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I – DA SÍNTESE FÁTICO-PROCESSUAL
MÉRITO
Conforme informações dos autos percebe-se a ausência de qualquer prova
que o denunciado tinha a intenção de vender a droga apreendida no local do crime.
Em seu interrogatório, o denunciado é categórico ao afirmar que a droga não
era sua e que referido entorpecente foi “plantado” em sua residência pela Polícia.
Diante da insuficiência das provas, não há como imputar ao denunciado a
autoria pela prática de tráfico de drogas, de forma que, nos termos do art. 386, V e
VII do CPP, o juiz deverá absolve-lo.
Caso não seja este o entendimento do MM. Juízo, torna-se incontestável
então a necessidade de aplicação do princípio do “in dubio pro reo”, uma vez que
certa é a dúvida acerca da culpa a ele atribuída com relação à acusação de Tráfico
de Drogas.
Destarte, diante da insuficiência probatória, posto que a acusação não
conseguiu demonstrar que os fatos efetivamente ocorreram para que pudessem
imputar a prática delituosa ao denunciado, não conseguindo, consequentemente,
demonstrar que fora a conduta do denunciado que causou a lesão ao bem
juridicamente protegido, que ressai dos autos, a pretensão punitiva merece ser
julgada improcedente.
III - DA DOSIMETRIA DA PENA
De acordo com o art. 68, do Código Penal, a dosimetria da pena deve
respeitar o procedimento trifásico. Da análise das circunstâncias judiciais do
artigo 59, do Código Penal, verifica-se que todas são favoráveis ao acusado, não
havendo elementos nos autos para que se possa fazer um juízo valorativo objetivo
sobre a personalidade do acusado, razão pela qual a defesa pugna pela aplicação
da pena-base no mínimo legal.
O acusado não é reincidente especifico, vez que foi absolvido da acusação
de tráfico de drogas em outro processo, sendo condenado naqueles autos pelo crime
de receptação apenas, conforme vislumbra-se da certidão de antecedentes
acostada ao evento 166.1.
Não há óbice, portanto, de fixação da pena no mínimo legal, a qual poderá
ser cumprida em regime inicialmente semiaberto (art. 33, § 2º, alínea “b”, do CP),
permitindo, assim, caso necessário recurso, o acusado o faça em liberdade.
Por fim, pleiteia-se, ainda, a dispensa de dias-multa e custas, em razão da
hipossuficiência do acusado.
IV – DOS PEDIDOS