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JESUS NO ENEAGRAMA

TIPO 1: Pedagogia, tolerância, paciência

Como judeu, Jesus valorizava a Lei e não queria aboli-la, mas completá-la (Mt 5,17). Queria
que a Lei fosse cumprida, não de modo formal e moralista, mas assumida como verdadeira
justiça, para que as boas obras brotassem de um coração novo e não fossem apenas
cumprimento do dever (Mt 5,20).

No sermão da montanha, Jesus diz: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste e perfeito” (Mt
5,48). Essa idéia, tão discutida, volta em Mt 19,21, quando Jesus chama o jovem rico à
perfeição. Mas a idéia da perfeição cristã (melhor seria dizer: da santidade) vai além das
tentativas morais e dos ideais que cada um se impõe. Só a experiência do amor incondicional
de Deus leva à aceitação do pecado próprio, no caminho da conversão. Para o Tipo 1, o
Evangelho diz que nos tornamos perfeitos à medida que aceitamos nossas imperfeições como
parte do processo de crescimento.

Jesus não reprimiu sua ira, nem a escondeu atrás de uma fachada simpática. Em Mc 3,1-6, que
relata a cura de um homem que tinha a mão seca, Jesus olha para os fariseus com “indignação
e tristeza” ao perceber seus interesses. Em Mc 9,19 mostra sinais de impaciência com seus
discípulos: “Ó gente incrédula, até quando vou suportã-los?”.

Jesus não era pessoa de moral dupla. Ele fazia aquilo mesmo que falava. Era um professor
brilhante: as parábolas, as comparações e, sobretudo, o seu exemplo eram uma escola de vida
para os discípulos. Apesar da lentidão dos discípulos para com preender, Jesus era paciente e
sempre fazia novas tentativas, apresentando a mensagem de modo simples e acessível.

Jesus não condenava ninguém e não tolerava que as pessoas julgassem uma as outras. Perdão
e reconciliação são palavras-chave em sua boca, como sinais de um recomeço, de uma nova
chance de ser (Jo 8,1 1).

As parábolas sobre o crescimento (Mc 4) são muito diretas para o Tipo 1, que é perfeccionista
e apavorado, convidando ã confiança na evolução lenta do Reino de Deus. A paciência consigo
mesmo, com os outros e com Deus é o caminho para o Tipo 1 se tornar verdadeiro mestre da
verdade e da justiça.

TIPO 2: Assistência, misericórdia, solidariedade

A palavra Jesus significa “Deus salva” ou “Deus ajuda”. E muito fácil visualizar a figura de Jesus
como aquele que atende as necessidades corporais e espirituais das pessoas: o pastor que vai
em busca da ovelha perdida, o amigo que acolhe e abraça as crianças. Jesus entendeu sua
missão como “o servo de todos”: “Não vim para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28). E sua
morte na cruz é o gesto máximo de entrega e doação.

Quando ele cura os dez leprosos (Lc 17,11-18), sente a ingratidão dos nove curados que não
voltam para agradecer e se alegra com a gratidão do único que reconhece seu amor.
Foi extremamente solicito e solidário, mas sem manipular as necessidades dos outros e sem
querer “comprar” o amor de Deus e o reconhecimento humano. Jesus percebia suas próprias
necessidades, por isso se retirava para conversar com o Pai e recuperar suas forças. Ele não só
amava, mas também aceitava o amor dos outros (Jo 12,155), deixando que a mulher ungisse
seus pés.

Na agonia, ao aproximar-se a morte, pediu aos discípulos que o ajudassem naquele momento
de luta espiritual. Partilhou com eles seu medo e ficou triste quando adormeceram na hora
mais difícil.

Jesus não prendia as pessoas: mandou para casa alguns que queriam segui-lo e, depois da
morte e ressurreição, confiou aos discípulos a continuidade de sua missão, sem a presença
fisica dele.

O Tipo 2 é chamado à liberdade: a liberdade de não se prender aos outros nem deixar os
outros presos a si, a liberdade de ajudar gratuitamente e se deixar ajudar, a liberdade de estar
só e de estar em companhia dos outros. Em Jesus, o Tipo 2 encontra o modelo da pessoa que
ama e liberta, que ama sem perder a liberdade e sem “usar” a liberdade dos outros.

TIPO 3: Ambição, ativismo, visão

Jesus tinha uma visão clara de seu ideal: o Reino de Deus. E tudo fazia para realizar essa
missão, empenhando nisso a vida toda. Assumiu o papel que Deus lhe confiou e identificou-se
com sua vontade. Na sinagoga de Nazaré apresenta claramente seu programa, ao citar o
profeta Isaias (Lc 4,16-21), e se auto-apresenta como o protagonista do plano de Deus.

Concentrando-se nessa missão, sente também as tentações, na narrativa do deserto (Mt 4,1-1
1), e afasta a sedução do ter, do status, do sucesso imediato, do êxito aplaudido. Depois da
multiplicação dos pães, quando a multidão queria fazê-lo rei, ele se afasta. Resistiu à tentação
do tipo 3: procurar o sucesso sem fracasso e rejeição, fazer milagres para receber aprovação
pública, querer a vitória sem passar pela cruz.

Jesus era um líder. Escolheu seus companheiros e tornou-os capazes de agir esponsavelmente.
Delegava neles sua atividade de pregar e curar, e deixou claro que eles iriam partilhar seu
destino de sofrimentos e perseguições. Sua capacidade de comunicação era impressionante.
Sabia como falar às massas e para cada situação encontrava a palavra adequada. Sabia discutir
com os doutores e sabia comunicar-se com os pequenos do povo.
O fracasso afetava Jesus: quando entrou em Jerusalém, chorou sobre a cidade, porque esta
não reconheceu a paz que ele vinha trazer (Lc 19,4lss e Mt 23,37). Mas Jesus tinha consciência
clara de que a vitória de sua missão passava pelo paradoxo da derrota e da rejeição. Isso
porque a confiança que tinha no Pai era maior que o medo da derrota e do fracasso. Só esta
confiança em Deus pode fazer com que o Tipo 3 não fique apegado aos seus sucessos
aparentes ou à segurança do dinheiro e do status.

TIPO 4: Criatividade, sensibilidade, naturalidade

Jesus era muito sensível ao meio ambiente e tinha uma vida sentimental muito rica.
Expressava sua alegria (Mt 11,25-27) e se entristecia (Lc 22,39-46). Várias vezes os Evangelhos
falam que ele chorou: ao receber a notícia da morte de seu amigo Lázaro (Jo 1 1,35); ao ver a
situação do povo, sentindo compaixão (Mt 9,36; 15,32). Deixava-se possuir pela tristeza e não
se envergonhava de suas lágrimas.

Tinha uma sensibilidade especial para a beleza da natureza: encantava-se com os lírios do
campo e as aves do céu (Mt 6,2855; 10,29). Jesus também tinha sensibilidade especial para o
simbólico e para os efeitos dramáticos: a água no poço, a mulher que procura a moeda
perdida, os trabalhadores brigando pelo salário, os milagres, a saliva misturada com terra para
curar o cego (Jo 9,6), a entrada em Jerusalém montado num burrinho (Mt 21,1-9), fazer secar a
figueira (Mt 21,18-22), o pão e o vinho na última ceia. Isso lembra o agir simbólico tão
característico dos profetas do Antigo Testamento.

Usa o “psicodrama” ao esperar os discípulos na beira do lago, com a fogueira acesa,


perguntando três vezes a Pedro se este o ama (Jo 21,1-17). Mas, apesar dos efeitos
dramáticos, Jesus tinha um jeito de viver e de falar muito natural.

Como o Tipo 4, também ele não aceitava a divisão entre sagrado e profano. O mundo todo
estava perpassado pela sacralidade e o mais sagrado era também o mais natural. Embora
cercando-se de amigos próximos, afastava o cheiro de elitismo, convidando precisamente
pessoas simples do povo, e quando os discípulos discutiam acerca de lugares especiais, ela
falava sobre a humildade e o serviço (Mt 18,4).

Embora rejeitado pela própria família, pela sua terra e pelos poderosos, e apesar de seus
próprios discipulos não o compreenderem, Jesus não cai na autocomiseração melancólica.
Apesar do medo da derrota, não abandona seu caminho.

TIPO 5: Distância, sobriedade, sabedoria

Jesus sabia distanciar-se, retirar-se, buscar para si um lugar tranqiiilo, “protegendo-se” do


assédio e das exigências da família e do povo. Quando se perde na visita ao Templo, aos doze
anos, manifesta sua sabedoria entre os doutores (Lc 2,40-52). Quando sua família o procura,
ele se desapega dos laços familiares, dizendo que sua família são aqueles que ouvem a palavra

e a praticam (Mt 2,46-50). Jesus recusa o seguimento de alguns ousados e imprudentes (Lc
9,57ss; 14,28-30). No sermão da montanha, exorta os discípulos a serem sábios e a não
construírem a casa sobre a areia (Mt 7,24-27).

Sua doutrina era profunda e pensada. As pessoas reconheciam que ele sabia o que estava
falando (Mt 7,28ss). Jesus se retirava frequentemente para a solidão, a fim de ordenar suas
impressões e buscar seu equilíbrio através da oração. Mas ele não cedeu à tentação de ficar
como espectador imparcial do mundo: a encarnação revela precisamente a proximidade e o
engajamento total.

Jesus recusava também a arrogância intelectual e nunca deixava de partilhar com os outros os
seus conhecimentos, mesmo que não os entendessem. Sua sabedoria era profunda e
reconhecida, mas não era puro saber intelectual: era a sabedoria que brotava da vida, do
contato com a realidade e da comunhão profunda de Deus.

TIPO 6: Fidelidade, obediência, confiança

Jesus tinha uma “autoridade interna”, uma autoconfiança profunda, nascida de sua confiança
no Pai. Essa confiança interna mantinha-o livre em relação a autoridades e normas externas:
em relação à Lei, às tradições, opunha-se às normas que escravizavam o homem (Mc 2,27),
embora frequentasse a sinagoga. Chama Herodes de “raposa” (Lc 13,32); toma uma posição
profunda sobre a questão dos impostos (Mc 12,17) e é acusado por isso (Lc 23,2).

Obediente, no sentido mais profundo da palavra, Jesus só era em relação ao Pai e à sua
missão. Mas, nesse caso era obediente até ao fim (Fl 2,6-8). Constantemente Jesus convidava
as pessoas a vencer o medo e a confiar em Deus (Mc 5,36; Jo 16,33). Ele mesmo superou o
medo da morte através da confiança em Deus (Mc 14,36).

Não aceitava a pretensão de hierarquia entre seus discipulos (Mt 20,25-27), mas, antes,
apontava o critério do serviço. Jesus era perspicaz para perceber os motivos escusos dos

seus adversários, mas isso não o deixava de pé atrás em relação às pessoas: pelo contrário, ia
ao encontro delas, convivia sem preconceitos e medos, confiava. Mesmo em relação aos
grandes e poderosos, de quem conhecia bem as intenções, Jesus não os isolava nem evitava o
contato com eles.

“Não tenhais medo” é uma das frases mais repetidas no Evangelho. O cristianismo autêntico e
genuíno é uma religião de liberdade plena, de responsabilidade pessoal e comunitária, e nunca
uma religião de seguranças externas.
Mesmo nos momentos de dúvida, o medo não impede Jesus de agir e de seguir sua missão.
Pela confiança em Deus, ele encontra a autoconfiança para continuar seu projeto.

TIPO 7: Festividade, alegria de viver, sofrimento

Jesus não era um asceta ou um homem triste. Seu movimento era criticado em comparação
com o movimento de João Batista, porque seus discípulos não jejuavam (Mt 9,15). Sua
mensagem do Reino e alegre, e ele mesmo gosta de enfeitar a realidade do Reino com a
imagem de banquete, casamento, festa.

A alegria de viver e a sensibilidade às coisas boas da vida eram tão fortes que ele e seus amigos
eram acusados de “comilões e beberrões” (Mt 11,19). Aceitava convite para comer em casa
das pessoas, sem fazer distinção de sua classe social. Jesus começa o seu ministério numa festa
em Caná, preocupando-se com a falta do vinho, para que não se estrague a festa (Jo 2,1-11). A
história da multiplicação dos pães mostra que não se interessa apenas pelo bem espiritual,
mas pelo bem-estar corporal das pessoas (Jo 6,1-15).

Sua mensagem poderia ser resumida na idéia de que Deus gostaria que os homens se
alegrassem. Seu nascimento é anunciado como uma grande alegria (Lc 2,10), e antes da

morte pede que a tristeza dos discípulos se converta em alegria e sua alegria seja completa (Jo
16,20; 15,11). Mas o mesmo Jesus adverte contra a falsa alegria: “ai de vós, ricos, fartos,
elogiados...” (Lc 6,24-26). A alegria pascal não existe sem a cruz: Jesus não elude o sofrimento,
mas o assume como caminho de ressurreição e deixa claro que também para nós esse é o
preço da vida.

Diz o Evangelho que, sofrendo na cruz, Jesus se recusou a beber vinagre misturado com fel,
uma bebida usada como entorpecente, e suportou a dor física e psicológica, até o sofrimento
de experimentar o abandono de Deus (Mt 27,34-46).

TIPO 8: Confrontação, clareza, plenos poderes

Jesus tinha grande autoconfiança e defendia suas opiniões de forma independente e segura.
Sabia o que queria e sabia como querer. Nunca usou disfarces e rodeios para dizer o que
pensava. Ensinava aos discípulos: “Que o vosso sim seja sim e o vosso não seja não! (Mt 5,37).

A atitude clara e decidida de Jesus ameaçava os círculos dominantes. O povo sentia sua
autoridade interna; os simples sentiam nele proteção e defesa de suas causas. Os adversários
buscavam sempre pega-lo em falso, mas Jesus conseguia virar o jogo, desmascarando-os e
deixando-os envergonhados.
Jesus provocava seus opositores e não os deixava sem resposta. Entrou no Templo com o
chicote e expulsou os vendilhões que exploravam o povo. Suas parábolas eram recados diretos
para os fariseus e para os poderosos, e dizia frases duras sobre eles: “Ai de vós... cegos
guiando cegos” (Mt 21,23). A imagem de Jesus como meigo e doce é unilateral: quando era
preciso, ele sabia ser severo em suas palavras e ações. Quando fala para “oferecer a outra

face" coloca aí a perspectiva de uma não-violência ativa. Está do lado dos fracos e toma seu
partido. É severo com os poderosos, mas muito carinhoso com os pequenos (Mc

10,13; Jo 8,3).

Jesus era forte, mas não era invulnerável. Resistiu à tentação do poder, quando teria sido fácil
conquista-lo. Escolheu a força da fraqueza, para desmascarar a fraqueza da força.

TIPO 9: Serenidade, pacifismo, amor

Jesus era uma pessoa que irradiava paz e serenidade, apesar do seu trabalho intenso. Ele diz:
“Vinde a mim. .. que sou manso e humilde de coração... pois meu fardo é leve e meu jugo é
suave” (Mt 11,28-30). Nas situações mais difíceis, mantinha a calma: no meio da tempestade,
dormia no barco. Esta calma é sinal da paz interior e da confiança em Deus (Mt 4,35-41).

No Antigo Testamento o sono era considerado dom de Deus: “Em paz me deito e logo
adormeço, porque só tu, Senhor, me fazes viver em segurança” (Sl 4,9). Mas a Bíblia

também condena o sono enquanto fuga das decisões importantes: Jesus critica os discípulos
por adormecerem na agonia do Horto, por não se sentirem preparados para enfrentar o
momento, e diz: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação” (Mt 26,41). A calma de Jesus
nada tinha que ver com falta de iniciativa. O amor o torna ativo. Agia de modo decidido e
objetivo. Não temia conflitos nem fugia de suas responsabilidades, mesmo quando isso
acarretava problemas para ele.

O seu Reino é de paz! Mas a violência do amor é requisito para aqueles que o querem seguir.

Há momentos de hesitação, de confusão interna, como durante a agonia. Mas não foge deles
nem se acomoda: enfrenta, discernindo a vontade de Deus e agindo de acordo com ela.

As pessoas se sentem bem em sua companhia, nele encontram tranquilidade e paz, mas Jesus
as desperta para a ação, para o compromisso, para a luta.

Busca a tranquilidade e o repouso, não como escape, mas como momentos de recuperar o
eixo de sua vida e reunir energias para continuar a missão. Nada o dispersa desta missão
assumida.

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