulho)”. Gr.:


bá·pti·sma.
O denário era uma moeda romana de prata que
pesava 3,85 g.

Ou “proclamando”. Gr.: ke·rýs·son; lat.:


praé·di·cans.
“Gerasenos”, P 75 BDItVg; ‫א‬: “gergesenos”; ASy p,s :
“gadarenos”.

Esta é uma expressão idiomática; é uma pergunta


de repulsa, indicando objeção. Veja Ap. 7B.

Ou “a profundeza”. Veja Ro 10:7.

Ou “fora salvo”.
Veja v. 26 n.

Ou “única”. Gr.: mo·no·ge·nés. Veja Jz 11:34 n.:


“única”.

Ou “bainha; borla”.

Ou “te salvou”.

Ou: “desperta!”

Ou “o fôlego (força de vida)”. Gr.: to pneú·ma


au·tés; J 17,18,22 (hebr.): ru·hháh.
Ou “o tetrarca”. Veja 3:1 e n.

Ou “os discípulos estavam com ele”. B ° : “os


discípulos vieram ter com ele”.

Ou “o Imersor; Submersor (Mergulhador)”. Gr.: ton


Ba·pti·stén.
Significando “Meu Deus É Jeová”. J 17,18,22 (hebr.):
’E·li·yá·hu.
Veja Ap. 5C.

Ou “vida”. Gr.: psy·khén; J 17,18,22 (hebr.): naf·shóh


(de né·fesh ). Veja Ap. 4A.

Ou “brilhante”.

“Partida.” Gr.: é·xo·don, como em 2Pe 1:15.

Ou “único”. Gr.: mo·no·ge·nés.

“Poder majestoso.” Ou “majestade”. Gr.:


me·ga·lei·ó·te·ti; lat.: ma·gni·tú·di·ne;
J 17,22 (hebr.): gedhul·láth.

Ou “quem . . . era”.
Ou “há de ser”.

Ou “vai”.

Ou “de sua ascensão”.

Ou “Amo”.

Ou “casa”.

“Setenta”, ‫א‬ACWSy p ; P 75 BDVgSy c,s Arm: “setenta e


dois”.

Lit.: “filho”.

Ou “ela”.

“Hades”, ‫א‬ABJ 21 ; J 7-18,22 : “Seol”.

“Setenta”, ‫א‬ACWSy p ; P 45,75 BDVgArm: “setenta e


dois”.

Ou “Amo”.

Veja Ap. 1D.

Ou “vida”. Veja Ap. 4A.

Veja Ap. 8A.

Ou “Amo”.

Segundo ‫א‬c BC c ; P 45,75 AC ° WVgSy c : “Uma coisa,


porém, é necessária.”

Ou “seja tido por sagrado; seja tratado como


santo”. Gr.: ha·gi·a·sthé·to; lat.:
sanc·ti·fi·cé·tur; J 17,18 (hebr.): yith·qad·dásh.
“Belzebu”, VgSy c,p,s ; P 45,75 ACDW(gr.): Be·el·ze·boúl;
‫א‬B(gr.): Be·e·ze·boúl. Veja Mt 12:24 n.

“Varrida”, ‫א‬AD; B: “desocupada, varrida”.


Ou “outros”.

Veja Mt 12:42 n.

Ou “sincero; unidirecional; em foco; generoso”.

Ou “mau; invejoso”.

Lit.: “não foi primeiro submerso (batizado)”.

Ou “para vós”.

Ou “o julgamento”. Gr.: ten krí·sin; lat.:


iu·dí·ci·um; J 17,18,22 (hebr.): ham·mish·pát .
Ou “lugares de reunião”. Gr.: a·go·raís.

Lit.: “os mataram”.

Lit.: “o lançamento para baixo [de semente]”. Gr.:


ka·ta·bo·lés.
Lit.: “das miríades”.

Ou “em público; sem privatividade”.

Lit.: “falastes ao ouvido”.

Veja Ap. 4C.

Lit.: “por dois asses (assários)”. O asse era a


décima sexta parte de um denário. Veja Ap. 8A.

Lit.: “sinagogas”.

“Como ou o que”, ‫א‬ABVg; DItSy c,p : “como”; Sy s : “o


que”.

Ou “repartidor”.

Ou “vida”. Gr.: psy·khén; J 17,18,22 (hebr.): naf·shekhá


(de né·fesh ).
Ou “ir embora; partir”. Veja Ap. 5D.

Ou “da festa de casamento”.

De aproximadamente 21 horas até a meia-noite.


Veja Mr 13:35 n.

Da meia-noite até por volta das 3 horas da


madrugada.

Ou “Amo”.

Ou “administrador doméstico”. Gr.: oi·ko·nó·mos;


lat.: di·spen·sá·tor; J 17 (hebr.): has·so·khén, “o
mordomo”. Veja Gên 24:2 n.; Ef 1:10 n.:
“administração”.

Ou “o cortará em dois”.

Lit.: “o último lépton”. Veja Ap. 8A.

“Siloé”, ‫א‬AB; J 17,18,22 : “Siloá”.

Ou “tens”.

Ou “Amo”.

Ou “misturou com”.

Lit.: “seás”. Gr.: sá·ta. O seá equivalia a 7,33 l.

Lit.: “Estai forcejando.”

Isto é, Herodes Ântipas, filho de Herodes, o


Grande. Veja 3:1.

Lit.: “estarei aperfeiçoado”.

Veja Ap. 1D.

Ou “que estiver no banquete”.

Lit.: “Ele.”
Ou: “Por favor, seja eu escusado.”

Ou “vida”. Veja Ap. 4A.

Veja Ap. 5C.

A dracma era uma moeda gr. de prata que pesava


3,4 g.

Ou “à tua vista”; como em 1Sa 20:1 na LXX.

Veja v. 18 n.

“Faze de mim um dos teus empregados”, ‫א‬BDSy h ;


P 75 AWVgSy p,s omitem isso.

Ou “sacrificai-o”.

Ou “administrador doméstico”. Gr.: oi·ko·nó·mon;


J 22 (hebr.): soh·khen-bá·yith.

O bato equivalia a 22 l.

O coro equivalia a 220 l.

Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·nos; lat.:


saé·cu·li; J 17,18,22 (hebr.): ha·‛oh·lám, “da ordem
de coisas”.

Lit.: “mamom da injustiça”. Gr.: ma·mo·ná tes


a·di·kí·as.
Lit.: “tendas eternas”.

Ou “o que é vosso”, P 75 ‫א‬ADWVgSy h,p,s ; B: “o que é


nosso”.

Lit.: “de mamom”. Gr.: ma·mo·naí; lat.:


ma·mó·nae; J 17,18,22 (hebr.): ham·ma·móhn, “de
mamom”.
“Está sendo declarado como boas novas.” Gr.:
eu·ag·ge·lí·ze·tai; lat.: e·van·ge·li·zá·tur;
J 22 (hebr.): mith·bas·sé·reth.

Veja Mt 5:32 n.: “adultério”.

Lit.: “solta”.

Ou “pobre”.

“Lázaro”, ‫א‬AB; J 18,22 (hebr.): ’El·‛a·zár, “Eleazar”,


significando “Deus Ajudou”.

“[A posição junto ao] seio”, como quando alguém


se recosta na frente de outro, no mesmo leito,
numa refeição.

“Hades”, ‫א‬AB; J 6-8,10-18,22 : “Seol”; lat.: in·fér·no. Veja


Ap. 4B.

“E foi enterrado. E no Hades, ele”, AB; ‫א‬° : “e foi


sepultado no Hades, ele”; Vg(lat.): “e ele foi
sepultado in in·fér·no. Mas ele”.

Ou “Amo”.

Ou “esta [árvore] sicamina”.

Lit.: “dele”.

Ou “te salvou”.

Ou “está entre vós”.

Ou “grande inundação; cataclismo”. Gr.:


ka·ta·kly·smós; lat.: di·lú·vi·um; J 17,18,22 (hebr.):
ham·mab·búl, “o dilúvio”.
Ou “vida”. Gr.: psy·khén; J 17,18,22 (hebr.): naf·shóh
(de né·fesh ).
P 75 ‫א‬ABW omitem isso; DVgSy c,h,p,s : “Dois homens
estarão no campo; um será levado junto, e o
outro será abandonado.” (Veja Mt 24:40.)

Ou “Amo”.

Ou “intimidar-me”. Provém duma palavra que


significa “socar sob o olho”.

Ou “achará . . . tal fé”.

Ou “seus filhos”.

Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·ni; lat.: saé·cu·lo;


J 22 (hebr.): ba·‛oh·lám, “na ordem de coisas”.

Lit.: “ele”.

Ou “Amo”.

Ou “te salvou”.

Ou “sicômoro”.

Ou “Amo”.

Ou “assegurar-se um reino”.

A mina gr. pesava 340 g; não era uma moeda, e


era diferente da mina hebr.

Ou “reino”. Gr.: ba·si·leí·an; lat.: ré·gno.

Ou “Amo”.

Ou “outro”. Sy s : “o último”.

Veja Ap. 1D.

Ou “nas maiores alturas”.

Ou “imersão; submersão (mergulho)”. Gr.:


bá·pti·sma.
Ou “ao imperador”. Gr.: Kaí·sa·ri; lat.: Caé·sa·ri.

Este era uma moeda romana de prata que pesava


3,85 g.

“Ressurreição.” Gr.: a·na·stá·sei, “levantar-se;


erguer-se” (de a·ná, “para cima”, e stá·sis,
“estar de pé”); lat.: re·sur·rec·ti·ó·ne.

Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·nos; lat.:


saé·cu·li; J 17,18,22 (hebr.): ha·‛oh·lám, “a ordem de
coisas”.

Veja Ap. 1D.

Ou “quando ele diz: ‘Jeová, o Deus de Abraão’”.

Ou “vivem do seu ponto de vista”.

Veja Ap. 1D.

Veja 11:43 n.

Ou “da tesouraria sagrada”.

Lit.: “dois leptas”. Veja Ap. 8A.

Ou “contribuíram para as dádivas”.

Ou “remate; fim completo”. Gr.: té·los.

Ou “se agitará; se excitará”.

“Testemunho.” Gr.: mar·tý·ri·on; lat.:


te·sti·mó·ni·um.
Ou “fala vigorosa”.

Ou “as vossas vidas [futuras]”. Gr.: psy·khás


hy·món; J 17 (hebr.): naf·sho·theh·khém. Veja Mt
10:28.
Lit.: “dias de vingança”.

“Nações.” Gr.: e·thnón; lat.: gén·ti·bus, “gentios”;


J 17 (hebr.): ghoh·yím, “goim”.

“Se cumprirem e serem”, B.

Lit.: “a habitada”. Gr.: tei oi·kou·mé·nei, dativo,


fem. sing., referindo-se à terra; lat.: u·ni·vér·so
ór·bi, “o círculo inteiro”, isto é, da terra. Veja
Is 13:11 n.: “produtivo”; Na 1:5 n.

Ou “as forças; hostes”.

“Vindo.” Gr.: er·khó·me·non.

“Geração.” Gr.: ge·ne·á; é diferente de gé·nos,


“raça”, como em 1Pe 2:9.

Ou “ansiedade quanto aos meios de vida”.

Ou “é”, no sentido de significar, importar em,


representar. Veja Mt 26:26 n.

“Que há de ser dado . . . derramado em vosso


benefício”, P 75 ‫א‬ABWVgSy h,p Arm; DIt omitem
essas palavras dos vv. 19, 20 .

Ou “serve”.

Ou “Amo”.

Lit.: “De nada!”

Ou “Amo”.

Os vv. 43, 44, constam em ‫א‬° DVgSy c,h,hi,p Arm; P 75


‫א‬c ABWSy s omitem isso.

“O”, AD ° VgSy h .

“O”, ‫א‬BDItVg; ASy p : “[a] Jesus”.


Ou “seu Sinédrio”.

Ou “à destra do poder”.

Ou “ao imperador”. Gr.: Kaí·sa·ri; lat.: Caé·sa·ri.

Isto é, Herodes Ântipas, filho de Herodes, o


Grande. Veja 3:1.

Ou “esplêndida”.

P 75 AB omitem o v. 17 ; ‫א‬WVgSy p : “Ora, de


festividade em festividade ele precisava livrar-
lhes um homem.” (DSy c,s acrescentam essas
palavras após o v. 19 ; veja Mt 27:15; Mr 15:6.)

Ou “Fixa-o numa estaca (poste)!” Veja Ap. 5C.

“Caveira.” Gr.: Kra·ní·on; lat.: Cal·vá·ri·ae;


J 17,18 (hebr.): Gul·gol·tá’. Veja Mt 27:33.

‫א‬CVgSy c,p inserem estas palavras entre colchetes;


P 75 BD ° WSy s omitem isso.

Segundo P 75 BSy c,s ; DVgSy p acrescentam: “(escrita)


em letras gregas, e latinas, e hebraicas”, para
concordar com Jo 19:20.

Lit.: “O rei dos judeus (é) este.” Gr.: Ho ba·si·leús


ton I·ou·daí·on hoú·tos; lat.: hic est rex
Iu·dae·ó·rum; J 22 (hebr.): zé·hu’ mé·lekh
hai·Yehu·dhím.
“Hoje.” Embora WH coloque uma vírgula no texto
grego antes da palavra “hoje”, nos mss. unciais
gr. não se usavam vírgulas. Em harmonia com o
contexto, omitimos a vírgula antes de “hoje”.
Sy c (do quinto séc. EC) verte este texto:
“Amém, eu te digo hoje que comigo estarás no
Jardim do Éden.” — F. C. Burkitt, The
Curetonian Version of the Four Gospels, Vol. I,
Cambridge, 1904.

“No Paraíso”, ‫א‬ABVgJ 11,13,16 ; gr.: en toi


pa·ra·deí·soi; J 17,18,22 (hebr.): beghan-‛É·dhen, “no
jardim do Éden”. Veja Gên 2:8, 10, 15, 16, na
LXX.

A “nona hora” seria por volta das 15 horas. A


“sexta hora” seria por volta do meio-dia,
contada desde o nascer do sol.

Ou “da habitação (morada) divina”. Gr.: tou na·oú;


lat.: tém·pli; J 17,18,22 (hebr.): ha·heh·khál.

Ou “centurião”; comandante de 100 soldados.

Ou “conselheiro; senador”. Gr.: bou·leu·tés.

Ou “judeus”. Gr.: I·ou·daí·on .

Ou “e o sábado estava chegando”.

“Do Senhor Jesus”, P 75 ‫א‬ABCWVgSy h Arm; DIt mss.


omitem isso.

“Ele não está aqui, mas foi levantado”, P 75


‫א‬ABVgSyArm; DIt mss. omitem isso.

Ou “fixado numa estaca (poste)”. Veja Ap. 5C.

“Do túmulo memorial”, P 75 ‫א‬ABWVgSy; DIt mss. Arm


omitem isso.

Segundo P 75 ‫א‬ABWVgSy; DIt mss. omitem estas


palavras entre colchetes.

Ou “sete e meia milhas [romanas]”. Lit.:


“sessenta estádios”. Gr.: sta·dí·ous
he·xé·kon·ta; lat.: sta·di·ó·rum se·xa·gín·ta;
cerca de 11 km. Compare isso com Mt 5:41 n.;
veja Ap. 8A.

“Abrasavam”, ‫א‬AB; D: “estavam velados”; Sy p,s :


“estavam pesados”; It ms. l : “estavam obtusos”;
It ms. c : “estavam cegos”.

Ou “Amo”.

“E disse-lhes . . . convosco”, P 75 ‫א‬AB; DIt omitem


isso.

Segundo P 75 ‫א‬ABWVgSy h,hi,p Arm (veja Jo 20:20);


DItSy c,s omitem o v. 40 .

VgSy c,p e mss. ENXΔΘ (do sexto ao décimo séc.)


acrescentam: “e um favo de mel”; P 75 ‫א‬ABDSy s
omitem isso.

“E começou a ser levado para o céu”, P 75


‫א‬c ABCWVgSy p Arm; ‫א‬° DSy s omitem isso.

“Prestaram-lhe homenagem e”, P 75 ‫א‬ABCWSy h,p ;


DIt mss. Sy s omitem isso. Veja He 1:6.

Segundo João

1 No princípio era a Palavra, e a Palavra estava


com o Deus, e a Palavra era [um] deus. 2 Este
estava no princípio com o Deus. 3 Todas as coisas
vieram à existência por intermédio dele, e à parte
dele nem mesmo uma só coisa veio à existência.

O que veio à existência 4 por meio dele foi a


vida, e a vida era a luz dos homens. 5 E a luz está
brilhando na escuridão, mas a escuridão não a
tem vencido.
6
Surgiu um homem enviado como
representante de Deus: seu nome era João. 7 Este
[homem] veio em testemunho, a fim de dar
testemunho da luz, para que pessoas de toda
sorte cressem por intermédio dele. 8 Ele não era
essa luz, mas havia de dar testemunho dessa luz.
9
A verdadeira luz que dá luz a toda sorte de
homem estava para vir ao mundo. 10 Ele estava no
mundo, e o mundo veio à existência por
intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.
11
Veio ao seu próprio lar, mas os seus não o
acolheram. 12 No entanto, a tantos quantos o
receberam, a estes deu autoridade para se
tornarem filhos de Deus, porque exerciam fé no
seu nome; 13 e nasceram, não do sangue, nem da
vontade carnal, nem da vontade do homem, mas
de Deus.
14
De modo que a Palavra se tornou carne e
residiu entre nós, e observamos a sua glória, uma
glória tal como a de um filho unigênito dum pai; e
ele estava cheio de benignidade imerecida e de
verdade. 15 (João deu testemunho dele, sim, ele
realmente clamou — este era aquele que [o] disse
— dizendo: “Aquele que vem atrás de mim
avançou na minha frente, porque existiu antes de
mim.”) 16 Pois todos nós recebemos de sua
plenitude, sim, benignidade imerecida sobre
benignidade imerecida. 17 Porque a Lei foi dada
por intermédio de Moisés, a benignidade
imerecida e a verdade vieram à existência por
intermédio de Jesus Cristo. 18 Nenhum homem
jamais viu a Deus; o deus unigênito, que está [na
posição] junto ao seio do Pai, é quem o tem
explicado.
19
Ora, este é o testemunho de João, quando os
judeus lhe enviaram sacerdotes e levitas de
Jerusalém para perguntar-lhe: “Quem és?” 20 E ele
confessou e não negou, mas confessou: “Eu não
sou o Cristo.” 21 E perguntaram-lhe: “O que,
então? És tu Elias?” E ele disse: “Não sou.” “És tu
O Profeta?” E ele respondeu: “Não!” 22 Disseram-
lhe, portanto: “Quem és? para que possamos dar
uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes a
respeito de ti mesmo?” 23 Ele disse: “Eu sou a voz
de alguém clamando no ermo: ‘Fazei reto o
caminho de Jeová’, assim como disse Isaías, o
profeta.” 24 Ora, os que tinham sido enviados
eram dos fariseus. 25 De modo que o interrogaram
e lhe disseram: “Então, por que batizas, se tu
mesmo não és o Cristo, nem Elias, nem O
Profeta?” 26 João respondeu-lhes, dizendo: “Eu
batizo em água. No meio de vós está parado um a
quem não conheceis, 27 o que vem atrás de mim,
não sendo eu nem digno de desatar o cordão de
suas sandálias.” 28 Estas coisas ocorreram em
Betânia, do outro lado do Jordão, onde João
estava batizando.
29
No dia seguinte viu Jesus aproximar-se dele
e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo! 30 Este é aquele a respeito de
quem eu disse: Atrás de mim vem um homem que
avançou na minha frente, porque existiu antes de
mim. 31 Até eu não o conhecia, mas a razão por
que vim batizar em água era que ele fosse
manifestado a Israel.” 32 João deu também
testemunho, dizendo: “Observei o espírito descer
como pomba do céu; e permaneceu sobre ele.
33
Até eu não o conhecia, mas o Mesmo que me
enviou a batizar em água disse-me: ‘Sobre quem
for que vires descer o espírito e permanecer, este
é quem batiza em espírito santo.’ 34 E eu [o] vi e
dei testemunho de que este é o Filho de Deus.”
35
Novamente, no dia seguinte, João estava
parado com dois dos seus discípulos, 36 e ao olhar
para Jesus andando [ali], disse: “Eis o Cordeiro
de Deus!” 37 E os dois discípulos o ouviram falar e
seguiram a Jesus. 38 Jesus voltou-se então, e,
observando que o seguiam, disse-lhes: “O que
estais procurando?” Disseram-lhe: “Rabi, (que,
traduzido, quer dizer: Instrutor,) onde estás
pousando?” 39 Disse-lhes: “Vinde, e vereis.”
Concordemente, foram e viram onde estava
pousando, e ficaram com ele aquele dia; isso foi
cerca da décima hora. 40 André, irmão de Simão
Pedro, foi um dos dois que ouviram o que João
dissera e que seguiram [a Jesus]. 41 Este,
primeiro, achou seu próprio irmão, Simão, e
disse-lhe: “Achamos o Messias” (que, traduzido,
quer dizer: Cristo). 42 Conduziu-o a Jesus. Olhando
Jesus para ele, disse: “Tu és Simão, filho de
João; serás chamado Cefas” (que, traduzido, é
Pedro).
43
No dia seguinte, ele desejava partir para a
Galiléia. Jesus achou assim Filipe e disse-lhe:
“Sê meu seguidor.” 44 Ora, Filipe era de Betsaida,
da cidade de André e Pedro. 45 Filipe achou
Natanael e disse-lhe: “Achamos aquele de quem
escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus,
filho de José, de Nazaré.” 46 Mas, Natanael disse-
lhe: “Pode sair algo bom de Nazaré?” Filipe disse-
lhe: “Vem e vê.” 47 Jesus viu Natanael aproximar-
se e disse a respeito dele: “Eis um israelita de
verdade, em quem não há fraude.” 48 Natanael
disse-lhe: “Como é que me conheces?” Jesus, em
resposta, disse-lhe: “Antes de Filipe te chamar,
enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi.”
49
Natanael respondeu-lhe: “Rabi, tu és o Filho de
Deus, tu és o Rei de Israel.” 50 Jesus, em
resposta, disse-lhe: “Porque eu te disse que te vi
debaixo da figueira tu crês? Verás coisas maiores
do que estas.” 51 Disse-lhe ainda mais: “Eu vos
digo em toda a verdade: Vereis o céu aberto e os
anjos de Deus ascendendo e descendo para o
Filho do homem.”

2 Ora, no terceiro dia realizou-se uma festa de


casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus
estava lá. 2 Jesus e seus discípulos foram
também convidados para a festa de casamento.
3
Quando o vinho estava escasseando, a mãe de
Jesus disse-lhe: “Eles não têm vinho.” 4 Mas
Jesus disse-lhe: “Que tenho eu que ver contigo,
mulher? Minha hora não chegou ainda.” 5 Sua mãe
disse aos que ministravam: “O que ele vos disser,
fazei.” 6 Acontece que havia ali seis talhas de
pedra, para água, conforme exigidas pelas regras
de purificação dos judeus, cada uma capaz de
conter duas ou três medidas de líquidos. 7 Jesus
disse-lhes: “Enchei com água as talhas.” E
encheram-nas até em cima. 8 E ele lhes disse:
“Tirai agora um pouco e levai-o ao diretor da
festa.” Levaram-no assim. 9 Ora, quando o diretor
da festa provou a água que tinha sido
transformada em vinho, mas sem saber donde
vinha, embora o soubessem os ministrantes que
haviam tirado a água, o diretor da festa chamou o
noivo 10 e disse-lhe: “Todo outro homem
apresenta primeiro o vinho excelente, e, quando
as pessoas ficam inebriadas, o inferior. Tu
reservaste o vinho excelente até agora.” 11 Jesus
realizou isso em Caná da Galiléia, como princípio
dos seus sinais, e tornou manifesta a sua glória;
e seus discípulos depositaram nele a sua fé.
12
Depois disso, ele, e sua mãe, e os irmãos e
os discípulos dele, desceram para Cafarnaum,
mas não ficaram ali muitos dias.
13
Aproximara-se então a páscoa dos judeus, e
Jesus subiu para Jerusalém. 14 E ele achou no
templo os que vendiam gado, e ovelhas, e
pombas, e os corretores de dinheiro nos seus
assentos. 15 Assim, depois de fazer um chicote de
cordas, expulsou do templo a todos com as
ovelhas e o gado, e derramou as moedas dos
cambistas e derrubou as suas mesas. 16 E ele
disse aos que vendiam as pombas: “Tirai estas
coisas daqui! Parai de fazer da casa de meu Pai
uma casa de comércio!” 17 Seus discípulos
lembraram-se de que está escrito: “O zelo da tua
casa me devorará.”
18
Portanto, os judeus disseram-lhe, em
resposta: “Que sinal tens para mostrar-nos, visto
que fazes estas coisas?” 19 Em resposta, Jesus
disse-lhes: “Demoli este templo, e em três dias o
levantarei.” 20 Os judeus disseram, portanto:
“Este templo foi construído em quarenta e seis
anos, e tu o levantarás em três dias?” 21 Mas ele
estava falando do templo do seu corpo. 22 Quando,
porém, foi levantado dentre os mortos, seus
discípulos lembraram-se de que costumava dizer
isso; e eles acreditaram na Escritura e na palavra
que Jesus dissera.
23
No entanto, quando ele estava em Jerusalém,
na páscoa, na sua festividade, muitas pessoas
depositaram sua fé no nome dele, observando os
sinais que realizava. 24 Mas o próprio Jesus não
se confiava a eles, porque os conhecia a todos
25
e porque não tinha necessidade de que alguém
desse testemunho do homem, pois ele mesmo
sabia o que havia no homem.

3 Ora, havia um homem dos fariseus, cujo nome


era Nicodemos, um governante dos judeus. 2 Este
veio a ele de noite e disse-lhe: “Rabi, sabemos
que tu, como instrutor, tens vindo de Deus; pois,
ninguém pode realizar esses sinais que tu
realizas, a menos que Deus esteja com ele.” 3 Em
resposta, Jesus disse-lhe: “Digo-te em toda a
verdade: A menos que alguém nasça de novo, não
pode ver o reino de Deus.” 4 Nicodemos disse-lhe:
“Como pode um homem nascer, sendo velho? Será
que pode entrar pela segunda vez na madre de
sua mãe e nascer?” 5 Jesus respondeu: “Eu te
digo em toda a verdade: A menos que alguém
nasça de água e espírito, não pode entrar no
reino de Deus. 6 O que tem nascido da carne é
carne, e o que tem nascido do espírito é espírito.
7
Não te maravilhes por eu te dizer: Vós tendes de
nascer de novo. 8 O vento sopra para onde quer, e
ouves o som dele, mas não sabes donde vem e
para onde vai. Assim é todo aquele que tem
nascido do espírito.”
9
Nicodemos disse-lhe, em resposta: “Como
podem suceder estas coisas?” 10 Em resposta,
Jesus disse-lhe: “És tu instrutor de Israel e ainda
assim não sabes estas coisas? 11 Digo-te em toda
a verdade: O que sabemos, falamos, e o que
temos visto, disso damos testemunho, mas vós
não recebeis o testemunho que damos. 12 Se eu
vos disse coisas terrenas e ainda assim não
credes, como crereis se eu vos disser coisas
celestiais? 13 Ademais, nenhum homem ascendeu
ao céu, senão aquele que desceu do céu, o Filho
do homem. 14 E assim como Moisés ergueu a
serpente no ermo, assim tem de ser erguido o
Filho do homem, 15 para que todo o que nele crer
tenha vida eterna.
16
“Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o
seu Filho unigênito, a fim de que todo aquele que
nele exercer fé não seja destruído, mas tenha
vida eterna. 17 Pois, Deus enviou seu Filho ao
mundo, não para julgar o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por intermédio dele. 18 Quem
nele exercer fé, não há de ser julgado. Quem não
exercer fé, já foi julgado porque não exerceu fé
no nome do Filho unigênito de Deus. 19 Agora,
esta é a base para o julgamento: que a luz veio
ao mundo, mas os homens amaram mais a
escuridão do que a luz, porque as suas obras
eram iníquas. 20 Pois quem pratica coisas ruins
odeia a luz e não se chega à luz, a fim de que as
suas obras não sejam repreendidas. 21 Mas, quem
faz o que é verdadeiro se chega à luz, a fim de
que as suas obras sejam manifestas como tendo
sido feitas em harmonia com Deus.”
22
Depois dessas coisas, Jesus e seus
discípulos foram para o país da Judéia, e ali
passou algum tempo com eles e batizava. 23 Mas,
João também estava batizando em Enom, perto
de Salim, porque havia ali uma grande quantidade
de água e as pessoas vinham e eram batizadas;
24
pois, João ainda não tinha sido lançado na
prisão.
25
Surgiu assim da parte dos discípulos de João
uma disputa com um judeu, a respeito da
purificação. 26 Vieram assim a João e disseram-
lhe: “Rabi, o homem que estava contigo do outro
lado do Jordão, de quem deste testemunho, eis
que este está batizando e todos vão a ele.” 27 Em
resposta, João disse: “O homem não pode receber
nem uma única coisa a menos que lhe seja dada
do céu. 28 Vós mesmos me dais testemunho de
que eu disse: Eu não sou o Cristo, mas, fui
enviado na frente deste. 29 Quem tem a noiva é o
noivo. No entanto, o amigo do noivo, estando em
pé e ouvindo-o, tem muita alegria por causa da
voz do noivo. Esta alegria minha, por isso, ficou
completa. 30 Este tem de estar aumentando, mas
eu tenho de estar diminuindo.”
31
Aquele que vem de cima é sobre todos os
outros. Quem é da terra é da terra e fala as
coisas da terra. Aquele que vem do céu é sobre
todos os outros. 32 O que ele tem visto e ouvido,
disso dá testemunho, mas nenhum homem está
aceitando o seu testemunho. 33 Quem tem aceito
o seu testemunho, tem posto neste o seu selo, de
que Deus é verdadeiro. 34 Pois aquele a quem
Deus enviou fala as declarações de Deus, porque
ele não dá o espírito por medida. 35 O Pai ama o
Filho e tem entregue todas as coisas na sua mão.
36
Quem exerce fé no Filho tem vida eterna; quem
desobedece ao Filho não verá a vida, mas o furor
de Deus permanece sobre ele.

4 Então, quando o Senhor se apercebeu de que


os fariseus tinham ouvido [falar] que Jesus fazia
e batizava mais discípulos do que João —
2
embora, deveras, o próprio Jesus não batizasse,
mas sim os seus discípulos — 3 abandonou a
Judéia e partiu novamente para a Galiléia. 4 Mas,
era necessário que passasse por Samaria.
5
Concordemente, veio a uma cidade de Samaria,
chamada Sicar, perto do campo que Jacó dera a
José, seu filho. 6 De fato, ali se achava a fonte de
Jacó. Ora, Jesus, cansado da jornada, estava
sentado junto à fonte, assim como estava. Era
cerca da sexta hora.
7
Veio uma mulher de Samaria para tirar água.
Jesus disse-lhe: “Dá-me de beber.” 8 (Pois os seus
discípulos tinham ido à cidade para comprar
comestíveis.) 9 Portanto, a mulher samaritana
disse-lhe: “Como é que tu, apesar de ser judeu,
me pedes de beber, quando eu sou mulher
samaritana?” (Porque os judeus não têm tratos
com os samaritanos.) 10 Em resposta, Jesus disse-
lhe: “Se tivesses sabido da dádiva gratuita de
Deus e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe
terias pedido e ele te teria dado água viva.” 11 Ela
lhe disse: “Senhor, não tens nem mesmo um balde
para tirar água, e o poço é profundo. Donde tens
então esta água viva? 12 Será que és maior do que
o nosso antepassado Jacó, que nos deu o poço e
que bebeu dele junto com os seus filhos e seu
gado?” 13 Em resposta, Jesus disse-lhe: “Todo
aquele que beber desta água ficará novamente
com sede. 14 Quem beber da água que eu lhe der,
nunca mais ficará com sede, mas a água que eu
lhe der se tornará nele uma fonte de água que
borbulha para dar vida eterna.” 15 A mulher disse-
lhe: “Senhor, dá-me desta água, para que eu não
tenha sede nem venha mais para este lugar a fim
de tirar água.”
16
Disse-lhe ele: “Vai, chama teu marido e vem
para este lugar.” 17 Em resposta, a mulher disse:
“Não tenho marido.” Jesus disse-lhe: “Disseste
bem: ‘Não tenho marido.’ 18 Pois, tiveste cinco
maridos, e o [homem] que agora tens não é teu
marido. Isso disseste verazmente.” 19 A mulher
disse-lhe: “Senhor, percebo que és um profeta.
20
Nossos antepassados adoravam neste monte;
mas vós dizeis que o lugar onde as pessoas
devem adorar é em Jerusalém.” 21 Jesus disse-
lhe: “Acredita-me, mulher: Vem a hora em que
nem neste monte, nem em Jerusalém, adorareis o
Pai. 22 Adorais o que não conheceis; nós
adoramos o que conhecemos, porque a salvação
se origina dos judeus. 23 Não obstante, vem a
hora, e agora é, quando os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai com espírito e
verdade, pois, deveras, o Pai está procurando a
tais para o adorarem. 24 Deus é Espírito, e os que
o adoram têm de adorá-lo com espírito e
verdade.” 25 A mulher disse-lhe: “Eu sei que vem
[o] Messias, que é chamado Cristo. Quando este
chegar, ele nos declarará abertamente todas as
coisas.” 26 Jesus disse-lhe: “Eu, que falo contigo,
sou ele.”
27
Ora, foi neste ponto que chegaram os seus
discípulos, e eles começaram a admirar-se,
porque falava com uma mulher. Naturalmente,
ninguém disse: “O que estás procurando?” ou:
“Por que falas com ela?” 28 A mulher, portanto,
deixou o seu cântaro e foi à cidade, e disse aos
homens: 29 “Vinde, vede um homem que me disse
todas as coisas que eu fiz. Será que este é o
Cristo?” 30 Saíram da cidade e começaram a
chegar-se a ele.
31
Entrementes, os discípulos instavam com
ele, dizendo: “Rabi, come.” 32 Mas ele lhes disse:
“Tenho alimento para comer de que vós não
sabeis.” 33 Os discípulos começaram assim a dizer
uns aos outros: “Será que alguém lhe trouxe algo
para comer?” 34 Jesus disse-lhes: “Meu alimento é
eu fazer a vontade daquele que me enviou e
terminar a sua obra. 35 Não dizeis que ainda
faltam quatro meses até chegar a colheita? Eis
que vos digo: Erguei os vossos olhos e observai
os campos, que estão brancos para a colheita.
Desde já 36 o ceifeiro está recebendo salário e
está ajuntando fruto para a vida eterna, para que
o semeador e o ceifeiro se alegrem juntos.
37
Neste respeito, de fato, é verdadeira a palavra:
Um é o semeador e outro o ceifador. 38 Eu vos
mandei ceifar aquilo em que não labutastes.
Outros labutaram, e vós entrastes no proveito do
seu labor.”
39
Ora, muitos samaritanos daquela cidade
depositaram nele fé por causa da palavra da
mulher que dissera em testemunho: “Ele me disse
todas as coisas que fiz.” 40 Portanto, chegando-se
a ele os samaritanos, começaram a pedir-lhe que
ficasse com eles; e ficou ali dois dias. 41 Em
conseqüência disso, muitos mais creram por
causa do que dizia, 42 e começaram a dizer à
mulher: “Não é mais pela tua conversa que
cremos; porque nós mesmos temos ouvido e
sabemos que este homem certamente é o
salvador do mundo.”
43
Depois desses dois dias, partiu dali para a
Galiléia. 44 O próprio Jesus, porém, dava
testemunho de que um profeta não tem honra na
sua própria pátria. 45 Portanto, ao chegar à
Galiléia, os galileus receberam-no porque tinham
visto todas as coisas que ele fizera em
Jerusalém, na festividade, pois eles também
tinham ido à festividade.
46
Por conseguinte, ele veio novamente à Caná
da Galiléia, onde transformara a água em vinho.
Havia então ali certo assistente do rei, cujo filho
estava doente em Cafarnaum. 47 Quando este
homem ouviu que Jesus saíra da Judéia para a
Galiléia, foi ter com ele e começou a pedir-lhe
que descesse e sarasse seu filho, pois estava às
portas da morte. 48 Jesus, porém, disse-lhe: “A
menos que vós vejais sinais e prodígios, de modo
algum acreditareis.” 49 O assistente do rei disse-
lhe: “Senhor, desce antes de minha criancinha
morrer.” 50 Jesus disse-lhe: “Vai; teu filho vive.” O
homem acreditou na palavra que Jesus lhe falou
e foi embora. 51 Mas, enquanto ainda estava
descendo, vieram ao encontro dele seus escravos
para dizer que seu menino estava vivo.
52
Começou assim a indagar deles a hora em que
ficou melhor de saúde. Concordemente lhe
disseram: “Ontem, na sétima hora, a febre o
abandonou.” 53 Portanto, o pai sabia que fora
naquela mesma hora que Jesus lhe dissera: “Teu
filho vive.” E ele e toda a sua família creram.
54
Demais, este foi o segundo sinal que Jesus
realizou depois de sair da Judéia para a Galiléia.

5 Depois destas coisas houve uma festividade


dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 2 Ora, em
Jerusalém, junto ao portão das ovelhas, havia um
reservatório de água, denominado em hebraico
Betsata, com cinco colunatas. 3 Nestas deitava-
se uma multidão de doentes, cegos, coxos e os
que tinham membros ressequidos. 4 —— 5 Mas,
havia ali também certo homem que já estava com
a sua doença por trinta e oito anos. 6 Vendo este
homem deitado e apercebendo-se de que já
estava [doente] por longo tempo, Jesus disse-lhe:
“Queres ficar são?” 7 Respondeu-lhe o doente:
“Senhor, não tenho nenhum homem para pôr-me
no reservatório de água quando a água fica
agitada; mas, enquanto eu me chego, outro desce
na minha frente.” 8 Jesus disse-lhe: “Levanta-te,
apanha a tua maca e anda.” 9 Com isso, o homem
ficou imediatamente são, e ele apanhou a sua
maca e começou a andar.

Ora, aquele dia era sábado. 10 Os judeus


começaram, por isso, a dizer ao homem curado:
“É sábado, e não te é lícito carregar a maca.”
11
Mas ele lhes respondeu: “O mesmo que me fez
são disse-me: ‘Apanha a tua maca e anda.’”
12
Disseram-lhe: “Quem é o homem que te disse:
‘Apanha-a e anda’?” 13 Mas o homem sarado não
sabia quem ele era, porque Jesus se havia
desviado, pois havia uma multidão no lugar.
14
Depois destas coisas, Jesus encontrou-o no
templo e disse-lhe: “Eis que tens ficado são. Não
peques mais, a fim de que não te aconteça algo
pior.” 15 O homem foi embora e disse aos judeus
que fora Jesus quem o havia feito são. 16 Assim,
por esta razão, os judeus perseguiam a Jesus,
porque fazia estas coisas durante o sábado.
17
Mas ele lhes respondeu: “Meu Pai tem estado
trabalhando até agora e eu estou trabalhando.”
18
Deveras, por esta razão, os judeus começaram
ainda mais a procurar matá-lo, porque não
somente violava o sábado, mas também chamava
a Deus de seu próprio Pai, fazendo-se igual a
Deus.
19
Portanto, em resposta, Jesus prosseguiu a
dizer-lhes: “Digo-vos em toda a verdade: O Filho
não pode fazer nem uma única coisa de sua
própria iniciativa, mas somente o que ele observa
o Pai fazer. Porque as coisas que Este faz, estas
o Filho faz também da mesma maneira. 20 Pois o
Pai tem afeição pelo Filho e mostra-lhe todas as
coisas que ele mesmo faz, e mostrar-lhe-á obras
maiores do que estas, a fim de que vos
maravilheis. 21 Porque, assim como o Pai levanta
os mortos e os faz viver, assim também o Filho
faz viver os que ele quer. 22 Porque o Pai não
julga a ninguém, mas tem confiado todo o
julgamento ao Filho, 23 a fim de que todos honrem
o Filho, assim como honram o Pai. Quem não
honrar o Filho, não honra o Pai que o enviou.
24
Digo-vos em toda a verdade: Quem ouve a
minha palavra e acredita naquele que me enviou
tem vida eterna, e ele não entra em julgamento,
mas tem passado da morte para a vida.
25
“Digo-vos em toda a verdade: Vem a hora, e
agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho
de Deus, e os que tiverem dado ouvidos viverão.
26
Pois, assim como o Pai tem vida em si mesmo,
assim também concedeu ao Filho ter vida em si
mesmo. 27 E deu-lhe autoridade para julgar,
porque é Filho do homem. 28 Não vos maravilheis
disso, porque vem a hora em que todos os que
estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz
29
e sairão, os que fizeram boas coisas, para uma
ressurreição de vida, os que praticaram coisas
ruins, para uma ressurreição de julgamento.
30
Não posso fazer nem uma única coisa de minha
própria iniciativa; assim como ouço, eu julgo; e o
julgamento que faço é justo, porque não procuro
a minha própria vontade, mas a vontade daquele
que me enviou.
31
“Se eu sozinho der testemunho de mim
mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. 32 Há
outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o
testemunho que ele dá de mim é verdadeiro.
33
Vós mandastes homens a João, e ele tem dado
testemunho da verdade. 34 No entanto, não aceito
o testemunho de homem, mas digo estas coisas
para que sejais salvos. 35 Esse homem era uma
lâmpada acesa e brilhante, e vós, por um pouco
de tempo, estáveis dispostos a alegrar-vos
grandemente na sua luz. 36 Mas, eu tenho o
testemunho maior do que o de João, porque as
próprias obras que meu Pai me determinou
efetuar, as próprias obras que eu faço, dão
testemunho de mim de que o Pai me mandou.
37
Também, o próprio Pai que me enviou tem dado
testemunho de mim. Vós nem ouvistes jamais a
sua voz, nem vistes a sua figura; 38 e não tendes a
sua palavra remanescente em vós, porque não
acreditais naquele mesmo a quem ele mandou.
39
“Pesquisais as Escrituras, porque pensais
que por meio delas tereis vida eterna; e estas
mesmas são as que dão testemunho de mim.
40
Contudo, vós não quereis vir a mim para ter
vida. 41 Não aceito glória de homens, 42 mas eu
bem sei que não tendes em vós o amor de Deus.
43
Vim em nome de meu Pai, mas não me
recebestes; se algum outro chegasse no seu
próprio nome, a este receberíeis. 44 Como podeis
crer, quando aceitais glória uns dos outros e não
buscais a glória que é do único Deus? 45 Não
penseis que vos hei de acusar perante o Pai; há
um que vos acusa, Moisés, em quem depositastes
a vossa esperança. 46 De fato, se acreditásseis
em Moisés, teríeis acreditado em mim, porque
este escreveu a meu respeito. 47 Mas, se não
acreditais nos escritos desse, como acreditareis
nas minhas declarações?”

6 Depois destas coisas, Jesus partiu,


atravessando o mar da Galiléia, ou Tiberíades.
2
Mas, seguia-o uma grande multidão, porque
observavam os sinais que ele realizava nos
enfermos. 3 Jesus subiu assim a um monte e
estava ali sentado com os seus discípulos. 4 Ora,
estava próxima a páscoa, a festividade dos
judeus. 5 Portanto, quando Jesus levantou os
olhos e observou que uma grande multidão se
chegava a ele, disse a Filipe: “Onde vamos
comprar pães para estes comerem?” 6 No entanto,
dizia isso para prová-lo, pois ele mesmo sabia o
que ia fazer. 7 Filipe respondeu-lhe: “Pães no
valor de duzentos denários não bastam para eles,
para que cada um tenha um pouco.” 8 Um dos
seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro,
disse-lhe: 9 “Há aqui um rapazinho que tem cinco
pães de cevada e dois peixinhos. Mas, o que são
estes para tantos?”
10
Jesus disse: “Fazei os homens recostar-se
como numa refeição.” Ora, havia muita grama no
lugar. Os homens recostaram-se assim, cerca de
cinco mil em número. 11 Jesus tomou assim os
pães, e, tendo dado graças, distribuiu-os aos
recostados, do mesmo modo também os
peixinhos, tantos quantos quiseram. 12 Mas,
quando ficaram saciados, ele disse aos seus
discípulos: “Ajuntai os pedaços que sobraram,
para que nada se desperdice.” 13 Eles os
ajuntaram, portanto, e encheram doze cestos com
os pedaços dos cinco pães de cevada, que foram
deixados pelos que haviam comido.
14
Por isso, quando os homens viram os sinais
que realizava, começaram a dizer: “Este é
certamente o profeta que havia de vir ao mundo.”
15
Jesus, portanto, sabendo que estavam para vir
e apoderar-se dele para o fazerem rei, retirou-se
novamente para o monte, sozinho.
16
Chegando a noite, seus discípulos desceram
para o mar, 17 e, entrando num barco, partiram,
atravessando o mar rumo a Cafarnaum. Pois bem,
já ficara escuro e Jesus ainda não viera ter com
eles. 18 O mar também começava a agitar-se,
porque soprava um forte vento. 19 No entanto,
tendo eles remado cerca de cinco ou seis
quilômetros, observaram Jesus andando sobre o
mar e chegando perto do barco; e ficaram
temerosos. 20 Mas ele lhes disse: “Sou eu; não
temais!” 21 Portanto, estavam dispostos a acolhê-
lo no barco, e o barco chegou logo à terra para
onde procuravam ir.
22
No dia seguinte, a multidão parada do outro
lado do mar viu que não havia barco, exceto um
pequeno, e que Jesus não tinha entrado no barco
com seus discípulos, mas que apenas os
discípulos tinham partido; 23 chegaram, porém,
barcos de Tiberíades às proximidades do lugar
onde haviam comido os pães, depois de o Senhor
ter dado graças. 24 Portanto, quando a multidão
viu que nem Jesus nem os seus discípulos
estavam ali, entraram nos seus pequenos barcos
e foram a Cafarnaum, para procurar Jesus.
25
Assim, quando o acharam do outro lado do
mar, disseram-lhe: “Rabi, quando chegaste para
cá?” 26 Jesus respondeu-lhes e disse: “Digo-vos
em toda a verdade: Vós me procurais, não porque
vistes sinais, mas porque comestes dos pães e
ficastes satisfeitos. 27 Trabalhai, não pelo
alimento que perece, mas pelo alimento que
permanece para a vida eterna, que o Filho do
homem vos dará; pois neste o Pai, sim, Deus, tem
posto o seu selo [de aprovação].”
28
Disseram-lhe, portanto: “Que devemos fazer
para realizar as obras de Deus?” 29 Em resposta,
Jesus disse-lhes: “Esta é a obra de Deus, que
exerçais fé naquele a quem Este enviou.”
30
Disseram-lhe, portanto: “O que, então, realizas
como sinal, a fim de que [o] vejamos e
acreditemos em ti? Que obra estás fazendo?
31
Nossos antepassados comeram o maná no
ermo, assim como está escrito: ‘Ele lhes deu pão
do céu para comer.’” 32 Por isso, Jesus disse-lhes:
“Digo-vos em toda a verdade: Moisés não vos deu
o pão do céu, mas o meu Pai vos dá o verdadeiro
pão do céu. 33 Porque o pão de Deus é aquele que
desce do céu e dá vida ao mundo.” 34 Disseram-
lhe, portanto: “Senhor, dá-nos sempre este pão.”
35
Jesus disse-lhes: “Eu sou o pão da vida.
Quem vem a mim, não terá mais fome, e quem
exerce fé em mim, não terá mais sede. 36 Mas, eu
vos tenho dito: Vós até mesmo me vistes, e,
contudo, não credes. 37 Tudo o que o Pai me dá
virá a mim, e aquele que vem a mim, eu de modo
algum enxotarei; 38 porque desci do céu, não para
fazer a minha vontade, mas a vontade daquele
que me enviou. 39 Esta é a vontade daquele que
me enviou, que eu não perca nada de tudo o que
ele me tem dado, mas que eu o ressuscite no
último dia. 40 Pois esta é a vontade de meu Pai,
que todo aquele que observa o Filho e exerce fé
nele tenha vida eterna, e eu o ressuscitarei no
último dia.”
41
Os judeus começaram, portanto, a resmungar
contra ele, porque dissera: “Eu sou o pão que
desceu do céu”; 42 e começaram a dizer: “Não é
este Jesus, filho de José, cujo pai e mãe
conhecemos? Como é que ele diz agora: ‘Eu desci
do céu’?” 43 Em resposta, Jesus disse-lhes: “Parai
de resmungar entre vós. 44 Ninguém pode vir a
mim, a menos que o Pai, que me enviou, o atraia;
e eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito
nos Profetas: ‘E todos eles serão ensinados por
Jeová.’ Todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu
vem a mim. 46 Não é que algum homem tenha visto
o Pai, exceto aquele que é de Deus; este tem
visto o Pai. 47 Eu vos digo em toda a verdade:
Quem crê, tem vida eterna.
48
“Eu sou o pão da vida. 49 Vossos
antepassados comeram o maná no ermo, e, não
obstante, morreram. 50 Este é o pão que desce do
céu, para que qualquer um possa comer dele e
não morrer. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do
céu; se alguém comer deste pão, viverá para
sempre; e, de fato, o pão que eu hei de dar é a
minha carne a favor da vida do mundo.”
52
Portanto, os judeus começaram a contender
entre si, dizendo: “Como pode este homem dar-
nos sua carne para comer?” 53 Concordemente,
Jesus disse-lhes: “Digo-vos em toda a verdade: A
menos que comais a carne do Filho do homem e
bebais o seu sangue, não tendes vida em vós
mesmos. 54 Quem se alimenta de minha carne e
bebe meu sangue tem vida eterna, e eu o hei de
ressuscitar no último dia; 55 pois a minha carne é
verdadeiro alimento, e o meu sangue é verdadeira
bebida. 56 Quem se alimenta de minha carne e
bebe meu sangue permanece em união comigo e
eu em união com ele. 57 Assim como o Pai vivente
me enviou e eu vivo por causa do Pai, também
aquele que se alimenta de mim, sim, esse viverá
por causa de mim. 58 Este é o pão que desceu do
céu. Não é como quando os vossos antepassados
comeram, e, não obstante, morreram. Quem se
alimentar deste pão viverá para sempre.” 59 Estas
coisas ele disse enquanto estava ensinando numa
assembléia pública em Cafarnaum.
60
Portanto, muitos dos seus discípulos, ao
ouvirem isso, disseram: “Esta palavra é chocante;
quem pode escutar isso?” 61 Mas Jesus, sabendo
em si mesmo que seus discípulos estavam
resmungando sobre isso, disse-lhes: “Causa-vos
isso tropeço? 62 Que [seria], portanto, se
observásseis o Filho do homem ascender para
onde estava antes? 63 É o espírito que é
vivificante; a carne não é de nenhum proveito. As
declarações que eu vos tenho feito são espírito e
são vida. 64 Mas, há alguns de vós que não
crêem.” Pois Jesus sabia desde [o] princípio
quem eram os que não criam e quem era o que o
havia de trair. 65 Prosseguiu assim a dizer: “É por
isso que eu vos tenho dito: Ninguém pode vir a
mim, a menos que isso lhe seja concedido pelo
Pai.”
66
Devido a isso, muitos dos seus discípulos
foram embora para as coisas [deixadas] atrás e
não andavam mais com ele. 67 Portanto, Jesus
disse aos doze: “Será que vós também quereis
ir?” 68 Simão Pedro respondeu-lhe: “Senhor, para
quem havemos de ir? Tu tens declarações de vida
eterna; 69 e nós cremos e viemos a saber que tu
és o Santo de Deus.” 70 Jesus respondeu-lhes:
“Não escolhi eu a vós doze? Contudo, um de vós é
um caluniador.” 71 Ele estava, de fato, falando de
Judas, [filho] de Simão Iscariotes; porque este ia
traí-lo, embora [fosse] um dos doze.

7 Então, depois destas coisas, Jesus


continuava a percorrer a Galiléia, porque não
queria percorrer a Judéia, visto que os judeus
buscavam matá-lo. 2 No entanto, estava próxima a
festividade dos judeus, a festividade das tendas.
3
Portanto, seus irmãos disseram-lhe: “Passa
daqui para lá e entra na Judéia, a fim de que
também os teus discípulos possam observar as
obras que fazes. 4 Pois, ninguém faz nada em
secreto enquanto ele mesmo busca ser conhecido
publicamente. Se fazes estas coisas, manifesta-
te ao mundo.” 5 Seus irmãos, de fato, não
estavam exercendo fé nele. 6 Portanto, Jesus
disse-lhes: “Meu tempo devido ainda não está
presente, mas o vosso tempo devido já está aqui.
7
O mundo não tem razão para vos odiar, mas
odeia a mim, porque dou testemunho dele de que
as suas obras são iníquas. 8 Subi para a
festividade; eu ainda não vou a esta festividade,
porque o meu tempo devido ainda não veio
plenamente.” 9 Assim, depois de dizer-lhes estas
coisas, permaneceu na Galiléia.
10
Mas, quando os seus irmãos tinham subido
para a festividade, então ele mesmo subiu
também, não abertamente, mas em secreto.
11
Portanto, os judeus começaram a procurá-lo na
festividade e a dizer: “Onde está esse [homem]?”
12
E havia muitos cochichos sobre ele entre as
multidões. Alguns diziam: “Ele é um homem bom.”
Outros diziam: “Não é, mas desencaminha a
multidão.” 13 Ninguém, naturalmente, falava dele
publicamente, por causa do temor dos judeus.
14
Estando a festividade então já pelo meio,
Jesus subiu ao templo e começou a ensinar.
15
Portanto, os judeus ficaram admirados,
dizendo: “Como é que este homem tem
conhecimento de letras, sendo que não estudou
nas escolas?” 16 Jesus, por sua vez, respondeu-
lhes e disse: “O que eu ensino não é meu, mas
pertence àquele que me enviou. 17 Se alguém
desejar fazer a Sua vontade, saberá a respeito do
ensino se é de Deus ou se falo de minha própria
iniciativa. 18 Quem fala de sua própria iniciativa
está buscando a sua própria glória; mas, quem
busca a glória daquele que o enviou, este é
verdadeiro, e não há nele injustiça. 19 Não vos
deu Moisés a Lei? Mas, nem um só de vós
obedece à Lei. Por que buscais matar-me?” 20 A
multidão respondeu: “Tu tens demônio. Quem
está buscando matar-te?” 21 Em resposta, Jesus
disse-lhes: “Uma só ação realizei, e vós todos
estais admirados. 22 Por esta razão, Moisés vos
deu a circuncisão — não que ela seja de Moisés,
mas ela é dos antepassados — e vós circuncidais
um homem num sábado. 23 Se um homem recebe a
circuncisão num sábado, a fim de que a lei de
Moisés não seja violada, estais violentamente
irados comigo por eu ter feito um homem
completamente são num sábado? 24 Parai de
julgar pela aparência externa, mas julgai com
julgamento justo.”
25
Portanto, alguns dos habitantes de
Jerusalém começaram a dizer: “Não é este o
homem a quem buscam matar? 26 E, no entanto,
eis que ele está falando em público, e não lhe
dizem nada. Será que os governantes vieram a
saber com certeza que este é o Cristo? 27 Ao
contrário, nós sabemos donde é este homem;
contudo, quando vier o Cristo, ninguém há de
saber donde é.” 28 Portanto, Jesus clamou, ao
estar ensinando no templo, e disse: “Tanto vós
me conheceis como sabeis donde sou. Também,
eu não vim de minha própria iniciativa, mas
aquele que me enviou é real, e vós não o
conheceis. 29 Eu o conheço, porque sou
representante dele, e Este me enviou.” 30 Por isso
começaram a buscar segurá-lo, mas ninguém
deitou mão nele, porque a sua hora ainda não
havia chegado. 31 Todavia, muitos da multidão
depositavam fé nele; e principiavam a dizer:
“Quando o Cristo chegar, será que ele realizará
mais sinais do que este homem realizou?”
32
Os fariseus ouviram a multidão resmungar
estas coisas a respeito dele, e os principais
sacerdotes e os fariseus mandaram oficiais para
o segurarem. 33 Portanto, Jesus disse: “Eu
continuo mais um pouco convosco, antes de ir
para aquele que me enviou. 34 Vós me procurareis,
mas não me achareis, e onde eu estou, vós não
podeis ir.” 35 Os judeus disseram, portanto, entre
si mesmos: “Para onde pretende ir este [homem],
de modo que não o havemos de achar? Será que
pretende ir para os [judeus] dispersos entre os
gregos e ensinar os gregos? 36 Que significa esta
palavra que ele disse: ‘Vós me procurareis, mas
não me achareis, e onde eu estou, vós não podeis
ir’?”
37
Ora, no último dia, o grande dia da
festividade, Jesus estava em pé e clamava,
dizendo: “Se alguém tiver sede, venha a mim e
beba. 38 Quem depositar fé em mim, assim como
disse a Escritura: ‘Do seu mais íntimo manarão
correntes de água viva.’” 39 No entanto, ele disse
isso com respeito ao espírito que os que
depositavam sua fé nele estavam para receber;
pois, por enquanto ainda não havia espírito,
porque Jesus ainda não havia sido glorificado.
40
Portanto, alguns da multidão, que ouviram
estas palavras, começaram a dizer: “Este é
certamente O Profeta.” 41 Outros diziam: “Este é o
Cristo.” Mas alguns estavam dizendo: “Será que o
Cristo vem realmente da Galiléia? 42 Não disse a
Escritura que o Cristo vem da descendência de
Davi, e de Belém, a aldeia onde Davi costumava
estar?” 43 Desenvolveu-se, portanto, uma divisão
sobre ele entre a multidão. 44 Alguns deles,
porém, queriam segurá-lo, mas ninguém deitou
mãos nele.
45
Portanto, os oficiais voltaram aos principais
sacerdotes e fariseus, e estes últimos lhes
disseram: “Por que é que não o trouxestes para
cá?” 46 Os oficiais responderam: “Nunca homem
algum falou como este.” 47 Os fariseus
responderam, por sua vez: “Será que também vós
fostes desencaminhados? 48 Será que um só dos
governantes ou dos fariseus depositou fé nele?
49
Mas esta multidão, que não sabe a Lei, são
pessoas amaldiçoadas.” 50 Nicodemos, que viera a
ele anteriormente, e que era um deles, disse-lhes:
51
“Será que a nossa lei julga um homem sem que
primeiro o tenha ouvido e venha a saber o que ele
está fazendo?” 52 Em resposta, disseram-lhe:
“Será que tu também és da Galiléia? Pesquisa e
vê que nenhum profeta há de ser levantado da
Galiléia.”

Os manuscritos ‫א‬BSy s omitem desde o versículo


53 até o capítulo 8, versículo 11, que rezam (com
algumas variantes nas diversas versões e textos
gregos) como segue:
53
Foram assim cada um para o seu lar.

8 Mas Jesus foi para o Monte das Oliveiras.


2
De madrugada, porém, ele se apresentou
novamente no templo e todo o povo começou a vir
a ele, e ele se assentou e começou a ensiná-los.
3
Os escribas e os fariseus trouxeram então uma
mulher apanhada em adultério, e, depois de a
postarem no meio deles, 4 disseram-lhe:
“Instrutor, esta mulher foi apanhada no ato de
cometer adultério. 5 Na Lei, Moisés prescreve que
apedrejemos tal sorte de mulher. Realmente, o
que dizes tu?” 6 Naturalmente, diziam isso para o
porem à prova, a fim de terem algo com que o
acusar. Mas, Jesus abaixou-se e começou a
escrever no chão com o seu dedo. 7 Quando
persistiram em perguntar-lhe, endireitou-se e
disse-lhes: “Que aquele de vós que estiver sem
pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.”
8
E, abaixando-se novamente, escrevia no chão.
9
Mas, os que ouviram isso começaram a sair, um
por um, principiando com os anciãos, e ele foi
deixado só, bem como a mulher que estivera no
meio deles. 10 Endireitando-se, Jesus disse-lhe:
“Mulher, onde estão eles? Não te condenou
ninguém?” 11 Ela disse: “Ninguém, senhor.” Jesus
disse: “Tampouco eu te condeno. Vai embora;
doravante não pratiques mais pecado.”
12
Portanto, Jesus falou-lhes novamente,
dizendo: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue,
de modo algum andará na escuridão, mas
possuirá a luz da vida.” 13 Os fariseus disseram-
lhe, por isso: “Dás testemunho de ti mesmo; teu
testemunho não é verdadeiro.” 14 Em resposta,
Jesus disse-lhes: “Mesmo que eu dê testemunho
de mim mesmo, meu testemunho é verdadeiro,
porque sei donde vim e para onde vou. Mas vós
não sabeis donde vim e para onde vou. 15 Vós
julgais segundo a carne; eu não julgo a nenhum
homem. 16 E, contudo, se eu julgo, o meu
julgamento é veraz, porque não estou sozinho,
mas o Pai, que me enviou, está comigo.
17
Também, na vossa própria Lei está escrito: ‘O
testemunho de dois homens é verdadeiro.’ 18 Eu
sou um que dá testemunho de mim mesmo, e o
Pai que me enviou dá testemunho de mim.”
19
Portanto, prosseguiram a dizer-lhe: “Onde está
o teu Pai?” Jesus respondeu: “Vós não conheceis
nem a mim nem a meu Pai. Se me conhecêsseis,
conheceríeis também a meu Pai.” 20 Fez estas
declarações na tesouraria, ao estar ensinando no
templo. Mas ninguém o segurou, porque a sua
hora ainda não havia chegado.
21
Ele lhes disse, por isso, novamente: “Eu vou
embora, e vós me procurareis, contudo, morrereis
nos vossos pecados. Para onde eu vou, não
podeis ir.” 22 Portanto, os judeus começaram a
dizer: “Será que ele se matará? Porque diz: ‘Para
onde eu vou, não podeis ir.’” 23 De modo que
prosseguiu a dizer-lhes: “Vós sois dos domínios
de baixo; eu sou dos domínios de cima. Vós sois
deste mundo; eu não sou deste mundo.
24
Portanto, eu vos disse: Morrereis nos vossos
pecados. Pois, se não acreditardes que sou eu,
morrereis nos vossos pecados.” 25 Começaram
então a dizer-lhe: “Quem és?” Jesus disse-lhes:
“Por que é que estou falando convosco? 26 Tenho
muitas coisas para falar a respeito de vós e para
julgar. De fato, aquele que me enviou é
verdadeiro, e as próprias coisas que ouvi dele, eu
falo no mundo.” 27 Não compreenderam que lhes
falava do Pai. 28 Portanto, Jesus disse: “Uma vez
que tiverdes erguido o Filho do homem, então
sabereis que sou eu e que não faço nada de
minha própria iniciativa; mas assim como o Pai
me ensinou, estas coisas eu falo. 29 E aquele que
me enviou está comigo; ele não me deixou só,
porque faço sempre as coisas que lhe agradam.”
30
Ao falar estas coisas, muitos depositaram fé
nele.
31
E Jesus prosseguiu assim a dizer aos judeus
que acreditavam nele: “Se permanecerdes na
minha palavra, sois realmente meus discípulos,
32
e conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará.” 33 Replicaram-lhe: “Somos
descendência de Abraão e nunca fomos escravos
de ninguém. Como é que dizes: ‘Ficareis livres’?”
34
Jesus respondeu-lhes: “Digo-vos em toda a
verdade: Todo praticante do pecado é escravo do
pecado. 35 Ainda mais, o escravo não permanece
para sempre na família; o filho permanece para
sempre. 36 Portanto, se o Filho vos libertar, sereis
realmente livres. 37 Sei que sois descendência de
Abraão; mas vós buscais matar-me, porque a
minha palavra não faz progresso entre vós. 38 Eu
falo das coisas que vi junto de meu Pai; e vós,
portanto, fazeis as coisas que ouvistes de vosso
pai.” 39 Em resposta, disseram-lhe: “Nosso pai é
Abraão.” Jesus disse-lhes: “Se sois filhos de
Abraão, fazei as obras de Abraão. 40 Mas agora
buscais matar a mim, um homem que vos disse a
verdade que eu ouvi de Deus. Abraão não fez isso.
41
Vós fazeis a obra de vosso pai.” Disseram-lhe:
“Não nascemos de fornicação; temos um só Pai,
Deus.”
42
Jesus disse-lhes: “Se Deus fosse o vosso Pai,
vós me amaríeis, pois procedi de Deus e aqui
estou. Nem tampouco vim de minha própria
iniciativa, mas Este me enviou. 43 Por que é que
não sabeis de que estou falando? Porque não
podeis escutar a minha palavra. 44 Vós sois de
vosso pai, o Diabo, e quereis fazer os desejos de
vosso pai. Esse foi um homicida quando começou,
e não permaneceu firme na verdade, porque não
há nele verdade. Quando fala a mentira, fala
segundo a sua própria disposição, porque é um
mentiroso e o pai da [mentira]. 45 Porque eu, por
outro lado, digo a verdade, vós não me acreditais.
46
Quem de vós me declara culpado de pecado? Se
falo a verdade, por que não me acreditais?
47
Quem é de Deus escuta as declarações de
Deus. É por isso que não escutais, porque não
sois de Deus.”
48
Em resposta, os judeus disseram-lhe: “Não
dizemos corretamente: Tu és samaritano e tens
demônio?” 49 Jesus respondeu: “Eu não tenho
demônio, mas honro a meu Pai, e vós me
desonrais. 50 Mas não busco glória para mim
mesmo; há Um que busca e julga. 51 Digo-vos em
toda a verdade: Se alguém observar a minha
palavra, nunca jamais verá a morte.” 52 Os judeus
disseram-lhe: “Agora sabemos que tens demônio.
Abraão morreu, também os profetas; mas tu
dizes: ‘Se alguém observar a minha palavra,
nunca jamais provará a morte.’ 53 Será que tu és
maior do que nosso pai Abraão, que morreu?
Também os profetas morreram. Quem afirmas
ser?” 54 Jesus respondeu: “Se eu glorificar a mim
mesmo, a minha glória não é nada. É meu Pai
quem me glorifica, aquele que dizeis ser vosso
Deus; 55 e, no entanto, vós não o conhecestes.
Mas eu o conheço. E, se eu dissesse que não o
conheço, seria igual a vós, mentiroso. Mas eu o
conheço e observo a sua palavra. 56 Abraão, vosso
pai, alegrou-se grandemente na perspectiva de
ver o meu dia, e ele o viu e se alegrou.”
57
Portanto, os judeus disseram-lhe: “Não tens
nem cinqüenta anos, e ainda assim viste
Abraão?” 58 Jesus disse-lhes: “Digo-vos em toda a
verdade: Antes de Abraão vir à existência, eu
tenho sido.” 59 Apanharam assim pedras para lhe
atirarem; mas Jesus se escondeu e saiu do
templo.

9 Ora, quando ia passando, viu um homem cego


de nascença. 2 E seus discípulos perguntaram-lhe:
“Rabi, quem pecou, este homem ou os seus pais,
de modo que nasceu cego?” 3 Jesus respondeu:
“Nem este homem pecou, nem os seus pais, mas
foi para que as obras de Deus fossem manifestas
no seu caso. 4 Temos de fazer as obras daquele
que me enviou enquanto é dia; vem a noite em
que nenhum homem pode trabalhar. 5 Enquanto eu
estiver no mundo, sou a luz do mundo.” 6 Depois
de dizer estas coisas, cuspiu no chão e fez barro
com a saliva, e pôs este barro sobre os olhos [do
homem] 7 e lhe disse: “Vai lavar-te no
reservatório de água de Siloé” (que é traduzido
‘Enviado’). E ele foi então e lavou-se, e voltou
vendo.
8
Portanto, os vizinhos e os que anteriormente
costumavam ver que ele era mendigo, começaram
a dizer: “Não é este o homem que costumava
estar sentado e mendigar?” 9 Alguns diziam: “É
ele.” Outros diziam: “Absolutamente não, mas é
semelhante a ele.” O homem dizia: “Sou eu.”
10
Conseqüentemente, começaram a dizer-lhe:
“Como é que foram abertos os teus olhos?” 11 Ele
respondeu: “O homem chamado Jesus fez barro e
untou-me os olhos [com ele], e disse-me: ‘Vai a
Siloé e lava-te.’ Portanto, fui e lavei-me, e recebi
visão.” 12 A isto disseram-lhe: “Onde está esse
[homem]?” Ele disse: “Não sei.”
13
Conduziram aos fariseus o próprio homem
anteriormente cego. 14 Incidentalmente, era
sábado o dia em que Jesus fizera o barro e lhe
abrira os olhos. 15 Esta vez, portanto, os fariseus
também começaram a perguntar-lhe como
recebera visão. Disse-lhes ele: “Ele pôs barro
sobre os meus olhos, e eu me lavei e tenho
vista.” 16 Portanto, alguns dos fariseus
começaram a dizer: “Este não é homem de Deus,
porque não observa o sábado.” Outros começaram
a dizer: “Como pode um homem, que é pecador,
realizar sinais desta sorte?” De modo que havia
uma divisão entre eles. 17 Por isso, disseram
novamente ao cego: “Que dizes a respeito dele,
vendo que ele te abriu os olhos?” O [homem]
disse: “Ele é um profeta.”
18
No entanto, os judeus não acreditaram a
respeito dele que tivesse sido cego e recebera
visão, até que chamaram os pais do homem que
recebera visão. 19 E perguntaram-lhes: “É este o
vosso filho que dizeis ter nascido cego? Então,
como é que ele vê atualmente?” 20 Seus pais
disseram, então, em resposta: “Sabemos que este
é o nosso filho e que nasceu cego. 21 Mas, como é
que ele vê agora, ou quem lhe abriu os olhos, não
sabemos. Perguntai-lhe. Ele é maior de idade.
Tem de falar por si mesmo.” 22 Seus pais diziam
estas coisas porque temiam os judeus, pois os
judeus já tinham chegado a um acordo de que
todo o que o confessasse como Cristo fosse
expulso da sinagoga. 23 É por isso que os pais
dele disseram: “Ele é maior de idade. Interrogai-
o.”
24
Portanto, chamaram pela segunda vez o
homem que tinha sido cego e disseram-lhe: “Dá
glória a Deus; sabemos que este homem é
pecador.” 25 Ele, por sua vez, respondeu: “Se ele é
pecador, não sei. Uma coisa sei, que, tendo eu
sido cego, atualmente vejo.” 26 Disseram-lhe,
portanto: “Que te fez ele? Como abriu os teus
olhos?” 27 Respondeu-lhes ele: “Eu já vos disse,
contudo, vós não escutastes. Por que quereis
ouvi-lo de novo? Será que quereis também tornar-
vos seus discípulos?” 28 Em vista disso,
injuriaram-no e disseram: “Tu és discípulo
daquele [homem], mas nós somos discípulos de
Moisés. 29 Sabemos que Deus falou a Moisés; mas,
quanto a este [homem], não sabemos donde é.”
30
Em resposta, o homem disse-lhes: “Isto
certamente é uma maravilha, que não sabeis
donde ele é, e, contudo, ele abriu os meus olhos.
31
Sabemos que Deus não escuta pecadores, mas,
se alguém é temente a Deus e faz a sua vontade,
ele escuta a este. 32 Desde a antiguidade, nunca
se ouviu [falar] que alguém abrisse os olhos de
alguém que nasceu cego. 33 Se este [homem] não
fosse de Deus, não poderia fazer nada.” 34 Em
resposta, disseram-lhe: “Nasceste inteiramente
em pecados, e, contudo, ensinas tu a nós?” E
lançaram-no fora!
35
Jesus ouviu que o tinham lançado fora, e,
achando-o, disse-lhe: “Depositas fé no Filho do
homem?” 36 O [homem] respondeu: “E quem é ele,
senhor, para que eu possa depositar fé nele?”
37
Jesus disse-lhe: “Tu o viste, e, além disso, é
ele quem está falando contigo.” 38 Ele disse
então: “Deposito fé [nele], Senhor.” E prestou-lhe
homenagem. 39 E Jesus disse: “Para [este]
julgamento vim ao mundo: que os que não vêem
possam ver e que os que vêem se tornem cegos.”
40
Aqueles dos fariseus que estavam com ele
ouviram estas coisas e disseram-lhe: “Será que
nós também somos cegos?” 41 Jesus disse-lhes:
“Se fôsseis cegos, não teríeis pecado. Mas agora
dizeis: ‘Nós vemos.’ Vosso pecado permanece.”

10 “Digo-vos em toda a verdade: Quem não


entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas
galga por outro lugar, esse é um ladrão e
saqueador. 2 Mas, quem entra pela porta é pastor
de ovelhas. 3 Para este o porteiro abre, e as
ovelhas escutam a sua voz, e ele chama por nome
as suas próprias ovelhas e as conduz para fora.
4
Tendo retirado todas as suas, vai na frente
delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a
sua voz. 5 De modo algum seguirão a um estranho,
mas fugirão dele, porque não conhecem a voz de
estranhos.” 6 Jesus falou-lhes esta comparação;
mas eles não sabiam o que significavam as
coisas que lhes falava.
7
Portanto, Jesus disse de novo: “Digo-vos em
toda a verdade: Eu sou a porta das ovelhas.
8
Todos os que vieram em meu lugar são ladrões e
saqueadores; mas as ovelhas não os têm
escutado. 9 Eu sou a porta; todo aquele que
entrar por mim será salvo, e entrará e sairá, e
achará pastagem. 10 O ladrão não vem a não ser
para furtar, e matar, e destruir. Eu vim para que
tivessem vida e a tivessem em abundância. 11 Eu
sou o pastor excelente; o pastor excelente
entrega a sua alma em benefício das ovelhas. 12 O
empregado, que não é pastor e a quem não
pertencem as ovelhas como suas próprias,
observa o lobo vir e abandona as ovelhas, e foge
— e o lobo as arrebata e espalha — 13 porque é um
empregado e não se importa com as ovelhas. 14 Eu
sou o pastor excelente, e conheço as minhas
ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim,
15
assim como o Pai me conhece e eu conheço o
Pai; e entrego a minha alma em benefício das
ovelhas.
16
“E tenho outras ovelhas, que não são deste
aprisco; a estas também tenho de trazer, e elas
escutarão a minha voz e se tornarão um só
rebanho, um só pastor. 17 É por isso que o Pai me
ama, porque entrego a minha alma, a fim de
recebê-la de novo. 18 Ninguém a tirou de mim, mas
eu a entrego de minha própria iniciativa. Tenho
autoridade para a entregar e tenho autoridade
para a receber de novo. O mandamento a respeito
disso recebi de meu Pai.”
19
Por causa destas palavras resultou
novamente uma divisão entre os judeus. 20 Muitos
deles diziam: “Ele tem demônio e está louco. Por
que o escutais?” 21 Outros diziam: “Estas não são
as declarações dum homem endemoninhado. Será
que um demônio pode abrir os olhos de cegos?”
22
Nesse tempo ocorreu em Jerusalém a
festividade da dedicação. Era inverno, 23 e Jesus
estava andando no templo, na colunata de
Salomão. 24 Portanto, os judeus rodearam-no e
começaram a dizer-lhe: “Quanto tempo hás de
manter as nossas almas na expectativa? Se tu és
o Cristo, dize-nos francamente.” 25 Jesus
respondeu-lhes: “Eu vos disse, e ainda assim não
acreditais. As obras que eu faço em nome de meu
Pai, essas dão testemunho de mim. 26 Mas, vós
não acreditais, porque não sois das minhas
ovelhas. 27 Minhas ovelhas escutam a minha voz e
eu as conheço, e elas me seguem. 28 E eu lhes
dou vida eterna e elas não serão jamais
destruídas, e ninguém as arrebatará da minha
mão. 29 Aquilo que meu Pai me deu é algo maior
do que todas as outras coisas, e ninguém as pode
arrebatar da mão do Pai. 30 Eu e o Pai somos um.”
31
Mais uma vez, os judeus apanharam pedras
para o apedrejarem. 32 Jesus replicou-lhes: “Eu
vos apresentei muitas obras excelentes da parte
do Pai. Por qual destas obras me apedrejais?”
33
Os judeus responderam-lhe: “Nós te
apedrejamos, não por uma obra excelente, mas
por blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um
homem, te fazes um deus.” 34 Jesus respondeu-
lhes: “Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse:
“Vós sois deuses”’? 35 Se ele chamou ‘deuses’ aos
contra quem se dirigia a palavra de Deus, e,
contudo, a Escritura não pode ser anulada,
36
dizeis a mim, a quem o Pai santificou e mandou
ao mundo: ‘Blasfemas’, porque eu disse: Sou Filho
de Deus? 37 Se não faço as obras de meu Pai, não
me acrediteis. 38 Se as faço, porém, mesmo que
não me acrediteis, acreditai nas obras, a fim de
que saibais e continueis a saber que o Pai está
em união comigo e eu em união com o Pai.”
39
Portanto, tentaram novamente apoderar-se
dele; ele, porém, pôs-se fora do seu alcance.
40
Retirou-se então novamente para o outro lado
do Jordão, para o lugar onde João havia batizado
no princípio, e ali ficou. 41 E muitos vinham ter
com ele e começavam a dizer: “João, deveras,
não realizou nem um único sinal, mas todas as
coisas que João disse a respeito deste homem
eram todas verdadeiras.” 42 E muitos ali
depositaram fé nele.

11 Ora, havia um homem doente, Lázaro de


Betânia, da aldeia de Maria e de Marta, sua irmã.
2
Era, de fato, Maria quem untara o Senhor com
óleo perfumado e lhe enxugara os pés com o seu
cabelo, sendo o irmão dela, Lázaro, quem estava
doente. 3 Portanto, as irmãs deste mandaram-lhe
dizer: “Senhor, eis que aquele por quem tens
afeição está doente.” 4 Mas, quando Jesus o
soube, disse: “Esta doença não tem a morte por
seu objetivo, mas é para a glória de Deus, a fim
de que o Filho de Deus seja glorificado por
intermédio dela.”
5
Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a
Lázaro. 6 No entanto, quando soube que este
estava doente, permaneceu realmente dois dias
no lugar onde estava. 7 Depois disse aos
discípulos: “Vamos novamente à Judéia.” 8 Os
discípulos disseram-lhe: “Rabi, os da Judéia têm
ultimamente buscado apedrejar-te, e tu vais
novamente para lá?” 9 Jesus respondeu: “Não há
doze horas de luz no dia? Se alguém andar na luz
do dia, não colidirá com coisa alguma, porque vê
a luz deste mundo. 10 Mas, se alguém andar na
noite, colidirá com algo, porque a luz não está
nele.”
11
Ele disse estas coisas, e depois disso lhes
disse: “Lázaro, nosso amigo, foi descansar, mas
eu viajo para lá para o despertar do sono.” 12 Os
discípulos disseram-lhe, portanto: “Senhor, se ele
foi descansar, ficará bom.” 13 Jesus falara, porém,
da morte dele. Mas, eles imaginavam que
estivesse falando do descanso no sono. 14 Nessa
ocasião, portanto, Jesus disse-lhes francamente:
“Lázaro morreu, 15 e eu me alegro por causa de
vós que não estava lá, a fim de que acrediteis.
Mas, vamos ter com ele.” 16 Portanto, Tomé, que
era chamado O Gêmeo, disse aos seus
condiscípulos: “Vamos também, para que
morramos com ele.”
17
Conseqüentemente, quando Jesus chegou,
achou que já estava quatro dias no túmulo
memorial. 18 Ora, Betânia era perto de Jerusalém,
a uma distância de cerca de três quilômetros.
19
Concordemente, muitos dos judeus haviam
vindo a Marta e Maria, a fim de confortá-las pelo
seu irmão. 20 Marta, portanto, quando ouviu que
Jesus vinha, foi ao encontro dele; Maria, porém,
ficou sentada em casa. 21 Marta, portanto, disse a
Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu
irmão não teria morrido. 22 E, contudo, sei
atualmente que quantas coisas pedires a Deus,
Deus te dará.” 23 Jesus disse-lhe: “Teu irmão se
levantará.” 24 Marta disse-lhe: “Sei que ele se
levantará na ressurreição, no último dia.” 25 Jesus
disse-lhe: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem
exercer fé em mim, ainda que morra, viverá [outra
vez]; 26 e todo aquele que vive e exerce fé em
mim nunca jamais morrerá. Crês isso?” 27 Ela lhe
disse: “Sim, Senhor; tenho crido que tu és o
Cristo, o Filho de Deus, Aquele que vem ao
mundo.” 28 E, dizendo isso, ela foi e chamou
Maria, sua irmã, dizendo em secreto: “O Instrutor
está presente e te chama.” 29 Esta última, quando
ouviu isso, levantou-se depressa e foi ter com
ele.
30
Jesus, de fato, ainda não tinha entrado na
aldeia, mas estava ainda no lugar onde Marta o
encontrara. 31 Portanto, os judeus que estavam
com ela na casa e que a confortavam, vendo
Maria levantar-se depressa e sair, seguiram-na,
supondo que fosse ao túmulo memorial para ali
chorar. 32 E Maria, chegando assim ao lugar onde
Jesus estava e avistando-o, prostrou-se aos seus
pés, dizendo-lhe: “Senhor, se tivesses estado
aqui, meu irmão não teria morrido.” 33 Jesus,
portanto, quando a viu chorar e [que] os judeus
que vieram com ela choravam, gemeu no espírito
e ficou aflito; 34 e disse: “Onde o deitastes?”
Disseram-lhe: “Senhor, vem e vê.” 35 Jesus
entregava-se ao choro. 36 Portanto, os judeus
começaram a dizer: “Vede, quanta afeição tinha
por ele!” 37 Mas alguns deles diziam: “Não podia
este [homem], que abriu os olhos do cego,
impedir que este aqui morresse?”
38
Por isso, Jesus, depois de gemer novamente
no seu íntimo, foi ao túmulo memorial. Era, de
fato, uma caverna e havia uma pedra encostada
nela. 39 Jesus disse: “Retirai a pedra.” Marta, irmã
do falecido, disse-lhe: “Senhor, ele já deve estar
cheirando, porque já faz quatro dias.” 40 Jesus
disse-lhe: “Não te disse eu que, se cresses,
verias a glória de Deus?” 41 Portanto, retiraram a
pedra. Jesus levantou então os olhos para o céu
e disse: “Pai, eu te agradeço que me ouviste.
42
Deveras, eu sabia que sempre me ouves; mas
falei por causa da multidão parada aqui, a fim de
que creiam que tu me enviaste.” 43 E, ao ter dito
estas coisas, clamou com voz alta: “Lázaro, vem
para fora!” 44 O [homem] que estivera morto saiu
com os pés e as mãos amarrados com faixas, e o
seu semblante enrolado num pano. Jesus disse-
lhes: “Soltai-o e deixai-o ir.”
45
Portanto, muitos dos judeus, que tinham
vindo a Maria e que observaram o que ele fez,
depositaram fé nele; 46 mas alguns deles foram
ter com os fariseus e lhes contaram as coisas
que Jesus fez. 47 Conseqüentemente, os
principais sacerdotes e os fariseus ajuntaram o
Sinédrio e começaram a dizer: “Que devemos
fazer, visto que este homem realiza muitos
sinais? 48 Se o deixarmos assim, todos
depositarão fé nele, e virão os romanos e tirarão
tanto o nosso lugar como a nossa nação.” 49 Mas
um certo deles, Caifás, que era sumo sacerdote
naquele ano, disse-lhes: “Vós não sabeis nada 50 e
não deduzis logicamente que é para o vosso
proveito que um só homem morra a favor do povo
e não que toda a nação seja destruída.” 51 Isto,
porém, não dizia de sua própria iniciativa; mas,
porque era sumo sacerdote naquele ano,
profetizava que Jesus estava destinado a morrer
pela nação, 52 e não só pela nação, mas, a fim de
que os filhos de Deus, que se acham espalhados,
fossem também por ele ajuntados numa unidade.
53
Portanto, daquele dia em diante deliberaram
matá-lo.
54
Por isso, Jesus não andava mais
publicamente entre os judeus, mas partiu dali
para o país perto do ermo, para uma cidade
chamada Efraim, e ali permaneceu com os
discípulos. 55 Ora, estava próxima a páscoa dos
judeus, e muitos do país subiam para Jerusalém
antes da páscoa, a fim de se purificarem
cerimonialmente. 56 Foram, portanto, procurar
Jesus e diziam uns aos outros, ao estarem
parados ociosos no templo: “Qual é a vossa
opinião? Que ele não virá absolutamente à
festividade?” 57 Acontece que os principais
sacerdotes e os fariseus tinham dado ordens que,
se alguém soubesse onde ele estava, devia
denunciar [isso], a fim de que pudessem
apoderar-se dele.
12 Concordemente, Jesus, seis dias antes da
páscoa, chegou a Betânia, onde estava Lázaro, a
quem Jesus levantara dentre os mortos.
2
Ofereceram-lhe ali, portanto, uma refeição
noturna, e Marta ministrava, mas Lázaro era um
dos que se recostavam à mesa com ele. 3 Maria,
portanto, tomou quase meio quilo de óleo
perfumado, nardo genuíno, muito dispendioso, e
untou os pés de Jesus e enxugou os pés dele com
seu cabelo. A casa encheu-se com a fragrância
do óleo perfumado. 4 Mas Judas Iscariotes, um
dos seus discípulos, que estava para traí-lo,
disse: 5 “Por que não se vendeu este óleo
perfumado por trezentos denários e se deu aos
pobres?” 6 Ele disse isso, porém, não porque
estivesse preocupado com os pobres, mas porque
era um ladrão e tinha a caixa de dinheiro e
costumava retirar dinheiro posto nela. 7 Portanto,
Jesus disse: “Deixai-a, para que ela mantenha
esta observância, em vista do dia do meu enterro.
8
Pois vós tendes sempre convosco os pobres,
mas a mim nem sempre tereis.”
9
Portanto, uma grande multidão dos judeus
ficou sabendo que ele estava ali, e eles vieram,
não somente por causa de Jesus, mas também
para ver Lázaro, a quem levantara dentre os
mortos. 10 Os principais sacerdotes deliberaram
matar também Lázaro, 11 visto que por causa dele
muitos dos judeus iam para lá e depositavam fé
em Jesus.
12
No dia seguinte, a grande multidão que tinha
vindo à festividade, ao ouvirem que Jesus vinha a
Jerusalém, 13 tomaram ramos de palmeiras e
saíram ao encontro dele. E começaram a clamar:
“Salva, rogamos-te! Bendito aquele que vem em
nome de Jeová, sim, o rei de Israel!” 14 Mas,
tendo Jesus achado um jumentinho, sentou-se
nele, assim como está escrito: 15 “Não temas,
filha de Sião. Eis que vem o teu rei, sentado num
filho de jumenta.” 16 No princípio, os discípulos
não fizeram caso destas coisas, mas, quando
Jesus foi glorificado, então se lembraram de que
estas coisas estavam escritas a respeito dele e
que lhe fizeram estas coisas.
17
A multidão, que estivera com ele quando
chamou Lázaro para fora do túmulo memorial e o
levantou dentre os mortos, concordemente, dava
testemunho. 18 Por esta razão, a multidão também
foi ao encontro dele, porque ouviram que ele
realizara este sinal. 19 Os fariseus disseram, por
isso, entre si mesmos: “Observais que não
conseguis absolutamente nada. Eis que o mundo
foi atrás dele.”
20
Ora, havia alguns gregos entre os que
subiram para adorar na festividade. 21 Estes,
portanto, chegaram-se a Filipe, que era de
Betsaida da Galiléia, e começaram a solicitar-lhe,
dizendo: “Senhor, queremos ver Jesus.” 22 Filipe
veio e [o] disse a André. André e Filipe vieram e
[o] disseram a Jesus.
23
Mas Jesus respondeu-lhes, dizendo: “Chegou
a hora para o Filho do homem ser glorificado.
24
Eu vos digo em toda a verdade: A menos que o
grão de trigo caia ao solo e morra, permanece
apenas um só [grão]; mas, se morre, então dá
muito fruto. 25 Quem estiver afeiçoado à sua alma,
destruí-la-á, mas quem odiar a sua alma neste
mundo, protegê-la-á para a vida eterna. 26 Se
alguém quiser ministrar-me, siga-me, e onde eu
estiver, estará também o meu ministro. Quem
quiser ministrar-me, a este o Pai honrará.
27
Minha alma está aflita agora, e que hei de
dizer? Pai, salva-me desta hora. Não obstante, foi
por isso que vim a esta hora. 28 Pai, glorifica o
teu nome.” Saiu, portanto, uma voz do céu: “Eu
tanto [o] glorifiquei como [o] glorificarei de
novo.”
29
Por isso, a multidão parada ali e ouvindo-o
começou a dizer que tinha trovejado. Outros
começaram a dizer: “Um anjo lhe falou.” 30 Em
resposta, Jesus disse: “Esta voz ocorreu, não por
minha causa, mas por vossa causa. 31 Agora há
um julgamento deste mundo; agora será lançado
fora o governante deste mundo. 32 Contudo, eu,
quando for erguido da terra, atrairei a mim toda
sorte de homens.” 33 Dizia isso realmente para
indicar de que sorte de morte estava para morrer.
34
Portanto, a multidão respondeu-lhe: “Ouvimos
da Lei que o Cristo permanece para sempre; e
como é que tu dizes que o Filho do homem tem de
ser erguido? Quem é este Filho do homem?”
35
Jesus disse-lhes, portanto: “A luz estará entre
vós por mais um pouco de tempo. Andai enquanto
tendes a luz, para que não vos vença a escuridão;
e, quem anda na escuridão, não sabe para onde
vai. 36 Enquanto tendes a luz, exercei fé na luz, a
fim de que vos torneis filhos da luz.”

Jesus falou estas coisas e foi embora, e


escondeu-se deles. 37 Mas, embora tivesse
realizado tantos sinais na frente deles, não
depositavam fé nele, 38 de modo que se cumpriu a
palavra de Isaías, o profeta, que disse: “Jeová,
quem depositou fé na coisa ouvida por nós? E
quanto ao braço de Jeová, a quem tem sido
revelado?” 39 A razão por que não podiam crer é
que Isaías disse novamente: 40 “Cegou-lhes os
olhos e endureceu-lhes os corações, para que não
vissem com os seus olhos, nem compreendessem
o pensamento com os seus corações, nem se
voltassem e eu os sarasse.” 41 Isaías disse estas
coisas, porque viu a sua glória e falou dele. 42 De
qualquer modo, muitos dos próprios governantes
depositavam realmente fé nele, mas, por causa
dos fariseus, não [o] confessavam, a fim de que
não fossem expulsos da sinagoga; 43 pois amavam
mais a glória dos homens do que mesmo a glória
de Deus.
44
No entanto, Jesus clamou e disse: “Quem
depositar fé em mim, deposita fé, não [somente]
em mim, mas [também] naquele que me enviou;
45
e quem me observar, observa [também] aquele
que me enviou. 46 Eu vim como luz ao mundo, a
fim de que todo aquele que depositar fé em mim
não permaneça na escuridão. 47 Mas, se alguém
ouvir as minhas declarações e não as guardar, eu
não o julgo; pois não vim julgar o mundo, mas
salvar o mundo. 48 Quem me desconsiderar e não
receber as minhas declarações, tem quem o
julgue. A palavra que eu tenho falado é que o
julgará no último dia; 49 porque não falei de meu
próprio impulso, mas o próprio Pai que me enviou
tem-me dado um mandamento quanto a que dizer
e que falar. 50 Sei também que o seu mandamento
significa vida eterna. Portanto, as coisas que eu
falo, assim como o Pai mas disse, assim [as]
falo.”

13 Ora, visto que ele sabia antes da festividade


da páscoa que havia chegado a sua hora para se
transferir deste mundo para o Pai, Jesus, tendo
amado os seus próprios que estavam no mundo,
amou-os até o fim. 2 Assim, enquanto prosseguia
a refeição noturna, tendo o Diabo já posto no
coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que
o traísse, 3 ele, sabendo que o Pai dera todas as
coisas nas [suas] mãos, e que procedera de Deus
e ia para Deus, 4 levantou-se da refeição noturna
e pôs de lado a sua roupagem exterior. E,
tomando uma toalha, cingiu-se. 5 Depois pôs água
numa bacia e principiou a lavar os pés dos
discípulos e a enxugá-los com a toalha de que
estava cingido. 6 E, assim chegou a Simão Pedro.
Este lhe disse: “Senhor, estás lavando os meus
pés?” 7 Em resposta, Jesus disse-lhe: “O que
estou fazendo, tu não entendes atualmente, mas
entenderás depois destas coisas.” 8 Pedro disse-
lhe: “Certamente nunca lavarás os meus pés.”
Jesus respondeu-lhe: “A menos que eu te lave,
não tens parte comigo.” 9 Simão Pedro disse-lhe:
“Senhor, não só os meus pés, mas também as
minhas mãos e a minha cabeça.” 10 Jesus disse-
lhe: “Quem se banhou, não precisa lavar senão os
seus pés, mas está inteiramente limpo. E vós
estais limpos, mas não todos.” 11 Ele sabia,
deveras, quem o traía. É por isso que disse: “Nem
todos vós estais limpos.”
12
Tendo então lavado os pés deles e vestido a
sua roupagem exterior, e tendo-se deitado
novamente à mesa, disse-lhes: “Sabeis o que vos
tenho feito? 13 Vós me chamais de ‘Instrutor’ e
‘Senhor’, e falais corretamente, pois eu o sou.
14
Portanto, se eu, embora Senhor e Instrutor,
lavei os vossos pés, vós também deveis lavar os
pés uns dos outros. 15 Pois estabeleci o modelo
para vós, a fim de que, assim como eu vos fiz, vós
também façais. 16 Digo-vos em toda a verdade: O
escravo não é maior do que o seu amo, nem é o
enviado maior do que aquele que o enviou. 17 Se
sabeis estas coisas, felizes sois se as fizerdes.
18
Não estou falando a respeito de todos vós;
conheço os que tenho escolhido. Mas, é para que
se cumpra a escritura: ‘Aquele que costumava
alimentar-se do meu pão ergueu o seu calcanhar
contra mim.’ 19 Deste momento em diante, digo-
vos antes que ocorra, para que, quando ocorrer,
acrediteis que sou eu. 20 Digo-vos em toda a
verdade: Quem receber a qualquer que eu enviar,
recebe [também] a mim. Por sua vez, quem me
receber, recebe [também] aquele que me enviou.”
21
Depois de dizer estas coisas, Jesus ficou
aflito em espírito, e deu testemunho e disse:
“Digo-vos em toda a verdade: Um de vós me
trairá.” 22 Os discípulos começaram a olhar uns
para os outros, sem saber de qual deles dizia
[isso]. 23 Recostava-se na frente do seio de Jesus
um dos seus discípulos, e Jesus o amava.
24
Portanto, Simão Pedro acenou com a cabeça
para este e disse-lhe: “Dize a respeito de quem
ele está dizendo [isso].” 25 De modo que este
último se encostou no peito de Jesus e lhe disse:
“Senhor, quem é?” 26 Jesus respondeu-lhe,
portanto: “É aquele a quem eu der o bocado que
mergulho.” E assim, tendo mergulhado o bocado,
tomou-o e deu-o a Judas, filho de Simão
Iscariotes. 27 E após o bocado, Satanás entrou
então neste último. Jesus, portanto, disse-lhe: “O
que fazes, faze-o mais depressa.” 28 No entanto,
nenhum dos que se recostavam à mesa sabia para
que fim ele lhe disse isso. 29 Alguns, de fato, visto
que Judas tinha a caixa de dinheiro, imaginavam
que Jesus lhe dizia: “Compra as coisas que
necessitamos para a festividade”, ou que desse
algo aos pobres. 30 Portanto, depois de ter
recebido o bocado, saiu imediatamente. E era
noite.
31
Por isso, tendo ele saído, Jesus disse: “Agora
é glorificado o Filho do homem, e Deus é
glorificado em conexão com ele. 32 E Deus mesmo
o glorificará, e o glorificará imediatamente.
33
Filhinhos, estou convosco mais um pouco.
Procurar-me-eis; e, assim como eu disse aos
judeus: ‘Para onde eu vou, não podeis ir’, digo
também a vós atualmente. 34 Eu vos dou um novo
mandamento, que vos ameis uns aos outros;
assim como eu vos amei, que também vos ameis
uns aos outros. 35 Por meio disso saberão todos
que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre
vós.”
36
Simão Pedro disse-lhe: “Senhor, para onde
vais?” Jesus respondeu: “Para onde eu vou, não
podes seguir-me agora, mas, seguir-me-ás
depois.” 37 Pedro disse-lhe: “Senhor, por que é
que não te posso seguir atualmente? Entregarei a
minha alma em benefício de ti.” 38 Jesus
respondeu: “Entregarás a tua alma em meu
benefício? Digo-te em toda a verdade: De modo
algum cantará o galo até que me tenhas
repudiado três vezes.”

14 “Não se aflijam os vossos corações. Exercei


fé em Deus, exercei fé também em mim. 2 Na casa
de meu Pai há muitas moradas. Se não, eu vos
teria dito, porque vou embora para vos preparar
um lugar. 3 Também, se eu for embora e vos
preparar um lugar, virei novamente e vos
acolherei a mim, para que, onde eu estiver, vós
também estejais. 4 E sabeis o caminho para onde
vou.”
5
Tomé disse-lhe: “Senhor, não sabemos para
onde vais. Como sabemos o caminho?”
6
Jesus disse-lhe: “Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por
mim. 7 Se vós me tivésseis conhecido, teríeis
também conhecido meu Pai; deste momento em
diante vós o conheceis e o tendes visto.”
8
Filipe disse-lhe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e
isso chega para nós.”
9
Jesus disse-lhe: “Tenho estado tanto tempo
convosco e ainda não vieste a conhecer-me,
Filipe? Quem me tem visto, tem visto [também] o
Pai. Como é que dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Não
acreditas que eu esteja em união com o Pai e que
o Pai esteja em união comigo? As coisas que vos
digo não falo da minha própria iniciativa; mas o
Pai, que permanece em união comigo, está
fazendo as suas obras. 11 Acreditai-me que estou
em união com o Pai e que o Pai está em união
comigo; senão, acreditai por causa das próprias
obras. 12 Digo-vos em toda a verdade: Quem
exercer fé em mim, esse fará também as obras
que eu faço; e ele fará obras maiores do que
estas, porque eu vou embora para o Pai.
13
Também, o que for que pedirdes em meu nome,
eu farei isso, a fim de que o Pai seja glorificado
em conexão com o Filho. 14 Se pedirdes algo em
meu nome, eu o farei.
15
“Se me amardes, observareis os meus
mandamentos; 16 e eu solicitarei ao Pai e ele vos
dará outro ajudador para estar convosco para
sempre, 17 o espírito da verdade, que o mundo não
pode receber, porque nem o observa nem o
conhece. Vós o conheceis, porque permanece
convosco e está em vós. 18 Não vos deixarei
orfanados. Vou ter convosco. 19 Mais um pouco e
o mundo não me observará mais, mas vós me
observareis, porque eu vivo e vós vivereis.
20
Naquele dia sabereis que estou em união com o
meu Pai, e vós estais em união comigo, e eu
estou em união convosco. 21 Quem tem os meus
mandamentos e os observa, este é o que me ama.
Por sua vez, quem me ama, será amado por meu
Pai, e eu o amarei e me mostrarei claramente a
ele.”
22
Judas, não Iscariotes, disse-lhe: “Senhor, o
que tem acontecido que pretendes mostrar-te
claramente a nós e não ao mundo?”
23
Em resposta, Jesus disse-lhe: “Se alguém me
amar, observará a minha palavra, e meu Pai o
amará, e nós iremos a ele e faremos a nossa
residência com ele. 24 Quem não me ama, não
observa as minhas palavras; e a palavra que
estais ouvindo não é minha, mas pertence ao Pai
que me enviou.
25
“Enquanto permaneci convosco, falei-vos
destas coisas. 26 Mas o ajudador, o espírito santo,
que o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas e vos fará lembrar todas
as coisas que eu vos disse. 27 Deixo-vos a paz,
dou-vos a minha paz. Não a dou a vós do modo
como o mundo a dá. Não se aflijam os vossos
corações, nem se encolham de temor. 28 Ouvistes
que eu vos disse: Vou embora e venho [de volta] a
vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que vou
embora para o Pai, porque o Pai é maior do que
eu. 29 De modo que eu vos tenho dito isso antes
que ocorra, a fim de que, quando ocorrer,
acrediteis. 30 Não mais falarei muito convosco,
pois o governante do mundo está chegando. E ele
não tem nenhum [poder] sobre mim, 31 mas, a fim
de que o mundo saiba que eu amo o Pai, assim
como o Pai me tem dado mandamento, assim
faço. Levantai-vos, vamos embora daqui.

15 “Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o


lavrador. 2 Todo ramo em mim que não dá fruto,
ele tira, e todo o que dá fruto, ele limpa, para que
dê mais fruto. 3 Vós já estais limpos, por causa da
palavra que vos falei. 4 Permanecei em união
comigo, e eu em união convosco. Assim como o
ramo não pode dar fruto de si mesmo, a menos
que permaneça na videira, do mesmo modo
tampouco vós podeis, a menos que permaneçais
em união comigo. 5 Eu sou a videira, vós sois os
ramos. Quem permanece em união comigo, e eu
em união com ele, este dá muito fruto; porque
separados de mim não podeis fazer nada. 6 Se
alguém não permanece em união comigo, ele é
lançado fora como ramo e seca-se; e homens
ajuntam estes ramos e os jogam no fogo, e eles
se queimam. 7 Se permanecerdes em união
comigo e as minhas declarações permanecerem
em vós, pedi o que quiserdes e ocorrerá para vós.
8
Nisto é glorificado o meu Pai, que persistais em
dar muito fruto e vos mostreis meus discípulos.
9
Assim como o Pai me tem amado e eu vos tenho
amado, permanecei no meu amor. 10 Se
observardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor, assim como eu
tenho observado os mandamentos do Pai e
permaneço no seu amor.
11
“Estas coisas eu vos falei para que a minha
alegria esteja em vós e a vossa alegria se torne
plena. 12 Este é o meu mandamento, que vos
ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
13
Ninguém tem maior amor do que este, que
alguém entregue a sua alma a favor de seus
amigos. 14 Vós sois meus amigos, se fizerdes o
que vos mando. 15 Não mais vos chamo de
escravos, porque o escravo não sabe o que seu
amo faz. Mas, eu vos chamei de amigos, porque
todas as coisas que tenho ouvido do meu Pai vos
tenho deixado saber. 16 Vós não me escolhestes,
mas eu escolhi a vós, e eu vos designei para
prosseguirdes e persistirdes em dar fruto, e que o
vosso fruto permaneça; a fim de que, não importa
o que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dê.
17
“Estas coisas eu vos mando, que vos ameis
uns aos outros. 18 Se o mundo vos odeia, sabeis
que me odiou antes de odiar a vós. 19 Se vós
fizésseis parte do mundo, o mundo estaria
afeiçoado ao que é seu. Agora, porque não fazeis
parte do mundo, mas eu vos escolhi do mundo,
por esta razão o mundo vos odeia. 20 Lembrai-vos
da palavra que eu vos disse: O escravo não é
maior do que o seu amo. Se me perseguiram a
mim, perseguirão também a vós; se observaram a
minha palavra, observarão também a vossa.
21
Mas, farão todas estas coisas contra vós por
causa do meu nome, porque não conhecem aquele
que me enviou. 22 Se eu não tivesse vindo e falado
com eles, não teriam pecado; mas agora não têm
desculpa para o seu pecado. 23 Quem me odeia,
odeia também o meu Pai. 24 Se eu não tivesse
feito entre eles as obras que ninguém mais fez,
não teriam pecado; mas agora eles têm visto e
têm odiado tanto a mim como a meu Pai. 25 Mas, é
para que se cumpra a palavra escrita na Lei
deles: ‘Odiaram-me sem causa.’ 26 Quando chegar
o ajudador que eu vos enviarei do Pai, o espírito
da verdade, que procede do Pai, esse dará
testemunho de mim; 27 e vós, igualmente, haveis
de dar testemunho, porque estivestes comigo
desde que comecei.

16 “Tenho falado estas coisas para que não


tropeceis. 2 [Os] homens vos expulsarão da
sinagoga. De fato, vem a hora em que todo aquele
que vos matar imaginará que tem prestado um
serviço sagrado a Deus. 3 Mas, farão estas coisas
porque não vieram a conhecer nem o Pai nem a
mim. 4 Não obstante, tenho-vos falado estas
coisas para que, quando chegar a hora delas, vos
lembreis de que vos falei delas.

“Estas coisas, porém, eu não vos disse no


princípio, porque eu estava convosco. 5 Mas agora
vou para aquele que me enviou, e, ainda assim,
nem um só de vós me pergunta: ‘Para onde vais?’
6
Mas, porque vos falei estas coisas, vossos
corações estão cheios de pesar. 7 Não obstante,
eu vos digo a verdade: É para o vosso proveito
que vou embora. Pois, se eu não for embora, de
modo algum virá a vós o ajudador; mas, se eu for
embora, vo-lo enviarei. 8 E, quando este chegar,
dará ao mundo evidência convincente a respeito
do pecado, e a respeito da justiça, e a respeito
do julgamento: 9 em primeiro lugar, a respeito do
pecado, porque não exercem fé em mim; 10 daí, a
respeito da justiça, porque vou para o Pai e não
me observareis mais; 11 então a respeito do
julgamento, porque o governante deste mundo
tem sido julgado.
12
“Ainda tenho muitas coisas para vos dizer,
mas não sois atualmente capazes de suportá-las.
13
No entanto, quando esse chegar, o espírito da
verdade, ele vos guiará a toda a verdade, pois
não falará de seu próprio impulso, mas falará as
coisas que ouvir e vos declarará as coisas
vindouras. 14 Esse me glorificará, porque receberá
do que é meu e vo[-lo] declarará. 15 Todas as
coisas que meu Pai tem são minhas. É por isso
que eu disse que recebe do que é meu e [o]
declara a vós. 16 Dentro em pouco não me
observareis mais, e, novamente, dentro em pouco
me vereis.”
17
Portanto, alguns dos seus discípulos
disseram um ao outro: “Que significa isto que ele
nos diz: ‘Dentro em pouco não me observareis, e
novamente, dentro em pouco me vereis’, e,
‘porque eu vou para o Pai’?” 18 Por isso diziam:
“Que significa isto que ele diz: ‘dentro em
pouco’? Não sabemos de que está falando.”
19
Jesus sabia que queriam interrogá-lo, de modo
que lhes disse: “Estais indagando entre vós
mesmos sobre isso, porque eu disse: Dentro em
pouco não me observareis, e novamente, dentro
em pouco me vereis? 20 Digo-vos em toda a
verdade: Chorareis e lamentareis, mas o mundo
se alegrará; vós sereis contristados, mas o vosso
pesar será transformado em alegria. 21 Uma
mulher, quando dá à luz, tem pesar, porque
chegou a sua hora; mas, quando ela deu à luz a
criancinha, não se lembra mais da tribulação, por
causa da alegria de que um homem tem nascido
no mundo. 22 Portanto, vós também, deveras,
tendes agora pesar; mas, hei de ver-vos
novamente e os vossos corações se alegrarão, e
ninguém vos tirará a vossa alegria. 23 E naquele
dia não me fareis absolutamente nenhuma
pergunta. Eu vos digo em toda a verdade: Se
pedirdes ao Pai qualquer coisa, ele vo-la dará em
meu nome. 24 Até o momento não pedistes nem
uma única coisa em meu nome. Pedi e recebereis,
para que a vossa alegria seja plena.
25
“Eu vos falei estas coisas em comparações.
Vem a hora em que não vos falarei mais em
comparações, mas eu vos relatarei com clareza a
respeito do Pai. 26 Naquele dia pedireis em meu
nome, e não vos digo que hei de fazer solicitação
ao meu Pai a respeito de vós. 27 Pois o próprio Pai
tem afeição por vós, porque tivestes afeição por
mim e acreditastes que saí como representante
do Pai. 28 Saí da parte do Pai e vim ao mundo.
Outrossim, deixo o mundo e vou embora para o
Pai.”
29
Seus discípulos disseram: “Eis que agora
falas com clareza e não proferes nenhuma
comparação. 30 Agora sabemos que sabes todas
as coisas e que não necessitas de que alguém te
interrogue. Por meio disso cremos que saíste da
parte de Deus.” 31 Jesus respondeu-lhes: “Credes
atualmente? 32 Eis que vem a hora, deveras, já
veio, em que sereis espalhados cada um para a
sua própria casa e me deixareis sozinho; e,
contudo, não estou sozinho, porque o Pai está
comigo. 33 Eu vos disse estas coisas para que, por
meio de mim, tenhais paz. No mundo tereis
tribulação, mas, coragem! eu venci o mundo.”

17 Jesus falou estas coisas, e, levantando os


olhos para o céu, disse: “Pai, veio a hora;
glorifica o teu filho, para que o teu filho te
glorifique, 2 segundo lhe deste autoridade sobre
toda a carne, para que, com respeito ao [número]
inteiro dos que lhe deste, ele lhes dê vida eterna.
3
Isto significa vida eterna, que absorvam
conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e
daquele que enviaste, Jesus Cristo. 4 Eu te tenho
glorificado na terra, havendo terminado a obra
que me deste para fazer. 5 De modo que agora,
Pai, glorifica-me junto de ti com a glória que eu
tive junto de ti antes de haver o mundo.
6
“Tenho feito manifesto o teu nome aos
homens que me deste do mundo. Eram teus e tu
mos deste, e eles têm observado a tua palavra.
7
Eles vieram agora a saber que todas as coisas
que me deste são de ti; 8 porque eu lhes tenho
dado as declarações que me deste, e eles as têm
recebido e têm certamente chegado a saber que
saí como teu representante, e eles têm
acreditado que tu me enviaste. 9 Faço solicitação
a respeito deles; faço solicitação, não a respeito
do mundo, mas a respeito daqueles que me deste;
porque são teus, 10 e todas as minhas coisas são
tuas e as tuas são minhas, e eu tenho sido
glorificado entre eles.
11
“Também, não estou mais no mundo, mas
eles estão no mundo e eu vou para ti. Santo Pai,
vigia sobre eles por causa do teu próprio nome
que me deste, para que sejam um, assim como
nós somos. 12 Quando eu estava com eles,
costumava vigiar sobre eles por causa do teu
próprio nome que me deste; e tenho-os guardado,
e nenhum deles está destruído exceto o filho da
destruição, para que se cumprisse a escritura.
13
Mas agora vou para ti e estou falando estas
coisas no mundo, a fim de que tenham a minha
alegria plenamente em si mesmos. 14 Tenho-lhes
dado a tua palavra, mas o mundo os tem odiado,
porque não fazem parte do mundo, assim como eu
não faço parte do mundo.
15
“Solicito-te, não que os tires do mundo, mas
que vigies sobre eles, por causa do iníquo. 16 Não
fazem parte do mundo, assim como eu não faço
parte do mundo. 17 Santifica-os por meio da
verdade; a tua palavra é a verdade. 18 Assim como
tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei ao
mundo. 19 E santifico-me em seu benefício, para
que também sejam santificados por meio da
verdade.
20
“Faço solicitação, não somente a respeito
destes, mas também a respeito daqueles que
depositam fé em mim por intermédio da palavra
deles; 21 a fim de que todos sejam um, assim
como tu, Pai, estás em união comigo e eu estou
em união contigo, para que eles também estejam
em união conosco, a fim de que o mundo acredite
que me enviaste. 22 Também, eu lhes tenho dado a
glória que tu me tens dado, a fim de que sejam
um, assim como nós somos um. 23 Eu em união
com eles e tu em união comigo, a fim de que
sejam aperfeiçoados em um, para que o mundo
tenha conhecimento de que tu me enviaste e que
os amaste assim como amaste a mim. 24 Pai,
quanto ao que me tens dado, quero que, onde eu
estiver, eles também estejam comigo, a fim de
que observem a minha glória que me tens dado,
porque me amaste antes da fundação do mundo.
25
Justo Pai, o mundo, deveras, não veio a
conhecer-te; mas eu vim a conhecer-te, e estes
vieram a saber que tu me enviaste. 26 E eu lhes
tenho dado a conhecer o teu nome e o hei de dar
a conhecer, a fim de que o amor com que me
amaste esteja neles e eu em união com eles.”

18 Tendo dito estas coisas, Jesus saiu com


seus discípulos para o outro lado da torrente
hibernal do Cédron, onde havia um horto, e ele e
seus discípulos entraram nele. 2 Ora, Judas, quem
o traía, também conhecia o lugar, porque Jesus
muitas vezes se havia reunido ali com seus
discípulos. 3 Portanto, Judas, tomando o
destacamento de soldados e os oficiais dos
principais sacerdotes e dos fariseus, foi para lá
com tochas, e lâmpadas, e armas. 4 Jesus,
portanto, sabendo todas as coisas que lhe
sobrevinham, saiu e disse-lhes: “A quem
procurais?” 5 Responderam-lhe: “A Jesus, o
nazareno.” Disse-lhes ele: “Sou eu.” Então Judas,
quem o traía, estava também parado com eles.
6
No entanto, quando lhes disse: “Sou eu”,
recuaram e caíram no chão. 7 Portanto,
perguntou-lhes novamente: “A quem procurais?”
Disseram: “A Jesus, o nazareno.” 8 Jesus
respondeu: “Eu vos disse que sou eu. Se,
portanto, sou eu a quem procurais, deixai ir a
estes”; 9 a fim de que se cumprisse a palavra que
ele dissera: “Não perdi nem um único daqueles
que me deste.”
10
Então Simão Pedro, visto que tinha espada,
puxou-a e golpeou o escravo do sumo sacerdote,
e cortou-lhe a orelha direita. O nome do escravo
era Malco. 11 Jesus, porém, disse a Pedro: “Põe a
espada na [sua] bainha. Não devia eu de toda
maneira beber o copo que o Pai me tem dado?”
12
O destacamento de soldados, e o
comandante militar, e os oficiais dos judeus
apoderaram-se então de Jesus e o amarraram, 13 e
levaram-no primeiro a Anás; pois ele era sogro de
Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano.
14
Caifás era, de fato, quem aconselhara aos
judeus que era do seu proveito que um só homem
morresse a favor do povo.
15
Ora, Simão Pedro, bem como outro discípulo,
seguia Jesus. Esse discípulo era conhecido do
sumo sacerdote, e ele entrou com Jesus no pátio
do sumo sacerdote, 16 mas Pedro estava parado
do lado de fora, junto à porta. Portanto, o outro
discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote,
saiu e falou com a porteira e trouxe Pedro para
dentro. 17 A serva, a porteira, disse então a Pedro:
“Não és tu também um dos discípulos deste
homem?” Ele disse: “Não sou.” 18 Ora, os escravos
e os oficiais estavam parados por ali, visto que
tinham aceso um fogo de brasas, porque fazia
frio, e se aqueciam. Pedro também estava parado
com eles e se aquecia.
19
E o principal sacerdote interrogou assim
Jesus sobre os seus discípulos e sobre o seu
ensino. 20 Jesus respondeu-lhe: “Falei ao mundo
publicamente. Sempre ensinei numa sinagoga e
no templo, onde todos os judeus se reúnem; e não
falei nada em secreto. 21 Por que me interrogas?
Interroga os que ouviram o que lhes falei. Eis que
estes sabem o que eu disse.” 22 Depois de ele
dizer estas coisas, um dos oficiais parados ali
deu uma bofetada em Jesus e disse: “É assim que
respondes ao principal sacerdote?” 23 Jesus
respondeu-lhe: “Se falei de modo errado, dá
testemunho acerca do erro; mas, se [falei] de
modo correto, por que me bates?” 24 Anás
mandou-o então amarrado a Caifás, o sumo
sacerdote.
25
Ora, Simão Pedro estava parado e se
aquecia. Disseram-lhe então: “Não és tu também
um dos seus discípulos?” Ele o negou e disse:
“Não sou.” 26 Um dos escravos do sumo
sacerdote, sendo parente do homem cuja orelha
Pedro cortara, disse: “Não te vi no jardim com
ele?” 27 No entanto, Pedro negou-o novamente; e,
imediatamente, cantou um galo.
28
Conduziram então Jesus de Caifás para o
palácio do governador. Já era de manhã cedo.
Mas eles mesmos não entraram no palácio do
governador, para que não se aviltassem, mas
pudessem comer a páscoa. 29 Portanto, Pilatos
saiu a ter com eles e disse: “Que acusação
levantais contra este homem?” 30 Disseram-lhe,
em resposta: “Se este homem não fosse
delinqüente, não o teríamos entregado a ti.”
31
Pilatos disse-lhes, por isso: “Tomai-o e julgai-o
vós mesmos segundo a vossa lei.” Os judeus
disseram-lhe: “Não nos é lícito matar alguém.”
32
Isto, a fim de que se cumprisse a palavra de
Jesus, que ele dissera para indicar de que sorte
de morte estava destinado a morrer.
33
De modo que Pilatos entrou novamente no
palácio do governador e chamou Jesus e disse-
lhe: “És tu o rei dos judeus?” 34 Jesus respondeu:
“É de tua própria iniciativa que dizes isso ou te
contaram outros a respeito de mim?” 35 Pilatos
respondeu: “Será que eu sou judeu? A tua própria
nação e os principais sacerdotes te entregaram a
mim. O que fizeste?” 36 Jesus respondeu: “Meu
reino não faz parte deste mundo. Se o meu reino
fizesse parte deste mundo, meus assistentes
teriam lutado para que eu não fosse entregue aos
judeus. Mas, assim como é, o meu reino não é
desta fonte.” 37 Portanto, Pilatos disse-lhe: “Pois
bem, és tu rei?” Jesus respondeu: “Tu mesmo
estás dizendo que eu sou rei. Para isso nasci e
para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho
da verdade. Todo aquele que está do lado da
verdade escuta a minha voz.” 38 Pilatos disse-lhe:
“Que é verdade?”

E, depois de dizer isso, saiu novamente para os


judeus e disse-lhes: “Não acho falta nele. 39 Ainda
mais, tendes o costume de que eu vos livre um
homem por ocasião da páscoa. Quereis, portanto,
que eu vos livre o rei dos judeus?” 40 Gritaram
então de novo, dizendo: “Não este homem, mas
Barrabás!” Ora, Barrabás era salteador.

19 Naquela ocasião, portanto, Pilatos tomou


Jesus e o açoitou. 2 E os soldados trançaram uma
coroa de espinhos e a puseram na cabeça dele, e
vestiram-no com uma roupa exterior de púrpura;
3
e começaram a chegar-se a ele e a dizer: “Bom
dia, ó Rei dos judeus!” Davam-lhe também
bofetadas. 4 E Pilatos saiu novamente e disse-
lhes: “Eis que vo-lo trago para fora, a fim de que
saibais que eu não acho falta nele.”
5
Concordemente, Jesus veio para fora, levando a
coroa de espinhos e a roupa exterior de púrpura.
E ele lhes disse: “Eis o homem!” 6 No entanto,
quando os principais sacerdotes e os oficiais o
viram, gritaram, dizendo: “Para a estaca [com
ele]! Para a estaca [com ele]!” Pilatos disse-lhes:
“Tomai-o vós mesmos e pregai-o numa estaca,
pois eu não acho nenhuma falta nele.” 7 Os judeus
responderam-lhe: “Nós temos uma lei, e é
segundo a lei que ele deve morrer, porque se fez
filho de Deus.”
8
Ouvindo Pilatos, portanto, esta palavra, ficou
mais temeroso ainda; 9 e entrou novamente no
palácio do governador e disse a Jesus: “Donde
és?” Mas Jesus não lhe deu resposta. 10 Pilatos
disse-lhe por isso: “Não falas comigo? Não sabes
que tenho autoridade para te livrar e que tenho
autoridade para te pregar numa estaca?” 11 Jesus
respondeu-lhe: “Não terias absolutamente
nenhuma autoridade contra mim, se não te
tivesse sido concedida de cima. É por isso que o
homem que me entregou a ti tem maior pecado.”
12
Por esta razão, Pilatos procurava um modo
de livrá-lo. Mas os judeus gritavam, dizendo: “Se
livrares este [homem], não és amigo de César.
Todo homem que se faz rei fala contra César.”
13
Portanto, Pilatos, depois de ouvir estas
palavras, trouxe Jesus para fora e se assentou
numa cadeira de juiz, num lugar chamado O
Pavimento de Pedra, mas, em hebraico, Gabatá .
14
Ora, era a preparação da páscoa; era cerca da
sexta hora. E ele disse aos judeus: “Eis o vosso
rei!” 15 No entanto, eles gritavam: “Fora [com ele]!
Fora [com ele]! Para a estaca com ele!” Pilatos
disse-lhes: “Hei de pregar na estaca o vosso rei?”
Os principais sacerdotes responderam: “Não
temos rei senão César.” 16 Nesta ocasião,
portanto, entregou-o a eles, para ser pregado
numa estaca.

Então tomaram conta de Jesus. 17 E, levando


ele mesmo a estaca de tortura, saiu para o
chamado Lugar da Caveira, que em hebraico é
chamado Gólgota; 18 e ali o pregaram numa
estaca, e, junto com ele, mais dois [homens], um
deste lado e um daquele, mas Jesus no meio.
19
Pilatos escreveu também um título e o pôs na
estaca de tortura. Estava escrito: “Jesus, o
Nazareno, o Rei dos Judeus.” 20 Portanto, muitos
dos judeus leram este título, porque o lugar onde
Jesus estava pregado numa estaca era perto da
cidade; e estava escrito em hebraico, em latim,
em grego. 21 No entanto, os principais sacerdotes
dos judeus começaram a dizer a Pilatos: “Não
escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas que ele disse:
‘Eu sou o Rei dos Judeus.’” 22 Pilatos respondeu:
“O que escrevi, escrevi.”
23
Então, quando os soldados tinham pregado
Jesus numa estaca, tomaram as suas roupas
exteriores e fizeram quatro partes, para cada
soldado uma parte, e a roupa interior. Mas a
roupa interior era sem costura, sendo tecida
desde a parte de cima, por todo o seu
comprimento. 24 Portanto, disseram um ao outro:
“Não a rasguemos, mas decidamos por sortes de
quem será.” Isto foi para que se cumprisse a
escritura: “Repartiram entre si a minha roupagem
exterior, e lançaram sortes sobre a minha
vestimenta.” E, assim, os soldados fizeram
realmente estas coisas.
25
Junto à estaca de tortura de Jesus, porém,
estavam paradas a sua mãe e a irmã de sua mãe;
Maria, esposa de Clopas, e Maria Madalena.
26
Jesus, portanto, vendo sua mãe e o discípulo a
quem amava parados ali, disse à sua mãe:
“Mulher, eis o teu filho!” 27 A seguir disse ao
discípulo: “Eis a tua mãe!” E daquela hora em
diante, o discípulo levou-a para o seu próprio lar.
28
Depois disso, sabendo Jesus que já se
tinham efetuado todas as coisas, a fim de que se
cumprisse a escritura, disse: “Tenho sede.”
29
Havia ali um vaso cheio de vinho acre.
Portanto, puseram uma esponja cheia de vinho
acre numa [haste] de hissopo e a chegaram à sua
boca. 30 Tendo então recebido o vinho acre, Jesus
disse: “Está consumado!” e, inclinando a cabeça,
entregou o [seu] espírito.
31
Então, os judeus, visto ser a Preparação, a
fim de que os corpos não permanecessem nas
estacas de tortura no sábado, (pois era grande o
dia daquele sábado,) solicitaram que Pilatos
fizesse quebrar-lhes as pernas e retirar os
[corpos]. 32 Os soldados vieram, portanto, e
quebraram as pernas do primeiro [homem] e as do
outro [homem] que com ele tinham sido pregados
em estacas. 33 Mas, ao chegarem a Jesus, vendo
que já estava morto, não lhe quebraram as
pernas. 34 No entanto, um dos soldados furou-lhe
o lado com uma lança, e saiu imediatamente
sangue e água. 35 E aquele que viu [isso] tem
dado testemunho, e o seu testemunho é
verdadeiro, e esse homem sabe que diz coisas
verdadeiras, a fim de que vós também creiais.
36
De fato, estas coisas ocorreram, a fim de que
se cumprisse a escritura: “Nenhum osso seu será
esmagado.” 37 E, novamente, uma escritura
diferente diz: “Olharão para Aquele a quem
traspassaram.”
38
Então, depois destas coisas, José de
Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas em
secreto, por temor dos judeus, solicitou a Pilatos
que pudesse retirar o corpo de Jesus; e Pilatos
deu-lhe permissão. Ele veio, portanto, e retirou o
corpo dele. 39 Também Nicodemos, o homem que
viera a ele pela primeira vez de noite, veio trazer
um rolo de mirra e aloés, cerca de trinta e três
quilos [disso]. 40 Tomaram assim o corpo de Jesus
e o envolveram com faixas, junto com os aromas,
do modo como os judeus costumam preparar para
o enterro. 41 Incidentalmente, no lugar onde fora
pregado numa estaca havia um jardim, e no
jardim um túmulo memorial novo, no qual ainda
ninguém tinha sido deitado. 42 Ali, então, por
causa da preparação dos judeus, deitaram Jesus,
porque o túmulo memorial estava perto.

20 No primeiro dia da semana, Maria Madalena


veio cedo ao túmulo memorial, enquanto ainda
estava escuro, e observou a pedra já retirada do
túmulo memorial. 2 Ela correu, portanto, e veio a
Simão Pedro e ao outro discípulo, por quem Jesus
tinha afeição, e disse-lhes: “Retiraram o Senhor
do túmulo memorial, e não sabemos onde o
deitaram.”
3
Pedro e o outro discípulo saíram então e
partiram para o túmulo memorial. 4 Sim, os dois
começaram a correr juntos; mas o outro discípulo
correu na frente de Pedro, com mais velocidade,
e atingiu primeiro o túmulo memorial. 5 E,
inclinando-se para a frente, observou as faixas
deitadas [ali], contudo, não entrou. 6 Então veio
também Simão Pedro, seguindo-o, e ele entrou no
túmulo memorial. E observou as faixas deitadas,
7
também que o pano que tinha estado sobre a
cabeça dele não estava deitado com as faixas,
mas [estava] enrolado separadamente num só
lugar. 8 Naquela ocasião, portanto, o outro
discípulo, que tinha atingido primeiro o túmulo
memorial, também entrou, e viu e acreditou.
9
Porque ainda não discerniam a escritura, de que
ele tinha de ser levantado dentre os mortos. 10 E
os discípulos voltaram assim para os seus lares.
11
Maria, porém, ficou parada do lado de fora,
perto do túmulo memorial, chorando. Então,
enquanto chorava, inclinou-se para a frente a fim
de olhar para dentro do túmulo memorial 12 e
observou dois anjos, de branco, sentados um à
cabeceira e outro aos pés do lugar onde o corpo
de Jesus estivera deitado. 13 E disseram-lhe:
“Mulher, por que estás chorando?” Ela lhes disse:
“Retiraram o meu Senhor, e não sei onde o
deitaram.” 14 Depois de dizer estas coisas, ela se
voltou e observou Jesus em pé, mas não
discernia que era Jesus. 15 Jesus disse-lhe:
“Mulher, por que estás chorando? A quem estás
procurando?” Ela, imaginando que fosse o
jardineiro, disse-lhe: “Senhor, se tu o levaste
embora, dize-me onde o deitaste, e eu o
retirarei.” 16 Jesus disse-lhe: “Maria!” Dando
meia-volta, ela disse-lhe, em hebraico: “Rabôni!”
(que significa “Instrutor!”). 17 Jesus disse-lhe:
“Pára de agarrar-te a mim. Porque ainda não
ascendi para junto do Pai. Mas, vai aos meus
irmãos e dize-lhes: ‘Eu ascendo para junto de meu
Pai e vosso Pai, e para meu Deus e vosso Deus.’”
18
Maria Madalena veio e trouxe a notícia aos
discípulos: “Tenho visto o Senhor!” e que ele lhe
dissera essas coisas.
19
Portanto, quando já era tarde naquele dia, o
primeiro da semana, e, embora estivessem
fechadas à chave as portas onde os discípulos
estavam, de temor dos judeus, veio Jesus e ficou
em pé no meio deles, e disse-lhes: “Haja paz
convosco.” 20 E, depois de dizer isso, mostrou-
lhes tanto as suas mãos como o seu lado. Os
discípulos alegraram-se então por verem o
Senhor. 21 Jesus, portanto, disse-lhes novamente:
“Haja paz convosco. Assim como o Pai me enviou,
eu também vos envio.” 22 E, depois de dizer isso,
soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei espírito
santo. 23 Se perdoardes os pecados de quaisquer
pessoas, ficam-lhes perdoados; se retiverdes os
de quaisquer pessoas, ficam-lhes retidos.”
24
Tomé, porém, um dos doze, que era chamado
O Gêmeo, não estava com eles quando Jesus
veio. 25 Conseqüentemente, os outros discípulos
diziam-lhe: “Temos visto o Senhor!” Mas, ele lhes
disse: “A menos que eu veja nas suas mãos o
sinal dos pregos e ponha o meu dedo no sinal dos
pregos, e ponha a minha mão no seu lado,
certamente não acreditarei.”
26
Bem, oito dias depois, seus discípulos
estavam novamente portas adentro, e Tomé com
eles. Jesus veio, embora as portas estivessem
fechadas à chave, e ficou em pé no meio deles e
disse: “Haja paz convosco.” 27 A seguir, disse a
Tomé: “Põe o teu dedo aqui, e vê as minhas mãos,
e toma a tua mão e põe-na no meu lado, e pára de
ser incrédulo, mas torna-te crente.” 28 Em
resposta, Tomé disse-lhe: “Meu Senhor e meu
Deus!” 29 Jesus disse-lhe: “Creste porque me
viste? Felizes são os que não vêem, contudo,
crêem.”
30
De certo, Jesus efetuou muitos outros sinais,
também diante dos discípulos, os quais não estão
escritos neste rolo. 31 Mas, estes foram escritos
para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de
Deus, e que, por crerdes, tenhais vida por meio
do seu nome.

21 Depois destas coisas, Jesus manifestou-se


novamente aos discípulos junto do mar de
Tiberíades; mas, fez a manifestação do seguinte
modo. 2 Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, que
era chamado O Gêmeo, e Natanael, de Caná da
Galiléia, e os filhos de Zebedeu, e mais dois dos
seus discípulos. 3 Simão Pedro disse-lhes: “Vou
pescar.” Disseram-lhe: “Nós também vamos
contigo.” Foram assim e entraram no barco, mas,
durante aquela noite não apanharam nada.
4
No entanto, quando estava amanhecendo,
Jesus estava parado na praia, mas os discípulos,
naturalmente, não discerniam que era Jesus.
5
Jesus disse-lhes então: “Criancinhas, será que
tendes algo para comer?” Responderam-lhe:
“Não.” 6 Disse-lhes ele: “Lançai a rede do lado
direito do barco e achareis [algo].” Lançaram-na
então, mas não puderam mais recolhê-la por
causa da multidão de peixes. 7 Portanto, aquele
discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o
Senhor!” Por isso, Simão Pedro, ouvindo que era o
Senhor, cingiu-se de sua roupa de cima, pois
estava nu, e lançou-se no mar. 8 Mas os outros
discípulos vieram no pequeno barco, pois não
estavam longe da terra, apenas a cerca de
noventa metros, arrastando a rede de peixes.
9
No entanto, quando desembarcaram em terra,
observaram ali um fogo de brasas e peixe deitado
nele, e pão. 10 Jesus disse-lhes: “Trazei alguns
dos peixes que acabais de apanhar.” 11 Simão
Pedro, portanto, subiu a bordo e puxou a rede
para terra, cheia de grandes peixes, cento e
cinqüenta e três deles. Mas, embora houvesse
tantos, a rede não se rompeu. 12 Jesus disse-lhes:
“Vinde, tomai o vosso primeiro almoço.” Nenhum
dos discípulos tinha a coragem de indagar-lhe:
“Quem és?” porque sabiam que era o Senhor.
13
Jesus veio e tomou o pão, e deu-o a eles, e
assim também o peixe. 14 Esta foi então a terceira
vez que Jesus apareceu aos discípulos depois de
ter sido levantado dentre os mortos.
15
Então, depois de terem almoçado, Jesus
disse a Simão Pedro: “Simão, filho de João, amas-
me mais do que estes?” Ele lhe disse: “Sim,
Senhor, tu sabes que tenho afeição por ti.” Disse-
lhe ele: “Apascenta meus cordeiros.”
16
Novamente lhe disse ele, pela segunda vez:
“Simão, filho de João, amas-me?” Ele lhe disse:
“Sim, Senhor, tu sabes que tenho afeição por ti.”
Disse-lhe ele: “Pastoreia minhas ovelhinhas.”
17
Disse-lhe ele pela terceira vez: “Simão, filho de
João, tens afeição por mim?” Pedro ficou
contristado por ele lhe dizer pela terceira vez:
“Tens afeição por mim?” De modo que lhe disse:
“Senhor, tu sabes todas as coisas; tu te
apercebes que eu tenho afeição por ti.” Jesus
disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhinhas. 18 Eu
te digo em toda a verdade: Quando eras mais
jovem, costumavas cingir-te e andar onde
querias. Mas, quando ficares velho, estenderás as
tuas mãos e outro [homem] te cingirá e te levará
para onde não queres.” 19 Isto ele disse para
indicar por que sorte de morte havia de glorificar
a Deus. Assim, depois de dizer isso, disse-lhe:
“Continua a seguir-me.”
20
Voltando-se, Pedro viu seguindo o discípulo a
quem Jesus havia amado, aquele que na refeição
noturna também se encostara no peito dele e
dissera: “Senhor, quem é que te trai?”
21
Concordemente, quando o avistou, Pedro disse
a Jesus: “Senhor, este [homem fará] o quê?”
22
Jesus disse-lhe: “Se for a minha vontade que
ele permaneça até eu vir, de que preocupação é
isso para ti? Continua tu a seguir-me.” 23 Em
conseqüência, difundia-se esta palavra entre os
irmãos, que esse discípulo não ia morrer. No
entanto, Jesus não lhe disse que não ia morrer,
mas: “Se for a minha vontade que ele permaneça
até eu vir, de que preocupação é isso para ti?”
24
Este é o discípulo que dá testemunho destas
coisas e que escreveu estas coisas, e nós
sabemos que o testemunho que ele dá é
verdadeiro.
25
Há, de fato, também muitas outras coisas
que Jesus fez, as quais, se alguma vez fossem
escritas em todos os pormenores, suponho que o
próprio mundo não poderia conter os rolos
escritos.

[Notas de rodapé]

“João.” Gr.: I·o·á·nen, forma condensada do nome


hebr. Yoh·hha·nán, significando “Jeová Mostrou
Favor; Jeová Foi Clemente”. Veja 1Cr 26:3 n.

Ou “o Logos”. Gr.: ho ló·gos; lat.: Vér·bum;


J 17,18,22 (hebr.): had·Da·vár.

Lit.: “estava para com o Deus”. Gr.: en pros ton


The·ón; J 17,18 (hebr.): ha·yáh ’eth ha·’Elo·hím.
“[Um] deus.” Gr.: the·ós, em contraste com ton
The·ón, “o Deus”, na mesma sentença;
J 17,22 (hebr.): we’·lo·hím, “e deus”. Veja o exame
da expressão “um deus” no Ap. 6A.

A pontuação dos vv. 3 e 4 segue WH, Vg ww , UBS e


Nestle-Aland.

Veja Mt 3:1 n.: “João”.

Veja 3:16 n.

Lit.: “sangues”.

Lit.: “habitou em tenda; abarracou”. Veja Re


21:3 n.
“O deus unigênito”, P 75 ‫א‬c ; P 66 ‫א‬° BC ° : “deus
unigênito”; AC c ItVgSy c,h : “o Filho unigênito”.

“Testemunho.” Gr.: mar·ty·rí·a; lat.:


te·sti·mó·ni·um.
“Elias” (significando “Meu Deus É Jeová”), J 17,18,22 ;
gr.: E·leí·as.

Veja Ap. 1D.

Ou: “Eu imerjo; eu submerjo (mergulho).” Gr.:


ba·ptí·zo.
Não a Betânia perto de Jerusalém.

Veja 3:16 n.

Isto é, por volta das 16 horas, contada desde o


nascer do sol.

Lit.: “a ele”.

“Cedo na manhã seguinte”, It mss. Sy s .

Ou “o Ungido”. Gr.: ton Mes·sí·an; lat.: Mes·sí·am;


J 17,18,22 (hebr.): ham·Ma·shí·ahh.

“João”, P 66,75 ‫א‬B ° It; AB c Vg c Sy p,s : “Jona”.

“Cefas.” Gr.: Ke·fás. Este é um nome aram.


( Keh·fa’ ), aqui no masc., como em Mt 16:18 nos
mss. sir. Veja Mt 16:18 n.: “rocha”.

Significando “Um Pedaço de Rocha”. Gr.: Pé·tros.

Lit.: “Verdadeiramente, verdadeiramente.” Gr.:


A·mén, a·mén.
Ou “mensageiros”. Gr.: ag·gé·lous; lat.: án·ge·los.
Veja Jó 33:23; Sal 91:11.
Ou “a serviço do”.

Lit.: “O que para mim e para ti?” significando: “O


que há de comum entre mim e ti?” Esta é uma
expressão idiomática; é uma pergunta de
repulsa, indicando objeção. Veja Ap 7B.

Provavelmente o bato, que equivalia a 22 l. Veja


Ap. 8A.

Ou “habitação (morada) divina”. Gr.: na·ón; lat.:


tém·plum; J 17,18,22 (hebr.): ha·heh·khál haz·zéh,
“este palácio (templo)”.

“Nasça de novo.” Lit.: “seja gerado de cima”. Gr.:


gen·ne·theí á·no·then.
Ou “força ativa”. Gr.: pneú·ma·tos; lat.: Spí·ri·tu;
J 17,22 (hebr.): weha·rú·ahh, “e a força ativa”. Veja
Gên 1:2 n.: “ativa”.

“Vento.” Gr.: pneú·ma.

“Coisas celestiais.” Gr.: e·pou·rá·ni·a; lat.:


cae·lé·sti·a, “coisas celestes”.
“O mundo.” Gr.: ton kó·smon; lat.: mún·dum;
J 17,18,22 (hebr.): ha·‛oh·lám .

Ou “todas as coisas”.

Ou “parcamente”.

Ou “Amo”.

“Sychem (Siquém)”, Sy s . Veja At 7:16 n.:


“Siquém”.

Isto é, por volta do meio-dia, contada desde o


nascer do sol.
“Porque os judeus . . . samaritanos”,
ABCWVgSy p,s ; ‫א‬° DIt mss. omitem isso.

Lit.: “Espírito [é] o Deus.” Gr.: Pneú·ma ho


The·ós.
Ou “Amo”.

Isto é, por volta das 13 horas, contada desde o


nascer do sol.

“Uma”, P 66,75 ABD; ‫א‬C: “a”.

“Betsata” (significando “Casa da Oliva”, ou: “Casa


de Olivas”), ‫ ;א‬P 75 BVg: “Betsaida”, significando
“Casa de Pesca”; ACSy c,hi,p Arm: “Betesda”
(significando “Casa de Misericórdia”).

P 66,75 ‫א‬BDVgSy c omitem o v. 4; AItVg c Sy hi,p Arm


acrescentam: “Porque um anjo do Senhor
[J 9,22,23 : “de Jeová”] costumava de época em
época descer ao reservatório e agitar a água; o
primeiro que então entrasse nela após a
agitação da água ficava bom de saúde, livre de
qualquer doença de que padecesse.”

“Jesus”, P 66 ‫א‬AVg; P 75 B: “ele”.

Ou “coisa originária dele”.

Ou “em si mesmo o dom da vida”. Veja Ro 6:23.

“Ressurreição de julgamento.” Gr.: a·ná·sta·sin


krí·se·os; lat.: re·sur·rec·ti·ó·nem iu·dí·ci·i.
Ou “coisa originária de mim”.

“Deus”, ‫א‬ADItVgSy c,h,hi,p ; P 66,75 B omitem isso.


O denário era uma moeda romana de prata que
pesava 3,85 g.

Lit.: “cerca de vinte e cinco ou trinta estádios”. O


estádio equivalia a um oitavo de milha romana,
185 m.

Ou “Amo”.

“Me”, P 66,75 BD; ‫א‬ASy c,s omitem isso.

Ou “serão os ensinados”.

Veja Ap. 1D.

“Em união comigo.” Ou “em mim”. Gr.: en e·moí.

Ou “significam”. Veja Mt 12:7 n.

Ou “é um diabo”. Gr.: di·á·bo·lós e·stin.

Ou “sendo que não aprendeu”.

Lit.: “de mim mesmo”.

Ou: “Estás endemoninhado.”

“[Judeus] dispersos.” Lit.: “dispersão”. Gr.:


di·a·spo·rán.
“Testemunho.” Gr.: mar·ty·rí·a; lat.:
te·sti·mó·ni·um.
“O Pai”, P 66,75 ‫א‬c BVg; ‫א‬° DSy c,s : “aquele”.

Ou “das coisas”.

Ou: “O que é que eu vos estive dizendo.”

Lit.: “de mim mesmo”.

Ou “semente”.
“Da mentira”, J 17,22 . Lit.: “dela”.

Ou “e estás endemoninhado”.

Ou: “Eu não estou endemoninhado.”

Ou “estás endemoninhado”.

“Viste Abraão?” P 66 ‫א‬c ABCDVg; P 75 ‫א‬° Sy s : “Abraão te


viu?”

“Eu tenho sido.” Veja o Ap. 6F para um exame da


existência pré-humana de Jesus.

“Siloé”, ‫א‬AB; J 7-14,16-19,22 : “Siloá”. Veja Is 8:6 na


LXX.

“Expulso da sinagoga.” Ou “excomungado”.

Ou “Amo”.

Ou “correto; certo”.

Ou “minha vida”. Gr.: ten psy·khén mou;


J 17,18,22 (hebr.): naf·shí. Veja Ap. 4A.

Lit.: “é necessário [que] eu conduza”.

“Tirou”, P 45 ‫א‬° BSy p ; P 66 ‫א‬c ADVgSy s : “tira”.

“A festividade da dedicação (Chanuká).”


J 22 (hebr.): hhagh ha·hhanuk·káh .

“Aquilo . . . coisas”, BItVg(‫א‬W, com uma ligeira


variação, concordam); ASy h,p,s : “Meu Pai, que
[mas] deu, é maior do que todos os outros.”

Ou “estamos em união”. Lit.: “uma (só coisa)”.


Gr.: hen, neutro, para mostrar unidade na
cooperação. Veja 17:21 n. e 1Co 3:8 n.
“Vós sois deuses.” Gr.: the·oí e·ste; lat.: dí·i
é·stis; J 17,18,22 (hebr.): ’elo·hím ’at·tém.
Ou “a”.

Ou “daquele”.

“Lázaro”, ‫א‬ABJ 17 ; J 7-14,16,18,19,22 : “Eleazar”,


significando “Deus Ajudou”.

Ou “Amo”.

Ou “judeus”. Gr.: I·ou·daí·oi, como em 10:31, 33.

Ou “será salvo”.

Ou “Dídimo”. Gr.: Dí·dy·mos; lat.: Dí·dy·mus.

Lit.: “afastada uns quinze estádios”. Cerca de


2,8 km. O estádio equivalia a um oitavo de
milha romana, 185 m.

Ou “Amo”.

“Eu sou a ressurreição e a vida.” Gr.: E·gó ei·mi


he a·ná·sta·sis kai he zo·é; lat.: É·go sum
re·sur·réc·ti·o et ví·ta; J 17 (hebr.): ’A·no·khí
hat·tequ·máh weha·hhai·yím .
Veja v. 1 n.

Isto é, o templo.

Veja 11:1 n.

Gr.: lí·tran. Cerca de 327 g.

Cerca de US$ 260, quando se calcula a prata a


US$ 0,22 por g. Veja Ap. 8A.

Lit.: “Hosana.” J 7-14,16-19,22 (hebr.): Hoh·sha‛-ná’.


Veja Ap. 1D.

Ou “vida”. Gr.: psy·khén; J 17,18,22 (hebr.): naf·shóh


(de né·fesh ).

“Ministro.” Gr.: di·á·ko·nos; lat.: mi·ní·ster (de


mí·nus, “menos”); J 18,22 (hebr.): mesha·rethí,
“meu ministro”.

Ou “todos os homens”.

Veja Ap. 1D.

Ou: “quem acreditou no nosso relato?”

Veja Ap. 1D.

Veja 9:22 n.

Ou “é”.

Ou “se preparava”.

Ou “Amo”.

“O enviado.” Ou “um apóstolo (emissário)”. Gr.:


a·pó·sto·los; lat.: a·pó·sto·lus.
Ou “preferia”.

Ou “por meio dele”.

Ou “vida”. Gr.: psy·khén; lat.: á·ni·mam;


J 17,18,22 (hebr.): naf·shekhá (de né·fesh ).

Ou “Amo”.

Lit.: “de mim mesmo”.

“Pedirdes”, ADIt e em harmonia com 15:16 e


16:23; P 66 ‫א‬BWVgSy h,p : “me pedirdes”.
Ou “outro paracleto (consolador)”. Gr.: ál·lon
pa·rá·kle·ton, masc.
Ou “a força ativa”. Gr.: to pneú·ma, neutro. Veja
Gên 1:2 n.: “ativa”.

“O observa . . . . Vós o conheceis.” “O” (gr.: au·tó,


neutro) refere-se a “o espírito” ( to pneú·ma,
neutro).

Ou “órfãos”. Gr.: or·fa·noús; lat.: ór·fa·nos.

Ou “o paracleto (consolador)”. Gr.: ho . . .


pa·rá·kle·tos, masc.
“Esse”, gr. masc., referindo-se ao “ajudador”, gr.
masc.

Lit.: “muitas (coisas)”.

Ou “ele poda”.

Ou “produzir”.

Ou “vida”.

Ou “o paracleto (consolador)”. Gr.: ho


pa·rá·kle·tos, masc.
“Esse”, gr. masc., referindo-se ao “ajudador”, gr.
masc. Veja 16:7.

Veja 9:22 n.

“Um serviço sagrado.” Gr.: la·treí·an. Veja Êx


12:25 n.

Ou “o paracleto (consolador)”. Gr.: ho


pa·rá·kle·tos, masc.
“Dará . . . evidência convincente.” Ou
“repreenderá”. Gr.: e·lég·xei.

“Esse”, referindo-se a “o ajudador” no v. 7.

“De que está falando.” B omite isso.

Ou “em união comigo”. Gr.: en e·moí. Veja 6:56 n.

Ou “que te conheçam”. Gr.: hí·na gi·nó·sko·si se.

Ou: “E eu me tenho por sagrado (trato-me como


santo).” Gr.: kai . . . e·gó ha·gi·á·zo e·mau·tón;
lat.: et . . . é·go sanc·tí·fi·co me íp·sum;
J 17 (hebr.): wehith·qad·dash·tí.

Ou “estejam em união”. Lit.: “uma (só coisa)”. Gr.:


hen , neutro, para mostrar unidade na
cooperação. Veja 10:30 n.

Lit.: “antes do lançamento para baixo [de


semente]”. Gr.: pro ka·ta·bo·lés .

Ou “do vale”.

Ou “o quiliarca”. Gr.: ho khi·lí·ar·khos; o


comandante de 1.000 soldados.

“Rei dos judeus.” Gr.: ba·si·leús ton I·ou·daí·on;


lat.: rex Iu·dae·ó·rum; J 17,18,22 (hebr.): mé·lekh
hai·Yehu·dhím.
“A fim de dar testemunho.” Gr.: mar·ty·ré·so; lat.:
te·sti·mó·ni·um per·hí·be·am.
“Que é verdade?” Gr.: Tí e·stin a·lé·thei·a; lat.:
Quid est vé·ri·tas; J 17,18 (hebr.): Mah hi’
ha·’eméth.
“Eis o homem!” Gr.: I·doú ho án·thro·pos; lat.:
éc·ce hó·mo; J 22 (hebr.): Hin·néh ha·’ísh;
J 17 (hebr.): Hin·néh ha·’a·dhám, “Eis o homem
terreno!”; J 18 (hebr.): Hin·néh hag·ga·vér, “Eis o
varão vigoroso!” Veja Za 6:12 n.: “homem”.

Ou: “Fixa[-o] numa estaca (poste)!” Veja Ap. 5C.

“Autoridade.” Gr.: e·xou·sí·an; lat.: po·te·stá·tem;


J 17 (hebr.): reshúth.

Ou “desde o céu”.

Ou “do imperador”. Gr.: tou Kaí·sa·ros.

Isto é, por volta do meio-dia, contada desde o


nascer do sol.

Veja Ap. 5C.

Veja Mt 27:33 n.: “Lugar da Caveira.”

“Gólgota.” Gr.: Gol·go·thá; J 17,18 (hebr.): Gol·gol·tá’ .


Veja 18:33 n.

Veja Lu 23:38 n.

Ou “preferia”.

Ou “parou de respirar”. Lit.: “entregou o espírito”.


Gr.: pa·ré·do·ken to pneú·ma.

Ou “retirá-los”.

“Rolo”, ‫א‬° B; P 66 ‫א‬c AVgSy p : “uma mistura”.

Ou “cem libras”. Gr.: lí·tras, de modo geral


igualada à libra romana, que pesava 327 g; lat.:
lí·bras.
Ou “Amo”.
“Rabôni!” J 18 (hebr.): Rib·boh·ní.
Ou “Dídimo”. Gr.: Dí·dy·mos; lat.: Dí·dy·mus.

Ou “preferia”.

Ou “o Amo”.

Lit.: “a cerca de duzentos côvados”. Veja Ap. 8A.

“João”, BVg; ASy p,s : “Jona”. Veja 1:42 n.: “João”.

“Amas-me.” Gr.: a·ga·país.

“Tenho afeição por ti.” Gr.: fi·ló se .

“Amas-me?” Gr.: a·ga·país.

“Tenho afeição por ti.” Gr.: fi·ló se.

“Tens afeição por mim?” Gr.: fi·leís me.

“Eu tenho afeição por ti.” Gr.: fi·ló se.

Ou “preferido”.

O v. 25 consta em ‫א‬c ABCVgSy p,s ; ‫א‬° omite isso.

Atos dos Apóstolos

1 O primeiro relato, ó Teófilo, eu compus a


respeito de todas as coisas que Jesus principiou
tanto a fazer como a ensinar, 2 até o dia em que
foi tomado para cima, depois de ter dado
mandamento, por intermédio de espírito santo,
aos apóstolos que escolhera. 3 A estes mostrou-
se também vivo, por meio de muitas provas
positivas, depois de ter sofrido, sendo visto por
eles durante quarenta dias, e contando as coisas
a respeito do reino de Deus. 4 E, reunindo-se com
eles, deu-lhes as ordens: “Não vos retireis de
Jerusalém, mas persisti em esperar por aquilo
que o Pai tem prometido, a respeito do qual me
ouvistes [falar]; 5 porque João, deveras, batizou
com água, mas vós sereis batizados em espírito
santo, não muitos dias depois disso.”
6
Tendo-se eles então reunido, perguntavam-
lhe: “Senhor, é neste tempo que restabeleces o
reino a Israel?” 7 Disse-lhes ele: “Não vos cabe
obter conhecimento dos tempos ou das épocas
que o Pai tem colocado sob a sua própria
jurisdição; 8 mas, ao chegar sobre vós o espírito
santo, recebereis poder e sereis testemunhas de
mim tanto em Jerusalém como em toda a Judéia
e Samaria, e até à parte mais distante da terra.”
9
E, depois de dizer estas coisas, enquanto
olhavam, foi elevado e uma nuvem o arrebatou
para cima, fora da vista deles. 10 E, enquanto
fitavam os olhos no céu, durante a partida dele,
eis que havia também dois homens em roupas
brancas em pé ao lado deles, 11 e estes disseram:
“Homens da Galiléia, por que estais parados aí
olhando para o céu? Este Jesus, que dentre vós
foi acolhido em cima, no céu, virá assim da
mesma maneira em que o observastes ir para o
céu.”
12
Voltaram então a Jerusalém, do monte
chamado Monte das Oliveiras, que está perto de
Jerusalém, à distância da jornada de um sábado.
13
Assim, tendo entrado, subiram para o quarto de
andar superior onde ficavam, tanto Pedro como
João, e Tiago, e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu
e Mateus, Tiago, [filho] de Alfeu, e Simão, o
zeloso, e Judas, [filho] de Tiago. 14 De comum
acordo, todos eles persistiam em oração, junto
com algumas mulheres e Maria, a mãe de Jesus, e
com os irmãos dele.
15
Ora, durante esses dias, Pedro levantou-se
no meio dos irmãos e disse (a multidão de
pessoas era ao todo de cerca de cento e vinte):
16
“Homens, irmãos, era necessário que se
cumprisse a escritura, que o espírito santo
predissera pela boca de Davi a respeito de Judas,
que se tornou guia dos que prenderam a Jesus,
17
porque tinha sido contado entre nós e obtivera
uma parte neste ministério. 18 (Este mesmo
homem, portanto, comprou um campo com o
salário da injustiça, e, jogando-se de cabeça para
baixo, rebentou ruidosamente pelo meio e se
derramaram todos os seus intestinos. 19 Também
todos os habitantes de Jerusalém ficaram
sabendo disso, de modo que aquele campo foi
chamado na língua deles Acéldama, isto é: Campo
de Sangue.) 20 Pois, está escrito no livro dos
Salmos: ‘Fique desolada a sua pousada e não haja
nela morador’, e: ‘Tome outro seu cargo de
superintendência.’ 21 Portanto, é necessário que
dentre os homens que se reuniam conosco
durante todo o tempo em que o Senhor Jesus
entrava e saía entre nós, 22 principiando com o
seu batismo por João e até o dia em que dentre
nós foi acolhido em cima, um destes homens se
torne testemunha conosco de sua ressurreição.”
23
Propuseram assim dois: José, chamado
Barsabás, cognominado Justo, e Matias. 24 E
oraram e disseram: “Ó Jeová, tu que conheces os
corações de todos, indica qual destes dois
homens tens escolhido 25 para tomar o lugar
deste ministério e apostolado, do qual Judas se
desviou para ir para o seu próprio lugar.”
26
Lançaram assim sortes sobre eles, e a sorte
caiu em Matias; e ele foi contado com os onze
apóstolos.

2 Então, estando em progresso o dia [da


festividade] de Pentecostes, todos eles estavam
juntos no mesmo lugar, 2 e, repentinamente,
ocorreu do céu um ruído, bem semelhante ao
duma forte brisa impetuosa, e encheu toda a casa
onde estavam sentados. 3 E línguas, como que de
fogo, tornaram-se-lhes visíveis e se distribuíram,
e sobre cada um deles assentou-se uma, 4 e todos
eles ficaram cheios de espírito santo e
principiaram a falar em línguas diferentes, assim
como o espírito lhes concedia fazer
pronunciação.
5
Acontece que moravam em Jerusalém judeus,
homens reverentes, de toda nação das debaixo do
céu. 6 Assim, ao ocorrer este som, a multidão
ajuntou-se e estava desnorteada, porque cada um
os ouvia falar no seu próprio idioma. 7 Deveras,
ficaram assombrados e começaram a perguntar-
se, dizendo: “Pois quê! não são galileus todos
estes que estão falando? 8 E, no entanto, como é
que ouvimos cada um de nós o seu próprio idioma
em que nascemos? 9 Partos, e medos, e elamitas,
e os habitantes de Mesopotâmia, e Judéia, e
Capadócia, Ponto e [o distrito da] Ásia, 10 e
Frígia, e Panfília, Egito e as partes da Líbia, do
lado de Cirene, e os residentes temporários de
Roma, tanto judeus como prosélitos, 11 cretenses
e árabes, nós os ouvimos falar em nossas línguas
sobre as coisas magníficas de Deus.” 12 Sim,
todos ficaram assombrados e estavam em
perplexidade, dizendo um ao outro: “Que denota
esta coisa?” 13 No entanto, diversos mofaram
deles e começaram a dizer: “Estão cheios de
vinho doce.”
14
Mas, Pedro pôs-se de pé com os onze,
levantou a sua voz e fez-lhes a seguinte
pronunciação: “Homens da Judéia e todos vós,
habitantes de Jerusalém, seja isso conhecido por
vós e dai ouvidos às minhas declarações.
15
Estes, de fato, não estão embriagados, como
supondes, pois é a terceira hora do dia. 16 Ao
contrário, isto é o que foi dito por intermédio do
profeta Joel: 17 ‘“E nos últimos dias”, diz Deus,
“derramarei do meu espírito sobre toda sorte de
carne, e vossos filhos e vossas filhas
profetizarão, e os vossos jovens terão visões e os
vossos anciãos terão sonhos; 18 e até mesmo
sobre os meus escravos e sobre as minhas
escravas derramarei naqueles dias do meu
espírito, e eles profetizarão. 19 E darei portentos
em cima no céu e sinais em baixo na terra:
sangue, e fogo, e fumaça brumosa; 20 o sol será
transformado em escuridão e a lua em sangue,
antes de chegar o grande e ilustre dia de Jeová.
21
E todo aquele que invocar o nome de Jeová
será salvo.”’
22
“Homens de Israel, ouvi estas palavras:
Jesus, o nazareno, homem publicamente
mostrado a vós por Deus, por intermédio de
poderosas obras, e portentos, e sinais, que Deus
fez por intermédio dele no vosso meio, conforme
vós mesmos sabeis, 23 a este [homem], como
alguém entregue pelo conselho resolvido e [pela]
presciência de Deus, vós fixastes numa estaca
pela mão de homens contrários à lei e [o]
eliminastes. 24 Mas Deus o ressuscitou por
afrouxar as ânsias da morte, porque não era
possível que ele continuasse a ser segurado por
ela. 25 Pois, Davi diz com respeito a ele: ‘Eu tinha
constantemente a Jeová diante dos meus olhos;
porque ele está à minha direita, para que eu
nunca seja abalado. 26 Por esta razão, meu
coração ficou animado e a minha língua se
alegrou muito. Além disso, até mesmo a minha
carne residirá em esperança; 27 porque não
deixarás a minha alma no Hades, nem permitirás
que aquele que te é leal veja a corrupção.
28
Fizeste-me saber os caminhos da vida, encher-
me-ás de boa animação com o teu rosto.’
29
“Homens, irmãos, é permissível falar-vos com
franqueza a respeito do chefe de família Davi,
que ele tanto faleceu como foi enterrado, e o seu
túmulo está entre nós até o dia de hoje.
30
Portanto, visto que era profeta e sabia que
Deus lhe havia jurado com juramento que faria
sentar um dos frutos dos seus lombos sobre o seu
trono, 31 previu e falou a respeito da ressurreição
do Cristo, que ele nem foi abandonado no Hades,
nem viu a sua carne a corrupção. 32 A este Jesus,
Deus ressuscitou, fato de que todos nós somos
testemunhas. 33 Portanto, visto que ele foi
enaltecido à direita de Deus e recebeu do Pai o
prometido espírito santo, derramou isto que
vedes e ouvis. 34 Realmente, Davi não ascendeu
aos céus, mas ele mesmo diz: ‘Jeová disse a meu
Senhor: “Senta-te à minha direita, 35 até que eu
ponha os teus inimigos como escabelo para os
teus pés.”’ 36 Portanto, que toda a casa de Israel
saiba com certeza que Deus o fez tanto Senhor
como Cristo, a este Jesus, a quem pregastes
numa estaca.”
37
Ora, quando ouviram isso, ficaram
compungidos no coração, e disseram a Pedro e
aos demais apóstolos: “Homens, irmãos, o que
havemos de fazer?” 38 Pedro [disse] a eles:
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado
no nome de Jesus Cristo, para o perdão de vossos
pecados, e recebereis a dádiva gratuita do
espírito santo. 39 Porque a promessa é para vós e
para os vossos filhos, e para todos os que estão
longe, tantos quantos Jeová, nosso Deus, chamar
a si.” 40 E dava cabalmente testemunho e os
exortava com muitas outras palavras, dizendo:
“Sede salvos desta geração pervertida.”
41
Portanto, os que abraçaram de coração a sua
palavra foram batizados, e naquele dia
acrescentaram-se cerca de três mil almas. 42 E
eles continuavam a devotar-se ao ensino dos
apóstolos e a partilhar [uns com os outros], a
tomar refeições e a orações.
43
Deveras, sobre cada alma começou a cair
temor, e muitos portentos e sinais começaram a
ocorrer por intermédio dos apóstolos. 44 Todos os
que se tornavam crentes estavam unidos em
terem todas as coisas em comum, 45 e foram
vender as suas propriedades e bens, e distribuir a
[receita] entre todos, conforme alguém tivesse
necessidade. 46 E dia após dia assistiam
constantemente no templo, de comum acordo,
tomando as suas refeições em lares particulares
e participando do alimento com grande júbilo e
sinceridade de coração, 47 louvando a Deus e
achando favor [diante] de todo o povo. Ao mesmo
tempo, Jeová continuava a ajuntar-lhes
diariamente os que estavam sendo salvos.

3 Ora, Pedro e João estavam subindo ao templo


para a hora da oração, a nona hora, 2 e certo
homem, coxo desde a madre de sua mãe, estava
sendo carregado, e o punham diariamente perto
da porta do templo, chamada Bela, a fim de pedir
dádivas de misericórdia dos que entravam no
templo. 3 Quando ele avistou Pedro e João
entrando no templo, começou a solicitar, para
obter dádivas de misericórdia. 4 Mas Pedro, junto
com João, fitou os olhos nele e disse: “Olha para
nós.” 5 De modo que ele fixou a sua atenção
neles, esperando obter deles alguma coisa. 6 No
entanto, Pedro disse: “Não possuo prata nem
ouro, mas o que tenho é o que te dou: Em nome
de Jesus Cristo, o nazareno, anda!” 7 Com isto o
segurou pela mão direita e o levantou. As solas
dos seus pés e os ossos dos seus tornozelos
foram instantaneamente feitos firmes; 8 e,
pulando, pôs-se em pé, e começou a andar, e
entrou com eles no templo, andando, e pulando, e
louvando a Deus. 9 E todo o povo avistava-o
andando e louvando a Deus. 10 Além disso,
começaram a reconhecê-lo, que este era o
homem que costumava sentar-se [pedindo]
dádivas de misericórdia no Portão Belo do
templo, e ficaram cheios de assombro e de
êxtase com o que lhe tinha acontecido.
11
Pois bem, sendo que o homem segurava
Pedro e João, todo o povo, fora de si de surpresa,
afluía a eles no que era chamado de colunata de
Salomão. 12 Quando Pedro viu isso, ele disse ao
povo: “Homens de Israel, por que vos admirais
disso, ou por que estais fitando os olhos em nós
como se nós o tivéssemos feito andar por
intermédio de poder pessoal ou de devoção
piedosa? 13 O Deus de Abraão, e de Isaque, e de
Jacó, o Deus de nossos antepassados, glorificou
o seu Servo, Jesus, a quem vós, da vossa parte,
entregastes e repudiastes na face de Pilatos,
quando ele tinha decidido livrá-lo. 14 Sim, vós
repudiastes aquele santo e justo, e pedistes que
um homem, um assassino, vos fosse concedido
liberalmente, 15 ao passo que matastes o Agente
Principal da vida. Mas, Deus levantou-o dentre os
mortos, fato de que somos testemunhas.
16
Conseqüentemente, o seu nome, pela [nossa] fé
no seu nome, tornou forte este homem que
observais e conheceis, e a fé que é por
intermédio dele tem dado ao homem esta saúde
completa à vista de todos vós. 17 E agora, irmãos,
sei que agistes em ignorância, assim como
também fizeram vossos governantes. 18 Mas,
deste modo Deus tem cumprido as coisas que ele
anunciou de antemão por intermédio da boca de
todos os profetas, que o seu Cristo havia de
sofrer.
19
“Arrependei-vos, portanto, e dai meia-volta, a
fim de que os vossos pecados sejam apagados,
para que venham épocas de refrigério da parte da
pessoa de Jeová 20 e para que ele envie o Cristo
designado a vós, Jesus, 21 a quem o céu, deveras,
tem de reter até os tempos do restabelecimento
de todas as coisas, das quais Deus falou por
intermédio da boca dos seus santos profetas dos
tempos antigos. 22 De fato, Moisés disse: ‘Jeová
Deus vos suscitará dentre os vossos irmãos um
profeta semelhante a mim. A este tendes de
escutar segundo todas as coisas que ele vos
falar. 23 Deveras, toda alma que não escutar esse
Profeta será completamente destruída dentre o
povo.’ 24 E, de fato, todos os profetas, de Samuel
em diante e os em sucessão, tantos quantos
falaram, declararam também distintamente estes
dias. 25 Vós sois os filhos dos profetas e do pacto
que Deus celebrou com os vossos antepassados,
dizendo a Abraão: ‘E em teu descendente serão
abençoadas todas as famílias da terra.’ 26 Deus,
depois de suscitar o seu Servo, enviou-o primeiro
a vós, para vos abençoar, por desviar a cada um
[de vós] das vossas ações iníquas.”

4 Então, enquanto os [dois] estavam falando ao


povo, sobrevieram-lhes os principais sacerdotes e
o capitão do templo, e os saduceus, 2 aborrecidos
porque estavam ensinando o povo e estavam
declarando distintamente a ressurreição dentre
os mortos, no caso de Jesus; 3 e deitaram mãos
neles e os puseram em detenção até o dia
seguinte, pois já era noitinha. 4 No entanto,
muitos dos que tinham escutado o discurso
creram, e o número dos homens chegou a cerca
de cinco mil.
5
No dia seguinte, ocorreu em Jerusalém um
ajuntamento dos seus governantes, e anciãos, e
escribas 6 (também Anás, o principal sacerdote, e
Caifás, e João, e Alexandre, e tantos quantos
eram da parentela do principal sacerdote), 7 e
postaram-nos no meio deles e começaram a
indagar: “Com que poder ou em nome de quem
fizestes isso?” 8 Então Pedro, cheio de espírito
santo, disse-lhes:

“Governantes do povo e anciãos, 9 se estamos


sendo examinados neste dia à base duma boa
ação para com um homem adoentado, quanto a
por quem este homem ficou bom, 10 seja sabido de
todos vós e de todo o povo de Israel, que é no
nome de Jesus Cristo, o nazareno, a quem
pregastes numa estaca, mas a quem Deus
levantou dentre os mortos, por esse é que este
homem está aqui são em pé diante de vós. 11 Esta
é ‘a pedra que por vós, construtores, não foi
levada em conta, que se tornou a principal do
ângulo’. 12 Outrossim, não há salvação em nenhum
outro, pois não há outro nome debaixo do céu,
que tenha sido dado entre os homens, pelo qual
tenhamos de ser salvos.”
13
Ora, quando observaram a franqueza de
Pedro e João, e perceberam que eles eram
homens indoutos e comuns, ficaram admirados. E
começaram a reconhecer a respeito deles que
costumavam estar com Jesus; 14 e, olhando para o
homem que tinha sido curado, parado [ali] com
eles, não tinham nada a dizer em refutação.
15
Ordenaram-lhes, assim, que saíssem da sala do
Sinédrio e começaram a consultar-se entre si,
16
dizendo: “Que havemos de fazer com estes
homens? Porque, de fato, tem ocorrido um sinal
notável por intermédio deles, manifesto a todos
os habitantes de Jerusalém; e não o podemos
negar. 17 Não obstante, a fim de que isso não se
espalhe ainda mais entre o povo, digamos-lhes
com ameaças que não falem mais a nenhum
homem à base deste nome.”
18
Com isso chamaram-nos e advertiram-nos que
em nenhuma parte fizessem qualquer
pronunciação, nem ensinassem à base do nome
de Jesus. 19 Mas Pedro e João disseram-lhes, em
resposta: “Se é justo, à vista de Deus, escutar
antes a vós do que a Deus, julgai-o vós mesmos.
20
Mas, quanto a nós, não podemos parar de falar
das coisas que vimos e ouvimos.” 21 Assim, tendo-
os ameaçado ainda mais, livraram-nos, visto que
não acharam nenhuma base para puni-los, e por
causa do povo, porque todos estavam
glorificando a Deus pelo que tinha ocorrido;
22
pois o homem em quem este sinal de cura tinha
ocorrido tinha mais de quarenta anos.
23
Depois de terem sido livrados, foram para a
sua própria gente e relataram as coisas que os
principais sacerdotes e os anciãos lhes haviam
dito. 24 Ouvindo isso, elevaram unanimemente as
suas vozes a Deus e disseram:

“Soberano Senhor, tu és Aquele que fez o céu e


a terra, e o mar, e todas as coisas neles, 25 e
quem, por intermédio de espírito santo, disse
pela boca de nosso antepassado Davi, teu servo:
‘Por que se tumultuaram as nações e meditaram
os povos coisas vãs? 26 Os reis da terra tomaram
a sua posição e os governantes aglomeraram-se à
uma contra Jeová e contra o seu ungido.’
27
Mesmo assim, tanto Herodes como Pôncio
Pilatos, com [homens das] nações e com povos de
Israel, ajuntaram-se realmente nesta cidade
contra o teu santo servo Jesus, a quem ungiste,
28
a fim de fazerem as coisas que a tua mão e
conselho predeterminaram que ocorressem. 29 E
agora, Jeová, dá atenção às ameaças deles e
concede aos teus escravos que persistam em
falar a tua palavra com todo o denodo, 30 ao passo
que estendes a tua mão para sarar e ao passo
que ocorrem sinais e portentos por intermédio do
nome de teu santo servo Jesus.”
31
E, quando haviam feito súplica, foi abalado o
lugar onde estavam ajuntados; e todos juntos
ficaram cheios de espírito santo e falaram a
palavra de Deus com denodo.
32
Ainda mais, a multidão dos que haviam crido
era de um só coração e alma, e nem mesmo um
só dizia que qualquer das coisas que possuía
fosse a sua própria; mas eles tinham todas as
coisas em comum. 33 Também os apóstolos
continuavam com grande poder a dar testemunho
a respeito da ressurreição do Senhor Jesus; e
sobre todos eles havia benignidade imerecida em
grande medida. 34 De fato, não havia nem mesmo
um só necessitado entre eles; porque todos os
que eram proprietários de campos ou de casas
vendiam-nos, e traziam os valores das coisas
vendidas 35 e os depositavam aos pés dos
apóstolos. Por sua vez, fazia-se distribuição a
cada um, conforme tivesse necessidade. 36 De
modo que José, que pelos apóstolos era
cognominado Barnabé, que traduzido significa
Filho de Consolo, um levita, natural de Chipre,
37
possuindo um pedaço de terra, vendeu-o, trouxe
o dinheiro e o depositou aos pés dos apóstolos.

5 No entanto, certo homem, de nome Ananias,


junto com Safira, sua esposa, vendeu uma
propriedade 2 e reteve secretamente parte do
preço, sabendo disso também a sua esposa, e
trouxe apenas parte e a depositou aos pés dos
apóstolos. 3 Mas Pedro disse: “Ananias, por que
te afoitou Satanás a trapacear o espírito santo e
a reter secretamente parte do preço do campo?
4
Enquanto permanecia contigo, não permanecia
teu, e depois de ter sido vendido, não continuou a
estar sob o teu controle? Por que é que
propuseste uma ação dessas no teu coração?
Trapaceaste, não homens, mas a Deus.” 5 Ao ouvir
estas palavras, Ananias caiu e expirou. E veio
grande temor sobre todos os que ouviram isso.
6
Mas os homens mais jovens levantaram-se,
enrolaram-no em panos e o levaram para fora, e o
enterraram.
7
Ora, depois de um intervalo de cerca de três
horas entrou a esposa dele, não sabendo o que
tinha acontecido. 8 Pedro disse-lhe: “Dize-me,
vendestes vós [dois] o campo por tanto?” Ela
disse: “Sim, por tanto.” 9 Pedro [disse-]lhe então:
“Por que concordastes entre vós [dois] fazer uma
prova com o espírito de Jeová? Eis que estão à
porta os pés dos que enterraram teu marido, e
eles te levarão para fora.” 10 Ela caiu
instantaneamente aos pés dele e expirou. Quando
os jovens entraram, acharam-na morta, e levaram-
na para fora e a enterraram ao lado de seu
marido. 11 Conseqüentemente, veio grande temor
sobre toda a congregação e sobre todos os que
ouviram estas coisas.
12
Além disso, por intermédio das mãos dos
apóstolos continuavam a ocorrer muitos sinais e
portentos entre o povo; e todos eles estavam de
comum acordo na colunata de Salomão.
13
Verdadeiramente, nem um só dos outros tinha a
coragem de se juntar a eles; não obstante, o povo
os afamava. 14 Mais do que isso, os crentes no
Senhor continuavam a ser acrescidos, multidões
[deles], tanto de homens como de mulheres; 15 de
modo que traziam para fora os doentes, até
mesmo às ruas largas, e os deitavam ali em
pequenas camas e macas, a fim de que, quando
Pedro estivesse passando, pelo menos a sua
sombra caísse sobre alguns deles. 16 Também a
multidão das cidades em volta de Jerusalém
afluía, trazendo os doentes e os afligidos por
espíritos impuros, e todos eles eram curados.
17
Mas, levantando-se o sumo sacerdote e todos
os com ele, a então existente seita dos saduceus,
ficaram cheios de ciúme, 18 e deitaram mãos nos
apóstolos e os puseram no lugar público de
detenção. 19 Mas, durante a noite, o anjo de Jeová
abriu as portas da prisão, trouxe-os para fora e
disse: 20 “Ide embora, e, tendo tomado posição no
templo, persisti em falar ao povo [sobre] todas as
declarações a respeito desta vida.” 21 Depois de
ouvirem isso, entraram no templo de madrugada e
começaram a ensinar.

Ora, chegando o sumo sacerdote e os com ele,


convocaram o Sinédrio e toda a assembléia dos
anciãos dos filhos de Israel, e mandaram trazê-
los da cadeia. 22 Mas, ao chegarem lá os oficiais,
não os acharam na prisão. Voltaram, assim, e
relataram, 23 dizendo: “Encontramos a cadeia
fechada com toda a segurança e os guardas
postos às portas, mas, quando a abrimos, não
achamos ninguém dentro.” 24 Ora, quando tanto o
capitão do templo como os principais sacerdotes
ouviram estas palavras, ficaram num aperto por
causa destes assuntos, quanto a que se daria.
25
Mas, chegou certo homem e relatou-lhes: “Eis
que os homens que pusestes na prisão estão no
templo, em pé, e ensinando o povo.” 26 O capitão
foi então com os seus oficiais e passou a trazê-
los, mas sem violência, visto que tinham medo de
ser apedrejados pelo povo.
27
Trouxeram-nos assim e os postaram na sala
do Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os,
28
dizendo: “Nós vos ordenamos positivamente
que não ensinásseis à base deste nome, e, ainda
assim, eis que enchestes Jerusalém com o vosso
ensino, e estais resolvidos a trazer sobre nós o
sangue deste homem.” 29 Em resposta, Pedro e os
[outros] apóstolos disseram: “Temos de obedecer
a Deus como governante antes que aos homens.
30
O Deus de nossos antepassados levantou
Jesus, a quem matastes por pendurá-lo num
madeiro. 31 Deus enalteceu a este, como Agente
Principal e Salvador, para a sua direita, para dar
a Israel arrependimento e perdão de pecados. 32 E
nós somos testemunhas destes assuntos, e assim
é também o espírito santo, que Deus tem dado
aos que obedecem a ele como governante.”
33
Quando ouviram isso, sentiram-se
profundamente feridos e queriam eliminá-los.
34
Mas, levantou-se certo homem no Sinédrio, um
fariseu de nome Gamaliel, instrutor da Lei,
estimado por todo o povo, e mandou que
pusessem os homens para fora por um pouco de
tempo. 35 E ele lhes disse: “Homens de Israel,
prestai atenção a vós mesmos quanto ao que
pretendeis fazer com respeito a estes homens.
36
Por exemplo, antes destes dias, levantou-se
Teudas, dizendo ser alguém, e certo número de
homens, cerca de quatrocentos, juntaram-se ao
seu partido. Mas ele foi eliminado, e todos os que
lhe obedeciam foram dispersos e redundaram em
nada. 37 Depois dele levantou-se Judas, o galileu,
nos dias do registro, e arrastou muitos após si.
Contudo, esse homem pereceu, e todos os que lhe
obedeciam foram espalhados. 38 E assim, na atual
situação, digo-vos: Não vos metais com estes
homens, mas deixai-os [em paz]; (porque, se este
desígnio ou esta obra for de homens, será
derrubada; 39 mas, se for de Deus, não podereis
derrubá-los;) senão podereis talvez ser realmente
achados como lutadores contra Deus.” 40 Em vista
disso, atenderam-no e mandaram chamar os
apóstolos, chibatearam-nos e ordenaram-lhes que
parassem de falar à base do nome de Jesus, e
soltaram-nos.
41
Estes, portanto, retiraram-se do Sinédrio,
alegrando-se porque tinham sido considerados
dignos de ser desonrados a favor do nome dele.
42
E cada dia, no templo e de casa em casa,
continuavam sem cessar a ensinar e a declarar as
boas novas a respeito do Cristo, Jesus.

6 Ora, naqueles dias, aumentando os


discípulos, surgiram resmungos da parte dos
judeus que falavam grego contra os judeus que
falavam hebraico, porque as suas viúvas estavam
sendo passadas por alto na distribuição diária.
2
De modo que os doze chamaram a si a multidão
dos discípulos e disseram: “Não é agradável que
deixemos a palavra de Deus para distribuir
[comida] às mesas. 3 Portanto, irmãos, procurai
vós mesmos, dentre vós, sete homens
acreditados, cheios de espírito e de sabedoria,
para que os possamos designar para esta
incumbência necessária; 4 mas, nós mesmos nos
devotaremos à oração e ao ministério da
palavra.” 5 E a palavra falada agradou a toda a
multidão, e selecionaram Estêvão, homem cheio
de fé e espírito santo, e Filipe, e Prócoro, e
Nicanor, e Timão, e Pármenas, e Nicolau,
prosélito de Antioquia; 6 e puseram-nos diante
dos apóstolos, e, depois de terem orado, estes
puseram as suas mãos sobre eles.
7
Conseqüentemente, a palavra de Deus crescia
e o número dos discípulos multiplicava-se
grandemente em Jerusalém; e uma grande
multidão de sacerdotes começou a ser obediente
à fé.
8
Ora, Estêvão, cheio de graça e de poder,
realizava grandes portentos e sinais entre o povo.
9
Mas, levantaram-se certos homens da chamada
Sinagoga dos Libertos, e dos cireneus e
alexandrinos, e dos de Cilícia e Ásia, para
discutirem com Estêvão; 10 contudo, não podiam
fazer face à sabedoria e ao espírito com que ele
falava. 11 Induziram então secretamente uns
homens a dizer: “Nós o ouvimos falar declarações
blasfemas contra Moisés e Deus.” 12 E atiçaram o
povo, e os anciãos, e os escribas, e, vindo contra
ele repentinamente, tomaram-no à força e o
conduziram ao Sinédrio. 13 E apresentaram
testemunhas falsas, que diziam: “Este homem não
pára de falar coisas contra este santo lugar e
contra a Lei. 14 Por exemplo, nós o ouvimos dizer
que esse Jesus, o nazareno, derrubará este lugar
e mudará os costumes que Moisés nos
transmitiu.”
15
E, enquanto todos os sentados no Sinédrio
fitavam os olhos nele, viram que o seu rosto era
como o rosto dum anjo.

7 Mas, o sumo sacerdote disse: “São assim


estas coisas?” 2 Ele disse: “Homens, irmãos e
pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso
antepassado Abraão enquanto ele estava na
Mesopotâmia, antes de fixar residência em Harã,
3
e disse-lhe: ‘Sai da tua terra e de teus parentes
e vai para uma terra que eu te hei de mostrar.’
4
Ele saiu então da terra dos caldeus e fixou
residência em Harã. E dali, depois de morrer seu
pai, [Deus] o fez mudar de residência para esta
terra em que agora morais. 5 Contudo, não lhe deu
nela nenhuma propriedade transmissível por
herança, não, nem mesmo da largura de um pé;
mas prometeu dar-lha como propriedade, e depois
dele, ao seu descendente, quando ainda não tinha
filho. 6 Além disso, Deus falou neste sentido, que
seu descendente seria residente forasteiro em
terra estrangeira, e que o escravizariam e
atribulariam por quatrocentos anos. 7 ‘E eu hei de
julgar aquela nação para a qual trabalharão como
escravos’, disse Deus, ‘e depois destas coisas
sairão e me prestarão serviço sagrado neste
lugar.’
8
“Deu-lhe também um pacto de circuncisão; e
assim, ele se tornou pai de Isaque, e o
circuncidou no oitavo dia, e Isaque, de Jacó, e
Jacó, dos doze chefes de família. 9 E os chefes de
família ficaram ciumentos de José e o venderam
ao Egito. Mas Deus estava com ele 10 e o livrou de
todas as suas tribulações, e deu-lhe graça e
sabedoria à vista de Faraó, rei do Egito. E ele o
designou para governar o Egito e toda a sua casa.
11
Mas, veio uma fome sobre todo o Egito e Canaã,
sim, uma grande tribulação; e os nossos
antepassados não achavam quaisquer provisões.
12
Mas Jacó ouviu que havia comestíveis no Egito
e enviou os nossos antepassados pela primeira
vez. 13 E na segunda vez, José se deu a conhecer
aos seus irmãos; e a linhagem de José tornou-se
manifesta a Faraó. 14 Assim, José enviou e
chamou a Jacó, seu pai, e todos os seus parentes
daquele lugar, no número de setenta e cinco
almas. 15 Jacó desceu ao Egito. E ele faleceu; e
assim também os nossos antepassados, 16 e foram
transferidos para Siquém e colocados no túmulo
que Abraão havia comprado por certo preço, com
dinheiro de prata, dos filhos de Emor, em Siquém.
17
“Justamente quando se aproximava o tempo
[para o cumprimento] da promessa que Deus
havia declarado abertamente a Abraão, o povo
crescia e se multiplicava no Egito, 18 até que se
levantou um rei diferente sobre o Egito, que não
sabia nada sobre José. 19 Este usava de
estadística contra a nossa raça e injustamente
obrigava os pais a exporem suas crianças, para
que não fossem preservadas vivas. 20 Naquele
mesmo tempo nasceu Moisés, e ele era
divinamente belo. E ele foi criado por três meses
no lar de [seu] pai. 21 Mas, quando foi exposto, foi
recolhido pela filha de Faraó e ela o criou como
seu próprio filho. 22 Em conseqüência disso,
Moisés foi instruído em toda a sabedoria dos
egípcios. De fato, era poderoso nas suas palavras
e ações.
23
“Então, quando se cumpriu o tempo de seu
quadragésimo ano, veio-lhe ao coração fazer uma
inspeção aos seus irmãos, os filhos de Israel. 24 E
quando avistou que um certo [deles] estava
sendo tratado injustamente, defendeu-o e
executou vingança por aquele que estava sendo
maltratado, abatendo o egípcio. 25 Supunha que
os seus irmãos compreenderiam que Deus lhes
estava dando salvação por sua mão, mas eles não
[o] compreenderam. 26 E, no dia seguinte,
apareceu-lhes quando estavam lutando, e tentou
reuni-los novamente em paz, dizendo: ‘Homens,
vós sois irmãos. Por que tratais um ao outro
injustamente?’ 27 Mas aquele que tratava seu
próximo injustamente repeliu-o, dizendo: ‘Quem
te designou governante e juiz sobre nós? 28 Será
que queres eliminar-me da mesma maneira como
eliminaste ontem o egípcio?’ 29 Em vista desta
palavra, Moisés fugiu e tornou-se residente
forasteiro na terra de Midiã, onde se tornou pai
de dois filhos.
30
“E, ao se cumprirem quarenta anos,
apareceu-lhe no ermo do Monte Sinai um anjo, na
chama ardente dum espinheiro. 31 Ora, quando
Moisés viu isso, maravilhou-se do que via. Mas,
ao se aproximar para investigar, veio a voz de
Jeová: 32 ‘Eu sou o Deus dos teus antepassados, o
Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó.’ Tomado
de tremor, Moisés não se atreveu a investigar
mais. 33 Jeová disse-lhe: ‘Tira as sandálias dos
teus pés, pois o lugar em que estás parado é
terreno santo. 34 Tenho certamente visto o
tratamento injusto para com o meu povo que está
no Egito, e tenho ouvido o seu gemido e tenho
descido para livrá-los. E agora vem: Eu te
enviarei ao Egito.’ 35 A este Moisés, que eles
repudiaram, dizendo: ‘Quem te designou
governante e juiz?’, a este homem Deus enviou
como governante e como libertador pela mão do
anjo que lhe apareceu no espinheiro. 36 Este
homem os conduziu para fora, depois de fazer
portentos e sinais no Egito, e no Mar Vermelho, e
no ermo, por quarenta anos.
37
“Este é o Moisés que disse aos filhos de
Israel: ‘Deus vos suscitará dentre os vossos
irmãos um profeta semelhante a mim.’ 38 Este é
aquele que veio a estar entre a congregação no
ermo, com o anjo que falou com ele no Monte
Sinai e com os nossos antepassados, e ele
recebeu proclamações sagradas, vivas, para dar
a vós. 39 A ele os nossos antepassados se
negaram a tornar-se obedientes, mas repeliram-
no, e nos seus corações voltaram-se para o Egito,
40
dizendo a Arão: ‘Faze-nos deuses para irem na
nossa frente. Quanto a este Moisés, que nos
conduziu para fora da terra do Egito, não
sabemos o que lhe aconteceu.’ 41 Fizeram, pois,
naqueles dias, um bezerro e trouxeram um
sacrifício ao ídolo, e começaram a regalar-se com
as obras das suas mãos. 42 De modo que Deus se
voltou e os entregou para prestarem serviço
sagrado ao exército do céu, assim como está
escrito no livro dos profetas: ‘Será que foi a mim
que oferecestes vítimas e sacrifícios por
quarenta anos no ermo, ó casa de Israel? 43 Mas,
acolhestes para vós a tenda de Moloque e a
estrela do deus Refã, as figuras que fizestes para
adorá-las. Conseqüentemente, eu vos deportarei
para além de Babilônia.’
44
“Nossos antepassados tinham no ermo a
tenda do testemunho, assim como deu ordens
quando falou a Moisés, para fazê-la segundo o
modelo que tinha visto. 45 E os nossos
antepassados, que a tiveram em sucessão,
também a trouxeram com Josué para a terra
possuída pelas nações que Deus expulsou de
diante dos nossos antepassados. Ali ela
permaneceu até os dias de Davi. 46 Ele achou
favor à vista de Deus e pediu para [ter o
privilégio de] prover uma habitação para o Deus
de Jacó. 47 No entanto, Salomão construiu uma
casa para ele. 48 Não obstante, o Altíssimo não
mora em casas feitas por mãos; assim como diz o
profeta: 49 ‘O céu é o meu trono e a terra é o meu
escabelo. Que sorte de casa construireis para
mim? diz Jeová. Ou qual é o lugar para o meu
descanso? 50 Não foi a minha mão que fez todas
essas coisas?’
51
“Homens obstinados e incircuncisos nos
corações e ouvidos, vós sempre resistis ao
espírito santo; assim como fizeram os vossos
antepassados, também vós fazeis. 52 A qual dos
profetas foi que os vossos antepassados não
perseguiram? Sim, mataram os que faziam
anúncio antecipado a respeito da vinda do Justo,
cujos traidores e assassinos vós vos tornastes
agora, 53 vós, os que recebestes a Lei, conforme
transmitida por anjos, mas não a guardastes.”
54
Pois bem, quando ouviram estas coisas,
sentiram-se feridos nos corações e começaram a
ranger os dentes contra ele. 55 Mas ele, cheio de
espírito santo, fitou os olhos no céu e avistou a
glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus,
56
e disse: “Eis que eu observo o céu aberto e o
Filho do homem em pé à direita de Deus.” 57 A isto
eles clamaram ao máximo da sua voz e puseram
as mãos sobre os ouvidos e arremeteram à uma
contra ele. 58 E depois de o lançarem fora da
cidade, começaram a atirar pedras nele. E as
testemunhas deitaram as suas roupas exteriores
aos pés dum jovem chamado Saulo. 59 E atiravam
pedras em Estêvão, enquanto ele fazia apelo e
dizia: “Senhor Jesus, recebe meu espírito.”
60
Então, dobrando os joelhos, clamou com forte
voz: “Jeová, não lhes imputes este pecado.” E,
dizendo isso, adormeceu [na morte].
8 Saulo, da sua parte, aprovava o assassínio
dele.

Naquele dia levantou-se grande perseguição


contra a congregação que estava em Jerusalém;
todos, exceto os apóstolos, foram espalhados
através das regiões da Judéia e de Samaria.
2
Homens reverentes, porém, levaram Estêvão
para o enterrarem, e fizeram grande lamentação
sobre ele. 3 Saulo, porém, começou a tratar a
congregação de modo ultrajante. Invadindo uma
casa após outra, e, arrastando para fora tanto
homens como mulheres, entregava-os à prisão.
4
No entanto, os que tinham sido espalhados
iam pelo país declarando as boas novas da
palavra. 5 Quanto a Filipe, desceu à cidade de
Samaria e começou a pregar-lhes o Cristo. 6 As
multidões, de comum acordo, prestavam atenção
às coisas ditas por Filipe, escutando e olhando
para os sinais que ele realizava. 7 Pois havia
muitos que tinham espíritos impuros, e estes
clamavam com voz alta e saíam. Além disso,
foram curados muitos paralíticos e coxos. 8 De
modo que havia muita alegria naquela cidade.
9
Ora, havia na cidade certo homem de nome
Simão, o qual, antes disso, praticara as artes
mágicas e pasmara a nação de Samaria, dizendo
ser alguém grande. 10 E todos eles, desde o menor
até o maior, prestavam-lhe atenção e diziam:
“Este homem é o Poder de Deus, que pode ser
chamado Grande.” 11 De modo que lhe prestavam
atenção, por tê-los deixado pasmados por
bastante tempo com as suas artes mágicas.
12
Mas, quando acreditaram em Filipe, que estava
declarando as boas novas do reino de Deus e do
nome de Jesus Cristo, passaram a ser batizados,
tanto homens como mulheres. 13 O próprio Simão
também se tornou crente, e, tendo sido batizado,
assistia constantemente Filipe; e ele pasmava-se,
observando a ocorrência de sinais e grandes
obras poderosas.
14
Quando os apóstolos em Jerusalém ouviram
que Samaria havia aceito a palavra de Deus,
mandaram-lhes Pedro e João; 15 e estes desceram
e oraram para que recebessem espírito santo.
16
Porque não tinha ainda caído sobre nenhum
deles, mas eles tinham sido batizados apenas no
nome do Senhor Jesus. 17 Impuseram-lhes então
as suas mãos e eles começaram a receber
espírito santo.
18
Ora, vendo Simão que o espírito era dado
pela imposição das mãos dos apóstolos,
ofereceu-lhes dinheiro, 19 dizendo: “Dai-me
também esta autoridade, para que todo aquele a
quem eu impuser as minhas mãos receba espírito
santo.” 20 Mas Pedro disse-lhe: “Pereça contigo a
tua prata, porque pensaste obter posse da dádiva
gratuita de Deus por meio de dinheiro. 21 Não tens
nem parte nem quinhão neste assunto, porque o
teu coração não é reto à vista de Deus.
22
Arrepende-te, portanto, desta maldade tua, e
suplica a Jeová, para que, se possível, te seja
perdoada esta astúcia do teu coração; 23 pois vejo
que tu és um fel venenoso e um laço de
injustiça.” 24 Simão disse em resposta: “Fazei
súplica a Jeová por mim, para que nenhuma
destas coisas que dissestes venha sobre mim.”
25
Portanto, tendo eles dado cabalmente
testemunho e falado a palavra de Jeová, voltaram
a Jerusalém, e declaravam as boas novas a
muitas aldeias dos samaritanos.
26
No entanto, o anjo de Jeová falou a Filipe,
dizendo: “Levanta-te e vai para o sul, à estrada
que desce de Jerusalém para Gaza.” (Esta é a
estrada do deserto.) 27 Em vista disso, levantou-
se e foi, e eis um eunuco etíope, homem de poder
sob Candace, rainha dos etíopes, que estava
sobre todo o tesouro dela. Tinha ido a Jerusalém
para adorar, 28 mas regressava e estava sentado
no seu carro, e lia em voz alta o profeta Isaías.
29
De modo que o espírito disse a Filipe:
“Aproxima-te e junta-te a este carro.” 30 Filipe
correu ao lado [dele] e ouviu-o lendo em voz alta
Isaías, o profeta, e disse: “Sabes realmente o que
estás lendo?” 31 Ele disse: “Realmente, como é
que eu posso, a menos que alguém me guie?” E
suplicou que Filipe subisse e se assentasse com
ele. 32 Ora, a passagem da Escritura que estava
lendo em voz alta era: “Como ovelha ele foi
levado à matança e como cordeiro que está sem
voz diante do seu tosquiador, assim não abre a
sua boca. 33 Durante a sua humilhação foi-lhe
tirado o julgamento. Quem contará os pormenores
de sua geração? Porque a sua vida lhe é tirada da
terra.”
34
Em resposta, o eunuco disse a Filipe: “Rogo-
te: A respeito de quem diz isso o profeta? A
respeito de si mesmo ou a respeito de outro
homem?” 35 Filipe abriu a sua boca e, principiando
com esta escritura, declarou-lhe as boas novas a
respeito de Jesus. 36 Então, ao avançarem pela
estrada, chegaram a certo corpo de água, e o
eunuco disse: “Eis um corpo de água! O que me
impede ser batizado?” 37 —— 38 Com isso mandou
parar o carro, e ambos desceram à água, tanto
Filipe como o eunuco; e ele o batizou. 39 Tendo
eles saído da água, o espírito de Jeová conduziu
Filipe rapidamente dali, e o eunuco não o viu
mais, pois seguiu caminho, alegrando-se. 40 Mas
Filipe achou-se em Asdode, e, passando pelo
território, declarava as boas novas a todas as
cidades, até chegar a Cesaréia.

9 Saulo, porém, respirando ainda ameaça e


assassínio contra os discípulos do Senhor, foi ao
sumo sacerdote 2 e pediu-lhe cartas para as
sinagogas em Damasco, a fim de trazer
amarrados, para Jerusalém, quaisquer que
achasse pertencendo ao Caminho, tanto homens
como mulheres.
3
Então, na viagem, aproximava-se de Damasco,
quando repentinamente reluziu em volta dele uma
luz do céu, 4 e ele caiu ao chão e ouviu uma voz
dizer-lhe: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”
5
Ele disse: “Quem és, Senhor?” Ele disse: “Eu sou
Jesus, a quem tu persegues. 6 Não obstante,
levanta-te e entra na cidade, e ser-te-á dito o que
tens de fazer.” 7 Ora, os homens que viajavam
com ele ficaram parados sem fala, ouvindo,
deveras, o som duma voz, mas não observando
nenhum homem. 8 Saulo, porém, levantou-se do
chão, e, embora se lhe abrissem os olhos, não via
nada. De modo que o levaram pela mão e o
conduziram a Damasco. 9 E ele não viu nada, por
três dias, e não comeu nem bebeu.
10
Havia em Damasco certo discípulo de nome
Ananias, e o Senhor disse-lhe numa visão:
“Ananias!” Ele disse: “Eis-me aqui, Senhor.” 11 O
Senhor disse-lhe: “Levanta-te, vai à rua chamada
Direita, e procura na casa de Judas um homem de
nome Saulo, de Tarso. Pois, eis que está orando,
12
e ele viu numa visão um homem de nome
Ananias entrar e pôr as suas mãos sobre ele, para
que recuperasse a vista.” 13 Mas, Ananias
respondeu: “Senhor, eu ouvi muitos [falar] deste
homem, quantas coisas prejudiciais ele fez aos
teus santos em Jerusalém. 14 E ele tem aqui
autoridade dos principais sacerdotes para pôr em
laços a todos os que invocam o teu nome.” 15 Mas
o Senhor lhe disse: “Vai, porque este homem é
para mim um vaso escolhido, para levar o meu
nome às nações, bem como a reis e aos filhos de
Israel. 16 Pois eu lhe mostrarei claramente
quantas coisas ele tem de sofrer por meu nome.”
17
Ananias foi, assim, e entrou na casa, e pôs
as suas mãos sobre ele e disse: “Saulo, irmão, o
Senhor, o Jesus que te apareceu na estrada pela
qual vieste, enviou-me a fim de que recuperasses
a vista e ficasses cheio de espírito santo.” 18 E
imediatamente caíram-lhe dos olhos o que
parecia escamas, e ele recuperou a vista; e,
levantando-se, foi batizado, 19 e tomou alimento e
ganhou força.

Ele ficou alguns dias com os discípulos em


Damasco 20 e começou imediatamente, nas
sinagogas, a pregar Jesus, que Este é o Filho de
Deus. 21 Mas todos os que o ouviam foram
tomados de assombro e diziam: “Não é este o
homem que devastava em Jerusalém os que
invocavam este nome, e que viera para cá com o
mesmo propósito, para levá-los amarrados aos
principais sacerdotes?” 22 Mas, Saulo adquiria
ainda mais poder e confundia os judeus que
moravam em Damasco, ao provar logicamente que
este é o Cristo.
23
Decorrido um bom número de dias, os judeus
realizaram entre si uma consulta para o
eliminarem. 24 No entanto, Saulo ficou sabendo da
sua conspiração contra ele. Mas, eles estavam
também vigiando de perto os portões, tanto de
dia como de noite, a fim de o eliminarem. 25 De
modo que seus discípulos o tomaram e o arriaram
de noite através duma abertura no muro, fazendo-
o descer num cesto.
26
Chegando a Jerusalém, fez esforços para se
juntar aos discípulos; mas todos eles estavam
com medo dele, porque não acreditavam que
fosse discípulo. 27 Barnabé veio, assim, em seu
auxílio e o conduziu aos apóstolos, e ele lhes
contou em pormenores como tinha visto o Senhor
na estrada e que este lhe tinha falado, e como em
Damasco falara denodadamente no nome de
Jesus. 28 E continuou com eles, entrando e
saindo, em Jerusalém, falando denodadamente no
nome do Senhor; 29 e falava e discutia com os
judeus que falavam grego. Mas estes fizeram
tentativas para o eliminarem. 30 Quando os irmãos
perceberam isso, trouxeram-no para baixo a
Cesaréia e o enviaram a Tarso.
31
Deveras, a congregação através de toda a
Judéia, e Galiléia, e Samaria, entrou então num
período de paz, sendo edificada; e, como andava
no temor de Jeová e no consolo do espírito santo,
multiplicava-se.
32
Então, passando Pedro através de todas [as
partes], desceu também aos santos que moravam
em Lida. 33 Ali ele achou certo homem de nome
Enéias que já por oito anos jazia na sua maca,
visto que era paralítico. 34 E Pedro disse-lhe:
“Enéias, Jesus Cristo te sara. Levanta-te e
arruma a tua cama.” E ele se levantou
imediatamente. 35 E todos os que habitavam em
Lida e [na planície de] Sarom o viram, e estes se
voltaram para o Senhor.
36
Mas, havia em Jope certa discípula de nome
Tabita, que, traduzido, significa Dorcas. Ela
abundava em boas ações e nas dádivas de
misericórdia que fazia. 37 Mas, aconteceu que
naqueles dias ela adoeceu e morreu. De modo que
a banharam e deitaram num quarto de andar
superior. 38 Ora, visto que Lida era perto de Jope,
quando os discípulos ouviram que Pedro estava
naquela cidade, mandaram a ele dois homens
para [lhe] suplicarem: “Por favor, não hesites em
vir ter conosco.” 39 Em vista disso, Pedro
levantou-se e foi com eles. E, ao chegar,
conduziram-no para cima ao quarto de andar
superior; e todas as viúvas apresentaram-se a ele
chorando e mostrando muitas roupas interiores e
roupas exteriores que Dorcas costumava fazer
enquanto estava com elas. 40 Mas Pedro pôs a
todos para fora, e, dobrando os joelhos, orou, e,
voltando-se para o corpo, disse: “Tabita, levanta-
te!” Ela abriu os olhos, e, avistando Pedro,
sentou-se. 41 Dando-lhe a mão, ele a levantou e
chamou os santos, e as viúvas, e a apresentou
viva. 42 Isto se tornou conhecido em toda a Jope,
e muitos ficaram crentes no Senhor. 43 Ele ficou
muitos dias em Jope com um certo Simão, [que
era] curtidor.

10 Havia então em Cesaréia certo homem de


nome Cornélio, oficial do exército do chamado
destacamento italiano, 2 homem devoto e que
temia a Deus, junto com toda a sua família, e ele
fazia muitas dádivas de misericórdia ao povo e
fazia continuamente súplica a Deus. 3 Cerca da
nona hora do dia, ele viu claramente numa visão
um anjo de Deus entrar até ele e dizer-lhe:
“Cornélio!” 4 O homem fitou os olhos nele, e,
ficando amedrontado, disse: “O que é, Senhor?”
Disse-lhe ele: “Tuas orações e dádivas de
misericórdia têm ascendido como memória
perante Deus. 5 Assim, envia agora homens a
Jope e convoca certo Simão, que é cognominado
Pedro. 6 Este homem está sendo hospedado por
certo Simão, curtidor, que tem uma casa à beira
do mar.” 7 Assim que o deixou o anjo que lhe
falara, ele chamou dois dos seus servos
domésticos e um soldado devoto dentre os que
constantemente o assistiam, 8 e relatou-lhes tudo
e mandou-os a Jope.
9
No dia seguinte, enquanto prosseguiam na
jornada e se aproximavam da cidade, Pedro subiu
ao alto da casa para orar, perto da sexta hora.
10
Mas, ele ficou com muita fome e queria comer.
Enquanto faziam os preparativos, caiu em transe,
11
e observou o céu aberto e alguma sorte de vaso
descendo, semelhante a um grande lençol de
linho, sendo baixado pelas suas quatro
extremidades para a terra; 12 e nele havia toda
sorte de quadrúpedes e bichos rastejantes da
terra, e aves do céu. 13 E veio a ele uma voz:
“Levanta-te, Pedro, abate e come!” 14 Mas Pedro
disse: “Absolutamente não, Senhor, porque nunca
comi nada aviltado e impuro.” 15 E a voz [falou]
novamente com ele, pela segunda vez: “Pára de
chamar de aviltadas as coisas que Deus
purificou.” 16 Isto ocorreu pela terceira vez, e,
imediatamente, o vaso foi recolhido ao céu.
17
Ora, enquanto Pedro estava no íntimo em
grande perplexidade quanto a que podia significar
a visão que tinha visto, eis que os homens
mandados por Cornélio haviam indagado acerca
da casa de Simão e estavam parados ali no
portão. 18 E eles clamaram e indagaram se ali se
hospedava Simão, que era cognominado Pedro.
19
Enquanto Pedro repassava na mente a visão, o
espírito disse: “Eis que três homens estão-te
buscando. 20 No entanto, levanta-te, desce e vai
com eles, não duvidando nada, porque eu os
mandei.” 21 Pedro desceu, assim, para junto dos
homens e disse: “Eis que eu sou aquele a quem
buscais. Qual é a causa de estardes aqui?”
22
Disseram: “Cornélio, oficial do exército, homem
justo e temente a Deus, de boa reputação da
parte de toda a nação dos judeus, recebeu
instruções divinas por meio dum santo anjo para
te mandar buscar para a sua casa e para ouvir as
coisas que tens a dizer.” 23 Portanto, ele os
convidou a entrar e os hospedou.

No dia seguinte levantou-se e foi embora com


eles, e alguns dos irmãos, que eram de Jope,
foram com ele. 24 No dia seguinte entrou em
Cesaréia. Cornélio, naturalmente, esperava-os e
havia reunido seus parentes e amigos íntimos.
25
Quando Pedro entrou, Cornélio foi ao seu
encontro, prostrou-se aos pés dele e prestou-lhe
homenagem. 26 Mas Pedro ergueu-o, dizendo:
“Levanta-te; eu mesmo também sou homem.” 27 E,
conversando com ele, entrou e achou muitas
pessoas reunidas, 28 e disse-lhes: “Vós bem
sabeis quão ilícito é para um judeu juntar-se ou
chegar-se a um homem de outra raça; contudo,
Deus mostrou-me que eu não chamasse nenhum
homem de aviltado ou impuro. 29 Por isso vim,
realmente sem objeção, quando fui chamado.
Portanto, indago a razão pela qual me mandastes
chamar.”
30
Concordemente, Cornélio disse: “Há quatro
dias, a contar desta hora, eu estava orando na
minha casa, à nona hora, quando, eis que um
homem em roupa vistosa estava em pé na minha
frente 31 e disse: ‘Cornélio, tua oração tem sido
ouvida favoravelmente e as tuas dádivas de
misericórdia têm sido lembradas diante de Deus.
32
Envia, portanto, a Jope e manda chamar Simão,
que é cognominado Pedro. Este homem está
sendo hospedado na casa de Simão, o curtidor, à
beira do mar.’ 33 Portanto enviei imediatamente a
ti, e tu fizeste bem em vir para cá. E agora
estamos aqui todos presentes perante Deus para
ouvir todas as coisas que foste mandado dizer
por Jeová.”
34
Em vista disso, Pedro abriu a boca e disse:
“Certamente percebo que Deus não é parcial,
35
mas, em cada nação, o homem que o teme e
que faz a justiça lhe é aceitável. 36 Ele enviou a
palavra aos filhos de Israel, para declarar-lhes as
boas novas de paz por intermédio de Jesus
Cristo: Este é Senhor de todos [os demais].
37
Sabeis de que assunto se falava em toda a
Judéia, principiando da Galiléia, depois do
batismo pregado por João, 38 a saber, Jesus, que
era de Nazaré, como Deus o ungiu com espírito
santo e poder, e ele percorria o país, fazendo o
bem e sarando a todos os oprimidos pelo Diabo;
porque Deus estava com ele. 39 E nós somos
testemunhas de todas as coisas que ele fez tanto
no país dos judeus como em Jerusalém; mas eles
também o eliminaram, pendurando-o num
madeiro. 40 Deus ressuscitou a Este no terceiro
dia e lhe concedeu tornar-se manifesto, 41 não a
todo o povo, mas a testemunhas designadas de
antemão por Deus, a nós, os que comemos e
bebemos com ele depois do seu levantamento
dentre os mortos. 42 Também, ele nos ordenou que
pregássemos ao povo e que déssemos um
testemunho cabal de que Este é o decretado por
Deus para ser juiz dos vivos e dos mortos. 43 Dele
é que todos os profetas dão testemunho, de que
todo aquele que deposita fé nele recebe perdão
de pecados por intermédio de seu nome.”
44
Enquanto Pedro ainda falava sobre estes
assuntos, caiu o espírito santo sobre todos os
que ouviam a palavra. 45 E os fiéis que tinham
vindo com Pedro, que eram dos circuncisos,
ficaram pasmados, porque a dádiva gratuita do
espírito santo estava sendo derramada também
sobre pessoas das nações. 46 Pois, ouviam-nos
falar em línguas e magnificar a Deus. Pedro
respondeu então: 47 “Pode alguém proibir a água,
de modo que estes não sejam batizados, sendo
que receberam o espírito santo assim como nós?”
48
Com isso mandou que fossem batizados no
nome de Jesus Cristo. Solicitaram-lhe, então, que
permanecesse alguns dias.

11 Ora, os apóstolos e os irmãos que estavam


na Judéia ouviram que pessoas das nações
também receberam a palavra de Deus. 2 De modo
que, quando Pedro subiu a Jerusalém, os
[patrocinadores] da circuncisão começaram a
contender com ele, 3 dizendo que ele tinha ido à
casa de homens incircuncisos e havia comido
com eles. 4 Em vista disso, Pedro principiou e
prosseguiu a explicar-lhes as circunstâncias,
dizendo:
5
“Eu estava na cidade de Jope, orando, e tive
num transe uma visão, alguma sorte de vaso
descendo, como um grande lençol de linho sendo
abaixado pelas suas quatro extremidades, desde
o céu, e chegando-se a mim. 6 Fitando os olhos
nele, fiz observações e vi quadrúpedes da terra, e
feras, e bichos rastejantes, e aves do céu. 7 Ouvi
também uma voz dizer-me: ‘Levanta-te, Pedro,
abate e come!’ 8 Mas eu disse: ‘Absolutamente
não, Senhor, porque nunca entrou na minha boca
nada aviltado ou impuro.’ 9 Pela segunda vez, a
voz do céu respondeu: ‘Pára de chamar de
aviltadas as coisas que Deus purificou.’ 10 Isto
ocorreu pela terceira vez, e tudo foi novamente
puxado para o céu. 11 Também, eis que naquele
instante havia três homens parados junto à casa
em que estávamos, tendo sido mandados a mim,
desde Cesaréia. 12 O espírito me disse, assim, que
eu fosse com eles, não duvidando nada. Mas,
estes seis irmãos também foram comigo, e nós
entramos na casa do homem.
13
“Ele nos relatou como tinha visto um anjo em
pé na sua casa e dizendo: ‘Manda homens a Jope
e manda buscar Simão, que é cognominado Pedro,
14
e ele te falará aquelas coisas pelas quais
podes ser salvo, tu e toda a tua família.’ 15 Mas,
quando eu principiei a falar, caiu sobre eles o
espírito santo, assim como tinha também caído
sobre nós, no princípio. 16 Em vista disso lembrei-
me da declaração do Senhor, como costumava
dizer: ‘João, da sua parte, batizou com água, mas
vós sereis batizados em espírito santo.’ 17 Se
Deus, portanto, deu a mesma dádiva gratuita a
eles como também dera a nós, os que temos crido
no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para poder
obstar a Deus?”
18
Ora, quando ouviram estas coisas,
assentiram, e glorificaram a Deus, dizendo: “Pois
bem, Deus tem concedido também a pessoas das
nações o arrependimento com a vida por
objetivo.”
19
Conseqüentemente, os que tinham sido
espalhados pela tribulação que surgiu por causa
de Estêvão foram até a Fenícia, e Chipre, e
Antioquia, não falando a palavra a ninguém,
senão a judeus. 20 No entanto, dentre eles havia
alguns homens de Chipre e de Cirene, que vieram
a Antioquia e começaram a falar ao povo que
falava grego, declarando as boas novas do Senhor
Jesus. 21 Além disso, a mão de Jeová estava com
eles, e um grande número, tornando-se crentes,
voltaram-se para o Senhor.
22
O relato sobre eles chegou aos ouvidos da
congregação que estava em Jerusalém, e eles
enviaram Barnabé até Antioquia. 23 Quando ele
chegou e viu a benignidade imerecida de Deus,
alegrou-se e começou a encorajar todos a que
continuassem no Senhor, [tendo isso] por objetivo
do coração; 24 pois ele era homem bom e cheio de
espírito santo e de fé. E uma multidão
considerável foi acrescentada ao Senhor. 25 De
modo que ele partiu para Tarso, a fim de fazer
uma busca cabal por Saulo, 26 e, depois de o
achar, trouxe-o a Antioquia. Aconteceu assim que
por um ano inteiro se ajuntaram com eles na
congregação e ensinaram uma considerável
multidão, e foi primeiro em Antioquia que os
discípulos, por providência divina, foram
chamados cristãos.
27
Ora, naqueles dias desceram profetas de
Jerusalém para Antioquia. 28 Um deles, de nome
Ágabo, levantou-se e passou a indicar, por
intermédio do espírito, que uma grande fome
estava para vir sobre toda a terra habitada, a
qual, de fato, ocorreu no tempo de Cláudio.
29
Assim, os dos discípulos resolveram, cada um
deles segundo o que podia, prover aos irmãos que
moravam na Judéia uma subministração de
socorros; 30 e isto fizeram, mandando-a aos
anciãos, pela mão de Barnabé e Saulo.

12 Aproximadamente naquele mesmo tempo,


Herodes, o rei, pôs mãos [à obra] para maltratar
alguns dos da congregação. 2 Eliminou Tiago,
irmão de João, pela espada. 3 Ao ver que isso
agradava aos judeus, prosseguiu em prender
também Pedro. (Acontecia que aqueles eram os
dias dos pães não fermentados.) 4 E, segurando-o,
lançou-o na prisão, entregando-o a quatro turmas,
de quatro soldados cada uma, para o guardarem,
visto que pretendia apresentá-lo ao povo depois
da páscoa. 5 Conseqüentemente, Pedro estava
sendo guardado na prisão; mas a congregação
fazia intensamente oração a Deus por ele.
6
Então, quando Herodes estava para
apresentá-lo, naquela noite Pedro estava
dormindo amarrado com duas cadeias, entre dois
soldados, e guardas diante da porta estavam
guardando a prisão. 7 Mas, eis que o anjo de
Jeová se pôs ao lado dele e uma luz brilhou na
cela da prisão. Batendo no lado de Pedro,
acordou-o, dizendo: “Levanta-te depressa!” E as
suas cadeias caíram-lhe das mãos. 8 O anjo disse-
lhe: “Cinge-te e amarra as tuas sandálias.” Ele
fez isso. Finalmente, disse-lhe ele: “Põe a tua
roupa exterior e vem seguir-me.” 9 E ele saiu e
seguia-o, mas não sabia que era real aquilo que
estava acontecendo por intermédio do anjo. De
fato, supunha que estava tendo uma visão.
10
Passando pela primeira sentinela, e pela
segunda, chegaram ao portão de ferro que dava
para a cidade, e este se lhes abriu por si mesmo.
E, tendo saído, seguiam por uma rua, e,
imediatamente, o anjo afastou-se dele. 11 E Pedro,
caindo em si, disse: “Agora sei realmente que
Jeová enviou o seu anjo e me livrou da mão de
Herodes, e de tudo o que o povo dos judeus
estava esperando.”
12
E, depois de considerar isso, foi à casa de
Maria, mãe de João, cognominado Marcos, onde
muitos estavam ajuntados e orando. 13 Quando
bateu na porta do portão de entrada, uma serva
de nome Rode veio atender à chamada, 14 e, ao
reconhecer a voz de Pedro, ela, cheia de alegria,
não abriu o portão, mas correu para dentro e
relatou que Pedro estava em pé diante do portão
de entrada. 15 Disseram-lhe: “Estás louca.” Mas
ela persistia em asseverar fortemente que era
assim. Eles começaram a dizer: “É o seu anjo.”
16
Mas Pedro permanecia ali batendo. Quando
abriram, viram-no e ficaram assombrados. 17 Mas
ele lhes fez sinal com a mão para que ficassem
calados e contou-lhes em pormenores como
Jeová o tirou da prisão, e disse: “Relatai estas
coisas a Tiago e aos irmãos.” Com isto ele saiu e
viajou para outro lugar.
18
Pois bem, quando ficou dia, não foi pouca a
agitação entre os soldados quanto a que
realmente tinha sido feito de Pedro. 19 Herodes
procurou-o diligentemente, e, não o achando,
examinou os guardas e mandou que fossem
levados [à punição]; e ele desceu da Judéia para
Cesaréia e passou ali algum tempo.
20
Ele tinha então animosidade contra o povo de
Tiro e de Sídon. Assim, de comum acordo, vieram
ter com ele, e, depois de persuadirem Blasto, que
estava encarregado do quarto de dormir do rei,
começaram a pedir termos de paz, porque o país
deles estava sendo suprido de alimento pelo
[país] do rei. 21 Mas, em determinado dia, Herodes
vestiu-se da roupa real e se assentou na cadeira
de juiz, e começou a fazer-lhes um discurso
público. 22 O povo reunido, por sua vez, começou
a gritar: “A voz de [um] deus e não de homem!”
23
O anjo de Jeová o golpeou instantaneamente,
porque não deu a glória a Deus; e, comido de
vermes, expirou.
24
Mas a palavra de Jeová crescia e se
espalhava.
25
Quanto a Barnabé e Saulo, depois de terem
executado plenamente a subministração de
socorros em Jerusalém, voltaram e tomaram
consigo João, cognominado Marcos.

13 Ora, havia em Antioquia profetas e


instrutores na congregação local, Barnabé, bem
como Simeão, que era chamado Níger, e Lúcio de
Cirene, e Manaém, que tinha sido educado com
Herodes, o governante distrital, e Saulo.
2
Enquanto ministravam publicamente a Jeová e
jejuavam, o espírito santo disse: “Dentre todas as
pessoas, separai-me Barnabé e Saulo para a obra
a que os chamei.” 3 Jejuaram então e oraram, e
puseram as suas mãos sobre eles e os deixaram
ir.
4
Concordemente, estes homens, enviados pelo
espírito santo, desceram a Selêucia, e dali
navegaram para Chipre. 5 E, tendo chegado a
Salamina, começaram a publicar a palavra de
Deus nas sinagogas dos judeus. Tinham também
João por assistente.
6
Tendo percorrido toda a ilha até Pafos,
encontraram certo homem, feiticeiro, falso
profeta, um judeu cujo nome era Barjesus, 7 e ele
estava com o procônsul Sérgio Paulo, homem
inteligente. Chamando Barnabé e Saulo, este
homem buscava seriamente ouvir a palavra de
Deus. 8 Mas Elimas, o feiticeiro, (é assim, de fato,
que se traduz o seu nome,) começou a opor-se a
eles, buscando desviar da fé o procônsul. 9 Saulo,
que é também Paulo, ficando cheio de espírito
santo, olhou para ele atentamente 10 e disse: “Ó
homem cheio de toda sorte de fraude e de toda
sorte de vilania, ó filho do Diabo, inimigo de tudo
o que é justo, não cessarás de torcer os
caminhos direitos de Jeová? 11 Pois bem, eis que
a mão de Jeová está sobre ti e ficarás cego, não
vendo a luz do sol por um período de tempo.”
Densa névoa e escuridão caíram
instantaneamente sobre ele, e ele andava em
volta buscando homens para o conduzirem pela
mão. 12 O procônsul, vendo então o que tinha
acontecido, tornou-se crente, pois ficou
assombrado com o ensino de Jeová.
13
Os homens, junto com Paulo, fizeram-se
então ao mar, partindo de Pafos, e chegaram a
Perge, na Panfília. Mas João retirou-se deles e
voltou para Jerusalém. 14 Eles, no entanto,
seguiram de Perge e vieram a Antioquia, na
Pisídia, e, entrando na sinagoga no dia de
sábado, tomaram assento. 15 Depois da leitura
pública da Lei e dos Profetas, os presidentes da
sinagoga mandaram dizer-lhes: “Homens, irmãos,
se tiverdes alguma palavra de encorajamento
para o povo, dizei-a.” 16 Paulo levantou-se, assim,
e, acenando com a mão, disse:

“Homens, israelitas e vós [outros] que temeis a


Deus, ouvi. 17 O Deus deste povo de Israel
escolheu os nossos antepassados e enalteceu o
povo durante a sua residência como forasteiros
na terra do Egito, e os tirou dela com braço
erguido. 18 E, por um período de cerca de
quarenta anos, suportou a sua maneira de agir no
ermo. 19 Depois de destruir sete nações na terra
de Canaã, distribuiu-lhes a terra por sorte: 20 tudo
isso durante cerca de quatrocentos e cinqüenta
anos.

“E, depois destas coisas, deu-lhes juízes, até


Samuel, o profeta. 21 Mas, dali em diante
reclamaram um rei, e Deus lhes deu Saul, filho de
Quis, homem da tribo de Benjamim, por quarenta
anos. 22 E, depois de removê-lo, suscitou-lhes
Davi como rei, a respeito de quem deu
testemunho e disse: ‘Achei Davi, filho de Jessé,
homem agradável ao meu coração, que fará todas
as coisas que desejo.’ 23 Da descendência deste
[homem], segundo a sua promessa, Deus trouxe a
Israel um salvador, Jesus, 24 depois de João, em
antecipação da entrada Desse, ter pregado
publicamente, a todo o povo de Israel, [o]
batismo [em símbolo] de arrependimento. 25 Mas
João, enquanto cumpria a sua carreira, dizia: ‘O
que supondes que eu sou? Eu não sou aquele.
Mas, eis que depois de mim vem alguém, cujas
sandálias não sou digno de desatar.’
26
“Homens, irmãos, filhos da linhagem de
Abraão, e aqueles [outros] entre vós que temeis a
Deus, a nós nos foi enviada a palavra desta
salvação. 27 Pois os habitantes de Jerusalém e os
seus governantes não conheceram a Este, mas,
ao agirem como juízes, cumpriram as coisas
expressas pelos Profetas, coisas que são lidas
em voz alta cada sábado, 28 e, embora não
achassem causa para morte, reclamaram de
Pilatos que fosse executado. 29 Quando, então,
tinham efetuado todas as coisas escritas a
respeito dele, tiraram-no do madeiro e deitaram-
no num túmulo memorial. 30 Mas Deus o levantou
dentre os mortos; 31 e, durante muitos dias, ele se
tornou visível aos que tinham subido com ele da
Galiléia para Jerusalém, que agora são suas
testemunhas junto ao povo.
32
“E, assim, nós vos declaramos as boas novas
concernentes à promessa feita aos antepassados,
33
que Deus a cumpriu inteiramente a nós, seus
filhos, por ter ressuscitado a Jesus; assim como
está escrito no segundo salmo: ‘Tu és meu filho,
hoje eu me tornei teu Pai.’ 34 E este fato, de que o
ressuscitou dentre os mortos, destinado a nunca
mais voltar à corrupção, foi declarado por ele do
seguinte modo: ‘Eu vos darei as benevolências
para com Davi, que são fiéis.’ 35 Por isso ele diz
também em outro salmo: ‘Não permitirás que
aquele que te é leal veja a corrupção.’ 36 Pois
Davi, por um lado, serviu à vontade expressa de
Deus na sua própria geração e adormeceu [na
morte], e foi deitado com os seus antepassados e
viu a corrupção. 37 Por outro lado, aquele a quem
Deus levantou não viu a corrupção.
38
“Sabei, portanto, irmãos, que por intermédio
Deste se publica a vós o perdão de pecados; 39 e
que, de todas as coisas das quais não podíeis ser
declarados inculpes por meio da lei de Moisés,
todo aquele que crê é declarado inculpe por meio
Deste. 40 Portanto, cuidai de que aquilo que se
disse nos Profetas não venha sobre vós:
41
‘Observai-o, desdenhadores, e admirai-vos
disso, e desaparecei, porque estou fazendo uma
obra nos vossos dias, uma obra que de modo
algum acreditareis, mesmo que alguém a
relatasse a vós em pormenores.’”
42
Então, ao saírem, o povo começou a suplicar
que se lhes falasse destes assuntos no sábado
seguinte. 43 Assim, depois de se dissolver a
reunião da sinagoga, muitos dos judeus e dos
prosélitos que adoravam [a Deus] seguiram a
Paulo e Barnabé, os quais, falando com eles,
começaram a instar com eles para que
continuassem na benignidade imerecida de Deus.
44
No sábado seguinte, quase toda a cidade se
ajuntou para ouvir a palavra de Jeová. 45 Quando
os judeus chegaram a ver as multidões, ficaram
cheios de ciúme e começaram a contradizer de
modo blasfemo as coisas faladas por Paulo. 46 E
assim, falando com denodo, Paulo e Barnabé
disseram: “Era necessário que a palavra de Deus
fosse falada primeiro a vós. Visto que a repelis e
não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos
voltamos para as nações. 47 De fato, Jeová nos
tem imposto o mandamento nas seguintes
palavras: ‘Eu te designei como luz das nações,
para que sejas uma salvação até à extremidade
da terra.’”
48
Quando os das nações ouviram isso,
começaram a alegrar-se e a glorificar a palavra
de Jeová, e todos os corretamente dispostos para
com a vida eterna tornaram-se crentes.
49
Outrossim, a palavra de Jeová estava sendo
levada através de todo o país. 50 Mas os judeus
atiçaram as mulheres bem conceituadas, que
adoravam [a Deus], e os homens de destaque da
cidade, e levantaram uma perseguição contra
Paulo e Barnabé, e lançaram-nos fora dos seus
termos. 51 Estes sacudiram contra eles o pó dos
seus pés e foram para Icônio. 52 E os discípulos
continuavam cheios de alegria e de espírito
santo.

14 Ora, em Icônio entraram juntos na sinagoga


dos judeus e falaram de tal maneira, que uma
grande multidão, tanto de judeus como de gregos,
se tornaram crentes. 2 Mas os judeus que não
criam atiçavam e influenciavam injustamente as
almas das pessoas das nações contra os irmãos.
3
Passaram, portanto, um tempo considerável
falando com denodo pela autoridade de Jeová, o
qual dava testemunho da palavra de sua
benignidade imerecida por conceder que
ocorressem sinais e portentos por intermédio das
mãos deles. 4 No entanto, a multidão da cidade
estava dividida, e alguns eram a favor dos judeus,
mas outros a favor dos apóstolos. 5 Então,
ocorrendo uma tentativa violenta, tanto da parte
das pessoas das nações como dos judeus com os
seus governantes, para os tratarem com
insolência e lhes jogarem pedras, 6 eles,
informados disso, fugiram para as cidades da
Licaônia, Listra e Derbe, e a região circunvizinha;
7
e declaravam ali as boas novas.
8
Ora, em Listra estava sentado certo homem,
incapacitado dos pés, coxo desde a madre de sua
mãe, e ele nunca jamais tinha andado. 9 Este
homem escutava Paulo falar, sendo que este,
olhando para ele atentamente e vendo que tinha
fé para ficar bom, 10 disse com voz alta: “Ergue-te
ereto sobre os teus pés.” E ele pulou e começou a
andar. 11 E as multidões, vendo o que Paulo tinha
feito, elevaram as suas vozes, dizendo na língua
licaônica: “Os deuses tornaram-se iguais a
humanos e desceram a nós!” 12 E passaram a
chamar a Barnabé de Zeus, mas a Paulo de
Hermes, visto que ele tomava a dianteira no falar.
13
E o sacerdote de Zeus, cujo [templo] estava
diante da cidade, trouxe touros e grinaldas até os
portões, e estava desejando oferecer sacrifícios
com as multidões.
14
No entanto, quando os apóstolos Barnabé e
Paulo ouviram isso, rasgaram as suas roupas
exteriores e pularam para o meio da multidão,
clamando 15 e dizendo: “Homens, por que estais
fazendo estas coisas? Nós também somos
humanos, tendo os mesmos padecimentos que
vós, e vos estamos declarando as boas novas,
para que vos desvieis destas coisas vãs para o
Deus vivente, que fez o céu e a terra, e o mar, e
todas as coisas neles. 16 Ele permitiu, nas
gerações passadas, que todas as nações
andassem nos seus [próprios] caminhos,
17
embora, deveras, não se deixou sem
testemunho, por fazer o bem, dando-vos chuvas
do céu e estações frutíferas, enchendo os vossos
corações plenamente de alimento e de bom
ânimo.” 18 Contudo, por dizerem estas coisas, mal
continham as multidões de lhes oferecerem
sacrifícios.
19
Mas, chegaram judeus de Antioquia e de
Icônio, e persuadiram as multidões, e
apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da
cidade, julgando-o morto. 20 No entanto, quando
os discípulos o cercaram, ele se levantou e
entrou na cidade. E no dia seguinte partiu com
Barnabé para Derbe. 21 E depois de declararem as
boas novas àquela cidade e fazerem não poucos
discípulos, voltaram a Listra, e a Icônio, e a
Antioquia, 22 fortalecendo as almas dos
discípulos, encorajando-os a permanecerem na fé
e [dizendo]: “Temos de entrar no reino de Deus
através de muitas tribulações.” 23 Outrossim,
designaram-lhes anciãos em cada congregação,
e, oferecendo orações com jejuns,
encomendaram-nos a Jeová, em quem se tinham
tornado crentes.
24
E passando pela Pisídia, entraram na
Panfília, 25 e, depois de falarem a palavra em
Perge, desceram a Atália. 26 E dali navegaram
para Antioquia, onde tinham sido confiados à
benignidade imerecida de Deus para a obra que
tinham realizado plenamente.
27
Tendo chegado e tendo ajuntado a
congregação, passaram a relatar as muitas
coisas que Deus tinha feito por meio deles, e que
ele abrira às nações a porta da fé. 28 Passaram
assim não pouco tempo com os discípulos.

15 Certos homens desceram então da Judéia e


começaram a ensinar os irmãos: “A menos que
sejais circuncidados, segundo o costume de
Moisés, não podeis ser salvos.” 2 Mas, quando
havia ocorrido não pouca dissensão e disputa
com eles da parte de Paulo e Barnabé,
providenciaram que Paulo e Barnabé, e alguns
outros deles, subissem até os apóstolos e
anciãos em Jerusalém, com respeito a esta
disputa.
3
Concordemente, depois de serem
acompanhados parte do caminho pela
congregação, estes homens continuaram viagem,
tanto através da Fenícia como [através] de
Samaria, relatando em pormenores a conversão
de pessoas das nações, e eles estavam causando
grande alegria a todos os irmãos. 4 Chegando a
Jerusalém, foram recebidos benevolamente pela
congregação e pelos apóstolos e anciãos, e eles
narraram as muitas coisas que Deus tinha feito
por meio deles. 5 Contudo, alguns dos da seita
dos fariseus, que haviam crido, levantaram-se dos
seus assentos e disseram: “É necessário
circuncidá-los e adverti-los que observem a lei de
Moisés.”
6
E os apóstolos e os anciãos ajuntaram-se para
considerar esta questão. 7 Ora, tendo havido
muita disputa, levantou-se Pedro e disse-lhes:
“Irmãos, bem sabeis que desde os primeiros dias
Deus fez entre vós a escolha de que por
intermédio da minha boca as pessoas das nações
ouvissem a palavra das boas novas e cressem; 8 e
Deus, que conhece o coração, deu testemunho
por dar-lhes o espírito santo, assim como dera
também a nós. 9 E ele não fez nenhuma distinção
entre nós e eles, mas purificou os corações deles
pela fé. 10 Ora, portanto, por que estais pondo
Deus à prova por impor no pescoço dos discípulos
um jugo que nem os nossos antepassados nem
nós somos capazes de levar? 11 Ao contrário,
confiamos em ser salvos por intermédio da
benignidade imerecida do Senhor Jesus, do
mesmo modo como também essas pessoas.”
12
Em vista disso, a multidão inteira ficou
calada, e começaram a escutar Barnabé e Paulo
relatando os muitos sinais e portentos que Deus
fizera por intermédio deles entre as nações.
13
Depois de cessarem de falar, Tiago respondeu,
dizendo: “Homens, irmãos, ouvi-me. 14 Simeão tem
relatado cabalmente como Deus, pela primeira
vez, voltou a sua atenção para as nações, a fim
de tirar delas um povo para o seu nome. 15 E com
isso concordam as palavras dos Profetas, assim
como está escrito: 16 ‘Depois destas coisas
voltarei e reconstruirei a barraca de Davi, que
está caída; e reconstruirei as suas ruínas e a
erguerei de novo, 17 a fim de que os
remanescentes dos homens possam buscar
seriamente a Jeová, junto com pessoas de todas
as nações, pessoas chamadas por meu nome, diz
Jeová, que está fazendo estas coisas,
18
conhecidas desde a antiguidade.’ 19 Por isso, a
minha decisão é não afligir a esses das nações,
que se voltam para Deus, 20 mas escrever-lhes
que se abstenham das coisas poluídas por ídolos,
e da fornicação, e do estrangulado, e do sangue.
21
Pois, desde os tempos antigos, Moisés tem tido
em cidade após cidade os que o pregam, porque
ele está sendo lido em voz alta nas sinagogas,
cada sábado.”
22
Então pareceu bem aos apóstolos e aos
anciãos, junto com toda a congregação, enviar a
Antioquia homens escolhidos dentre eles, junto
com Paulo e Barnabé, a saber, Judas, que era
chamado Barsabás, e Silas, homens de liderança
entre os irmãos; 23 e escreveram por sua mão:

“Os apóstolos e os anciãos, irmãos, aos irmãos


em Antioquia, e Síria, e Cilícia, que são das
nações: Cumprimentos! 24 Sendo que ouvimos
[falar] que alguns dentre nós vos causaram
aflição com discursos, tentando subverter as
vossas almas, embora não lhes déssemos
nenhumas instruções, 25 chegamos a um acordo
unânime e pareceu-nos bem escolher homens
para [os] enviar a vós, junto com Barnabé e
Paulo, nossos amados, 26 homens que entregaram
as suas almas pelo nome de nosso Senhor Jesus
Cristo. 27 Mandamos, portanto, Judas e Silas, para
que eles também possam relatar as mesmas
coisas por palavra. 28 Pois, pareceu bem ao
espírito santo e a nós mesmos não vos
acrescentar nenhum fardo adicional, exceto as
seguintes coisas necessárias: 29 de persistirdes
em abster-vos de coisas sacrificadas a ídolos, e
de sangue, e de coisas estranguladas, e de
fornicação. Se vos guardardes cuidadosamente
destas coisas, prosperareis. Boa saúde para vós!”
30
Concordemente, quando estes homens foram
despachados, desceram a Antioquia, e ajuntaram
a multidão, e entregaram-lhes a carta. 31 Depois
de a lerem, alegraram-se com o encorajamento.
32
E Judas e Silas, visto que eles mesmos também
eram profetas, encorajaram os irmãos com muitas
dissertações e os fortaleceram. 33 Assim, depois
de passarem [ali] algum tempo, os irmãos os
deixaram ir em paz para os que os tinham
enviado. 34 —— 35 No entanto, Paulo e Barnabé
continuaram a passar um tempo em Antioquia,
ensinando e declarando, também com muitos
outros, as boas novas da palavra de Jeová.
36
Então, depois de alguns dias, Paulo disse a
Barnabé: “Acima de tudo, voltemos e visitemos os
irmãos em cada uma das cidades em que
publicamos a palavra de Jeová, para ver como
estão.” 37 Barnabé, da sua parte, estava resolvido
a levar consigo também João, que se chamava
Marcos. 38 Mas Paulo não achava correto que
levassem consigo a este, visto que se tinha
afastado deles desde Panfília e não tinha ido com
eles à obra. 39 Em vista disso, houve um forte
acesso de ira, de modo que se separaram um do
outro; e Barnabé tomou consigo Marcos e
navegou para Chipre. 40 Paulo selecionou Silas e
partiu, depois de ter sido confiado pelos irmãos à
benignidade imerecida de Jeová. 41 Mas ele
passou pela Síria e pela Cilícia, fortalecendo as
congregações.

16 Chegou assim a Derbe e também a Listra. E,


eis que havia ali um certo discípulo de nome
Timóteo, filho duma mulher judia crente, mas de
pai grego, 2 e os irmãos em Listra e Icônio davam
dele bom relato. 3 Paulo expressou o desejo de
que este homem fosse com ele, e, tomando-o,
circuncidou-o por causa dos judeus que havia
naqueles lugares, pois todos eles sabiam que seu
pai era grego. 4 Ora, enquanto viajavam através
das cidades, entregavam aos que estavam ali,
para a sua observância, os decretos decididos
pelos apóstolos e anciãos, que estavam em
Jerusalém. 5 Portanto, as congregações
continuavam deveras a ser firmadas na fé e a
aumentar em número, dia a dia.
6
Ainda mais, passaram pela Frígia e pelo país
da Galácia, porque estavam proibidos pelo
espírito santo de falar a palavra dentro [do
distrito] da Ásia. 7 Outrossim, descendo a Mísia,
fizeram esforços para entrar na Bitínia, mas o
espírito de Jesus não lhes permitiu isso. 8 De
modo que deixaram Mísia de lado e desceram a
Trôade. 9 E, durante a noite, apareceu a Paulo
uma visão: certo homem macedônio estava em
pé, suplicando-lhe e dizendo: “Passa à Macedônia
e ajuda-nos.” 10 Ora, assim que ele viu a visão,
procuramos passar à Macedônia, tirando a
conclusão de que Deus nos convocara para
declarar-lhes as boas novas.
11
Portanto, de Trôade fizemo-nos ao mar e
fomos diretamente à Samotrácia, mas, no dia
seguinte, a Neápolis, 12 e dali a Filipos, uma
colônia, que é a cidade principal do distrito da
Macedônia. Continuamos nesta cidade, passando
[ali] alguns dias. 13 E, no dia de sábado, fomos
para fora do portão, para junto dum rio, onde
pensávamos haver um lugar de oração; e
assentamo-nos e começamos a falar às mulheres
que se haviam reunido. 14 E certa mulher, de nome
Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira,
e adoradora de Deus, estava escutando, e Jeová
abriu-lhe amplamente o coração para prestar
atenção às coisas faladas por Paulo. 15 Então,
quando ela e sua família foram batizadas, disse,
suplicando: “Se vós me julgastes fiel a Jeová,
entrai na minha casa e ficai.” E ela simplesmente
nos fez ir.
16
E aconteceu que, quando íamos para o lugar
de oração, veio-nos ao encontro certa serva com
um espírito, um demônio de adivinhação. Ela
costumava fornecer muito ganho aos seus amos
por praticar a arte do vaticínio. 17 Esta [moça]
seguia Paulo e a nós, e clamava com as palavras:
“Estes homens são escravos do Deus Altíssimo,
que vos estão publicando o caminho da
salvação.” 18 Ela fazia isso por muitos dias. Por
fim, Paulo ficou cansado disso, e, voltando-se,
disse ao espírito: “Ordeno-te em nome de Jesus
Cristo que saias dela.” E saiu dela naquela
mesma hora.
19
Pois bem, quando os amos dela viram que
acabara sua esperança de ganho, agarraram
Paulo e Silas e os arrastaram para a feira,
perante os governantes, 20 e, conduzindo-os até
os magistrados civis, disseram: “Estes homens
estão perturbando muito a nossa cidade, sendo
eles judeus, 21 e publicam costumes que não nos
é lícito adotar ou praticar, por sermos romanos.”
22
E a multidão levantou-se toda contra eles; e os
magistrados civis, depois de lhes arrancarem as
roupas exteriores, mandaram que fossem
espancados com varas. 23 Depois de lhes terem
infligido muitos golpes, lançaram-nos na prisão,
ordenando ao carcereiro que os mantivesse
seguros. 24 Ele, por ter recebido tal ordem,
lançou-os na prisão interior e prendeu os seus
pés no tronco.
25
Mas, pelo meio da noite, Paulo e Silas
estavam orando e louvando a Deus com cântico;
sim, os prisioneiros os ouviam.
26
Repentinamente, houve um grande terremoto,
de modo que os alicerces da cadeia foram
abalados. Ademais, abriram-se instantaneamente
todas as portas e soltaram-se os laços de todos.
27
O carcereiro, acordando do sono e vendo
abertas as portas da prisão, puxou a sua espada
e estava prestes a acabar consigo, imaginando
que os prisioneiros tinham escapado. 28 Mas Paulo
clamou com voz alta, dizendo: “Não te faças
dano, pois estamos todos aqui!” 29 Ele pediu
assim luzes e pulou para dentro, e, tomado de
tremor, prostrou-se diante de Paulo e Silas. 30 E
ele os trouxe para fora e disse: “Senhores, o que
tenho de fazer para ser salvo?” 31 Disseram: “Crê
no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua
família.” 32 E falaram a palavra de Jeová a ele e a
todos os na sua casa. 33 E ele os levou consigo
naquela hora da noite e banhou os seus vergões;
e todos juntos, ele e os seus, foram batizados
sem demora. 34 E ele os trouxe à sua casa e pôs a
mesa diante deles, e alegrou-se grandemente,
com toda a sua família, agora que tinha crido em
Deus.
35
Quando ficou dia, os magistrados civis
mandaram os esbirros para dizer: “Livra estes
homens.” 36 O carcereiro relatou assim as
palavras deles a Paulo: “Os magistrados civis
mandaram homens para que vós [dois] fôsseis
livrados. Agora, portanto, saí e ide em paz.”
37
Mas Paulo disse-lhes: “Chibatearam-nos
publicamente sem condenação, a homens que são
romanos, e lançaram-nos na prisão; e agora nos
lançam fora secretamente? Não, deveras, mas
que venham eles mesmos e nos levem para fora.”
38
De modo que os esbirros relataram estas
declarações aos magistrados civis. Estes ficaram
temerosos quando ouviram que os homens eram
romanos. 39 Conseqüentemente, vieram e
suplicaram-lhes, e, depois de os trazerem para
fora, solicitaram-lhes que partissem da cidade.
40
Mas eles saíram da prisão e foram ao lar de
Lídia, e quando viram os irmãos, encorajaram-nos
e partiram.

17 Viajaram então através de Anfípolis e


Apolônia, e vieram a Tessalônica, onde havia uma
sinagoga dos judeus. 2 Assim, segundo o costume
de Paulo, ele entrou, indo ter com eles, e por três
sábados raciocinou com eles à base das
Escrituras, 3 explicando e provando com
referências que era necessário que o Cristo
sofresse e fosse levantado dentre os mortos, e
[dizendo]: “Este é o Cristo, este Jesus, que eu
vos publico.” 4 Em resultado, alguns deles
tornaram-se crentes e associaram-se com Paulo e
Silas, e assim fizeram também uma grande
multidão dos gregos que adoravam [a Deus] e não
poucas das mulheres de destaque.
5
Mas os judeus, ficando com ciúme, acolheram
na sua companhia certos homens iníquos dos
vadios da feira e formaram uma turba, e passaram
a lançar a cidade num alvoroço. E eles
assaltaram a casa de Jasão e buscavam trazê-los
para fora à ralé. 6 Quando não os acharam,
arrastaram Jasão e certos irmãos perante os
governantes da cidade, clamando: “Estes homens
que têm subvertido a terra habitada estão
também presentes aqui, 7 e Jasão recebeu-os com
hospitalidade. E todos estes [homens] agem em
oposição aos decretos de César, dizendo que há
outro rei, Jesus.” 8 Agitaram deveras a multidão e
os governantes da cidade, quando ouviram estas
coisas; 9 e, só depois de receberem suficiente
fiança de Jasão e dos outros, deixaram-nos ir.
10
Os irmãos enviaram imediatamente tanto
Paulo como Silas, de noite, para Beréia, e estes,
ao chegarem, entraram na sinagoga dos judeus.
11
Ora, estes últimos eram de mentalidade mais
nobre do que os de Tessalônica, pois recebiam a
palavra com o maior anelo mental, examinando
cuidadosamente as Escrituras, cada dia, quanto a
se estas coisas eram assim. 12 Portanto, muitos
deles tornaram-se crentes, e assim também não
poucas das mulheres gregas bem conceituadas e
dos homens. 13 Mas, quando os judeus de
Tessalônica souberam que a palavra de Deus
estava sendo publicada por Paulo também em
Beréia, foram também para lá incitar e agitar as
massas. 14 Então, os irmãos mandaram Paulo
imediatamente embora, para ir até o mar; mas
tanto Silas como Timóteo permaneceram ali. 15 No
entanto, os que acompanhavam Paulo levaram-no
até Atenas, e, depois de receberem mandado para
que Silas e Timóteo viessem ter com ele o mais
depressa possível, partiram.
16
Ora, enquanto Paulo esperava por eles em
Atenas, seu espírito, no seu íntimo, ficou irritado
ao observar que a cidade estava cheia de ídolos.
17
Conseqüentemente, começou a raciocinar na
sinagoga com os judeus e com as outras pessoas
que adoravam [a Deus], e cada dia, na feira, com
os que por acaso estivessem ali. 18 Mas, certos
dos filósofos epicureus bem como dos estóicos
passaram a conversar com ele polemicamente, e
alguns diziam: “O que é que este paroleiro quer
contar?” Outros: “Ele parece ser publicador de
deidades estrangeiras.” Isto se deu porque ele
declarava as boas novas de Jesus e a
ressurreição. 19 Assim, agarraram-no e
conduziram-no ao Areópago, dizendo: “Podemos
saber qual é este novo ensino de que falas?
20
Porque estás introduzindo algumas coisas que
são estranhas aos nossos ouvidos. Portanto,
desejamos saber o que denotam estas coisas.”
21
De fato, todos os atenienses e os estrangeiros
residentes temporariamente ali gastavam seu
tempo de folga em nada mais do que em contar
algo ou escutar algo novo. 22 Paulo, pois, estando
em pé no meio do Areópago, disse:

“Homens de Atenas, eu observei que em todas


as coisas pareceis mais dados ao temor das
deidades do que os outros. 23 Por exemplo,
passeando e observando cuidadosamente os
vossos objetos de veneração, encontrei também
um altar em que tinha sido escrito: ‘A um Deus
Desconhecido.’ Portanto, aquilo a que sem o
saber dais devoção piedosa, isso é o que eu vos
publico. 24 O Deus que fez o mundo e todas as
coisas nele, sendo, como Este é, Senhor do céu e
da terra, não mora em templos feitos por mãos,
25
nem é assistido por mãos humanas, como se
necessitasse de alguma coisa, porque ele mesmo
dá a todos vida, e fôlego, e todas as coisas. 26 E
ele fez de um só [homem] toda nação dos
homens, para morarem sobre a superfície inteira
da terra, e decretou os tempos designados e os
limites fixos da morada dos [homens], 27 para
buscarem a Deus, se tateassem por ele e
realmente o achassem, embora, de fato, não
esteja longe de cada um de nós. 28 Pois, por meio
dele temos vida, e nos movemos, e existimos,
assim como disseram certos dos poetas entre
vós: ‘Pois nós também somos progênie dele.’
29
“Visto, pois, que somos progênie de Deus,
não devemos imaginar que o Ser Divino seja
semelhante a ouro, ou prata, ou pedra,
semelhante a algo esculpido pela arte e
inventividade do homem. 30 É verdade que Deus
não tem tomado em conta os tempos de tal
ignorância, no entanto, agora ele está dizendo à
humanidade que todos, em toda a parte, se
arrependam. 31 Porque ele fixou um dia em que se
propôs julgar em justiça a terra habitada, por
meio dum homem a quem designou, e ele tem
fornecido garantia a todos os homens, visto que o
ressuscitou dentre os mortos.”
32
Pois bem, quando ouviram [falar] duma
ressurreição dos mortos, alguns começaram a
mofar, enquanto outros diziam: “Nós te ouviremos
sobre isso ainda outra vez.” 33 Paulo saiu, assim,
do meio deles, 34 mas alguns homens juntaram-se
a ele e se tornaram crentes, entre os quais havia
também Dionísio, juiz do tribunal do Areópago, e
uma mulher de nome Dâmaris, e outros além
deles.

18 Depois destas coisas, ele partiu de Atenas e


chegou a Corinto. 2 E achou certo judeu de nome
Áquila, natural de Ponto, que viera recentemente
da Itália, e Priscila, sua esposa, por causa do
fato de que Cláudio tinha ordenado que todos os
judeus se afastassem de Roma. De modo que foi
ter com eles, 3 e, em razão de serem da mesma
profissão, ficou no lar deles, e trabalhavam, pois
eram fabricantes de tendas por profissão. 4 No
entanto, cada sábado, ele dava um discurso na
sinagoga e persuadia judeus e gregos.
5
Então, tendo descido tanto Silas como
Timóteo da Macedônia, Paulo começou a ocupar-
se intensamente com a palavra, testemunhando
aos judeus para provar que Jesus é o Cristo.
6
Mas, quando persistiam em opor-se e em falar
de modo ultrajante, sacudiu a sua roupa e disse-
lhes: “O vosso sangue caia sobre as vossas
cabeças. Eu estou limpo. Doravante irei às
pessoas das nações.” 7 Concordemente, saiu dali
e entrou na casa dum homem de nome Tício
Justo, adorador de Deus, cuja casa era contígua
à sinagoga. 8 Mas Crispo, o presidente da
sinagoga, tornou-se crente no Senhor, e assim
também todos os de sua família. E muitos dos
coríntios, que tinham ouvido, começaram a crer e
a ser batizados. 9 Ademais, o Senhor disse de
noite a Paulo, por intermédio duma visão: “Não
temas, mas persiste em falar e em não ficar
calado, 10 porque eu estou contigo e nenhum
homem te assaltará para fazer-te dano; porque
tenho muito povo nesta cidade.” 11 Destarte,
demorou ali um ano e seis meses, ensinando
entre eles a palavra de Deus.
12
Então, enquanto Gálio era procônsul da
Acaia, os judeus levantaram-se de comum acordo
contra Paulo e levaram-no perante a cadeira de
juiz, 13 dizendo: “Esta pessoa, contrário à lei,
conduz os homens a outra persuasão na adoração
de Deus.” 14 Mas, quando Paulo estava para abrir
a sua boca, Gálio disse aos judeus: “Se se
tratasse deveras de alguma injustiça ou dum ato
iníquo de vilania, ó judeus, eu, com razão, vos
suportaria pacientemente. 15 Mas, se se trata de
controvérsias sobre palavras e nomes, e a lei
entre vós, isso é convosco. Não quero ser juiz
dessas coisas.” 16 Com isso os enxotou de diante
da cadeira de juiz. 17 Agarraram assim Sóstenes,
o presidente da sinagoga, e espancaram-no na
frente da cadeira de juiz. Mas Gálio não se
incomodava nada com estas coisas.
18
No entanto, depois de demorar-se mais
alguns dias, Paulo despediu-se dos irmãos e
passou a navegar para a Síria, e com ele Priscila
e Áquila, visto que em Cencréia cortara rente o
cabelo de sua cabeça, pois tinha um voto.
19
Chegaram assim a Éfeso, e ele os deixou ali;
ele mesmo, porém, entrou na sinagoga e
raciocinou com os judeus. 20 Embora lhe
solicitassem que permanecesse por mais tempo,
não consentiu nisso, 21 mas despediu-se e disse-
lhes: “Voltarei novamente a vós, se Jeová
quiser.” E, de Éfeso, fez-se ao mar 22 e desceu a
Cesaréia. Subiu e cumprimentou a congregação, e
desceu a Antioquia.
23
E, tendo passado ali algum tempo, partiu e
foi de lugar em lugar através do país da Galácia e
da Frígia, fortalecendo todos os discípulos.
24
Ora, chegou a Éfeso certo judeu de nome
Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente; e
ele era bem versado nas Escrituras. 25 Este
[homem] tinha sido oralmente instruído no
caminho de Jeová, e, visto que era fervoroso no
espírito, falava e ensinava com precisão as
coisas a respeito de Jesus, mas estava
familiarizado apenas com o batismo de João. 26 E
este [homem] principiou a falar denodadamente
na sinagoga. Ouvindo-o Priscila e Áquila,
acolheram-no na sua companhia e expuseram-lhe
mais corretamente o caminho de Deus. 27 Além
disso, já que ele desejava passar para a Acaia, os
irmãos escreveram aos discípulos, exortando-os a
que o recebessem benevolamente. Assim,
chegando ele lá, ajudou grandemente os que
tinham crido por causa da benignidade imerecida
[de Deus]; 28 pois provava cabalmente, com
intensidade e em público, que os judeus estavam
errados, demonstrando pelas Escrituras que
Jesus era o Cristo.

19 No desenrolar dos eventos, enquanto Apolo


estava em Corinto, Paulo passava pelas regiões
interiores e desceu a Éfeso, e achou alguns
discípulos; 2 e ele lhes disse: “Recebestes
espírito santo, quando vos tornastes crentes?”
Disseram-lhe: “Ora, nunca ouvimos [falar] que há
espírito santo.” 3 E ele disse: “Então, em que
fostes batizados?” Disseram: “No batismo de
João.” 4 Paulo disse: “João batizava com o
batismo [em símbolo] de arrependimento, dizendo
ao povo que cressem naquele que vinha após ele,
isto é, em Jesus.” 5 Ouvindo isso, foram batizados
no nome do Senhor Jesus. 6 E, quando Paulo pôs
as suas mãos sobre eles, veio sobre eles o
espírito santo e começaram a falar em línguas e a
profetizar. 7 Ao todo havia cerca de doze homens.
8
Entrando na sinagoga, falou com denodo, por
três meses, proferindo discursos e usando de
persuasão a respeito do reino de Deus. 9 Mas,
quando alguns prosseguiam em endurecer-se e
em não crer, falando injuriosamente sobre O
Caminho perante a multidão, retirou-se deles e
separou deles os discípulos, proferindo
diariamente discursos no [auditório da] escola de
Tirano. 10 Isto se deu por dois anos, de modo que
todos os que habitavam [no distrito da] Ásia,
tanto judeus como gregos, ouviram a palavra do
Senhor.
11
E Deus realizava obras extraordinárias de
poder por intermédio das mãos de Paulo, 12 de
modo que se levavam aos doentios até mesmo
panos e aventais do seu corpo, e as moléstias os
abandonavam e os espíritos iníquos saíam.
13
Mas, certos dos judeus itinerantes, que
praticavam a expulsão dos demônios, também
empreenderam usar por nome o nome do Senhor
Jesus para com os que tinham espíritos iníquos,
dizendo: “Eu vos advirto solenemente por Jesus,
a quem Paulo prega.” 14 Ora, havia sete filhos dum
certo Ceva, principal sacerdote judaico, que
faziam isso. 15 Mas, o espírito iníquo disse-lhes,
em resposta: “Eu sei de Jesus e estou
familiarizado com Paulo; mas quem sois vós?”
16
Com isso, o homem em quem estava o espírito
iníquo pulou sobre eles, dominou um após outro e
prevaleceu contra eles, de modo que fugiram nus
e feridos daquela casa. 17 Isto se tornou
conhecido a todos, tanto aos judeus como aos
gregos que moravam em Éfeso; e sobre todos eles
caiu temor, e o nome do Senhor Jesus era
magnificado. 18 E muitos dos que se tinham
tornado crentes vinham e confessavam, e
relatavam abertamente as suas práticas.
19
Deveras, um número considerável dos que
haviam praticado artes mágicas trouxeram os
seus livros e os queimaram diante de todos. E
calcularam os preços deles e acharam que valiam
cinqüenta mil moedas de prata. 20 A palavra de
Jeová crescia e prevalecia assim de modo
poderoso.
21
Ora, tendo sido completadas estas coisas,
Paulo propôs-se no seu espírito que, depois de
passar pela Macedônia e Acaia, viajaria para
Jerusalém, dizendo: “Depois de chegar lá, terei
de ver também Roma.” 22 Mandou assim à
Macedônia dois daqueles que lhe ministravam,
Timóteo e Erasto, mas ele mesmo se demorou
algum tempo no [distrito da] Ásia.
23
Naquele mesmo tempo surgiu uma
perturbação nada pequena a respeito do Caminho.
24
Pois um certo homem, de nome Demétrio,
prateiro, fabricando santuários de prata para
Ártemis, fornecia não pouco lucro aos artífices;
25
e ele os ajuntou, bem como os que trabalhavam
em tais coisas, e disse: “Homens, bem sabeis que
a nossa prosperidade vem deste negócio.
26
Também, observais e ouvis como não somente
em Éfeso, mas em quase todo o [distrito da] Ásia,
este Paulo tem persuadido uma multidão
considerável, voltando-os para outra opinião,
dizendo que não são deuses os feitos por mãos.
27
Ainda mais, não somente existe o perigo de que
esta ocupação nossa venha a cair em descrédito,
mas também que o templo da grande deusa
Ártemis venha a ser estimado em nada, e que até
mesmo a sua magnificência, que todo o [distrito
da] Ásia e a terra habitada adora, esteja prestes
a ser reduzida a nada.” 28 Ouvindo isso e ficando
cheios de ira, os homens começaram a clamar,
dizendo: “Grande é a Ártemis dos efésios!”
29
A cidade ficou assim cheia de confusão, e
arremeteram de comum acordo ao teatro,
arrastando consigo Gaio e Aristarco, macedônios,
companheiros de viagem de Paulo. 30 Paulo, da
sua parte, estava disposto a entrar para ir ter
com o povo, mas os discípulos não lhe permitiram
[isso]. 31 Até mesmo alguns dos promotores de
festividades e jogos, que lhe tinham amizade,
enviaram e começaram a implorar-lhe que não se
arriscasse no teatro. 32 O fato é que alguns
estavam clamando uma coisa e outros outra; pois
a assembléia estava em confusão, e a maioria
deles nem sabia a razão por que se tinham
reunido. 33 Juntos trouxeram assim Alexandre
para fora da multidão, empurrando-o os judeus na
sua frente; e Alexandre, acenando com a mão,
queria fazer a sua defesa perante o povo. 34 Mas,
quando reconheceram que ele era judeu,
levantou-se um só grito da parte de todos,
gritando eles por cerca de duas horas: “Grande é
a Ártemis dos efésios!”
35
Quando, por fim, o escrivão da cidade tinha
feito calar a multidão, ele disse: “Homens de
Éfeso, quem há realmente na humanidade que não
saiba que a cidade dos efésios é a guardiã do
templo da grande Ártemis e da imagem que caiu
do céu? 36 Portanto, visto que estas coisas são
indisputáveis, convém que vos mantenhais
calmos e que não atueis irrefletidamente. 37 Pois
trouxestes esses homens, que não são nem
salteadores de templos nem blasfemadores de
nossa deusa. 38 Portanto, se Demétrio e os
artífices com ele tiverem um caso contra alguém,
há audiências e há procônsules; que levantem
acusações uns contra os outros. 39 Se, porém,
estais procurando algo mais do que isso, tem de
ser decidido numa assembléia regular. 40 Porque
nós estamos realmente em perigo de ser
acusados de sedição pela questão de hoje, não
existindo nem uma única causa que nos permita
apresentar uma razão para esta turba
desordenada.” 41 E depois de dizer isso, dissolveu
a assembléia.

20 Então, tendo diminuído o alvoroço, Paulo


mandou chamar os discípulos, e, tendo-os
encorajado e despedindo-se deles, saiu a fim de
viajar para a Macedônia. 2 Depois de percorrer
aquelas regiões e encorajar com muitas palavras
os que havia ali, foi à Grécia. 3 E, tendo passado
ali três meses, visto que os judeus formavam uma
conspiração contra ele quando estava para
navegar para a Síria, resolveu voltar pela
Macedônia. 4 Acompanhava-o Sópater, filho de
Pirro, de Beréia, Aristarco e Segundo, dos
tessalonicenses, e Gaio, de Derbe, e Timóteo, e,
[do distrito] da Ásia, Tíquico e Trófimo. 5 Estes
foram adiante e esperaram por nós em Trôade,
6
mas nós nos fizemos ao mar, de Filipos, depois
dos dias dos pães não fermentados, e em cinco
dias fomos ter com eles em Trôade; e passamos
ali sete dias.
7
No primeiro dia da semana, quando estávamos
ajuntados para uma refeição, Paulo começou a
dissertar para eles, visto que ia partir no dia
seguinte; e ele prolongou as suas palavras até à
meia-noite. 8 De modo que havia várias lâmpadas
no quarto de andar superior onde estávamos
ajuntados. 9 Certo jovem, de nome Êutico,
sentado à janela, foi tomado de sono profundo
enquanto Paulo falava, e, caindo durante o sono,
despenhou-se do terceiro pavimento e foi
apanhado morto. 10 Mas Paulo desceu, lançou-se
sobre ele, e, abraçando-o, disse: “Parai de
levantar um clamor, pois a sua alma está nele.”
11
Ele subiu então e começou a refeição e tomou
alimento, e, tendo conversado por bastante
tempo, até à madrugada, partiu por fim. 12 De
modo que levaram o rapaz vivo e foram
consolados além de medida.
13
Fomos então na frente até o barco e
navegamos para Assos, onde pretendíamos tomar
Paulo a bordo, porque, depois de ter dado
instruções neste sentido, ele mesmo pretendia ir
a pé. 14 Assim, quando nos alcançou em Assos,
nós o tomamos a bordo e fomos a Mitilene; 15 e,
navegando dali no dia seguinte, chegamos
defronte de Quios, mas no dia seguinte tocamos
em Samos, e no dia seguinte chegamos a Mileto.
16
Pois Paulo tinha decidido navegar ao largo de
Éfeso, a fim de não gastar tempo no [distrito da]
Ásia; porque ele se apressava em chegar a
Jerusalém, se possível, no dia [da festividade] de
Pentecostes.
17
No entanto, de Mileto ele enviou a Éfeso e
chamou os anciãos da congregação. 18 Quando
foram ter com ele, disse-lhes: “Bem sabeis como,
desde o primeiro dia em que pisei no [distrito da]
Ásia, eu estive convosco todo o tempo,
19
trabalhando como escravo para o Senhor, com a
maior humildade mental, e com lágrimas e
provações, que me sobrevieram pelas
conspirações dos judeus; 20 ao passo que não me
refreei de vos falar coisa alguma que fosse
proveitosa, nem de vos ensinar publicamente e de
casa em casa. 21 Mas, eu dei cabalmente
testemunho, tanto a judeus como a gregos, do
arrependimento para com Deus e da fé em nosso
Senhor Jesus. 22 E agora, eis que, amarrado no
espírito, viajo para Jerusalém, embora sem saber
o que me acontecerá nela, 23 exceto que o
espírito santo, de cidade em cidade, me dá
repetidamente testemunho, dizendo que me
aguardam laços e tribulações. 24 Não obstante,
não levo a minha alma em conta como estimada
por mim, desde que eu possa terminar a minha
carreira e o ministério que recebi do Senhor
Jesus, para dar testemunho cabal das boas novas
da benignidade imerecida de Deus.
25
“E agora, eis que sei que todos vós, entre os
quais eu estive pregando o reino, não vereis mais
o meu rosto. 26 Por isso, eu vos chamo como
testemunhas, no dia de hoje, de que estou limpo
do sangue de todos os homens, 27 pois não me
refreei de falar a todos vós todo o conselho de
Deus. 28 Prestai atenção a vós mesmos e a todo o
rebanho, entre o qual o espírito santo vos
designou superintendentes para pastorear a
congregação de Deus, que ele comprou com o
sangue do seu próprio [Filho]. 29 Sei que depois de
eu ter ido embora entrarão no meio de vós lobos
opressivos e eles não tratarão o rebanho com
ternura, 30 e dentre vós mesmos surgirão homens
e falarão coisas deturpadas, para atrair a si os
discípulos.
31
“Portanto, mantende-vos despertos e lembrai-
vos de que por três anos, noite e dia, não cessei
de admoestar a cada um de vós, com lágrimas.
32
E agora eu vos encomendo a Deus e à palavra
de sua benignidade imerecida, [palavra] que vos
pode edificar e [que vos pode] dar a herança
entre todos os santificados. 33 De ninguém
cobicei a prata, ou o ouro, ou a vestimenta. 34 Vós
mesmos sabeis que estas mãos têm cuidado das
minhas necessidades, bem como das daqueles
que estavam comigo. 35 Eu vos exibi em todas as
coisas que, por labutardes assim, tendes de
auxiliar os que são fracos e tendes de ter em
mente as palavras do Senhor Jesus, quando ele
mesmo disse: ‘Há mais felicidade em dar do que
há em receber.’”
36
E, dizendo estas coisas, ajoelhou-se com
todos eles e orou. 37 Deveras, irrompeu muito
choro entre eles todos, e lançaram-se ao pescoço
de Paulo e o beijaram ternamente, 38 porque
estavam especialmente condoídos por causa da
palavra que ele falara, de que não mais iam ver o
seu rosto. Passaram assim a acompanhá-lo até o
barco.

21 Então, tendo-nos separado deles a muito


custo e feito ao mar, tomamos um rumo direto e
chegamos a Cós, mas no [dia] seguinte a Rodes, e
dali a Pátara. 2 E, quando achamos um barco que
ia cruzar para a Fenícia, embarcamos e
zarpamos. 3 Tendo avistado a [ilha de] Chipre,
deixamo-la atrás, pela esquerda, e navegamos
para a Síria e tocamos em Tiro, pois o barco ia
desembarcar [a sua] carga. 4 Procurando,
achamos os discípulos e permanecemos ali sete
dias. Mas eles, por intermédio do espírito,
disseram repetidas vezes a Paulo que não
pusesse pé em Jerusalém. 5 Assim, ao
completarmos os dias, partimos e iniciamos a
viagem; todos eles, porém, junto com as mulheres
e os filhos, acompanharam-nos para fora da
cidade. E, ajoelhados na praia, fizemos oração 6 e
nos despedimos uns dos outros, e subimos ao
barco, mas eles voltaram para os seus lares.
7
Completamos então a viagem desde Tiro e
chegamos a Ptolemaida, e cumprimentamos os
irmãos e ficamos um dia com eles. 8 No dia
seguinte partimos e chegamos a Cesaréia, e
entramos na casa de Filipe, o evangelizador, que
era um dos sete homens, e ficamos com ele.
9
Este homem tinha quatro filhas, virgens, que
profetizavam. 10 Mas, ao permanecermos ali
muitos dias, desceu da Judéia certo profeta de
nome Ágabo, 11 e ele veio ter conosco e tomou o
cinto de Paulo, amarrou os seus próprios pés e
mãos, e disse: “Assim diz o espírito santo: ‘Ao
homem a quem pertence este cinto, os judeus
amarrarão desta maneira em Jerusalém e o
entregarão às mãos de pessoas das nações.’”
12
Ora, quando ouvimos isso, tanto nós como os
daquele lugar começamos a suplicar-lhe que não
subisse a Jerusalém. 13 Paulo respondeu então:
“Que estais fazendo, chorando e enfraquecendo o
meu coração? Ficai certos de que estou pronto
não só para ser amarrado, mas também para
morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor
Jesus.” 14 Quando ele não se deixou dissuadir,
assentimos com as palavras: “Realize-se a
vontade de Jeová.”
15
Então, depois daqueles dias, preparamo-nos
para a viagem e começamos a subir a Jerusalém.
16
Alguns dos discípulos de Cesaréia, porém,
foram também conosco, para nos levar ao homem
em cujo lar íamos ser hospedados, certo Mnáson,
de Chipre, antigo discípulo. 17 Ao chegarmos a
Jerusalém, os irmãos nos receberam de bom
grado. 18 Mas no [dia] seguinte, Paulo foi conosco
ter com Tiago; e todos os anciãos estavam
presentes. 19 E ele cumprimentou-os e começou a
dar em pormenores um relato das coisas que
Deus fizera entre as nações por intermédio do
ministério dele.
20
Ouvindo isso, começaram a glorificar a Deus,
e disseram-lhe: “Observas, irmão, quantos
milhares de crentes há entre os judeus; e todos
eles são zelosos da Lei. 21 Mas eles ouviram
rumores a respeito de ti, de que tens ensinado a
todos os judeus entre as nações uma apostasia
contra Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem
os seus filhos nem andem nos costumes
[solenes]. 22 O que se há de fazer, então, a
respeito disso? Em qualquer caso, eles vão ouvir
que chegaste. 23 Faze, portanto, o que te vamos
dizer: Há conosco quatro homens que têm um
voto sobre si. 24 Toma contigo estes homens e
purifica-te cerimonialmente junto com eles, e
toma conta das despesas deles, para que se lhes
rape a cabeça. E todos saberão assim que não há
nada nos rumores que se contavam acerca de ti,
mas que estás andando ordeiramente, guardando
também tu mesmo a Lei. 25 Quanto aos crentes
dentre as nações, já avisamos, dando a nossa
decisão, de que se guardem do que é sacrificado
a ídolos, bem como do sangue e do estrangulado,
e da fornicação.”
26
Paulo tomou então consigo os homens, no dia
seguinte, e purificou-se cerimonialmente junto
com eles, e entrou no templo, notificando os dias
a serem cumpridos para a purificação cerimonial,
até se apresentar a oferta para cada um deles.
27
Ora, quando os sete dias estavam para se
concluir, os judeus da Ásia, observando-o no
templo, começaram a lançar toda a multidão em
confusão, e deitaram mãos nele, 28 clamando:
“Homens de Israel, acudi! Este é o homem que
ensina a todos em toda a parte contra o povo, e a
Lei, e este lugar, e, ainda mais, ele até mesmo
trouxe gregos ao templo e aviltou este santo
lugar.” 29 Porque previamente tinham visto
Trófimo, o efésio, na cidade com ele, mas
estavam imaginando que Paulo o havia trazido ao
templo. 30 E toda a cidade ficou em alvoroço e
houve uma afluência do povo; e agarraram Paulo
e o arrastaram para fora do templo. E fecharam-
se imediatamente as portas. 31 E enquanto
buscavam matá-lo, o comandante do
destacamento recebeu informação de que toda a
Jerusalém estava em confusão; 32 e ele tomou
imediatamente soldados e oficiais do exército, e
desceu correndo até eles. Quando avistaram o
comandante militar e os soldados, deixaram de
espancar Paulo.
33
O comandante militar chegou-se então perto,
agarrou-o e mandou que fosse amarrado com duas
cadeias; e passou a indagar quem ele era e o que
tinha feito. 34 Mas alguns da multidão começaram
a gritar uma coisa e outros outra. Assim, não
podendo por si mesmo saber nada de certo, por
causa do tumulto, mandou que fosse levado ao
quartel. 35 Mas, quando ele subia as escadas, a
situação ficou tal, que estava sendo carregado
pelos soldados, por causa da violência da
multidão; 36 pois a multidão do povo seguia,
clamando: “Fora com ele!”
37
E, quando estava para ser levado para dentro
do quartel, Paulo disse ao comandante militar: “É-
me permitido dizer-te algo?” Ele disse: “Sabes
falar grego? 38 Não és tu realmente o egípcio que
antes destes dias atiçou uma sedição e levou
quatro mil faquistas para o ermo?” 39 Paulo disse
então: “Sou, de fato, judeu, de Tarso, na Cilícia,
cidadão duma cidade nada obscura. Rogo-te,
portanto, que me permitas falar ao povo.”
40
Tendo-lhe ele dado permissão, Paulo, de pé na
escadaria, fez sinal com a mão para o povo.
Quando se fez um grande silêncio, dirigiu-se a
eles no idioma hebraico, dizendo:

22 “Homens, irmãos e pais, ouvi agora a minha


defesa perante vós.” 2 (Pois bem, quando ouviram
que se dirigia a eles no idioma hebraico, ficaram
ainda mais calados, e ele disse:) 3 “Eu sou judeu,
nascido em Tarso da Cilícia, mas educado nesta
cidade, aos pés de Gamaliel, instruído segundo o
rigor da Lei ancestral, zeloso por Deus, assim
como todos vós sois neste dia. 4 E eu perseguia
este Caminho até à morte, amarrando e
entregando às prisões tanto homens como
mulheres, 5 conforme tanto o sumo sacerdote
como toda a assembléia dos anciãos me podem
dar testemunho. Fui também obter deles cartas
para os irmãos em Damasco, e eu estava em
caminho para trazer amarrados a Jerusalém
também os que havia ali, para serem punidos.
6
“Mas, enquanto eu viajava e chegava perto de
Damasco, por volta do meio-dia, reluziu
repentinamente do céu uma grande luz toda em
volta de mim, 7 e eu caí ao chão e ouvi uma voz
dizer-me: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’
8
Eu respondi: ‘Quem és, Senhor?’ E ele me disse:
‘Eu sou Jesus, o nazareno, a quem persegues.’
9
Ora, os homens que estavam comigo deveras
observaram a luz, mas não ouviram a voz daquele
que falava comigo. 10 A isto eu disse: ‘Que devo
fazer, Senhor?’ O Senhor me disse: ‘Levanta-te,
vai a Damasco, e ali te será dito tudo o que te foi
designado fazer.’ 11 Mas, visto que eu não podia
ver nada, por causa da glória daquela luz,
cheguei a Damasco levado pela mão daqueles que
estavam comigo.
12
“Então, certo Ananias, homem reverente
segundo a Lei, de boa reputação entre todos os
judeus que moravam ali, 13 veio a mim, e, parando
ao meu lado, disse-me: ‘Saulo, irmão, tem
novamente a tua visão!’ E naquela mesma hora
olhei para ele. 14 Ele disse: ‘O Deus de nossos
antepassados escolheu-te para que venhas a
saber a sua vontade e a ver o Justo, e a ouvir a
voz de sua boca, 15 porque tu hás de ser
testemunha dele, perante todos os homens, das
coisas que viste e ouviste. 16 E agora, por que
demoras? Levanta-te, sê batizado e lava os teus
pecados por invocares o seu nome.’
17
“Mas, tendo eu voltado a Jerusalém e
estando a orar no templo, caí em transe 18 e o vi
dizer-me: ‘Apressa-te e sai ligeiro de Jerusalém,
porque não concordarão com o teu testemunho a
respeito de mim.’ 19 E eu disse: ‘Senhor, eles
mesmos bem sabem que eu costumava encarcerar
e chibatear, numa sinagoga após outra, os que
criam em ti; 20 e quando se derramava o sangue
de Estêvão, tua testemunha, eu mesmo também
estava parado ali e aprovava [isso], e guardava
as roupas exteriores dos que o eliminavam.’
21
Contudo, ele me disse: ‘Vai, porque eu hei de
enviar-te a nações longínquas.’”
22
Ora, eles o escutaram até esta palavra, e
elevaram as suas vozes, dizendo: “Tira tal
[homem] da terra, pois não é apto para viver!”
23
E, visto que clamavam e lançavam em volta as
suas roupas exteriores, e atiravam poeira ao ar,
24
o comandante militar mandou que fosse trazido
ao quartel e disse que devia ser examinado sob
açoites, a fim de que soubesse plenamente por
que causa eles estavam gritando dessa maneira
contra ele. 25 Mas, quando o tinham esticado para
a chicotada, Paulo disse ao oficial do exército
parado ali: “É lícito que açoiteis um homem que é
romano e que não está condenado?” 26 Pois bem,
ouvindo isso o oficial do exército, foi ter com o
comandante militar e fez um relatório, dizendo:
“Que pretendes fazer? Ora, este homem é
romano.” 27 De modo que o comandante militar se
chegou e lhe disse: “Diz-me: És tu romano?” Ele
disse: “Sim.” 28 O comandante militar respondeu:
“Eu comprei estes direitos de cidadão por grande
soma [de dinheiro].” Paulo disse: “Mas eu até
nasci [com eles].”
29
Portanto, os homens que estavam prestes a
examiná-lo com tortura retiraram-se dele
imediatamente; e o comandante militar ficou com
medo ao averiguar que ele era romano e que o
havia amarrado.
30
Portanto, no dia seguinte, querendo saber ao
certo exatamente por que ele estava sendo
acusado pelos judeus, soltou-o e mandou que se
reunissem os principais sacerdotes e todo o
Sinédrio. E ele trouxe Paulo para baixo e o postou
no meio deles.

23 Olhando atentamente para o Sinédrio, Paulo


disse: “Homens, irmãos, eu me comportei perante
Deus com uma consciência perfeitamente limpa,
até o dia de hoje.” 2 Em vista disso, o sumo
sacerdote Ananias mandou que os que estavam
em pé junto dele lhe batessem na boca. 3 Paulo
disse-lhe então: “Deus te baterá, parede caiada.
Assentas-te tu ao mesmo tempo para me julgar
segundo a Lei, e, transgredindo a Lei, mandas
que me batam?” 4 Os parados ali disseram:
“Injurias tu o sumo sacerdote de Deus?” 5 E Paulo
disse: “Irmãos, eu não sabia que era o sumo
sacerdote. Pois está escrito: ‘Não deves falar
injuriosamente dum governante do teu povo.’”
6
Ora, quando Paulo notou que uma parte era
dos saduceus, mas a outra dos fariseus, passou a
clamar no Sinédrio: “Homens, irmãos, eu sou
fariseu, filho de fariseus. É por causa da
esperança da ressurreição dos mortos que estou
sendo julgado.” 7 Por dizer isso, surgiu uma
dissensão entre fariseus e saduceus, e a multidão
ficou dividida. 8 Pois os saduceus dizem não
haver nem ressurreição, nem anjo, nem espírito,
mas os fariseus declaram publicamente todos
estes. 9 Irrompeu assim uma grande gritaria, e
alguns dos escribas do partido dos fariseus se
levantaram e começaram a contender ferozmente,
dizendo: “Não achamos nada de errado neste
homem; mas, se um espírito ou um anjo falou com
ele —.” 10 Ora, tornando-se grande a dissensão, o
comandante militar ficou com medo de que Paulo
fosse dilacerado por eles e mandou a força de
soldados descer e arrancá-lo do meio deles, para
o levarem ao quartel.
11
Mas, na noite seguinte, o Senhor estava em
pé ao lado dele e disse: “Tem coragem! Pois
assim como tens dado testemunho cabal em
Jerusalém concernente às coisas a respeito de
mim, terás de dar também testemunho em Roma.”
12
Então, ficando dia, os judeus formaram uma
conspiração e obrigaram-se com uma maldição,
dizendo que nem comeriam nem beberiam até
matarem Paulo. 13 Foram mais de quarenta
homens que formaram esta conspiração
juramentada; 14 e eles foram ter com os principais
sacerdotes e os anciãos, e disseram: “Obrigamo-
nos solenemente com uma maldição, de não
tomarmos nem um bocado de alimento até
matarmos Paulo. 15 Assim, portanto, vós, junto
com o Sinédrio, tornai claro ao comandante
militar por que ele devia trazê-lo para baixo a
vós, como se pretendêsseis resolver mais
exatamente os assuntos que o envolvem. Mas,
antes de ele chegar perto, estaremos prontos
para eliminá-lo.”
16
No entanto, o filho da irmã de Paulo soube
que estavam de tocaia, e veio e entrou no
quartel, e relatou isso a Paulo. 17 Paulo chamou,
assim, um dos oficiais do exército e disse:
“Conduze este jovem ao comandante militar, pois
tem algo para lhe relatar.” 18 Portanto, este
homem o tomou e conduziu ao comandante
militar, e disse: “O prisioneiro Paulo chamou-me e
solicitou-me que conduzisse este jovem a ti, visto
que ele tem algo para dizer-te.” 19 O comandante
militar tomou-o pela mão e se retirou, e começou
a interrogá-lo em particular: “Que é que tens para
relatar-me?” 20 Ele disse: “Os judeus concordaram
em solicitar-te que tragas Paulo para baixo ao
Sinédrio, amanhã, como se pretendessem inteirar-
se de algo mais exato a respeito dele. 21 Acima de
tudo, não os deixes persuadir-te, pois mais de
quarenta homens deles estão de tocaia contra
ele, e eles se obrigaram com uma maldição, de
nem comerem nem beberem, até que o tenham
eliminado; e eles estão agora prontos,
aguardando a tua promessa.” 22 Portanto, o
comandante militar deixou o jovem ir embora,
depois de lhe ordenar: “Não dês com a língua nos
dentes para com ninguém, de que me
esclareceste estas coisas.”
23
E ele convocou certos dois dos oficiais do
exército e disse: “Aprontai duzentos soldados
para marcharem até Cesaréia, também setenta
cavaleiros e duzentos lanceiros, para a terceira
hora da noite. 24 Também, provede animais de
carga, para que façam Paulo cavalgar e o
transportem a salvo até Félix, o governador.” 25 E
ele escreveu uma carta, na seguinte forma:
26
“Cláudio Lísias, à Sua Excelência, o
Governador Félix: Cumprimentos! 27 Os judeus
apoderaram-se deste homem e ele estava prestes
a ser eliminado por eles, mas eu vim
repentinamente com uma força de soldados e o
resgatei, porque fiquei sabendo que ele era
romano. 28 E, querendo averiguar a causa pela
qual o acusavam, levei-o para baixo ao Sinédrio
deles. 29 Verifiquei que estava sendo acusado por
questões da Lei deles, mas não foi acusado de
nem uma única coisa que merecesse a morte ou
laços. 30 Mas, porque me foi exposta uma
conspiração que se fazia contra o homem, envio-o
imediatamente a ti e mando que os acusadores
falem perante ti contra ele.”
31
Portanto, estes soldados tomaram Paulo,
segundo as suas ordens, e o trouxeram de noite a
Antipátride. 32 No dia seguinte, permitiram que os
cavaleiros prosseguissem com ele, e voltaram
para o quartel. 33 Os [cavaleiros] entraram em
Cesaréia e entregaram a carta ao governador e
apresentaram-lhe também Paulo. 34 Ele a leu,
assim, e indagou de que província ele era, e
averiguou que era da Cilícia. 35 “Eu te darei uma
audiência cabal”, disse ele, “ao chegarem
também os teus acusadores”. E mandou que fosse
mantido sob guarda, no palácio pretoriano de
Herodes.

24 Cinco dias depois desceu o sumo sacerdote


Ananias, com alguns dos anciãos e um orador
público, certo Tértulo, e deram ao governador
informação contra Paulo. 2 Ao ser chamado,
Tértulo começou a acusá-lo, dizendo:

“Visto que por intermédio de ti gozamos de


grande paz e que se realizam nesta nação
reformas por intermédio de tua previdência,
3
Excelência, Félix, recebemos isso em todas as
ocasiões e também em todos os lugares com
grande gratidão. 4 Mas, a fim de não te obstar
mais, imploro-te que nos ouças brevemente na
tua indulgência. 5 Pois nós achamos que este
homem é uma peste e atiça sedições entre todos
os judeus, por toda a terra habitada, e que é
ponta-de-lança da seita dos nazarenos, 6 um que
tentou também profanar o templo e de quem nos
apoderamos. 7 —— 8 Tu mesmo podes descobrir
dele, por exame, todas estas coisas de que o
acusamos.”
9
Com isso, os judeus juntaram-se ao ataque,
asseverando que todas estas coisas eram assim.
10
E Paulo, quando o governador lhe acenou para
falar, respondeu:

“Bem sabendo que esta nação te tem tido como


juiz por muitos anos, falo prontamente em minha
defesa as coisas a meu respeito, 11 visto que
estás em condições de descobrir que, quanto a
mim, não faz mais de doze dias desde que subi
para adorar em Jerusalém; 12 e eles não me
acharam no templo argumentando com alguém,
nem causando que se formasse uma turba,
tampouco nas sinagogas ou em toda a cidade.
13
Nem podem provar-te as coisas de que me
estão agora acusando. 14 Mas, eu admito o
seguinte a ti, que, segundo o caminho que eles
chamam de ‘seita’, desta maneira eu presto
serviço sagrado ao Deus dos meus antepassados,
crendo em todas as coisas expostas na Lei e
escritas nos Profetas; 15 e eu tenho esperança
para com Deus, esperança que estes mesmos
[homens] também alimentam, de que há de haver
uma ressurreição tanto de justos como de
injustos. 16 Neste respeito, deveras, exercito-me
continuamente para ter a consciência de não ter
cometido ofensa contra Deus e homens. 17 Assim,
depois de certo número de anos, cheguei para
trazer dádivas de misericórdia à minha nação, e
ofertas. 18 Enquanto eu cuidava destes assuntos,
acharam-me cerimonialmente limpo no templo,
mas não com uma multidão ou com tumulto. Mas,
havia certos judeus [do distrito] da Ásia, 19 que
deviam estar presentes perante ti e acusar-me,
se tiverem algo contra mim. 20 Ou, que os
[homens] aqui digam de si mesmos o que acharam
de errado, quando eu estava perante o Sinédrio,
21
exceto com respeito a esta única pronunciação
que clamei enquanto estava diante deles: ‘É por
causa da ressurreição dos mortos que hoje estou
sendo julgado diante de vós!’”
22
No entanto, sabendo Félix com bastante
exatidão os assuntos referentes a este Caminho,
começou a livrar-se dos [homens] com evasivas e
disse: “Quando Lísias, o comandante militar,
descer, decidirei estes assuntos que vos
envolvem.” 23 E ele ordenou ao oficial do exército
que o homem fosse guardado e que houvesse
algum abrandamento [da detenção], e que não
proibisse a nenhum do seu povo que o servisse.
24
Alguns dias depois, Félix chegou com
Drusila, sua esposa, que era judia, e mandou
buscar Paulo e o escutou sobre a crença em
Cristo Jesus. 25 Mas, quando ele falava sobre a
justiça e o autodomínio, e o julgamento por vir,
Félix ficou amedrontado e respondeu: “Por ora
vai-te embora, mas, quando eu tiver um tempo
oportuno, mandarei buscar-te novamente.” 26 Ao
mesmo tempo, porém, esperava que Paulo lhe
desse dinheiro. Por esta razão mandava buscá-lo
com mais freqüência ainda e conversava com ele.
27
Mas, decorridos dois anos, Félix foi sucedido
por Pórcio Festo; e, visto que Félix desejava
ganhar o favor dos judeus, deixou Paulo preso.

25 Festo, portanto, depois de assumir o


[governo da] província, subiu três dias mais tarde
de Cesaréia a Jerusalém; 2 e os principais
sacerdotes e os homens de destaque dos judeus
deram-lhe informação contra Paulo. De modo que
começaram a suplicar-lhe, 3 pedindo para si
mesmos como favor contra o [homem], que
mandasse buscá-lo para vir a Jerusalém, visto
que estavam armando uma emboscada, para o
eliminarem ao longo da estrada. 4 No entanto,
Festo respondeu que Paulo seria mantido em
Cesaréia e que ele mesmo estava partindo para lá
em breve. 5 “Portanto”, disse ele, “desçam comigo
os que estão em poder entre vós e o acusem, se
há algo de condenável nesse homem”.
6
Assim, não tendo passado mais de oito ou dez
dias entre eles, desceu a Cesaréia, e no dia
seguinte assentou-se na cadeira de juiz e mandou
que se trouxesse Paulo. 7 Quando ele chegou, os
judeus que tinham descido de Jerusalém ficaram
de pé em volta dele, lançando contra ele muitas
acusações sérias, para as quais não podiam
mostrar evidência.
8
Mas Paulo disse em defesa: “Nem contra a Lei
dos judeus, nem contra o templo, nem contra
César cometi qualquer pecado.” 9 Festo, desejoso
de ganhar o favor dos judeus, disse a Paulo, em
resposta: “Desejas subir a Jerusalém e ser
julgado ali diante de mim a respeito dessas
coisas?” 10 Mas Paulo disse: “Estou perante a
cadeira de juiz de César, onde devo ser julgado.
Não tenho feito nenhuma injustiça aos judeus,
como tu mesmo estás descobrindo muito bem.
11
Se, por um lado, sou realmente delinqüente e
tenho cometido algo que mereça a morte, não me
escuso de morrer; se, por outro lado, não existe
nenhuma dessas coisas de que estes [homens]
me acusam, nenhum homem me pode entregar a
eles como favor. Apelo para César!” 12 Então
Festo, depois de falar com a assembléia dos
conselheiros, replicou: “Para César apelaste,
para César irás.”
13
Ora, havendo passado alguns dias, chegaram
a Cesaréia Agripa, o rei, e Berenice, para uma
visita de cortesia a Festo. 14 Assim, visto que
passavam ali alguns dias, Festo apresentou ao rei
os assuntos concernentes a Paulo, dizendo:

“Há um certo homem deixado prisioneiro por


Félix, 15 e quando estive em Jerusalém, os
principais sacerdotes e os anciãos dos judeus
trouxeram-me informação a respeito dele,
pedindo um julgamento de condenação contra
ele. 16 Mas eu lhes repliquei que não é
procedimento romano entregar qualquer homem
como favor, antes de o acusado enfrentar face a
face os seus acusadores e obter a oportunidade
de falar em sua defesa a respeito da queixa.
17
Portanto, quando se ajuntaram aqui, não
demorei, mas no dia seguinte assentei-me na
cadeira de juiz e mandei que trouxessem o
homem para dentro. 18 Tomando o posto, os
acusadores não forneceram nenhuma acusação
das coisas iníquas que eu supusera a respeito
dele. 19 Eles simplesmente tinham certas disputas
com ele concernentes à sua própria adoração da
deidade e concernente a certo Jesus, que estava
morto, mas que Paulo asseverava estar vivo.
20
Assim, estando perplexo quanto à disputa sobre
estes assuntos, passei a perguntar se ele
gostaria de ir a Jerusalém e ser julgado ali
concernente a estes assuntos. 21 Mas, quando
Paulo apelou para ser guardado para a decisão do
Augusto, mandei que fosse guardado até que eu o
enviasse a César.”
22
Então, Agripa [disse] a Festo: “Eu mesmo
também gostaria de ouvir o homem.” “Amanhã o
ouvirás”, disse ele. 23 Portanto, no dia seguinte,
Agripa e Berenice vieram com muita pompa e
entraram na sala de audiências, junto com os
comandantes militares e também os homens
eminentes da cidade, e, quando Festo deu a
ordem, trouxeram Paulo. 24 E Festo disse: “Rei
Agripa e todos os homens que estais presentes
conosco, observais este homem a respeito de
quem toda a multidão dos judeus junta se dirigiu
a mim, tanto em Jerusalém como aqui, gritando
que ele não mais devia viver. 25 Mas eu percebi
que ele não tinha cometido nada que merecesse a
morte. Assim, quando este [homem] mesmo
apelou para o Augusto, decidi mandá-lo. 26 Mas
não tenho nada de certo para escrever acerca
dele a [meu] Senhor. Portanto, eu o apresentei a
vós, e especialmente a ti, Rei Agripa, a fim de
que, depois de se fazer o exame judicial, eu
obtenha algo para escrever. 27 Pois me parece
desarrazoado enviar um prisioneiro e não indicar
também as acusações contra ele.”

26 Agripa disse a Paulo: “Tens permissão de


falar em teu favor.” Paulo estendeu então a mão e
passou a dizer em sua defesa:
2
“Concernente a todas as coisas de que sou
acusado pelos judeus, Rei Agripa, considero-me
feliz de que é diante de ti que hoje devo fazer a
minha defesa, 3 especialmente visto que tu és
perito em todos os costumes bem como nas
controvérsias entre os judeus. Portanto, rogo-te
que me ouças pacientemente.
4
“Deveras, quanto à minha maneira de viver
desde a mocidade, desde [o] princípio, entre a
minha nação e em Jerusalém, todos os judeus
5
que já me conheciam desde o início, se
quiserem dar testemunho, sabem que vivi como
fariseu, segundo a seita mais estrita da nossa
forma de adoração. 6 Contudo, agora estou sendo
chamado a julgamento pela esperança da
promessa que Deus fizera aos nossos
antepassados, 7 ao passo que as nossas doze
tribos estão esperando alcançar o cumprimento
desta promessa por lhe prestarem intensamente
serviço sagrado, noite e dia. Concernente a esta
esperança estou sendo acusado pelos judeus, ó
rei.
8
“Por que se julga incrível entre vós que Deus
levante os mortos? 9 Eu, da minha parte,
realmente pensei no meu íntimo que devia
cometer muitos atos de oposição contra o nome
de Jesus, o nazareno, 10 o que, de fato, fiz em
Jerusalém, e a muitos dos santos encerrei em
prisões, visto que eu tinha recebido autoridade
dos principais sacerdotes; e quando eles estavam
para ser executados, eu lançava o meu voto
contra eles. 11 E, punindo-os muitas vezes, em
todas as sinagogas, tentei obrigá-los a fazer uma
retratação; e, visto que eu estava extremamente
enfurecido contra eles, fui ao ponto de persegui-
los até mesmo nas cidades de fora.
12
“No meio destes esforços viajava eu para
Damasco, com autoridade e comissão da parte
dos principais sacerdotes, quando 13 vi ao meio-
dia, na estrada, ó rei, uma luz, além do brilho do
sol, reluzir do céu em volta de mim e em volta
dos que viajavam comigo. 14 E caindo todos nós
ao chão, ouvi uma voz dizer-me no idioma
hebraico: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?
Duro te é persistir em dar pontapés contra as
aguilhadas.’ 15 Mas eu disse: ‘Quem és, Senhor?’ E
o Senhor disse: ‘Eu sou Jesus, a quem tu
persegues. 16 Não obstante, levanta-te e fica de
pé. Pois, para este fim me tornei visível a ti, a fim
de te escolher como assistente e testemunha,
tanto das coisas que viste como das coisas que
eu te farei ver com respeito a mim; 17 ao passo
que eu te livro [deste] povo e das nações às
quais te envio, 18 para abrires os seus olhos, para
os desviares da escuridão para a luz e da
autoridade de Satanás para Deus, a fim de que
recebam perdão de pecados e uma herança entre
os santificados pela [sua] fé em mim.’
19
“Portanto, Rei Agripa, não me tornei
desobediente à visão celestial, 20 mas, tanto aos
em Damasco, primeiro, como aos em Jerusalém, e
por todo o país da Judéia, e às nações, fui levar a
mensagem de que se arrependessem e se
voltassem para Deus por fazerem obras próprias
de arrependimento. 21 Por esta razão se
apoderaram de mim os judeus no templo e
tentaram matar-me. 22 No entanto, visto que
obtive a ajuda que vem de Deus, continuo até o
dia de hoje a dar testemunho tanto a pequenos
como a grandes, mas, sem dizer nada exceto as
coisas que os Profetas, bem como Moisés,
declararam que iam ocorrer, 23 que o Cristo havia
de sofrer, e que, como primeiro a ser
ressuscitado dentre os mortos, ele ia publicar luz
tanto a este povo como às nações.”
24
Ora, ao dizer estas coisas em sua defesa,
Festo disse em voz alta: “Estás ficando louco,
Paulo! A grande erudição está-te levando à
loucura!” 25 Mas Paulo disse: “Não estou ficando
louco, Excelência, Festo, mas estou proferindo
declarações de verdade e de bom juízo. 26 Na
realidade, o rei a quem estou falando com
franqueza bem sabe estas coisas; pois estou
persuadido de que nem uma única destas coisas
lhe passou despercebida, porque esta coisa não
se fez a um canto. 27 Crês tu nos Profetas, Rei
Agripa? Sei que crês.” 28 Mas Agripa disse a
Paulo: “Em pouco tempo me persuadirias a tornar-
me cristão.” 29 A isso Paulo disse: “Quisera eu,
perante Deus, quer em pouco tempo quer com
muito tempo, que não somente tu, mas também
todos os que hoje me ouvem se tornassem
homens tais como também eu sou, com a exceção
destes laços.”
30
E o rei se levantou, e o mesmo fizeram o
governador e Berenice, e os homens sentados
com eles. 31 Mas, ao se retirarem, começaram a
falar entre si, dizendo: “Este homem não pratica
nada que mereça a morte ou laços.” 32 Além
disso, Agripa disse a Festo: “Este homem podia
ter sido livrado, se não tivesse apelado para
César.”

27 Ora, visto que se decidiu que navegássemos


para a Itália, passaram a entregar tanto Paulo
como certos outros prisioneiros a um oficial do
exército, de nome Júlio, do destacamento de
Augusto. 2 Subindo a bordo dum barco de
Adramítio, que estava prestes a navegar para
lugares ao longo da costa [do distrito] da Ásia,
fizemo-nos à vela, estando conosco Aristarco, um
macedônio de Tessalônica. 3 E no dia seguinte
tocamos em Sídon, e Júlio tratou Paulo com
humanitarismo e lhe permitiu que visitasse seus
amigos e usufruísse o cuidado [deles].
4
E fazendo-nos ao mar, navegamos dali sob o
[abrigo de] Chipre, porque os ventos eram
contrários; 5 e navegamos através do mar aberto
ao longo de Cilícia e Panfília, e aportamos em
Mirra, na Lícia. 6 Ali, porém, o oficial do exército
achou um barco de Alexandria, que ia navegar
para a Itália, e ele nos fez embarcar nele.
7
Então, depois de navegarmos vagarosamente
por muitos dias e chegarmos com dificuldade a
Cnido, visto que o vento não nos deixava
prosseguir, navegamos sob o [abrigo de] Creta,
na altura de Salmone, 8 e, costeando com
dificuldade, chegamos a certo lugar chamado
Bons Portos, perto do qual estava a cidade de
Laséia.
9
Visto que já passara um tempo considerável e
já era então perigoso navegar, porque até mesmo
o jejum [do dia da expiação] já passara, Paulo fez
uma recomendação, 10 dizendo-lhes: “Homens,
percebo que a navegação vai ser com dano e com
grande perda, não só da carga e do barco, mas
também de nossas almas.” 11 No entanto, o oficial
do exército dava mais ouvidos ao piloto e ao dono
do navio do que às coisas ditas por Paulo.
12
Então, visto que o porto era inconveniente para
invernar, a maioria aconselhou que se fizessem
dali à vela, para ver se de algum modo podiam
chegar a Fênix, um porto de Creta, que dá para o
nordeste e para o sudeste, para invernar.
13
Além disso, sendo que o vento sulino soprava
brandamente, pensavam que seu objetivo já
estava praticamente alcançado, e levantaram
âncora e costeavam o litoral de Creta. 14 Não
muito tempo depois, porém, abateu-se sobre ela
um vento tempestuoso, chamado Euro-aquilão.
15
Visto que o barco foi apanhado com violência e
não podia manter a proa contra o vento, cedemos
e fomos impelidos. 16 Passamos então sob [o
abrigo de] certa ilha pequena chamada Cauda,
contudo, quase não pudemos apossar-nos do bote
[na popa]. 17 Mas, depois de o içarem para bordo,
começaram a usar de recursos para cingir o
barco; e, temendo encalhar em Sirte, arriaram os
aparelhos e eram assim impelidos. 18 Contudo,
visto que estávamos sendo violentamente
sacudidos pela tempestade, começaram no [dia]
seguinte a aliviar o navio; 19 e no terceiro [dia]
alijaram com as suas próprias mãos a armação do
barco.
20
Não havendo então aparecido nem o sol nem
estrelas por muitos dias, e não sendo pequena a
tempestade que se abatia sobre nós, começou
finalmente a dissipar-se toda a esperança de
sermos salvos. 21 E, tendo havido uma longa
abstinência de comida, Paulo levantou-se então
no meio deles e disse: “Homens, certamente
devíeis ter aceito o meu conselho e não vos ter
feito ao mar, de Creta, sofrendo tal dano e perda.
22
Ainda assim, recomendo-vos que tenhais bom
ânimo, pois nem uma única alma se perderá, mas
apenas o barco. 23 Porque esta noite se pôs ao
meu lado um anjo do Deus a quem pertenço e a
quem presto serviço sagrado, 24 dizendo: ‘Não
temas, Paulo. Tens de comparecer perante César,
e, eis que Deus te doou todos os que navegam
contigo.’ 25 Portanto, homens, tende bom ânimo;
pois eu acredito em Deus, que será exatamente
assim como me foi dito. 26 No entanto, temos de
ser lançados numa certa ilha.”
27
Ora, quando veio a décima quarta noite e nós
estávamos sendo jogados de um lado para outro
no [mar de] Ádria, à meia-noite, os marujos
começaram a suspeitar que estávamos chegando
perto de alguma terra. 28 E sondando a
profundidade, acharam-na de vinte braças;
passaram assim uma curta distância e fizeram de
novo sondagem, e acharam-na de quinze braças.
29
E por temerem que fôssemos lançados em
alguma parte contra os rochedos, lançaram
quatro âncoras da popa e começaram a querer
que ficasse dia. 30 Mas, quando os marujos
procuravam escapar do barco e arriaram o bote
ao mar, sob o pretexto de quererem deitar
âncoras da proa, 31 Paulo disse ao oficial do
exército e aos soldados: “A menos que estes
homens permaneçam no barco, não podeis ser
salvos.” 32 Os soldados cortaram então as cordas
do bote e o deixaram cair.
33
Então, quando estava para amanhecer, Paulo
começou a encorajar a todos juntos para que
tomassem algum alimento, dizendo: “Hoje é o
décimo quarto dia que tendes estado de vigília e
continuais sem alimento, não tendo tomado nada
para vós mesmos. 34 Portanto, encorajo-vos a
tomardes algum alimento, pois isso é no
interesse da vossa segurança; porque nem um
único cabelo da vossa cabeça perecerá.”
35
Depois de dizer isso, tomou também um pão,
deu graças a Deus perante todos eles e partiu-o,
e principiou a comer. 36 Todos ficaram assim
animados e começaram também a tomar
alimento. 37 Ora, ao todo éramos no barco
duzentas e setenta e seis almas. 38 Quando se
saciaram do alimento, passaram a aliviar o barco,
lançando o trigo ao mar.
39
Finalmente, quando ficou dia, não puderam
reconhecer a terra, mas observavam certa baía
com uma praia, e estavam resolvidos, se
pudessem, a arremessar o navio ali. 40 Cortando
assim as âncoras, deixaram-nas cair no mar;
soltando ao mesmo tempo as amarras dos remos
do leme, e, içando o traquete ao vento, dirigiram-
se para a praia. 41 Quando deram num banco de
areia banhado em ambos os lados pelo mar,
encalharam o navio, e a proa se encravou e ficou
imóvel, mas a popa começou a ser violentamente
despedaçada. 42 Em vista disso, os soldados
tomaram a resolução de matar os prisioneiros,
para que ninguém escapasse nadando. 43 Mas o
oficial do exército desejava manter Paulo a salvo
e os conteve no propósito deles. E ele mandou
que os que soubessem nadar se lançassem ao
mar primeiro e chegassem à terra, 44 e que o
resto o fizesse, alguns em tábuas e outros em
certos objetos do barco. E assim aconteceu que
todos atingiram terra a salvo.

28 Uma vez a salvo, soubemos que a ilha se


chamava Malta. 2 E o povo de língua estrangeira
teve conosco extraordinário humanitarismo, pois
acenderam um fogo e acolheram-nos a todos
prestimosamente, por causa da chuva que caía e
por causa do frio. 3 Mas, quando Paulo reuniu
certo feixe de gravetos e o deitou no fogo, saiu
uma víbora, por causa do calor, e se prendeu à
mão dele. 4 Quando o povo de língua estrangeira
avistou a bicha venenosa pendendo da mão dele,
começaram a dizer uns aos outros: “Certamente
este homem é assassino, e, embora se salvasse
do mar, a justiça vingativa não permitiu que
permanecesse vivo.” 5 No entanto, ele sacudiu a
bicha venenosa para dentro do fogo e não sofreu
dano. 6 Mas eles esperavam que fosse inchar com
uma inflamação ou cair repentinamente morto.
Depois de terem esperado por muito tempo e
terem observado que nada nocivo lhe acontecia,
mudaram de idéia e começaram a dizer que ele
era [um] deus.
7
Ora, na vizinhança daquele lugar havia terras
pertencentes ao homem de destaque da ilha, de
nome Públio; e ele nos acolheu hospitaleiramente
e nos hospedou bondosamente por três dias.
8
Mas, aconteceu que o pai de Públio estava de
cama, afligido por febre e disenteria, e Paulo
entrou até ele e orou, deitou as suas mãos sobre
ele e o sarou. 9 Ocorrendo isso, os demais do
povo da ilha, com doenças, começaram também a
vir e a ser curados. 10 E honraram-nos também
com muitas dádivas, e, quando nos fizemos à
vela, carregaram-nos de coisas para as nossas
necessidades.
11
Três meses depois fizemo-nos à vela num
barco de Alexandria, que invernara na ilha, e que
tinha por figura de proa “Filhos de Zeus”. 12 E,
aportando em Siracusa, permanecemos [ali] três
dias, 13 donde, costeando, chegamos a Régio. E
um dia depois se levantou um vento sulino e
alcançamos Putéoli, no segundo dia. 14 Ali
achamos irmãos, e suplicaram-nos que
ficássemos com eles sete dias; e assim nos
aproximamos de Roma. 15 E os irmãos de lá,
quando ouviram a notícia a nosso respeito,
vieram ao nosso encontro até a Feira de Ápio e as
Três Tavernas, e, avistando-os, Paulo agradeceu
a Deus e tomou coragem. 16 Quando por fim
entramos em Roma, permitiu-se a Paulo que
ficasse sozinho com um soldado para guardá-lo.
17
No entanto, três dias depois, convocou todos
os homens de destaque dos judeus. Quando se
tinham reunido, passou a dizer-lhes: “Homens,
irmãos, embora eu não tivesse feito nada
contrário ao povo ou aos costumes de nossos
antepassados, fui entregue como prisioneiro, de
Jerusalém, às mãos dos romanos. 18 E estes,
depois de feito um exame, desejavam livrar-me,
visto que não havia em mim nenhuma causa para
a morte. 19 Mas, quando os judeus persistiam em
falar contra isso, fiquei compelido a apelar para
César, mas não como se tivesse algo para acusar
a minha nação. 20 Realmente, por esta razão
supliquei para vos ver e falar, pois tenho estas
cadeias em volta de mim por causa da esperança
de Israel.” 21 Disseram-lhe: “Nós tampouco temos
recebido cartas da Judéia a respeito de ti, nem
tem qualquer dos irmãos que chegaram relatado
ou falado algo iníquo a teu respeito. 22 Mas,
achamos correto ouvir de ti quais os teus
pensamentos, porque, deveras, quanto a esta
seita, é sabido por nós que em toda a parte se
fala contra ela.”
23
Combinaram assim um dia com ele e vieram
em maior número ter com ele na sua pousada. E
ele lhes explicou o assunto por dar cabalmente
testemunho a respeito do reino de Deus e por
usar de persuasão para com eles concernente a
Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos
Profetas, de manhã até à noite. 24 E alguns
começaram a acreditar nas coisas ditas; outros
não queriam acreditar. 25 Assim, visto haver
desacordo entre eles, começaram a retirar-se,
fazendo Paulo este único comentário:

“O espírito santo falou aptamente por


intermédio de Isaías, o profeta, a vossos
antepassados, 26 dizendo: ‘Vai a este povo e dize:
“Ouvindo ouvireis, mas de modo algum
entendereis; e, olhando olhareis, mas de modo
algum vereis. 27 Pois o coração deste povo tem
ficado embotado e com os seus ouvidos têm
ouvido sem reação, e eles têm fechado os olhos;
para que nunca vissem com os olhos, nem
ouvissem com os ouvidos, nem entendessem com
o coração e se voltassem, e eu os sarasse.”’
28
Seja, portanto, sabido por vós que este, o meio
pelo qual Deus salva, tem sido enviado às
nações; elas certamente o escutarão.” 29 ——
30
Permaneceu assim por dois anos inteiros na
sua própria casa alugada e recebia
benevolamente a todos os que vinham vê-lo,
31
pregando-lhes o reino de Deus e ensinando com
a maior franqueza no falar as coisas
concernentes ao Senhor Jesus Cristo, sem
impedimento.

[Notas de rodapé]

Ou “Amo”.

Ou “dos tempos designados”. Gr.: kai·roús.

Lit.: “autoridade”. Gr.: e·xou·sí·ai.


“Testemunhas.” Gr.: már·ty·res; lat.: té·stes .

“Parte mais distante.” Ou “extremidade”. Gr.:


e·skhá·tou; J 17,18,22 (hebr.): qetséh. Veja Je
25:31, 33 n. Compare isso com Mt 12:42 n.

Ou “brilhantes”.

“Céu”. Gr.: ou·ra·nón; lat.: caé·lum; J 17 (hebr.):


hash·sha·má·yemah, “em direção ao céu”.
Segundo fontes rabínicas, baseadas em Jos 3:4,
esta era de cerca de 2.000 côvados (890 m).

“O zeloso.” Veja Lu 6:15 n.

Ou “ao número”.

Ou “e, inchando”.

“Cargo de superintendência.” Gr.: e·pi·sko·pén;


J 17,18 (hebr.): u·fequd·da·thóh, “e . . . seu cargo
de superintendência”. Veja 2Rs 11:18 n.

Ou “se desincumbia de suas atividades”.

Veja Ap. 1D.

Ou “conversos”.

Isto é, por volta das 9 horas da manhã, contada


desde o nascer do sol.

Ou “força ativa”. Gr.: pneú·ma·tos; lat.: Spí·ri·tu;


J 17,18,22 (hebr.): ru·hhí, “meu espírito”. Veja Gên
1:2 n.: “ativa”.

Ou “sobre toda a carne”. Gr.: e·pí pá·san sár·ka;


lat.: cár·nem; J 17,18,22 (hebr.): ba·sár .

“Anciãos.” Gr.: pre·sbý·te·roi.


Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

“Hades”, ‫א‬AB; J 7,8,11-18,22 : “Seol”. Veja Ap. 4B.

“Deus”, ‫א‬AB; J 7,8,10 : “Jeová”.

Ou “um de sua prole”.

Ou “pela”.

Veja Ap. 1D.

Ou “fixastes numa estaca (poste)”. Veja Ap. 5C.

Veja Ap. 1D.

Ou “associar-se”.

Lit.: “a partir pão”.

Ou “de casa em casa”. Gr.: kat’ oí·kon. Veja 5:42


n.: “casa”.

Veja Ap. 1D.

Isto é, por volta das 15 horas, contada desde o


nascer do sol.

Ou “tempos designados”. Gr.: kai·roí.

Lit.: “da face”.

Veja Ap. 1D.

Ou “receber”.

“Jeová”, J 7,8,10-18,20,22-24,28 e LXX P. Fouad Inv. 266


em De
18:15; gr.: Ký·ri·os. Veja Ap. 1D.

Ou “cada alma”.
Ou “prole”.

Lit.: “enquanto eles”.

“Anciãos.” Gr.: tous pre·sby·té·rous.

Ou “foi salvo”.

Ou “fixastes numa estaca (poste)”. Veja Ap. 5C.

Ou “neste nome”.

“Soberano Senhor.” Gr.: Dé·spo·ta; lat.: Dó·mi·ne;


J 17,18 (hebr.): ’Adho·naí . Veja Ap. 1E.

Veja Ap. 1D.

Ou “seu Cristo”.

Ou “fizeste Cristo”. Gr.: é·khri·sas.

Veja Ap. 1D.

Lit.: “te encheu o coração”. Veja Est 7:5; Ec 8:11.

Veja Ap. 1D.

Lit.: “eclésia”. Gr.: ek·kle·sí·an; lat.: ec·clé·si·a;


J 17,18 (hebr.): haq·qa·hál, “a congregação”.

Veja Ap. 1D.

Ou “e todo o Senado”.

Ou “árvore”. Gr.: xý·lou; J 22 (hebr.): ‛ets. Veja


2:36 n.

Lit.: “segundo [a] casa”. Gr.: kat’ oí·kon . Aqui,


ka·tá é usado com o acusativo sing. no sentido
distributivo. R. C. H. Lenski, na sua obra The
Interpretation of The Acts of the Apostles,
Minneapolis, EUA (1961), fez o seguinte
comentário sobre At 5:42: “Os apóstolos nem
por um instante pararam a sua bendita obra.
‘Cada dia’ eles continuavam, e isto
abertamente, ‘no Templo’, onde o Sinédrio e a
polícia do Templo podiam vê-los e ouvi-los, e,
naturalmente, também κατ’ οἵκον, que é
distributivo, ‘de casa em casa’, e não
meramente adverbial, ‘em casa’.”

Ou “declarar o evangelho”. Gr.:


eu·ag·ge·li·zó·me·noi; lat.: e·van·ge·li·zán·tes,
“evangelizar”.

Lit.: “dos helenistas”. Gr.: ton Hel·le·ni·stón; lat.:


Grae·có·rum.
Lit.: “os hebreus”. Gr.: tous E·braí·ous; lat.:
He·braé·os.
Ou “na ministração”. Gr.: en tei di·a·ko·ní·ai; lat.:
in mi·ni·sté·ri·o .
Ou “para ministrar”. Gr.: di·a·ko·neín; lat.:
mi·ni·strá·re.
Lit.: “Libertos; Alforriados.” Arm: “Líbios”.

“Anciãos.” Gr.: pre·sby·té·rous.

Lit.: “Ele”, referindo-se ao “Deus da glória”, no


v. 2.

Ou “prole; posteridade”.

“Prestarão serviço sagrado.” Gr.: la·treú·sou·sin;


J 17,18,22 (hebr.): weya·‛av·dhú·ni, “e me servirão
(adorarão)”. Veja Êx 3:12 n.

Veja Gên 46:20, 27 n.


“Ao Egito.” B omite isso.

“Siquém”, Sy h J 17,18,22 ; ‫א‬AB: “Sychem”.

Lit.: “Hemor”.

“Raça.” Gr.: gé·nos; diferente de ge·ne·á,


“geração”, como em Mt 24:34.

Ou “extremamente belo”. Lit.: “belo para o Deus”.


Gr.: a·steí·os toi The·oí . Veja Jon 3:3 n.:
“grande”.

“Um anjo”, P 74 ‫א‬ABCVg; DSy p : “um anjo de [o]


Senhor”; J 7,8,10-17,28 : “o anjo de Jeová”.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Ou “e . . . resgatador (redentor)”. Gr.: kai


ly·tro·tén; lat.: et re·dem·ptó·rem; J 17 (hebr.):
wegho·’él .
“Deus”, ‫א‬ABVg; CSy p : “O Senhor Deus”; J 7,8,10-17 :
“Jeová, vosso Deus”; J 28 : “Jeová Deus.”

Gr.: Ba·by·ló·nos; J 17,18,22 (hebr.): me·há·le’ah


leVa·vél, “além de Babel”.
Ou “o tabernáculo do testemunho”.

Ou “tipo”. Gr.: tý·pon.

“Jeosué”, J 17,18,22 ; ‫א‬AB: “Jesus”.

Ou “achar”.

Ou “coisas; lugares”.

Veja Ap. 1D.


Ou “teimosos”.

Lit.: “a Lei como transmissões de anjos”. J 17 : “a


Lei das mãos de comissões de anjos”; lat.:
lé·gem in dis·po·si·ti·ó·nem an·ge·ló·rum, “a Lei
pela disposição de anjos”. Em 2Cr 23:18, a Vg
usa iúx·ta dis·po·si·ti·ó·nem na versão de
“pelas mãos de”.

Ou “rilhar; cerrar”.

Ou “invocação; oração”.

Veja Ap. 1D.

“Jeová”, J 18,22,23 ; gr.: tou Ky·rí·ou; VgSy p : “Deus”.


Veja Ap. 1D.

“Estás num”, D ° Vg.

“Jeová”, J 7,8,10,13,15-18,22,23 ; ‫א‬AB(gr.): ton Ký·ri·on;


DVg mss. Sy h,p : “Deus”. Veja Ap. 1D.

“De Jeová”, J 7,8,10,17,18 ; ‫א‬BCD(gr.): tou Ky·rí·ou;


P 74 ASy p : “de Deus”. Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Ou “seu modo de vida”.

P 45,74 ‫א‬ABCVgSy p omitem o v. 37; ItVg c Arm: “Filipe


disse-lhe: ‘Se crês de todo o coração, é
permissível.’ Em resposta ele disse: ‘Creio que
Jesus Cristo é o Filho de Deus.’”

Veja Ap. 1D.

“Asdode”, J 17,18,22 ; ‫א‬AB: “Azoto”.

“Ao Caminho.” Gr.: tes ho·doú .


“Numa visão”, BCSy h,p Arm; P 74 ‫א‬AVg omitem isso.

Ou “levando a sua vida cotidiana”.

Lit.: “os helenistas”. J 17 : “os judeus gregos”.

Veja Ap. 1D.

“Sarona”, J 17,18,22 ; ‫א‬AB: “Sarom”.

“Dorcas” (gr.), correspondente a “Tabita” (aram.);


ambos os nomes significam “Gazela”.

Ou “não demores”.

Veja v. 36 n.

Ou “centurião”, comandante de 100 soldados.

Isto é, por volta das 15 horas, contada desde o


nascer do sol.

Isto é, por volta do meio-dia, contado desde o


nascer do sol.

Ou “sacrifica”.

“Três”, P 74 ‫א‬ACVgSy p ; B: “dois”.

“Recebeu instruções divinas”, ‫א‬AB; J 18 : “recebeu


ordem de Jeová”.

Veja v. 3 n.

“Jeová”, J 17,18,23 ; P 45 ‫א‬ABC(gr.): tou Ky·rí·ou;


P 74 DSy p : “Deus”. Veja Ap. 1D.

Ou “árvore”. Veja Ap. 5C.

“Povo que falava grego.” Lit.: “helenistas”. AD ° :


“gregos”.

Veja Ap. 1D.


Ou “denominados”.

“Cristãos.” Gr.: Khri·sti·a·noús; lat.: Chri·sti·á·ni;


J 17,18,22 (hebr.): Meshi·hhi·yím, “messianistas”.

“Anciãos.” Gr.: pre·sby·té·rous.

Isto é, Herodes Agripa I.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Ou “começaram a apresentar-se”. Lit.: “estavam


ao lado”.

Veja Ap. 1D.

“De Jeová”, J 7,8,10,23 ; B(gr.): tou Ky·rí·ou; P 74 ‫א‬ADSy p :


“de Deus”. Veja Ap. 1D.

Lit.: “o tetrarca”, o príncipe territorial agindo


pelo imperador.

Veja Ap. 1D.

Governador provincial agindo pelo Senado


romano.

Possivelmente significando “Pouco; Pequeno”.


Gr.: Paú·los.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

“Durante cerca de quatrocentos e cinqüenta


anos. E, depois destas coisas”, P 74 ‫א‬ABCVg.
Ou: “O que supondes que eu sou, eu não sou.”

Ou “árvore”. Veja Ap. 5C.

“A nós, seus”, Sy p ; P 74 ‫א‬ABC ° DVg: “a nossos”.

“Que adoravam (temiam) a Deus”, Sy P ; J 18 : “que


temiam a Jeová”.

“De Jeová”, J 17,22 ; P 74 ‫א‬AB c (gr.): tou Ky·rí·ou;


B ° CSy h,p : “de Deus”. Veja Ap. 1D.

Veja Ap. 1D.

“Extremidade.” Ou “parte mais distante”. Gr.:


e·skhá·tou. Veja 1:8 n.: “distante”.
“De Jeová”, J 7,8,10,13,15-17,22,23 ; P 45,74 ‫א‬AC(gr.): tou
Ky·rí·ou; BD: “de Deus”. Veja Ap. 1D.
Veja Ap. 1D.

“Que adoravam (temiam) a Deus”, Sy p ; J 7,8,10,18 :


“que temiam a Jeová”.

Veja Ap. 1D.

Ou “para ser salvo”.

Ou “Júpiter”. Gr.: Dí·a; lat.: Ió·vem.

Ou “Mercúrio”. Gr.: Her·mén; lat.: Mer·cú·ri·um.

Lit.: “(que) estava diante da cidade”.

Lit.: “tendo designado [por mão estendida]”.

Veja Ap. 1D.

“Palavra”, BD; ‫א‬ACVgSy p : “palavra do Senhor”; P 74 :


“palavra de Deus”; J 17,28 : “palavra de Jeová”.
“Anciãos.” Gr.: pre·sby·té·rous; J 17,18,22 (hebr.):
wehaz·zeqe·ním, “e os anciãos”. Veja Núm
11:25 n.: “anciãos”.

Lit.: “reviravolta”. Gr.: e·pi·stro·fén; lat.:


con·ver·si·ó·nem.
Uma forma hebr. do nome Simão (Pedro). Veja Mt
10:2 n.

Ou “a tenda”.

Veja Ap. 1D.

Ou “sobre quem tem sido invocado meu nome”.

Veja Ap. 1D.

Ou “que tem tornado essas coisas (18)


conhecidas desde a antiguidade”.

“Que se abstenham.” Gr.: a·pé·khe·sthai; lat.:


ab·stí·ne·ant.
“Fornicação.” Gr.: por·neí·as; lat.:
for·ni·ca·ti·ó·ne. Veja Ap. 5A.
Ou “do que é morto sem ser sangrado”.

“Sangue.” Gr.: haí·ma·tos; lat.: sán·gui·ne;


J 17,18,22 (hebr.): u·min-had·dám, “e do sangue”.

Lit.: “das gerações originais”.

Veja v. 2 n.

Lit.: “unanimemente”. Gr.: ho·mo·thy·ma·dón; lat.:


in ú·num, “em união (unidade)”.
Ou “vidas”. Gr.: psy·khás; lat.: á·ni·mas;
J 17,18,22 (hebr.): naf·shám, “suas almas”.
Veja v. 20 n.: “estrangulado”.

Veja Ap. 5A.

Ou: “Passai bem!” J 22 (hebr.): sha·lóhm la·khém, “A


paz esteja convosco!”

P 74 ‫א‬AB omitem o v. 34; CDVg c acrescentam, com


variações: “Mas pareceu bem a Silas
permanecer ainda ali; todavia, Judas partiu
sozinho para Jerusalém.”

“De Jeová”, J 17,18,22,23 ; gr.: tou Ky·rí·ou; Sy P : “de


Deus”. Veja Ap. 1D.

“De Jeová”, J 7,8,10,17,18,22,23 ; gr.: tou Ky·rí·ou; Sy p : “de


Deus”. Veja Ap. 1D.

“De Jeová”, J 17,18,22 ; gr.: tou Ky·rí·ou; Vg c,s Sy p : “de


Deus”. Veja Ap. 1D.

“Anciãos.” Veja 15:2 n.

Ou “e”.

“Declarar . . . as boas novas.” Gr.:


eu·ag·ge·lí·sa·sthai; lat.: e·van·ge·li·zá·re.
Veja Ap. 1D.

“A Jeová”, J 7,8,10 ; ‫א‬AB(gr.): toi Ky·rí·oi; D: “a Deus”.


Veja Ap. 1D.

Lit.: “com um espírito de píton”, termo associado


com o oráculo de Delfos. Gr.: é·khou·san
pneú·ma pý·tho·na.
Ou “foro”. Gr.: a·go·rán; lat.: fó·rum . Lugar de
reuniões públicas.
“De Jeová”, J 7,8,10,17,18,22,23,28 ; P 45,74 ‫א‬c AC(gr.): tou
Ky·rí·ou; ‫א‬° B: “de Deus”. Veja Ap. 1D.
Lit.: “poliarcas”. Gr.: po·li·tár·khas, governadores
dos cidadãos.

Ou “do imperador”. Gr.: Kaí·sa·ros.

“Suficiente fiança.” Lat.: sá·tis, “bastante”.

Lit.: “apanhador de sementes”.

Lit.: “demônios”. Gr.: dai·mo·ní·on.

Ou “Colina de Ares; Colina de Marte”. Gr.:


Á·rei·on Pá·gon; lat.: A·ri·ó·pa·gum.
“Mais dados ao temor das deidades.” Lit.: “ter
mais pavor dos demônios”. Gr.:
dei·si·dai·mo·ne·sté·rous; lat.:
su·per·sti·ti·o·si·ó·res. Os demônios eram
considerados pelos gregos como deidades,
boas ou más. Veja 25:19 n.

Ou “habitações (moradas) divinas”. Gr.: na·oís;


J 17,22 (hebr.): beheh·kha·lóhth, “em palácios
(templos)”.

Ou “nele”.

“Certos”, a saber, Arato e Cleanto. Paulo cita Os


Fenômenos, de Arato, e o Hino a Zeus, de
Cleanto.

“Ser Divino.” Gr.: Theí·on, relacionado com


The·ós, “Deus”; lat.: Di·ví·num.
“Terra habitada.” Lit.: “habitada”. Gr.:
oi·kou·mé·nen, fem. sing., referindo-se à terra;
lat.: ór·bem, “círculo”, isto é, da terra. Veja Is
13:11 n.: “produtivo”.

Ou “fé”.

Ou “Dionísio, areopagita”.

Lit.: “helenos”. Gr.: Hél·le·nas.

Governador provincial agindo pelo Senado


romano.

A província romana do sul da Grécia, cuja capital


era Corinto.

O porto de Corinto para pontos orientais.

Veja Ap. 1D.

Evidentemente a Jerusalém.

Veja Ap. 1D.

Lit. só “da benignidade imerecida”.

DIt mss. acrescentam: “desde a quinta hora até a


décima”, isto é, desde cerca das 11 horas até
por volta das 16 horas.

Lit.: “ambos”.

“De Jeová”, J 7,8,10,13,15-18,23 ; gr.: tou Ky·rí·ou; VgSy p :


“de Deus”. Veja Ap. 1D.

“Do Caminho”, ‫א‬AB; Vg c : “do caminho do Senhor”;


Sy p : “do caminho de Deus”; J 17,18 : “do caminho
de Jeová”.

Ou “habitações (moradas) divinas”. Gr.: na·oús;


J 17 (hebr.): heh·khelóhth, “palácios; templos”.

Ou “Diana”. Gr.: Ar·té·mi·dos; lat.: Di·á·nae.


Literalmente: “alguns dos asiarcas”.

“Que caiu do céu.” Lit.: “caída de Zeus (Júpiter)”.

Ou “será”.

Lit.: “para partir pão”.

Ou “vida”. Veja Ap. 4A.

Lit.: “tendo partido o pão”.

“Anciãos.” Em gr.: pre·sby·té·rous.

Ou “e em casas particulares”. Lit.: “e segundo


casas”. Gr.: kai kat’ oí·kous. Aqui, ka·tá é
usado com o acusativo pl. no sentido
distributivo. Veja 5:42 n.: “casa”.

Ou “vida”.

Ou “proclamando”. Gr.: ke·rýs·son; lat.:


praé·di·cans. Veja Da 5:29 n.: “proclamaram”.
“Reino”, ‫א‬AB; VgSy p : “reino de Deus”; J 17 : “reino
de Jeová”.

“Superintendentes.” Gr.: e·pi·skó·pous; J 17 (hebr.):


lif·qi·dhím, “para superintendentes”. Veja Ne
11:9 n.

“Deus”, ‫א‬BVg; AD: “do Senhor”.

Veja Ap. 6C para um exame mais detido de “o


sangue do seu próprio [Filho]”.

“Deus”, ‫א‬ADVgSy p J 8,17,18,22 ; B: “ao Senhor”.

Ou “missionário”. Gr.: eu·ag·ge·li·stoú; lat.:


e·van·ge·lí·stae.
Veja Ap. 1D.
Ou “compareceram”.

Lit.: “miríades; dezenas de milhares”.

“Uma apostasia.” Gr.: a·po·sta·sí·an (do verbo


a·fí·ste·mi, “apartar-se de”). O substantivo tem
o sentido de deserção, abandono ou rebeldia
(rebelião). Veja Jos 22:22; 2Cr 29:19; 2Te 2:3.

Lit.: “enviamos”, BD; P 74 ‫א‬AVg: “escrevemos”.

Ou “do que é morto sem ser sangrado”.

Lit.: “quiliarca”, comandante de 1.000 soldados.

Lit.: “centuriões”, oficiais comandantes de


100 soldados.

Ou: “Mata-o!”

Lit.: “sicários; assassinos”. Gr.: si·ka·rí·on.

“Assembléia dos anciãos”, ou: “presbitério”. Gr.:


pre·sby·té·ri·on.
Ou “ouviram com entendimento”, assim como
Paulo, no v. 7.

Ou “tenho de”.

Ou: “irmão, olha para cima!”

Ou “lava os teus pecados e invoca”.

“Caí em transe”, ‫א‬AB; J 13,14,17,22 : “a mão de Jeová


estava sobre mim”; J 18 : “o espírito de Jeová me
revestiu”.

Lit.: “quiliarca”, comandante de 1.000 soldados.

Ou “o tinham esticado com as correias”.


Lit.: “centurião”, comandante de 100 soldados.

Ou “comprei esta cidadania”.

Ou “[nela]”.

Lit.: “ambas (as coisas)”.

“Anciãos.” Em gr.: pre·sby·té·rois.

Isto é, por volta das 21 horas, contada desde o


pôr-do-sol.

“Levei-o para baixo ao Sinédrio deles”, P 74


‫א‬AVgSy p ; B ° omite isso.

Ou “chefe principal”.

“Seita.” Gr.: hai·ré·se·os; lat.: séc·tae.

P 74 ‫א‬ABVg omitem o seguinte dos vv. 6-8 , que


rezam, segundo Vg c Sy h,p Arm: “e queríamos
julgar segundo a nossa Lei. (7) Mas Lísias, o
comandante militar, subiu e tirou-o com muita
força das nossas mãos, (8) ordenando que seus
acusadores se apresentassem a ti.”

“Eu presto serviço sagrado.” Gr.: la·treú·o;


J 17,18 (hebr.): ’aní ‛o·védh, “eu sirvo (adoro)”.
Veja Êx 3:12 n.

“Ressurreição.” Gr.: a·ná·sta·sin, “levantar-se;


erguer-se” (de a·ná, “para cima”, e stá·sis ,
“estar de pé”); lat.: re·sur·rec·ti·ó·nem .

Lit.: “o quiliarca”, comandante de 1.000 soldados.

Lit.: “ao centurião”, comandante de 100 soldados.


Isto é, da Judéia, servindo Cesaréia de residência
para o governador.

Ou “o imperador”.

Isto é, Herodes Agripa II.

A irmã de Herodes Agripa II, mas vivendo


incestuosamente com ele.

“Anciãos.” Gr.: pre·sbý·te·roi.

“Adoração da deidade.” Lit.: “pavor dos


demônios”. Gr.: dei·si·dai·mo·ní·as; lat.:
su·per·sti·ti·ó·ne; J 17,18 : “serviço de seu Deus”.
Veja 17:22 n.

“Augusto”; ou “o imperador”. Gr.: Se·ba·stoú; lat.:


Au·gú·sti. Era o título do Nero César, quarto na
sucessão desde Otaviano, que foi o primeiro a
ter este título.

Lit.: “com quiliarcas”.

Ou “ao Senhor”.

Ou “seita de nossa religião”. Lat.: séc·tam


nó·strae re·li·gi·ó·nis.
Lit.: “prestarem . . . serviço sagrado” (sem “lhe”).
J 13-17 : “servirem (adorarem) . . . a Jeová”.

Lit.: “seixo [de votação]”. Gr.: psé·fon. Veja Re


2:17 n.: “seixo”.

Lit.: “mudança de idéia”. Gr.: me·ta·noí·as.

Lit.: “primeiro dentre a ressurreição”.

“Cristão.” Gr.: Khri·sti·a·nón; lat.: Chri·sti·á·num.


Ou “o imperador”.

Ou “ao centurião”, comandante de 100 soldados.

Lit.: “com afeição humana”. Gr.: fi·lan·thró·pos.

Uma embarcação de cereais.

Ou “jejum [outonal]”. J 22 (hebr.): yohm


hak·kip·pu·rím, “dia da expiação”.
Ou “vidas”.

Ou “que olha na direção do vento sudoeste e na


direção do vento noroeste”.

“Euro-aquilão.” Gr.: Eu·ra·ký·lon; lat.:


eu·ro·á·qui·lo; vento nordeste.
Dois grandes golfos rasos, cheios de bancos
movediços de areia, na costa da Líbia, na
África do Norte.

Ou “vida”.

Lit.: “estou prestando serviço sagrado”. Gr.:


la·treú·o; J 17 (hebr.): ’aní ‛o·védh, “sirvo
(adoro)”. Veja Êx 3:12 n.

Incluindo naquele tempo o que agora é o Mar


Adriático, o Mar Jônio e a parte do Mar
Mediterrâneo que fica entre a Sicília e Creta.

“Braças.” Gr.: or·gui·ás. A braça costuma ser


considerada como tendo quatro côvados (c.
1,8 m).

“Duzentas e setenta e seis”, ‫א‬It mss. VgSy h,p ; A:


“duzentas e setenta e cinco”; B: “cerca de
setenta e seis”. Em WH, a palavra gr. ὡς ( hos,
“cerca de”) é assinalada com meios-colchetes
superiores, e na margem aparece a palavra gr.
di·a·kó·si·ai, “duzentas”. O copista do B
evidentemente cometeu um engano por
combinar o Ômega final, ῳ ( oi ), da palavra gr.
precedente, πλοίῳ ( ploí·oi ), com a letra
seguinte, Sigma, ς ( s ), que representa 200, para
formar a palavra gr. ὡς ( hos , “cerca de”).
Portanto, o número correto é 276, em vez
de 76.

Ou “pessoas”.

“Melita”, ‫א‬AB.

Ou “os bárbaros”.

Lit.: “afeição pela humanidade”. Gr.:


fi·lan·thro·pí·an. Veja Tit 3:4 n.
Ou “Dióscuros”, os irmãos gêmeos Castor e Pólux.

Agora chamada Pozzuoli.

Ou “Foro de Ápio”. Lat.: Áp·pi·i Fó·rum.

“Três Tavernas.” Vg c (lat.): tres Ta·bér·nas.

Ou “o imperador”.

Lit.: “engrossado (engordado)”.

Ou “esta salvação [da parte] de Deus”.

‫א‬AB omitem o v. 29; It mss. Vg c : “E depois de dizer


isso, os judeus foram embora, tendo entre si
muita disputa.”

Ou “proclamando-lhes”. Gr.: ke·rýs·son; lat.:


praé·di·cans. Veja Da 5:29 n.: “proclamaram”.

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