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Como
as
revistas
ilustradas
alemãs
mudaram
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forma
de
acompanhar
o
mundo
através
da
imprensa

Faculdade Cásper Líbero


Comunicação Social - Jornalismo
Disciplina: História da Comunicação
Professor Dr. Carlos Costa

Trabalho de conclusão do curso de História da Comunicação

SEMANAS
ILUSTRADAS
Como as revistas ilustradas alemãs mudaram a forma de acompanhar
o mundo através da imprensa

Fernando Menezes
Maria Jesus Zelada
Rafael Battaglini
Renata Fernandes Veloso Baralle

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Como
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Semanas Ilustradas - como as revistas ilustradas alemãs mudaram a forma de


acompanhar o mundo através da imprensa

Apresentação
Este trabalho apresentará os principais as principais características da
introdução da fotografia na imprensa, além relacionar a importância do trabalho
conjunto entre fotógrafos e editores, o que fará das revistas semanais verdadeiras
narrativas visuais dos acontecimentos.
O surgimento das revistas ilustradas remete à República de Weimar, tempo
de efervescência cultural, até a chegada dos nazistas ao poder, causando uma verdadeira
diáspora de fotógrafos e editores para outros países.
A importância desta pesquisa se justifica pelos escassos materiais em língua
portuguesa sobre o assunto, o que acabou dificultando a pesquisa, já que boa parte dos
materiais de referência eram em inglês e alemão. Trata-se de um tema vital na história da
imprensa, já que basta ir a qualquer banca de jornal para vermos aplicados princípios
elementares da estética desta época. Portanto, este trabalho irá expor como a fotografia
na imprensa mudou a forma de se acompanhar os acontecimentos ao redor do mundo.

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Introdução

     A imprensa no mundo, estava em expansão. Na Europa com o Journal des Savants, que
circulou entre 1665 e 1795 em Paris, considerado como a primeira revista da história. Na
Itália com Giornale dei Letterati . A Lady’s Mercury, em 1693, no Reino Unido, Akademie der
Grazien, na Alemanha, (1774 a 1780). Nos EUA, o American Magazine e o Ladies’ Magazine,
de 1828.
     Porém, no Brasil, a imprensa só foi liberada após 1808, com a chegada da família real.
Antes, era proibido qualquer tipo de impressão. Os livros eram importados, muitas vezes
por contrabando. Um dos navios que trouxe a comitiva de Dom João VI, o Medusa, tinha
nos porões uma máquina impressora e foi com ela que se criou, após 1808, a Impressão
Régia. Foi através dela que nasceu o primeiro jornal impresso no Brasil, A Gazeta do Rio
de Janeiro. Nos anos seguintes, outras impressoras foram importadas e os jornais no
Brasil começaram a se multiplicar. Porém poucos iam além da terceira ou quarta edição.
          A segunda impressora do país foi instalada na Bahia, em 1811, tendo à frente o
português Manuel Antonio da Silva Serva, que criou o jornal Idade d´Ouro do Brazil e em
1812, a primeira revista Brasileira: As Variedades ou Ensaios de Literatura. Mais tarde,  O
Patriota, publicado em 1813 pela Impressão Régia do Rio de Janeiro, seria a segunda
revista nacional. E depois dela vieram muitas outras, como O Espelho Diamantino, Beija-
Flor, O Espelho das Brazileiras , Correio das Modas entre outras.
          Em 1860 surge a Semana Illustrada que pode ser considerada a primeira revista
semanal ilustrada brasileira, e certamente a primeira a utilizar a caricatura. Em janeiro de
1876, surgiu a Revista Illustrada, que chegou a atingir 4 000 exemplares, utilizando a
técnica de litografia.
        Uma década mais tarde, até pequenas cidades tinham suas revistas ou jornais
literários. Nesse período, as revistas começam a se diferenciar dos jornais no conteúdo e
na periodicidade, sendo os jornais mais dedicados a notícia e as revistas mais literárias.
          As revistas herdam dos jornais os literatos e a ilustração, contando com forte
participação dos membros da Academia de Letras e dos clubes de fotografia. Inventada
por Joseph Nicéphore Nièpce, na França, em torno de 1830, e no Brasil pelo francês
Hercule Florence, em 1833, assim a revista se torna de vez uma publicação de conteúdo
variado e ilustrado, enquanto o jornal trabalha com a notícia e com a opinião, e nele a
beleza dá lugar à objetividades. 
           Em 1928 é lançada a revista Cruzeiro, foi um marco, inaugurador de uma época, a
revista utilizava muitas fotos, com uma diagramação ousada para a época, cheia de
recortes, aplicações e contornos. Muitas das fotografias publicadas pela revista vinham
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dos próprios leitores, que participam de concursos promovidos pela publicação, e dos
clubes de fotografia que vão se proliferando no Rio de Janeiro. Não por acaso, a revista
publica em suas páginas anúncios de câmaras fotográficas, mostrando um forte interesse
do público leitor pelo tema.
          Porém a revista ainda estava distante do modelo de fotojornalismo que começa a
nascer na Europa, esta situação só mudaria em 1931, com a chegada de uma prensa
alemã.
          Na Europa, ocorriam muitas mudanças culturais e sociais o que trouxeram mais
criatividade para as artes e para a sociedade em geral, em Weimar em 1919, é fundada a
Escola de Bauhaus. Nela, artistas ensinavam e refletiam, juntos, com o objetivo de
modificar e melhorar o meio social em que viviam. Essa escola contou com grandes
nomes, com quem estudantes privilegiados adquiriam noções de desenho, composição,
utilização de cores, gravura, impressão, carpintaria, cerâmica, tecelagem, escultura e
teatro.
O estilo Bauhaus, ainda admirado hoje, foi empregado na arquitetura e nas artes.
Baseando-se em figuras geométricas como o quadrado, o triângulo e o círculo, com
desenho de objetos e móveis matematicamente precisos, econômicos entre outros.
          Na Alemanha, antiga República de Weimar, fervilhava uma revolução na área da
comunicação. A efervescência cultural do período se traduziu-se nas tiragens das revistas
ilustradas, como a Berliner Illustrierte Zeitung, a Münchener Illustrierte Presse e a Arbeiter
Illustrierter Zeitung. A fotografia ganhava um novo impulso com a introdução das câmaras
portáteis, como com o aparecimento da Ermanox, em 1924, e da Leica, em 1925, que
começou a surgir uma nova maneira de fazer o fotojornalismo.
Essas duas míni-câmeras fotográficas alemãs, construídas com lentes de grande
abertura, precisavam de pouco tempo de exposição para trabalhos ao ar livre. Essa
portabilidade quebrou o padrão da foto posada, permitindo para os fotógrafos flagrantes
em ambientes internos, mas sempre dependendo da presença de luz. Entre 1928 e 1929,
duas das revistas européias de maior circulação, a Münchener Illustrierte Presse e a Berliner
Illustrirte Zeitung, começaram a publicar a produção dessa nova geração de fotógrafos,
como Felix H. Man e Eric Salomon, famoso por reveladores retratos de políticos e outras
personalidades, levando sua câmera para lugares e encontros oficialmente fechados aos
fotógrafos.
     Nesse contexto, a Escola de Bauhaus, fundada em 1919, passa a influenciar a fotografia
com alguns de seus questionamentos sobre a estética em vigor. O lançamento das
câmeras fotográficas de pequeno porte possibilitou a busca de registros mais
espontâneos, com ênfase no movimento. As revistas ilustradas perceberam rapidamente o
grande potencial desse novo tipo de fotografia. As imagens polêmicas tomavam conta das
revistas, fotos de um julgamento que mexia com o público, um político dormindo

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durante uma reunião de fundamental importância, os banqueiros em rindo num período


de inflação estratosférica, assim com todas essas fotos polêmicas as tiragens das revistas
só faziam aumentar.
         Com a ascensão do nazismo nos anos 30. Hitler provocou uma fuga em massa dos
fotógrafos e editores, que vão tentar a vida na França, depois na Inglaterra, e nos Estados
Unidos.
         Em 1928, nasce em Paris a Vu, uma revista que contava com Germaine Krull, André
Kertesz e Robert Capa. Lorant criara mais tarde em Londres, a Weekly Illustrated (1934) e
a Picture Post (1938).
     Em 1936, nasce a revista Life. Em seu primeiro número, 30% do espaço é ocupado por
publicidade. Os Estados Unidos deixavam então de ser um país agrícola, entrando de vez
na industrialização e na urbanização. A Life tinha em seu projeto todos os elementos para
ser um sucesso,e foi. Ela propiciou condições de trabalho como nunca se vira na
imprensa. Aviões, carros, helicópteros e o que fosse necessário para realizar uma
reportagem era colocado à disposição do fotógrafo e do repórter. Pela primeira vez se
criam editorias, repartindo uma revista. Algumas equipes da revista se especializaram em
cobertura de ciência, economia, política entre outras. A Life contava ainda com
consultores, que eram garantia de credibilidade. E nomes como Margaret Burke-White,
Alfred Eisenstaedt ou W. Eugene Smith fizeram o brilho da revista.
    No rastro da Life, foram surgindo outros títulos, como a Look, Paris Match, Der Spiegel e
o já citado O Cruzeiro, que passou por várias mudanças em 1943.
      Os temas da revista eram o culto à personalidades, esporte e lazer, artes e literatura,
ciência, natureza e aventuras, a cidade, o grotesco e o exótico. Em pouco tempo, esse
panorama mudou. O cruzeiro entrou na onda do sucesso do padrão da Life oferecendo
todas condições para que seus profissionais criassem uma reportagem.
                   O crescimento da fotoreportagem em O Cruzeiro pode ser atestado pelo grande
número de profissionais que compunham a equipe da revista. Isso começou em 1943
com Edgar Medina e Jean Manzon, mas já em 1952, a redação contava com vinte
profissionais em seu departamento fotográfico. Edgar Medina, Jean Manzon, Salomão
Scliar, Carlos Lutero Ávila, Peter Sheier, José Medeiros, Marcel Goutherot, Eugenio
Silva, Pierre Verger, Ed Keffel, Luciano Carneiro, Flavio Damm, Douglas Alexandre, João
Martins, Indalécio Wanderley, Henri Ballot, Badaró Braga, Antonio Ronek, José Pinto,
Antonio Rudge, Jorge Audi, Rubens Américo e Nello Berto.

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República de Weimar

No período entre a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a subida de Adolf


Hitler ao poder em 1933, a Alemanha se encontrou em um período de grande
desenvolvimento cultural e grave crise econômica, chamado República de Weimar.Com o
fim da Primeira Guerra Mundial, e a consequente queda do Império Alemão em 1918, os
militares assumiram o poder e implantaram um governo parlamentarista democrático
para facilitar um acordo com Inglaterra, França e Estados Unidos.Nesse governo, a
produção artística alemã foi enorme, tendo a Escola de Bauhaus como centro de seu
desenvolvimento nas áreas de arquitetura e design.

As técnicas e conceitos de Bauhaus influenciaram a criação de um novo jeito de


fazer revistas e jornais. Revistas importantes como a Münchner Illustrierte Presse e a nomes
que influenciaram o jornalismo em todo o mundo como Stefan Lorant e Erich Salomon
começaram suas carreiras durante esse período. Após a subida dos nazistas ao poder, o
novo design utilizado na revistas alemãs se expalhou pelo mundo graças a fuga de vários
jornalistas que eram perseguidos por Hitler.

Antecedentes

Desde sua unificação em 1871, a Alemanha era um Império, chamado de II Reich, que
era governado desde 1901 pelo Kaiser Guilherme II. Na fase final da Primeira Guerra
mundial, quando os generais alemães comunicaram ao governo que a Alemanha não
poderia vencer a guerra, Guilherme II fugiu para a Holanda perdendo o controle de seu
Império. Para facilitar a negociação de um armistício com a Tríplice Entente, os militares
alemães sugeriram alterar o governo na Alemanha, que passaria a ser um Império do tipo
parlamentar, tendo como chanceler Max de Baden que inviou uma carta ao presidente
norte-americano Wilson, dizendo ter a paz nas mãos e que ela poderia ser estabelecida.

O armistício entre Alemanha e os Aliados teve consequencias importantes para o


desdobramento da Segunda Guerra Mundial. Mesmo sem vencer, o exército alemão não
foi derrotado, o que para muitos ajudou a criar um sentimento de superioridade no povo
alemão mesmo sofrendo uma grave crise causada pelos termos do Tratado de Versalhes.

Na Conferência de Paris, cada país participante designou uma comissão de cinco


membros. Parcipavam da reunião 26 países vencedores e nenhum dos Estados
derrotados na Guerra. As decisões foram tomadas efetivamente pelas grandes potências
Estados Unidos, França e Ingaterra.
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De 5 de maio até 28 de junho, o tratado elaborado pelos Três Grandes foi submetido à
análise da delegação alemã, que reagiu negativamente aos pontos propostos pelos
Aliados, mas sem ter escolha, aceitou os termos defendidos princiapalmente pelos
representantes franceses.
Pelo tratado assinado, a Alemanha perdia 1/7 do seu território para a França, Polônia e
Bélgica 1/10 da população, além de todas as suas colônias. A Alsácia e Lorena foi
devolvida à França, que havia perdido esses territórios para a Alemanha na Guerra
Franco- Prussiana. Além de perda de territórios estratégicos, os alemães não poderiam
formar um exército capaz de ameaçar as nações vizinhas. Foi estipulado que o exécito
alemão não poderia ter mais que cem mil homens, além da fabricação de materiais
militares como artilharia pesada, submarinos, tanques e aviões estavam proibida.

O pagamento de reparações foi imposto á Alemanha, que era considerada responsável


pela guerra. O montante de pagamentos era elevado, indo de indenizações pela
destruição materialde bens nacionais e privados, viúvas e órfãos. O total elevava-se a
cento e trinta e dois bilhões de marcos-ouro(moeda alemã da época). Os benefícios dessa
reparação seriam assim repartidos: a França ficaria com 52% das reparações, a Inglaterra
com 22%, a Itália com 10%, a Bélgica com 8% e o restante das nações aliadas dividiriam
os 8% restante.

A Nova Constituição da Alemanha e governos de Ebert e Hindenburg.

Com o término da Primeira Guerra Mundial e a abdicação do imperador Guilherme II, a


Alemanha entrou em um verdadeiro caos político. Partidos de esquerda tentaram tomar
o poder em Berlim mas o Exército os impediu e convocou eleições nacionais em 1919.
As eleições de 1919 marcaram a derrota parcial dos social-democratas, que eram
considerados responsáveis pela crise que assolava a Alemanha. A assembléia
Constituinte criada no fim da guerra elegeu o socialista Ebert como presidente da
República. O novo regime de Weimar conseguiu conter revoltas extremistas dos
esquerdistas que queriam tomar o poder. Em 1919 também foi votada a nova
Constituição da Alemanha. Ela estabelecia uma Federação de 23 estados e criava uma
Assembléia Nacional chamada de Reichstag. Também estabelecia o voto universal para
eleger os membros da Assembléia e voto direito para escolher o Presidente da
República, que ficaria no poder por sete anos. O Presidente tinha como função
comandar o Exército, indicar os ministros e se necessário convocar novas eleições para os
membros do Reichstag.

A República de Weimar enfrentou grandes dificuldades financeiras. A inflação disparou


como consequencia da emissão de papel moeda para pagar as dívidas de guerra. Havia

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cédulas de dez milhões de marcos em circulação, mostrando uma grande desvalorização


da moeda alemã.

Apesar das reformas trabalhistas que limitavam o tempo de trabalho a oito horas, a
população alemã sofria com a crise econômica, o que deu cada vez mais força aos
movimentos de esquerda. Várias foram as tentativas de tomar o poder, o que causou
grande medo na classe média e na burguesia durante toda a década de 1920.

A estabilidade começou a voltar em 1924 graças ao aparecimento de um novo marco, o


Retenmark, ao fluxo de capitais estrangeiros, principalmente americano, e ao Plano
Dawes, que facilitava a operação de pagamentos de reparações da indústria. As
exportações superavam as importações. A recuperação econômica alemã, no entanto, era
bastante frágil. A dívida externa subiu a partir de 1925, quando Hindenburg foi eleito
Presidente após a morte de Ebert. Foi em seu governo que a inflação voltou e a crise
econômica mais uma vez atingiu a Alemanha, graças a quebra da Bolsa de Nova York em
1929.

Fim da República de Weimar

Durante a Primeira Guerra Mundial, o comércio mundial se desenvolveu em rítimo


acelerado. Os laços de dependência comercial entre as nações haviam se estreitado de tal
forma que qualquer problema econômico surgido em uma das nações européias afetaria
os demais países componentes deste conjunto econômico. No centro dessas relações
comerciais estava os Estados Unidos, que com seu parque industrial intacto após o
conflito que destruiu boa parte da industria européia, se tornara a maior potência
econômica do mundo.

As reservas de ouro dos EUA eram enormes. Estavam em condições de emprestar


dinheiro a todos os países que foram arruinados durante a guerra. Por isso, a Bolsa de
Nova York passou a ser o parâmetro para registrar a situação da economia mundial
durante a década de 1920.

O otimismo na economia americana fez com que um grande número de empresarios


investisse na bolsa de Nova York, o que criou uma “bolha” entre o capital movimentado
na compra e venda de ações e o capital real investido nas fábricas. Além disso a
recuperação da industria européia diminuiu o número de produtos americanos
exportados para Inglaterra e França. Contudo a produção não diminiu o que causou
grande armazenamento que impulsinou a inflação e desvalorizaram os produtos
industrializados americanos.

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Todos esses fatores somados a uma grande especulação fizeram com que a Bolsa de Nova
York quebrasse em outubro de 1929, provocando uma grave crise nos EUA e no resto do
mundo, com exceção da União Soviética, que não tinha sua economia ligada ao sistema
capitalista americano. Vários países que recebiam emprétimos dos americanos agora se
encontravam sem investimento.

Potencias da Europa como França e Inglaterra tiveram grandes problemas realcionados a


crise americana. O desemprego chegou a 20%, e os ingleses sofriam com a falta de países
que comprassem os seus produtos. Na França a insatisfação dos eleitore fez com que a
Frente Popular, partido de esquerda, vencesse as eleições de 1936.

A crise nos Estados Unidos teve um efeito ainda pior na Alemanha que tinha uma
economia frágil e ainda tinha que pagar indenizações pesadas aos países vencedores da
Primeira Guerra Mundial, graças ao Tratado de Versalhes. Como todos os investimentos
externos foram interrompidos a recuperação econômica que vinha acontecendo desde
1924 cessou, causando miséria, fome e quebra da indústria alemã.

Adolf Hitler chega ao poder

Com o país enfrentando novamente uma grave crise, os partidos radicais tanto de
direita como de esquerda ganharam força, já que a população queria mudanças radicais
para que o país conseguisse sair da recessão. Depois de várias tentativas de golpes da
esquerda durante a década de 20 para tentar implantar um regime socialista parecido
com o da União Soviética, a burguesia fez um forte apoio ao Partido Nacional-Socialista,
que apesar do nome era o partido Nazista controlado por Adolf Hitler.
Esse tendencia de apoio ao nazismo foi confirmada em 1933 quando Hitler assumiu o
cardo de chanceler.

Depois que se tornou chanceler o líder nazista dissolveu o Reichstag, colocou o


Partido Comunista como fora da lei e suspendeu as liberdades constitucionais
conquistadas pelo país pela Constituição de 1919. Milhares de prisões foram feitas pela
Gestapo, a Polícia Secreta do Estado. Perseguições contra os judeus e esquerdistas
começaram a acontecer em toda a Alemanha, causando a fuga de várias personagens
importantes para o jornalismo, como Erich Salomon, Stefan Lorant e Robert Capa.

Quando Hindenburg morreu, em 1934, não foram feitas novas eleições. Hitler
acumulou as funções de Chanceler e de Chefe de Estado. Um plebiscito confirmou esta

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decisão com cerca de 90% dos votos a favor. A maior parte da população alemã apoiava
Hitler, pois a industria e economia alemãs estavam se recuperando rapidamente. A
miséria que afligia o país no final do governo de Hindenburg tinha sido amenizada com o
governo nazista.

Por volta de 1939, a indústria alemã antingia a segunda produção no mundo,


colocando-a em condições de sustentar o esforço exigido pela Segunda Guerra Mundial,
que logo iria começar.

Escola de Bauhaus e uma nova estética fotográfica

A Escola Estatal Bauhaus foi fundada em 1919 por Walter Gropius (1883-1969),
que enquanto lutava na Primeira Grande Guerra, desejava uma escola de arte que
mudasse o mundo. A primeira escola de Bauhaus, localizada num prédio público na
cidade de Weimar, não possuía qualquer traço deste estilo em si. A escola acabaria
criando uma nova lógica no desenho de produtos industriais, o que hoje chamamos de
design. Ainda em 1919, em Weimar, tem início a Primeira República alemã, fragilizada da
Primeira Guerra. A instituição é idealizada por uma associação de artistas, artesãos e
publicitários, procurando unir a padronização industrial, a tipificação dos produtos e a
individualidade de seus artistas.
Gropius, após ver de perto a destruição causada pelas máquinas, quis que elas
trabalhassem a favor do homem: “Ainda me recordo quando saí da Primeira Guerra
Mundial. Foi quando vi que tinha de participar de algo totalmente novo, que mudasse as
condições em que eu vivera antes. No começo da minha vida, tinha ideias utópicas, e
ninguém pensou que podiam tornar-se realidade, mas hoje, são”. Suas aspirações foram
expressas no Manifesto da Bauhaus (que significa “casa de construção”).
O fundador da Bauhaus adimite a necessidade de haverem fortes elos entre a
máquina e o artista: “por isso criei oficinas que formavam as pessoas de duas maneiras:
como artistas e como artífices. Não podemos entender as máquinas sem entendermos as
ferramentas da nossa arte”.
No caso do fotojornalismo da época, esta ferramenta foi a máquina portátil, cada
vez mais próxima do artífice (o fotógrafo) e manipulável, com seus recursos que foram
gradativamente permitindo maior liberdade estética.
Como exemplo da influência estética de Bauhaus sobre a fotografia temos
Alexandr Rodchenko, que em suas imagens procura buscar padrões, novos ângulos. Sua
linguagem fotográfica também transpõe a ideologia revolucionária, de exploração de
novos ângulos que não fossem o tradicional plano reto da fotografia burguesa.
Tal lógica fotográfica foi explorada dali em diante, afinal, com tamanhas
possibilidades de experimentação estética, já não surpreendia mais o público ver retratos
posados ou paisagens.
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As três fotos acima são de Alexandr Rodchenko. Na primeira, observa-se o ângulo em que a foto foi tirada. Na
segunda foto, a exploração angular deitada junta-se à sequencialidade dos quadrados. Na terceira foto, há um
jogo de sequência com as sobras formadas pela escada. O padrão é quebrado pela mulher segurando uma
criança.
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A (pré-)história do fotojornalismo
Photojournalism was going to be a matter of teamwork, with editors
and art directors destined to add an important creative dimension to
the photographer’s camera work.1
David Crowley e Paul Heyer em “Communication in History”

A invenção de Daguerre demorou para se tornar economicamente viável na


imprensa. Mesmo depois do surgimento da fotografia, era comum nos jornais e revistas a
presença de um desenhista técnico, já que os custos da reprodução de um desenho eram
menores do que os de transpor os vários tons contidos em negativos fotográficos.
Os desenhos eram também mais atrativos à imprensa, já que as fotografias
chegavam na redação tarde demais, além de não poderem captar movimentos rápidos.
Crowley e Heyer observam em Communication on History que, até aproximadamente 1885,
não haviam fotógrafos que viviam exclusivamente de vender seus trabalhos para a
imprensa. Ocorreram excessões nas grandes guerras, quando havia incentivo financeiro
sufuciente para bancar profissionais como Roger Fenton, Mathew Brady e Felice Beato.

Even the longest of these, [Mathew] Brady’s two-year campaign covering


the Civil War with dozens of cameramen, was just that: a temporary effort, not a
permanent news gathering machinery. (...) portraiture still seems to have been Brady`s
mainstay product. And if his grand war reportage eventually ended in
bankcorrupcity, it was precisely becouse no commercially viable link could be forged
to the existing pictorial mass media.2

A pré-história do fotojornalismo é marcada por uma mal-sucedida união entre a


fotografia e seu uso na imprensa. O fotógrafo, além de anônimo, era apenas um entre
vários nas agências fotográficas. As lutas pela profissionalização do fotojornalista só
ganhariam destaque com a iniciativa de Erich Salomon.
Da década de 1890 até o começo da Primeira Guerra Mundial temos o período
embrionário do fotojornalismo, que foi inaugurado pelo uso do halftone. Com esta
tecnologia, começam a ser estabelecidos vínculos comerciais entre a fotografia e a mídia.
O halftone, é tipo de impressão baseada em fotografias, que capta tons
intermediários entre o preto e o branco foi substituindo o antigo uso de pedaços de
madeira baseados em desenho. As agências de notíticas, passaram a focar seu negócio
não mais na distribuição de textos, mas de fotografias. “Forma-se uma nova geração de

1
O
fotojornalismo
viria
a
ser
uma
questão
de
trabalho
em
grupo,
envolvendo
editores
e
diretores
de
arte,


designados
a
adicionar
uma
importante
dimensão
criativa
ao
trabalho
básico
da
câmera
fotográBica.
2
Até
a
mais
longa
dessas
[excessões
à
falta
de
incentivo
para
bancar
um
trabalho
fotográBico],
a
campanha
de


Mathew
Brady,
cobrindo
a
Guerra
Civil
durante
dois
anos,
foi
apenas
um
esforço
temporário,
não
uma
cobertura

permanente
de
notícias.
E
se
essa
grande
reportagem
de
guerra
não
desse
certo,
seria
precisamente
porque
não

havia
uma
ligação
comercial
viável
com
a
mídia
de
massa
pictórica
existente.
(Tradução
livre)
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fotógrafos, equipados com pequenas e rápidas câmeras portáteis ao invés das lentas e
enormes câmeras com tripés” (CROWLEY e HEYER, 2006:172 )

Berliner Illustrirte Zeitung

“A história escrita passou a ser a história das imagens. O público


estava apto a entender os acontecimentos a partir das imagens, e o
cinema teve um papel decisivo nesta mudança.” Madalena Mello,
jornalista

No ano de 1981 foi fundada a Berliner Illustrirte


Zeitung (BIZ), por Heppner & Co, mas foi vendida a
Leopold Ullstein em 1894. Inicialmente, a revista
utilizava gravuras ao invés de fotografias e o nome
era tipografado em estilo gótico (Figura 1). Uma
figura chave da publicação foi, entre 1905 e 1933, o
editor-chefe Kurt Korff. Neste tempo, a BIZ era a
revista com de maior circulação na Alemanha
(durante seu auge, teve dois milhões de leitores),
maior número de páginas e propagandas. O nome
mudou em 1941 para Berliner Illustrierte Zeitung. Sua
última edição foi em 29 de abril de 1945. Depois de
Korff, foram editores da BIZ Carl Schnebel (de 1933
a 1937), Harald Lechenperg (1937-43) e Dr. Ewald
Wüsten; sendo que, nos últimos anos, a publicação
Figura 1 - Capa da BIZ, com a tipografia
era praticamente uma propaganda do regime ainda gótica e sem fotografias
nazista.
Na BIZ eram publicados romances, seguidos de propagandas e passatempos 3; existia
uma seção chamada “humor”, que continha diversas piadas, onde uma delas era
desenhada. Após essa seção de humor escrito, havia uma parte de humor apenas
desenhado. A numeração das páginas era progressiva, iniciando na página 1 no primeiro
exemplar e indo até quase a página 1500 no último volume do ano; assim, a contagem se
zerava e recomeçava no ano seguinte. O número de páginas era inicialmente 36,
passando, a partir de 1940 a serem 12 páginas. Foram publicados 544 exemplares, no
total.

3Segundo o catálogo de periódicos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com referência ao livro Die
Darstellung des Körpers in der Massenpresse um 1900 am Beispiel der Berliner Illustrierten Zeitung, de
Sophie Brachvogel.
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As opiniões são divergentes quanto à autoria do primeiro ensaio fotográfico na


história do fotojornalismo. Magalhães e Peregrino afirmam que o ensaio pioneiro foi
publicado em uma edição da BIZ, em 1928, clicado por André Kertész4 (Figura 2). Seu
trabalho sobre uma antiga ordem de monges franceses foi posteriormente publicado pela
revista francesa Vu.

Figura 2 - A Casa do Silêncio, editada por Kurt Korff e Kurt Safranski. A nova edição faz vir a tona a
organização das imagens em torno de uma história linear, com uma diagramação hierarquizada das
fotografias: uma imagem dos monges abre a matéria e ocupa toda a página, enquanto outras menores
mostram as atividades diárias do mosteiro. (MAGALHÃES; PEREGRINO, 2004, p.55)

As fotografias foram tiradas por uma câmera portátil de 35mm. O historiador David
Travis diz que elas são “uma verdadeira sensação fotojornalística”. A matéria traz uma
anotação de rodapé onde diz que o responsável pela entrada de Kertész no monastério
foi processado, por ter deixado um judeu ter acesso ao lugar.
Foi neste período que o ensaio fotográfico começou a se consolidar, com
importantes contribuições das revistas Münchener Illustrierte Presse, e fora da Alemanha,
mas ainda sob influência editorial e fotográfica germânica, temos as revistas Vu e Life.
Esta última tem seu projeto editorial voltado ao ensaio fotográfico, numa época em que já
era mais barata a impressão de fotografias.

4Kertész influenciou gerações de fotógrafos, entre eles Henri Cartier-Bresson, Robert Capa e Brassaï.
Bresson afirmou: “o que quer que nós tivessemos feito, Kertész fez antes”
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Notre-Dame de la Grande Trappe, em Soligny-sur-Orne,


França. Em nota sobre uma exposição de Kertész, é
comparado o antigo interesse na ordem do monastério
com o sucesso de vendas de Dan Brown em O Código
da Vinci, sobre a Opus Dei.

A Life foi fortemente influenciada pelas ideias do editor da BIZ, Kurt Korff, o que
será abordado posteriormente com mais detalhes.
No Brasil, o ensaio fotográfico foi trazido por Jean Manzon, o que deu à revista O
Cruzeiro um estilo editorial visto na Europa. A revista atribuiu uma importância sem
precedentes à fotografia na imprensa. Vemos novamente a lógica da sequência narrativa
nas fotos, com sua disposição mais articulada do que no jornalismo diário. A diferença
entre se fazer fotografia para uma revista ilustrada e um jornal também é importante para
a demanda de fotógrafos europeus na Life, já que os fotógrafos americanos não eram
experientes com foto-ensaios.

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Kurt Korff na Life

“Belive me, Mr. Luce has published the first picture magazine for
adults. All the rest - Berliner Zeitung and all before - were for
children.” 5 Kurt Korff em um telefonema a Daniel Longwell, logo
após ver o Volume 1, Número 1 da Life.

São recorrentes as evidências, no arquivo da Time, Incorporated, que mostram a


forte influência de Kurt Korff no segundo Departamento Experimental de elaboração da
revista Life. Este segundo Departamento foi uma organização editorial liderada por
Henry Luce, que junto a outros gestores da Time, queria organizar uma revista ilustrada
americana. Esses arquivos indicam que o ano em que Korff trabalhou como consultor
foram extremamente produtivos para a elaboração da linha editorial do que viria a ser a
revista.
Kurt Korff teve importância estratégica no planejamento da Life, mesmo tendo se
demitido antes do lançamento. Ele foi responsável pelo planejamento da disposição das
fotografias na página (layout), além da escolha dos fotógrafos que fariam parte da equipe
da primeira revista ilustrada semanal americana. Korf indicou fotógrafos como Erich
Salomon, que se recusava a mudar-se para os Estados Unidos; e Mártin Munkacsi,
Outra função de Korff na Life foi como obter fotografias adicionais às tiradas pela
equipe permanente da revista. Quando Luce perguntava sobre a contratação da nova
equipe, Korff sempre dizia que deveria ser dada preferência a fotógrafos europeus, já que
eram mais experientes, além de terem prática com ensaios fotográficos e fotografias
espontâneas (candid photograph). Korff criticava os fotojornalistas americanos por estarem
acostumados com a fotografia para jornal. Os jornais americanos da época não
continham ensaios, ou longas coberturas narrativas de eventos; afinal, é uma nova lógica
de estilo de trabalho inserida na imprensa americana. Em um memorando interno
datado de 14 de abril de 1936 para Ralph Ingersoll, um dos editores da Time, Korff falou
sobre os arquivos mantidos pela BIZ na Alemanha. Eram utilizadas fotos de agências de
notícias como a Wide World e a Ernest Mayer’s Mauritius. As agências recebiam um
pequeno pagamento imediatamente caso a fotografia fizesse parte do arquivo da revista;
caso contrário, a agência era paga depois da publicação da foto. As agências de fotografia
tiveram um papel elementar na mediação entre as revistas ilustradas e os fotógrafos, o
que será detalhado no próximo tópico.
No contrato com a World Wide, a BIZ garantia dois mil marcos por mês pelo direito
de ver todas as fotos antes de outra revista ilustrada. Quando a Life começou, Luce

5Acredite em mim, o senhor Luce publicou a primeira revista ilustrada para adultos. O resto - Berliner
Zeitung e as anteriores - eram coisa de criança. (Tradução livre)
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adotou esta política com a agência Black Star, que teve sua formação influenciada por
recomendações de Korff.

Mesmo usando apenas algumas fotografias, Korff comprava o ensaio completo. Ele não
queria que outras revistas tivessem acesso a materiais similares. A Berliner Illustrirte
Zeitung tinha apenas dois ou três fotógrafos que trabalhavam exclusivamente para a
revista, daí a importância de materiais vindos de agências e de fotógrafos freelancers.
Para encorajar fotógrafos freelancer a mandar seus melhores trabalhos, a BIZ pagava
muito bem; para os fotógrafos, era uma honra ter suas fotos publicadas na BIZ, já que,
segundo Korff “ficar famoso é parte do pagamento”.
Korff era expert no que fazia sucesso nas revistas alemãs. Tanto que a BIZ chegou a
ter dois milhões de leitores em seu pico de vendas.
O mesmo aconteceu com a Life, que investia pesado na produção de fotografias e
em fundos para bancar viagens para obtê-las. De acordo com Spencer Longwell, Korff
era “incapaz de se libertar da BIZ e não estava dentro dos planos da Life copiar uma
revista ilustrada alemã”
Não existem registros oficiais sobre quando Korff encerrou seu trabalho na Life; no
arquivo da revista consta apenas uma carta resignada, datada em 31 de Julho de 1936.
Nenhum outro memorando ou carta indicavam que Korff estava sendo forçado a
deixar seu cargo, ou pensando em trabalhar para Hearst.
Ao se demitir da Time Inc., Korff trabalhou para a organização Hearst até dezembro
de 1937. Ele morreu em Nova York, aos sessenta e um anos.

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As agências fotográficas

“Depois da década de 1930, as agências fotográficas perceberam a crescente demanda pela


parceiria entre fotógrafos e revistas ilustradas. As agências, então, mantinham em seus arquivos
diversas fotografias, cujas combinações pudessem constituir uma reportagem. Das diversas
agências funcionando na época, a Black Star era uma das melhores.” William S. Johnson,
historiador

As agências fotográficas atendiam a grande demanda por imagens das revistas


ilustradas, tanto na Alemanha quanto dos EUA. A Life, por exemplo, tinha dez fotógrafos
contratados uma demanda de aproximadamente duzentas fotografias por edição. As
agências foram uma ponte para os fotojornalistas europeus que queriam solidificar sua
carreira nos Estados Unidos. Diversos fotógrafos de agência seriam contratados mais
adiante como parte da equipe da Life, como Fritz Goro, Herbert Gehr e Werner Wolff.

Mayer e a Mauritius

Enquanto trabalhava na Mauritius, Ernest Mayer desenvolveu uma apreciação por


fotojornalismo que fez da Black Star, também fundada por ele, tão importante para a
Life. A Mauritius foi fundada em 1929 em Berlim, e além de publicar livros, vendia
fotografias para revistas alemãs como a BIZ e a Münchner. além de outras publicações
européias. Na época existiam mais agências jornalísticas de texto do que de imagens, e
neste cenário, Mayer conseguiu solidificar comercialmente sua agência.
Com o desenvolvimento das revistas, outras agências de fotografia entraram na
competição: Dephot, Keystone, Wide World, Weltrundschau, A.B.C., Hanke, Pacific &
Atlantic Press Association. Mesmo assim, a Mauritius continuou se destacando, por sua
estratégia de coletar artigos e idéias de matérias de jornais locais.. Esta prática também
fez sucesso na Black Star.
Antes de indicar tarefas aos fotógrafos de sua agência, Mayer discutia ideias sobre
possíveis foto-ensaios com o editor da revista em questão, ou como tópicos e temas
teriam uma abordagem mais interesante. Muitas vezes um editor rejeitava algum ensaio
fotográfico, o que tornava o trabalho da agência, muitas vezes, “especulativo”. Mas isso
não era um problema para a Mauritius, já que, geralmente se uma revista não comprasse
um ensaio, outra o faria.
Há outro ponto positivo do serviço das agências fotográficas: as revistas ilustradas
tinham poucos fotógrafos contratados como parte da equipe (Martin Munkácsi na BIZ,
por exemplo), portanto tinham que se concentrar no material vindo de agências como a
de Mayer.

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Com a ascensão de Hitler, judeus estavam banidos de profissões que envolvessem


atividades culturais, o que incluiam teatro, cinema, rádio, literatura e artes em geral, e
ainda, a imprensa.
Com isso, Mayer vai para os EUA, onde funda a agência Black Star nos moldes da
Mauritius; a Black Star seria a maior fornecedora de imagens da Life.

AIZ: A revista da classe trabalhadora

A Arbeiter Illustrierte
Zeitung foi fundada em 1925
pot Willi Münzenberg.
Segundo Ute Eskildsen, era
uma revista ilustrada que
visava não apenas segmentos
e s p e c í fi c o s d a c l a s s e
trabalhadora, mas também
unir a classe em uma frente
única de luta por seus
interesses. Foi publicada
entre 1924 e 1938 em Berlim,
e depois, em Praga. Nesta
revista também se destacam
os foto-ensaios de tema
único, com o destaque das
fotomontagens.
A revista é lembrada
pelas montagens de John
Heartfield, que trabalhou lá
entre 1929 e 1936. “Heartfield
vasculhava jornais e revistas
semanais, nos quais já era
comum usar fotografias para
registrar eventos, em busca de fotos e discursos políticos: imagens que ele pudesse
distorcer e recombinar com palavras para criar relações grotescas entre elas.” , diz
Richard Hollis em Design Gráfico - Uma história concisa. Uma das capas mais famosas é a
em que usa uma imagem de Hitler saudando seus seguidores, com a palma da mão para
cima. Em frente ao homem que o entrega dinheiro ergue-se a frase “O significado da
saudação de Hitler”, e abaixo, “O pequeno homem pede grandes dádivas”. A seguir,
pequenas letras dizem “milhões estão por trás de mim”, fazendo referência aos milhões
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de partidários de Hitler. “Heartfield usou diferentes escalas na justaposicão das duas


imagens, enfatizando dramaticamente a figura de Hitler como um homem pequeno
manipulado com interesses econômicos”, diz Hollis.

Stefan Lorant (1901-1997)

Stefan Lorant nasceu na cidade de Budapeste em 1901. Quando terminou o


colegial em 1919, mudou-se para a Checoslováquia, onde trabalhou como tocador de
violino em um cinema. Pouco tempo depois foi para Vienna e trabalhou como fotógrafo
para um diretor de cinema húngaro. Aos 19 anos de idade, Lorant trabalhou na filmagem
de seu primeiro filme, A Vida de Mozart. Depois desse filme, Lorant desenvolveu sua
habilidade como diretor, produtor e roterista de cinema, trabalhando em outros 14 filmes
em Vienna e Berlim.

Em 1925, Lorant abandonou o cinema e começou sua carreira de jornalista


escrevendo para alguns jornais em Berlim. Sua habilidade com a fotografia e com a
escrita levaram-no a ser editor da Münchner Illustrierte Press, uma das principais revistas
de fotos da Alemanha na época. Foi nessa revista que o trabalho de Lorant como editor
ficou famoso. Ao contrário do que as outras revistas e jornais faziam, Lorant
recomendava aos seus fotógrafos que buscassem imagens de figuras públicas,
principalmente políticos, em momentos de sua vida privada ou em monentos de
distração. As fotos de figuras públicas sem fazer pose, fazia com que os leitores do
Münchner Illustrierte Press encontrassem fatores em comum de suas vidas com as vidas
dos políticos. Essa aproximação entre o leitor e a foto era uma das grandes metas de
Lorant. Além disso, outra inovação criada por ele foi a forma que os fotojornalistas e os
redatores trabalhavam. O texto e a foto tinham que estar em perfeita harmonia para que
a matéria fosse publicada, o que exigia que os jornalistas de texto e de imagem
trabalhassem juntos. Por influenciar em tantas mudanças que outras revistas do mundo
usariam posteriormente, Estefan Lorant recebeu o apelido de “padrinho do
fotojornalismo”.

Com a subida de Adolf Hitler ao poder na Alemanha em 1933, Lorant foi preso
por não apoiar as ações tomadas pelo novo chanceler e o regime nazista. Depois de
passar quase um ano na prisão, foi liberado e mudou-se novamente para Budapeste e
logo em seguida para a Inglaterra.

Na Inglaterra, em 1937, Lorant fundou a Liliput, revista de bolso que foi um


sucesso e era considerada revolucionaria por sua justaposição de imagens nunca antes
vista. Além dela Lorant foi fundador e editor-chefe da primeira revista ilustrada da
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Inglaterra, a Picture Post, que se tornou um dos principais periódicos ingleses da época.
Foi quando estava em Londres que publicou seu livro Eu fui um prisioneiro de Hitler, em
1935.

Mais tarde, em 1940, Stefan Lorant deixou a Europa para trabalhar nos Estados
Unidos. Começou a estudar a história americana em Nova York e começou a publicar
livros ilustrados sobre a história americana.  Suas publicações incluem:  The Glorious
Burden,  sobre a presidência americana;  O Novo Mundo,  com ilustrações da América
precoce; biografias de fotos de presidentes americanos, como Abraham Lincoln,
Theodore Roosevelt, e Franklin D. Roosevelt, e  Pittsburgh : A história de uma cidade
americana. Lorant também influenciou outros trabalhos nos Estados Unidos. Ele deu
vários conselhos ao fundador da revista Life, Henry Luci. Mais tarde a revista se tornaria
a revista de fotos mais importante da história americana.
No início de 1980, Lorant começou a trabalhar em uma autobiografia, “Eu vivi seis vidas”.
Em 14 de novembro de 1997, Stefan Lorant faleceu aos 96 anos, na cidade de Rochester,
no estado norte americano de Minnesota.

Erich Salomon (1886-1944)

Filho de um rico banqueiro judeu, Erich Salomon nasceu em 1886, na cidade de


Berlim. Com apenas vinte e oito anos estudou direito, zoologia e engenharia, mas teve
que interromper seu estudos com o início da Primeira Guerra Mundial. Depois da
guerra, trabalhou na bolsa de valores, em uma fábrica de pianos e montou uma empresa
de aluguel de carros. As fotos que tirou para fazer a propaganda de seu negócio, chamou
a atenção da editora Ullsten, a principal editora alemã no período, que o contratou em
1926.

Apenas aos quarenta e dois anos, Salomon começou sua carreira de fotojornalista,
tirando fotos para a revista Münchner Illustrierte Press, onde trabalhou com o editor Stefan
Lorant, que teve grande influencia em seu trabalho. Com suas câmeras fotográficas
Ermanox e Leica, que eram pequenas e não precisavam de flash, Salomon conseguia
fotografar sem ser visto. Vários políticos que eram flagrados em momentos embarassosos
por ele. Por conseguir tirar esse tipo de foto, Salomon ganhou o apelido de “ O rei dos
indiscretos”, dado pelo ministro de Negócios Estrangeiros da França, Aristid Briand.

Um exemplo dessa habilidade de conseguir entrar em lugares que outros


fotojornalistas nunca conseguiriam foi em 1927, quando Salomon fotografou o
julgamento de um assassino de policiais. Para conseguir isso Salomon escondeu sua

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Ermanox dentro do chapéu. Até então nunca na Alemanha alguém tinha registrado
imagens de um julgamento.

Em 1930, conseguiu entrar na Conferência de Haia, onde ministros franceses e


alemães estavam negociando a dívida de guerra alemã. Salomon fotografou os políticos
dormindo durante as negocioações que duravam horas. Quando publicadas, as fotos
causaram espanto na população, que não imaginava o que acontecia dentro de reuniões
de ministros como essa.

Como era judeu, Salomon teve que fugir da Alemanha quando os nazistas
chegaram ao poder e o movimento anti-semita explodiu. A revista Life fez um convite
para que ele fosse trabalhar nos Estados Unidos, mas Salomon preferiu fugir para a
Holanda. Com a invasão da Holanda em 1940, Salomon foi encontrado e levado com sua
família para Auschwitz, onde morreu em 1944.

Por sua capacidade de penetrar em lugares proibidos e conseguir tirar fotos de


políticos e celebridades sem que eles soubessem, Erich Salomon criou a imagem de
fotojornalista moderno, por isso ele é considerado o “Pai do fotojornalismo moderno”.

Vu – O texto explica, a
fotografia comprova

A Vu foi criada na França por Lucien


Vogel em 1928 e foi uma das primeiras
revistas a revolucionar a imprensa numa
época em que havia pouca exploração do
uso de fotografias. Nas páginas da revista
semanal era possível perceber uma nova
característica retirada das publicações
alemãs da época: o texto explica, a
fotografia comprova. A inspiração vinda das
publicações germânicas resultou também
da migração de judeus que fugiram da
Alemanha nazista. Dessa forma, o modelo
alemão de revistas se espalhou pela Europa
e América do Norte.
Dessa forma, a Vu reinventou o Fotomontagem “A ameaça aérea alemã” – 1935

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hábito da leitura complementando, e às


vezes até minimizando o texto, com
grandes imagens. Alguns dos seus
principais fotógrafos foram: Kertész,
Man Ray, Krull, Lotar, e Brassaï.
Outra forte característica desta
publicação foi o uso constante das
fotomontagens que muitas vezes
apareciam não só no interior da
revista, mas também nas capas. Um
exemplo disso são as edições extras, de
certa forma sensacionalistas.

O principal ponto a ser


destacado quando se refere à revista Vu
é seu inovador grafismo, um layout
criativo, modelo do que era mais
contemporâneo no fotojornalismo da
Nº 192 – 1931
época. Os temas tratados na revista
tinham carácter informativo, as imagens comunicavam-se entre si, assim como o editor,
fotógrafo e redator. Isso trouxe
à Vu um diferencial inovador e
deram às fotografias uma
função documental ou até
mesmo apelativa.
A revista não inovou
apenas na estrutura e arte, mas
também na atitude expressa
em cada foto. Foi a primeira a
publicar fotografia de Robert
Capa do soldado republicano
q u e m o r r e e m c o m b a t e,
Suposta morte de um soldado republicano na Espanha publicada por outras revistas
posteriormente. A simpatia de
Vogel pelo partido republicano espanhol, e as reportagens que editou a seu favor, levam-
no em 1936 à sua demissão. A revista é comprada por um grupo de conservadores e
termina em 1940. No entanto, há quem diga que a verdadeira Vu acabou assim que Vogel
a deixou.

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Picture Post – Liberal, antifascista e populista


 
Criada em 1938 por Stefan Lorant no
Reino Unido a Picture Post era uma revista com
perfil liberal, antifascista e populista. Contou com
o trabalho de importantes nomes do
fotojornalismo tais como Bert Hardy e Leonard
McCombe, que também trabalhou na Life.
A revista inovou com a criação das
“picture-story”, histórias contadas por fotografias,
seqüência que são usadas até hoje, pois facilitam a
compreensão da cronologia de um fato.  Após 6
meses de criação, eram vendidas 1.600.000 cópias
por semana, e em 1946 o número cresceu
atingindo 1.950.000.
  Em 1940, Lorant é substituido por Sir Tom
Hopkinson que tinha ideais diferentes do
proprietário da revista, Sir Edward G. Hulton. Em
1950 Hopkinson se demite depois de publicar o
artigo “Cameron's” com fotos de Hardy a respeito do tratamento dos sul coreanos
durante a Guerra da Coréia. Em 1952 a tiragem da revista caiu para 935.000. Com a
popularização da televisão as vendas pioraram drasticamente causando o fechamento da
revista em 1957 com menos de 600.000 cópias vendidas por semana.

Life e Look – Além de ilustrar, as


fotografias podem contar uma
história

A revista Life foi criada por Henri Luce em 1936 e


desde seu início teve como traço característico a ênfase
no fotojornalismo. A edição semanal inaugurou nos EUA
a cultura das revistas ilustradas, com um diferencial
idealizado por Luce: “As fotografias, além de ilustrar,
podem também contar uma história”. Começa então uma
nova linguagem que ultrapassa o modelo “imagem ilustra
texto”; ambos formam agora um terceiro componente, se
Primeira capa da Life – 1936, por
completam e permitem ao leitor uma visão mais ampla Margaret Bourke-White
em relação ao que ele lê.
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A Life contou com a participação de importantes fotógrafos como “Alfred


Eisenstaedt, Margaret Bourke-White, Robert Capa, Gordon Parks ou W. Eugene Smith”.
A revista começou num momento de tensões geopolíticas tais como o nazismo e fascismo
na Europa. A forma encontrada para chamar a atenção dos consumidores foi publicar o
que as pessoas buscavam, temas leves, esperança, bem-estar. Fortificou-se então o que
hoje conhecemos por “American Way of Life”.
O sucesso das publicações foi surpreendente e o modelo de publicação da Life serviu de
inspiração à outras publicações como por exemplo, a também norte-americana Look,
fundada em 1937 e fechada em 1971.

Foto que representa de sátira ao “American Way


of Life”, por Margaret Bourke-White

1951, por Alfred Eisenstaedt

Anne Gwynne na capa da revista Look - 1940

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Weekly Illustrated – Texto, ilustração e fotografia

A revista inglesa Weekly Illustrated teve sua primeira edição em 1842. Era editada
semanalmente e composta por 16 páginas de texto e 32 de gravuras feitas por artistas
conhecidos. Com a chegada da fotografia, a revista substituiu a maior parte das
ilustrações pelas imagens feitas por fotógrafos.
A idéia de mesclar texto e imagem, (desenhos ou fotos), passou a crescer e facilitou
a leitura de mais pessoas. Com o tempo as revistas adotaram a nova linguagem “texto e
fotografia” que se expandiu pelo mundo cativando, impressionando e até mesmo
enganando os leitores.

!
Página interna da Weekly Illustrated

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Conclusão

O presenta trabalho procurou esclarecer pontos história do fotojornalismo da


imprensa, com ênfase nas revistas ilustradas alemãs, tema ainda pouco estudado, dada a
falta de materiais disponíveis em língua portuguesa (tanto trabalhos acadêmicos quanto
livros e acesso aos periódicos em questão). Primeiramente, trouxemos a contextualização
histórica em que se insere nosso tema, seguida de uma breve explicação de como a escola
de Bauhaus, mais conhecida por sua influência na arquitetura se insere na estética do
fotojornalismo; depois, procuramos detalhar revistas que consideramos chave, e que
demonstram o processo de transição e aplicação da nova lógica jornalística de como “se
lê” o mundo, ou ainda, como “se vê”.

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Anexos - Arbeiter-Illustrierte-Zeitung (AIZ)

“Anões de verdade” - matéria sobre os pigmeus africanos (sem informação sobre data de publicação)

“Esporte Operário” (sem informação sobre data de publicação) 28


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À esquerda, “Macarrão, Macarrão” -


Matéria sobre como o ma
carrão é feito. Na legenda abaixo dos
meninos comendo está escrito “Os meninos
aqui têm um procedimento simplificado
[tradução livre]

Abaixo, “27 000 nos transportes públicos


de Berlim”; matéria sobre a superlotação
dos transportes públicos na cidade.

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