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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
Programa de Pós-Graduação em Economia
Dissertação de Mestrado
Rio de Janeiro
Março de 2007
Joana Naritomi
Cláudio Ferraz
IPEA
Joana Naritomi
Ficha Catalográfica
Naritomi, Joana
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510685/CA
1. Economia – Teses. 2.
Desenvolvimento. 3. Instituições. 4.
Herança Colonial. 5. Rent-Seeking. 6.
Geografia. I. Soares, Rodrigo Reis. II.
Assunção, Juliano Junqueira. III. Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Departamento de Economia. IV. Título.
CDD: 330
Agradecimentos
Agradeço, principalmente, ao meu orientador, Rodrigo R. Soares, por ter
me incentivado constantemente a me dedicar a essa pesquisa. Agradeço-o por ter
acompanhado de tão perto em todos os momentos, por toda a atenção e paciência
nos inúmeros e-mails e reuniões, e pelo grande entusiasmo ao longo do processo.
Agradeço enormemente, também, ao meu co-orientador, Juliano
Assunção, por todo o interesse, atenção, paciência e incentivo. Agradeço-o
especialmente pelas várias reuniões e por ter estado presente e me ajudado em
todas as apresentações desse trabalho.
Agradeço aos membros da banca examinadora, Cláudio Ferraz (IPEA) e
Marcelo de Paiva Abreu pelos excelentes comentários e pela leitura atenta.
Agradeço muito, enfim, aos meus pais pelo amor, pela rara compreensão e
pelo incansável apoio em todos os sentidos.
Resumo
Palavras-chave
Desenvolvimento, Instituições, Herança Colonial, Rent-Seeking, Geografia
Abstract
Keywords
Development, Institutions, Colonial Heritage, Rent-Seeking, Geography
Sumário
1.Introdução 11
2. Literatura Internacional 15
2.1. Literatura teórica 15
2.2. Literatura empírica cross-country 17
2.3. Estudos para um único país 20
5. Especificações e Resultados 53
5.1. Especificações 53
5.1.1. Causas: 1º Estágio 53
5.1.2. Conseqüências: 2º Estágio 54
5.2. Resultados 55
5.2.1. Ciclos Coloniais e Instituições de facto 56
5.2.2. Instituições de facto e Desenvolvimento de Longo Prazo 60
5.2.3. Análise de Críticas à Literatura e Robustez 62
6. Resultados Adicionais 65
6.1. Capacidade Gerencial 65
6.1.1. Componentes do Índice de Capacidade Gerencial 65
6.1.2. Índices de Qualidade Institucional Municipal 67
6.2. Acesso à Justiça 68
6.3. Provisão de Bens Públicos 69
7. Conclusão 71
8. Referências Bibliograficas 72
9. Apêndice 76
Lista de Figuras e Tabelas
“Institutions are the rules of the game in a society or, more formally, are the human
devised constraints that shape human interaction. In consequence they structure
incentives in human exchange, whether political, social, or economic. Institutional change
shapes the way societies evolve through time and hence is the key to understanding
historical change.” (Douglas North, 1990, p.3)
1
Dados para 129 países da Penn World Tables (2000).
11
2
Este índice, em particular, Protection against expropriation risk (IRIS Center – Political Risk
Services), é um dos mais utilizados na literatura (por exemplo, Acemoglu, Johnson e Robinson,
2001, 2002, 2005). Diversos artigos usam-no como medida de qualidade institucional em si ou
incorporado a outros indicadores, como o índice ICRG (ver Pande e Udry 2006 para um resumo
completo das análises empíricas da literatura).
12
apresenta como unidade de comparação uma área limitada, definida e bem mais
homogênea se comparada a países.
Verificaremos, em nossa análise empírica, que municípios cujas origens
estão ligadas ao ciclo da cana-de-açúcar – caracterizado por uma estrutura
socioeconômica polarizada e oligárquica – apresentam, hoje, uma desigualdade de
distribuição de terras mais acentuada e uma maior concentração política nas
câmaras legislativas. Municípios que têm sua origem conectada com o ciclo do
ouro – caracterizado pela presença extremamente intervencionista e
marcadamente burocrática do estado português – apresentam uma pior capacidade
de administração pública e menos acesso à justiça atualmente. Usando variáveis
criadas a partir dos episódios coloniais rent-seeking como instrumentos para as
instituições locais, mostramos que a capacidade gerencial e o acesso à justiça têm
efeitos significantes sobre o desenvolvimento de longo-prazo entre os municípios
brasileiros.
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“If the misery of the poor be caused not by the laws of nature, but by our institutions,
great is our sin.”
Charles Darwin
2.1
Literatura teórica
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2.2
Literatura empírica cross-country
Há uma vasta literatura recente que tem como objetivo avaliar o papel de
diferentes instituições – medidas com base em dados cross-country como, por
exemplo, risco de expropriação, restrições ao poder executivo e tipos de sistema
político – sobre o desenvolvimento econômico (la Porta et al., 1998, 1999; Hall e
Jones, 1999; Acemoglu, Johnson e Robinson, 2001; Easterly e Levine, 2002;
Tabellini e Person, 2004). A maior parte dessa literatura ressalta que esse tipo de
análise exige cuidado, pois é possível que locais mais desenvolvidos possam
sustentar arcabouços institucionais melhores, ou seja, pode ser que haja uma
causalidade reversa entre instituições e desenvolvimento.
Para lidar com o problema de endogeneidade, a literatura buscou na
história, especialmente nas experiências de ex-colônias européias, fontes de
variação para instituições, tais como origem do colonizador, origem legal,
influência européia, condições iniciais do processo de colonização e dotações
17
(Hall e Jones, 1999; La Porta et al., 1998; Engerman e Sokoloff, 1997, 2002;
Acemoglu, Johnson e Robinson, 2001, 2002).
Conforme mencionamos na introdução deste trabalho, a maior parte da
literatura evoluiu em torno da idéia de que diferentes dotações iniciais ou
condições geográficas teriam determinado a formação de arcabouços
institucionais distintos que, por sua vez, seriam fundamentais para explicar os
contrastes de desenvolvimento entre países. Sendo assim, características
geográficas não teriam um efeito direto sobre o desenvolvimento, mas indireto,
via instituições.
Diversos artigos dessa literatura baseiam-se nos argumentos de Engerman
e Sokoloff (1997, 2002) na interpretação das evidências empíricas. Os autores
destacam a relevância das dotações iniciais para explicar a formação das
instituições que deram origem às diferentes trajetórias de desenvolvimento ao
longo do continente americano. A dotação de fatores no Novo Mundo, segundo
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3
Alguns papers da literatura investigam o efeito de aspectos culturais e jurídicos nas diferentes
trajetórias de crescimento. Ver la Porta et al. (1998, 1999) e Hall e Jones (1999).
19
Uma série de outros artigos lançou mão dos argumentos de relevância das
condições iniciais para avaliar os impactos de instituições sobre diferentes
medidas de desenvolvimento (por exemplo, Rodrik, Subramanian e Trebbi, 2002;
Easterly e Levine, 2002). As evidências, de modo geral, apontam para um impacto
indireto da geografia apenas através das instituições e para um efeito positivo de
primeira ordem das variáveis institucionais no desempenho econômico cross-
country, confirmando o argumento central da literatura.
Dada a relevância desse efeito e a imprecisão das medidas de qualidade
institucional comumente utilizadas, nos últimos anos, alguns trabalhos têm se
dedicado a desvendar exatamente quais dimensões institucionais importam para o
desenvolvimento, dando uma conotação mais concreta à discussão (Acemoglu e
Johnson, 2005; Bardhan 2005; Pande e Udry, 2006).
Com este intuito, Acemoglu e Johnson (2005) procuram analisar os papeis
relativos de dois grupos de instituições. O primeiro grupo, instituições
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2.3
Estudos para um único país
uma revisão ampla dessa literatura e argumentam que, essencialmente, ela já está
completa. Segundo os autores, o grande desafio, a partir de agora, seria explorar
as sinergias entre a pesquisa sobre instituições específicas baseadas em micro-
dados e as grandes questões colocadas pela literatura de instituições e
crescimento. Nesse sentido, o estudo dos contrastes de desenvolvimento
econômico e institucional dentro de um mesmo país pode melhorar o
entendimento de questões mais gerais e apontar novas perspectivas para esse
debate.
Soma-se a isso a existência de uma série de vantagens empíricas apontadas
na literatura de se restringir o escopo de análise para dentro de um país. Banerjee
e Iyer (2004) destacam que, ao se analisar instituições específicas em um único
país, torna-se mais fácil identificar as fontes das variações se comparado à análise
entre países, em que há diferenças marcantes em um complexo de instituições.
Iyer (2003) ressalta que o problema de viés de variável omitida nesse caso é
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menor que na análise cross-country. Além desses pontos, Jimeno (2005) chama
atenção para o fato de algumas instituições não serem diretamente comparáveis
entre países.
Para os Estados Unidos, Berkowitz e Clay (2004) usam o sistema legal
inicial dos Estados americanos como fonte de variação exógena para prover
estimativas do impacto de instituições no desempenho econômico hoje. 15
Estados americanos foram, originalmente, colonizados pela França, Espanha ou
eram partes do México, países cujo sistema legal é o Civil Law. Quando foram
incorporados ao território dominado pela Grã-Bretanha, esses Estados adotaram o
Common Law. As evidências cross-country sugerem que as instituições
associadas ao Common Law têm qualidade superior às associadas ao Civil Law e
há substanciais indícios de que o novo sistema reteve elementos do antecessor.
Dessa forma, as condições iniciais teriam papel fundamental e persistente na
qualidade das instituições legais dos Estados que, por sua vez, têm impacto
significativo nos resultados econômicos recentes.
Mitchener e McLean (2003) examinam como a geografia através da
escravidão, entre outros aspectos, pode explicar as diferenças de desenvolvimento
entre os Estados americanos de 1880 até os dias de hoje. Estudam a elevada
variabilidade da produtividade do trabalho dentro dos EUA e encontram que a
intensidade da escravidão durante o século XIX explica essa alta variação.
21
Engerman e Sokoloff.
Para a Índia, Banerjee e Iyer (2004) abordam a interação entre história,
instituições e desempenho econômico, tendo como foco uma instituição histórica
específica: o sistema de coleta de rendas da terra implantado pela Grã-Bretanha na
Índia colonial. Demonstram empiricamente que, nos distritos onde a coleta de
renda dos agricultores era atribuída a uma classe de senhores de terra, verifica-se
uma performance sistematicamente pior do que em distritos onde não houve esse
tipo de intermediação. Os autores argumentam que tal sistema teria criado um
antagonismo de classes nas áreas onde havia a intermediação dos senhores de
terra e que esse conflito teria sobrevivido à extinção do próprio sistema. Assim
sendo, a principal explicação para os resultados estaria nas diferenças entre os
ambientes políticos criados e a distinção crucial residiria na natureza da ação
coletiva das duas áreas. Haveria, nesse sentido, um melhor alinhamento de
interesses entre as massas e a elite local nas áreas sem senhores de terra. Esta
seria uma explicação para as variações na composição dos gastos públicos entre as
áreas, pois os gastos em desenvolvimento são maiores nos distritos sem senhores
de terra, perpetuando as disparidades entre as trajetórias de longo prazo dessas
regiões.
Em um outro artigo para a Índia, Iyer (2003) estuda os impactos de longo
prazo do controle colonial na Índia comparando áreas que ficaram sob o controle
22
4
Vale ressaltar que o artigo do Banerjee e Iyer (2004) analisado anteriormente considera a relação
entre instituições e desempenho econômico apenas dentro da Índia britânica.
23
5
Bonet e Roca (2006), p.14, criticam a escolha do Índice de Gini da terra como um dos
indicadores de desempenho econômico atual: “Al escoger esa variable dependiente , el autor está
explicando solo el Gini de la tierra y no el desempeño económico actual, pues ambas variables no
tienem una relación estadísticamente significativa entre si.”
24
de instituições e desenvolvimento.
Tendo isso em vista, no presente capítulo, investigaremos essas questões
de forma mais profunda ao mostrar que, dentro do Brasil, diversas medidas de
desenvolvimento estão intimamente relacionadas a um amplo grupo de
características geográficas e que medidas institucionais também parecem ser
afetadas por tais características. Além disso, analisaremos como diferentes
dimensões de instituições locais, mesmo sob um mesmo arcabouço macro-
institucional, estão relacionadas com o desenvolvimento dos municípios
brasileiros.
Na primeira seção do Capítulo, apresentaremos os dados municipais que
utilizaremos em nossa análise empírica, destacando a motivação das variáveis de
instituições locais e a forma como são medidas. Na segunda seção, estudaremos
os padrões do desenvolvimento e das instituições no Brasil e as questões
decorrentes. Na última seção, uma vez observadas as características do caso
brasileiro, discutiremos a abordagem empírica do nosso estudo acerca da relação
entre herança colonial, instituições e desenvolvimento dos municípios brasileiros.
3.1
Dados Municipais
26
3.1.1
Medidas de Desenvolvimento e Variáveis Geográficas
tipo de solo (12 variáveis dummy para os tipos de solo presentes em torno de um
raio de 0,1 grau de latitude e longitude da sede do município).
No Apêndice, há uma descrição completa e detalhada de todas as variáveis
utilizadas e suas respectivas fontes.
3.1.2
Medidas de Qualidade das Instituições Locais
6
Essa variável foi truncada de 1989 a 1999. Todos os municípios com atualizações anteriores a
1989 foram considerados como 1989.
7
Média de variáveis binárias indicando a existência de: (i) Distritos administrativos da cidade, (ii)
Centros administrativos sub-municipais, (iii) Plano Diretor, (iv) Lei de Parcelamento do Solo ou
equivalente, (v) Lei de Zoneamento ou equivalente, (vi) Código de Obras e (vii) Código de
Posturas.
8
Média de variáveis binárias indicando a existência de: (i) Plano de Governo, (ii) Plano
Estratégico e (iii) Lei Orgânica do Município.
29
captarem essa dimensão importante, são medidas mais precisas e concretas do que
as usualmente utilizadas pela literatura.
No Apêndice, há uma descrição completa e detalhada de todas as variáveis
utilizadas e suas respectivas fontes.
Nas seções subseqüentes, analisaremos padrões geográficos do
desempenho econômico e da qualidade institucional nos municípios brasileiros.
Apresentamos, ainda, correlações entre as diferentes dimensões institucionais e o
desenvolvimento local.
3.2
Geografia, Desenvolvimento & Instituições no Brasil:
Evidências Empíricas
3.2.1
A Geografia do Desenvolvimento e das Instituições no Brasil
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de sol têm, em média, uma maior renda per capita, mais anos de estudo e uma
taxa menor de mortalidade infantil. Conjuntamente, a temperatura média e os
tipos de solo são significativamente relacionados com todas as dimensões de
desenvolvimento consideradas.
A literatura internacional, de modo geral, tem cuidado na interpretação
dessas correlações geográficas como efeitos causais. A visão mais difundida
recentemente, conforme discutimos no Capítulo2, argumenta que as condições
geográficas condicionam a formação de diferentes arcabouços institucionais que,
em última instância, determinam a trajetória de desenvolvimento de longo prazo
dos países (Acemoglu, Johnson e Robinson, 2005; Engerman e Sokoloff, 1997,
2002).
Conforme argumentamos na introdução, no caso do Brasil, instituições
consideradas relevantes para o desenvolvimento são únicas para todo o país.
Assim sendo, as explicações usuais da literatura de instituições parecem
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3.2.2
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3.3
Abordagem Empírica
9
A coroa portuguesa chegou a proibir o cultivo de qualquer gênero diferente da cana-de-açúcar
em uma determinada faixa do litoral nordestino (Fausto, 2006). Freire (1976) chama atenção para
36
destino esteve muito associado à sua condição de colônia. A região Sudeste não
sofria tanta intervenção inicialmente, tendo sido desenvolvidas atividades
diversificadas e mais condizentes com o interesse dos colonos que permaneceram,
de certo modo, à margem dos empreendimentos coloniais apoiados por Portugal10.
Portanto, a distância em relação à metrópole, devido aos custos e às dificuldades
de transporte na época, era uma variável relevante para o grau de intervenção
sofrido pela colônia ao longo de seu território:
possível destacar dois ciclos econômicos que, segundo Simonsen (1979), foram
cruciais na formação econômica do Brasil: a cana-de-açúcar e a mineração.
Embora seja inevitavelmente reducionista analisar tais episódios como ciclos, pois
dá uma idéia de surgimento ascensão e fim – o que não é totalmente verdade,
especialmente, no caso do açúcar –, estes permitem identificar, nas áreas
diretamente afetadas no período “hegemônico” do produto, a estrutura
institucional a eles associada.
Nos períodos mais prósperos dessas atividades, havia de fato uma
mobilização de esforços econômicos, de mão-de-obra bem como da máquina
burocrática e administrativa para explorar ao máximo as rendas disponíveis. A
partir do momento em que essas rendas davam sinais de esgotamento, apesar de as
atividades, muitas vezes, seguirem existindo, essa mobilização se dissolvia, o que
denota a idéia de ciclo. Vale lembrar que a decadência do açúcar nordestino e a
descoberta de ouro na porção central do Brasil levaram, em 1763, à mudança da
capital da colônia de Salvador (BA) para o Rio de Janeiro.
11
Sobre a atividade açucareira: “(...) havia uma proibição formal de publicações relativas ao
comércio e aos lucros portugueses; a apreensão e destruição da obra de Antonil provam essa
asserção.”(Simonsen, 1937, p.112).
12
Os colonos portugueses tinham uma visão de curto-prazo tão forte com relação ao tempo de
permanência no Brasil que, até o século XVIII, era comum homens migrarem para a colônia
deixando suas esposas em Portugal. Durante todo o período colonial, o número de mulheres
brancas, em particular, era muito reduzido (ver Wehling, 1994; ou Russel-Wood, 1977; em relação
às áreas mineradoras). Em relação à economia do açúcar, Padre Manuel da Nóbrega escreveu no
século XVI: “this people of Brazil pay attention to nothing but their engenhos and wealth even
though it be with the perdition of all their souls” (citado em Schwartz, 1987, p.88).
38
que serão ressaltadas no decorrer do trabalho. Assim sendo, se, por um lado,
espera-se que tais eventos históricos tenham conseqüências negativas na
qualidade das instituições de modo geral e, portanto, no desenvolvimento de
longo prazo das cidades afetadas, por outro, é possível que tenham efeitos
diferenciados de acordo com suas características institucionais específicas. Nas
próxima duas seções, analisaremos com mais detalhe os choques institucionais do
ciclo da cana-de-açúcar e do ciclo do ouro e, na última seção, sugeriremos
brevemente possíveis implicações para o desenvolvimento institucional de longo
prazo das áreas afetadas.
4.1
O Ciclo da Cana-de-Açúcar
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13
Ao contrário do que se possa presumir, a localização da produção da cana não se deveu
basicamente a condições geográficas. A distância para Portugal teve um papel-chave na
localização geográfica. Por exemplo, hoje, o Brasil ainda é o maior produtor de açúcar,
representando 18.5% da produção mundial de 2005, mas 61% da produção atual se localiza no
estado de São Paulo. A produção de açúcar em São Paulo, hoje, é comparável com a da Índia,
segundo maior produtor mundial (dados do IBGE e do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos).
39
14 Em 1710, era necessário quatro vezes mais açúcar para substituir um escravo do que em 1608
(Schwartz, 1987).
15 No início do século XIX, há um renascimento do açúcar, expandindo-se, inclusive, em regiões que,
antes, não abrigavam grandes produtores. Não consideramos esta fase do século XIX no que
denominamos ciclo do açúcar por situar-se no final do período colonial e em uma época em que os
movimentos abolicionistas ganhavam força. Nesse caso, o ambiente institucional já se constituiu de
forma mais híbrida e não se pode interpretar esse renascimento como um choque institucional no
sentido que estamos interpretando o ciclo do açúcar.
16 No início da colonização, as terras brasileiras foram divididas nas chamadas capitanias hereditárias e
entregues à administração e exploração de capitães donatários que, entre outras poderes, concediam
enormes lotes de terras – as chamadas sesmarias – a colonos que tivessem condições de explorá-los
economicamente.
40
enorme prestígio: “o ser senhor de engenho, he titulo, a que muitos aspirão porque
traz comsigo, o ser servido, obedecido e respeitado por muitos. E [...] bem se póde
estimar no Brazil o ser senhor de engenho, quanto proporcionadamente se estimão
os titulos entre os fidalgos do Reino” (Padre Antonil em 1711, citado em
Simonsen, 1977, p.105).
O forte poderio local contrastava com o Estado português marcadamente
centralizador e burocrata. Enquanto metrópole, Portugal procurava criar regras e
dispositivos de controle da atividade açucareira tendo em vista, essencialmente,
manter um fluxo constante de renda e preservar seu poder nas áreas de interesse
(Wehling, 1994). Assim sendo, em Pernambuco, cerca de 80% da receita do
governo resultava de uma série de impostos sobre o açúcar (Schwartz, 1987,
p.96). Diversos relatos da época chamam atenção para a oposição entre a
opulência dos senhores de engenhos e os repetidos pedidos de isenção de
impostos e moratória de dívidas. O ambiente político-institucional da economia
do açúcar tornava-a, portanto, uma atividade fundamentalmente rent-seeking que
sustentava esse universo econômico e político dos engenhos.
17
Em 1729, o Governor Luís Vahia Monteiro escreveu: “The most solid properties in Brazil are
slaves, and a man’s wealth is measured by having more or fewer (…), for there are lands enough,
but only he who has slaves can be master of them” (citado por Schwartz, 1987, p.81).
41
4.2
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O Ciclo do Ouro
18
Nessa época, foram encontrados ouro e diamantes na Bahia, mas são escassos registros da
mineração baiana.
42
entre 1493 a 1850; alcançou cerca de 50% do que o resto do mundo produziu nos
séculos XVI, XVII e XVIII” (Simonsen, 1937, p.258).
As notícias das descobertas de ouro geraram um grande fluxo migratório
para as regiões mineradoras. Tamanha foi a fascinação exercida pelas minas que,
decorridos os primeiros 25 anos, a região centro-sul, antes, inabitada, concentrava
cerca de 50% da população brasileira (Fausto, 2006). A coroa chegou a se
preocupar seriamente com o despovoamento de Portugal, recorrendo a
dispositivos legais para restringir a emigração para a colônia (Porto, 1967; Costa,
1982a).
Juntamente com a enxurrada populacional, as regiões mineradoras
sofreram diversas intervenções da metrópole com o objetivo de controlar e se
apropriar ao máximo do ouro brasileiro. Uma série de impostos e regras para a
exploração das minas e movimento de bens e pessoas foi criada para garantir um
montante de renda que fosse adequado para Portugal, dada a repentina riqueza
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limitados, pois não se exploraram grandes minas – como ocorria com a prata no
Peru e no México – e sim o metal aluvião que se encontrava depositado no fundo
dos rios”.
O trabalho escravo era intensamente usado e considerado mais duro que
nos engenhos. Entretanto, a relação dos senhores com seus escravos era diferente.
Não só porque os próprios senhores, conforme mencionamos anteriormente,
tinham características distintas, mas, também, porque o escravo tinha algum poder
nessa relação. Os escravos “(...) podiam esquivar-se de muitos maus tratos dada a
possibilidade de utilizar contra seus donos a arma da denúncia de fraudes fiscais;
qualquer delação, mesmo infundada, podia causar sérios transtornos” (Costa,
1982a, p.11). Na verdade, mesmo que raramente usada, foi instituída pela coroa
portuguesa uma legislação de acordo com a qual o escravo podia ganhar sua
liberdade denunciando evasão fiscal (Reis, 2005).
Além disso, freqüentemente, os escravos compravam a própria alforria.
Inicialmente, através do roubo. Com o tempo, foi se tornando comum permitir que
o escravo trabalhasse parte do tempo por conta própria, pagando uma parte ao
senhor. É interessante notar, segundo Reis (2005), que a exploração do ouro em
si envolvia um alto grau de assimetria de informação entre o escravo, diretamente
envolvido na atividade, e o seu dono ou supervisor. Os escravos podiam roubar ou
esconder o que encontrassem e os mineradores dependiam da disposição deles em
45
4.3
Herança Colonial: Implicações Institucionais de Longo Prazo
4.4
Variáveis Históricas
alguma das áreas supracitadas e se seu ano de fundação for anterior a 176019.
Como o ciclo do açúcar se desenvolveu no litoral brasileiro, excluímos da amostra
municípios identificados por esse método que se localizassem a mais de 200 km
da costa20.
No caso do ciclo do ouro, a identificação dos municípios afetados foi
diferente. Com base em relatos históricos (ver, por exemplo, Russel-Wood, 1977;
Simonsen, 1937; Boxer, 2000; Fausto, 2006), podemos determinar os atuais
estados cujas histórias estão relacionadas ao ciclo do ouro (Bahia, Goiás, Mato
Grosso e Minas Gerais). A partir do mapa de “Caminhos Antigos, Mineração e
Máxima Expansão da Capitania Paulista” apresentado por Simonsen (1937),
podemos delimitar a localização precisa das minas históricas dentro de cada um
desses estados21.
De acordo com essas definições de ciclo, construímos duas variáveis
dummy que assumem valor um se o município foi diretamente afetado pelo
19
Os resultados não se modificam quando consideramos como ciclo do açúcar apenas o período
que vai do início da colonização ao fim do chamado “século do açúcar”, isto é, 1700.
20
Foram excluídos cinco municípios do interior da região Nordeste. Vale ressaltar que verificamos
que a criação dessas cinco cidades se dá no século XVII e está associada, na realidade, ao ciclo do
ouro.
21
Os resultados também permanecem praticamente os mesmos quando incluímos todas as áreas
presentes no mapa “Caminhos Antigos, Mineração e Máxima Expansão da Capitania Paulista”
(Simonsen, 1977). Isto significa adicionar pequenas áreas no Norte e no Sudeste do Brasil que não
são usualmente associadas ao ciclo do ouro.
49
22
Para se ter uma idéia do que isso representa, essa área equivale a duas vezes o território de
Portugal.
50
5.1
Especificações
5.1.1
Causas: 1o Estágio
Os parâmetros γ A e γ AP
, sob as condições usuais, refletem o efeito do
ciclo da cana-de-açúcar no indicador institucional. Com uma simples manipulação
de (2), temos que:
E (Z | A = 1, P ,O , X ) − E (Z | A = 0 , P ,O , X ) = γ A
+γ AP
P (3)
(4)
A lógica da interpretação dos coeficientes do ciclo do ouro é análoga à dos
coeficientes do ciclo da cana-de-açúcar.
5.1.2
Conseqüências: 2o Estágio
5.2
Resultados
5.2.1
Ciclos Coloniais e Instituições de facto
Esses efeitos negativos dos ciclos coloniais no Brasil de hoje parecem ser
particularmente relevantes para municípios que estão geograficamente próximos a
Portugal. Esta acentuação do impacto dos ciclos provocada pela distância para a
metrópole do Brasil-colônia pode estar refletindo o grau de intervencionismo que
a coroa portuguesa podia exercer e a sua capacidade de extrair renda e controlar
atividades coloniais. Nesse sentido, a herança dos ciclos pode ter sido atenuada
pela distância física a Portugal.
A partir da Tabela 8 pode-se constatar que os resultados descritos nos
parágrafos anteriores não dependem da maneira específica pela qual definimos a
área de influência da atividade colonial rent-seeking ou do raio de distância
escolhido para a função de influência apresentada no Capítulo 3. Nessa tabela,
rodamos a especificação completa das Tabelas 6 e 7 para cada variável
institucional, usando três definições alternativas das variáveis dos ciclos coloniais.
Nas primeiras colunas, a função influência é definida para um raio de 300 km ao
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invés dos 200km que estamos utilizando. Na segunda parte da tabela, mostramos
os resultados de 1º estágio para a função influência definida para um raio de 100
km. Nas últimas colunas, a área de influência dos ciclos é definida simplesmente
como uma variável dummy que assume valor 1 para um raio de 50 km23. Os
resultados qualitativos são idênticos aos apresentados nas Tabelas 6 e 7.
Quantitativamente, os resultados também são similares quando usamos a mesma
função de influência só que com raios de 100 e 300 km; e são menores quando
definimos a área de influência como uma variável dummy que assume valor 1 em
um raio de 50 km.
A Tabela 9 apresenta outros aspectos da nossa análise de robustez
incluindo controles adicionais de características dos municípios que podem estar
relacionadas às instituições e aos ciclos e, conseqüentemente, gerar resultados
enviesados. Em algumas áreas mapeadas nos ciclos do ouro e do açúcar estão as
primeiras vilas coloniais do Brasil que se tornaram centros regionais importantes,
tendo reflexos no papel dessas cidades hoje. Além disso, é possível que o
tamanho do município tenha efeitos relevantes sobre a provisão de bens públicos e
complexidade do aparato do Estado e, com isso, afete os resultados.
23
A Figura 5 apresenta uma descrição intutitiva dessas medidas alternatives de função influência
dos ciclos.
58
24
Os resultados das Tabelas 6 e 7, contudo, são robustos ao clustering dos erro-padrão ao nível da
UF (i.e., a uma estrutura arbitrária de correlação entre os resíduos dos municípios de uma mesma
UF) .
59
5.2.2
Instituições de facto e Desenvolvimento de Longo Prazo
5.2.3
Análise de Críticas à Literatura e Robustez
muitas vezes, para uma supremacia da mesma sobre instituições. Outros artigos,
como Rodrik, Subramanian e Trebbi (2002), defendem que a geografia teria um
efeito indireto bastante importante somente através de instituições.
No caso do nosso trabalho, a inclusão dos indicadores de qualidade
institucional instrumentados como controles adicionais diminui a relevância das
variáveis geográficas da Tabela 1. Os coeficientes de algumas variáveis como
distância para o Equador são reduzidos, assim como o teste F de significância
conjunta das médias de temperatura no ano e tipos de solo27. Os resultados
parecem indicar, com isso, que parte da correlação entre geografia e
desenvolvimento apresentada no Capítulo 3 está associada a diferentes padrões de
colonização adotados no território brasileiro, o que vai de acordo com os
principais argumentos da literatura.
As variáveis institucionais consideradas, entretanto, não dão conta de
explicar todo o padrão geográfico observado28. Sendo assim, não podemos
descartar a possibilidade de existir um efeito causal direto da geografia no
desenvolvimento no Brasil. Colocando na perspectiva do debate mencionado, não
constatamos uma supremacia da geografia sobre as instituições, nem mesmo um
27
Para tornar as tabelas mais claras e sucintas, não mostramos os coeficientes das variáveis
geográficas.
28
O teste F de significância conjunta das variáveis geográficas é significante em todas as
regressões que incluem este grupo de controles.
62
29
A nossa análise está sobre-identificada, pois temos cinco instrumentos e quatro variáveis
institucionais. Sendo assim, podemos instrumentar todas as institucionais e adicionar um controle
endógeno.
63
6.1
Capacidade Gerencial
6.1.1
Componentes do Índice de Capacidade Gerencial
permanece significante. Uma possível explicação para esses resultados é que esses
indicadores, na dimensão histórica captada pelo método de variáveis
instrumentais, são muito correlacionados.
Os componentes relevantes do indicador de capacidade gerencial, portanto,
parecem ser IPTU ano da planta, IPTU adimplência e instrumentos de gestão, que
estão relacionados com eficiência de taxação e coleta de tributos do município e
capacidade administrativa do mesmo. A aparente irrelevância dos instrumentos de
planejamento pode ser esclarecida pela pouca variação entre municípios. Os
instrumentos de planejamento considerados no índice são: Plano de Governo,
Plano Estratégico e Lei Orgânica do Município. À exceção do primeiro, os outros
indicadores variam muito pouco. A Lei Orgânica do Município é obrigatória e
apenas 0,6% dos municípios não apresentam tal lei. O Plano Estratégico também é
obrigatório, mas existe em apenas 4,2% dos municípios (IBGE, 2001).
30
Os resultados se matem praticamente inalterados quando controlamos para o tamanho do
município, isto é, ao incluirmos na regressão o logarítimo natural da população e o logarítimo
natural da área.
66
6.1.2
Índices de Qualidade Institucional Municipal
31
Os detalhes da ponderação do índice estão no Apêndice
32
Os resultados se matem praticamente inalterados quando controlamos para o tamanho do
município, isto é, ao incluirmos na regressão o logarítimo natural da população e o logarítimo
natural da área.
33
Na tabela, referimo-nos a esse índice sem os componentes de renda como Índice de Qualidade
Institucional 1.
67
6.2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510685/CA
Acesso à Justiça
34
Os resultados se matem praticamente inalterados quando controlamos para o tamanho do
município, isto é, ao incluirmos na regressão o logarítimo natural da população e o logarítimo
natural da área.
68
6.3
Provisão de Bens Públicos
35
Para descrição completa das variáveis e fontes, ver Apêndice.
69
BONET, J.; ROCA, A. M. El legado colonial como determinate del ingreso per
capita departamental en Colombia. Documentos de trabajo sobre Economía
Regional, n. 75, Banco de la República – Centro de Estúdios Econômicos
Regionales (CEER), 2006.
HALL, R.E.; JONES, C. I. Why do some countries produce so much more then
others?. Quarterly Journal of Economics, v. 114, n.1, p. 83-116, 1999.
MITCHENER, K.J.; MCLEAN, I.W. The productivity of U.S. states since 1880.
Journal of Economic Growth, n. 8, p. 73-114, 2003.
SACHS, J. D., (2003). Institutions don’t rule: direct effect of geography on per
capita income. NBER Working Paper No.9490, 2003.
9
Apêndice
Figura 1
Renda per Capita vs. Distância para o Equador – cross-country (2000)
11
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510685/CA
10
ln Income pe r capita
9
0 20 40 60
Distance to the Equa tor
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510685/CA
77
Figura 2
Mapa da Renda per Capita no Mundo
78
Figura 3
Renda per Capita vs. Distância para o Equador – Municípios Brasileiros
(2000)
7
6
ln Income per capita
5
0 10 20 30 40
Distance to the Equator
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79
Figura 4
Mapa da Renda per Capita do Brasil
W E
Tabela 1
Geografia e Desenvolvimento nos Municípios Brasileiros
Tabela 2
Descrição das Variáveis
Variável Descrição
índice de proximidade ao ciclo da cana-de-açúcar, variando de 0 (municípios a mais de 200 quilometros das
açúcar
áreas diretamente afetadas pelo ciclo de açúcar) a 1, de acordo com a equação (1) no texto
açúcar x dist para
interação entre a distância para Portugal e a variável do ciclo da cana-de-açúcar.
Portugal
índice de proximidade ao ciclo do ouro, variando de 0 (municípios a mais de 200 quilometros das áreas
ouro
diretamente afetadas pelo ciclo de ouro) a 1, de acordo com a equação (1) no texto
ouro x dist para
interação entre a distância para Portugal e a variável do ciclo do ouro.
Portugal
distância Euclidiana calculada a partir das coordenadas de cada município brasileiro ao centro de Lisboa (lat
distância para Portugal
38º42’N long 9ºL).
Índice de Gini de distribuição de terras calculado para cada município com base no Censo Agropecuário de
Gini da terra
1996 (IBGE).
Índice Herfindahl calculado a partir da soma do quadrado das parcelas de votos de cada partido nas eleições
concentração política
para vereador de 2000. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (IPEADATA).
média simples entre quatro indicadores qualitativos, normalizados de 1 a 6: IPTU ano da planta, IPTU
capacidade gerencial adimplência em 1999, número de instrumentos administrativos, número de instrumentos de planejamento. O
índice é calculado usando dados de 1997 e 2000 da MUNIC2001 (IGBE)
Índice criado a partir da definição de acesso à justiça do IBGE: existência de Tribunal ou Juizado de Pequenas
acesso à justiça
Causas, Conselho Tutelar e Comissão de Defesa do Consumidor (somados com pesos iguais) em 2001 (BIM).
distância ao equador Valor absoluto da latitude calculada a partir do centróide do município (INGEO).
distância (km) do centróide do município à costa brasileira. Dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro
distância para a costa
(UFRJ).
chuva Valor da precipitação anual média 100 mm/ano 1931-1990 (INGEO).
incidência de sol Valor da insolação anual média 100 horas/ano 1931-1990 (INGEO).
Altitude para os municípios da divisão político administrativa vigente em 2000. Os dados foram obtidos do
altitude
cadastro de cidades e vilas do IBGE de 1998 (IPEADATA).
temperaturas
conjunto de 12 variáveis indicando a temperatura mensal mádia em cada município (EMBRAPA).
(12 médias mensais)
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82
solos conjunto de 12 variáveis binárias indicando os tipos de solo presentes em um raio de 0,1 grau de latitude e
(12 tipos) longitude em torno da sede do município (EMBRAPA).
Razão entre o somatório da renda per capita de todos os indivíduos e o número total desses indivíduos. A
renda per capita renda per capita de cada indivíduo é definida como a razão entre a soma da renda de todos os membros da
família e o número de membros da mesma. Valores expressos em reais de 1º de agosto de 2000 (IPEADATA).
Razão entre o somatório do número de anos de estudo completados pelas pessoas que tem 25 ou mais anos
anos de estudo
de idade e o numero de pessoas nessa faixa etária. Censo 2000 (IPEADATA)
Percentual de pessoas de 25 ou mais anos de idade que não sabem ler nem escrever um bilhete simples.
taxa de analfabetismo
Censo de 2000 (IPEADATA)
taxa de mortalidade Número de crianças que não irão sobreviver ao primeiro ano de vida em cada mil crianças nascidas vivas 2000
infantil (IPEADATA).
Número de anos de vida que uma pessoa nascida hoje esperaria viver, se todas as taxas de mortalidade por
expectativa de vida
idade se mantivessem idênticas ao que são hoje. Dados de 2000 (IPEADATA)
ln(população) logaritmo da população total em cada município de acordo com o Censo Demográfico de 2000 (IPEADATA)
ln(área) logaritmo da área municipal expressa em 1000 quilometros (IPEADATA)
idade do município Variável criada a partir do ano de fundação do município, tendo como referência o ano 2000 (BIM).
dummies para conjunto de 5 variáveis dummy indicando as Grandes Regiões Brasileiras: Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
Grandes Regiões Sudeste e Sul.
dummies para UF conjunto de 27 variáveis dummy indicando a Unidade da Federação
Composto de três Sub-indicadores com pesos idênticos: Grau de participação: Existência de conselhos (4%);
Conselhos instalados (4%); Conselhos Paritários (7%); Conselhos deliberativos (7%); Conselhos que
Índice de Qualidade administram fundos (11%). Capacidade financeira: Existência de Consórcios (11%); Receita corrente vs. Dívida
Institucional Municipal (11%); Poupança real per capita (11%). Capacidade Gerencial: IPTU Ano da Planta (8%); IPTU Adimplência
(8%); Instrumentos de Gestão (8%); Instrumentos de Planejamento (8%). Dados da MUNIC 2001 do IBGE
(INGEO).
Percentual de pessoas que vivem em domicílios com água canalizada para um ou mais cômodos, proveniente
Água encanada de rede geral, de poço, de nascente ou de reservatório abastecido por água das chuvas ou carro-pipa em 2000
(IPEADATA).
Percentual de pessoas que vivem em domicílios com iluminação elétrica, proveniente ou não de uma rede
Energia Elétrica
geral, com ou sem medidor em 2000 (IPEADATA).
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83
Tabela 3
Geografia e Desenvolvimento Institucional nos Municípios Brasileiros
Tabela 4
Instituições e Desenvolvimento nos Municípios Brasileiros
Figura 5
Função influência dos Ciclos e Definições Alternativas
1.00
0.75
pesos
0.50
0.25
0.00
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
distância (km)
Figura 6
Mapa do Ciclo do Açúcar
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W E
Figura 7
Mapa do Ciclo do Ouro
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W E
Tabela 5
Estatísticas Descritivas
3.14 3.18
(0.80) (0.94)
Acesso à Justiça 0.73 0.96
(0.83) (0.83)
Gini da Terra 0.81 0.80
(0.05) (0.10)
Concentração Política 0.22 0.24
(0.09) (0.11)
ln(renda p.c.) 4.99 4.98
(0.47) (0.61)
anos de estudo 3.95 4.07
(1.13) (1.34)
mortalidade infantil 34.30 34.00
(14.44) (19.78)
Notas: Erros padrão entre parênteses.
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89
Tabela 6
Efeitos de Longo Prazo dos Ciclos Coloniais no Desenvolvimento Institucional - Gini da Terra e Concentração Política
Controles Geográficos não não não sim não não não sim
Observações 4973 4973 4973 4971 5504 5504 5504 4970
2
R 0.03 0.11 0.12 0.21 0.01 0.01 0.03 0.17
Notas: Erros padrão robustos entre parênteses. * significante a 10%; ** significante a 5%; *** significante a 1%. Todas incluem
constante. Controles geográficos: distância para o Equador, distância para a costa, chuva, incidência do sol, altitude, temperatura
(12 meses) e solos (12 tipos).
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90
Tabela 7
Efeitos de Longo Prazo dos Ciclos Coloniais no Desenvolvimento Institucional - Capacidade Gerencial e Acesso à Justiça
Controles Geográficos não não não sim não não não sim
Observações 5505 5505 5505 4970 5506 5506 5506 4971
2
R 0.01 0.24 0.25 0.30 0.01 0.07 0.09 0.10
Notas: Erros padrão robustos entre parênteses. * significante a 10%; ** significante a 5%; *** significante a 1%. Todas incluem
constante. Controles geográficos: distância para o Equador, distância para a costa, chuva, incidência do sol, altitude, temperatura (12
meses) e solos (12 tipos).
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91
Tabela 8
Robustez dos Efeitos dos Ciclos Coloniais no Desenvolvimento Institucional - Definições Alternativas das Variáveis de Ciclo
Influência do Ciclo: raio de 300km Influência do Ciclo: raio de 100km Influência do Ciclo: Dummy de 50km
Gini da Concent. Capacid. Acesso à Gini da Concent. Capacid. Acesso à Gini da Concent. Capacid. Acesso à
Terra Politica Gerenc. Justiça Terra Politica Gerenc. Justiça Terra Politica Gerenc. Justiça
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
açúcar 0.619*** 0.381*** -0.508 -0.389 0.702*** 0.243** 0.343 1.910 0.481*** 0.249*** 0.122 0.696
(0.086) (0.090) (0.786) (0.932) (0.151) (0.122) (1,386) (1,761) (0.116) (0.084) (0.795) (0.910)
açúcar x dist Portugal -0.008*** -0.006*** 0.008 0.005 -0.009*** -0.005*** -0.001 -0.023 -0.007*** -0.004*** 0.002 -0.008
(0.001) (0.001) (0.011) (0.013) (0.002) (0.002) (0.020) (0.026) (0.002) (0.001) (0.012) (0.013)
ouro -0.105* 0.112 -3.121*** -5.192*** -0.158** -0.017 -2.551*** -3.070*** -0.125** 0.014 -2.128*** -2.731***
(0.058) (0.087) (0.736) (0.695) (0.061) (0.093) (0.829) (0.725) (0.051) (0.095) (0.722) (0.626)
ouro x dist Portugal 0.001** -0.002 0.039*** 0.063*** 0.002*** 0.000 0.032*** 0.038*** 0.002*** -0.0001 0.027*** 0.034***
(0.001) (0.001) (0.010) (0.009) (0.001) (0.001) (0.011) (0.009) (0.001) (0.001) (0.009) (0.008)
distância para Portugal 0.001 -0.006*** -0.012 0.021** 0.000 -0.005*** -0.007 0.033*** 0.00002 -0.005*** -0.011 0.029***
(0.001) (0.001) (0.009) (0.009) (0.001) (0.001) (0.008) (0.008) (0.001) (0.001) (0.008) (0.008)
Observações 4971 4970 4970 4971 4971 4970 4970 4971 4941 4970 4970 4971
2
R 0.21 0.16 0.30 0.10 0.21 0.17 0.30 0.10 0.21 0.16 0.30 0.10
Notas: Erros padrão robustos entre parênteses. * significante a 10%; ** significante a 5%; *** significante a 1%. Todas incluem constante. Controles geográficos: distância
para o Equador, distância para a costa, chuva, incidência do sol, altitude, temperatura (12 meses) e solos (12 tipos).
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92
Tabela 9
Robustez dos Efeitos dos Ciclos Coloniais no Desenvolvimento Institucional - Características dos Municípios
açúcar x dist Portugal -0.013*** -0.005*** 0.003 -0.015 -0.010*** -0.006*** 0.004 -0.014
(0.002) (0.001) (0.012) (0.013) (0.002) (0.001) (0.013) (0.015)
ouro x dist Portugal 0.003*** -0.001 0.037*** 0.049*** 0.001 0.000 0.032*** 0.040***
(0.001) (0.001) (0.009) (0.008) (0.001) (0.001) (0.010) (0.009)
distância para Portugal -0.003*** -0.002** -0.024*** 0.006 0.001 -0.004*** -0.019** 0.014
(0.001) (0.001) (0.008) (0.008) (0.001) (0.001) (0.008) (0.008)
Tabela 10
Robustez dos Efeitos dos Ciclos Coloniais no Desenvolvimento Institucional - Efeitos não observados de Regiões e Estados
Grandes Regiões UF
Gini da Concent. Capacid. Acesso à Gini da Concent. Capacid. Acesso à
Terra Politica Gerenc. Justiça Terra Politica Gerenc. Justiça
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)
açúcar 0.674*** 0.280*** -0.564 0.153 0.576*** 0.027 1,938 1,096
(0.110) (0.100) (0.978) (1,159) (0.117) (0.134) (1,191) (1,546)
açúcar x dist Portugal -0.009*** -0.005*** 0.010 0.000 -0.007*** -0.001 -0.024 -0.013
(0.002) (0.001) (0.014) (0.017) (0.002) (0.002) (0.017) (0.023)
ouro x dist Portugal 0.0001 0.001 0.029*** 0.032*** -0.000 -0.002 0.023* -0.011
(0.001) (0.001) (0.011) (0.010) (0.001) (0.001) (0.012) (0.011)
distância para Portugal 0.002** -0.008*** 0.001 0.042*** 0.003* 0.001 0.013 0.062***
(0.001) (0.001) (0.009) (0.009) (0.001) (0.002) (0.015) (0.017)
Dummies para Grandes
sim sim sim sim não não não não
Regiões
Dummies para UF não não não não sim sim sim sim
Observações 4971 4970 4970 4971 4971 4970 4970 4971
2
R 0.22 0.19 0.31 0.11 0.24 0.25 0.34 0.15
Notas: Erros padrão robustos entre parênteses. * significante a 10%; ** significante a 5%; *** significante a 1%. Todas incluem
constante. Controles geográficos: distância para o Equador, distância para a costa, chuva, incidência do sol, altitude,
temperatura (12 meses) e solos (12 tipos).
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Tabela 11
Efeitos Causais das Instituições De Facto no Desenvolvimento de Longo Prazo
Tabela 12
Robustez dos Efeitos de Instituições De Facto no Desenvolvimento de
Longo Prazo - Hipóteses Alternativas
ln Renda per Capita
Educação Saúde
Anos de Estudo Analfabetismo Mortalidade Infantil Expectativa de Vida
Exog Endog Exog Endog Exog Endog Exog Endog
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)
Capacidade Gerencial 0.388*** 0.381** 0.541*** 0.386** 0.503*** 0.388* 0.473*** 0.385**
(0.150) (0.165) (0.151) (0.180) (0.135) (0.213) (0.135) (0.174)
Acesso à Justiça 0.367*** 0.444** 0.389*** 0.448*** 0.235* 0.438 0.288** 0.443**
(0.129) (0.176) (0.126) (0.124) (0.127) (0.314) (0.117) (0.213)
Gini da Terra -0.707 -0.434 -0.281 -0.409 -0.439 -0.418 -0.570 -0.422
(0.588) (0.763) (0.792) (0.730) (0.647) (0.686) (0.613) (0.689)
Concentração Política 1.934*** 2.289*** 2.300*** 2.313*** 2.154*** 2.302*** 1.872*** 2.289***
(0.556) (0.813) (0.676) (0.627) (0.569) (0.659) (0.592) (0.809)
Tabela 13
Efeitos de Longo Prazo dos Ciclos Coloniais no Desenvolvimento
Institucional - Capacidade Gerencial
IPTU ano da planta IPTU adimplência Instrumentos de GestãoInstrumentos de Planejamento
(1) (2) (3) (4)
açúcar -1,488 3.257** -2,414 -1,809
(1,997) (1,443) (1,641) (1,334)
açúcar x dist
Portugal 0.022 -0.044** 0.036 0.027
(0.029) (0.021) (0.023) (0.019)
ouro -4.906*** -3.470*** -3.701*** -0.400
(1,783) (1,282) (1,048) (0.991)
Tabela 14
Instituições De Facto e Desenvolvimento de Longo Prazo - Capacidade
Gerencial
ln Renda per Capita
OLS IV
(1) (2) (3) (4) (5) (6)
IPTU ano da planta 0.014*** 0.381*** 0.313
(0.003) (0.098) (0.247)
IPTU adimplência 0.041*** 0.427*** 0.044
(0.004) (0.080) (0.266)
Instrumentos de Gestão 0.114*** 0.569*** 0.188
(0.004) (0.130) (0.247)
Instrumentos de Planejamento 0.003 -0.311*** -0.366
(0.004) (0.108) (0.324)
Observações 4970 4970 4970 4970 4970 4970
2
R 0.72 0.29
Notas: Erros padrão robustos entre parênteses. * significante a 10%; ** significante a 5%; ***
significante a 1%. Todas incluem constante. Controles geográficos: distância para o Equador,
distância para a costa, chuva, incidência do sol, altitude, temperatura (12 meses) e solos (12 tipos).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510685/CA
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Tabela 15
Efeitos de Longo Prazo dos Ciclos Coloniais no Desenvolvimento Institucional - Índice de Qualidade Institucional
Municipal
Controles Geográficos não não não sim não não não sim
Observações 5506 5506 5506 4971 5505 5505 5505 4970
2
R 0.03 0.30 0.31 0.37 0.01 0.25 0.26 0.32
Notas: Erros padrão robustos entre parênteses. * significante a 10%; ** significante a 5%; *** significante a 1%. Todas incluem
constante. Controles geográficos: distância para o Equador, distância para a costa, chuva, incidência do sol, altitude, temperatura (12
meses) e solos (12 tipos). Índice de Qualidade Institucional 1 = índice sem poupança e sem receita corrente vs. dívida.
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Tabela 16
Instituições De Facto e Desenvolvimento de Longo Prazo - Índice de
Qualidade Institucional Municipal
ln Renda per capita
OLS IV
(1) (2) (3) (4) (5) (6)
Índice de Qualidade Institucional 0.192*** 1.257*** 0.914***
(0.011) (0.228) (0.232)
Índice de Qualidade Institucional 1 0.159*** 0.860*** 0.416**
(0.009) (0.177) (0.202)
Acesso à Justiça 0.142*** 0.133*** 0.341*** 0.435***
(0.006) (0.006) (0.097) (0.084)
Observações 4971 4970 4971 4971 4970 4970
2
R 0.73 0.73 0.11 0.28 0.38 0.42
Notas: Erros padrão robustos entre parênteses. * significante a 10%; ** significante a 5%; *** significante
a 1%. Todas incluem constante. Controles geográficos: distância para o Equador, distância para a costa,
chuva, incidência do sol, altitude, temperatura (12 meses) e solos (12 tipos). Índice de Qualidade
Institucional 1 = índice sem poupança e sem receita corrente vs. dívida.
Tabela 17
Efeitos de Longo Prazo dos Ciclos Coloniais no Desenvolvimento
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510685/CA
Tabela 18
Instituições De Facto e Desenvolvimento de Longo Prazo - Acesso à
Justiça
Tabela 19
Provisão de Bens Públicos