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C N U.T.I.

CIÊNCIAS DA
NATUREZA
Unidade Técnica de Imersão
1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino. São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados.

Autores
Caco Basileus
Edson Yukishigue Oyama
Felipe Filatte
Herlan Fellini
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Joaquim Matheus Santiago Coelho
Larissa Beatriz Torres Ferreira
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Diretor geral
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Coordenador geral
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Claudio Guilherme da Silva
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Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


Raphael Campos Silva

Foto da capa
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CARO ALUNO

Você está recebendo o primeiro caderno da U.T.I. (Unidade Técnica de Imersão) do Hexag Vestibulares. Este
material tem o objetivo de verificar se você aprendeu os conteúdos estudados nos livros 1 e 2, oferecendo-lhe uma
seleção de questões dissertativas ideais para exercitar suas memória e escrita, já que é fundamental estar sempre
pronto a realizar as provas de 2ª fase dos vestibulares.
Além disso, este material também traz sínteses do que você observou em sala de aula, ajudando-lhe ainda
mais a compreender os itens que, eventualmente, não tenham ficado claros e a relembrar os pontos que foram
esquecidos.
Aproveite para aprimorar seus conhecimentos.

Bons estudos!

Herlan Fellini
SUMÁRIO
UTI - CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS
TECNOLOGIAS
BIOLOGIA
Biologia 1 5
Biologia 2 31
Biologia 3 61

FÍSICA
Física 1 87
Física 2 101
Física 3 127

QUÍMICA
Química 1 151
Química 2 171
Química 3 201
0 1 Biologia 1

U.T.I.

C N
BIOLOGIA
Origem da vida

Teorias sobre a origem da vida


Filósofos importantes, como Platão e Aristóteles, aceitavam certa explicação sobre a origem dos seres vivos.
Dessa interpretação, surgiu a teoria da geração espontânea ou teoria da abiogênese, segundo a qual todos os seres
vivos originam-se da matéria bruta de modo contínuo.
Essa teoria, entretanto, foi contestada por vários cientistas, que por meio de seus experimentos provaram
que um ser vivo só se origina de outro ser vivo. Surgiu, então, a atualmente aceita teoria da biogênese.
§§ Teoria da abiogênese: os seres vivos originam-se da matéria bruta de maneira contínua. Principais de-
fensores: Aristóteles, Platão, Needhan, Virgílio, Aldovandro, Kricher e Van Helmont.
§§ Teoria da biogênese: os seres vivos originam-se de outros seres vivos. Principais defensores: Redi,
Spallanzani e Pasteur.

Redi
Por volta de 1660, Francesco Redi começou a combater a teoria da
geração espontânea. Para isso, colocou pedaços de carne crua dentro de
frascos, deixando alguns abertos e outros fechados com gaze. Veja esque-
ma do experimento ao lado.
Dessa forma, constatou a presença de numerosos ovos e larvas de
insetos sobre a gaze que fechava o recipiente e a ausência deles sobre a
carne ali contida. Esse experimento demonstrou que os insetos eram atra-
ídos pela carne e que o aparecimento de larvas era, portanto, proveniente
dos numerosos ovos colocados por esses animais. Os resultados de Redi
fortaleceram a teoria da biogênese.

Pasteur
Louis Pasteur, por volta de 1860, por meio de seus célebres expe-
rimentos com balões do tipo “pescoço de cisne”, conseguiu provar defi-
Experimento realizado por Redi, cujo
nitivamente que os seres vivos originavam-se de outros seres vivos. Além resultado reforçou a teoria da biogênese.

disso, constatou a presença de micróbios no ar atmosférico.


Este experimento mostra que um líquido, ao ser fervido, não perde a “força vital”, como defendiam os adeptos
da abiogênese, pois quando o pescoço do balão é quebrado, após a fervura do líquido, há aparecimento de seres vivos. O
experimento rebate ainda outro argumento dos adeptos da abiogênese: a formação de ar viciado impróprio para a vida. O
líquido fervido fica, neste caso, em contato com o ar atmosférico através do pescoço do balão e não ocorre o aparecimento
de seres vivos, pois as gotículas de água que se acumulam nesse pescoço retêm os micróbios contidos no ar que penetra
no balão. A partir dos experimentos de Pasteur, a teoria da biogênese passou a ter preferência nos meios científicos.

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A hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos
Essa hipótese sugere que moléculas orgânicas complexas foram formadas a partir de moléculas simples nas con-
dições da Terra primitiva, antes do aparecimento dos seres vivos. Os gases amônia (NH3), hidrogênio (H), metano (CH4) e
vapor de água da atmosfera primitiva, ao sofrerem os efeitos das fortes descargas elétricas provenientes das frequentes
tempestades e da influência acentuada dos raios ultravioleta do Sol, reagiram entre si, formando moléculas orgânicas
simples (aminoácidos, açúcares, álcoois). Essas moléculas teriam sido, então, arrastadas pelas águas da chuva e se acu-
mulado nos mares primitivos, onde outras reações teriam ocorrido. Substâncias orgânicas formaram uma “sopa nutritiva’’.
As moléculas de proteína aproximam-se, formando vários aglomerados proteicos envoltos por várias molé-
culas de água. Esses aglomerados foram chamados por Oparin de coacervados.
Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias
orgânicas, principalmente de proteínas.
Apesar de isolados, os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que, em seu
interior, havia margem para inúmeras reações químicas, permitindo a duplicação e, assim, os primeiros seres vivos.

O experimento de Miller
Stanley L. Miller construiu um aparelho que simulava as condições da Terra primitiva e introduziu nele os
gases que provavelmente constituíam a atmosfera naquela época. Esses gases foram amônia (NH3), hidrogênio (H),
metano (CH4) e vapor de água.

Experimento de Miller

A água, ao ferver, forma vapor e promove a circulação em todo o sistema, de acordo com o sentido das
setas. No balão em que se encontra a mistura gasosa, ocorrem descargas elétricas, simulando os raios que, naquela
época, deviam ocorrer com frequência.
Então, o experimento de Miller demonstrou que moléculas orgânicas (aminoácidos) poderiam ter-se
formado nas condições da Terra primitiva, o que reforça a hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos.

A hipótese autotrófica
Como todo ser vivo necessita de alimento para sobreviver, é lógico admitir que os primeiros seres vivos tenham sido
capazes de produzi-lo, isto é, tenham sido autótrofos. Contra essa hipótese, existe uma objeção de que os autótrofos sinte-
tizam alimentos orgânicos (a partir de substâncias inorgânicas) à custa de uma série extremamente complexa de reações
químicas, exigindo que o organismo também seja complexo. Acontece, porém, que a teoria da evolução biológica, contra a
qual não há objeções sérias, afirma que os primeiros seres vivos devem ter sido bastante simples, levando muito tempo para
se tornarem complexos; portanto, os biólogos não aceitam a hipótese autotrófica, porque ela vai contra a teoria da evolução.

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A hipótese heterotrófica finidos, os heterótrofos anaeróbios primitivos teriam cres-
cido gradativamente, a tal ponto que teria surgido a luta
Supõe que a forma mais primitiva de vida se pela sobrevivência devido a problemas no volume celular.
desenvolveu de matéria não viva, formando-se em um Nessas condições, eles teriam perecido ou teriam
ambiente complexo um ser muito simples, incapaz de se dividido, como meio de reduzir o volume. Nos orga-
fabricar seu alimento. A hipótese heterotrófica supõe nismos bem-sucedidos, teriam surgido os ácidos nuclei-
que um ser muito simples evoluiu, vagarosamente, da cos, moléculas que controlam os processos básicos de
matéria inanimada, e que isso aconteceu há milhões de reprodução e organização. Em tais condições, o primiti-
anos, mas não ocorre mais. vo organismo que tivesse DNA teria encontrado o meio
De acordo com a hipótese heterotrófica, a vida teria para se duplicar exatamente, transmitindo aos seus des-
surgido por meio das seguintes etapas, ilustradas ao lado: cendentes o mesmo padrão de organização conseguido
após todo o tempo de evolução transcorrido.
FORMAÇÃO DE AMINOÁCIDOS

FORMAÇÃO DE PROTEÍNAS CAPACIDADE DE REPRODUÇÃO Aparecimento dos autótrofos


FORMAÇÃO DE COACERVADOS APARECIMENTO DE AUTÓTROFOS
O DNA, ao duplicar-se, geralmente dá origem
SURGIMENTO DE HETERÓTROFOS PREDOMÍNIO DE AUTÓTROFOS a cópias exatamente iguais; porém, às vezes, ocorrem
mutações, isto é, alterações na sequência de bases exis-
OBTENÇÃO DE ENERGIA APARECIMENTO DE AERÓBIOS
tente na molécula e, com isso, a molécula que controla
as atividades vitais passa a não ser mais a mesma. Por-
tanto, as células-filhas que receberam a mutação terão
Formação de proteínas uma alteração no seu comportamento.
Com o passar do tempo, mais mutações foram
Na Terra primitiva, os aminoácidos teriam che-
ocorrendo e surgiram organismos aptos a usar CO2 e
gado às rochas carregados pelas chuvas. A evaporação
energia luminosa como fontes de energia. Assim, surgi-
da água teria deixado os aminoácidos secos sobre a
superfície das rochas quentes. Em tais condições, teria ram os seres autótrofos fermentadores e fotossintéticos,
ocorrido a formação de ligações peptídicas (síntese por que começaram a liberar O2 para a atmosfera terrestre.
desidratação) pela evaporação de água e a consequente
formação de proteínas; posteriormente, tais proteínas Aparecimento dos aeróbios
seriam levadas aos oceanos pelas chuvas.
Os primeiros autótrofos, a partir de um supri-
Surgimento dos heterótrofos mento de CO2, enzimas de ATP e aparecimento de uma
molécula (talvez a clorofila, capaz de absorver a energia
Pode-se afirmar que não havia camada de ozô- luminosa), realizariam uma primitiva fotossíntese.
nio na Terra primitiva, portanto, a temperatura da super- No processo de fotossíntese, liberam-se molécu-
fície terrestre era muito alta. las de oxigênio. Portanto, podemos supor que uma certa
Nesse cenário, as combinações de elementos quantidade de gás tenha-se acumulado gradativamente,
simples levavam à formação de substâncias complexas. durante milhares de anos, como consequência do apa-
Assim, foi possível a formação de seres unicelulares recimento dos autótrofos. Todavia, a utilização de
heterótrofos. A única fonte de energia disponível era a oxigênio para a obtenção de energia a partir da
própria sopa nutritiva (sem O2); portanto, eram heteró- glicose libera muito mais energia do que a retira-
trofos fermentadores – liberavam CO2. da de energia na ausência de oxigênio, pois a fer-
mentação fornece um saldo energético de ape-
Capacidade de reprodução nas 2 ATP, enquanto, na reação com o oxigênio, o
saldo é de 38 ATP. Teriam, então, levado vantagem os
Graças a sua capacidade de retirar alimentos e organismos capazes de executar respiração aeróbia, pois,
energia do meio e organizar as moléculas em padrões de- assim, retirava-se mais energia do alimento disponível.

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Evidências evolutivas Evidências evolutivas
A ideia de evolução A expressão “evidência evolutiva” sugere a ideia
de comprovação de um fato. Logo, a partir de agora, passa-
A evolução biológica consiste no conjunto de mo- remos a encarar a evolução biológica como um fato.
dificações (mutações) sofridas pelas espécies ao longo de
muito tempo. Essas modificações podem permitir à es- Fósseis
pécie uma melhor adaptação ao meio em que vive, ou
seja, realizar com mais eficiência seus comportamentos Correspondem à principal e mais notável evidên-
reprodutivo, alimentar e de exploração de seu habitat. cia a favor do transformismo e, portanto, da evolução.
Portanto, uma espécie evoluída é adaptada ao meio São, por definição, restos ou vestígios de organismos de
em que vive, não importando o seu grau de complexidade. épocas remotas conservados até a atualidade. Repre-
Logo, é interessante observar que tanto organis- sentam uma evidência evolutiva, pois mostram-nos que
mos simples, como as bactérias, ou complexos, como os os organismos não foram criados simultaneamente, ou
mamíferos, estão adaptados ao ambiente em que vivem. seja, há fósseis de diferentes idades.

As espécies Datação radioativa dos fósseis


Espécies consistem em um conjunto de indivídu-
os, semelhantes anato, fisio e filogeneticamente, capazes A idade de um fóssil pode ser estimada pela me-
de realizar fluxo gênico entre si por mecanismos repro- dição de elementos radioativos presentes nele ou na ro-
dutivos diversos, com produção de descendentes com as cha em que está fossilizado. Em princípio, quanto mais
mesmas propriedades de transmissão hereditária. profundo o terreno, mais antigo é o fóssil.
Caso o fóssil apresente substâncias orgânicas
Conceitos em sua constituição, sua idade pode ser calculada com
razoável precisão pelo método do carbono-14 (14C),
Durante muito tempo, acreditou-se que os seres um isótopo radioativo do carbono (12C).
vivos que conhecemos hoje, quase 2 milhões de espécies, Como a meia-vida do carbono-14 é relativamente
fossem exatamente iguais à época de sua criação. Essa curta, a datação mediante esse isótopo serve apenas para
teoria é conhecida como fixismo. fósseis com menos de 50 mil anos. Para datar fósseis
Já o transformismo ou evolucionismo pro- mais antigos, empregam-se isótopos com meia-vida
põe que as espécies são mutáveis, ou seja, modificam-se mais longa, como o isótopo de urânio-235 (235U) e de
ao longo do tempo. potássio (40K).[

Estudo comparativo ósseo entre membros anteriores (da esquerda para a direita) de homem, gato, baleia e morcego.

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Anatomia comparada
No estudo dos vertebrados, é evidente que existe um padrão esquelético: um crânio ligado a uma coluna
vertebral, que apresenta uma cintura escapular, nela se conectam os membros anteriores e uma cintura pélvica, na
qual estão conectados os membros posteriores. Portanto, todos os vertebrados, apesar de diferentes, apresentam
características em comum, o que mostra parentesco e indica um ancestral comum, que, por evolução, deu origem
a todos os subgrupos.

Embriologia comparada
O estudo embriológico dos animais mostra que quanto mais inicial é a fase de desenvolvimento do embrião,
maiores são as dificuldades de diferenciação e identificação do grupo estudado. Isso quer dizer que o desenvolvi-
mento embriológico dos animais é extremamente semelhante nas suas fases iniciais, ocorrendo a diferenciação só
mais tardiamente. Logo, entre espécies ou grupos evolutivamente próximos existe uma semelhança embriológica
muito grande quanto às fases iniciais do desenvolvimento.

Bioquímica, biologia e genética molecular


Recentemente, estudos nas áreas da bioquímica, biologia e genética molecular têm mostrado que a pre-
sença das mesmas proteínas em organismos de grupos diferentes indica semelhança no aparato metabólico e
hereditário, o que, sem dúvida nenhuma, evidencia parentesco e, portanto, ancestralidade comum.

Homologias e analogias
Estruturas homólogas apresentam a mesma origem embriológica, porém, podem ter destinos funcionais dife-
rentes. Estruturas análogas apresentam a mesma função ou papel biológico, porém, podem ter origens embriológicas
distintas. Veja a figura a seguir:

Representação de homologia e analogia

A homologia é evidente no processo de formação das espécies, a partir de um ancestral comum, e caracte-
riza o que chamamos de irradiação adaptativa.

Estruturas vestigais
Trata-se de características biológicas encontradas em alguns grupos de seres vivos e que não são mais fun-
cionais em outros grupos. Como exemplo, na espécie humana, podemos citar os músculos que movem as orelhas,
a membrana nictante nos olhos, o apêndice intestinal, a musculatura abdominal, os dentes do siso e a presença de
pelos cobrindo o corpo.

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Teorias evolutivas população natural, são muito variáveis em forma
e comportamento, sendo a variabilidade muito
influenciada pela hereditariedade.

As ideias de Lamarck Portanto, havendo grande variabilidade e grande mor-


talidade, uns organismos terão maior probabilidade de deixar
Lamarck acreditava que as características neces- descendentes do que outros: a tal tipo de reprodução seletiva,
sárias à adaptação em um certo ambiente pudessem ser Darwin chamou seleção natural. Como Darwin demonstrou, a
adquiridas, simplesmente, pelo uso intensivo do órgão seleção natural ou “luta pela vida com sobrevivência do mais
ou estrutura envolvida (1), e que essa “transformação” apto” é o fator orientador da evolução, mas não a causa das
variações, que ele foi incapaz de descobrir. A dificuldade de
pudesse ser transmitida aos descendentes, ou seja, he-
Darwin só foi resolvida com a descoberta das mutações ex-
reditariamente (2). Logo, o lamarquismo está baseado
postas pelo mutacionismo, no século XX, por Hugo de Vries,
em dois pontos:
que são responsáveis pela origem das variações.
1. Lei do uso e desuso
O principal ponto do darwinismo, portanto, é a
2. Transmissão hereditária de caracteres ad-
teoria da seleção natural, que é a escolha que o
quiridos
ambiente faz das características mais aptas.
Vejamos, neste exemplo, a aplicação dessa ideia: Portanto, o darwinismo pode ser entendido sob
o comprimento do pescoço das girafas pode ser enten- três pontos básicos:
dido, se atentarmos aos esforços diários nas tentativas 1. Variabilidade intraespecífica
de alcançar os ramos mais altos das árvores, que pro- 2. Seleção natural
vocariam um desenvolvimento de ossos e músculos. As 3. Adaptação
girafas com pescoços desenvolvidos transmitiriam essa
característica a seus descendentes. Logo, ao longo das O meio ambiente e a adaptação
gerações, todas as girafas teriam pescoços grandes.
Segundo Lamarck, o ambiente tem um papel
Para Lamarck, portanto, o ambiente tem um papel dire-
ativo, pois atua como um fator de modificação das espé-
cionador na modificação das características, ou seja, na
cies. Para Darwin, o ambiente tem um papel passivo,
adaptação dos organismos, uma vez que estes se modi-
pois atua apenas selecionando as variações mais aptas pre-
ficam para atender às necessidades impostas pelo meio.
existentes. Ele não conhecia os mecanismos de transmissão
hereditária. Isso só foi elucidado com o advento da genética.
Darwinismo
Exemplos de vantagens adaptativas
Darwin, por sua vez, defende a evolução em
si como um processo lento e gradual de pequenas
mudanças, que vão se acumulando de geração em
Coloração de advertência
geração até que resultem em uma grande mudança em
Há animais, cuja coloração é bastante vistosa.
relação aos indivíduos ancestrais.
Além disso, produzem e armazenam substâncias quími-
Em seu livro A origem das espécies, Darwin ex-
cas nocivas. Sinaliza aos possíveis predadores que eles
pôs a sua teoria da evolução por seleção natural, to-
não devem ser ingeridos, pois são perigosos.
mando como pontos de partida duas observações:
§§ Os organismos vivos produzem grande número Mimetismo
de sementes ou ovos, mas o número de indiví-
duos nas populações normais é mais ou menos Determinados organismos, denominados mí-
constante, o que só se pode explicar pela grande micos, apresentam características que os confundem
mortalidade natural. com outro grupo de organismos, os modelos. Em ge-
§§ Organismos de mesma espécie, ou então de uma ral, essa semelhança dá-se pelo padrão de coloração,

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textura, forma corporal, comportamento, constituição molecular e paleontologia, deram origem a uma teoria
química. Ela confere ao mímico uma vantagem adap- moderna de evolução conhecida como neodarwinis-
tativa. Existem três tipos de mimetismo: batesiano, mo ou teoria sintética da evolução, que integra
mülleriano e reprodutivo. esses novos conhecimentos às ideias de Darwin, escla-
§§ O mimetismo batesiano (de defesa) consiste na recendo principalmente as causas da variabilidade.
imitação de um modelo tóxico ou perigoso por A moderna teoria sintética da evolução envol-
espécies “não repulsivas” ou inofensivas, que se ve quatro fatores básicos: mutação, recombinação
privam de ser predadas. genética, seleção natural e isolamento reprodu-
§§ O mimetismo mülleriano consiste no veneno tivo. Os dois primeiros determinam a variabilidade ge-
ou no sabor desagradável de duas ou mais espé- nética, que é orientada pelos dois últimos. Três proces-
cies. Em face da coloração de advertência seme- sos acessórios também atuam no processo: migração,
lhante, ambas ampliam o número de predadores hibridação e oscilação genética.
que passam a evitá-las. A migração é responsável pelo fluxo gênico, que
§§ O mimetismo reprodutivo é bastante comum traz à população novos genes. A hibridação consiste no
entre plantas que mimetizam a fêmea de insetos cruzamento entre popuIações com patrimônios gené-
e aproveitam a tentativa de acasalamento para ticos diferentes. A oscilação genética ocorre, quando,
sua polinização. em populações finitas pequenas, o equilíbrio de Hardy-
-Weinberg é alterado pelo tamanho da população. Se
Camuflagem ocorrer mutação rara, o número de portadores da muta-
ção será baixo e, pela sua morte, desaparecerá da popu-
Trata-se de um conjunto de técnicas e métodos lação. Poderá aparecer novamente, quando e se ocorrer
que permite a um organismo permanecer indistinto do nova mutação. Esses fatores podem contribuir para a
ambiente que o rodeia. A camuflagem pode ser vanta- variabilidade genética.
josa para o predador, que cerca a presa sem ser per- Sob a designação de variabilidade, enquadramos
cebido, e para a presa, que se confunde com o meio, as diferenças existentes entre os indivíduos da mesma
passando despercebida pelo predador. espécie. As fontes de variabilidade são as mutações e a
§§ Homocromia consiste na coloração seme- recombinação genética.
lhante do organismo com a do meio onde As variações são submetidas ao meio ambien-
vive: cascas, galhos e folhas de árvores, cor te, que, pela seleção natural, conserva as favoráveis e
da areia etc. elimina as desfavoráveis. Assim, quando as condições
§§ Homotipia consiste na semelhança do indi- ambientais se modificam, algumas variações serão van-
víduo com a forma de estruturas presentes no tajosas e permitirão, então, aos indivíduos que as apre-
meio onde vive. É o caso dos insetos bicho-folha sentam sobreviver e produzir mais descendentes do que
e bicho-pau, que se assemelham a folhas e gra- aqueles que não as têm. Resumindo, temos:
vetos, respectivamente.
1. Variabilidade intraespecífica
§§ mutação
Neodarwinismo – teoria §§ recombinação genética: crossing-over
2. Seleção natural
sintética da evolução 3. Adaptação
Porém, a recombinação genética (crossing-
Na época em que Darwin propôs a sua teoria, os -over) promove o embaralhamento dessas modificações.
mecanismos da herança biológica não eram conhecidos. As mutações ocorrem em todo e qualquer organismo,
Apesar de ter sido contemporâneo de Gregor Mendel – enquanto que a recombinação genética só ocorre na-
pai da genética –, eles não se conheceram. Descobertas queles que sofrem meiose para produzir gametas, nos
recentes (século XX), nos campos da genética, biologia animais, e esporos, nos vegetais. Logo, os organismos

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que se reproduzem sexuadamente apresentam uma va- das características desses organismos, como a produção
riabilidade muito maior em suas populações do que os de carne, leite, lã e frutas.
organismos que se reproduzem assexuadamente, uma Darwin chegou à conclusão de que a seleção artifi-
vez que sofrem meiose. cial pode ser comparada à exercida pela natureza sobre as
espécies selvagens.

Tipos de seleção natural


§§ Seleção direcional: ocorre quando as condi- Especiação
ções ambientais favorecem um único fenótipo.
§§ Seleção estabilizadora: favorece indiví-
duos de fenótipos intermediários, eliminan- Especiação é o processo evolutivo pelo qual as
do aqueles de fenótipos extremos. novas espécies se formam. Mas antes de falarmos mais
§§ Seleção disruptiva: ocorre quando uma sobre esse processo, falaremos primeiro sobre o que é
população é submetida a diferentes pres- uma espécie.
sões do ambiente, favorecendo indivíduos Melhor do que uma única definição para espécie,
com fenótipos extremos.
que facilmente a associaria a um termo ou conceito, é
preferível considerar diferentes definições.
As mutações são aleatórias, ocorrem ao acaso §§ Definição biológica de espécie: são grupos
sem que haja relação com a utilidade ou não para que de populações naturais potencialmente capazes
ela venha a ocorrer. Em razão disso, alterações no DNA de se cruzar (gerando descendentes férteis) e
não são uma estratégia do organismo para se adaptar a que estão reprodutivamente isoladas de outros
alguma situação. No entanto, caso ocorra uma mutação grupos semelhantes, em condições naturais.
favorável, ela será selecionada positivamente; assim, a §§ Unidade ecológica: apresenta característi-
população desses indivíduos portadores dessa mutação cas próprias e mantém relações bem definidas
tenderá a aumentar. Observe-se que mutações não são com o ambiente e com outras espécies.
necessariamente benéficas, podem ser neutras ou preju- §§ Unidade gênica: dotada de um patrimônio
diciais para o organismo. gênico característico, que não se mistura
A seguir, alguns outros exemplos de seleção natural: com o de outras espécies e evolui independente-
§§ Melanismo industrial: industrialização na In- mente. Uma espécie, portanto, é o maior acervo
glaterra, as mariposas claras e escuras. de genes possível em condições naturais.
§§ Resistência de bactérias a antibióticos. Especiação é um evento que separa a linha-
§§ Resistência de moscas ao DDT. gem que dá origem a duas ou mais espécies distintas,
resultado de uma transformação gradual de uma es-
Seleção sexual pécie em outra (anagênese) ou da separação de uma
Seleção sexual é a seleção natural voltada para o população em duas (cladogênese).
encontro de parceiros e o comportamento reprodutivo.
Os leões-marinhos machos, por exemplo, brigam
entre si para demarcar um território e, normalmente, o
A origem das espécies
maior e mais forte conquista mais fêmeas, logo, deixa- Uma dada população pode ser submetida a uma
rão mais descendentes. separação em subgrupos a partir de um isolamento
geográfico. Esse isolamento pode ser representado
Seleção artificial por uma cordilheira, rio, lago, cachoeira, deserto, entre
A seleção artificial é conduzida pelo homem, outros, e permitirá a formação de duas subpopulações
consiste na adaptação e/ou seleção de seres vivos – A e B. Essas subpopulações, ainda pertencentes à mes-
animais e plantas –, cujo objetivo é realçar determina- ma espécie, estão submetidas à seleção natural de seus

14
meios, que são diferentes. Logo, as adaptações surgidas em uma subpopulação podem ser diferentes da outra e
vice-versa. Com isso, teremos uma progressiva diferenciação ao longo do tempo e enquanto durar o isolamento,
até que, com o fim deste, os indivíduos de novas gerações das duas subpopulações podem, então, tentar se repro-
duzir. No entanto, pode ocorrer que eles não mais se encontrem e consigam reproduzir-se, o que quer dizer que
estão isolados reprodutivamente, ou seja, agora pertencem a espécies diferentes. Porém, mesmo diferenciados,
podem conseguir se reproduzir, significando que não estão isolados reprodutivamente. Deste modo, constituem
raças geográficas.

Origem das espécies – especiação. Hipóteses:


A × B = sem descendentes férteis > isolamento reprodutivo > são diferentes
A × B = com descendentes férteis > há fluxo gênico > subespécies / variedades / raças

Entre organismos da mesma espécie, há fluxo gênico, que é consequência da semelhança e identidade
genética, além de mesmo número e tipos de cromossomos.

Redução de fluxo gênico


A especiação, no entanto, também pode ocorrer em populações sem barreiras extrínsecas específicas para
o fluxo gênico. Suponha uma população distribuída em uma ampla faixa geográfica em que o acasalamento não é
aleatório. Indivíduos num determinado ponto cardeal não têm chance alguma de se acasalarem com indivíduos de
outro ponto. Esse fluxo gênico reduzido não implica isolamento total dessa população, mas pode ou não ser sufi-
ciente para caracterizar uma especiação. Provavelmente, a especiação requer a ocorrência de diferentes pressões
seletivas nos diferentes extremos opostos. Algo assim alteraria a frequência gênica nesses indivíduos, a ponto de
eles não serem mais capazes de se acasalarem, caso estivessem reunidos.

Tipos de especiação
Na especiação, o papel crítico mesmo é a redução do fluxo gênico. A classificação dos modos de especiação
depende do quanto as espécies incipientes podem se separar geograficamente. Observe na tabela a comparação entre
alguns dos modos de especiação, que, mesmo diferentes, podem contribuir para a redução de fluxo gênico.

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Modos de especiação Características Representação

Alopátrica
As populações são geograficamente isoladas.
(alo = outros; pátrica = lugar)

Uma pequena população fica isolada na borda de uma


Peripátrica (peri = perto)
população maior.

Parapátrica (para = ao lado) A população é continuamente distribuída.

Simpátrica (sim = igual) População inserida na população ancestral.

Especiação alopátrica
Ocorre por isolamento geográfico.

Especiação peripátrica
É um tipo de especiação com isolamento geográfico, na qual a maior população é separada da menor.

Especiação parapátrica
Isolamento geográfico é um mecanismo que não faz parte desse tipo de especiação. Pode ser devido à
adaptação a essas novas áreas, em que conjuntos de indivíduos, gradualmente, tornam-se espécies distintas. A
especiação pode se caracterizar apenas pela distância entre os grupos.

Especiação simpátrica
Contrariamente aos tipos anteriores, a especiação simpátrica não requer distância geográfica em larga es-
cala para redução do fluxo gênico entre indivíduos de uma população. A simples exploração de um novo nicho por
uma subpopulação pode contribuir para a redução do fluxo gênico entre indivíduos.

Isolamento reprodutivo
Pode-se dizer que o isolamento reprodutivo é um subproduto da especiação. Resume-se à incapacidade total ou
parcial de os indivíduos de duas subpopulações cruzarem-se. Quando elas entram em contato, o isolamento reprodutivo
impede a mistura de genes dessas subpopulações.

16
Mecanismos de isolamento reprodutivo
Esses mecanismos podem ser classificados em pré-zigóticos e pós-zigóticos. Os mecanismos pré-zigóticos
impedem a fecundação, consequentemente, a formação do zigoto.
§§ Isolamento estacional ou sazonal
§§ Isolamento ecológico
§§ Isolamento etológico ou comportamental
§§ Isolamento mecânico ou incompatibilidade anatômica

Nicho é um termo usado para designar a função ou papel desempenhado pelos organismos de deter-
minada espécie em seu ambiente de vida. Isso inclui suas necessidades alimentares, a temperatura ideal de
sobrevivência, os locais de refúgio, as interações com os “inimigos” e com os “amigos”, os locais de reprodução,
entre outros.

Os mecanismos pós-zigóticos são aqueles que inviabilizam a sobrevivência do híbrido ou a sua fertilidade.
Mesmo ocorrendo a cópula, esses mecanismos impedem ou reduzem seu sucesso. Os principais tipos de isolamen-
to pós-zigótico são:
§§ Mortalidade do zigoto
§§ Inviabilidade do híbrido
§§ Esterilidade do híbrido

Zigoto é a primeira célula de um novo indivíduo, formada Exceção à regra


quando o gameta feminino é fecundado pelo gameta masculino.
Híbrido é o nome dado a um indivíduo formado pela união Apesar de a regra dizer que híbri-
de indivíduos de espécies diferentes. É o resultado da mistura dos são estéreis, há registros de exce-
genética entre espécies distintas. ções a essa regra com filhotes de mula.

Cladogramas e parentesco evolutivo


O processo da evolução determina o relacionamento entre espécies. Conforme as linhagens (espécies)
evoluem e separam-se, herdam as alterações e diferenciam seus caminhos evolutivos, é produzido um padrão
ramificado de relações evolutivas.
Nesse cladograma, o ramo principal mostra o ancestral comum, e cada ponto de ramificação são eventos de
especiação que dão origem a novas espécies, a novas características. Cada dicotomia indica um ancestral comum
partilhado. Quanto mais próximos os ramos, maior é o grau de parentesco entre os grupos.
Linhagem do Táxon monofilético
táxon A Táxon parafilético
(ramo)
Linhagem do
táxon D
(ramo)
Táxon Táxon Táxon Táxon
A B C D

X espécie ancestral X
(nodo)

Y espécie ancestral Y
(nodo)

caráter a (sinapomorfia)
tempo
Árvore filogenética: relações filogenéticas ou de parentesco entre os seres vivos

17
A extinção das espécies Evolução humana
A extinção é o desaparecimento completo de Você já deve ter reparado que nós, humanos,
uma espécie animal ou vegetal, que pode ser ocasiona- possuímos um cérebro muito grande, se comparado
do por processos naturais ou por interferência humana. com outros mamíferos ou primatas.
Quando o ancestral do homem teve a necessida-
Os processos naturais de de descer das árvores para sobreviver (isso pode ter
ocorrido devido a uma mudança no habitat – menos ár-
A extinção de espécies acontece naturalmente vores, talvez), teve que lidar com um ambiente relativa-
desde o surgimento da vida no Planeta. Suas principais mente diferente, onde o bipedalismo permitia algumas
causas são as modificações climáticas, como as deserti- vantagens. Essa característica, associada à possibilidade
ficações, glaciações e alterações da atmosfera decorren- de explorar outros ambientes, abriu novos horizontes
tes das atividades vulcânicas. Elas tornam o meio am- para a nossa evolução biológica. A seguir, veremos as
biente desfavorável à permanência de alguns grupos, vantagens angariadas com isso.
que, por seleção natural, desaparecem – temos como Vivendo em campos abertos, os indivíduos que
principal exemplo os dinossauros. A maioria das espé- formavam grupos eram mais favorecidos. Dentre todos
cies, porém, consegue adaptar-se e sobreviver a essas aqueles indivíduos ancestrais do homem, havia aqueles
mudanças, porque elas costumam ocorrer lentamente. que viviam mais isolados e os que viviam em grupos.
Assim, ao longo das gerações, os indivíduos mais isola-
dos eram mais facilmente capturados por predadores e
Os processos antrópicos (humanos) não deixavam tantos descendentes como os que viviam
Nas últimas décadas, o homem vem destruindo em grupo. Estes últimos, mais protegidos, deixavam um
habitats de grande diversidade biológica, principalmen- maior número de descendentes, que tinham a tendência
te por causa da poluição das águas, solo e ar, do des- de se manter no grupo.
matamento, da caça e pesca predatórias e da extração Um fator essencial para que essa vocalização pudes-
ilegal de espécies vegetais. Essas mudanças estão acon- se existir é uma pré-adaptação para essa característica. Mas
tecendo numa velocidade maior do que a de adaptação o que é uma pré-adaptacão? Muito simples: são estruturas
dos seres vivos. Dessa forma, eles não se ajustam às no- que já existem naquela espécie e que permitem que o ani-
vas condições de vida e desaparecem. Uma das conse- mal tenha sucesso no novo ambiente.
quências da extinção das espécies é o desequilíbrio das O bipedalismo ajudaria na cobertura de exten-
cadeias alimentares, responsáveis pela transferência de sas áreas, ao mesmo tempo que liberava os membros
anteriores desses animais (braços e mãos) para tarefas
alimento nos ecossistemas. A redução drástica dos ani-
de recolher frutas e manusear alimentos. Desse modo,
mais carnívoros, por exemplo, pode levar à proliferação
os indivíduos que tinham mais habilidade em lidar com
dos animais herbívoros e, como consequência, haveria
o alimento foram favorecidos e deixaram mais descen-
escassez de algumas plantas.
dentes, tendo maior sucesso evolutivo. Chamamos isso
de uma “pressão positiva” para os mais habilidosos, ou
Filogenia dos seres vivos seja, aqueles que tivessem mais habilidade teriam van-
tagem em relação aos que não tivessem tanta habilida-
Da célula primitiva originaram-se todos os seres de, e prevaleceriam em termos de evolução.
vivos. Portanto, todos descendem de um único ancestral, As estruturas da mão também iam sendo se-
isto é, formam um grupo monofilético. A universalida- lecionadas, que facilitavam o manuseio do alimento,
de do código genético para todas as células sugere essa gerando maior habilidade. Todos esses fatores, em
origem comum. Uma origem polifilética implicaria a conjunto, resultaram em um cérebro mais desenvolvido.
existência de vários ancestrais para os seres vivos. Não devem ser deixados de lado também os custos de

18
se ter um cérebro maior, pois o cérebro consome muita Conceitos fundamentais
energia. Apenas para se ter uma ideia, o nosso cérebro,
§§ Habitat é o local mais provável de encontrar-
em termos energéticos, custa três vezes mais do que o
mos a espécie. É o local onde vive, ou seja,
cérebro de chimpanzé, e 22 vezes mais do que um tecido
onde realiza suas atividades.
muscular em repouso. A taxa metabólica específica (por
§§ Nicho ecológico é o papel e/ou função que a
grama) é nove vezes maior do que o resto do corpo,
espécie desempenha no ambiente. Envolve in-
como um todo. Para bancar esse grande gasto, os nossos
formações acerca da sua biologia reprodutiva,
ancestrais tinham que ter uma dieta de melhor qualida-
alimentar e comportamental.
de proteica e energética.
A mudança de dieta retroalimenta a expansão ce- Espécies diferentes podem compartilhar habi-
rebral; isso significa que, para manter o cérebro, nossos tats, porém, nichos não. A sobreposição de nichos cau-
ancestrais tinham que comer melhor, tendo que apresen- sa competição interespecífica que pode levar à mútua
tar, portanto, um comportamento forrageador (de busca exclusão – princípio de Gause.
de alimento) mais complexo e eficiente, que, por sua vez, O nicho ecológico é caracterizado pelo total de
informações que podemos ter acerca de uma espécie:
fazia uma pressão seletiva para a expansão cerebral.
quanto à biologia alimentar, à biologia comportamental

Introdução à ecologia e à sua reprodução.

Um ecossistema consiste numa rede com- Composição e estrutura


plexa de relações de mútua influência entre a flora, dos ecossistemas
a fauna e os micro-organismos de uma determinada
A zona de transição entre ecossistemas diferentes,
área ou região e todos os elementos físicos naturais
chamada ecótono, possui características de cada uma das
(geológicos, climáticos etc.).
comunidades fronteiriças e específicas nelas existentes.
Como nenhum ecossistema natural é comple-
Os ecossistemas apresentam dois componentes
tamente separado de outro, pode-se considerar que
básicos: o biótico, representado pelas comunidades
todo o Planeta constitui um imenso conjunto de ecos-
biológicas, e o abiótico, representado pelos elementos
sistemas, a biosfera.
físicos e químicos do meio.
Os ecossistemas também podem ser subdividi-
Níveis de organização ecológicos dos em pequenas unidades bióticas, conhecidas como
comunidades biológicas.
organismo > população > comunidade > O ecossistema é, ainda, caracterizado pelos ci-
ecossistema > bioma > biocora > biociclo > clos da matéria e pelos fluxos de energia.
biosfera
Cadeias alimentares
§§ Um conjunto de organismos da mesma espé-
cie, que interage e habita uma dada região A cadeia alimentar é a sequência de transferên-
durante um certo período de tempo, constitui cias de matéria e energia de um organismo para outro,
uma população. sob a forma de alimento.

§§ O conjunto de várias populações de espécies di-


ferentes, que interage e habita uma dada área
durante um período de tempo, forma uma co-
munidade biológica, biota ou biocenose. Cadeia alimentar

19
As setas usadas nos diagramas e esquemas de como a respiração celular (RC) para se manterem vi-
teias e cadeias indicam o sentido da matéria e energia. vos, o mesmo acontece com os primeiros carnívoros em
A cadeia alimentar é formada por três níveis distintos: relação aos próximos carnívoros. Esse “saldo” é chama-
produtores, consumidores e decompositores. Os produ- do de produtividade líquida (PL) e é efetivamente
tores são os organismos clorofilados, como as plantas a energia que está disponível para ser “ingerida” pelo
e algas, os únicos seres vivos capazes de produzir maté- próximo organismo sob a forma de matéria orgânica.
ria orgânica que servirá de alimento para toda a biota, Isso quer dizer que a energia disponível ao longo
por meio da fotossíntese. Esse material orgânico susten- da cadeia alimentar diminui e as perdas não podem ser
ta, direta ou indiretamente, os organismos consumi- reaproveitadas, ou seja, o fluxo de energia é unidire-
dores, assim denominados por precisarem “consumir” cional e decrescente.
ou ingerir o seu próprio alimento (seres heterótrofos). As pirâmides ecológicas
Esses consumidores podem ser primários (animais
herbívoros) ou secundários, terciários e assim por diante São representações gráficas das relações existen-
(animais carnívoros). Quando os dejetos desses animais são tes entre os organismos nas cadeias e teias alimentares.
lançados no solo e se juntam a toda matéria morta (animal §§ Número – mostra a quantidade de organismos
e vegetal) ali presente, entram em ação os chamados orga- em cada nível trófico.
nismos decompositores, fungos e bactérias.

Nível trófico
Os organismos em uma cadeia têm à sua dis-
posição quantidades diferentes de energia no alimen-
to que ingerem. A posição que o organismo ocupa na
cadeia é chamada de nível trófico. Portanto, quanto
mais próximo do início da cadeia está o organismo,
maior é a energia disponível para este organismo. Logo,
o número de níveis tróficos em uma cadeia é limitado,
visto que as perdas energéticas de um nível para outro
§§ Biomassa – mostra a quantidade de biomassa
são muito grandes, ou seja, da ordem de 90%.
(kg ou g) em cada nível trófico, ou seja, a massa
Os percursos ou trajetos da matéria e energia
total de todos os organismos vivos em qualquer
nos ecossistemas são muito distintos. A matéria sem-
área dada ou seu equivalente em energia.
pre cicla, enquanto que a energia flui. Portanto, fala-
§§ Energia – mostra a energia acumulada em cada
-se em ciclos da matéria e fluxo de energia.
nível trófico ( cal / g / área).

Pirâmides e Consumidores de
Terceira Ordem

eficiência ecológicas Consumidores de


Segunda Ordem

O fluxo de energia Consumidores de


Primeira Ordem

A energia acumulada na matéria orgânica – cha-


mada de produtividade primária bruta (PPB), por Produtores

fotossíntese, pelos produtores não está totalmente dis-


Energia captada pelo produtor
ponível para os herbívoros, pois os produtores “gastam” Energia retida
no sistema vivo
Energia perdida
pelo sistema vivo
uma parcela – correspondente a processos metabólicos

20
Produtividade de Relações harmônicas
um ecossistema Relações harmônicas
intraespecíficas ou homotípicas
A produtividade de um ecossistema indica a sua
capacidade de crescimento e de manutenção de espécies. Colônias
PPL = PPB – RC
São constituídas por organismos da mesma es-
A produtividade primária de um ecossistema de- pécie, que se mantêm, anatomicamente, unidos entre
pende, essencialmente, do alto desempenho fotossin- si. São exemplos de colônias homomorfas as colônias
tético de seus produtores e, portanto, dos fatores limi- de espongiários, e de colônias heteromorfas a obelia,
tantes da fotossíntese, como luminosidade, altitude nos uma colônia de celenterados. As colônias polimórficas
terrestres, profundidade nos aquáticos, tipo do compri- são estruturadas por vários tipos de indivíduos adap-
mento de onda luminosa, temperatura, água líquida tados para funções distintas. Como exemplo clássico,
disponível, disponibilidade de nutrientes e pluviosidade. citamos as caravelas.
A eficiência na transferência de energia de um
nível trófico para outro é fundamental, pois as taxas das
Sociedades
perdas são enormes, o que impede o acúmulo de bio-
massa e o crescimento das populações. Quanto maiores São associações de indivíduos da mesma espécie
as populações, mais numerosas e interligadas as ca- que não estão ligados anatomicamente e formam uma or-
deias alimentares de um ecossistema, maior, também, ganização social que se expressa através do cooperativismo;
será a sua produtividade primária. são representadas por cupins, vespas, formigas e abelhas.

Relações harmônicas
Relações ecológicas interespecíficas ou heterotípicas
Relações ecológicas Protocooperação
nas comunidades Trata-se de uma associação entre duas espécies
diferentes, na qual ambas se beneficiam:
As relações ecológicas representam estraté- §§ o caranguejo-bernardo-eremita e a anêmona;
gias escolhidas pelas espécies e selecionadas ao longo §§ o pássaro-palito e o crocodilo;
do tempo, para melhor se adaptarem aos ambientes, di- §§ o anu e o gado.
minuindo as taxas de competição, explorando de maneira
mais eficiente os recursos neles presentes. Mutualismo
Divididas em interespecíficas ou heterotípi- Trata-se de uma associação com benefícios mútuos.
cas, quando dois ou mais organismos de espécies dife- É mais íntima que a cooperação, sendo necessária à sobre-
rentes estão associados, e intraespecíficas ou homo- vivência das espécies, que não podem viver isoladamente.
típicas, quando dois ou mais organismos da mesma §§ Bacteriorriza é a associação entre as bactérias
espécie estão interagindo. do gênero Rhizobium e as raízes de legumino-
As interações ainda podem ser classificadas em sas. Nas microrrizas, tem-se uma associação entre
harmônicas, quando nenhum dos organismos envol- fungos e raízes de árvores florestais. O fungo, que
vidos sofre algum tipo de prejuízo, e desarmônicas, é um decompositor, fornece ao vegetal nitrogênio
quando um dos organismos envolvidos sofre algum tipo e outros nutrientes minerais; em “troca”, recebe
de prejuízo ou mesmo a morte. matéria orgânica fotossintetizada.

21
§§ Cupins ou térmitas e certos protozoários.
§§ O líquen é uma associação entre alga e fungo.

Comensalismo
No comensalismo, uma espécie (comensal) se beneficia, enquanto a outra (hospedeira) não leva vantagem
alguma. Um caso típico é a rêmora ou peixe-piolho, que vive como comensal do tubarão.

Inquilinismo
É a associação em que uma espécie (inquilino) procura abrigo ou suporte no corpo de outra espécie (hos-
pedeiro), sem prejudicá-la:
§§ o peixe-agulha e a holotúria;
§§ epifitismo.

Relações desarmônicas
Relações desarmônicas intraespecíficas ou homotípicas
Competição intraespecífica
É a relação que se estabelece entre os indivíduos da mesma espécie, quando concorrem pelos mesmos
fatores ambientais, principalmente espaço e alimento. Exemplo de competição intraespecífica: territorialidade.

Canibalismo
Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie.

Relações desarmônicas interespecíficas ou heterotípicas


Acontecem entre indivíduos de espécies diferentes e compreendem: competição interespecífica, predatismo,
amensalismo e parasitismo.

Competição interespecífica
A competição entre espécies diferentes se estabelece quando tais espécies possuem o mesmo habitat e o
mesmo nicho ecológico.

Amensalismo
Amensalismo é um tipo de associação na qual uma espécie, chamada amensal, é inibida no crescimento ou
na reprodução por substâncias secretadas por outra espécie, denominada inibidora.

Predatismo
Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, chamado presa, pertencente a uma espécie diferente.
Tanto os predadores quanto as presas apresentam adaptações para ataque e defesa. A camuflagem dos animais,
pela cor ou forma, assemelham-se ao meio ambiente, com o qual se confundem. Tanto as presas como os preda-
dores procuram esconder-se.

Parasitismo
Nesse caso, uma das espécies, chamada parasita, vive na superfície ou interior de outra, designada hospedeiro.

22
Esclavagismo ou sinfilia
Relação ecológica entre indivíduos que se beneficiam da exploração das atividades, do trabalho ou dos
produtos de outros organismos.
§§ Formigas e pulgões ou afídeos
§§ Chupim e outros pássaros

Resumo das relações ecológicas


simbioses harmônicas interespecíficas
mutualismo (+ / +) vínculo obrigatório liquens, micorriza, rhizóbio
cooperação (+ / +) sem vínculo obrigatório paguru e anêmona; ruminantes e aves
comensalismo (+ / 0) indiferença epífitas; tubarão e rêmora
simbioses harmônicas intraespecíficas
sociedade divisão de trabalho insetos sociais: abelha, cupins
colônia vínculo físico água-viva, corais, bactérias

simbioses desarmônicas interespecíficas


predatismo (+ / –) com morte onça e capivara
parasitismo (+ / –) com exploração sem morte pulga, tênia, esquistossomo
competição (– / –) sobreposição de nichos introdução de espécies
esclavagismo (+ / –) exploração de trabalho pulgões e formigas
simbioses desarmônicas intraespecíficas
canibalismo sobrevivência do adulto jacaré e algumas aves
competição variabilidade genética seleção natural

Dinâmica populacional e sucessão ecológica

Dinâmica populacional

Curvas de crescimento populacional

No gráfico apresentado, observa-se a dinâmica das duas curvas representativas do crescimento das popu-
lações: “S” e “J”. Os habitats fornecem recursos de diversos tipos: água, refúgio, área mínima comportamental e
alimento. Todos esses recursos podem ser compartilhados dentro de alguns limites que o próprio ambiente deter-
mina. A essa característica “limitada” do ambiente chamamos de capacidade de suporte: o número de espécies,
de indivíduos em cada população, os tipos de interações entre os organismos também determinam e caracterizam
essa propriedade do ambiente.

23
Resistência do meio (RM) biente físico. A comunidade que primeiro se estabelece
no ambiente é a ecese ou comunidade pioneira;
A resistência do meio se traduz na quantidade de os estágios sucessionais seguintes são chamados de
impactos ou alterações que um meio pode sofrer e suportar. seres; e, finalmente, a comunidade que se estabelece
ao final é chamada de comunidade clímax, sendo
Capacidade de suporte (CS) autossuficiente e homeostática. Ao longo do processo
sucessional, aumentam o número de espécies, habitats,
A capacidade de suporte de um ambiente pode
biomassa e interações.
ser entendida como o conjunto de limites a que esse
A sequência de seres que constituem a sucessão
meio está imposto.
primária de uma área rochosa ou de um solo desnudo
Curva de sobrevivência pode ser a seguinte:

A taxa de sobreviventes ao longo da vida para


liquens > bactérias > briófitas > gramíneas >
cada espécie determina a sua curva de sobrevivência,
samambaias > sequência de arbustos > arvoretas >
ou seja, em que momento do ciclo de vida há mais mor-
árvores maiores
tes e em que momentos há maior adaptação à vida.

Ao longo da sucessão, teremos aumento do nú-


Taxas e parâmetros mero de espécies, de simbioses, de biomassa, de habi-
O contingente populacional é variável e pode tats, de produtividade primária bruta e da taxa de res-
sofrer influência de movimentos migratórios. A imigra- piração. A sucessão nem sempre recupera a formação
ção (I) consiste na chegada de indivíduos à população, original, porém alcançará uma composição de espécies
enquanto que a emigração (E) consiste na saída de e uma estrutura máxima para as atuais condições.
indivíduos da população.
O total de nascimentos, em um intervalo de tempo, Sucessões primária e secundária
caracteriza a taxa de natalidade (TN), enquanto que o
total de mortes caracteriza a taxa de mortalidade (TM). Fala-se que o processo sucessivo é primário
quando ocorre em substratos (solo, rocha, água ou o
I + TN > E + TM corpo de um ser vivo) não previamente ocupados por
O contingente está aumentando; logo, há cresci- organismos.
mento populacional. O processo é considerado secundário quando os
I + TN < E + TM referidos substratos já foram anteriormente ocupados
O contingente está diminuindo; logo, a população por uma comunidade e, consequentemente, contêm
está decrescendo. matéria orgânica viva ou morta (detritos, propágulos).
I + TN = E + TM
O contingente tende a ficar constante; logo, a po-
pulação parou de crescer.

A sucessão ecológica
nos ecossistemas
As comunidades podem sofrer mudanças em sua
composição ao longo do tempo, o que caracteriza a su-
cessão ecológica. Durante a sucessão, comunidades
vão se sucedendo e alterando, significativamente, o am-

24
U.T.I. - Sala
1. (Enem adaptado) Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz cozido, são utilizadas como
iscas para pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam que essas larvas surgem espontaneamen-
te do arroz cozido, tal como preconizado pela teoria da geração espontânea. Cite um dos primeiros
pesquisadores que refutou esta teoria e qual foi seu experimento.

2. (PUC adaptado) Certa espécie animal apresenta uma série de mutações que determinam a variedade
de fenótipos relativos à coloração. Essa diversidade genética, orientada pela seleção natural, garante
a adaptação dos indivíduos dessa espécie a diversos tipos de ambiente. O trecho não é referente a
Mendel, Darwin ou Lamarck. Trata-se de qual teoria evolutiva? Descreva sobre essa teoria.

3. (UFJF adaptado) As queimadas, comuns na estação seca em diversas regiões brasileiras, podem
provocar a destruição da vegetação natural. Após a ocorrência de queimadas em uma floresta, que
tipo de sucessão ecológica ocorre e por quê? Descreva as fases deste processo algumas das possíveis
vegetações correspondentes.

4. (FEI adaptado) Num ecossistema, um fungo, uma grama, uma coruja e um coelho podem desempe-
nhar quais papéis em uma cadeia trófica? Se aumentássemos a população de coruja, o que ocorreria
com a quantidade de grama?

5. (Unicamp adaptado) A produtividade primária em um ecossistema pode ser avaliada de várias


formas. Nos oceanos, um dos métodos para medir a produtividade primária utiliza garrafas trans-
parentes e garrafas escuras, totalmente preenchidas com água do mar, fechadas e mantidas em
ambiente iluminado. Após um tempo de incubação, mede-se o volume de oxigênio dissolvido na
água das garrafas. Os valores obtidos são relacionados à fotossíntese e à respiração. Por que o vo-
lume de oxigênio é utilizado na medição da produtividade primária?

25
U.T.I. - E.O.
1. (Fuvest) Acredita-se que os organismos semelhantes a bactérias heterotróficas anaeróbicas te-
nham sido os primeiros seres vivos a surgirem na face da Terra. Apresente duas justificativas para
essa hipótese.

2. (Unicamp) A evolução biológica é tema amplamente debatido, e as teorias evolucionistas mais


conhecidas são as de Lamarck e Darwin, a que remete a tira do Calvin abaixo.

Quadro 1: Uma das criaturas mais peculiares da natureza, a girafa, está singularmente adaptada
ao seu ambiente.
Quadro 2: Sua tremenda altura lhe permite mastigar os suculentos petiscos mais difíceis de alcançar.
Quadro 3: Biscoitos.
a) Como a altura da girafa, lembrada pela tira do Calvin, foi utilizada para explicar a teoria de Lamarck?
b) Como a teoria de Darwin poderia explicar a situação relacionada com a altura da girafa?

3. (UFC) Em 1860, Pasteur conseguiu uma vitória para a teoria da biogênese, enfraquecendo a con-
fiança na abiogênese, com uma experiência simples e completa. Analise o esquema dessa experiên-
cia, mostrado a seguir, e descreva sucintamente o objetivo de cada etapa como também a conclusão
da experiência.

Etapa 1: A solução nutritiva é colocada no frasco.


Objetivo: ______________________________________________________________________________
Etapas 2 e 3: O gargalo do frasco é curvado em S ao calor da chama e a solução é fervida fortemente
durante alguns minutos.
Objetivo: ______________________________________________________________________________
Etapa 4: A solução é resfriada lentamente e permanece estéril muito tempo.
Objetivo: ______________________________________________________________________________
Etapa 5: O gargalo é quebrado.
Objetivo: ______________________________________________________________________________

26
4. (UFSCar) Em recente artigo publicado on-line a) Qual dos seguintes conceitos – ecossistema,
na revista científica Evolution, pesquisado- habitat, nicho ecológico – está implícito
res identificaram um processo de diversifica- nesse gráfico?
ção gênica nos ecossistemas tropicais de Ma- b) Os dados de mortalidade representados nes-
dagascar, numa população de sapos (Anura se gráfico referem-se a que nível de organi-
zação: espécie, população ou comunidade?
microhylidae) de habitat montanhoso, em
c) Temperatura e salinidade são fatores abióti-
que foram identificadas 22 novas espécies. cos que, nesse caso, provocaram mortalida-
a) O que é seleção natural e qual o seu papel na de das fêmeas do camarão-da-areia. Cite dois
evolução das espécies? fatores bióticos que também possam produ-
b) Segundo o neodarwinismo, além da seleção zir mortalidade.
natural, quais fatores explicam a diversidade
entre as espécies de sapos encontradas? 7. (Unicamp) Os navios são considerados intro-
dutores potenciais de espécies exóticas atra-
vés da água de lastro (utilizada nos tanques
5. (PUC-MG) O bioquímico russo Oparin, em para dar aos navios estabilidade quando va-
seu livro A origem da vida, admitiu que a zios). Essa água pode conter organismos de
vida sobre a Terra surgiu há mais ou menos diversos grupos taxonômicos. Com certa fre-
3,5 bilhões de anos. quência, leem-se informações relacionadas a
essas e introduções:
a) CITE dois gases presentes na atmosfera pri-
I. O mexilhão-dourado (Limnoperna fortu-
mitiva.
nei), um bivalve de água doce originário
b) A que condições estavam submetidos os ga- do sul da Ásia, chegou ao Brasil em 1998
ses da atmosfera primitiva? e já infestou rios, lagos e reservatórios da
c) Que compostos químicos se originaram a região Sul e do Pantanal. Além de causar
partir dos gases iniciais? problemas ecológicos, esse invasor ame-
d) Atualmente, sabemos que seres autótrofos aça o setor elétrico brasileiro, a agricul-
constituem fonte básica de alimento. No tura irrigada, a pesca e o abastecimento
entanto, admite-se que os primeiros orga- de água devido à sua capacidade de se in-
nismos devem ter sido heterótrofos. A partir crustar em qualquer superfície submersa.
de onde os heterótrofos conseguiam seu ali- (Adaptado de Evanildo da Silveira, “Molusco chinês
mento na Terra primitiva? ameaça ambiente e produção no Brasil”. http://www.
estadao.com.br/ciência/notícias/2004/mar/18/75.htm)
e) Qual o mecanismo utilizado pelos primeiros
organismos para obtenção de energia? II. As autoridades sanitárias acreditam que
o vibrião colérico, originário da Indoné-
6. (Fuvest) Analise o gráfico abaixo, relativo à sia, chegou ao Peru através de navios e de
mortalidade de fêmeas férteis do camarão- lá se espalhou pela América latina.
-da-areia (Crangon septemspinosa) em água (Adaptado de Ilídia A.G.M.Juras, “Problemas
causados pela água de lastro”. Consultoria
aerada, em diferentes temperaturas e salini-
Legislativa da Câmara dos Deputados, 2003.)
dades, durante determinado período.
Além de problemas como os citados acima, a
introdução de espécies oferece risco de ex-
tinção de espécies nativas. Explique por quê.

8. (Fuvest) Num campo, vivem gafanhotos que


se alimentam de plantas e servem de ali-
mento para passarinhos. Estes são preda-
dos por gaviões. Essas quatro populações se
mantiveram em números estáveis nas últi-
mas gerações.
a) Qual é o nível trófico de cada uma dessas
populações?
b) Explique de que modo a população de plan-
tas poderá ser afetada, se muitos gaviões
imigrarem para esse campo.
c) Qual é a trajetória dos átomos de carbono
que constituem as proteínas dos gaviões
desde sua origem inorgânica?
d) Qual é o papel das bactérias na introdução
do nitrogênio nessa cadeia alimentar?

27
9. (Fuvest) Devido ao aparecimento de uma Assim, o pássaro obtém o seu alimento e li-
barreira geográfica, duas populações de vra o crocodilo de seus parasitas”. Que tipo
uma mesma espécie ficaram isoladas por de interação ecológica é essa? E como ela é
milhares de anos, tornando-se morfologi- denominada?
camente distintas.
a) Explique sucintamente como as duas popu- 14. (Unesp adaptado) Um gavião, que tem sob
lações podem ter-se tornado morfologica- suas penas carrapatos e piolhos, traz pre-
mente distintas no decorrer do tempo. so em suas garras um rato, com pulgas em
b) No caso de as duas populações voltarem a seus pelos. Entre o rato e as pulgas, entre
entrar em contato, pelo desaparecimento da os carrapatos e os piolhos e entre o gavião
barreira geográfica, o que indicaria que hou- e o rato, que tipo de relações interespecífi-
ve especiação? cas existem?

10. (Enem adaptado) Segundo a teoria evoluti- 15. Como é denominada a associação existente
va mais aceita hoje, as mitocôndrias, assim entre os ruminantes e as bactérias que vi-
como os cloroplastos, teriam sido originados vem em seu estômago?
de procariontes ancestrais que foram incor-
porados por células mais complexas. Qual 16. (Enem adaptado) Os vagalumes machos e fê-
característica da mitocôndria que sustenta meas emitem sinais luminosos para se atraí-
essa teoria? Qual o nome dessa teoria? E qual rem para o acasalamento. O macho reconhe-
a função da mitocôndria na célula? ce a fêmea de sua espécie e, atraído por ela,
vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo
11. (Uerj adaptado) Na maioria dos casos, a de vagalume, o Photuris, cuja fêmea engana
energia de um ecossistema origina-se da e atrai os machos de outro tipo, o Photinus,
energia solar. A figura abaixo mostra al- fingindo ser desse gênero. Quando o macho
guns seres componentes do ecossistema de Photinus se aproxima da fêmea Photuris,
um lago. muito maior que ele, é atacado e devorado
por ela.
BERTOLDI, O.G.; VASCONCELOS, J.R. Ciências &
Sociedade: a aventura da vida, a aventura da
tecnologia. São Paulo: Scipione, 2000 (adaptado).

Qual é o tipo de interação e como é denominada?

1
7. (Enem adaptado) O menor tamanduá do
mundo é solitário e tem hábitos noturnos,
passa o dia repousando, geralmente em um
emaranhado de cipós, com o corpo curvado de
tal maneira que forma uma bola. Quando em
atividade, se locomove vagarosamente e emi-
Considere que, no lago, existam quatro dife- te um som semelhante a um assobio. A cada
rentes espécies de peixes. Cada uma dessas
gestação, gera um único filhote. A cria é dei-
espécies se alimenta exclusivamente de um
xada em uma árvore à noite e é amamentada
dos quatro componentes indicados. Qual se-
pela mãe até que tenha idade para procurar
ria o peixe que teria melhores condições de
alimentos. As fêmeas adultas têm territórios
desenvolvimento, em função da disponibili-
grandes e o território de um macho inclui o
dade energética?
de várias fêmeas, o que significa que ele tem
sempre diversas pretendentes à disposição
12. (Fuvest adaptado) “O tico-tico tá comendo
para namorar!
meu fubá/ Se o tico-tico pensa/ em se ali-
Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n.
mentar/ que vá comer/ umas minhocas no
174. Nov.2006 (adaptado)
pomar (…)/ Botei alpiste para ver se ele
comia/ Botei um gato, um espantalho e um Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito
alçapão (…)” ao nicho ecológico ou habitat? Por quê?
(Zequinha de Abreu, Tico-tico no Fubá).
18. (Fuvest adaptado) Considere as seguintes
No contexto da música, qual é a teia alimen-
tar da qual fazem parte tico-tico, fubá, mi- comparações entre uma comunidade pionei-
nhoca, alpiste e gato? ra e uma comunidade clímax, ambas sujei-
tas às mesmas condições ambientais, em um
13. (UEL adaptado) Considere o seguinte relato: processo de sucessão ecológica primária:
“O pássaro-palito penetra na boca aberta do I. A produtividade primária bruta é maior
crocodilo removendo os restos de alimento numa comunidade clímax do que numa
e parasitas encontrados entre seus dentes. comunidade pioneira.

28
II. A produtividade primária líquida é maior 21. (Famerp) Um ecossistema é composto tanto
numa comunidade pioneira do que numa por fatores bióticos (comunidade ou biota)
comunidade clímax. como por fatores abióticos (variáveis físicas
III. A complexidade de nichos é maior numa e químicas do ambiente). Nos ecossistemas,
comunidade pioneira do que numa comu- tais fatores estão fortemente relacionados,
nidade clímax. proporcionando diversas interações entre os
Comente as afirmativas. seres vivos e o ambiente físico. Um impacto
ambiental é, essencialmente, uma alteração
1
9. (Unicamp) O gráfico abaixo ilustra as curvas relevante nos componentes bióticos ou abió-
de crescimento populacional de duas espé- ticos dos ecossistemas.
cies de mamíferos (A e B) que vivem na sa- a) A queima de combustíveis fósseis (como o
vana africana, um pastador e um predador. óleo diesel e a gasolina) em veículos auto-
motores promove alteração direta em fatores
Analise o gráfico e responda às questões.
bióticos ou em fatores abióticos de um ecos-
sistema? Justifique sua resposta.
b) Explique de que maneira uma alteração bió-
tica em determinado ecossistema pode gerar
um impacto ambiental.

a) Qual curva representa a população do mamí-


fero predador? Qual das duas espécies tem
maior capacidade de suporte (carga biótica
máxima)?
b) Cite duas adaptações defensivas contra pre-
dação apresentadas por mamíferos pastado-
res da savana.

20. (Fuvest) O esquema abaixo representa as


principais relações alimentares entre es-
pécies que vivem num lago de uma região
equatorial.

Com relação a esse ambiente:


a) Indique os consumidores primários.
b) Dentre os consumidores, indique quais ocu-
pam um único nível trófico.
c) Explique como o aumento das populações
das aves pode impactar as populações de
mosquitos.

29
0 1 Biologia 2

U.T.I.

C N
BIOLOGIA
Taxonomia e reinos
Os seres vivos podem ter o corpo constituído por uma ou mais células, sendo chamados de, respectivamente,
unicelulares, como a bactéria, e pluricelulares (multicelulares), como os animais e plantas.

Membrana Plasmídeo
celular Parede celular Flagelo

Grânulo DNA
Ribossomos
Célula bacteriana

Complexidade e organização
Os seres vivos são complexos e bastante organizados. Mesmo quando unicelular, o organismo apresenta
extrema complexidade, presente tanto na estrutura quanto no funcionamento da célula. No corpo humano, que
é um organismo pluricelular, encontramos 200 tipos de célula, que se organizam em quatro tipos básicos de con-
junto, chamados de tecidos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Os grupos desses tecidos se reúnem
formando órgãos, como a pele, estômago e coração. Por sua vez, atuando em conjunto, uma série de órgãos passa
a constituir um sistema, como é o caso do digestório ou do circulatório.

Metabolismo
O metabolismo é responsável pelo crescimento, manutenção e reparo das células, consequentemente, de
todo o organismo. Dividimos os processos metabólicos em duas etapas: anabolismo e catabolismo. O termo ana-
bolismo compreende os processos químicos sintéticos, nos quais substâncias mais simples são combinadas para
formar outras mais complexas; o catabolismo abrange processos analíticos, nos quais as substâncias complexas são
quebradas, originando substâncias mais simples e liberação de energia.

As atividades metabólicas

Reprodução
Qualquer ser vivo é capaz de reproduzir-se, ou seja, originar organismos semelhantes. A reprodução pode
ser assexuada ou sexuada. A reprodução assexuada resulta em por duas células-filhas, exatamente iguais à
célula-mãe que as originou. A reprodução sexuada é feita pela fusão de duas células especializadas denominadas
gametas, que formam o zigoto ou célula-ovo.

33
Material genético A ancestralidade dos seres vivos
Em cada célula aparece uma extensa molécula, o
Durante os séculos XIX e XX, deu-se maior impor-
DNA (ácido desoxirribonucleico), no qual estão contidos
tância aos estudos de arqueologia e dos fósseis, o que
os genes. Passando de pais para filhos, os genes man-
ocasionou descobertas a respeito da evolução. As novas
têm as características específicas de cada organismo.
evidências permitiram afirmar que os seres vivos de hoje
Evolução derivam de outros que existiram há milhares de anos.
A organização das informações e os graus de
O material genético é responsável pelas carac-
semelhanças e diferenças são utilizadas nos estudos de
terísticas de um organismo. Mutação é qualquer altera-
classificação dos seres vivos ou taxonomia.
ção do material genético que provoca o aparecimento
Por volta da metade do século XVIII, o naturalis-
de uma nova característica, conhecida como variação.
ta sueco Carl von Linnée, ou Lineu, classificou os orga-
Por meio das variações, ocorre o processo chamado de
nismos segundo a estrutura e anatomia dos seres vivos.
evolução: a transformação sofrida pelos organismos no
Esse sistema de classificação é utilizado até hoje.
transcorrer da história da Terra.

Biodiversidade: diversidade Os três domínios, os seres


de espécies e de ecossistemas vivos e os tipos de célula
Conceito que designa a diversidade biológica A análise das sequências do RNA ribossômico
existente entre os seres vivos, exprime a riqueza de es- permitiu dividir o mundo vivo em três grandes grupos
pécies de uma dada região. Engloba, também, a diver- conhecidos por domínios, a saber: Bacteria, Archaea
sificação de habitats e ambientes de uma macrorregião. e Eukarya. O domínio Bacteria é constituído pelas cha-
madas “bactérias verdadeiras”, seres procariontes nos
A longevidade natural das espécies quais observam-se as células primitivas chamadas de
A probabilidade de que uma dada espécie se tor- procarióticas ou procariotas. Archaea é um domínio
ne extinta em um certo tempo, depois que ela se separa de de bactérias, também procariontes e com uma carac-
outras espécies, pode ser aproximada como uma constante. terística de viver em ambientes inóspitos com grandes
salinidades, altas temperaturas, ácidos e outros. O do-
Florestas tropicais como mínio Eukarya inclui todos os demais seres vivos, isto é,
centros de biodiversidade protistas (protoctistas), fungos, vegetais e animais. São
chamados eucariontes e possuem as células eucarióti-
Em nível mundial, podem ser citadas, da linha cas ou eucariotas. A célula vegetal se diferencia da ani-
do Equador aos polos, as florestas tropicais – biomas mal pela presença da parede celular, dos cloroplastos e
terrestres de maior biodiversidade do Planeta (entre
de grandes vacúolos.
os trópicos de Câncer e de Capricórnio) –, subtropical,
Alguns autores reúnem eubactéria e arqueobac-
temperada (composta por carvalhos, abetos e faias) e a
téria em um único reino denominado Monera.
taiga (composta por coníferas).
Os solos desse bioma são, em geral, pobres, e a Domínio Reino
rápida ciclagem de matéria orgânica e a manutenção Bacteria Eubacteria
dos nutrientes na biomassa são os principais responsá- Archaea Archaeabacteria

veis por sua exuberância. Retirada a floresta, a lixivia- Protoctista ou (Protista)


Fungi
ção e a erosão transformam e degradam a paisagem, Eukarya
Plantae (Vegetalia)
muitas vezes, de forma irreversível. Animalia

34
Categorias taxonômicas e a filogenética
Cada uma das categorias usadas na classificação é denominada táxon, assim, o ramo da Biologia que se
ocupa da classificação e nomenclatura é chamado taxonomia. A categoria básica na classificação é a espécie.
Espécies que apresentam características em comum são agrupadas em um gênero. Os gêneros, agrupados em
famílias; as famílias, em ordens; as ordens, em classes; as classes, em filos ou divisões (para vegetais); e os filos, em
reinos. Assim, cada uma das categorias é um conjunto composto de vários subconjuntos.
O sistema de Lineu não considerava a ideia de parentesco entre os seres, pois, para ele, todos os seres ha-
viam surgido no momento da Criação Divina.

Tubarão Golfinho Homem


Reino Animal Animal Animal
Filo Cordado Cordado Cordado
Classe Condríctie Mamífero Mamífero
Ordem Elasmobrânquio Cetáceo Primata
Família Carcarrinídeo Delfinídeo Hominídeo
Gênero Negaprion Delphinus Homo
Espécie Negaprion brevirostris Delphinus delphis Homo sapiens

A definição de quais são as características relevantes é uma tarefa complexa. Devido à falta de informações
e à discordância entre os cientistas, o sistema de classificação precisa ser constantemente revisado. Atualmente,
técnicas modernas permitem que sejam comparadas a composição química das proteínas e dos genes que com-
põem os seres vivos, elucidando algumas relações de parentesco.

A nomenclatura binomial
De Lineu foi também a ideia de atribuir uma nomenclatura a cada organismo. Essa nomenclatura é compos-
ta por dois nomes: o primeiro indica o gênero e o segundo, a espécie – por exemplo: Canis lupus (lobo), na qual
Canis é o epíteto genérico (gênero) e lupus é o epíteto específico.
Para que seja padronizada a nomenclatura, deve-se seguir sempre certas regras:
§§ os nomes devem estar em latim;
§§ o primeiro nome deve ser escrito com inicial maiúscula e o segundo com inicial minúscula; e
§§ nomes devem ser sempre destacados do texto (em negrito, itálico ou sublinhado).

Os reinos
Atualmente, destacam-se dois sistemas de classificação que consideram os seis reinos:
§§ Reino Arquea: as arqueobactérias possuem a capacidade de viver em locais onde as condições de vida são
extremamente adversas para a grande maioria dos seres vivos. Habitam em locais com grande presença
de sal, extremamente ácidos, baixíssima umidade, ausência de oxigênio, temperaturas muito elevadas ou
muito baixas.
§§ Reino dos Moneras, que inclui bactérias e cianobactérias, com aproximadamente 5 mil espécies descritas.
§§ Reino dos Protoctistas, que inclui protozoários e algas, com aproximadamente 58 mil espécies descritas.
§§ Reino dos Fungos, que inclui os fungos e líquens, com aproximadamente 47 mil espécies descritas.
§§ Reino dos Vegetais, que inclui as plantas, com aproximadamente 250 mil espécies descritas.
§§ Reino dos Animais, que inclui os animais invertebrados (com cerca de 992 mil espécies descritas – destas,
cerca de 880 mil são artrópodes) e vertebrados (cerca de 44 mil espécies descritas).

35
Há seres que não se encaixam em nenhum dos
ENVELOPE:
reinos existentes – os vírus –, pois apresentam caracte- MEMBRANA BIMOLECULAR DE
LIPÍDEOS E PROTEÍNAS ESPECÍFICAS
DO VÍRUS
rísticas únicas: eles não formam células (são formados
CAPSÍDIO: PROTEÍNAS VIRAIS ESPECÍFICAS
de material genético envolvido por uma cápsula protei- DNA VIRAL

ca) e só se reproduzem dentro de células hospedeiras.


H (HEMAGLUTINA)
N (NEURAMINIDASE)

Vírus
Os vírus são uma estrutura que está no limite
O vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos.
entre um ser vivo e a matéria bruta. Não apresentam cé-
lula – e assim não trazem a unidade básica de vida, não
sendo considerados seres vivos. Contudo, conseguem se
multiplicar quando infectam uma célula, algo que uma
Classificação
matéria sem vida não consegue fazer. Por isso, são alvo
Os vírus apresentam formas diversas, e os princi-
de discussão, em que alguns autores os consideram
seres vivos e outros não. pais critérios de divisão são:
§§ os tipos de ácidos nucleicos: diferenciam-se os

Estrutura viral desoxirribovírus e os ribovírus;


§§ a simetria do complexo ácido nucleico-cápside
É formada por uma cápsula proteica, o capsí- (exemplos: bastonete ou esférico);
deo, com diversas subunidades, os capsômeros. No §§ a presença ou ausência de um envoltório;
interior do capsídeo, há um ácido nucleico que, depen- §§ as propriedades sorológicas do capsídeo e do
dendo do tipo de vírus, pode ser DNA, RNA ou os dois
envoltório; e
juntos, no caso dos citomegalovírus.
§§ a presença de determinadas enzimas.
O capsídeo, juntamente com o ácido nuclei-
co que ele envolve, é denominado nucleocapsídeo. Alguns ribovírus apresentam a enzima transcrip-
Alguns vírus são formados apenas por essa estrutura, tase reversa e são conhecidos como retrovírus; ou o fato
enquanto outros possuem um envoltório ou envelope de que a maioria dos bacteriófagos apresentam DNA,
externo ao nucleocapsídeo. Esses vírus são denomina- mas há exceções com RNA.
dos vírus encapsulados ou envelopados.
Envelope consiste em duas camadas de lipí-
dios, derivadas da membrana plasmática da célula hos- Reprodução
pedeira, e em moléculas de proteínas virais, específicas
para cada tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios. São considerados parasitas intracelulares
obrigatórios, o que significa que somente se reprodu-
zem pela invasão e possessão do controle da maquinaria
PROTEÍNAS VIARIS ESPECÍFICAS de autorreprodução celular. Parasita refere-se a um or-
CAPSÍDEO:
PROTEÍNAS VIRAIS ESPECÍFICAS ganismo que se aproveita dos recursos de outro ser vivo,
DNA VIRAL
o hospedeiro, para sobreviver. O termo vírus refere-se,
geralmente, às partículas que infectam eucariontes, en-
quanto o termo bacteriófago, ou fago, para descrever
aqueles que infectam procariontes. Há ainda aqueles que
infectam apenas fungos, denominados micófagos.
ENVELOPE:

36
MEMBRANA BIMOLECULAR DE
LIPÍDEOS E PROTEÍNAS ESPECÍFICAS
DO VÍRUS

CAPSÍDIO: PROTEÍNAS VIRAIS ESPECÍFICAS


DNA VIRAL

H (HEMAGLUTINA)
Esquema de um bacteriófago

O bacteriófago é um dos vírus mais estudados, dentre os quais, aqueles que infectam a bactéria intestinal
Escherichia coli, conhecidos como fagos T.
Existem dois tipos de ciclo reprodutivo o ciclo lítico e o ciclo lisogênico. Ambos os casos iniciam-se com
o fago T aderindo à superfície da célula bacteriana através das fibras proteicas da cauda – há um encaixe específico
entre a proteína do vírus e as proteínas da superfície da célula – e injetando seu DNA, deixando a cápsula do lado de
fora – em alguns vírus, como o causador da gripe, a cápsula penetra nas células, é destruída e libera o ácido nucleico.
A partir desse momento, começa a diferenciação entre ciclo lítico e ciclo lisogênico.
No ciclo lítico, o vírus invade a bactéria, na qual as funções normais são interrompidas na presença de ácido
nucleico do vírus (DNA ou RNA). Por sua vez, ao mesmo tempo que o vírus é replicado, comanda a síntese das prote-
ínas que irão compor o capsídeo. Os capsídeos organizam-se e envolvem as moléculas de ácido nucleico, produzindo,
então, novos vírus. Ocorre, assim, a lise, ou seja, a célula infectada se rompe e os novos bacteriófagos são liberados.
No ciclo lisogênico, o vírus invade a célula hospedeira, incorporando o DNA viral ao da célula infectada,
fazendo com que seu DNA torne-se parte do DNA da célula invadida. Uma vez infectada, a célula continua com suas
funções normais, como reprodução e ciclo celular. Ao realizar divisão celular, o material genético da célula sofre dupli-
cação, juntamente com o material genético do vírus que foi incorporado; em seguida, são divididos igualmente entre
as células-filhas. Assim, uma vez infectada, uma célula começará a transmitir o vírus sempre que se multiplicar e todas
as novas células também estarão infectadas. Os sintomas causados por um vírus como este demoram a aparecer em
um organismo multicelular, e suas causas tendem a ser incuráveis. É o caso da Aids e da herpes.

Representação ciclo lítico e lisogênico

37
Mecanismos de 14. Febre amarela
15. Ebola
16. Aids: conhecida também por síndrome da imu-
manifestação viral nodeficiência adquirida, é provocada pelo vírus
§§ Quando o material genético for DNA. da imuno deficiência humana (HIV – família Re-
O DNA viral passa por uma transcrição, sinteti- troviridae) e apresenta subtipos 1 e 2. Pode ser
zando várias moléculas de RNA traduzidas em transmitida pelo contato com mucosas corporais,
uma proteína. É o caso dos vírus da varíola, da áreas feridas do corpo de um indivíduo portador,
hepatite e da herpes. esperma, secreção vaginal, leite materno ou san-
gue contaminado pelo vírus. A principal via de
§§ Quando o material genético for o RNA.
transmissão é o contato sexual (genital, anal ou
A ação viral pode ocorrer por duas vias, de acor-
oral). Mães gestantes também podem transmitir o
do com o vírus.
vírus ao feto, assim como pelo uso de objetos per-
Na primeira, os vírus de RNA sintetizam mais
RNA traduzidos em proteínas pelo maquinário furocortantes contaminados e que não estejam
da célula hospedeira, como os vírus da gripe, da devidamente esterelizados. Picadas de mosquito
poliomielite e da raiva. não são capazes de transmitir o vírus em questão.
Na segunda, o RNA é convertido em DNA por Como seu próprio nome indica, ele faz com que o sis-
meio de uma enzima denominada transcripta- tema imunológico (responsável pela defesa do orga-
se reversa. nismo) enfraqueça – uma vez que ataca os glóbulos
brancos, reduzindo sua quantidade. Assim, o portador
do vírus está sujeito a adoecer com mais facilidade,
Viroses inclusive por aquelas doenças que não fariam mui-
to mal a pessoas com boa imunidade. Se não trata-
Viroses humanas da, a pessoa fica cada vez mais debilitada podendo
morrer. Felizmente, os portadores do vírus têm maior
Principais viroses que acometem expectativa de vida. A terapia antirretroviral (ofereci-
da gratuitamente pelo SUS) é capaz de controlar a
os seres humanos
multiplicação do vírus e, consequentemente, reduzir
1. Gripe
2. Hepatite a destruição dos glóbulos brancos. Com isso, a Aids
3. Herpes deixou de ser encarada como uma moléstia fatal para
4. Poliomielite transformar-se em doença passível de controle.
5. Raiva Embora possa provocar efeitos colaterais, estas
6. Rubéola pessoas podem exercer suas atividades normal-
7. Sarampo mente, exceto em casos que se apresentem in-
8. Varíola capacitadas, e terão cuidados constantes para o
9. Catapora resto de sua vida, como:
10. Caxumba §§ uso dos fármacos prescritos;
11. Dengue §§ adoção da camisinha em todas as relações
12. Febre chikungunya sexuais (mesmo se tratando de parceiro tam-
13. Febre por zika vírus: pode ser assintomática, bém HIV positivo);
mas os sintomas podem ser febre, dores de cabe- §§ uso de curativos impermeáveis em todos os
ça, dores leves nas articulações, erupções cutâne- ferimentos que eventualmente ocorram;
as, conjuntivite, dentre outros. No geral, a evolu- §§ impossibilidade de doar sangue; e
ção da doença é benigna e casos graves são raros. §§ separação dos seus próprios objetos de uso
O zica vírus vem sendo relacionado a casos de pessoal, como toalha, alicate de unhas e es-
microcefalia, caracterizada pelo perímetro cefálico cova de dente; para evitar a contaminação de
menor que o normal para a idade e que gera qua- outras pessoas pelo vírus, e a manifestação de
dros de atraso mental, dentre outras complicações. infecções oportunistas no paciente.

38
Vírus HIV
O HIV (vírus da imunodeficiência adquirida) pertence a uma família de retrovírus de mamíferos. Diferente-
mente do herpes vírus, multiplica-se constantemente no hospedeiro, apesar de algumas células apresentarem vírus
em estado latente. Os seres humanos e outros primatas são os únicos hospedeiros naturais do vírus HIV.
Existem duas grandes famílias de vírus HIV: o HIV-1, que causa infecções em primatas não humanos, no caso os
símios, encontrados na África ocidental; e o HIV-2, que se subdivide em, pelo menos, cinco grandes subfamílias e causa
a infecção na população humana pelo mundo.
O HIV tem como alvo celular os linfócitos T-CD4, responsáveis pela proteção do organismo contra agentes
infecciosos que penetrem no indivíduo. Ele utiliza essas células e todo o maquinário celular para reproduzir-se,
causando a destruição do sistema imunológico do hospedeiro, o que o torna suscetível a qualquer infecção opor-
tunista, como uma simples gripe, podendo levá-lo à morte.
Todos os tratamentos são associados à supressão da replicação do vírus e à repleção das células CD4 periféricas.
Durante o período gestacional, o bebê está protegido da contaminação contra o HIV, por conta da placenta, mas, em seu
rompimento e momento do nascimento, o neonatal corre riscos de contaminação, devido ao contato com o sangue da mãe.

QUADRO RESUMO DAS VIROSES


Doença Transmissão
Catapora (varicela) Contato da pele com as bolhas ou pelo ar, que contenha o vírus Varicela zoster.
Caxumba (parotidite infecciosa) Por gotículas de saliva expelidas pelo doente, que contenham o Paramyxovírus sp.
Vertical (placentária), amamentação materna, ato sexual, de pessoa para pessoa e por
Citomegalia
transfusão sanguínea.
Dengue Picada da fêmea dos mosquitos Aedes aegypti ou Aedes albopictus.
Picada da fêmea dos mosquitos Aedes aegypti ou Aedes albopictus (tigre asiático). Ocorre quando
Dengue hemorrágica
um indivíduo que teve um tipo de vírus da dengue recebe outro vírus diferente, também da dengue.
A febre chikungunya pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus,
Febre chikungunya
os mesmos que transmitem o vírus da dengue e da febre amarela
O Aedes aegypti infecta-se com o zika vírus toda vez que ele pica uma pessoa ou macaco previamente
infectado. Assim como ocorre na dengue e na febre amarela, o mosquito não torna-se imediatamente
Febre por zica vírus um transmissor do vírus. Após ser ingerido pelo mosquito, o zika vírus ainda precisa de cerca de 10 dias
para multiplicar-se e migrar do sistema digestivo para as glândulas salivares do Aedes. Só a partir deste
momento é que o mosquito passa a ser capaz de transmitir o vírus durante a picada.
Febre aftosa Via respiratória, inalando o Aphthovirus sp.
Febre amarela silvestre Picada da fêmea dos mosquitos Haemagogus sp ou Sabethes sp contendo o Flavivirus sp.
Febre amarela urbana Picada da fêmea dos mosquitos Aedes aegypti ou Aedes albopictus contendo o Flavivirus sp.
Febre hemorrágica do ebola Por meio de secreções corpóreas e sangue contaminado pelo Filovirus sp.
Gripe Contato com o ar contaminado pelo Mixovirus influenzae.
Hantavirose Via respiratória, água e alimentos contendo o Hantavirus sp.
Hepatite Contato pessoa a pessoa; oral-fecal, transfusão sanguínea.
Contato íntimo com indivíduo transmissor, a partir de superfície mucosa ou de lesão infectante
Herpes
contendo, por exemplo, o Herpes simplex.
Mononucleose Contato íntimo de secreções orais (saliva) contendo o vírus Epstein-Barr, da família Herpesviridae.
Papiloma (condiloma) Vertical (placentária); ato sexual; o agente etiológico é o HPV.
Poliomielite (paralisia infantil) Contato direto com secreções faríngeas de doentes.
Hidrofobia (raiva) Por meio da saliva de animais doentes.
Resfriado Contato com o ar contaminado pelos vírus sincicial respiratório, parainfluenza ou rinovírus.
Rubéola Por meio de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do nariz.
Sarampo Por meio de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do nariz.
Síndrome da imunodeficiência adquirida Ato sexual (hétero e homo) sem preservativo, seringa contaminada, transfusão sanguínea, via
(Sida ou Aids, em inglês) vertical (placentária).
Contato com as secreções das vias respiratórias, com as lesões da pele, das mucosas e com
Varíola
os objetos de uso do doente.

39
Imunização de DNA unida pelas extremidades (DNA circular), o material
genético encontra-se disperso no citoplasma.
Uma das alternativas para a prevenção de al- A célula bacteriana não possui núcleo verdadei-
gumas dessas doenças virais é a vacinação, proces- ro, uma vez que não apresenta a membrana que envol-
so de imunização ativa que consiste na inoculação ve o material genético (envoltório nuclear ou carioteca).
de antígenos mortos ou enfraquecidos que estimulam As cianobactérias são produtoras de seu próprio
a produção de anticorpos no organismo. Essa primeira alimento por meio do fenômeno da fotossíntese, segun-
produção de anticorpos – imunização primária – é do a equação:
lenta e pequena. O segundo encontro com o antígeno 6CO2 + 12H2O
luz
C6H12O6 + 6O2 + 6H20
clorofila
desencadeará a imunização secundária, que é rápi-
da e produz grande quantidade de anticorpos. Quando As cianobactérias do passado deram origem aos
o vírus tem uma taxa de mutação e reprodução muito cloroplastos das células eucarióticas (vegetais e algas).
alta, como é o caso da gripe, o processo é ineficaz, pois
o antígeno muda muito.
Caracterização geral das bactérias
Na maioria das espécies, a proteção da célula
é feita por uma camada extremamente resistente, a
parede celular, havendo imediatamente abaixo uma
membrana citoplasmática que delimita um único com-
partimento contendo DNA, RNA, proteínas e pequenas
moléculas, dividido por fissão binária.
A habilidade em dividir-se de maneira rápida
Gráfico que representa o processo de
vacinação e a quantidade de anticorpos
possibilita populações de bactérias a se adaptar às mu-
produzidos pelo organismo. danças de ambiente. Dois grupos de bactérias distante-
O processo de imunização passiva, conhecido mente relacionados são reconhecidos: as eubactérias,
por sorologia, consiste na inoculação de anticorpos que são os tipos comuns encontrados na água, solo e
prontos para inativarem os antígenos que estão para- organismos vivos maiores; e as arqueobactérias, que
sitando no organismo. são encontradas em ambientes realmente inóspitos,
como os pântanos, fontes termais, fundo do oceano,
salinas, vulcões, fonte ácidas etc.

Reino Monera Morfologia e estrutura


Bactérias e cianobactérias da célula bacteriana
Podem ser encontradas em todos os meios: ar, Cromossomo
água, solo ou mesmo no interior de outros organismos.
Cromossomo circular, que é constituído por uma
Isso deve-se ao fato de suportarem grandes pressões,
única molécula de DNA circular, tendo sido também
temperaturas elevadas, concentrações osmóticas mor-
chamado de corpo cromatínico.
tais para outros organismos e valores de pH radicais.
As bactérias heterótrofas são aquelas incapazes de
produzirem seu próprio alimento. Quando se nutrem de ma-
Plasmídios
téria orgânica morta, são conhecidas por decompositoras ou Esses elementos extracromossômicos, denomina-
sapróvoras e, se utilizam matéria viva, são parasitas. A parede dos plasmídios, são autônomos, isto é, capazes de auto-
celular que envolve e protege a membrana plasmática é o ci- duplicação independente da replicação do cromossomo,
tosol (citoplasma). Este possui apenas um tipo de organoide, e podem existir em número variável no citoplasma bacte-
o ribossomo, no qual ocorre a síntese de proteínas. Apresenta riano. Os ribossomos acham-se espalhados no interior da
um único cromossomo constituído por uma molécula gigante célula e conferem uma aparência granular ao citoplasma.

40
As bactérias fotossintetizantes apresentam um
Bactéria
pigmento disperso no hialoplasma, conhecido como bac-
plasmídeo
terioclorofila, e apresentam um fotossistema simples.
cromossomo
bacteriano Nas quimiossintetizantes, ocorre uma reação quí-
mica específica, que libera energia formando ATP, utiliza-
do na formação de carboidratos, como a glicose.
As bactérias podem realizar respiração celular
aeróbia, respiração anaeróbica ou fermentação (alcóo-
Plasmídeo bacteriano lica ou láctica).

Mesossomo Reprodução das bactérias


Invaginações da membrana celular. Possui diver- A reprodução assexuada mais comum nas bacté-
sas funções: papel na divisão celular e na respiração. rias é a divisão binária.

Parede
De acordo com a constituição da parede, as bac-
térias podem ser divididas em dois grandes grupos:
§§ Gram-negativas: apresentam-se de cor aver-
melhada quando coradas pelo método de Gram.
§§ Gram-positivas: apresentam-se de cor roxa
quando coradas pelo método de Gram.

Cápsula
Muitas bactérias apresentam externamente à
parede celular uma camada viscosa denominada cápsu-
la. São geralmente de natureza polissacarídica, e estão
relacionadas com a virulência da bactéria, uma vez que
a cápsula confere resistência à fagocitose.

Esporos Divisão binária bacteriana


A reprodução sexuada também existe, sendo a con-
O endosporo é uma célula formada no interior sequência da transferência de segmentos de DNA de uma
da célula vegetativa, altamente resistente ao calor, des- célula doadora (macho) para uma célula receptora (fêmea).
secação e outros agentes físicos e químicos, capaz de A passagem de segmentos de DNA entre bacté-
permanecer em estado latente por longos períodos e rias pode ocorrer de vários modos:
depois germinar, dando início à nova célula vegetativa.
§§ Transformação: bactéria absorve moléculas de
A esporulação tem início quando os nutrientes bacteria-
nos se tornam escassos, geralmente pela falta de fontes DNA dispersas no meio, provenientes de outras
de carbono e nitrogênio. bactérias mortas.
§§ Transdução: moléculas de DNA são transferi-
Nutrição das de uma bactéria à outra usando vírus (bac-
teriófagos) como vetores (transmissores).
As bactérias podem ser autótrofas ou heterótro- §§ Conjugação: o DNA passa diretamente da bac-
fas. As autótrofas incluem as fotossintetizantes e as qui- téria macho para a bactéria fêmea através de mi-
miossintetizantes. As bactérias fotossintetizantes, com clo- croscópicos tubos proteicos, chamados pili, que
rofila específica, são as cianobactérias. as bactérias “macho” possuem em sua superfície.

41
Importância das bactérias
As bactérias, juntamente com os fungos, são os principais decompositores dos ecossistemas. Outro desta-
que é a participação essencial de bactérias na ciclagem do nitrogênio; as cianobactérias fazem esse papel, também,
nos ecossistemas aquáticos. Quanto à decomposição, pode-se destacar a possível competição estabelecida, há
milhões de anos, entre fungos e bactérias. É conhecido o fato de certos fungos desenvolverem substâncias que
impedem o crescimento de bactérias. Lembre-se que o primeiro antibiótico conhecido pelo homem foi a penicilina
extraída de um fungo do gênero Penicillium.
As bactérias são utilizadas, cada vez mais, em tecnologia destinada à humanidade. Há tempos, elas são
utilizadas em formação de antibióticos e vitaminas, na produção de laticínios e na produção de vinagre.

Bactérias patogênicas
A seguir, abordaremos as principais doenças causadas por bactérias ao ser humano.

Resumo das bacterioses

DOENÇA TRANSMISSÃO AGENTE INFECCIOSO


Antraz Através da inalação de esporos ou ingestão de ali-
Bacillus antracis
(carbúnculo) mentos contaminados, ou ferimentos cutâneos.
Ingestão de alimentos contaminados (exem-
Botulismo Brucella sp.
plo: enlatados de palmito).
Brucelose
Contato com secreções animais contaminadas; com a
(febre ondulante ou Brucella sp.
placenta; fetos abortados; ingestão de leite cru.
do Mediterrâneo)
Cólera Ingestão de água ou de alimentos contaminados. Vibrio cholerae
Coqueluche
Contato direto ou indireto com a saliva do doente. Bordetella pertussis
(tosse comprida)
Difteria Contato com a secreção do nariz, ou da gar-
Corynebacterium diphteriae
(crupe) ganta, ou através do leite cru.
Fasciíte necrosante Penetração através de cortes na pele. Estreptococo do tipo A
Febre purpúrica Contato direto pessoa a pessoa (com conjuntivite) ou indi-
Haemophilus influenzae
brasileira reto por intermediação mecânica (insetos, toalhas, mãos).
Febre tifoide (tifo) Contato direto ou indireto com fezes ou urina do doente. Salmonella typhi
Gonorreia (blenorragia) Contato sexual. Neisseria gonorrhoeae
Lepra (hanseníase) Penetração no organismo pela pele ou mucosas (ex.: nasais). Mycobacterium leprae
Penetração no organismo pelas mucosas, pela pele fe-
Leptospirose Leptospira sp.
rida ou via oral (alimentos contaminados).
Lyrre (doença de Lyme) Adesão de carrapatos à pele sucção de sangue. Bonnelia bungdorferi
Meningite Por via respiratória, quando o doente fala, tosse, espirra ou pelo
Neisseria meningitidis
meningocócica beijo.
Peste Picada de pulgas infectadas; pessoa a pessoa. Yersinia pestis
Diplococcus pneumoniae, micoplas-
Pneumonia Por via respiratória; contato pessoa a pessoa; infecção hospitalar.
mas, clamídias, legionelas etc.
Psitacose Por via respiratória: contato pessoa a pessoa. Chlamydia psittaci
Shigelose (disenteria) Ingestao de água ou de alimentos contaminados. Shigella sp.
Sífilis Contato sexual; transfusão de sangue; via vertical (placentária). Treponema pallidum
Tetano Penetração dos esporos através de ferimentos perfurantes. Clostridium tetani
Pneumonia Por via respiratória (inalando o bacilo). Mycobacterium tuberculosis
Uretrite Ato sexual. Chlamydia trachomatis

42
Arqueas célula eucariótica. A célula, então, desprovida dessa pa-
rede, adquiriu a capacidade de mudar de forma, crescer
Elas têm capacidade de viver em ambientes ex- e envolver substâncias extracelulares através da invagi-
tremos e são divididas em: halófilas extremas, suportan-
nação da membrana plasmática, fenômeno conhecido
do grandes salinidades; termófilas extremas, vivendo em
por endocitose. Células procarióticas de cianobactérias,
temperaturas superiores a 100 °C. Algumas crescem em
por meio da fagocitose, são englobadas, originando os
ambientes ácidos com pH igual a zero, são as acidófilas.
cloroplastos. Aí está formada, ao longo do tempo, uma
As arqueas vivem tipicamente em ambientes
célula eucariótica autotrófica.
extremos (extremófilas), como fontes termais, fendas
A edição número 76 da revista Scientific Ameri-
vulcânicas, águas extremamente salgadas ou geladas,
entre outros. Muitas delas não possuem parede celu- can Brasil, de 2008, noticiou que pesquisadores da Har-
lar, no entanto, há aquelas nas quais tal estrutura está vard Medical School, nos Estados Unidos, conseguiram
presente e são constituídas por polissacarídeos ou pro- construir um modelo da célula primitiva que surgiu há,
teínas. Já nas bactérias, a parede está sempre presente, aproximadamente, 3,5 bilhões de anos e que deu início
sendo composta por peptidioglicanos. à jornada da vida na Terra. A partir dessa célula primiti-
va, surgiram os dois tipos fundamentais de células: um

Cianobactérias presente em bactérias e cianobactérias; e o outro pre-


sente em todos os demais seres vivos conhecidos atu-
A maioria das bactérias fotossintéticas é deno- almente, exceto vírus. Esse feito científico é de extrema
minada cianobactérias, e, durante longos anos, eram
importância, pois pode fornecer informações mais preci-
conhecidas por algas azuis.
sas de como esse processo de diversificação aconteceu.
As cianobactérias são maiores que os restantes
dos procariontes, não apresentam órgãos locomotores e
Diferenças entre as células procarióticas e eucarióticas
realizam fotossíntese com o auxílio de pigmentos fotos-
Célula Célula
sintéticos variados, como a clorofila A, os carotenoi- Estrutura
procariótica eucariótica
des (pigmentos amarelos), a ficocianina (pigmento
Membraba
azul) e a ficoeritrina (pigmento vermelho). Presente Presente
plasmática
Algumas cianobactérias são capazes de fixar o Citosol Presente Presente
nitrogênio do ar atmosférico, aproveitando esse gás
Ribossomos Presente Presente
para construir suas proteínas.
Endomembranas Ausente Presente

Liberação de toxinas Envoltório nuclear Ausente Presente


Mitocôndria Ausente Presente
Algumas espécies produzem e liberam toxinas
Presente em
na água que podem envenenar outros animais Cloroplasto Ausente
vegetais e algas
que habitam o mesmo ambiente ou contaminar a
2 ou mais
água potável, levando doenças aos seres humanos. Cromossomo 1 por célula
por célula
As mais prejudiciais para os seres humanos são as DNA Circular Linear
hepatotoxinas e as neurotoxinas.

Teoria da endossimbiose
Teoria da endossimbiose e origem das
As provas que confirmam a teoria endossimbió-
células eucariontes vegetal e animal tica da origem dos cloroplastos e mitocôndrias são:
A célula vegetal originou-se a partir de uma §§ presença do DNA circular, típico de bactérias;
célula pré-eucariótica heterótrofa. É possível que o §§ presença de ribossomos para a síntese de suas
primeiro passo tenha sido a perda da capacidade de proteínas;
produzir a parede celular, para ocorrer a evolução da §§ capacidade de autoduplicação.

43
Reino protoctista I: A profilaxia é feita pela ingestão de alimentos
bem lavados e/ou cozidos, pela higiene pessoal, pela
construção de fossas e redes de esgoto e pelo tratamen-
protozoários to das pessoas doentes.

Protoctistas heterótrofos: Flagelados (mastigóforos)


protozoários São protozoários que se locomovem por meio
de flagelos. Reproduzem-se por cissiparidade ou divi-
A maioria desses seres é heterótrofa, e alguns auto- são binária. Têm vida livre, sendo abundantes na água
res dizem que são animais. Caracterizam-se por serem uni- doce e nos mares; outros vivem como parasitas.
celulares, eucariontes e viverem isolados ou em colônias.
São divididos em quatro classes, de acordo, prin- Trypanosoma cruzi
cipalmente, com o modo de locomoção ou forma de
reprodução típica: Esse protozoário é causador da doença de Cha-
gas, sendo transmitida ao homem pela picada do inseto
Triatoma infestans (percevejo barbeiro), que é hemató-
fago e de hábito noturno. A picada do inseto não
transmite a moléstia, pois nas suas glândulas sali-
vares não existe a forma infectante. Depois de picar e
sugar o hospedeiro, o barbeiro elimina fezes infectadas
com tripanossomos na pele, geralmente no rosto, daque-
paramécio balantídeo tripanossomo
le. O próprio hospedeiro pode introduzir as fezes conta-
minadas nas mucosas ou, coçando-se, pode causar uma
escoriação, facilitando a penetração dos tripanossomas.
Outras formas de contato ocorrem na vida in-
trauterina, por meio de gestantes contaminadas, trans-
fusões sanguíneas ou ingestão de caldo de cana; bem
mais raras são por ingestão de cremes de açaí ou aci-
giárdia ameba dentes com instrumentos de punção em laboratórios,
por profissionais da saúde. A doença possui uma fase
Rizópodes (sarcodinos) aguda e outra crônica. No local da picada, a área torna-
-se vermelha e endurecida, constituindo o chamado
Deslocam-se por pseudópodes e reproduzem-se chagoma. Quando essa lesão ocorre próxima aos
por cissiparidade. Como exemplo, temos a Entamoeba olhos, leva o nome de sinal de Romaña.
histolystica, causadora da amebíase. Após um período de incubação, ocorre febre, ín-
Os sintomas mais comuns da amebíase são di- guas por todo o corpo, inchaço do fígado e do baço e
senteria aguda com muco e sangue nas fezes, náuseas, um vermelhidão no corpo semelhante a uma alergia e
vômitos e cólicas intestinais. Existem casos em que a que dura pouco tempo. Nessa fase, nos casos mais gra-
ameba pode passar a parasitar outras regiões do or- ves, pode ocorrer inflamação do coração. Mesmo sem
ganismo, causando lesões no fígado, pulmões e, mais tratamento, a doença fica mais branda e os sintomas
raramente, no cérebro. desaparecem após algumas semanas ou meses.
A contaminação é direta. Ocorre pela ingestão de A pessoa contaminada pode permanecer muitos
água ou alimentos contaminados por cistos. anos ou mesmo o resto da vida sem sintomas, aparecendo
No ciclo, os cistos passam pelo estômago, resistindo que está contaminada apenas em testes de laboratório.
à ação do suco gástrico, chegam ao intestino delgado, quan- Eliminar ou evitar o contato com o vetor e me-
do ocorre o desencistamento. Então, migram para o intestino lhorar as condições das habitações (evitando o pau-a-
grosso e ali se estabelecem. -pique) são as melhores medidas preventivas.

44
Giardia lamblia
A giardíase é uma parasitose intestinal que tem como agente etiológico a Giardia lamblia. A giardíase se
manifesta por azia e náusea.
A contaminação ocorre quando os cistos maduros são ingeridos pelo indivíduo. Os cistos podem ser encon-
trados na água (mesmo que clorada), alimentos contaminados e, em alguns casos, a transmissão pode se dar por
meio de mãos contaminadas.
Para se evitar a giardíase, devem-se tomar as mesmas medidas profiláticas usadas contra a amebíase, uma
vez que há ingestão de cistos.

Leishmania
Esse protozoário é causador da Leishmaniose, sendo transmitido pela picada da fêmea do mosquito hema-
tófago Phlebotomus (mosquito-palha ou birigui). Entre as principais espécies de protozoários parasitas do gênero
Leishmania, destacamos a Leishmania braziliensis, a Leishmania donovani e a Leishmania tropica.

Ciclo de vida da leishmaniose

Ciliados
São protozoários que se locomovem por meio de cílios e apresentam reprodução por cissiparidade e con-
jugação. Um típico representante é o paramécio. Além dos vacúolos contrácteis, evidenciam os dois núcleos: o
macronúcleo, relacionado com a nutrição; e o micronúcleo, envolvido com a reprodução. O paramécio se reproduz
assexuadamente por bipartição e sexuadamente por conjugação. Nesse caso, acontece a fusão temporária de dois
indivíduos, entre os quais se formam pontes citoplasmáticas para trocas de partes dos micronúcleos. Após a troca e
a fusão de micronúcleos, os paramécios separam-se e dividem-se duas vezes, produzindo um total de oito indivíduos.

45
Esporozoários
Esses protozoários não possuem organelas de locomoção, portanto, são parasitas e apresentam repro-
dução sexuada por esporulação. Como exemplos, citamos os plasmódios e o toxoplasma. No Brasil, são causadores
da malária o Plasmodium vivax, Plasmodium falciparium e Plasmodium ovale. Os protozoários são transmitidos
pela picada da fêmea do Anopheles (mosquito-prego). O Toxoplasma gondii causa a toxoplasmose e é transmitido
pela urina de gatos, ratos e também pela ingestão de carne contaminada.

Esporozóitos
do plasmodium

1º Vetor

Hospedeiro Hospedeiro
humano humano
inicial seguinte

Infecção
hepática 2º Vetor

Infecção
sanguínea

Transmissão
no útero

Ciclo de transmissão da malária

Reprodução
Assexuada (divisão binária)
A partir de um indivíduo, ocorre a duplicação do núcleo e posterior divisão do citoplasma.

46
Sexuada (conjugação)
Ocorre uma troca de material genético que permite um aumento da variabilidade.

Encistamento
Em condições ambientais desfavoráveis, ocorre o encistamento.

Quadro das principais protozooses


Local de infecção
Parasita Classe Doença Transmissão Profilaxia
e sintomas
Medidas de saneamento,
Entamoeba Amebíase • Intestino grosso Alimentos e água
Rizópode higiene pessoal e com os
histolytica (disenteria) • Ulcerações e diarreia contaminados
alimentos

Giardia Giardíase • Intestino delgado Alimentos e água


Medidas de saneamento,
Flagelado • Dores abdominais e diar- contaminados higiene pessoal e com os
lamblia (disenteria)
reia alimentos
Medidas de saneamento,
Balantidium Balantidiose • Intestino Alimentos e água
Ciliado higiene pessoal e com os
coli (disenteria) • Diarreia contaminados
alimentos

Leishmania • Vias respiratórias Picada da fêmea do Telas, repelentes,


Flagelado Úlcera de Bauru • Lesões nas mucosas
brasiliensis mosquito-palha habitações longe de matas
da boca e do nariz

Trichomonas • Uretra e próstata (homem); Relação sexual, Higiene pessoal, com


Flagelado Tricomoníase vagina (mulher) piscinas e sanitários,
vaginalis sanitários e piscinas
• Uretrite e corrimentos uso de preservativos

Trypanosoma Doença • Sangue e sistema


Flagelado nervoso Picada da mosca-tsé-tsé Combate à mosca
gambiensis do sono
• Lesões nas meninges
• Mal-estar, prostração, Fezes de animais
Evitar contato com
Toxoplasma febre; no feto pode causar animais domésticos (fezes
Esporozoário Toxoplasmose domésticos e via
gondii retardamento mental, e urina), principalmente
placentária
cegueira e hidrocefalite para mulher gestante

Reino protoctista II: algas


Protoctistas autótrofos
São seres eucariotos, unicelulares ou pluricelulares com pigmentos fotossintéticos variados, além das cloro-
filas. Vivem no mar, na água doce e em ambientes terrestres úmidos. Dividem-se em três grupos: clorofíceas (algas
verdes), feofíceas (algas pardas) e rodofíceas (algas vermelhas).

Algas verdes (filo Chlorophyta)


São seres unicelulares (isolados ou coloniais) ou pluricelulares. Os principais pigmentos são as clorofilas
A e B e os carotenos (laranja) e xantofilas (amarelo). A reserva é representada por amido e as paredes celulares
possuem celulose.

47
Algas pardas (filo Phaeophyta)
São pluricelulares, possuem um pigmento marrom-amarelado: a fucoxantina ou xantofila (amarelo),
que junto com a clorofila (verde) dá a cor parda que as distingue dos outros filos. Além disso, quando exploradas,
são utilizadas diretamente como adubo, fonte de nutrientes e delas se extrai o iodo, o ágar-ágar.
O corpo é revestido por uma mucilagem chamada algina ou alginato. Essa mucilagem estabilizante é
extraída das algas pardas e utilizada na fabricação de sorvetes, caramelos e cosméticos.

Algas vermelhas (filo Rodophyta)


Conhecidas também pelo nome de rodofíceas, são pluricelulares. Nos plastos além da clorofila, encontra-
-se outro pigmento predominante, a ficoeritrina (vermelho), ocorrendo também a ficocianina (azul). As algas
vermelhas podem fornecer ágar (ágar-ágar) e a carragem (carragim), outra mucilagem com finalidade alimentí-
cia. Algumas espécies revestem-se de carbonato de cálcio (CaCO3).

Os protófitos
Os protófitos são seres clorofilados que realizam fotossíntese e apresentam nutrição autótrofa.

Diatomáceas (filo Bacillariophyta)


Também chamadas de crisofíceas ou algas douradas, a maioria é unicelular e apresentam os pigmen-
tos caroteno (laranja) e xantofila (amarelo), além da clorofila. As diatomáceas têm suas células recobertas por
uma carapaça chamada de frústula, que é de dióxido de silício (SiO2), podendo ser formadas por duas partes
ou valvas que se encaixam.
São considerados os mais importantes produtores no mar e na água doce. Formam parte do fitoplâncton
e são, portanto, alimentos de animais.

Algas pirrofíceas (filo Dinophyta)


As pirrofíceas são algas unicelulares, eucarióticas, flageladas e apresentam uma parede celular impregnada
de carbonato de cálcio (CaCO3), com clorofila A, xantofilas e carotenos. Também são chamadas de dinoflagelados.
Podem causar as marés vermelhas, que correspondem a um aumento do número de indivíduos de uma dada espé-
cie, formando manchas de coloração visível nos mares, devido à alta intensidade. Ocorrem principalmente em águas costeiras
ricas em nutrientes. Esse fenômeno causa a morte de peixes, decorrente do consumo exagerado de oxigênio pelo grande
número de indivíduos e produção de toxinas das algas.
Essas toxinas agem no sistema nervoso. Os moluscos geralmente não são sensíveis, mas podem acumular tais to-
xinas, que podem atingir o homem e outros mamíferos através de sua ingestão. Alguns gêneros de Dinophyta (Pyrrophyta)
apresentam bioluminescência. Através da oxidação de uma substância presente em suas células, na luciferina, pela
enzima luciferase, ocorre a formação de um produto molecular excitado que libera energia luminosa na forma de fótons.

48
Euglenoides (filo Euglenophyta)
São unicelulares, não apresentam parede celular e se locomovem por flagelos. Vivem principalmente em água
doce e apresentam um vacúolo pulsátil, que, ao se contrair, expulsa o excesso de água, por osmose em relação ao meio.
Os seus cloroplastos realizam a fotossíntese, mas, na ausência da luz e na escassez de reservas nutritivas, os
euglenoides são capazes de ingerir partículas alimentares, que entram pela boca da célula (citóstoma), passam pela
citofaringe, sofrem digestão de vacúolos digestórios e os resíduos são eliminados pelo citopígeo, como em unicelu-
lares heterótrofos. Essa capacidade e a estrutura de suas células assemelha-se muito a alguns protozoários, o que
culminou com o estudo das euglenas também como protozoários flagelados. Têm uma região chamada estigma,
responsável pela percepção de luz. A reserva é um tipo de amido conhecido por paramilo.

Reprodução nas algas


As algas apresentam processos de reprodução assexuada por cissiparidade (divisão binária), fragmenta-
ção de seus talos e reprodução sexuada (isogamia, anisogamia e oogamia).

Plasto Valva menor


B

Vacúolo Núcleo Valva maior

Representações esquemáticas de divisão binária


Representações em algas de divisão binária em protistas.
esquemáticas

Reprodução sexuada União


Fusão
sexual
citoplasmática

Organismos adultos Fusão dos


núcleos e
haploides (n)
formação
do zigoto (2n)

Zigósporo

MEIOSE

Ciclo sexuado da
alga verde
Organismos jovens unicelular
haploides (n) Chlam ydomonas sp.
A reprodução sexuada é comum em quase todas as algas. Cada organismo pode se comportar como um gameta e, ao se fundirem, formam um zigoto.
Esse zigoto sofre meiose e forma quatro novos indivíduos haploides.

A maioria das algas multicelulares apresenta o fenômeno de alternância de gerações.

49
Importância das algas
O fitoplâncton é responsável por cerca de 90% do oxigênio atmosférico. Climaticamente, é importante
pela liberação na atmosfera de DMS (dimetil-sulfeto), substância que age como facilitador na formação de núcleos
de condensação e, portanto, de chuvas.

Poríferos e cnidários
Introdução ao estudo dos metazoários
Esses animais são seres multicelulares e heterótrofos, ou seja, obtêm a sua alimentação por ingestão. O
reino dos metazoários é dividido em dois sub-reinos: parazoários, que incluem as esponjas (poríferos), animais
que não apresentam organização em tecidos, e os eumetazoários, que incluem todos os demais grupos, pois suas
células se organizam em tecidos, órgãos e sistemas.
Chamamos os cnidários, por exemplo, de animais diblásticos, pois formam apenas dois folhetos germina-
tivos: endoderme e ectoderme. Já, a partir dos platelmintos, são chamados todos de triblásticos, pois observa-se
a presença de três folhetos embrionários ou germinativos: a ectoderme, a endoderme e a mesoderme. Nos animais
triblásticos pode-se formar uma cavidade corpórea, que é fundamental para acomodar órgãos e estruturas in-
ternas, para circulação de substâncias ao longo do corpo, para acolher resíduos celulares que serão eliminados do
corpo e pode, ainda, estar preenchida de líquido sob pressão, que funciona como estrutura de sustentação em um
esqueleto hidrostático. Chamam-se acelomados os animais sem cavidade corpórea; pseudocelomados os ani-
mais cuja cavidade corpórea é revestida pela mesoderme e pela endoderme; e, finalmente, celomados os animais
cuja cavidade é o celoma, ou seja, revestida unicamente por mesoderne.
Em um dos estágios no desenvolvimento embriológico chamado gástrula, que corresponde a uma forma
tridimensional (semelhante a uma pera) com uma cavidade chamada de arquêntero (intestino primitivo), o qual se
comunica com o meio, através de uma abertura chamada blastóporo, será formada a boca, nos seres protostô-
mios (a grande maioria), ou o ânus, nos deuterostômios (equinodermos e cordados).

Cladograma dos metazoários

50
A simetria corporal
A simetria bilateral corresponde a duas metades semelhantes; a direita e a esquerda .Na simetria radial, há
mais de um plano imaginário que divide o ser em metades semelhantes.

Poríferos (Espongiários)
A maioria desses animais é marinha, e não possuem tecidos verdadeiros, que favorece a grande capaci-
dade de regeneração.

ESPONJA
VIVA REORGANIZAÇÃO
CELULAR
CÉLULAS CAPAZES
DE ORIGINAR
NOVAS ESPONJAS

FORMAÇÃO DE
ESPONJA NOVAS ESPONJAS
DESAGREGADA
ESPÍCULAS

GEMULAÇÃO

REGENERAÇÃO
Esquema representativo da regeneração dos poríferos

Estrutura e fisiologia
As esponjas são animais filtradores. Possuem uma cavidade chamada de átrio ou espongiocele, além de coa-
nócitos, amebócitos e pinacócitos.

A organização do corpo de umAporífero


organização do corpo de um porífero

saída de água

ósculo
porócito
espículas
pinacócitos
poros
espículas
entrada
de água átrio
(espongiocela)
amebócito

colarinho coanócito

flagelo

51
Existem três tipos estruturais de esponjas – áscon, sícon e lêucon –, que apresentam gradual aumento
da superfície de contato dos coanócitos com a água, de modo que, as esponjas tipo lêucon estão mais adaptadas
a promover uma filtração mais eficiente da água e aproveitam melhor os nutrientes disponíveis.

Câmaras
flageladas

Átrio Átrio

Água Água

Ascon Sycon Leucon

Tipos estruturais das esponjas

Reprodução
As esponjas podem se reproduzir de forma sexuada, quando ocorre a união de gametas masculino e feminino,
formando um zigoto que origina uma larva ciliada (anfiblástula), ou assexuada, que pode ocorrer por brotamento,
regeneração e através de gêmulas que aparecem mais em esponjas de água doce.

Sustentação do corpo
Os espongiários possuem um endoesqueleto. O esqueleto mineral é constituído por espículas calcárias e
silicosas ao esqueleto orgânico, apresenta-se formado por uma densa rede de fibras de espongina.

Cnidários (celenterados)
São organismos com simetria radial, predominantemente aquáticos marinhos, podem nadar livremente
(medusas) ou viver fixos (pólipos), no fundo do mar ou dos rios, sozinhos ou formando colônias.

O significado e a importância da cavidade digestiva


A presença de uma cavidade digestiva permite ao animal ingerir alimentos maiores, que gradativamente
sofrerão o ataque de sucos digestivos constituídos por enzimas que catalizarão a sua degradação em substâncias
menores absorvíveis e utilizáveis no metabolismo, posteriormente, pelas demais células do corpo. Neste grupo, a
digestão é, portanto, extracelular e intracelular.

52
Os cnidoblastos
Tanto os pólipos como as medusas são animais predadores, carnívoros que capturam suas presas descarre-
gando uma substância urticante, presente em células nos tentáculos: os cnidócitos ou cnidoblastos.

Sistema nervoso difuso e o arcorreflexo


Esses animais apresentam reações a estímulos externos, que os permitem se defenderem ou capturarem sua
presa. Trata-se da primeira ocorrência de células nervosas.

Fisiologia
Ainda não possuem sistema respiratório e circulatório definidos.

Reprodução
Brotamento
A reprodução dos celenterados pode ser assexuada e sexuada.

Metagênese
A alternância de gerações, em que uma fase se reproduz assexuadamente e a outra sexuadamente, é co-
nhecida como metagênese. A fase sexuada é representada pela forma medusoide.

Classificação dos cnidários


CLASSES DE CELENTERADOS
Classe Relação pólipo/medusa Representantes
Hydra sp (dulcícolas), Obelia sp (colonial),
Hydrozoa Pólipos predominantes
Physalia sp (caravelas e coloniais)
Scyphozoa Medusas predominantes (água-vivas) Aurelia sp
Actinia sp (anêmonas-do-mar) e corais
Anthozoa Exclusivamente polipoides (com exoesqueletos calcários que par-
ticipam da formação de recifes)
Cubozoa Pólipo dá origem à medusa Chironex fleckerí

Platelmintos
Surge a simetria bilateral e a triblastia
Os platelmintos são os primeiros animais nos quais ocorre a simetria bilateral; possuem corpo alongado e
dorso ventralmente achatado. Hábitos de vida são variados: nos de vida livre existem os parasitas que vivem às
custas de outros seres, explorando-os como ecto ou endoparasitas.

53
Fisiologia
§§ Nutrição – o sistema digestório é incompleto. A digestão ocorre nos meios extracelular e intracelular. Existem
espécies parasitas, totalmente desprovidas de sistema digestório.

§§ Respiração e trocas gasosas – as espécies de vida livre são aeróbias e as trocas são realizadas por sim-
ples difusão entre o epitélio permeável do animal e o meio. Os endoparasitas são anaeróbios.

§§ Excreção – célula-flama.

Células-flama
Poros excretores Canal
excretor
Canal
excretor

Tufo de
cílios

Citoplasma
Cordões nervosos Núcleo
longitudinais
Nervos

§§ Coordenação nervosa – gânglios cerebroides ou um anel nervoso, ligados a cordões nervosos


longitudinais.

cordão nervoso

nervos

gânglio cerebral
ocelo
parte
fotossensível

células com
pigmento

nervos para o célula


gânglio cerebral fotossensível

§§ Reprodução – normalmente, são hermafroditas ou monoicos com fecundação interna e um desenvol-


vimento, que pode ser direto ou indireto. Existem espécies que se reproduzem assexuadamente, principal-
mente por regeneração.

54
Classificação dos platelmintos
§§ Classe Turbellaria (turbelários): seres de vida livre com epitélio ciliado.
Exemplo: planária.
§§ Classe Trematoda (trematódios): seres parasitas com epiderme não ciliada e uma ou mais ventosas.
Exemplo: Schistosoma.
§§ Classe Cestoda (cestódios): seres parasitas com corpo dividido em anéis ou proglotes.
Exemplos: Taenia solium e Taenia saginata.

A esquistossomose - Schistosoma mansoni


A barriga-d’água é uma doença provocada pelo platelminto Schistosoma mansoni, um verme dioico com
nítido dimorfismo sexual.
As medidas profiláticas mais comuns são:
1. Tratamento dos infestados por meio da destruição dos vermes no organismo humano.
2. Saneamento básico, que impede que os ovos contaminem a água.
3. Combate aos caramujos hospedeiros intermediários.
4. Impedir a penetração das larvas, não tendo contato com a água contaminada.

A Taenia sp e doenças relacionadas


§§ A teníase é uma doença provocada pela presença das formas adultas das tênias ou solitárias (Taenia
saginata) no intestino delgado humano. A cisticercose é determinada pela presença das larvas da Taenia
solium no homem, localizadas principalmente nos olhos e no cérebro.
São medidas profiláticas:
1. não comer carne malpassada;
2. inspeção de matadouros para verificar a presença de cisticercos na carne;
3. saneamento básico.

§§ Cisticercose – é a enfermidade causada pela localização da larva no organismo do homem, que passa a
funcionar como hospedeiro intermediário. O homem se infesta ingerindo ovos existentes em água poluída,
hortaliças e frutos contaminados.

Nematelmintos
Os asquelmintos (nematelmintos):
o surgimento do tubo digestivo completo
Os nematelmintes são organismos vermiformes, ou seja, de corpo cilíndrico, mas não segmentado, com
típica simetria bilateral e extremidades afiladas. As principais parasitoses que infestam o homem são: ascaridíase,
ancilostomíase, oxiurose e elefantíase.

55
Fisiologia
§§ Digestão – sistema digestório completo com boca anterior e ânus posterior. A digestão é exclusiva-
mente extracelular.
§§ Excreção – célula H.
§§ Circulação e trocas gasosas – nas espécies de vida livre, a respiração é aeróbia, cutânea e ocorre por
difusão simples. Nos parasitas, ocorre a respiração anaeróbia.
§§ Coordenação nervosa – constituído por um anel nervoso anterior e uma série de cordões nervosos
longitudinais.
§§ Reprodução – os nematoides são, com raras exceções, animais dioicos, quase sempre com dimorfismo sexual.

Ascaridíase
É uma parasitose intestinal cujo agente etiológico é o Ascaris lumbricoides, vulgarmente conhecido como lombriga.
1. Ovos contendo larva L3 contaminam
2 água e/ou alimentos;
2. Ingestão dos alimentos contaminados
1 7 com os ovos larvados;
3. Passagem do ovo pelo estômago e
8 liberação da larva L3 no intestino
delgado;
6 4. Penetração das larvas na parede
intestinal;
5. Larvas carregadas pelo sistema porta
até os pulmões;
5 3 6. Larvas sofrem muda para L4, sendo
12 que posteriormente rompem os
capilares e caem nos alvéolos, sofrendo
nova muda (L5). Migração das larvas para
4 a faringe;
9 7. Expulsão das larvas pela expectoração
Fezes ou deglutinação das mesmas;
8. Larvas atingem novamente o duodeno
9 transformando-se em adultos. Fêmeas,
11 após a cópula, iniciam a ovoposição.
10 9. Eliminação dos ovos pelas fezes e
contaminação do ambiente;
Ovo infértil 10 a 12. Evolução dos ovos férteis até se
tornarem larvados, com L3.
Ovo fértil
Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides

Ancilostomose
Também conhecida por amarelão ou opilação, a ancilostomose é uma parasitose causada pelos vermes
Ancylostoma duodenale e Necator americanus.
A ancilostomose causa no homem intensa anemia, variando a gravidade com o grau de infestação. Por isso,
o indivíduo parasitado perde cor, tornando-se amarelado (daí o nome amarelão) e fraco. A redução de hemácias
afeta o transporte de oxigênio, afetando o coração e o cérebro, ocorrendo insuficiência cardíaca, sonolência, apatia
e confusão mental. A profilaxia envolve higiene, saneamento básico e uso de calçados.

56
Filaríase ou elefantíase
O causador da elefantíase é o verme Wuchereria bancrofti, os vermes adultos parasitam os gânglios e vasos
linfáticos. No Brasil, o principal transmissor é o mosquito Culex fatigans, vulgarmente conhecido como pernilongo.
A filariose provoca edemas que causam deformações, principalmente nos membros inferiores.

Enterobiose ou oxiurose
A enterobiose ou oxiuríase é uma doença intestinal causada pelo nematelminte Enterobius vermicularis,
verme pequeno e filiforme (formato de fio). O sintoma mais típico é o intenso prurido anal.

Ingestão de ovos com


I
embrião pela pessoa
2

Larvas eclodem no
intestino delgado
3

1
D Ovos nas pregas perianais
Adultos no
Larvas nos ovos maturam lúmen do
em 4 a 6 horas. coco. 4
I Estágio de Infecção
prenhas migram para
5 a região perianal à noi-
D Estágio de Diagnóstico te, botando os ovos

Ciclo de vida do Enterobius vermicularis

O bicho-geográfico
Animais silvestres, como o cão e o gato, apresentam parasitas específicos, cujas larvas infestantes só
completam o ciclo quando penetram no hospedeiro próprio. No homem, migrando e realizando um trajeto
sinuoso no tecido subcutâneo. Os agentes etiológicos são o Ancylostoma caninum e o Ancylostoma braziliense.

57
U.T.I. - Sala
1. (Unifesp adaptado) Considerando os mecanismos de replicação do genoma viral, qual a principal
diferença entre o vírus da gripe e o vírus que causa a Aids?

2. Dentro da microscopia existe uma diferença evidente entre o tamanho de vírus e de bactérias. Qual
dos dois organismo tem sua ação bloqueada por uso de antibióticos? E em que estruturas esses
medicamentos podem agir?

3. (Vunesp) Ao longo do primeiro semestre de 2004, jornais e estações de rádio e TV do interior do


Estado de São Paulo noticiaram o aumento de casos de cães que apresentaram resultado positivo
para os testes de detecção do agente causador da leishmaniose. Em alguns municípios, foram con-
firmados casos de leishmaniose humana. Em algumas cidades, o combate à epidemia foi feito pela
eliminação dos cães infectados.
a) A que reino e filo pertence o organismo causador da leishmaniose?
b) Como se transmite a doença e por que os cães infectados representam perigo ao homem?

4. (UFSJ adaptado) As esponjas (poríferos), organismos primitivos na escala evolutiva, são insensí-
veis ao toque. Já as anêmonas e os corais (cnidários) retraem-se quando os tocamos. A que você
atribui esta diferença comportamental nos dois grupos de animais? E qual é a célula de defesa
dos cnidários?

5. Digestão somente intracelular, ausência dos sistemas nervoso, excretor, circulatório, respiratório e
órgãos reprodutores e de locomoção também ausentes. São essas as características de qual grupo?
Dê um exemplo de animal desse grupo.

6. (Unicamp adaptado) A anemia falciforme é uma doença genética autossômica recessiva, caracte-
rizada pela presença de hemácias em forma de foice e deficiência no transporte de gases. O alelo
responsável por essa condição é o HbS, que codifica a forma S da globina. Sabe-se que os indivíduos
heterozigotos para a HbS não têm os sintomas da anemia falciforme e apresentam uma chance
76% maior de sobreviver à malária do que os indivíduos homozigotos para o alelo normal da glo-
bina (alelo HbA). Algumas regiões da África apresentam alta prevalência de malária e acredita-se
que essa condição tenha influenciado a frequência do alelo HbS nessas áreas. O que ocorre com a
frequência do alelo HbS nas áreas com alta incidência de malária? Por quê?

58
U.T.I. - E.O. 6. (Unesp adaptado) Uma determinada molés-
tia que pode causar lesões nas mucosas, pele
e cartilagens é transmitida por um artrópode
e causada por um protozoário flagelado. Qual
1. (Unesp adaptado) A doença de Chagas atinge
é o nome da doença, do artrópode transmis-
milhões de brasileiros, podendo apresentar,
sor e do agente causador?
como sintomas, problemas no miocárdio, que
levam à insuficiência cardíaca. Por que, na
7. (Esal-MG) Em relação à malária, mencione a
doença de Chagas, ocorre comprometimento
forma infectante do parasita e o gênero do
da função cardíaca? Identifique o grupo ao transmissor.
qual pertence o causador da doença, assim
como os filos do vetor e do hospedeiro.
8. (PUC-SP) Na espécie humana, ocorrem vá-
rias doenças, cujos microrganismos causa-
2. (Unifesp) Cientistas criaram em laboratório dores estão presentes no sangue de pessoas
um bacteriófago (fago) composto que possui infectadas, podendo inclusive ser transmiti-
a cápsula proteica de um fago T2 e o DNA de dos através de transfusões ou por seringas
um fago T4. Após esse bacteriófago compos- usadas.
to infectar uma bactéria, os fagos produzi- a) Cite duas dessas doenças que sejam causadas
dos terão: por protozoários, indicando para cada uma o
a) a cápsula proteica de qual dos fagos? E o nome do parasita responsável.
DNA, será de qual deles? b) Escolha uma das doenças por você citadas e
b) Justifique sua resposta. indique dois métodos para sua profilaxia.

9. (Unesp adaptado) Considerando as doenças


3. (Unifesp) Agentes de saúde pretendem for- gripe, paralisia infantil, gonorreia, doen-
necer um curso para moradores em áreas ça de Chagas, amarelão, cólera, tuberculose
com alta ocorrência de tênias (Taenia so- e febre amarela, responda: quais delas são
lium) e esquistossomos (Schistosoma manso- passíveis de tratamento com antibióticos?
ni). A ideia é prevenir a população das doen- Por quê?
ças causadas por esses organismos.
a) Em qual das duas situações é necessário 10. (UFC) As verminoses ainda acometem uma
alertar a população para o perigo do contá- grande parcela da população, principal-
gio direto, pessoa a pessoa? Justifique. mente as de baixa renda. Doenças como
b) Cite duas medidas – uma para cada doença – ascaridíase e amarelão (ancilostomose)
que dependem de infraestrutura criada pelo ainda são bastante comuns, principalmen-
poder público para preveni-las. te em crianças.
a) Qual a característica comum a essas doenças
em relação ao seu modo de contágio?
4. (Fuvest) Os portadores do vírus HIV, agente b) Outras doenças bastante comuns são a tení-
causador da aids (síndrome da imunodefici- ase e a cisticercose, causadas por vermes do
ência adquirida), são tratados com os cha- gênero Taenia. Qual a diferença entre essas
mados coquetéis antivirais, que combinam duas doenças no que se refere ao contágio e
drogas inibidoras da transcriptase reversa ao local de alojamento do parasita?
com drogas inibidoras de proteases.
a) Por que a transcriptase reversa é essencial 1
1. (Mackenzie adaptado) As verminoses repre-
para que o vírus HIV se multiplique? sentam um grande problema de saúde, prin-
b) Como o vírus HIV causa a imunodeficiência cipalmente nos países subdesenvolvidos. A
em humanos? falta de saneamento, de campanhas de es-
clarecimento público, de higiene pessoal e
de programas de combate aos transmissores
5. (Unirio adaptado) Lineu, em 1735, publicou leva ao aparecimento de milhares de novos
um trabalho apresentando um plano para casos na população brasileira. Cite três ver-
classificação de seres vivos. Nele estavam minoses causadas por nematódeos.
propostos o emprego de palavras latinas e
o uso de categorias de classificação hierar- 12. (Ufop adaptado) Monteiro Lobato criou o
quizadas. Deve-se também a Lineu a regra personagem Jeca Tatu, o brasileiro do meio
de nomenclatura binominal para identificar rural que andava descalço e, por isso, era
cada organismo. Seguindo as regras proposta acometido por uma verminose que o deixa-
por Lineu como devem ser escrito os nomes va fraco, pálido (com características de ane-
das espécies? mia) e magro. Monteiro Lobato retratava o

59
personagem: “ele está assim; ele não é as-
sim”. Quais são os vermes causadores dos
sintomas apresentados pelo personagem
em questão?

13. (Unesp adaptado) Maré vermelha deixa lito-


ral em alerta
Uma mancha escura formada por um fenô-
meno conhecido como “maré vermelha” co-
briu ontem uma parte do canal de São Sebas-
tião (...) e pode provocar a morte em massa
de peixes. A Secretaria de Meio Ambiente de
São Sebastião entrou em estado de alerta. O
risco para o homem está no consumo de os-
tras e moluscos contaminados.
(Jornal “Vale Paraibano”, 01.02.2003.)

A maré vermelha é causada por qual orga-


nismo?

14. Nos poríferos existem estruturas denomina-


das gêmulas. Explique o que são e para que
servem.

60
0 1 Biologia 3

U.T.I.

C N
BIOLOGIA
Composição química celular
A análise do conteúdo celular revela a existência de componentes minerais e orgânicos.

Água
§§ Solvente universal
§§ Termorregulação
§§ Transporte de células e de substâncias
§§ Eliminação de excretas celulares
§§ Função lubrificante

A quantidade de água varia de acordo com a taxa metabólica. Quanto maior a atividade química (metabo-
lismo) de um órgão, maior o teor hídrico.
A taxa de água, em geral, decresce com a idade e, finalmente, com a espécie. Por exemplo, na espécie hu-
mana há 64% de água, nas medusas 98% e nos esporos e sementes vegetais, 15%.

Outras propriedades da água


§§ Coesão – Capacidade de uma substância permanecer unida.
§§ Tensão superficial

Devido à tensão superficial, alguns insetos são capazes de pousar sobre a água e não afundar-se.

§§ Adesão – a água tem a tendência de se unir à moléculas polares.


§§ Capilaridade – fenômeno físico resultante das interações entre as forças de adesão e coesão da molécula
de água. Esse fenômeno é muito utilizado pelas plantas no transporte de substâncias da raiz até as folhas.

63
Sais minerais
Nos líquidos intra e extracelular, encontramos grande variedade de sais minerais dissociados em cátions e
ânions.

Principais sais minerais


Componente dos ossos e dentes. Ativador de certas enzimas, participando de processos como a contração
Cálcio (Ca2+)
muscular e a coagulação.
Magnésio (Mg2+) Faz parte da molécula de clorofila; é necessário, portanto, à fotossíntese.
Presente na hemoglobina do sangue, pigmento fundamental para o transporte de oxigênio. Componente de
Ferro (Fe2+)
substâncias importantes na respiração e na fotossíntese (citocromos e ferrodoxina).
Tem concentração intracelular sempre mais baixa que nos líquidos externos. A membrana plasmática, por
Sódio (Na+) transporte ativo, constantemente bombeia o sódio, que tende a penetrar por difusão. Importante compo-
nente da concentração osmótica do sangue juntamente com o K+.
É mais abundante dentro das células. Por transporte ativo, a membrana plasmática absorve o potássio do
Potássio (K+) meio externo. Os íons sódio e potássio estão envolvidos nos fenômenos elétricos que ocorrem na membra-
na plasmática, na concentração muscular e na condução nervosa.
Componente dos ossos e dentes. Está no ATP, molécula energética das atividades celulares. É parte inte-
Fosfato (PO4–3)
grante do DNA e RNA, no código genético.
Cloro (Cl–) Componente dos neurônios (transmissão de impulsos nervosos).
Iodo (I )

Entra na formação de hormônios tireoidianos.

Carboidratos
Entre os compostos orgânicos, aparecem os polímeros, moléculas gigantes (macromoléculas) formadas por
uma cadeia de moléculas chamadas de monômeros.
Podemos citar os seguintes polímeros: proteínas, ácidos nucleicos e polissacarídeos, cujos monômeros são,
respectivamente, aminoácidos, nucleotídeos e monossacarídeos.

Polissacarídeos (glicídios)
Os glicídios são também conhecidos como açúcares, sacarídeos, carboidratos ou hidratos de carbono. São
moléculas compostas principalmente de carbono, hidrogênio e oxigênio. Apresentam fórmula geral CnH2nOn. São
monossacarídeos importantes: glicose, frutose, galactose, ribose e desoxirribose. A junção de dois monossacarídeos
dá origem a um dissacarídeo. Quando temos muitos monossacarídeos ligados, ocorre a formação de um polissaca-
rídeo, tal como amido, glicogênio, celulose, quitina etc.
Os glicídios são a fonte primária de energia para as atividades celulares e possuem também funções estruturais.

PRINCIPAIS MONOSSACARÍDEOS
Carboidrato Papel biológico
Ribose (5C) Uma das matérias-primas necessárias à produção de ácido ribonucleico.

Desoxirribose (5C) Matéria-prima necessária à produção de ácido desoxirribonucleico (DNA).


É a molécula mais usada pelas células para obtenção de energia. Sintetizada pelos seres clorofilados, na
Glicose (6C)
fotossíntese. Abundante em vegetais, no sangue e no mel.
Frutose (6C) Muito comum em frutas e, também, apresenta papel fundamentalmente energético.
Galactose (6C) Um dos monossacarídeos constituintes da lactose do leite. Papel energético.

64
PRINCIPAIS DISSACARÍDEOS
Carboidrato Unidades Fontes Papel biológico
Sacarose glicose + frutose Cana-de-açúcar e beterraba Papel energético
Lactose glicose + galactose Leite Papel energético
Maltose glicose + glicose Vegetais Papel energético

PRINCIPAIS POLISSACARÍDEOS
Carboidrato Unidades Fontes Papel biológico
Amido (n) moléculas de glicose raízes e caules reserva energética vegetal
Celulose (n) moléculas de glicose parede de células vegetais sustentação
Glicogênio (n) moléculas de glicose fígado e músculos reserva energética animal

No corpo, o fígado e o músculo são responsáveis por armazenar glicogênio e o sangue, pela glicose.

Lipídios
Compreendem um grupo muito heterogêneo, cuja característica comum é a insolubilidade em água e a
solubilidade em solventes orgânicos.
§§ Glicerídeos (ácido graxo mais glicerol) – compostos pelos óleos e as gorduras. A principal diferença entre os
óleos e as gorduras é que os óleos são de origem vegetal e a gordura, de origem animal.
§§ Cerídeos (ácido graxo mais glicerol de cadeias longas) – os principais representantes são as ceras. Exemplos:
cera do ouvido, maçã (proteção contra desidratação) e outros.
§§ Fosfolípideos (ácido graxo, glicerol e fosfato) – principais componentes da membrana plasmática. Possuem
uma parte hidrofílica (contato com o meio aquoso) e hidrofóbico (contato com o meio não aquoso).
§§ Esteroides – são os lipídeos que formam os hormônios sexuais (testosterona, progesterona, estradiol). Outro
componente desse grupo é o colesterol. O colesterol pode ser classificado quanto ao tipo de lipoproteína
que o transporta.
§§ LDL (lipoproteína de baixa densidade) – leva o colesterol até o sangue (colesterol “ruim”).
§§ HDL (lipoproteína de alta densidade) – tira o colesterol do sangue (colesterol “bom”).
O acúmulo de LDL está vinculado com infarto do miocárdio, pois o aumento de colesterol no sangue pode
ocasionar o entupimento de artérias que nutrem o coração. Dessa forma, não chega um aporte de oxigênio e nu-
trientes para as células cardíacas e essas entram em falência, o que caracteriza o infarto.

Funções gerais dos lipídios


§§ Membrana plasmática
§§ Energia
§§ Reserva energética
§§ Vitaminas (A, D, E e K)
§§ Hormônios (andrógenos, progesterona etc.)
§§ Prostaglandinas:ajudam na proteção contra a dessecação e excesso de transpiração.
§§ Isolamento térmico, elétrico e mecânico

65
Vitaminas (adultos). Encontrada no levedo, óleo de fígado de
bacalhau, gema de ovo, manteiga.

§§ Vitamina A (antixeroftálmica) – evita a “ce- §§ Vitamina E (tocoferol – antioxidante) –


gueira noturna”; xeroftalmina, “olhos secos” em promove a fertilidade. Previne o aborto. Atua no
crianças; cegueira total. Pode ser encontrada em sistema nervoso involuntário, sistema muscular e
vegetais amarelos (cenoura, abóbora, batata-doce, músculos involuntários. Previne a esterilidade do
milho), pêssego, nectarina, abricó, gema de ovo, macho. Oxidação de ácidos graxos insaturados
manteiga, fígado. e enzimas mitocondriais. Encontrada no óleo de
§§ Vitamina B1 (tiamina) – evita a perda de ape-
germe de trigo, carnes magras, laticínios, alface,
tite, fadiga muscular, nervosismo, beribéri (ho-
óleo de amendoim.
mem) e polineurite (pássaros). Encontrada em
§§ Vitamina K (anti-hemorrágica) – a sua falta
cereais na forma integral e pães, feijão, fígado,
carne de porco, ovos, fermento de padaria, ve- retarda o processo de coagulação. Encontrada
getais de folhas. em vegetais verdes, tomate, castanha, espinafre,
§§ Vitamina B2 (riboflavina) – evita a ruptura da alface, repolho, couve, óleos vegetais.
mucosa da boca, lábios, língua e bochechas. En-
contrada em vegetais de folhas (couve, repolho,
espinafre etc.), carnes magras, ovos, fermento de Metabolismo celular
padaria, fígado, leite.
§§ Vitamina B (PP – ácido nicotínico) – previne Podemos considerar mais duas ideias sobre me-
a inércia e falta de energia, nervosismo extremo, tabolismo celular: anabolismo – reações químicas de
distúrbios digestivos, pelagra (homem) e língua síntese, que a partir de moléculas menores produzem
preta (cães). Encontrada no levedo de cerveja, moléculas maiores; e catabolismo – reações químicas
carnes magras, ovos, fígado, leite. de degradação que transformam moléculas grandes em
§§ Vitamina B6 (piridoxina) – evita doenças de unidades menores.
pele, distúrbios nervosos, inércia e extrema apa-
tia. Encontrada no lêvedo de cerveja, cereais inte-
grais, fígado, carnes magras, peixe, leite.
A glicose e o metabolismo
§§ Vitamina B12 (cianocobalamina) – evita a
Como já mencionado, a glicose é o combustível
anemia perniciosa. Encontrada no fígado, leite e
seus derivados, carnes, peixes, ostras e leveduras. mais utilizado pelos seres vivos, substância altamente
§§ Vitamina C (ácido ascórbico – antiescor- energética cuja quebra no interior das células libera a
bútica) – previne escorbuto, inércia e fadiga energia armazenada nas ligações químicas e produz re-
em adultos, insônia e nervosismo em crianças, síduos, entre eles gás carbônico e água.
sangramento das gengivas, inflamações nas jun- A energia liberada é utilizada na realização de
tas, dentes alterados, escorbuto. Encontrada em atividades metabólicas.
frutas cítricas (limão, lima, laranja), tomate, cou-
ve, repolho e outros vegetais de folha, pimentão,
morango, abacaxi, goiaba, caju.
A energia sob a forma de ATP
§§ Vitamina D (ergosterol – precursor da vi-
Cada vez que ocorre a “desmontagem” da mo-
tamina D – antirraquítica) – atua no metabo-
lismo do cálcio e do fósforo. Mantém os ossos e lécula de glicose, a energia não é simplesmente liberada
os dentes em bom estado. Previne o raquitismo, para o meio. Ela é transferida para outras moléculas –
problemas nos dentes, ossos fracos, contribui para chamadas de adenosina trifosfato (ATP) –, que servi-
os sintomas da artrite, raquitismo, osteomalácia rão de reservatórios temporários de energia.

66
Proteínas
As proteínas são polímeros, nos quais os monômeros são moléculas de aminoácidos.

Estrutura básica do aminoácido

A ligação química entre dois AA chama-se ligação peptídica, e acontece sempre entre o C do radical
ácido de um AA e o N do radical amina do outro AA. Veja a figura a seguir:

Formação da ligação peptídica

Os aminoácidos podem ser classificados em essenciais, quando não são produzidos pelo organismo e,
portanto, devem estar presentes em sua dieta; e naturais, quando podem ser produzidos pelo organismo.

Aminoácidos naturais Aminoácidos essenciais


Asparagina (Asn) Prolina (Pro) Cisteína (Cis) Metionina (Met) Triptofano (Tri)
Glutamina (Gln) Alanina (Ala) Tirosina (Tir) Isoleucina (Iso) Valina (Val)
Arginina (Arg) Glutamato (Glu) Serina (Ser) Leucina (Leu) Treonina (Tre)
Histidina (His) Aspartato (Asp) Glicina (Gli) Lisina (Lis) Fenilalanina (Fen)

Apesar de existirem somente 20 AA, o número de proteínas possível é praticamente infinito. As proteínas
diferem entre si devido à quantidade de aminoácidos na molécula, aos tipos presentes e a sua sequência na
molécula. Duas proteínas podem ter os mesmos AA nas mesmas quantidades, porém, se a sequência dos AA for
diferente, as proteínas serão diferentes.

Estrutura proteica
A sequência dos AA na cadeia polipeptídica é o que chamamos de estrutura primária da proteína.
A projeção espacial da ligação peptídica é chamada de estrutura secundária.
Em muitas proteínas, a própria hélice (estrutura secundária) sofre dobramento sobre si mesma, adquirindo
forma globosa chamada de estrutura terciária.

67
Desnaturação proteica
Vários fatores, tais como temperatura, grau de acidez (pH), concentração de sais e outros podem alterar a
estrutura espacial de uma proteína, sem alterar a sua estrutura primária. Mas a principal consequência é a perda
do papel biológico. Esse fenômeno é chamado de desnaturação.

Funções das proteínas


Uma das funções das proteínas é a função estrutural, pois fazem parte da arquitetura das células e tecidos
dos organismos. Além da função estrutural, as proteínas atuam como enzimas ou biocatalisadoras das reações
bioquímicas que ocorrem nas células. Diminuem a energia de ativação requerida pelas reações, tornando-as mais
espontâneas e aumentando suas velocidades.
Uma mesma enzima não catalisa duas reações diferentes. A especificidade das enzimas é explicada pelo
modelo da chave (reagente) e fechadura (enzima). As enzimas são reutilizáveis, ou seja, a mesma molécula pode
ser usada diversas vezes. Um inibidor enzimático tem forma semelhante ao substrato (reagente). Encaixando-se na
enzima, bloqueia a entrada do substrato, inibindo a reação química.

Cinética enzimática
A temperatura, o pH e a concentração do substrato são fatores importantes na determinação da velocidade
da atividade enzimática.

Hormônios
São substâncias químicas que desempenham a função de mensageiras e apresentam diferentes naturezas químicas.

Ácidos nucleicos: DNA


Composição química
O ácido desoxirribonucleico (DNA) é um polímero definido como polinucleotídeo, por ser constituído
por uma sucessão de unidades menores, os nucleotídeos.
As bases nitrogenadas pertencem a duas categorias: púricas e pirimídicas. As púricas são a adenina (A)
e a guanina (G). As pirimídicas são a citosina (C) e a timina (T). Observe a figura:

68
Relações de Chargaff

A = T e C = G ou A/T = 1 e C/G = 1

Estrutura

“O corrimão da escada” é constituído por grupos fosfato ligados a desoxirriboses em uma ligação fosfodi-

éster. Cada degrau é formado por uma base púrica (A ou G) ligado a uma base pirimídica (C ou T). Em cada degrau,

as bases são unidas por ligações de hidrogênio.

Existem vírus que apresentam DNA formado por uma cadeia única de nucleotídeos. Evidentemente que,

neste caso, não ocorre a relação de Chargaff, pois as quantidades de A e T, bem como de C e G são diferentes.

Localização do DNA nas células

Evidencia uma cor púrpura e indica os cromossomos no núcleo. Pequena quantidade de DNA também é

encontrada nos cloroplastos e mitocôndrias.

Funções

O DNA é o material genético propriamente e possui duas propriedades fundamentais: replicação e transcrição.

Replicação (duplicação)

Ao final, há a produção de duas novas moléculas – filhas, cada uma das quais com uma cadeia nova recém-

-sintetizada e uma outra, que pertencia à molécula-mãe. Por esse motivo, a replicação é chamada de semiconser-

vativa, dado que cada molécula-filha conserva na sua estrutura uma das metades da molécula-mãe.

69
Modelo da Duplicação semiconservativa

Transcrição
Na transcrição, o DNA cromossômico sintetiza o RNA nuclear, para o qual transcreve a sequência de nu-
cleotídeos representada pela mensagem genética. Saindo do núcleo, o RNA leva a mensagem genética para os
ribossomos.

Ácidos nucleicos: RNA


Estrutura
O RNA difere do DNA em três aspectos:
1. Possui ribose (pentose), em vez de desoxirribose.
2. A base pirimídica uracila ou uracil substitui a timina, que não existe no RNA.
3. Sua molécula é formada por apenas uma fita ou cadeia simples. Portanto, não existe pareamento nem
igualdade nas quantidades de bases.
A enzima responsável pelo processo é a RNA-polimerase.

Tipos de RNA e suas funções


Existem três tipos de RNA: RNA-ribossômico (RNAr), RNA-mensageiro (RNAm) e RNA-transportador (RNAt),
e todos estão relacionados com o processo da síntese proteica.
O RNAr, associado a nucleoproteínas, forma os ribossomos, organoides citoplasmáticos granulares respon-
sáveis pela síntese de proteínas.
O RNAm é a cópia da mensagem genética, ou seja, do gene. É enviada para os ribossomos.
O RNAt tem como função o transporte de aminoácidos do hialoplasma para os ribossomos, onde são enca-
deados sequencialmente para formar uma proteína.

70
Código genético e síntese proteica
As características dos organismos
Todos os seres vivos existentes na Terra apresentam duas propriedades típicas: autopreservação e au-
torreprodução.

O dogma central da genética molecular


A relação DNA–RNA–proteínas é conhecida como o dogma central da genética molecular, que estuda as
atividades gênicas celulares por meio da ação dessas macromoléculas.
§§ Replicação – é o processo de replicação do DNA, na intérfase, que determina a divisão celular responsável
pelo crescimento, regeneração e reprodução dos organismos.
§§ Transcrição – por meio da transcrição, o DNA forma o RNA mensageiro (RNAm), para o qual transcreve a
mensagem genética, na verdade, uma receita para síntese de uma proteína.
§§ Tradução – na tradução, o ribossomo, de acordo com as instruções codificadas no RNAm, seleciona e
encadeia os aminoácidos, sintetizando a proteína.

Modelo da ação gênica

71
Código genético
No caso do código genético, existem quatro símbolos, representados pelos quatro tipos de nucleotídeos,
abreviados pela letra inicial: A, C, G e U.

Códons de iniciação e terminalização


A síntese de uma proteína é iniciada quando um ribossomo se organiza, no RNAm, sobre o códon de ini-
ciação AUG. Esse códon codifica o aminoácido metionina (Met), de forma que todas as proteínas começem com
a metionina. A cadeia termina quando o ribossomo atinge um dos três códons de terminalização ou finalização
representados por UAA, UAG e UGA.

Propriedades do código genético


O código genético apresenta duas propriedades: degeneração e universalidade. Dizemos que o código
é degenerado porque a maioria dos aminoácidos é codificada por dois ou mais códons.
O código é universal porque cada códon codifica sempre o mesmo aminoácido em qualquer organismo,
inclusive os vírus.

Etapas da síntese proteica


§§ Transcrição
§§ Tradução

Modelo representativo da tradução

Mutação
Conceito
A mutação gênica é uma mudança na estrutura do gene. Consiste numa alteração na sequência de bases
do DNA ocorrida por um erro no processo de replicação. A mutação pode alterar o código genético e, consequen-
temente, uma característica do organismo.

72
Tipos de mutação
§§ Substituição – consiste na substituição de uma base por outra, transição, que é a substituição de purina
por purina (A por G ou G por A) ou pirimidina por pirimidina (C por T ou T por C); e transversão, que é a
troca de purina por pirimidina ou vice-versa.
§§ Deleção ou deficiência – é a perda de bases.
§§ Inserção – é a colocação de um ou mais nucleotídeos.

Introdução à citologia
Teoria celular
§§ Todos os organismos vivos são formados por células.
§§ Todas as reações metabólicas de um organismo ocorrem em nível celular.
§§ As células originam-se unicamente de células preexistentes.
§§ As células são portadoras de material genético.

Origem das células


A questão da origem das células está diretamente relacionada com a origem da vida em nosso planeta.

Teoria da invaginação da membrana plasmática


(teoria de Robertson)
Por mutação genética, alguns procariontes teriam passado a sintetizar novos tipos de proteínas, e isso levaria
ao desenvolvimento de um complexo sistema de membranas, que, invaginando-se da membrana plasmática, teria
dado origem às diversas organelas delimitadas por membranas. Assim, teriam aparecido o retículo endoplasmático,
o aparelho de Golgi, os lisossomos e as mitocôndrias. Pelo mesmo processo surgiria a membrana nuclear, principal
característica das células eucariontes.

Teoria da simbiose de procariontes (teoria endossimbiótica)


Segundo essa teoria, alguns procariontes passaram a viver em simbiose no interior de alguma célula, crian-
do células mais complexas e mais eficientes. Vários dados apoiam a suposição de que as mitocôndrias e os cloro-
plastos surgiram por esse processo.

Teoria mista
É possível que as organelas que não contêm DNA, como o retículo endoplasmático e o aparelho de Golgi,
tenham se formado a partir de invaginações da membrana celular, enquanto as organelas com DNA (mitocôndrias,
cloroplastos) apareceram por simbiose entre procariontes.

73
Organização celular de seres procariontes e eucariontes
COMPARAÇÃO ENTRE PROCARIONTES E EUCARIONTES
Procariontes Eucariontes
Organismo Bactéria e cianobactéria Protoctistas, fungos, plantas e animais
Tamanho
Geralmente de 1 a 10 micrômetros Geralmente de 5 a 100 micrômetros
da célula
Metabolismo Aeróbico ou anaeróbico Aeróbico e anaeróbico
Núcleo, mitocôndrias, cloroplastos, retículo
Organelas Ribossomos endoplasmático, complexo de Golgi,
lisossomos, ribossomos, centríolos
Longas moléculas de DNA contendo muitas regiões não
DNA DNA circular no hialoplasma
codificantes: envolvidas por uma membrana nuclear
Sintetizados no mesmo com- RNA sintetizado e processado no núcleo,
RNA e proteína
partimento: hialoplasma proteínas sintetizadas no citoplasma
Ausência de citoesqueleto, fluxo citoplasmá- Citoesqueleto composto de filamentos de proteínas, fluxo
Citoplasma
tico, ausência de endocitose e exocitose citoplasmático, presença de endocitose e exocitose
Cromossomos se separam pela ação
Divisão celular Cromossomos se separam ligados ao mesossomo
do fuso do citoesqueleto
Organização Maioria multicelular, com diferencia-
Maioria unicelular
celular ção de muitos tipos celulares
Tempo de
Cerca de 3 bilhões de anos Cerca de 1 bilhão de anos
existência

A organização da célula
A membrana plasmática
A membrana plasmática “seleciona” as substâncias que entram na célula e dela saem, de acordo com suas
necessidades. Diz-se, portanto, que ela possui permeabilidade seletiva.

O citoplasma e os organoides celulares


O citoplasma é o constituinte celular mais volumoso; formado pelo citosol e pelos organoides celulares.

O núcleo
Situado, geralmente, na parte central da célula, o núcleo apresenta uma membrana, a carioteca, que en-
volve o carioplasma, líquido (cariolinfa ou nucleoplasma) no qual estão imersos o nucléolo e os cromossomos,
onde encontram-se os genes, elementos responsáveis pela coordenação das diversas atividades celulares, consti-
tuídos por DNA.

A célula procariótica
Possui estrutura celular muito simples. Está presente a membrana plasmática e o material genético (cromatina)
aparece disperso no hialoplasma, onde a única organela presente é o ribossomo.

74
A célula eucariótica
Possui estrutura celular mais complexa, apresentando membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo envolvido pela
carioteca. No citoplasma estão presentes um complexo sistema membranoso, organelas membranosas e granulares, além de
estruturas proteicas microtubulares e microfilamentosas, que conferem forma à célula.

Membrana plasmática
Consiste de uma dupla camada contínua (uma bicamada) de moléculas de lipídios, na qual as proteínas
estão embebidas.
Existem três classes principais de moléculas lipídicas da membrana: fosfolipídios, esteróis e glicolipídios.
As proteínas de membrana são responsáveis pela maioria das funções, tal como o transporte de peque-
nas moléculas hidrossolúveis pela bicamada lipídica.
Conclui-se, portanto, que a membrana é relativamente fluida, pois as moléculas de proteínas apresentam
certa liberdade de movimentação. Por isso, o modelo de Singer e Nicholson é denominado mosaico fluido.

Especializações da membrana
§§ Microvilosidades
§§ Invaginações de base
§§ Especializações de contato
§§ Desmossomos
§§ Interdigitações
§§ Junções estreitas ou oclusivas
§§ Junções comunicantes ou nexos
§§ Glicocálix e reconhecimento intercelular

Parede celular
A parede celular é uma estrutura rígida. Por isso, as células que a possuem têm menos possibilidade de
modificar sua forma.

As funções da membrana plasmática


§§ Manutenção da integridade celular
§§ Reconhecimento intercelular
§§ Permeabilidade seletiva

A permeabilidade seletiva e os transportes de membrana


Transporte passivo (sem gasto de energia)
§§ Difusão passiva – neste processo não há consumo de energia.
§§ Difusão facilitada – algumas substâncias passam através da matriz, por transporte passivo, contando,
para isso, com o trabalho de proteínas carreadoras ou permeases (proteínas transportadoras).
§§ Osmose – é um fenômeno de difusão em presença de uma membrana semipermeável.

75
Transporte ativo (com gasto de energia)
§§ Bomba de sódio e potássio
Substância
em solução
A B

Membrana
Substância Plasmática
em solução
ATP ADP
Funcionamento da bomba Na+ / K+ ATPase.

§§ endocitose (fagocitose ou pinocitose)


§§ exocitose (excreção ou secreção)

Citoplasma
Organelas citoplasmáticas
Ribossomos
São as organelas que sintetizam as proteínas. O ribossomo consiste em RNA ribossômico e nucleoproteínas
estruturais.

Retículo endoplasmático
É uma rede de estruturas tubulares e vesiculares achatadas, sendo que os túbulos e as vesículas são inter-
conectados uns aos outros.

Funções do retículo endoplasmático


§§ Produção de lipídios
§§ Desintoxicação
§§ Armazenamento de substâncias
§§ Produção de proteínas
Ribossomos Membranas

O retículo endoplasmático com suas cisternas.

76
Complexo de Golgi
Formado por quatro ou mais camadas empilhadas de delgadas vesículas achatadas.

Funções do complexo de Golgi


§§ Secreção de enzimas digestivas
§§ Formação do acrossomo do espermatozoide
§§ Síntese de glicoproteínas
§§ Síntese de glicolipídios
§§ Formação da lamela média em células vegetais
§§ Formação do lisossomo (digestão intracelular)

Formação da lamela média em células vegetais recém-formadas (isso é legendada)

§§ Tipos de lisossomo:
1. Lisossomo primário;
2. Lisossomo secundário;
3. Corpúsculo residual;
4. Vacúolo autofágico.
Autofagia – quando os lisossomos digerem uma partícula pertencente à própria célula.
Heterofagia – quando a partícula digerida pelos lisossomos é proveniente do meio extracelular.

Peroxissomos
Contêm oxidases e não hidrolases. Enzimas que degradam gorduras e aminoácidos têm também grande
quantidade da enzima catalase, que converte o peróxido de hidrogênio (água oxigenada) em água e gás oxigênio.

Mitocôndrias
São formadas por duas bicamadas lipídicas: uma membrana externa e uma membrana interna.
As mitocôndrias produzem moléculas de ATP.

77
Plastos e interna, separadas pelo espaço perinuclear e providas
de uma série de poros. Os poros do envoltório intervêm na
São orgânulos citoplasmáticos encontrados nas regulação das trocas entre o núcleo e o citoplasma.
células de plantas e de algas.

Centríolos
O nucléolo
Nucléolos são corpúsculos intranucleares ricos em
São estruturas citoplasmáticas que estão pre- RNA ribossômico. A função do nucléolo é a produção dos
sentes na maioria dos organismos eucariontes, não ribossomos.
ocorrendo nos vegetais superiores, fungos complexos e
nematoides.
A cromatina
Função dos centríolos
No núcleo interfásico, os filamentos de DNA (cro-
§§ Orientar a divisão celular monemas) estão representados por um amontoado de
§§ Originar cílios e flagelos grânulos e filamentos dificilmente observados ao mi-
croscópio óptico. As porções enroladas são chamadas
de condensadas, e as distendidas, descondensadas. Os
Citoesqueleto cromonemas são constituídos por DNA e proteínas bási-
cas, chamadas de histonas.
O citoplasma de uma célula eucariótica é susten-
A eucromatina aparece descondensada na
tado e organizado por um citoesqueleto de filamentos
intérfase, sendo geneticamente ativa, ou seja, capaz
intermediários, microtúbulos e filamentos de actina.
de produzir o RNA-mensageiro. A heterocromatina
apresenta-se condensada, sendo chamada de inativa
por não produzir o RNA-mensageiro.

Núcleo
A estrutura cromossômica
A intérfase é o período que separa duas divi-
sões e caracteriza-se por intensa atividade celular. Cada cromossomo é constituído por uma única
Carioplasma molécula de DNA associada a proteínas.
Heterocromatina Carioteca
(envoltório
nuclear)
A forma do cromossomo
Poro
1. Telocêntrico
2. Acrocêntrico
3. Submetacêntrico
4. Metacêntrico

Eucromatina Nucléolo 1 2 3 4
Composição do núcleo celular durante a intérfase
1. Telocêntrico
2. Acrocêntrico

O envoltório nuclear 3. Submetacêntrico


4. Metacêntrico

Tipos de cromossomo
e o nucleoplasma 1 2 3

Também chamado de envelope nuclear, é constitu-


ído por uma dupla membrana com duas lâminas, externa

78
A duplicação dos cromossomos
A duplicação cromossômica é feita longitudinalmente e acontece no período S.

O número de cromossomos e a ploidia


A célula que possui apenas um conjunto simples de cromossomos é dita haploide, ou seja, tem apenas
um único exemplar de cada tipo de cromossomo. Pode-se dizer, também, que apresenta apenas um genoma,
que é o conjunto das moléculas de DNA que a célula possui. Lembre-se que uma molécula de DNA é equivalente
geneticamente a um cromossomo.
A célula diploide possui dois conjuntos de cromossomos, ou pares de homólogos ou, ainda, dois genomas.
O genoma é representado por (n).

Divisão celular: mitose


Ciclo celular e mitose
O ciclo compreende duas etapas: intérfase e mitose ou divisão celular.

A intérfase
Na intérfase, distinguimos três fases designadas por: G1, S e G2.
A fase G1 (do inglês gap, intervalo) é caracterizada por dois processos: crescimento e diferenciação. Nesta fase,
acontece a síntese de proteínas, processo que depende da atividade dos genes.
Em S (S de síntese), há a síntese de DNA, permitindo a replicação da molécula e a consequente duplicação
dos filamentos de cromatina. Nesta fase, cada filamento ou molécula de DNA aparece constituído por duas cromá-
tides unidas pelo centrômero.
Durante a G2, em menor escala, a célula novamente cresce e sintetiza proteínas necessárias para a divisão
celular, como os microtúbulos que formarão o fuso mitótico. A seguir, a célula entra em M, etapa que corresponde
à divisão celular, ou mitose.

Características e funções da mitose


A mitose é o processo de divisão celular que permite a distribuição dos cromossomos e dos constituintes
citoplasmáticos da célula-mãe, equitativamente, entre as duas células-filhas. A mitose é dividida em duas etapas: a
cariocinese, ou divisão do material genético do núcleo, e a citocinese, ou divisão do citoplasma. A cariocinese é
um processo dividido em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase.

79
Variação da quantidade de DNA no ciclo celular
Prófaseaté
Prófase e metáfase
anáfase

Anáfase
Telófase e citocinese

Quantidade de DNA
Telófase

G1 S G2 Tempo
Na variação da quantidade de material genético no ciclo celular, note como, na mitose, a quantidade de DNA se mantém ao final da divisão.

A mitose e as organelas citoplasmáticas


Organelas que se autoduplicam, como é o caso de cloroplastos e mitocôndrias, dobram a cada ciclo celular
e são distribuídas pelas células-filhas.

Diferenças entre a mitose animal e a vegetal


§§ Mitose astral e anastral
§§ Citocinese

80
U.T.I. - Sala
1. O esquema abaixo representa uma célula animal.

Cite os nomes das estruturas em 1, 2, 3, 4 e 5 e uma função de cada.

2. (Unifesp adaptado) Acidentes cardiovasculares estão entre as doenças que mais causam mortes no
mundo. Há uma intricada relação de fatores, incluindo os hereditários e os ambientais, que se con-
jugam como fatores de riscos. Considerando os estudos epidemiológicos até agora desenvolvidos,
altas taxas de colesterol no sangue aumentam o risco de infarto do miocárdio.
a) Em que consiste o “infarto do miocárdio” e qual a relação entre altas taxas de colesterol e esse tipo
de acidente cardiovascular? Qual tipo de colesterol está envolvido e por quê?
b) Considerando a relação entre os gases O2 e CO2 e o processo de liberação de energia em nível celular,
explique o que ocorre nas células do miocárdio em uma situação de infarto.

3. (Unifesp adaptado) No ano de 2009, o mundo foi alvo da pandemia provocada pelo vírus influenza
A (H1N1), causando perdas econômicas, sociais e de vidas. O referido vírus possui, além de seus
receptores proteicos, uma bicamada lipídica e um genoma constituído de 8 genes de RNA. Consi-
derando:
1. a sequência inicial de RNA mensageiro referente a um dos genes deste vírus:
5’ AAAUGCGUUACGAAUGGUAUGCCUACUGAAU 3’
2. a tabela com os códons representativos do código genético universal:

Qual será a sequência de aminoácidos que resultará da tradução da sequência inicial de RNA men-
sageiro, referente a um dos genes deste vírus indicada em 1?

81
4. (Unifesp) O esquema representa parte da membrana plasmática de uma célula eucariótica.

a) A que correspondem X e Y?
b) Explique, usando o modelo do “mosaico fluido” para a membrana plasmática, como se dá a secreção
de produtos do meio intracelular para o meio extracelular.

5. (Fuvest) No desenho abaixo, estão representados dois cromossomos de uma célula que resultou da
1ª divisão da meiose de um indivíduo heterozigótico AaBb.

Esquematize esses cromossomos, com os genes mencionados:


a) no final da intérfase da célula que originou a célula do desenho.
b) nas células resultantes da 2ª divisão meiótica da célula do desenho.
c) em todas as células resultantes da meiose que originou a célula do desenho.

6. (UFPR adaptado) Abaixo, pode-se observar a representação esquemática de uma membrana plas-
mática celular e de um gradiente de concentração de uma pequena molécula “X” ao longo dessa
membrana.

Descreva o transporte por difusão simples e facilitada, relacione gasto energético e gradiente de
concentração.

82
U.T.I. - E.O. Códon do RNAm
ACC
Aminoácido
treonina
AGU serina
1. (Unifesp adaptado) Recomenda-se frequen-
AUG metionina
temente aos vestibulandos que, antes do exa-
me, prefiram alimentos ricos em carboidra- CCU prolina
tos (glicídios) em vez de gorduras (lípidios), CUG leucina
pois estas são digeridas mais lentamente. GAC ácido aspártico
Além da função energética, os carboidratos
exercem também funções estruturais, parti- GGC glicina
cipando, por exemplo, dos sistemas de sus- UCA serina
tentação do corpo de animais e vegetais. UGG triptofano
Cite duas estruturas, uma no corpo de um ani-
mal e outra no corpo de um vegetal, em que se a) Escreva a sequência de bases nitrogenadas
verifica a função estrutural dos carboidratos. do RNA mensageiro, transcrito a partir desse
segmento de DNA.
2. (Ufscar) Há exatamente dez anos, em 13 de b) Utilizando a tabela de código genético for-
abril de 1998, nasceu Bonnie, cria de um necida, indique a sequência dos três amino-
carneiro montanhês e da ovelha Dolly, o pri-
ácidos seguintes à metionina, no polipeptí-
meiro animal clonado a partir de uma célula
dio codificado por esse gene.
adulta de outro indivíduo. O nascimento de
Bonnie foi celebrado pelos desenvolvedores c) Qual seria a sequência dos três primeiros
da técnica de clonagem animal como uma aminoácidos de um polipeptídio codificado
“prova” de que Dolly era um animal saudá- por um alelo mutante desse gene, originado
vel, fértil e capaz de ter crias saudáveis. pela perda do sexto par de nucleotídeos (ou
(Folha Online, 13.04.2008.) seja, a deleção do par de bases T = A)?

a) Apesar de gerar animais aparentemente


5. (Unifesp) Muitas gelatinas são extraídas de
“férteis e saudáveis”, qual a principal con-
algas. Tais gelatinas são formadas a partir de
sequência para a evolução das espécies se a
clonagem for realizada em larga escala? Jus- polissacarídeos e processadas no complexo
tifique sua resposta. golgiense sendo, posteriormente, deposita-
b) Como se denomina o conjunto de genes de das nas paredes celulares.
um organismo? Qual a constituição química a) Cite o processo e as organelas envolvidos na
dos genes? formação desses polissacarídeos.
b) Considerando que a gelatina não é difundida
3. (Unifesp) Alguns antibióticos são particu- através da membrana da célula, explique su-
larmente usados em doenças causadas por cintamente como ela atinge a parede celular.
bactérias. A tetraciclina é um deles; sua ação
impede que o RNA transportador (RNAt) se 6. (Unifesp adaptado) Parte da bile produzida
ligue aos ribossomos da bactéria, evitando a pelo nosso organismo não é reabsorvida
progressão da doença.
na digestão. Ela se liga às fibras vegetais
a) Que processo celular é interrompido pela
ingeridas na alimentação e é eliminada
ação da tetraciclina? Qual é o papel do RNAt
nesse processo? pelas fezes. Recomenda-se uma dieta rica
b) Em que local, na bactéria, ocorre a síntese em fibras para pessoas com altos níveis de
do RNAt? Cite dois outros componentes bac- colesterol no sangue. Qual é a relação que
terianos encontrados nesse mesmo local. existe entre a dieta rica em fibras e a di-
minuição dos níveis de colesterol no orga-
4. (Fuvest adaptado) Abaixo está representada nismo? Justifique.
a sequência dos 13 primeiros pares de nucle-
otídeos da região codificadora de um gene. 7. (Unifesp) Uma fita de DNA tem a seguinte
--- A T G A G T T G G C C T G --- sequência de bases 5’ATGCGT3’.
--- T A C T C A A C C G G A C --- a) Considerando que tenha ocorrido a ação da
DNApolimerase, qual será a sequência de ba-
A primeira trinca de pares de bases nitro-
ses da fita complementar?
genadas à esquerda, destacada em negrito,
corresponde ao aminoácido metionina. A ta- b) Se a fita complementar for usada durante a
bela a seguir mostra alguns códons do RNA transcrição, qual será a sequência de bases do
mensageiro e os aminoácidos codificados por RNA resultante e que nome recebe esse RNA
cada um deles. se ele traduzir para síntese de proteínas?

83
8. (Unesp) Um estudante colocou dois pedaços ciência, esse modelo foi proposto a partir
recém-cortados de um tecido vegetal em dois de conhecimentos prévios. Um importante
recipientes, I e II, contendo solução salina. marco nessa construção foi o experimento
Depois de algumas horas, verificou que no descrito a seguir. Hemácias humanas, que
recipiente I as células do tecido vegetal es- só possuem membrana plasmática (não há
tavam plasmolisadas. No recipiente II, as cé- membranas internas) foram lisadas (rom-
lulas mantiveram o tamanho normal. Qual a pidas) em solução de detergente, e os li-
conclusão do estudante quanto:
pídios foram cuidadosamente dispersos
a) a concentração das soluções salinas nos re-
na superfície da água. Foi então medida a
cipientes I e II, em relação ao suco celular
desse tecido? área ocupada por esses lipídios na superfí-
b) O que significa dizer que em I as células es- cie da água e ficou constatado que ela cor-
tavam plasmolisadas? respondia ao dobro do valor da superfície
das hemácias.
9. (UFPR) O atual modelo de estrutura da a) Que conclusão foi possível depreender des-
membrana plasmática celular é conheci- se experimento, com relação à estrutura das
do por modelo do mosaico fluido, propos- membranas celulares?
to em 1972 pelos pesquisadores Singer e b) Baseado em que informação foi possível che-
Nicholson. Como todo conhecimento em gar a essa conclusão?

10. (Cefet-MG) A ilustração abaixo refere-se à composição celular de seres vivos

Analisando a figura e a partir de seus conhecimentos quais são as diferenças de uma célula animal
e uma célula vegetal?

11. (PUC) Preencha de forma correta as lacunas do texto.


No homem, a carência da vitamina ________ provoca a chamada cegueira noturna, um proble-
ma visual caracterizado por dificuldade para enxergar em situações de luz fraca. Essa vitamina
é necessária, pois associa-se a proteínas dos bastonetes, os quais são células fotorreceptoras da
_________, que permitem a visão da luminosidade.

12. (UFMG adaptado) Segundo estudo feito na Etiópia, crianças que comiam alimentos preparados em
panelas de ferro apresentaram uma redução da taxa de anemia de 55% para 13%. Como pode ser
explicada essa redução?

13. Preencha de forma correta as lacunas do texto.


Pessoas que sofrem de osteoporose apresentam a redução de ________ no organismo, o que leva
a fragilidade dos ossos e pode causar fraturas. A dieta do paciente deve ser rica em ________ e
_______ .

14. Qual a diferença entre macronutrientes e micronutrientes?

15. (PUC-PR adaptado) Analise as afirmações sobre avitaminoses ou doenças de carência, que são for-
mas de estados mórbidos, ou seja, são doenças causadas pela falta ou carência de uma ou mais vita-
minas no organismo:
I. O escorbuto é uma doença que se instala pela falta de __________.
II. O raquitismo é uma doença que surge pela falta de ____________.
III. A xeroftalmia, que pode levar à cegueira, é consequência da falta de __________.
IV. O beribéri é causado pela falta de ____________.

84
16. (UFRN adaptado) Embora seja visto como um vilão, o colesterol é muito importante para o orga-
nismo humano. Dê exemplos dessa afirmação.

17. (Uerj) O gráfico a seguir demonstra a distribuição citoplasmática do número de ribossomos iso-
lados e polirribossomos, em comparação com o número de cadeias polipeptídicas em formação
durante um certo período de tempo.

a) Defina a relação existente entre os ribossomas isolados e a formação das cadeias polipeptídicas. Justi-
fique sua resposta.
b) Descreva a estrutura das cadeias polipeptídicas e a dos polirribossomos.

18. (UFF) O esquema a seguir representa a participação de organelas no transporte de proteínas de


uma célula eucariótica.

a) Nomeie as estruturas indicadas, respectivamente, pelos números 1, 2, 3, 4, e 5, identificando as orga-


nelas envolvidas na síntese de enzimas lisossomais.
b) Cite uma função de cada uma das estruturas 1, 2 e 5.

19. (UFRJ) A célula possui diversas organelas com funções próprias e que, muitas vezes, estão relacio-
nadas entre si. Dos processos como digestão intracelular, difusão e transporte ativo, em qual deles
a mitocôndria tem participação imprescindível? Explique.

20. Como se dá a ligação peptídica?

85
0 1 Física 1

U.T.I.

C N
FÍSICA
Vetores
Adição de vetores
Regra do polígono

​___› ​___›
​___› ​___›
a ​​    a ​​   
b ​​    b ​​   

​_›_
s ​​   

​_›_ ​___› ​___›


s ​
​   = a ​
​   + b ​
​   
Regra do paralelogramo
M M
_​›_ _​›_
x ​​    x ​​    ​_›_
P u P u s ​​   
_​›_
y ​​   
N N

A seguinte relação pode ser usada para calcular o módulo da soma de dois vetores quaisquer.

​___› ​___›
a ​​    a ​​   
​_›_
θ θ s ​​   

​___› ​___›
b ​​    b ​​   

​_ _ ​___ _​__› ​___ _​__›


​ ​s ​   ​² = ​ ​a ​   ​² + ​ ​b ​   ​² + 2 · ​ ​a ​   ​· ​ ​b ​   ​· cosu
› › ›

Subtração de vetores
_​__›
​___› ​___› b ​​   
a ​​    d ​​   
​___› ​___›
b ​​    a ​​   

_​__› ​___› _​__› ​___› _​__›


​ ​d ​   ​² = ​ ​a ​   ​² + ​ ​b ​   ​² – 2 · ​ ​a ​   ​· ​ ​b ​   ​ cos u

89
Componentes de um vetor v<0

y
_​›_ _​_
 ​a ​ y   ​a ​› 
θ
_​›_

© Rafael Schaffer Gimenes/Schäffer Editorial


 ​a ​ x  x
___› ​___› ___›
a   = ax  + ay   0 1 2 3 4 5

senθ = ay/a → ay = a · senθ

Movimento retilíneo
cosθ = ax/a → ax = a · cosθ

uniforme (MRU)
Introdução ao estudo
dos movimentos ​  DS ​ = constante i 0
v = vm = ___ 
Dt

Velocidade escalar média


S –S
Função horária
___ ​ = _____
vm = ​ DS ​  2 1 ​  
Dt t2 – t1
​ DS ​  ​ DS ​ 
vm = ___ ä v = ___
Dt Dt
Movimentos progressivo S = S0 + v · t
e retrógrado

v>0
Velocidade relativa
DS
vREL = ____
​  REL ​


Dt

As velocidades têm a mesma


direção e mesmo sentido
vREL = |vMAIOR| – |vMENOR|

0 1 2 3 4 5
As velocidades têm a mesma
direção e sentidos contrários
vREL = |vMAIOR| + |vMENOR|

90
Princípio de Galileu ou
princípio da independência
dos movimentos

Em um corpo que está sob ação de vários movi-


mentos simultâneos, cada movimento é realizado
como se os outros não existissem.

v2RES = v2REL + v2ARR

vRES = vREL + vARR

vRES = vREL – vARR v2RES = v2REL – v2ARR

Gráficos do MRU
Gráfico horário do movimento retilíneo uniforme
S = S0 + v ∙ t
v≠0

§§ Progressivo (v > 0): se o movimento é progressivo, a velocidade é positiva (reta crescente) e a partícula
se movimenta a favor da trajetória.

91
§§ Retrógrado (v < 0): se o movimento é retrógrado, a velocidade é negativa (reta decrescente) e a partícula
se movimenta no sentido contrário da trajetória.

V<0

Gráfico da velocidade do Propriedade do gráfico V × t


movimento retilíneo uniforme

v = constante

Progressivo

V>0

Retrógrado

Movimento retilíneo
uniformemente variado

Aceleração escalar média


V<0
v –v
am = ​ Dv
___ ​ = _____
​  2 1 ​ 
Dt t2 – t1

92
Movimentos acelerado Gráficos de MRUV
e retardado
Gráfico da aceleração
§§ a > 0 e v > 0 ou a < 0 e v < 0 – o movimen-
escalar em função do tempo
to é acelerado (a e v têm o mesmo sinal).
§§ a > 0 e v < 0 ou a < 0 e v > 0 – o movimen-
to é retardado (a e v têm sinais diferentes).

Movimento retilíneo
uniformemente variado (MRUV)

Aceleração constante ⇒ a = am = ​  Dv
___ ​ 
Dt

Funções horárias
v = v0 + a ∙ t
Gráficos da velocidade
v + v0
vm = _____
​   ​    escalar em função do tempo
2

​ 1 ​ ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
2

Equação de Torricelli
v² = v0² + 2a(S – S0)

a = tgα = ​ Dv
___ ​ 
Dt

93
Propriedade do gráfico a × t

'

Propriedade do gráfico V × t

Gráfico da posição em
função do tempo

a > 0 ⇒ concavidade para cima


a < 0 ⇒ concavidade para baixo

Aceleração escalar positiva: a > 0

94
Queda livre e
lançamento vertical

Queda livre
v = v0 + |g| ⋅ t
Aceleração escalar negativa: a < 0

|g| ⋅ t²
S = S0 + v0 ⋅ t + ​  ____
 ​  
2

v² = v0² + 2 ⋅ |g| ⋅ DS

S’
|g| ∙ t2
DS = ​ _____
   ​ 
2

_____

√ 2∙DS
tqueda = ​ ​ ____
g ​ 
 ​  

Lançamento vertical
S’

v
tsubida = __
​  0  ​ 
|g|

tsubida = tdescida

v2
Hmáxima = _____
​  0    ​ 
2 ∙ |g|

95
Lançamento oblíquo v2 = vx2 + vy2

Lançamento horizontal v20y


_____
Hmáxima = ​    ​ 
2 ∙ |g|
v y = |g| ∙ t ​  1 ​ ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + __
2
v 2 ∙ sen(2θ)
A = _________
​  0  ​   
______ |g|
v y2 = 2|g| ∆S

​ 
2 ∙ DSy
tqueda = ​ ______
|g|
 ​ ​  
  

______


​ 
2 ∙ DSy
DSx = vx ∙ ​ ______
|g|
 ​ ​ 
  

Lançamento oblíquo
cateto oposto v__
senq = ___________
0y
​  = ​  v  ​ ⇒ v0y = v0 ⋅ senq
 ​ 

hipotenusa 0

cateto adjacente __ v
cosq = _____________
0x
  
​  = ​  v  ​ ⇒ v0x = v0 ⋅ cosq
 ​  
hipotenusa 0

Sx = S0x + v0x ∙ t
em qual v0x = v0 ∙ cosθ

vy = v0y – |g| ∙ t

​ 1 ​ ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + v0y ∙ t – __
2

vy2 = v20y – 2 ∙ |g| ∙ DSy


em qual v0y = v0 ∙ senθ

v0y
tsubida = tdescida = __
​    ​
|g|

96
U.T.I. - Sala
1. Um navio parte de um porto navegando 68 6. Em uma cobrança de tiro de meta, o goleiro
km em direção leste. Em seguida, para atin- chuta a bola a uma velocidade inicial de 20
gir seu destino, navega mais 100 km na di- m/s a um ângulo de 30º com a horizontal.
reção norte. O comandante, ao perceber um Sabendo que o chute corresponde a um lan-
erro de cálculo na trajetória, desloca-se mais çamento oblíquo, determine o alcance máxi-
20 km na direção oeste e 36 km na direção mo da bola.
sul, atingindo, assim, seu objetivo. Determi- Dados:
ne o deslocamento total do navio em relação §§ g = 10 m/s²
ao porto de origem. §§ sen(30°) = 0,5
§§ cos(30°) = 0,87
2. Um ciclista, ao cruzar um bairro, percorre
três avenidas. A primeira avenida (2000 m),
o ciclista percorre com velocidade média de
10 m/s; a segunda avenida (400 m), com ve-
locidade média de 8 m/s; e a última avenida
(1800 m), com velocidade média de 12 m/s.
Calcule a velocidade média do ciclista para
cruzar o bairro.

3. Dois carros se deslocam numa pista, ambos


no mesmo sentido e com velocidades cons-
tantes. O carro que está na frente desenvolve
uma velocidade de 28 m/s e o que está atrás
desenvolve uma velocidade de 33 m/s. Num
certo instante, a distância entre eles é de
205 m. Determine em quanto tempo ocorre
a ultrapassagem e as distâncias percorridas
por ambos os carros.

4. Um avião supersônico, partindo do repou-


so, é submetido a uma aceleração constante
de 5 m/s². Para fazer a decolagem, o avião
tem que estar a uma velocidade de 200 m/s.
Determine o intervalo de tempo necessário
para o avião atingir a velocidade de decola-
gem e a distância percorrida na decolagem.

5. O gráfico abaixo descreve a posição de um


móvel em MRUV. Determine a aceleração e a
velocidade inicial do móvel.

x(m)

10

0 4,0 8,0 t(s)

97
U.T.I. - E.O.
1. Em uma brincadeira de caça ao tesouro, o Considerando o gráfico de V × t, responda
mapa diz que para chegar ao local onde a aos itens a seguir.
arca de ouro está enterrada, deve-se, primei- a) Calcule a quantidade de metros que Bolt per-
ramente, dar dez passos na direção norte, correu desde o instante 2,5 s até o instante
depois doze passos para a direção leste, em 4,5 s, trecho no qual a velocidade pode ser
seguida, sete passos para o sul, e finalmente considerada aproximadamente constante.
b) Calcule o valor aproximado da aceleração de
oito passos para oeste.
Usain Bolt nos instantes finais da prova, ou
seja, a partir de 9s

4. Um carro com uma velocidade de 90 km/h


passa pelo km 360 de uma rodovia às
7h40min. Às 9h00min, o motorista reduz
sua velocidade para 60 km/h, permanecendo
assim até 10h40min. Determine a distância
A partir dessas informações, responda aos percorrida e a velocidade média do carro.
itens a seguir.
5. Um trem de 60 m de comprimento, com mo-
a) Desenhe a trajetória descrita no mapa, usan-
vimento retilíneo uniforme, demora 1 mi-
do um diagrama de vetores.
nuto para ultrapassar completamente uma
b) Se um caçador de tesouro caminhasse em
ponte de 180 m de comprimento. Qual é a
linha reta, desde o ponto de partida até o
velocidade escalar do trem?
ponto de chegada, quantos passos ele daria?
Justifique sua resposta, apresentando os
6. Se um motorista percorrer uma distância d
cálculos envolvidos na resolução deste item.
a 30 km/h, gastará 2 h a menos do que se a
percorrer a 12 km/h. Qual é o valor de d?
2. Um entregador de pizza ao fazer uma en-
trega, partiu da pizzaria e percorreu uma
7. Maurício parte de São Paulo, com pretensão
distância de 6 km, até virar à esquerda em
de viajar com velocidade constante igual a
uma segunda rua,__ para então percorrer uma 80 km/h. Meia hora após a partida de Maurí-
distância de 3​√3 ​ km até chegar ao ponto de
cio, seu amigo Pedro parte do mesmo lugar,
entrega. Dado que as ruas formam entre elas
para o mesmo destino. Pretendendo alcançar
um ângulo de 30°, determine a distância da
Maurício, Pedro pretende manter uma velo-
pizzaria até ponto de entrega.
cidade constante de 100 km/h. Em quanto
tempo e em qual distância de São Paulo, Pe-
3. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o corredor dos
dro alcança Maurício?
100 metros rasos Usain Bolt venceu a prova
com o tempo de 9 segundos e 81 centésimos
8. Um ônibus circular faz determinado percur-
de segundo. Um radar foi usado para medir a
so em 90 minutos, se manter uma velocida-
velocidade de cada atleta e os valores foram
de média de 60 km/h. Quanto tempo seria
registrados em curtos intervalos de tempo,
economizado se o motorista fizesse o mesmo
gerando gráficos de velocidade em função do
percurso com velocidade média de 75 km/h?
tempo. O gráfico do vencedor é apresentado
a seguir.
9. Em um feriado prolongado, uma família decide
passar uns dias na praia, a 200 km da capital.
A mãe sai de casa às 14 h e mantém velocidade
constante de 80 km/h. Às 14:45 h o pai sai,
e mantém velocidade constante durante todo
o trajeto. Os dois chegam juntos na casa de
praia. Calcule a velocidade média do pai.

1
0. Os professores de História e de Física lan-
çaram um desafio a uma turma de terceiro
ano do Ensino Médio, para que compreen-
dessem alguns métodos de combate em lar-
ga escala. O professor de História descreveu
alguns combates medievais, onde eram fei-
tos cercos a castelos de grandes muralhas.

98
Com o objetivo de causar maior dano aos castelos e assim levá-los à rendição, os exércitos invasores
faziam uso de grandes catapultas, capazes de atirar enormes projéteis para dentro das muralhas
dos castelos.
O professor de Física forneceu o seguinte diagrama esquemático:

A partir dele, explicou que os projéteis eram lançados com uma velocidade inicial v0 e um ângulo θ
em relação ao plano. Considerando que o projétil parte da origem do sistema de coordenadas, os
deslocamentos serão dados em função do tempo (em segundos) por:

​​ 1 ​​ gt2
x(t) = v0cos(θ)t e y(t) = v0sen(θ)t – __
2
Fonte: <www.fisica.ufpb.br/prolicen/Cursos/Curso!/mr35Ip.html>

a) Esboce o gráfico do deslocamento de y em função do tempo.


b) Qual valor mínimo da velocidade inicial v0 deve ser imposto ao projétil para que, ao ser lan-
çado com ângulo θ __= 45°, ultrapasse a muralha de 18 metros de altura com 2 metros de folga?
Use g = 10 m/s2 e √​​ 2 ​​ = 1,41.
c) A que distância da muralha a catapulta se encontra, ou seja, qual o valor de d?

1
1. Duas motos A e B passaram, simultaneamen- 1
3. Uma partícula inicialmente em repouso des-
te, no instante t = 0, pela posição zero de creve um movimento retilíneo uniforme-
uma mesma trajetória retilínea. Suas veloci- mente variado e, em 20 s, percorre metade
dades escalares variam com o tempo, segun- do espaço total previsto. Qual é o tempo ne-
do o gráfico abaixo. Determine o instante da cessário para a partícula percorrer a segunda
posição do encontro das motos. metade do trajeto?

v(m/s) A 1
4. Um objeto movimenta-se obedecendo ao grá-
fico a seguir. Dado que a velocidade inicial
do objeto é igual a –18 m/s, determine a po-
8,0 B sição do objeto no instante t = 20 s.
S(m)

2,0

0 3,0 t(s) 20

1
2. Um automóvel passa por um ponto A com ve- 0 3 6 9
locidade v1 = 20 m/s, mantendo-a constan- t(s)
te durante 5 s. Ao final desse intervalo de
tempo, sua velocidade cai instantaneamente –10
para v2 = 10 m/s, que permanece constante
por 15 s. A seguir, fica parada durante 20 s 1
5. Um balão sobe verticalmente com movimen-
e, finalmente, adquire aceleração constante to uniforme. Seis segundos após a partida,
a durante 10 s, alcançando um ponto B. o piloto abandona uma pedra que alcança
Se a velocidade média é vm = 11 m/s (no o solo 9 s após a saída do balão. Determi-
percurso total), determine a aceleração no ne (em metros) a altura em que a pedra foi
último trecho. abandonada.

99
1
6. Um objeto é atirado verticalmente de baixo
para cima com velocidade v0 = 40 m/s. Uma
pessoa situada a 75 m de altura o vê passar
na subida e, após um intervalo de tempo ∆t,
o vê voltar. Desprezando a resistência do ar
e supondo a aceleração local da gravidade
10 m/s2, o tempo ∆t decorrido entre as duas
observações foi de:

1
7. Um canhão lança um projétil obliquamente,
fazendo um ângulo de 30° com a horizontal,
de uma altura igual a 55 m. Dado que a ve-
locidade de lançamento é igual a 100 m/s,
determine o alcance horizontal do canhão.

1
8. Um projétil é lançado obliquamente no ar,
com velocidade inicial v0 = 40 m/s, a partir
do solo. No ponto mais alto de sua trajetó-
ria, verifica-se que ele tem velocidade igual
à metade de sua velocidade inicial. Qual a
altura máxima, em metros, atingida pelo
projétil? (g = 10m/s2)

1
9. Um atleta, lançador de dardos, na última
Olimpíada, atingiu a marca de 62,5 m. Sa-
bendo que, no instante do lançamento, o ân-
gulo formado pelo dardo e a horizontal era
de 45°, determine a velocidade inicial do
lançamento.

2
0. Um corpo foi lançado horizontalmente de
uma altura igual a 320 m com alcance hori-
zontal de 200 m. Determine a velocidade de
lançamento do corpo.

100
0 1 Física 2

U.T.I.

C N
FÍSICA
Grandezas físicas
Equações dimensionais
a) Velocidade (​ v = ___
​ DS ​  )​
Dt
Como [DS] = L e [Dt] = T, temos [v] = _​ L  ​ ä [v] = LT–1.
T
( 
b) Aceleração ​ a = ___
Dv
​   ​  ​
Dt )
Como [v] = LT–1 e [Dt] = T, temos [a] = ​ LT
–1
___  ​ ä [a] = LT–2.
T1
c) Força (F = ma)

Como [m] = M e [a] = LT–2 , temos [F] = MLT–2.

d) Trabalho (t = Fdcosw)
Como [F] = MLT–2 [d] = L e cosw é adimensional (não tem dimensão física),
temos [t] = MLT–2L = ML2T–2.

( 
​ 1 ​ mv2  ​
e) Energia cinética ​ Ec = __
2 )
Como [m] = M, [v] = LT–1 e 2 é adimensional, temos [Ec] = M(LT–1)2 ä [Ec] = ML2T–2.

Notas
§§ Foi obtida a equação dimensional da energia cinética, mas essa fórmula também se aplica a qualquer
outra grandeza de energia; por exemplo, o calor (Q): [Q] = ML–2T–2.
§§ Energia e trabalho têm a mesma fórmula dimensional, consequentemente, são grandezas medidas
nas mesmas unidades.

( 
f) Potência ​ Pot = ___
​  t  ​   ​
Dt )
​ ML T ​ 
2 –2
Como [t] = ML T e [Dt] = T, temos [Pot] = _____
2 –2
 ä [Pot] = ML2T–3.
T

g) Impulso (I = FDt)

Como [F] = MLT–2 e [Dt] = T, temos [I] = MLT–2T ä [I] = MLT–1.

h) Quantidade de movimento (Q = mv)

Como [m] = M e [v] = LT–1, temos [Q] = MLT–1.

Nota
§§ Quantidade de movimento e impulso também têm a mesma equação dimensional e são, portanto,
grandezas medidas nas mesmas unidades.

103
( 
i) Densidade ​ m = __ ​ m ​   ​
V ) Prefixo Símbolo Base de 10
Como [m] = M e [V] = L³, yotta Y 1024

​ M ​ ä [m] = ML–3.


zetta Z 1021
temos [m] = __
L³ exa E 1018

(  ) P
peta 1015
​ F  ​   ​
j) Pressão ​ p = __
A tera T 1012
Como [F] = MLT–2 e [A] = L², giga G 109
​ MLT2 ​ 
–2
temos [p] = _____  ä [p] = ML–1T–2. mega M 106
L

( 
quilo k 103
k) Calor específico ​ c = ____
Q
​     
mDθ
 ​  ​
Como [Q] = ML2T–2, [m] = M e [Du] = u,
) hecto
deca
h
da
102
101

​ ML T   
2 –2
temos c = _____ ​ ä [c] = L2T–2u–1.
  deci d 10–1
Mu centi c 10–2

l) Capacidade térmica ​ C = ___


Q
( 
​    ​  ​
Du ) mili
micro
m
µ
10–3
10–6
Como [Q] = ML2T–2 e [Du] = u,
nano n 10–9
​ ML T   
2 –2
temos [C] = _____ ​ ä [C] = ML2T–2u–1.
u pico p 10–12

(  )
Q femto f 10–15
m) Carga elétrica ​ i = ___
​    ​ ä Q = iDt  ​
Dt
Como [i] = I, [Dt] = T, temos [Q] = IT. Notação científica
( 
E
n) Potencial elétrico ​ V = __
​ qP ​ ​ ) A notação científica é utilizada para apre-
Como [Ep] = ML2T–2 e [q] = IT, sentar um número na forma N · 10n, na qual n é um
expoente inteiro e N é tal que 1 ≤ N < 10. Em notação
​ ML T ​ 
2 –2
temos [V] = _____  ä [V] = ML2T–3I–1.
IT científica, o número N deve ser formado por todos os
algarismos significativos de uma grandeza.

Sistema Internacional Sejam os algarismos significativos das medidas


a seguir expressas corretamente: 360 s e 0,0035 m. Le-
vando em conta o número de algarismos significativos,
de Unidades as notações científicas para essas medidas serão, res-
pectivamente, 3,60 · 102 s e 3,5 · 10–3 m.
Unidade Símbolo Grandeza
metro

quilograma
m

kg
comprimento

massa
Ordem de grandeza
___
segundo s tempo
​ 10 ​ ä ordem de grandeza: 10n + 1
N≥√
ampère A intensidade da corrente elétrica
___
kelvin K quantidade de termodinâmica ​ 10 ​ ä ordem de grandeza: 10n
N<√
mol mol quantidade de matéria

candela cd intensidade luminosa

104
Calor sensível u – 0 _______
​  a  ​ = ______
__ ​  c   ​ 
u – 32
= ​  f   ä ___
 ​  
u u – 32
​  c  ​ = ______
​  f  ​   
b 100 – 0 212 – 32 100 180

Escalas termométricas u uf – 32
Simplificando: __
​  c ​  = ______
​   ​


372 K 5 9

u uf – 32 ______
__
​  c ​  = ______
​   = ​  T – 273
 ​   ​  
5 9 5
T
Du DuF
___
​   ​c  = ​ ___ ​
  
5 9

Duc = DT
272 K

Diagrama de aquecimento de água

Capacidade térmica de um corpo (C)

Q
C = ___
​     ​ [ Q = C · Du
Du

105
Calor específico de uma Potência
substância (c) Q
P = ___
​    ​ 
Dt

Mudanças de estado
Estado físico da matéria

C=m·c

Q = C · Du

Q = m · c · Du Calor latente de
Sistema termicamente isolado mudança de fase

Q = mtransformada · L

§§ Unidades de L:
Usual: cal/g
Matematicamente: S.I.: J/kg
Qrecebido = – Qcedido O sinal de L está relacionado à absorção ou à
liberação de calor pelo corpo:
Qrecebido + Qcedido = 0 L > 0, quando ocorre absorção de calor.
L < 0, quando ocorre liberação de calor.

Diagrama de aquecimento da água

Calorímetro real
Qcalorímetro = Ccalorímetro · Du

Ccalorímetro = E · cágua

106
Diagrama de resfriamento da água

Sobrefusão ou superfusão

Na sobrefusão (ou superfusão), uma substância se encontra no estado


líquido com temperatura inferior a sua temperatura de solidificação.

107
Vaporização §§ K representa a volatilidade do líquido;
§§ A representa área da superfície livre do líquido;
A ebulição é o processo de vaporização que §§ pe representa a pressão externa a que o líquido
acontece quando a substância atinge uma determinada está submetido;
temperatura. Esse processo é turbulento. §§ F representa a pressão máxima de vapor (que
A evaporação acontece em qualquer tempera- depende da temperatura); e
tura nos líquidos, no entanto, especificamente na sua §§ f representa a pressão parcial de vapor na at-
superfície livre. A água líquida, por exemplo, quando mosfera (que caracteriza o grau de umidade).
colocada em um prato, desaparece após determinado
tempo, ou seja, a água é vaporizada (transforma-se em
vapor) e misturada aos outros gases da atmosfera.
A calefação é um processo rápido de vaporiza-
ção e ocorre quando o aumento de temperatura é brus-
co. Esse processo acontece, por exemplo, ao colocarmos
pequenas quantidades de água em uma frigideira bem
quente. A vaporização da água nesse caso é bastante
Mais energéticas: evaporação
rápida, quase instantânea. Moléculas de vapor com pouca energia voltam ao líquido.
Moléculas com pouca energia permanecem no líquido.
Evaporação
§§ Quanto maior a pressão atmosférica, menor
será a velocidade.
Diagrama de fase
§§ A atmosfera, pressionando a superfície do líqui-
do, dificulta a vaporização. Pressão e estado físico
§§ Quanto mais o líquido for volátil, maior será a
velocidade.
§§ Como a área livre é maior, mais moléculas estão
nessa superfície, o que aumenta a probabilidade
de haver moléculas “escapando” da superfície
do líquido.
§§ Quanto maior for a temperatura do líquido,
maior a velocidade.
§§ As moléculas, com temperatura maior e, portan-
to, mais agitadas, têm maior velocidade e, con- Vapor
sequentemente, maior facilidade de “escapar”.
§§ Quanto mais úmido estiver o ar, maior será a
pressão parcial do vapor e menor será a velo-
cidade.

Com o ar mais úmido, poderá ocorrer de as mo-


léculas de vapor presentes no ar aderirem à superfície
do líquido, condensando-se.

mevaporação A · (F – f) Líquido
vevaporação = _______
​   ​   = K _______
​  p  ​   
Dt e

Onde:

108
Substâncias mais comuns
O comportamento normal do volume em função do estado físico está resumido na figura abaixo.

Comportamento da água
Observando o diagrama de fases da água, é possível perceber que a curva de fusão é decrescente. Assim,
a temperatura de fusão diminui com o aumento da pressão. Logo, é possível derreter o gelo em uma temperatura
menor, caso ele esteja em uma pressão maior.

109
Estado gasoso e temperatura crítica

Transmissão de calor
Condução térmica

110
Fluxo de calor na condução térmica (lei de Fourier)

Q
f = ___
​    ​ 
Dt

O fluxo de calor (f) que atravessa a barra é diretamente proporcional à diferença de temperatura entre os
extremos (θ1 – θ2), à área de secção reta (A) e inversamente proporcional ao comprimento (L).

A ∙ (θ1 – θ2)
f = k · _________
​​   ​​    
L

Convecção
Convecção é o processo de transferência de calor por meio do deslocamento de matéria do fluido de um
local para outro.

A convecção, juntamente com a diferença de calor específico entre areia e água, também explica o sentido
das brisas nas proximidades da praia.

111
Irradiação ou radiação
As ondas eletromagnéticas propagam-se no vácuo com velocidade de c = 3 × 108 m/s e são classificadas
de acordo com suas frequências ou comprimentos de onda.
Além das ondas de calor infravermelho, as ondas de rádio, as micro-ondas, a luz visível, a radiação ultravio-
leta, os raios X e os raios gama também são ondas eletromagnéticas.

micro-ondas

Emissão de radiação
Foi constatado experimentalmente que todas as substâncias, a qualquer temperatura acima do zero absolu-
to, emitem radiação e que a frequência de ondas mais emitidas é proporcional à temperatura absoluta T.

Baixa temperatura

Média

Alta temperatura

112
Absorção de radiação Dq = q – q0

A experiência mostra que a variação de compri-


Todo bom emissor de radiação também é um
mento DL e a variação de temperatura Dq são relacio-
bom absorvedor. Além disso, os corpos com cores
nadas por:
mais escuras emitem e absorvem mais rapidamente
a radiação.
DL = aL0 ⋅ Dq

a = ​ DL ​  1    ​
___ ​ ⋅ ___
L0 Dq

L = L0(1 + a ⋅ Dq)

dilatação relativa = ___


​ DL ​ 
L0
___
​ DL ​ = α ∙ Dθ
L0

Gráfico da dilatação linear


Efeito estufa L(θ) = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)]

Expansão térmica de tgv = DL/Du = aL0

sólidos e líquidos

Dilatação linear dos sólidos

∆L 50,1 – 50
​   ​  ⇒ aL0 = ​ _______ ​ 
tgv =___
∆θ 100 – 0
0,1 0,001
⇒ aL0 = ​    ​ ⇒ a = _____
___ ​   ​  ⇒
100 50
⇒ a = 2,10–5 °C–1
DL = L – L0

113
Dilatação superficial
DA = A – A0

DA = b ∙ A0 ⋅ Dq

b=2∙α

A = A0[1 + b ∙ (θ – θ0)]

Gráfico da dilatação superficial

​ ∆A  ​= b ∙ A0
tgv = ___
∆θ

Dilatação volumétrica
DV = V – V0

DV = g ∙ V0 ⋅ Dq

g=3∙α

V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]

114
Gráfico da dilatação volumétrica
V (θ) = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]

​  ∆V  ​= g ∙ V0
tgv = ___
∆θ

Dilatação dos líquidos


Coeficientes de dilatação volumétrica
de alguns líquidos a 20 ºC
Líquido g (ºC–1)
álcool etílico 1,2 ∙ 10–3
gasolina 0,95 ∙ 10–3
glicerina 0,5 ∙ 10–3
mercúrio 18,2 ∙ 10–3

DVlíquido = DVaparente + DVrecipiente

gaparente = glíquido – grecipiente

Dilatação anômala da água

115
Lei geral dos gases Transformação isobárica
V V
​ V ​  = constante
__ __
​  1 ​ = ​ __2 ​ 
Equação de Clapeyron T ou T1 T2

pV
___
​   ​ = constante
T
pV
___
​   ​ = R ⋅ n
T
ou

pV = nRT

Estado normal de um gás


O estado normal de um gás é definido quando
o gás se encontra nas condições normais de temperatu-
ra e pressão (CNTP).
p = 1 atm = 760 mmHg e T = 273 K (0 °C)

Transformações particulares
pA ⋅ VA p______
⋅ VB
​ _____  = ​  B  ​
 ​   

TA TB Transformação isocórica
ou isovolumétrica
Transformação isotérmica
__p __p p2
​   ​ = constante ou ​  1 ​ = __
​   ​ 
pV = constante p1V1 = p2V2 T T1 T2
ou

T2 > T 1
T1

T2 > T 1
T1

116
Transformação adiabática Lei das pressões parciais
(lei de Dalton)
p ⋅ Vg = constante p ⋅ V ____ p' ⋅ V ____ p" ⋅ V
____
​      ​ = ​      ​ + ​      ​ 
T T T
ou
p = p' + p"
p1V1g = p2V2g

Primeira lei da ter-


modinâmica

Trabalho realizado por um gás

Mol
1 mol = 6,023 × 1023 partículas

τG = pG ⋅ DV
NA = 6,023 × 1023 partículas/mol = 6,023 × 1023 mol–1

pG
​ m  ​
n = __
M
pG

Mistura de gases perfeitos


n = n1 + n2

Sejam p, V, n e T as varáveis termodinâmicas da


pG
mistura, pela equação de Clapeyron temos que:

p⋅V
n = ____
​   ​

R⋅T

p ⋅ V ____
____ p ⋅ V ____ p ⋅V
​       ​ = ​  1   1 
​ + ​  2   2 
  ​

T T1 T2

117
Energia interna Transformação isocórica
Q = τ + DU
§§ Se T aumenta, U aumenta. ⇒ Q = DU
τ=0
§§ Se T é constante, U é constante. Qv = m ∙ cV ∙ Δu
§§ Se T diminui, U diminui.
Ou, ainda, o calor molar à pressão constante CV.

​ 3 ​ nRT
U = __ QV = n ∙ CV ∙ Δu
2
Transformação isobárica
​ 3 ​ pV
U = __ ​ V ​  = constante
__
2 T
§§ V aumenta ⇒ T aumenta ⇒
Primeira lei da termodinâmica ⇒ U aumenta ⇒ DU > 0
§§ V diminui ⇒ T diminui ⇒ U diminui ⇒ DU < 0
Q = τ + DU ⇒ DU = Q – τ
§§ No caso de expansão isobárica, DV > 0 e
DU > 0, ou seja:
§§ Se Q > 0, o sistema recebe calor.
§§ Se Q < 0, o sistema perde calor. Q – t > 0  ou  Q > t
§§ Se τ > 0, o sistema se expande e o gás realiza
trabalho. §§ No caso de compressão isobárica, DV < 0 e
§§ Se τ < 0, o sistema se contrai e o trabalho é DU < 0, ou seja:
realizado sobre o gás.
Sendo U0 a energia interna inicial do sistema e Q – t < 0  ou  Q < t
Uf a energia interna final, temos:
DU = Uf – U0 Transformação adiabática
Portanto: Q = t + DU
⇒ DU = –t
DU > 0 ⇔ Uf > U0 Q=0

DU < 0 ⇔ Uf < U0 §§ Se o gás sofrer uma compressão adiabática:


DU = –t
⇒ DU > 0
Transformações particulares t<0

§§ Se o gás sofrer uma expansão adiabática:


Transformação isotérmica DU = –t
⇒ DU < 0
t > 0
Q = τ + DU
⇒Q=τ
DU = 0

118
Segunda lei da Em um ciclo realizado no sentido horário:
tciclo > 0 e Qciclo > 0
Em ciclo realizado no sentido anti-horário:
termodinâmica tciclo < 0 e Qciclo < 0

Transformação cíclica
Segunda lei da termodinâmica
“O calor não pode fluir espontaneamente
de um corpo de temperatura menor para um outro
corpo de temperatura mais alta.”

“O calor flui espontaneamente de um corpo


tciclo = tABCDA = tAB + tBC + tCD + tDA quente para um corpo frio. O inverso só ocorre com
Qciclo = QABCDA = QAB + QBC + QCD + QDA a realização de trabalho.”

DUciclo = DUABCDA = DUAB + DUBC + DUCD + DUDA = 0


DUciclo = Qciclo – tciclo
“É impossível, para uma máquina térmica
DUAB = QAB – tAB que opera em ciclos, converter integralmente calor
em trabalho.”
DUBC = QBC – tBC

DUCD = QCD – tCD

DUDA = QDA – tDA


Em um ciclo: DUciclo = 0
Em um ciclo: Q = t
Ciclo horário: tciclo > 0
Ciclo anti-horário: tciclo < 0

Esquema de uma máquina térmica

Q1 = τ + |Q2|

τ = Q1 – |Q2|
t
h = ​ __   ​ 
Sentido horário Q1
t Q - |Q | |Q |
h =​  __   ​  = ______
​  1  ​2    ⇒ h = 1 – __
​  2 ​ 
Q1 Q1 Q1
t
Pu =​  __    ​
Dt

Sentido anti-horário

119
Ciclo de Carnot

1. O gás recebe calor Q1 da fonte quente e sofre


uma expansão isotérmica AB, à temperatura T1.
2. Expansão adiabática BC; o gás atinge a tempe-
ratura T2.
3. O gás fornece o calor Q2 à fonte fria e sofre uma Eficiência de uma
compressão isotérmica CD, à temperatura T2. máquina frigorífica
4. Compressão adiabática DA; o gás volta a seu es-
Q
tado inicial, à temperatura T1. e = __
​  1 ​ 
|t|
__|Q | T
​  2 ​ = ​ __2 ​  Q1 + |t| = |Q2| ou |t| = |Q2| – Q1
Q1 T1
Q1
e = ______
​     ​ 
T T1 – T2 |Q2| – Q1
h = 1 – ​ __2 ​ = ​ _____
 ​


T1 T1

Refrigerador de Carnot
Máquinas frigoríficas __Q |Q2|
​  1 ​ = __
​   ​ 
T1 T2
Q T
eCarnot = ______ = _____
​  1   ​   ​  1   ​ 
|Q2| – Q1 T2 – T1

Terceira lei da termodinâmica


As transformações naturais sempre resul-
tam em um aumento da entropia do universo.

Q
DS = __
​   ​ 
T
Q1 + |τ| = |Q2|
DS ≥ 0

120
Ciclo de Otto
1. Admissão isobárica (0-1).

2. Compressão adiabática (1-2).

3. Combustão isocórica (2-3).

4. Expansão adiabática (3-4).

5. Abertura de válvula (4-5).

6. Exaustão isobárica (5-0).

Ciclo de Diesel
1. Uma compressão isentrópica, isto é, sem o au-

mento da entropia do sistema (1-2).

2. Fornecimento de calor à pressão constante (iso-

bárico) (2-3).

3. Expansão isentrópica, sem o aumento da entro-

pia do sistema (3-4).

4. Por fim, uma transformação isovolumétrica, en-

quanto o calor é cedido (4-1).

121
U.T.I. - Sala
1. Quando um recipiente aberto contendo um 2 · 3 · 4 m3 e a temperatura fora do abrigo
líquido é sujeitado a vibrações, observa-se é de –40 °C, determine a potência do aque-
um movimento ondulatório na superfície cedor para manter o abrigo na temperatura
do líquido. Para pequenos comprimentos de de 20 °C.
onda λ a velocidade de propagação v de uma
onda na superfície livre do líquido está re- 4. Um recipiente de vidro encontra-se comple-
lacionada à tensão
____
superficial s conforme a tamente cheio de um líquido a 0 °C. Quando


2ps
equação v = ​ ____
​     
rl
​ ​, em que r é a densidade do se aquece o conjunto até 80 °C, o volume
do líquido que transborda corresponde a 4%
líquido. Esta equação pode ser utilizada para do volume que o líquido possuía a 0 °C. Sa-
determinar a tensão superficial induzindo-
bendo que o coeficiente de dilatação volu-
-se na superfície do líquido um movimento
métrica do vidro é 27 · 10–6 °C–1, determine
ondulatório com uma frequência f conheci-
o coeficiente de dilatação real do líquido.
da e medindo-se o comprimento de onda l.
Quais são as unidades da tensão superficial
5. O gráfico p x T abaixo representa 4 transfor-
s, no Sistema Internacional de Unidades?
mações termodinâmicas sofridas por um gás
2. Um professor de Física decidiu criar uma es- ideal. Na transformação 1 → 2 são adiciona-
cala termométrica, utilizando para isso um dos 400 J de calor ao gás, levando esse gás a
composto líquido "x" desconhecido. Após atingir a temperatura de 350 K no ponto 2.
criar a escola termométrica, o professor fez
a medição dos pontos de fusão e ebulição da
água, em sua escala termométrica denomi-
nada escala Z. O gráfico abaixo determina
os pontos anotados pelo professor. Após o
experimento o professor determinou o calor
específico no estado líquido "x" e o calor la-
tente de vaporização do líquido.

Determine:
a) a variação da energia interna do gás no pro-
cesso 1 → 2;
b) a temperatura do gás no ponto 5;
c) a variação da energia interna do gás em todo
o processo termodinâmico 1 → 5.
§§ Dados:
§§ cx = 0,8 cal/g °C 6. Um motor de Carnot opera entre duas fontes
§§ Lvx = 30 cal/g de temperaturas a 200 ºC e 20 ºC, respec-
§§ θvaporização(x) = 80 °C tivamente. Se o trabalho desejado for de
15 kJ, determine a transmissão de calor do
a) Obtenha uma equação de conversão entre as reservatório de temperatura alta e a trans-
escalas Z e Celsius. missão de calor para o reservatório de tem-
b) Determine a quantidade de calor necessá-
peratura baixa.
ria para vaporizar 50 g do líquido em ques-
tão, inicialmente a uma temperatura igual
a 20 °C. Th = 200 ºC

3. Um abrigo na região da Antártida é man-


tido em uma temperatura de 20 °C devido Motor
ao uso de um aquecedor elétrico. As pare-
des do abrigo são todas compostas pelo
mesmo material, de condutividade térmica
k = 0,05 J/s.m. °C e de espessura « = 26 cm. TL = 20 ºC
Dado que as dimensões do abrigo são

122
U.T.I. - E.O.
1. (UFPR 2018) No desenvolvimento de uma Dados:
certa máquina térmica, o ciclo termodinâ- §§ Lvaporização da água = 540 cal/g
mico executado por um gás ideal comporta-
§§ CH O = 1 cal/g ºC
-se como o apresentado no diagrama P × V 2

(pressão × volume) a seguir.


a) Determine a quantidade de calor absorvida
pela água no primeiro minuto.
b) Determine a massa de água que ainda perma-
nece na panela após 3,7 min de aquecimento.

4. Utilizando pedaços de alumínio a 0 ºC,


pretende-se resfriar 1100 g de água, ini-
cialmente a 42 ºC. Sendo cágua = 1 cal/gºC e
calumínio = 0,22 cal/g ºC, responda:
a) Qual é a massa de alumínio necessária para
a) Qual o trabalho realizado pelo gás durante o baixar em 2 ºC a temperatura da água?
processo AB? b) De posse de uma grande quantidade de alu-
b) Sabendo que a temperatura do gás no ponto mínio a 0 ºC, seria possível transformar toda
B vale TB = 300 K, determine a temperatura água em gelo? Explique.
do gás no ponto C.
c) O processo DA é isotérmico. Qual a variação 5. Um recipiente isolado contém uma massa
de energia interna do gás nesse processo? de gelo, M = 5,0 kg, à temperatura T = 0 ºC.
Por dentro desse recipiente, passa uma ser-
2. Uma escala de temperatura arbitrária X está pentina pela qual circula um líquido que se
relacionada com a escala Celsius, de acordo quer resfriar. Suponha que o líquido entre
com o gráfico abaixo. na serpentina a 28 ºC e saia dela a 8 ºC. O
calor específico do líquido é cL = 1,0 cal/
(g · ºC), o calor latente de fusão do gelo é
LF = 80 cal/g e o calor específico da água é
CA = 1,0 cal/(g · ºC).
a) Qual é a quantidade total de líquido (em kg)
que deve passar pela serpentina de modo a
derreter todo o gelo?
b) Quanto de calor (em kcal) a água (formada
pelo gelo derretido) ainda pode retirar − do
Quanto valem, respectivamente, as tempera-
líquido que passa pela serpentina − até que
turas de fusão do gelo e de ebulição da água,
a temperatura de saída se iguale à de entra-
sob pressão normal, na escala X?
da (28 ºC)?
3. O gráfico abaixo representa a temperatura
6. Num calorímetro ideal, misturam-se 200 g
θ (ºC) em função do tempo de aquecimento
de gelo a 0 ºC com 200 g de água a 40 ºC. Sa-
(t min) da água contida numa panela que está
bendo que o calor de fusão do gelo é de 80 cal/g,
sendo aquecida por um fogão. A panela con-
qual é a temperatura de equilíbrio térmico e
tém inicialmente 0,2 kg de água e a potência
qual é a massa do gelo que se funde?
calorífica fornecida pelo fogão é constante.

7. Quantas calorias são transmitidas por metro


quadrado de um cobertor de 2,5 cm de es-
pessura, durante uma hora, estando a pele
a 33 °C e o ambiente a 0 °C? O coeficien-
te de condutibilidade térmica do cobertor é
0,00008 cal/s · m · °C.

123
8. Uma barra de alumínio (K = 0,5 cal/s · cm · °C)
está em contato numa extremidade com
gelo em fusão e na outra com vapor de
água em ebulição sob pressão normal. Seu
comprimento é 25 cm e a seção transver-
sal tem 5 cm2 de área. Sendo a barra isola-
da lateralmente e dados os calores latentes
de fusão do gelo e de vaporização da água
(LF = 80 cal/g; LV = 540 cal/g), determine a
massa do gelo que se funde em meia hora. a) a pressão e a temperatura no estado 3;
b) o trabalho realizado pelo gás na transforma-
ção 1 → 3.
9. Têm-se duas barras A e B de comprimentos
LA = 0,8 LB à temperaturas TA = TB e de coe-
14. Um sistema é composto por um cilindro
ficiente de dilatação linear aA = 5aB, sendo
com êmbolo móvel, de massa 200 kg e área
1 ​ ∙ 10−4 ºC−1. Nessas condições, de quan-
aB = ​ __
3 A = 100 cm2, que contém inicialmente
to é o aumento ΔT da temperatura de ambas, 2,4 litros de um gás ideal a 27 ºC. Aquece-se
para que as barras alcancem o mesmo com- o sistema até a temperatura estabilizar-se
primento? em 127 ºC. A pressão atmosférica é igual a
105 N/m2. Determine o volume final do gás e
10. Um líquido, cujo coeficiente de dilatação é o trabalho mecânico realizado.
20 · 10–4 ºC–1, a 0 ºC, preenche completamen- Adote g = 10 m/s2
te um frasco, cuja capacidade é 1000 ml. Se
o material com que o frasco é fabricado tem 1
5. Determinada massa de gás monoatômico
coeficiente de dilatação linear 20 · 10–6 ºC–1, ideal sofre a transformação cíclica ABCDA
qual é o volume de líquido que transborda mostrada no gráfico. As transformações AB
quando o conjunto é aquecido até 50 ºC? e CD são isobáricas, BC é isotérmica e DA é
adiabática. Considere que, na transformação
1
1. Na figura, a plataforma A é sustentada pe- AB, 700 kJ de calor tenham sidos fornecidos
las barras B e C. A 0 ºC, o comprimento de ao gás e que, na transformação CD, ele tenha
C é três vezes maior que o de B. Para que perdido 750 kJ de calor para o meio externo.
a plataforma A se mantenha horizontal em
qualquer temperatura, qual deve ser a rela-
ção entre os coeficientes de dilatação linear
das barras B e C?
A

B C

Calcule o trabalho realizado pelas forças de


pressão do gás na expansão AB e a variação
1
2. Um mergulhador, a 4,0 m de profundidade, de energia interna sofrida pelo gás na trans-
ao respirar, solta uma bolha de ar de volume formação adiabática DA.
10 mL. A bolha sobe até a superfície, onde
a pressão é atmosférica. Considerando que a 16. A figura abaixo representa o funcionamento
temperatura da bolha permaneceu constante de uma máquina térmica.
e que a pressão aumenta cerca de 1,0 atm a
cada 10 m de profundidade, determine o vo- TQ = 550ºC
lume da bolha de ar ao atingir a superfície.

1
3. O diagrama a seguir indica três transforma-
ções de um gás perfeito, sendo uma delas
isotérmica. A temperatura do gás no estado
2 é 360 K. Determine: TF = 27ºC

Calcule hMAQ e compare com hCARNOT.

124
1
7. Uma máquina de Carnot é operada entre 2
0. (UEL 2018) Messias está preparando um al-
duas fontes, cujas temperaturas são, respec- moço e deseja gelar 10 latas da sua bebida
tivamente, 327 ºC e 227 ºC. Admitindo-se preferida. Ele então as coloca dentro de uma
que a máquina receba da fonte quente uma caixa com isolamento térmico perfeito e so-
quantidade de calor igual a 1000 cal por ci- bre elas despeja gelo que está a uma tempe-
clo, pede-se: ratura de 0 °C. Considerando que as trocas
a) o rendimento máximo térmico da máquina; de calor se dão, única e exclusivamente, en-
b) o trabalho realizado pela máquina em cada tre o gelo e as latas, pode-se afirmar que o
ciclo; módulo do calor perdido pelas latas é igual
c) a quantidade de calor rejeitada para a fon- ao módulo do calor recebido pelo gelo.
te fria. Sabendo que a temperatura inicial das latas
é de 20 °C, que a capacidade térmica de cada
1
8. Tem-se uma máquina térmica frigorífica lata é de 400 cal/°C e que o calor latente de
que realiza, durante um ciclo completo, um fusão do gelo é de 80 cal/g, responda aos
trabalho de 4 · 104 J e cede, à fonte fria, itens a seguir.
12 · 104 J. Determine a quantidade de calor a) Determine a quantidade de calor extraído
absorvida pela fonte quente e a eficiência da das latas até elas atingirem a temperatura
máquina térmica. de 0 °C.
Justifique sua resposta, apresentando os
1
9. (UFPR 2018) Numa experiência para de- cálculos envolvidos na resolução deste item.
monstrar princípios de calorimetria, um b) Calcule a massa de gelo necessária para bai-
estudante fez o seguinte procedimento: xar a temperatura das latas para 0 °C.
colocou 100 g de água, na forma de gelo, a Justifique sua resposta, apresentando os
0 °C, num recipiente vazio, e o aqueceu até cálculos envolvidos na resolução deste item.
obter água a 10 °C. Na sequência, ele remo-
veu aquela quantidade de água do recipiente
e colocou novamente 100 g de água, só que
agora líquida, a 0 °C, no recipiente vazio, e
forneceu a mesma quantidade de calor utili-
zada na etapa anterior. Sabe-se que, no local,
água congela a 0 °C o calor latente de fusão
da água vale L = 80 cal/g, e o calor específi-
co da água (tomado como constante em toda
a faixa de temperatura da experiência) vale
c = 1 cal/g° C. Além disso, desprezam-se to-
das as perdas de calor para o ambiente, e
a capacidade térmica do recipiente também
deve ser desprezada.
Considerando esses dados, determine a tem-
peratura final da massa de água após a se-
gunda etapa.

125
0 1 Física 3

U.T.I.

C N
FÍSICA
Princípios da eletrostática
Introdução
A eletrostática é o ramo da Física que estuda as propriedades das cargas elétricas em repouso e suas
interações.
Vejamos os princípios que fundamentam a eletrostática.

Cargas elétricas
carga elétrica do próton: e+ = +1,6 · 10–19 C

carga elétrica do elétron: e– = –1,6 · 10–19 C

No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de carga elétrica é o coulomb, cujo símbolo é C, em
homenagem a Charles Coulomb.

Q = n · |e|

Na qual, a carga Q é positiva, se houver prótons em excesso, ou negativa, se houver elétrons em excesso. A
quantidade de elétrons ou prótons em excesso é dada por n.

Princípio da atração e repulsão


Cargas elétricas de sinais opostos se atraem, e cargas elétricas do mesmo tipo se repelem.

129
Princípio da conservação das cargas elétricas

Em um sistema isolado eletricamente (ou seja, não há transferências de cargas elétricas com o ambiente externo),
a quantidade de carga elétrica, em excesso, é constante.

Os corpos A e B estão eletrizados com quantidades de cargas Q1 e Q2.


Após a troca de cargas entre os corpos, A e B estão eletrizados com quantidades de cargas Q’1 e Q’2.

Q1 + Q2 = Q’1 + Q’2 = constante

Essa expressão é válida somente se o sistema for eletricamente isolado.

Eletrização por atrito

No processo de eletrização por atrito, os corpos eletrizados apresentam, ao final do processo, cargas
elétricas de sinais opostos.

130
Eletrização por contato

A positivo e B neutro estão isolados e afastados; colocados em contato, durante breve intervalo de tempo, elétrons livres vão de B para A;
após o processo, A e B apresentam-se eletrizados positivamente.

A negativo e B neutro estão isolados e afastados: colocados em contato, durante breve intervalo de tempo, elétrons
vão de A para B; após o processo, A e B apresentam-se eletrizados negativamente.

Eletrização por contato entre esferas condutores de mesmo raio

Q + Q2 + ... +Qn
Q’ = ______________
​  1
   n ​  

No processo de eletrização por contato, os corpos eletrizados, ao final do processo, ficam eletrizados com cargas
elétricas de mesmo sinal.

131
Eletrização por indução

Condutor B, neutro e isolado; aproximando A de B, ocorre indução eletrostática; ligando B à terra, elétrons de B escoam para a Terra;
a ligação de B com a terra é desfeita; o indutor A é afastado e B está positivamente eletrizado.

Na eletrização por indução, o induzido ficará eletrizado com cargas elétricas de sinais opostos às cargas elétricas
apresentadas pelo indutor. A carga do indutor não se altera.

Se um corpo eletrizado A atrair um condutor B, poderá B estar eletrizado com carga de sinal oposto ao de A ou
estar neutro.

132
Reprodução

Reprodução
Uma pequena esfera neutra O filete de água desvia-se da
de isopor é atraída quando vertical ao ser atraído por um
aproximada da esfera metálica bastão plástico previamente
eletrizada de um gerador ele- eletrizado por atrito com um pe-
trostático. daço de flanela.

Eletroscópios

Lei de Coulomb
Forças entre cargas elétricas puntiformes
As interações eletrostáticas podem ser evidenciadas pela força percebida entre portadores de cargas
elétricas. Essas interações podem ser atrativas ou repulsivas, sendo atrativas entre portadores de cargas
elétricas de sinais opostos, e repulsivas entre portadores de cargas elétricas de mesmo sinal. De acordo
com a terceira lei de Newton, para cada ação existe uma reação, de mesma direção, mesma intensidade,
sentidos opostos e que atuam em corpos diferentes. Assim, caracterizaremos as forças de interações elé-
tricas.

+ – + +

A intensidade da força de interação entre duas cargas elétricas puntiformes é diretamente propor-
cional ao produto dos módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre
as cargas.

133
Força elétrica de várias Campo elétrico
cargas puntiformes fixas
Conceito de campo elétrico
Sejam cargas puntiformes fixas Q1, Q2 e Q3. A
cada par de cargas, temos uma força_____ elétrica, _____ _____seja_____ de
​› ​› ​› ​› ​
atração
_____› _____ ou de repulsão; logo, temos ​  F ​  1,2, ​ 
F ​  1,3, ​ 
F ​  2,3, ​ 
 ​F  2,1,​
​›

F ​  3,1 e  
 ​F​  3,2. A força resultante elétrica que atua em cada
partícula será a soma vetorial de todas as forças que as
outras cargas exercem sobre ela.

Intensidade de campo elétrico

​_____› ​_____› ​_____›


Campo elétrico de uma
carga puntiforme Q fixa
Na carga Q1:  
F ​​  e1 =  
 ​F​  2,1 +  
F ​​  3,1
_____
​› _____
​› _____
​›
Na carga Q2:  
F ​​  e2 =  
 ​F​  1,2 +  
F ​​  3,2
​_____› ​_____› ​_____› |Q|
Na carga Q3:  
F ​​  e3 =  
 ​F​  1,3 +  
F ​​  2,3 E = k0 · ___
​   ​  

Gráfico de E × d

134
Campo elétrico de várias
cargas puntiformes fixas

Carga puntiforme Q > 0.


+ –
As linhas de força partem das cargas positivas.

​___›
O campo elétrico resultante E ​ ​ R   em P, devido as várias
​___›
cargas
_​__› Q ,
_​__› 1 2Q , ..., Q n
, é dado pela soma vetorial de ​ E ​  1,
E ​
​ 2  , ..., E ​
​ n  , na qual cada campo elétrico parcial é de-
terminado como se a carga correspondente estives-
se sozinha:
​___› ​___› ​___› ​___›
E ​
​ R   = E ​
​ 1   + E ​
​ 2   + ... + E ​
​ n  

Esse é o princípio da superposição dos campos


elétricos.

Carga puntiforme Q < 0.


Linhas de força As linhas de força chegam às cargas negativas.

As linhas de força são linhas tangentes, em cada


ponto, ao vetor campo elétrico naquele ponto.
O sentido de orientação é o mesmo do campo
elétrico. Duas cargas puntiformes de sinais opostos e módulos diferentes

135
Duas cargas puntiformes de mesmo módulo e positivas.
Campo elétrico uniforme (CEU)
Em N, o vetor campo elétrico é nulo.

Linhas de força de um campo uniforme

Duas cargas puntiformes de mesmo módulo e de sinais opostos.

Força elétrica e
campo elétrico Campo elétrico uniforme entre duas placas eletrizadas

Pêndulo eletrostático

F
tgθ = __
​  e ​ 
P

136
Potencial elétrico
Energia potencial elétrica
Q
Epot = k0 ∙ __
​   ​ q
d

Potencial elétrico

Epot
V = ___
​  q ​  

Potencial elétrico gerado por uma carga elétrica pontual

Q⋅q
Epot = k0 ____
​   ​  
d

Epot = q ⋅ V

Q
V = k0 __
​   ​ 
d

137
Potencial elétrico de
diversas cargas elétricas

Campo elétrico uniforme. As linhas de força estão representadas


por linhas cheias, e as linhas equipotenciais, por linhas tracejadas.

Campo elétrico de duas cargas elétricas opostas


Q
V = k0 __
​   ​ 
d

Vres = V1 + V2 + V3 + ... + Vn

Equipotenciais
Campo elétrico de duas cargas elétricas positivas

Gráfico do potencial elétrico

Conjunto de superfícies equipotenciais

(Q > 0)

Linhas equipotenciais de uma carga pontual Q positiva

138
Se entre todas as forças que atuam num corpo as
únicas que realizam trabalho não nulo são for-
ças conservativas, a energia mecânica do corpo
é constante.

Trabalho da força elétrica

(Q < 0)

Linhas de força e potencial elétrico


Deslocamento da carga de prova entre A e B
+
Carga Q > 0

- Epot = q ⋅ VA  e  Epot = q ⋅ VB


A B

Carga Q < 0
τAB = q(VA – VB)

O potencial elétrico diminui no mesmo sentido da


linha de força.
Trabalho da força elétrica em
um campo elétrico uniforme

Trabalho no campo elétrico


Princípio da conservação
da energia Carga puntiforme deslocada de A para B sob a ação de uma força elétrica

Energia não se cria, energia não se perde, energia τAB = F ⋅ d


apenas se transforma de um tipo em outro, em
quantidades iguais.
τAB = q ⋅ E ⋅ d

139
Potencial elétrico no CEU Relação entre o potencial e a
intensidade do campo elétrico
e equilíbrio eletrostático

Potencial elétrico no
campo elétrico uniforme
E⋅d=U

τAB = E ⋅ d ⋅ q

τAB = q(VA – VB) = q ⋅ U

​ U ​  
E = __
d

V ___
1​ __ 1N
m  ​ = ​  C ​ 

Variação da intensidade do campo elétrico E


e variação do potencial elétrico V, em fun-
ção da abscissa x tomando em uma linha de
força, e no mesmo sentido desta, para uma
carga geradora positiva.

Equilíbrio eletrostático
Em um condutor eletrizado em equilíbrio

eletrostático, as cargas elétricas em excesso se lo-

calizam na sua superfície.

140
Condutor alongado com cargas elétricas aglomeradas nas suas extremidades

Nos pontos internos de um condutor eletrizado em equilíbrio eletrostático, o campo elétrico é sempre
nulo, independentemente de sua forma geométrica.

No interior de um condutor eletrizado em equilíbrio eletrostático, o potencial não é nulo e tem o mesmo
valor em todos os pontos.

Superfície esférica uniformemente eletrizada

Cálculo do potencial elétrico

Q
Vext = k0 __
​   ​  
d

Q
Vsup = k0 __
​    ​
R 

Q
Vint = Vsup = k0 ​ __ ​ 
R 

141
Cálculo do campo elétrico Gráfico do campo elétrico de
um condutor carregado

Equilíbrio eletrostático entre


duas esferas interligadas
|Q|
Ep = k0 ___
​  2 ​  
d

Gráfico do potencial elétrico


de um condutor carregado Q’ Q’2
___
​  1 ​ = ___
​   ​ 
R1 R2

Corrente elétrica
e leis de Ohm

Introdução
Para uma distribuição positiva (Q > 0)

Para uma distribuição negativa (Q < 0)

142
e = 1,6 × 10–19 C

|Q| = n ⋅ |e|

|Q|
im = ___
​   ​ 
Dt

|Q|
i = ___
​   ​ ⇔ |Q| = i ⋅ ∆t
Dt

Propriedade gráfica
Sentido da corrente elétrica

Gerador elétrico
O sentido convencional
da corrente elétrica

Intensidade da
corrente elétrica O gerador elétrico possui dois polos ativos:
um positivo, de maior potencial elétrico, e um ne-
gativo, de menor potencial elétrico. O gerador é ca-
paz de produzir corrente elétrica em um circuito, e
mantém uma diferença de potencial elétrico entre
seus dois polos.

143
Força eletromotriz (FEM)
energia elétrica E
f.e.m. = ____________
​    ​  ⇒ f.e.m. = ___
​  elétr ​  
carga elétrica |Q|

   Pilha de 1,5 V       Bateria de 12 V

A f.e.m. e a tensão elétrica


Primeira lei de Ohm
d.d.p.
__________________
   ​= constante ⇒ __
​    ​ U ​ = constante
f.e.m. = tensão entre os polos ⇒ U = f.e.m. intensidade de corrente i

​ U ​ = R
__
Símbolo do gerador ideal i

A intensidade de corrente i e a ddp são dire-


tamente proporcionais para determinados resisto-
res, mantidos a uma temperatura constante:
U=R∙i

Resistor ôhmico e não ôhmico


Comportamento de um resistor ôhmico
Voltímetro Diferença de Intensidade Resistência
potencial d.d.p., de corrente do resistor
U (em V) i (em A) R (em Ω)
1,0 0,5 2,0

2,0 1,0 2,0

3,0 1,5 2,0

4,0 2,0 2,0

5,0 2,5 2,0

Voltímetro

144
Curva característica de um resistor ôhmico

Resistor em forma de fio cilíndrico,


de comprimento L e área de secção transversalBatque public vero vissiti
listi, nos, ericaperis, quid rei proportu sendam ut L. Cupio, ori faci
etius et ateller fectum in dendiur esimernit vicae incemenam noximmo
Casdam.
Gercenat. Ratius horberi conscris prit, Catus oc mus la nocae te dem
aves vocchumultus faccis pat factus, fortesit. Nos arivivit viviribus con-
fessoli commorae qui in dit, fecerferena, vestorare patrenatem intiam,
​ U ​  = R
tgu = __ et ocrei ius, et consulum dius bondam compotala qui pliceris, senterem
i veni sus const ne periu seret virmis verivicae publium hebesit, quam
omnosulic fiti, con prio, ducesceri propontem ubliam cam obsed ata
publicon nium vidicon di, ur. Valiumusa maioremus, omnicio ctortelabis.
Es ceperi conimili, se atus oc tam praccion terenam fitra veriberteris
medi, Caturbit; noximov erionlo ssena, Palabeme num nesilisqui pultiae

Segunda lei de Ohm


r∙ø
R = ____
​   ​
  
A

Em que:
§§ R é a resistência elétrica do resistor;
§§ r é a resistividade do material;
§§ A é a área da secção transversal do material; e
§§ ø é o comprimento do material.

145
U.T.I. - Sala
1. Considere quatro esferas metálicas idênti- 5. O esquema a seguir representa um campo
cas, separadas e apoiadas em suportes iso- elétrico uniforme e duas superfícies equipo-
lantes. Inicialmente, as esferas apresen- tenciais.
tam as seguintes cargas: QA = 8 C, QB = 4 C,
QC = 0 C (neutra) e QD = –8 C. Faz-se, então, + –
a seguinte sequência de contatos entre as + –
+ B –
esferas:
+ –
I. Contato entre as esferas A e B e esferas C
+ –
e D. Após os respectivos contatos, as esfe- + A –
ras são novamente separadas. + –
II. Contato apenas entre as esferas C e B. + –
Após o contato, as esferas são novamente + –
separadas. + –
III. Contato apenas entre as esferas A e C. + d –
Após o contato, as esferas são separadas. 110 V 80 V
Determine a carga da esfera C, após as se-
quências de contatos descritas. Com base no esquema acima, que represen-
ta a configuração das linhas de forças e das
2. Duas pequenas esferas A e B, de mesmo diâ- superfícies equipotenciais de um campo elé-
metro e inicialmente neutras, são atritadas trico uniforme de intensidade E = 8,0 ∙ 102
entre si. Devido ao atrito, 6 · 1012 elétrons V/m, determine:
passam da esfera A para a B. Em seguida, as a) a distância entre as superfícies equipoten-
esferas são separadas em uma distância de ciais VA = 100 V e VB = 80 V;
4 mm. Determine a força de interação elétri- b) o trabalho da força elétrica que age em uma
ca entre as cargas A e B na situação descrita. carga q = 2,0 · 10–6 C quando deslocada de A
Dados: para B.
§§ |e–| = 1,6 · 10–19 C
§§ k = 9 ∙ 109 N · m2/C2
6. Um pássaro pousa em um dos fios de uma li-
3. Duas esferas A e B de raios desprezíveis, com nha de transmissão de energia elétrica. O fio
cargas QA = +8 ∙ 10–2 C e QB = –3 · 10–2 C, de cobre conduz uma corrente igual a 1∙103 A
estão separadas por uma distância igual a e a ddp entre os pés do passarinho é igual a
4 cm. Determine: 3∙10–3 V. Determine a distância que separa
Dado: k = 9 · 109 N · m²/C² os pés do passarinho.
a) a intensidade do campo elétrico no ponto Dados:
médio entre as partículas. §§ Área da secção transversal do fio = 70 mm2
b) a força elétrica exercida em uma partícula §§ Resistividade do cobre: 2,1∙10–2 Ω · mm2/m
C, com carga QC = + 2 · 20–2 C colocada no
ponto médio entre A e B.

4. No campo elétrico gerado por uma carga Q =


1,2 · 10–4 C, são dados dois pontos A e B, no
vácuo, conforme a figura abaixo. Determine:
+Q A B
+
q
30 cm
60 cm

a) os potenciais elétricos de A e de B;
b) o trabalho da força elétrica que atua sobre
uma carga elétrica q = 3 · 10–2 C, no deslo-
camento de A para B.

146
U.T.I. - E.O.
1. A figura a seguir mostra três esferas iguais, qup = +2/3 e, e o quark down qdown = –1/3 e,
A e B, fixas sobre um plano horizontal e car- em que e é o módulo da carga elementar do
regadas eletricamente com QA = +20 nC e elétron.
QB = +8 nC, e C, que pode deslizar sem atrito a) Quais são os três quarks que formam os pró-
sobre o plano, carregada com QC = –4 nC. Não tons e os nêutrons?
há troca de carga elétrica entre as esferas e b) Calcule o módulo da força de atração eletros-
o plano. Estando solta, a esfera C dirige-se tática entre um quark up e um quark down
de encontro à esfera A, com a qual interage separados por uma distância d = 0,2 × 10–15 m.
eletricamente, retornando de encontro a B, e Caso necessário, use k = 9 × 109 e Nm2/C2
assim por diante, até que o sistema atinge o e = 1,6 × 10–19 C.
equilíbrio, com as esferas não mais se tocan-
do. Nesse momento, as cargas A, B e C, em 5. Uma lâmina muito fina e minúscula de co-
nC, serão, respectivamente: bre, contendo uma carga elétrica, flutua em
equilíbrio numa região de um campo elétrico
A C B
uniforme, de intensidade 25 kN/C, cuja di-
reção é vertical e cujo sentido se dá de cima
para baixo. Considerando que a massa da lâ-
+20 nC –4 nC +8 nC mina é igual a 8 mg, determine o número de
elétrons em excesso na lâmina.
2. Tem-se 3 esferas condutoras idênticas A, B e Dados:
C. As esferas A (positiva) e B (negativa) es- §§ carga do elétron: 1,6 × 10–19 C
tão eletrizadas com cargas de mesmo módulo §§ g = 10 m/s2
Q, e a esfera C está inicialmente neutra. São
realizadas as seguintes operações: 6. Considere o arranjo de cargas a seguir.
1) Toca-se C em B, com A mantida à distân-
P
cia, e em seguida, separa-se C de B.
2) Toca-se C em A, com B mantida à distân- q2
cia, e em seguida, separa-se C de A.
3) Toca-se A em B, com C mantida à distân-
d
cia, e em seguida, separa-se A de B.
90º
Determine a carga final das esferas A, B e C.

3. Duas cargas Q1 (1,8 C) e Q2 (5 C) estão fi-


xas nos pontos A e B. Uma terceira carga q q1 q3
d
é inserida em um ponto p, entre Q1 e Q2, de
acordo com a figura. Determine a distância Considerando que q2 = q3 = q, determine a ra-
x entre Q1 e p, em que a carga q fique em zão entre q1 e q, para que no ponto p o vetor
equilíbrio. campo elétrico seja nulo.
Q1 q Q2
7. Nos pontos A, B e C de uma circunferência de
raio 5 cm, fixam-se cargas elétricas puntifor-
x mes de valores 7 μC, 3 μC e 4 μC , respectiva-
mente. Determine:
16 cm a) a intensidade do vetor campo elétrico resul-
tante no centro do círculo;
4. Sabe-se, atualmente, que os prótons e nêu- b) o potencial elétrico no centro do círcu-
trons não são partículas elementares, mas lo. (Considere as cargas no vácuo, onde
sim partículas formadas por três quarks. Uma k = 9 × 109 N × m2/C2.)
das propriedades importantes do quark é o A
sabor, que pode assumir seis tipos diferen-
tes: top, bottom, charm, strange, up e down.
Apenas os quarks up e down estão presentes B
nos prótons e nos nêutrons. Os quarks pos-
suem carga elétrica fracionária. Por exem-
plo, o quark up tem carga elétrica igual a
C

147
8. Considere as cargas puntiformes colocadas Determine o trabalho da força elétrica para
nos vértices de um triângulo equilátero. De- transportar um elétron do ponto M ao ponto N.
senhe o campo elétrico resultante (direção, e– = 1,6 · 10–19 C
sentido e valor do ângulo com a reta AB) e
determine o módulo do vetor campo elétrico 1
1. Três cargas elétricas são dispostas no vácuo
em função de k, q e d no centro do triângulo. de acordo com a figura a seguir. Dado que
C Q1 = 5 ∙ 10–6 C, Q2 = –8 ∙ 10–6 C e Q3 = 9 ∙ 10–6
C, determine o potencial elétrico no ponto P.
–q
P
d
+ 1m
Q1 1m
2m
+q +q
B A Q2 Q3 +

9. Um próton é injetado no ponto O e passa a se
mover no interior de um capacitor plano de
1
2. Uma partícula A, com carga qA = 2 · 10–7 C,
placas paralelas, cujas dimensões estão indi-
cadas na figura abaixo. gera um campo elétrico ao seu redor. Deter-
mine o trabalho da força elétrica para deslo-
car um próton de um ponto p1 (distante 2 cm)
de A, até um ponto p2 (distante 5 cm de A).
Dado: K = 9 · 109 N · m2/C2

1
3. Um elétron penetra numa região de campo
elétrico uniforme de intensidade 360 N/C,
com velocidade inicial v0 = 4,0 ∙ 106 m/s
na mesma direção e sentido do campo. Sa-
​__› bendo-se que a massa do elétron é igual a
O próton tem velocidade inicial ​ v ​  0 com
módulo 1,0 × 105 m/s e direção formando 9,0 · 10–31 kg e a carga do elétron é igual a
um ângulo igual a 45° com o eixo x hori- –1,6 ∙ 10–19 C, determine:
zontal. O campo elétrico está orientado na a) a energia potencial elétrica no instante em
direção do eixo y conforme mostrado na fi- que a velocidade do elétron, no interior des-
gura. Considere a massa do próton igual a se campo, é nula;
1,6 × 10–27 kg e sua carga igual 1,6 × 10–19 C. b) a distância percorrida pelo elétron até atin-
Supondo que somente o campo elétrico uni- gir velocidade nula.
forme no interior do capacitor atue sobre o
próton, calcule qual deve ser o mínimo mó- 1 4. Uma carga pontual de 8 μC e 2 g de mas-
dulo deste campo para que o próton não co- sa é lançada horizontalmente com veloci-
lida com a placa inferior. dade de 20 m/s num campo elétrico uni-
forme de módulo 2,5 kN/C, com direção
1
0. A presença de íons na atmosfera é respon- e sentido conforme mostra a figura a se-
sável pela existência de um campo elétrico guir. A carga penetra o campo por uma re-
dirigido e apontado para a Terra. Próximo ao gião indicada no ponto A, quando passa a
solo, longe de concentrações urbanas, num sofrer a ação do campo elétrico e também
dia claro e limpo, o campo elétrico é unifor- do campo gravitacional, cujo módulo é 10
me e perpendicular ao solo horizontal e sua m/s 2, direção vertical e sentido de cima
intensidade é de 100 V/m. A figura mostra para baixo.
as linhas de campo e dois pontos dessa re-
gião, M e N.

M
E A V0 E
(m, q)

2,5 m g

148
Ao considerar o ponto A a origem de um sis- 2
0. Determine a resistência equivalente, a cor-
tema de coordenadas x0y, determine as ve- rente em cada resistor e a tensão, para a as-
locidades vx e vy, quando a carga passa nova- sociação abaixo:
mente pela posição x = 0 em m/s.
10 Ω 8Ω 5Ω
1
5. Uma partícula de massa 2 g, eletrizada com A B
carga elétrica positiva de 120 μC, é abando-
nada do repouso no ponto A de um campo 12 V
elétrico uniforme, no qual o potencial elétri-
co é 500 V. Devido a ação do campo elétrico,
a partícula adquire movimento e se desloca
até um ponto B. Sabendo-se que o potencial
elétrico do ponto B é de 200 V, determine
a velocidade dessa partícula ao passar pelo
ponto B.

1
6. Um resistor cilíndrico feito de zinco
(rzinco = 6 · 10–8 Ω ∙ m), apresenta um com-
primento de 20 m e área transversal de
6 ∙ 10–5 m2. Determine a resistência elétrica
deste resistor e a corrente que atravessa o
resistor, quando nele for aplicada uma d.d.p.
de 200 V.

1
7. O feixe de elétrons num tubo de televisão
percorre uma distância de 36 cm no espaço
evacuado entre o emissor de elétrons e a tela
do tubo, sendo que a velocidade dos elétrons
é aproximadamente 6 ∙ 107 m/s. Se a cor-
rente no feixe é 2,0 mA, calcule o número de
elétrons que há no feixe em qualquer instan-
te. (carga do elétron = 1,6 . 10–19 coulombs).

1
8. O gráfico da corrente elétrica em função do
tempo através e de um condutor metálico é
dado abaixo. Determine a quantidade de car-
ga elétrica que atravessa uma secção trans-
versal do condutor, de 0 a 5 s.
i(A)
5

0 1 4 5 t(s)

1
9. Dois resistores de resistência R1 = 5 Ω e
R2 = 10 Ω são associados em série fazendo
parte de um circuito elétrico. A tensão U1
medida nos terminais de R1 é igual a 100 V.
Nessas condições, determine a corrente que
passa por R2 e a tensão em seus terminais.

149
0 1 Química 1

U.T.I.

C N
QUÍMICA
Modelos e estruturas atômicas
O que é átomo?
Átomo é o menor componente de toda a matéria existente.

Modelos atômicos
Modelo de Dalton (bola de bilhar)
Em 1808, o professor inglês John Dalton, baseado em suas experiências, propôs uma explicação para a
natureza da matéria.
1. Toda matéria é composta por minúsculas partículas chamadas átomos.
2. Os átomos de um determinado elemento são idênticos em massa e apresentam as mesmas propriedades
químicas.
3. Átomos de elementos diferentes apresentam massa e propriedades diferentes.
4. Átomos são maciços e indivisíveis. Não podem ser criados, nem destruídos.
5. As reações químicas comuns não passam de uma reorganização dos átomos.
6. Os compostos são formados pela combinação de átomos de elementos diferentes em proporções fixas.

Modelo de Thomson (pudim de passas)


Utilizando uma ampola de Crookes, o cientista inglês Joseph John Thomson verificou que o feixe de raios
catódicos era desviado, sempre indo na direção e sentido da placa carregada positivamente. Concluiu, portanto,
que estas emissões possuíam cargas negativas, além disso, estas cargas negativas estavam presentes em toda e
qualquer matéria e eram parte integrante delas.
Desse modo, provou-se que, ao contrário do que Dalton havia afirmado, o átomo não era indivisível, pois
possuía uma partícula subatômica negativa, que ficou denominada elétron.
Assim, em 1897, propôs um novo modelo atômico, para Thomson, o átomo era uma esfera formada por
“pasta“ positiva “recheada“ de elétrons de carga negativa. Esse modelo ficou conhecido como “pudim de passas“.

Modelo de Rutherford (sistema solar ou sistema planetário)


Em 1911, Ernest Rutherford, ao estudar a trajetória de partículas α (partículas positivas), percebeu que a
maioria das partículas α atravessava a lâmina de ouro sem sofrer desvio em sua trajetória; que algumas sofriam
desvio; porém outras, em número muito pequeno, batiam na lâmina e voltavam.

153
O experimento de Rutherford

Lâmina
de ouro
Fonte de
partículas alfa

Partículas
alfa

Detector de
partículas

Partículas alfa Núcleo do


átomo

Átomo de ouro

A partir deste experimento, Rutherford concluiu que:


§§ o átomo não é uma esfera maciça. Existem grandes espaços vazios, visto que a maior parte das partículas
α atravessou a lâmina de ouro;
§§ o átomo possui uma região central, onde está concentrada a sua massa. Foi contra essa região, denominada
por ele de núcleo, que as partículas α se chocaram e retornaram;
§§ esse núcleo apresenta carga positiva, pois repeliu a partícula α – que também possui carga positiva.

Modelo clássico
O físico Eugen Goldstein descobriu, em 1886, o próton, comprovando que essa partícula apresentava carga
positiva de valor igual a do elétron.

154
Modelo de Böhr (modelo quântico) Dessa forma:

A=Z+N
Em 1913, o cientista Niels Bohr aprimorou o
modelo atômico de Rutherford e foram propostos os
seguintes postulados, os chamados postulados de
Bohr: Elemento químico
§§ Na eletrosfera, os elétrons descrevem sempre
órbitas circulares ao redor do núcleo, denomina- Elemento químico é o conjunto de áto-
das órbitas estacionárias. Movendo-se em uma mos com o mesmo número atômico (Z).
órbita estacionária, o elétron não emite nem
absorve energia.
§§ Os elétrons só podem ocupar os níveis que te-
nham uma determinada quantidade de energia Isótopos, isóbaros e isótonos
(quantum) e assumem valores bem determina-
dos de energia em cada órbita estacionária, não
sendo possível ocupar estados intermediários.
Isótopos
§§ Ao saltar de uma órbita estacionária para outra,
os elétrons absorvem ou emitem uma quantida- Isótopos são átomos com o mesmo número
de bem definida de energia (quantum de ener- de prótons (P = Z) e diferentes números de massa
gia) e, ao retornar à órbita de origem, o elétron (A) e de nêutrons (N).

emite ou absorve um quantum de energia igual


ao absorvido em intensidade, na forma de luz de
cor bem definida ou outra radiação eletromag- Isóbaros
nética, como ultravioleta ou raios X (denomina-
do fóton). Isóbaros são átomos com o mesmo núme-
ro de massa (A) e diferentes números de prótons
(P = Z) e nêutrons (N).

Números atômico e de massa


Observe os dados, a seguir, referentes à compo-
sição do átomo.
Isótonos

Partícula Massa relativa Carga relativa Isótonos são átomos com o mesmo número
de nêutrons (N) e diferentes números de prótons
Nêutron 1 0
(P = Z) e de massa (A).
Próton 1 +1

Elétron 1   ​ 
​ _____ –1
1.836

Em um átomo eletricamente neutro (em


equilíbrio de cargas), o número de prótons (P)
é igual ao número de elétrons (E).

O número atômico (Z) sempre coincide


com o número de prótons (P).

155
Íons e distribuição eletrônica

Íons
Quando um átomo está eletricamente neutro, ele possui prótons e elétrons em igual quantidade.

Quando um átomo eletricamente neutro perde ou recebe elétrons, ele se transforma em um íon.

Um átomo neutro que recebe elétrons passa a ficar com excesso de cargas negativas, ou seja,
transforma-se em um íon negativo ou ânion. Por outro lado, se um átomo neutro perde elétrons, passa a ter
excesso de prótons e se transforma em um íon positivo ou cátion.

Exemplos:

§§ Ânion cloreto (Cℓ–):

§§ Cátion sódio (Na+):

156
Camadas eletrônicas do átomo:
diagrama de Linus Pauling
Os elétrons são dispostos nos átomos em ordem crescente de energia, visto que todas as vezes que o elé-
tron recebe energia, ele salta para uma camada mais externa em relação à qual ele se encontra, e, no momento da
volta para sua camada de origem, ele emite luz, em virtude da energia absorvida anteriormente.

2 8 18 32 32 18 8

L
M N O P Q

Uma das principais características destas camadas é que cada uma delas possui um número máximo de
elétrons que pode comportar. Pauling apresentou essa distribuição dividida em níveis e subníveis de energia, em
que subníveis são divisões dos níveis ou camadas, representados pelas letras s, p, d, f. Cada subnível também
apresenta um número máximo de elétrons.

Diagrama de Linus Pauling

1s2
2s2 2p63s2
(K) 1; 2e- 1s2
3p64s2
3d104p65s2
(L) 2; 8e- 2s2 2p6
4d105p66s2
4f145d106p67s2
(M) 3; 18e- 3s2 3p6 3d10

5f146d10 7p6
(N) 4; 32e- 4s2 4p6 4d10 4f14

(O) 5; 32e- 5s2 5p6 5d10 5f14

(P) 6; 18e- 6s2 6p6 6d10

(Q) 7; 8e- 7s2 7p6

Na figura, as setas indicam a ordem crescente dos níveis de energia:


1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d107p6

Distribuição eletrônica nos íons


Serão inseridos ou retirados elétrons da camada eletrônica mais externa (camada de valência).

157
Tabela periódica

Organização da tabela periódica


Famílias ou grupos
Hoje, a tabela periódica é constituída por 18 famílias ou grupos.

Períodos
Na tabela atual, existem sete períodos (linhas horizontais), que correspondem à quantidade de níveis (ca-
madas) eletrônicos apresentados pelos elementos químicos.

Localização na tabela periódica


A distribuição eletrônica de um elemento permite que determinemos sua localização na tabela.
Exemplo de como se pode localizar o elemento químico a partir da distribuição eletrônica:
Na ⇒ 1s2 2s22p6 3s1
11
camadas (níveis): K = 2; L = 8; M = 1

Características da distribuição eletrônica Localização e classificação


3 camadas (K, L, M) 3º período

elétron de maior energia situado no subnível s (3s1) bloco s elemento (representativo)

1 elétron na camada de valência (3s1) família IA (metais alcalinos) = grupo 1

17
Cℓ ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 ⇒ 3 camadas eletrônicas (K, L e M); 3º período
K  L    M
Características da distribuição eletrônica Localização e classificação
3 camadas (K, L, M) 3º período
elétron de maior energia situado no subnível p (3p5) bloco p (elemento representativo)
7 elétrons na camada de valência (3s23p5) família 7A (halogênios) = 17

26
Fe ⇒ 1s2 2s22p6 3s23p6 4s2 3d6 ⇒ 4 camadas eletrônicas (K, L, M e N); 4º período

Características da distribuição eletrônica Localização e classificação


4 camadas (K, L, M e N) 4º período
elétron de maior energia situado no subnível d (3d6) bloco d (elemento de transição)
2 elétrons na camada de valência (4s2) + 6 elétrons no subnível de maior energia (3d6) família 8B = 8

158
Propriedades periódicas
A tabela periódica permite deduzir quais elementos têm propriedades químicas e físicas semelhantes, e as
propriedades periódicas variam de acordo com o número atômico, ou seja, assumem valores que crescem e decres-
cem ao longo de cada período da tabela periódica.

Eletronegatividade
É a tendência que um átomo possui de atrair elétrons.
§§ Variação da eletronegatividade: cresce da esquerda para a direita nos períodos e de baixo para cima
nas famílias (grupos).

Os gases nobres não se incluem


nessa propriedade. A eletronegati-
vidade não está definida para esses
gases.

Eletropositividade
É a capacidade que um átomo tem de doar elétrons.

§§ Variação da eletropositividade: ocorre de forma oposta à eletronegatividade e também não está defi-
nida para os gases nobres.

159
Raio atômico
§§ Variação do raio atômico: nas famílias (colunas verticais), aumenta de cima para baixo, e nos perío-
dos (linhas horizontais), cresce da direita para a esquerda.

Raios iônicos
1. Raio do cátion: ao perder elétron, a repulsão da nuvem eletrônica diminui, diminuindo o seu tamanho.
2. Raio do ânion: ao ganhar um elétron, aumenta a repulsão da nuvem eletrônica, aumentado o seu
tamanho.

Energia ou potencial de ionização


É a energia necessária para remover um elétron de um átomo (ou íon) na fase gasosa.
Obs.: à medida que o íon se torna cada vez mais positivamente carregado, é necessário cada vez mais ener-
gia para retirar um elétron de sua camada mais externa.

§§ Variação da energia de ionização: nas famílias e nos períodos, a energia de ionização aumenta
conforme diminui o raio atômico

Eletroafinidade ou afinidade eletrônica


É a quantidade de energia liberada por um átomo, no estado gasoso, ao ganhar um elétron.
Representação do processo no qual o átomo ganha um elétron e libera energia.

X(g) + e– → X1–(g) + energia

160
§§ Variação da eletroafinidade: a eletroafinidade varia de acordo com a eletronegatividade, uma vez que
quanto mais eletronegativo for um átomo, maior é a sua tendência de ganhar elétrons.

Outras propriedades periódicas


1. Pontos de fusão e de ebulição
Variação do ponto de fusão e do ponto de ebulição.

2. Densidade
Variação da densidade.

3. Volume atômico
É o volume ocupado por 1 mol (6,02 ∙ 1023) de seus átomos no estado sólido.
Variação do volume atômico.

161
Ligação iônica
Produzida entre íons positivos (cátions) e negativos (ânions), logo, um cátion se une com um ânion
formando, assim, um composto iônico, o qual é formado por várias partículas que se distribuem no espaço origi-
nando uma estrutura denominada retículo cristalino.

Teoria do octeto
Um átomo é estável, se possuir 8 elétrons na camada de valência ou 2 elétrons, se a camada de valência
for a K.
Átomos tendem a adquirir uma configuração estável, isto é, uma configuração semelhante à de um gás
nobre. Para isso, os átomos ligam-se através dos elétrons de valência.
Importante: o número total de elétrons cedidos deve ser igual ao número total de elétrons recebidos.

Fórmula eletrônica de Lewis


Esta fórmula representa os elementos e os elétrons do seu último nível (elétrons de valência) indicando-os
por • ou X.

ℓ ℓ

Regra para formulação das substâncias iônicas

Ax+ By – ⇒ AyBx

Propriedades das substâncias iônicas


§§ São sólidos em condições normais de temperatura (25 °C) e pressão (1 atm).
§§ São duros e quebradiços.
§§ Possuem pontos de fusão e de ebulição elevados.
§§ Em solução aquosa (dissolvidos em água) ou no estado líquido (fundidos), conduzem corrente elétrica.
§§ Seu melhor solvente é a água, pois são polares como ela.

Ligações covalente e metálica


Ocorre entre átomos de ametais (não metais) – incluindo o hidrogênio – mediante compartilhamento de
pares de elétrons.

162
Representação da ligação covalente
a. Fórmula eletrônica, fórmula de Lewis ou estrutura de Lewis
O compartilhamento dos pares eletrônicos é representado por bolinhas (•) dentro de retângulos.
b. Fórmula estrutural plana
Os pares eletrônicos compartilhados são representados por traços (–) que unem os átomos participantes
da ligação.

Fórmula eletrônica Fórmula estrutural Pares eletrônicos Classificação


A A A–A 1 par eletrônico Ligação simples

A A A=A 2 pares eletrônicos Ligação dupla

A A A;A 3 pares eletrônicos Ligação tripla

c. Fórmula molecular
Mostra apenas quais e quantos átomos têm a molécula.

Ligação covalente coordenada ou dativa


São ligações covalentes adicionais usando pares eletrônicos de um único átomo. É representada por uma
seta (é) na fórmula estrutural.

HNO3

ou

Propriedades das substâncias moleculares (covalentes)


1. São encontradas nos três estados físicos.
2. Apresentam ponto de fusão e ponto de ebulição menores que os dos compostos iônicos.
3. Se puros, não conduzem eletricidade, à exceção do grafite, que é condutor.
4. Se em estado sólido, apresentam retículos moleculares ou retículos covalentes.

163
Ligação metálica
O metal é um aglomerado de átomos neutros e cátions mergulhados em uma nuvem (ou mar) de elétrons
livres e mantidos unidos.

Propriedades dos metais


1. Brilho característico.
2. Alta condutividade térmica e elétrica, graças aos elétrons livres.
3. Altos pontos de fusão e ebulição característicos dos metais, à exceção do mercúrio.
4. Maleabilidade – os metais são facilmente maleáveis, transformados em lâminas.
5. Ductibilidade – os metais também são facilmente transformados em fios.

Geometria e polaridade moleculares


É o estudo da distribuição espacial dos átomos em uma molécula.

Orientação
Número de nuvens
(geometria) das Disposição Geometria
ao redor do átomo Fórmula eletrônica
nuvens (pares dos ligantes molecular
central
eletrônicos)

Sempre
Linear O=C=O
2
H—C;N
Linear

Angular

3
2 átomos ligantes Trigonal plana
(triangular) Trigonal plana

Angular

2 átomos ligantes

N Piramidal
4

3 átomos ligantes

Tetraédrica

Tetraédrica

4 átomos ligantes

164
§§ Bipirâmide Trigonal: acontece quando há cinco nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo
central, todas fazendo ligação química.
§§ Octaédrica: acontece quando há seis nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central e todas
fazem ligações químicas.

Geometria de íons
A determinação de sua geometria segue exatamente as mesmas regras usadas para a geometria das mo-
léculas.

Polaridade molecular
Polaridade das ligações
O acúmulo de cargas elétricas em determinada região é denominado polo, que pode ser de dois tipos:

a. Ligações iônicas
As ligações iônicas apresentam máxima polarização. Toda substância iônica é polar por natureza.

b. Ligações covalentes
Ligação entre átomos de mesma eletronegatividade ä ligação covalente apolar.
Ligação entre átomos de diferentes eletronegatividades ä ligação covalente polar.
Para comparar a intensidade de polarização das ligações, recorre-se à escala de eletronegatividade de Pauling:

À luz dos itens já discutidos, pode-se estabelecer a seguinte relação:

Polaridade molecular
Como se determina a polaridade ou apolaridade de uma molécula?
a) Experimentalmente
b) Teoricamente
c) Método alternativo para determinação da polaridade molecular:
número de nuvens eletrônicas ≠ número de átomos iguais → molécula polar
número de nuvens eletrônicas = número de átomos iguais → molécula apolar

165
Forças intermoleculares
São forças de atração que ocorrem entre as moléculas, as quais determinam os pontos de fusão e de ebuli-
ção e a solubilidade das substâncias umas nas outras, bem como a tensão superficial e a viscosidade dos líquidos.
§§ Forças de dipolo-dipolo ou de dipolo permanente: entre moléculas polares
§§ Forças de dipolo instantâneo + dipolo induzido ou forças de London ou forças de Van Der
Waals: ocorre entre moléculas apolares

Ligação de hidrogênio
É um caso particular das forças de dipolo permanente (dipolo-dipolo). Ocorre em moléculas que apresentam
átomos de hidrogênio (elemento com baixa eletronegatividade) com elementos muito eletronegativos, como o
flúor, o oxigênio ou o nitrogênio.

Temperaturas de fusão (TF ou PF)


e de ebulição (TE ou PE)
Primeiro caso
Moléculas com tamanhos (massas moleculares) semelhantes.

Aumenta a intensidade da interação:


dipolo instantâneo-dipolo induzido < dipolo permanente < ligação de hidrogênio

Aumenta o ponto de fusão e o ponto de ebulição.

Segundo caso
Moléculas com mesmo tipo de interação e tamanhos (massas moleculares) diferentes.

Aumenta a massa molecular.

Aumenta o ponto de fusão e o ponto de ebulição.

Terceiro caso
Moléculas com mesmo tipo de interação e mesma massa molecular.

Diminui a ramificação.
Aumenta área de contato entre as moléculas.

Aumenta o ponto de fusão e o ponto de ebulição.

Solubilidade
§§ Substâncias polares tendem a se dissolver em solventes polares.
§§ Substâncias apolares tendem a se dissolver em solventes apolares.

166
U.T.I. - Sala
1. (Uerj 2018) Apesar de apresentarem pro- 3. (Unicid adaptado) Considere as seguintes
priedades químicas distintas, os elemen- substâncias químicas:
tos flúor, neônio e sódio possuem números CCℓ4, HCCℓ3, CO2, H2S, Cℓ2, H3CCH3 e NH3.
atômicos próximos, conforme destacado a Separe essas substâncias de acordo com o
seguir. tipo de interação intermolecular (forças de
Van der Waals, dipolo-dipolo e ligações de
9
F Ne
10 11
Na hidrogênio) que apresentam quando em pre-
sença de outras substâncias iguais a elas.
Dentre esses elementos, nomeie o que apre-
senta maior estabilidade em relação à regra
do octeto e indique o símbolo daquele cujos 4. A tabela adiante apresenta os valores das
átomos têm o maior número de camadas temperaturas de fusão (TF) e de ebulição
eletrônicas. (TE) de halogênios e haletos de hidrogênio.
Em seguida, nomeie a ligação interatômica TF (ºC) TE (ºC)
formada entre Na e F e apresente a fórmu- F2 –220 –188
la química do composto resultante dessa
Cø2 –101 –35
ligação.
Br2 –7 59
2. As fórmulas dos compostos químicos não são I2 114 184
frutos do acaso. A capacidade de um átomo HF –83 20
combinar-se com outro depende da dis- HCø –115 –85
ponibilidade de receber, doar ou compar-
HBr –89 –67
tilhar elétrons. Qual a fórmula química
e o tipo de ligação do composto formado HI –51 –35
entre: a) Justifique a escala crescente das temperatu-
a) cálcio e nitrogênio? ras TF e TE do F2 ao I2.
b) carbono e oxigênio? b) Justifique a escala decrescente das tempera-
turas TF e TE do HF e do HCℓ.
c) Justifique a escala crescente das temperatu-
ras TF e TE do HCℓ ao HI.

U.T.I. - E.O.
1. Descreva as principais características do áto- Mesmo sendo da mesma família, seus compos-
mo de Dalton, Rutherford e Bohr. tos possuem algumas aplicações distintas, por
exemplo: o carbonato de cálcio é encontrado
2. Com o auxílio da tabela periódica, responda: nos tecidos ósseos, enquanto o carbonato de
a) Qual a quantidade de prótons e de nêutrons bário pode ser empregado nas armadilhas de
presentes no núcleo do 137Cs. ratos ou na construção civil. Explique por que
b) Faça a distribuição eletrônica em camadas o raio atômico do elemento cálcio é menor do
desse átomo. que o raio atômico do elemento bário.

3. Três átomos estão representados pelas letras 6. Sabe-se que quanto maior for o raio atômico,
A, B e C. xA, x+1B e x+2C pertencem a um mes- menos eletronegativo é o elemento quími-
mo período da tabela periódica e B é um ha- co. Assim sendo, analise as afirmativas a se-
logênio. Classifique A e C segundo seu grupo guir, identificando, e justifique sua resposta,
e justifique. quando essas forem falsas, por meio deste
4. O elemento bário pode ser encontrado na for- critério.
ma do íon Ba2+. Determine quantos prótons I. O potássio (K) é mais eletronegativo que
e quantos elétrons o íon Ba2+ possui e qual o cálcio (Ca).
apresenta maior raio atômico, Ba ou Ba2+? II. O frâncio (Fr) é o mais eletronegativo de
todos os elementos.
5. O cálcio e o bário são elementos que pertencem III. O carbono (C) é mais eletronegativo que o
à família 2A (grupo 2) da tabela periódica. silício (Si).

167
7. Na tabela abaixo estão representados alguns elementos pelas letras A, B, C e D.
a) Coloque-os em ordem crescente de eletronegatividade e de raio atômico.
b) Explique que relação há entre essas duas propriedades periódicas.

8. Alguns produtos químicos, tais como liga de ferrotitânio, benzoato de sódio (C7H5O2Na), hexaclo-
roetano (C2Cℓ6) e cloreto de cálcio (CaCℓ2), podem ser utilizados para obter efeitos especiais em
fogos de artifício.
A tabela a seguir fornece informações relativas à natureza das ligações químicas presentes nesses
quatro produtos.

Produto químico Natureza das ligações químicas Efeito


A somente iônica estrelas de cor laranja
B somente covalente fumaça
C metálica centelhas branco-amarelada
D covalente e iônica assovia
Identifique os produtos químicos A, B, C e D.

9. O urucum é material patenteado por uma companhia cosmética francesa, que detém os direitos de
comercialização do pigmento.
À medida que a bixina é o principal constituinte da parte corante do urucum, responda:
CH3 CH3
H3CO COOH

O CH3 CH3

Bixina

Qual dos solventes extrai melhor a bixina do urucum: água (H2O) ou clorofórmio (CCℓ3H)? Por quê?

1
0. Qual a fórmula unitária resultante da combinação química entre os átomos de magnésio (Z = 12)
e nitrogênio (Z = 7)?

1
1. A afirmativa “as moléculas dos gases SO2 e CO2 apresentam geometria angular e são polares” está
correta? Justifique sua resposta.

1
2. Desenhe as fórmulas eletrônicas do H2S e do SO2. Qual o tipo de ligação existente?

1
3. (Ebmsp)

168
O ácido desoxirribonucleico, DNA, é uma
macromolécula que carrega informações ge-
néticas necessárias para a reprodução e de-
senvolvimento das células. Essa substância
química é constituída por duas cadeias poli-
nucleotídicas formadas por grupos fosfato e
açúcar desoxirribose alternados, com bases
orgânicas ligadas às moléculas de açúcar e a) Tecidos de algodão absorvem muito bem a
interligadas duas a duas, de maneira espe- umidade, diferentemente do poliéster. Com
cífica, como a interação entre a guanina e a base nas estruturas químicas mostradas, es-
citosina, representada de maneira simplifi- creva um texto explicando a razão pela qual a
cada na figura. fibra do algodão apresenta essa propriedade.
Considerando essas informações e a figura, b) Roupas de tecidos de algodão tendem a en-
identifique o tipo da interação intermolecu- colher após as primeiras lavagens, principal-
lar entre a guanina e a citosina e o tipo da mente se secas em secadoras, diferentemente
interação que une os átomos de nitrogênio e dos tecidos de poliéster. Isso ocorre porque as
hidrogênio, nas bases orgânicas, destacando fibras de algodão são esticadas a altas tensões
qual dessas interações é a mais fácil de ser no processo de tecelagem. Porém esse esta-
“rompida”, justificando a sua resposta. do tensionado não é o mais estável da fibra.
Com o movimento proporcionado pela lava-
gem e o aquecimento na secadora, as fibras
1
4. (Uninove – Medicina) O oleocantal é isolado
tendem a relaxar para conformação mais es-
a partir do azeite de oliva extra virgem, é
tável, causando o encolhimento. Escreva um
responsável pelo sabor pungente desse tipo
texto explicando qual é o tipo de interação
de azeite e possui atividade biológica análo-
responsável por atrair as fibras e resultar no
ga à de agentes anti-inflamatórios.
encolhimento do tecido.
(Journal of Chemical Education, 2014.)

a) Qual tipo de ligação química une os átomos


constituintes da molécula de oleocantal?
b) Com base na estrutura apresentada, classifi-
que o oleocantal como substância polar ou
apolar. Justifique sua classificação.

15. (UFPR) A estrutura molecular que compõe


as fibras dos tecidos define o comportamen-
to deles, como maciez, absorção de umidade
do corpo e tendência ao encolhimento. As
fibras de algodão contêm, em maior pro-
porção, celulose, um polímero carboidrato
natural. Já os tecidos sintéticos de poliéster
têm propriedades diferentes do algodão. O
poliéster é uma classe de homopolímeros e
copolímeros que contém o grupo funcional
éster na sua estrutura, como o politerefta-
lato de etileno.

169
0 1 Química 2

U.T.I.

C N
QUÍMICA
Propriedades da matéria
Estados físicos da matéria
§§ Estados físicos da matéria, estados de agregação ou fases são as diferentes formas nos quais a
matéria pode se apresentar.
§§ Forma e volume são alguns fatores que distinguem cada um dos estados físicos.

Sólido
§§ As partículas estão em agitação térmica mínima.
§§ Átomos concentrados em um mesmo espaço físico.
§§ Forma e volume são fixos.

Líquido
§§ As partículas apresentam maior agitação térmica.
§§ Estão um pouco mais dispersas.
§§ As substâncias têm volume fixo.
§§ A sua forma pode variar.

Gasoso
§§ Estado de maior agitação térmica.
§§ As partículas estão muito afastadas, dispersas no espaço.
§§ Forma e volume variáveis.

Mudanças de estado físico

Ressublimação

173
Observação: a vaporização pode ocorrer de três formas, recebendo nomes específicos:

Ocorre naturalmente num líquido a temperaturas inferiores ao ponto de ebulição.


Evaporação
É lenta, praticamente imperceptível e superficial.

Ocorre na temperatura de ebulição, característica da substância. É rápida, visível, turbulenta e,


Ebulição
normalmente, demanda o aquecimento do líquido.

Ocorre quando o líquido entra em contato com superfícies muito quentes, a temperaturas acima
Calefação
do seu ponto de ebulição. É instantânea e violenta.

Temperaturas de mudança de estado


Ponto de fusão (PF) e ponto de ebulição (PE)
Ponto de fusão (temperatura de fusão) é a temperatura sob a qual uma substância passa do estado sólido
para o estado líquido. Ponto de ebulição (temperatura de ebulição) é a temperatura na qual uma substância
passa do estado líquido para o estado gasoso a uma determinada pressão.
O fator característico para uma substância ser pura é, à determinada pressão, ter o ponto de fusão constante.
Do mesmo modo que no ponto de fusão, quando se determina o ponto de ebulição de uma substância pura,
não é admissível que surjam variações superiores a 1 °C na temperatura.

Densidade ou massa específica


Densidade é o quociente da massa pelo volu-
me do material (a uma dada temperatura).

massa 
d = ​ ______  ​ ⇒ d = ​ m
__ ​ 
volume v

Obs.: para sólidos e líquidos, a densidade geralmente é expressa em grama por centímetro cúbico
(g/cm ou g · cm–3) ou grama por mililitro (g/mL ou g · mL–1). Para gases, costuma ser expressa em gramas por
3

litro (g/L ou g · L–1).

174
Diagramas de Substâncias puras

mudança de estado Apresentam dois patamares: trechos horizontais


que correspondem ao ponto de fusão e ao ponto de
Representações gráficas de mudanças de estado ebulição constantes.
físico.

Exemplo 1:

Curva de aquecimento da água

Misturas (homogêneas)
Exemplo 2:
Há variação na temperatura durante as duas mu-
Curva de resfriamento da água
danças de estado. Portanto, misturas (homogêneas) não
possuem nem ponto de fusão e nem ponto de ebulição
definidos.
Vamos exemplificar com uma solução aquosa de
NaCℓ:

Substância pura × mistura


Substâncias puras são sistemas formados por
um único tipo de substância. Exemplos: água destilada;
ferro puro; gás oxigênio.
Misturas são sistemas formados por, no míni-
mo, duas substâncias juntas. Exemplos: água e sal; água
Misturas especiais
e álcool; ar atmosférico.
§§ Mistura eutética: comporta-se como se fosse
uma substância pura somente durante a fusão.
Portanto, possui ponto de fusão constante, mas
a sua temperatura de ebulição varia.

175
Exemplo: solda de funilaria – mistura de estanho
(63%) e chumbo (37%), que se funde (derrete) a
Conceitos fundamentais
Tf = 183 °C.
Átomo e elemento químico
Átomos são as partículas que formam a maté-
ria. Elemento, por sua vez, é um conjunto de átomos
com o mesmo número atômico (Z).
Cada elemento químico recebe um nome e
um símbolo.
Veja alguns exemplos a seguir:

Elemento Símbolo
Carbono C

Hidrogênio H
§§ Mistura azeotrópica: comporta-se como uma
Sódio (Natrium) Na
substância pura somente durante a ebulição. As-
Prata (Argentum) Ag
sim, apresenta ponto de ebulição constante, mas
Chumbo (Plumbum) Pb
a sua temperatura de fusão é variável.
Potássio (Kalium) K
Exemplo: mistura de álcool etílico (96%) e água
(4%), que sofre ebulição (ferve) a 78,1 ºC.

Molécula
Um agrupamento de átomos de um mesmo
elemento ou de elementos diferentes é chamado mo-
lécula, caracterizando, assim, uma substância. Essa
PE = 78,1
pode ser representada graficamente por uma fórmula
molecular, que indica o número de átomos de cada
elemento existente na molécula da substância.

Substância Fórmula
água H2O

álcool C2H6O

cloreto de sódio NaCℓ

Sistemas açúcar (sacarose)

ozônio
C12H22O11

O3

Matéria
Matéria é tudo o que tem massa e ocupa espa-
ço, pode ser líquida, sólida ou gasosa.

176
Sistemas materiais
A uma porção de matéria, damos o nome de sistema.
Sistemas podem ser classificados de duas formas:
§§ Quanto à constituição (composição) – substância pura (ou, simplesmente, substância) ou mistura.
§§ Quanto ao aspecto visual (nem sempre confiável, se usarmos apenas a visão humana para análise) – ho-
mogêneo ou heterogêneo.

Substância pura (ou simplesmente substância)


1. Substância (pura) simples – formada por um único elemento químico, ou seja, um único tipo de átomo,
independente da sua quantidade.
Exemplos: H2 (hidrogênio); O2 (oxigênio); Fe (ferro); S8 (enxofre) etc.

2. Substância (pura) composta ou composto – formada por mais de um elemento químico, ou seja, mais
de um tipo de átomo.
Exemplos: H2O (água); CO2 (gás carbônico); C6H12O6 (glicose); HCℓ (ácido clorídrico) etc.

Mistura
É a espécie de matéria formada, literalmente, pela mistura de duas ou mais substâncias puras.

Exemplos:
§§ gasolina
§§ ar atmosférico
§§ álcool hidratado

Tipos de misturas
§§ Mistura homogênea – é a que apresenta aspecto uniforme e propriedades iguais em todos os seus pon-
tos. São chamadas soluções.
Todas as misturas de quaisquer gases são sempre misturas homogêneas.

§§ Mistura heterogênea – é a que apresenta aspecto não uniforme e propriedades variáveis de um ponto a outro.
Exemplos: água e óleo (a camada de óleo apresenta propriedades diferentes em relação à água), água e
areia etc.

Matéria

Substância Pura Mistura

Simples Composta Homogênea Heterogênea

177
Fases de um sistema
Fase é cada uma das porções homogêneas que compõem um sistema heterogêneo. A fase pode ser
contínua ou fragmentada.
§§ Sistemas monofásicos: têm uma única fase, logo, são homogêneos.
§§ Sistemas bifásicos (2 fases), trifásicos (3 fases), tetrafásicos (4 fases) e polifásicos (5 ou mais fases):
possuem mais de uma fase, portanto, sempre são heterogêneos.

Alotropia
É a característica que alguns elementos químicos possuem de formar várias substâncias simples diferentes
(formas ou variedades alotrópicas ou, ainda, alótropos).
Exemplos:

Elemento Nome da substância


Fórmula Atomicidade Figura no espaço
químico simples

gás oxigênio O2 diatômico


Oxigênio
gás ozônio O3 triatômico

Fósforo branco P4 tetratômico

Fósforo

Fósforo vermelho Pn ou P macromolécula

grafite Cn ou C macromolécula

diamante Cn ou C macromolécula

Carbono

fulereno C60 macromolécula

178
enxofre rômbico S8 macromolécula

Enxofre

enxofre monoclínico S8 macromolécula

Fenômenos
1. Físico: quaisquer transformações sofridas por um material, sem que haja alteração na sua composição.
Exemplo: qualquer mudança de estado físico.

2. Químico: quaisquer transformações sofridas por um material, de modo que haja alteração na sua compo-
sição.
Exemplo: a formação de ferrugem, a transformação do vinho em vinagre, decomposição de matéria orgâ-
nica.

Análise imediata
Métodos de separação de misturas
Para a separação dos componentes de uma mistura, utilizamos um conjunto de processos físicos denomi-
nados análise imediata.

Misturas heterogêneas
Misturas heterogêneas [sólido-sólido]
§§ Catação: separam-se os componentes sólidos usando a mão ou uma pinça.
Exemplo: escolher feijão.

§§ Ventilação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de ar.


Exemplo: separação dos grãos de arroz de suas cascas.

§§ Levigação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de água.


Exemplo: separação, no garimpo, de areia e ouro.

§§ Separação magnética: um dos sólidos é atraído por um ímã.


Exemplo: separação em larga escala de alguns minérios de ferro de suas impurezas.

§§ Dissolução fracionada: um dos componentes sólidos da mistura é dissolvido em um líquido.


Exemplo: mistura de sal e areia.

179
Métodos Exemplo

Peneiração ou tamisação: usada para separar sólidos formados por partículas


Separação de areia e cascalho.
de dimensões diferentes.

Fusão fracionada: usada para separar sólidos cujos pontos de fusão são muito
Separar uma mistura de ferro, chumbo e estanho.
diferentes.

Sublimação: é usada quando um dos sólidos, por aquecimento, sublima (passa


Sal (ou areia) e iodo.
diretamente do estado sólido para vapor), e o outro permanece sólido.

Misturas heterogêneas
[sólido-líquido]
§§ Decantação: a fase sólida, por ser mais densa, §§ Filtração a vácuo: o processo de filtração pode
sedimenta-se. Pode ser feita de duas maneiras: ser acelerado pelo uso de uma trompa de vácuo
a) Vira-se lentamente a mistura em um outro que “suga” o ar existente na parte interior do
frasco; kitassato.
b) Com o auxílio de um sifão, transfere-se a fase
líquida para um outro frasco (sifonação).

§§ Centrifugação: é uma maneira de acelerar o


processo de decantação, utilizando um aparelho
denominado centrífuga. As partículas de maior
densidade, por inércia, são depositadas no fundo
§§ Filtração simples: a fase sólida é separada do tubo.
com o auxílio de papéis de filtro.

180
Misturas heterogêneas [líquido-líquido]
§§ Decantação: separam-se líquidos imiscíveis com densidades diferentes.

Misturas heterogêneas [gás-sólido]


§§ Decantação: a mistura passa através de obstáculos, em forma de zigue-zague, onde as partículas sólidas
perdem velocidade e se depositam.

§§ Filtração: a mistura passa através de um filtro, onde o sólido fica retido.

181
Misturas homogêneas
Misturas homogêneas [sólido-líquido]
O componente sólido encontra-se totalmente dissolvido no líquido, o que impede a sua separação por filtração.
§§ Evaporação: a mistura é deixada em repouso ou é aquecida até o líquido (componente mais volátil) sofrer
evaporação. Esse processo apresenta um inconveniente: a perda do componente líquido.
§§ Destilação simples: a mistura é aquecida em uma aparelhagem apropriada, de tal maneira que o com-
ponente líquido inicialmente vaporiza-se e, a seguir, sofre condensação, sendo recolhido em outro frasco.
Termômetro

Misturas homogêneas [líquido-líquido]


§§ Destilação fracionada: são separados líquidos miscíveis, cujas temperaturas de ebulição são distantes.

Termômetro

Coluna Saída da água


de
Fracionamento
Condensador

Balão
Entrada da água

Bico Bunsen

Observação: a destilação é muito utilizada em indústrias petroquímicas, na separação dos diferentes deri-
vados do petróleo.
182
O esquema mostra o tradicional alambique, usado para preparar bebidas alcoólicas provenientes da fermentação de açúcares ou cereais.

Misturas [gás-gás]
§§ Liquefação fracionada: a mistura de gases passa por um processo de liquefação e, posteriormente, pela
destilação fracionada.
A liquefação fracionada é utilizada na separação dos componentes do ar atmosférico: N2, O2 e outros gases.

§§ Adsorção: consiste na retenção superficial de gases. Uma das principais aplicações da adsorção são as
máscaras contra gases venenosos.
183
Análise cromatográfica ou cromatografia
A separação e identificação dos componentes de uma mistura, a partir de colorações diferentes. A croma-
tografia tem a vantagem de permitir até mesmo a separação de componentes em quantidades muito pequenas.

Decaimentos radioativos
Introdução à radioatividade
Radioatividade é o fenômeno pelo qual um núcleo instável emite espontaneamente determinadas entidades
(partículas e ondas), genericamente chamadas de radiações, transformando-se em outro núcleo mais estável.

Fatores químicos, estado físico, pressão e temperatura não influem na radioatividade de um elemento, uma
vez que ela depende, mas apenas, do fato de seu núcleo ser instável.

(+)
bloco de chumbo

raios
raios
raios
substância radioativa (–)
campo magnético
O esquema mostra o comportamento das radiações , e em um campo eletromagnético.

Das três radiações mencionadas, a gama (g) é a mais penetrante – e a mais perigosa para o ser humano –,
a beta (b) tem penetração média e a alfa (a) é a menos penetrante.

Emissões radioativas
Principais emissões radioativas

Emissão Constituição Massa Carga Representação Velocidade


alfa 2 prótons e 2 nêutrons 4u +2 4
+2
a 1/10 c

beta 1 elétron >0 –1 0


b
–1
9/10 c

gama onda eletromagnética 0 0 0


0
g c
c = velocidade da luz no vácuo = 300 mil km/s

184
Emissão Constituição Massa Carga Representação
próton 1 próton 1u +1 1
+1
p

nêutron 1 nêutron 1u 0 1
0
n

pósitron “elétron positivo” >0 +1 0


+1
b

Leis das emissões radioativas


1a lei: lei de Soddy – emissão Exemplo
de partículas a  ​C
§§ Se um átomo de ​146   emitir uma partícula b, ele

se transforma em ​ 7​N
14
   . A reação nuclear pode ser
representada por:
Se um átomo X emitir uma partícula a,
seu número de massa diminui em 4 unidades  
​ 6C
14
 ​     ​  0  
–1  ​b + ​7N
14
​  
e seu número atômico diminui em 2 unidades:
A
X 4
a + Z 
​ A––42​ Y.
Z +2
Os raios gama (g)
As equações nucleares obedecem a um balanço §§ As emissões, radiações ou raios gama (​0 0​g
   ) não
dos números de massa (A) e das cargas nucleares (Z), são partículas, mas ondas eletromagnéticas se-
que são conservados. melhantes à luz, cujo comprimento de onda é
muitíssimo menor, portanto, cuja energia é muito
mais elevada, superando inclusive os raios X.
§§ Sem massa nem carga elétrica, eles não sofrem
desvio ao atravessar um campo elétrico ou mag-
nético.
§§ As emissões g têm sempre um poder de penetra-
ção bem maior que as partículas a e b.
Exemplo §§ Uma emissão g não altera nem o número atômi-
  co (Z) nem o número de massa (A) do elemento.
§§ Se um átomo de 239
​ 94​P   u emitir uma partícula a, ele
Em razão disso, não se costuma escrever a emis-
se transforma em ​  92​U
235
   . Essa reação nuclear pode
são g nas equações nucleares.
ser representada por:

​ 94P ​  u 4 
  +  
2​ ​a ​ 92U
 ​ 
239 235

Transmutações
§§ transmutação natural
2a lei: lei de Soddy-Fajans-Russel Ocorre se um elemento químico emitir espon-
– emissão de partículas b taneamente uma radiação e transformar-se em
outro.
§§ transmutações artificiais
Se um átomo X emitir uma partícula b, seu
Ocorre se as transmutações forem obtidas por
número de massa permanece inalterado e seu nú-
bombardeamento de núcleos estáveis com partí-
mero atômico aumenta em 1 unidade: A ​ZX ​   
​  0​b
–1  
   culas a, prótons, nêutrons.
+ Z​  +  1​ Y.
A

185
Energia nuclear
Energia proveniente dos núcleos atômicos, mediante reações de fissão e fusão nucleares.

Fissão nuclear
É o processo em que ocorre ruptura do núcleo que é bombardeado com partículas.
§§ No processo de fissão ocorre uma reação em cadeia.

1
0 n

93
36 Kr 1
0 n

235
92 U 1
0 n

140
93 56 Ba
36 Kr
1
0 n 1
93 0 n
36 Kr

1 1
1
n 0 n 0 n
0
Nêutron 235
235
U 92 U 140
92
56 Ba 1
n
0
1
0 n
140
56 Ba 93
36 Kr
1
0 n

235
U 1
92
0 n
140
56 Ba
1
0 n
Reação em cadeia do Urânio-235

Na fissão nuclear, a energia desprendida por um reator nuclear transforma a água líquida em vapor, o qual
movimenta uma turbina que produz energia elétrica mediante um gerador. A energia liberada em uma reação de
fissão nuclear é imensamente maior do que as liberadas em reações químicas.

Fusão nuclear
Fusão nuclear é o processo mediante o qual ocorre a fusão de dois núcleos mais leves para formar um
núcleo mais pesado.
Essa reação exige temperatura elevadíssima.
Em 1952, conseguiram realizar a primeira fusão não controlada, que constituiu a primeira bomba de
hidrogênio.
Digamos que a bomba atômica é a “espoleta” da bomba de hidrogênio, que libera a energia necessária
para a fusão.

186
Cinética dos decaimentos radioativos
Meia-vida ou período de semidesintegração
Vida-média
Curva de decaimento radioativa
Considere uma amostra de material radioativo de massa inicial m0. A cada meia-vida decorrida, a massa da
amostra reduz-se à metade.

Curva de decaimento radioativo.

De uma quantidade de material radioativo inicial m0, após n meias-vidas decorridas chega-se a uma quan-
tidade m, que será dada por:

m
m = ___
​  n0 ​ 
2

E o tempo total decorrido Dt, desde o valor inicial m0 até se atingir o valor m, será de:

Dt = n · P

Esquematicamente:

∆t = n · P
m
m = ___
​  n0 ​ 
2

187
Introdução à química orgânica
Origem da expressão Química orgânica
Torbern Olof Bergman, químico sueco (1777), empregou pela primeira vez a expressão Química orgânica.
§§ Compostos orgânicos: substâncias de organismos vivos.
§§ Compostos inorgânicos: substâncias do reino mineral.

Características gerais das moléculas orgânicas


Compostos orgânicos
Orgânicos são constituídos fundamentalmente por quatro elementos: C, H, O e N, denominados elementos
organógenos.
São dotados de combustão, uma vez que são compostos de C e de H, na sua maioria. A queima completa
dessas substâncias produz CO2 e H2O; a incompleta produz CO; e a parcial, apenas C (fuligem).

Ligações covalentes. Em razão disso, as forças de atração intermoleculares predomi-


Ligações e forças intermoleculares nantes são as forças de dipolo instantâneo-dipolo induzido e as forças de atração entre
dipolos permanentes, dentre elas as ligações de hidrogênio.
Em princípio, os compostos orgânicos apresentam pouca estabilidade diante de agen-
Estabilidade
tes externos, como temperatura, pressão, ácidos concentrados, entre outros.
Moleculares, na sua maioria, os compostos orgânicos apresentam pontos de fusão e
Ponto de fusão e de ebulição
ebulição baixos.
Os compostos orgânicos, em geral, são solúveis em solventes apolares e insolúveis em
Solubilidade
solventes polares, como a água.
As reações orgânicas da maioria das substâncias moleculares e de grande massa molar
Velocidade das reações
são lentas. Por isso, requerem o uso de catalisadores.

Características do átomo de carbono


Postulados de Kekulé
1. O carbono teria quatro valências.
2. Os átomos de C poderiam formar cadeias.
3. Os átomos de C poderiam unir-se, utilizando uma ou mais valências.

188
Representação de cadeias carbônicas
Exemplos

⇒ ⇒


Classificação dos carbonos


De acordo com os átomos a ele ligados
Um átomo de carbono pode ser classificado de acordo com o número de átomos de carbono diretamente
ligados a ele.
§§ Primário: ligado a 1 ou a nenhum átomo de carbono.
§§ Secundário: ligado a 2 átomos de carbono.
§§ Terciário: ligado a 3 átomos de carbono.
§§ Quaternário: ligado a 4 átomos de carbono.

Exemplo

P = primário
S = secundário
T = terciário
Q = quaternário

De acordo com o tipo de ligação (sigma/s e pi/p)


e com o tipo de hibridação (hibridização)
Ligação do Hibridação Ângulo
Ligações
átomo do átomo Geometria entre as Exemplo
estabelecidas
de carbono de carbono ligações
4 simples 4s sp3 tetraédrica 109º28’ CH4

2 simples e
3s e 1p sp2 trigonal plana 120º H2C = O
1 dupla

1 simples e
2s e 2p sp linear 180º H—C;N
1 tripla

2 duplas 2s e 2p sp linear 180º O=C=O

189
Classificação das cadeias carbônicas
1. Quanto ao fechamento da cadeia 2. Quanto à disposição
§§ Cadeia aberta ou acíclica: se percorrida §§ Cadeia normal, reta ou linear: se conti-
num sentido qualquer para chegar a uma ex- ver apenas átomos de carbono primários e/
tremidade. ou secundários.
§§ Cadeia fechada ou cíclica: se houver fe- §§ Cadeia ramificada: se contiver átomos de
chamento na cadeia em forma de ciclo, nú- carbono terciários e/ou quaternários.
cleo ou anel.
§§ Cadeia mista: quando um composto apre- 3. Quanto à saturação
senta cadeia carbônica com uma parte cíclica §§ Saturada: se entre átomos de carbono hou-
e outra parte acíclica ao mesmo tempo na ver apenas ligações simples.
molécula. §§ Insaturada: se entre átomos de carbono
§§ Cadeia alifática ou Cadeia não aromá- houver ligações duplas e/ou triplas.
tica: pode ser cadeia aberta, fechada ou
4. Quanto à natureza
conter ambas.
§§ Homogênea: se entre átomos de carbono
§§ Cadeia alicíclica: é aquela que apresenta
houver apenas átomos de carbono.
cadeia carbônica fechada saturada ou insa-
§§ Heterogênea: se entre átomos de carbono
turada, sem a presença de aromaticidade.
houver um ou mais átomos diferentes de car-
bono.

Compostos aromáticos
Cadeia cíclica com presença do anel aromático (os elétrons estão em ressonância).
1. Compostos aromáticos mononucleares ou mononucleados: se contiver um único anel benzênico.
2. Compostos aromáticos polinucleares ou polinucleados: se contiver vários anéis benzênicos subdivi-
didos em:
§§ polinucleares isolados: se os anéis não tiverem átomos de carbono em comum;
§§ polinucleares condensados: se os anéis tiverem átomos de carbono em comum.

Resumo das cadeias carbônicas

190
Hidrocarbonetos Alcinos (alquinos) –
fórmula geral CnH2n – 2
Compostos formados unicamente por carbono
e hidrogênio podem ser representados, genericamente, São hidrocarbonetos acíclicos contendo uma
por CxHy, cuja nomenclatura leva o sufixo o. única ligação tripla entre os carbonos em sua cadeia
carbônica.

Alcanos ou parafinas – Propriedades físicas dos alcinos


fórmula geral CnH2n + 2 §§ São compostos de baixa polaridade.
São hidrocarbonetos alifáticos saturados com §§ São insolúveis em água e solúveis em solventes
ligações simples. apolares.
§§ São menos densos que a água.
Propriedades físicas dos alcanos §§ Têm os pontos de fusão e ebulição crescentes
com o aumento do número de carbonos na ca-
§§ Os alcanos são pouco reativos, porque as liga-
deia.
ções entre C – H e C – C são muito estáveis e
§§ Os alcinos são preparados em laboratório por-
difíceis de serem quebradas.
que não se encontram livres na natureza, devido
§§ São mais utilizados para a queima (combustão),
a sua tripla ligação, que é muito reativa.
como combustíveis.
§§ Os alcanos são compostos apolares, apresen-
tando interação dipolo induzido-dipolo induzido Alcadienos (dienos) –
entre as moléculas. fórmula geral CnH2n – 2
§§ Eles são insolúveis em água e solúveis em sol-
ventes apolares. São hidrocarbonetos acíclicos contendo duas
§§ Possuem densidades menores que 1 g ∙ cm-3, flu- ligações duplas entre os carbonos em sua cadeia car-
tuando sobre a água. bônica.

Alcenos (alquenos) – Cicloalcanos, ciclanos ou


fórmula geral CnH2n cicloparafinas – fórmula geral CnH2n
São hidrocarbonetos de cadeia fechada (cíclica)
Também conhecidos como olefinas, são hidro-
com ligações simples tão somente.
carbonetos acíclicos contendo uma única ligação du-
pla entre os carbonos em sua cadeia carbônica.
Cicloalcenos, cicloalquenos,
Propriedades físicas dos alcenos ciclenos ou ciclolefinas –
§§ São insolúveis em água e solúveis em solventes fórmula geral CnH2n – 2
apolares.
São hidrocarbonetos cíclicos insaturados com
§§ São menos densos que a água.
uma ligação dupla.
§§ Os pontos de ebulição aumentam de forma
igual, segundo o número de carbonos na cadeia.
§§ Os alcenos são mais reativos do que os alcanos Aromáticos (não há fórmula geral)
por possuírem uma ligação dupla, que é mais fá-
São hidrocarbonetos de cadeia fechada que
cil de ser quebrada.
apresentam pelo menos um anel benzênico (núcleo
§§ Sofrem reações de adição e também de polime-
aromático).
rização.
191
Nomenclatura oficial IUPAC
O nome de uma molécula orgânica é composto de três elementos fundamentais:

prefixo + infixo + sufixo

§§ Prefixo: indica o número de átomos de carbono da cadeia principal.

1C MET 6C HEX 11C UNDEC


2C ET 7C HEPT 12C DODEC
3C PROP 8C OCT 13C TRIDEC
4C BUT 9C NON 14C TETRADEC
5C PENT 10C DEC 15C PENTADEC

§§ Infixo: indica o tipo de ligação entre os átomos de carbono.

§§ Sufixo: indica a função orgânica. No caso específico dos hidrocarbonetos, o sufixo é o. Alguns sufixos
bastante usuais:
Função Grupo funcional Sufixo

Álcool -ol

Ácido carboxílico -oico

Aldeído -al

Cetona -ona

Amina -amina

Exemplos:
H3C — CH2 — CH2 — CH3

Nº de átomos Ligação Função Nome


4C ä but simples ä an hidrocarboneto ä o butano

192
5 4 3 2 1
H3C — CH2 — C ; C — CH3

Nº de átomos Ligação Função Nome


tripla entre os
5C ä pent hidrocarboneto ä o pent–2–ino
carbonos 2 e 3 ä 2 – in

Nº de átomos Ligação Função Nome


3C em cadeia cíclica ä
dupla ä en hidrocarboneto ä o ciclopropeno
cicloprop

Grupos orgânicos ou radicais Isobutil

Esses radicais se formam por meio de cisão ho-


molítica, que é um rompimento de uma ligação cova-
lente, em que cada um desses átomos fica com um dos Terc-butil ou t-butil

elétrons que antes estavam sendo compartilhados na


ligação. Vinil ou etenil
Esses radicais livres são bastante instáveis, ou
seja, possuem vida curta, pois eles possuem elétrons li-
Benzil
vres ou elétrons desemparelhados dos radicais, reagem
ativamente com qualquer molécula próxima, forman-
do novos compostos. Quando dois radicais orgânicos
ligam-se, forma-se uma cadeia carbônica. Fenil

Principais grupos ou radicais


Radical Nome
Nomenclatura de
Metil hidrocarbonetos ramificados
Etil
É feita de acordo com as seguintes regras da
— Propil ou n-propil IUPAC:
1. Localizar a cadeia de átomos de carbono
Isopropil mais comprida (cadeia principal).
2. A numeração da cadeia principal começa
Butil ou n-butil onde o substituinte estiver mais próximo,
ou seja, de modo com que se obtenham os me-
Sec-butil ou s-butil nores números possíveis para os substituintes.
Depois, identifique os substituintes.

193
3. Para montar o nome do composto, o grupo subs-
Cadeias cíclicas ramificadas
tituinte, precedido pelo número que designa a
sua localização na cadeia (quando necessário), §§ Cicloalcanos (ciclanos) – a nomenclatura de
é colocado em primeiro lugar; o nome da cadeia cicloalcanos ramificados segue as mesmas re-
principal é colocado em último lugar. gras que a dos alcanos ramificados, acrescen-
Os grupos devem ser escritos em ordem alfa- tando o prefixo – ciclo na cadeia principal,
bética. seguindo os seguintes passos para a numeração
das ramificações:
Exemplo: §§ Se apenas um substituinte estiver presente,
não será necessário atribuir sua posição.
§§ Quando dois ou mais substituintes estiverem
presentes, numeramos o anel começando
pelo substituinte, primeiro em ordem alfabé-
tica, e o número na direção que dá aos subs-
4. Quando duas ou mais cadeias de comprimento
tituintes o menor número possível.
igual competem pela seleção com a cadeia prin-
cipal, escolher a que tiver o maior número de
Exemplo:
substituintes.
5. Quando a ramificação acontecer numa distância
igual em qualquer dos lados da cadeia principal,
escolher o nome em que a soma das posi-
ções das ramificações dá o menor número.

Para hidrocarbonetos §§ Cicloalcenos – a nomenclatura de cicloalcenos


ramificados segue as mesmas regras que a dos
insaturados (alcenos, alcinos alcenos ramificados, acrescentando-se o prefixo

e dienos) ramificados
–ciclo na cadeia principal e seguindo os mesmos
passos dos cicloalcanos para a numeração das
ramificações. Só não será necessário identificar a
Nomenclatura segue a mesma regra dos alcanos
posição da dupla, pois sempre irá começar com
ramificados, com algumas diferenças:
C1 e C2.
1. A cadeia principal é a cadeia mais longa, que
deve conter a dupla ou a tripla ligação. Exemplo:
2. A numeração da cadeia é sempre feita a partir
da extremidade mais próxima da ligação
dupla ou tripla.
3. É necessário indicar a localização da ligação
dupla ou tripla usando o menor número do
átomo da ligação dupla ou tripla.
4. Para dienos, as regras de nomenclatura dos al-
canos e alcenos são válidas, sendo diferente so-
mente na hora de selecionar a cadeia principal,
que deve conter as duas duplas.

194
Aromáticos ramificados
Se a cadeia principal apresentar apenas um anel
benzênico, ela é chamada simplesmente de benzeno
e pode apresentar um ou mais grupos (ramificações).

Caso haja duas ramificações, são bastante em-


pregados os prefixos orto- (o), meta- (m) e para- (p),
a fim de indicar as posições 1,2 (ou 1,6); 1,3 (ou 1,5) e
1,4, respectivamente.

Exemplos:

195
U.T.I. - Sala
1. (UFG) Uma solução contendo água e cloreto 3. Em um experimento, foi utilizada uma
de sódio foi inadvertidamente misturada a amostra contendo partes iguais dos radioi-
n-hexano e ciclohexano. Para separar essas sótopos bismuto-212 e bismuto-214. Suas
quatro substâncias, foi realizada uma sequ- respectivas reações nucleares de decaimento
ência de procedimentos (métodos de separa- estão indicadas abaixo:
ção), que seguiram um ordenamento lógico, 212
Bi → 212Po + b
baseado nas propriedades físicas das subs- 214
Bi → 210Tℓ + a
tâncias citadas.
Considerando a tabela a seguir: Observe o gráfico, cujas curvas representam
as variações das massas desses radioisótopos
Ponto Ponto de Densi- ao longo das duas horas de duração do expe-
Subs- Pola-
de fusão ebulição dade rimento.
tância ridade
(°C) (°C) (g/mL)
H2O 0 100 1 polar
C6H12 6,6 80,7 0,77 apolar
C6H14 –95,3 68,7 0,65 apolar
NaCℓ 800,7 1465 2,17 polar

a) indique um método de separação capaz de


separar as substâncias polares das apolares;
b) indique um método de separação capaz de
separar as substâncias polares e outro méto- Determine o tempo de meia-vida do radioi-
do de separação capaz de separar as substân- sótopo 214Bi.
cias apolares.
4. (UEL) As fórmulas de linhas na química or-
2. (UPF) No fim do século XIX, o físico neoze- gânica são muitas vezes empregadas na ten-
landês Ernest Rutherford (1871-1937) foi tativa de simplificar a notação de substân-
convencido por J.J. Thomson a trabalhar com cias. Dessa maneira, as fórmulas de linhas
o fenômeno então recentemente descoberto: a para o butano e o metil-butano são represen-
radioatividade. Seu trabalho permitiu a elabo- tadas, respectivamente, por:
ração de um modelo atômico que possibilitou
o entendimento da radiação emitida pelos áto-
mos de urânio, polônio e rádio. Aos 26 anos
de idade, Rutherford fez sua maior descoberta.
Estudando a emissão de radiação de urânio e
do tório, observou que existem dois tipos dis- Considere a substância representada pela es-
tintos de radiação: uma que é rapidamente ab- trutura a seguir.
sorvida, que denominamos radiação alfa (a) e
uma com maior poder de penetração, que de-
nominamos radiação beta (b).
Sobre a descoberta de Rutherford podemos
afirmar ainda:
I. A radiação alfa é atraída pelo polo nega-
tivo de um campo elétrico.
II. O baixo poder de penetração das radia-
ções alfa decorre de sua elevada massa.
III. A radiação beta é constituída por partícu- A partir dessas informações, responda aos
las positivas, pois se desviam para o polo itens a seguir.
negativo do campo elétrico. a) Qual a fórmula molecular dessa substância?
IV. As partículas alfa são iguais a átomos de b) Quantos substituintes estão ligados na ca-
hélio que perderam os elétrons. deia principal?
Quais afirmações estão corretas e por quê?

196
U.T.I. - E.O.
1. Em 1996, o prêmio Nobel de Química foi concedido aos cientistas que descobriram uma molécula
com a forma de uma bola de futebol, denominada fulereno (C60). Além dessa substância, o grafite
e o diamante também são constituídos de carbono. Os modelos moleculares dessas substâncias
encontram-se representados abaixo.

Fulereno Diamante

Grafite

Após observar as imagens anteriores, responda:


a) Qual o tipo de ligação existente?
b) Qual a relação entre as três estruturas?

2. Para um químico, ao desenvolver uma análise, é importante verificar se o sistema com o qual está
trabalhando é uma substância pura ou uma mistura. Dependendo do tipo de mistura, podemos se-
parar seus componentes por diferentes processos. Assinale as afirmativas a seguir, classificando-as
em certo ou errado e justificando sua resposta.
a) Uma mistura homogênea pode ser separada através de decantação.
b) A mistura álcool e água pode ser separada por filtração simples.
c) A mistura heterogênea entre gases pode ser separada por decantação.
d) Podemos afirmar que, ao separarmos as fases sólidas e líquida de uma mistura heterogênea, elas serão
formadas por substâncias puras.
e) O método mais empregado para a separação de misturas homogêneas sólido-líquido é a destilação.

3. O gás dióxido de enxofre (SO2) pode ser produzido pela decomposição do tiossulfato de sódio
(Na2S2O3), conforme a equação descrita, reagindo com a água da atmosfera e produzindo a chuva
ácida. Em altas concentrações, esse gás reage ainda com a água dos pulmões formando ácido sul-
furoso (H2SO3), o que provoca hemorragias.
S2O3–2(aq) + 2H3O+(aq) → S(s) + SO2(g) + 3H2O(ℓ)
Dados: H = 1; S = 32; O = 16.
a) Cite um procedimento físico que pode ser empregado para separar o enxofre sólido da mistura resul-
tante da decomposição do tiossulfato de sódio. Justifique sua resposta.
b) Escreva a equação representativa da reação do dióxido de enxofre com a água dos pulmões e determine
o teor percentual, em massa, de enxofre presente no produto formado. Apresente os cálculos.

4. (Famema) O quadro fornece informações sobre as solubilidades em água e em etanol de três subs-
tâncias inorgânicas.

Substância Solubilidade em água Solubilidade em etanol


KCℓ solúvel insolúvel
Aℓ2O3 insolúvel insolúvel
KOH solúvel solúvel

Uma mistura dessas três substâncias foi separada em seus componentes, executando-se o seguinte
procedimento:

197
§§ Etapa 1: etanol foi adicionado a essa mistura, seguindo-se de filtração e o líquido filtrado foi
evaporado, obtendo-se um dos componentes da mistura inicial.
§§ Etapa 2: ao resíduo retido no filtro utilizado na etapa 1, foi adicionada água e a mistura resul-
tante foi novamente filtrada, obtendo-se, como resíduo no filtro, outro componente da mistura
inicial.
§§ Etapa 3: o líquido filtrado na etapa 2 foi evaporado, obtendo-se o último componente da mis-
tura inicial.
Indique qual componente da mistura é recuperado em cada uma das etapas do procedimento em-
pregado para a separação da mistura inicial.

5. (USCS – Medicina) Em uma cooperativa de reciclagem foi triturada uma mistura dos plásticos
polietileno tereftalato (PET), polietileno de alta densidade (PEAD), policloreto de vinila (PVC)
e poliestireno (PS), cujas densidades são 1,38 g/mL, 0,96 g/mL, 1,25 g/mL e 1,06 g/mL, respec-
tivamente.
A separação dos grânulos plásticos obtidos após a trituração foi feita colocando-se a mistura em
soluções apropriadas, conforme o esquema a seguir:

a) Cite o nome da técnica empregada na separação dos diferentes tipos de plástico. Para qual tipo de
misturas tal técnica pode ser utilizada?
b) Quais são os plásticos correspondentes às letras W, X, Y e Z respectivamente?

6. Numa sequência de desintegração radioativa que se inicia com o ​218  84​P


   o, cuja meia-vida é de 3 minu-
tos, a emissão de uma partícula alfa gera o radioisótopo X, que, por sua vez, emite uma partícula
beta, produzindo Y.
a) Partindo-se de 40 g de Polônio-218, qual a massa, em gramas, restante após 12 minutos de desinte-
gração? Apresente os cálculos.
b) Identifique os radioisótopos X e Y, indicando suas respectivas massas atômicas.

7. O radioisótopo 222 do 86Rn, por uma série de desintegrações, transforma-se no isótopo 206 do
82
Pb. Determine o número de partículas alfa e o número de partículas beta envolvidas nessas
transformações.


8. Na sequência radioativa ​216
84A

​   → ​212
82B

​   → ​212
83C

​   → 212  
​   → 208
​ 84D ​ 82​E
   , temos, sucessivamente, emissões de quais
partículas?

9. O criptônio-89 possui o tempo de meia-vida igual a 3,16 minutos. Dispondo-se de uma amostra
contendo 4,0 · 1023 átomos desse isótopo, responda:
a) Defina o tempo de meia-vida.
b) Para esta amostra, ao fim de quanto tempo restarão 1,0 · 1023 átomos?

1
0. (EBM-SP) Movimentos como “Outubro Rosa” estimulam a associação entre empresas e profissio-
nais de saúde com o objetivo de alertar a população sobre a prevenção e o tratamento do câncer
de mama, causa mais frequente de morte por câncer em mulheres. Um dos tratamentos do câncer
utiliza radioisótopos que emitem radiações de alta energia, como a gama, 00γ eficientes na destrui-
ção de células cancerosas que são mais susceptíveis à radiação, por se reproduzirem rapidamente.
Entretanto é impossível evitar danos às células saudáveis durante a terapia, o que ocasiona efeitos

198
colaterais como fadiga, náusea, perda de
cabelos, entre outros. A fonte de radiação
é projetada para o uso das radiações gama,
já que as radiações alfa, 42a e beta, -10b são
menos penetrantes nos tecidos e nas células.
Um dos radionuclídeos usados na radiotera-
pia é o cobalto, 60
27Co.

Com base nas informações e nos conheci-


mentos sobre radioatividade:
a) apresente um argumento que justifique o
maior poder penetrante das radiações gama
em relação às radiações alfa e beta.
b) represente, por meio de uma equação nucle-
ar, o decaimento radioativo do cobalto 60
com a emissão de uma partícula beta, indi-
cando o símbolo, o número atômico e o nú-
mero de massa do elemento químico obtido
após emissão da partícula.

1
1. (PUC-RJ) O ácido sórbico é um ácido orgâ-
nico, cuja fórmula molecular é C6H8O2. Ele é
uma substância utilizada como conservante
de alimentos. Recentemente, em uma opera- a) Represente a fórmula molecular da querce-
tina.
ção deflagrada pela Polícia Federal, foi cons-
b) Classifique todos os carbonos numerados
tatado que, em algumas amostras de carne
como primário, secundário, terciário ou qua-
bovina, este ácido estava presente em quan-
ternário.
tidade superior à permitida pela Agência Na- c) Informe a hibridização dos átomos de carbo-
cional de Vigilância Sanitária (Anvisa). no numerados na estrutura.

Sobre o ácido sórbico e sua utilização como


conservante alimentar, responda o que se
pede.
a) Indique na estrutura química do ácido sórbi-
co a hibridização de cada átomo de carbono.
b) Na lista da Anvisa, a quantidade máxima de
ácido sórbico permitida como conservante
em carne bovina é de 0,02 g por 100 g de
carne. Se uma análise, em uma amostra
de 100 g de carne, indicar a presença de
40% de ácido sórbico acima da quantidade
máxima permitida, qual é a quantidade de
matéria, em mol, de ácido sórbico presen-
te nessa amostra? Expresse o resultado sob
notação científica.

1
2. (UFJF-Pism 2) A quercetina, cuja estrutura
química está representada abaixo, está asso-
ciada com processos de inibição de inflama-
ção óssea. Com relação à sua fórmula estru-
tural bem como a de seu análogo estrutural
A, responda aos itens a seguir.

199
0 1 Química 3

U.T.I.

C N
QUÍMICA
Grandezas químicas
Introdução
A medida de uma grandeza é feita por comparação com uma grandeza padrão convenientemente escolhida. Des-
ta forma, a medida da massa de um corpo é feita comparando-a com a massa de um padrão adequadamente escolhido.

Massa atômica (MA)


Unidade de massa atômica (u)
Átomos individuais são muito pequenos para serem vistos e pesados. Porém, podemos determinar a massa
de um átomo comparando-a com a massa de um átomo de outro elemento, escolhido como padrão.
​  1  ​ da massa de um átomo do isótopo 12 do elemento
Uma unidade de massa atômica (1 u) corresponde a ___
12
carbono.
O valor de 1 u é 1,66 · 10–24 g, e corresponde aproximadamente à massa de um próton ou de um nêutron.

Massa atômica é o número que indica quantas vezes a massa de um átomo de um determinado elemento é
​ 1  ​ ​da massa do átomo de 12C.
maior que 1 u, ou seja, ___
12

Observação: não confunda massa atômica com número de massa!

§§ Número de massa (A) é um número inteiro e positivo, definido como a soma do número de
prótons (Z = P) com o número de nêutrons (N), ou seja, A = + N.
O aparelho utilizado na determinação da massa atômica chama-se espectrômetro de massa.

Massa atômica de um elemento


Um mesmo elemento é constituído, muitas vezes, por átomos de diferentes massas, denominados isótopos.

A massa atômica de um elemento é, então, determinada pela média ponderada das massas dos isótopos
naturais que compõem esse elemento:

A1 · %A1 + A2 · %A2 + ... + An · %An


M = ___________________________
​​         ​​
100%

203
Massa molecular (MM) Exemplos:
§§ 1 mol de átomos contém 6,02 · 1023 átomos.
A massa de uma molécula é a soma das massas §§ 1 mol de moléculas contém 6,02 · 1023 molé-
atômicas dos átomos que constituem essa molécula. culas.
§§ 1 mol de íons contém 6,02 · 1023 íons.
Exemplo: §§ 1 mol de elétrons contém 6,02 · 1023 elétrons
C6H12O6 (C = 12 u, H = 1 u, O = 16 u) etc.

Massa molecular do C6H12O6: MM = (12 · 6) +


(1 · 12) + (16 · 6) = 180 u
Massa molar (M)
É a massa que contém 6,02 · 1023 unidades. Sua
Constante ou número unidade é g/mol (grama/mol) ou g · mol–1.

de Avogadro (Na) Massa molar de um elemento (M)


Sejam as seguintes amostras: 12 g de carbono,
27 g de alumínio e 40 g de cálcio. A massa molar de um elemento é a massa em
Experimentalmente, verifica-se que o número gramas de 1 mol de átomos desse elemento, ou seja,
de átomos n, existentes em cada uma das amostras, 6,02 · 1023 átomos. A massa molar de um elemento é
é o mesmo, embora elas possuam massas diferentes. numericamente igual à sua massa atômica expressa
Porém, quantos átomos existem em cada uma dessas em gramas.
amostras? Várias experiências foram realizadas para
determinar esse número conhecido como número de
Avogadro (Na) e o valor encontrado é 6,02 · 1023. Massa molar de uma substância (M)
Assim, o número de Avogadro é o número de
átomos em x gramas de qualquer elemento, sendo x a
A massa molar de uma substância é a mas-
massa atômica do elemento. Portanto, existem:
sa em gramas de 1 mol de moléculas da referida
§§ 6,02 · 1023 átomos de C em 12 g de C
substância. A massa molar de uma substância é nu-
(MA(C) = 12u)
mericamente igual à sua massa molecular expressa
§§ 6,02 · 1023 átomos de Aℓ em 27 g de Aℓ
em u.
(MA(Aℓ) = 27u)
§§ 6,02 · 1023 átomos de Ca em 40 g de Ca
(MA(Ca) = 40u) Massa molar de um íon (M)
Podemos verificar que a massa de 6,02 · 1023
átomos de qualquer elemento é numericamente igual a
A massa molar de um íon é a massa em gra-
sua massa atômica.
mas de 1 mol de íons e é numericamente igual à
massa do íon expressa em u.

Conceito de mol
Mol é a quantidade de matéria que contém tan-
Número de mol (n)
to as entidades (átomos, moléculas, elétrons, partículas
massa em gramas
etc.) elementares quantos os átomos de carbono-12 n = _____________________
  
​    ​
massa molar em grama/mol
contidos em 0,012 kg do carbono-12.
Portanto, é uma quantidade de 6,02 · 1023 par-
m  ​
n = ​ __
tículas quaisquer. M

204
Fórmulas e leis ponderais
Introdução
Quando um químico se depara com um material desconhecido, ele procura, através de diversas técnicas
físicas e químicas, encontrar a composição desse material.
A primeira providência é fazer a análise imediata do material; a próxima providência é fazer uma análise
elementar de cada uma delas.

1. Submetido à analise imediata.


2. Submetido à analise qualitativa.
3. Submetido à analise quantitativa.
O cálculo das quantidades das substâncias envolvidas em uma reação química é chamado estequiometria,
e para efetuarmos os cálculos estequiométricos, devemos conhecer as proporções entre os elementos que formam
as diferentes substâncias.

Fórmula percentual Leis ponderais


Relacionam as massas dos participantes de uma
Indica a porcentagem, em massa, de cada ele- reação.
mento que constitui a substância.
Lei da conservação das
massas – lei de Lavoisier
Fórmula mínima ou empírica
Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo
se transforma.
Fórmula mínima: indica a menor propor-
ção, em números inteiros de mol, dos átomos dos
Isso significa que, em reação química, a matéria
elementos que constituem uma substância.
não é criada nem destruída.

Em um sistema fechado, a massa total dos rea-


Fórmula molecular gentes é igual à massa total dos produtos.

Para uma reação genérica:


Fórmula molecular: indica o número real
de átomos de cada tipo na molécula. A+B
Δ
C+D
mA mB mC mD

Observação: em alguns casos, a fórmula mole- massas dos reagentes produto


cular é igual à fórmula mínima; em outros, porém, é um
múltiplo inteiro da fórmula mínima. Tem-se, então:

mA + mB = mC + mD

205
Lei das proporções definidas Cálculos envolvendo volumes
– lei de Proust de substâncias gasosas
Não se aplica a razão entre volumes quando
Toda substância apresenta uma proporção em
a substância se encontra como líquido ou sólido. Ela
massa constante na sua composição.
é usada apenas para gases e vapores. Em vários pro-
blemas envolvendo substâncias gasosas, fala-se de
Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP)
Lei volumétrica – lei de Gay-Lussac e também em Condições Ambiente (CA). O volume mo-
lar é próximo de 25 L/mol nas condições ambientes e
Nas mesmas condições de pressão e tempe- 22,4 L/mol nas CNTP.
ratura, os volumes dos gases participantes de uma
reação química têm entre si uma relação de núme-
ros inteiros e pequenos.
Casos particulares
de estequiometria

Estequiometria Excesso de reagente


As reações químicas ocorrem sempre em uma
Estequiometria é o estudo das relações entre as
proporção constante. Se uma das substâncias que par-
quantidades de reagentes e/ou produtos numa reação
ticipa da reação estiver em quantidade maior que a
química. Essas relações podem ser feitas em mol, mas-
proporção correta, ela não será consumida totalmente.
sa, volume, número de moléculas etc.
Essa quantidade de substância que não reage é chama-
da excesso.
Roteiro para resolução de Logo, as substâncias não reagem na pro-
problemas de estequiometria porção em que nós as misturamos, mas sim na
proporção em que a equação – ou seja, a lei de
§§ Escrever a equação química da reação envolvida Proust – determina, e devemos sempre nos lembrar
no problema. de que é o reagente em falta ou reagente limitan-
§§ Acertar os coeficientes estequiométricos da te (fator limitante) que “comanda” toda a reação, pois,
equação. no instante em que ele acaba, a reação será interrom-
§§ Estabelecer uma regra de três entre as grande- pida.
zas. Se necessário, fazer a transformação do nú-
mero de mol para outra grandeza. Pureza
Observação: além da lei de Lavoisier, merece
atenção especial a lei de Proust. As duas leis respondem Geralmente, os reagentes utilizados nas indús-
basicamente por todo o cálculo estequiométrico. trias não são totalmente puros.
A lei de Proust afirma que “as substâncias rea- Portanto, ao realizar os cálculos estequiométri-
gem em proporções fixas e definidas”. cos da quantidade de produto que será formada ou da
quantidade de reagente que teremos que usar, temos
que levar em consideração o seu grau de pureza.
O grau de pureza (p) é dado pela razão entre a
massa de substância pura e a massa total da amostra.

206
mpura Volume de ar nas reações químicas
p = ________
​ m   
 ​
total (impura)
O ar participa de muitas reações, principalmente
nas reações de oxidação, como as combustões. Na rea-
lidade, porém, o único componente do ar que reage é o
%p = p ∙ 100
oxigênio, sendo que o nitrogênio é considerado inerte.
Dessa forma, quando uma reação se processa
Assim, quando for preciso calcular a massa de
com a participação do ar, pode ser necessário encon-
produto obtido a partir de um reagente impuro, temos
trarmos fatores como: qual a massa de oxigênio que
que, primeiro, calcular qual é a parte pura da amostra e,
reagiu, qual o volume do ar utilizado, qual o volume
depois, efetuar os cálculos com o valor obtido.
dos gases finais da reação, quanto de nitrogênio estava
presente no ar e nos gases finais e assim por diante.
Reações consecutivas
Misturas de reagentes
Nesse tipo de problema, é indispensável que:
§§ Todas as equações estejam balanceadas indivi- Somente as substâncias puras têm fórmulas quí-
dualmente. micas e somente com elas podemos escrever equações
§§ As substâncias “intermediárias” sejam cancela- químicas.
Às vezes, é preciso saber quanto de cada compo-
das.
nente deve ser misturado para formar outra mistura de
§§ Daí para diante, recaímos num cálculo estequio-
composição previamente fixada.
métrico comum.
Nesses problemas, a dificuldade fundamental é: as
misturas não são obrigadas a obedecer a uma proporção
Rendimento constante.
Quando o rendimento da reação não é total, a
quantidade de produto obtido é menor que a quantida- 1° caso: quando a composição
de esperada teoricamente. da mistura reagente é dada
Isso pode acontecer devido a diversos fatores:
O ideal é resolver as equações químicas sepa-
§§ Podem ocorrer reações paralelas à que deseja-
radas, efetuando o cálculo estequiométrico também
mos.
separadamente.
§§ A reação pode ficar incompleta por ser reversí-
vel.
§§ Podem ocorrer perdas de produto durante a rea- 2° caso: quando a composição
ção, como ao serem usadas aparelhagens de má da mistura reagente não é
qualidade.
conhecida, pelo contrário, constitui
Rendimento (R) é o quociente entre a quanti- a pergunta do problema
dade de produto realmente obtida em uma reação
Neste caso, não podemos somar as equações
e a quantidade que teoricamente seria obtida, de
porque não conhecemos a proporção. Assim sendo, o
acordo com a equação química correspondente.
caminho é trabalhar com cada equação química separa-
damente, como foi feito no 1° caso. Inicialmente, vamos
Quantidade real adotar o seguinte raciocínio:
Rendimento: ​  _______________
  
    ​
Quantidade teórica
Volumes iguais de gases quaisquer, à mesma
pressão e temperatura, contêm o mesmo número de
%R = R ∙ 100 moléculas.

207
Leis físicas dos gases Transformações
gasosas
Volume molar
Em estado gasoso, as substâncias:
O volume ocupado por um mol de qualquer
1. não apresentam forma definida;
substância é chamado volume molar.
2. não apresentam volume próprio;
Um conjunto de valores de pressão e tempera-
3. sofrem grandes variações de volume, se as con-
tura padronizados no estudo dos gases é: 1 atm e 0 ºC.
dições de pressão e temperatura a que estão
Essas condições experimentais são chamadas condições
submetidas forem alteradas;
normais de temperatura e pressão (CNTP ou TPN).
4. apresentam baixa densidade;
Experimentalmente, verifica-se que o volume
5. exercem pressão: quanto maior a quantidade de
molar de qualquer gás ou vapor, se medido nas condi-
gás em um recipiente, maior a pressão por ele
ções normais de temperatura e pressão, corresponde a
exercida.
22,4 litros.

Vmolar (CNTP) = 22,4 L/mol ou 22,4 L · mol–1 Teoria cinética dos gases
1. As partículas de um gás estão em movimento
constante e desordenado.
Equação de estado de um gás 2. A velocidade das partículas de um gás é maior
quanto maior for a temperatura.
A partir de estudos experimentais dos gases, o francês
3. A força de atração entre as partículas gasosas é
Clapeyron estabeleceu uma relação matemática entre
praticamente nula.
as variáveis de estado de um gás. Essa relação é chama-
4. Submetidas à mesma temperatura, moléculas de
da equação de estado de um gás ideal ou equação
gases apresentam a mesma energia cinética mé-
de Clapeyron:
dia.
5. As partículas de um gás movem-se em linha reta.
P·V=n·R·T
6. A distância entre as partículas gasosas é muito
maior do que o tamanho das partículas.
Da qual:
7. Um gás tanto ocupa todo o volume do recipiente
§§ P é a pressão exercida pelo gás e é expressa
quanto pode escapar dele.
em milímetros de mercúrio (mm de Hg) ou em
8. Os gases são altamente compressíveis. No en-
atmosfera (atm).
tanto, sob qualquer aumento de pressão, as
§§ V é o volume ocupado pelo gás.
partículas se aproximam, reduzindo o volume
litros (L).
ocupado.
§§ T é a temperatura absoluta do gás.
9. A pressão exercida pelos gases é determinada
Kelvin (K) pelo número de colisões por unidade de tempo,
§§ n é o número de mol. entre as partículas e as paredes do recipiente,
​ m   (mol).
n = __ portanto, quanto maior a quantidade de gás
M
§§ R é a constante universal dos gases. maior é o número de partículas, o número de
(atm L ∙ mol-1 ∙ K-1). colisões e a pressão. A pressão exercida por um
gás confinado num recipiente aumenta com o
aumento da temperatura.
Sob o ponto de vista microscópico, o estado de
um gás é caracterizado por três variáveis: volu-
me, temperatura e pressão, denominadas variá-
veis de estado.

208
§§ Volume – espaço ocupado por uma substân- Gráfico pressão-volume
cia. No caso dos gases, o volume de uma dada
amostra é igual ao volume do recipiente que a
contém.
§§ Temperatura – é a medida do grau de agitação
das partículas.
§§ Pressão – definida como força por unidade de
área.

Leis físicas dos gases


Uma dada massa de gás sofre uma transforma-
ção se ocorrerem variações nas suas variáveis de estado.
P1 · V1 = P2 · V2

Lei de Boyle-Mariotte
“À temperatura constante, uma determinada
Lei de Charles/Gay-Lussac
massa de gás ocupa um volume inversamente propor-
“À pressão constante, o volume ocupado por
cional à pressão exercida sobre ele”.
uma massa fixa de gás é diretamente proporcional à
Essa transformação gasosa é chamada de iso-
temperatura absoluta”.
térmica.
Essa transformação gasosa é chamada de iso-
bárica.
Experiência de Boyle-Mariotte

209
Graficamente: Graficamente:

Se a temperatura aumentar, aumenta a energia Se a temperatura aumentar, aumenta a energia


cinética das moléculas. Portanto, para manter a pressão cinética das moléculas. Com isso, aumenta também o
constante, ocorre um aumento do volume. número de colisões, bem como (e consequentemente)
a força aplicada em uma determinada área, ou seja, a
Conclusão: pressão.

V V Conclusão:
__
​  1 ​ = ​ __2 ​ 
T1 T2 __P P
​  1 ​ = ​ __2 ​ 
T1 T2

Lei de Gay-Lussac
Gás ideal × gás real
“A um volume constante, a pressão exercida por Um gás ideal é aquele cujo comportamento ex-
uma determinada massa fixa de gás é diretamente pro- perimental obedece às equações matemáticas até aqui
porcional à temperatura absoluta”. vistas.
Essa transformação gasosa é denominada isocó-
rica, isométrica ou isovolumétrica.
Equação geral dos gases
Permite conhecer o volume de um gás em deter-
minadas condições de temperatura e pressão e determi-
nar seu novo volume em outras condições de tempera-
tura e pressão.

​  P ·  ​
____ V  = cte ä (para determinada massa fixa de gás).
T
ou

P V P2V2
____
​  1  ​1  = ____
​   ​  
T1 T2

210
Misturas gasosas O volume que um gás ocupa em uma mistu-
ra gasosa é exatamente igual à soma dos volumes

Equação geral dos parciais de todos os gases que compõem a mistura.


A conclusão acima é chamada de lei de
Amagat. Mostrando matematicamente, temos que:
gases numa mistura
VTOTAL = V1 + V2 + V3 + ... + Vn ou VTOTAL = Sv
A mistura entre dois ou mais gases sempre cons-
titui um sistema homogêneo.
§§ Para uma mistura gasosa qualquer, a quanti-
dade em mol resulta:
Fração molar
Sn = n1 + n2 + ... Relacionando a pressão parcial de um gás A
com a pressão total da mistura e tirando a razão entre
§§ Para uma mistura qualquer, contendo dois
eles, temos:
ou mais gases, a equação fica assim represen-
Para o gás A: PA · V = nA · R · T
tada:
Para a mistura: PTOTAL ∙ V = nTOTAL R ∙ T
P · V _____
_____ P · V2 P ·  ​V  
 + ​  2  ​
​  1  ​1    + ... = ​ ____ P
____ nA
​  A   ​ =​ ____  ​ = PA = = ____
n
​ n A  ​ . Ptotal
T1 T2 T PTOTAL TOTALn TOTAL

Fazendo relação idêntica com o volume par-


cial, temos:
Pressão parcial Para o gás A: P · VA = nA · R · T
Para a mistura: P ∙ VTOTAL = nTOTAL R ∙ T
Corresponde à pressão que este gás exerceria,
caso estivesse sozinho ocupando o mesmo volume e à V nA nA
____
​  A   ​ =​ ____  ​ = VA = =​ ____   ​ . Vtotal
mesma temperatura da mistura. VTOTAL TOTALn nTOTAL

nA
A pressão total do sistema corresponde à §§ A razão ​ ____
n    ​ é chamada de fração molar (X),
TOTAL
soma das pressões parciais exercidas pelos gases que corresponde a um quociente entre uma
que compõem a mistura.
quantidade de mol e a quantidade total
A conclusão acima é chamada de lei de
Dalton. Mostrando matematicamente, temos que: de mol da mistura.
§§ A fração molar é adimensional e é sempre um
PTOTAL = P1 + P2 + P3 + ... + Pn ou PTOTAL = Sp
número menor que 1.
§§ A soma das frações molares de cada gás numa
A pressão exercida pela mistura gasosa está di- mistura é sempre igual a 1.
retamente relacionada à quantidade de partículas de V
§§ A razão ____
​  A   ​ é chamada de fração volumé-
cada gás. Logo, quanto mais partículas de gases houver, VTOTAL
maior será a pressão parcial de cada gás e, consequen- trica, que corresponde a um quociente entre
temente, maior será a pressão total. um volume do gás e o volume total da
mistura.
Volume parcial §§ Essa razão é adimensional.
§§ A soma das frações volumétricas é igual a 1.
Corresponde ao volume que este gás ocuparia,
caso estivesse sozinho submetido à pressão P da mistu- n P V
XA = ____
​ n A   ​ = ____   ____
​  A   ​= ​  % em volume
​  A   ​ = ____  ​  =1

ra, na temperatura T da mistura. TOTAL P TOTAL
V TOTAL
100%

211
Densidade dos gases,
efusão e difusão gasosa

Densidade dos gases


A densidade é uma grandeza que relaciona a
massa e o volume ocupado por certa amostra de ma-
téria.
​ m ​ 
d = __
V
A densidade de um gás pode ser calculada
mediante essa expressão, mas, em razão de o volume
de um gás ser facilmente afetado pelas condições de
pressão e temperatura, o cálculo de sua densidade deve
considerar os valores dessas grandezas.
Relacionada a expressão d = __​ m ​  com a equação
V
de Clapeyron, obtém-se a equação:

​ P · M ​ 
d = ____
R·T

Difusão e efusão
A difusão gasosa é o processo espontâneo de
transporte de massas gasosas num sistema. As molé-
culas movem-se espontaneamente de modo que o gás
sempre ocupe o maior volume possível.
A efusão é o escoamento espontâneo das mo-
léculas gasosas através de orifícios, como um gás que
atravessa paredes porosas ou tubos capilares na sepa-
ração de misturas gasosas.
Um gás com maior densidade tem velocidade
menor que a de outro gás com menor densidade, nas
mesmas condições de temperatura e pressão. Logo, a
velocidade de escoamento de um gás é inversamente
proporcional à raiz quadrada de sua densidade. Essa lei
é válida tanto para difusão quanto para efusão.
___ ___

√ √
V
___ d M
​  A ​ = ​ __
​  B ​  ​  =​ ___
​  B ​ ​  
VB dA MA

212
U.T.I. - Sala
1. Uma certa usina termoelétrica, que funciona energéticos. Essas substâncias são o citrato
à base de resíduos da destilação do petróleo, de sildenafila e a tadalafila. Se uma amostra
poderá lançar na atmosfera cerca de 250 to- da substância adicionada ao energético fosse
neladas de SO2 gasoso diariamente. encontrada, seria possível diferenciar entre
Dados: SO2 = 64 g/mol; constante de Avoga- o citrato de sildenafila e a tadalafila, a partir
dro = 6,0 · 1023 do teor de nitrogênio (N = 14 g/mol) presen-
a) Quantos mol de SO2 serão lançados na at- te na amostra? Justifique sua resposta.
mosfera diariamente?
b) Qual o número de moléculas de SO2 estão 4. (Udesc) Os compostos reduzidos de enxo-
contidas nesta massa? fre, principalmente o sulfeto de hidrogênio
(H2S), um gás de cheiro desagradável, são
2. (UFPR 2018) O carbonato de sódio é um formados por atividade bacteriana anaeróbi-
composto largamente usado para corrigir ca em “lixões”. Ele pode ser removido do ar
o pH em diversos sistemas, por exemplo, por uma variedade de processos, entre eles,
água de piscina. Na forma comercial, ele é o bombeamento através de um recipiente
hidratado, o que significa que uma quanti- com óxido de ferro (III) hidratado, o qual se
dade de água está incluída na estrutura do combina com sulfeto de hidrogênio:
sólido. Sua fórmula mínima é escrita como
Fe2O3 · H2O(s) + 3H2S(g) → Fe2S3(s) + 4H2O(ℓ)
Na2CO3 · xH2O, em que x indica a razão de
mols de água por mol de Na2CO3. O valor de Se 208 g de Fe2S3 são obtidos pela reação,
x pode ser determinado através de uma aná- qual a quantidade de H2S removida? Consi-
lise gravimétrica. Uma amostra de 2,574 kg dere que Fe2S3 · H2O está em excesso e que o
do sal hidratado foi aquecida a 125 °C, de rendimento da reação é de 100%.
modo a remover toda a água de hidratação.
Ao término, a massa residual de sólido seco 5. (UFG) Uma lata de refrigerante tem o volume
foi de 0,954 kg. total de 350 mL. Essa lata está aberta e con-
Dados: M(g/mol): Na2CO3 = 106; H2O = 18. tém somente o ar atmosférico, e é colocada
a) Calcule a quantidade de matéria presente no dentro de um forno a 100 °C. Após a lata
sal seco. Mostre claramente seus cálculos. atingir essa temperatura, ela é fechada.
b) Calcule a quantidade de matéria de água que A seguir, tem sua temperatura reduzida a
foi removida pelo aquecimento. Mostre cla- 25 °C. Com o decréscimo da temperatura,
ramente seus cálculos. ocorre uma redução da pressão interna da
c) Calcule a razão entre os resultados dos itens lata que levará a uma implosão. Ante o ex-
b) e a). posto, calcule a pressão no interior da lata
d) Forneça a fórmula mínima do sal hidratado no momento imediatamente anterior à im-
incluindo o valor de x. plosão e o volume final após a implosão.

3. (Unicamp) O processo de condenação por 6. (UFRN) A solubilidade do NaCℓ aumenta


falsificação ou adulteração de produtos en- com a temperatura. Sabe-se que, a 0 °C, 60
volve a identificação do produto apreendido. g do sal formam, com água, 260 g de solução
Essa identificação consiste em descobrir se o saturada. Aquecendo-se a solução a 80 °C,
produto é aquele informado e se os compo- a saturação só será mantida se forem acres-
nentes ali contidos estão na quantidade e na centados 20 g do sal. A partir desses dados,
concentração indicadas na embalagem. construa (no gráfico a seguir) a curva de so-
Dados: citrato de sildenafila (C22H30N6O4S · C6H6O7; lubilidade do sal.
666,7 g/mol) e tadalafila (C22H19N3O4;
389,4 g/mol).
a) Considere que uma análise da Anvisa tenha
descoberto que o comprimido de um produto
apresentava 5,2 . 10–5 mol do princípio ativo ci-
trato de sildenafila. Esse produto estaria ou não
fora da especificação, dado que a sua embala-
gem indicava haver 50 mg dessa substância em
cada comprimido? Justifique sua resposta.
b) Duas substâncias com efeitos terapêuticos
semelhantes estariam sendo adicionadas in-
dividualmente em pequenas quantidades em

213
U.T.I. - E.O.
1. Uma vez que as massas atômicas do oxigê- Dados: massa molar do O2 = 32 g · mol–1
nio e do sódio são, respectivamente, 16 e R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1
23, então a massa de 23 átomos de oxi- a) o número de mol do gás, no balão;
gênio é a mesma que a de 16 átomos de b) a massa do gás, no balão.
sódio. Essa afirmativa é verdadeira ou fal-
sa? Justifique. 8. O air bag é uma bolsa de náilon fino, com
volume de cerca de 80 litros e que, em
2. Considere uma xícara que contém 180 mL de caso de colisão, é preenchida rapidamente
água. Determine, respectivamente, o núme- (≅ 40 ms) com N2 gasoso. O N2 gasoso é pro-
ro de mol de moléculas de água, o número veniente da seguinte sequência de reações:
de moléculas de água e o número total de
2NaN3(s) → 2Na(s) + 3N2(g)
átomos (massas atômicas = H = 1,0; O = 16;
Número de Avogadro = 6,0 · 1023; densidade 10Na(s) + 2KNO3(s) → K2O + 5Na2O(s) + N2(g)
da água = 1,0 g/mL).
Sabendo-se que a massa molar do NaN3 é
igual a 65 g/mol e considerando-se que, nas
3. O limite de O3 na troposfera, permitido por condições de reação, (I) 1 mol de NaN3 pro-
lei, é de 160 microgramas por m3 de ar. No duz, ao final do processo, 1,6 mol de N2 com
dia 30/07/95, na cidade do Rio de Janeiro, 100% de rendimento e (II) 1 mol de N2 gaso-
foi registrado um índice de 760 microgra- so ocupa um volume de, aproximadamente,
mas de O3 por m3 de ar. Quantos mol de O3 25 litros, calcule a massa de NaN3 necessária
por m3 de ar foram encontrados acima do para produzir 4 (quatro) litros de N2 nessas
limite permitido por lei, no dia considerado? condições. Apresente seus cálculos.
(Dado: 1 micrograma = 10–6 g)
9. Nos frascos de desodorante spray, usavam-
4. Estudos apontam que a amônia (NH3), adi- -se como propelentes compostos orgânicos
cionada ao tabaco, aumenta os níveis de conhecidos como clorofluorocarbonos. As
absorção de nicotina pelo organismo. Nos substâncias mais empregadas eram CCøF3
cigarros brasileiros, nos quais os níveis (Freon 12) e C2Cø3F3 (Freon 113). Num
médios de amônia são de 14 mg/cigarro, galpão abandonado, foi encontrado um ci-
encontram-se, aproximadamente, quantas lindro supostamente contendo um destes
moléculas de amônia por cigarro? gases. Identifique qual é o gás, sabendo-se
que o cilindro tinha um volume de 10,0 L, a
5. Em uma prova de atletismo, um atleta gas- massa do gás era de 85 g e a pressão era de
ta cerca de 720 kcal, o que equivale a 180 2,00 atm a 27 °C.
g do carboidrato C3H6O3. A partir dessas Dados: massas molares em (g · mol–1): H = 1,
informações, é correto afirmar que essa C = 12, F = 19, Cℓ = 35,5.
quantidade de carboidrato corresponde a
quantos mol de carboidrato? 1
0. (UFG) Um cilindro contendo 64 g de O2 e
84 g de N2 encontra-se em um ambiente re-
6. O hidrogênio, por ser mais leve que o ar, foi frigerado a –23 °C. O manômetro conectado
muito usado no passado para encher balões a esse cilindro indica uma pressão interna de
dirigíveis. Contudo, existe um grande risco de 4 atm. Além disso, o manômetro também in-
explosão. Sabe-se que a produção de hidrogê- dica um alerta de que as paredes do cilindro
nio pode ser realizada a partir do metano com suportam, no máximo, 4,5 atm de pressão.
vapor de água, segundo a seguinte reação não Devido a uma falha elétrica, a refrigeração é
balanceada CH4(g) + H2O(g) → CO2(g) + H2(g). desligada e a temperatura do ambiente, em
que o cilindro se encontra, se eleva a 25 °C.
Qual a massa de CH4, em kg, consumida nes-
Dado: R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1
se processo para produzir um volume de gás
a) Calcule o volume do cilindro e a pressão par-
hidrogênio nas CNTP capaz de encher um ba-
cial de cada gás nas condições iniciais em
lão dirigível de 560 m3?
que o cilindro se encontrava.
b) Demonstre, por meio de cálculos, se as pa-
7. Um balão de volume constante de 273 L é redes do cilindro vão resistir à nova pressão
cheio com oxigênio gasoso até alcançar a interna, a 25 °C, após a falha elétrica.
pressão interna de 4,1 atm a 0 ºC. De acordo
com estas informações, determine:

214
1
1. Recentemente, identificou-se um aumento CaCO3(s) + 2HCℓ(aq) → CaCℓ2(aq) + H2O(ℓ) + CO2(g)
da concentração de metanal (CH2O) (formal-
A partir do resfriamento da solução aquo-
deído) no ar da cidade de São Paulo, possi- sa de cloreto de cálcio, resultante da reação
velmente ocasionado por combustão incom- apresentada, forma-se o CaCℓ2(s).
pleta em motores de automóveis adaptados a) Descreva os processos de separação envolvi-
para uso de gás natural. Admita que o gás dos na obtenção do sólido CaCℓ2.
natural seja constituído exclusivamente por b) Calcule a massa de cloreto de cálcio que
metano e que, durante o processo de com- pode ser obtida a partir da reação de 625
bustão, 1% dessa substância se converte g de calcário contendo 80% de CaCO3 com
apenas em formaldeído e água. excesso de solução de HCℓ.
Determine a massa, em gramas, de metanal
formado quando todo o metano, originalmen- 1
4. (Uema) Um aluno do ensino médio, ao utili-
te contido em um tanque de 82 L, à tempe- zar argumento criativo para classificar uma
ratura de 300 K e pressão de 150 atm, sofre solução com base em seu coeficiente de solu-
combustão. Admita que o metano armazena- bilidade, apresentou a seguinte resposta:
do no tanque se comporte como um gás ideal.
“Solução insaturada – limonada com pouco
Dados: R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1;
açúcar. Solução saturada – açúcar na medida
H = 1; C = 12; O = 16.
certa, sente-se um suco de limão adocicado.
Reação: CH4 + O2 → CH2O + H2O
Solução supersaturada – uma limonada em
que não se sente mais o gosto do limão, só
1
2. (UEPG) Foram misturados 5,0 g de cloreto de do açúcar.”
sódio e 18,0 g de nitrato de prata ambos em A professora explicou que o coeficiente de
solução aquosa, o que levou à formação de solubilidade varia de acordo com o solu-
um precipitado branco de cloreto de prata. to, com a quantidade de solvente e com a
Com relação à reação ocorrida, assinale o que temperatura em que se encontra a solução,
for correto. fazendo uso do gráfico abaixo, cuja curva
Dados: Na = 23; O = 16; Ag = 108; N = 14. mostra a quantidade máxima de soluto dis-
01) A equação balanceada para essa rea- solvido para uma dada temperatura.
ção é a seguinte: NaCℓ(aq) + AgNO3(aq) → Disponível em: <https://br.answers.yahoo.com/question/ind
NaNO3(aq) + AgCℓ(s). ex?qid=20090217092126AAVruYV>. Acesso em: 18 set. 2014.
02) O reagente em excesso na reação é o
NaCℓ.
04) A massa que sobra do reagente em exces-
so após a ocorrência da reação é de 3,5 g.
08) A massa do precipitado de AgCℓ formado
é de 44,1 g.
16) O reagente limitante da reação é o AgNO3.
Obs: para resolução deste exercício, considerar
que a equação da proposição 1 está correta.

1
3. (UFTM) O cloreto de cálcio, por ser um sal hi-
groscópico, absorve umidade com facilidade.
Devido a essa propriedade, é utilizado como Analise o gráfico utilizado pela professora e
agente secante nos laboratórios de química explique, com base no conceito do aluno, as
e pode ser preparado a partir da reação de situações representadas pelas soluções A e B.
calcário com ácido clorídrico. Justifique cada situação.

1
5. (Unesp) O cloreto de cobalto(II) anidro, CoCℓ2 é um sal de cor azul, que pode ser utilizado como in-
dicador de umidade, pois torna-se rosa em presença de água. Obtém-se esse sal pelo aquecimento
do cloreto de cobalto(II) hexa-hidratado, CoCℓ2 · 6H2O de cor rosa, com liberação de vapor de água.
aquecimento
sal hexa-hidratado (rosa) sal anidro (azul) + vapor de água
Determine aproximadamente a massa de sal anidro obtida pela desidratação completa de 0,1 mol
de sal hidratado.
Dados: Co = 58,9; Cℓ = 35,5.

215

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