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RELAÇÕES PRECOCES
O ser humano nasce imaturo e necessita dos cuidados dos progenitores ou quem os substitua. São
importantes todas as relações precoces.
Para comunicar, o bebé, usa competências básicas: o choro (básico, de fome, de raiva, frustração ou
dor), o sorriso (reforça as atitudes positivas do adulto, a partir dos 6 meses só sorri para quem conhece),
as expressões faciais (tristeza, medo, alegria, raiva, surpresa) transmitem uma mensagem que tem a
expetativa de uma resposta).
A poderosa e fundamental ligação ou vínculo, que se estabelece entre o bebé e a mãe ou agente
parental (de quem está inteiramente dependente) é a relação de vinculação.
A palavra ‘mãe’ é entendida como sinónimo de agente maternante, ou seja, qualquer adulto
significativo que, dispondo de tempo para dedicar à criança, se mostra capaz de lhe proporcionar
experiências positivas e estimulantes e de lhe dispensar a atenção e o afeto de que necessita.
Durante séculos, o recém-nascido foi encarado como um ser passivo e desprovido de quaisquer
capacidades e os cuidados maternos iniciais eram concebidos como formas de providenciar à criança
crescimento e maturação.
As principais competências que se exigem da mãe são a capacidade de interpretar os sinais emitidos
pela criança e de responder adequadamente perante os mesmos. É ma interação direta com o bebé e
com outros prestadores de cuidados que se vão afinando essas capacidades, pelo que a ideia das
competências da mãe para cuidar do bebé se limitam ao chamado ‘instinto maternal’, é falsa.
Vários investigadores salientam a importância das fantasias da mãe relativamente ao bebé, mesmo
antes do seu nascimento. Estas, constituem uma forma de criar uma representação do bebé com a qual
se vai estabelecendo uma ligação afetiva que, após o nascimento, será mais facilmente transferida, com
os devidos ajustes, para o bebé real, assegurando a predisposição dos adultos para prestar os cuidados de
que precisa.
De acordo com alguns investigadores, quando a criança nasce não é capaz de descodificar por si
mesma o conteúdo das suas experiências, o que gera algum desconforto e ansiedade.
A VINCULAÇÃO
Conceito proposto por J. Bowlby para designar a necessidade inata-básica- e não dependente de
outras necessidades como, por exemplo, a alimentação – de ligação do bebé à mãe e desta ao bebé, e
que se expressa por um conjunto de comportamentos característicos da espécie. Hoje, o conceito foi
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alargado e abrange qualquer comportamento que permita à pessoa – criança ou adulto – aproximar-se ou
manter a proximidade das suas figuras preferenciais ou privilegiadas.
A 2ª guerra mundial fez repensar a questão da PERDA, a separação da criança da mãe e parentes
próximos provoca efeitos no seu desenvolvimento.
JOHN BOWLBY (inglês, 1907/1990), em 1969, afirma que os fundamentos da personalidade do adulto
são construídos a partir de relações precoces e socioafetivas da criança e estas ligações ou vínculos
repousam sobre necessidades e fundamentos biológicos.
A relação privilegiada que o bebé estabelece com a mãe, é decisiva para o seu desenvolvimento físico
e psicológico.
Necessidades básicas primárias, esquemas comportamentais inatos que o bebé utiliza (choro, rir) para
manter uma relação privilegiada com as figuras de vinculação.
A base do desenvolvimento humano radica na sensação de CONFIANÇA que só se desenvolve com base
em ligações afetivas sólidas (VINCULAÇÃO-ATTACHMENT, APEGO) construídas ao longo da infância.
A teoria sobre a vinculação traz perspetivas novas sobre a psicopatologia e desenvolvimento infantil,
provoca alterações drásticas de atitudes face à 1ª infância, influenciando a remodelação e humanização
de instituições como creches e hospitais.
H. Harlow faz experiências com macacos. A proximidade física da progenitora é uma necessidade
básica, inata, primária, essencial ao desenvolvimento da sociabilidade.
A vinculação é essencial para a saúde mental da criança e seu desenvolvimento equilibrado e integral,
proporciona segurança emocional e favorece a autonomia.
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O comportamento de vinculação destina-se a favorecer a proximidade e informa a mãe de desejo de
interação do bebé. Parece ser de natureza inata e inclui AGARRAR, GATINHAR, CHORAR, SORRIR E
VOCALIZAR.
A figura de vinculação não é só a mãe, mas quem cuida com qualidade. No grupo estável de adultos,
uma das figuras torna-se privilegiada.
FASES DA VINCULAÇÃO:
TIPOS DE VINCULAÇÃO
Spitz chama a atenção para as necessidades sócio afetivas da criança: carência de cuidados
maternos, ternura. As relações interpessoais e de comunicação eram a principal causa da
mortalidade entre crianças criadas em instituições. Assiste-se a uma dor psíquica (depressão) nestas
crianças, que manifestam sintomas daquilo que chama SÍNDROME DO HOSPITALISMO (atraso global
nos 1ºs 18 meses de vida, desenvolvimento relacional e psíquico, físico e biológico). Estudou crianças
hospitalizadas e em orfanatos até aos 12 meses, privadas da presença da mãe.
Concluiu que fisicamente todos os cuidados estavam assegurados, mas afetivamente nada se passava.
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MARY AINSWORTH (1913-1999, canadiana)
A mãe fornece à criança uma base de segurança, a partir da qual é possível a exploração do meio
sem ansiedade.
A Vinculação deve ser securizante. Isto implica: Confiança em si, Regulação emocional, Interações
sociais positivas e seguras.
RESILIÊNCIA
Do latim resilire, que significa saltar para trás. Do ponto de vista humano, a resiliência não
significa retorno a um estado anterior, mas sim a superação.
Implica a resistência à adversidade. Recuperação das energias depois de se sofrer uma depressão.
Forma de adaptação positiva, que utiliza eficazmente mecanismos adaptativos como a paciência,
a tenacidade, a criatividade. Engloba 2 conceitos fundamentais: O risco (características de personalidade
e/ou ambientais) e os fatores de proteção (de ordem psicológica, familiar e ambiental) que permitem
fazer face à situação de risco, saber e poder procurar ajuda.