O COVID-19 chegou à minha escola, paróquia, lar de idosos,
ATL… O que devo comunicar, como e a quem? Três assessores de comunicação apontam os “dos and don’ts” 6. Acompanhe a situação e actualize 2. Não culpe ninguém. Num mo- informações. Não deixe cair o as- mento difícil é inútil e é contraprodu- 1. Dê prioridade à saúde das pes- sunto, porque ele não vai morrer, ape- cente vir falar de culpas ou responsa- soas. Só depois, comunique. Siga, pois, nas ser alimentado por outras fontes, bilidades de outros. As pessoas não as orientações de prevenção e cuida- não oficiais e menos credíveis. precisam nem querem isso. Estão com dos disponíveis no site da Direção ge- outras preocupações. Parecerá al- ral da Saúde (www.dgs.pt), na linha de 7. Seja sensível ao sofrimento das guém autocentrado, alheio às preocu- saúde 24, ou através do delegado de pessoas. As pessoas infectadas sen- pações de todos. Se precisar de no- saúde da sua zona. tem-se doentes, os familiares e amigos mear alguém, por algum motivo, faça- sofrem com a doença dos outros. E o de forma responsável e consciente, 2. Tome a iniciativa da comunica- muitas pessoas estão inquietas e inse- salvaguardando a sua integridade pes- ção. Se o fizer, é a si que vão recorrer. guras. Todo esse sofrimento merece soal e profissional e toda a informação Se a informação que der for verda- respeito. Que sempre se note que é so- sensível a seu respeito. deira e serena, é em si que vão confiar, lidário com toda essa dor, e que está mesmo que as notícias não sejam po- disponível para ajudar no que for pos- 3. Não se desculpe ou desresponsa- sitivas. Contudo, faça-o com rapidez e sível. bilize. Pode até ter razões para isso, de uma vez só, pois a velocidade a que mas também não é o momento. A pre- circula atualmente a informação, facil- 8. Dentro do possível ofereça sere- ocupação deve estar centrada no es- mente fará com que a mensagem de nidade. Mesmo em circunstâncias di- sencial: na saúde e na tranquilização outros chegue primeiro do que a sua fíceis é possível estar tranquilo. O cris- das pessoas. De novo, não dê a enten- tão sabe que Deus assiste sobretudo der que está mais preocupado com a 3. Pense em quem precisa da sua in- nos momentos duros. A sua paz e sere- sua imagem e respeitabilidade. formação. Primeiro, utentes, seus fa- nidade na adversidade são importan- miliares e autoridades. Não esqueça os tes para que a sua mensagem seja bem 4. Não tenha pressa. As crises demo- seus parceiros, como fornecedores, aceite, compreendida e valorizada. ram o tempo que tiverem de demorar, clientes, instituições do mesmo sector não o tempo que gostaríamos que de- ou serviço. E – muito importante – os 9. Alimente uma sóbria proximi- morassem. Se for constante em comu- vizinhos. dade se o distanciamento for imperi- nicar bem, de forma clara, relevante e oso. O isolamento e, pior, a solidão, po- atempada estará a contribuir para o 4. Pense como enviar informação. dem ser a mais pesada das pobrezas. bem da sua comunidade e a fazer a di- Use o seu site, blogue, email, redes so- Em caso de suspensão de funciona- ferença num momento de adversi- ciais, mas não se fique pela atitude mento, as estratégias para manter a dade. passiva. Aja! Pense em “listas de distri- relação e as ajudas para o aproveita- buição” de whatsapp, sms colectivos. mento útil do tempo, serão muito bem 5. Não reencaminhe informação Lembre-se que o digital não cobre a recebidas. não confirmada. Por mais relevante população toda e que existem franjas que lhe possa parecer aquele vídeo frágeis que não podem ser excluídas apelativo que recebeu, lembre-se que da comunicação. nem toda a informação que circula é fi- dedigna, factual ou confiável. Cuidado 5. Diga só a verdade. Seja o mais ob- com o que reencaminha a terceiros, jectivo possível sobre os factos, procu- 1. Não fique calado. Nem o problema pois pode contribuir para alimentar rando, contudo, preservar a intimi- se vai resolver por si mesmo, nem vai um ciclo de engano e desinformação. dade e privacidade das pessoas. Não passar despercebido. O silêncio poten- Verifique antes a fonte da informação. tenha medo da verdade. A verdade é cia a especulação, rumores e desinfor- sempre o mais tranquilizador. É o mação, tudo aquilo que se pretende Nota final: Mais importante do que maior investimento na sua fiabilidade. evitar. Do silêncio nasce a sensação reagir é antecipar, definindo procedi- Diga o que fez, o que devia ter feito, o profunda de que os responsáveis ou mentos de comunicação, meios a utili- que pensa fazer. Não tenha medo de são culpados ou têm a situação fora de zar e porta-vozes. Antes que chegue a errar e de reconhecer o erro. controlo. crise.
José Aguiar ALL Comunicação
Rita Carvalho Gabinete de Comunicação da Companhia de Jesus Pedro Gil Gabinete de imprensa do Opus Dei