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APOSTILA DE APOIO

RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS
TERMOFOTOSONOELETRICOS
VENDA PROIBIDA

Esta apostila é um material de apoio para a disciplina Recursos


Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos, baseada no material de
estudos do professor Mário Almino, não sendo um material de
caráter cientifico, com venda proibida e com conteúdo retirado das
sequentes referências:

Bibliografia
 Bisschop, G. d. (2001). Eletrofisioterapia. São Paulo: Santos.
 Cameron, M. H. (2012). Physical Agents in Rehabilitation: From Research to Practice.
United States of America: Saunders.
 Kahn, J. (2001). Princípios e Prática de Eletroterapia (4a ed.). São Paulo: Santos.
 Nelson, R. M. (2013). Eletroterapia Clínica (3a ed.). São Paulo: Manole.
 Salgado, A. S. (2013). Eletrofisioterapia e Eletroacupuntura. São Paulo: Andreoli.
 Starkey, C. (2017). Recursos Terapêuticos em Fisioterapia (4a ed.). São Paulo: Manole.

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INTRODUÇÃO

O uso de calor, frio, luz e estimulação elétrica com recursos termofotosonoeletricos têm
sido umas das habilidades chave da fisioterapia, com uma longa história na prática clínica
desde seu princípio mais remoto.

Conceitos:

TERMOTERAPIA
• é uma modalidade terapêutica que se utiliza da aplicação de agentes térmicos ao
corpo resultando no aumento da temperatura dos tecidos corporais com fins
terapêuticos.

FOTOTERAPIA
• é uma modalidade terapêutica baseado em banhos de luz empregada no tratamento
de várias patologias

ELETROTERAPIA:
• é uma modalidade terapêutica que se utiliza de energia elétrica no tratamento de
problemas de saúde. O termo também pode ser aplicado como o uso da corrente
elétrica para acelerar a reabilitação de lesões.

CONTEXTO HISTÓRICO

No princípio, a partir de estudos sobre os efeitos da eletricidade em animais, os cientistas


deduziram a hipótese de que os tecidos animais são dotados de uma eletricidade intrínseca,
e que estão envolvidos em processos fisiológicos, como a condução nervosa e a contração
muscular.
Estima-se que a origem da Eletroterapia vem de épocas pre-
históricas, do tempo em que os homens viviam em cavernas. Conta-
se que um homem com dores crônicas no calcanhar, ao banhar-se em
um rio, encostou acidentalmente seu pé em uma enguia elétrica e
obteve melhora dos sintomas.
Na antiguidade, os egípcios (2750 a.C.) utilizavam descargas de
peixes elétricos com finalidade terapêutica e por volta de 130 a.C.
Galen indicava a utilização do peixe Tremelga ou peixe torpedo, um
animal marinho do mar mediterrâneo, como agente calmante. Já
Grécia antiga, onde Scribonius Largus, (46 a.C.) relata que se usavam os peixes elétricos
para tratar a dor provocada pela gota.

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Scribonius Largus documentou que o adormecimento era gradual e que persistia mesmo
após o contato com o peixe ter sido interrompido. A ele é atribuído o primeiro protocolo de
eletroterapia: “para cada tipo de gota se deve colocar um peixe torpedo sob o pé”.
Com tudo, apesar de todos os relatos históricos, o termo, em se, eletricidade está ligado a
Tales de Mileto que realizou experimentos com barras de âmbar (no grego elékitron), uma
espécie de rezina, que quando atritada contra pele de um animal adquiria a propriedade de
atrair pequenos corpos.

Já os primeiros relatos sobre as propriedades elétricas nos músculos e nervos foram


descritos no final do século XVIII, desencadeando assim, uma série de pesquisas ligadas
aos efeitos elétricos internos e externos do corpo humano.
 Jallabert e o Nollet (1748) trabalhavam com a estimulação em hemiplégicos e soldados
paralíticos.
 Pivatti em 1745 tentava administrar medicamento no corpo com uma máquina elétrica
iniciando os estudos da iontoforese.
 Luigi Galvani foi um dos pioneiros a investigar da ação da corrente elétrica na
excitação muscular.

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 Alessandro Volta (1800) produziu a primeira pilha elétrica.


 Duchene (1806 – 1975) indica pela primeira vez os pontos motores na obra
“eletrofisiologia dos movimentos”
 D´Arsonval (1892) aplica a eletromagnetismo com fins terapêuticos.
Em 1835, o tratamento de várias doenças começou a ser feito com a aplicação de correntes
elétricas vinda de eletrodos, que são implantadas nos tecidos, os quais são suficientes para
estimular os músculos e em 1855 Guillaume Duchenne, considerado como pai da
eletroterapia, anunciou que a eletricidade alternada era superior a direta para o acionamento
eletro-terapêutico de contrações musculares. A esse efeitoele chamou de "efeito de
aquecimento" da corrente direta irritava a pele.
Duchenne afirmou que a corrente alternada produzia
fortes contrações musculares independente da condição
do músculo, enquanto a corrente direta induzia
contrações fortes em músculos fortes, e fracas em
músculos fracos. A partir de então, quase toda
reabilitação envolvendo contração muscular tem sido
feita com ondas simétricas bifásicas.
Na década de 1940, o Departamento de Guerra dos Estados Unidos, ao investigar a
aplicação da eletroterapia, descobriu que a estimulação elétrica não somente retardava e
prevenia atrofia, como também restaurava a massa muscular e a força. Eles empregaram o
que foi chamado exercício galvânico nas mãos de pacientes que com lesão nos nervos.
Esses exercícios galvânicos utilizavam corrente direta monofásica.
Nos últimos anos uma nova modalidade vem sendo muito estudada e discutida, ela consiste
na utilização de correntes de baixa intensidade, que ficam abaixo de 1000 microampere,
sendo assim correntes sensoriais controladas de acordo com a sensação do paciente.

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

MATÉRIA
• É tudo ao seu redor.
• Os átomos e moléculas são todos compostos de matéria.
• Matéria é tudo que tem massa e ocupa espaço.
• A matéria está relacionada com luz e radiação eletromagnética.

O ÁTOMO
• Prótons são partículas de um átomo tem uma carga
positiva. Eles estão no meio do átomo, ou seja, no núcleo e
não se movem.
• Nêutron são partículas de um átomo não têm carga. Ele faz
parte do núcleo de um átomo como os prótons.
• Elétrons são partículas de um átomo que orbitam o núcleo, ou
seja, os elétrons não fazem parte do núcleo do átomo, em vez
disso, se movem ao redor do núcleo

ELETRICIDADE
• É o fenômeno físico associado com a presença do fluxo de carga elétrica.

CORRENTE ELÉCTRICA
• É o movimento coordenado das partículas eletricamente carregadas, tipicamente
medido em amperes (A).
– Condições para uma corrente eléctrica
 Diferença de potencial;
 Via condutora;
 Fonte produtora.
– A intensidade de uma corrente eléctrica
 É o fluxo de elétrons que atravessa um condutor em um espaço de tempo.
 A unidade de medida para a um carga elétrica é o Coulomb (C) e a de tempo é
o segundo (s) => Q = C/s
 Podemos medir a quantidade média de elétrons que passam pelo fio, assim a
intensidade média da corrente elétrica “I” num condutor em um intervalo de
tempo Δt, é definido como: I = Q/Δt => Amperes (A)

DIFERENÇA DE POTENCIAL (DDP)


• É a força que induz os elétrons a se deslocarem de uma zona de excesso para uma
de déficit.
• Essa força é medida em Volt (V= jaule/Coulomb)
• No ser vivo essa força motriz é chamada de potencial de membrana.

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REPARO DOS TECIDOS

Etapas da Cicatrização

FASE HEMORRÁGICA: Dura aproximadamente 20 – 30 minutos onde existe a


vasoconstrição e ação de coagulação sanguínea para servir como tampão. Ação mecânica
para impedir que haja maior perda de sangue.Ocorrendo uma vasoconstrição primária,
decorrente da liberação de norepinefrina, durante alguns segundos ou minutos.
Poderá haver uma vasoconstrição secundária em decorrência da Serotonina, difosfato de
adenosina (ADP ) , cálcio e trombina.

FASE INFLAMATÓRIA OU RESOLUTIVA: Esta fase dura aproximadamente de 24 á


48 horas podendo se estender á 72 horas se houver mecanismo irritatório que poderia
postergar o funcionamento destas fases.
Caracterizada pelos sinais de Rubor, tumor, calor e dor.
A coagulação auxilia na ampliação na ferida e geração dos mediadores químicos como a
Bradicinina, que incrementam a circulação controlando o processo de homeostasia.
Ocorre após o processo de vasodilatação secundária onde há aumento da permeabilidade
das vênulas devido ás ações da histamina, prostaglandinas e peróxido de hidrogênio.
Normalmente a primeira fase da Inflamação termina por volta de dois dias e ocorre a
infiltração dos neutrófilos para o tecido extracelular.

FASE PROLIFERATIVA – Podendo por alguns autores ser dividido em produção,


proliferação e Remodelação.
Na subdivisão:

 Fase de produção ocorre formação do tecido de granulação, neoformação de vasos


sanguíneos, fibroblastos, macrófagos. – Do 2º ao 4º dia.
Este tecido de granulação precede a formação do tecido cicatricial maduro, sendo os
fibroblastos os principais agentes de deposição da nova matriz.

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“Há necessidade da existência de um extenso sistema vascular, para que sejam


atendidas as necessidades da fase proliferativa”. (Clayton – Eletroterapia – 1998).

 Fase de Proliferação- De 4 dias á 3 semanas – A fase de contração da ferida é um


fator muito importante inicia-se á partir do 4º dia pós lesão e possui seu pico por
volta da 2ª semana , podendo atingir ao 21º dia. Esta fase é uma das diferentes forças
que poderão levar á uma contratura.
Miofibroblastos garantem esta fase de contração da ferida.

FASE DE REMODELAÇÃO – ocorre do 21O dia ao 60 ou 90º dia. Balanço entre novo
colágeno e a “quebra” do velho colágeno.

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CAPITULO I – TERMOTERAPIA

EFEITOS FISIOLÓGICOS DO CALOR

O controle pelas alterações de temperatura é executado pelo hipotálamo porção


ventral onde alterações Fisiológicas dependem:

 Dimensões da área aquecida


 Profundidade de absorção pelo calor
 Duração de aquecimento
 Intensidade da irradiação
 Método de aplicação
 Gera reações fisiológicas, vasodilatação e sudorese mediante calor e
vasoconstrição e calafrios mediante o frio.

Calor suave são temperaturas abaixo de 40 graus e altas as acima de 45 graus.


Temperaturas acima de 45 graus podem potencialmente resultar em dores e lesões
irreversíveis dos tecidos.
Ações pelo calor podem ser benéficas para o processo de reparação tecidual por
aumentar o fluxo sanguíneo, aumentando a perfusão sanguínea da área lesional, aumento da
tensão de oxigênio, diminuindo a susceptibilidade á infecção.
Calor superficial geralmente não geram aumentos de temperaturas á nível muscular,
mas aumentos de temperatura nos músculos e tendões das mãos e dos pés podem ser
aplicados com sucesso pois nestas áreas não existe prevalência de tecido adiposo.
“Observa-se que os espasmos musculares, secundários à uma patologia
circunjacente, podem freqüentemente ser aliviados mediante o uso do calor. Com base em
estudos sobre o efeito da temperatura nos fusos musculares, foi postulado que ocorre uma
cessação seletiva dos disparos provenientes das terminações aferentes fusais secundárias, o
que pode resultar numa redução do tônus muscular” (Lehmann e De Lateur, 1990)
Quando o calor perdurar por um tempo prolongado poderá ocorrer uma subsequente
elevação geral na temperatura central, por toda a circulação.
Ocorre informação através de mecanismos reflexos dos termorreceptores e
diretamente pelo sangue aos centros superiores em particular pelo hipotálamo.
Algumas citações se referem à diminuição da dor, mas seu processo elucidativo
ainda não explicado.
Aumento da extensibilidade dos tendões, melhora da mobilidade articular, aumento
da velocidade de condução nervosa, etc.

TERMOTERAPIA

O calor é uma das formas mais antigas de terapia já usada, mas sua evolução foi
lenta ou até mesmo insignificante, pois esteve sempre em mão de curandeiros ou leigos no
assunto.

Temperatura do organismo

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A constante fixa, em condições normais varia de 36º à 37º.


O controle de cibernético controla o equilíbrio de produção e o desgaste calórico do
corpo.
A produção de calor tem como fator essencial a combustão metabólica, a partir da
oxigenação. Este metabolismo gera uma energia, a qual é subdividida em ¼ em trabalho e
¾ em calor.
A perda de calor se dá por três fatores:

 radiação – 60 % da perda calórica


 evaporação – 25 % da perda calórica
 condução – 15 % da perda calórica

Controle da temperatura corpórea

O nosso corpo mostra um controle vasomotor perfeito em temperaturas ambientais


em torno de 19º - 32º C. Se a temperatura for inferior à 19º C o corpo perde muito calor
mas tenta em equilíbrio com uma vasoconstrição periférica. Se for superior a 32ºC o corpo
entra em um quadro de evaporação gradual pondo em andamento o processo de sudorese.
Se a temperatura ambiental é tão elevada, ao ponto que o mecanismo de perda calórica é
insuficiente, a temperatura corpórea é elevada progressivamente por acumulação.
Receptores calóricos ou termostato enviam sinais ao centro superior, da situação do
ambiente, fazendo aumentar ou diminuir a temperatura corpórea.
O mecanismo da regulação difere do normal, quando se trata de uma hipertemia
local ou geral. A hipertemia geral também é chamada hiperpirexia e pode ser obtida a partir
da piretoterapia (febre artificial).

Métodos físicos para provocar a febre artificial

 Condução: condução de calor por transmissão e contato direto: sauna, banho de


vapor, parafina, água quente, areia quente, garrafas, etc.
 Convecção: mediante calor radiante: infra vermelho.
 Conversão: mediante a transformação de energia primária em calor: energia
elétrica.
– Diatermia (ondas curtas e micro ondas).

Mecanismos de ação da temperatura

Trata-se de provocar um aumento da taxa metabólica mediante hiperemia.


Estímulos calóricos (tipos):

 Estímulos mínimos – atuam sobre vasodilatadores, condicionam uma hiperemia


controlada, constituindo o estado de fluxo, com aumento considerado de sangue,
mas também com possibilidade de controlá-lo, pelos vasoconstritores ainda não
alterados.
 Estímulos máximos – atuam sobre os vasoconstritores e posteriormente sobre os
vasodilatadores. Este estímulo provoca a fase de estase sanguínea durante um

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tempo prolongado; durante esta fase ocorre o fenômeno de plasmodiálise,


eritrodiapedese e leucodiapedese, que se acumulam na região periarticular.

 A fase pós-estase é considerada de suma importância terapêutica, pois temos o


sistema neurovascular em desequilíbrio. Podemos dizer que o êxito na aplicação
termoterápica depende da eliminação do controle dos termorreguladores,
evitando sobre tudo a radiação e a evaporação, provocando uma mobilização
reativa geral específica e inespecífica e incluso um desequilíbrio
termorregulador.

Evolução da termoterapia por conversão

Foi usado durante muito tempo corrente elétrica na ordem de 300.000 c/s (ciclos por
segundos) com um comprimento de ondas de 1.000 m. Esta técnica era chamada de
diatermia. Como esta técnica não era muito satisfatória, pois conseguia aquecer apenas
tecidos de maior resistência como tecidos adiposos, ossos, etc. E não estruturas como
músculos, vísceras, etc.
Por este motivo foi modificado a técnica tendendo sempre a aumentar a freqüência e
diminuir conseqüentemente o comprimento de ondas.

Espectro Eletromagnético

O comprimento de ondas varia consideravelmente, conseqüentemente varia a


propriedade dos componentes em estudo. Com aumento do comprimento de onda, ocorre a
diminuição da freqüência e assim sucessivamente.
Numa escala crescente em relação ao comprimento da onda, temos a seguinte
seqüência: Raio Gama, Raio X, Ultra Violeta, Luz Visível, Infra Vermelho, Micro-Ondas,
Ondas Curtas e Ultra Som.

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TERAPIA POR ONDAS CURTAS

Diatermia por ondas curtas – Contínuo e Pulsado

A diatermia de ondas curtas proporciona um aquecimento profundo (de 2 a 5 cm),


utilizando uma corrente alternada de alta frequência (maior que 10 MHz), mas sem
capacidade para despolarizar os nervos motores e sensoriais. A energia eletromagnética é
absorvida por determinados tecidos e causa a fricção dos íons livres, levando então ao
aquecimento que pode chegar até 41,6 ºC.
Assim as estruturas mais afetadas são aquelas que apresentam grande quantidade de
água, ou seja, sangue, músculos e tecido adiposo. Sendo que esta última é responsável pela
dissipação de grande da energia, consequentemente levando ao aquecimento secundário da
camada muscular superficial.
Em comparação ao ultrassom, o Ondas Curtas tem uma duração maior de
aquecimento devido a área relativamente maior. Mas nos casos de pacientes com muita
gordura subcutânea sua eficácia já não é tão grande.
Atualmente verificamos uma discordância científica muito grande quanto às
pesquisas realizadas, à nível clínico e experimental, relativas às aplicações da diatermia por
ondas curtas contínuas e pulsadas.
Durante muitos anos este foi um dos aparelhos mais utilizados e possivelmente
ainda possui esta performance em nossas clínicas Brasileiras de Fisioterapia.
A aplicação do Ondas Curtas pode ser feita de forma contínua que gera maior aquecimento
e é utilizada em casos crônicos e de maneira pulsada, isto é, pulsos de curtos períodos com
intervalos de tempo podendo ser empregado em fases agudas e subagudas. Sendo a
frequência de 27,12 MHZ, haverá menor dose de energia gerada neste modo. Portanto os
tecidos receberão menor carga térmica.
No Brasil a diatermia por ondas curtas de forma pulsada teve início em 1991 e
desde então, através de aplicações clínicas colocaremos neste capítulo nossas experiências
que sob bases cotidianas da Fisioterapia e sem a pretensão de uma verdade absoluta poderá
auxiliar outros colegas e estudantes em sua prática.
Através do uso de diatermia por ondas curtas poderemos citar duas formas de
métodos:
 Capacitativo: através de placas ou também eletrodos de Shiliepack, onde há
formação de um campo elétrico a partir da presença de cargas elétricas e
magnéticas produzidas por uma carga elétrica móvel.
“O Uso de um circuito CAPACITATIVO no Tratamento de um tecido exige o
seu posicionamento dentro de um campo elétrico oscilatório, provoca a vibração
das moléculas do tecido e, portanto, seu aquecimento”.
“Os efeitos da técnica capacitativa ocorre principalmente no tecido superficial,
sendo a aplicação longitudinal nas mesmas linhas de campo que o fluxo
sanguíneo mais profundo”.
 Indutivo: Onde há calor formado por uma onda caminhante não necessitando da
formação de um campo eletromagnético. Este método pode aquecer tecidos com
até 5 com de profundidade, porém o maior aumento de temperatura ocorre nas
camadas musculares superficial e mediana. (Não possuímos este tipo de
aparelho fabricado em nosso País).

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VENDA PROIBIDA

“A aplicação através do método INDUTIVO gera um aquecimento


significativamente mais intenso que a técnica capacitativa”. ( 6 ) .
Sabemos que os efeitos térmicos derivados da aplicação dos ondas curtas são os
mesmos que as aplicações através de outros agentes físicos superficiais,
dependendo de alguns fatores.

ELETRODOS:

As placas devem ser envoltas por toalhas a fim de se deixar uma distância de 2,54
cm da pele do paciente.Se forem ser colocadas no mesmo lado do corpo, deve-se posiciona-
las o mais distante possível.
Para que fiquem estabilizados na posição pode-se utilizar sacos de areia ou velcros
para sustentá-los.
As placas podem ser colocadas das seguintes formas:

 Transregional ou transversal : São colocadas em paralelo. Devido às resistências


estarem em série a corrente deverá atravessar cada uma destas resistências
deixando assim em cada camada ENERGIA – atingindo muito pouco níveis
profundos musculares.
PORTANTO APLICAÇÃO SUPERFICIAL.

 Coplanar : São colocados um ao lado do outro, obedecendo o mesmo problema


elétrico citado anteriormente, os eletrodos não poderão estar muitos próximos pois
impossibilitaria a criação de uma campo eletromagnético.
PORTANTO APLICAÇÃO SUPERFICIAL.

 Longitudinal: Um eletrodo é colocado de cada lado do membro á ser tratado,


sendo o campo elétrico orientado na mesma direção das linhas de campo, a
corrente terá seu caminho através do tecido de menor resistência sendo este
tecidos com H2O , sangue , linfa que neste caso estaremos falando do tecido
muscular.

FREQUÊNCIA
Baixas frequências são utilizadas nos casos mais agudos e dolorosos respeitando as
fases Inflamatórias e Reparação tecidual.

TEMPO DE APLICAÇÃO
Depende também da área a ser tratada e do estado patológico

POTÊNCIA MÉDIA
Potência de pico do pulso X % ciclos de Diatermia de ondas curtas.

DURAÇÃO DO TRATAMENTO
Ao serem aplicadas intensidades moderadas, o tratamento pode ter duração de 20 a
30 minutos e repetidos se necessário, durante duas semanas.

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VENDA PROIBIDA

Em casos de temperaturas mais elevadas, o tempo deve ser reduzido e administrado


em dias alternados.

APARELHO
6 10
2 45
1. Chave de ligar / desligar
2. Indicador de operação Led
1 3. Controle de intensidade "INTENSIDADE" e
11 "RESET LOCK"
9 8
3 7 4. Tecla de reinicialização do temporizador
5. Chave de seleção do tempo de tratamento
6. Tecla de seleção de modos contínuos / pulsados
7. Indicador de modo de pulso ativado
8. Ativo Indicador de modo contínuo Led
9. Modo de pulso Seleção de frequência Tecla
10. Indicador de sintonia
11. Controle de sintonia

PRECAUÇÕES
 Não deixar os cabos encostarem um no outro porque isso pode criar um curto-
circuito.
 A pele deve estar coberta pelo menos por 1,27 cm de toalhas.
 Não permitir contato direto da pele com a unidade de aquecimento. Isso poderá
causar queimaduras graves.
 Grande quantidade de tecido adiposo pode provocar superaquecimento da pele.
 Ficar atento ao superaquecimento pois os sinais não são imediatos.
 Sensação dolorosa profunda pode ser um sinal de superaquecimento dos tecidos.
 Para segurança do operador deve-se manter uma distância de 91,4 cm da fonte
de energia porque a energia eletromagnética irradia por 60, 9 a 91, 4cm em
diatermia de modo contínuo e 60,9 cm de uma fonte de diatermia pulsada.

INDICAÇÕES
 Inflamação da articulação, visto que deve ser feito com cuidadp pois o
aquecimento profundo pode causar destruição do colágeno da articulação.
 Áreas grandes que não podem ser aquecidas eficientemente por outros métodos.
 Fibrostie
 Miosite
 Condições inflamatórias subagudas e crônicas de camadas de tecidos profundos.
 Osteoartrite

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VENDA PROIBIDA

CONTRA INDICAÇÕES
 Áreas isquêmicas
 Doença vascular periférica;
 Implantes de metal: o metal absorve e concentra a energia, podendo causar
queimaduras
 Perspiração e roupas úmidas;
 Tendência a hemorragia, inclusive menstruação
 Câncer
 Febre
 Perda ou alteração sensorial
 Marcapassos cardíacos;
 Gravidez
 Placas epifisárias em crianás
 Órgãos genitais
 Locais de infecção
 DIU implantado
 Olhos e rosto

PARA PENSAR:
1) Forma contínua ou Pulsada?
2) Colocação dos eletrodos?
3) Frequência?
4) Tempo de aplicação?
5) Potência média?

Mas o que é mais importante é sabermos em que fase nos encontramos da


inflamação, e qual será a influência eletromagnética na qual poderá influenciá-la de forma
positiva.
Qual o objetivo almejado pelo Fisioterapeuta?
Os efeitos eletromagnéticos sobre a cicatrização e suas fases provoca quando em seu
adequado tempo + colocação de eletrodos + tempo de aplicação + parâmetros operacionais,
resultados satisfatórios.

Tipo de patologia e forma de instalação?

QUESTÕES:
a) Tipo de Ondas Curtas?
b) Frequência?
c) Colocação dos Eletrodos?
d) Tempo de Aplicação?

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VENDA PROIBIDA

ESTUDO DE CASO:

1. Entorse de tornozelo, pós gesso durante 7 dias, lesão ligamentar de grau 2,


compartimento lateral, edema + hematoma, dor aos movimentos e diminuição de
ADM.
– Pulsado – Nos casos onde exista diminuição da troficidade celular é recomendado o uso
de ondas curtas pulsado não havendo sobrecarga tecidual.
– Frequência baixa devido ao trofismo celular podendo aumentar á cada sessão
dependendo da evolução do quadro clínico.
– Como a lesão foi ligamentar e para o tornozelo se considera estar anatomicamente
superficial poderemos utilizar de preferência a colocação através – Transversal ou
transregional.
– Tempo de aplicação no mínimo 7 á 10 minutos podendo atingir 15 minutos á partir da
redução da dor e melhora da ADM.

OBSERVAÇÃO: Nas primeiras sessões poderemos colocar o membro lesado em


posição de retorno venoso.

O paciente através da baixa frequência referirá sensação de calor suave, onde o


Fisioterapeuta deverá rapidamente após a aplicação de ondas curtas realizar exercícios
passivos ao tornozelo e ganho de ADM.
Aconselha-se posteriormente iniciar fortalecimento de fibulares e tibial anterior em
posição curta (anatômica) de preferência através de eletroestimulação excito-motora.
Seguir tratamento sob várias possibilidades terapêuticas.

2. Lesão de tornozelo com fratura de tíbia – tratamento conservador sob gesso,


indicado para tratamento Fisioterápico após 2 meses, edema intrarticular, dor aos
movimentos e diminuição de ADM.
– Ondas curtas pulsado no início do tratamento devido á baixa atividade celular
(trofismo) e depois com o tempo o contínuo.
– Freqüência baixa no início e aumentando á medida que se adquira controle do edema e
da dor.
– Como o edema é intrarticular recomenda-se a colocação longitudinal sentado ou em
decúbito dorsal.
– Tempo de aplicação em torno de 10 minutos podendo chegar á 15 minutos.

3. Lesão de tornozelo- com lesão ligamentar talofibular anterior e calcâneo fibular, sem
gesso, edema em face lateral de tornozelo, 3 dias pós lesão.
– Ondas curtas pulsátil devido ao estágio inicial da fase de inflamação.
– Freqüência baixa devido ás transformações celulares iniciais.
– Transregional ou transversal. Devido á lesão Ter sido ligamentar , mais superficial.
– Tempo de aplicação de 7 minutos no início e assim sucessivamente.

4. Paciente com L.E.R./ DORT membro superior D + trapézio superior , com dores
constantes.

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VENDA PROIBIDA

– Ondas curtas pulsátil com baixa frequência enquanto houver estágio de dor,
aumentando a frequência á medida que houver redução da dor, paciente deverá sentir
um calor suave e depois tolerável e agradável.
– Longitudinal saindo do trapézio superior D e outra placa na palma da mão com o
punho em posição neutra.Esta colocação de eletrodo consegue dissipar calor e energia
eletromagnética por todo o membro superior lesado.
– Tempo de aplicação de 15 minutos.

5. Paciente com entorse de joelho 10 dias sem imobilização, edema de fundo de saco,
lesão do ligamento colateral medial.
– Ondas curtas pulsátil devido á estar do 10º dia pós lesão.
– Nesta etapa sabemos que as células necessitam de aumento da carga térmica onde
utilizaremos uma frequência média onde o paciente referirá calor, mas tolerável e sem
exageros para não aumentar o quadro inflamatório, o importante será o efeito
eletromagnético e não o valor térmico somente.
– Transregional / transversal pois se trata de uma lesão de um ligamento de fácil acesso,
mas com o joelho em semi-flexão de + ou – 20 graus para abrir o fundo de saco
sinovial com um rolo sob o joelho.
– Tempo de aplicação de 15 minutos.

6. Paciente com Epicondilite lateral de cotovelo, dor e limitação de movimento á flexão


extensão e prono-supinação, com triggers points miofasciais nos músculos extensores
de punho e dedos.
– Uso de ondas curtas pulsátil devido á dor.
– Frequência média onde o paciente referirá sensação suave de calor e local podendo ser
aumentado após reavaliação á cada sessão.
– Devido á diminuição da ADM notamos que presença de triggers points miofasciais
seria aconselhável a colocação de eletrodos longitudinal e poderemos utilizar também
coplanar e/ ou transregional.
– Esta preferência seria, pois, devido ao maior fluxo eletromagnético e calor por todo o
membro superior e com o cotovelo em flexão maior acúmulo ao cotovelo. Sendo que a
ação eletromagnética e térmica é aconselhável por todo o membro, pois sabemos que
as epicondilites são consequências de desequilíbrios músculo- esquelético e á distância.
– Aconselhamos a desativação dos triggers points com terapia combinada sobre os
pontos miofasciais citados e não esquecer de averiguar a cadeia neuromeníngea e
articular para este tipo de patologia.
– Tempo de aplicação de 10 á 15 minutos.

OBSERVAÇÕES:
 Não utilizar calor em excesso, não permitindo por exemplo que o paciente diga ao
Fisioterapeuta para que diminua a temperatura do ondas curtas pois sabemos que
todo excesso de temperatura leva informações ao hipotálamo que naturalmente
controlará através do primeiro momento uma vasodilatação + com estimulação das
glândulas sudoríparas que poderá trazer o resfriamento evaporativo.
 Diante de contratura que já apresentam uma diminuição da porção vascular e
aumento do tônus, se utilizarmos um calor controlado e agradável verifica-se
diminuição desta contratura caso contrário podendo ocorrer reação contrária.

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VENDA PROIBIDA

 São utilizados ondas curtas em todos as lesões periféricas. Por experiências clínicas
verifica-se que o uso de correntes elétricas são a preferência para as patologias da
coluna vertebral.

Não utilizamos ondas curtas sobre a coluna vertebral pois existe uma controvérsia nas
pesquisas. Vários países reconhecidos no campo da eletrotermoterapia preferem não
permitir, que enquanto não haja comprovação científica, as aplicações sobre áreas
simpáticas e viscerais.

CUIDADOS BÁSICOS EM RELAÇÃO AO APARELHO DE ONDAS CURTAS


 Verificar se o mesmo foi instalado com fio terra
 Maca e mesa de madeira ou plástico, mas não metal.
 Não possuir nenhum aparelho de eletroterapia pelos menos 9 metros de
distância.
 Não possuir implantes metálicos / gravidez, alteração dolorosa.
 Não cruzar cabos durante tratamento

CONCLUSÃO
 Baixas frequências: indicado na fase aguda- 0-0,5 Hz;
 Médias Freqüências: indicado Fase Sub-aguda- 70- 150Hz;
 Altas Freqüências: Indicado Fase Crônica- 150- 300Hz + contínuo.
Situações de Baixa atividade celular – Baixas frequências.

TERAPIA POR ULTRASSOM

O Ultrassom é gerado por um transdutor que transforma energia elétrica em


mecânica e é definido como uma forma de onda com frequência maior que 20 000 Hz. O
transdutor contém um cristal com propriedade piezoelétrica, ou seja, que se contrai ou
expande numa mesma frequência à medida que a corrente muda sua polaridade.
O ultrassom fisioterápico opera nas faixas de 0,75 –1,0 – 3,0 MHz (a velocidade do
som no ar é de 330 m/s)
O ouvido humano pode captar frequências de até cerca de 18 KHZ, sendo que
algumas propriedades são comuns tanto ao som audível quanto ao ultrassom, como a
capacidade de atravessar materiais causando leve mobilidade circular que gradualmente vai
diminuindo em intensidade a medida que vai se distanciando da fonte de origem.
O ultrassom tem efeitos térmicos que consistem na capacidade de aumentar a
temperatura do tecido e efeitos não térmicos que nos quais há formação de corrente
acústica, micro- corrente, e cavitação, que podem alterar a permeabilidade da membrana
celular.

EFEITO TÉRMICO

O efeito térmico inclui aceleração do processo metabólico, redução ou controle da


dor ou espasmo, alteração da velocidade de condução nervosa, aumento da circulação e

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aumento da extensibilidade dos tecidos. As estruturas com maior coeficiente de absorção


são aquelas com maior quantidade de colágeno enquanto as menos as menos aquecidas são
as que contém grande quantidade de água. Sendo assim as estruturas principalmente
afetadas são as cápsulas articulares, músculo fibrosado, bainhas tendinosas e grandes raízes
nervosas + interfaces intermusculares.

Sendo assim, este aparelho não é ideal para aplicação nos músculos, tanto devido a sua
baixa absorção, quanto ao fato de que a maioria são grandes e os transdutores pequenos
fazendo com que o calor seja dissipado pela difusão térmica e pelo fluxo sanguíneo local.

O aumento da temperatura também é importante no processo de alongamento de


estruturas encurtadas, como cápsulas articulares, tendões e ligamentos pois a associação de
ambos faz com que o aumento do comprimento ganhado seja maior e o risco de lesão
menor devido a alteração da viscoelasticidade e matriz do colágeno.
Estudos demonstraram que o US contínuo de 1MHz a 1 – 2,5 W/cm2 aplicado no
tríceps-sural combinado com alongamento estático de dorsiflexão é mais eficaz que o
alongamento sozinho. Para melhor eficácia, os parâmetros do tratamento devem ser de 1-
3MHz de acordo com a profundidade e com duração de 5 a 10 minutos e recomenda-se que
o alongamento seja mantido ainda por mais 5 a 10 minutos após a aplicação do US.,
enquanto o tecido está esfriando.
O alívio da dor pelo US ocorre devido a uma série de fatores como:
 Efeitos mecânicos;
 Aumento da extensibilidade dos tecidos;
 Estimulação dos receptores cutâneos e térmicos;
 Controle da inflamação, dentre outros.
Estudos relatam que o seu uso é bem mais eficaz no controle da dor do que com a
utilização de outros recursos de aquecimento superficial. Os parâmetros indicados como
mais efetivos são 1- 3MHz dependendo da profundidade, 0,5 a 3 W/ cm2, 3 a 10 minutos,
no modo contínuo.

Uso associado de outros agentes físicos ao ultrassom


Vários agentes físicos podem ser utilizados antes, depois ou juntamente com a
aplicação do ultrassom. Já foi demonstrado que há um aumento superficial (cerca de 1 a
2mm) da pele e tecido subcutâneo, não afetando os tecidos mais profundos quando se usa
uma bolsa de calor antes do ultrassom.
Se o ultrassom for aplicado em água gelada, observa-se que há um aumento de
temperatura menor superficialmente. O contrário foi relatado com o uso de gelo, ou seja,
houve uma redução do aumento de temperatura profundamente. Assim, deve-se ter muita
cautela quanto ao uso destes agentes físicos pois eles podem alterar a sensibilidade.

EFEITOS NÃO TÉRMICOS

Geralmente quando se utiliza o ultrassom pulsado prioriza-se os efeitos não


térmicos que são responsáveis pelo aumento do cálcio intracelular, da permeabilidade da
membrana plasmática, da degranulação dos mastóides, da liberação de histamina e fatores

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VENDA PROIBIDA

quimiotáticos, da resposta dos macrófagos e quantidade de síntese de proteínas pelos


fibroblastos.
Desta forma, os efeitos não térmicos são usados principalmente para alterar a
permeabilidade da membrana celular, auxiliando no processo de reparação dos tecidos,
como nos casos de úlceras, incisões cirúrgicas, lesões tendinosas e fraturas.

ULTRASSOM UTILIZADO NA FASE INFLAMATÓRIA


O fato de o US afetar a resposta dos macrófagos, que são as células dominantes
durante a fase de inflamação, isso explica, em parte, a sua efetividade.
Como as forças geradas pelas correntes acústicas alteram a permeabilidade da
membrana da plaqueta levando a liberação de serotonina, e além disso, pode haver a
desgranulação dos mastócitos liberando mais histamina para os tecidos circunjacentes.
Ocorre também, o aumento do cálcio iônico que funciona como um sinal
intracelular para estimular a síntese e secreção de proteínas e assim levar a uma resposta
metabólica apropriada. Isso ocorre principalmente com o uso de US pulsado a 20% em
intensidades de 0,5 a 0,75 w/cm2.

ULTRA-SOM NA FASE PROLIFERATIVA


 Melhora da motilidade dos fibroblastos
 Possibilidade de crescimento de vasos sanguíneos (capilares) no local da ferida.
 Baixas intensidades de ultra-som pulsado em lesões cutâneas – levando à uma
cicatriz significativamente menor.

Ultra-som na Fase de Remodelagem

 Dependente do tecido envolvido e da natureza da lesão.


 As propriedades mecânicas da cicatriz estão relacionadas á quantidade de
colágeno e arranjo ou alinhamento de colágeno no leito da ferida.

ULTRA-SOM NA REPARAÇÃO ÓSSEA


 Baixa intensidade de ultra-som na consolidação de fraturas pode levar a uma
diminuição significativa no tempo de consolidação óssea.

TRATAMENTO DE ÚLCERAS
Há muita controvérsia quanto ao tratamento de úlceras com o US, entretendo os
melhores resultados de estudos foram através da utilização de modo pulsado 20%, 0,8-1
W/cm2, 3MHz de frequência por 5 a 10 minutos. Sua aplicação pode ser feita com gel no
tecido intacto circunjacente, diretamente cobrindo com material adequado ou de modo
aquático.

TRATAMENTO DE INCISÕES CIRÚRGICAS


Através de diversos estudos pode-se indicar o US como um fator para acelerar o
reparo de incisões cirúrgicas, alívio da dor associada a estes procedimento e facilitação da
formação de um tecido forte. Isso ocorre, devido a aceleração do processo de angiogênese
(formação de novos vasos sanguíneos), alteração da permeabilidade da membrana
plasmática, particularmente dos íons cálcio e liberação de macrófagos.

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FONOFORESE

A aplicação de medicamento juntamente com o ultrassom é mais efetiva do que a


administração oral, pois provê alta concentração inicial no local, evita gastrite além do
metabolismo pelo fígado. Também não provoca trauma, dor ou risco de infecção como nos
casos de aplicação de injeção.
Os parâmetros identificados como mais efetivos pelos estudos foram 3MHz de
frequência, 20%, evitando aquecimento em condições de inflamação, 0,5 –0,75 W/cm2 por
5 a 10 minutos.

TRATAMENTO DE HERPES ZOSTER

Em estudo feito, concluiu-se que o US é efetivo no alívio da dor logo após a


aplicação em 80 % dos pacientes e a longo termo em 46%. Os parâmetros utilizados foram
1MHz,25% por 1 minuto por área, 0,8 W/cm2 adjacente a coluna vertebral e 0,5 W/cm2 na
periferia das vesículas.

TIPOS DE ULTRASSOM
 Contínuo ou pulsátil.
 Frequências entre 1MHZ e 3 MHZ.
 Aplicação total máximo de 15 minutos
 Mínimo de 1 minuto por cm2
 Aplicação de pequenas áreas não ultrapassar de 75 á 100 cm

CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS
 Casos de câncer;
 Caso de gravidez (no abdomen, lombar ou pelve);
 SNC;
 Olhos;
 Marcapasso;
 Tromboflebite;
 Órgãos genitais;

PRECAUÇÕES
 Inflamação aguda (altas intensidades);
 Implantes mamários (calor pode causar pressão e levar a ruptura)
 Disco epifisário (altas intensidades)
 Fratura (altas intensidades)

APLICAÇÃO
-Ciclo
 100% (contínuo): quando o objetivo for aumento da temperatura do tecido;
 20% ou menos: quando somente os efeitos não térmicos são desejados;

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VENDA PROIBIDA

-Intensidade
 Se o objetivo for aumento da temperatura o paciente deve sentir 2 a 3 minutos
depois do início da aplicação: 1MHz = 1,5 – 1 W/cm2
3 MHz = 0,5w/cm2
 Se o objetivo for efeito não térmico:
0,5 a 1 W/cm2 SATP (0,1 a 0,2 W/cm SATA)
0,15 W/cm2 SATP (0,03 W/cm2 SATA)
Sendo suficiente para facilitar a reparação do osso.

DURAÇÃO
Para a maioria das aplicações térmicas e não térmicas, o ultrassom deve ser
utilizado por 5 a 10 minutos para cada área de tratamento que é duas vezes a ERA do
transdutor.
Deve-se aumentar o tempo de aplicação quando são utilizadas baixas intensidades
ou frequências, quando a área é maior que duas vezes a ERA do transdutor, ou quando altas
temperaturas são desejadas. A duração do tratamento deve diminuir se acontecer o
contrário.
Na reparação de fraturas, tratamentos de duração longa como 15 a 20 minutos são
aconselhados.

ÁREA A SER TRATADA


Para cada área de tratamento deve ser duas vezes a ERA do transdutor.Caso seja
diferente, deve-se então ajustar a duração do tratamento.

NÚMERO E FREQUÊNCIA DE TRATAMENTOS


Na maioria dos casos pode-se notar algum efeito dentro de 1 a 3 tratamentos e
assim, dependendo de a evolução continuar ou modificar o tratamento. Problemas crônicos
e fraturas necessitam de um maior tempo pra que possa se avaliar a sua eficácia.

PARA PENSAR:
Utilizado em:
 Baixas intensidades e modo pulsátil
 Pequenas áreas
 Atuação direta sobre as fibras nervosas aferentes e relaxamento do sistema
ortossimpático
 Uso no momento adequado da lesão
 Iniciamos o tratamento desde a fase inflamatória.
Encurtamento do tecido Atraso da reparação tecidual
Lesões mole
Dor Inflamação prolongada
Efeitos do ultrassom Térmico Não térmico
Ciclo 100% 20%
Profundidade do problema 1-2cm/5cm 1-2cm/5cm
Frequência 3MHz /1MHz 3MHz / 1MHz
Intensidade 0,5W/cm2 1,5-2W/cm2 0,5-1,00 W/cm2
Duração 5-10 min/ 2X ERA

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VENDA PROIBIDA

APLICAÇÃO PRÁTICA – ULTRASSOM


 Limpeza da pele
 Uso de gel como condutor
 Aplicar ultra-som com cuidado e esmero.
 Verificando sempre acoplamento com a superfície á ser tratada.
 Realizar através movimentos lentos e uniformes

APARELHO
1- Chave liga / desliga.
2- LED indicador da condição
“equipamento ligado”.
3- Teclas de controle BACK e NEXT.
4- Teclas de controle SET+ e SET-.
5- VISOR de cristal líquido alfanumérico.
6- Tecla de controle START/STOP.
7- Teclas de controle de intensidade do
ultra-som UP/DOWN.
8- Tecla de controle PROGRAM.

EXEMPLOS PRÁTICOS- ULTRASSOM


Aplicação de ultrassom em tendinites de Aquiles
 Recomenda-se a utilização de modo pulsado e baixa intensidade durante a fase
aguda para não acentuar a inflamação e o modo contínuo associado ao
alongamento deve ser usado na fase crônica.
 Observar a medialização ou lateralização do tendão de aquiles para melhor
aproveitamento das aplicações.
 O paciente poderá se o Fisioterapeuta desejar, realizar movimentos de flexão
plantar e dorsi-flexão, pois desta maneira aproveita-se o ganho na elasticidade
de colágeno proporcionado pela aplicação do ultra-som.

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VENDA PROIBIDA

MICRO-ONDAS

Os microondas foram descritos pela primeira vez em 1921 e durante a Segunda


Guerra Mundial o desenvolvimento das válvulas de magnetron multicavitárias nas
instalações de radar aceleraram o seu uso.
Atualmente, é comum o seu uso na preparação de alimentos e nos sistemas de
comunicação, entretanto a sua utilização médica pode ser pouco conhecida.
Entende-se por micro-ondas, radiação eletromagnética na frequência de 2.450 MHz
e 12,5 cm de comprimento. Essas características técnicas o aprovam internacionalmente
para uso médico tendo uma resposta altamente positiva.
Como em outras modalidades termofisiológicas, seu objetivo é a promoção da
cicatrização dos tecidos moles mediante aumento do fluxo sanguíneo, facilitação da
mobilização e alívio da dor.
Situado no espectro eletromagnético entre as ondas curtas e o infra-vermelho, suas
ondas viajam à velocidade da luz, propagam-se no vácuo, podendo ser refletidas, refratadas,
dispersas e absorvidas. Sua absorção é maior nos tecidos com grande quantidade de água,
isto proporciona um aquecimento seletivo, que é muito importante, pois não atinge áreas
vizinhas onde não há interesse, às vezes até contraindicado um aumento de temperatura.
Esta seletividade o diferencia de outros aparelhos, como o Ondas Curtas, proporcionando
uma especificidade de prescrição, sendo sua aplicação limitada apenas à região afetada.
Entretanto, o tratamento é mais superficial devido ao fato de que a radiação de microondas
não consegue penetrar na camada adiposa, de modo que seus efeitos ocorrem em cerca de
um terço da profundidade dos efeitos dos Ondas Curtas.

A interface pele/ar é a primeira e mais importante interface limitante da capacidade


de aquecimento profundo das microondas.
Foram testados vários métodos para a diminuição do aquecimento superficial,
entretanto, embora facilitem o aquecimento profundo aumentam o risco de queimaduras
porque removem ou minimizam a percepção do calor na pele que serve de referência para
a determinação da dosagem.
Na prática percebe-se que o osso sofre uma reflexão significativa apesar de teoricamente
ser atravessado pelas microondas. Este efeito pode ser benéfico em alguns casos por
aquecer os tecidos periarticulares em casos de articulações mas podem ser perigosos em
aplicações em locais como a face e a testa.

COMPORTAMENTO FÍSICO DO MICROONDAS


Os microondas causam a vibração muito rápida e o atrito entre milhões de
moléculas. O atrito das moléculas juntas gera um calor de origem friccional da mesma
forma que o calor é gerado quando ambas as mãos são esfregadas uma na outra.
Portanto o microondas não emite calor, ele gera calor no tecido por ação física
interna do próprio tecido, portanto tecidos com teor mínimo de água, como ósseo e o
gorduroso não são aquecidos pelo micro-ondas devido ao seu princípio seletivo.
Qualquer material que pode ser aquecido, tem moléculas polarizadas, ou seja, uma
extremidade de cada molécula tem uma carga positiva e a outra extremidade tem uma carga
negativa (água, por exemplo, é composta de hidrogênio e oxigênio e tem uma carga
positiva na extremidade da molécula em que está o hidrogênio e uma carga negativa do
lado do oxigênio).

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VENDA PROIBIDA

Quando uma molécula polarizada é exposta a um campo eletromagnético, as


moléculas alinham-se, em condições normais; as moléculas em um copo de água estão
arranjadas de uma forma totalmente desordenada. Quando a água é colocada em um campo
eletrostático com potência suficiente, as moléculas são todas alinhadas de forma que todas
apontem na mesma direção, de acordo com o campo. No instante em que o corpo
eletrostático inverte a sua polaridade, as moléculas também têm as suas direções invertidas.
Se o campo eletrostático for mudado rapidamente, as moléculas vibrarão rapidamente e irão
gerar calor como resultado do atrito entre elas. Se a freqüência do magnetron é de 2.450
MHz, isto significa que o campo eletrostático é invertido e elevado à posição original:
2.450 milhões de vezes por segundo.
Campo eletrostático: é um campo que existe entre pontos com diferentes amplitudes
de tensão. Partículas eletricamente carregadas são atraídas para o polo oposto.

COMO AS MICROONDAS SÃO GERADAS


A freqüência das micro-ondas é de 2.450 MHz e essa freqüência é muito alta para
ser produzida por um circuito ressonante simples. Devem ser concentradas juntas e uma
única série a indutância da bobina e a capacitância do capacitor.
A produção das micro-ondas se deve a uma válvula metálica especial chamada
magnetron, que tem uma vida útil muito extensa, por usar-se apenas 1/3 de sua capacidade,
mesmo com a maior potência exigida para terapêutica.
O magnetron é constituído de anodo, filamento catodo e antena. O anodo do
magnetron é uma peça oca de ferro com diversas cavidades abertas as quais são
constituídas com um nº par de aletas estando na direção do filamento. A antena é conectada
às aletas do ano. Quando a cavidade produz uma corrente, a parede da cavidade comporta-
se como uma bobina gerando a indutância e a abertura da cavidade comporta-se como um
capacitor criando um circuito ressonante.
Seu circuito de alimentação e controle consiste em um circuito de alta tensão no
qual o magnetron precisa para o seu funcionamento de uma tensão em corrente contínua em
torno de 4.000 Volts. Esta alta tensão é gerada por um transformador de alta tensão e em
seguida retificado por um conjunto de diodos de alta tensão. Além disso, é necessário um
Regulador de potência podendo ser gradual, regulável de 0% a 100% da potência total, ou
Pulsado, que trabalha na potência máxima e é desligado por determinado períodos.
Para transmitir a energia é utilizado um cabo coaxial que tem uma blindagem
especial para evitar perdas e dar proteção ao terapeuta e ao paciente até um dispositivo
direcionador das microondas. Na extremidade do cabo encontra-se a antena emissora, que é
espiral com um refletor metálico que transmite um feixe de irradiação em forma de anel
direcionado a área a ser tratada. Daí a importância do relacionamento distância x tempo x
potência para se obter o máximo resultado no micro-ondas.
* Tem um esquema (desenho) muito bom no livro Eletroterapia de Clayton, pag
176, Fig 12.1 sobre o aparelho de microondas e esquema dos seus componentes.

APARELHO

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VENDA PROIBIDA

EFEITOS FISIOLÓGICOS
Seus efeitos fisiológicos são semelhantes às ondas curtas:
 Analgesia
 Hiperemia
 Anti-inflamatório
 Aumento da condução nervosa
 Diminuição da acidez
 Diminuição do espasmo muscular
 Vasodilatação
 Diminuição da sudorese
 Redução da excitabilidade dos nervos

VANTAGENS NA APLICAÇÃO DO MICROONDAS


Estudos demonstram que o aumento do calor mo músculo e nervos, objeto principal
do tratamento, em relação com o aumento na gordura que normalmente não interessa
aquecer, melhora na mesma relação em que sobe a freqüência. Isto significa que o aumento
da freqüência no campo das micro-ondas o aquecimento da musculatura se aproxima
progressivamente ao aquecimento da parte gordurosa, podendo até superá-la.
Uma corrente de 11/27 MHz - a temperatura na gordura é nove (9) vezes maior que
a musculatura.
Uma corrente de 1m/300 MHz - a temperatura na gordura é 3,6 vezes maior que a
musculatura.
Outra vantagem da terapia com micro-ondas é sua boa dirigibilidade permite
irradiar o objeto desejado sem atingir regiões vizinhas que não devem ser tratadas.
Existem também eletrodos especiais em forma de foco, necessário no campo dental,
ótico e para tratamento dos olhos, que permite irradiação de uma área de 1 a 2 cm de
diâmetro.
Não obstante as diferentes formas e tamanhos dos demais eletrodos permitem uma
ampla aplicação em distintas regiões e afecções.

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VENDA PROIBIDA

APLICAÇÃO
O emissor de antena deve ser direcionado à área a ser tratada, sendo que áreas
menores se usa menor distância.
A distância média para a grande maioria das aplicações é de 10 a 20 cm.

Em casos de saliências ósseas no local deve-se afastar ainda mais o dispositivo


direcionador.

A perda de irradiação pelo não acoplamento da antena é compensado pelo aumento


da potência irradiada ou pela diminuição da distância do emissor. Isto é determinado de
caso para caso, de paciente para paciente, conforme objetivo prescricional.
Ao contrário do ondas curtas é melhor não existir nenhuma proteção sobre a pele,
que deve estar seca. O paciente deve ser orientado para não se aproximar demasiadamente
do emissor, e de comunicar qualquer reação de calor excessivo.
Após a aplicação não deve aparecer reação eritematosa intensa, apenas pequeno
rubor.
Como todo tratamento em forma de calor deve-se cuidar para o risco de
queimaduras. As sensações são fundamentais para a orientação do tratamento. Cuidados
com pacientes com diminuição de sensibilidade é importante, por isso antes da aplicação
faça um teste de sensibilidade dolorosa e de sensação de temperatura da pele.
Instrua o paciente a não se mover durante a aplicação, pois poderá aumentar ou
diminuir a quantidade de calor recebida, devido à alteração da distância e/ou direção dos
raios.
Aumente gradativamente a intensidade para que se possa dar tempo de se acostumar
aos efeitos sensitivos.O paciente não deve sentir mais que um aquecimento mínimo e
confortável.
Como a água absorve rapidamente a radiação, deve-se cuidar para que não use
roupas úmidas e evitar áreas de grande sudorese que deverão ser secas com toalhas de
algodão.

PENETRAÇÃO E ABSORÇÃO DA ENERGIA CALÓRICA NO ORGANISMO


A propagação das microondas é determinada pelo comprimento de onda e
frequência da energia. Sendo assim a penetração de energia transmitida em relação à
absorvida é inversamente proporcional, entretanto não é uma relação tão simples (linear).
Outros fatores como a composição tecidual e as propriedades elétricas do tecido a ser
aquecido interferem na absorção e efeitos da energia.
As microondas tendem a penetrar nos tecidos com baixa condutividade elétrica e
serem absorvidas em tecidos com elevada condutividade, principalmente com elevado
conteúdo de líquido. A absorção térmica do organismo é parecida com a do H2O, mas
extraordinariamente complicada pelo mecanismo dos termorreguladores, consequentemente
só pode-se conhecer a situação – inicial e final de uma termo-aplicação.
Como o tecido adiposo contém maior quantidade de água que os músculos há um
maior aquecimento destes, ao ser utilizada a diatermia de micro-ondas.

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VENDA PROIBIDA

CONTRA – INDICAÇÃO
 Circulação deficiente
 Sensação térmica reduzida
 Presença de objeto metálico num raio de 30 cm da área de tratamento
 Feridas ou curativos molhados
 Olhos
 Órgãos genitais
 Inflamação aguda
 Infecção aguda ou locais contendo líquido sob tensão
 Hemorragia recente
 Marca-passos cardíacos
 Tumores
 Gravidez

MICROONDAS FRIO
Pesquisas atuais apontam uma novidade no micro-ondas ainda discutida. Esta
novidade é o micro-ondas de pausa ou pulsátil, que consiste em emissão de radiação
pulsada. São chamadas de micro-ondas frio, pois durante a pausa há a absorção calórica ou
o resfriamento tecidual.
Outros estudos demonstram que se pode aplicar ultra dosagens com poder de
penetração muito maiores (intrarticulares, ligamentos, etc) com efeitos superiores à os
outros métodos, inclusive o Ondas Curtas pulsátil). Não há formação de ponto quente,
mesmo com sua grande penetração. A técnica é a mesma do micro-ondas convencional, só
que a intensidade é de 2 a 5 vezes maior que o normal.
O uso do micro-ondas sobre implantes metálicos é perfeitamente possível, pois o
metal não absorve radiação, não se aquece e, portanto, não traz nenhum risco ao paciente.
Formação do ponto quente, ou seja, o encontro da emissão com a reflexão sobre o metal é
compensado pelo distanciamento do emissor sem risco aos tecidos próximos, tornando esta
terapia única e segura para estes casos determinados.
A não absorção pelo tecido gorduroso tornou-se melhor opção de aquecimento
muscular quando se tem uma manta adiposa extensa à qual não deve nem ser aquecida.

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VENDA PROIBIDA

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O MICRO-ONDAS E O ONDAS CURTAS

ONDA CURTA MICRO-ONDA


Frequência 27 MHz 2.450 MHz
Eletrodos Duplo - contato direto Único direcional
Tempo 20’ a 30’ 5’ a 10’ (casos de 1’)
Riscos ou precauções Maior risco de queimadura Menor risco de queimadura
Interferência Direta em rádio Mínima ou Inexistente
Praticidade Cuidados com placas e cabos Regula potência e distância
Higiene Contato direto Sem contato
Número de atendimento Máximo 3 por hora Até 10 por hora
Sintonia Constante Não é necessário
Manutenção Constante de cabos, placas e Mínima
válvulas
Consumo Semelhantes
Efeitos Semelhantes
(o M.O. é mais seletivo)

ALGUMAS APLICAÇÕES COM OS TEMPOS, DISTÂNCIAS E PADRÕES DE


APLICAÇÕES
QUADROS DISTÂNCIA DO TEMPO DE NÚMERO DE
ELETRODO APLICAÇÃO APLICAÇÕES
Extensores 05 a 15 cm 5 8 min. 5
Mialgias 05 a 15 cm 5 a 8 min. 5a8
Tenosinovites 05 a 15 cm 05 a 10 min, 5
Mastites 05 a 15 cm 2 5 min. 5a6
Artrose 05 cm 10 a 15 min. 8 a 25
Otites 05 a 15 cm 1 a 3 min. 3a5

DOSE A SER USADA DE ACORDO COM A FASE DA ENFERMIDADE


 Em enfermidade aguda aconselha por princípio usar uma dose de baixa
intensidade, com uma duração curta, que se aumentará gradualmente segundo a
evolução da enfermidade e a tolerância do paciente.
 Em enfermidade crônica, deve-se usar uma intensidade alta e a duração da
aplicação deverá ser longa.
 Em uma exacerbação será conveniente intercalar as aplicações e continuar com
uma intensidade reduzida.
 Os processos crônicos do esqueleto exigem um efeito de calor mais acentuado.

CONCLUSÃO
Conclui-se através destes dados que o tratamento terapêutico por micro-ondas trás
ótimos resultados graças ao seu poder de seletividade, situado no espectro eletromagnético
entre as ondas curtas e o infravermelho, com uma frequência de 2.450 MHz e 12,5 cm de
comprimento, possui características técnicas ideais para terapêutica. É importante ressaltar,
portanto, que o micro-ondas não emite calor, ele gera calor por ação física interna do
próprio tecido, portanto gera maior temperatura em tecidos mais hidratados. A produção

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 29


VENDA PROIBIDA

das micro-ondas se deve a uma válvula chamada magnetron que mistura a indutância da
bobina com a capacitância do capacitor. Estudos comparativos o indicam superior às ondas
curtas na maioria dos aspectos citados, sendo também superior na maioria dos resultados.
Entretanto, nos Estados Unidos sua disponibilidade é limitada em decorrência da
radiação apresentar um alto risco inerente, porque tende a sofrer reflexão e espalhar-se pelo
ambiente vizinho associado a um alto grau de abortos entre terapeutas do sexo feminino
que operam regularmente estes aparelhos. Sendo assim é importante uma cuidadosa atenção
às medidas de segurança tanto com o paciente quanto como terapeuta e teremos um método
simples e eficiente de aquecimento de músculos e articulações superficiais.

MANTA TÉRMICA
Existem vários tamanhos (30x39cm, ou 0,70 x 1,40m) e modelos de Mantas
Térmicas, o importante que tenha um termostato (IMPORTANTE), isso oferece para
paciente e para o terapeuta segurança. A temperatura de uma Manta pode várias entre 40 a
80 °C.

PRECAUÇÕES E ORIENTAÇÕES:
- Nunca deixe a Manta ligada e dobrada, pois o revestimento plástico pode fundirse
provocando um superaquecimento;

CONDUÇÃO IRRADIAÇÃO CONVECÇÃO CONVERSÃO

COMPRESSAS QUENTES
Existem várias de aplicar as compressas quentes:
 Toalhas Úmidas
 Bolsas de água quente
 Bolsas de gel

APLICAÇÃO:
 Vai depender do objetivo da aplicação dos agentes térmicos
 Da área a ser tratada:
Exemplos:
– Tratamento Corporal – Manta térmica
– Tratamento Corporal – Compressa Quente
– Tratamento Facial – Manta Térmica

VAPORIZADORES DE OZÔNIO

É um aparelho elétrico que permite uma projeção do vapor da água com adução de ozônio.

EFEITOS FISIOLÓGICOS E AÇÕES:


 Vasodilatação-
 Dilatação do óstios foliculares (poros)
 Efeito bacteriostático

INDICAÇÃO:

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 30


VENDA PROIBIDA

 Limpeza de pele:
 Hidratação

CONTRA- INDICAÇÕES:
 Perda de Sensibilidade
 Alergia

HIPOTERMOTERAPIA
A crioterapia é a "terapia com frio" a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo
que resulte em remoção do calor corporal, diminuindo, assim a temperatura dos tecidos.

INDICAÇÕES DE TRATAMENTO PELO FRIO.


 Após traumatismo e inflamação aguda.
 Redução de edema: compressão mecânica.
 Analgesia: adaptação do receptor.

CONTRA - INDICAÇÕES DO TRATAMENTO PELO FRIO.


 Ferimento aberto,
 Alergia,
 Intolerância ao frio,
 Alguns problemas de saúde,
 Pele com pouca sensibilidade ou anestesiada,
 Hipersensibilidade ao frio (Cuidado! O Frio também queima)

COMPRESSAS FRIAS:
As compressas frias podem ser aplicadas no corpo por meio de quatro técnicas:
 Bolsas plásticas com gelo Moído:
– Evitar que a bolsa fique muito cheia de gelo, pois ela deve ser moldada no corpo.
– A área da lesão deve ser toda coberta (1 bolsa de gelo ou mais). Fixar com a ajuda
de uma faixa elástica
 Bolsas reutilizáveis de gel frio:
 Unidade de terapia de frio compressivo (TFC)
 Compressões frias químicas (frio é produzido por uma reação química).
BANDAGEM FRIA:
A bandagem fria consiste na aplicação de um gel, cuja base substâncias que promovem o
resfriamento dos tecidos superficiais, seguidos ou não da colocação da faixa de algodão ou
crepe embebidos em soluções. O enfaixamento proporciona uma melhor qualidade no
resfriamento e mantém a área resfriada por um período maior.

CUIDADOS ESPECIAIS:
 Não enfaixar a área lesada
 Não se deve cobrir a área tratada.
 Não se deve tomar banho até três horas após a aplicação.

CONTRAINDICAÇÕES:

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VENDA PROIBIDA

 Pacientes portadores de distúrbios gástricos ou intestinais,


 Presença de lesões na área a ser tratada,
 Após as refeições no caso de bandagens abdominais.

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VENDA PROIBIDA

CAPÍTULO 2 – ELETROTERAPIA

FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR E CONDUÇÃO NERVOSA


Há uma diferença de potencial entre a parte interna e externa da membrana da célula
nervosa o que é chamado de potencial de repouso da membrana, que é em torno de – 70
milivolts, sendo o lado interno da membrana o negativo.
Quando queremos excitar a membrana de uma célula nervosa, isto é, criar um
potencial de ação, o potencial de repouso deve apenas subir até cerca de – 50 milivolts a
que chamamos de limiar de excitação. Uma vez atingido este limiar, a membrana passa do
estado de repouso ao estágio de ação.
Este potencial de ação propaga-se ao longo das membranas da célula nervosa
transmitindo o impulso aos músculos para criar a contração muscular ou então transmitir
uma mensagem do corpo para o cérebro (toque, dor, sensações...).
As únicas células excitáveis, isto é, aquelas em que somos capazes de produzir um
potencial de ação são: a célula nervosa e a célula muscular. Esta excitação é conseguida
quando fornecemos uma certa quantidade de cargas elétricas que vão fazer com que haja
uma diminuição do potencial de repouso até ao limiar de excitação.
A maior ou menor excitabilidade das células é expressa pela lei de Lapicque, que
faz a relação entre a intensidade de corrente e o período de tempo mínimo durante o qual
este tipo de corrente deve ser aplicado para obtermos a excitação.
É a resposta mecânica do músculo ou a sua ausência que determina se há excitação
ou não, no entanto, estar resposta mecânica revela ambas as excitações, tanto do nervo
motor como da excitação direta das fibras musculares.
Quando um músculo está com a sua inervação normal, a resposta mecânica
observada reflete a excitação do nervo motor, isto porque os motoneurônios são mais
facilmente excitáveis do que as fibras musculares (é cerca de 500 vezes mais fácil de
estimular o nervo do que o músculo – isto é, necessita-se de uma intensidade de corrente
500 vezes menor).
O músculo esquelético é a maior estrutura do corpo humano ocupando,
aproximadamente, 40% do peso total do corpo.
Ele é envolvido por uma camada externa, bem definida, de tecido conjuntivo
denominado de epimísio ou fáscia. Os fascículos são grupos de fibras musculares
separadas por septos de tecido conjuntivo chamados de perimísio. No interior do fascículo,
fibras musculares individuais - as miofibras, estão compactamente dispostas e são
circundadas por uma intrincada rede microvascular e por uma perceptível trama de tecido
conjuntivo denominada de endomísio. O fascículo tem também células achatadas esparsas,
sobre a superfície da fibra, denominadas de células satélites. Cada fibra muscular é
recoberta por uma membrana basal - o sarcolema, que está cheia de feixes de
miofilamentos denominados de miofibrilas, ocupando 80% do volume total das fibras
musculares representando assim cerca de um terço da massa corporal, elas são alinhadas de
tal maneira que os pontos com a mesma densidade ficam ao mesmo nível, dando a
aparência de discos cruzando toda a espessura da fibra muscular.
O sarcolema, é uma fina membrana elástica não celular, com menos de 10
nanometros de espessura, envolvendo a fibra muscular estriada.
As miofibrilas no interior da fibra muscular ficam suspensas numa matriz chamada de
sarcoplasma. O liquido sarcoplasmático contém mioglobina, grânulos de gordura e de

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 33


VENDA PROIBIDA

glicogênio, compostos fosfatados e grandes quantidades de magnésio e potássio, além de


bastantes mitocôndrias que ficam paralelas às miofibrilas.
Uma fração do sarcoplasma é chamado de retículo sarcoplasmático, que é
constituído por longos túbulos longitudinais com percurso paralelo ao das miofibrilas e que
terminam em grandes câmaras chamadas de cisternas terminais. Estas ficam acopladas aos
túbulos transversos que são extensões internas do sarcolema e têm um papel importante
na propagação do potencial de ação para o interior da fibra muscular, pois estão em contato
com o meio externo.
Cada fibra muscular contém de muitas centenas a vários milhares de miofibrilas.
Cada uma dessas miofibrilas contém, lado a lado, cerca de 1500 filamentos de miosina
(filamentos grossos) e 3000 filamentos de actina (filamentos finos) que são grandes
moléculas poliméricas responsáveis pela contração muscular. Os filamentos grossos e finos
interdigitam-se, em parte, o que faz com que as miofibrilas apresentem faixas alternadas
escuras e claras. As claras só contêm filamentos de actina e são chamadas de faixas I, por
serem isotrópicas à luz polarizada, enquanto que as escuras contêm também filamentos de
miosina e são chamadas de faixas A, por serem anisotrópicas à luz polarizada. As
extremidades dos filamentos de actina estão presos aos discos Z, e à região de uma
miofibrila situada entre duas linhas Z consecutivas chamamos de sarcômero.
Quando o músculo está relaxado, as extremidades dos filamentos de actina
derivados de dois discos Z consecutivos, sobrepõem-se apenas discretamente. Quando
ocorre a contração, os filamentos de actina são tracionados para a região média por entre os
filamentos de miosina havendo a aproximação desses discos diminuindo assim o tamanho
do sarcômero.

A MIOSINA
A molécula de miosina é formada por seis cadeias polipeptídicas - duas pesadas e
quatro leves. As duas cadeias pesadas enrolam-se de modo espiralado para formar uma
dupla hélice. Uma das extremidades dessa hélice dobra-se para formar uma massa protéica
globular a que chamamos cabeça de miosina, a outra extremidade, alongada, chamamos de
cauda. As quatro cadeias leves, fazem parte da cabeça, juntando-se duas a cada cabeça.
Cada filamento grosso é formado por cerca de 200 moléculas individuais de
miosina, as caudas das moléculas de miosina prendem-se entre si para formar o corpo do
filamento ficando as cabeças pendentes para fora e para o lado. A parte da porção helicoidal
de cada molécula, que se estende para fora e para o lado, forma um braço que afasta a
cabeça do corpo, além disto, para que a estrutura se possa movimentar durante a contração,
formam-se dobradiças que vão permitir essa mobilidade.
O tratamento químico da molécula de miosina com a enzima tripsina proteolítica
divide a molécula em dois fragmentos - meromiosina pesada e meromiosina leve. A
primeira delas forma a porção da molécula de miosina a que chamamos de ligação cruzada
ou ponte cruzada, que tem duas propriedades biológicas importantes: abriga a ATPase
utilizada para a hidrólise do ATP e apresenta uma atração pelos sítios ativos da molécula de
actina. A meromiosina leve é a porção da miosina que forma o corpo do filamento.

A ACTINA
O filamento de actina é composto por três constituintes protéicos: a actina, a
tropomiosina e a troponina (ver figura 3). O arcabouço do filamento de actina é uma
molécula da proteína actina-F com dois filamentos formando uma hélice (como na

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 34


VENDA PROIBIDA

miosina). Cada filamento da dupla hélice de actina-F é composto de moléculas


polimerizadas de actina-G, que representam o sítio ativo dos filamentos de actina com
quem interagem as cabeças de miosina para haver contração.
As moléculas de tropomiosina estão frouxamente fixadas aos filamentos de actina-
F e enroladas de forma espiralada. Durante o repouso, as moléculas de tropomiosina ficam
sobrepostas aos sítios ativos dos filamentos de actina, de modo a impedir que ocorra a
atração entre eles e os filamentos de miosina para produção da contração (Guyton, 1992).
A terceira proteína constituinte da actina, é a troponina que é um complexo de três
subunidades proteicas frouxamente interligadas, tendo cada uma delas uma participação
específica no controle da contração muscular. A troponina I tem forte afinidade pela
actina, a troponina T tem pela tropomiosina e, a terceira delas, a troponina C pelos íons
cálcio.

O PROCESSO CONTRÁTIL
Os sítios ativos, no filamento normal de actina no músculo relaxado, estão inibidos
ou recobertos pelo complexo troponina - tropomiosina, logo, estes sítios não podem fixar os
filamentos de miosina para a contração. Então, antes que a contração possa ocorrer, o efeito
deste complexo deve ser inibido. Quem promove esta inibição são os íons cálcio, que são
liberados das cisternas do retículo sarcoplasmático quando o potencial de ação penetra na
fibra via túbulos transversos, que vão reagir com a troponina C e induzem o complexo
troponina - tropomiosina a se movimentar para fora e a abrir os sítios ativos da actina,
permitindo a interação destes com as pontes cruzadas da miosina e a continuação do
processo contrátil
Esse processo ocorre em 5 fases:

 FASE 1 - A miosina liga-se ao ATP para utilizar a sua energia.

MIOSINA + ATP ---> MIOSINA-ATP

 FASE 2 - A ATPase que está na meromiosina pesada hidrolisa o ATP.

MIOSINA-ATP ---> MIOSINA-ADP+Pi

 FASE 3 - Os produtos finais não se dissociam da cabeça de miosina, então é


formado um complexo ativo pela interação da actina com a miosina. Este
complexo ativo é assim denominado por a energia do ATP dividido não ter sido
ainda utilizada e também nenhum encurtamento ter ocorrido.

ACTINA + MIOSINA-ADP+Pi ---> ACTINA-MIOSINA-ADP+Pi


(Complexo Ativo)

 FASE 4 - A liberação da energia neste complexo instável, causa uma troca na


relação da ligação cruzada com o resto da molécula de miosina, o que resulta
num novo complexo - um complexo rígido de baixa energia.

ACTINA-MIOSINA-ADP+Pi ---> ACTINA-MIOSINA-ADP+Pi

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 35


VENDA PROIBIDA

(Complexo Ativo) (Complexo Rígido)

 FASE 5 - Essa troca faz com que as pontes cruzadas mudem a sua angulação
relativamente ao eixo central da miosina e os filamentos de actina são
empurrados ou puxados ao longo dos filamentos de miosina. Nesta fase há a
liberação do ADP+Pi da cabeça de miosina, todavia a interação de ACTINA-
MIOSINA é altamente estável e é ainda um complexo rígido.

ACTINA-MIOSINA-ADP+Pi ---> ACTINA-MIOSINA


(Complexo Rígido) (Complexo Rígido)

Para que a interação ACTINA-MIOSINA seja liberada, um novo ATP é tomado


pela cabeça de miosina, a qual irá imediatamente dissociar-se da actina. O cálcio é separado
da troponina e transportado de volta às cisternas do retículo sarcoplasmático. O complexo
troponina - tropomiosina novamente muda a sua posição relativamente às subunidades de
actina e inibe-a da interação com as pontes cruzadas, voltando estas à sua conformação
original.

SISTEMAS METABÓLICOS MUSCULARES


A fonte básica de energia para a contração muscular é fornecida pelo trifosfato de
adenosina (ATP) cuja fórmula é Adenosina - PO3 ~ PO3 ~ PO3. As ligações que unem os
dois últimos radicais fosfato à molécula (~), são ligações de alta energia. Cada uma dessas
ligações armazena 7300 calorias, por isso, quando um radical fosfato é removido (pela
hidrólise do ATP com a intervenção da ATPase), podem-se utilizar 7300 calorias para
energizar o processo de contração muscular. A remoção do primeiro fosfato transforma o
ATP em ADP (difosfato de adenosina) e a remoção do segundo fosfato transforma o ADP
em AMP (monofosfato de adenosina).
A quantidade de ATP presente nos músculos só é suficiente para manter a potência
muscular máxima por apenas cerca de 3 segundos, logo, é essencial que haja a formação
contínua de novo ATP. Isto é possível devido a três mecanismos metabólicos responsáveis
pela reconstituição do suprimento contínuo de ATP nas fibras musculares, eles são:
 Sistema energético do fosfagênio
 Sistema do glicogênio - ácido lático
 Sistema aeróbio

SISTEMA ENERGÉTICO DO FOSFAGÊNIO


Este sistema consiste na liberação de energia pela fosfocreatina. A fosfocreatina
(também chamada de creatina - fosfato) é um composto químico que possui ligações de
fosfato de alta energia e tem a fórmula Creatina ~ PO3.
Ela pode ser decomposta em creatina e íon fosfato, ao fazê-lo libera grande
quantidade de energia (10300 calorias por mol), então a fosfocreatina pode facilmente
fornecer energia suficiente para reconstituir as ligações de alta energia do ATP. Além disso,
a maioria das células musculares contêm 2 a 4 vezes mais fosfagênio do que ATP.
Uma característica especial da transferência de energia da fosfocreatina para o ATP,
é que ela ocorre em pequenas frações de segundo, então, toda a energia armazenada na

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 36


VENDA PROIBIDA

fosfocreatina muscular fica imediatamente disponível para a contração muscular, assim


como a energia armazenada no ATP.
O sistema energético do fosfagênio (fosfocreatina celular juntamente com o seu
ATP) pode proporcionar potência muscular máxima por um período de 8 a 10 segundos,
assim, a energia proveniente deste sistema é utilizada para curtas explosões máximas de
potência muscular, como uma corrida rápida de curta duração.

SISTEMA DO GLICOGÊNIO – ÁCIDO LÁTICO


O glicogênio armazenado no músculo pode ser desdobrado em glicose para ser
utilizada como energia. O estágio inicial deste processo ocorre totalmente sem a utilização
de oxigénio, portanto é considerado como metabolismo anaeróbio e é chamado de
glicólise. Durante este processo cada molécula de glicose é desdobrada em duas moléculas
de ácido pirúvico, sendo a energia liberada utilizada para a formação de várias moléculas
de ATP. Geralmente, o ácido pirúvico vai para as mitocôndrias das células musculares e
reage com o oxigénio formando novas moléculas de ATP. Todavia, se não houver uma
quantidade suficiente de oxigénio para que ocorra este segundo estágio do metabolismo da
glicose (estágio oxidativo), a maior parte do ácido pirúvico é convertido em ácido lático,
que sofre difusão das células musculares para o líquido intersticial e para o sangue.
Outra característica deste sistema, é a sua capacidade de formar moléculas de ATP
com uma velocidade cerca de duas vezes e meia maior que a do metabolismo oxidativo das
mitocôndrias. Assim, quando são necessárias grandes quantidades de ATP por períodos
curtos a moderados de contração muscular, este mecanismo de glicólise anaeróbia pode ser
utilizado como fonte rápida de suprimento de energia.

SISTEMA AERÓBICO

Este sistema refere-se à oxidação de alimentos (glicose, ácidos graxos e os


aminoácidos dos alimentos) nas mitocôndrias para fornecer energia. Estes alimentos, após
algum processamento intermediário, combinam-se com o oxigénio e liberam enormes
quantidades de energia utilizada para transformar o AMP e o ADP em ATP. Este sistema
permite a atividade muscular por tempo ilimitado, enquanto durarem os nutrientes.
No gráfico a baixo, estão representadas as fontes de energia no início do exercício.
Podemos observar que a entrada de oxigénio aumenta com o “despertar” do metabolismo
aeróbio. O oxigénio necessário no início do exercício, é fornecido pela mioglobina (onde
está armazenado).

Figura - Fontes de energia no início do exercício.

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 37


VENDA PROIBIDA

Utilização do ATP disponível, quebra da fosfocreatina, a metabolização da glicólise e o


metabolismo aeróbio

UNIDADES MOTORAS
Sherrington foi o primeiro a reconhecer que a contração muscular é induzida pela
excitação dos motoneurônios, que emergem da medula espinhal, e usou o termo “unidade
motora” para definir a unidade funcional básica do músculo esquelético, sendo esta
constituída pelo motoneurônio e pelas fibras musculares que inerva.
As fibras musculares de uma unidade motora pertencem ao mesmo tipo, o que põe
em evidência a função das mesmas, na expressão dos tipos de fibra e nas suas
características de contração, ou seja, as fibras inervadas por uma unidade motora possuem
propriedades bioquímicas, físicas, ultraestruturais e contrateis similares, o que nos mostra a
importância do motoneurônio ao controlar todos estes parâmetros. Isto pode ser confirmado
quando se faz a inervação cruzada, que consiste na denervação de um músculo rápido e de
um músculo lento e na renervação inversa, levando a que as propriedades bioquímicas,
histoquímicas e fisiológicas sejam totalmente transformadas.
Os músculos pequenos que reagem rapidamente (onde o controle deve ser bastante
preciso), têm unidades motoras com poucas fibras musculares como por exemplo os
músculos laríngeos - 2 a 3 fibras. Os grandes, que não precisam de controle tão exato,
(como o quadríceps femoral), podem ter unidades motoras com várias centenas de fibras
musculares. Um valor médio para todos os músculos do corpo pode ser de, cerca de 100
fibras musculares, em cada unidade motora.
As fibras musculares de uma unidade motora não ficam todas agrupadas no músculo, mas,
pelo contrário, ficam dispersas por todo o músculo em microfeixes de 3 a 15 fibras, o que
leva à intercalação de microfeixes de diversas unidades motoras. Esta interdigitação
permite que unidades motoras distintas se contraiam, apoiando-se umas às outras, não de
forma total, como se fossem segmentos isolados, fazendo com que não seja possível ativar
somente fibras musculares de contração lenta sem ativar também algumas fibras de
contração rápida.
Um outro ponto importante é que durante as contrações voluntárias as unidades
motoras são recrutadas de maneira assincrônica, isto é, as unidades motoras não são todas
ativadas no mesmo instante de tempo.

O PROCESSO DA EXCITAÇÃO E DA CONTRAÇÃO


A excitação de um motoneurônio causa a contração de todas as fibras musculares
pertencentes à sua unidade motora, podendo-se resumir do seguinte modo:
– Um potencial de ação do motoneurônio caminha ao longo do axônio até às suas
terminações nas fibras musculares (placa motora) sob a forma de “tudo ou nada”.
– Na placa motora, o potencial de ação causa a liberação de uma substância
neurotransmissora, a acetilcolina, pelas terminações axônicas na goteira sináptica.
– A acetilcolina liga-se a receptores específicos da membrana da fibra muscular,
abrindo vários canais protéicos.
– A abertura destes canais permite o influxo de grande quantidade de íons sódio para
o interior da membrana da fibra muscular, no ponto da terminação nervosa,
produzindo um potencial de ação na fibra muscular.
– Como a placa motora está localizada no meio da fibra muscular, o potencial de ação
caminha bidirecionalmente em direção das regiões polares da fibra, com uma

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 38


VENDA PROIBIDA

velocidade de condução de cerca de 2 a 5 metros por segundo, de modo


semelhante ao que ocorre nas membranas neurais.
– O potencial de ação despolariza a membrana da fibra e penetra profundamente no
interior dessa fibra (via sistema tubular transverso) fazendo com que íons cálcio
sejam liberados do retículo sarcoplasmático (onde ficam armazenados) para as
miofibrilas.
– Estes íons cálcio ativam o complexo de troponina, o qual, dispara a maquinaria
contrátil e subsequente deslizamento dos miofilamentos de actina e miosina,
causando a ação muscular (contração).
– Após uma fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo
sarcoplasmático, onde permanecerão armazenados até que ocorra novo potencial
de ação para desencadear nova contração muscular.

CLASSIFICAÇÃO DAS UNIDADES MOTORAS


As unidades motoras são classificadas segundo vários critérios, sendo, os seguintes,
os mais utilizados:

 Baseados na velocidade de contração e sensibilidade à fadiga:


– S - Slow (fibras musculares do tipo I - contração lenta).
– FR - Fast Fatigue Resistant (fibras musculares do tipo IIa - contração rápida
resistentes à fadiga).
– FI - Fast Intermediate (fibras musculares do tipo IIc - contração rápida com
resistência à fadiga intermediária).
– FF - Fast Fatiguable (fibras musculares do tipo IIb - contração rápida e
pouca resistência à fadiga . Estas são as verdadeiras fibras rápidas).

 Baseados na fisiologia e na atividade metabólica:


– SO - Slow Oxidative (fibras lentas do tipo I com metabolismo oxidativo).
– FOG - Fast Oxidativ Glycolytic (fibras rápidas do tipo IIa com metabolismo
oxidativo e glicolítico).
– FG - Fast Glycolytic (fibras rápidas do tipo IIb com metabolismo
glicolítico).

O RECRUTAMENTO DAS UNIDADES MOTORAS


O recrutamento das unidades motoras durante o esforço voluntário, primeiramente
descrito por Henneman, tem uma sequência conhecida como Princípio do Tamanho de
Henneman em que, os motoneurônios com o corpo celular menor, com um limiar de
estimulação baixo inervam unidades motoras com pequeno output de força e são recrutados
em primeiro lugar (fibras do tipo I), enquanto que, os motoneurônios maiores, com um
limiar alto, geram grandes quantidades de tensão e inervam unidades motoras com grande
output de força são recrutados posteriormente (fibras do tipo II). Deste modo os músculos
lentos são estimulados com pequenas freqüências (em torno de 10 Hz), enquanto que
músculos rápidos são estimulados com freqüências muito superiores (cerca de 50 Hz).
Há, no entanto, evidências, de que com treinamento especifico podemos inverter o
princípio do tamanho e recrutar preferencialmente fibras do tipo II, ocorrendo isto quando:
 Se faz o treinamento com eletroestimulação.

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 39


VENDA PROIBIDA

 Se executam movimentos balísticos.


 Em ações excêntricas realizadas em altas velocidades.

Figura 2 - Recrutamento ordenado das fibras musculares.

No geral, podemos estabelecer que durante a contração voluntária o recrutamento


dá-se da seguinte forma: Fibras musculares do tipo I (unidades motoras pequenas ativadas
por fibras nervosas mtoras mais delgadas) seguidas pelas fibras musculares do tipo II
(quando se exigem níveis maiores de geração de força), neste tipo de fibras a sequência IIc,
IIa e IIb.
As unidades motoras de limiar mais alto somente são recrutadas quando um
indivíduo faz um esforço voluntário máximo de contração, o que nos mostra que a ativação
das unidades motoras se dá de modo assincrônico, isto é, elas vão sendo recrutadas com o
aumento das necessidades, como se vê no gráfico da figura 7. As unidades motoras do tipo
FG (IIb) só entram em ação quando se atinge 90% do máximo de geração de força.

FORÇA MÁXIMA
A expressão de força máxima de um músculo requer mais do que o recrutamento de
todas as unidades motoras. Quando o sistema nervoso central recruta uma unidade motora,
ele pode solicitá-la com diferentes frequências de disparo. A frequência de disparo, taxa de
disparo ou rate coding, refere-se ao número de impulsos nervosos (excitações) por segundo,
que as fibras musculares de uma unidade motora recebem do seu motoneurônio. As
unidades motoras disparam com taxas entre 10 e 60 impulsos por segundo, quanto maior o
nível de excitações dos motoneurônios pelo sistema nervoso, maiores as taxas de disparo
(frequência) das unidades motoras e consequentemente a força de contração muscular.
Quando essa freqüência atinge um nível crítico, as contrações sucessivas são tão rápidas
que se fundem entre si, e a contração aparece como uniforme e contínua, a que chamamos
de tetanização. Com frequências ainda mais elevadas, a força da contração atinge seu

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 40


VENDA PROIBIDA

máximo, de modo que, qualquer aumento adicional na frequência, não produzirá qualquer
aumento na força contrátil, como é mostrado no gráfico da figura 8, o aumento na tensão
máxima foi quase nulo a partir dos 50 Hz.

Figura 8 - Curva Força-Frequência.

Assim, o output de força máximo de um músculo, requer não só a ativação de todas


as unidades motoras, mas também, que todas as unidades motoras disparem numa taxa
(frequência) suficientemente alta para produzir força máxima.

TIPOS DE FIBRA MUSCULAR


Cada músculo do corpo é formado pela combinação das chamadas fibras musculares
rápidas e fibras musculares lentas, existindo outras fibras com características
intermediárias.
Os músculos que reagem rapidamente são compostos, na sua grande maioria por
fibras rápidas com um número reduzido de fibras lentas. Ao contrário, os que respondem de
forma lenta com contrações longas, são compostos por uma maioria de fibras lentas.
As características destes dois tipos de fibras são as seguintes.

FIBRAS MUSCULARES LENTAS


 Também chamadas do tipo I, fibras ST, fibras vermelhas e fibras slow oxydative
(SO).
 Fibras de contração lenta com a contração isométrica máxima (CIVM) após 80 a
100 mseg.
 Resistentes à fadiga, usadas por longos períodos com metabolismo
predominantemente aeróbio (oxidativo).
 Possuem grande quantidade de mitocôndrias (devido às necessidades do seu
metabolismo aeróbio).
 Têm um baixo nível de produção de força.

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 41


VENDA PROIBIDA

 Suprimento sanguíneo é feito por uma densa capilarização, cerca de 4.8


capilares por fibra, devido à sua grande necessidade de oxigénio.
 Presentes em maior quantidade nos músculos tónicos (também chamados
posturais ou antigravitários).
 Fibras de menor tamanho do que as rápidas (diâmetro de 26 milímetros).
 Possuem grande quantidade de mioglobina (que é responsável pelo
armazenamento do oxigénio no músculo e acelera o transporte deste para a
mitocôndria).
 Têm uma coloração vermelha por conta da grande quantidade de mioglobina.
 A inervação é por pequenos neurônios motores do tipo alfa, que se distinguem
pela baixa velocidade de condução, baixa amplitude e pela reduzida freqüência
de impulsos:
 Diâmetro do axônio de 8 a 14 micrômetros.
 Velocidade de condução de 50 a 80 metros por segundo.
 Freqüência de impulsos de 5 a 25 por segundo.
 Recrutadas, geralmente, em primeiro lugar durante o exercício voluntário.

FIBRAS MUSCULARES RÁPIDAS


 Também chamadas do tipo II, fibras FT, fibras brancas, fibras fast twitch.
 Fibras de contração rápida com a contração isométrica máxima (CIVM) após 40
mseg.
 Metabolismo predominantemente anaeróbio com produção de ácido láctico
(glicolítico).
 Poucas mitocôndrias.
 Têm grande produção de força.
 Suprimento sanguíneo com uma capilarização média de 2.9 capilares por fibra.
 Presentes em maior quantidade nos músculos fásicos.
 Fibras maiores do que as do tipo I (o que permite uma maior força de contração
por se estabelecerem mais ligações actina - miosina).
 Retículo sarcoplasmático extenso para a liberação rápida de cálcio para a
contração muscular.
 Inervação por grandes neurônios motores do tipo alfa, que têm alta velocidade
de condução, grande amplitude e elevada freqüência de impulsos:
 Diâmetro do axônio de 9 a 18 micrômetros.
 Velocidade de condução de 80 a 130 metros por segundo.
 Freqüência de impulsos de 60 a 70 por segundo.
 Dentro das fibras rápidas existem três subgrupos que se distinguem pela
diversidade do seu perfil metabólico, eles são:

FIBRAS DO TIPO IIA


-Também chamadas de FTa, FR e FOG.
-Possuem elevado potencial oxidativo e glicolítico.
-São relativamente resistentes à fadiga (podendo ser usadas por períodos prolongados).
-Têm uma produção de força relativamente alta.
-Diâmetro de 28 milímetros.

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FIBRAS DO TIPO IIX


-Também chamadas de FTx, FF e FG.
-Grande capacidade glicolítica (suprimento a curto prazo via glicolíse).
-Sensíveis à fadiga.
-Têm alta produção de força.
-Diâmetro de 46 milímetros.

FIBRAS DO TIPO IIC


-Fibras intermediárias entre os tipos IIa e IIx.
-Pouco diferenciadas.
-Representam cerca de 1% do total das fibras.

A partir destas descrições pode-se ver que as fibras musculares rápidas são
adaptadas para contrações musculares muito rápidas e fortes, como as que ocorrem, por
exemplo, nas corridas curtas. As fibras lentas são adaptadas para a atividade muscular
prolongada e contínua, como a de sustentação do corpo contra a gravidade e atividades
desportivas de longa duração como, por exemplo, a maratona.

DISTRIBUIÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES EM ATLETAS

Já se sabe, há várias décadas, que os atletas de top em esportes que requerem alta
velocidade ou uma resistência muito grande, têm uma composição de tipos de fibras muito
diferente nos seus músculos.

Figura 4 - Distribuição de fibras musculares no músculo vasto lateral de dois atletas.

A figura 4 ilustra este fato com as amostras do músculo vasto lateral de um nadador, cuja
especialidade são os sprints de 50 metros crawl (figura 9 a e c), e de um ciclista de estrada,
profissional de classe mundial (figura 9 b e d). O nadador tem cerca de 80% de fibras do
tipo II, enquanto que o ciclista, tem cerca de 80% de fibras do tipo I.

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Segundo Billeter e Hoppeler (1992), a pergunta que ainda está em debate é: até que ponto
estes extremos, de composição de tipos de fibras, são geneticamente pré-determinados ou
causados pelo treinamento duro e intenso destes atletas? Na opinião deles, ambos têm
importância.

FORTALECIMENTO COM ELETROESTIMULAÇÃO


A eletroestimulação é praticada desde o século XVIII na fisioterapia e no tratamento
de pacientes paralisados. Mais recentemente a atenção está direcionada na
eletroestimulação como método de treinamento de força em sujeitos normais e em atletas
altamente treinados.
Já se sabe há mais de 200 anos que é possível excitar um músculo passando uma
corrente elétrica através dele ou do seu nervo periférico, a esta criação de potenciais de
ação em células estimuláveis com impulsos elétricos (ativação artificial) chamamos de
eletroestimulação.
Entretanto, a terminologia eletroestimulação ainda é contraditória pois há anos se
faz uma diferenciação entre estimulação nervosa e muscular, mas que é pouco notável na
prática. Mesmo assim, algumas referências citam a estimulação direta do músculo, apesar
de com intensidades muito altas, tendo pouca utilidade clínica. Este procedimento tem
sido denominado estimulação elétrica funcional (FES).
De fato, ainda não se tem conhecimento da real diferença entre estes procedimentos,
mas na literatura pode- se encontrar diversos termos, além deste citado anteriormente,
como: estimulação neuromuscular (NMS), e estimulação elétrica transcutânea para o
controle da dor (TENS).

A ATIVAÇÃO COM A ELETROESTIMULAÇÃO


No sistema neuromuscular periférico intacto, a aplicação de uma corrente elétrica
através da pele pode reduzir o potencial de membrana até ao seu limiar e produzir
potenciais de ação nos nervos e músculos indistinguíveis daqueles gerados pela ativação
normal do sistema nervoso.
Dois eletrodos de um estimulador colocados na pele próximo de um pequeno ramo
de um nervo periférico. Quando a estimulação é iniciada, um dos eletrodos contém um
excesso de cargas negativas, enquanto que o outro está deficitário neste tipo de cargas; os
íons na região vão migrar de um eletrodo para o outro de acordo com as suas cargas (o
movimento dos íons é representado pelas linhas que unem os eletrodos).
Alguns movimentos iônicos ocorrem no fluido extracelular, outros passam através
da membrana do nervo e provocam a sua despolarização. Se a corrente que passa através da
membrana nervosa é pequena, a mudança no potencial transmembrana rapidamente
retornará ao potencial de repouso. Por outro lado, se a corrente aplicada for suficientemente
grande, um potencial de ação será produzido e se propagará ao longo da membrana, sendo
este potencial de ação idêntico aquele produzido em resposta de uma ativação fisiológica,
promovendo a contração muscular.

A CONTRAÇÃO MUSCULAR INDUZIDA POR ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA


A contração muscular induzida por ativação elétrica dá-se de modo diferente
daquele que ocorre durante a contração voluntária. A principal diferença é no recrutamento
das unidades motoras; na contração voluntária, como referimos na parte 4 desta
monografia, a ordem de recrutamento é seguindo o princípio de Henneman, das unidades

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motoras mais lentas (do tipo S) utilizadas para pequenos esforços, sendo gradualmente
recrutadas as mais rápidas (do tipo FR ou FF) quando há a necessidade de maiores níveis de
produção de força. Durante a eletroestimulação, o recrutamento ocorre de forma inversa, as
fibras do tipo II são as primeiras a serem recrutadas, sendo isto documentado nos músculos
de diferentes funções e composições, isto porque o estímulo elétrico é aplicado
externamente à terminação nervosa e as células “grandes” com resistência de “input”
axonal baixa, serem mais excitáveis. Além disto, as unidades motoras de condução rápida,
mais fatigáveis e maiores, necessitam de menores intensidades de estimulação, o que pode
explicar a capacidade de a eletroestimulação produzir fortalecimento muscular com níveis
menores que aqueles requeridos durante a contração voluntária.
A razão pela qual as unidades motoras rápidas são recrutadas em primeiro lugar, é
por elas serem inervadas por axônios com baixa resistência à estimulação (com grande
diâmetro) e além disto, as fibras preferencialmente ativadas serem as mais superficiais que
são, predominantemente, de contração rápida. Neste contexto “quanto maior o axônio,
menor a ativação necessária para produzir força” (inverso do que ocorre com o exercício
voluntário) e além disto “a anatomia ajuda a esta inversão, porque as unidades motoras
maiores estão localizadas mais superficialmente no músculo, e por isso ficam mais perto do
eletrodo”. Como resumo deste seu trabalho, este autor afirma que a ordem de ativação das
unidades motoras, depende do diâmetro do axônio e da distância eletrodo-axônio.
Sendo assim a eletroestimulação ativa as fibras na sua terminação nervosa motora
ou perto dela e a corrente aplicada externamente pega a trilha de menor resistência, o que
vem de encontro com as conclusões de Enoka (1988), que afirmou que a eletroestimulação
excita os ramos nervosos intramusculares e não as fibras musculares diretamente, isto
porque, o limiar de excitabilidade dos axônios é significativamente inferior ao da
membrana da fibra muscular, para estimularmos a fibra muscular, necessitaríamos de um
estímulo bastante mais forte, já tinha demonstrado com os seus experimentos, nos músculos
da coxa, em pacientes curarizados (curare - substância que impede a passagem do impulso
nervoso do axônio para o músculo, competindo com a acetilcolina e tomando o seu lugar),
nos quais não conseguiu promover a contração mesmo quando a intensidade de corrente foi
aumentada a níveis maiores do que aqueles necessários para promover a contração antes da
curarização, isto provou, que a eletroestimulação não ativa diretamente o músculo, mas
sim, as ramificações das terminações nervosas dentro do músculo, isto é, a excitação dos
nervos periféricos.

O TREINAMENTO COM ELETROESTIMULAÇÃO


Como já citamos, as fibras musculares são menos excitáveis do que os ramos
nervosos, o que faz com que a eletroestimulação recrute as unidades motoras inativas (do
tipo FF), o que não é possível durante a contração voluntária e faça com que haja um
aumento na performance muscular. Além disto a eletroestimulação recruta
preferencialmente as fibras do tipo II, como a força máxima depende delas, o treinamento
com eletroestimulação é mais efetivo visto que o princípio da sobrecarga é que governa o
treinamento de força muscular tanto com contração voluntária como o produzido pela
eletroestimulação.
Segundo Robinson (1995), um outro ponto que distingue a contração voluntária da
induzida por estimulação elétrica, é a ativação sincrónica de todas as unidades motoras
estimuladas, isto é, o início da interação entre os filamentos finos e grossos, ocorre em
todas as fibras recrutadas ao mesmo tempo.

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TIPO DE CORRENTE IDEAL


A eletroestimulação consiste na redução do potencial de repouso da membrana até o
seu limiar com uma corrente elétrica aplicada superficialmente (na pele). A primeira
questão obvia que podemos colocar é: qual o tipo de corrente que devemos aplicar? A
corrente ideal é aquela que permite reduzir a diferença potencial e desencadear um
potencial de ação da maneira mais comportável possível para o indivíduo, por outras
palavras, os parâmetros elétricos devem ser os mínimos (intensidade, energia e duração o
mais baixas possíveis).

FÓRMULA FUNDAMENTAL (Weiss)

Q (quantidade de cargas elétricas) = I x T

Lapicque confirmou a fórmula fundamental, definiu e deduziu dois parâmetros


fundamentais da excitabilidade: a reobase e a cronaxia que são fundamentais quando
fazemos o eletrodiagnóstico e desenhamos a curva intensidade – duração. Ele afirma que há
uma relação hiperbólica entre a intensidade de corrente e a duração do impulso.
Lapicque definiu Reobase como sendo a intensidade de corrente mínima necessária
para estimular um nervo por tempo indeterminado; e Cronaxia de um nervo como a
duração mínima do impulso necessária para obter uma estimulação com um nível de
intensidade de duas vezes a reobase.
Para que não ocorra a acomodação, a subida vertical da corrente com uma
intensidade superior à reobase, produz imediatamente uma acumulação de cargas que
modificam o potencial de repouso.
Quanto à forma da onda, a partir do momento que atingimos a reobase, o potencial
de ação está desencadeado logo só precisamos de manter estes parâmetros para mantermos
a estimulação sendo isto conseguido da maneira mais confortável para o paciente, com uma
forma de onda retangular, onde o Q da formula de Weiss é o mínimo.
No que respeita à duração de pulso, em relação aos motoneurônios a faixa de
trabalho destas estruturas oscila entre 100 e 3000 microsegundos. Com o objetivo de
reduzirmos a energia elétrica ao seu valor mínimo, a duração do impulso deve ser igual à
cronaxia do nervo que queremos excitar.
A repetição dos impulsos, se eles não forem compensados, vai criar a polarização
isto porque a média elétrica é diferente de 0. Esta corrente polarizada é equivalente a uma
corrente constante de intensidade média e a sua aplicação na pele tem as mesmas
desvantagens da corrente galvânica. Pelo exposto podemos concluir que a forma de onda
ideal é a bifásica compensada com média nula, pois é necessário que haja o movimento da
mesma quantidade de cargas elétricas.
Resumindo, é o pulso bidirecional retangular simétrico com uma largura de pulso
entre 150 e 350 microsegundos, conforme o segmento do corpo estimulado, a corrente
elétrica capaz de desencadear um potencial de ação com o máximo de conforto para o
indivíduo e que podemos chamar de corrente ideal, o seu impulso elétrico deve ter as
seguintes características:
 Instalação vertical.
 Forma retangular.

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 Duração do pulso igual à cronaxia do nervo estimulado.


 Impulso compensado com média elétrica nula.
A corrente alternada, onde as fases são regulares e iguais em energia são referidas
como sinusóides geralmente é aplicada aos componentes neuromusculares sem reação de
degeneração proporcionando relaxamento dos músculos em espasmo ou exercitando uma
musculatura fraca, atrofiada ou debilitada. Além disso, é um pulso confortável, facilmente
controlado e modificado quando preciso, não tendo caraterísticas químicas nas superfícies
dos eletrodos.
Já a corrente direta interrompida ou “galvânica pulsada”é a modalidade preferida
para a estimulação de componentes neuromusculares com degeneração. Geralmente é
utilizada na estimulação de músculos normalmente inervados, mas pode causar irritações na
pele se for usada por muito tempo ou com altas intensidades.

TRATAMENTO DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA


 Para se utilizar o eletrodo intravaginal, primeiramente deve-se aquecê-lo e então
cubrindo-o com gel de transmissão o inserir vagarosamente na vagina.
– Eletrodo indiferente geralmente é colocado na região suprapúbica.
 A corrente utilizada é a alternada oscilatória a 100Hz, tendo 6 oscilações por
minuto e o tratamento tem duração de 10 a 15 minutos, podendo realizado duas
vezes por semana.
 Ao fim da eletroestimulação, pode-se fazer uso de Ondas Curtas por 10 minutos
na parte anterior do abdômen .E sempre enfatizar a importância dos exercícios
pélvicos.

VALORES DA CRONAXIA DOS NERVOS MOTORES:


 Membro superior – 150 a 200 microsegundos.
 Membros inferiores - 250 a 350 microsegundos.
 Músculos do tronco – 200 microsegundos.

RECRUTAMENTO SELETIVO DAS FIBRAS MUSCULARES


Quando falamos de unidades motoras, o recrutamento delas ocorre de modo assincrônico,
isto é, dependendo dos níveis de força requeridos, o número de unidades motoras ativadas
varia. Com o avanço dos conhecimentos sobre a fisiologia da contração muscular induzida
por eletroestimulação e com a modernidade dos aparelhos, também podemos recrutar
seletivamente as fibras musculares. Assim, com uma frequência inferior a 20 Hz, o trabalho
é mais direcionado para a endurance muscular (fibras do tipo I), diminuindo de maneira
significativa a fadiga muscular. Já com uma frequência superior a 20 Hz, produzimos uma
contração tetânica, o que faz com que seja imperativo programar uma fase de repouso no
mínimo igual ao tempo estimulação. Segundo Meier (1996), a estimulação de baixa
frequência, a 10 Hz, promove um aumento da capacidade aeróbia oxidativa das fibras do
tipo I (majoritárias nos músculos extensores), levando a um aumento da vascularização. Se
o nosso objetivo for trabalhar as fibras rápidas, necessitamos apenas aumentar a freqüência
de estimulação para valores compreendidos entre 35 e 70 Hz, além disto, é com baixas
frequências que se consegue gerar força máxima e à medida que a frequência aumenta, há
um aumento na deteriorazação da resposta muscular.

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A ELETROESTIMULAÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO
Após cirurgia de joelho devido à presença do reflexo de inibição (o derrame intra-
articular do joelho e as irritações da cápsula articular, estimulam os mecanorreceptores
intracapsulares os quais reagem à pressão e à dilatação provocando a inibição reflexa dos
músculos extensores - quadríceps, a recuperação do controle muscular e a performance dos
exercícios de fortalecimento, são difíceis de realizar devido ao edema, dor e à diminuição
da atividade dos receptores articulares que influenciam a ativação das unidades motoras
para a musculatura da articulação e interferem na capacidade do paciente contrair a
musculatura circunvizinha, o que impede a execução dos exercícios reabilitativos, e as
recuperações do controle muscular, da força e da amplitude de movimento, por isso, na fase
inicial do processo reabilitativo, a eletroestimulação é mais efetiva do que o exercício
voluntário, visto que vai ativar, como já referimos, diretamente os nervos periféricos e vai
também prevenir os desajustes enzimáticos (por ex. diminuição na atividade da SDH -
enzima que marca o potencial oxidativo do músculo, que ocorrem principalmente em
mulheres, devido à cirurgia que leva a um aumento dos glucocorticoides e a um estado
catabólico com um certo grau de perda muscular.
Esta estimulação deve durar no mínimo três semanas pois durante este período o
aumento de força verificado deve-se fundamentalmente a alterações neurais isto porque a
atividade elétrica do músculo decresce dramaticamente, podendo atingir níveis em que os
pacientes são incapazes de contrair a musculatura afetada mesmo em pequenos graus de
contração. Por não existirem alterações na placa motora, supõe-se que estes músculos
recebem menos comandos dos motoneurônios. Os objetivos da eletroestimulação são ajudar
a ultrapassar o reflexo de inibição que está presente devido à dor, derrame, imobilidade e
distensão da cápsula articular. Além do já salientado, nos estágios iniciais do treinamento
de força, o recrutamento mais efetivo das unidades motoras e o aumento na taxa de disparo
delas, são os maiores responsáveis pelo ganho de força.

Figura 4 - Papel dos fatores neurais e adaptações musculares ao treinamento de força


(Modificado de Sale, 1992).

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INTENSIDADE DE CORRENTE
No que respeita à intensidade de corrente que devemos utilizar, partindo do
princípio de que quanto maior a sobrecarga mais efetivo o treinamento e a tolerância varia
de sujeito para sujeito, devemos utilizar a intensidade máxima tolerada pelo indivíduo.
Além disto, com o decorrer do treinamento, a tolerância do indivíduo aumenta, logo, não
podemos fixar um valor para a intensidade.

TEMPO DE ESTIMULAÇÃO E REPOUSO


O tempo de estimulação varia de acordo com o tipo de treinamento de força que
pretendemos fazer (tabela 2), sendo o tempo de repouso dependente desse tipo de
treinamento que fazemos, variando de uma a cinco vezes o tempo de contração.

Tabela 2 - Métodos de treinamento (Modificado de Spring et al, 1995).


DURAÇÃO
TREINAMENTO DA INTENSIDA
APLICAÇÕES
DE FORÇA CONTRAÇÃ DE (%CVIM)
O
FORÇA MÁXIMA
- Coordenação intramuscular
3 a 5 seg. 90 a 100
- Superfície de corte
ESTÁTICO 6 a 10 seg. 70 a 90
muscular
30 a 120 seg. 30 a 50
FORÇA DE RESISTÊNCIA

FORÇA MÁXIMA
- Coordenação intramuscular
DINÂMICO
- Superfície de corte
RÁPIDO 1 a 5 seg. 85 a 100
muscular
CONCÊNTRICO 6 a 12 seg. 70 a 85
FORÇA RÁPIDA
10 a 15 seg. 30 a 60
FORÇA DE RESISTÊNCIA
20 a 60 seg. 30 a 50

DINÂMICO
FORÇA MÁXIMA
LENTO
- Superfície de corte
CONCÊNTRICO 8 A 12 seg. 50 a 70
muscular
E 10 a 30 seg. 30 a 50
FORÇA DE RESISTÊNCIA
EXCÊNTRICO

DINÂMICO FORÇA MÁXIMA


RÁPIDO - Coordenação intramuscular 1 a 5 seg. Acima de 100
EXCÊNTRICO FORÇA RÁPIDA 6 a 10 seg. 60 a 90

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ELETRODOS
Os eletrodos devem ser colocados nos pontos motores pois é o ponto onde a
impedância é menor, isto é, onde a resistência à passagem da corrente é menor. O ponto
motor é o local onde o nervo entra no músculo e é caracterizado por uma alta condutância
elétrica e uma baixa resistência cutânea, geralmente situando-se na porção média do
músculo.
Além disto são nestes pontos onde a estimulação é mais confortável, e capacitamos
o indivíduo para suportar maiores intensidades de corrente.
A colocação do eletrodo negativo ou positivo neste ponto, parece não ter grande
influência pois existe bastante literatura abordando este tema e é muito controversa o que
nos leva a pensar que este parâmetro não seja influente. No entanto, por uma questão de
metodologia devemos colocar sempre o mesmo eletrodo no ponto motor. Pessoalmente
coloco o eletrodo negativo no ponto motor do músculo que vou estimular.
No que diz respeito ao tamanho dos eletrodos estes devem ser proporcionais ao músculo
que estimulamos.

GANHO DE FORÇA NO MEMBRO CONTRALATERAL


O ganho de força no membro contralateral quando se utiliza a eletroestimulação é
um fato já referido em 1894 por Scripture et al, a que chamou de educação cruzada, com o
decorrer do tempo, outros nomes surgiram, como por exemplo, transferência cruzada,
exercício cruzado e treinamento cruzado mas todos querem dizer a mesma coisa, ou seja, o
incremento de força no membro não exercitado.
Nos trabalhos por nós estudados, existem relatos de ganhos de força no membro
contralateral de 24,7% em oito semanas; 24% em seis semanas e 39,7% em três semanas.
A existência de uma interação neural entre os membros, é um ponto do qual não se
duvida. A maior prova disso foi obtida por Srihari et al (1981), quando fizeram a
denervação do músculo sóleo (músculo lento) de coelhos e fizeram a reinervação cruzada
com o músculo gastrocnêmio (músculo rápido), o que levou à troca das propriedades do
sóleo, que passou a ter características de músculo rápido. Inesperadamente, o músculo
sóleo da perna contralateral (na qual não fizeram qualquer tipo de alteração) também, mas
de maneira menos significativa, exibiu o mesmo tipo de mudanças. A explicação para estes
ganhos de força e estas alterações, é que elas só foram possíveis devido à influência dos
fatores neurais.

OUTRAS VANTAGENS DO USO DA ELETROESTIMULAÇÃO


Além dos pontos acima citados, que consideramos como sendo os mais importantes, a
diminuição do espasmo muscular e espasticidade, a prevenção da trombose venosa
profunda, o aumento do tamanho das fibras musculares e o número e tamanho dos núcleos,
o aumento da endurance, da capacidade oxidativa e da densidade capilar, o aumento da
força no membro contralatera, o aumento do volume ou densidade da área do sistema
tubular transverso, a diminuição do derrame articular além da diminuição do influxo
nociceptivo quando se faz a mobilização elétrica do fundo de saco do músculo quadríceps,
aceleração no processo de cicatrização de feridas e o aumento do débito arterial femoral,
são também mencionados nos artigos por nós estudados como efeitos provocados pela
eletroestimulação e motivos para fazer uso dela.

CONTRAINDICAÇÕES:

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VENDA PROIBIDA

 Fraturas recentes;
 Flebite;
 Marcapasso de demanda (os modelos novos podem sugerir um cuidado maior ao
invés de uma proibição);

APLICAÇÃO PRÁTICA DA ELETROESTIMULAÇÃO EXCITO-MOTORA

Eletroestimulação do músculo tibial anterior, solicitar contração isométrica deste músculo


através da dorsiflexão de tornozelo, o mesmo em cadeia aberta antes da posição anatômica
realiza uma supinação.
O ponto motor para os fibulares é muito próximo, mas mais lateral.
Eletroestimulação dos fibulares curto e longo, solicitar contração isométrica deste
músculo através da posição anatômica de tornozelo e contra pronação, o mesmo em cadeia
aberta antes da posição anatômica auxilia na flexão plantar.
Notar que estes dois músculos, tibial anterior e fibulares devem ser trabalhados em todos os
entorses de tornozelo por inversão onde os mesmos para melhor aproveitamento
biomecânico deverão ser trabalhados em posição anatômica.

Eletroestimulação do grupo extensor de joelho na posição de flexão em torno de 10 a


20 graus.

Vista superior- colocação dos eletrodos para melhor aproveitamento deste grupo muscular
– vasto medial e lateral, podendo ser utilizado de maneira simultânea durante a contração
e /ou alternada.
– Vista lateral mostrando calço sob o joelho para melhor drenagem do fundo de saco
sinovial bem como abertura da interlinha articular.
Podemos fechas a cadeia em estados pós-operatórios imediatos colocando estímulo sob o
calcâneo e solicitando ao paciente para contrair seu grupo extensor de joelho empurrando
contra a mão do Fisioterapeuta- Utilizará a cadeia em série anterior que são os extensorees
dos dedos e dorsiflexores + extensores de joelho.
Eletroestimulação em co-contração- Utilizamos aqui eletrodos sobre o grupo quadríceps e
sobre os isquiotibiais em cadeia fechada com flexão de joelho à 60 graus. Este
procedimento é muito utilizado em pós-operatórios de lesão do ligamento Cruzado anterior
do joelho onde não há riscos para o neo-ligamento.Pedimos auxiliado pela corrente elétrica
a contração isométrica do quadríceps + isquiotibiais.
Eletroestimulação dos músculos flexores plantares – Tríceps sural- associado à resistência
dos elásticos.
Podemos realizar este procedimento na posição ortostática ou sentado com os joelhos em
extensão.
Eletroestimulação dos músculos lombares na posição decúbito lateral com os joelhos
fletidos e travesseiro entre os membros inferiores.
Notar que colocamos dois eletrodos maiores longitudinalmente aos músculos lombares e
mais dois eletrodos acima e abaixo destes.
Esta colocação é utilizada para fortalecimento eletro- induzido e também para
revascularização.
Para a região lombar esta colocação serve também para analgesia.

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VENDA PROIBIDA

Lembrar que os músculos lombares chegam em sua composição histoquímica até


70% de fibras do tipo I e que as freqüências nas quais temos melhor resultados são da
ordem de 33 Hz à 40 Hz com intervalos de repouso.
As freqüências entre 8 e 10 Hz são excelentes para revascularização conforme estudos de
Seki Maeda onde mostra através de microscopia eletrônica que são abertos 25% dos
capilares sanguíneos quando estimulamos a região lombar nestas freqüências.

Eletroestimulação dos músculos lombares com o paciente sobre a bola realizando trabalho
proprioceptivo, pois estes músculos são trabalhados sob desequilíbrio.
Eletroestimulação dos músculos lombares com paciente sobre a bola realizando trabalho
proprioceptivo com maior dificuldade com as mãos cruzadas atrás da cabeça.
Eletroestimulação dos músculos adutores da escápula na posição sentada associada à
contração voluntária.

Eletroestimulação dos músculos adutores da escápula na posição sentada

Associado à resistência das bandas elásticas. Utilizamos principalmente em pacientes


lombálgicos crônicos onde encontramos diminuição de força muscular dos extensores de
tronco que atinge ata 30 % segundo MEYER e col.
Eletroestimulação dos músculos adutores da escápula na posição sentada + membros
superiores.
Postura em flexão anterior sob eletroestimulação – muito utilizada nos respiradores bucais
onde apresentam diminuição de força muscular dos adutores de escápula devido à cifose
dorsal acentuada e anteriorização de cabeça.

Eletroestimulação dos adutores da escápula mais deltóide posterior

Associado às séries de fortalecimento através dos elásticos e bandas elásticas.


Eletroestimulação dos adutores de escápula mais deltóide posterior nas patologias de
ombro principalmente nas lesões do manguito rotador. Paciente sentado associando
contração eletroinduzido.

Postura de eletroestimulação dos músculos peitoral maior e grande dorsal associado à


contração eletroinduzida destes com abaixamento ativo de cabeça umeral, utilizado
principalmente nas síndromes de impacto do ombro.

– Colocação dos eletrodos para peitoral maior.


– Colocação dos eletrodos para grande dorsal.
– Analgesia e/ou fortalecimento do glúteo máximo.
– Eletroestimulação dos glúteos e abdominais “encaixe do quadril”.
Podemos fechar a cadeia em estados pós operatórios imediatos colocando estímulo sob o
calcâneo e solicitando ao paciente para contrair seu grupo extensor de joelho empurrando
contra a mão do Fisioterapeuta- Utilizará a cadeia em série anterior que são os extensores
dos dedos e dorsiflexores + extensores do joelho.

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VENDA PROIBIDA

QUADRO DOS PONTOS MOTORES

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VENDA PROIBIDA

ELETROANALGESIA

A dor é uma sensação iniciada nos receptores do sistema nervoso sendo transmitida
por nervos periféricos aferentes até ao cérebro, para aí ser processada uma resposta a esse
estímulo doloroso.
As fibras nervosas são, geralmente, classificadas em duas classes: uma geral que
inclui as fibras sensoriais, as motoras e as do sistema autonômico e a outra classificação,
que mais nos interessa neste capítulo, somente das fibras nervosas sensoriais.
Na classificação geral as fibras são divididas nos tipos A e C, sendo as do tipo A
subdivididas em alfa, beta, gama e delta. As fibras do tipo A são típicas dos nervos
espinhais; as do tipo C são de pequeno diâmetro, não mielinizadas que conduzem impulsos
com baixa velocidade.
Na classificação das fibras nervosas sensoriais, estas dividem-se em cinco grupos:

GRUPO Ia – são as terminações dos fusos musculares com diâmetro médio de 17


micrômetros que correspondem na classificação geral ás fibras do tipo A alfa.
GRUPO Ib – são as fibras dos órgãos tendinosos de Golgi com um diâmetro médio de 16
micrômetros correspondendo na classificação geral também ás fibras A alfa.
GRUPO II – são as fibras dos receptores táteis cutâneos e dos fusos musculares com um
diâmetro médio de 8 micrômetros tendo na classificação geral a sua correspondência ás
fibras dos tipos A beta e A gama.
GRUPO III – são as fibras que conduzem o tato grosseiro, a temperatura e a dor aguda
tendo um diâmetro médio de 3 micrômetros sendo do tipo A delta na classificação geral.
GRUPO IV – são fibras não mielinizadas que conduzem a dor crônica, a temperatura e o
tato grosseiro com um diâmetro médio de 0,5 a 2 micrômetros sendo na classificação geral
chamadas do tipo C.

Então, existem dois tipos de fibras nervosas aferentes que transmitem a informação
dolorosa, as do grupo III e as do grupo IV. Estes dois tipos de fibras são de pequeno
diâmetro e têm um alto limiar de excitação quando comparadas com as do grupo II.
Bond, 1984 e Charman, 1989; elaboraram uma linguagem para melhor compreendermos as
duas principais vias de nocicepção que são: o tracto espinotalâmico lateral
(neospinotalâmico) e o sistema ascendente multisináptico (paleospinotalâmico). O tracto
espinotalâmico lateral contém os neurônios de segunda ordem do grupo III (fibras do tipo A
delta) e aqueles que transportam a primeira dor, de condução rápida com relativamente
poucas colaterais (como vai no cordão espinhal, não tem muitas sinapses com outras
estruturas neurais). O sistema ascendente multisináptico, é difuso com muitas colaterais
para o cérebro, ele transporta os neurônios de segunda ordem do grupo IV (fibras do tipo C)
consequentemente de condução lenta, o que faz com que a localização da dor seja
imprecisa referindo-se apenas á área corporal mais ampla que está afetada.
Diversas áreas cerebrais possuem receptores opiáceos, especialmente as áreas do
sistema de analgesia. Das substâncias opiáceas encontradas, as mais importantes são: a
beta-endorfina, a dinorfina, a metencefalina e a leucencefalina. As duas encefalinas são
encontradas nas áreas do sistema de analgesia (a encefalina é liberada pelas fibras que
terminam no núcleo magno rafe e causa a inibição pré-sináptica nas junções medulares das
fibras de dor do tipo C e A delta. Assim, o sistema de analgesia é capaz de bloquear os

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sinais dolorosos em seus pontos de entrada na medula espinhal) enquanto que a beta-
endorfina se pode encontrar tanto no hipotálamo como na hipófise.
A título de curiosidade, a dinorfina que é encontrada no sistema nervoso em
quantidades muito reduzidas, é um analgésico cerca de 200 vezes mais potente do que a
morfina.
Estas são substâncias endógenas que bloqueiam a atividade das fibras A delta e C,
há inúmeros trabalhos científicos que concluem que a inibição da dor mediada por estas
substâncias é possível conseguir quando utilizamos TENS de baixa freqüência.

TIPOS PRINCIPAIS DE CLASSIFICAÇÃO DA DOR

QUANTO A DURAÇÃO:
 Dor rápida (ou em pontada, ou agulhada)  ocorre 0,1seg. após a aplicação do
estímulo doloroso, não ocorrendo na maior parte dos tecidos corporais
profundos, pois ela é sentida quando, por exemplo, espetamos uma agulha ou
cortamos a pele com uma lâmina. Ela é transportada pelas fibras dolorosas do
tipo A delta, com velocidades entre 6 e 30 m/seg. e com um limiar de ativação
alto podendo levar a um sofrimento prolongado e insuportável. Geralmente este
tipo de dor é causada pela estimulação dos nociceptores mecânicos e térmicos e
é conduzida pelo tracto neospinotalâmico.
 Dor lenta (em queimação, ou latejante, ou crónica)  começa 1 ou mais
segundos após a aplicação do estímulo doloroso, aumentando lentamente por
muitos segundos ou às vezes minutos. Está associada à destruição tecidual.
Pode ocorrer na pele ou em qualquer tecido ou órgão profundo, é transmitida
por fibras nervosas do tipo C, com velocidades entre 0,2 e 2 m/seg. com um
limiar de ativação alto. É devida à estimulação dos três tipos de nociceptores:
mecânicos, térmicos e químicos e é conduzida pelo tracto paleospinotalâmico.

QUANTO A ORIGEM:
 Dor tegumentar cutânea  Dor superficial ou profunda.
 Dor visceral  Difícil de ser localizada.
 Dor referida  Dor profunda que se projeta à distancia seguindo uma
distribuição metamérica.

CONTROLE DA DOR:

VIAS DE ANALGESIA

Nos anos 60, Melzack e Wall deram a conhecer o seu trabalho da Teoria das
Comportas segundo a qual a entrada dos impulsos dolorosos no sistema nervoso central
seria regulada por neurônios e circuitos nervosos existentes na substância gelatinosa nas
colunas posteriores da medula espinhal, que funcionaria como um portão, permitindo, ou
não, a entrada de impulsos dolorosos. Este mecanismo seria controlado por fibras
descendentes supra-espinhais e pelos próprios impulsos nervosos que penetram pelas fibras
das raízes dorsais. Esta teoria é o conceito básico de que a super estimulação das fibras de
grande diâmetro (do grupo II), por exemplo, com correntes elétricas podem reduzir a

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percepção da dor que resulta da atividade das fibras de pequeno diâmetro (dos grupos III e
IV) já que sua velocidade de transmissão é consideravelmente menor e estar em menor
quantidade.
A seleção das fibras do grupo II é possível graças às descobertas da engenharia
industrial de que estas reagem melhor a formas de pulso que não são sentidas como
contínuas e geralmente contém várias fases positivas e negativas enquanto que as fibras do
grupo III e IV reagem melhor às formas de pulso contínuas ou sentidas como tal, como é o
caso da frequência de 100 Hz que por ser tão alta é sentida como contínua.Com base neste
fato surgiram as chamadas “técnicas de estimulação transcutânea”, usadas com sucesso
para o tratamento de dor.
Além da teoria das comportas há pesquisas com TENS quanto ao aumento produção
de endorfinas em casos de dor, sendo que a estimulação não precisa ser necessariamente
dolorosa. Geralmente recomenda-se o uso de baixas frequências (1, 4Hz) em casos
crônicos, ou seja, nos quais o suprimento de endorfina disponível foi diminuindo ao longo
do tempo.
Frequências ainda menores podem ser utilizadas (como 1, 2 Hz) associadas a altas
intensidades produzindo estimulação muscular juntamente com produção de endorfinas.
Entretanto, poucos aparelhos oferecem esta opção.

CARACTERÍSTICAS DA FIBRA NERVOSA E PARÂMETROS DE


ESTIMULAÇÃO
A maior parte dos nervos periféricos são mistos, isto é, eles têm uma combinação de
fibras motoras e sensoriais, consequentemente, quando aplicamos um estímulo elétrico as
características individuais dos componentes dessa fibra vão determinar qual das fibras é
estimulada.
Se aplicarmos um estímulo elétrico a um nervo misto, a ordem de resposta a esse
estímulo é em primeiro lugar a sensorial (fibras do grupo II / A beta), o paciente vai relatar
uma sensação de parestesia (formigamento) como resultado da estimulação deste tipo de
fibras. Em seguida são recrutadas as fibras motoras que vão proporcionar a contração
muscular e por último são estimuladas as fibras nociceptivas (fibras do grupo III / A delta e
do grupo IV / C) que vão provocar uma resposta dolorosa.
A resistência à passagem da corrente elétrica varia inversamente com o diâmetro da
fibra nervosa, o que faz com que as fibras A beta (do grupo II) tenham o menor limiar de
ativação e transportam primariamente informações de tato e de pressão, então para
estimularmos estas fibras, necessitamos de baixas intensidades de corrente e como o seu
período refratário é pequeno, necessitamos também de altas freqüências de estimulação e
pequenas duração de pulso.
Ao contrário, as fibras A delta (do grupo III) e C (do grupo IV) que transportam
primariamente informações nociceptivas, que têm uma condução relativamente lenta e têm
períodos refratários longos, devido a isto é mais apropriado utilizarmos baixas freqüências
de pulso, se aplicarmos uma corrente de alta freqüência não vamos desencadear o potencial
de ação porque a fibra nervosa ainda não se recuperou do estímulo precedente. Estas fibras
têm alto limiar devido ao seu pequeno diâmetro o que implica que sejam necessárias altas
intensidades de estímulo, assim como grandes durações de pulso para uma estimulação
seletiva deste tipo de fibras.

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AS CORRENTES ELÉTRICAS
A corrente elétrica consiste no fluxo de elétrons através da matéria, visto que haja
uma diferença de potencial entre as extremidades das vias condutoras, onde o pólo negativo
é chamado cátodo e o positivo ânodo. A medida de intensidade da corrente é denominada
ampère, que corresponde ao movimento de 6,24x1018 elétrons por segundo. Na
eletroterapia é mais comum a utilização do termo miliampère (mA).
Para se obter uma corrente de 1 A é necessária uma pressão elétrica através de uma
resistência de 1 V. Assim, o watt (W) é o que se denomina potência elétrica, que é a medida
da corrente (A) X a força eletromotriz (V).
Para que o sinal elétrico possa ser detectado pelos sentidos, o transdutor realiza a
transformação da energia (som, luz, movimento) em uma corrente elétrica.

TIPOS DE CORRENTE ELÉTRICA:


Existem três tipos básicos de correntes eletroterapêuticas que são:

A. Corrente direta – é um tipo de corrente


unidirecional (numa só direção), isto é, o fluxo da
corrente é constante ao longo do tempo.
B. Corrente alternada – é um tipo de corrente
bidirecional (nas duas direções), isto é, o fluxo da
corrente é constante ao longo do tempo mas tem
uma fase positiva e outra negativa.
C. Corrente pulsada – é aquela em que, seja
unidirecional ou bidirecional, o fluxo da corrente é
interrompido periodicamente ao longo do tempo.

Desta descrição podemos dizer que a corrente ideal para a estimulação analgésica é
a pulsada pois o nervo tem o período refratário em que não reage a estímulos.

FORMA DA ONDA:
A forma de onda de uma corrente refere-se ao que vimos no gráfico amplitude /
tempo.
Na corrente monofásica a corrente flui numa só direção (unidirecional) em que um
eletrodo atua como cátodo (negativo) e o outro como ânodo (positivo).
Os pulsos elétricos podem se apresentar de diversas formas:

-Retangulares: tem uma formação e um decréscimo brutos de


intensidade. Neste intervalo há uma plataforma galvânica, ou seja,
uma corrente contínua.

-Farádicas: são formados por um pulso breve, em


ponta, de duração de aproximadamente 1ms e uma onda de
polaridade inversa, mas de tão pouca amplitude que não pode
ser considerada como bifásica. É uma corrente muito
desagradável e pouco utilizada atualmente.

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-Triangulares: apresentam um ângulo ao invés de


uma plataforma com um cume, apresentando tempo de
subida e descida.

- Exponenciais: podem ser de baixa frequência ou de


longa duração (correntes de Lapicque).

Na corrente bifásica a corrente flui em ambas as direções, assim, cada eletrodo atua
como cátodo durante uma parte da onda, que tem dois componentes (ou fases), um positivo
e outro negativo o que representa uma mudança no fluxo da corrente, esta é a forma de
onda mais freqüentemente encontrada nos aparelhos de TENS.
A forma de onda é chamada de bifásica simétrica se a porção da primeira fase for
exatamente igual á segunda fase, mas na direção oposta. Ao contrário, a onda bifásica
assimétrica, tem também duas fases, mas a forma de cada uma das fases é diferente e em
direções opostas, ou seja, a duração e a magnitude da corrente não é igual nas duas
direções.

MONOFÁSICA BIFÁSICA SIMÉTRICA BIFÁSICA ASSIMÉTRICA

A corrente ideal deve ter uma média nula, isto é, a quantidade de cargas na fase
positiva deve ser igual na fase negativa (ou a área da fase positiva deve ser igual à da fase
negativa), isto para reduzir os riscos de irritação da pele e de queimadura que pode
acontecer devido ao acúmulo de íons num dos eletrodos como ocorre nas correntes que não
são bifásicas.

FREQUÊNCIA E DURAÇÃO DO PULSO:


A frequência é uma característica dependente do tempo e é mensurada em Hertz
(Hz), ela refere-se ao número de pulsos existentes durante um segundo, ela pode ser
calculada dividindo um segundo pelo período, sendo o período o tempo existente entre um
ponto específico num pulso na forma de onda para esse mesmo ponto no pulso seguinte.
A duração do pulso é também dependente do tempo e é o tempo do início até o fim
da onda.

CURVA I / T (OU FORÇA – DURAÇÃO):


A relação existente entre os parâmetros de estimulação, amplitude do pulso
(intensidade) e a duração (tempo) do pulso, pode ser ilustrada num gráfico. Basicamente,
esta curva ilustra a relação entre as diferentes combinações de tempo e intensidade que são
requeridas para uma estimulação ótima de um determinado tipo de fibra nervosa

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produzindo uma resposta associada de acordo com as suas características, seja ela sensitiva,
motora ou dolorosa. A curva I / T é um indicador do limiar necessário para causar a
despolarização de um determinado tipo de fibra nervosa.

Da curva I/t

TIPOS DE TENS
O uso da eletricidade como modalidade terapêutica já é descrita nas catacumbas do
Egito antigo (2500 anos A.C.) com o uso do peixe malapterurus electricus (uma espécie de
peixe gato) para o tratamento da dor. O objetivo primário do TENS (Transcutaneous
Electrical Nerve Stimulation – Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) é o alívio da
dor e define-se como sendo a aplicação de estimulação elétrica na superfície da pele através
de eletrodos cutâneos para estimular as fibras nervosas e obtermos o alívio da dor. Nos
últimos 30 anos devido a uma melhor compreensão dos mecanismos da dor, principalmente
devido à publicação em 1965 do trabalho de Melzack & Wall, e ao desenvolvimento
tecnológico dos aparelhos, este tipo de estimulação tem sido o mais utilizado apresentando
resultados muito bons no alívio dos mais diversos tipos de dor.
Na prática clínica corrente, utilizam-se quatro tipos de TENS e para aplicá-los,
apenas necessitamos de um aparelho em que possamos controlar os parâmetros básicos de
freqüência, duração do pulso e intensidade.

PARÂMETROS
Os modelos atuais, na grande maioria, utilizam formas de pulso bifásicas podendo
ser quadradas, retangulares, sinusóides ou triangulares. Há uma tendência a se igualar as
fases positivas e negativas a fim de que não haja nenhum efeito eletroquímico devido à
polaridade excessiva.
Porém, apesar dos esforços ainda se percebe uma polaridade diferencial entre os
eletrodos, com predomínio principalmente da fase positiva. Assim, se os cabos de eletrodos
apresentarem cores diferentes (vermelho e preto) ou o manual do aparelho recomendar
reverter a colocação dos eletrodos para aumentar a sua efetividade, deve-se considerar a
diferença se polaridade , apesar de compensações e de se afirmar que o componente de
corrente direta seja = 0.
De acordo com a situação do paciente pode-se utilizar uma forma de pulso ideal.
Em pacientes hipersensíveis ou com lesão nervosa associada à patologia dolorosa o pulso
mais adequado são os de forma quadrada ou retangular por apresentarem maior duração e
se assemelharem ao pulso sinusóide que irrita menos a pela.

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Em dores agudas ou tecidos resistentes recomenda-se o uso de pulsos triangulares


para estimular intensamente pois apresentam subida e descida rápidas.
Foi observado na prática que os pulsos quadrados ou retangulares fornecem
analgesia por um tempo maior, podendo então ser usado em casos crônicos. O pulso
triangular seria então mais aconselhável em dores agudas, devido ao alívio imediato.

 Frequência
– Em casos agudos, usa-se frequência de pulso altas (80 a 120Hz) pois
oferecem alívio mais imediato. Frequências entre 1 e 20 Hz são mais usadas
em dor crônica, explicado pela liberação de endorfina associado a
estimulação muscular.
 Largura de Pulso
– Largura de pulso é o tempo que cada pulso está atuando e varia entre 50 e
400 microssegundos nos aparelhos atuais.
– Em sistemas neuromusculares intactos utiliza-se uma faixa de 100 e 150 s
enquanto que em casos de danos neurológicos são indicadas larguras
maiores (200 a 300 s). Se associado a este estiver presente reação de
degeneração (RD) deve-se utilizar correntes interrompidas diretas
monofásicas para estimular a contração muscular. Porém, a fim de se obter
analgesia, é usado pulso bifásico.
 Intensidade
– Recomendamos a utilização de intensidade que possa ser apenas sentida pelo
paciente, ou seja, baixa o suficiente para que se houver alguma redução esta
possa ser sentida imediatamente.
 Acomodação
– Normalmente após um tempo de aplicação o paciente pode se acomodar a
estimulação elétrica, tornando-se menos eficaz. Para evitar este fato, há
modulações dos parâmetros de frequência, duração do pulso e amplitude que
podem ser feitas pelo fisioterapeuta ou que podem ser estabelecidas pelo
fabricante.

TENS CONVENCIONAL (ALTA FREQUÊNCIA E BAIXA INTENSIDADE)


 É o tipo de TENS mais utilizado, opera via mecanismo da teoria das comportas
e tem os seguintes parâmetros:
 Baixa intensidade (sem contração muscular). Alta freqüência (cerca de 100 Hz).
 Largura de pulso baixa (entre 50 e 80 microseg.).
 A combinação destes parâmetros vai estimular as fibras aferentes A beta.
 A sensação gerada por este tipo de TENS é de uma confortável parestesia
(formigamento).
 É aplicado mais frequentemente no período agudo.
 Os eletrodos são posicionados sobre ou ao redor da área dolorosa ou numa área
neuroanatomicamente ou neurofisiologicamente relacionada, incluindo pontos
de acupuntura e triggers points.
 A analgesia é rápida, geralmente dentro de 5 minutos, entretanto dura apenas 1
hora após o término da aplicação.

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TENS ACUPUNTURAL (BAIXA FREQUÊNCIA E ALTA INTENSIDADE)


 Tem este nome porque os eletrodos são colocados nos pontos de acupuntura.
Este modo envolve a liberação de endorfinas, embora possa haver efeito do
mecanismo de controle do portão da dor em nível motor. Apresenta os seguintes
parâmetros:
 Alta intensidade (o suficiente para que a contração muscular seja visível).
 Baixa freqüência (de 1 a 4 Hz).
 Largura de pulso alta (cerca de 230 microseg.).
 Este tipo de TENS estimula as fibras nociceptivas do tipo A delta e C (ou fibras
dos grupos III e IV) e as pequenas fibras motoras sendo que diferentes tipos de
endorfinas são liberadas com diferentes freqüências.
 Geralmente é aplicado na fase crônica mas pode ser utilizado na fase aguda se o
paciente tolerar as contrações musculares
 Os eletrodos são colocados sobre a área neuroanatomicamente ou
neurofisiologicamente relacionada à área dolorosa, incluindo pontos de
acupuntura, trigger points (sobre nervos motores ou músculos inervados)
 A sensação gerada por este tipo de TENS é de parestesia e uma contração
visível.
 A analgesia é mais demorada que no TENS convencional, requerendo
aproximadamente 15 a 60 minutos. Entretanto pode durar horas ou mais depois
que a estimulação cessa.

TENS BURST (TREM DE PULSOS)


 Este tipo de TENS foi desenvolvido em 1976 por Eriksson & Sjölund como
resultado das suas experiências com eletroacunputura chinesa. Alguns artigos
fazem referência a este tipo de TENS como sendo o acupuntural, mas existe a
diferença na definição deste tipo de estimulação, pois o TENS Burst é uma alta
freqüência de trens de pulsos “entregue”, variando de 1 a 10, numa baixa
freqüência e sentidos pelo paciente como um estímulo único.
 Este tipo de estimulação é uma mistura de TENS convencional com TENS
Acupuntural.
 Tipicamente, a freqüência dos trens varia de 1 a 4 Hz com uma freqüência
interna de cerca de 100 Hz.
 A largura de pulso varia de 100 a 200 microsegundos.
 Alguns pacientes preferem este tipo de TENS, pois ele proporciona uma
contração muscular mais confortável.
 Este tipo de TENS é utilizado para a dor crônica sendo o seu período de
analgesia prolongado.

TENS BREVE – INTENSO


 Este tipo de Tens consiste na combinação de amplitude alta de intensidade e
durações curtas de tratamento levando a um alívio imediato que proporcionado
pelas outras formas.
 Utiliza uma alta freqüência (100 a 150 Hz).
 Grande largura de pulso (150 a 250 microseg.)

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VENDA PROIBIDA

 A intensidade deve ser a máxima tolerada pelo paciente e deve ser utilizada por
curtos períodos de tempo.
 Mannheimer & Lampe (1984), recomendam o uso deste tipo de TENS antes de
procedimentos dolorosos, como por exemplo a debridação de feridas,
mobilizações articulares e massagem transversa profunda.
 Os TENS que utilizam freqüências baixas (entre 1 e 4 Hz) tem a sua ação mais
prolongada devido à liberação de beta – endorfinas (pela glândula pituitária na
circulação sistêmica) que contribuem para o controle descendente da
nocicepção. Porém, há alguns relatos clínicos de que dentre os tipos de TENS
que fornecem analgesia por longa duração, o modo Breve e Intenso tem menor
vida útil.

OS ELETRODOS
Existem várias controvérsias quanto a colocação ideal dos eletrodos, algumas
sugestões são:
 A área dolorosa freqüentemente é a mais escolhida quando se utiliza o TENS
convencional e os eletrodos devem cercar a área.
 No nervo periférico que inerva a área cutânea dolorosa
 Na raiz nervosa paralelamente à emergência nervosa do dermátomo ou miótomo
afetado (aplicação paravertebral)
 Nos “ trigger points”
 Nos pontos motores
 Nos pontos de acupuntura proximais ou distais ao local da dor;
 Transarticulares são efetivas no ombro, joelho, cotovelo, punho e pé.
 Bilaterais são efetivas, principalmente em regiões lombares e torácicas;
 Contralaterais quando o local da dor não é acessível, devido a amputações,
vestimentas, feridas abertas e gessos.

ALGUNS LOCAIS COMUMENTE USADOS :


 Extremidade superior
– Raízes nervosas ou dermátomos de C3 – C7;
– Ponto de dor;
– Extremidade do acrômio;
– Hoku ( espaço entre o polegar e o indicador);
– Dorsalmente ao punho;
– Extremidade do epicôndilo lateral.
 Extremidade Inferior:
– Raízes nervosas ou dermátomos de L1- S1;
– Centro do glúteo máximo;
– Região poplítea;
– Maléolo lateral posterior;
– Cabeça da fíbula;
– Joelho: transarticular, nos aspectos lateral e medial.
 Região lombar:
– Raízes nervosas e dermátomos associados;
– Regiões glúteas;

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VENDA PROIBIDA

– Região poplítea;
– Padrão cruzado: paravertebral em l1 e l5, num padrão cruzado, com
circuitos cruzando em l3.

ESTUDOS CLÍNICOS DO USO DO TENS

O USO DO TENS NA OSTEOGÊNESE


Vários relatos clínicos afirmam que o TENS tem grande eficácia em casos de não-
consolidação, ou seja, fraturas com duração de seis meses sem reparação. Excluindo-se os
casos em que há osteotomias e infecções, o sucesso se sua aplicação pode ser visto dentro
de 4 a 6 semanas, através de um acompanhamento radiológico.
A vantagem do uso do TENS em relação a outros aparelhos usados para esse
propósito são o baixo custo e os parâmetros elétricos convenientes que são:
 Frequência mais alta possível: 120 Hz
 Maior largura de pulso: 300 s
 Intensidade menor possível, “quase imperceptível”pelo paciente
 Tratamento: 1 hora por sessão, 4 vezes ao dia.
 Se paciente estiver com gesso os eletrodos devem ser colocados proximal e
distal a este;
 Se o foco da fratura estiver sem gesso pode ser utilizado dois eletrodos, um de
cada lado da fratura, distantes 15 cm ; quatro eletrodos, num padrão cruzado
diretamente no local ou com dois eletrodos, num modo sanduíche, ou seja, o
local da fratura estando entre os dois eletrodos.

O USO DO TENS NO TRABALHO DE PARTO


Apesar de não ser comum no Brasil, na literatura estrangeira há grande número de
relatos sobre este procedimento.Os estudos feitos afirmam que este método é seguro, não
invasivo e sem drogas podendo proporcionar um parto relativamente sem dor.Os
parâmetros utilizados são:
 Eletrodos tipo cirúrgicos (2,5 x 15cm) ,para que as raízes nervosas sejam
cobertas, posicionados paravertebrais e entre T8 e L1.
 aparelho é deixado ligado durante todo o trabalho de parto
 Frequência deve ser alta : 80 a 120 Hz
 Largura de pulso deve ser média: 150 s
 Amplitude deve ser confortável mas baixa.
 Outro par de eltrodos pode ser colocado paravertebral em S1 e abaixo. Os
parâmetros são os mesmo, exceto a amplitude que deve ser aumentada durante a
contração.
 Em um segundo estágio , os eletrodos posicionados na região sacral são
retirados e são colocados na região anterior do abdomen, em V, diagonais e
laterais ao triângulo púbico. Neste caso a amplitude também só deve ser
aumentada durante a contração, mas não o suficiente para causar contração
muscular.

O USO DO TENS PÓS-PARTO

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VENDA PROIBIDA

O TENS também pode ser usado após o parto cesariana caso haja dor sobre a
incisão.Os parâmetros são os seguintes:
 Os eletrodos são colocados anteriormente, estando um par proximal e outro
distal às extremidades da incisão;
 Frequência deve ser alta: 80 a 120 Hz;
 Largura de pulso média: 150 s
 Ampltude mínima
 Tratamento com duração de 1 hora, quatro vezes ao dia.

USO DO TENS PARA ENJÔOS DE GRAVIDEZ E QUIMIOTERAPIA


Há relatos de grande sucesso da utilização do TENS no controle de náuseas durante
a gravidez ou associadas a quimioterapia. Os parâmetros utilizados são:
Um eletrodo é colocado na extremidade do acrômio e o outro no ponto hoku. Este método
só tem eficácia se for feito na extremidade superior direita.
 Frequência alta: 80 a 120 Hz
 Largura de pulso média: 150 s
 Amplitude mínima, mas perceptível.
 Tratamento com duração de 30 minutos, todas as manhãs ou no caso da
quimioterapia logo após o seu término.

USO DO TENS NA DOR INCISIONAL E CICATRICIAL


Este tipo de dor deve ser tratado como do tipo aguda e os eletrodos devem se
posicionados paralelos, à aproximadamente 2,5cm ou num modo cruzado, usando quatro
eletrodos comuns. Os parâmetros são os mesmos citados no caso acima.

Devemos também ter sempre presente que:


 Devemos proporcionar sempre um bom contato entre a pele do paciente e o eletrodo e
para isso temos que utilizar uma camada de gel de contato uniforme, devemos utilizar
eletrodos de tamanho proporcional à área a ser tratada e em indivíduos com muitos
pelos, estes devem ser cortados.
 Num canal devemos utilizar eletrodos do mesmo tamanho.
 A distância entre os eletrodos não deve ser menor do que o tamanho do eletrodo.
 Não devemos colocar os eletrodos em cima de cicatrizes ou feridas abertas.

CONTRAINDICAÇÕES E PRECAUÇÕES NO USO DE TENS


 Olhos.
 Gravidez
 Alterações na sensibilidade da pele, irritações e lesões na área a ser tratada.
 Sobre áreas vulneráveis a hemorragia ou hematoma porque pode aumentar o
risco de sangramento
 Pacientes não entendam as instruções do terapeuta, assim como crianças.
 Seios carotídeos (na porção anterior do pescoço) devido à presença dos
baroreceptores que podem alterar a pressão arterial.
 Não colocar em pacientes com marca passo ou com cardiopatia grave,porque
podem interferir no ritmo cardíaco quando posicionados no tórax ou na região
lombossacral.

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VENDA PROIBIDA

 Em pacientes com alergia ao gel dos eletrodos ou à corrente elétrica.


 Pacientes com epilepsia.
 Próximo de área de trombose arterial ou tromboflebite porque os efeitos na
estimulação da circulação podem aumentar o risco de desenvolver embolia.
 Sobre áreas próximas de estimuladores de bexiga urinária e nervo periférico.
 Próximo de dispositivos diatérmicos, porque pode interferir no aparelho,
 No crânio ou cervical em pacientes com história de CVAs porque pode alterar a
condução no SNC
 Em casos de dor não diagnosticada pois a dor é um importante sintoma
diagnóstico que não deve ser mascarado.
 Atletas não devem participar de esporte enquanto estiver sob efeito da analgesia
do TENS.

CORRENTES V.I.F.

A corrente V.I.F. foi criada pelo Fisioterapeuta Francês, Francis Crépon. O conceito
desta corrente obedece aos parâmetros do que vem a ser uma corrente “ótima “ baseada
portanto sobre os pulsos bidirecionais, início brusco, pequena largura de pulso e baixa
frequência.
 “Início Brusco “ = Eficácia
Um pulso é mais eficaz quando apresenta forma reta (retangular)
 Pequena largura de pulso = conforto
Para uma intensidade dada, quanto maior a largura de pulso maior a percepção
pelo paciente.
 Média Nula = Inocuidade
Pelos pulsos bidirecionais de média nula não apresentam efeitos eletrolíticos,
permitindo desta maneira aplicações sem risco de efeitos de queimadura química
dos tecidos.
 Baixa frequência e intensidade = efeitos terapêuticos
A eletroestimulação analgésica e excitomotora utiliza unicamente correntes de
baixa frequência (< que 150 Hz) e de muito baixa frequência (< que 10 Hz)

Somente as frequências de estimulação inferiores á 150Hz se revelam analgésicas.


Isto pode ser devido á impossibilidade das fibras e sinapses nervosas, implicadas na
somestesia, de responder á frequências + elevadas (34)
Somente as frequências de estimulação inferiores á 100 Hz apresentam interesse excito-
motor. Quando uma unidade motora está completamente tetanizada, aumenta o no. De
potenciais de ação por segundo sobre seu motoneurônio e seu efeito sobre a contração (150)
Obtêm-se a corrente V.I.F. pela interferência de 2 geradores cujas frequências são
diferentes.
Os envelopes entercortam os pulsos deixando passar somente os pulsos que estão
dentro dos envelopes fazendo variar a intensidade e frequência.
A irregularidade da corrente possui sua eficácia terapêutica evitando a acomodação
e produzindo simultaneamente um efeito excito-motor e uma vibração analgésica ( 42, 43 )
Wobulação : Ou frequência deslizante, aumento e diminuição progressiva e
periódica de frequência.

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VENDA PROIBIDA

SUGESTÕES DE PROTOCOLOS

Corrente Analgésica por Inibição Sensitiva Segmentar


 Corrente de 50 – 100 Hz com largura de pulso em torno de 300 microsegundos é
utilizada para dores agudas e localizadas ( entorses, tendinites, nevralgias,
meralgias parestésicas, nevralgias cervico-braiquiais, artroses congestivas,
posturas, mobilizações passivas, algias articulares agudas )
 A largura de pulso com a intensidade pequena permitem uma estimulação
preferencialmente da sensibilidade táctil que é confortável para o paciente.
 Devido á sua irregularidade possui maior eficácia terapêutica e não acomodação
da corrente .
 Dores pontuais, o eletrodo ativo, pequeno é aplicado sobre o local da dor e o
eletrodo indiferente de maior dimensão é aplicado transversalmente ou nível
vertebral correspondente.
 Se tratarmos dois pontos de dor, aplicaremos sobre cada ponto doloroso um
eletrodo pequeno.
 Se a dor for mais extensa ( articulação por exemplo ) coloca-se dois eletrodos de
iguais tamanho transversalmente .
 Dor radicular – eletrodo grande sobre nível da coluna vertebral e outro eletrodo
em ponto de emergência neural.

Corrente Analgésica por Hiperestimulação Nociceptiva


 Corrente de 100- 150 Hz para pacientes que possam suportar uma intensidade
elevada para alívio da dor.
“ A irregularidade da corrente permite, com intensidade forte, entreter as sensações
nociceptivas “.
 Os eletrodos são aplicados á distância do local da dor, evitando ventres
musculares a fim de não provocar uma tetanização que seria rapidamente
insuportável.

Corrente Excito-Motora Tetanizante Trófica e Analgésica


 Corrente de 30 – 100 Hz indicada para tratamento da contratura dolorosa, para
fortalecimento muscular.
 Devido á irregularidade da corrente permite vibração analgésica eficaz no
tratamento das contraturas ( por exemplo paravertebrais , ísquio-tibiais,
torcicolos )
 “ Nos tratamentos de reforço muscular, a irregularidade da corrente é destinada
a prevenir a degradação da resposta muscular enquanto a estimulação elétrica é
aplicada de maneira prolongada ( 142,168 )
 Os eletrodos são colocados sobre os pontos motores – ventres musculares.

Corrente Analgésica por Liberação de Endorfinas


 Correntes de 4Hz aplicadas por meio de grandes eletrodos com elevada
intensidade, produzindo uma fibrilação muscular ritmada e uma sensação e uma
sensação desagradável no limite da dor durante 30 minutos, provocam aumento

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VENDA PROIBIDA

significativo de 22% da taxa de B endorfina em relação ás taxas basais. Este


aumento se prolonga durante 30 minutos após o término da estimulação
mantendo-se sempre com uma taxa superior a 20 %.
 A duração de pulso de 1á 5 ms e a frequência de 2 á 6 Hz.
 A intensidade é elevada á tolerância máxima pelo paciente: deve produzir
contrações musculares do tipo fibrilações elementares, mas ficam abaixo do
limiar da dor

CONTRAINDICAÇÕES
 Não aplicar as correntes sobre áreas cardíacas e região ântero-lateral do pescoço.
 Patologias evolutivas ou agudas:- flebite, tumores ou infecções,epilepsia,
cardiopatias, alterações cognitivas,
 Região abdominal na gravidez
 Portadores de marcapassos
 Zonas de anestesia ou hipoestesia
 Lesões cutâneas.

INSTALAÇÃO DO PACIENTE
 Paciente deverá ser instalado confortavelmente sem possuir contato com
nenhum tipo de metal.
 Introdução á eletroterapia de média frequência
 Características das correntes de média frequência :
 Sem efeito polar – despolarizada
 Cada eletrodo produz os mesmos processos eletrolíticos
 Ausência de propriedades galvânicas
 Não produzem hiperemia
 Endosmose
 Variação eletrotônus
 Variação da permeabilidade da membrana lipoproteica
 Não apresentam riscos dos efeitos eletrolíticos ( cauterização )
 Adequadas para tratamentos das camadas mais profundas dos tecidos.
 Paciente tolera altas intensidades de corrente

OBSERVAÇÃO:
 Todos os estímulos de baixa ou média frequência geram despolarização das fibras
nervosas.

CORRENTES INTERFERENCIAIS VETORIAIS

DEFINIÇÃO DE CORRENTES INTERFERENCIAL


É o fenômeno que ocorre quando se aplicam duas ou mais oscilações simultâneas no
mesmo ponto ou série de pontos de um determinado meio, com frequências levemente
diferentes.

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VENDA PROIBIDA

DEFINIÇÃO DE TERAPIA INTERFERENCIAL


 A utilização de duas correntes alternadas de frequência altas cruzadas entre si
(batimento).
 Uma das correntes alternadas possui uma frequência fixa de 4.000 hz, enquanto a
outra pode ser ajustada entre 4.000 hz á 4250 hz.
 A superposição das duas correntes alternadas denomina-se interferência.
 No ponto onde ocorre a intersecção das correntes surge uma nova corrente alternada
de frequência média com amplitude modulada = sigla. Geralmente esta frequência
resultante é 100hz devido a proximidade desta taxa das frequências normais de
tetanização de 50 a 100hz. Com a degeneração, estas taxas diminuem, o que pode
ter valor diagnóstico pois os músculos reagem mais intensamente a frequências
menores (1 a 10 hz no modo “varredura”). Isso ocorre devido ao fato de haver
maiores larguras de pulso na faixa de baixas frequências, favorecendo os tecidos
nervosos lesados. Entretanto, nos casos de neuropatias mais extensas, a média das
frequências bifásicas (corrente alternada) juntamente com as correntes
interferenciais podem não desencadear contrações.
 Ponto chave da terapia interferencial é a qualidade e capacidade de penetração das
maiores frequências/ menores larguras de pulso em tecidos mais profundos. Pois
como as altas frequências não tem capacidade de produzir contrações, devido as
curtas durações de pulso, e dado que a frequência de 100hz tem essa capacidade, as
unidades são projetadas para produzir para produzir essa frequência ótima (100hz) a
uma profundidade maior do que seria possível com eletrodos de superfície
utilizando 100hz diretos como corrente operante, com é o caso dos aparelhos
tradicionais de baixa voltagem.

AMF = AMPLITUDE DE MODULAÇÃO DA FREQUÊNCIA


 AMF base ( Freq. De Modulação ) Varia de 0 á 150 Hz – é uma frequência
desenvolvida no interior do tecido ( Intensidade ) .
– 25 á 75 Hz – dor crônica
– 75 á 120 Hz – dor subaguda
– 120 á 150 Hz – dor aguda ( AMF – alta )

PROFUNDIDADE DE MODULAÇÃO = AF AMF


 Expressa com um percentual e pode variar entre zero á 100%.
 Como regra, é utilizado 50% ou mais do valor dado da AMF.
 Superposição do espectro.

SELETOR DE PROGRAMA = SLOPE


 Este controle permite a seleção de 3 modos diferentes de aplicar a variação de Af
AMF sobre os valores de AMF
 Modos
 : a-b-c.

a) A variação Df ocorre de 1 em 1 segundo. Casos crônicos.

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b) A variação Af ocorre de 5 em 5 segundos, porém a


Transmissão não é abrupta, e sim, de 1 em 1 segundo.
Casos subagudos.

c) A variação Df se eleva durante 6 segundos e retorna ao


AMF base também em 6 segundos. Variações lentas e
ininterruptas – casos agudos.

6) Métodos:

 Método de dois polos (Bipolar):


Utilizados dois eletrodos e as duas correntes alternadas se superpõem dentro do
aparelho (superposição linear).

 Método de quatro polos:


-Utilizados quatro eletrodos
-O equipamento libera duas correntes alternadas, quando estas correntes alternadas, quando
estas correntes se superpõem no tecido, ocorre a interferência (dentro do tecido em
tratamento).
-Quando duas forças se cortam em um ângulo de 90 graus a força resultante máxima se
encontra na metade do caminho entre as duas forças (45 graus diagonal do circuito) –
ocorre então uma superposição perpendicular.

OBS: No método de quatro pontos é utilizado o vetor de rastreamento automático


objetivando aumento da área útil de estimulação.

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VENDA PROIBIDA

7) EFEITOS FISIOLÓGICOS DAS CORRENTES INTERFERENCIAIS:


Comentários
- Com este tipo de estímulo da eletroterapia, podemos ativar de forma seletiva as fibras
nervosas aferentes mielinizadas (fibras nervosas grossas) originando:
-Diminuição da dor
-Normalização do balanço neurovegetativo, com relaxamento e melhora da circulação
(Sistema Simpático)
-A estimulação das fibras nervosas aferentes grossas possuem um efeito inibidor ou
bloqueante sobre a atividade das fibras finas (amielínicas) – diminuição da dor.

DOSES DE TRATAMENTO (INTENSIDADE)


Com base na natureza, na gravidade, e no estado do transtorno e no efeito que se
pretenderá, o fisioterapeuta decidirá de acordo com a sensação que o paciente deverá sentir.

TEMPO DE APLICAÇÃO
 Média de 15 minutos.
 Variando de 5 á 30 minutos .
 Para produzir Betaendorfinas (30 á 40 minutos).

OBS: Casos extremamente agudos:


 Doses baixas – normal.
 Tempo curto: 10 minutos.

INDICAÇÕES:
 Tratamento de transtornos causado por dor
 Pontos dolorosos
 Pontos desencadeantes
 Áreas hiperestésicas
Causas possíveis
– Desequilíbrio neurovegetativo, provocando problemas na circulação e
funções orgânicas.
– Problemas pós-traumáticos e pós-operatórios ex: distensões, luxações,
fraturas.
– Problemas reumáticos: artrose, bursites, tendinites, mialgias, artrite.

CONTRAINDICAÇÕES
 Febre, tumor, tuberculose;
 Sensibilidade região tratada (alterada);
 Trombose;
 Tendência a sangramento;
 Marcapasso;
 Implantes metálicos.

IONTOFORESE
Este método é usado há mais de meio século e já era mencionado na
literatura desde os anos 1700 e 1800.

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VENDA PROIBIDA

A iontoforese, também chamada transferência iônica, consiste na introdução de


medicamentos transcutâneo, com objetivos terapêuticos, utilizando uma corrente galvânica
direta de baixa voltagem e alta amperagem. A corrente separa os componentes iônicos e a
deposita subcutâneamente, de acordo com a polaridade imposta.Esta deve ser suficiente
para vencer a resistência entre a pele e o eletrodo e ainda ter energia para atravessar os
portais da pele (folículos capilares e poros). Geralmente administra-se analgésicos,
anestésico e anti-inflamatórios. Alguns íons e suas relações com condições patológicas
estão listados abaixo:
Patologia Íon Selecionado
Lidocaína, Hidrocortisona,
 Dor
Salicilato, Magnésio
 Inflamação Hidrocortisona, Salicilato
 Espasmo Magnésio, Cálcio
 Isquemia Mecholyl, Magnésio, Iodo
Mechlyl, Magnésio, Salicilato,
 Edema
Hialuronidase
 Depósitos Calcários Ácido Acético
 Fungo e Rinite Alérgica Cobre
 Gota Lítio
 Lesões Abertas Zinco
 Cicatrizes, Aderências Cloro, Iodo, Salicilato
Água De Torneira Com
 Hiperhidrose
Alternância De Polaridade
 Hipo/Hiperirritabilidade Cálcio

As moléculas ionizadas da medicação percorrem as linhas de força formadas


entre os pólos do gerador. A escolha da colocação do medicamento no pólo positivo ou
negativo depende da polaridade dos íons presentes, pois as polaridades iguais devem ser
colocadas já que se repelem, facilitando a introdução da substância. Uma vez dentro dos
tecidos a substância é espalhada por difusão passiva, sem interferência da corrente e pode
atingir profundidade de 6 a 20 mm.
Pesquisas relatam que intensidades mais baixas são mais efetivas como força
eletromotriz do que altas intensidades de corrente que aparentemente afetam de forma
adversa o fenômeno inter- iônico e dificultam a penetração.
Este tipo de introdução de medicação tem várias vantagens. Não sofre
decomposição metabólica pelo fígado e nem é absorvida pelo trato gastrintestinal (evitando
gastrite) como na ingestão oral . Além disso, não corre risco de traumas ou lesões como na
injeção.
Como desvantagens podemos citar a não confiabilidade dos efeitos de algumas
drogas e as queimaduras e irritações da pele que podem ocorrer devido a presença de íons
hidrogênio e hidróxidos.Para amenizar este efeito, foram feitos estudos que comprovaram
que o uso de corrente alternada de baixa freqüência ou uma combinação de corrente
alternada e direta são eficazes na liberação de medicamentos sem causar irritação.
A dosagem de medicação liberada durante o tratamento pode ser medida da relação
entre amperagem da corrente e a duração do tratamento:

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VENDA PROIBIDA

AMPERAGEM DA CORRENTE (miliampères) X DURAÇÃO DO TRATAMENTO


(mA / min)

A quantidade e velocidade de liberação da medicação nos tecidos dependem da


voltagem total aplicada, da duração do tratamento, do PH local, da presença de íons
competidores na solução e de tratamentos utilizados antes ou depois da iontoforese. Além
disso, a integridade da pele é muito importante já que o estrato córneo presente nesta é a
principal barreira à transferência de substâncias. Então, recomenda-se que não se coloque
sobre áreas com lesões.
A concentração da droga no eletrodo afeta a sua liberação, sendo que há estudos que
demonstram que em maior quantidade há menor eficácia.Isto pode ser explicado pelo fato
da alta atração entre os íons devido a sua alta concentração.
Recomenda-se o uso de uma medicação por vez pois ainda há controvérsias quanto a
aplicação simultânea em um eletrodo, mesmo que não haja contraindicações de sua
interação e que tenham a mesma carga elétrica. São reportados que os íons podem competir
ou interagir entre si diminuindo a sua concentração de liberação.
Para se determinar a quantidade de substância introduzida utiliza-se a fórmula:

I (intensidade) x T (tempo em horas) x EEQ (equivalente eletroquímico)


=
GRAMAS DE SUBSTÂNCIAS INTRODUZIDAS

O (EEQ) refere-se ao valor padrão para transferência iônica com correntes


conhecidas e fatores temporais.
O eletrodo de liberação ou ativo, onde a medicação é colocada, é colocado sobre os
tecidos- alvo e o eletrodo dispersivo é colocado 10,16 a 15,24 cm de distância.
Geralmente o eletrodo ativo é mais irritante que o positivo devido ao hidróxido de sódio
cáustico formado neste, assim para reduzir a densidade de corrente deve-se aumentar a área
do eletrodo, normalmente o dobro do positivo. Os medicamentos são dissolvidos em água
ou gel e colocados na área do eletrodo ativo enquanto que no eletrodo dispersivo é
umedecido apenas com água.
A duração do tratamento depende da intensidade e da dose terapêutica desejada,
mas geralmente o tratamento é feito em dias alternados, durante três semanas.

PRECAUÇÕES
 Alguns medicamentos exigem prescrição médica.
 A dosagem exata liberada no corpo é desconhecida.
 Pode aparecer eritema após o tratamento.
 Não reutilizar um eletrodo porque a medicação permanece nele, contaminando o
próximo uso.

INDICAÇÕES
 Inflamação aguda
 Inflamação crônica
 Artrite

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VENDA PROIBIDA

 Miosite ossificante
 Síndrome dolorosa miofascial
 Veículo para liberação de anestésicos locais, antes de injeção ou outros
procedimentos invasivos menores.
 Hiperidrose

CONTRA INDICAÇÕES
 História de reações adversas ou de hiprsensibilidade à estimulação elétrica.
 Contraindicações à medicação a ser administrada.
 Dor ou sintomas de origem desconhecida.
 Se o paciente é alérgico a frutos do mar ou teve reação ruim a um pielograma
intravenoso não use iodo
 Pacientes com asma reagem desfavoravelmente em relação ao odor do
Mecholyl: café forte e ar fresco ajudam.
 Pacientes com úlceras ou gastrite podem reagir mal hidrocortisona, mesmo em
pequenas quantidades.
 Pacientes com problemas com aspirina reagem desfavoravelmente ao salicilato.
 Pacientes sensíveis a metais podem reagir ao cobre, zinco, magnésio e outros
metais.

RESULTADOS
Frequentemente os objetivos da terapia não são imediatos, porém vários são de ação
rápida.

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VENDA PROIBIDA

CAPÍTULO 3 – FOTOTERAPIA

TERAPIA COM LASER

É uma luz Amplificada por Emissão Estimulada de Radiação (light amplification by the
stimulated emission of radiation). Uma onda infravermelho e invisível de comprimento de
onda 904 nm que estimulam fotorreceptores, citocromos que estão presentes em células
mitocondriais e na membrana celular.
Emissão de luz a partir da estimulação da matéria através do fornecimento de energia aos
átomos.
 Radiação do LASER depende do material que é estimulado.
 Vai determinar o comprimento de onda e sua frequência.
São ondas eletromagnéticas que apresentam características ou propriedades precisas.
Incrementa a fosforilação oxidava mitocondrial e por consequência aumenta a síntese de
ATP necessária para que a bomba NA/K expulse o sódio extra que desequilibram o
potencial da membrana. Com a normalização do potencial ocorre aumento do número de
mitoses causando ação regenerativa favorecendo a revascularização.
Mudança significativa na síntese de DNA-RNA.

ENERGIA LASER
 A 904 nm, o laser é fornecido de modo pulsado por causa do calor produzido na
junção dos cristais de diodo.
 A taxa na qual a energia laser é produzida é medida em joules por segundo,
consequentemente em watts (1w=1J/s). A maioria dos lasers usados na fisioterapia
possui potência de saída em miliwatts.
 Quando a radiação é aplicada em ângulos retos e em contato com a superfície, a
reflexão é mínima, portanto, a penetração é maximizada.
 Embora as radiações divirjam de alguma forma no tecido com a distância e
considerável espalhamento, a área tratada deve ainda ser pequena.

DEFINIÇÃO
Amplificação luminosa pela emissão estimulada de laser. Refere-se a produção de um feixe
de radiação que se diferencia da luz comum pelas seguintes características:
 Monocromaticidade: possui um comprimento de onda específico único e desta
forma uma frequência definida. É produzida uma única cor.
 Coerência: a radiação laser não possui apenas o mesmo comprimento de onda, mas
também a mesma fase, o que quer dizer que os picos e vales dos campos elétrico e
magnético ocorrem todos ao mesmo tempo = coerência temporal. Além do mais
eles tão viajando todos na mesma direção = coerência espacial. A distância na qual
os comprimentos de onda permanecem em fase é chamada extensão de coerência.
Ela varia de menos de um milímetro a centenas de metros.
 Colimação: como consequência da coerência espacial os lasers se mantem em um
feixe paralelo. Como a radiação não diverge, a energia é propagada por distâncias
muito longas.

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VENDA PROIBIDA

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A POTÊNCIA:


 Alta potência
 Baixa potência

EMISSORES:
 Sólidos: neodímio YAG
 Com tubo de gás: hélio Neon, CO2, Argônio
 Por meio de um diodo: Arseneto de Gálio, Arseneto de Gálio e Alumínio
Os emissores são classificados considerando a sua potência e perigo:
 I e II: potência muito baixa, emitem luz vermelha visível
– Ex: leitores de códigos de barras, leitores de CD, impressoras laser
 IIIA e IIIB: potência média, geralmente inferior a 50 mW, emitem luz vermelha
visível oi infravermelha invisível. São utilizados na Fisioterapia e conhecidos como
LASER de baixa intensidade.
 IV: potência elevada, são utilizados em cirurgias para coagulação ou corte,
tratamento de tumores, eliminação de capas superficiais da pele e cauterizações
pontuais em oftalmologia.

 Alta potência
 Potencial destrutivo
POWER LASER  Realização de cirurgias
 LASER de CO2 , Argônio
 Comprimento de onda: 10.000 nm
 Média potência
 Sem poder destrutivo
 Regime de emissão pulsado
MID LASER:
 LASER de Arseneto de Gálio ( AS-GA)
 Comprimento de onda: 904 nm
 Invisível
 Baixa potência
 Sem poder destrutivo
 Regime de emissão contínuo
SOFT LASER
 LASER de Hélio Neon (HE – NE)
 Comprimento de onda: 632 nm
 Visível (cor vermelha)

EFEITOS DA RADIAÇÃO LASER NOS TECIDOS


Acredita-se que a luz vermelha é absorvida por citocromos na mitocôndria da célula e como
todas as células possuem estes citocromos, então elas podem ser estimuladas pela luz
vermelha. Isto, por sua vez, possivelmente afetada a permeabilidade da membrana celular.
 Vários tipos de células têm fotorreceptores diferentes em suas membranas; por
causa disso, comprimentos de onda diferentes poderiam ter um efeito “tudo ou
nada” (limiar fotônico) em células especificas, que podem fornecer um modo, no
futuro, de se alvejar estas células.

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VENDA PROIBIDA

CICATRIZAÇÃO DOS TECIDOS


A utilização do infravermelho pulsado resulta em efeitos positivos na proliferação de
fibroblastos, o que acelera a cicatrização.

Um dos maiores determinantes da cicatrização acelerada de ferimentos é


provavelmente o comprimento de onda e a é a frequência de pulso (Hz).

Fatores adicionais envolvidos na aceleração da cicatrização de tecidos por laser podem


incluir um aumento considerável na formação de colágeno, vasodilatação e síntese de DNA
e aumento na produção de RNA.

EFEITOS FISIOLÓGICOS:
 Estimula microcirculação
 Aumenta produção de ATP
 Aumenta processo de reparação
 Libera endorfina
 Aumenta o número de fibroblastos
 Aumenta número de fibras colágenas

EFEITOS TERAPÊUTICOS:
 Analgésico
 Cicatrizante
 Anti-inflamatório
 Antiedematoso

CONTROLE DE DOR
A ação primária da aplicação do laser para o controle do edema e da inflamação dá-se
mediante a interrupção da formação dos substratos intermediários necessários para a
produção dos mediadores químicos inflamatórios como as quininas, histaminas,
prostaglandinas. Sem estes mediadores químicos, a ruptura do estado homeostático do
corpo é minimizada, e a extensão da dor e do edema é diminuída.
O laser “aperfeiçoa” a permeabilidade da membrana celular, que regula a pressão osmótica-
hidrostática intersticial, o que, desta maneira, permites o fluxo do líquido nos espaços
intracelulares, durante o trauma tecidual.

INDICAÇÕES
 Cicatrização das feridas
 Redução da dor
 Aumento da força de coesão da cicatriz
 Diminuição da inflamação
 Cicatrização do osso e consolidação de fraturas

PRECAUÇÕES:
 Explicar o procedimento
 Utilizar óculos de proteção

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VENDA PROIBIDA

 Limpar a área
 Ambiente bem iluminado
 Detectar os pontos focais

CONTRA- INDICAÇÕES:
 Carcinoma ativo
 Lesões com potencial de malignidade
 Exposição direta sobre olhos
 Sobre abdômen de gestantes
 Áreas hemorrágicas
 Pacientes hemofílicos
 Feriadas abertas infectadas

USO NA FISIOTERAPIA:
Obs: a penetração do LASER é diretamente proporcional ao comprimento de onda
 LASER HE-NE:
– 632,8 nm
– Visível (vermelha)
– Emissão Contínua
– Absorção tissular intensa, rápida e de penetração superficial (utilisado em dermato)
– Aplicações: feridas, úlceras e queimaduras

 LASER AS - GA:
– 904 nm
– Não visível (infravermelha)
– Emissão pulsada
– Levemente absorvido pela hemoglobina e água
– Penetrações mais profundas
– Aplicações: patologia articular, muscular e tendínea.

 LASER AS – GA - AL:
– 780 e 830 nm
– Não Visível (infravermelha)
– Emissão contínua
– Penetrações mais profundas
– Aplicações: patologia articular, muscular e tendínea

TIPOS DE APLICAÇÃO:
 Pontual (HeNe e AsGa)
 Varredura (HeNe – em lesões dermatológicas para acelerar o processo cicatricial)

TÉCNICA DE APLICAÇÃO:
 Incidência da radiação em 90°
 Posicionar a caneta antes de ligar o aparelho e desligar o aparelho antes de retirar a
caneta do contato com a pele.
 Utilizar óculos protetor

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VENDA PROIBIDA

DENSIDADE ENERGÉTICA:
É a relação entre a energia e a área, expressa em Joules/ cm 2, ou seja é a unidade
posológica:

EFEITO DOSE (J/CM2)

Analgésico 2a4

Anti-inflamatório 1a3

Cicatrizante 3a6

Circulatório 1a3

FASE FREQUÊNCIA (HZ)

Aguda 2,5

Cura de feridas 20

Alívio da dor 150

Lesões crônicas 2000 --- (2 KHz)

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VENDA PROIBIDA

CAPITULO 4 - ELETRODIAGNÓSTICO E TERAPIA

TERAPIA COMBINADA

DIAGNÓSTICO COM ELETROTERAPIA E ULTRA-SOM


 A proposta da combinação entre correntes elétricas e ultrassom:
– A combinação do estímulo produz efeitos os quais diferem destes dos estímulos
individuais
– A vantagem da combinação é que as áreas irritadas se situam profundamente
enquanto a pele pode ser estimulada.
– A irritação latente presente é estimulada pelo ultrassom, enquanto as fibras
nervosas podem ser despolarizadas com corrente de baixa intensidade.
– O ultrassom é indicado terapeuticamente para lesões teciduais leves. Quando
utilizado através da combinação, o estímulo continua á existir por tempo
prolongado ao nível dos tecidos tratados.
– Um fenômeno característico é que a intensidade de corrente deve ser reduzida
durante toda terapia por causa da sensibilização das fibras nervosas ou
membranas nervosas.

VANTAGEM DA COMBINAÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO E TERAPIA


As vantagens podem ser resumidas em:
 Não existe excitação agressiva (em contraste com a combinação do Ultra-som
com Baixa frequência);
 Com a forma de corrente sinusoidal estão excluídos os efeitos galvânicos;
 Através de uma forma correta de colocação dos eletrodos a profundidade é
maior, portanto os pontos de dor localizados profundamente poderão ser
tratados;
 Abertura do circuito não causa sensações desagradáveis ao paciente;
 Fechamento do circuito é, contudo, desagradável pela sensação elétrica
repentina, mas muito menos desagradável que com as correntes diretas.

O eletrodiagnóstico através de terapia combinada em dores miofasciais, pontos de


tensão e dores em geral vem sendo uma proposta da escola Holandesa de Fisioterapia em
Eletroterapia e Eletrotermoterapia.
Embora saibamos que estes conceitos são inovadores em nosso país, não podemos
deixar de citar que estas propostas são citadas há mais de 10 anos em vários países.
Durante alguns anos utilizamos as correntes combinadas (ultrassom + correntes
diadinâmicas) e obtínhamos já excelentes resultados, variados, mas não tínhamos
explicações para os mesmos.
Entendemos atualmente que a abertura do circuito era algo desagradável para os
pacientes e não tínhamos as informações científicas que atualmente explicam porque
determinados casos eram positivos e outros não.
Os colegas encontrarão neste capítulo um resumo do que vem a ser a dor miofascial
e os pontos de tensão muscular e como diagnosticá-los e tratá-los.

ATRAVÉS DA TERAPIA COMBINADA TEMOS CONDIÇÕES DE:

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 79


VENDA PROIBIDA

 Eletrodiagnóstico
 Procedimento terapêutico
Outra vantagem é o ganho de tempo pela associação entre Ultra-som e correntes
elétricas.

MÉTODO

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 80


VENDA PROIBIDA

Apostila da Apoio da Disciplina De Recursos Fisioterapêuticos Termofotosonoeletricos 81


VENDA PROIBIDA

Como atuaremos em dores de diversos tipos, tanto na investigação destes pontos


como na desativação dos mesmos iniciaremos por falar de dor.

A definição de dor conforme a S.I.P. (Sociedade Internacional de Estudo da Dor ).

“Sensação desagradável e experiência emocional associada com lesão atual ou


potencial, ou descrita em termos como lesão verdadeira”.

ALODÍNEA
“ Estímulo não doloroso que provoca dor. Baixa intensidade de estímulo que
provoca dor “.
Ex: Neurite do Herpes Zooster.
Outro exemplo é quando dói ao assoprar uma região do corpo, ou quando o tecido
de uma camisa entra em contato com a pele e a pessoa refere dor, dor ao passar levemente a
mão sobre uma dada região do corpo.

NOCICEPÇÃO
Estímulo mecânico, químico ou térmico que há transmissão pelo tipo IIIb e IV
aferentes dos ramos dorsais da medula espinhal pretendendo fornecer informação para o
sistema nervoso sobre a lesão tecidual ou lesão potencial tecidual e ação direta inicial.
Uma das reações clínicas de importância é a sensibilização de terminações nervosas
livres resultando em hiperalgesia (terminações nervosas livres ficam hipersensibilizadas).
Uma inflamação da pele e outro tecido inervado é caracterizado por dor persistente
e hiperalgesia.
Por exemplo: a palpação de um ponto de hiperalgesia – a dor é maior que o normal.

HIPERALGESIA
Diminuição do limiar de sensibilidade dolorosa e aumento da resposta ao estímulo
doloroso.
Existem dois tipos de hiperalgesia:
 Hiperalgesia primária
– Local da lesão tecidual histológica (foco histológico)
– Aumento da sensibilidade dolorosa local.
– Alteração da nocicepção
Aumento da sensibilidade pelos efeitos da sensibilização da prostaglandina E e terminações
nervosas livres não mielinizadas e “substância P “nas terminações nervosas livres
periféricas.
 Hiperalgesia secundária:
– Origem central
– Triggerpoints / tenderpoint
– Facilitação das raízes dorsais da medula espinhal
Aumento da sensibilidade dolorosa não no local da lesão mas sim á distância.

DOR REFERIDA:
É uma dor projetada em uma estrutura densamente inervada (pele), a distância e
geralmente mais superficial que o órgão de origem pelo estímulo nociceptivo.

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VENDA PROIBIDA

A dor referida não necessariamente segue ou acompanha a distribuição nervosa


periférica.

DOR REFERIDA É DIFERENTE DE DOR RADICULAR

 Os sintomas: exames negativos, expansão de proximal para distal, lesão proximal,


expansão é medida pela severidade dos sintomas.
 Características: profunda, difícil definição e distribuição.

Dor espalhada diagnosticada pelo paciente através da mão e não através de um dedo.
Exemplo: Estímulos aferentes somáticos – viscerais cardíacos ( T1 – T5 ) – dor referida em
ombro e membro superior e parte do esterno.

“Existem 4 últimos aspectos da dor clínica ou patológica que não se apresentam em relação
á lesão tecidual ou inflamação “. C.J. Woolf – 1991.
1. Redução do limiar doloroso (Allodynia)
2. Aumento da intensidade da resposta (ex: palpação)
3. Aumento no tempo da resposta á este estímulo transitório provocando dor
persistente.
4. Dor referida, espalhada superficialmente.

TRIGGERPOINT (PONTO GATILHO – PONTO DE DOR)


São nódulos de 2 á 5 mm de diâmetro, bandas fibrosas, duros e irritáveis,
encontrados nos músculos e fáscias (Travell & Simons, 1983)
“Um ponto de dor é um foco irritável na estrutura do tecido mole (mais comumente
no músculo ou na fáscia) que, quando estimulado, usualmente por deformação mecânica ou
alongamento, contração, ou pressão direta, gera dor referida “. (Travell & Simons, 1995 –
referindo-se a dor miofascial)
Ponto de dor miofascial: A extensão da dor é proporcional á extensão da alteração
autônoma.
Estes pontos de dor não são específicos (constante de paciente a paciente com
variações de localização individuais).
“Os músculos podem Ter um ou mais triggers points, sendo os músculos posturais
mais acometidos de triggers latentes e ativos” (Ahonen e al.,1996 )

 FATORES PREDISPONENTES:
– Micro e/ou macrotraumas
– Ações repetidas ex: Uso de óculos bifocais para leitura.
– Stress crônico
– Inflamação/ infecção
– Mecanismos alterados

 FATORES PERPETUANTES:
– Deficiência de vitaminas
– Deficiência hormonal

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VENDA PROIBIDA

– Problemas associados
– Disfunções articulares
Clinicamente devemos encontrar quando palpamos o paciente
 3 ítens para que possamos considerar um ponto miofascial:-
1. Dor á palpação
2. Resposta de contração local (Jump response)
3. Dor referida = hiperemia local

Todo desequilíbrio autônomo relaciona, portanto, comprometimento dos sistemas


simpático e parassimpático.
A hiperatividade simpática frequentemente causa vasoconstrição intensa segmentar
cutânea, na qual em estruturas somáticas produz substâncias algiogênicas que podem ser
responsáveis pela hiperalgesia dária.
O resultado é uma vasodilatação da pele e uma vasoconstrição dos músculos. Esta situação
ocorre no caso de curta duração da nocicepção e ativação fisiológica do S.N. Simpático.
Se os estímulos nociceptivos se prolongam por semanas ou meses – a troficidade da pele
estará afetada e também o Sistema Nervoso (habilidade) estará afetada.
Com o tempo diante destas condições Fisiopatológicas, mudanças no trofismo começam a
afetar músculos e pele. Isto trará consequências na matriz colagenosa deixando o tecido
rígido e quebradiço. Diminui oxigenação tecidual e sangue – rigidez muscular.

CONCLUSÃO:
 Fadiga local ou global
 Rigidez muscular
 Traumatismos
 Alteração emocional
 Retardo no processo de cura

Se houver distúrbios nervosos haverá também diminuição do estado trófico e haverá lesão
por exemplo em uma articulação.
Na Fisioterapia as observações são feitas através dos mecanismos cognitivos, motores e
sensoriais.
Ex: “pessoas idosas apresentam diminuição do sistema cognitivo, diminuição da
concentração e diminuição dos movimentos, apresentando também diminuição do estímulo
sensorial” (degeneração articular e cartilaginosa).

PROCESSO COGNITIVO:
Refere-se à capacidade do sistema nervoso de armazenar e processar informações do meio
ambiente utilizando desta maneira as informações para regulação do comportamento.
Função e ação quando o caracter de automatismo da performance é esquecido e o controle
tem de ser reestabelecido.
COMPORTAMENTO MOTOR:
Sofre influência do meio externo/ meio ambiente.
Mecanismo de ação e reação.
Sistema de auto-regulação

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VENDA PROIBIDA

Pacientes que apresentam distúrbios do sistema nervoso é indicativo o uso de eletroterapia


e não somente em estados dolorosos.
Dores referidas, espalhadas são indicativos da eletroterapia, relacionada á diminuição do
fenômeno de inibição descendente.
Estados emocionais patológicos são contra-indicados o uso de eletroterapia.
Dores localizadas poderão ser tratadas com maior eficácia através de métodos diversos
como técnicas articulares, Cyriax, crochetagem ,etc...que indicar uma ação eletroterápica de
imediato.
Por exemplo: uma entorse de tornozelo comum em um mecanismo de inversão.
Ao decompormos este mecanismo de inversão teremos movimentos realizados no eixo
transversal gerando um movimento de flexão plantar + supinação + adução = inversão.
Para o pé e tornozelo este movimento de inversão atinge a articulação subtalar,
decompondo o retro-pé teremos na articulação tibio-fibular distal uma descida da fíbula +
rotação externa e adução distal, calcâneo varo com tálus ântero-interno , tíbia anterior,
tendência á queda da médio társica devido á tração do fibular longo e tibial posterior com
queda do cubóide e navicular + coaptação dos ossos do tornozelo e pé.
Poderá haver comprometimento dos ossos do tarso, além disto comprometimento
ligamentar do complexo lateral afetando o talofibular anterior e possivelmente o calcâneo-
fibular, associado edema e/ou hematoma.
Sabemos que em primeiro lugar descartando-se fraturas, fissuras ósseas e rupturas totais de
ligamentos, devemos decoaptar as articulações principalmente a tíbiotársica, subtalar e
médiotársica, posteriormente corrigir lesões de perda de mobilidade dos ossos citados,
trabalho de massagem transversal profunda dos ligamentos, tendões e músculos
comprometidos após 36 á 48 horas da lesão, bandagem funcional desta área lesada e
posteriormente fortalecimento muscular e trabalho proprioceptivo destas articulações.
Portanto estas atitudes são mais rápidas e seguras onde para os sintomas dolorosos e
inflamatórios poderemos utilizar equipamentos eletrônicos e também para o fortalecimento
muscular sob eletroestimulação.
Já para as dores crônicas e referidas deveremos atuar com métodos de inibição e a terapia
combinada para detecção dos pontos de dores miofasciais é eficaz.

A DIFERENÇA ENTRE:
 Fibromialgia = pontos simétricos, geralmente não reproduzem o padrão de dor do
paciente.
 Triggers points = Podem Reproduzir padrão de dor do paciente.

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