AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - 2015
Direito Constitucional – Aula 1
CERS – 2014
DIREITO CONSTITUCIONAL
PROFESSOR ORMAN RIBEIRO
CURSO: AFT 2014/2015
RESUMO TEÓRICO – AULA 01
Olá, meus amigos e amigas matriculados no
nosso curso preparatório para AFT.
Na primeira aula de Direito Constitucional,
tratamos de importantes temas introdutórios
da disciplina, muito cobrados nas provas do
CESPE e da ESAF. Vejam comigo os
principais pontos abordados.
1. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS QUANTO À SUA
EFICÁCIA / APLICABILIDADE
Todas as normas constitucionais possuem,
em alguma medida, eficácia jurídica. Ocorre
que, em alguns casos, a maior ou menor
produção de efeitos imediatos pode
depender da complementação de outras
normas, o que enseja algumas
classificações feitas pela doutrina, no que
tange à aplicabilidade de normas da
Constituição.
A mais tradicional e conhecida é a
classificação do Prof. José Afonso da Silva,
trazida a seguir.
1.1. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE
EFICÁCIA PLENA
São completas no seu sentido, auto-
explicativas e auto-aplicáveis. Possuem
aplicabilidade imediata, direta e integral, não
dependendo da edição de qualquer
legislação posterior. Produzem seus efeitos
jurídicos essencias imediatamente, e não
possibilitam o advento de leis restritivas do
seu alcance. Ex: Arts. 5º, caput e 21, I, da
CF.
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1.2. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE
EFICÁCIA CONTIDA /
RESTRINGÍVEL
Também são auto-explicativas, auto-
aplicáveis e completas no seu sentido.
Possuem aplicabilidade imediata, mas nem
sempre integral, já que seus efeitos podem
ser contidos/restringidos pela legislação
infraconstitucional ou pela própria CF.
Ex: a liberdade profissional assegurada pela
CF, no art. 5º, XIII, com a seguinte redação:
“...atendidas as qualificações profissionais
que a lei estabelecer.”
1.3. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE
EFICÁCIA LIMITADA
São as que dependem de complementação
do legislador infraconstitucional para que se
tornem exequíveis e produzam seus efeitos
jurídicos essenciais. São incompletas no seu
sentido e não são auto-explicativas e auto-
aplicáveis. Possuem aplicabilidade mediata,
indireta e reduzida, até o advento da lei
regulamentadora que lhe desenvolva a
aplicabilidade.
Podem ser de dois tipos:
- Normas Institutivas (Declaratórias de
princípios institutivos ou organizativos):
estabelecem o esquema geral de
estruturação e atribuições de órgãos,
entidades ou institutos públicos, para
que o legislador ordinário as
regulamente. Ex: art. 33.
- Normas Programáticas (Declaratórias
de princípios programáticos): são as que
fixam princípios, programas e metas a
serem alcançadas pelos órgãos do
Estado, verdadeiras políticas públicas a
serem por ele implementadas. Ex:
art.196 da CF.
Note-se que, mesmo as normas de eficácia
limitada, que não são exequíveis de
imediato, possuem uma eficácia mínima, na
medida em que: a) revogam a legislação
ordinária que seja contrária à mesma; b)
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impedem a edição de leis contendo
dispositivos contrários ao mandamento
constitucional; c) estabelece um dever
legislativo para os Poderes Constituídos.
2. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA
CONSTITUCIONAL
A Constituição é a lei maior do país, o
vértice do sistema jurídico. Ela contém todas
as normas fundamentais do Estado,
sujeitando todos ao seu império. Sua
supremacia decorre da sua própria origem,
pois é fruto do Poder Constituinte Originário
- cujo titular é o povo - que possui natureza
absoluta.
Todo o conjunto das demais leis (legislação
infraconstitucional) é menos importante que
a Lei Maior, de tal modo que qualquer lei
comum que porventura venha a contrariar a
Constituição será inconstitucional e, como
tal, inválida.
É claro que as emendas constitucionais
possuem a mesma hierarquia da própria
Constituição, já que, uma vez elaboradas,
passam a integrar o seu próprio “corpo”, o
que não impede que elas se submetam aos
mecanismos de controle de
constitucionalidade, juntamente com as
demais espécies normativas primárias,
indicadas pelo art. 59, da CF (Leis
Complementares, Leis Ordinárias, Leis
Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos
Legislativos e Resoluções).
Todas elas compõem a denominada
“legislação infraconstitucional” e devem
guardar compatibilidade em relação à Lei
Maior. Mais à frente, trataremos do tema
“processo legislativo” e estudaremos com
mais cuidado todas elas.
3. NOÇÕES DE ESTADO. INTRODUÇÃO
AOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Para o estudo proveitoso do Direito
Constitucional, cujo objeto – a Constituição –
trata da organização do Estado, é
imprescindível o conhecimento de algumas
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noções básicas da sua teoria geral, a
exemplo da República, da Federação e da
Democracia. Como vimos na primeira aula,
tais conceitos aparecem logo nos primeiros
artigos da Constituição, na parte
denominada “Princípios Fundamentais”.
Vamos lá.
4. FORMAS DE ESTADO
De acordo com o modo pelo qual o Estado
se estrutura, ele pode ser simples/unitário
ou composto/complexo.
Estado simples ou unitário: É o Estado
onde há uma unidade de poder político
interno, cujo exercício ocorre de maneira
centralizada nas mãos de um ente central.
Pode até haver algum grau de
descentralização do poder, mas somente se
houver a concordância do poder central. Ex:
Brasil–Império e a maioria do países
europeus na atualidade.
Estado Composto ou complexo: Há uma
pluralidade de poderes políticos internos. As
principais formas de Estado complexo são a
Federação e a Confederação.
Federação: é a união de dois ou mais
Estados (chamados de Estados membros da
Federação ou Estados federados) para a
formação de um novo, em que as unidades
conservam autonomia política, enquanto a
soberania é transferida para o Estado
Federal. Ex: Brasil atual, EUA.
O Estado Federal possui sempre algumas
características marcantes, a saber:
a) Sempre é estabelecido oficialmente
por uma Constituição. No caso da
nossa, a previsão se encontra logo
no art. 1º;
b) Existe internamente mais de um
centro de decisões políticas e
administrativas. No caso da
federação brasileira tem-se a União,
os Estados membros, os Municípios
e o Distrito Federal;
c) Cada uma das entidades
componentes da federação possui
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autonomia política e administrativa,
vale dizer, a possibilidade de cuidar
dos seus próprios assuntos políticos
e administrativos, nos termos e
limites estabelecidos pela
Constituição Federal, sem sofrer
interferências alheias;
d) Na divisão de atribuições (chamadas
pela Lei Maior de “competências”),
fica a cargo da União o exercício das
atribuições nacionais; aos Estados
membros as atribuições regionais;
aos Municípios as atribuições locais;
e ao Distrito Federal tanto atribuições
locais quanto regionais;
e) O vínculo existente entre as
unidades federadas (Estados
membros) é indissolúvel, ou seja,
não se permite que uma delas
abandone a Federação para originar
um Estado independente. Não há o
direito de secessão.
IMPORTANTE - Os componentes internos
da Federação (inclusive a União) não
possuem soberania (atributo apenas do
Estado brasileiro), mas tão somente
autonomia política e administrativa.
Confederação: é a união contratual de
Estados soberanos que se ligam para fins
de defesa externa, paz interna e outras
finalidades ajustadas. Os Estados
confederados conservam a soberania,
sendo-lhes possível a qualquer tempo se
desligar da Confederação. Ex: CEI –
Comunidade dos Estados Independentes,
que se formou após o fim da URSS (União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas).
5. FORMAS DE GOVERNO
De acordo com o modo de organização
política do Estado, existem duas formas
básicas de governo: Monarquia e
República.
Monarquia: A origem da palavra monarquia
é grega (monarchía), significando “governo
de um só”. Caracteriza-se pela vitaliciedade,
hereditariedade e irresponsabilidade do
Chefe de Estado. Isto porque o monarca
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governa enquanto viver; a escolha é feita
dentro de uma linha de sucessão
hereditária; e o rei não responde
politicamente pelos seus atos.
Monarquia Absoluta: todo o poder está
concentrado nas mãos de uma só pessoa,
que o exerce de forma ilimitada, sem
qualquer controle. A figura do rei se
confunde com a figura do próprio Estado.
Lembre-se da célebre frase de Luís XIV: “O
Estado sou eu”
Monarquia Relativa: também chamada
limitada ou constitucional, é a monarquia
onde o poder do soberano é delimitado pela
Constituição. Ex: Brasil-Império, Japão e
todas as monarquias modernas.
República: Palavra de origem latina (res
publica = coisa pública), caracteriza-se pela
eletividade, temporariedade e
responsabilidade do Chefe de Estado. Isto
porque são feitas eleições periódicas para a
escolha deste, que cumprirá um mandato
certo e determinado (cujo tempo pode
variar), devendo prestar contas de seus atos
para o povo que o elegeu ou para um órgão
de representação popular.
É ainda uma marca da República a
necessidade de prestação de contas por
parte da Administração Pública.
6. REGIMES POLÍTICOS
No que tange ao grau de respeito à vontade
do povo nas decisões do Estado, os regimes
políticos podem ser classificados em
democráticos e não-democráticos.
Democracia: Significa governo do povo
(demos = povo / arché = governo).
Classicamente é definida como o governo
do povo, para o povo e pelo povo. Neste
regime, todo o poder emana da vontade
popular.
a) Democracia direta: as decisões são
tomadas pelo próprio povo, diretamente,
sem intermediários, em assembléias, o
que é praticamente inviável nos
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presentes dias, dado o aumento
populacional e a dinâmica das relações.
Ex: antigas cidades gregas.
b) Democracia representativa: as
decisões são tomadas também pelo
povo, mas não diretamente. São eleitos
representantes que atuarão em nome do
povo.
c) Democracia semi-direta: também
chamada de “Democracia participativa”,
é o regime onde se combinam ambas as
formas de Democracia. É a Democracia
representativa com alguns instrumentos
de Democracia direta (plebiscito,
referendo e iniciativa popular). É o caso
do Brasil, por força do art. 1º, § único, da
CF.
Regimes não-democráticos: São os
regimes em que a vontade popular é
desconsiderada, em maior ou em menor
grau, chamados de ditaduras. O Brasil viveu
ao longo do século XX dois períodos de
autoritarismo (1937 a 1945 – ditadura civil
do Estado Novo e 1964 a 1985 – ditadura
militar).
7. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
7.1. INTRODUÇÃO
O Título I da Constituição brasileira é
inteiramente dedicado aos chamados
“princípios fundamentais”, que nada mais
são do que as regras gerais informadoras de
todo o sistema jurídico brasileiro.
É sobre tais princípios, dotados de inegável
força normativa, que se construirá todo o
arcabouço normativo da própria
Constituição, nas suas outras partes, além
de toda a legislação infraconstitucional, por
via de conseqüência.
7.2. DENOMINAÇÃO ATUAL DO ESTADO
BRASILEIRO
O nome adotado pela CF ao Estado
brasileiro, atualmente, é REPÚBLICA
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FEDERATIVA DO BRASIL, como se
observa logo no caput do seu art. 1º.
Com isso, revelam-se, de saída, a forma
federativa de organização do Estado
brasileiro e a republicana de organização do
governo. Note-se que a forma federativa
constitui cláusula pétrea (art. 60, §4º, I), não
podendo ser, portanto, abolida ou
modificada pelo legislador constituinte
derivado, mas tão somente pelo legislador
constituinte originário. Disso trataremos em
aulas futuras.
Já a forma republicana de organização de
governo não é cláusula pétrea à luz da
nossa atual CF, valendo lembrar, inclusive, a
realização, em 1992, de um plebiscito
acerca da questão, onde o povo soberano
decidiu, por ampla maioria, pela República
como forma de governo.
Os contornos e peculiaridades da Federação
e da República já foram dados no início
deste resumo.
7.3. ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
A expressão Estado Democrático de Direito,
utilizada pela CF no seu art. 1º, quer
significar que o Estado brasileiro adotou o
regime político da Democracia, cujos
contornos essenciais já foram estudados,
além de se pautar pelo respeito absoluto à
legalidade.
Em resumo, diz-se deste tipo de Estado que
é aquele regido por leis, em que o governo
está nas mãos de representantes
legitimamente eleitos pelo povo.
7.4. FUNDAMENTOS DO ESTADO
BRASILEIRO
Soberania. Como já tivemos a oportunidade
de explicar, a soberania constitui um dos
elementos do Estado, significando a
supremacia do Estado brasileiro na ordem
política interna e a independência na ordem
política externa.
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Cidadania. Abrange a titularidade de direitos
políticos (votar e ser votado, por exemplo) e
civis (saúde, educação etc).
Dignidade da pessoa humana. É o absoluto
respeito aos direitos fundamentais de todo
ser humano, devendo ser assegurado a
todos condições dignas de sobrevivência.
Valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa. Revelam a intenção da CF de
estabelecer uma harmonia entre capital e
trabalho, fundamentos do modo de produção
vigente (capitalismo).
Pluralismo político. É o respeito à livre
formação de correntes políticas no País,
vedando-se, em regra, qualquer limitação na
formação e funcionamento dos partidos
políticos, salvo os limites impostos pela
própria Constituição.
Perceba que as sílabas iniciais formam a
palavra SO CI DI VA PLU. É uma boa forma
de lembrar dos fundamentos da nossa
República.
7.5. SEPARAÇÃO DE PODERES
O art. 2º da nossa Lei Maior traz aquele que
é conhecido como Princípio da Separação
dos Poderes: “São poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
Significa a divisão funcional do exercício do
poder político no seu âmbito interno,
atribuindo-se cada função governamental
básica a um órgão independente e
especializado.
Reconhece-se, a partir das idéias de
Montesquieu, que três são as funções
básicas do Estado: legislativa, executiva e
judiciária. Assim, cada órgão responsável
pelo desempenho de uma dessas funções
recebe a denominação relacionada, qual
seja, Poder Executivo, Legislativo ou
Judiciário.
Assim, temos a seguinte divisão de funções:
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Poder Legislativo ► Legislar e Fiscalizar
Poder Executivo ► Administrar
Poder Judiciário ► Julgar
Vale, todavia, explicar que, embora as
funções atribuídas pelo Estado a cada Poder
sejam bastante nítidas, todos realizam um
pouco das funções reservadas aos outros,
de maneira atípica.
As funções atípicas de cada Poder (típicas
dos outros) demonstram a inexistência de
exclusividade no desempenho das mesmas,
sendo verdadeiro mecanismo de controle
recíproco entre os Poderes. Evita-se, com
esse entrelaçamento de funções, que um
deles sobressaia perante os demais.
É o que o direito americano chama de
cheks and balances, conhecido entre nós
como sistema de freios e contrapesos.
Este ponto será melhor tratado quando
enfrentarmos, no momento próprio, as
características de cada Poder.
Convém, ademais, atentar para o texto da
Constituição, que, no seu art. 2º, fala em
independência e harmonia entre os três
Poderes.
Isso significa que cada Poder desempenha
suas funções de maneira autônoma e
independente em relação aos demais
Poderes, não havendo que se falar em
qualquer relação de subordinação entre um
e outro.
Por fim, atente-se que essa independência
deve ser permeada pela relação de
harmonia entre os Poderes, ou seja, as
relações devem se desenvolver com o
necessário respeito institucional de cada
Poder para com os demais.
7.6. OBJETIVOS FUNDAMENTAIS
Como já dissemos acima, a Constituição
brasileira estabeleceu quatro objetivos para
a República Federativa do Brasil, a saber:
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a) Construir uma sociedade livre, justa e VIII - repúdio ao

solidária – O Estado deve desenvolver suas terrorismo e ao racismo;
atividades baseadas nos princípios da IX - cooperação entre os
liberdade, justiça e solidariedade; povos para o progresso
da humanidade;
b) Garantir o desenvolvimento nacional – X - concessão de asilo
Deve-se entender desenvolvimento nacional político.”
como o desenvolvimento em todos os
sentidos, incluindo-se aí os aspectos Note-se que em todos eles está presente o
econômico, social, educacional, científico contexto internacional, vale dizer, sempre
etc. trarão uma ideia ligada à soberania do País.
Ressalte-se que os mesmos deverão ser
c) Erradicar a pobreza e a marginalização e observados pelo Brasil nas relações
reduzir as desigualdades sociais e regionais internacionais com qualquer outro País do
– Sendo a pobreza uma característica de mundo.
todos os países do chamado terceiro
mundo, é salutar que a CF tenha Já o parágrafo único do mesmo art. 4º traz
estabelecido este objetivo, segundo o qual uma orientação a ser seguida pelo Estado
as atividades do Estado devem ter brasileiro especificamente nas suas relações
presentes a necessidade de se criarem internacionais com os países da América
mecanismos para diminuir a pobreza e as Latina, ao afirmar:
desigualdades.
“Art. 4º.
d) Promover o bem de todos, sem
preconceitos de qualquer natureza – Revela (...)
a preocupação com a garantia do tratamento
igual entre as pessoas, o que se encontra Parágrafo único. A
desdobrado em muitos outros dispositivos República Federativa do
constitucionais. Brasil buscará a
integração econômica,
7.7. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DAS política, social e cultural
RELAÇÕES INTERNACIONAIS dos povos da América
Latina, visando à
O art. 4º da Constituição brasileira, formação de uma
encerrando o Título I, enumera dez comunidade latino-
princípios que devem ser observados pela americana de nações.”
República Federativa do Brasil nas suas
relações internacionais, a saber: Exemplo de atuação do País no sentido
recomendado pelo dispositivo acima é a sua
“Art. 4º. (...) participação no MERCOSUL, que nada mais
I - independência é do que entidade criada com o propósito de
nacional; integrar econômica, política, social e
II - prevalência dos culturalmente os Países participantes.
direitos humanos;
III - autodeterminação
dos povos; 8. DIREITOS E GARANTIAS
IV - não-intervenção; FUNDAMENTAIS
V - igualdade entre os
Estados; 8.1. INTRODUÇÃO
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos O Título II da Constituição Brasileira de 1988
conflitos; é dedicado aos direitos e garantias
fundamentais. É dividido em cinco capítulos:

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“I – Dos Direitos e Deveres Individuais e
Coletivos; II – Dos Direitos Sociais; III – Da
Nacionalidade; IV – Dos Direitos Políticos; e
V – Dos Partidos Políticos”.
Todas as Constituições escritas modernas,
no particular deste assunto, se inspiraram na
Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, proclamada após a Revolução
Francesa, em 1789, que dizia que o Estado
que não possuísse separação de poderes e
um enunciado de direitos individuais não
teria Constituição.
8.2. CONCEITO
Direitos Fundamentais são os considerados
indispensáveis à pessoa humana, sendo
necessários para assegurar a todos uma
existência digna, livre e igual. Não basta,
contudo, ao Estado reconhecê-los
formalmente; deve concretizá-los, incorporá-
los no dia-a-dia dos cidadãos e de seus
agentes.
8.3. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS
A nossa atual Constituição foi a primeira a
estabelecer direitos não só de indivíduos,
mas também de grupos sociais, os
denominados direitos coletivos. As pessoas
passaram a ser coletivamente consideradas.
Por outro lado, pela primeira vez, junto com
direitos foram estabelecidos deveres
fundamentais. Tanto os agentes públicos
quanto os indivíduos têm obrigações
específicas, inclusive a de respeitar os
direitos das demais pessoas que vivem na
ordem social.
8.4. DIREITOS INDIVIDUAIS BÁSICOS
São considerados direitos individuais
básicos os expressamente previstos no art.
5º, caput, ou seja: vida, liberdade, igualdade,
segurança e propriedade.
Além destes, o próprio art. 5º da Carta
Magna traz, nos seus setenta e oito incisos,
uma extensa relação de direitos individuais,
que, diga-se de passagem, não é exaustiva.
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Isto quer dizer que eles existem em outras
normas da própria Constituição, a exemplo
do art. 150, que traz garantias individuais
relativas à ordem tributária.
Uma importante característica dos direitos
individuais previstos no art. 5º da CF é o seu
caráter auto-aplicável, ou, relembrando a
classificação estudada das normas
constitucionais, tratam-se, na sua maioria,
de normas de eficácia plena ou contida, com
aplicabilidade imediata. Assim, não
dependem da edição de norma
regulamentadora para que possam ser
exercidos, salvo algumas poucas exceções.
É o que está expressamente previsto no art.
5º, §1º.
IMPORTANTE:
Embora o texto constitucional não faça
menção expressa aos estrangeiros não
residentes no País, é pacífico o
entendimento de que os mesmos também
gozam da proteção constitucional quanto
aos direitos fundamentais.
O mesmo se pode dizer das pessoas
jurídicas, também merecedoras da
proteção constitucional quanto aos
direitos fundamentais (tanto as de direito
público quanto as de direito privado).
9. CONCLUSÃO
É isso, amigos. Em breve estaremos de
volta com as próximas aulas e os próximos
resumos. Sigam firmes na caminhada e
contem comigo.
Não deixem de me acompanhar no
facebook, curtindo a página
www.facebook.com/professorormanribeiro
Grande abraço!
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