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1 – Bioenergética
Toda função biológica necessita de energia. MCARDLE et al. (1998; p.85) colocam que “é difícil
definir energia em termos concretos de dimensões, formas ou massa. O termo energia implica um
estado dinâmico, uma condição de mudança, pois a presença de energia é revelada somente quando
ocorre uma mudança... Dentro deste contexto, energia pode ser definida como a capacidade de realizar
trabalho”, sendo este definido como a aplicação de uma força através de uma distância. Assim, energia
e trabalho são conceitos inseparáveis.
FOSS & KETEYIAN (2000; p.18) citam que existem seis formas de energia: nuclear, luminosa,
térmica, elétrica, química e mecânica, sendo que as leis físicas da termodinâmica preceituam que a
energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada de uma forma para outra, onde
qualquer redução em uma forma de energia corresponde a um aumento equivalente em outra forma.
Os autores citam ainda que toda energia em nosso sistema solar tem origem na energia nuclear
do Sol. Parte desta energia alcança a Terra na forma de energia luminosa. Esta energia luminosa é
armazenada na forma de energia química pelas plantas ao elaborar moléculas energéticas e estruturais
a partir de dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), num processo chamado fotossíntese.
Ao nos alimentarmos das plantas e de outros animais, decompomos o alimento em suas
moléculas constituintes e posteriormente as desintegramos, num processo metabólico chamado
respiração celular.
Também conhecido como Sistema dos Fosfagênios, ou ATP-PC, representa uma fonte imediata
de energia para o trabalho muscular.
Além do ATP, as células possuem uma outra molécula de fosfato de alta energia, chamada
fosfocreatina (PC). Em presença da enzima fosfoquinase, a PC se decompõem e libera energia. Esta
energia é utilizada para ligar um fósforo inorgânico (Pi) a uma molécula de ADP, formando o ATP. Este
sistema é rápido, principalmente, por estar disponível no sarcoplasma, requerer poucas reações
químicas e não necessitar de oxigênio.
A capacidade de produção deste sistema é muito limitada, podendo sustentar as necessidades
energéticas dos músculos por 3 a 15 segundos (COSTILL)
b) SISTEMA ANAERÓBICO LÁCTICO
Também conhecido como Sistema do Ácido Láctico, ou Glicólise Anaeróbica, representa uma
fonte intermediária de energia. Suas reações químicas no catabolismo da glicose (carboidratos), sendo
que o glicerol, fruto da degradação dos triglicerídeos, também é aceito nas reações intermediárias da
glicólise. em ácido láctico.
FOSS & KETEYIAN (2000) e MCARDLE et al. (1998) explicam que durante este processo, que
ocorre no citoplasma celular (citosol), dois pares de átomos de Hidrogênio são arrancados do substrato
e seus elétrons são transferidos para moléculas carreadoras de hidrogênios, o NAD+ (nicotinamida
adenina dinucleotídeo), a fim de formar NADH. Assim, o saldo final da glicólise é a produção de 2 ATPs,
a formação de 2 NADH e a liberação de 2 moléculas de ácido pirúvico.
O destino do ácido pirúvico depende da presença ou não de Oxigênio. Na falta sua falta, o ácido
pirúvico é convertido em ácido láctico, e este em lactato. Em presença de oxigênio suficiente, o ácido
pirúvico é convertido em piruvato, este é transformado em acetil, que . penetra no interior das
mitocôndrias, forma o acetil-Coenzima A e entra no segundo estágio de desintegração dos carboidratos.
O principal fator limitante desto sistema anaeróbico láctico não é a depleção de energia, mas o
acúmulo de lactato no músculo.
WILMORE & COSTILL (2001) explicam que o ácido láctico e o lactato não são o mesmo
componente. O ácido láctico é um ácido com a fórmula química C3H6O3, enquanto o lactato é qualquer
sal do ácido láctico. A glicólise anaeróbica produz o ácido láctico, mas ele rapidamente se dissocia e o
sal é formado. Por esta razão, os termos são muitas vezes utilizados de forma intercambiável.
c) SISTEMA AERÓBICO
FONTE: WATSON; Biologia Molecular da Célula – 3a ed –Porto Alegre: Artes Médicas,1997; p. 661
GREENHAFF et al. (2000) explicam que a transferência de elétrons provoca o bombeamento dos
íons de H+ da matriz interna da membrana da mitocôndria par um espaço entre as membranas interna e
externa. A Alta concentração de carga positiva nessa região faz com que os íons H+ voltem para a matriz
mitocondrial. Neste processo, os íons são transferidos de um nível de energia mais alta para um mais
baixo. Essa energia acaba sendo utilizada para a formação de ATP, num processo chamado de
fosforilação oxidativa. No final da cadeia, o H+ combina-se com o oxigênio para formar água. Assim, a
Cadeia transportadora de elétrons possui um saldo final de 16 ATP e 6 moléculas de água por molécula
de piruvato.
Assim, como cita MCARDLE et al. (1998, p.109), a desintegração completa de uma molécula de
glicose no músculo esquelético representa a produção total de 36 (trinta e seis) moléculas de ATP.