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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA – IFSC

CAMPUS CRICIÚMA

Engenharia Mecatrônica

INDÚSTRIA 4.0: ROBÓTICA COLABORATIVA

ISABELE ANTUNES DAL PONT

Criciúma, 27 de fevereiro de 2020


1. INTRODUÇÃO

O termo “Indústria 4.0” tornou-se público em 2011, com uma iniciativa criada
por representantes de empresas, da política e estudiosos que promoveram a ideia da
Indústria 4.0 como uma abordagem para fortalecer a competitividade da indústria de
manufatura da Alemanha. (HERMANN; PENTEK; OTTO, 2015)

A Indústria 4.0 abrange um conjunto de tecnologias de ponta ligadas à internet


com objetivo de tornar os sistemas de produção mais flexíveis e colaborativos, como
por exemplo as Smart Factories, em que as máquinas usam auto otimização,
autoconfiguração e até mesmo inteligência artificial para completar tarefas complexas,
a fim de proporcionar eficiências de custo muito superiores e bens ou serviços de
melhor qualidade. Nessas indústrias, as simulações serão um aspecto importante
para alcançar uma produção flexível, pois a utilização de sensores em toda a fábrica
permite a aquisição de dados em tempo real. (BAHRIN; OTHMAN; AZLI, 2016)

De acordo com relatório publicado pela Confederação Nacional da Indústria


(2016, p. 17), estima-se que, até 2025, os processos relacionados à Indústria 4.0
poderão reduzir custos de manutenção de equipamentos em até 40%, reduzir o
consumo de energia em até 20% e aumentar a eficiência do trabalho em até 25%,
podendo impactar o PIB brasileiro em aproximadamente US$ 39 bilhões até 2030.
(SIGAHI; ANDRADE, 2017)

Nesse cenário, a produção deve ser necessariamente rápida para suprir as


demandas dos clientes, com esse intuito a automação industrial é capaz de manter a
alta eficiência e garante a competitividade da empresa. Entretanto, essa é escassa
em flexibilidade para lidar com imprevistos no ambiente de trabalho resultantes de
mudanças. Enquanto o ser humano, em certos casos, consegue lidar com imprevistos
e variáveis, porém são limitados por suas capacidades físicas, como por exemplo,
repetição de um mesmo trabalho por um longo período, velocidade de trabalho,
capacidade de elevar grandes cargas, resultando em uma redução da eficiência e da
qualidade de produção. (ZAATARI et al., 2019)

As vezes a solução mais eficiente para uma produção flexível é não apenas
utilizar mão de obra humana ou robótica, mas criar uma combinação destes dois,
surgindo assim a Colaboração Humano-Robô (HRC) que prevê o trabalho de tarefas
colaborativas em um mesmo ambiente, aderindo medidas de segurança, como o
controle de força e velocidade, e a exclusão de partes que possam engalhar no
trabalhador, sendo assim foram criados os robôs colaborativos, também chamados
Cobots. (ZAATARI et al., 2019) Sendo assim, a máquina não substitui o humano, mas
complementa suas capacidades e o dispensa de tarefas árduas. (AMIRSHIRZAD;
KAYA; OZTOP, 2016)
2. EXEMPLO DE APLICAÇÃO

O termo Robótica Colaborativa é um ponto chave para a indústria 4.0, é


utilizado para designar um ambiente no qual uma pessoa trabalha próximo a um robô,
porém não necessariamente existe uma interação física entre ambos. Esse tipo de
robô apresenta facilidade na programação, como por exemplo, serem programados
por demonstração de guiagem manual, ele diminui o espaço físico ocupado pela célula
de trabalho já que não é necessária uma cela para o robô, pois pode operar com
pessoas próximas. (CORREIA, 2018)

Existe uma categorização que divide os graus de colaboração entre o robô


colaborativo e o operador para executar tarefas na produção de um produto, como
mostra na Figura 1. A primeira categoria é “Independente”, em que o operador e o
robô trabalham cada um em seu processo, fabricando produtos diferentes, porém o
robô está ciente da presença do operador e age de forma segura. A segunda categoria
é chamada “Simultâneo”, na qual o operador e o robô trabalham em processos
diferentes para produzir o mesmo produto, porém não há dependência entre os dois.
A terceira categoria é “Sequencial”, nesse o operador e o robô executam processos
sequenciais para produzir o mesmo produto, por isso há dependência entre os dois.
A quarta categoria é “Solidário”, em que o operador e o robô trabalham
simultaneamente no mesmo processo para produzir o mesmo produto, existe grande
dependência entre o robô e o operador. (ZAATARI et al., 2019)

Figura 1 – Graus de colaboração entre robô e operador na indústria.

Fonte: (ZAATARI et al., 2019)


Os Cobots são de grande importância para a Indústria 4.0, pois permitem a
conexão de todas as informações relevantes da fábrica à um sistema computacional
em tempo real, com esse conhecimento é possível otimizar a produção de forma
autônoma. Com a utilização de sistemas embarcados com sensores integrados, eles
possibilitam automatizar tarefas delicadas de montagem e se for realizado um contato
inesperado, os Cobots reduzem sua velocidade para evitar possíveis lesões. Quando
pessoas e robôs podem trabalhar com segurança juntos, muitas precauções de
segurança convencionais se tornam supérfluas, custos adicionais que normalmente
seriam necessários para a tecnologia de segurança e cercas de proteção podem ser
dispensados, como mostra a Figura 2. (KUKA, 2018)

Figura 2 – Diferenças entre um Cobot e um robô convencional

Fonte: (MITSUBISHI ELETRIC)


A arquitetura de um robô colaborativo é realizada por sistemas embarcados
que obtém as informações recebidas por sensores fixados no robô, processa os dados
e programa o robô. O processo inicia com a presença do operador próximo ao braço
robótico, que acionara o sensor de presença ou a câmera presente, a qual enviará a
informação para o controlador que irá parametrizar o robô, reduzindo a velocidade e
a força de seus motores, como medida de segurança ao operador. Esse processo
está ilustrado na Figura 3.

Figura 3 – Arquitetura de um robô colaborativo

Fonte: (PEDRO NETO et al., 2019)


3. CONCLUSÃO

No Brasil, a aplicação da Indústria 4.0 ainda é pequena e apenas em empresas


específicas de grande porte, que possuem capital alto suficiente para investirem
nessas novas tecnologias, já que a maioria das empresas brasileiras ainda estão
realizando a transição da Indústria 2.0 para a Indústria 3.0, porém em países mais
desenvolvidos como a Alemanha, onde originou o termo Indústria 4.0, já possuem
fábricas com as tecnologias implantadas.

Para que o país alcance esse nível de tecnologia, será necessário o


investimento na educação de novos profissionais com os conhecimentos adequados
para implementarem as tecnologias e realizarem treinamentos aos outros
profissionais. A aplicação destas novas tecnologias também será um desafio para as
indústrias pois para manterem-se competitivas precisarão modernizar seus parques
fabris, e para isso será necessário um grande investimento em equipamentos e
tecnologias. Entretanto, a tendência é que essas se tornem mais baratas com o passar
do tempo. (AIRES; MOREIRA; FREIRE, 2017)

O robô colaborativo por ser uma tecnologia recente ainda necessita de alto
investimento e por isso não é muito utilizado nas indústrias brasileiras. Porém, a
expectativa é de que cresça nos próximos anos, em todos os segmentos industriais e
em fábricas de todos os portes, pois ele aumenta de forma radical a produtividade das
indústrias de manufatura e possui uma instalação rápida por não precisar ser isolado
do convívio humano.
REFERÊNCIAS

AIRES, Regina Wundrack do Amaral; MOREIRA, Fernanda Kempner; FREIRE,


Patricia de Sá. Indústria 4.0: desafios e tendências para a gestão do
conhecimento. SUCEG - Seminário de Universidade Corporativa e Escolas de
Governo, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 224-247, dec. 2017. ISSN 2594-7958. Disponível em:
<http://anais.suceg.ufsc.br/index.php/suceg/article/view/49>. Acesso em: 22 de
fevereiro de 2020.

BAHRIN, Mohd Aiman Kamarul; OTHMAN, Mohd Fauzi; AZLI, Nor Hayati Nor.
Industry 4.0: a review on industrial automation and robotic. Jurnal Teknologi, Kuala
Lumpur, v. 6-13, n. 78, p.137-143, jun. 2016.

CORREIA, Vitor Costa Antonelli. Um Estudo sobre o impacto da robótica


colaborativa na produtividade em tarefas manuais. 2018. 67 f. Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.

HERMANN, Mario; PENTEK, Tobias; OTTO, Boris. Design Principles for Industrie
4.0 Scenarios: A Literature Review. 2015. 16 f. - Fakultät Maschinenbau,
Technische Universität Dortmund, Alemanha, 2015.
KUKA. Cobots in the industry. 2018. Disponível em: <https://www.kuka.com/pt-
br/future-production/industrie-4-0/industrie-4-0-cobots-in-industry> Acesso em 18 de
fevereiro de 2020.
MITSUBISHI ELETRIC. Improved safety through collaborative work applications.
Disponível em:
<https://www.mitsubishielectric.com/fa/products/rbt/robot/pmerit/safety.html> Acesso
em 21 de fevereiro de 2020.

PEDRO NETO, et al. Gesture-based human-robot interaction for human


assistance in manufacturing. 2019. 13 f. Mechanical Engineering, University Of
Coimbra, Coimbra, 2019.

SIGAHI, Tiago Fonseca Albuquerque Cavalcanti; ANDRADE, Bárbara Cristina de. A


indústria 4.0 a perspectiva da engenharia de produção no brasil: levantamento
e síntese de trabalhos publicados em congressos nacionais. 2017. 13 f. Curso de
Engenharia de Produção, Ufscar, Joinville, 2017.
ZAATARI, Shirine El et al. Cobot programming for collaborative industrial tasks:
An overview. 2019. 36 f. Environment And Computing Engineering, Conventry
University, United Kingdom, 2019.

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