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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FELLIPE GUEIROS DE ALBUQUERQUE

RISCO DE CRÉDITO BANCÁRIO NOS CDB:


ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA PELO MÉTODO CAMELS DOS
EMISSORES QUE OFERECEM RENTABILIDADE BRUTA ACIMA DA TAXA DI

NITERÓI
2019
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FELLIPE GUEIROS DE ALBUQUERQUE

RISCO DE CRÉDITO BANCÁRIO NOS CDB:


ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA PELO MÉTODO CAMELS DOS
EMISSORES QUE OFERECEM RENTABILIDADE BRUTAACIMA DA TAXA DI

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade de
Administração e Ciências Contábeis,
como requisito parcial para obtenção do
grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora:
a a
Prof. Dr . Solange de Oliveira Roza da Cruz

NITERÓI
2019
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FELLIPE GUEIROS DE ALBUQUERQUE

RISCO DE CRÉDITO BANCÁRIO NOS CDB: ANÁLISE ECONÔMICO-


FINANCEIRA PELO MÉTODO CAMELSDOS EMISSORES QUE OFERECEM
RENTABILIDADE BRUTAACIMA DA TAXA DI

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade de
Administração e Ciências Contábeis como
requisito parcial para obtenção do grau
Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovado em de dezembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________
Prof.a Dra. Solange de Oliveira Roza da Cruz

_____________________________________________
Prof.ª. MSc. Luciana Rezende Thomaz dos Santos

_____________________________________________
Prof. Dr. Francisco Mario Fonseca de Asevedo
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida e por me dar resiliência para superar os obstáculos
e aqui chegar.
Agradeço especialmente aos meus pais e irmãos que sempre estiveram comigo, me
apoiando em todas as decisões, inclusive as mais difíceis.
Agradeço à minha noiva Thaís, que também me ajudou bastante nessa jornada e me
inspira a buscar o meu melhor.
Agradeço à minha orientadora que além de me dar o suporte necessário para eu
conseguir formular este trabalho, não mediu esforços para o aperfeiçoamento e por isso,
expresso a minha gratidão por ela.
Agradeço também a todos os professores que ao longo do curso contribuíram com
conhecimento e experiências necessários à minha formação.
Por fim, agradeço aos demais familiares, amigos e colegas de trabalho que de alguma
forma fazem parte desse momento.
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RESUMO

Tendo em vista que o investidor iniciante pode decidir investir em CDB de bancos
considerados pequenos ou pouco conhecidos, atraído pela rentabilidade superior do que a
normalmente oferecida pelos bancos de maior porte, pesquisa-se sobre a aplicabilidade da
análise pela metodologia Camels, a fim de avaliar a possibilidade de insolvência futura dos
bancos estudados, recomendando ou não o investimento nos CDB emitidos pelos bancos
avaliados. Para tanto, é necessário conhecer o mercado de investimentos em renda fixa no
Brasil, as características do produto de captação bancária CDB e os fundamentos que balizam
a análise das demonstrações contábeis pela metodologia Camels. A análise dos indicadores
aponta que o banco Renner consolida-se como o banco mais bem colocado entre os três
estudados em termos de pontuação geral da matriz Camels, com pontuação sempre próxima
ao benchmark. O banco Fibra apresenta uma pontuação que pode ser considerada
intermediária considerando-se os limites inferior e superior de pontuação e o banco Máxima
foi o banco pior avaliado pelo resultado da matriz Camels. Embora o resultado obtido para o
Banco Renner não indique risco visível de perdas para os investidores, essa análise pode ser
vista como um ponto de partida para estudos mais aprofundados, que levem em conta outros
fatores de risco para instituições financeiras.

Palavras-Chave: Camels. CDB. Análise das demonstrações. Investimentos.


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ABSTRACT

Given that the novice investor may decide to invest in CDBs of banks considered small or
little known, attracted by the higher return than normally offered by larger banks, research is
conducted on the applicability of the analysis by Camels methodology, in order to evaluate
the possibility of future insolvency of the studied banks, recommending or not the investment
in the CDBs issued by the evaluated banks. Therefore, it is necessary to know the fixed
income investment market in Brazil, the characteristics of the CDB bank funding product and
the fundamentals that guide the analysis of the financial statements by the Camels
methodology. The analysis of the indicators shows that Renner Bank is consolidated as the
best placed bank among the three studied in terms of the overall score of the Camels matrix,
with score always close to the benchmark. The Fibra bank has a score that can be considered
intermediate considering the lower and upper score limits. The Maxima bank was the worst
bank rated by the Camels matrix result. Although the result obtained for Banco Renner does
not indicate a visible risk of loss to investors, this analysis can be seen as a starting point for
further studies that consider other risk factors for financial institutions.

Keywords: Camels. CDB. Statement analysis. Investments.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 –Escala de avaliação dimensão “C” ........................................................................... 42


Figura 2 - Escala de avaliação dimensão “A” .......................................................................... 42
Figura 3 - Escala de avaliação dimensão “M” .......................................................................... 43
Figura 4 - Escala de avaliação dimensão “E” ........................................................................... 43
Figura 5 - Escala de avaliação dimensão “L” ........................................................................... 44
Figura 6 - Escala de avaliação dimensão “S” ........................................................................... 44
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Parâmetro resumido da métrica Camels ................................................................. 37


Quadro 2 - Tabela de indicadores selecionados X dimensões do Camels................................ 40
Quadro 3 - Peso dos atributos dos indicadores ......................................................................... 45
Quadro 4 - Peso das dimensões ................................................................................................ 46
Quadro 5 – Resultados dos indicadores .................................................................................... 47
Quadro 6 – Pontuação final dos indicadores ............................................................................ 49
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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Pontuação final dos bancos .................................................................................... 47


Gráfico 2 - Pontuação final da dimensão “C” .......................................................................... 49
Gráfico 3 - Pontuação final da dimensão “A” .......................................................................... 50
Gráfico 4 - Pontuação final da dimensão “M” ......................................................................... 51
Gráfico 5 - Pontuação final da dimensão “E”........................................................................... 52
Gráfico 6 - Pontuação final da dimensão “L”........................................................................... 53
Gráfico 7 - Pontuação final da dimensão “S” ........................................................................... 54
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEF – BRASIL Associação de Educação Financeira do Brasil


ANBIMA Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais
BACEN Banco Central do Brasil
BB Banco do Brasil
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
B3 Brasil Bolsa Balcão
CDB Certificado de Depósito bancário
CEF Caixa Econômica Federal
CETIP Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos
CMN Conselho Monetário Nacional
COSIF Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional
CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CVM Comissão de Valores Mobiliários
DI Depósitos Interbancários
DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
DRE Demonstração de Resultado do Exercício
FGC Fundo Garantidor de Crédito
FINTECH Empresa de Tecnologia do Setor Financeiro
IFRS Internacional Financial Reporting Standards
IOF Imposto sobre Operações Financeiras
IR Imposto de Renda
LCA Letras de Crédito do Agronegócio
LCI Letras de Crédito Imobiliário
LH Letras Hipotecárias
PIB Produto Interno Bruto
SBPE Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
SFN Sistema Financeiro Nacional
STN Secretaria do Tesouro Nacional
TR Taxa Referencial
UFIRS Uniform Financial Institutions Rating System
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 14

1.1 Problema de pesquisa ..................................................................................................... 16

1.2 Objetivos .......................................................................................................................... 16

1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 16

1.2.2 Objetivos específicos.................................................................................................. 16

1.3 Justificativa...................................................................................................................... 17

2. ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE O MERCADO FINANCEIRO .......................... 19

2.1 Mercado financeiro ......................................................................................................... 19

2.2 Tipos de investimentos financeiros ................................................................................ 20

2.3 Risco x retorno ................................................................................................................ 21

2.4 Risco de crédito ............................................................................................................... 22

2.5 Investimentos em renda fixa .......................................................................................... 23

2.5.1 CDB............................................................................................................................ 24

2.5.2 Poupança .................................................................................................................... 25

2.5.3 Tesouro Direto............................................................................................................ 26

2.5.4 LH, LCI E LCA .......................................................................................................... 27

2.5.5 Fundos de renda fixa .................................................................................................. 28

3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................................... 29

3.1 Balanço patrimonial ....................................................................................................... 29

3.2 Demonstração de resultado do exercício....................................................................... 30

3.3 Análise das demonstrações contábeis ............................................................................ 30


13

4. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................ 32

5. METODOLOGIA................................................................................................................. 35

5.1 Tipo de pesquisa .............................................................................................................. 35

5.2 Amostra............................................................................................................................ 37

5.3 Procedimentos da análise ............................................................................................... 39

5.3.1 Seleção dos indicadores e matriz de pontuação ......................................................... 39

5.3.2 Pontuação final da matriz camels ............................................................................... 46

6. RESULTADOS ..................................................................................................................... 47

6.1 Resultados dos indicadores ............................................................................................ 50

6.2 Pontuação final ................................................................................................................ 48

6.3 Análise da pontuação final na soma das dimensões..................................................... 50

6.4 Considerações sobre a pontuação segmentada nas dimensões ................................... 52

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 58

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 59


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1. INTRODUÇÃO

A educação financeira é um tema relevante para os diversos públicos e vem ganhando


ênfase nos últimos anos. Ela pode proporcionar ao indivíduo a cultura, desenvolvimento de
habilidades, comportamentos e atitudes importantes para o bom andamento da dimensão
financeira em sua vida. Pode ser um importante fator para o seu bem-estar e contribuir para o
desenvolvimento econômico e social do país (AEF BRASIL, 2018).
De acordo com os mapeamentos das iniciativas da Associação de Educação Financeira
do Brasil(AEF BRASIL, 2018), em 2018foi registrado um aumento de 72% no número de
iniciativas visando a educação financeira no país em relação ao mapeamento realizado em
2014 demonstrando o compromisso firmado com a inclusão financeira da população brasileira.
O crescimento da educação financeira abre as portas para o vasto e muitas vezes
desconhecido universo das aplicações financeiras. Graham (2017, p. 37) afirma que “ uma
operação de investimento é aquela que, após análise profunda, promete a segurança do
principal e um retorno adequado. As operações que não atendem a essas condições, são
especulativas”.
Neste trabalho, será efetuada uma breve conceituação acerca do Mercado Financeiro e
de renda fixa no Brasil, revisão da base teórica que fundamenta as técnicas de análise das
demonstrações contábeis através de indicadores, incluindo a análise de instituições financeiras
pela metodologia Camels e os respectivos trabalhos publicados sobre o tema.
O tipo de investimento que será usado como referência é o Certificado de Depósito
Bancário (CDB), que é um título de renda fixa cujo mecanismo de funcionamento pode ser
definido como um empréstimo que o investidor efetua para um banco. A remuneração desse
tipo título de crédito é realizada com juros pagos pela instituição financeira captadora dos
recursos.
Assaf Neto (2019, p. 89) declara que “o principal risco desses títulos é a insolvência da
instituição financeira emitente”, o que pode ser classificado como risco de crédito que nada
mais é do que a possibilidade de o banco tomador dos recursos deixar de restitui-los, nas
condições acordadas, ao aplicador.
Mais especificamente, será utilizado como referência para escolha dos bancos, o CDB
pós-fixado ofertado no mercado de renda fixa, com rendimento bruto seja superior a 115% da
taxa utilizada nos depósitos interbancários (taxa DI). Esses títulos são normalmente oferecidos
por bancos considerados “pequenos” e que precisam atrair investidores oferecendo a eles
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vantagens que não são encontradas em instituições financeiras de grande porte e que já contam
com o reconhecimento do grande público (VALORINVESTE, 2019).
Nesse contexto, emerge o interesse em avaliar o desempenho econômico-financeiro dos
bancos em que se pretende adquirir o CDB, o que será feito neste estudo, principalmente
através do levantamento das principais demonstrações contábeis de três bancos constituídos sob
a forma de Sociedade Anônima de capital fechado nos últimos três anos (2018,2017 e 2016), e
posterior análise dos índices que serão escolhidos sob o enfoque da metodologia americana
Camels (Capital, Assets, Management, Earnings, Liquidity, Sensivity), que foi desenvolvida em
1979 pelo Uniform Financial Institutions Rating System (UFIRS) para supervisionar o
desempenho econômico-financeiro das instituições financeiras daquele país, como um sistema
de rating.
Os ratings são “notas de crédito” emitidas por agências de classificação de risco sobre
a qualidade de crédito, as principais agências que fazem classificação de risco são a Standard &
Poor’s, Fitch e a Moody’s (EASYINVEST, 2019).
Com base nos critérios citados acima, as instituições financeiras selecionadas para o
estudo de caso referente ao presente trabalho foram os bancos Fibra S.A, Máxima S.A e banco
A. J. Renner S.A
Tal análise será efetuada utilizando um benchmark, que é um índice de referência para
avaliar o desempenho dos bancos estudados. Esse índice corresponderá à média aritmética
observada por três outros bancos reconhecidos e consolidados no mercado brasileiro para cada
indicador escolhido em relação ao período da análise.
Para compor o benchmark que será utilizado na análise, foram escolhidas instituições
financeiras com ampla estrutura e atuação em todas as regiões do país e internacionalmente,
são elas: banco Itaú Unibanco S.A, Banco Bradesco S.A e Banco Santander Brasil S.A.
Nesse sentido, surge o protagonismo das Demonstrações Contábeis como fonte
principal de informações pois, segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2011, p.
5),“As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e
financeira e do desempenho da entidade”.
Como limitação acerca das técnicas utilizadas para análise das Demonstrações
Contábeis, Iudicíbus (2012) considera relativa a análise efetuada por cada profissional contábil,
uma vez que, apesar de existirem cálculos basicamente formalizados, não há método científico
ou certificado que possa associar os índices de forma a se chegar em um diagnóstico
incontestável. Em outras palavras, dois profissionais que tenham acesso as mesmas
16

informações e quocientes podem chegar a resultados distintos sobre a situação econômico-


financeira da empresa em questão.
Além dessa parte introdutória, o estudo apresenta uma breve explanação a respeito do
mercado financeiro (capítulo 2), uma descrição das demonstrações contábeis (capítulo 3), uma
revisão de literatura dos trabalhos que versam a respeito da métrica utilizada (capítulo 4), a
metodologia utilizada (capítulo 5) e os resultados obtidos (capítulo 6). Por fim, são traçadas as
considerações finais (capítulo 7).

1.1 Problema de pesquisa

Através da contextualização surge o seguinte problema de pesquisa: Qual a


aplicabilidade da metodologia de desempenho Camels como ferramenta auxiliar à tomada de
decisão para investimento por pessoa física em CDB com rendimento acima de 115% da taxa
DI no que tange a mensuração do risco de crédito do banco emissor?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Demonstrar o desempenho econômico-financeiro de três bancos de pequeno porte ao


longo dos últimos três anos (2016, 2017 e 2018) empregando os indicadores elaborados sob a
ótica da metodologia Camels, comparando-os com o benchmark composto pelos três maiores
bancos privados do Brasil em volume de ativos, a fim de avaliar a possibilidade de insolvência.

1.2.2 Objetivos específicos

 Fazer um levantamento dos dados contábeis divulgados publicamente de seis bancos


atuantes no Brasil no período compreendido entre os anos 2016 e 2018 e selecionar
os indicadores que serão utilizados na análise para cada dimensão da metodologia
Camels.
17

 Calcular os resultados dos indicadores para todos os bancos estudados, estruturar


escalas de avaliação referenciadas no benchmark e apurar a pontuação final de cada
banco estudado.
 Estimar a performance de cada banco, se produz risco de crédito compatível e
aceitável para aconselhar ou desaconselhar o investimento em um CDB emitido por
cada instituição financeira estudada.

1.3 Justificativa

Na medida em que aumenta a concorrência no mercado financeiro e a diversidade de


aplicações disponíveis para o investidor pessoa física, torna-se cada vez mais importante que
ele detenha um acervo atualizado de informações e conhecimento relevantes a respeito de seus
investimentos (BTGPACTUAL, 2019).
Nesse contexto, cabe ressaltar a importância da análise das demonstrações contábeis
para potenciais investidores que estejam considerando a hipótese de aplicar recursos em
determinada instituição financeira. Sobre esse enfoque Iudicíbus (2012) afirma que:

“Numa economia de mercado bastante desenvolvida, uma razoável parcela dos


motivos que levam o investidor a adquirir ações da empresa A e/ ou da empresa B
reside nos resultados da análise realizada com relação aos balanços das empresas,
demais peças contábeis e avaliação das perspectivas do empreendimento”. (p.3).

Para os investidores avessos ao risco, os ativos de renda fixa mostram-se uma


alternativa razoável, frente aos de renda variável, como é o caso das ações, e as demonstrações
contábeis constituem um subsídio para auxiliar os investidores em suas escolhas também nos
ativos de baixo risco.
No que tange aos CDB, utilizando as plataformas digitais disponibilizadas pelas
corretoras, é possível saber o tipo de aplicação, emissor, rentabilidade nominal, data de
vencimento, e outras informações como imposto de renda (IR), imposto sobre operações
financeiras (IOF) e até mesmo o valor líquido estimado da aplicação no vencimento.
Todos esses dados somados à garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) que, em
caso de intervenção e posterior liquidação extrajudicial ou falência da instituição emissora do
título em questão, cobre atualmente o valor máximo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta
18

mil reais) para cada depositante de uma mesma instituição ou conglomerado, justifica a crença
comum que o investimento em CDB possui elevada segurança.
No entanto, quando se trata de CDB de bancos considerados pequenos ou pouco
conhecidos, nessas mesmas plataformas, o investidor não tem acesso a qualquer dado relevante
sobre o banco no qual vai aplicar o seu recurso e, muitas vezes é atraído pela rentabilidade
superior do que a normalmente oferecida pelos bancos de maior porte, pode ignorar o fato de
que se o banco “quebrar” e ficar insolvente, o pagamento da garantia não tem prazo previsto,
pois depende do envio da relação de credores pelo interventor ou liquidante, entre outros
procedimentos posteriores. Cabe ressaltar que no intervalo entre a falência do banco e o tempo
que o FGC leva para ressarcir o investidor, o dinheiro investido não é remunerado. Tal
circunstância pode ocasionar um custo de oportunidade alto pelo recurso que não está auferindo
rendimentos (FGC, 2019).
Segundo a corretora de valores mobiliários Rico (2018), o custo de oportunidade
significa resumidamente, o benefício que se perde por conta de uma determinada escolha
realizada.
Um exemplo recente de falência diz respeito ao Banco Neon, empresa de tecnologia do
setor financeiro (FINTECH) cuja liquidação extrajudicial foi decretada pelo Banco Central do
Brasil (BACEN) no dia 04/05/2018. O prazo de pagamento dos créditos objeto da garantia
ordinária pelo FGC se encerrou em 17/09/2018, ou seja, a totalidade da disponibilização dos
pagamentos para os credores somente foi alcançada praticamente após 4 meses e 13 dias
posteriores à data do decreto de liquidação extrajudicial(FGC, 2018).
O presente estudo auxiliará principalmente o investidor iniciante identificado com o
perfil conservador, na alocação dos recursos disponíveis para investimento, pois apresenta
ferramentas adequadas para serem aplicadas na análise de qualquer instituição financeira. Ele
fornece meios necessários para uma avaliação razoável da “saúde financeira” da instituição,
possibilitando inclusive prognosticar a respeito da solvência futura da empresa.
Outrossim, considerando uma análise bibliográfica, pode-se considerar que este estudo
possui aplicabilidade didática também, uma vez que reúne definições que podem ser utilizadas
para fins diversos.
19

2. ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE O MERCADO FINANCEIRO

2.1 Mercado financeiro

De acordo com Assaf Neto (2019), o mercado financeiro pode ser entendido como o
ambiente da economia onde todas as transações com moedas, títulos e participações de capital
são transacionados, subdividindo-se em quatro mercados:

 Mercado monetário
 Mercado de crédito
 Mercado cambial
 Mercado de capitais

O mercado monetário é essencial para a regulação do nível de liquidez da economia,


sendo responsável pelas taxas de juros fixadas pelas autoridades monetárias e pela formação da
taxa de juros da economia, nele, negociam-se principalmente os papéis emitidos pelo Tesouro
Nacional nos curtos e curtíssimos prazos.
O mercado de crédito busca principalmente suprir as necessidades de curto e médio
prazos dos diversos agentes econômicos participantes através de empréstimos, financiamentos
e concessão de crédito.
O mercado cambial concentra as operações compra e venda de moedas internacionais
conversíveis e reúne todos os agentes econômicos interessados em realizar transações com o
exterior.
O mercado de capitais assume papel de grande valia no desenvolvimento econômico por
ser o grande municiador de recursos permanentes para a economia ao efetuar a ligação entre os
que têm capacidade de poupança, denominados investidores, e aqueles que precisam de capital.
A respeito da formação, Assaf Neto (2019) conceitua o sistema financeiro como sendo
formado por instituições normativas, instituições especiais e instituições de intermediação.
As instituições normativas destacam-se pela atuação em prol da regulamentação e
fiscalização do mercado financeiro, com notoriedade para o Conselho Monetário Nacional
(CMN), e o BACEN.
20

As instituições especiais atuam como apoio ao sistema normativo e entidades


supervisoras do sistema financeiro nacional de diferentes formas, com destaque para o Banco
do Brasil (BB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa
Econômica Federal (CEF).
As instituições de intermediação financeira agem na transferência de recursos entre os
poupadores e tomadores, seguindo diretrizes estabelecidas pelo subsistema normativo,
contribuindo para realocação desses recursos na economia. Engloba as instituições financeiras
bancárias e não bancárias, instituições auxiliares, Sistema Brasileiro de Poupança e
Empréstimo (SBPE) e instituições não financeiras (ASSAF NETO, 2019).

2.2 Tipos de investimentos financeiros

Existem diversas opções para investir no mercado financeiro, de certa forma que o
investidor deve buscar meticulosamente as melhores aplicações de acordo com seu perfil e
pelas características oferecidas no produto (CERBASI, 2013).
Silvestre (2016)lista quais as características essenciais que definem toda e qualquer
aplicação financeira da seguinte forma:

 Rentabilidade: O valor que se ganha sobre o montante aplicado.


 Acessibilidade: O valor mínimo inicial ou aportes regulares para se ter acesso a
determinada aplicação.
 Segurança: Entende-se como a probabilidade de perda do capital investido (total
ou parcial) em determinada aplicação.
 Liquidez: É a facilidade com que se consegue resgatar o capital alocado em
determinada aplicação.
 Prazo de maturação: Trata-se do tempo que determinada aplicação demora para
poder alcançar a plenitude de seus resultados para o investidor.

Cada produto financeiro possui uma combinação própria das características


apresentadas, sendo comum a classificação dos ativos financeiros em dois grandes grupos
segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais
(ANBIMA, 2018):
21

 Instrumentos de renda fixa: Normalmente caracterizados por representarem uma


promessa de pagamento de uma parte para outra e por remunerarem o investidor
com juros. Sua peculiaridade reside no fato de que a taxa de juro pactuada é
definida na aquisição do título, seja ela atrelada a algum índice do mercado ou
não.
 Instrumentos de renda variável: São títulos que oferecem a seus detentores uma
participação no capital social de companhias, cuja rentabilidade depende de
elementos futuros, como o desempenho de uma empresa, no caso das ações. O
nome renda variável vem justamente da incerteza em relação aos ganhos futuros,
decorrentes da incerteza em relação ao futuro desse tipo de investimento.

Tendo em vista que os investimentos podem resultar em perdas, principalmente na


renda variável, é importante explicar um dos princípios básicos de finanças, que é a relação
entre risco e retorno.

2.3 Risco x retorno

Em termos práticos, as decisões de investimento não são tomadas em ambiente de total


certeza acerca dos resultados da empreitada, tornando-se imprescindível adicionar a variável
incerteza como um dos mais significativos elementos no estudo das operações do mercado
financeiro (PEREIRA, 2014).
Assaf Neto (2019) afirma que a forma de lidar com essa incerteza introduz ao estudo do
risco, que pode ser entendido como a capacidade de utilizar conhecimento das probabilidades
de ocorrência de determinados resultados a fim de mensurar a incerteza de uma decisão,
outrossim, o retorno de um ativo é definido como um ganho (ou perda) de um investimento
definido para um período de tempo.
O risco encontra-se intimamente ligado à rentabilidade, a ANBIMA (2018), afirma que
o retorno esperado de um investimento raramente coincide com aquele verificado ao término
do prazo da aplicação, dessa forma o risco pode ser representado pela variabilidade do retorno
do investimento e quantificado por meio de técnicas estatísticas.
Não há postura ideal para um investidor em relação ao risco, vai depender das
preferências do sujeito em relação ao conflito risco/retorno inerente a toda alternativa
financeira. A bem da coerência, entende-se que todo investidor irá escolher a alternativa com
22

menor risco para um dado retorno, ou a maior taxa de retorno para determinado risco(ASSAF
NETO, 2019).

Cerbasi (2013) debate sobre a importância do gerenciamento de riscos na escolha de


investimentos da seguinte forma:

“Riscos não devem ser evitados, mas sim administrados. Investidores, por sua vez,
não correm riscos, mas sim administram riscos. O melhor investimento para você será
aquele com o qual você se sinta mais à vontade para administrar e para buscar novas
informações. ” (p.89).

Portanto, a relação entre o risco e o retorno em um investimento é indissociável e, em


regra geral, quanto maior o risco de um investimento, maior será o retorno esperado dele
(ANBIMA, 2018).

2.4 Risco de crédito

O risco está presente em todas as operações do mercado financeiro, uma vez que, ainda
reduzida, sempre haverá a probabilidade de perda ou redução das receitas esperadas de um
investimento (CERBASI, 2013).
Chaia (2003, p. 1) define o risco de crédito como “a perda inesperada decorrente de erro
no processo de avaliação da probabilidade de inadimplência do agente contratante do negócio”.
Em títulos como o CDB, o correto pagamento dos juros e do principal devidos ao
investidor dependerá da saúde financeira do emissor. Dessa forma, tais produtos trazem para
seus investidores o risco de crédito da instituição financeira emissora que poderá incorrer em
inadimplência devido a problemas financeiros (ANBIMA, 2018).
Um dos fatores que atenua o risco de crédito em alguns títulos de renda fixa, é a
garantia oferecida pelo FGC, que, segundo a ANBIMA (2018, p. 25), “cobre valores investidos
por pessoa física ou jurídica, em cada conglomerado financeiro, até o limite de R$ 250.000,00
(sujeita a um limite total de R$ 1.000.000,00 em quatro anos)”.
23

2.5 Investimentos em renda fixa

De acordo com Vasconcelos e Forte (2019), a renda fixa pode ser entendida como a
compra de títulos do governo, bancos e demais empresas cuja remuneração será definida no
momento da aplicação.
Cerbasi (2013) declara que, diferentemente das aplicações que envolvem compra e
venda de títulos, a renda fixa sempre poderá ser entendida como um empréstimo, seja para o
governo através de títulos públicos, para empresas por meio de debêntures ou para os bancos,
mediante CDB.
Em geral, o potencial de rendimento proporcionado pelo investimento em renda fixa é
menor que os rendimentos de investimentos em renda variável, porém os riscos de perda
também são menores (BALTHAZAR; MORGADO; CABELLO, 2018, p. 39).
Os investimentos em renda fixa podem ser realizados por meio de instituições
financeiras e essas possuem diversas configurações no Brasil, podendo ser bancos comerciais
ou de varejo; bancos de investimentos; bancos de desenvolvimento e bancos múltiplos.
Os recursos aplicados em renda fixa podem ser remunerados de duas formas diferentes,
taxa pré-fixada ou taxa pós-fixada.
Na modalidade pré-fixada, o investidor já sabe no momento da aplicação quanto irá
receber no vencimento, pois a taxa que o corrigirá é fixa, enquanto os títulos pós-fixados têm os
seus rendimentos formados através de um índice de preços do mercado, acrescido de uma taxa
de juro pactuada no momento da aplicação (ASSAF NETO, 2019).
Entre as duas formas de remunerar o capital na renda fixa, Cerbasi (2013) concluiu que
a aplicação pós-fixada apresenta maior segurança pois em caso de inflação, o governo tende a
aumentar os juros para desaquecer a economia garantindo assim que, em caso de desequilíbrio
econômico, o patrimônio do investidor cresça e esteja mais protegido do que estaria caso
tivesse optado por um título semelhante com remuneração pré-fixada, que somente irá gerar
diferenciais positivos se a previsão de queda dos juros se concretizar.
Como dito anteriormente, os ativos de renda fixa possuem como característica comum o
baixo risco de perda, mas eles também apresentam características distintas entre si, que serão
elencadas no próximo item.
24

2.5.1 CDB

De acordo com o material de estudos da Associação Brasileira das Entidades dos


Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA, 2018), o CDB é um título de renda fixa privada
que representa um depósito a prazo efetuado por investidores numa instituição financeira,
podendo ser remunerado de forma pré-fixada ou pós-fixada.
Cerbasi (2013) argumenta a respeito da subsistência dos bancos pelos CDB da seguinte
forma:

“É através do CDB que fica claro que a sobrevivência de um banco depende da


credibilidade de que ele desfruta perante seus clientes. Sem captação de recursos, os
bancos não teriam dinheiro para emprestar nas operações de empréstimos e
financiamentos. Quanto maior a credibilidade do banco, mais os clientes depositam
seus recursos na instituição, mais ela consegue emprestar e, com isso, mais ela lucra e
se fortalece. É um mecanismo sensível que constrói gigantes da intermediação
financeira.”. (p.107).

Assaf Neto (2019) complementa que as emissões desses títulos se dão em função do
volume de crédito demandado pelos emissores e os recursos captados se destinam
principalmente a financiar capital de giro.
O capital de giro é o ativo circulante da empresa para arcar com os custos e despesas
fixos e variáveis, sua maior importância reside no fato de que ele representa o quanto a empresa
pode dispor para cumprir e sanar suas obrigações e contas (SANTOS, 2019).
De acordo com a Resolução do BACEN nº 3.454 de 30 de maio de 2007, as instituições
autorizadas por lei a emitir CDB são os bancos comerciais, de investimento, bancos múltiplos,
bancos de desenvolvimento e a CEF.
O emissor do CDB deve informar o prazo de vencimento do produto ofertado, ou seja, a
data exata em que o valor aplicado será devolvido juntamente com os juros remuneratórios
referentes ao período do investimento, sendo que a tendência é que quanto maior o prazo,
maior a rentabilidade oferecida, uma vez que a instituição financeira emissora disporá dos
recursos por mais tempo.
No CDB, os juros são calculados sobre o valor de principal em base diária considerando
que o ano possua 252 dias úteis e que a contagem de dias apenas leva em conta os dias
efetivamente decorridos (ANBIMA, 2018).
25

Grande parte das ofertas de CDB pós-fixados encontrados no mercado brasileiro, está
atrelada ao valor da taxa DI, que é o valor médio dos juros pagos por empréstimos no mercado
interbancário em um dia e normalmente costuma estar num patamar bem próximo aos juros
básicos da economia, a taxa Selic (CERBASI, 2013).

2.5.2 Poupança

A caderneta de poupança é a aplicação mais popular do mercado financeiro brasileiro,


ela conta com liquidez imediata, isenção de imposto de renda para pessoas físicas, baixo risco e
ainda possui excelente acessibilidade, uma vez que não há exigência de capital mínimo para
investir (ASSAF NETO, 2019).
Segundo a Rico (2019), o rendimento da poupança para valores aplicados até o dia 3 de
maio de 2012, é de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial(TR), independente da taxa Selic que
esteja em vigor, no entanto, para depósitos efetuados após essa data, vale a seguinte regra:

 Se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será 0,5% ao
mês mais a TR.
 Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será
70% da Selic mais a TR.

A respeito do cálculo de rendimentos, Assaf Neto (2019) esclarece que a poupança possui
uma “data de aniversário” que é o dia em que foi efetuado o depósito, de forma que os
rendimentos são calculados mensalmente e creditados sempre nessa data ao investidor.
Importante salientar que em caso de retiradas antes da data de aniversário, a caderneta de
poupança não paga nenhum rendimento sobre o recurso sacado.
A caderneta de poupança é considerada um investimento de baixo risco por também
apresentar proteção do FGC, como também acontece em outros instrumentos de renda fixa, no
entanto, no cenário atual de juros baixos, é possível encontrar outros investimentos de renda
fixa que possuem o mesmo risco da caderneta de poupança, mas que entregam rendimentos
superiores. (BALTHAZAR; MORGADO; CABELLO, 2018).
26

2.5.3 Tesouro Direto

O Tesouro Direto é uma plataforma que vem sendo desenvolvida pela Secretaria do
Tesouro Nacional (STN), cuja finalidade principal é viabilizar a compra e venda de títulos
públicos de renda fixa por pessoas físicas de forma direta e fracionada (SILVESTRE, 2016).
Assaf Neto (2019) apresenta dois grandes objetivos da emissão de títulos públicos:
servir como instrumento de execução da política monetária e financiar os déficits orçamentários
do governo.
Os títulos negociados via Tesouro Direto são amplamente negociados no mercado e
considerados os ativos mais líquidos e menos arriscados de todo o SFN, pois como a dívida
pública é em moeda nacional, o governo pode simplesmente imprimir moeda para dar resgate
aos títulos, caso necessário (FACCINI, 2011).
O Tesouro Direto (2019) cita as vantagens de investir em títulos públicos federais em
sua plataforma:

 Segurança: São os investimentos mais seguros da economia, pois são os únicos


garantidos de forma integral pelo Tesouro Nacional, sem limite de valor
aplicado. O próprio FGC mantém boa parte de suas reservas em títulos públicos
emitidos pelo Tesouro Nacional.
 Flexibilidade: Oferece para o investidor a opção que combina melhor com o seu
objetivo através de diferentes datas de vencimento, rentabilidades e forma de
fluxos de pagamentos.
 Baixo custo: A partir de aproximadamente R$ 30,00 (trinta reais) é possível
começar a investir no tesouro direto e os custos em taxas são a taxa de custódia
cobrada pela Brasil Bolsa Balcão (B3) que é de 0,25% ao ano e a taxa da
instituição financeira (que em média varia de 0 a 2%).
 Comodidade: No tesouro direto o investidor pode investir e resgatar todos os
dias, incluindo finais de semana e feriados, através do endereço eletrônico ou
aplicativo do tesouro direto, ou ainda, através de sua corretora/banco.
 Liquidez: Se o investidor precisar do valor aplicado antes do vencimento,
poderá resgatá-lo quando quiser uma vez que o tesouro direto possui liquidez
diária, muito embora as condições de rentabilidade mudem com o resgate antes
do prazo devido à recompra do título acontecer a preço de mercado.
27

2.5.4 LH, LCI E LCA

As Letras Hipotecárias (LHs) são títulos emitidos por instituições financeiras que atuam
com crédito imobiliário e normalmente, os recursos obtidos com a colocação das LHs lastreiam
financiamentos já concedidos. As remunerações das LHs costumam ser prefixadas, vinculadas
ao CDI, ou taxa de juros mais a TR, que no momento está zerada (ASSAF NETO, 2019).
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) são um dos instrumentos de renda fixa que
mais cresceram nos últimos anos, representando fonte de recursos para o setor imobiliário, pois
possui como o lastro crédito imobiliário
A remuneração das LCIs pode ser por taxa pré ou pós fixada e, apesar de não poder ser
resgatada a qualquer momento, a LCI pode ser negociada no mercado secundário de acordo
com a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (CETIP, 2019).
Assaf Neto (2019) explica que a principal diferença entre a Letra Hipotecária e a Letra
de Crédito Imobiliário é que a primeira tem a garantia do lastro imobiliário hipotecário,
enquanto a LCI, possui vantagens em relação a todos os ativos da sociedade, ou pode ser
garantida pelo governo quando emitida pela CEF.
Segundo a CETIP (2019), as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) são títulos
emitidos por instituições financeiras e estão vinculados a direitos creditórios de negócios entre
produtores rurais e outros participantes do agronegócio. Oferece como garantia adicional, o
lastro da operação de crédito a qual está vinculada.
A respeito desses três instrumentos, Cerbasi (2013) complementa que:

“O diferencial desse tipo de título não está na rentabilidade, mas sim no fato de
os rendimentos serem totalmente isentos de Imposto de Renda para a pessoa física,
como acontece na Caderneta de Poupança. Isso acontece porque os recursos captados
por meio desses tipos de títulos são utilizados exclusivamente para fins de
financiamento de imóveis (LHs e LCIs) ou do agronegócio (LCAs), o que motiva o
incentivo fiscal por parte do governo, a título de estímulo à construção de moradias e
empreendimentos e expansão da atividade agrícola.”. (p.113).

Cabe ressaltar que os três tipos de investimentos citados acima são protegidos pelo
FGC nas mesmas condições que o CDB.
28

2.5.5 Fundos de renda fixa

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM, 2014), define os fundos de investimento


como “a comunhão de recursos constituída sob a forma de condomínio destinado à aplicação
em ativos financeiros” (p.7).
O fundo de investimento é formado por depósitos de grande número de investidores
(cotistas), tal concentração, traz vantagens principalmente para o pequeno investidor, que
possui baixo volume individual de capital disponível para aplicar (ASSAF NETO, 2019).
Assaf Neto acrescenta ainda que, entre as vantagens de aplicar em fundos de
investimento, estão a comodidade de ter uma administração profissional dos recursos investidos
sem necessidade de compreender técnicas de análise mais sofisticadas, e a obtenção de
condições mais favoráveis de negociação do que teriam os cotistas se resolvessem atuar
isoladamente no mercado.
Os fundos de renda fixa devem obrigatoriamente aplicar pelo menos 80% de seus
recursos em ativos de renda fixa, podendo incluir na carteira alguns títulos que apresentem
maior risco de crédito e também utilizar derivativos tanto para proteção quanto alavancagem da
carteira. Portanto, o principal fator de risco desse tipo de fundo é a variação da taxa de juros ou
índice de preços (CVM, 2014).
Cerbasi (2013) orienta a respeito da segurança das aplicações em fundos de renda fixa:

“A aparente segurança oferecida por fundos de renda fixa é limitada. Para


surpresa de muitos, é importante destacar que o investimento em renda fixa não está
livre de perdas. Para saber se seu fundo de renda fixa é seguro ou não, você deveria
solicitar a seu banco uma descrição da carteira de investimentos do fundo, ou seja,
uma relação de em que esse fundo investe seus recursos. ” (p.116).

Ainda sobre a performance dos fundos de renda fixa, Cerbasi complementa que após
definida a estratégia que será seguida, as diferenças de desempenho dos fundos serão
verificadas basicamente através de dois aspectos: taxa de administração competitiva e boas
escolhas de prazos de vencimento pelo gestor do fundo.
É importante acrescentar que os Fundos de Investimento não têm proteção do FGC, no
entanto, eles não são afetados pela falência de uma instituição financeira que os administre,
pois, seus patrimônios não se confundem, o que de certa forma restringe o risco desse
instrumento aos investimentos (e seus retornos) tomados pelo fundo (BTG PACTUAL, 2018).
29

3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As demonstrações contábeis constituem a base para avaliação dos investidores a


respeito da opção de aplicação de seus recursos e seu estudo é imprescindível neste trabalho.
Os relatórios contábeis são formados por dados coletados pela contabilidade
apresentados periodicamente de forma ordenada e resumida em consonância com as
necessidades dos seus usuários, os relatórios que tem sua publicação exigida na legislação
brasileira são conhecidos como demonstrações contábeis ou demonstrações financeiras
(MARION, 2009).
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC, 2011) registra que o objetivo das
demonstrações contábeis reside em atender um elevado número de usuários em suas avaliações
e decisões econômicas através de informações sobre a posição patrimonial e financeira da
entidade, além de objetivar também demonstrar o resultado da atuação da administração em
face da missão de gerir os recursos que lhe foram confiados.
Dentre as principais demonstrações contábeis, destacam-se para fins de análise
econômico-financeira, o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício.

3.1 Balanço patrimonial

Segundo Marion (2009),o balanço patrimonial é o relatório contábil mais importante


apurado pela contabilidade, possui a finalidade de apresentar a situação patrimonial da empresa
em dado momento, dentro de determinados critérios de avaliação.
Constitui-se em duas colunas: a que fica do lado esquerdo denomina-se ativo, enquanto
a coluna do lado direito é chamada de passivo e patrimônio líquido. No ativo, as contas são
apresentadas em ordem decrescente de liquidez, ou seja, em primeiro lugar são apresentadas as
contas que podem mais rapidamente ser convertidas em disponibilidades, enquanto no passivo,
as contas cuja exigibilidade ocorre antes é que são classificadas em primeiro lugar.
A expressão balanço decorre justamente da igualdade entre as aplicações (ativo) e
origens dos recursos (passivo e patrimônio líquido), de forma análoga a uma balança
equilibrada, enquanto a expressão patrimonial decorre do patrimônio da empresa, conjunto de
bens, direitos e obrigações (IUDICÍBUS, 2012).
A grande importância do balanço consiste na forma em que ele mostra as aplicações de
recursos da entidade e quanto desses recursos são devidos a terceiros, evidenciando assim a
30

liquidez, endividamento, parcela de capital próprio utilizada, entre outros enfoques que forem
pertinentes (IUDICÍBUS, 2010).

3.2 Demonstração de resultado do exercício

Marion (2009) conceitua a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) como um


extrato ordenado referente a despesas e receitas de uma entidade em determinado período,
apresentado de forma dedutiva, ou seja, das receitas são subtraídas as despesas e no final, o
resultado é determinado (lucro ou prejuízo).
O objetivo da DRE é fornecer aos usuários das demonstrações contábeis, os dados
básicos e essenciais da formação do resultado do exercício.
O lucro ou prejuízo apontado nessa demonstração, pode ser denominado lucro dos
acionistas, pois estão deduzidos todas as despesas e participações sobre os lucros a outros que
não os acionistas, de forma que o lucro líquido indicado na DRE é o valor final que será
adicionado ao patrimônio líquido da entidade, pertencendo aos acionistas ou distribuído como
dividendo (IUDICÍBUS et al., 2010).
A demonstração do resultado do exercício tem grande relevância para a análise
econômica e financeira da empresa, pois evidencia os fatores que influenciaram a empresa a
obter lucro ou prejuízo no exercício, possibilitando a tomada de decisões.

3.3 Análise das demonstrações contábeis

A análise das demonstrações contábeis é caracterizada como o ofício de saber extrair


relações úteis dos relatórios contábeis, suas ramificações e detalhamentos, se for o caso, para
alcançar um objetivo econômico que for necessário (IUDICÍBUS, 2012).
De Godoi et al.(2016, p. 53) escreveram que o objetivo da análise das demonstrações
Financeiras para as empresas é “fornecer informações para o processo decisório dos usuários da
informação contábil-financeira, tornando assim possível conhecer o desempenho histórico e
inferir acerca de suas perspectivas futuras”.
Segundo Iudicíbus (2012), a análise de balanços, como assim também é chamada a
análise das demonstrações contábeis, encontra seu ápice no cálculo e avaliação do significado
dos indicadores contábeis, pois estes tem como finalidade permitir ao analista extrair
tendências e comparar os quocientes com padrões estabelecidos ou seja, além de demonstrar o
31

que aconteceu no passado da entidade, os indicadores também são usados para inferir o que
pode acontecer no futuro.
Dessa forma, várias razões podem ser mencionadas que justificam a utilização das
demonstrações financeiras para análise de uma entidade como análise da rentabilidade e
lucratividade, perspectivas, solvência financeira, investimento de capital, entre outras.
A metodologia Camels, utilizada neste trabalho, tem como principal fonte de
informações as demonstrações contábeis, e tem sido objeto de estudos realizados por diversos
autores com enfoques variados, como comprova a revisão de literatura apresentada no capítulo
4.
32

4. REVISÃO DE LITERATURA

Carreiro e da Cunha(2008), analisaram o desempenho econômico-financeiro de um


banco cooperativo e sua regularidade ao longo de cinco anos utilizando a metodologia Camel,
nesse caso, não houve menção à dimensão “S” de sensibilidade ao risco de mercado. Para
efetuar a análise, os autores citados criaram uma matriz de pontuação com escalas de avaliação
visando facilitar a tomada de decisão pelos gestores da empresa de forma que se pôde
classificar cada indicador como péssimo, ruim, bom ou ótimo, bem como atribuir pesos
diferentes para cada dimensão da metodologia Camel de acordo com a estratégia que foi
pretendida adotar para a empresa frente ao momento atual.
Na pesquisa citada, os autores registraram que a metodologia Camel se mostrou uma
ferramenta útil para a análise do desempenho econômico-financeiro do BANCOOB, pois
contempla uma visão mais abrangente de análise da empresa, agregando 5 (cinco) dimensões
diferentes e cruciais para a gestão em uma única matriz. A respeito da análise, os pesquisadores
notaram regularidade no comportamento do desempenho dos indicadores do BANCOOB ao
longo dos cinco anos estudados com destaque na tendência de crescimento no gerenciamento e
estabilidade observada no que tange a liquidez.
Resende (2012), por exemplo, utilizou a metodologia Camel para verificar a situação
econômica financeira e se houve alteração na estrutura de propriedade do banco Itaú Unibanco
antes e depois da fusão, no período compreendido entre janeiro de 2002 até dezembro de 2011.
Através da análise descritiva, executou testes estatísticos para apontar a influência que a
mudança de propriedade teve sobre cada indicador estudado, além de comparar os indicadores
da nova instituição com o principal concorrente.
Os resultados da pesquisa do autor supracitado indicaram que o banco Itaú apresentou
performance inferior ao banco Unibanco em quase todos os períodos analisados, no entanto, foi
verificada grande oscilação dos indicadores em comparação com seus principais concorrentes
no período que antecedeu a fusão. Além disso, após a mudança de propriedade foi observada
uma constância maior nos resultados apresentados, ainda que tais resultados não tenham
atingido os melhores ápices de desempenho dos dois bancos que originaram o Itaú Unibanco.
A Fipecafi (2013) realizou um estudo no qual buscou verificar se os indicadores
econômico-financeiros de dezoito bancos brasileiros apresentaram distorções após serem
calculados a partir de dois padrões distintos de demonstrações contábeis utilizados no país para
instituições financeiras: o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional
(COSIF) e as IFRS.
33

No estudo da Fipecafi, os indicadores foram calculados segundo a metodologia Camels


e aplicados aos bancos que divulgaram os dois conjuntos de demonstrações contábeis, no
período de 2010 e 2011 e como resultado, em termos gerais, os testes empíricos demonstraram
o efeito do uso de modelos contábeis diferentes nos indicadores escolhidos. Em grande parte
dos blocos analisados foi possível observar diferenças estatisticamente significativas entre as
médias e/ou medianas dos indicadores demonstrando, portanto, como a mesma realidade
estrutural de um banco pode apresentar informações diferentes pelo fato de ser observada sob
mais de uma perspectiva através de fundamentos distintos no reconhecimento, mensuração e
evidenciação de eventos econômicos idênticos.
De Godoi et al.(2016), avaliaram se um conjunto de variáveis dependentes relacionadas
aos fundamentos macroeconômicos e ao acrônimo Camels contribuíram, de forma
estatisticamente significativa, como determinantes do desempenho do retorno das ações
ordinárias do Banco do Brasil, Bradesco e Itaú-Unibanco, no período entre março de 2010 a
março de 2015, utilizando um modelo de regressão múltipla.
No trabalho supracitado, os autores concluíram que as variáveis macroeconômicas:
Produto Interno Bruto (PIB), Câmbio, Juros, Inflação e o Risco País (EMBI+) evidenciaram
não influenciar de forma sistemática o retorno das ações ordinárias dos bancos para o período
analisado. Por outro lado, os autores observaram que o índice de ações incorpora de forma
eficaz as mudanças macroeconômicas e outras divulgações de relevância que influenciam os
fluxos futuros de caixa das empresas.
Brandão e Coelho (2016) investigaram a relação existente entre o desempenho
econômico-financeiro e estrutura de propriedade de 18 bancos listados na BM&FBovespa
(atualmente denominada B3), utilizando informações trimestrais no período compreendido
entre 2010 e 2012. Para a análise do desempenho bancário, foram escolhidos 24 indicadores
referentes aos seis blocos propostos pela metodologia Camels de acordo com apreciação de
estudos anteriores que abordaram a metodologia Camels no mercado brasileiro, realizando em
seguida análise fatorial para identificar um potencial elemento, que explicasse em conjunto, o
desempenho dos bancos estudados a partir dos indicadores selecionados.
Os autores apontam que os aspectos relativos à propriedade e ao controle dos bancos
amostrados têm associação com seu desempenho econômico-financeiro. O aspecto que mais
influenciou o desempenho econômico-financeiro no que tange a estrutura da propriedade foi a
identidade do controlador do banco, indicando a importância das diferentes estratégias destes
grupos para a análise do desempenho bancário. O estudo dos autores citados acima mostra que
a pressão do mercado e maior regulação estatal não chega a obstruir a influência das
34

características de estrutura de propriedade no desempenho econômico-financeiro de bancos


listados na BM&FBovespa.
Por último, Magro, Michels e da Silva (2017) utilizaram o modelo Camels para estudar
a eficiência das 25 maiores cooperativas de crédito brasileiras segundo ranking do BACEN,
aplicando análise fatorial, análise envoltória de dados e frequência absoluta para a análise dos
dados.
O estudo desses autores aponta que o modelo Camels pode servir de base para medir a
eficiência das cooperativas de crédito inclusive podendo ser útil para antever insolvência futura
e sobre a análise efetuada, os autores concluem que 76% das cooperativas avaliadas no período,
foram eficientes.
35

5. METODOLOGIA

5.1 Tipo de pesquisa

A respeito de metodologia, Marconi e Lakatos (2003, p. 83) conceituam método como


sendo “O conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e
economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o
caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”.
Para analisar a situação econômico-financeira dos bancos selecionados, a presente
pesquisa é delineada como descritiva quanto ao objetivo, pois segundo Gil (2010), as pesquisas
descritivas podem ser efetuadas a fim de indicar relações entre variáveis e estudar as
particularidades de um grupo. Para atender aos objetivos estabelecidos e responder ao problema
de pesquisa foi necessário descrever as características dos indicadores selecionados para os
bancos analisados e para os bancos que serviram como benchmark, bem como, compará-los
entre si, utilizando a metodologia Camels.
Quanto aos procedimentos de pesquisa, foram utilizadas as pesquisas bibliográfica e
documental. Marconi e Lakatos (2003, p. 158) conceituam a pesquisa bibliográfica como sendo
“ Um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por
serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema”.
Nesse sentido, a pesquisa bibliográfica se norteia no conteúdo já publicado a respeito do
tema, seja em material impresso como jornais e revistas, ou outros meios de veiculação de
informações como a internet, por exemplo, enquanto a pesquisa documental, apesar de também
utilizar-se de dados já existentes, tem como diferença principal a natureza das fontes utilizadas
pois, vale-se de vários tipos diferentes de documentos elaborados com finalidades diversas tais
como documentos institucionais, documentos jurídicos e registros estatísticos. (GIL, 2010).
Para o tratamento das informações contábeis divulgadas nos endereços eletrônicos de
cada banco estudado, foi utilizada abordagem quantitativa que costuma ser realizada no campo
da ciência econômica e geralmente envolve procedimentos estatísticos diversos, observando
assim, certa semelhança com os levantamentos. (GIL, 2010). Já o procedimento de análise dos
indicadores pela metodologia Camels, segue abordagem qualitativa, que é mais subjetivo e
engloba examinar e refletir as percepções para obter conhecimento sobre atividades sociais e
humanas.
36

De acordo com Freund (2006), tudo que envolve, mesmo que de forma diminuta, coleta,
processamento, interpretação e apresentação de dados pertence ao domínio da estatística.
Para calcular o benchmark que baliza os resultados dos bancos analisados, foi utilizado
o cálculo da média aritmética para cada indicador, dos três bancos selecionados para compor o
mesmo.
Dessa forma, a presente pesquisa envolve procedimentos estatísticos ao levantar dados
das demonstrações contábeis dos bancos, calcular os valores dos indicadores selecionados pela
metodologia Camels e estabelecer escalas para comparar e interpretar resultados de formas
variadas.
Neste trabalho foi feito um estudo para bancos de pequeno porte e de capital fechado
que oferecem taxas de remuneração em CDB muito acima dos bancos de grande porte,
utilizando a metodologia Camels.
Para tal, foi realizado um levantamento das informações contábeis publicadas e
disponibilizadas pelos bancos estudados em seus respectivos sites. Em seguida, foi realizada a
escolha dos indicadores de desempenho econômico-financeiro recomendados pelos estudiosos
da metodologia Camels para cada dimensão da análise, conforme consta no Quadro 2,
procedendo-se então, ao cálculo dos respectivos indicadores para todos os bancos estudados.
De posse dos valores relativos aos indicadores de cada banco, determina-se o
benchmark do estudo como sendo a média aritmética obtida em cada indicador dos bancos
Unibanco S.A, Bradesco S.A e Santander Brasil S.A, dividida em quartis, resultando em 5
(cinco) atributos a serem conferidos aos indicadores: Péssimo, Ruim, Mediano, Bom e Ótimo,
conforme sugere Carreiro e da Cunha (2008).
Em seguida foram atribuídos pesos, em forma de percentuais, para cada dimensão. A
pontuação final foi obtida ponderando-se a nota obtida no atributo com o peso da dimensão do
indicador.
Quando esses procedimentos foram efetuados para todos os indicadores de todas as
dimensões, a pontuação final da matriz Camels foi alcançada e expressa em números absolutos,
possibilitando a análise a partir da pontuação final obtida na soma da pontuação de todas as
dimensões, e também, a partir da pontuação apurada separadamente de cada dimensão.
O acrônimo Camels está relacionado às primeiras letras de cada dimensão de análise de
desempenho econômico-financeiro que será utilizada, conforme o Quadro 1 a seguir:
37

Quadro 1: Parâmetro resumido da Métrica Camels

Métrica Camels
O nível de capital mantido numa instituição financeira deve
Capital Adequacy guardar relação com a natureza e a extensão dos riscos
C (Adequação de assumidos, além de estar em conformidade com a capacidade de
capital) gerenciamento e controle de tais riscos (MIRANDA, 2008).

Esta dimensão consiste em avaliar as provisões constituídas em


Asset Quality
razão de possíveis perdas nas exposições ativas e os impactos
A (Qualidade dos
que eventuais deficiências de provisão acometeriam sobre a base
ativos)
de capital (RESENDE, 2012).
Relaciona-se com a eficiência e adequação às exigências dos
Management
órgãos reguladores através de mecanismos de controle e
M (Gestão)
gerenciamento na obtenção de um bom andamento nos negócios
do banco (DE GODOI et al., 2016).
A obtenção de bons resultados constantemente estabelece a
Earnings capacidade do banco em criar valor, absorver eventuais perdas e
E (Resultados) suportar estratégias de expansão, no entanto, na avaliação dos
resultados deve ser considerada também a qualidade do
resultado apresentado (DE GODOI et al., 2016).
Esta dimensão se relaciona com a facilidade que a instituição
possui para converter ativos em moeda corrente ou captar
Liquidity (Liquidez)
L financiamento no curto prazo para cumprir suas obrigações com
terceiros, sem, no entanto, inviabilizar as suas perspectivas de
continuidade (RESENDE, 2012).
Sensivity to market Os indicadores dessa dimensão, se relacionam com os aspectos
risk de risco do mercado como flutuações na taxa de câmbio e taxas
S
(Sensibilidade ao de juros, preços das commodities e os preços das ações.
risco de mercado) (MIRANDA, 2008).
Fonte: Adaptado (DE GODOI et al., 2016)

5.2 Amostra

Para a composição da amostra, foram selecionados bancos que oferecem o produto


bancário CDB com vencimento no mês de outubro de 2023 (médio prazo) com uma taxa de
rentabilidade nominal acima de 115% da taxa DI, considerada atrativa para o investidor
iniciante. A seleção foi efetuada utilizando a plataforma eletrônica de busca de investimentos
da corretora “Easynvest - Título Corretora de Valores S.A” por apresentar maior número de
ofertas em relação às outras corretoras.
Em consulta, realizada no dia 5 de agosto de 2019, de um total de 8 bancos que
pagavam pela captação de recursos, taxas superiores a 100% da taxa DI, a escolha se deu sobre
os três bancos que ofereciam a maior taxa de remuneração, quais sejam:
38

 Banco Fibra S.A: Banco múltiplo com sede na cidade de São Paulo-SP, fundado
no ano de 1988, controlado pelo Grupo Vicunha, que detém 100% da participação
em seu capital. Atua em nível nacional e concentra seus negócios em dois
segmentos: agronegócio e corporativo. O banco fibra oferecia CDB com
rentabilidade nominal de 116,5% da taxa DI.
 Banco Máxima S.A: Banco comercial com sede na cidade do Rio de Janeiro-RJ,
fundado no ano de 1984. Atua com foco no mercado imobiliário, especialmente na
concessão de crédito com garantia imobiliária, compra de recebíveis imobiliários e
financiamento, principalmente para pessoas físicas e empresas do setor de
construção civil. O banco Máxima oferecia CDB com rentabilidade nominal de
123% da taxa DI.
 Banco A. J. Renner S.A: Banco múltiplo com sede na cidade de Porto Alegre-RS,
fundado no ano de 1981. O foco de atuação são as operações de financiamento de
veículos, operações de crédito de capital de giro, desconto de títulos e crédito
consignado privado. O banco Renner oferecia CDB com rentabilidade nominal de
116% da taxa DI.

Outrossim, os bancos escolhidos para referenciar o benchmark são brevemente


apresentados da seguinte forma:

 Itaú Unibanco S.A: Banco múltiplo com sede na cidade de São Paulo - SP,
criado em 4 de novembro de 2008 a partir da fusão entre o Banco Itaú e o
Unibanco, duas das maiores instituições financeiras do país, resultando no maior
conglomerado financeiro do hemisfério sul. Segundo o Departamento
intersindical de estatística e estudos socioeconômico (DIEESE, 2019), o Itaú
Unibanco é atualmente o maior banco do Brasil em ativos totais e patrimônio
líquido, além de também registrar o maior lucro líquido entre os bancos do país
no ano de 2018.
 Banco Bradesco S.A: Banco múltiplo com sede na cidade de Osasco-SP, o
Bradesco foi fundado em 1943 e hoje conta com mais de 71 milhões de clientes
em todo o Brasil, figurando como o segundo maior banco privado do Brasil em
número de ativos (DIEESE, 2019).
39

 Banco Santander Brasil S.A: Banco múltiplo em atividade no Brasil desde 1982,
com sede na cidade de São Paulo-SP. O Santander é o terceiro maior banco
privado do Sistema Financeiro Nacional em ativos, sendo parte integrante do
Grupo Santander, de origem espanhola, que é o principal conglomerado
financeiro da zona do euro e que tem grande presença na América Latina
(DIEESE, 2019).

Logo, o estudo foi baseado nos Balanços Patrimoniais e Demonstrações de Resultado do


Exercício consolidados dos bancos Fibra S.A, Máxima S.A, A. J. Renner S.A, Unibanco S.A,
Bradesco S.A e Santander Brasil S.A, nos anos de 2016, 2017 e 2018, com utilização das notas
explicativas constantes nos relatórios, por estes refletirem adequadamente a situação atual das
empresas, além de apresentar as informações necessárias para o cálculo dos índices. Os dados
foram recolhidos através das publicações das demonstrações contábeis constantes no site de
cada instituição financeira estudada.

5.3 Procedimentos da análise

5.3.1 Seleção dos indicadores e matriz de pontuação

Foram utilizados os cinco passos estabelecidos por Carreiro e da Cunha (2008) para
compor a matriz de pontuação que municia a tomada de decisão pelo investidor, tendo em vista
a formação de um rating a partir da ponderação dos indicadores econômico-financeiros
organizados nas seis dimensões citadas. São eles:

Passo 1: Escolha dos indicadores:

Carreiro e da Cunha (2008) revelam que o procedimento de vinculação de indicadores


às dimensões do método Camel (que omite o “s” por não levar em consideração a dimensão
“sensibilidade ao risco de mercado”) não especifica quantidade previamente definida ou fixa no
que diz respeito à quantidade de indicadores em cada dimensão, cabendo ao analista definir se a
quantidade escolhida é satisfatória para a análise do desempenho da empresa de acordo com os
objetivos da análise.
40

Os indicadores de desempenho econômico-financeiro foram selecionados a partir da


apreciação de estudos anteriores que abordaram a metodologia Camels para análise de
instituições financeiras no país e levando-se em conta o enfoque dado a resolução do problema
de pesquisa proposto neste trabalho, conforme segue no Quadro 2:

Quadro 2: Tabela de Indicadores selecionados X dimensões do Camels


Dimensão Nome do Indicador Fórmula Referência
Razão entre o
Índice de Basiléia Patrimônio de
(IB) referência e os Ativos (CARREIRO;
ponderados pelo risco. DA CUNHA,
C Índice de Razão entre a soma dos 2008)
Imobilização Ativos permanentes e
(Capital) (II) o Patrimônio Líquido.
Grau de
Razão entre o
Independência
Patrimônio Líquido e
Financeira
os Ativos Totais.
(IndFin)
Razão entre as (FIPECAFI,
Qualidade das provisões constituídas 2013)
Operações de para as operações de
Crédito crédito e o somatório
A
(QCred) da carteira das
operações de crédito.
(Asset
Razão entre a soma das
Quality)
Grau de operações de crédito
(MIRANDA,
Inadimplência vencidas e a soma da
2008)
(In) carteira de operações
de crédito.
Razão entre as Receitas
Índice de cobertura de prestação de (BRANDÃO;
das Despesas serviços e o montante COELHO,
M
(ID) de despesas 2016)
operacionais
(Management)
Razão entre as receitas (CARREIRO;
Índice de eficiência
operacionais e as DA CUNHA,
(IE)
despesas operacionais 2008)
Retorno sobre o Razão entre o
Patrimônio Líquido Resultado líquido e o
(RSPL) Patrimônio Líquido.
Retorno sobre os Razão entre o
E
ativos totais Resultado líquido e os (FIPECAFI,
(RSA) Ativos totais. 2013)
(Earnings)
Razão entre o
Margem Líquida Resultado líquido e a
(ML) Receita de
intermediação
41

financeira.
Razão entre as
Grau de participação
operações de crédito
dos empréstimos
líquidas de provisão e a
(PEmp)
soma dos ativos.
L
Razão entre o Ativo
Circulante + Realizável (CARREIRO;
(Liquidity) Índice de Liquidez
a Longo Prazo e o DA CUNHA,
geral (ILG)
Passivo Circulante + 2008)
Exigível a Longo Prazo
Razão entre o passivo
circulante + passivo
Alavancagem
exigível a longo prazo (DE GODOI
Financeira
S e o Patrimônio et al., 2016)
(AF)
Líquido.
(Sensivity to
Market risk) (MAGRO;
Exposição do Ativo Razão entre os valores
MICHELS;
à variação de mobiliários em carteira
DA SILVA,
mercado (MKCA) e o Ativo total.
2017)
Fonte: Adaptado (BRANDÃO; COELHO, 2016; CARREIRO; DA CUNHA, 2008).

Passo 2: Escolha dos atributos:

A fim de compor o padrão de mercado para balizar a definição dos atributos de


desempenho, foram calculados também os mesmos índices para os três maiores bancos
privados do país em número de ativos: Bancos Unibanco S.A, Bradesco S.A e Santander Brasil
S.A.
Desse modo, o benchmark consistirá na média aritmética obtida em cada indicador
desses bancos, que será dividido em quartis, resultando em 5 (cinco) atributos a serem
conferidos aos indicadores: Péssimo, Ruim, Mediano, Bom e Ótimo (BERNARDINO et al.,
2017; CARREIRO; DA CUNHA, 2008).

Passo 3: Definição das escalas de avaliação

Este passo consiste em construir escalas de avaliação para enquadrar cada indicador no
respectivo atributo, de acordo com o benchmark encontrado. As escalas de avaliação para cada
dimensão estão descritas nas figuras a seguir:
42

Figura 1: Escala de avaliação dimensão "C"

Fonte: o autor

Figura 2: Escala de avaliação dimensão "A"

Fonte: o autor
43

Figura 3: Escala de avaliação dimensão "M"

Fonte: o autor

Figura 4: Escala de avaliação dimensão "E"

Fonte: o autor
44

Figura 5: Escala de avaliação dimensão "L"

Fonte: o autor

Figura 6: Escala de avaliação dimensão "S"

Fonte: o autor
45

Passo 4: Definição dos pesos dos atributos

Esse passo consiste na quantificação de cada atributo através de pontos que serão
usados para classificação final ponderada dos indicadores, conforme Quadro 3 abaixo:

Quadro 3: Peso dos atributos dos indicadores


Atributo Valor / Peso
P – Péssimo 5 pontos
R - Ruim 10 pontos
M - Mediano 15 pontos
B - Bom 20 pontos
O - Ótimo 25 pontos

Fonte: Adaptado (CARREIRO; DA CUNHA, 2008)

Passo 5: Definição dos pesos das dimensões

Segundo Carreiro e da Cunha (2008), a definição dos pesos das dimensões é realizada
de acordo com a importância que cada gestor percebe na sua empresa em termos de
conservadorismo, agressividade na obtenção de lucros, entre outras estratégias.
Neste trabalho, optou-se por manter certa proporcionalidade na definição dos pesos das
dimensões, uma vez que o autor, sendo externo às empresas estudadas, possui pouco acesso as
estratégias dos bancos analisados, além de não ser possível replicar os percentuais utilizados
por Carreiro e da Cunha (2008), pois o trabalho deles não inclui a dimensão “S” do Camels.
Logo, as dimensões “M” e “S” representarão 16% do peso da análise cada uma,
enquanto as demais terão peso de 17% conforme pode ser depreendido do Quadro 4 conforme
segue
46

Quadro 4: Pesos das dimensões

Dimensões Peso
C - Capital 17%
A - Ativos 17%
M -Gestão 16%
E - Resultados 17%
L - Liquidez 17%
S - Sensibilidade 16%
Total 100%

Fonte: Adaptado (CARREIRO; DA CUNHA, 2008)

5.3.2 Pontuação final da matriz Camels

De acordo com Carreiro e da Cunha (2008), a pontuação final de cada banco estudado
será obtida após executados os procedimentos resumidos a seguir:
a) Cálculo do indicador através da fórmula definida;
b) Conferir um atributo (péssimo, ruim, regular, bom ou ótimo) através da comparação
com o padrão constante nas escalas de avaliação;
c) Utilizar o Quadro 3 (peso dos atributos) para quantificar o desempenho, atribuindo uma
nota;
d) Ponderar a nota obtida de acordo com a porcentagem definida como peso para a
dimensão do indicador (Quadro 4).
Portanto, quando esses procedimentos forem efetuados para todos os indicadores de
todas as dimensões, a pontuação final da matriz Camels estará completa e pronta para análise.
A pontuação final encontrada pode ser comparada de diversas formas (CARREIRO; DA
CUNHA, 2008):
 De acordo com a pontuação final máxima e mínima que poderia ser obtida no ano.
 De acordo com a pontuação final dos outros anos da análise, a fim de observar a
tendência de desempenho da empresa.
 De acordo com a pontuação final alcançada pelo benchmark e os outros bancos
estudados.
47

6. RESULTADOS

6.1 Resultados dos indicadores

Os resultados dos indicadores para os bancos estudados foram obtidos através das
fórmulas definidas no Quadro 2, e encontram-se transcritos em forma percentual, no Quadro 5
a seguir:

Quadro 5: Resultados dos Indicadores (em %)

Fibra Máxima Renner


Dimensão Indicador
2016 2017 2018 2016 2017 2018 2016 2017 2018

IB 12,48 11,56 13,11 0,57 4,40 5,30 12,43 12,69 12,50

C II 1,70 1,03 0,83 4,73 0,85 48,80 4,63 7,06 10,34

IndFin 14,94 15,70 15,36 4,23 10,00 5,58 11,55 11,08 10,77

QCred 3,82 5,63 5,73 4,34 5,10 4,65 4,99 5,07 5,94
A
In 3,96 6,03 5,86 2,23 2,14 4,57 2,66 2,75 4,27

ID 7,62 9,61 17,53 4,20 4,18 56,73 32,69 25,90 31,86


M
IE 68,90 47,63 43,25 23,53 17,68 65,09 34,03 27,85 32,95

RSPL 0,57 -2,89 1,31 -20,61 3,87 -1,94 14,33 17,84 16,97

E RSA 0,09 -0,45 0,20 -0,87 0,39 -0,11 1,66 1,98 1,83

ML 0,73 -3,38 1,72 -6,53 2,86 -1,49 6,50 8,75 9,35

PEmp 63,41 61,49 53,54 45,08 28,77 28,92 81,15 74,77 67,85
L
ILG 1,17 1,19 1,18 1,04 1,11 1,03 1,12 1,12 1,11

AF 5,68 5,36 5,50 22,62 9,00 16,91 7,66 8,02 8,28


S
MKCA 17,00 21,00 22,00 26,00 49,00 44,00 0,00 0,03 0,02

Fonte: dados da pesquisa


48

6.2 Pontuação final

Após o cálculo dos indicadores, compara-se os valores encontrados com as escalas de


avaliação (Figuras 1 a 6) confeccionadas para enquadrar cada indicador em um atributo, e
conferir a respectiva pontuação de acordo com o peso de cada atributo (Quadro 3).
O valor encontrado é ponderado ainda pelo peso de cada dimensão conforme consta no
Quadro 4.
Dessa forma, o Quadro 6 demonstra a pontuação final de cada indicador, bem como a
soma dos indicadores que compõem a pontuação de cada dimensão, após realizados todos os
procedimentos descritos anteriormente:
49

Quadro 6: Pontuação final dos indicadores

Fibra Máxima Renner


Dimensão Indicador
2016 2017 2018 2016 2017 2018 2016 2017 2018

IB 2,55 2,55 3,40 0,85 1,70 1,70 2,55 2,55 2,55

C II 4,25 4,25 4,25 4,25 4,25 2,55 4,25 4,25 4,25

IndFin 4,25 4,25 4,25 1,70 4,25 2,55 4,25 4,25 4,25

C - TOTAL 11,1 11,1 11,90 6,80 10,20 6,80 11,1 11,1 11,1

QCred 1,70 2,55 2,55 1,70 2,55 2,55 2,55 2,55 3,40
A
In 3,40 0,85 0,85 4,25 4,25 2,55 4,25 4,25 2,55

A - TOTAL 5,10 3,40 3,40 5,95 6,80 5,10 6,80 6,80 6,00

ID 0,80 1,60 1,60 0,80 0,80 4,00 3,20 2,40 3,20


M
IE 3,20 2,40 1,60 1,60 0,80 2,40 1,60 1,60 1,60

M - TOTAL 4,00 4,00 3,20 2,40 1,60 6,40 4,80 4,00 4,80

RSPL 0,85 0,85 0,85 0,85 1,70 0,85 4,25 4,25 3,40

E RSA 0,85 0,85 0,85 0,85 1,70 0,85 4,25 4,25 4,25

ML 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85 2,55 2,55 2,55

E - TOTAL 2,55 2,55 2,55 2,55 4,25 2,55 11,05 11,05 10,20

PEmp 0,85 0,85 0,85 2,55 4,25 4,25 0,85 0,85 0,85
L
ILG 4,25 4,25 4,25 3,40 4,25 3,40 4,25 4,25 4,25

L - TOTAL 5,10 5,10 5,10 5,95 8,50 7,65 5,10 5,10 5,10

AF 4,00 4,00 4,00 0,80 4,00 1,60 4,00 4,00 4,00


S
MKCA 4,00 4,00 4,00 3,20 0,80 1,60 4,00 4,00 4,00

S - TOTAL 8,00 8,00 8,00 4,00 4,80 3,20 8,00 8,00 8,00

Fonte: dados da pesquisa


50

6.3 Análise da pontuação final na soma das dimensões

Após efetuados os procedimentos para obtenção da pontuação final resultante da soma


de todos os indicadores utilizados pela metodologia Camels, a análise do desempenho
econômico-financeiro dos bancos estudados se torna possível, conforme demonstrado no
gráfico a seguir:

Gráfico 1: Pontuação final dos bancos

Fonte: dados da pesquisa

No gráfico nº 1 e nos demais gráficos confeccionados para apresentação de resultados


da pesquisa, pode-se salientar as seguintes colocações:
51

O “limite superior de pontuação” se refere ao valor máximo de pontuação que um


banco poderia alcançar através dos indicadores e posteriores ponderações, ou seja, esse limite
somente seria atingido caso todos os indicadores analisados venham a receber o atributo
“ótimo”.
De modo análogo, o “limite inferior de pontuação” representa o pior resultado possível
de ser registrado nos termos da presente análise, sendo apurado se todos os indicadores
analisados expressarem resultado considerado “péssimo”, de acordo com a matriz de
pontuação.
A linha de cor verde representa o benchmark, que é a pontuação alcançada através da
quantificação dos atributos resultantes da divisão em quartis da média dos três maiores bancos
privados do país, conforme previsto nos procedimentos metodológicos deste trabalho. Na
prática, quanto mais próximo dessa linha uma pontuação estiver, melhor ela será, e se vier a
ultrapassá-la, considera-se um ótimo resultado.
O gráfico 1 indica que o Banco Renner teve seu melhor momento no início do período
analisado, quando obteve resultado equivalente ao benchmark apurado. Ainda que o
rendimento tenha caído nos anos seguintes, sempre esteve próximo da média dos melhores
bancos e não apresentou oscilações significativas.
O banco Renner também chegou a alcançar 80% do total de pontos possíveis no ano de
2016, tendo mantido essa marca sempre acima de 75% nos demais períodos, consolidando-se
como o banco mais bem colocado entre os três estudados em termos de pontuação geral da
matriz Camels.
O banco Fibra apresentou uma pontuação que pode ser considerada intermediária
considerando-se os limites inferior e superior de pontuação, observando pequena variação
negativa entre o primeiro e o último período analisado, sem, no entanto, ter oscilado de forma
expressiva. A soma dos pontos alcançados pelo Fibra é de 104,1 pontos, que o consolida como
o segundo melhor banco avaliado de acordo com os métodos adotados.
Apesar da regularidade, o banco Fibra precisaria aumentar sua pontuação em média
30% aproximadamente para poder alcançar o benchmark e se aproximar também da pontuação
do banco Renner, que obteve de forma isolada a melhor pontuação em todos os anos.
Os movimentos da pontuação do banco Máxima apontam para grande oscilação a cada
ano estudado. Essa variação brusca somada a uma pontuação baixa o torna pouco confiável
como opção de investimento em CDB.
52

A diferença é expressiva, pois enquanto os bancos Renner e Máxima tem sua pontuação
ajustada em 2,3% e 2,5% em média respectivamente, os dados do estudo indicam que a
pontuação do banco Máxima oscila em média 27% aproximadamente a cada ano.
O pior resultado foi em 2016, onde o Máxima alcançou apenas 27,6 pontos e ficou
mais perto do limite inferior de pontuação do que qualquer outro banco em todos os períodos.
Em relação à pontuação, o Máxima foi o banco pior avaliado pelo resultado da matriz
Camels, e, embora no ano de 2017 tenha pontuado melhor que o banco Fibra, em 2018 voltou a
perder pontuação e consolidar sua posição de instabilidade financeira.

6.4 Considerações sobre a pontuação segmentada nas dimensões

A análise pela metodologia Camels permite desdobramentos nos níveis das dimensões e
indicadores utilizados, constituindo uma análise mais pormenorizada, caso haja necessidade por
parte dos investidores. A seguir, demonstra-se o desempenho do resultado dos bancos
analisados em cada uma das dimensões:

 Resultado para a Dimensão C

Gráfico 2: Pontuação final da dimensão “C”


53

Fonte: dados da pesquisa

Nesta dimensão, observa-se que os bancos Fibra e Renner possuem pontuações


idênticas nos dois primeiros anos da análise e alcançam marcas superiores ao benchmark
durante todo o período analisado. O Fibra consolida sua liderança no ano de 2018 ao registrar
pontuação cerca de 7% superior ao ano anterior, ultrapassando o Renner. O banco Máxima até
chega a alcançar o patamar do benchmark no ano de 2017, mas nos outros anos permanece bem
abaixo dos demais bancos estudados, consolidando alta volatilidade na pontuação.

 Resultado para a Dimensão A

Gráfico 3: Pontuação final da dimensão “A”

Fonte: dados da pesquisa

Em relação aos Ativos, observa-se que nenhum dos bancos estudados chega a
ultrapassar o benchmark, embora o banco Renner tenha igualado a pontuação nos dois
primeiros anos da análise, em 2018 observou queda na pontuação, mas se manteve na liderança
dos três bancos estudados. O banco Máxima melhorou a pontuação de 2016 para 2017, mas
voltou a perder pontos em 2018, com uma queda mais acentuada do que a ascensão anterior,
mas ainda assim esteve à frente do banco Fibra, que iniciou o período com pontuação razoável
54

em relação ao total de pontos possíveis, mas em 2017 observou queda mantendo-se próximo ao
limite inferior de pontuação também em 2018.

 Resultado para a Dimensão M

Gráfico 4: Pontuação final da dimensão “M”

Fonte: dados da pesquisa

Nos indicadores relacionados à gestão, o banco Máxima inicia o período em 2016 com
uma pontuação baixa, que piora em 2017 quando atinge o limite inferior de pontuação, mas
surpreende ao alcançar o patamar do benchmark em 2018. O banco Renner inicia e termina o
período analisado com pontuação média entre os limites inferior e superior de pontuação, sem
oscilação significativa e o banco Fibra oscila negativamente, porém na soma de pontuação, fica
posicionado à frente do banco Máxima.
55

 Resultado para a Dimensão E

Gráfico 5: Pontuação final da dimensão “E”

Fonte: dados da pesquisa

No gráfico que representa os indicadores relacionados ao retorno dos bancos, o banco


Renner encontra-se em posição confortável, tendo superado o benchmark nos dois primeiros
anos da análise, e igualando o mesmo no ano de 2018, após queda de cerca de 8% na
pontuação. O banco Máxima está muito distante desta realidade, pois iniciou o período com
péssima pontuação e, após breve suspiro em 2017 onde melhorou um pouco sua posição, voltou
a registrar a pontuação dos índices ligados aos resultados junto ao limite inferior de pontuação.
Mas o pior resultado registrado foi o do banco Fibra, que em todos os anos analisados
obteve a pior pontuação possível.
56

 Resultado para a Dimensão L

Gráfico 6: Pontuação final da dimensão “L”

Fonte: dados da pesquisa

Nesta dimensão, os bancos Renner e Fibra alcançaram a mesma pontuação nos períodos
analisados, que pode ser considerada intermediária entre os valores mínimos e máximos
possíveis. O banco Máxima, apesar da oscilação que apresentou, esteve com a pontuação
sempre acima dos dois bancos supracitados no período analisado, tendo o ápice alcançado em
2017 ao atingir o limite superior de pontuação. No ano de 2018, o Máxima teve pontuação 10%
menor do que a registrada em 2017, e ainda assim, manteve-se acima do benchmark.
57

 Resultado para a Dimensão S

Gráfico 7: Pontuação final da dimensão “S”

Fonte: dados da pesquisa

A respeito da sensibilidade ao risco de mercado, os bancos Renner e Fibra tiveram a


pontuação mais elevada possível em todos os anos, enquanto o banco Máxima não alcançou o
benchmark em nenhum momento, apresentando variação negativa entre o primeiro e último
período analisado.
58

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a aplicação do modelo Camels, foi possível verificar o nível de desempenho de


cada instituição financeira estudada, e mensurar o risco de crédito de cada emissor a partir
dessa verificação.
Foi identificado que no levantamento contábil realizado, o banco que obteve o melhor
desempenho nos três anos foi o Banco Renner, o único que demonstrou resultado sempre
próximo do benchmark, em todo o período analisado, alcançando 137,9 pontos. O banco Fibra
foi o segundo colocado ao atingir a pontuação de 104,1 pontos, e o banco Máxima foi
considerado como o banco menos recomendável segundo o enfoque utilizado nesta pesquisa,
ao atingir 95,5 pontos e apresentar grande oscilação na pontuação entre os anos da análise.
Também foi possível identificar a variação dos indicadores de cada banco estudado,
evidenciando o comportamento em relação às dimensões adotadas pela metodologia Camels.
Os resultados corroboram as evidências de Magro, Michels e da Silva (2017) em que a
análise de indicadores através do modelo Camels pode ser útil para antever a insolvência de
instituições financeiras.
Desta forma, considera-se que o problema do estudo foi respondido e os objetivos
atendidos, pois o desempenho econômico-financeiro dos bancos selecionados foi demonstrado
e interpretado, de forma que o investidor pode levar em consideração os dados apresentados na
pesquisa e utilizá-los na escolha de um banco para investir em CDBs, como complemento a
outras formas de análise e levantamento de dados.
Enfatiza-se, contudo, que este estudo é limitado, tendo em vista o número reduzido de
bancos que compõem a amostra, bem como, outros aspectos relacionados à análise do risco de
crédito que não foram foco deste trabalho. Além disso, deve-se sempre levar em conta, quando
da análise dos indicadores, a atividade à qual o banco se dedica, bem como outras
particularidades de cada instituição.
O presente trabalho abrangeu a análise do Balanço Patrimonial e DRE. Sabendo-se o
quanto a análise é vasta e complexa, recomenda-se novos estudos e pesquisas englobando
outros demonstrativos contábeis.
Para pesquisas futuras, sugere-se também a utilização de outros indicadores e a análise
de um maior número de bancos, para que se possam relacionar os resultados com os obtidos
neste estudo, bem como o uso de ferramentas estatísticas mais sofisticadas.
59

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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content/uploads/2019/09/relatorio-anual-aefbrasil-2018.pdf>. Acesso em: 5 set. 2019.
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<http://materiais.anbima.com.br/material-estudos/cpa10/renda-variavel-
fixa?_ga=2.54892971.1036455702.1575165020-896370335.1574101981>. Acesso em: 22 set.
2019
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BALTHAZAR, M. S. P.; MORGADO, P.; CABELLO, O. Alternativas de investimentos em
renda fixa no Brasil: Comparação entre um banco de investimento e um banco de varejo.
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engenharia de produção, p. 1–22, 2017.
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