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História A 12º Ano

Teste 20 de janeiro

 O ESTALINISMO
Com a morte de Lenine em janeiro de1924, Estaline vai
governar entre 1928 a 1953.
Este, vai transformar a URSS na terceira potência industrial a
nível mundial, conseguindo-o através da coletivização dos campos, da
planificação económica e do totalitarismo repressivo do Estado.

 Coletivização dos campos e planificação económica


Considerava-se a coletivização rural imprescindível ao avanço
da indústria, uma vez que libertaria mão de obra para as fábricas e
fornecia alimentos para os operários.
Deste modo, o movimento foi empreendido contra os kulaks
(camponeses ricos), a quem lhes foi retirada as terras e gado.
- Kolkhoses: retirada das terras aos kulaks, que passam a ser
trabalhadas pelos camponeses da mesma aldeia;
- Sovkhoses: terras do estado que são trabalhadas pelos
assalariados.
Apesar da resistência à coletivização, que levou muitos
lavradores a abaterem as cabeças de gado, os resultados foram
satisfatórios, principalmente no que diz respeito ao trigo, algodão e à
beterraba para açúcar, dado que a URSS se tornou autossuficiente na
sua produção.
A produção industrial, por sua vez, desenvolveu-se através da
planificação económica, realizando planos quinquenais (5 anos),
sendo que qualquer um deles tinha objetivos e metas:
- 1ª Plano (1928-1932): visou a indústria pesada, ligada à
construção de infraestruturas. Apostou na formação de especialistas
e engenheiros e recorreu a técnicos estrangeiros.
- 2º Plano (1933-1937): visou a indústria ligeira (bens de
consumo como vestuário e calçado). Os seus resultados foram
considerados honrosos.
- 3º Plano (1938-1941): visou a indústria pesada, hidroelétrica e
química. Deveria prolongar-se até 1945, mas devido à Segunda
Guerra Mundial foi interrompido.

Para aumentar a produção o Estado implementou medidas


estimulantes e coercivas (utilização da força).
A nível de estímulo utilizou-se a emulação (heroísmo), isto é, o
operário que produzisse mais via o seu nome e fotografia à frente da
fábrica, incitando a produzirem mais.
As medidas coercivas passaram pela deslocação de mão de
obra para as cidades, caderneta do operário e também a punição do
operário por faltas injustificadas.

 O totalitarismo repressivo do Estado


A URSS revelou-se omnipotente e totalitária1.

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A Constituição de 1936 concedia às repúblicas soviéticas direitos iguais,
mas isto não se verificava na prática.

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Todas as regiões foram russificadas e submetidas a Moscovo, os


cidadãos viam-se privados das liberdades fundamentais (expressão,
religião, reunião, etc.).
Toda a sociedade ficou enquadrada em organizações que a
vigiavam: os jovens são educados pertencendo aos Pioneiros e a
partir dos 18 anos à Juventude Comunista.
A população em geral também tivera sido enquadrada: só se
podia trabalhar se se fosse filiado no partido e também os artistas
tinham que ser fiéis a este.
Só o Partido Comunista monopolizava o poder político: às
eleições apenas se apresentavam os candidatos por ele propostos, ou
seja, o centralismo democrático. A nível económico a
superintendência cabia ao Estado: fazia-o através da coletivização e
planificação.
O Partido Comunista transformou-se num partido
profundamente burocratizado e disciplinado. O Estado totalitário
aguentou-se à custa de uma repressão levado a cabo pela NKVD2.
A partir de 1934, a URSS enveredou pela repressão:
 Purgas (limpezas) em todas as sociedades e
principalmente dentro do partido. Estaline cria conduções
para o poder do Partido. Estas purgas iniciam-se pelos
companheiros de Lenine e os bolcheviques do Trotsky,
depois os operários e órgãos do topo do Exército Vermelho e
administração;
 Deportação para os Gulag: os opositores
(essencialmente Kulaks, que resistiram à retirada das terras)
foram enviados para campos de trabalho forçados, que se
situavam essencialmente na Sibéria.

A DIMENSÃO SOCIAL E POLÍTICA DA CULTURA


 A CULTURA DE MASSAS
- Surge nos meios urbanos, no início do século XX;
- Conjunto de manifestações culturais partilhado pela maioria
da população;
- Para esta homogeneidade cultural contribuíram:
 Generalização do ensino;
 Desenvolvimento dos mass media.

Características da cultura de massas:


 Multifacetada, quer nos conteúdos, quer nas formas,
é de duração efémera;
 Aborda os temas de forma superficial;
 Tende a formar “um tipo de pessoa média”, através
de modelos de comportamento, atitudes, valores, crenças
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Além de funções policiais e de segurança tradicionalmente atribuídas ao
Ministério do Interior, como o controle de tráfego, corpo de bombeiros e a guarda
das fronteiras, cabia ao NKVD controlar a economia e o serviço secreto, prestando
contas ao Conselho de Comissários do Povo (órgão principal do governo soviético) e
ao Comité Central do Partido Comunista de Toda a União (bolchevique).

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com vista à sua integração passiva no sistema político,


económico e social vigente;
 É pensada e elaborada para ser transmitida às
grandes massas na forma de bens de consumo culturais;
 Recorre à publicidade e à propaganda;
 Cultiva a novidade e foge do quotidiano.

 Os media, veículos de evasão e de modelos socioculturais


A imprensa, a rádio e o cinema foram os mais importantes
meios de comunicação da primeira metade do século XX.

Imprensa: O progresso económico aliado à generalização do


ensino criaram condições favoráveis à leitura. O livro torna-se um
produto de consumo popular.
Surgem novos géneros literários, tais como:
 Romance cor-de-rosa: é a história de amor com um
final feliz;
 Banda desenhada: os heróis vivem aventuras para
defender os oprimidos e os valores da civilização
ocidental;
 Revistas de diversas temáticas (moda, desporto,
cinema, etc.);
 Romance policial;
 Jornal de grande tiragem (para atrair o leitor os
jornais são preenchidos de histórias de guerra e
socorrem-se de títulos bombásticos, ilustram-se com uma
profusão de fotografias e a edição completa-se,
frequentemente, com secções de desporto, páginas
femininas e crónicas avulsas, cujo objetivo é entreter em
vez de informar.).

Rádio: Constituiu, a partir de 1930, o meio privilegiado para a


difusão de notícias, informações, bem como os mais recentes tipos de
música. Também o teatro radiofónico fez a delícia de muitos ouvintes.
O que a rádio transmite:
 Música popular;
 Sinfonias/óperas;
 Programas educativos;
 Programas religiosos;
 Teatro;
 Programas de interesse público.

A BBC, exemplo de estandardização dos modelos socioculturais


Os progressos da rádio constituíram um fator poderoso na
uniformização cultural. Pela qualidade notável dos seus programas,
colocando ao alcance de todos os ouvidos debates, concertos,
emissões literárias.

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Contribuiu para reduzir as diferenças de conhecimentos entre


pessoas instruídas e não instruídas.

Cinema: Surgiu em França pelos irmãos Lumière, através do


filme O Nascimento de Uma Nação (1915), tornando-o numa arte, a
Sétima Arte.
1895 – Nascimento do cinematógrafo;
1917 – Hollywood: centro de produção mundial;
1927 – Primeiro filme sonoro (The Jazz Singer).
Anos 30 – Filme a cores

Qualquer que fosse o género cinematográfico – drama,


aventura, musicais, ação, etc. – conduzia o espectador a uma outra
dimensão. O homem vulgar era transportado a um mundo de sonhos,
identificando-se com as personagens e permitindo que se evadissem
da sua própria vida.
Assim, o cinema era e é considerado uma “fábrica de ilusões”.

 Os grandes entretenimentos coletivos


Influenciado pelos media, o desporto internacionaliza-se e
torna-se um fenómeno de massas destacando: boxe, futebol e
ciclismo que adquirem grande popularidade e que são desportos por
ser um meio de ascensão para os mais pobres.
O desporto de massa satisfaz o desejo de ascensão social. Os
atletas são de uma forma geral oriundos de meios pobres e que ao
atingirem a fama e riqueza são alvo de fascínio das multidões.
O desporto serve ainda para libertar as tensões acumuladas no
dia a dia.

Concluindo: Além da ocupação dos tempos livres, a cultura de


massas assume outras funções importantes: proporciona caminhos
de evasão da rotina diária, dura e desgastante; incute valores e
homogeneíza comportamentos, contribuindo para a coesão do grupo
social.

 AS PREOCUPAÇÕES SOCIAIS NA LITERATURA E NA ARTE


No período entre as duas guerras, a literatura torna-se
combativa e interventiva a nível social.
As personagens são tipos sociais, uma vez que se considera que
a literatura tem uma missão social a cumprir. Destacamos o
dramaturgo alemão Bertolt Brecht, francês André Maldraux e o inglês
Aldus Huxley.

 A dimensão social da literatura


A missão social leva ao tratamento de:
 Assuntos com cariz sociopolítico – ligados ao
marxismo (caso do escritor André Maldraux e da obra “A
Condição Humana”);

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 Utilização do neorrealismo, nomeadamente nos EUA


devido à Grande Depressão. Temos como exemplos os
escritores John Steinbeck, Ernest Hemingway.

Brecht tem como fim primeiro provocar o leitor e forcá-lo a


participar criticamente na obra. Segundo este, o teatro tradicional
deixava o público à mercê da ação dramática, forçando-o a uma
identificação com as personagens que o fazia viver as suas
desgraças, paixões e triunfos. Propõe-se a despertar no público a
surpresa e a perplexidade para que este se sinta compelido a debater
e a questionar o sentido da peça literária.
John Steinbeck, Ernest Hemingway, entre outras retratam o
mundo desencantado do capitalismo, que acusam de fomentar a
guerra, a desumanização e as injustiças sociais.

 O “regresso à ordem”
 O caráter interventivo da arte faz com que se
retome a representação do objeto;
 A representação do objeto não implica o regresso ao
academismo;
 Nela são representadas as consequências sociais e
políticas do pós-guerra, aderindo pintores de esquerda
mas também de direita;
 O berço é a Alemanha, especialmente atingida pela
derrota na Primeira Guerra Mundial.

American Scene:
 O exílio de Grosz, nos EUA, devido à perseguição
feita pelos nazis reforça a tendência figurativa;
 É um movimento artístico amplo que reuniu artistas
nos anos 30 de várias tendências e que retratam
diferentes aspetos da América da Grande Depressão;
 A ideia de que o artista devia contribuir para a
comunidade permitiu o ressurgimento da pintura mural.
Os artistas decoraram edifícios públicos para que a sua
obra fosse mais facilmente visível.

 A arquitetura, arte de coletividade


Numa Europa destruída, os governos viram-se na necessidade
de reerguer numerosos edifícios e de realojar os seus cidadãos.
Impunha-se uma construção barata, rápida mas digna.
Desta forma, era necessário um corte no excessivo
decorativismo.

 Surge no período entre as duas guerras para fazer


face à necessidade de realojar um número significativo de
pessoas;
 A construção deveria ser simples, digna e barata;
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 Funcionalismo: conjunto de soluções arquitetónicas


onde se estabelece a relação entre a forma e a função. As
linhas colocam em evidência a estrutura volumétrica dos
edifícios;
 Existem dois tipos de funcionalismos: racionalista e
orgânico.

Funcionalismo racionalista:
 Ligado ao arquitetor Walter Gropious e à escola de
arquitetura, artes e design, Bauhaus, fundada em 1919
em Weimar, por Groupious;
 É também seu representante o arquiteto francês de
origem suíça Le Corbusier.
 Nova conceção de espaço – espaço adapta-se às
necessidades do homem. A casa deve ser prática e
funcional;
 Simplificação dos volumes – sólidos geométricos
regulares são delimitados por linhas retas;
 Sem elementos decorativos as paredes são lisas e
geralmente brancas;
 Grandes janelas que facilitam a entrada de luz e ar.
A utilização de betão faz com que muitas delas sejam
contínuas;
 Cobertura plana – muitas vezes transformadas em
terraços;
 Elevações de edifícios sobre pilares recuados em
relação à fachada, dando a ideia de uma casa suspensa;
 Plantas livres, mas inscritas num geometrismo
perfeito.

Bauhaus: Fundada em 1919, em Weimar, por Walter Groupius,


acabou com as fronteiras entre as diversas artes e o artesanato,
tornando-se uma escola inovadora que impulsionou a arquitetura e o
design modernos.
Dos seus ateliers saíram todo o tipo de objetos do quotidiano
(candeeiros, brinquedos, cadeiras, etc.).
A sua vertente funcionalista sentiu-se também na arquitetura
que era considerada a síntese das artes.
Funcionalismo orgânico:
 Na década de 30 o funcionalismo racionalista
considerava-se ultrapassado, sendo acusado de construir
casas despersonalizadas;
 Surge uma nova geração de arquitetos com
destaque para o finlandês Alvar Aalto e para o americano
Frank Lloyd Wright;
 Estes defendem uma arquitetura mais humanizada;
 Libertação dos dogmas do funcionalismo adequando
a casa ao local onde está inserida;

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 Nova conceção de planta – a casa é concebida de


dentro para fora. Isto faz com que a cara se assemelhe a
um organismo em que cada parte não pode ser separada
do todo;
 Integração da casa no ambiente que a rodeia.

 As preocupações urbanísticas
 As preocupações urbanísticas levaram à realização
de conferências internacionais para analisar os diferentes
aspetos das cidades;
 As conclusões da Conferência Internacional de
Arquitetura Moderna deram origem à Carta de Atenas. A
cidade devia ter quatro funções: habitar, trabalhar, lazer e
circular;
 Havia uma zona para habitar, outra para trabalhar e
outra para o lazer. As zonas estavam ligas por uma rede
de vias de comunicação;
 Ainda que depois esta ideia tenha sido vista como
demasiado racionalista e redutora, contribuiu para colocar
os problemas sociais no centro do planeamento urbano.

 A CULTURA E O DESPORTO AO SERVIÇO DOS ESTADOS


 Nos estados totalitários a cultura está ao serviço do
poder, tendo em vista a construção de uma “nova
ordem”;
 Na URSS atribui-se às artes e à literatura o papel de
exaltar as conquistas do proletariado e de educar as
massas;
 Regressa-se à arte figurativa e ao realismo literário que
tem um caráter essencialmente político;
 A partir de 1932 o Estado controla a cultura e esta
adota o realismo socialismo.

 Uma arte propagandística


O regresso à arte figurativa e ao realismo literário que se fez
sentir um pouco por toda a parte assume, na URSS, uma vertente
dominantemente política. Aos poucos, o vanguardismo russo,
poderoso nas primeiras décadas do século, desvaneceu-se, abafado
por um rígido controlo estatal, que se oficializou em 1932.
Em abril de 1932, o Comité Central do Partido Comunista
obrigada todos os “trabalhadores criativos soviéticos” a agruparem-
se em “uniões de criadores” de acordo com a sua atividade (União
dos Arquitetos, dos Escritores, das Artes Plásticas, etc.).
A ninguém é permitido exercer a sua atividade fora destas
associações que estabelecem os parâmetros a seguir. A arte oficial
adota então o realismo socialista.

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Este cariz propagandístico da cultura estruturou-se também, em


moldes semelhantes, no regime nazi. Pouco depois da subida de
Hitler ao poder, é criada a Câmara de Cultura do Reich que adota
uma cultura frontalmente antimodernista. Centenas de obras de
vanguarda são retiradas dos museus e são destituídos do seu cargo
os conservadores que se identificam com as novas correntes.
Posta ao serviço do nacional-socialismo, a criação artística
empenha-se em exaltar, dentro dos preceitos do academismo, o valor
da raça ariana, a força e a felicidade protagonizados pelo novo
regime.

Mais moderado, o fascismo italiano limita-se a proteger os


artistas que lhe são favoráveis. Sem instituições oficiais de controlo, o
poder exige, apenas, que não sejam postos em causa os pilares de
ordem fascista.

Ponto comum a todos os regimes estatizados, é também o


regresso a uma arquitetura de feição neoclássica e de dimensões
grandiosas. Esta arquitetura tornou-se, nos anos 30, o emblema dos
estados totalitários.

 A politização do desporto
 O atleta serviu, frequentemente, de modelo ao
homem novo, vigoroso, disciplinado e combativo, que os
estados totalitários se esforçaram por criar;
 A internacionalização do desporto, motivada pelo
olimpismo, permitiu um aproveitamento político, ao
estabelecer a comparação entre atletas de diferentes
países;
 A grandiosidade, o aparato que rodeia os
espetáculos internacionais, permite sentimentos
nacionalistas, já que a vitória de um atleta é a do seu
país.

PORTUGAL: O ESTADO NOVO


 O TRIUNFO DAS FORÇAS CONSERVADORAS; A
PROGRESSIVA ADOÇÃO DO MODELO FASCISTA ITALIANO NAS
INSTITUIÇÕES E NO IMAGINÁRIO POLÍTICO
 Da ditadura militar ao Estado Novo
A 28 de maio de 1926, um golpe de Estado levado a cabo pelo
Marechal Gomes da Costa pôs fim à primeira República parlamentar
portuguesa.
Instalou-se em Portugal uma ditadura militar que se manteve
até 1932-33. No entanto, esta também fracassou nos seus propósitos
de “regenerar a pátria” e de lhe devolver a estabilidade.
A nível económico aumentou o défice orçamental, dado que
quem estava no poder eram militares e não economistas. Os
desentendimentos entre os militares também provocaram uma
sucessiva mudança de chefes do Executivo.

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Deste modo, António Salazar, professor de Economia da


Universidade de Coimbra, foi convidado a ingressar no Governo na
Pasta das Finanças, sendo que estabeleceu uma condição:
superintender as despesas de todos os ministérios.
Pela primeira vez, num período de 15 anos, Salazar consegue
que o país apresente um saldo positivo no orçamento, que leva à
propaganda de Salazar (cartazes cujas frases eram “Salazar, Salvador
da Pátria”).
Em 1930, lançaram-se as bases orgânicas da União Nacional
(partido único) e promulgou-se o Ato Colonial, que vai legitimar a
posse dos territórios ultramarinos.
Em 1932, Salazar foi convidado a exercer funções como
Presidente do Conselho, cargo que exerceu até 1968, cujo sucessor
foi Marcelo Caetano.
Em 1933, foi criado o Estatuto do Trabalho Nacional, onde foi
introduzido o corporativismo e foi também criada a Constituição de
1933, que vai identificar os órgãos do Estado, suas funções, leis e
direitos.
Salazar vai conseguir criar um Estado forte, nacionalista,
corporativista, repudiando o liberalismo, democracia e
parlamentarismo.
Salazar cria também muitas instituições decalcadas do fascismo
italiano, cuja única diferença é a timidez de Salazar, que não gosta
das massas e que considera que é o trabalho e rigor que o fazem
salvador da pátria, não havendo assim muitas manifestações.

 Conservadorismo e tradição
Salazar era uma personalidade extremamente conservadora.
Assim, vão-se incutir em Portugal valores morais indiscutíveis como
os valores da Pátria, Deus, Família, Austeridade, Moralidade, etc.
A defesa de Salazar pela vida rural em vez da vida urbana,
caracterizando a cidade como o vício e o campo a virtude, a fonte de
bem-estar vai atrasar Portugal em relação aos outros países.
Estabeleceu-se também a aliança entre a igreja católica e o
regime, sendo a religião católica definida, na década de 50, como
religião da nação portuguesa.
Reduziu-se a mulher a um papel passivo do ponto de vista
económico, social, político e cultural. A mulher-modelo foi definida
como uma mulher de grande feminilidade, uma esposa carinhosa e
submissa, uma mãe sacrificada e virtuosa.

 Nacionalismo
Desde Afonso Henriques a Salazar, os portugueses são um povo
de heróis, que conquistaram parte significativa do mundo e que
precedeu à miscenização (mistura de raça) e à ação evangelizadora.
Portugal caracterizava-se pelo slogan “Tudo pela nação, nada
contra a nação”, mas Salazar distinguia-se dos restantes chefes dado
que se afirmava pela moralidade e descrição, sendo que não gostava
das massas.

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 A recusa do liberalismo, da democracia e do


parlamentarismo
À semelhança do fascismo italiano, o Estado Novo afirmou-se
antiliberal, antidemocrático e antiparlamentar. Tal como aquele
regime, recusou a liberdade individual e a soberania popular
enquanto fundamentos da sua legitimidade.
Na visão de Salazar, a Nação representava um todo orgânico,
do qual resultaram duas consequências: o interesse da Nação
sobrepunha-se aos direitos individuais e os partidos políticos, dado
que representavam apenas as opiniões e os interesses particulares
dos grupos de indivíduos constituíam um elemento desagregador da
unidade da Nação e um fator de enfraquecimento do Estado.
Salazar era, assim, opositor da democracia parlamentar. Só a
valorização do poder executivo, que partilhava com o Presidente da
República, garantia um Estado forte e autoritário.
Assim, a Constituição de 1933, eleita por plebiscito (eleição da
população, sendo que as abstenções correspondem a sim)
reconheceu a autoridade do Presidente da República (Óscar Carmona)
como o primeiro poder dentro do Estado, completamente
independente do Parlamento (que sob o Estado Novo se denominou
Assembleia Nacional) e atribuiu vastas competências ao Presidente
do Conselho (equivale, atualmente, ao primeiro-ministro). Entre elas,
o poder de legislar através de decretos-lei, propor a nomeação e a
exoneração3 dos membros do Governo e o de referendar os atos do
próprio Presidente da República, sob pena de serem anulados.
Quanto à Assembleia Nacional, órgão máximo do poder
legislativo, limita-se a aprovar as propostas de lei enviadas pelo
Governo.

 Corporativismo
Como os poderes políticos criavam instabilidade vão ser
destituídos e dar origem a uma organização, como Salazar define,
apartidária mas que na prática funciona como partido único – União
Nacional.
O Estado vai escolher como organização política, social e
económica o corporativismo.
O corporativismo concebia a Nação representada pelas famílias
e por organismos onde os indivíduos se agrupavam pelas funções que
desempenhavam e os seus interesses se harmonizavam para a
consecução do bem comum.
Juntamente com as famílias, as corporações concorriam para a
eleição dos municípios. Corporações e municípios enviavam os seus
delegados à Câmara Corporativa, onde davam o parecer sobre
propostas e projetos de lei a submeter à Assembleia Nacional.
Apesar da Constituição de 1933 programar uma diversidade de
corporações, na prática só funcionaram as de natureza económica:

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Exoneração: demissão ou destituição de uma função ou de um cargo.

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compreendiam a agricultura, indústria, comércio, transportes e o


turismo, a banca e os seguros, a pesca e as conservas.
Integrando patrões e trabalhadores, as corporações acabaram
por se transformar, em nome da unidade da Nação e da concórdia
social, num meio de o Estado Novo controlar a economia e as
relações laborais.

 O enquadramento de massas
Para fazer a propaganda, foi criado o Secretariado da
Propaganda Nacional (SPN), chefiada por António Ferro, sendo que
desempenhou o papel ativo de divulgar o ideal do regime e o padrão
da cultura e das artes.
Em 1930, fundou-se a União Nacional, chefiada por Salazar, que
se tratava de uma organização não partidária, dado que considerava
que a existência de vários partidos enfraquecia o Estado.
Em fins de 1934, com as eleições a União Nacional é
transformada em verdadeiro partido único.
O dogmatismo e a intransigência do Estado Novo cresceram em
1936, com a vitória da Frente Popular, em França e a eclosão, em
Espanha, da Guerra Civil. Fez-se crer que a ameaça bolchevista
pairava sobre o país e, consequentemente, apertou-se o controlo
sobre a população.
Deste modo, obrigou-se ao funcionalismo público a fidelização
no partido.
Recorreu-se a organizações milicianas. A Legião Portuguesa
destinava-se a travar o comunismo.
A Mocidade Portuguesa (criada em 1936) era de inscrição
obrigatória para os estudantes dos ensinos primário e secundário,
destinado a ideologizar a juventude, incutindo-lhes valores
nacionalistas e patrióticos. Os seus membros usavam uniformes
(camisas verdes) e adotar a saudação romana.
O ensino era controlado: os professores oposicionistas foram
expulsos, adotaram-se “livros únicos” oficiais, que veiculavam os
valores do Estado Novo e não se abordavam certos assuntos (como
por exemplo a Revolução Russa que defende os valores de liberdade,
igualdade e fraternidade).

Mocidade Portuguesa
Lobitos: 7 anos
Infantes: 10 aos 12 anos
Vanguardistas: 14 aos 17 anos
Cadetes: a partir dos 18 anos

Impregnou-se a vida familiar com os valores conservadores e


nacionalistas do Estado Novo. Em 1936, surgiu a Obra das Mães para
a Educação Nacional, destinando-se a preparar as futuras mães e
esposas (tinham aulas de culinária, valores femininos, etc.).
Inspirada na Dopolavoro italiano e na Kraft durch Freude alemã,
o Estado Novo fundou, em 1935, a Fundação Nacional para a Alegria

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no Trabalho (FNAT) que se destinava a organizar atividades


recreativas e culturais norteadas pela moral oficial (Ex. passagem de
filmes na Casa do Povo).

 O aparelho repressivo do Estado


Tal como outros regimes ditatoriais, o Estado Novo tinha a
censura à imprensa, teatro, cinema e, mais tarde, à televisão que
abrangiam assuntos políticos, militares, morais e religiosos,
assumindo, frequentemente, o caráter de uma ditadura intelectual.
Por sua vez, a política política – Polícia de Vigilância e de Defesa
do Estado (PVDE) até 1945 e depois PIDE – Polícia de Intervenção e
Defesa do Estado – distinguiu-se por prender, torturar e matar
opositores ao regime. As suas maiores vítimas foram os militantes e
simpatizantes do Partido Comunista Português.

 UMA ECONOMIA SUBMETIDA AOS IMPERATIVOS POLÍTICOS


Desde os finais da década de 20 e até aos anos 40, o país
enveredou por um modelo económico fortemente intervencionista e
autárcico.
Para Salazar, o fomento económico devia ser orientado e
dinamizado pelo Estado, sujeitando-se todas as atividades ao
interesse da Nação.

 A estabilidade financeira
Quando Salazar se tornou ministro das finanças havia um
elevado défice financeiro, que foi solucionado por este, permitindo
assim o equilíbrio orçamental.
Para possibilitar este equilíbrio orçamental, foi necessário:
 Reduzir as despesas do Estado;
 Aumentar os impostos e criar novos impostos:
imposto complementar sobre o rendimento, imposto
profissional sobre os salários e os rendimentos das
profissões liberais, importo de salvação pública sobre os
funcionários públicos, taxa de salvação nacional sobre o
consumo de açúcar, gasolina e óleos minerais leves;
 Aumento das tarifas alfandegárias sobre as
importações.

A neutralidade adotada pelo país na Segunda Guerra Mundial


tornou-se favorável à manutenção do equilíbrio financeiro, dado que
se poupou nas despesas do armamento e defesa do território. Assim,
criaram-se mais receitas com a exportação, como foi o caso do
volfrâmio. As reservas de ouro atingiram um nível significativo,
permitindo a estabilidade monetária.

 Defesa da ruralidade
O ideário conservador do Estado Novo hostilizava a cidade
industrial e privilegiava o mundo rural, porque nele se preservava o
que de melhor tinha o povo português.

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Deste modo, foram instauradas um conjunto de medidas para a


defesa da ruralidade:
 Destinaram-se verbas para a construção de
numerosas barragens, que resultava numa melhor
irrigação de solos;
 À Junta de Colonização Interna (1936) coube fixar,
com sucesso nos anos 30 e 40, a população em algumas
áreas do interior;
 A política de arborização mereceu atenção do
Estado e permitiu que terrenos áridos se convertessem
em terras verdes;
 Fomentou-se a cultura da vinha, responsável pelo
crescimento vinícola;
 Alargaram-se a produção do arroz, batata, azeite,
cortiça e frutas;
 Campanha do Trigo, que decorreu entre 1929 e
1937, que inspirada na batalha do trigo italiana, procurou
alargar a área de cultura daquele cereal, nomeadamente
no Alentejo. O Estado concedeu grande proteção aos
proprietários, adquirindo-lhes as produções (o mercado do
trigo foi completamente estatizado) e estabelecendo o
protecionismo alfandegário) – Possibilitou a
autossuficiência do país, forneceu grãos à indústria de
moagem, favoreceu a produção de adubos e de
maquinaria agrícola e deu emprego a milhares de
portugueses.

 Obras públicas
As obras públicas caracterizam o Estado Novo, na medida em
que se pode verificar o investimento do Estado.
Para além de combater o desemprego originado pela
depressão, procurou-se dotar o país das infraestruturas necessárias
ao desenvolvimento económico.
 A rede de caminhos de ferro, arrendada à
Companhia dos caminhos de ferro Portugueses desde
1927, não sofreu grandes transformações, a não ser no
material circulante e na melhoria do serviço prestado;
 Construção e reparação de estradas, sendo que na
década de 40 surge a primeira autoestrada;
 As redes telegráficas e telefónicas expandem-se,
sendo que a rede se espalha pelo país;
 Efetuaram-se obras de alargamento e de
beneficiação nos portos em Leixões, Lisboa, Viana do
Castelo, Aveiro, Setúbal, Funchal, entre outros locais;
 Os aeroportos (Lisboa e Porto), embora mais
pequenos também mereceram atenção do regime;
 Expansão da eletrificação;

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História A 12º Ano
Teste 20 de janeiro

 Construção de hospitais, escolas, edifícios


universitários, bairros operários, estádios, tribunais,
priões, repartições públicas, quartéis, estaleiros e
pousadas;
 Restauro de monumentos históricos.

 Condicionalismo industrial
Num país de exacerbado nacionalismo, a indústria não
constituiu prioridade do Estado.
De 1931 a 1937, o Estado condicionou a indústria.
No I Congresso da Indústria Portuguesa, realizado em 1933,
Salazar lembrava aos empresários que as suas iniciativas deviam
enquadrar num modelo cujas linhas de força competia ao Estado
intervir. Esse modelo determinava que qualquer indústria necessitava
de prévia autorização do Estado para se instalar, reabrir, efetuar
ampliações, mudar de local, ser vendida a estrangeiros ou até para
comprar máquinas.
Suspendeu-se, ainda, a concessão de patentes de novas
indústrias ou de novos processos produtivos.
Logo a seguir, retiraram-se empresas com menos de cinco
operários ou que utilizassem força motriz até 5 cavalos-vapor.
Em 1937, frisou-se que o condicionamento se orientava,
fundamentalmente, para as indústrias que exigissem grandes
despesas de produção ou que produzissem bens de exportação,
salientando-se que poderiam ser concedidas licenças em regime de
exclusivo por períodos não superiores a 10 anos.
Devido aos bloqueios, em setores que mobilizavam maiores
capitais o condicionamento fomentou a formação de concentrações e
monopólios, na medida em que limitou severamente a concorrência
(Ex: CUF – ligada aos adubos e pesticidas).

 Corporativização dos sindicatos


As relações laborais foram estipuladas pelo Estatuto do
Trabalho Nacional publicadas em 33. Segundo este, os patrões devem
agrupar-se em grémios e os trabalhadores em sindicatos nacionais.
Desta associação ficavam de fora os funcionários públicos.
Grémios e sindicatos negociavam entre si os contractos
coletivos de trabalho, estabeleceriam normas e cotas de produção,
fixariam preços e salários. Ao Estado competiria superintender em
tais negociações, evitando a concorrência desleal e ruinosa e
assegurando o direito ao trabalho e o justo salário, proibindo o
lockout e a greve.
Os sindicatos nacionais representavam a sujeição dos
trabalhadores ao capitalismo e foram alvo de resistência.
Em janeiro de 1934, na Marinha Grande, os operários vidreiros
ocuparam o posto da GNR e outros edifícios públicos para contestar a
corporativização dos sindicatos, sendo que esta revolta foi reprimida
impedindo a adesão entusiástica dos trabalhadores.

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História A 12º Ano
Teste 20 de janeiro

 A política colonial
A política colonial está ligada ao Ato Colonial publicado em
1930. Segundo este, Portugal tinha uma missão civilizadora nos
territórios ultramarinos e estes eram inalienáveis.
Durante o Estado Novo reforça-se o exclusivo colonial fazendo
das colónias mercados fornecedores de matérias-primas e recetores
dos produtos transformados.
A nível político indígenas estavam sujeito a descriminação
sendo considerados portugueses de segunda.
Os assimilados, isto é, aqueles que sabiam ler e escrever, que
se vestiam e comportavam ao modo europeu eram muito poucos.
O Estado Novo reagia às pressões estrangeiras sobre as
colónias e incutia-se nos portugueses a mística imperial.
Esta era propagandeada através de uma série de eventos,
destacando a Exposição do Mundo Português, realizada em Lisboa em
1940.

 O PROJETO CULTURAL DO REGIME


Foi levado a cabo por artistas e intelectuais encarregues de
difundir o seu ideário. Esta política ficou conhecida como “política de
espírito” e foi posta em prática pelo Secretariado de Propaganda
Nacional, chefiado por António Ferro, que considerava que as
manifestações culturais serviam para o regime se revelar às massas e
ser mediatizado.
Para tal, António Ferro chamou a si modernistas para porem em
prática tal incumbência.
A cooperação fez-se sentir principalmente nas artes plásticas,
na arquitetura, no bailado e no cinema.
Dessa são exemplos a Exposição do Mundo Português,
concursos de monstras, da aldeia mais portuguesa, das festas
populares, etc.
Patrocinavam-se artistas e produções que divulgassem as
tradições nacionais, que enaltecessem a grandeza da nossa história e
a nossa missão civilizadora.

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