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Faculdades Integradas do Norte de Minas – FUNORTE, acadêmica do curso de Psicologia -
dani.araujojanu28@gmail.com
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Faculdades Integradas do Norte de Minas – FUNORTE, acadêmica do curso de Psicologia - jessicapsicoa@gmail.com
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Faculdades Integradas do Norte de Minas – FUNORTE, Professor do curso de Psicologia – maircon@ymail.com
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Área temática: salud
Introdução
Metodologia
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recursos não-farmacológicos para alívio da dor, necessidade de intervenção clínica no recém-nascido
após o parto, realização do contato pele a pele e rede de apoio social neste período inicial do puerpério.
A população foi constituída por mulheres participantes de um grupo de discussão virtual
(WhatsApp), o qual foi criado por três gestantes em Janeiro de 2018, onde as mesmas viram a
necessidade de terem um espaço para compartilharem suas experiências relacionadas à maternidade.
O grupo é composto por 24 mulheres, mas para a realização desta pesquisa, contou-se como
proposta inicial de uma amostra censitária de 18 puérperas, primíparas, devido as demais não se
encaixarem nos critérios de inclusão que foram definidos como: ter mais de 18 anos, concordar em
assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As mulheres que ainda estiverem em período
gestacional e/ou que possuíam algum tipo de transtorno mental não fizeram parte dessa pesquisa.
Outro fator de restrição foi a idade superior a 45 anos. As mulheres são do Município de Montes
Claros, localizado no Norte de Minas Gerais, que tiveram ou tem alguma experiência com a questão
abordada.
É importante ressaltar que durante o decorrer da coleta de dados e desenvolvimento da
pesquisa, todos os critérios éticos de pesquisa que envolvem seres humanos foram cumpridos
conforme apresentado pela legislação vigente constantes das Resoluções 466/12 e 510/16 do
Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde.
Resultados e Discussão
O Grupo focal é uma forma de conversação, acontecendo em forma de debate, onde as mães
pesquisadas abordam sobre a temática proposta pelas pesquisadoras falando sobre suas opiniões,
percepções e sentimentos que permeiam a maternidade. Esse momento aconteceu no mês de abril de
2019, em um local reservado que acomodou de forma confortável todas as participantes da pesquisa.
O início do grupo focal ocorreu através de apresentações simultâneas de todas as participantes, onde
cada uma pôde falar o nome, e o nome do (a) filho (a). Após as apresentações iniciais as pesquisadoras
explicaram como ocorreria o Grupo Focal e o preenchimento do questionário pós realização do grupo,
além de pedir permissão para que as falas fossem gravadas. Precedeu o momento das apresentações
a leitura, explicação e coletas de assinaturas nos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido. As
participantes que não se sentiram à vontade com a gravação, foram respeitadas, e no momento dessas
falarem, o áudio foi pausado para não gerar nenhum desconforto. Assim essas se dispuseram a
escrever suas opiniões, quanto ao que foi questionado à elas de forma a qual se sentiram mais
confortáveis. Compuseram a amostra da presente pesquisa, 8 mães que se enquadravam nos critérios
de inclusão apresentados, com idade entre 18 a 25 anos, todas moradoras da cidade de Montes Claros.
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Os questionamentos feitos as mães durante a realização do Grupo Focal foram sobre os
sentimentos que caracterizam a vivência da maternidade; as mudanças na rotina; se a vivência da
maternidade está próxima ou distante do que elas imaginavam à realidade da maternidade e; como
está sendo o cuidar do(a) filho(a) no momento atual. Sobre os sentimentos que caracterizam a
maternidade os mais citados por elas foram alegria e medo. Sobre este assunto, Souza, Souza e
Rodrigues (2013), salientam que o pós-parto é um período gerador de muitos conflitos em que vários
sentimentos se misturam, indo de um extremo ao outro, ou seja, da alegria à frustração. Em meio a
esses sentimentos, a mulher passa por mudanças profundas, a iniciar pela perda da autonomia, se
colocando a um segundo plano em favor do filho e aos papéis que ainda venham a desempenhar na
sociedade.
Sobre as mudanças na rotina, pôde-se perceber que a maioria das mães relatam que após se
tornarem mães o seu tempo tornou-se voltado para o cuidado com o bebê. Como enfatiza Rapoport e
Piccinini (2011), com um bebê recém-nascido em casa, a mãe acaba não mantendo o seu ritmo e o
seu cotidiano como antigamente, e muitas vezes fica sem tempo para outras atividades e também para
descansar. O dia da mãe passa a ser voltado para servir as necessidades do bebê. Apesar desses
sacrifícios, os filhos podem trazer para a família um amor que surpreende, domina e gratifica,
compensando as possíveis frustrações e as dificuldades presentes na família.
A vivência da maternidade para as mães pesquisadas está próximo e distante ao mesmo tempo,
pois só descobre a realidade da maternidade a partir do momento que se é mãe; a dor; o parto; a
responsabilidade de cuidar do filho. Observa-se, assim, que o nascimento do primeiro filho configura-
se como uma experiência nova, marcando um período de aprendizagem para todos os envolvidos.
Além disso, precisa ser considerada a singularidade das mudanças que essa experiência confere à vida
desses sujeitos. Diante disso, percebe-se que a maternidade pode se configurar em um acontecimento
intenso na vida familiar e, em especial na vida da mulher, envolvendo mudanças em diversos âmbitos.
Sendo assim, torna-se importante conhecer como ocorre essa experiência a partir de relatos de
mulheres que estão vivenciando a maternidade pela primeira vez (STRAPASSON; NEDEL, 2010
apud ZANATTA; PEREIRA; ALVES, 2017).
Sobre os cuidados com os bebês, é notório que não é fácil, mas todas as mães dizem ser
maravilhoso. É fato que o bebê, ao nascer, é um ser ainda incapaz de sobreviver sozinho e de prover
suas necessidades, dependendo de um adulto cuidador e responsivo, que lhe propicie os recursos que
faltam para a nutrição física e higiene e lhe ofereça suporte emocional. Se isso ocorre com uma figura
constante – a mãe ou um cuidador substituto competente e essa relação poderá proporcionar à criança
um desenvolvimento biopsicoafetivo seguro e saudável (SANTO; ARAÚJO, 2016).
O parto é o momento onde a mulher irá conceber o seu filho (dar à luz), podendo ser de várias
formas, dependendo das condições da mulher e do bebê. Em relação ao questionamento se o bebê já
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nasceu 100% das participantes afirmaram que sim, visto que este também foi um dos critérios de
inclusão estabelecidos para cumprimento dos objetivos proposta na pesquisa. Sobre o aspecto método
de nascimento, 75% das participantes afirmaram que o parto ocorreu de forma normal, e 25% delas
afirmaram ter passado pelo parto normal/ humanizado. Através dos resultados obtidos pôde-se
perceber que o parto normal é predominante entre as pesquisadas, apesar de relatarem ser um parto
doloroso, a maioria consideram a experiência satisfatória. O parto normal é o método natural de
nascer, com o mínimo de intervenções, recuperação imediata e complicações menos graves quando
comparadas ao parto cirúrgico, principalmente ao se referir a rápida recuperação e maior autonomia
no cuidado com o bebê e autocuidado (STRAPASSON; NEDEL, 2010).
Sobre o plano de parto, a maioria (75%) das participantes não o possuía. Porém, esse se faz
muito importante pois origina-se no respeito ao Princípio Bioético de Autonomia, aumentando assim
o controle das mulheres sobre o processo do parto, contribuindo para produzir um efeito positivo
sobre a satisfação, servindo como ferramenta importante na preparação para o parto e diminuindo “os
medos” da mulher graças à informação e comunicação proporcionadas; constituindo um processo de
reflexão para as mulheres (CORTÉS et al., 2015). Quando perguntado se ficaram satisfeitas e se foi
da forma como planejaram o parto, a maioria (75%) sinalizaram respostas positivas. Sobre a
insatisfação em relação a algum aspecto relacionado ao parto 63% das mães participantes
responderam que não houve nenhuma insatisfação e 37% pontuaram insatisfações no momento do
parto.
Todas as participantes afirmaram que contaram com a presença de algum acompanhante antes
e durante o parto e que eles ajudaram durante o seu trabalho de parto e no parto propriamente dito. A
participação do acompanhante no processo do parto da mulher é um direito assegurado pela lei 11.108
de 2005. O surgimento dessa lei e o incentivo à participação do acompanhante ocorreram devido ao
reconhecimento de que essa prática contribui para a humanização do parto e nascimento (DODOU et
al., 2014). Quando questionadas se a equipe lhe encorajou, a maioria (87,5%) das participantes
afirmaram que houve encorajamento por parte da equipe. Sobre o aspecto se houve alguma atitude
ou procedimento inadequado da equipe, 63% das participantes discordaram dessa afirmativa, sendo
que 37% afirmaram ter passado por situações que consideraram procedimentos inadequados da
equipe hospitalar.
Em relação as informações ou orientações sobre o trabalho de parto, a maioria das
participantes (75%) afirmaram ter tido acesso as orientações. Sobre o controle de dor, 37% das
participantes disseram que não utilizaram recursos ou técnicas para tal controle, sendo que e 63%
afirmaram ter utilizado alguma técnica. Sobre o aspecto intensidade da sua dor no parto, 50%
disseram que a dor é excessiva, 25% disseram que é muita dor, 12,50% disseram que é razoável e
12,50% consideraram como pouca a intensidade perceptiva de dor. Pôde-se perceber que a dor
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excessiva na hora do parto é predominante, entretanto, como é evidenciado por Ruano et al. (2007),
a dor do parto tem um aspecto importante e diferenciado de acordo com cada sociedade, uma vez que
é influenciada por fatores biológicos, culturais, socioeconômicos e emocionais. Por vezes, ela é vista
pelas mulheres como o marco inicial da maternidade e como o "preço a ser pago" por esta, que poderia
ficar "quase esquecido" após receber o prêmio: ter o filho nos braços. No imaginário de algumas
mulheres, a boa mãe é aquela que sofreu ao dar à luz a seus filhos, a fim de cumprir seu papel. Sendo
assim, poderíamos apontar como possibilidade, de que este seria um fator motivador, ao ponto que a
dor não fosse causa impeditiva à procriação, o que permitiu a postergação da espécie.
Em relação ao aspecto “desespero” durante o trabalho de parto, a maioria (63%) das mulheres
afirmaram não se desesperaram no trabalho de parto, sendo que todas as participantes afirmaram
terem utilizado recursos não farmacológicos para alívio da dor. A maioria (75%) das participantes
afirmaram que seus bebês não foram encaminhados a UTI ou de algum procedimento pós parto.
Pele a pele é o contato físico da pele da mãe com a pele do bebê, é onde ocorre o início a um
vínculo entre mãe e filho, o que é muito importante para ambos. Quando investigadas se as mães
tiveram contato pele a pele com o seu bebê nos primeiros minutos após o nascimento a maioria (63%)
afirmaram não terem tido este contado. Quando questionadas se o bebê mamou na primeira hora após
o nascimento a maioria (63%) sinalizaram afirmativamente. O Ministério da Saúde brasileiro
preconiza que todo recém-nascido deva ser colocado junto à mãe para sugar seu leite durante a
primeira meia hora de vida, sempre que ambos estiverem em boas condições (ROSA et al.,2010).
Sobre o primeiro contato visual com o bebê após o nascimento, 75% das mães afirmaram que esse
momento ocorreu por parte e colaboração da equipe hospitalar.
Em relação ao aspecto de se sentir segura atualmente, 88% das mães participantes da pesquisa
afirmaram que não se sentem seguras, sendo que apenas 12% afirmaram se sentirem seguras. Ao
avaliar o aspecto ânimo para a maternidade, quando questionadas sobre essa questão, a maioria (88%)
afirmaram se sentirem desanimadas, contudo quanto ao critério de sentimento de felicidade, todas as
participantes afirmaram estarem felizes. Conforme ilustrado pela fala da Mãe 5 “É a melhor coisa
que uma mulher pode sentir na vida”. A fala dessa participante relata a satisfação dessa em ser mãe,
demonstrando que sua experiência tem sido positiva, porém não se pode através dessa, generalizar o
que uma mãe sente ao se tornar mãe, pois essa é uma experiência vivenciada de formas diferentes por
cada mulher, e algumas podem ver essa experiência de forma negativa.
Sobre o aspecto físico, esgotamento físico e cansaço, todas as participantes afirmaram se
sentirem cansadas, conforme ilustrado pela fala da Mãe 08 “A gente só descobre a realidade da
maternidade a partir do momento em que a gente tem um filho, antes de ter a gente não faz ideia do
que é a maternidade. A gente não faz ideia do amor que é rodeado a maternidade, a gente não faz
ideia da dor que é rodeada a maternidade. A gente tem que parar um pouco de romantizar a
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maternidade, porque mãe também sofre, mãe também cansa. Então até a gente se tornar mãe a gente
não sabe a realidade da maternidade, e é uma coisa muito difícil, ser mãe é muito difícil, a gente ter
responsabilidade por um ser é muito difícil. Mas graças a Deus ele nos deu capacidade para aguentar
tudo isso e é um amor incondicional, a pesar de tudo é o amor que prevalece, Então eu acho que até
a gente ser mãe a gente não sabe a realidade da maternidade.”. Segundo Strapasson e Nedel (2010),
o impacto da nova realidade e do novo ser que acabou de chegar é carregado de sensações de
estranhamento, despertando na mãe sentimentos de insegurança e medo, principalmente no período
do sono do recém-nascido, permanecendo acordada e atenta aos mínimos movimentos do bebê,
sentindo-se sobrecarregada e cansada. Nas falas das mães, em geral, todas relatam sentimentos como
esses descritos pela mãe 08, a maternidade é rodeada de sentimentos como medo e dor, mas também
sentimento de amor e esperança.
Sobre se elas têm se sentido aliviada hoje, momento após o parto, 75% das participantes
responderam que sim, sendo que algumas verbalizam que se sentem “muito aliviadas” e 25%
disseram que sim, mas consideram como “um pouco aliviadas”. Sobre o aspecto se a mãe participante
tem se sentido com medo por qualquer motivo, 75% disseram que não e 25% disseram que sim, ou
possuem algum tipo de medo, conforme ilustrado pela fala da mãe 04 “Sempre imaginei a
maternidade um círculo de realidade em que os acontecidos fossem esses, como, sono, insegurança,
tarefas sem fim, dor, medo. Enfim, a maternidade é isso, não imaginava algo diferente”. Segundo
Zanatta e Pereira (2015), além de voltar-se ao seu bebê, a mulher, agora mãe, precisa também lidar
com o confronto entre as expectativas projetadas durante a gestação e a realidade do bebê com quem
passa a interagir.
Sobre se elas tem se sentido esperançosa atualmente, 87,5% afirmaram que sim. A experiência
da maternidade é único na vida de cada mulher, no qual são cercado de expectativas e sentimentos,
que são vivenciado de modo diferente por cada uma. Com o nascimento do primeiro filho caracteriza
uma experiência nova, instituindo um período de novas aprendizagem para todos aqueles que estão
envolvidos (ZANATTA; PEREIRA; ALVES, 2017). Sobre o aspecto tristeza, 75% disseram que não
e 25% disseram que sim. A tristeza é uma alteração psicológica frequente na puérpera por que essa
se encontra em um período de instabilidade emocional, pois ela se depara com dificuldades e dúvidas
em sua condição, pois enfrenta um período onde ocorre várias mudanças em seu cotidiano. No entanto
compreende-se que a maioria das novas mães encontra-se em um período onde a tristeza não
prevalece. Sobre otimismo, 87,50% das participantes disseram que sim, muito e 12,50% disseram
que não. Percebe-se nessa fala que as mães tem uma percepção positiva quanto ao futuro, esperando
por coisas boas, mesmo passando por este momento que transformou tanto suas vidas.
Todas as participantes disseram que não se sentem desamparadas. Nesse discurso o desamparo
não se faz presente, compreendendo sim que as mães possuem um apoio familiar quanto a sua nova
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condição de mãe. Assim como foi relatado por elas nas respostas do questionário relacionadas a essa
questão. Todas as participantes responderam que tem se sentindo muito confiantes. O apoio de outras
pessoas experientes em relação a maternidade nos cuidados com o primeiro filho vem a gerar na mãe
um sentir-se mais confiante no exercício desse papel (ZANATTA; PEREIRA; ALVES, 2017). Sobre
o aspecto raiva, 87,50% das participantes disseram que não estão se sentindo com raiva hoje e 12,50%
disseram que sim, um pouco. A raiva é um sentimento comum no ser humano o qual advém de um
evento frustrante, que não supra aquilo que você esperava, e nota se que este aspecto se é mínimo
entre as mães.
Sobre o sentimento de tranquilidade 50% das participantes disseram que se sentem muito
tranquila, 37,50% disseram que sim, um pouco e 12,50 disseram que não. Quando questionado se
elas tem se sentindo angustiada 75% responderam que não e 25% disseram que sim, um pouco. Sobre
o aspecto motivação, 75% das participantes disseram se sentir muito motivada hoje e 25%
responderam sim, um pouco. Sobre plenitude, 50% responderam sim, muito e 50% responderam sim,
um pouco. Sobre o sentimento de fragilidade, 62,50% das participantes responderam que não se
sentem fragilizadas, e 37,50% disseram que sim, um pouco. Quando questionado se elas sente
realizadas hoje 87,50% responderam que sim, muito e 12,50% responderam sim, um pouco, conforme
a fala da mãe 06 “Para mim o sentimento que caracteriza é o sentimento de conquista, de realização
(por ser um sonho que eu sempre sonhava). Eu sempre quis, eu sonhava muito em ser mãe, então eu
estou vivendo um sonho de realização. O meu sentimento é realização”. No discurso dessa mãe
percebe se que ela alcançou sua expectativa quanto à maternidade, e expressa isso através de seu
sentimento de realização, que vem descrever o quanto tem sido positivo essa experiência em sua vida.
Todas as participantes disseram que não se sentem incapazes hoje. Sobre elas se sentirem
sobrecarregadas hoje, 62,50% responderam que sim, um pouco, 25% responderam que não e 12,50%
responderam que se sentem muito sobrecarregadas, conforme ilustrado pela mãe 06“Meu tempo era
dedicado para resolver as coisas do meu respeito e organizar as coisas da casa, a fazeres pessoais
eu tinha mais tempo, e depois que eu virei mãe isso mudou. O foco não é mais em mim, o foco agora
é para o bebê, tudo é voltado para ele”. Podemos perceber, pela fala das mães, que um filho tem a
capacidade de mudar toda a sua rotina que antes era voltada pra si e passa a ser dedicado para o filho,
sendo que este necessita de todo cuidado e atenção. Todas as participantes disseram que não se sentem
incompetentes hoje. Sobre o aspecto decepção 75% responderam não se sentir decepcionada e 25%
responderam que se sentem um pouco. Sobre o sentimento de culpa e vergonha, todas as participantes
afirmaram que não se sentem culpadas e envergonhadas hoje. Segundo Zanatta, Pereira e Alves
(2017), o modo como cada mulher vivencia a experiência da maternidade é singular. Assim, também
é a forma como as mudanças decorrentes desse momento foram sentidas pelas participantes. Para
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algumas mães, as mudanças corporais, influencia na autoimagem em relação ao companheiro pelo
sentimento de vergonha.
Rede social é um meio de comunicação onde as pessoas se relacionam, compartilhando
conhecimentos, opiniões de diversos assuntos. Sobre o estado civil das participantes 87,50%
responderam que são solteiras e 12,50% casadas. A maioria das participantes contam com o apoio
emocional de alguém (75%), conforme diz a mãe 06 “Ele já está com sete meses, e até então a maior
parte quem cuidou foi eu, com algumas ajudas de minha mãe. Mas me surpreendi mais do que eu
imaginava com o meu desenvolvimento como mãe”. Percebemos que por se tratarem de mães jovens,
e a maioria delas ainda morarem com o seus pais, todas elas relatam uma certa independência nos
cuidados com seus filhos. Se elas contam com o apoio financeiro de alguém 62,50% responderam
que sim, e 37,50 responderam que não. Sobre o apoio nos cuidados com o bebê a maioria das
participantes responderam que contam com o apoio de alguém (87,50%).
A maioria das participantes não tiveram acompanhamento psicológico durante a gravidez
(75%). A gravidez pode acarretar muitos transtornos do humor, em particular a depressão. A literatura
nos mostra que a maioria das gestantes e puérperas encontra na vivência da maternidade algum nível
de sofrimento psíquico, físico e social no período pré e pós-parto. Nessas fases, pode-se observar nas
mães sentimentos como tristeza ou de diminuição do prazer a qual poderá ser transitória ou irá se
tornar crônica. Isso contradiz a crença de que essa fase é um período de felicidade para todas as
mulheres (ARRAIS; MOURÃO; FRAGALLE, 2014).
Considerações
Através das percepções advindas das puérperas e primíparas dessa pesquisa, percebe se que a
maternidade na vida da mulher é uma experiência que envolve diversos sentimentos que vão de
alegria à medo. Ao se tornar mãe a mulher passa a ter que lidar com uma rotina adaptada ao bebê,
pois esse necessita de seus cuidados e atenção em tudo, pois é um ser dependente que não tem
capacidade de se auto cuidar.
A psicologia tem um papel importante na vida da mulher desde a gestação, onde irá auxiliar
nesse processo de mudanças físicas, emocionais e sociais, preparando a mulher emocionalmente para
lidar com cada uma dessas questões. Com o trabalho da psicologia a mulher irá se desenvolver melhor
em seus aspectos emocionais, se tornando mais segura para vivenciar a maternidade. De forma geral,
a vivencia da maternidade foi apresentada pelas participantes como uma experiência satisfatória e
única. Mas também como um momento de muitas dificuldades, o que demonstra que a maternidade
não é apenas romantização.
Vivenciar essa experiência leva a mulher a realidade do ser mãe que nem todas imaginam
como é, já outras consegue ter pensamentos próximos dessa vivência. E essa realidade se faz através
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da convivência no dia a dia com o bebê, onde se descobre que além de aspectos positivos, se faz
presente ali alguns negativos, onde a mulher se depara com o prazer em cuidar do filho, amar, tê-lo
em seu colo, e também algumas transformações em suas relações sejam pessoais ou sociais, que são
modificadas nesse período, é onde percebem que a maternidade é maravilhosa, mas é trabalhoso.
Referências
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