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O conteúdo desse e-book foi retirado do primeiro capítulo do livro “Patologia das
Construções”.
O conteúdo desse e-book foi escrito por Gildeon Oliveira de Sena, dono do Instagram @momento_engenharia.
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Bons Estudos!
CONCEITOS INICIAIS
PATOLOGIA
O termo patologia aqui utilizado no universo das construções é, de fato, uma analogia
ao emprego deste mesmo termo na área da saúde, o qual tem sua origem no grego, de uma
derivação dos termos pathos, que significa sofrimento, doença, e logia, significando ciência,
estudo. Desta forma, a patologia seria o estudo das doenças de modo geral, representando
um estado ou condição anormal cujas causas podem ser conhecidas ou desconhecidas. Esta
definição vale tanto para a área da Medicina quanto para outras áreas do conhecimento
humano, tal como a Engenharia.
Ainda no âmbito das ciências biológicas, a patologia se debruça sobre o estudo de
toda e qualquer anomalia nas estruturas e funcionamento dos organismos vivos, alterações
essas que podem estar (e geralmente estão) sob a ação de doenças. Uma particularidade, no
entanto, encontrada nessas doenças às quais os organismos são submetidos é que elas
possuem, na sua gênese, uma causa (ou até mais de uma) que vai resultar nas alterações
observadas e que acabam sendo manifestas por meio de sintomas.
Este contexto trazido do universo da medicina foi o pano de fundo para a analogia
elaborada e utilizada pelos engenheiros civis, que introduziram termos das ciências biológicas
nas questões relacionadas às construções, inclusive na literatura de engenharia civil mundo
afora. O ponto chave para a adesão desses termos é a correspondência (guardadas as
devidas proporções) traçada entre, por exemplo, uma edificação e o corpo humano, que são
os objetos de estudo destas duas grandes áreas do conhecimento humano.
Para França et al (2011), não é difícil estabelecer uma analogia entre os elementos
estruturais de um edifício e o esqueleto humano, uma vez que a função de ambos seria prover
sustentação, conforme se verifica nas Figuras 1 e 2.
1
Disponível em: <https://canalcederj.cecierj.edu.br/recurso/3245> Acesso em: 20 de dez. de 2018
2
Para ler este o QR code da Figura 2, basta que você baixe em seu celular, smartphone ou tablet um
aplicativo para leitura de QR code. Toda vez que encontrar este símbolo durante a leitura, abra o aplicativo,
aponte a câmera do seu aparelho para a imagem e acesse o conteúdo complementar associado ao QR code.
Assim, também se encontram similaridades entre os elementos de alvenaria e a
musculatura do corpo, que teriam como ponto em comum preencher as estruturas
anteriores, complementando-as, conforme visto nas figuras 3 e 4.
3
Disponível em: <https://anatomy-library.com/img/human-muscle-anatomy-images-download-29.html >
Acesso em: 20 de dez. de 2018
4
Disponível em: < https://www.aecweb.com.br/prod/e/vedacao-racional-e-alvenaria-
estrutural_4050_46597> Acesso em: 21 de dez. de 2018
É possível, ainda, relacionar as instalações prediais (elétrica, hidrossanitárias, gás) ao
sistema circulatório, a função de ambos seria o transporte por dutos de elementos
essenciais ao funcionamento e esta relação pode ser observada nas Figuras 5 e 6.
5
Disponível em: <https://www.anatomiaemfoco.com.br/sistema-circulatorio/> Acesso
em: 21 de dez. de 2018
6
Disponível em: <https://projetosrevit.wordpress.com> Acesso em: 22 de dez. de 2018 .
Vale ressaltar que as semelhanças entre corpo humano e estruturas das
edificações não param nas funções exercidas por ambos. Percebe-se que, quando se
trata de anomalias no funcionamento, as soluções adotadas partem de princípios
comuns: quando o corpo padece com uma enfermidade que afeta seu bom
funcionamento, ele pode ser tratado com medicamentos, uma edificação também pode
passar por reparos para recuperação de seu uso esperado (FRANÇA et al, 2011).
Entretanto, assim como o médico precisa conhecer a fundo as causas de uma
enfermidade para poder aplicar o correto tratamento, administrando os remédios
adequados, o especialista precisa conhecer bem as causas das anomalias nas
edificações para propor as soluções mais adequadas a cada situação, e isso requer
cada vez mais que os engenheiros se tornem especialistas nesta área.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Fonte: Autor.
Os problemas patológicos complexos seriam aqueles que demandam análise
muito mais criteriosa e detalhada, cujos mecanismos de diagnóstico, inspeção e
consequentemente de tratamento se distanciam daqueles mais convencionais e de
rotina. Neste caso, espera-se que o responsável técnico possua conhecimentos mais
aprofundados sobre a patologia das construções, para que se alcance com êxito a
solução dos problemas encontrados.
A exemplo disso, poderíamos citar as manifestações patológicas relacionadas à
umidade, pois nem sempre o local onde a infiltração se manifesta por meio de manchas,
mofo ou bolor, fissuras, entre outros, coincide com o local de origem. Então, apenas
uma constatação visual não é suficiente, sendo necessária uma investigação e métodos
mais apurados, tais como a termografia infravermelha. O QR Code da Figura 8 conduz
a um vídeo produzido pelo professor Matheus Leoni, onde ele utiliza o recurso da
termografia para auxiliar na identificação da infiltração em uma edificação.
7
BUILDIN, Tudo sobre a Norma de Desempenho. Disponível em: <https://www.buildin.com.br/norma-
de-desempenho> Acesso em: 22 de dez. de 2018.
Os trabalhos seguiram e em 2018 foi publicado o primeiro documento
relacionado à Norma de Desempenho, sendo que ficou para 2010 a
exigibilidade da NBR.
Chegando em 2010, houve um adiamento na exigibilidade da norma NBR
15575, a qual foi adiada para 2012 e novamente posta para consulta pública,
com nova avaliação de suas exigências.
Entretanto, somente no ano de 2013 a NBR 15575 veio de fato a vigorar e
passou então a ser reconhecida em todo o mundo, tendo por objetivo a
melhoria na qualidade das edificações habitacionais.
A organização de cada uma destas partes da NBR 15575 foi feita a partir de
elementos da construção, contemplando uma sequência de exigências relativas à
segurança (desempenho mecânico, segurança contra incêndio, segurança no uso e
operação), habitabilidade (estanqueidade, desempenho térmico e acústico,
desempenho lumínico, saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidade e
acessibilidade, conforto tátil) e sustentabilidade (durabilidade, manutenibilidade e
adequação ambiental).
DESEMPENHO
VIDA ÚTIL
Vale citar que a NBR 15575 traz uma observação sobre o conceito de VU, de
modo que não se confunda VU com prazo de garantia legal ou contratual.
Além das operações de manutenção, alguns outros fatores influenciam também
na VU da edificação, tais como: o uso apropriado da mesma e de suas partes, possíveis
alterações no clima, níveis de poluição da região e mudanças no entorno com o passar
do tempo etc.
Desta forma, o valor final alcançado pela VU será composto pelo valor teórico da
VUP sob influência positiva ou negativa destes fatores listados.
Em outras palavras, se negligenciado o cumprimento integral dos programas definidos
no
manual de uso, operação e manutenção da edificação, bem como a incidência de ações
anormais do meio ambiente, poderá ser verificado o desenvolvimento de manifestações
patológicas, o que ocasionará a redução do tempo de vida útil, podendo este ficar menor
que o prazo teórico calculado como vida útil de projeto.
VIDA ÚTIL DE PROJETO
Ainda de acordo com a NBR 15575, a VUP é o intervalo de tempo estimado para
o qual um sistema é projetado, de modo que cumpra com os requisitos de desempenho
requeridos pela norma, ou seja, é uma estimativa teórica.
O atendimento dos critérios mínimos para a VUP colabora para que não sejam
entregues edificações que possuam durabilidade inadequada e que possam
comprometer o valor do bem, trazendo assim prejuízos ao usuário.
A NBR 15575 apresenta uma relação entre a vida útil da edificação e a realização
de ações de manutenção, onde é possível verificar o prolongamento considerável da
vida útil quando da realização das manutenções.
Uma vez apresentado todo este arcabouço conceitual, avancemos então, nos
capítulos seguintes, para um conhecimento mais pormenorizado sobre patologia das
construções. O enfoque será em alguns dos elementos das construções mais comuns,
de maneira que seja possível conhecer e analisar as manifestações patológicas às quais
estes elementos podem estar submetidos.
Por fim, para informações adicionais acerca desta introdução à patologia das
construções, você pode acessar o QR Code da figura 9, onde será redirecionado para
uma página a qual será atualizada constantemente com informações relevantes a
respeito deste tema.
Fonte: Autor.
QUADRO RESUMO
PALAVRAS-CHAVE DESCRIÇÃO
Patologia Estudo das doenças de modo geral.
Patologia das construções Área da Engenharia responsável por investigar
as manifestações patológicas.
Manifestação patológica Degradação identificada na edificação, podendo
ser gerada durante execução da obra, do projeto
ou adquirida ao longo do tempo.
Norma de Desempenho NBR 15575/2013 – Conjunto de requisitos e
critérios estabelecidos para uma edificação
habitacional e seus sistemas, com base em
requisitos do usuário, independentemente da
sua forma ou dos materiais constituintes.
Desempenho Comportamento em uso de uma edificação e de
seus sistemas.
Durabilidade A capacidade que a edificação ou seus sistemas
possuem para desempenhar suas funções com
o passar do tempo.
Manutenção Conjunto de atividades para se assegurar a
conservação ou recuperação da capacidade
funcional de uma edificação.
Manutenibilidade Nível de facilidade que um sistema, elemento ou
componente possui para que seja mantido ou
recolocado no estado ideal de uso.
Degradação Diminuição no desempenho da edificação.
Agente de Degradação Tudo aquilo que atua sobre um sistema,
reduzindo seu desempenho.
Vida Útil É uma medida temporal sobre a durabilidade de
uma edificação ou de seus sistemas.
Vida Útil de Projeto Intervalo de tempo estimado para o qual um
sistema é projetado, de modo que cumpra com
os requisitos de desempenho.
QUADRO ESQUEMÁTICO