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5-31

5.5 Sistema em P.U. para Transformadores Trifásicos

O cálculo em pu envolvendo transformadores trifásicos segue os


mesmos princípios aplicados para os transformadores monofásicos, e
requer que as tensões de base nos dois lados do transformador
tenham a mesma relação das tensões nominais de linha-linha entre
primário e secundário do transformador.

Como citado anteriormente, são quatro os tipos de conexões mais


usuais em transformadores trifásicos: Y-Y, Y-Δ, Δ-Y, Δ-Δ. Em p.u., para
valores de base iguais aos valores de tensões nominais, com relação
de magnitude em p.u. 1:1, o circuito equivalente para cada tipo
conexão é mostrado a seguir.

Será demonstrada a relação de transformação “a” em pu apenas para


a conexão Y-Δ. Lembrando do Capítulo 4 que:

VAB
a = a ∠ + 30D = (5.51)
Vab

A obtenção de “a” em pu:

VAB
VLL ,1b 1
a pu = ∠ + 30D = a ⋅ ∠ + 30D = 1∠ + 30D (5.52)
Vab a
VLL ,2b

em que VLL,1b é tensão de linha de base do primário e VLL,2b é tensão


de linha de base de secundário. Se tensões de linha fossem
substituídas por tensões de fase, o resultado não sofreria mudança.

Vale a pena relembrar que a relação entre os ângulos de fase entre


tensões e correntes de primário e secundário é a mesma qualquer que
seja o tipo de conexão dos transformadores, i.é.,

∠(V1/V2)= ∠(I1/I2) (5.53)

Profa Ruth P.S. Leão Email: rleao@dee.ufc.br HP: www.dee.ufc.br/~rleao


5-32

Isto significa dizer que se a tensão de primário é, por exemplo,


adiantada de 30º da tensão de secundário, a corrente de primário
também será adiantada de 30º da corrente de secundário. Como
conseqüência tem-se que:

Z1
= a
2
(5.54)
Z2

Os circuitos equivalentes monofásicos de transformadores trifásicos,


com relação de transformação normal e em pu, são mostrados na
Figura 5.4.

Y-Y Y-Y:

Y-Δ Y-Δ

Δ-Y Δ-Y

Δ- Δ Δ- Δ

Figura 5.4: Circuitos Equivalentes.

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Note que em pu a magnitude de tensão de primário é a mesma da


tensão de secundário, no entanto existe a defasagem entre essas
tensões para as conexões Y-Δ e Δ-Y. Portanto, independente do tipo
de conexão do transformador, a magnitude em p.u. da tensão,
corrente e impedância é a mesma quer no lado primário, quer no lado
secundário.

5.6 Transformadores com Relação de Transformação Fora do


Nominal

" O transformador além da função de conversão de energia pode


exercer a função de regulação de tensão. Neste caso, a relação de
transformação de operação ‘a’ pode diferir da relação de
transformação nominal, sendo esta última, em geral, tomada como de
base.

Quando o transformador opera com relação de transformação


diferente da relação de transformação nominal por estar o
transformador com tape fora do nominal, tem-se que:

V1=aV2 (5.55)

A relação das tensões de base, tomada como sendo igual à relação


das tensões nominais, é dada por:

V1b = abV2b (5.56)


Resultando em:

V1 a V2
= ⋅ (5.57)
V1b a b V2 b
com
V1,pu=apuV2,pu (5.58)

podendo apu ser diferente de 1, e a diferença de tensão em pu entre


primário e secundário passa a existir para apu≠1.

Considere o exemplo de um transformador de distribuição monofásico


com derivação no secundário e relação de tensão 220V:110/115/120V.

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Isto significa que se aplicada uma tensão de 220V no primário do


transformador, ao ser utilizada uma relação de espiras a1= 2, a tensão
de primário será 110V. Se a relação de espiras for a2=1,91, para uma
tensão de primário de 220V tem-se uma tensão de secundário igual a
115V. De forma semelhante, se o segundo tape do transformador for
utilizado, a tensão no secundário será de 120V e a3=1,84.

Considerando que a relação de transformação nominal deste


transformador é de 220/110, i.é., a1=2, se a tensão de operação no
primário é de V1=198V, e se o transformador operar em sua relação de
espiras nominal, a tensão no secundário é então igual a V2=99V, cerca
de 10% abaixo do valor nominal. Se, no entanto, a relação de
transformação é alterada para 220/115V, isto é, a2=1,913, a tensão no
secundário correspondente à tensão de primário de V1=198V será de
V2=103,5V, cerca de 6% abaixo do valor nominal. Para aumentar a
tensão de operação no secundário, a relação de transformação
diminuiu de 2 para 1,913.

A relação de transformação em pu para a condição de operação de


tape fora da relação nominal é obtida como:

a2 1,913
a pu = = = 0,96
ab 2

A representação unifilar do transformador, operando com relação de


transformação fora do nominal, é mostrada abaixo.

Fig.5.5 Diagrama Unifilar de Transformador com Derivação.

Considerando 220V como a tensão de base do primário, e a relação


de transformação de base igual à nominal, tem-se:

V1b = 220V

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ab=2

Para uma tensão de operação V1=198V expressa em pu:

198
V1pu = = 0,9pu
220

No entanto, a relação de transformação de operação é:

220
a atual = = 1,913
115

O que corresponde em pu:


1,913
a pu = = 0,96pu
2

A tensão no ponto 2 em pu na Figura 5.5 é dada por:

1 0,9
V2 pu = V1pu = = 0,94pu
a pu 0,96

A tensão V1pu≠V2pu por estar o transformador operando fora da relação


nominal. V2pu é, no entanto, 6% abaixo do valor nominal como
demonstrado anteriormente.

Uma relação apu=0,96 significa que:

⎛ N1 ⎞
⎜ N ⎟
⎝ 2 ⎠ atual
<1
⎛ N1 ⎞
⎜ N ⎟
⎝ 2 ⎠ base

ou
⎛ N1 ⎞ < ⎛⎜ N 1 ⎞
⎜ N ⎟ ⎟
⎝ 2 ⎠ atual ⎝ N 2 ⎠ base

Portanto, se a derivação está no primário, N1,atual < N1,base; se a


derivação está no secundário, N2,atual > N2,base. Normalmente a
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derivação está no lado de alta tensão por ser a corrente em alta


tensão menor do que a corrente em baixa tensão, e a mudança de
tape, quando em carga, provocar menor desgaste devido à presença
de arco elétrico.

5.7 Transformadores em Paralelo

A operação de transformadores em paralelo pode ser motivada por


necessidades de expansão, redundância ou conveniência. Para que
esta seja viável, as tensões nos enrolamentos secundários devem ser
muito próximas – caso contrário, os transformadores de tensão mais
baixa se transformarão em cargas para os de tensão mais alta,
originando correntes de circulação.

Considerando a situação em que dois transformadores diferentes são


conectados em paralelo conforme mostra a figura abaixo, verifica-se
que o transformador A tem relação nominal de 69/12,47 kV, enquanto
o transformador B apresenta relação de 70,73/12,47 kV.

Figura 5.6 Transformadores de Diferentes Relações de


Transformações Conectadas em Paralelo.

Se a tensão de 12,47kV for selecionada como tensão de base de


secundário, a correspondente tensão de base no primário pode ser
calculada usando a relação de transformação de um dos
transformadores.

Se a relação de transformação do transformador A for usada, a tensão


de base do primário será:

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69kV
Vb1 = .12.47 kV
12.7 kV
= 69kV

Se, por outro lado, o transformador B for escolhido, a tensão de base


no primário será:

70.73kV
Vb1 = .12.47kV
12.7kV
= 70.73kV

Não é possível a existência de duas tensões de base para um mesmo


segmento de um sistema de potência. A esta ocorrência denomina-se
de choque de base.

Em havendo choque de base sabe-se, entretanto que uma tensão de


base deverá ser escolhida e que uma única relação de transformação
deve ser adotada, quer seja a do transformador A, quer seja a do
transformador B.

Ora, a relação de transformação do transformador A e B são


respectivamente:

VNom1 69
aA = = = 5,53
VNom 2 12,47

VNom1 70,73
aB = = = 5,67
VNom 2 12,47

Se a relação de transformação do transformador A for escolhida como


a relação de base tem-se que

Vb1 69
ab = = = 5,53
Vb 2 12,47

A relação de transformação em pu para o transformador A e B é dada


por:
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5-38

a
a puA = A = 1
ab

a 5,67
a puB = B = = 1,025
a b 5,53

Portanto, a relação de 1:1 foi perdida para o transformador B embora


tenha se mantido para o transformador A. A representação dos
transformadores em paralelo é vista como:
1 2

3
Figura 5.7 Representação Unifilar de Transformadores em Paralelo
com Diferentes Relações de Transformação.

Que transformador experimentará uma maior queda de tensão em sua


reatância de dispersão? Neste caso como aBpu=1,025 significa que a
tensão no ponto 3 será menor que em 1 pois aBpu>1. Em assim sendo,
a queda de tensão em XB será menor que a queda de tensão em XA
fazendo com que a tensão em 2 seja a mesma qualquer que seja o
ramo paralelo considerado.

ΔVXA,pu= V1pu - V2pu (5.59)


ΔVXB,pu= V3pu - V2pu

Como V2,pu é o mesmo para as duas equações, tem-se que:

1
ΔVXA,pu = V1pu - V3pu + ΔVXB,pu = (1 - )V1pu + ΔVXB,pu (5.60)
a Bpu

Note que para aBpu=1 a queda de tensão ΔVXA=ΔVXB. Neste caso tem-
se:
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5-39

X A ,pu I B,pu
= (5.61)
X B,pu I A ,pu

o que implica que o transformador com menor reatância em pu


circulará por ele uma maior corrente.

Se, no entanto aBpu>1 o valor entre parêntese na equação acima será


positivo e resultará em ΔVXA>ΔVXB. Se, por sua vez, aBpu<1 então
ΔVXA<ΔVXB.

Portanto, para o caso em estudo a queda de tensão no transformador


A deverá ser maior que a queda de tensão no transformador B.
Mesmo que XA,pu=XB,pu, a corrente em A é maior que em B, denotando
um maior carregamento para A.

X A, pu I B , pu
> (5.62)
X B , pu I A, pu

Se por outro lado, a relação de transformação de base escolhida for a


do transformador B, tem-se que:

Vb1 70,73
ab = = = 5,67
Vb 2 12,47

Neste caso, a relação de transformação em pu para o transformador A


e B é dada por:
a 5,53
a puA = A = = 0,975 pu
a b 5,67
a 5,67
a puB = B = = 1 pu
a b 5,67

A representação torna-se então:

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5-40

Figura 5.8 Representação Unifilar de Transformadores em Paralelo


com Diferentes Relações de Transformação.

A relação entre as tensões em p.u do primário e secundário é dada


por:
V1p.u = a p.u.V2p.u. (5.63)

Da mesma forma, a relação entre as correntes em p.u. de primário e


secundário é:

I 1p.u = (1/a p.u.)I 2p.u. (5.64)

É também necessário considerar as relações de transformação em


p.u. diferentes de 1:1 quando refletir impedância de um lado para o
outro do transformador. Assim

R1p.u. + jX1p.u. = a2p.u.(R2p.u. + jX2p.u.) (5.65)

Exemplo 5.4

Para o transformador mostrado na figura abaixo, calcule a corrente e


potência aparente em pu para cada transformador e a tensão no lado
da carga. Considere que a carga é representada por uma impedância
constante de 14+j6Ω por fase. Use uma tensão de base de 69kV no
lado de alta, uma tensão de base de 12,47kV no lado de baixa, e uma
potência aparente de base de 10MVA. Considere que a tensão de
operação no lado de alta é de 70kV.

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5-41

Figura 5.9 Carga Alimentada por Transformadores em Paralelo

A primeira medida necessária é a conversão de todas as unidades


para a mesma base.

Os valores de base escolhidos são:


V1b=69kV
V2b=12,47kV
Sb=10MVA

Portanto, a relação de transformação da unidade A foi tomada como


referência, ab=5,53.

A impedância de base no lado de 12,47kV é dada por:

Zb,12,47 kV =
(12,47 kV )2
= 15,55Ω
10MVA

A impedância da carga em pu:

14 + j6
Z pu ,CARGA = = 0,9 + j0,3858pu = 0,979∠23,20 D pu
15,55

As impedâncias dos transformadores devem ser também convertidas


para a nova base. Como os dois transformadores têm a mesma tensão
nominal no lado secundário, as impedâncias em pu serão referidas ao
lado secundário.
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5-42

2
⎛ 12,47 kV ⎞ ⎛ 10MVA ⎞
ZA,pu = j0,08 ⋅ ⎜ ⎟ ⋅⎜ ⎟ = j0,1067 pu
⎝ 12,47 kV ⎠ ⎝ 7,5MVA ⎠

2
⎛ 12,47 kV ⎞ ⎛ 10MVA ⎞
ZB,pu = j0,085 ⋅ ⎜ ⎟ ⋅⎜ ⎟ = j0,2267pu
⎝ 12,47 kV ⎠ ⎝ 3,75MVA ⎠

A relação de transformação em pu do transformador A é igual a

69kV
aA 12,47 kV
a A ,pu = = =1 ou 1:1
a b 69kV
12,47 kV

De modo semelhante, a relação de transformação em pu do


transformador B é igual a:

70,73kV
12,47 kV
a B,pu = = 1,025 ou 1,025:1
69kV
12,47 kV

A tensão de operação no lado de alta tensão deve ser convertida para


o sistema em pu. A tensão de primário será selecionada como tensão
de referência angular.

70∠0D kV
V1, pu = = 1,0145∠0D pu
69kV

O circuito equivalente em pu com todas as quantidades referidas a


uma mesma base de tensão e potência aparente é mostrado na figura
abaixo.

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5-43

1 2

1.025:1pu

Figura 5.10 Circuito Equivalente Monofásico

Note que a impedância do transformador B está referida ao lado do


secundário. Se refletida para o primário a relação de transformação
deverá será aplicada, isto é:

Z B,pu = (1,025) ⋅ j0,2267 = j0,238 pu


2

Este mesmo valor seria obtido pela mudança de base da impedância


do transformador B levando em consideração a tensão de primário
invés da tensão de secundário como feita anteriormente.

2
⎛ 70,73 ⎞ ⎛ 10 ⎞
Z B,pu = j0,85 ⋅ ⎜ ⎟ ⋅⎜ ⎟ = j0,238 pu
⎝ 69 ⎠ ⎝ 3,75 ⎠

O diagrama unifilar para a impedância do transformador B refletida


para o primário é mostrado na Figura 5.11.

Figura 5.11 Diagrama Unifilar para Impedância do


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5-44

Transformador B Refletida para o Primário

A fonte de tensão de V1=1,0145∠0opu está aplicada aos dois


transformadores. Como a relação de transformação em pu do
transformador A é 1:1, a força eletromotriz induzida no secundário do
transformador A em pu é a mesma da tensão de primário. O
transformador B, no entanto, tem uma relação de transformação em
pu de aBpu=1,025.

A tensão em pu no ponto 3 do circuito da Figura 5.9 é dada por:

1
V3, pu = V1, pu
a B, pu
1,0145∠0 D
= = 0,9898∠0 D pu
1,025

O sistema é redesenhado como mostra a figura a seguir.

Figura 5.12. Circuito Equivalente Monofásico

Note que a tensão no ponto 3 do circuito foi calculada em relação à


referência de V1. Como se está trabalhando em pu, não existe
diferença entre tensão trifásica e monofásica em pu.

As correntes e tensões podem ser calculadas usando diferentes


técnicas de análise de circuitos elétricos:
– Análise de malha com duas correntes de malha
– Teorema da superposição
– Análise nodal ou
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5-45

– Conversão de fontes

Qualquer que seja a técnica empregada, a tensão sobre a carga


deverá ser a mesma. Empregando o método da transformação de
fontes de tensão em fontes de corrente, obtém-se para a tensão sobre
a carga:

V1 1, 0145∠0D
I1 = = = − j 9,508 pu
jX 1 0,1067∠90D

V3 0,9898∠0D
I3 = = = − j 4,366 pu
jX 3 0, 2267∠90D

⎛ 1 1 1 ⎞
IT = I1 + I3 = VC ⎜⎜ + + ⎟⎟
⎝ jX A jX B R C + jX C ⎠

Figura 5.13 Circuito Equivalente Monofásico com Fontes de Corrente

Tem-se que

(
13,874∠ − 90D = VC ⋅ 14, 22∠ − 86, 21D ∴ )
VCARGA = 0,9759∠ − 3,8D pu

A corrente na carga é

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5-46

0,9759∠ − 3,8 D
I CARGA = = 0,9966∠ − 27 D pu
0,9 + j0,3858

A corrente em cada transformador de acordo com a Figura 5.11 é:

1,0145∠0D − 0,9759∠ − 3,8D


⋅ (V1 − VCARGA ) =
1
IA =
jX A j0,1067
0,0764∠57,79D
= = 0,7164∠ − 32,17D = 0,6064 − j0,3814pu
j0,1067

0,9898∠0D − 0,9759∠ − 3,8D


IB =
1
( )
⋅ V3 − VCARGA =
jX B j0,2267
0,0666∠76,07D
= = 0,2939∠ − 13,9D = 0,2853 − j0,0706pu
j0,2267

Note que a queda de tensão no transformador A é maior que no


transformador B como afirmado anteriormente.

ΔVXA = jX A ⋅ I A = 0,1067∠90 D ⋅ 0,7164∠ − 32,17 D = 0,076∠57,83D pu

ΔVXB = jX B ⋅ I B = 0,2267∠90 D ⋅ 0,2939∠ − 13,9 D = 0,067∠76,1D pu

e com base no circuito da Figura 5.11 tem-se que:

VC = V1 − ΔVXA
VC = V3 − ΔVXB
donde

ΔVXA = V1 − V3 + ΔVXB
= 1,015∠0 D − 0,9898∠0 D + 0,067∠76,1D = 0,077∠57,85D pu

Se os dois transformadores tivessem a mesma impedância em pu, a


corrente em A seria maior que em B. Embora as impedâncias sejam
diferentes, verifica-se que a corrente IA é ainda maior que IB.

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5-47

1
ΔVXA,pu = V1pu - V3pu + ΔVXB,pu = (1 - )V1pu + ΔVXB,pu
a Bpu

XA IB
Para aBpu = 1 tem-se que ΔVXA = ΔVXB ∴ =
XB IA

Para XA = XB ⇒ IA = IB.

XA IB
Para aBpu >1 tem-se que ΔVXA,pu > ΔVXB,pu ∴ > , e mesmo que
XB IA
XA = XB ⇒ IA > IB

XA IB
Para aBpu < 1 tem-se que ΔVXA,pu < ΔVXB,pu ∴ < , e para XA = XB
XB IA
⇒ IA < IB.

O carregamento de cada transformador é

SA,pu = VCARGA,pu.I*A,pu=0,9759∠-3,8º(0,7164∠-32,17o)*
= 0,6991∠28,37o pu

SB,pu = VCARGA,pu.I*B,pu=0,9759∠-3,8º(0,2939∠-13,9o)*
= 0,2868∠10,1o pu

A potência complexa em cada transformador é obtida multiplicando-se


a potência complexa em pu pela potência de base de 10MVA.

SA = (10MVA).0,699∠28,37o = 6,991∠28,37o MVA

SB = (10MVA).0,2868∠10,1o = 2,868∠10,1o MVA

E se os dois transformadores diferissem apenas na relação de


transformação?

Para que dois transformadores sejam conectados em paralelo, sob as


mesmas condições de carregamento, tais transformadores devem
satisfazer as seguintes condições:
− Possuir a mesma relação de transformação.
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5-48

− Apresentar a mesma impedância percentual.


− Mesma relação entre resistência e reatância equivalentes.
− Ter o mesmo grupo de defasamento.

A não observância das três primeiras condições acima citadas implica


em sobrecarga em um dos transformadores.

Assim, para a ligação de transformadores trifásicos em paralelo é


necessário que:
− tenham a mesma tensão de entrada;
− tenham a mesma relação de transformação para não causar divisão
não eqüitativa de corrente entre os transformadores;
− possuam a mesma polaridade;
− pertençam a um mesmo grupo de deslocamento angular;

3.8 Considerações Finais para Sistemas em P.U.


As vantagens do sistema em por unidade para análise são:
− Obtém-se uma clara idéia de magnitudes relativas de várias
quantidades.
− As impedâncias em p.u. de equipamentos de mesma
categoria, baseada em seus próprios valores nominais, caem
em uma estreita faixa, independente dos valores nominais
dos equipamentos, enquanto suas impedâncias em ohms
variam grandemente com os valores nominais.
− A impedância, tensão e correntes em p.u. de transformadores
operando na relação nominal (i.e., quando a relação entre as
tensões de base é igual à relação de transformação) são
iguais independentes se referidas ao primário e secundário.
− Diferenças de níveis de tensão desaparecem ao longo do
sistema.
− O sistema reduz-se a um sistema de simples impedâncias.
− As leis de circuito são válidas em sistemas em por unidade, e
as equações de potência e tensão são simplificadas uma vez
que os fatores √3 e 3 são eliminados no sistema p.u.
− Quando analisando sistemas desequilibrados, há de se
observar o fator √3 e 3 para as tensões e potências em p.u.
( Vab , pu = 1 3 (Va , pu − Va , pu ) e S3φ , pu = 1 3 ( Sφ a , pu + Sφb, pu + Sφ c, pu ) ).

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5-49

Para analisar um sistema de potência em p.u. são realizadas as


seguintes etapas:

1. Selecione uma tensão de base apropriada em determinado ponto


do sistema e uma potência de base. Os valores de base para um
sistema trifásico são entendidos valores de tensão linha-linha em
kV e de potência trifásica em kVA ou MVA.
2. Calcule as tensões de base para as outras partes do sistema de
potência, usando as relações de transformação dos
transformadores de acordo com as relações entre tensões de linha
de primário e secundário. A potência de base será a mesma para
todo o sistema.
3. Converta todas as impedâncias ôhmicas em impedâncias em p.u.
com base na tensão e potência aparente de base do segmento do
sistema em que está sendo convertida a impedância para pu.
4. Converta todas as impedâncias dadas em p.u. para as novas
tensão e potência aparente de base selecionadas para o sistema.
As impedâncias disponíveis para os transformadores são
apresentadas em pu com base nos valores nominais do
transformador. Se os valores nominais do transformador são
diferentes dos valores de base selecionados, é preciso mudar a
impedância dada para o transformador para a nova base.
5. A impedância em pu para bancos trifásicos de transformadores é a
mesma que a das unidades monofásicas.
6. Para transformadores operando em paralelo, verifique se não há
choque de base; em caso de choque de base, faz-se necessário
selecionar além da tensão de base em um dos segmentos do
transformador, também a relação de transformação de base.
7. Proceda todos os cálculos em p.u. usando as técnicas de análises
tradicionais, tais como análise nodal, de malha, superposição, e
conversão de fontes.
8. Se necessário, converta os valores em p.u. calculados para valores
reais (Volt, Ampère, Ohm, Volt-Ampère, Watt, e vars).
9. As impedâncias em p.u. de máquinas do mesmo tipo e de
potências largamente diferentes situam-se em uma estreita faixa de
valores, embora os valores em ohms sejam diferentes para
máquinas de diferentes potências. Por esta razão, quando a
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5-50

impedância não é conhecida, é em geral possível selecionar a partir


de valores médio de tabela uma impedância em p.u. a qual será
aproximadamente correta. Experiência com valores em p.u. gera
familiaridade com os valores de impedância em p.u. para diferentes
equipamentos.

Problema 5.4

Um transformador monofásico de distribuição de 25kVA tem uma


tensão nominal no lado de alta tensão de 13,2kV e uma tensão
nominal no lado de baixa tensão de 277 V. Determine a tensão de
base do lado de baixa para as seguintes tensões de base do lado de
alta e as correspondentes tensões em pu:
(a) 15kV
(b) 13,2kV

Problema 5.5

Um transformador trifásico de 400MVA, com conexão Δ-Y tem uma


tensão nominal no lado de alta tensão de 336,4kV (linha-linha) e uma
tensão nominal no lado de baixa tensão de 138kV (linha-linha).
Calcule a tensão de base na alta para as seguintes tensões de base
no lado de baixa:
(a) 132kV
(b) 138kV
(c) 140kV

Solução:
VL ,1 336, 4
Relação de transformação: a = ∠ − 30D = ∠ − 30D = 2, 44∠ − 30D
VL ,2 138
a) Vb,1 = ab ⋅Vb ,2 = ( 2, 44∠ − 30D ) ⋅132 = 322∠ − 30D [V ]
b) Vb,1 = ab ⋅Vb ,2 = ( 2, 44∠ − 30D ) ⋅138 = 336, 72∠ − 30D [V ]
c) Vb,1 = ab ⋅Vb ,2 = ( 2, 44∠ − 30D ) ⋅140 = 341, 6∠ − 30D [V ]

Problema 5.6
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5-51

Uma carga trifásica tem valores nominais de 13,8 kV, 100MVA e fator
de deslocamento 0.8 atrasado. Determine:
(a) ZY em ohms
(b) ZΔ em ohms
(c) Considerando os valores nominais como de base, determine a
impedância em pu.

Solução:
(13,8) ∠37,87D = 1,9∠37,87D Ω
2
V2
a) Z y = L ∠ cos −1 ( 0,8 ) = [ ]
S3φ 100

(13,8) ∠37,87D = 3 ×1,9∠37,87D = 5, 71∠37,87D Ω


2
V2
b) Z Δ = L ∠ cos −1 ( 0,8) =
100
[ ]
S1φ
3
c) Para valores de base iguais aos nominais, tem-se que:
Zy 1,9∠37,87D
Z y , pu = = = 1, 0∠37,87D
Z y ,b 1,9
ZΔ 5, 71∠37,87D
Z Δ , pu = = = 1, 0∠37,87D
Z Δ ,b 5, 71

Problema 5.7
Prove a expressão abaixo usada para converter a impedância em uma
base para uma segunda base.

2
⎛V ⎞ ⎛ S 3φbase2 ⎞
Z pu 2 = Z pu1 ⎜⎜ LLbase1 ⎟⎟ ⎜ ⎟
⎝ VLLbase2 ⎠ ⎜ S 3φbase1 ⎟
⎝ ⎠
Problema 5.8
O diagrama unifilar de um sistema trifásico é mostrado na figura.
Desenhe o diagrama de impedâncias com todas as impedâncias
expressas em pu, considerando uma potência de base de 100MVA e
uma tensão de base de 22kV no lado do gerador. Os dados de
fabricantes para cada equipamento do sistema são dados a seguir:

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5-52

G: 90 MVA 22 kV 18% G

T1: 50 MVA 22/220 kV 10%


L1: 48,4 ohms
T1 T3
T2: 40 MVA 220/11 kV 6%
T3: 40 MVA 22/110 kV 6,4%
L1 L2
L2: 65,43 ohms
T4: 40 MVA 110/11 kV 8%
M: 66,5 MVA 10,45 kV 18,5% T2 T4

Ld: 57 MVA 10,45 kV 0,6 pf lag

M Ld

Solução:

a) Tensão de base nos vários segmentos do sistema

Tensão de base no lado do gerador: Vb,G = 22 [ kV ]

1 ⎛ 220 ⎞
Tensão de base no lado de L1: Vb, L1 = ⋅ Vb ,G = ⎜ ⎟ ⋅ 22 = 220 [ kV ]
ab ,T 1 ⎝ 22 ⎠

1 ⎛ 110 ⎞
Tensão de base no lado de L2: Vb, L 2 = ⋅ Vb ,G = ⎜ ⎟ ⋅ 22 = 110 [ kV ]
ab ,T 3 ⎝ 22 ⎠

Tensão de base no lado do motor:


1 ⎛ 11 ⎞
Vb , M = ⋅ Vb , L1 = ⎜ ⎟ ⋅ 220 = 11[ kV ]
ab ,T 2 ⎝ 220 ⎠
Ou

1 ⎛ 11 ⎞
Vb , M = ⋅ Vb , L 2 = ⎜ ⎟ ⋅110 = 11[ kV ]
ab ,T 4 ⎝ 110 ⎠

b) Impedância em pu do gerador

Mudança de base do gerador:


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5-53

2
⎛ Vbold ⎞ ⎛ Sbnew ⎞
ZG , pu =Z old
⋅ ⎜ new ⎟ ⋅ ⎜ old ⎟
G , pu
⎝ Vb ⎠ ⎝ Sb ⎠
⎛ 100 ⎞
= 0,18 ⋅ ⎜ ⎟ = 0, 2 ≡ 20%
⎝ 90 ⎠

c) Impedância em pu de T1
2
⎛ V old ⎞ ⎛ S new ⎞
ZT 1, pu =Z old
⋅ ⎜ bnew ⎟ ⋅ ⎜ bold ⎟
T 1, pu
⎝ Vb ⎠ ⎝ Sb ⎠
⎛ 100 ⎞
= 0,1⋅ ⎜ ⎟ = 0, 2 pu ≡ 20%
⎝ 50 ⎠

d) Impedância em pu de L1

A impedância de base no lado L1:

( 220 )
2
VL2,b , L1
Z b , L1 = = = 484 [Ω ]
S3φ 100
Z L1 48, 4
Z L1, pu = = = 0,1 pu ≡ 10%
Z b , L1 484

e) Impedância em pu de T2
2
⎛ V old ⎞ ⎛ S new ⎞
ZT 2, pu =Z old
⋅ ⎜ bnew ⎟ ⋅ ⎜ bold ⎟
T 2, pu
⎝ Vb ⎠ ⎝ Sb ⎠
⎛ 100 ⎞
= 0, 06 ⋅ ⎜ ⎟ = 0,15 pu ≡ 15%
⎝ 40 ⎠
e) Impedância em pu de T3
2
⎛ Vbold ⎞ ⎛ Sbnew ⎞
ZT 3, pu =Z ⋅ ⎜ new ⎟ ⋅ ⎜ old ⎟
old
T 3, pu
⎝ Vb ⎠ ⎝ Sb ⎠
⎛ 100 ⎞
= 0, 064 ⋅ ⎜ ⎟ = 0, 2 pu ≡ 20%
⎝ 40 ⎠

f) Impedância em pu de L2

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5-54

A impedância de base no lado de L2:


(110 )
2
VL2,b , L 2
Zb,L 2 = = = 121[Ω ]
S3φ 100
ZL2 65, 43
Z L 2, pu = = = 0,541 pu ≡ 54,1%
Zb,L 2 121

g) Impedância em pu de T4
2
⎛ V old ⎞ ⎛ S new ⎞
ZT 4, pu =Z old
⋅ ⎜ bnew ⎟ ⋅ ⎜ bold ⎟
T 4, pu
⎝ Vb ⎠ ⎝ Sb ⎠
⎛ 100 ⎞
= 0, 08 ⋅ ⎜ ⎟ = 0, 2 pu ≡ 20%
⎝ 40 ⎠

h) Impedância em pu do motor
2
⎛ V old ⎞ ⎛ S new ⎞
Z M , pu = Z old
M , pu ⋅ ⎜ bnew ⎟ ⋅ ⎜ bold ⎟
⎝ Vb ⎠ ⎝ Sb ⎠
2
⎛ 10, 45 ⎞ ⎛ 100 ⎞
= 0,185 ⋅ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ = 0, 251 pu ≡ 25,1%
⎝ 11 ⎠ ⎝ 66,5 ⎠

i) Impedância em pu da carga

Impedância de base no lado da carga:


(11)
2
VL2,b , Ld
Z b , Ld = = = 1, 21[Ω ]
S3φ 100

Impedância da carga:
(10, 45)
2
VL2, Ld
Z Ld = ∠ cos −1
( 0, 6 ) = ∠53,13D = 1,92∠53,13D [ Ω ]
S3φ , Ld 57

Z Ld 65, 43∠53,13D
Z Ld , pu = = = 0,541∠53,13D pu ≡ 54,1%
Z b , Ld 121

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M
G

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