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A Mentalidade de Combate

Por Jeff Cooper

O homem luta com sua mente. Suas mãos e armas são meras
extensões de sua vontade, de forma que uma das falácias de nosso
tempo é a noção de que equipamento é o equivalente a força.

Por aproximadamente 20 anos venho ensinando a arte do


manuseio de armamento - que pode ser definida como a conjugação
de destreza, pontaria e consciência tática – e, talvez, 50 de meus
alunos já tenham tido a oportunidade de usar essas habilidades em
confrontos letais. (Eu digo "talvez" porque suponho que nem todo
cliente me relata suas experiências).

De, aproximadamente, 30 que enviaram relatos, nenhum disse


que sua vida foi salva por sua destreza, tampouco pela pontaria, mas
sim sua por "mentalidade".

O que, então, é a "mentalidade de combate"?

É o estado mental que garante a vitória em um confronto


armado. É composto de atenção, antecipação, concentração e frieza.
Mas, acima de tudo, sua essência é o autocontrole. Destreza e
pontaria são pré-requisitos para a confiança e confiança é pré-
requisito para o autocontrole.

Qualquer estado mental é algo totalmente subjetivo, variando


infinitamente de individuo para indivíduo. Nós não interpretamos
nossas experiências de formas iguais e qualquer um que lhe diga
como você vai se sentir em um confronto não estudou o assunto
com profundidade.

Por outro lado, podemos conversar com muitos que já


experimentaram o combate e adicionar aos seus relatos nossas
próprias experiências, de forma a explorar o assunto - de maneira
preliminar.

Nesse estudo, é importante ter em mente que enquanto os


tempos mudam rapidamente, pessoas mudam de forma lenta. Abraão
ficaria espantado com a eletricidade, mas não Chernenko. O estilo de
vida da Inglaterra elisabetana era muito diferente do nosso, mas os
personagens de Shakespeare enxergavam a vida assim como nós.

Devemos desconsiderar a noção de que um homem do século


XX reage à violência de forma diferente da de seu avô. Podem lhe

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dizer que a reação será diferente – por razões fantasiosas –, mas
quando ele estiver cara a cara com o leão, sua reação será a
mesma. Às vezes o resultado será positivo, às vezes negativo, mas
isso vai depender de seu caráter, ao invés da mentalidade vigente à
época.

O combate é uma experiência incomum para a maioria de nós,


mas emergências, de uma maneira geral, sempre são. No entanto, o
combate ocorre e qualquer pessoa minimamente instruída sabe
disso e se prepara.

Apesar do que possamos ouvir por aí, o combate não é


característico de qualquer profissão ou situação em particular. Ele
pode ocorrer com um policial, mas pode, da mesma forma, ocorrer
com um barbeiro, corretor ou biólogo. Aceitar isso é dar o primeiro
passo rumo à segurança física. Ninguém pode resolver qualquer
problema de que não tenha ciência.

A seguir, analisaremos a mentalidade de combate sob três


perspectivas - antes, durante e depois da ação. Eu posso lhe dizer
como eu me senti, mas essa não é, de modo algum, minha principal
ferramenta de pesquisa. Pelo contrário, irei me basear em dezenas
de entrevistas informais com homens que falaram com total
franqueza, sem preocupação com o que seus supervisores,
advogados, esposas ou a imprensa poderiam pensar.

Eu não posso dizer como você vai se sentir quando o sinal de


alerta tocar, mas eu posso dizer como muitos outros se sentiram.

Conceitualmente, a pistola é uma arma defensiva destinada a


impedir agressões letais. Portanto, quando tiver que ser usada, o
será quase sem nenhum aviso. O homem que atira para salvar sua
vida, de sua esposa ou filho, raramente terá tempo para processar a
situação, se preparar, fazer uma oração, entoar uma canção de
guerra ou realizar uma dança. Sua reação mental provavelmente será
de surpresa, ao invés de medo, já que este leva tempo para se
estabelecer. Já que ele não pode antecipar situações específicas,
deve se antecipar de forma genérica. Presume-se que qualquer um
que porte uma pistola tenha ciência de que poderá ter que usá-la.
No entanto, há uma grande diferença entre a hipótese e a
possibilidade real de um evento ocorrer.

Para que possa se antecipar de forma genérica, o atirador


deve treinar até alcançar um estado mental em que a súbita certeza
do perigo não o surpreenda. É essencial que o homem que porta

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uma arma reaja a uma ameaça repentina com a convicção e
confiança de que ele pode lidar com a situação. Sua resposta não
deveria ser: "Oh meu Deus, estou em combate"! Mas sim: "Eu pensei
que isso poderia acontecer e sei como agir".

Em vez da sensação de que a situação é uma novidade, deve-


se sentir que ela é apenas um pouco diferente de fatos já ocorridos
e que se está no comando, ao invés de seu agressor. Ele deve
considerar o uso rápido e preciso de sua arma como "Plano B" e
estar totalmente pronto para executá-lo quando confrontado por um
adversário mortal. Nesta situação, não pode haver acúmulo de
emoções e o exercício do atirador será totalmente intelectual. Ele
não terá tempo para ficar alterado por emoções até que a luta
termine.

Às vezes, no entanto, haverá sinais e nessas ocasiões a


emoção deverá resistir à ação. Quando outro homem manifestar a
intenção e capacidade de lhe matar e houver tempo suficiente entre
essa manifestação e o enfrentamento real, sua resposta
provavelmente será de intenso alerta. (Eu não gosto de usar a
palavra "medo", mas você tem a liberdade de fazê-lo, se desejar.)

Quando, de repente, você perceber que aqueles homens que


ali se encontram estão armados e preparados para lhe matar,
provavelmente sentirá um frio na barriga.

O remédio para essa sensação é a raiva.

O medo e a raiva são muito semelhantes biologicamente e não


é muito difícil para alguém transformar uma em outra. Eu já vivenciei
isso pessoalmente inúmeras vezes e conversei com um grande
número pessoas sobre o assunto. Isso ocorre em situações
militares, policiais e em situações "civis". Quando um homem
demonstra que está pronto e disposto lhe matar, sua resposta não
deve ser medo, mas raiva.

Eu me lembro de um episódio envolvendo a perseguição de um


carro em um trânsito moderadamente pesado, na qual, após a
compreensão inicial de que se tratava de situação de vida e morte, o
principal estado emocional do sujeito era de pura raiva fria e
concentrada. E funcionou. A visão permaneceu clara e as mãos
firmes.

Podemos concluir que, embora geralmente não haja tempo para


o medo se desenvolver, nas situações em que há tempo, esse medo

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deve ser deliberadamente superado pela raiva, de forma a se manter
o controle sobre a ação que está por vir.

Um combate envolvendo armas de porte geralmente é iniciado


por um disparo por parte do agressor. Em outras ocasiões, pode ser
iniciado por um inconfundível movimento, capaz de indicar que o
agressor está prestes a disparar. Isso desencadeia a resposta de
combate do indivíduo condicionado e essa resposta deve ser de fria
atenção aos detalhes.

Depois que você decide que deve atirar, é necessário que


empregue técnicas que lhe permitirão fazê-lo. A defesa em um
combate armado geralmente não exige grande pontaria, mas a
técnica apropriada ainda deve ser aplicada, caso se pretenda
prevenir o desastre.

Temos conhecimento de vários casos em que um atirador


altamente qualificado disparou uma série de péssimos tiros a curta
distância, não porque ele não sabia atirar, mas porque não prestou
atenção em seus disparos. Nestes casos ele parece ter pensado
sobre tudo o que estava saindo errado - como o perigo que corria, a
antecipação do choque, preocupação com questões legais ou outras
irrelevâncias.

Quando você está sendo alvo de disparos, há apenas uma


coisa apropriada para se pensar, que é o seu próprio tiro. Todos os
outros pensamentos devem ser apagados.

O seu monitor de alerta deve mostrar em negrito, na cor


vermelha, o seguinte: “Maça de mira. Pressionar o gatilho. Maça de
mira. Pressionar o gatilho”. Se você se concentrar em pressionar o
gatilho de forma estável, firme e tranquila, é quase certo que irá
sobreviver ao confronto. Se esquecer disso, provavelmente não
sobreviverá.

Eu ouvi dizer que muitos policiais entrevistados após tiroteios


admitiram não terem olhado para a maça de mira. É claro que não
devemos negar essa possibilidade, mas não deveríamos usá-la como
exemplo de como as coisas devem ser feitas.

Em dois anos, em apenas um grande departamento de polícia,


foram registrados trinta e dois confrontos com armas de porte
envolvendo membros da SWAT. Vinte e quatro se lembram de terem
focado na maça de mira, tendo sucesso em acertar o agressor. Oite
se recordam de não terem olhado para a maça de mira, vindo a errar

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o agressor. Isso representa um percentual de 100% dos casos
confirmando meus ensinamentos. Eu não inventei esses dados. Eles
me foram passados pelo instrutor do departamento.

Certa vez, me dirigi a um atirador policial experiente e


amplamente reconhecido, e indaguei o que ele se recordava a
respeito de seu primeiro confronto letal. Ele respondeu, em alto e
bom som para todos ouvirem, que “estava olhando para minha maça
de mira de forma tão focada, que podia ver os arranhões dela”. Ele
obteve 3 acertos com os 3 disparos que efetuou.

Em estudo de caso mais recente, do ano passado, um indivíduo


me contou em sua carta que, tão logo visualizou o cano da arma de
seu agressor sendo apontado para sua direção, apagou todos os
pensamentos de sua mente, menos a concentração em sua maça de
mira e em pressionar o gatilho de forma estável, firme e tranquila. Ele
se saiu bem.

Essa seria, de fato, a fórmula para o sucesso.

O ponto crítico é a criação de um "gatilho mental” antes da


ação. Este gatilho mental pode ser qualquer coisa, mas deve ser
sempre suficiente na mente do atirador para justificar sua ação letal.
Geralmente, será um disparo efetuado em sua direção ele, mas pode
ser uma arma apontada contra ele ou apontada com intenções letais
contra outra pessoa. De qualquer forma, o gatilho deve ser
estabelecido com antecedência, para que não haja necessidade de
reflexão na hora da verdade. Não há possibilidade de atrasos e
equívocos.

Uma pessoa que tenha reservas morais em relação à


autodefesa não deve carregar uma arma, em primeiro lugar.

Se você aceitar o fato de que poderá ter que lutar para salvar
sua vida, se treinar para usar suas armas com habilidade e rapidez,
e se mantiver o autocontrole para agir apenas quando houver
justificativa, é provável que não tenha dificuldade psicológica para se
defender. Pelo menos até agora eu nunca encontrei ninguém que
tenha tido.

Agora, apresentaremos uma série de observações novas e


curiosas sobre o provável sentimento de alguém que tenha tido
sucesso em um confronto. O termo popular é "trauma pós-
operacional" (TPO)

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É comum ouvirmos que quando alguém ganha um confronto
letal, se sente horrível. É estranho que ninguém pareça ter se
sentido mau sobre isso até muito recentemente.

Ao longo da história, a vitória em um confronto foi, geralmente,


considerada motivo de alegria. Só agora que se tornou
presumivelmente uma mancha.

Ao estudar nossa história, dos faraós às ilhas Malvinas, ficamos


com a impressão de que o sentimento principal do vencedor no
combate mortal é satisfação. Em termos simples, o que ouvimos
desde tempos imemoriais até o presente é: "Eu não o teria matado
se não fosse necessário, mas era necessário e estou feliz por tê-lo
feito".

Quando Davi matou Golias, não houve registros de ele ter


entrado em choque; tampouco Teseu quando matou o Minotauro; nem
Andy Jackson quando matou o Dr. Dickinson em um duelo; muito
menos Teddy Roosevelt quando se encontrava em um bar na
fronteira; nem Eduardo Grijalva quando matou dois assassinos em
frente ao seu escritório em San Salvador. Assim também a grande
maioria dos policiais e cidadãos que tiveram que atirar para
defender-se nas ruas dos Estados Unidos nos últimos meses.

Pode-se propor que a situação vivenciada pelo militar seja


emocionalmente diferente da do civil e, em certo sentido, isso pode
ser verdade. No entanto, após reflexão, fica óbvio que qualquer TPO
deve ser muito mais problemático para o soldado. Dificilmente se
pode condenar um soldado inimigo por responder ao apelo do seu
país às armas – muito pelo contrário. O inimigo morto na guerra pode
ser um companheiro esplêndido; valente, limpo, reverente, sincero e
assim por diante. No entanto, um criminoso predador que vitima
inocentes não-combatentes nas ruas é um “ganso” comprovado,
condenado por suas próprias escolhas. Alguns homens podem ficar
chateados por matá-lo, mas ninguém que eu tenha conhecido.

Mas deve haver algo a mais por trás do TPO. Ele não poderia
ser tão bem descrito caso não houvesse alguns policiais que o
tivessem experimentado. É minha convicção, no entanto, que se
trata, principalmente, de uma inovação de relações públicas
projetada para defesa em vários tipos de litígios absurdos que se
tornaram comuns em nossos tribunais. Os policiais agora recebem
instruções de seus supervisores para que, caso se envolvam em um
confronto, sua atitude seja de choque, desânimo, horror e histeria.
Isto tudo para apresentar uma imagem adequada para a imprensa.

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Na realidade, o que eles geralmente sentem é satisfação e
orgulhoso. Repito que não pretendo usar minha própria experiência
como guia, mas me lembro da sensação de júbilo após a ação.
Depois que se olha para o cano da arma do adversário, há uma
tendência a se gabar. Piadas parecem mais engraçadas, o céu mais
azul, a cerveja mais gelada e a cama mais quente. Não para todos,
talvez, mas para todos os que participaram de minhas investigações.

Ao longo de nossa história, vencer amparado por uma justa


causa sempre foi considerado algo admirável e a derrota uma
desgraça. Essa noção repentina de que há algo de desonroso em
ganhar um confronto mortal é estranha e, penso eu, aberrante. Todo
este assunto do TPO pode ser em grande parte uma invenção dos
psiquiatras.

A mentalidade de combate, portanto, deve ser:

A. Antes do fato - alerta, preparado e consciente. Se houver


tempo para o medo se estabelecer, deve ser superado por um
esforço consciente em direção à raiva.

B. Durante a ação - concentração total sobre a questão


técnica de colocar o tiro corretamente.

C. Após o conflito - provavelmente alívio, satisfação e orgulho -


nessa ordem. Se é aconselhável que o atirador demonstre aflição,
por várias razões ocultas, isso é uma questão administrativa.

Não há nada de errado em ganhar. Há muita coisa errada em


perder. Aqueles que portam armas devem ter isso em mente.

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