Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
AULA 1
1. O bem patrimonial
• 1.1 As Cartas Patrimoniais
• 1.2 O reconhecimento do patrimônio no Brasil
2. A relação do patrimônio com o poder
• 2.1 Os museus como espaços de poder
• 2.2 Patrimônio e mercado
3. Patrimônio e desenvolvimento
• 3.1 Sentimento de pertença
• 3.2 Patrimônio e sustentabilidade
4. Patrimônio e museus
• 4.1 Gabinetes de curiosidades
• 4.2 A nova museologia
5. Ações básicas de salvaguarda
• 5.1 Normas gerais
• 5.2 Ações de salvaguarda
2
TEMA 1 – O BEM PATRIMONIAL
3
com o patrimônio, em nível mundial. As cartas patrimoniais exercem influência
em diferentes esferas, por meio de recomendações com vistas à efetiva
preservação de bens considerados importantes.
A carta patrimonial elaborada em conferência geral da Unesco, realizada
na cidade de Paris, em 1972, tem o nome de Convenção para a Proteção do
Patrimônio Mundial, Cultural e Natural e também é conhecida como
Recomendação de Paris (Unesco, 1972). No art. 1º do mencionado documento,
são descritos os bens que podem receber o título de patrimônio cultural:
4
cultura. Houve o reconhecimento da necessidade de se preservar o patrimônio,
embora nesse período o país ainda tenha perdido muitos bens históricos e
culturais. Em 30 de novembro de 1937 foi instituído o Decreto-Lei n. 25/1937,
assinado por Vargas, o qual define, logo no seu art. 1º, que:
5
Com base no pensamento de Foucault (2015), podemos perceber que o
poder perpassa por todas as relações humanas, mesmo no quotidiano mais
ordinário, estando sempre presente nos mecanismos que estabelecem os
discursos. O autor ainda afirma que “o grande jogo da história será de quem se
apoderar das regras, de quem tomar o lugar daqueles que as utilizam” e que “o
devir da humanidade é uma série de interpretações” (Foucault, 2015, p. 69-70).
Em analogia com o pensamento de Foucault (2015), podemos mencionar
a patrimonialização das coisas, móveis e imóveis, tangíveis e intangíveis.
Destacamos que o que pode ser representativo, para um determinado grupo,
não necessariamente o é para outro. Dessa forma, reconhecer algo como
patrimônio, assim como preservá-lo e/ou adquiri-lo, é um gesto de legitimação e
poder, além de um ato político, mas não necessariamente partidário.
O patrimônio, além de seu valor histórico e cultural, que pode vir a ser
inestimável, também pode possuir um forte valor econômico. Atualmente, os
valores atribuídos aos diferentes bens patrimoniais são estipulados com base
em preços de mercado.
Dessa forma, pode ser atribuído um valor para cada bem patrimonial e
isso pode variar bastante, de acordo com o autor, os materiais empregados, a
data de elaboração, o estado de conservação e, ainda, o que se conhece como
o currículo da obra.
O currículo da obra, do objeto ou mesmo do patrimônio imóvel constitui-
se com base no seu histórico e em tudo o que ocorreu desde a sua criação até
o momento da sua venda. Obviamente, há fatos que agregam valor ao bem,
enquanto há outros que podem retirar-lhe valor.
De acordo com Souza Filho (1999, p. 50): “O valor dos bens materiais,
assim, tem a magnitude da consciência dos povos a respeito de sua própria vida.
Muitas vezes o indivíduo de uma coletividade não consegue se aperceber do
valor de sua própria cultura, imbuído que está no seu próprio individualismo”.
Pelo fato de o bem patrimonial conter em si um valor muitas vezes
inestimável, ele torna-se objeto de desejo de muitos indivíduos capazes de
investir quantias realmente elevadas para tê-los entre os seus bens.
7
3.1 O sentimento de pertença
8
TEMA 4 – PATRIMÔNIO E MUSEUS
9
ciência e da cultura da época. Por uma questão de status social e poder, os
proprietários dessas coleções buscavam adquirir o maior número possível de
bens, organizados em quatro categorias: artificial, natural, exótica e científica.
Os gabinetes de curiosidades são vistos hoje como uma marca significativa na
história dos museus, principalmente durante a Idade Média.
Os gabinetes de curiosidades também ficaram conhecidos como câmaras
das maravilhas ou câmaras mágicas. Os proprietários dos gabinetes de
curiosidades eram geralmente colecionadores poderosos da nobreza e do clero
que investiam muito em suas coleções, as quais eram guardadas e mostradas
somente a um público seleto. Na maioria desses espaços, os objetos ficavam
amontoados e a quantidade de peças exóticas era, na maioria das vezes, o que
determinava a sua relevância.
12
e das relações sociais. A pesquisa é fundamental para o trabalho de
conservação e restauração do objeto.
• Conservação: corresponde ao conjunto de ações realizadas com o intuito
de conservar a obra o maior tempo possível em toda a sua integridade,
abarcando ações diversas de conservação preventiva, conservação
curativa e restauro.
• Conservação preventiva: é o conjunto de ações que visam à máxima
conservação de uma obra, buscando sempre postergar uma possível
ação de conservação curativa ou intervenção de restauro. A conservação
preventiva envolve diversos atores nos cuidados com acondicionamento,
manuseio, transporte e exposição.
• Conservação curativa: é a ação realizada por profissionais, com a devida
formação e experiência, para reverter alguma avaria causada por dano
mecânico, agentes biológicos ou outros elementos.
• Restauração: é uma ação que deve ser realizada em último caso, por
profissionais com a devida formação e experiência, quando a
conservação curativa não puder mais reverter o dano causado por
motivos variados.
• Mantenimento: refere-se à manutenção da obra no espaço de guarda.
Contempla do acondicionamento à exposição, envolve ações já
mencionadas (como a conservação) e considera, ainda, gastos
financeiros e recursos físicos e humanos necessários para cada uma das
ações (fiscalização, monitoramento etc.).
• Comunicação: é realizada por meio da exposição ao público.
Corresponde às mostras, aos catálogos, aos fôlderes e aos trabalhos
diversos de ações educativas. A comunicação de um acervo é realizada
por equipe competente, que busca estabelecer laços entre as obras do
acervo e a comunidade.
NA PRÁTICA
Ao sair para um breve passeio, observe com atenção os locais que são
bens patrimoniais de sua cidade. Caso seu município tenha sido fundado mais
recentemente, observe o que, em sua opinião, poderia vir a ser identificado como
patrimônio e reflita acerca dessa questão.
13
Além disso, procure observar se o local está bem preservado ou não e
identifique quais são, ou poderiam ser, os responsáveis por essa conservação.
Por fim, reflita sobre quais ações você poderia tomar, em seu município,
para contribuir com a preservação do bem patrimonial escolhido por você.
FINALIZANDO
14
REFERÊNCIAS
15