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SÃO CRISTOVÃO/SE
2019
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Lista de figuras
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Lista de Tabelas
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APRESENTAÇÃO
Figura 1: TEC DOC 1151 Traduzido Figura 2: TEC DOC 1151 Original
Figura 5: AAPM
Figura 4: ANVISA
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Sumário
PREFÁClO ..................................................................................................................................... 8
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 10
1.1. Requisitos Mínimos em Radioterapia ................................................................................... 11
1.1.1. Pessoal ................................................................................................................................ 12
1.1.2. Equipamento ...................................................................................................................... 15
1.1.3. Programa de Garantia da Qualidade ............................................................................... 16
1.1.4. Equipamentos Mínimos para um PGQ ............................................................................ 17
1.2. Elementos de um Programa de Garantia da Qualidade ....................................................... 18
1.2.1. Apoio lnstitucional ........................................................................................................... 18
1.2.2. Equipe de Garantia da Qualidade....................................................................................... 18
1.2.3. Auditoria do Programa..................................................................................................... 18
1.2.4. Comitê de Garantia da Qualidade ...................................................................................... 19
1.3. Erros e lncertezas em Radioterapia .......................................................................................... 19
1.4. Tolerâncias e Níveis de Ação ..................................................................................................... 20
2. GARANTlA DA QUALlDADE NO PLANEJAMENTO E ADMlNlSTRAÇÃO DO TRATAMENTO ............... 21
2.1. Teleterapia ................................................................................................................................ 21
2.1.1. Processo de Planejamento do Tratamento ........................................................................ 21
2.1.2. Prescrição ........................................................................................................................... 21
2.1.3. Posicionamento e lmobilização .......................................................................................... 22
2.1.4. Aquisição de dados do paciente ......................................................................................... 22
2.1.5. Contorno ............................................................................................................................. 22
2.1.6. Transferência de Dados ao Sistema de Palenejamento ..................................................... 23
2.1.7. Tamanhos e formas campo ................................................................................................ 23
2.1.8. Cálculo da Distribuição de Dose ......................................................................................... 23
2.1.9. Revisão do Plano de Tratamento ....................................................................................... 24
2.1.10. Cálculo da Unidade Monitor............................................................................................. 24
2.1.11. Modificadores do Feixe .................................................................................................... 25
2.1.12. Implementação do plano por meio de Radiografias do Feixe de tratamento. ................ 26
2.1.13. Execução do Plano ............................................................................................................ 28
2.1.14. Dosimetria In Vivo ............................................................................................................ 28
2.1.15. Tabela Resumo ................................................................................................................. 29
2.2. Braquiterapia ........................................................................................................................... 31
2.2.1. Preparação da inserção – Planejamento Inicial.................................................................. 32
2.2.2. Prescrição Prévia ................................................................................................................ 33
2.2.3 Inserção do Aplicador .......................................................................................................... 33
2.2.4. Simulação ........................................................................................................................... 34
2.2.5. Prescrição ........................................................................................................................... 34
2.2.6. Planejamento do Tratamento ............................................................................................ 35
2.2.7 Preparação da Unidade de Tratamento .............................................................................. 36
2.2.8 Entrega do Tratamento ....................................................................................................... 37
2.2.9. Pós tratamento ................................................................................................................... 38
2.2.10. Tabela Resumo ................................................................................................................. 39
3. SISTEMAS DE PLANEJAMENTO ............................................................................................. 41
3.1. Generalidades ........................................................................................................................... 41
3.2. Fequência dos Testes ................................................................................................................ 41
3.3. Descrição dos testes.................................................................................................................. 42
3.3.1. Testes lniciais do Fabricante ............................................................................................... 42
3.3.2. Critérios de Aceitação......................................................................................................... 43
3.3.3. Testes Comissionamento.................................................................................................... 44
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3.3.4. Testes diários ...................................................................................................................... 44
3.3.5. Testes mensais.................................................................................................................... 44
3.3.6. Testes Anuais ...................................................................................................................... 45
3.3.7. Testes a serem Realizados após Cada Modificação do Sistema ......................................... 45
3.3.8. Sistemas Planejamento de Braquiterapia ......................................................................... 46
4. GARANTlA DA QUALlDADE DOS lNSTRUMENTOS DE MEDlDA ..................................................... 52
4.1. Generalidades ........................................................................................................................... 52
4.2. Frequência dos Testes ............................................................................................................... 52
4.3. Descrição dos Testes ................................................................................................................. 53
4.3.1. Testes de Aquisição/Aceite/Reparos .................................................................................. 53
4.3.2. A cada utilização ................................................................................................................. 56
4.3.3. Teste Trimestrais/Após transporte..................................................................................... 57
4.3.4. Bi-Anuais ............................................................................................................................. 58
4.3.5. Tabela Resumo ................................................................................................................... 59
5. GARANTlA DA QUALlDADE DE LINAC´s ...................................................................................... 60
5.1. Generalidades ........................................................................................................................... 60
5.2. Frequência dos Testes............................................................................................................. 61
5.3. Descrição dos testes ................................................................................................................ 62
5.3.1. Testes Diários...................................................................................................................... 62
5.3.2. Testes Mensais ................................................................................................................... 68
5.3.3. Testes Anuais ...................................................................................................................... 77
5.4. Técnicas Especiais em Teleterapia ............................................................................................ 82
6. GARANTlA DA QUALlDADE DE SISTEMAS DE PÓS-CARREGAMENTO DE BRAQUITERAPIA .............. 83
6.1. Generalidades ........................................................................................................................... 83
6.2. Frequência dos Testes ............................................................................................................... 85
6.3. Desrição dos testes ................................................................................................................... 85
6.3.1. Testes iniciais ...................................................................................................................... 85
6.3.2. Teste diário (em que há utilização) .................................................................................... 86
6.3.3. A cada troca de fonte ......................................................................................................... 88
6.3.4. Testes Anuais .................................................................................................................... 90
6.3.5. Tabela Resumo.................................................................................................................. 92
7. AUDlTORlAS DA QUALlDADE .................................................................................................... 93
7.1. Tipos de Auditorias de Qualidade ............................................................................................. 93
7.1.1. Auditoria Postal com Dosímetros Termoluminescentes ................................................ 93
7.1.2. lntercomparações com Câmaras de lonização................................................................. 93
7.1.3. Visitas de Auditoria a Centros de Radioterapia ............................................................. 94
8. Referências ............................................................................................................................. 99
1
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8
PREFÁClO
Durante os últimos anos tem sido evidente a
necessidade de empregar ações sistemáticas para garantir a
qualidade dos tratamentos de radioterapia, e esta
necessidade tem como justificativa proporcionar aos
pacientes o melhor tratamento possível.
1
A Organização Internacional de Padronização definiu Garantia da Qualidade como todas as ações
planejadas e sistemáticas necessárias para garantir de forma inequívoca que uma estrutura, sistema ou
componente se comporte satisfatoriamente. (ISO 6215-1980).
9
aspectos físicos da Garantia da Qualidade em radioterapia e apenas discutia tópicos que são
essencialmente médicos de maneira superficial (por exemplo, a decisão de tratamento,
prescrição de dose, delineamento de volumes-alvo e órgãos críticos), mas dedica atenção
especial aos temas que tratam conjuntamente aspectos físicos e médicos.
No ano de 2009, o TG-40 foi complementado pelo TG-119 IMRT commissioning (4) e o
TG-142 Quality assurance of medical accelerators (5). Normas como a RDC-20 (ANVISA) (6)
que estabelece o regulamento técnico para o funcionamento de serviços de radioterapia e a
Norma CNEN NN 6.10 (Requisitos de segurança e proteção radiológica para serviços de
radioterapia) (7) eram inexistentes a época e só foram criadas em 2006 e 2014
respectivamente. Tais documentos são relatados nesse documento como uma modernização
e adequação as novas tecnologias.
Algumas das publicações mencionadas acima estão escritas em inglês2 e incluem
recomendações que se baseiam na disponibilidade de equipamentos e pessoal mais frequente
nos países onde estas instituições mantem suas sedes. O propósito deste documento é a
elaboração de um programa ou protocolo de Garantia da Qualidade em radioterapia para uso
na América Latina, com ênfase nos aspectos físicos e técnicos mas sem ignorar temas nos
quais intervém conjuntamente aspectos físicos e médicos. A tarefa surge como parte do
projeto de cooperação técnica regional ARCAL XXX patrocinado pela Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA). O programa apresentado aqui se baseia nas recomendações dadas
pelo AAPM TG-40, que em alguns casos foi atualizado seguindo publicações mais recentes tais
como o AAPM TG-45 (AAPM Code of Practice for Radiotherapy Accelerators) (8), AAPM TG-56
(Code of practice for brachytherapy physics) (9), AAPM TG-119, AAPM TG-142, RDC-20 e
CNEN-6.10.
É preciso mencionar que os níveis de tolerância estão orientados para assegurar uma
elevada qualidade nos tratamentos de radioterapia. Em alguns casos, sobretudo quando se
trata de equipamentos antigos, certos níveis podem não ser alcançáveis. Os responsáveis pelo
programa de GQ da instituição devem então adequar esses níveis de tolerância às suas
próprias condições; e no entanto, ações deste tipo não devem acontecer a menos que se
tenha analisado de maneira exaustiva o possível impacto desta decisão na qualidade dos
tratamentos. Em caso de desvios excessivos dos níveis sugeridos neste documento,
recomenda-se restringir a utilização do equipamento àqueles tipos de tratamentos onde a
influência destes desvios seja mínima.
Este documento apresenta recomendações para implantar um Programa de Garantia
da Qualidade (GQ) incluindo detalhes sobre o tipo de testes e medidas necessárias para o
Controle da Qualidade3 (CQ). Em particular, há recomendações específicas para Aceleradores
Lineares e Sistemas de braquiterapia com pós-carregamento remoto4 sobre os
procedimentos de medida ou técnicas a seguir, especificação quanto à frequência dos
controles, aos níveis de tolerância e sugestões sobre as formas de documentar estas
informações. Também propõe critérios para fazer do programa uma atividade dinâmica,
alertando quando os resultados indicarem uma variação inaceitável, conduzindo à adoção de
correções rápidas a fim de garantir que o tratamento de pacientes se realize de acordo com
seu planejamento.
2
Para o documento original, todas as referências eram originadas em língua estrangeira, para esta revisão
já existem instrumentos regulatórios que são citados e possuem origem em língua portuguesa.
3
Controle da Qualidade (quality control) em radioterapia são as ações empregadas para recuperar,
manter e/ou melhorar a qualidade dos tratamentos (1).
4
O texto original incluía também equipamentos de ortovoltagem, cobaltorerapia, braquiterapia manual e
sistemas de pós carregamento com baixa taxa de dose. 1
61
10
1. INTRODUÇÃO
O tratamento de um tumor mediante radiação ionizante é um processo contínuo com
etapas bem diferenciadas. Estas incluem o diagnóstico e a localização do tumor, a decisão
sobre a estratégia de tratamento, o planejamento e o cálculo de dose absorvida, a
administração do tratamento, a verificação da dose absorvida e a avaliação de resultados a
curto e a longo prazo. No tratamento dos pacientes o médico radioncologista prescreve um
regime de tratamento para a cura ou paliação da enfermidade, tentando minimizar as
complicações originadas pela irradiação de tecidos normais.
A qualidade de um tratamento de radioterapia está intimamente ligada a fatores que
podem ser classificados como:
i. Clínicos- o diagnóstico, a localização do tumor, a estratégia de tratamento
escolhida e a contínua reavaliação do tratamento;
ii. Dosimétricos ou físicos- a incerteza no cálculo da dose, sua otimização e sua
verificação, a idoneidade dos equipamentos para proporcionar um feixe de
radiação consistente com o planejamento do tratamento;
iii. Aplicação prática do tratamento de radioterapia e com o manuseio do paciente.
É claro, portanto, que se desejar analisar a qualidade da radioterapia, deve-se
entender que os três aspectos, médico, físico ou dosimétrico e o de aplicação prática, devem
ser levados em conta de maneira combinada. Isto significa que numerosas ações dos
radioncologistas, dos físicos médicos e dos técnicos em radioterapia5 devem realizar-se de
forma conjunta e que o nível de conhecimento de cada um afetará significativamente a
qualidade do tratamento.
O presente documento proporciona fundamentalmente recomendações para os
aspectos físicos da Garantia da Qualidade (GQ) nos tratamentos de radioterapia, e estas serão
normalmente aplicadas por profissionais em Física Médica. Estão incluídos alguns aspectos
clínicos, mas são tratados aqui apenas de maneira superficial e com a intenção de esclarecer
certas pautas e atuações. É importante ressaltar que existem questões muito importantes de
GQ em radioterapia, não incluídas neste documento, que devem ser tratadas especificamente
por radioncologistas, e muitas outras que devem ser tratadas de forma conjunta por
radioncologistas, físicos médicos e técnicos em radioterapia. É recomendável que, como
complemento a estas instruções, sejam preparados outros guias para tratar com detalhes os
aspectos clínicos da GQ dos tratamentos.
Para falar de GQ em radioterapia é preciso descrever primeiro o que se entende por
qualidade em radioterapia e qual é a qualidade que se deve esperar de um tratamento deste
tipo em qualquer instituição, para que o mesmo seja considerado aceitável. Assim, é
necessário detalhar como, uma vez estabelecido um nível de qualidade em uma instituição,
este nível pode manter-se constante no tempo, ou melhor, como pode melhorar com base na
experiência adquirida.
Na América do Norte, o Conselho Inter-Sociedades de Oncologia Radiológica escreveu
que “Cada paciente de câncer tem direito a receber o melhor tratamento possível para
alcançar a cura, o controle a longo prazo ou a paliação: esta é a meta mais importante da
gestão do paciente com câncer" (10). A “qualidade" em radioterapia pode ser definida como
o conjunto de “ações" distintas ou características do processo da radioterapia que repercutem
5
Em alguns países se usa a denominação tecnólogo, radiotécnico, técnico radiofísico, etc.
1
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11
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12
1.1.1. Pessoal
Toda instituição oncológica, independente de seu tamanho, deve contar com os
serviços de profissionais nos campos de Radioterapia Oncológica, Física Médica e Técnicas de
Radioterapia. É necessário que exista um processo de atualização contínua para todos os
profissionais.
O número de profissionais em cada especialidade e o número de horas de trabalho por
semana deve estar relacionado com o número de pacientes tratados e as unidades de
tratamento disponíveis, incluindo a unidade de simulação ou de produção de imagens, e o
grau de sofisticação das condutas dos tratamentos. Em diversas publicações existem
sugestões de critérios aproximados para estabelecer o número de profissionais necessários
em radioterapia, mas ultimamente o critério adotado é que todo a equipe possa cumprir suas
obrigações sem afetar negativamente os resultados do tratamento do paciente.
É preciso ressaltar a grande importância da comunicação entre os diferentes
profissionais. Todos da equipe devem ser treinados adequadamente ao iniciar uma nova
técnica ou conduta de tratamento. Os profissionais também devem ser informados sobre
variações significativas nas características dosimétricas dos equipamentos como resultado de
reparações ou alterações, variações de protocolos de calibração ou correções resultantes da
detecção de um erro em qualquer procedimento. As variações nas rotinas de procedimento
devem ser realizadas apenas após a análise de todas as consequências desta variação, e todas
as pessoas envolvidas terem sido informadas. As instruções e as comunicações de
informações devem ser feitas por escrito, especificando-se as decisões tomadas, as pessoas
responsáveis por implementar as ações relacionadas com a variação e os detalhes das ações
a tomar.
Segue um breve sumário das responsabilidades, qualificações requeridas e preparação
acadêmica e clínica da equipe de um serviço ou departamento de radioterapia.
1
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13
6:No Brasil é considerado especialista em fisica médica de radioterapia o profissional que cursou um programa
de ensino em instituição credenciada pelo MEC, quem já atuava na área a mais de 10 anos na ocasião da
publicação de RDC 20/2006 ou ainda o profissional que é submetido ao exame da ABFM- Assossiação
Brasileira de Física Médica. Em qualquer destes casos o profissional deve se registrar e manter cadastro como
tal junto à CNEN 1
61
14
i. Na execução do tratamento
a) Administra o tratamento ao paciente de acordo com a prescrição clínica e com
o planejamento do tratamento.
b) Mantém a programação do paciente nos aspectos relativos a seu tratamento.
c) Observa a evolução clínica do paciente, detecta sinais iniciais de complicações
e decide quando um tratamento deve ser suspenso até a consulta ao
radioncologista.
d) Provê cuidados ao paciente durante seu tratamento.
e) Participa no seguimento dos pacientes após a finalização do tratamento.
f) Colabora na preparação da programação de tratamento do paciente.
ii. Nas unidades de tratamento
a) Conhece o funcionamento e o uso dos equipamentos e dos acessórios, assim
como seus limites de segurança.
b) Detecta problemas de funcionamento dos equipamentos e os reporta ao
supervisor.
c) Conhece e aplica os regulamentos vigentes de radioproteção, detecta riscos
de irradiação desnecessária e contribui para a radioproteção do público e do
paciente.
d) Auxilia nos procedimentos de Garantia da Qualidade.
iii. No planejamento do tratamento
a) Entende os diferentes métodos de tratamento e os protocolos clínicos
utilizados na instituição.
b) Encarrega-se dos aspectos técnicos da localização e simulação do tratamento.
c) Planeja os tratamentos de radioterapia sob a supervisão do físico médico.
d) Calcula e verifica unidade monitor ou tempo de irradiação sob a supervisão
do físico médico.
e) Utiliza e constrói acessórios de imobilização e de posicionamento do paciente,
moldes, etc.
f) Auxilia na preparação de fontes de braquiterapia.
1.1.1.4. Dosimetrista
Em alguns países existe um profissional denominado dosimetrista cujas funções estão
compreendidas entre as do físico médico e as do técnico em radioterapia. O título de
dosimetrista corresponde em geral a um grau de nível médio.7
Na maioria dos casos o dosimetrista ocupa-se de aspectos físicos da radioterapia. Sob
a supervisão direta do físico médico, participa de atividades tais como a calibração do feixe e
7
Nota da Revisão: No Brasil não há uma regra específica quanto a formação do dosimetrista sendo esta
ocupação assumida por Técnologos, Técnicos de nível médio mais experiente ou mesmo por biomédicos.
1
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15
1.1.2. Equipamento
Os equipamentos utilizados em radioterapia alcançaram, na atualidade, níveis de
desenvolvimento bem sofisticados, mas nem todos os avanços estão ao alcance da maioria
das instituições na América Latina. No entanto, há um conjunto de elementos que são
necessários, absolutamente, em qualquer instituição:
i. Sistemas de localização e simulação8.
ii. Sistema de planejamento de tratamento, com aceite e comissionamento.
iii. Acessórios modificadores do feixe (filtros, blocos, etc.).
iv. Sistemas de posicionamento, alinhamento, imobilização e proteção do paciente.
v. Equipamentos de dosimetria absoluta (por ex., câmaras de ionização e
eletrômetro) e relativa (filmes radiográficos, densitômetro, etc.) para a realização
de Controle da Qualidade.
8
Se não se dispõe de um simulador, deve-se ter pelo menos fácil acesso a um equipamento de
radiodiagnóstico onde se possa produzir imagens radiológicas com marcadores opacos para a
visualização de zonas anatômicas ou pontos de interesse 1
61
16
9
Recomendação tornou-se obrigatória após a publicação da Norma CNEN 6.10 e RDC 20/2006.
10
No Brasil é muito comum os profissionais referirem-se a comissionamento apenas a aquição de
dados para alimentar o Sistema de Planejamento apesar deste procedimento ser apenas uma das
etapas de conjunta para o comissionamento tanto do LINAC,
1 quanto do TPS
61
17
11
O texto original apresentava duas tabelas distintas, sendo uma para teleterapia e outra para
braquiterapia, posteriormente a Norma CNEN 6.10 e a RDC 20 ANVISA tornaram obrigatórios diversos
destes instrumentos e acrescentaram outros. Esta tabela é uma composição de todas estas recomendações
mínimas destes três documentos. 1
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18
12
Esta recomendação tornou-se obrigatória após a publicação 1da Norma CNEN 6.10
61
19
resultados destas devem ser conhecidos pela equipe da Garantia da Qualidade. No caso de
verificação de resultados dos processos de medida e Controle da Qualidade, deve-se utilizar
instrumentos de medida e metodologia independentes daqueles que se usa na instituição.
Detalhes de um programa de auditoria externa são apresentados no capítulo 7.
1
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1
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21
2.1. Teleterapia
2.1.2. Prescrição
É recomendado que a prescrição seja escrita, firmada e datada pelo radioncologista
antes do tratamento do paciente. A prescrição verbal é uma prática incorreta e uma fonte
potencial de má interpretação e erro13. A prescrição deve incluir a dose por fração, a dose
total, o número de frações, número de frações por dia, o ponto de prescrição ou a curva de
isodose (ou superfície de isodose).
13
Após a publicação da RDC 20/2006 a prescrição escrita passou
1 a ser obrigatória em radioterapia.
61
22
No caso do tratamento ter mais de uma fase, devem estar bem documentadas tanto a
dose em cada fase quanto a dose total. Também deve-se documentar as dose de tolerância
das estruturas críticas caso estas não estejam em concordância com aquelas adotadas na
política de tratamento do serviço de radioterapia (documentadas no manual de
procedimentos). A prescrição deve incluir igualmente a definição do volume alvo, que deve
ser explícita (como é comum no planejamento gráfico) ou implícita (como é comum quando
são planejados campos simples ou contrapostos). É recomendado que o volume alvo e o
tamanho de campos sejam assinados e datados pelo radioncologista.
2.1.5. Contorno
O método mais simples para a obtenção dos contornos externos dos pacientes é
mediante o emprego de fitas de arame de solda ou gesso de Paris, com os quais se segue a
forma externa do paciente; posteriormente, esta forma é transladada para uma folha de papel
1
61
23
onde se traça o contorno. Com este método, é importante ter-se a referência em distância de
pelo menos três pontos que devem estar marcados no contorno. Os marcadores devem ser
checados regularmente já que podem ocorrer erros de deslocamento com bastante
frequência. Existem outros aparatos mecânicos, como por exemplo os pantógrafos, com os
quais se pode obter contornos dos pacientes com mais precisão e reprodutibilidade (22).
Se for utilizada CT, deve ser checada a precisão geométrica. É recomendado que a
precisão na tomada do contorno se encontre dentro de 0,5 cm.
14
O texto original estava incompleto, foi substituido pelo tradução do texto do documento original da
IAEA. 1
61
24
15
O texto original incluía em um único item a revisão do plano de tratamento e o cálculo da unidade
monitor, em contrapartida as orientações de CQ separavam estas considerações em duas etapas, o que foi
julgado mais adequado e efetuado no texto.
16
O texto original indicava que a revisão deveria ser realizada preferencialmente por um físico médico.
A norma CNEN NN 6.10 de 2017 torna obrigatória a revisão por um físico médico especialista em
radioterapia.
17
Esta recomendação tornou-se obrigatória através da RDC ANVISA 20/2006.
18
A norma CNEN NN 6.10 de 2017 torna obrigatória a existência de um sistema de cálculo independente
que pode ser um procedimento estabelecido internamente, uma planilha automatizada ou outro software
comercial. 1
61
25
2.1.11.2. MLC
Além dos blocos personalizados a conformação pode
tambem ser obtida por Colimadores Multi Lâminas (MLC, da
sigla em inglês para Multi-Leaf Collimator).19
Em 1998, o AAPM formou um grupo de trabalhos
(AAPM TG-50) destinado a colimação multilâminas. Esta
publicação recomendou um programa de GQ com escopo
limitado pois embora o relatório do grupo de trabalho tenha
sido publicado durante as implementações iniciais da
radioterapia de intensidade modulada (IMRT) usando MLC,
ele não fez recomendações específicas. O TG-142
recomenda testes que dependem se o sistema MLC é ou não
usado para o IMRT.
Com relação ao impacto da MLC em IMRT, Figura 8: Colimador Multileaf
publicações documentaram o impacto da precisão do
posicionamento das lâminas e da transmissão interlâminas na precisão dos campos da IMRT.
19
O texto original não cita os MLC´s pois na época da confecção dos documentos estes dispositivos eram
extremamente incomuns na realidade dos países aos quais o TEC1 DOC 1151 se destinava.
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26
podem afetar o fator dinâmico da cunha. Como essas tecnologias dependem do movimento
dos colimadores por computador em um determinado instante ou porcentagem de unidades
de monitoração (MUs), deve haver um exame minucioso das tabelas incorporadas que
mapeiam a localização do colimador em relação ao tempo (fração de MU a ser entregue).
iii. EPID20
Recentemente tornaram-se mais comuns os sistemas de imagens
radiográficas LINAC´s: Imagens planas de megavoltagem (MV), imagens planares
kV e imagens de tomografia computadorizada MV ou kV (tanto feixe serial quanto
cone).
Cada dispositivo de imagem radiográfica, seja 2D ou 3D, possui seu próprio
sistema de coordenadas geométricas, semelhante ao sistema de entrega. Mesmo
para o dispositivo de imagem de portal 2D que utiliza o feixe de tratamento como
fonte de imagem, os métodos manuais ou o software usado para manipular
imagens podem causar algumas discrepâncias com as coordenadas de
tratamento. Normalmente, o sistema de coordenadas de imagem é
correlacionado com o sistema de coordenadas de entrega por meio de um
processo de calibração. É, portanto, fundamental garantir a coincidência desses
dois sistemas de coordenadas para diferentes necessidades clínicas de
procedimentos de radioterapia guiada por imagem.
Os objetivos fundamentais para a geração de imagens de kV na localização do
alvo de radio-oncologia são diferentes daqueles em diagnóstico por imagem. Na
oncologia por radiação, há maior ênfase na precisão da localização. No entanto, a
precisão da localização depende da visibilidade das estruturas anatômicas a serem
localizadas. Melhor qualidade de imagem normalmente leva a uma melhor
visibilidade das estruturas anatômicas, mas também é proporcional à maior dose
de imagem. É compreensível que a precisão da localização de alguns locais de
tratamento (como portais da mama) possa ser menos sensível à qualidade de
20
O texto original não tratava de EPID´s sigla em inglês para Dispositivos Eletrônicos de Imagens de
Portal. 1
61
28
21
Obrigatoriedade instituída na Norma CNEN 6.01
22
Obrigatoriedade instituída na RDC ANVISA 20/2006
23
Obrigatoriedade instituída na RDC ANVISA 20/2006
1
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29
Verificar a
Para Mesa de digitalizadora linearidade
diariamente
Nome e registro do
paciente
Transferência de dados ao
sistema de planejamento Orientação do
Para Transferência Digital
paciente
Distorções na
imagem
Reconstrução da
Imagem
Tamanhos e formas de Entrar na sala
Verificação por meio de portais
campos Projeção do TPS
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24
O texto original supunha que o plano original deveria ser também feito por um especialista, a Norma
CNEN 6.10 regulamentou isso permitindo elaboração do plano por alguém habilitado e a revisão do plano
obrigatoriamente por um especialista autenticando o procedimento
1 mediante assinatura.
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31
2.2. Braquiterapia25
A implementação de um plano de tratamento com braquiterapia é em geral mais
complexa que com feixes externos, particularmente em braquiterapia intersticial e em menor
medida em intracavitária, intraluminal e terapia de contato. As dificuldades para determinar
o posicionamento das fontes e a presença de elevados gradientes de dose fazem com que o
cálculo das distribuições de dose e a especificação da mesma (em um ponto ou volume) seja
menos precisos que em teleterapia. Por estas e outras razões, os procedimentos de GQ em
braquiterapia são menos rigorosos que, na teleterapia convencional.
Na prática da braquiterapia, à exceção de tratamentos com terapia de contato e outros
moldes com geometrias fixas, a execução do tratamento pode diferir significativamente do
planejado. Portanto, muitas vezes é necessário realizar os seguintes cálculos: o cálculo para
determinar a distribuição e intensidade das fontes e o cálculo de verificação para determinar
os tempos de tatamento a partir da distribuição real das fontes.
Administrar um tratamento de braquiterapia com precisão significa que as fontes
planejadas foram colocadas nas posições desejadas e no aplicador correto e que depositam
de forma precisa as doses prescritas pelo radioncologista. Em relação ao desenho da inserção
e a sua avaliação, significa que o plano resultará em uma distribuição espacial e temporal de
dose consistente com os objetivos do tratamento.
Um Programa de GQ em braquiterapia deve, portanto, estar dirigido a três processos
básicos:
i. o processo de seleção e avaliação:
- Inlcui seleção do aplicador e o desenho da inserção.
- prescrição do tratamento,
- aquisição das imagens da inserção,
- definição do alvo,
- o cálculo das distribuições de dose e sua otimização,
- determinação dos tempos e/ou determinação das posições de parada das
fontes.
- Em termos de GQ física, significa que os algoritmos do sistema de planejamento
(manual ou computadorizado) funcionam corretamente, que o volume-alvo
das imagens radiográficas é consistente com outros dados relativos à
localização do tumor e que os passos de otimização são apropriados.
- o processo de inserção do aplicador: de responsabilidade do radioncologista;
compreende a utilização do dispositivo correto,
- documentação,
- realização da operação corretamente e que o aplicador, as fontes e o volume-
alvo estejam em posição correta.
ii. o processo de administração do tratamento:
- este processo inclui o ingresso dos dados no sistema de aplicação,
- a conexão do equipamento ao paciente
- a administração da irradiação.
25
No texto original, a descrição do processo de GQ era fortemente influenciado pelas tecnologias comuns
à época de sua publicação: fontes manuais e sistema de pós carregamento para LDR, sendo necessário
alguma subjetividade para adequar as orientações ao escopo desta revisão. Por este motivo, optou-se por
uma releitura do TG 56 (referência primária do texto original) e complementação pelo TG 59( exclusivo
para aftrload e atualizado para HDH) que não havia sido publicado na época da confecção do TEC DOC
1151. 1
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32
1
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1
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34
2.2.4. Simulação
Os procedimentos para obtenção de filmes de localização para cada tipo de caso
devem ser bem compreendidos, já que é difícil reincorporar filmes de tomografia
computadorizada ou radiológicos caso o primeiro conjunto seja inutilizável.
O físico médico e/ou o dosimetrista devem estar presentes durante a localização da
inserção, para assegurar a geometria adequada para aquisição da imagem, se as marcas de
referência e de magnificação estão posicionados corretamente, se aparecem na imagem, se o
paciente não se move durante a tomada de imagens, bem como se a qualidade da imagem
está adequada para a localização precisa das fontes.
Nesta estapa, na imagem radiográfica, cada guia condutora precisa ser identificavel e
associada ao número do canal correspondente.
Preferêncialmente, cada aplicador deve ser carregado com uma sequência
radiograficamente única de Fontes Falsas.
A visualização radiográfica de aplicadores intracavitários de plástico, pode ser
conseguida inserindo pequenas sementes ou espaçadores Radiopacos. Tais sistemas de
marcação não apenas melhoram a localização anatômica, mas também auxiliam a verificação
radiográfica do diâmetro do colpostat e do cilindro vaginal.
Finalmente, deve-se ter cuidado para obter radiografias que
i. sejam precisas e correspondentes nas duas visualizações;
ii. sejam consistentes com os requisitos de entrada do algoritmo de reconstrução do
implante selecionado. Para grandes implantes intersticiais, projeções oblíquas às
vezes são úteis para maximizar a separação dos marcadores de simulação
projetados;
iii. a reconstrução precisa da correspondência entre o número do canal e a imagem
radiográfica de cada cateter é essencial para garantir a entrega de cada sequência
de tempo de permanência ao cateter pretendido. Para correlacionar mais
facilmente os cateteres implantados com a anatomia radiográfica, as radiografias
oblíquas devem sempre ser complementadas por vistas anatômicas laterais e AP.
2.2.5. Prescrição
Após a simulação, o radioncologista deve revisar as radiografias junto com outros
dados de localização pertinentes e
i. definir alvo ou as posições de parada a serem ativadas;
ii. definir onde a dose prescrita deve ser entregue;
1
61
35
É evidente que uma comunicação clara entre médico, físico e planejador é necessária,
mas com o tempo as expectativas e suposições podem se tornar implícitas e não declaradas,
levando a mal entendidos de equipe.
Uma revisão física inclui avaliação da adequação clínica e consistência do tratamento
final, dados de localização do alvo, radiografias de simulação, prescrição de tratamento e o
plano de tratamento de computador.
O plano também deve ser avaliado quanto à adequação clínica, ao aplicador
selecionado, o critério de especificação de dose, a dose prescrita e a escolha da abordagem
de otimização devem ser verificados em relação às políticas de tratamento do departamento
ou, pelo menos, às práticas habituais para o local e o estágio da doença.
Ao realizar esta revisão, o físico deve estar ciente de todos os tratamentos
anteriormente dados ao paciente e verificar se as doses totais cumulativas para as estruturas
críticas, mucosa vaginal, colo da bexiga, parede anterior do reto, estão dentro das tolerâncias.
Qualquer desvio significativo dessas expectativas deve ser levado à atenção do oncologista
para sua revisão.
Antes de iniciar o tratamento, o médico responsável deve rever o plano de tratamento,
a programação da unidade de tratamento e a documentação associada.
A revisão satisfatória do médico e do físico deve ser documentada por meio de
assinatura no registro diário do tratamento ou na lista de verificação do controle de qualidade.
1
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41
3. SISTEMAS DE PLANEJAMENTO
3.1. Generalidades
O planejamento computadorizado é um componente fundamental dentro do processo
de tratamento visto que com estes sistemas são traçados e calculados uma parte significativa
dos tratamentos de pacientes. Os sistemas computadorizados de planejamento cobrem um
amplo intervalo de aplicações. Pela variedade e grau de complexidade destes sistemas
durante seu comissionamento e GQ, deve haver um grande número de considerações. Os
sistemas de planejamento de radioterapia externa incluem:
26
O TECDOC 1151 é fortemente influenciado por esta publicação. Ocorre que em 2004 a IAEA publicou
o TRS 430 Commissioning and Quality Assurance of Computerized Planning Systems for Radiation
Treatment of Cancer, que é uma publicação bastante extensa e atual para controle de qualidade de
Sistemas de Planejamento, Em 2007 a IAEA publicou os TEC DOC 1540 Specification and Acceptance
Testing of Radiotherapy Treatment Planning Systems e TEC DOC 1583 Commissioning of Radiotherapy
Treatment Planning Systems que são manuais práticos, baseados no TRS 430. Todas estas publicações
apesar de muito completas são de difícil aplicação em serviços com poucos recursos humanos e por isso
fogem do escopo da ideia do TECDOC 1151 de um documento de referência para países em
desenvolvimento. 1
61
42
Figura 11: IAEA TECDOC 1583 Figura 10: IAEA TECDOC 1540
Figura 12: TRS 430
i. Imprecisão nos dados medidos: podem ser tanto as incertezas na medida dos dados
do feixe, como as associadas à aquisição de dados do paciente.
ii. Imprecisão na entrada de dados: uma fonte significativa de incerteza controlável
pode ser a mesa digitalizadora usada tanto para a entrada dos dados do feixe como
dos contornos do paciente. Portanto, é recomendado que sejam realizadas
comprovações sistemáticas da exatidão deste equipamento. Em geral, os
equipamentos de entrada de dados devem possuir uma exatidão inerente melhor
que 1 mm (31).
iii. Imprecisão nos dados de saída: a exatidão inerente dos registradores gráficos,
impressoras ou outro periférico usados para plotar as isodoses ou perfis de feixes
e contornos do paciente deve ser melhor que 1 mm. Visto que a exatidão dos
dados de saída depende fortemente da escolha da separação dos pontos da malha de
cálculo de dose, é recomendado que a separação destes não seja maior que 2,5 vezes
o máximo erro de posição aceito, quando este erro estiver entre 1 e 3 mm (32).
iv. Imprecisão do algoritmo: Dado que os algoritmos dos sistemas de planejamento
estão baseados em soluções aproximadas de problemas físicos complexos, a
imprecisão aumenta à medida que nos aproximamos dos limites destas. Portanto, a
comprovação do programa deve ser realizada tanto para as condições de rotina como
para casos extremos.
vi. Os critérios de aceitação dos cálculos de dose em feixes de fótons e elétrons: que
são uma combinação das incertezas aleatórias e sistemáticas com um desvio padrão,
tanto das medidas como dos algoritmos de cálculo. Os percentuais são especificados
em função da dose normalizada no raio central (30).
vii. Cálculo da Unidade Monitor: a maioria dos sistemas computadorizados de
planejamento oferece a possibilidade de calcular a unidade monitor (UM). Estes
programas requerem informação acerca do rendimento absoluto (Gy/UM), assim
como a energia do feixe, rendimentos relativos (fatores de campo), fatores filtros,
1
61
44
O texto original nomeava esta etapa como “Testes Iniciais do Usuário” o nome foi alterado para Testes
27
28
O Texto original cita os testes anuais em partes diferentes do documento, sendo pouco claro qual o
conjunto de teste que deve ser de fato realizado. De uma forma conservadora, sugerimos que anualmente
devem ser realizados um conjunto de testes de aceite e comissionamento.
1
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46
3. Região de baixo gradiente e baixa dose (limite do campo, < 7% da dose no eixo) 5%
1
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4.1. Generalidades
A GQ dos instrumentos de medidas tem tanta importância como a dos equipamentos
de tratamento em si, devendo ser parte do programa de GQ integral.
Até o momento, o sistema dosimétrico por excelência para a calibração absoluta das
unidades e fontes de radioterapia está baseado em câmaras de ionização, por isto nos
concentraremos neste tipo de sistema. Para mais detalhes sobre os testes e requerimentos
deste tipo de dosímetros, recomendamos a norma IEC-731 (34).
Os sistemas baseados em câmaras de ionização continuam sendo os preferidos para a
realização das calibrações dosimétricas destes feixes; geralmente são classificados, segundo
suas características e funções, como:
Referência Local
Deve ser um sistema dosimétrico formado por um eletrômetro e uma câmara de
ionização (preferivelmente tipo Farmer com parede de grafite), calibrada
diretamente em um Laboratório Padrão de Dosimetria.
Este instrumento deve ser reservado para a calibração do feixe (aplicando um
Protocolo de Dosimetria), assim como para a calibração de instrumentos de
campo.
Instrumento de Campo
É um sistema dosimétrico igual o anterior, de preferência uma câmara de
ionização tipo Farmer com parede de plástico, por ser mais resistente. É
empregado em todas as medidas que não sejam de rendimento absoluto (fatores
de campo, de filtros em cunha, bandejas, medidas de perfis, verificação de
constância de outros parâmetros dosimétricos, etc.)
29
Após a publicação da Norma CNEN 6.10 e RDC 20/2006 tornou-se obrigatório que todos serviços de
radioterapia possua uma fonte deste tipo. 1
61
53
4.3.1.2. Radiografia
Deve verificar-se a integridade e uniformidade exterior do material da câmara. É
conveniente realizar uma radiografia da câmara (pode-se obter uma boa definição
com uma técnica de 70-80 kV com 5 mAs).
30
Publicada após a apresentação do texto original do TEC DOC 1151
31
Após a publicação do texto original, a IAEA publicou o TRS 398 Absorbed Dose Determination in
External Beam Radiotherapy, que estabeleceu um formalismo e metodologia para que câmaras tipo dedal
possa ser utilizado para todo o espectro de feixe de aceleradores
1 lineares.
61
54
Para câmaras tipo poço, devido à anisotropia de dose ao redor das fontes, a
orientação relativa do eixo da fonte é importante para qualquer calibrador [35] e
devido a isso a sensibilidade destas varia com a posição da fonte dentro do poço,
por isto, para verificar e quantificar o grau de variação da sensibilidade com a posição,
desloca-se uma fonte ao longo do comprimento do poço, medindo em cada passo a
resposta da câmara.
Curva de Sensibilidade
76,0
72,0
Corrente
68,0
64,0
60,0
124 124 125 125 126 126 127 127 128 128 129 129 130 130
Posição de leitura
Figura 15: Grafico da sensibilidade da câmara poço em função da posição da fonte dentro do volume
senssivel da câmara.
1
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55
Procedimento
Expor o detector a mesma dose de referência, utilizando uma fonte de emissão
estável operando a maior tensão disponível do eletrômetro.
Repetir o procedimento para todas as tensões disponíveis.
𝑖̅
𝛼𝑛 = (1 − ) 𝑥100
𝑖𝑛
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑖𝑓𝑢𝑔𝑎 =
𝑡𝐷𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑟𝑒𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
1
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32
A repetição dos testes trimestrais antes e depois da realização de transporte fora das instalações do
Serviço de radioterapia é uma obrigatoriedade imposta pela Norma
1 CNEN 6.10.
61
58
4.3.4. Bi-Anuais
A calibração deve ser realizada a cada 2 anos no mínimo. A calibração deve ser
rastreável através de um LSCD com certificado acreditado pela Rede Brasileira de
Calibração.
Para o caso de câmaras do tipo poço, o LSCD deve dispor de fontes padrões do
mesmo tipo (radionuclídeo e geometria) da fonte do usuário da câmara, se este
possuir um fator de calibração para o tipo de fontes do usuário.
O Certificado de Calibração expedido pelo LSCD deve especificar os parâmetros de
trabalho do sistema câmara-eletrômetro calibrado, assim como as condições de
irradiação: características da fonte padrão, voltagem de polarização e nos casos de
câmaras poço, o tipo de dispositivo (holder) empregado para a inserção da fonte no
poço.
1
61
59
Reprodutibilidade >2%
Comunicação Atmosférica
Relação Sinal/Ruído >1:100
Linearidade da Resposta 0,50%
Corrente de fuga não exceder ±0,5%
A cada utilização
Dependência da Polaridade da Tensão de Coleção <1 %
Trimestral/após
Tempo de constância resolução da leitura >0,1%.
transporte
1
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5.1. Generalidades
A Garantia da Qualidade dos equipamentos empregados em teleterapia é em primeiro
lugar uma avaliação contínua de suas características funcionais. Estas características
influeciam em última instância na exatidão geométrica e dosimétrica das doses aplicadas aos
pacientes.
O comportamento funcional destes equipamentos pode variar abruptamente devido
a defeitos eletrônicos, falhas de componentes ou rupturas mecânicas, ou podem variar
lentamente devido ao deterioramento e envelhecimento de seus componentes. Portanto, se
destacam dos requerimentos essenciais: devem ser realizadas medidas de CQ periodicamente
em todos os equipamentos, incluindo o controle da qualidade dos próprios instrumentos de
medida; deve existir um monitoramento sistemático de manutenção preventiva e das
correções do comportamento dos equipamentos de tratamento e de medida.
A finalidade destes procedimentos é garantir que as características funcionais,
definidas a partir dos parâmetros físicos estabelecidos durante o comissionamento do
equipamento, não apresentem discrepâncias significativas.
O programa de GQ do equipamento em radioterapia é sobretudo um trabalho de
grupo e as responsabilidades de execução das distintas tarefas devem ser divididas entre
físicos médicos, dosimetristas, técnicos em radioterapia e engenheiros clínicos, sendo a
responsabilidade global do referido programa atribuída ao físico médico.
1
61
61
elaborar um protocolo para a realização dos testes periódicos de GQ com vistas a monitorar
os valores funcionais de referência.
A seguir são apresentados os testes mínimos que devem ser realizados em um
Programa de GQ típico, inclusive a frequência e tolerância recomendadas para os mesmos.
Todos estes testes são considerados importantes para assegurar que o equipamento está apto
a realizar tratamentos de boa qualidade e segurança radiológica. As técnicas experimentais e
procedimentos práticos para realizar estes testes podem ser encontrados em diversas
publicações; (3, 9, 10, 11, 12, 13, 38, 39, 40, 41) neste documento estão incluídos
recomendações e orientações para a realização destes, utilizando instrumentação e técnicas
de medida simples, rápidas e reprodutíveis.
33
O texto original cita TAR, sigla em inglês para Razão Tecido Ar, mas esta grandeza entrou em desuso
sendo substituída pelo TPR(Razão Tecido Phantom) ou TMR(Razão1 Tecido Máximo)
61
62
34
Nota da revisão: os testes descritos condensam o texto explicativo, a tabela de frequência e formulário
sugestivo do documento original. Eventualmente, no texto original, alguns testes eram citados em um
trecho do documento sendo omitido em outro, estas inconsistências foram corrigidas. Alguns testes foram
incluídos utilizando o TG 119 e TG 142 para as tecnologias não existentes na época do texto original. As
tolerâncias também foram atualizadas.
35
Os painéis de controle eram predominantes na época da redação original do TEC DOC 1151, apesar de
certos modelos de LINAC´s ainda apresentarem painéis exclusivos, atualmente a maior parte das
informações são apresentadas em monitores de CPU´s. 1
61
63
Procedimentos
Verificar se, ao acionar a tecla desligado (off) do painel de controle, é interrompida
a irradiação. Verificar se a irradiação se interrompe quando se abre a porta de
acesso e se, ao fechá-la, a irradiação não continua.
v. Programacão(Console)
A emissão do feixe deve ser interrompida exatamente na unidade de monitoração
programada para todos os feixes disponiveis.
Procedimentos
Verificar se há corte da irradiação quando terminar a unidade monitora
programada.
36
Nota de revisão: o texto original referia-se hora como Gantry, hora como estativa. Neste documento foi
uniformizado como Gantry. 1
61
64
37
O texto original apresentava estes testes como diários na sugestão de formulário a ser preenchido e
como mensal na descrição dos testes. Para esta revisão recomenda-se que seja realizado em ambos os
momentos
38
Nota da Revisão: Devido a obrigatoriedade de haver verificação diária de todos os feixes impostas pela
Norma CNEN 6.10 e RDC 20/2006, e a praticidade de uso destes dispositivos sugerimos que o usuário
avalie a funcionalidade com este dispositivo. 1
61
65
vii. MLC39
Recomenda-se que uma análise qualitativa do teste de Picket Fence seja realizado
semanalmente40 com um exame cuidadoso da imagem adquirida por filme
estático ou imagem de EPID.
O teste Picket Fence verifica a precisão e alinhamento da posição das lâminas.
É usado principalmente para identificar quaisquer alterações no desempenho do
MLC ao longo do tempo, comparando os resultados aos testes anteriores.
O método de teste (filme, detectores de estado sólido, software, EPID) deve ser
sensível o suficiente para detectar erros menores que o nível de tolerância e ter a
capacidade de analisar todas as folhas MLC.
Testes específicos do fornecedor também são recomendados dependendo do
modelo de MLC usado. Cada fornecedor tem recomendações exclusivas de
programa de manutenção preventiva e, portanto, a substituição de motores e
folhas MLC pode variar em frequência.
39
Em equipamentos que são utilizados para tratamento com IMRT.
40
Nota da Revisão: Apesar do TG 142 recomendar a realização semanal deste teste, devido a opção pela
distribuição entre testes diários, mensais e anuais, o teste do Picket Fence foi colocado nesta parte do
documento. Outro motivo é que a disponibilidade de um EPID torna a realização deste teste de forma
diária extremamente simples e rápida.
41
Nota da revisão: havendo mais de uma posição utilizada na rotina, recomenda-se alternas estas posições
a cada dia. 1
61
66
42
O texto original sugere este teste como mensal, entretanto devido a obrigatoriedade imposta pela
RDC20/2006 e Norma CNEN 6.10 para disponibilidade de um dispositivo de verificação de dose diária
e estes dispositivos na mesma exposição serem capazes de avaliar este parâmetro, foram adotadas a
recomendações e tolerâncias do TG 142 para que esta verificação seja realizada diariamente
43
Nota da Revisão: exclusivo para casos de elétrons, em que pequenos desvios de posicionamento podem
indicar divergências acentuadas. Quando for identificado um desvio superior a 2% e o dispositivo de
verificação diária não for capaz da avaliação em profundidade, o físico deve ser informado para avaliar
se a dose de referência se encontra a uma profundidade de 2mm 1 da medida
61
67
DOSIMÉTRICOS
Constância da Dose de Referência
Fótons 2%
Elétrons 3%
Simetria e Planura 1% em relação a referência
Constância da Energia do Feixe
Fótons 2%
Elétrons 2% ou 2mm
Constância da Taxa de Dose 2% 2%
1
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44
Exigência imposta pela Norma CNEN 6.10 1
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v. Escalas da Mesa
As escalas vertical e lateral da mesa devem ser verificadas quanto a sua origem.
Procedimento
Escala vertical: Coloca-se a parte superior da mesa à altura do isocentro e esta
deve indicar zero na escala.
Escala lateral: Com o isocentro no centro da parte superior da mesa a escala deve
marcar zero.
1
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Colocar sobre a mesa papel milimetrado à DFI e medir as distâncias desde a cruz
até os lados do campo.
xvii. MLC
Recomenda-se mensalmente um teste de precisão da posição e velocidade das
lâminas para considerar a rotação do Gantry que pode afetar o movimento das
lâminas devido aos efeitos gravitacionais impostos ao sistema de transporte da
folha.
Testes adicionais de MLC que são usados para a IMRT são recomendados. Alguns
dos parâmetros que afetam a distribuição de dose para a IMRT incluem a precisão
posicional da lâmina e os valores de transmissão. Testes simples, como o teste
Pickt Fence podem avaliar a precisão posicional qualitativamente (pela
combinação de segmentos sequênciais e transmissão de folhas, particularmente
interleaf).
xviii. EPID
Imagens de MV planares (imagens do portal).
Observar, nos quatro ângulos cardinais, as verificações de qualidade de imagem
(escala, contraste, resolução e ruído) para todos as taxas de dose e energias a
serem usados para geração de imagens.
Para avaliação das imagens devem ser utilizados os dados da linha de base
(incluindo as médias e as faixas ou valores medidos e seus limites superior e
inferior) estabelecidas durante o teste de aceitação devem ser usados para os
critérios de GQ.
Imagens planares kV.
Os dados de linha de base do teste de aceitação são recomendados como critérios
para controle da qualidade de imagem. O usuário deve manter a qualidade da
imagem não inferior a esses dados.
Os critérios para o SRS / SBRT devem ser baseados em testes com simuladores.
TC e feixe cônico.
Essas ferramentas são usadas principalmente para localização de alvos, o que
fornece excelente informação de tecido mole e volumétrica.
A precisão de posicionamento e reposicionamento deve incluir o movimento da
mesa da posição de tratamento para a posição de imagem.
Embora a precisão espacial da reconstrução da imagem seja primordial e mais
enfatizada, os parâmetros de qualidade de imagem (contraste, ruído,
uniformidade e resolução espacial) são aspectos importantes que também devem
ser considerados. Além disso, as recomendações do fabricante para
procedimentos de recalibração de sistemas de imagens devem ser seguidas, a
menos que o usuário tenha mostrado em estudos extensivos que a frequência do
procedimento pode ser reduzida.
b)Elétrons
𝑳. 𝒌𝒕𝒑 . 𝒌𝒔 . 𝒌𝒑𝒐𝒍 . 𝒌𝑸𝑸𝒊𝒏𝒕 . 𝑵𝑫𝒘
𝑭𝑪(𝑬,𝒅𝒎𝒂𝒙,𝑫𝑭𝑺=𝑫𝑭𝑰,𝑨𝑪) =
𝒏𝑴𝑼. 𝑷𝑫𝑷(𝑬,𝒛𝒓𝒆𝒇,𝑫𝑭𝑺=𝑫𝑭𝑰,𝑨𝑪)
b)Elétrons
Para verificar a constância da qualidade dos feixes de elétrons, deve-se ter as
leituras em água, obtendo o quociente de ionizações (J1 e J2) em duas
profundidades diferentes: J1 à profundidade de dose máxima e J2 a uma
profundidade definida para 50% durante comissionamento do feixe.
Após a conversão das leituras para dose, as variações do quociente R50 =D50%/max%
devem estar dentro de 4% ou 2 mm dos valores estabelecidos durante o
comissionamento da unidade.
1
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76
MECÂNICOS
Coincidência campo de luz / radiação 2 mm
Indicador angular de gantry 1.0°
Indicador angular de colimador 1.0°
Posição de isocentro mecânico 2 mm 2 mm 1 mm
Telêmetro 2 mm
Escalas de mesa 2 mm
1
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ii. MLC
Recomenda-se anualmente o teste de transmissão para incluir uma análise
quantitativa da transmissão interlâminas.
A repetibilidade da posição da folha, o disparo por MLC e a coincidência do campo
de luz e do campo de raios X são testes destinados a verificar o alinhamento dos
MLCs.
Procedimento
Para a transmissão, seguir o mesmo procedimento utilizado para vericação da
transmissão de filtros e bandejas.
Para coincidência de campo, utilizar o mesmmo procedimento dos colimadores
tradicionais.
Colimador
Colocar o gantry em posição vertical, fechar um par de garras do colimador (deixar
o outro aberto). Pôr um filme de verificação sobre a malha da mesa (com as
lâminas correspondentes para o equilíbrio eletrônico) na DFI. Expor o filme várias
vezes para diferentes ângulos de colimador (por exemplo: 0, 120º e 240º) e revelar
a placa. As linhas obtidas devem interceptar-se em um círculo de diâmetro menor
1
61
78
Gantry
Colocar o gantry em posição vertical, fechar um par de garras do colimador (deixar
o outro aberto). Pôr uma placa de raios-X de maneira que fique perpendicular à
mesa e que contenha o eixo central do feixe para todas as posições do gantry.
Pode-se aderir o filme à alguma das faces de uma cuba de acrílico, após o
nivelamento da mesma. Fazer coincidir a projeção de uma linha da cruz com o
canto da placa, e acomodar a mesa de maneira que a DFI fique aproximadamente
na metade da placa. Expor a placa várias vezes para diversos ângulos do gantry,
evitando que haja superposição. Tarcar cuidadosamente com uma agulha a
posição da cruz luminosa à DFI e revelar a placa. As linhas obtidas devem
interceptar-se em um circulo de diâmetro menor que a tolerância especificada.
Repetir o procedimento para o outro par de garras do colimador.
Mesa
Colocar o gantry em posição vertical, fechar um par de garras do colimador (deixar
o outro aberto). Colocar um filme de verificação sobre a malha da mesa (com as
lâminas correspondentes para o equilíbrio eletrônico) à DFI. Expor o filme várias
vezes para diferentes ângulos da mesa, evitando que haja superposição, e revelar
a placa. As linhas obtidas devem interceptar-se em um circulo de diâmetro menor
que a tolerância especificada.
O teste pode ser realizado também utilizando-se um fantoma rastreador
automatizado.
onde: Dmax, Dmin: são as doses máxima e onde: Di80%, Dd80%: são as doses no
mínima, respectivamente, dentro da lado esquerdo e direito a 80% da
área de 80% do FWHM do campo. largura total, respectivamente.
viii. EPID
A revisão anual da dose de imagem é suficiente devido ao impacto mínimo na dose
total e em virtude das revisões diárias/mensais existentes de muitos parâmetros
que detectariam as alterações que poderiam afetar a dose. A frequência de
medição da dose e da qualidade/energia do feixe depende da estabilidade
provável do sistema e dos detalhes da utilização clínica; por exemplo, se a dose de
imagem estiver incluída no plano de tratamento, mas representar <10% da dose
prescrita, uma variação de 20% na dose de imagem
1 resultará apenas em um erro
61
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1
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1
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6.1. Generalidades
O presente documento inclui apenas recomendações para braquiterapia com fontes
seladas. Os sistemas de carregamento remoto podem ser constituídos por instalações
convencionais de Baixa Taxa de Dose (LDR) ou de Alta Taxa de Dose (HDR). No presente
documento estão incluídos os principais aspectos da GQ de equipamentos de carregamento
remoto automático para fontes de Alta Taxa de Dose.
As características de uma fonte selada (encapsulada) dependem fortemente da
distribuição da atividade dentro da fonte e dos detalhes do encapsulamento da mesma. Por
isto, é fundamental que o usuário se preocupe em obter do fabricante as informações
detalhadas da fonte, bem como avaliar as possíveis implicações destas características na
dosimetria clínica.
Ainda que os distribuidores comerciais de
fontes de braquiterapia ofereçam uma medida da
intensidade das mesmas, não se deve confiar
somente neste valor para a realização dos cálculos
de dose nos pacientes. A instituição que possuir um
serviço de braquiterapia deve ser capaz de verificar
independentemente a intensidade de suas fontes.
No passado da prática da braquiterapia, era
comum aceitar a intensidade das fontes
especificada pelo fabricante. Atualmente,
observou-se que os limites do desvio padrão
reportados por alguns fabricantes de até ±10%
podem ter efeitos não esperados no tratamento do Figura 18: Modelo de certificado de calibração de
paciente. Por isto, à semelhança da teleterapia, o uma fonte, folha digitalizada.
usuário deve calibrar cada uma das fontes que irá
empregar (3).
Para a caracterização da intensidade das fontes de braquiterapia é recomendado
empregar a grandeza Intensidade de Kerma no Ar, definida como o produto da Taxa de Kerma
no ar e o quadrado da distância entre o ponto de calibração e o centro da fonte no eixo
bissetor da mesma (43). Se simboliza como SK e suas unidades são:
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Nota de Revisão: o texto original cita o teste sem descreve-lo. A redação foi dada pela revisão suportada
nos conhecimentos adquiridos durante o estágio supervisionado.
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Os painéis de controle eram predominantes na época da redação original do TEC DOC 1151, apesar de
certos modelos de LINAC´s ainda apresentarem painéis exclusivos, atualmente a maior parte das
informações são apresentadas em monitores de CPU´s. 1
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Nota de Revisão: o texto original cita o teste sem descrevê-lo. A redação foi dada pela revisão suportada
nos conhecimentos adquiridos durante o estágio supervisionado.
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supeita de algum problema, testes mais elaborados sobre a integridade devem ser
realizados.
viii. Autoradiografia
A autoradiografia envolve a utilização de um aplicador simples para comparar
posições selecionadas com marcadores radiograficos em um filme impressionado
pela fonte do Afterload progamada com as posições de parada coincidentes com
estes marcadores.
Procedimentos
Em um filme envelopado ou radiocromico , realizar marcações sendo a distância
entre estas marções conhecida, utilizar um aplicador simples e reto com a primeira
posição de parada sobre o furo mais afastado e as demais posições sobre os outros
furos.
Impressão das paradas da fonte deve coincidir com as marcações com divergencia
maxima de 1mm.
ix. Impressora
Recomenda-se que todos o periféricos estejam operacionais e que o digitalizador
e a impressora tenham um desvio máximo de 1mm.
Procedimento
Usar uma impresão de dimensões conhecida e utilizar os dispositivo de aquisição
(digitalizador).
Utilizar a ferramenta de medida do TPS para verificar se as dimensões digitalizadas
estão dentro da tolerância. Imprimir o objeto digitalizado e as dimensões devem
diferir com a imagem digitalizada dentro da tolerância
iv. Autoradiografia
Ver o item 6.3.2 Teste diário, seção viii.
v. Calibração da fonte
No caso de equipamentos de Alta Taxa, o emprego de câmaras tipo poço pode
apresentar limitações devido às possíveis perdas por baixa eficiência de coleção
de cargas (elevada fração de recombinações); não obstante, já existem no
mercado alguns modelos deste tipo de câmaras especialmente desenhadas para
a calibração e verificação de fontes de braquiterapia de Alta Taxa.
Se recomenda empregar como grandeza para especificar a emissão radiante da
fonte a Intensidade de Kerma no Ar definida como o produto da taxa de Kerma no
Ar pelo quadrado da distância medida desde o ponto de calibração até o centro
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A norma da CNEN 6.10 trás como obrigação: “realizar treinamento anual de indivíduos
ocupacionalmente expostos tanto para atuação em situações normais de trabalho, quanto em situações de
incidente ou acidente” 1
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7. AUDlTORlAS DA QUALlDADE
A auditoria pode ser realizada utilizando-se diferentes mecanismos: intercomparações
postais, intercomparações com câmaras de ionização, visitas aos centros de radioterapia,
etc. Cada um deles permitirá revisar diferentes parâmetros do programa de GQ.
Dependendo do objetivo o método mais eficiente será seguramente uma combinação destes.
Recentemente alguns países passaram a organizar grupos de auditores externos,
onde pessoas de distintas instituições (Laboratórios Secundários de Tetrologia, hospitais de
referência, etc.) se agrupam para realizar auditorias nacionais de algum dos tipos
descritos a seguir.
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Nota de Revisão: O texto original referia-se apenas ao “Chefe
1 Médico”
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aParâmetros medidos ou calculados pelo equipamento auditor devem corresponder aos determinados ou
usados pela instituição auditada dentro dos limites estabelecidos neste relatório de normas.
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8. Referências
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2. INTER-SOCIETY COUNCIL FOR RADIATION ONCOLOGY. Radiation Oncology in Integrated
Cancer Management (Blue Book), Report of the ISCRO. [S.l.]: [s.n.], 1991.
3. AMERICAN ASSOCIATION OF PHYSICISTS IN MEDICINE. Comprehensive QA for radiation
oncology: Report of AAPM Radiation Therapy Committee Task Group-40, Med. Phys. 21. [S.l.], p.
581-618. 1994.
4. AMERICAN ASSOCIATION OF PHYSICISTS IN MEDICINE. IMRT commissioning: Multiple
institution planning and dosimetry comparisons, a report from AAPM Task Group 119. [S.l.].
2009.
5. AMERICAN ASSOCIATION OF PHYSICISTS IN MEDICINE. Task Group 142 report: Quality
assurance of medical accelerators. [S.l.]. 2009.
6. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC
Nº 20, Regulamento Técnico para o funcionamento de serviços de radioterapia. [S.l.]. 2006.
7. COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Norma CNEN NN 6.10, REQUISITOS DE
SEGURANÇA E PROTEÇÃO RADIOLÓGICA PARA SERVIÇOS DE RADIOTERAPIA. [S.l.]. 2014.
8. AMERICAN ASSOCIATION OF PHYSICISTS IN MEDICINE. AAPM Code of Practice for
Radiotherapy Accelerators. [S.l.]. 1994.
9. AMERICAN ASSOCIATION OF PHYSICISTS IN MEDICINE. Code of practice for brachytherapy
physics: Report of the AAPM Radiation Therapy Committee Task Group No. 56. [S.l.]. 1997.
10. INTER-SOCIETY COUNCIL FOR RADIATION ONCOLOGY. Radiation Oncology in Integrated
Cancer Management. American College of Radiology. Reston, Virginia. 1986.
11. INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Normas básicas internacionales de seguridad para
la protección contra la radiación ionizante y para la seguridad de las fuentes de radiación,
Informes de Seguridad No. 115. Viena. 1997.
12. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Guide to the expression of
uncertainty in measurement, ISO/TA64/W63. Geneva. 1993.
13. INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIATION UNITS AND MEASUREMENTS. Determination of
absorbed dose in a Patient Irradiated by Beams of X or Gamma Rays in Radiotherapy Procedures,
ICRU Report 24. Bethesda, MD. 1976.
14. SVENSSON, G.K. Quality Assurance in external beams radiation therapy, RadioGraphics 9.
169- 182. 1989.
15. TEN HAKEN, R. K. E. A. Treatment planning issues relates to prostate movements in response
to differential filling of the rectum and prostate, Int. J. Radiat. Oncol. Biol. Phys. 20. [S.l.], p. 1317-
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17. AMERICAN ASSOCIATION OF PHYSICISTS IN MEDICINE. Phantoms and performance evaluation
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phantoms for magnetic resonance imaging, AAPM Rep. No. 28, American Institute of Physics.
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patient size and X-ray beam filtration for fan beam CT scanners, Application of optical
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21. DAY, M. J. . A. H. R. M. Cross sectional information and treatment simulation, in Radiation
Therapy Planning, ed. by Marcel Dekker. New York. 1983.
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