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A cidade e suas práticas simbólicas

postado em 23/10/2014

Aparição de cavalo imaginado em Bogotá. Maria Adelaida López Restrepo, 2007.

Em Imaginários, estranhamentos urbanos, o professor e pesquisador colombiano


Armando Silva dá continuidade à sua vigorosa pesquisa sobre como o espaço
urbano se relaciona com as manifestações do imaginário

*Por Wellington de Andrade

No mundo contemporâneo, a definição do que seja “espaço urbano” não é fornecida única e exclusivamente
pelas características da arquitetura e do conjunto de variadas edificações espalhadas em cidades pelo globo.
A cada dia, um sem-número de objetos etéreos e impalpáveis invade as cidades, como, por exemplo, a
vertiginosa rede de sinais digitais, luminosos e sonoros que vem marcando indelevelmente as paisagens
urbanas para além da concretude física com a qual estamos acostumados a conviver.

É impossível negar que vivemos sob o signo da desmaterialização dos referenciais urbanos, cujo efeito
imediato é o surgimento de novos modos de percepção por meio dos quais os cidadãos entram em contato,
por sua vez, com uma nova experiência de subjetividade. Assim, cabe à “cidade física” compartilhar seus
espaços reais e concretos com essa urbe impalpável, prenhe de sentidos plurais e mergulhada em outras
vivências temporais, fenômeno a que se pode chamar de “urbanismo sem cidade”.

Em 1992, Armando Silva – professor da Universidade Nacional da Colômbia e Ph.D. em Literatura


Comparada pela Universidade da Califórnia – lançou o livro Imaginários urbanos, um denso e
riquíssimo estudo de natureza comparativa que procurava compreender algumas questões centrais das
culturas urbanas latino-americanas por meio de um olhar interdisciplinar, diligentemente lançado sobre seu
objeto de estudo a partir de ferramentas teóricas e metodológicas da antropologia, da psicanálise, da teoria
da comunicação, da estética e da história. O conteúdo da obra fez parte de um programa de estudos que
Silva realizou apoiado pela Unesco com o intuito de estudar as cidades sob o enfoque desenvolvido pelas
novas ciências da cultura que analisam os fenômenos urbanos.

Passadas duas décadas, as Edições Sesc São Paulo colocam à disposição do leitor brasileiro uma obra que
dá continuidade àquela densa e impactante pesquisa. Trata-se de Imaginários, estranhamentos
urbanos na qual Armando Silva procura revisar e ampliar os conceitos da teoria dos imaginários a que ele
vem se dedicando nos últimos anos. Desta forma, a presente publicação tem em vista novos propósitos:
destacar a relação entre imaginários e arquivos cidadãos, revisar o conceito de imaginário e voltar a expô-lo
por meio da condução de uma argumentação lógica e estética mais sólida, bem como apresentar, pela
primeira vez, a construção de um modelo das possíveis formas de produção social do imaginário.

Na obra, Armando Silva dá continuidade ao cuidadoso relato sobre as cidades latino-americanas como
lugares de produção de sentido. Tomando por base uma bem-vinda articulação entre a investigação teórica
e a observação de manifestações socioculturais por meio das quais o imaginário irrompe, chama atenção
para o importante lugar que ele ocupa no mundo contemporâneo. Assim, o autor buscou organizar de modo
integral, em um único livro, seus pontos de vista, que foram tomando corpo enquanto crescia o programa
“cidades imaginadas”, como ele costuma designar cada cidade à qual se aplica a metodologia dos
imaginários urbanos.

A vasta experiência prática e teórica acumulada por Armando Silva faz com que a obra, de modo muito
envolvente, esclareça o leitor em relação a quando e sob que circunstâncias ele está diante de uma
construção de base imaginária, seja na urbe ou numa coletividade social. O expressivo conjunto de fotos e
ilustrações incluídas no cuidadoso projeto gráfico aqui concebido amplia a definição do conceito de
imaginário de modo inventivo e original.

A publicação de Imaginários, estranhamentos urbanos adquire uma importância bastante


significativa para o Brasil, uma vez que os problemas urbanos presentes nas grandes cidades do país
merecem ser examinados pela lente a um só tempo poética, reflexiva e técnica que Armando Silva faz
incidir sobre o assunto. Trata-se de um estudo de relevante interesse não somente para arquitetos, artistas e
sociólogos como também para todo e qualquer leitor que caminhe por sua cidade preocupado em
potencializar os acolhimentos que ela proporciona e desvendar os segredos que ela encerra.

*Wellington de Andrade é doutor em literatura brasileira pela USP, professor e vice-diretor da Faculdade
Cásper Líbero e colunista da Revista Cult.

http://www.sescsp.org.br/online/edicoes-
sesc/265_A+CIDADE+E+SUAS+PRATICAS+SIMBOLICAS#/tagcloud=lista

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