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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE CARATINGA/MG

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Processo Nº 0134 18 010273-0

RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA, já devidamente qualificado


nos autos em epigrafe, vem por meio deste subscritor, com o máximo respeito e
acatamento, à insigne presença de Vossa Excelência apresentar, suas
ALEGAÇÕES FINAIS, nos seguintes termos:

DA SÍNTESE DOS FATOS

Depreende-se dos autos que, o Ministério Público do Estado de


Minas Gerais ofereceu denúncia em face de IGOR RAPHAEL STRAGNO DE
OLIVEIRA, LEONARDO AUGUSTO DE OLIVEIRA SILVA, WAGNER DE ALMEIDA
MACHADO, DMETRIUS CORREA FERNANDES, JONATHAN FRANCISCO DA
COSTA GUEDES SOUSA e RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA, pois, teriam em tese
violado as sanções do artigo 33, caput, e artigo 35, ambos da Lei nº 11.343/2006, na
forma do artigo 29 e 69 do Código Penal.

Defesas preliminares apresentadas pelos acusados Jonathan


(fls.699/701), Leonardo (fls.709 748/750), Igor (fls.709 751/753), Wagner
(fls.472/484), Demetrius (fls.508/511), Rodrigo(fls.512/513). Notificação dos
acusados Igor(fls.491/492), Leonardo(fls.572/573) e Wagner (fls574/575).

Escritório: Rua João Silva Araújo, 08, sala 205, Ed. Silva Araújo, Centro, Caratinga/MG. CEP 35300-238.
Email: ademir1103@hotmail.com/ ademir1103@gmail.com. Fone: (33) 3321-4853/ 98404-5120/ 99962-0509/ 98809-0509.
Recebimento da denúncia em 20 de agosto de 2019 ( fl.710).

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Em fase de instrução processual (fls. 782/785), foram ouvidas
as testemunhas arroladas e interrogados os acusados Igor, Leonardo, Jonathan e
Wagner, restando prejudicados os interrogatórios dos acusados Demetrius e
Rodrigo nos termos do artigo 366 do CPP, pois embora tenham constituído
advogados e apresentado defesas preliminares encontram-se em local incerto
estando com mandado de prisão preventiva em aberto.

As Alegações Finais do nobre representante do Ministério Público


foram acostadas às fls. 956/960, pedindo a condenação dos acusados.

É o sucinto relato.

DA MATERIALIDADE E AUTORIA

Vale lembrar que a acusação busca a condenação do suposto


denunciado o Sr. RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA, sem haver nos autos qualquer
prova que o ligue a cinemática do fato criminoso.

Apesar de serem imputadas tais condutas criminosas contra o


suposto denunciado RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA, é de grande valia ressaltar
que este não teve qualquer envolvimento com tais crimes.

A materialidade do delito restou comprovada pelo auto de prisão


em flagrante (fl.01), pelo auto de apreensão (fl.56), pelo exame preliminar de drogas
(fls.60/63), pelo boletim de ocorrência nº 2019-019351544-001(fls.13/23), pelo laudo

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toxicológico definitivo (fls.954), bem como pelas declarações das testemunhas na fase
inquisitorial e judicial.

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Que o fato criminoso aconteceu isso não é discutível, contudo,
não existe qualquer indício que o denunciado RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA,
tenha praticado o crime, conforme dito na situação fática, o que aconteceu foi na
verdade um equívoco e claramente uma perseguição por parte dos policiais ao
suposto denunciado acima, tanto é verdade que foram juntados vários reds fls
799/809, 863/866, que apesar de tentarem incriminar o denunciado Rodrigo,
comprovam que o mesmo nunca se envolveu com tráfico de drogas, nem mesmo
com coisas ilícitas.

Ainda, no depoimento na inquirição da testemunha Paula da


Silva Venânc/io (fl.06) junto a depol, esta em nenhum momento disse o nome
completo do denunciado que é Rodrigo Gomes de Oliveira, tendo este sido inserido
de má fé pelo escrivão e os policiais militares com o intuito de incriminá-lo.

Em seu depoimento na AIJ (fls. 782/785), a testemunha


confirmou que não sabia e não sabe o nome completo do denunciado, vejamos:
“Que conheceu o Rodrigo há uma semana. Que não sabia ou sabe o nome
completo do Rodrigo. Que em seu depoimento na delegacia não citou o nome
completo do Rodrigo, que eles na delegacia que colocaram assim”.

O acusado RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA não praticou


qualquer crime e está sendo denunciado injustamente, como restou comprovado.

O único mal cometido pelo acusado é ter o nome de Rodrigo,


ter sido alvo de várias buscas por parte da PM(sem nunca ter encontrado nada de
ilícito com este).
Ainda conforme consta da sua FAC e CAC, nunca se envolveu
em empreitadas criminosas e muito menos com tráfico de drogas.

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De acordo com a denúncia (fls.01/02), o nome é do denunciado

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e os dados pessoais são de Rodrigo Morais Evandro, há divergência entre o nome e
os dados do acusado. O que ocorre é que a certeza que se tem nos autos é que
RODRIGO MORAIS EVANDRO, qualificado às fls. 04, é o proprietário do terreno
onde as drogas arrecadas estavam escondidas e que a qualificação na denúncia se
refere ao mesmo e não ao acusado RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA.

Ainda, existem vários REDS às fls. 810/814, 882/888, que


demonstram o envolvimento de RODRIGO MORAIS EVANDRO com drogas.

A dúvida e confusão quanto qual “Rodrigo” estaria envolvido é tão


nítida que cabe destacar, trecho do oferecimento da denúncia pelo Parquet (fl.231v) dos
autos:
Por fim, requer a instauração de Inquérito Policial para a apuração da conduta
da pessoa de Rodrigo Morais Evandro, qualificado à fl.04, dono do terreno onde
as drogas encontradas estavam escondidas, devido à existência indícios de
participação na prática de tráfico de drogas e na associação para a prática de
tráfico ilícito de drogas.

O imbróglio processual quanto ao denunciado Rodrigo é tão


grande que Vossa Excelência no despacho fls.262/266, nos itens 5.5 e 6, oficiou a
autoridade policial solicitando a instauração de inquérito policial para apuração da
conduta de RODRIGO MORAIS EVANDRO, tendo em vista que, os dados contidos na
denúncia à filiação do denunciado Rodrigo Gomes de Oliveira diferem do documento
contido à fl.129.

Como ficou esclarecido na AIJ, eram SEIS pessoas envolvidas no


suposto crime e que havia apenas uma pessoa com nome de Rodrigo envolvido nos
fatos, sendo que a única testemunha Paula da Silva Venâncio que poderia esclarecer
quem seria esse Rodrigo não deu detalhes que confirmasse a participação do
denunciado Rodrigo Gomes de Oliveira nos fatos, ao contrário, afirmou conhecer

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Rodrigo há pouco tempo, não saber de apelidos, nem nome completo, nem endereço,
portanto, não soube dizer se seria RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA.

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Assim, não se tem nenhuma certeza que o denunciado é o
suposto “Rodrigo” envolvido nos crimes da denúncia, uma vez que não restou
comprovado o nome certo do autor.

Por sua vez, a análise do conjunto probatório acostados aos autos


não leva de maneira contundente à conclusão de que a autoria recaia sobre o
denunciado RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA.

Nesse norte, é de se afirmar que o ônus de acusar recai ao


Ministério Público, o qual foi infeliz ao apresentar denúncia com base em
argumentos falhos. Em verdade, não consta dos autos nenhuma prova contundente,
que apontem de forma segura e convincente a autoria do crime por este, pairando
dúvidas sobre a autoria delitiva deve-se prevalecer o princípio do in dubio pro reo.

É truísmo afirmar, mas devo fazê-lo, que “para que o juiz


declare a existência da responsabilidade criminal e imponha sanção penal a uma
determinada pessoa, é necessário que adquira a certeza de que foi cometido um
ilícito penal e que seja dela a autoria”.

O magistrado só estará convicto de que o fato ocorreu e de que


seja determinada pessoa a autora do ilícito, “quando a idéia que forma em sua
mente se ajusta perfeitamente com a realidade dos fatos.

Se o Ministério Público denunciou uma determinada pessoa,


acusando-a de ter infringido um comando normativo, mas não consegue demonstrar,
quantum sufficti, ser verdadeira a imputação, não pode o julgador, validamente,
editar um decreto de preceito sancionatório.

Sem que consiga o representante ministerial demonstrar tenha


determinado acusado enfrentado um comando normativo penal, restará, debalde,
com efeito, eventual pretensão de que seja o réu punido, pois que, é ressabido de
nada adiante o direito em tese ser favorável a alguém se não consegue demonstrar
que se encontra numa situação que permite a incidência da norma.

O decreto condenatório precisa estar fincado sobre os


elementos carreados ao processo e que ofereçam ao magistrado sentenciante a
pacífica certeza da ocorrência dos fatos censurados e apontem sua autoria.

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Existindo fragilidade nas escoras probatórias, todo o juízo edificado padece de
segurança, dando margem à arbitrariedade, pondo em risco o ideal de justiça

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preconizado pelas sociedades democráticas.

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Se a prova produzida no inquérito policial e na sede judicial,
não for suficiente para expedição de uma condenação criminal, deve-se, por isso,
absolver o acusado.

Assim, é o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça de


Minas Gerais:

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE


DROGAS - ABSOLVIÇÃO - POSSIBILIDADE - PROVA JUDICIAL
INSUFICIENTE - MEROS INDÍCIOS - AUSÊNCIA DE PROVA A
COMPROVAR COM SEGURANÇA QUE OS AUTORES ESTIVESSEM
ASSOCIADOS DE FORMA ESTÁVEL E PERMANENTE PARA A PRÁTICA
DO TRÁFICO DE DROGAS - DÚVIDA QUE SE RESOLVE EM FAVOR
DOS ACUSADOS - RECURSOS PROVIDOS. - Não havendo prova judicial
suficiente demonstrando que os apelantes tenham praticado o delito, a
absolvição é medida que se impõe, em obediência ao princípio do "in dubio
pro reo". - Para uma condenação pelo crime previsto no art. 35 da Lei
11.343/06, devem estar comprovadas a existência de estabilidade,
permanência ou habitualidade, bem como o "animus associativo",
consistente no prévio ajuste para a formação de um vínculo associativo de
fato.  (TJMG -  Apelação Criminal  1.0093.17.001583-3/001, Relator(a): Des.
(a) Glauco Fernandes , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 04/12/2019,
publicação da súmula em 11/12/2019)

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - RECURSO DEFENSIVO CONJUNTO -


TRÁFICO DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO E PORTE DE ARMA
DE FOGO DE USO PERMITIDO - DELITOS - ARTIGOS 33, §1º, II, 35,
CAPUT, AMBOS DA LEI 11.343/06 E ART. 14 DA LEI 10.826/03 -
CONCURSO MATERIAL DE CRIMES - ART. 69 DO CP - TRÁFICO DE
DROGAS - ABSOLVIÇÃO - VIABILIDADE EM RELAÇÃO AO UM DOS
ACUSADOS - AUTORIA - ENVOLVIMENTO CRIMINOSO COM O
CORRÉU - DÚVIDAS RELEVANTES - FRAGILIDADE PROBATÓRIA
QUANTO A ESTE INDIVÍDUO - APREENSÃO DE PLANTAS DE
"MACONHA" NA RESIDENCIA DE UM DOS ACUSADOS - NEGATIVA -
NÃO PREVALENCIA - OITIVA DE POLICIAIS MILITARES - VALIDADE -
MANUTENÇAO DA CONDENAÇÃO EM DESFAVOR DE UM DOS
ACUSADOS - DELITO DE ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO - VÍNCULO
ESTÁVEL E DURADOURO NÃO COMPROVADO - SIMPLES SUSPEITAS
-AUSÊNCIA DE INVESTIGAÇÕES - DÚVIDAS SIGNIFICATIVAS -
INCIDÊNCIA AO CASO DO PRINCÍPIO DO "IN DUBIO PRO REO" -
ABSOLVIÇÃO QUE SE DECRETA - CORRÉU - DELITO REMANESCENTE
- PORTE DE ARMA DE FOGO - AUTORIA E MATERIALIDADE - TEMAS
INCONTROVERSOS - CONDENAÇÃO MANTIDA - PENAS IMPOSTAS -
REAPRECIAÇÃO NECESSÁRIA - PRIMEIRA ETAPA - CIRCUNSTÂNCIAS
JUDICIAS - AFASTAMENTO DA ANÁLISE NEGATIVA IMPLEMENTADA -
QUANTIDADE DA DROGA, CONDUTA SOCIAL, PERSONALIDADE E
ANTECEDENTES - CONDENAÇÕES COM TRÂNSITO EM JULGADO HÁ
MAIS DE CINCO ANOS - MAUS ANTECEDENTES - CONFIGURAÇÃO -

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CONDUTA SOCIAL - DECOTE - AFASTAMENTO - ENVOLVIMENTO DO
AGENTE COM A CRIMINALIDADE - NÃO APLICAÇÃO DA HIPÓTESE DO

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ART. 33, §4º DA LEI 11.343/06 - ACERTO - SEGUNDO CRIME -

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CONDUTA SOCIAL NEGATIVA - PENAS REDUZIDAS - PENAS
PECUNIÁRIA - PREVISÃO NO PRECEITO SECUNDÁRIO - FIXAÇÃO
NECESSÁRIA - SITUAÇÃO ECONOMICA DO AGENTE QUE NÃO SE
RELACIONA COM DITA FIXAÇÃO - VALOR UNITÁRIO JÁ ELEITO NO
PATAMAR MÍNIMO - REGIME INICIAL - ABRANDAMENTO POSSÍVEL -
ART. 33, §2º DO CP - ASSISTENCIA JUDICIÁRIA- SUSPENSÃO DA
EXIGIBILIDADE- ACERTO.
- Inexistindo provas suficientes, não é possível submeter um dos réus a uma
condenação na esf era criminal, em obediência ao princípio do "in dubio pro
reo", impondo-se assim a decretação da pretendida absolvição quando ao
crime de tráfico que lhe foi imputado na denúncia. Dita condenação
remanesce em desfavor de apenas um dos denunciados, tendo em vista a
existência de elementos de prova suficientes quanto a autoria delitiva em
seu desfavor.
- O tipo penal do art. 35 da Lei 11.343/06 exige a comprovação de que entre
os envolvidos exista um "animus associativo", por um lapso de tempo
razoável, aliado a um fim específico de traficar, inclusive com a divisão de
tarefas e dos respectivos lucros, ausentes tais provas, a absolvição dos dois
apelantes pelo cometimento de tal crime é medida que se impõe.
- Havendo prova cabal da materialidade e da autoria do crime de porte ilegal
de arma de fogo de uso permitido, resulta correta a condenação lançada em
desfavor do acusado.
- A conduta prevista no art. 14 do Estatuto do Desarmamento cuida de tipo
penal de perigo abstrato, bastando que o acusado porte a arma de maneira
ilegal, para que a conduta se subsuma os termos da norma penal
incriminadora.
- Quanto as circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do CP são
analisadas com rigor, possível se faz a sua reanálise com o consequente
afastamento de múltiplas circunstancias tidas por negativas, reduzindo-se
assim a pena-base eleita no ato judicial combatido.
- A existência de condenações com trânsito em julgado em que a data de
extinção da pena ou do fim da execução tenha se verificado há mais de 05
anos constitui dado idôneo à exasperação da pena-base, a título de maus
antecedentes.
- Não se pode avaliar negativamente a conduta social na dosimetria de um
delito com fundamento em aspectos que se confundem com a própria
condenação do agente pela prática de delito conexo, apurado e julgado no
bojo da mesma ação penal, considerado o princípio do "non bis in idem".
- Não incide a causa especial de diminuição contida no art. 33, §4º da Lei
11.343/06, quando nos au  (TJMG -  Apelação Criminal  1.0295.18.002089-
9/001, Relator(a): Des.(a) Sálvio Chaves , 7ª CÂMARA CRIMINAL,
julgamento em 27/11/2019, publicação da súmula em 04/12/2019)

Assim, não se pode perder de vista que a acusação deve


sempre resultar de provas tranquilas, convincentes e certas. Na dúvida é preferível a
ABSOLVIÇÃO do acusado, visto que tal posicionamento é manifestação de um
imperativo da justiça.

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Dessa forma, o caminho da absolvição é o que se revela, nesta
fase, mais adequado em relação ao denunciado RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA.

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Por oportuno, merece ser ressaltado que a descrição fática da
conduta do acusado e a forma da sua participação no fato criminoso há de ser precisa,
não podendo haver divergência com a descrição da denúncia e a prova oral colhida na
instrução criminal.
Como se depreende dos autos, muito embora a acusação pleiteie
a condenação do denunciado o Sr. Rodrigo, de acordo com as provas tolhidas nos autos
restou provado não ser o denunc iado acima o autor ou partícipe do fato e não existem
nos autos provas que justifiquem a tese acusatória, devendo o denunciado Rodrigo ser
absolvido das acusações que lhe são impostas diante dos elementos colhidos neste
feito, nos termos do art. 386, inciso V do Código de Processo Penal.

Sendo assim, o acusado RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA


deve ser ABSOLVIDO, com fundamento no art. 386, inciso V do Código de Processo
Penal, por não existir provas de ter concorrido para o tráfico de drogas.

DA REVOGAÇÃO DA PRISÃO

Em ato contínuo fora decretado por este Douto Juízo, a prisão


preventiva do suposto acusado sob o fundamento legal da garantia da ordem
pública.

Ocorre que até o presente momento o suposto acusado


encontra-se de certa forma segregado em sua residência, haja vista não ser o
mesmo o culpado pelos crimes a ele imputados, tendo, por conseguinte, seus
direitos suprimidos, uma vez que no caso em tela, não existem motivos que
justifiquem a manutenção da segregação cautelar, diferentemente do que fora
aduzido pela autoridade coatora.

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Não se faz necessário a segregação cautelar do denunciado
quando se analisa a suposta necessidade de garantia da ordem pública, vez que a

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fase investigativa já se encontra exaurida em sua plenitude.

Ademais, não há nos autos elementos suficientemente idôneos


para se chegar a inarredável conclusão de que a liberdade do denunciado causará
alguma insegurança à sociedade, isto pelo fato de que o Estado terá o controle
sobre o acusado, de forma eficiente, com a aplicação de medidas cautelares
alternativas à prisão.
Ainda, o que os indícios revelam não são suficientes para
impor a prisão preventiva ao denunciado, vez que, já se passaram muito tempo da
data dos fatos sem que neste interstício se verificasse que o denunciado foi ao
menos indiciado como participante de outro delito.

Douto julgador, necessário se faz esclarecer que o requerente


preenche todos requisitos legais para está em liberdade, haja vista tratar-se de
pessoa trabalhadora, atualmente com declaração de emprego anexa, com endereço
fixo e sendo detentor de uma conduta ética e moral inabalável.

Examinando-se atentamente o cenário dos fatos da


composição, RESTA POR DEMAIS COMPROVADO A AUSÊNCIA DE
ELEMENTOS ENSEJADORES QUE DEMONSTRAM SER O DENUNCIADO,
AUTOR DO FATO DELITUOSO.

Consubstancia-se ainda nesse contexto fático que as


condições pessoais do denunciado, atinentes ao vínculo no distrito da culpa, vida
pregressa sem nódoa, ocupação lícita, dentre outras, convergem no sentido da
preservação da sua liberdade.

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Isso porque, os fatos trazidos à colação não evidenciam
nenhum dos fundamentos para decretação da custódia preventiva, como fez a

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autoridade coatora.

Página
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso LVII,
consagra o princípio da presunção de inocência, dispondo: “ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”

Nesse diapasão, o art. 8º, I, do Pacto de São José da Costa


Rica, recepcionado em nosso ordenamento jurídico (art. 5º, § 2º da CF/88 – Decreto
Executivo 678/1992 e Decreto Legislativo 27/1992), reafirma, em sua real dimensão
o princípio da presunção da inocência, in verbis:“ Toda pessoa acusada de delito
tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove
legalmente sua culpa”.
E na lição de Mirabete (Mirabete, Júlio Fabbrini. Processo
Penal. 11ª ed., rev., at. – São Paulo: Atlas, 2008. p. 402):

“Sabido que é um mal a prisão do acusado antes do trânsito em julgado da


sentença condenatória, o direito objetivo tem procurado estabelecer
institutos e medidas que assegurem o desenvolvimento regular do processo
com a presença do imputado sem o sacrifício da custódia, que só deve
ocorrer em casos de absoluta necessidade. Tenta-se assim conciliar os
interesses sociais, que exigem a aplicação e a execução da pena ao autor
do crime, e os do acusado, de não ser preso senão quando considerado
culpado por sentença condenatória transitado em julgado”.

Nessa esteira, a prisão cautelar, de nítido caráter instrumental,


é concebida para permitir a aplicação do direito penal material, quando diante de
situações efêmeras e capazes de propiciar a perda da eficácia do provimento final.

De acordo com formulações colhidas na doutrina, entre as


características da custódia cautelar encontra-se a provisionalidade, conectada com a
necessidade momentânea de se manter alguém encarcerado.

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E como tal, a desaparecer referida necessidade, torna-se
imperativo que o juiz revogue a medida extrema, de forma a restituir ao preso sua

11X
liberdade anteriormente cerceada.

Página
Referida postura não impedirá que, no curso do inquérito
policial ou mesmo na ação penal, a prisão venha novamente a ser decretada quando
presentes os pressupostos e requisitos para tanto.

A excepcionalidade da constrição do direito de ir e vir se funda


em vários primados republicanos, entre eles o direito de não ser culpado antes do
trânsito em julgado de sentença condenatória.

Portanto, desdobramento lógico do preceito


constitucional, tem-se que a liberdade é a regra, e a prisão à exceção. Jamais o
inverso.

Destarte, não existindo fatos concretos, como é o caso dos


autos, que indiquem ser o denunciado, um contumaz criminoso, perigoso à
sociedade, com possível reiteração delituosa, caso goze de sua plena liberdade, a
gravidade abstrata do delito, não constitui fundamento idôneo para a decretação de
prisão preventiva.

Assim, diante do exposto, conclui-se, ser a segregação


cautelar, medida mais gravosa que uma possível pena a ser aplicada em
decorrência de condenação, a qual data vênia, não vislumbramos a
necessidade de manter o denunciado em custódia preventiva.

Razão pela qual, os argumentos fáticos e jurídicos expendidos


no transcorrer do presente petitório, coadunam com a revogação da prisão
preventiva decretada em desfavor do denunciado Rodrigo.

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DA ABSOLVIÇÃO

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Conforme informações e provas produzidas pelo próprio
representante do Ministério Público e nos autos, percebe-se a ausência de
quaisquer elementos que levem a conclusão de que o denunciado RODRIGO
GOMES DE OLIVEIRA praticou quaisquer dos crimes a ele imputado.

Da simples leitura da exordial, verifica-se que existe uma


confusão em relação ao nome RODRIGO, que os policiais estão tentando incriminar
uma pessoa inocente, ou seja, colocaram o RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA como
um dos réus, quando na verdade não se tem a certeza do envolvimento dele, pois,
existe a comprovação de outro Rodrigo envolvido nos autos que não é o Rodrigo ora
denunciado.

O suposto denunciado Rodrigo nunca se envolveu com o


tráfico de drogas, o que pode ser comprovado pelos vários reds juntado aos autos
pelos policiais. É réu primário, nunca desviando seu caráter e comportamento para a
vertente criminosa. Da certidão de antecedentes criminais acostada aos autos,
observa-se que de fato, o denunciado trata-se de um indivíduo regrado no
ordenamento jurídico pátrio. Assim, vê-se que nunca teve antecedentes, tampouco
esteve implicado em qualquer questão judicial, sendo via de regra, portador de
bons antecedentes e de uma boa conduta.

Ressalte-se ainda, que o pleiteante é pessoa querida e


respeitada, sendo conhecido pela retidão de seu caráter e honestidade de sua
conduta, sempre voltada para o trabalho e para a família, tanto é verdade, que foi
lhe oferecido emprego, conforme declaração anexa, pois, quem oferecia
emprego a uma pessoa que se dedica ao tráfico de drogas?

A participação do denunciado nos fatos delituosos de tráfico de


drogas consistiu na autoridade policial que quando do depoimento da testemunha
Paula (fl.06), com intenção de incriminar Rodrigo Gomes de Oliveira, citou o nome
completo dele por conta própria, o que foi confirmado na AIJ pela testemunha Paula
(fls. 782/785) de que não citou o nome completo do Rodrigo, que eles na delegacia
que colocaram assim, como já mencionado acima.

Todavia, não se verificam indícios suficientes do envolvimento


do denunciado Rodrigo Gomes de Oliveira no crime de tráfico de drogas descrito na
exordial.

Escritório: Rua João Silva Araújo, 08, sala 205, Ed. Silva Araújo, Centro, Caratinga/MG. CEP 35300-238.
Email: ademir1103@hotmail.com/ ademir1103@gmail.com. Fone: (33) 3321-4853/ 98404-5120/ 99962-0509/ 98809-0509.
Nos termos do artigo 386, inciso VII, do Código de Processo
Penal, o juiz absolverá o réu, desde que reconheça não existir prova suficiente para

13X
a condenação.

Página
M.M.Juiz, a bem da verdade, a prova judicializada, é
completamente estéril e infecunda, no sentido de corroborar com a exordial
acusatória, haja vista, que o Titular da Ação, não conseguiu arregimentar uma única
voz, isenta e confiável, que depusesse contra o denunciado Rodrigo, no intuito de
incriminá-lo do delito que lhe é graciosamente capitulado.

Assim, ante a manifesta anemia probatória hospedada na


presente demanda, impossível é sazonar-se reprimenda penal contra o réu Rodrigo,
embora a mesma seja perseguida, de forma equivocada, pelo denodado integrante
do parquet.

Assinale, que para referendar-se uma condenação na esfera


penal, mister que a autoria e a culpabilidade resultem incontroversas. Contrário
senso, a absolvição se impõe por critério de justiça, visto que, o ônus da acusação
recai sobre o artífice da peça acusatória. Ademais, o Direito Penal não opera com
conjecturas ou probabilidades. Sem certeza total e plena da autoria e da
culpabilidade, não podendo o Juízo criminal proferir condenação”.

Constata-se do acervo probatório, que as provas carreadas aos


autos são frágeis e de pouco valor, haja vista que o acusado não foi flagrado durante
a prática mercantil de drogas. Assim, para uma condenação por um delito tão grave
como o tráfico de drogas, é preciso a certeza da participação do denunciado Rodrigo
Gomes de Oliveira, o que não ficou provado nos autos.

Desta forma, a dúvida autoriza a aplicação do princípio in dubio


pro reo, nesse sentido decidiu recentemente o Egrégio Tribunal de Justiça de Minas
Gerais, in verbis:

EMENTA: ART. 16 DA LEI 10.826/03 - ABSOLVIÇÃO - INSUFICIÊNCIA


PROBATÓRIA - TRÁFICO DE DROGAS - DESCLASSIFICAÇÃO PARA
ART. 28 DA LEI 11.343/06 - NECESSIDADE - SUBTÂNCIA
ENTORPECENTE PARA CONSUMO PESSOAL.
I. Não restando satisfatoriamente comprovada a autoria do delito, a
absolvição é imperativa, como corolário do princípio constitucional

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segundo o qual a dúvida deve ser sempre interpretada favoravelmente
ao apelante.

14X
II. Confirma-se a desclassificação para o delito previsto no art. 28 da
Lei 11.346/06, uma vez encontrada uma quantidade ínfima de
substância entorpecente, própria ao uso pessoal. (TJMG - Apelação

Página
Criminal 1.0701.17.023180-0/001, Relator(a): Des.(a) Alexandre Victor
de Carvalho , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 27/11/2018,
publicação da súmula em 03/12/2018)

Sendo grande quantidade de tóxico apreendida, induz seu


tráfico. Mas ninguém pode ser condenado por simples presunção, motivo por que
para o reconhecimento do delito previsto no art. 33 da Lei 11.343/06, se exige a
prova segura e concludente da traficância. Enfim, temos que nos autos não há
elementos aptos a atestar que o denunciado Rodrigo pratica a atividade ilícita de
tráfico de drogas. O que há, in casu, são frágeis indícios, cujo teor não pode ensejar
uma condenação.

Como sabemos, no processo penal vigora o princípio segundo


o qual a prova, para alicerçar um decreto condenatório, deve ser indiscutível e
cristalina.

Não há prova nos autos, de acordo com a análise dos


depoimentos, do local do fato, das condições em que se desenvolveu a ação, das
circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e os antecedentes do
denunciado, que levem à certeza de que o denunciado Rodrigo praticava realmente
o delito de tráfico de drogas, razão pela qual deve ser absolvido.          

A acusação é de todo improcedente, porque a instrução


criminal não caracterizou a culpabilidade do réu, como visto a acusação poderia ter
produzido outras provas e não o fez.

À luz da Constituição da República de 1988, a presunção de


inocência é o princípio norteador do Direito Processual Penal, o qual tem

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significativa incidência no ônus probatório. Nessa lógica, a premissa básica e
indispensável é a inocência do réu, cabendo ao acusador, o rompimento desse

15X
estado de inocência por meio da comprovação da ocorrência do fato delitivo e de

Página
seu cometimento pelo acusado.
Portanto, diante de todo o exposto, o delito narrado na
denúncia não pode ser imputado ao denunciado, haja vista total ausência de
material probatório apto a dar ensejo a uma sentença condenatória. Para condenar
uma pessoa é preciso haver, nos autos, provas cabais da autoria dos fatos, pois, na
dúvida, deve ser aplicado o princípio “ in dubio pro reo ”.

Sendo assim, o denunciado devem ser ABSOLVIDO, com


fundamento no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, por  não existir
prova suficiente para a condenação.

Por fim, o denunciado declara que não possui condições de


arcar com as custas de um processo.

DO TRÁFICO PRIVILEGIADO DO ART.33 § 4º da Lei nº


11.343/2006
Embora nítida a tese da absolvição por não estar comprovado
que o denunciado o Sr. RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA ter concorrido para o
tráfico de drogas, e ainda, não ter provas suficientes para a condenação, convêm
demonstrar outras situações que devem ser observadas por Vossa Excelência. 

Verificando a situação do denunciado, também deve ser levado


em consideração de que o réu é primário e possui bons antecedentes, e que não
consta em seu desfavor qualquer indício de envolvimento com organização
criminosa, cabível a aplicação do redutor de pena previsto no art.33 § 4º, da Lei
11.343/2006.

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Email: ademir1103@hotmail.com/ ademir1103@gmail.com. Fone: (33) 3321-4853/ 98404-5120/ 99962-0509/ 98809-0509.
O Superior Tribunal de Justiça já assentou não ser suficiente a
conclusão pelo pertencimento à organização criminosa ou dedicação às atividades

16X
criminosas com base exclusiva na quantidade de drogas, veja-se:

Página
84712827 - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL
PENAL. Tráfico de drogas (29,73 kg de maconha e 735 g de cocaína).
Fundamentação utilizada na terceira fase da dosimetria para obstar
concessão da causa de diminuição (§ 4º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006).
Fundamento exclusivo na quantidade de drogas. Impossibilidade.
Precedente. Causa de diminuição reconhecida no patamar de
1/6.agravo conhecido para dar provimento a Recurso Especial.
(Superior Tribunal de Justiça STJ; AREsp 1.385.911; Proc. 2018/0281827-3;
PI; Rel. Min. Sebastião Reis Júnior; Julg. 14/12/2018; DJE 19/12/2018; Pág.
20234) LEI 11343, art. 33

Assim, mesmo sendo grande a quantidade de drogas é


possível a aplicação do tráfico privilegiado nos termos do § 4º do art. 33 da Lei n.
11.343/2006, tendo em vista que o réu é primário e de bons antecedentes e não se
dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Todavia, sendo reconhecida a existência do tráfico privilegiado


do art. 33 § 4º, da Lei 11.343/2006, cabível o requerimento de substituição de pena
privativa de liberdade por restritivas de direitos, pois não mais subsiste vedação
trazida pelo dispositivo. O STF, reconheceu a aplicação a inconstitucionalidade da
exigência da aplicação do regime inicial fechado para crimes hediondos ou
equiparados, constantes no art.2º, § 1º, da Lei 8.072/90, por violação ao princípio da
individualização da pena, não impedindo o regime inicial aberto para o cumprimento
da pena.
DA POSSIBILIDADE DE APELAR EM LIBERDADE

Na busca do caráter ressocializador da pena, a justiça deve


trabalhar para aplicar aquilo que se coaduna com a realidade social.

Hoje, infelizmente, nosso Sistema Prisional é cercado de


incertezas sobre a verdadeira função de ressocialização dos indivíduos que lá são
mantidos, onde em muitos casos trata-se de verdadeira “escola do crime”.

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Com base no princípio da presunção de inocência, previsto na
nossa Constituição Federal em seu art. 5º, inciso LVII, requer o denunciado que

17X
responda ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado, pois as condições
pessoais do acusado lhe são favoráveis pelo fato de não haver reincidência e sua

Página
conduta social não ser questionada.

DOS PEDIDOS

Diante de tudo quanto foi exposto, requer-se:

a) A REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA decretada em


desfavor de Rodrigo Gomes de Oliveira, nos termos do
art. 312, uma vez que cessados os motivos ensejadores da
mesma, conforme exposto acima e documento ora juntado,
determinando-se a expedição, urgente e incontinenti, de
Alvará de Soltura em favor do mesmo para cumprimento
imediato;

b) Absolvição do acusado RODRIGO GOMES DE OLIVEIRA,


pela ausência de provas de que este concorreu para a
prática do crime, nos termos do art. 386, V do CPP, com a
expedição do Alvará de Soltura;

c) Caso não seja este o entendimento, que seja absolvido por


não existir prova suficiente para a condenação, com base
no art. 386, VII, do CPP, com a expedição do Alvará de
Soltura;

d) Subsidiariamente, a aplicação da causa de diminuição do


art. 33 § 4º, da Lei 11.343/2006, fixando no mínimo legal,
convertendo-a em restritiva de direitos, conforme
entendimento pacificado pelo STF;

Escritório: Rua João Silva Araújo, 08, sala 205, Ed. Silva Araújo, Centro, Caratinga/MG. CEP 35300-238.
Email: ademir1103@hotmail.com/ ademir1103@gmail.com. Fone: (33) 3321-4853/ 98404-5120/ 99962-0509/ 98809-0509.
e) Aplicação do regime inicial aberto de cumprimento da pena;

18X
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f) Por necessário, ad argumentum, caso Vossa Excelência
entenda pela condenação, requer que a pena seja fixada no
mínimo legal e que o denunciado possa apelar em
liberdade;

g) Seja concedido os benefícios da gratuidade da justiça, nos


termos previstos no inciso LXXIV, do art. 5º da Constituição
Federal, c/c Art. 98, do Código de Processo Civil.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Caratinga, 13 de dezembro de 2019.

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