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Titã (satélite) – Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.

org/wiki/Titã_(satélite)

Titã (satélite)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Titã é o maior satélite natural de Saturno e o segundo maior de
todo o Sistema Solar, atrás apenas de Ganímedes de Júpiter. É o Titã
único satélite que possui uma atmosfera densa e o único objeto
estelar além da Terra onde já foram encontradas evidências Satélite Saturno VI

concretas da existência de corpos líquidos estáveis na superfície.


Ele foi descoberto em 1655 pelo astrônomo Christiaan Huygens, o
primeiro satélite natural de Saturno descoberto e o sexto do
Sistema Solar.

Titã é o sexto satélite elipsoidal a partir de Saturno, orbitando seu


planeta à uma distância de 1,2 milhão de quilômetros. Ele é
formado principalmente de gelo e materiais rochosos. Sua
atmosfera densa e opaca impediu um maior compreendimento de
sua superfície até a chegada da sonda Cassini–Huygens em 2004.
Desde então vários dados já foram descobertos, incluindo a
existência de lagos de hidrocarbonetos líquidos nos polos. O
satélite tem uma superfície geologicamente jovem com poucas
crateras de impacto, porém já foram encontradas várias
Titã em cor natural, fotografada pela Cassini–
montanhas e possivelmente criovulcões. Huygens

A atmosfera de Titã é composta principalmente de nitrogênio, Características orbitais[1]


com componentes menores tendo levado à criação de nuvens de Semieixo maior 1 221 870 km
metano e etano, além de névoas orgânicas ricas em nitrogênio. O Periastro 1 186 680 km
clima inclui ventos e chuva, criando uma superfície similar a da Apoastro 1 257 060 km
Terra com a presença de dunas, rios, lagos, oceanos Excentricidade 0,0288
(provavelmente de metano e etano líquidos) e deltas, sendo Período orbital 15,945 d
dominada por padrões climáticos sazonais. Os líquidos de sua
Velocidade orbital média 5,57 km/s
superfície junto a enorme abundância de nitrogênio na atmosfera
Inclinação 0,348 54 °
criam um ciclo de metano análogo ao ciclo hidrológico da Terra.
Características físicas[2][3][4][5][6]
Diâmetro equatorial 5 151 km
Área da superfície 8,3 × 107 km²
Índice Volume 7,16 × 1010 km³

História Massa (1,3452 ±


0.0002) × 1023
Geologia planetária kg
Topografia geral
Densidade média 1,8798 ± 0,0044
Lagos g/cm³

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Ilha mágica Gravidade superficial 1,352 m/s2


Vulcões gelados Período de rotação Síncrono

Atmosfera e clima Velocidade de escape 2,639 km/s


A neblina Inclinação axial Zero
Ciclo do metano Albedo 0,22
As estações do ano Temperatura média: −149[7]
Vida em Titã ºC

História de observação e exploração Magnitude aparente 8,2 a 9

Referências Composição da atmosfera[8]

Ligações externas Pressão atmosférica 146,7 kPa


Composição Variável
Estratosfera:
98,4% nitrogênio
História (N2)
1,4% metano
Titã foi descoberto em 25 de (CH4)
março de 1655 pelo astrônomo 0,2% hidrogênio
(H2)
holandês Christiaan Huygens. Troposfera
Este foi inspirado pela inferior:
descoberta de Galileu Galilei 95% nitrogênio
(N2)
dos quatro maiores satélites de 4,9% metano
Júpiter em 1610 e por seus (CH4)
próprios melhoramentos na
tecnologia de telescópios. Huygens, com o auxílio de seu irmão mais velho
Constantijn Huygens Jr., começou a construir telescópios por volta de 1650 e
descobriu Titã acidentalmente enquanto observava os anéis de Saturno.[9]
Christiaan Huygens, o
Ele nomeou sua descoberta simplesmente como Saturni Luna (latim para "Lua de
descobridor de Titã.
Saturno"), publicando no mesmo ano um tratado chamado De Saturni Luna
Observatio Nova ("Uma Nova Observação da Lua de Saturno"). Giovanni Domenico
Cassini publicou sua descoberta de mais quatro satélites saturnianos entre 1673 e 1686, com os astrônomos depois
disso pegando o hábito de chamar esses satélites como Saturno I ao V, com Titã sendo o número quatro. Ele foi
redesignado e fixado como Saturno VI em 1789 depois de novas descobertas terem alterado a ordem estabelecida até
então.[10] O nome Titã, junto com os nomes de todos os outros sete satélites de Saturno conhecidos até então, foram
dados em 1847 por sir John Herschel.[11] Ele sugeriu que os nomes fossem tirados dos Titãs da mitologia grega, irmãos
do deus Cronos, o equivalente grego de Saturno.[12]

Geologia planetária
Titã é maior que um dos planetas principais: Mercúrio, apesar de ser menos massivo que Mercúrio. Pensava-se que era
a maior lua do sistema solar até recentemente, mas descobriu-se em observações mais recentes que a atmosfera densa
reflete uma grande quantidade de luz, o que levou a que se pensasse que seria maior.

Titã tem várias semelhanças com as grandes luas de Júpiter (Ganímedes e Calisto) e Neptuno (Tritão) e é metade gelo
(de água) e metade matéria rochosa. Presumivelmente, possui várias camadas com um núcleo rochoso de 3400 km

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rodeado por várias camadas de diferentes formas de cristais de gelo. Mas o interior da lua pode ainda ser quente.
Apesar de semelhante em composição com Reia e com o resto das luas de Saturno, é mais denso devido à compressão
gravitacional.

Topografia geral
A superfície de Titã mostra grandes regiões claras e terreno escuro, incluindo uma grande área com um grau de
reflexão razoável do tamanho da Austrália. Denominou-se esta área como Xanadu, e foi identificada a partir de
imagens de infravermelhos do Telescópio Espacial Hubble e da sonda Cassini. Existem em Titã outras áreas
semelhantes a Xanadu e especulava-se que seriam mares de metano ou etano, mas as observações da Cassini indicam
que não. A Cassini tem tirado fotografias de alta-resolução de todas estas áreas, e encontrou marcas lineares
enigmáticas, que alguns cientistas sugerem que indicam actividade tectónica.

De forma a entender melhor as características da superfície de Titã, a sonda Cassini tem usado radares altimétricos e
abertura sintética para cartografar parte da superfície durante os encontros com esta lua. As primeiras imagens
revelaram uma geologia diversa e complexa com áreas escarpadas e outras planas. Existem características que parecem
ter origem vulcânica, que devem libertar água misturada com amónia. Apresenta ainda zonas raiadas que parecem ser
causadas por partículas levadas pelo vento. As poucas crateras de impacto aparentam enchimento, provavelmente com
chuva de hidrocarbonetos. A área já cartografada parece ser levemente plana com nenhuma variação de altura maior
que 50 metros; contudo, o radar altimétrico apenas cobriu parte da região polar norte.

Nas imagens tiradas a partir da superfície pela sonda Huygens notam-se evidências de erosão na base das rochas,
indicando possível actividade fluvial. A superfície é mais escura do que o que se previa, consistindo numa mistura de
gelo de água e hidrocarbonetos. Acredita-se que o "solo" visível nas imagens é precipitação do nevoeiro de
hidrocarbonetos acima.

Outras das descobertas da sonda refere-se a regiões com material claro


cortadas por alinhamentos escuros dentro do terreno escuro.

O "H de Titã" é uma zona composta pelas regiões de Fensal (parte norte) e
Aztlan (parte sul). Pensa-se que estas formações de terrenos sejam áreas
altas de gelo de água, rodeadas por terreno raso que é preenchido com
material escuro proveniente da atmosfera.

Fensal está sobrecarregada de pequenas "ilhas" com tamanhos que variam


entre os 5 e os 40 quilómetros de diâmetro. A parte oeste de Fensal é
dominada por várias ilhas, algumas grandes como Bazaruto Facula, área
que contém no centro uma cratera escura bastante grande. As pequenas O "H de Titã".
ilhas de Fensal são dispersas e circulares, apesar de muitas terem a
aparência de ter uma orientação este-oeste. Por outro lado, Aztlan aparece
quase desprovido de pequenas ilhas, mas com três grandes ilhas na zona ocidental. A maior das quais é Sotra Facula
que mede 240 por 120 quilómetros de diâmetro.

Lagos
Há muito que se acredita na existência de lagos e mares de metano e etano em Titã. Contudo, mesmo que muitos
aspectos da superfície possam ser explicados como sendo produtos de líquidos, não existiam provas conclusivas para

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determinar a existência de líquidos na superfície.

Quando a sonda Cassini chegou ao sistema saturniano, esperava-se que lagos ou oceanos de hidrocarbonetos
pudessem ser detectados por luz do sol reflectida da superfície. Medições de radar recentes a partir da Terra sugeriam
não existir nenhum grande oceano de etano em Titã, mas podia ser que ainda existissem pequenos lagos.[13]

Os achados da Huygens a 14 de Janeiro de 2005 não mostraram nenhuma área com líquidos, apesar de haver uma
indicação muito forte disso no passado recente. As imagens da Huygens mostram pequenos montes atravessados por
canais escuros de drenagem. Os canais dirigem-se para uma região larga, plana e escura. Pensava-se inicialmente que a
região escura fosse um lago de fluidos. Todavia, tornou-se claro que a Huygens pousou na região escura e sólida.

Não foi encontrada nenhuma prova imediata da existência de líquidos no local de pouso da Huygens. A superfície foi
imediatamente estudada quando a sonda pousou e verificou-se que o local era semelhante a areia solta ou argila
molhada; isto é, uma crosta dura que cobre um material pegajoso. Contudo, análises subsequentes dos dados
sugeriram que estes dados foram obtidos porque a sonda ao cair deslocou um seixo grande, e que o terreno seria
melhor descrito como uma forma de areia feita por grãos de gelo. As imagens tiradas depois do pouso mostram um
terreno plano coberto por seixos. Estes seixos, que podem ser constituídos por gelo de água, são algo redondos, o que
indica a acção de fluidos.

Hipoteticamente, a Huygens pode ter pousado durante uma estação seca


em Titã, e que os períodos de chuva de metano no passado recente podem
ter formado lagos que subsequentemente evaporaram. O tempo desses
intervalos de períodos de chuva são desconhecidos, e os cientistas
relembram que a Huygens pousou apenas num pequeno local numa lua do
tamanho de um planeta, o que é insuficiente para avaliar todo o globo.

Mas uma história diferente[14] foi revelada pela sexta passagem de radar
feita pela Cassini em Titã, em 22 de julho de 2006. O grupo liderado por
Ellen Stofan, do University College de Londres, anunciou os detalhes da
Uma intrigante marca escura que
descoberta. O radar fez o mapeamento de uma pequena região nos
pode ser o local de um lago
arredores do pólo norte de Titã. Naquela área, eles encontraram mais de 75
presente ou antigo de
hidrocarbonetos líquidos. lagos, alguns deles tão grandes quanto o Mar Morto, na Terra, com mais de
70 quilômetros de extensão. A diferença, claro, é que os corpos líquidos na
superfície terrestre são compostos de água. Em Titã, que fica muito mais
longe do Sol e é muito mais frio, a água existe apenas em forma congelada e se apresenta como rocha sólida. O que é
líquido por lá é o metano, um composto orgânico relativamente simples que, aqui na Terra, é conhecido por ser o
resultado do metabolismo de formas de vida. Ao que parece, e contrariando o que antes imaginavam os cientistas, a
umidade do ar só atinge um nível que permite a permanência de corpos líquidos em Titã perto dos pólos, daí a
dificuldade inicial em localizar os lagos. Os pesquisadores esperam que existam mudanças sazonais ao longo do
ano[15]—que lá, em razão da grande órbita de Saturno ao redor do Sol, deve durar o equivalente a cerca de 29 anos
terrestres. Por isso, a equipe quer continuar observando as mesmas regiões ao longo do tempo, para ver se os lagos no
pólo norte começam a secar e outros no pólo sul começam a aparecer. Na verdade, há evidência de lagos secos no pólo
norte, então não é nada improvável que isso aconteça.

A confirmação[15]

A sonda Cassini da NASA capturou em 2009 o primeiro raio de luz solar refletido em um lago do satélite de Saturno,

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Titã confirmando com isso a presença de líquido na parte do satélite que é


coberta por muitas bacias que possuem a forma de lagos gigantescos. Os
cientistas da Cassini estavam procurando por esse brilho, também
conhecido como reflexão especular, desde que a sonda começou a orbitar
Saturno em 2004. Mas o hemisfério norte de Titã, que possui a maior parte
dos lagos, estava sempre mergulhado na escuridão do inverno. O Sol só
começou a iluminar diretamente os lagos do norte recentemente com a
aproximação do equinócio de Agosto de 2009, quando se inicia a primavera
no hemisfério norte do satélite. A atmosfera muito nebulosa do satélite
também contribuía para bloquear os reflexos solares na maior parte dos
comprimentos de onda. A imagem foi capturada em 8 de Julho de 2009,
usando o espectrômetro visual e infravermelho a bordo da Cassini. A PIA12481 Titan specular reflection
imagem foi apresentada no dia 18 de dezembro no encontro de inverno da
União Geofísica Americana em San Francisco. “Essa é uma imagem que nos diz muito sobre Titã – espessa atmosfera,
lagos na superfície e outras características semelhantes ao planeta Terra”, disse Bob Pappalardo, cientista do projeto
Cassini, localizado no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena na Califórnia. “É uma estranha
combinação de fatores e de semelhanças com a Terra. Essa pode ser considerada uma das principais imagens já feitas
pela Cassini”. Em 2008, os cientistas da Cassini usaram os dados infravermelhos para confirmar a presença de líquido
no Lago Ontário, o maior lago de Titã localizado no seu hemisfério sul. Mas eles ainda estavam procurando por
evidências para confirmar a presença de líquido no hemisfério norte onde os lagos são maiores.

Ilha mágica
Os dados analisados de agosto de 2014, quando a Cassini observou Kraken Mare, o maior mar do norte da lua, em
comprimentos de onda de radar e infravermelho. As imagens de radar mostraram uma "ilha mágica", e os
infravermelhos mostraram um pico em brilho no mesmo ponto. Os dados sugerem que a cintilação pode ser o brilho da
luz do sol refletindo diretamente das ondas gigantes no lago. Simulações da atmosfera de Titã sugerem que essas ondas
poderiam ser elevadas por ventos tão lentos quanto 0,5 metros por segundo, o que mal movimentaria um cata-vento
na Terra.[16]

Vulcões gelados
Durante a aproximação a Titã pela Cassini a 26 de Outubro de 2004,
observou-se uma superfície global lisa com poucas crateras de impacto. Isto
sugere que a lua tem uma superfície que se renova constantemente. As
imagens da Cassini revelaram uma área vasta escura chamada Ganesa
Macula que é uma estrutura com 180 km que se assemelha às abobadas de
panquecas vulcânicas observadas em Vénus pela sonda Magellan.
Criovulcões em Titã em cores
Estes vulcões funcionam a baixas temperaturas, pelo que se denominam falsas, observado pela sonda
criovulcões. Foi possível obter imagens que sugerem criovulcões activos. A Cassini.
detecção de Árgon 40 na atmosfera indica que os vulcões lançam plumas de
água e amónia. A evidência de actividade vulcânica da última missão da
Cassini sugere que as temperaturas são provavelmente mais altas nos viveiros de criovulcões.

Dado que a existência de lagos em Titã permanece por confirmar, alguns cientistas acreditam que as características

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escuras na lua são causados por criovulcanismo que por fluidos à superfície.

Atmosfera e clima
Titã é a única lua do sistema solar com uma atmosfera completamente
desenvolvida que consiste em bem mais que vestígios de gases. A presença
de uma atmosfera foi primeiro vista por Gerard Kuiper em 1944. Desde
então, as observações das sondas Voyager mostraram que a atmosfera
titânica é mais densa que a da Terra, com uma pressão à superfície de uma
vez e meia a do nosso planeta e suporta uma camada de nuvens opacas que
ocultam aspectos da superfície de Titã.

A atmosfera é composta por 95% de Azoto, a atmosfera mais densa e rica


em azoto do sistema solar, a par da Terra - com vestígios significativos de
vários hidrocarbonetos (incluindo metano, etano, diacetileno,
metilacetileno, cianoacetileno, acetileno, propano, além de dióxido de
carbono, monóxido de carbono, cianogênio, cianeto de hidrogênio e hélio.) Imagem da atmosfera de Titã com o
Titã não tem um campo magnético e, por vezes, orbita à volta da polo sul do planeta Saturno ao
magnetosfera de Saturno, expondo-a directamente ao vento solar. Isto pode fundo.
ionizar e levar algumas moléculas do topo da atmosfera para o espaço.

A alta densidade da atmosfera deve-se essencialmente à baixa temperatura, já que as colisões entre as moléculas dos
gases não são suficientes para as acelerar até à velocidade de escape. E o calor gerado dentro do planeta pode lançar
material para a atmosfera através dos criovulcões, tornando assim a atmosfera mais espessa.

A neblina
Pensa-se que os hidrocarbonetos na alta atmosfera de Titã e em reacções
resultem da quebra do metano pela luz ultravioleta do Sol, produzindo uma
camada opaca de neblina. Esta neblina impediu que as primeiras sondas
que observaram Titã pudessem ver a superfície, estimulando cientistas e
curiosos.

Nuvens variadas dispersas pontuam numa neblina quase completa na


atmosfera de Titã. Essas nuvens são provavelmente compostas de metano,
etano e outros compostos orgânicos simples. Outros compostos químicos
mais complexos em pequena quantidade produzem a cor alaranjada que é
visível do espaço.
Animação de um intervalo de duas
horas que mostra nuvens no pólo
A atmosfera muito espessa bloqueia a luz do sol, que demora 8 dias
sul de Titã
terrestres até atravessar o céu de Titã. A sonda Huygens não conseguiu
detectar a posição do sol durante a sua descida, e apesar de ser capaz de
tirar imagens da superfície, os cientistas dizem que o processo foi como fotografar asfalto em poeira. Logo, é
improvável que Saturno seja visível a partir da superfície de Titã.

A Cassini também detectou nuvens altas no pólo Sul de Titã, mas que não aparentam ser de metano, como seria
esperado. A descoberta tem surpreendido os cientistas, e estão a decorrer estudos para determinar a composição das

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nuvens e decidir se a atmosfera de Titã precisa de ser reavaliada. A Cassini indicou que Titã, tal como Vénus, é um
"super rodador", ou seja, a atmosfera roda à volta do eixo da lua mais rápido que a superfície. Ao invés da Terra, onde a
atmosfera é mais lenta. A velocidade de rotação no equador é cerca de 1670 km/hora.

Ciclo do metano
O metano nas temperaturas comuns de Titã encontra-se no estado gasoso, mas a atmosfera de Titã destrói
gradualmente o metano que vai para a atmosfera superior num processo conhecido como o ciclo do metano. Contudo,
os compostos mais complexos de carbono, formados a partir de metano são líquidos a essas temperaturas. Estes
compostos caem sob a forma de chuva e formam lagos com alguns metros de profundidade, talvez cobertos por blocos
de gelo de amoníaco. Os lagos aparentemente evaporam-se, mas nenhum processo químico ou físico nas condições de
Titã permite a retransformação destes compostos novamente em metano. A maior parte do metano deve ter origem na
superfície ou através de criovulcões que alimentam novamente a atmosfera e que depois condensam-se voltando a cair
em forma de chuva de metano, completando o ciclo. A Huygens também indicou que periodicamente chove metano
líquido e outros compostos orgânicos na superfície.

Este provável ciclo do metano em Titã, em parte, assemelha-se ao ciclo da água na Terra. Apesar disso, Titã é um
mundo impróprio para ser visitado já que o metano é mortal para o homem e a temperatura é extremamente baixa.

As estações do ano
Na superfície, a temperatura de Titã é de cerca de -149 °C. Nesta temperatura o gelo de água não sublima, criando uma
atmosfera com praticamente nenhum vapor de água.

As temperaturas variam pouco do equador para os pólos e do dia para a noite, onde a temperatura raramente deverá
chegar aos -50 °C ao meio-dia. Tal como a Terra, Titã tem estações do ano, e cada estação do ano equivale a sete anos
completos na Terra, já que Saturno demora quase 30 anos a dar uma volta ao Sol. A observação de tempestades na
região sul do pólo sul de Titã em Junho de 2005, onde é verão no hemisfério sul, levou a especular que uma área escura
poderia ser um reservatório de chuvas de metano em Titã.

Vida em Titã
Os espectógrafos da Voyager 1 deram a conhecer a existência de moléculas orgânicas, e em particular de
hidrocarbonetos já complexos de metano, que já tinham sido detectados a partir da Terra, mas também de acetileno e
outros compostos num mundo que se revelou interessante para os exobiologos. Foi também descoberto ácido
cianídrico (HCN), uma molécula um tanto simples composta por três átomos, mas que são as bases azotadas do DNA,
o código com que se "escreve" a vida e detectado traços de cianeto de vinil na atmosfera de nitrogênio da lua. O cianeto
de vinilo é particularmente bom na formação das estruturas estáveis flexíveis necessárias para construir uma
membrana celular.[7]

Como existe metano e monóxido de carbono em quantidade suficiente e Titã está suficientemente próximo do Sol, o
planeta pode ser afectado pela luz ultravioleta. As radiações mais fortes do Sol, na alta atmosfera de Titã, leva a que as
moléculas do Metano (CH4) formem moléculas mais complexas. Os hidrocarbonetos mais pesados aglomeram-se e
produzem as opacas camadas de aerossol alaranjado com 200 km de altura, até serem demasiado pesados e, assim,
descem à superfície. Lentamente e durante a história desta lua, uma contínua camada orgânica foi cobrindo toda a
superfície até, pelo menos, centenas de quilómetros. Devido a isto, Titã tem semelhanças com a Terra primordial. Titã

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tem sido visto como uma Terra primitiva no congelador, com o embrião da vida congelado.

A existência de criovulcanismo em Titã tem importantes implicações na exobiologia, já que expõe os orgânicos da
superfície à água líquida. A química aquosa permite que os hidrocarbonetos formem espécies pré-bióticas mais
evoluídas e oxidadas, tais como aminoácidos. Num modelo feito, e como uma abóbada de apenas 1 km de altura levaria
5 x 10³ anos a se congelar com lava feita inteiramente de água líquida, e levaria até 12 x 10³ anos caso fosse de amónia
desidratada, permitindo a que a química pré-biótica evolua bem mais do que foi experimentado em laboratórios na
Terra.

Assim, Titã tal como a lua Europa e o planeta Marte, está no topo da lista dos corpos celestes onde se pode encontrar
formas de vida primitiva.[17][18][19] Daqui a 5 bilhões de anos quando o Sol ampliar 50 vezes o seu tamanho, Titã vai
receber a mesma quantidade de energia solar que a Terra recebe hoje. Hipoteticamente e por um curto período de
tempo, o satélite poderia tornar-se num mundo oceânico onde a vida prospera.

História de observação e exploração


A 25 de Março de 1655, o astrónomo holandês Christiaan
Huygens decide apontar um dos seus novos telescópios para
Saturno, com intenção de estudar os anéis. Estes telescópios
eram de qualidade superior ao usado por Galileu Galilei na
descoberta das grandes luas de Júpiter, as chamadas Luas de
Galileu. Huygens ficou surpreso em ver que para além dos
anéis, Saturno tinha uma grande lua.

Titã mostra-se nos céus da Terra uma magnitude entre +7,9 e


+8,7, com um disco de 0,8'' de diâmetro e pode ser observado
com pequenos telescópios (de diâmetros maiores que 5 cm)
ou binóculos potentes.

No ano de 1944, Gerard Kuiper detectou metano no espectro


de Titã, evidenciando que tinha atmosfera.
Titã e Saturno.
Consequentemente, esta lua despertou especial interesse
entre os astrónomos, e observações por radares, telescópios e
modelos de laboratório mostraram diferentes hipóteses do que seria Titã.

De passagem por Saturno, a Pioneer 11 inaugurou assim os estudos feitos por sondas espaciais em 1979 e confirma a
existência de uma atmosfera bastante densa. A 12 de Novembro do ano seguinte chega a sonda Voyager 1 que passa
propositadamente a 7000 km de Titã, de forma a olhar mais de perto. A combinação dos dados obtidos pela Voyager 1
revelaram que Titã teria uma atmosfera semelhante à da Terra primitiva, rica em azoto, árgon, metano e hidrogénio,
numa pressão de 1,5 bar, o que implicava que havia dez vezes mais gás na superfície de Titã do que na Terra, mesmo
com uma gravidade muito mais fraca (14% a da Terra). As imagens da Voyager 1 não mostraram características da
superfície.

Em 1981, a Voyager 2 atinge Titã, mas faz apenas uma visita ao longe, prosseguindo sua viagem para Urano e Neptuno.
Todas as imagens obtidas mostraram um mundo envolto em neblina o que tornava a superfície invisível. Carl Sagan
demonstrou que Titã poderia ter moléculas orgânicas, incluindo constituintes de proteínas (como os aminoácidos).
Devido a estes dois motivos, é criada a missão da sonda Cassini-Huygens (da NASA e ESA), um esforço conjunto entre

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norte-americanos e europeus para estudar Titã e o resto do sistema saturniano. Depois de quase sete anos de viagem, a
sonda chega a Saturno no dia 1 de Julho de 2004, e começa por cartografar a superfície por radar. A Cassini sobrevoou
Titã a 26 de Outubro do mesmo ano e tirou imagens de alta-resolução a apenas 1200 km do satélite, discernindo
bocados de claridade e escuridão que seriam visíveis ao olho humano. O módulo de Exploração Huygens (da ESA), que
se destinava inteiramente ao estudo da atmosfera e superfície de Titã, desceu por entre a neblina e pousou na
superfície a 14 de Janeiro de 2005; as imagens mostraram uma superfície alienígena e adversa, moldada por fluidos
líquidos, mas a presença de líquidos nas imagens não foram confirmados.

Não existem planos ou estudos para missões tripuladas por seres humanos a Titã, ou a colonização deste mundo, pelo
menos fora da ficção científica. O que não surpreende, dado o nosso conhecimento muito limitado de Titã.
Aparentemente a superfície de Titã é muito jovem e activa, e contém bastante gelo de água e talvez oceanos e canais de
compostos orgânicos líquidos.

Referências
largest-moon/) por Leah Crane (2017)
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Ligações externas
Vistas do sistema solar - Titã (http://www.solarviews.com/portug A Wikipédia tem o portal:
/titan.htm) (em português)
Todo o céu - Titã (http://www.todooceu.com/satelites%20naturais Portal do Sistema Solar
/tita.html) (em português)
Cientistas destacam a existência de lagos de metano em Titã
(http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2007/01/03/ult1806u5203.jhtm) (em português)
ESA Cassini-Huygens (http://www.esa.int/SPECIALS/Cassini-Huygens/index.html) (em inglês)
NASA Cassini-Huygens (http://saturn.jpl.nasa.gov/) (em inglês)

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