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Técnico do MPU

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Prof. Mateus Silveira
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Professor Mateus Silveira

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Edital 2018

ACESSIBILIDADE: 1 Lei nº 13.146/2015 e suas alterações (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa


com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência).

BANCA: CESPE

CARGO: Técnico do MPU - Especialidade: Administração

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ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

LEI Nº 13.146, por meio do Decreto Legislativo nº 186, de


9 de julho de 2008, em conformidade com
DE 6 DE JULHO DE 2015
o procedimento previsto no § 3º do art. 5º
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa da Constituição da República Federativa do
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Defi- Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurí-
ciência). dico externo, desde 31 de agosto de 2008, e
promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA de agosto de 2009, data de início de sua vi-
gência no plano interno.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei: Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência
aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
LIVRO I o qual, em interação com uma ou mais barrei-
ras, pode obstruir sua participação plena e efe-
PARTE GERAL tiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
§ 1º A avaliação da deficiência, quando ne-
TÍTULO I cessária, será biopsicossocial, realizada por
equipe multiprofissional e interdisciplinar e
Disposições Preliminares considerará:
I – os impedimentos nas funções e nas es-
truturas do corpo;
CAPÍTULO I II – os fatores socioambientais, psicológicos
DISPOSIÇÕES GERAIS e pessoais;

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão III – a limitação no desempenho de ativida-


da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa des; e
com Deficiência), destinada a assegurar e a pro- IV – a restrição de participação.
mover, em condições de igualdade, o exercício
dos direitos e das liberdades fundamentais por § 2º O Poder Executivo criará instrumentos
pessoa com deficiência, visando à sua inclusão para avaliação da deficiência.
social e cidadania.
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, conside-
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a ram-se:
Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência e seu Protocolo Faculta- I – acessibilidade: possibilidade e condição
tivo, ratificados pelo Congresso Nacional de alcance para utilização, com segurança e

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autonomia, de espaços, mobiliários, equi- mensagens e de informações por intermé-
pamentos urbanos, edificações, transpor- dio de sistemas de comunicação e de tecno-
tes, informação e comunicação, inclusive logia da informação;
seus sistemas e tecnologias, bem como de
outros serviços e instalações abertos ao pú- e) barreiras atitudinais: atitudes ou com-
blico, de uso público ou privados de uso co- portamentos que impeçam ou prejudiquem
letivo, tanto na zona urbana como na rural, a participação social da pessoa com defici-
por pessoa com deficiência ou com mobili- ência em igualdade de condições e oportu-
dade reduzida; nidades com as demais pessoas;

II – desenho universal: concepção de pro- f) barreiras tecnológicas: as que dificultam


dutos, ambientes, programas e serviços a ou impedem o acesso da pessoa com defici-
serem usados por todas as pessoas, sem ência às tecnologias;
necessidade de adaptação ou de projeto es- V – comunicação: forma de interação dos
pecífico, incluindo os recursos de tecnologia cidadãos que abrange, entre outras opções,
assistiva; as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: Sinais (Libras), a visualização de textos, o
produtos, equipamentos, dispositivos, re- Braille, o sistema de sinalização ou de co-
cursos, metodologias, estratégias, práticas e municação tátil, os caracteres ampliados, os
serviços que objetivem promover a funcio- dispositivos multimídia, assim como a lin-
nalidade, relacionada à atividade e à parti- guagem simples, escrita e oral, os sistemas
cipação da pessoa com deficiência ou com auditivos e os meios de voz digitalizados e
mobilidade reduzida, visando à sua autono- os modos, meios e formatos aumentativos
mia, independência, qualidade de vida e in- e alternativos de comunicação, incluindo as
clusão social; tecnologias da informação e das comunica-
ções;
IV – barreiras: qualquer entrave, obstáculo,
atitude ou comportamento que limite ou VI – adaptações razoáveis: adaptações, mo-
impeça a participação social da pessoa, bem dificações e ajustes necessários e adequa-
como o gozo, a fruição e o exercício de seus dos que não acarretem ônus despropor-
direitos à acessibilidade, à liberdade de mo- cional e indevido, quando requeridos em
vimento e de expressão, à comunicação, ao cada caso, a fim de assegurar que a pessoa
acesso à informação, à compreensão, à cir- com deficiência possa gozar ou exercer, em
culação com segurança, entre outros, classi- igualdade de condições e oportunidades
ficadas em: com as demais pessoas, todos os direitos e
liberdades fundamentais;
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas
vias e nos espaços públicos e privados aber- VII – elemento de urbanização: quaisquer
tos ao público ou de uso coletivo; componentes de obras de urbanização,
tais como os referentes a pavimentação,
b) barreiras arquitetônicas: as existentes saneamento, encanamento para esgotos,
nos edifícios públicos e privados; distribuição de energia elétrica e de gás,
iluminação pública, serviços de comunica-
c) barreiras nos transportes: as existentes ção, abastecimento e distribuição de água,
nos sistemas e meios de transportes; paisagismo e os que materializam as indica-
d) barreiras nas comunicações e na infor- ções do planejamento urbanístico;
mação: qualquer entrave, obstáculo, atitu- VIII – mobiliário urbano: conjunto de ob-
de ou comportamento que dificulte ou im- jetos existentes nas vias e nos espaços pú-
possibilite a expressão ou o recebimento de blicos, superpostos ou adicionados aos ele-

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mentos de urbanização ou de edificação, de XIII – profissional de apoio escolar: pessoa


forma que sua modificação ou seu traslado que exerce atividades de alimentação, hi-
não provoque alterações substanciais nes- giene e locomoção do estudante com defi-
ses elementos, tais como semáforos, postes ciência e atua em todas as atividades esco-
de sinalização e similares, terminais e pon- lares nas quais se fizer necessária, em todos
tos de acesso coletivo às telecomunicações, os níveis e modalidades de ensino, em ins-
fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, tituições públicas e privadas, excluídas as
bancos, quiosques e quaisquer outros de técnicas ou os procedimentos identificados
natureza análoga; com profissões legalmente estabelecidas;
IX – pessoa com mobilidade reduzida: aque- XIV – acompanhante: aquele que acompa-
la que tenha, por qualquer motivo, dificul- nha a pessoa com deficiência, podendo ou
dade de movimentação, permanente ou não desempenhar as funções de atendente
temporária, gerando redução efetiva da pessoal.
mobilidade, da flexibilidade, da coordena-
ção motora ou da percepção, incluindo ido-
so, gestante, lactante, pessoa com criança
de colo e obeso; CAPÍTULO II
DA IGUALDADE E DA NÃO
X – residências inclusivas: unidades de ofer-
ta do Serviço de Acolhimento do Sistema DISCRIMINAÇÃO
Único de Assistência Social (Suas) localiza-
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direi-
das em áreas residenciais da comunidade,
to à igualdade de oportunidades com as demais
com estruturas adequadas, que possam
pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de dis-
contar com apoio psicossocial para o aten-
criminação.
dimento das necessidades da pessoa acolhi-
da, destinadas a jovens e adultos com de- § 1º Considera-se discriminação em razão
ficiência, em situação de dependência, que da deficiência toda forma de distinção, res-
não dispõem de condições de autossusten- trição ou exclusão, por ação ou omissão,
tabilidade e com vínculos familiares fragili- que tenha o propósito ou o efeito de preju-
zados ou rompidos; dicar, impedir ou anular o reconhecimento
ou o exercício dos direitos e das liberdades
XI – moradia para a vida independente da
fundamentais de pessoa com deficiência,
pessoa com deficiência: moradia com estru-
incluindo a recusa de adaptações razoáveis
turas adequadas capazes de proporcionar
e de fornecimento de tecnologias assistivas.
serviços de apoio coletivos e individuali-
zados que respeitem e ampliem o grau de § 2º A pessoa com deficiência não está obri-
autonomia de jovens e adultos com defici- gada à fruição de benefícios decorrentes de
ência; ação afirmativa.
XII – atendente pessoal: pessoa, membro Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida
ou não da família, que, com ou sem remu- de toda forma de negligência, discriminação,
neração, assiste ou presta cuidados básicos exploração, violência, tortura, crueldade, opres-
e essenciais à pessoa com deficiência no são e tratamento desumano ou degradante.
exercício de suas atividades diárias, excluí-
das as técnicas ou os procedimentos iden- Parágrafo único. Para os fins da proteção
tificados com profissões legalmente estabe- mencionada no caput deste artigo, são
lecidas; considerados especialmente vulneráveis a
criança, o adolescente, a mulher e o idoso,
com deficiência.

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Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacida- Seção Única
de civil da pessoa, inclusive para: DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
I – casar-se e constituir união estável;
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos; receber atendimento prioritário, sobretudo
com a finalidade de:
III – exercer o direito de decidir sobre o nú-
mero de filhos e de ter acesso a informa- I – proteção e socorro em quaisquer cir-
ções adequadas sobre reprodução e plane- cunstâncias;
jamento familiar;
II – atendimento em todas as instituições e
IV – conservar sua fertilidade, sendo veda- serviços de atendimento ao público;
da a esterilização compulsória;
III – disponibilização de recursos, tanto hu-
V – exercer o direito à família e à convivên- manos quanto tecnológicos, que garantam
cia familiar e comunitária; e atendimento em igualdade de condições
com as demais pessoas;
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à
curatela e à adoção, como adotante ou ado- IV – disponibilização de pontos de parada,
tando, em igualdade de oportunidades com estações e terminais acessíveis de transpor-
as demais pessoas. te coletivo de passageiros e garantia de se-
gurança no embarque e no desembarque;
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade
competente qualquer forma de ameaça ou de V – acesso a informações e disponibilização
violação aos direitos da pessoa com deficiência. de recursos de comunicação acessíveis;
Parágrafo único. Se, no exercício de suas VI – recebimento de restituição de imposto
funções, os juízes e os tribunais tiverem co- de renda;
nhecimento de fatos que caracterizem as
violações previstas nesta Lei, devem reme- VII – tramitação processual e procedimen-
ter peças ao Ministério Público para as pro- tos judiciais e administrativos em que for
vidências cabíveis. parte ou interessada, em todos os atos e di-
ligências.
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da fa-
mília assegurar à pessoa com deficiência, com § 1º Os direitos previstos neste artigo são
prioridade, a efetivação dos direitos referentes extensivos ao acompanhante da pessoa
à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e com deficiência ou ao seu atendente pesso-
à maternidade, à alimentação, à habitação, à al, exceto quanto ao disposto nos incisos VI
educação, à profissionalização, ao trabalho, à e VII deste artigo.
previdência social, à habilitação e à reabilita- § 2º Nos serviços de emergência públicos
ção, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, e privados, a prioridade conferida por esta
ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, Lei é condicionada aos protocolos de aten-
à comunicação, aos avanços científicos e tecno- dimento médico.
lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à
convivência familiar e comunitária, entre outros
decorrentes da Constituição Federal, da Con-
venção sobre os Direitos das Pessoas com De-
ficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e
de outras normas que garantam seu bem-estar
pessoal, social e econômico.

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TÍTULO II e esclarecido em casos de risco de morte e de


emergência em saúde, resguardado seu supe-
Dos Direitos Fundamentais rior interesse e adotadas as salvaguardas legais
cabíveis.

CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
DO DIREITO À VIDA
DO DIREITO À HABILITAÇÃO
Art. 10. Compete ao poder público garantir a E À REABILITAÇÃO
dignidade da pessoa com deficiência ao longo
de toda a vida. Art. 14. O processo de habilitação e de reabilita-
ção é um direito da pessoa com deficiência.
Parágrafo único. Em situações de risco,
emergência ou estado de calamidade públi- Parágrafo único. O processo de habilitação
ca, a pessoa com deficiência será conside- e de reabilitação tem por objetivo o desen-
rada vulnerável, devendo o poder público volvimento de potencialidades, talentos,
adotar medidas para sua proteção e segu- habilidades e aptidões físicas, cognitivas,
rança. sensoriais, psicossociais, atitudinais, pro-
fissionais e artísticas que contribuam para
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá a conquista da autonomia da pessoa com
ser obrigada a se submeter a intervenção clínica deficiência e de sua participação social em
ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionaliza- igualdade de condições e oportunidades
ção forçada. com as demais pessoas.
Parágrafo único. O consentimento da pes- Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta
soa com deficiência em situação de curatela Lei baseia-se em avaliação multidisciplinar das
poderá ser suprido, na forma da lei. necessidades, habilidades e potencialidades de
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclare- cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
cido da pessoa com deficiência é indispensável I – diagnóstico e intervenção precoces;
para a realização de tratamento, procedimento,
hospitalização e pesquisa científica. II – adoção de medidas para compensar
perda ou limitação funcional, buscando o
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em desenvolvimento de aptidões;
situação de curatela, deve ser assegurada
sua participação, no maior grau possível, III – atuação permanente, integrada e arti-
para a obtenção de consentimento. culada de políticas públicas que possibili-
tem a plena participação social da pessoa
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pes- com deficiência;
soa com deficiência em situação de tutela
ou de curatela deve ser realizada, em cará- IV – oferta de rede de serviços articulados,
ter excepcional, apenas quando houver in- com atuação intersetorial, nos diferentes ní-
dícios de benefício direto para sua saúde ou veis de complexidade, para atender às ne-
para a saúde de outras pessoas com defici- cessidades específicas da pessoa com defi-
ência e desde que não haja outra opção de ciência;
pesquisa de eficácia comparável com parti-
V – prestação de serviços próximo ao do-
cipantes não tutelados ou curatelados.
micílio da pessoa com deficiência, inclusive
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será na zona rural, respeitadas a organização das
atendida sem seu consentimento prévio, livre Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territó-

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rios locais e as normas do Sistema Único de complexidade, por intermédio do SUS, garanti-
Saúde (SUS). do acesso universal e igualitário.
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação § 1º É assegurada a participação da pessoa
e de reabilitação para a pessoa com deficiência, com deficiência na elaboração das políticas
são garantidos: de saúde a ela destinadas.
I – organização, serviços, métodos, técnicas § 2º É assegurado atendimento segundo
e recursos para atender às características normas éticas e técnicas, que regulamen-
de cada pessoa com deficiência; tarão a atuação dos profissionais de saúde
e contemplarão aspectos relacionados aos
II – acessibilidade em todos os ambientes e direitos e às especificidades da pessoa com
serviços; deficiência, incluindo temas como sua dig-
III – tecnologia assistiva, tecnologia de re- nidade e autonomia.
abilitação, materiais e equipamentos ade- § 3º Aos profissionais que prestam assistên-
quados e apoio técnico profissional, de cia à pessoa com deficiência, especialmente
acordo com as especificidades de cada pes- em serviços de habilitação e de reabilitação,
soa com deficiência; deve ser garantida capacitação inicial e con-
IV – capacitação continuada de todos os tinuada.
profissionais que participem dos programas § 4º As ações e os serviços de saúde pública
e serviços. destinados à pessoa com deficiência devem
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão assegurar:
promover ações articuladas para garantir à pes- I – diagnóstico e intervenção precoces, rea-
soa com deficiência e sua família a aquisição de lizados por equipe multidisciplinar;
informações, orientações e formas de acesso às
políticas públicas disponíveis, com a finalidade II – serviços de habilitação e de reabilitação
de propiciar sua plena participação social. sempre que necessários, para qualquer tipo
de deficiência, inclusive para a manutenção
Parágrafo único. Os serviços de que trata o da melhor condição de saúde e qualidade
caput deste artigo podem fornecer informa- de vida;
ções e orientações nas áreas de saúde, de
educação, de cultura, de esporte, de lazer, III – atendimento domiciliar multidiscipli-
de transporte, de previdência social, de as- nar, tratamento ambulatorial e internação;
sistência social, de habitação, de trabalho,
de empreendedorismo, de acesso ao crédi- IV – campanhas de vacinação;
to, de promoção, proteção e defesa de di- V – atendimento psicológico, inclusive para
reitos e nas demais áreas que possibilitem seus familiares e atendentes pessoais;
à pessoa com deficiência exercer sua cida-
dania. VI – respeito à especificidade, à identidade
de gênero e à orientação sexual da pessoa
com deficiência;

CAPÍTULO III VII – atenção sexual e reprodutiva, incluin-


do o direito à fertilização assistida;
DO DIREITO À SAÚDE
VIII – informação adequada e acessível à
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde pessoa com deficiência e a seus familiares
da pessoa com deficiência em todos os níveis de sobre sua condição de saúde;

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IX – serviços projetados para prevenir a da pessoa com deficiência e de seu acompa-


ocorrência e o desenvolvimento de defici- nhante.
ências e agravos adicionais;
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou
X – promoção de estratégias de capacita- em observação é assegurado o direito a acom-
ção permanente das equipes que atuam panhante ou a atendente pessoal, devendo o
no SUS, em todos os níveis de atenção, no órgão ou a instituição de saúde proporcionar
atendimento à pessoa com deficiência, bem condições adequadas para sua permanência em
como orientação a seus atendentes pesso- tempo integral.
ais;
§ 1º Na impossibilidade de permanência
XI – oferta de órteses, próteses, meios au- do acompanhante ou do atendente pesso-
xiliares de locomoção, medicamentos, in- al junto à pessoa com deficiência, cabe ao
sumos e fórmulas nutricionais, conforme as profissional de saúde responsável pelo tra-
normas vigentes do Ministério da Saúde. tamento justificá-la por escrito.
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se § 2º Na ocorrência da impossibilidade pre-
também às instituições privadas que parti- vista no § 1º deste artigo, o órgão ou a insti-
cipem de forma complementar do SUS ou tuição de saúde deve adotar as providências
que recebam recursos públicos para sua cabíveis para suprir a ausência do acompa-
manutenção. nhante ou do atendente pessoal.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações Art. 23. São vedadas todas as formas de discri-
destinadas à prevenção de deficiências por cau- minação contra a pessoa com deficiência, inclu-
sas evitáveis, inclusive por meio de: sive por meio de cobrança de valores diferencia-
dos por planos e seguros privados de saúde, em
I – acompanhamento da gravidez, do parto razão de sua condição.
e do puerpério, com garantia de parto hu-
manizado e seguro; Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência
o acesso aos serviços de saúde, tanto públicos
II – promoção de práticas alimentares ade- como privados, e às informações prestadas e
quadas e saudáveis, vigilância alimentar e recebidas, por meio de recursos de tecnologia
nutricional, prevenção e cuidado integral assistiva e de todas as formas de comunicação
dos agravos relacionados à alimentação e previstas no inciso V do art. 3º desta Lei.
nutrição da mulher e da criança;
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tan-
III – aprimoramento e expansão dos progra- to públicos quanto privados, devem assegurar
mas de imunização e de triagem neonatal; o acesso da pessoa com deficiência, em con-
IV – identificação e controle da gestante de formidade com a legislação em vigor, mediante
alto risco. a remoção de barreiras, por meio de projetos
arquitetônico, de ambientação de interior e de
Art. 20. As operadoras de planos e seguros pri- comunicação que atendam às especificidades
vados de saúde são obrigadas a garantir à pes- das pessoas com deficiência física, sensorial, in-
soa com deficiência, no mínimo, todos os servi- telectual e mental.
ços e produtos ofertados aos demais clientes.
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção de violência praticada contra a pessoa com de-
à saúde da pessoa com deficiência no local de ficiência serão objeto de notificação compulsó-
residência, será prestado atendimento fora de ria pelos serviços de saúde públicos e privados à
domicílio, para fins de diagnóstico e de trata- autoridade policial e ao Ministério Público, além
mento, garantidos o transporte e a acomodação

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dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Defi- rantir o seu pleno acesso ao currículo em
ciência. condições de igualdade, promovendo a
conquista e o exercício de sua autonomia;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei,
considera-se violência contra a pessoa com IV – oferta de educação bilíngue, em Libras
deficiência qualquer ação ou omissão, pra- como primeira língua e na modalidade es-
ticada em local público ou privado, que lhe crita da língua portuguesa como segunda
cause morte ou dano ou sofrimento físico língua, em escolas e classes bilíngues e em
ou psicológico. escolas inclusivas;
V – adoção de medidas individualizadas e
coletivas em ambientes que maximizem o
CAPÍTULO IV desenvolvimento acadêmico e social dos
estudantes com deficiência, favorecendo o
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
acesso, a permanência, a participação e a
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa aprendizagem em instituições de ensino;
com deficiência, assegurados sistema educacio- VI – pesquisas voltadas para o desenvolvi-
nal inclusivo em todos os níveis e aprendizado mento de novos métodos e técnicas peda-
ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o gógicas, de materiais didáticos, de equi-
máximo desenvolvimento possível de seus ta- pamentos e de recursos de tecnologia
lentos e habilidades físicas, sensoriais, intelec- assistiva;
tuais e sociais, segundo suas características, in-
teresses e necessidades de aprendizagem. VII – planejamento de estudo de caso, de
elaboração de plano de atendimento edu-
Parágrafo único. É dever do Estado, da fa- cacional especializado, de organização de
mília, da comunidade escolar e da socieda- recursos e serviços de acessibilidade e de
de assegurar educação de qualidade à pes- disponibilização e usabilidade pedagógica
soa com deficiência, colocando-a a salvo de de recursos de tecnologia assistiva;
toda forma de violência, negligência e dis-
criminação. VIII – participação dos estudantes com de-
ficiência e de suas famílias nas diversas ins-
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, tâncias de atuação da comunidade escolar;
criar, desenvolver, implementar, incentivar,
acompanhar e avaliar: IX – adoção de medidas de apoio que fa-
voreçam o desenvolvimento dos aspectos
I – sistema educacional inclusivo em to- linguísticos, culturais, vocacionais e profis-
dos os níveis e modalidades, bem como o sionais, levando-se em conta o talento, a
aprendizado ao longo de toda a vida; criatividade, as habilidades e os interesses
II – aprimoramento dos sistemas educacio- do estudante com deficiência;
nais, visando a garantir condições de aces- X – adoção de práticas pedagógicas inclusi-
so, permanência, participação e aprendiza- vas pelos programas de formação inicial e
gem, por meio da oferta de serviços e de continuada de professores e oferta de for-
recursos de acessibilidade que eliminem as mação continuada para o atendimento edu-
barreiras e promovam a inclusão plena; cacional especializado;
III – projeto pedagógico que institucionalize XI – formação e disponibilização de profes-
o atendimento educacional especializado, sores para o atendimento educacional es-
assim como os demais serviços e adapta- pecializado, de tradutores e intérpretes da
ções razoáveis, para atender às caracterís-
ticas dos estudantes com deficiência e ga-

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Libras, de guias intérpretes e de profissio- I – os tradutores e intérpretes da Libras atu-


nais de apoio; antes na educação básica devem, no míni-
mo, possuir ensino médio completo e certi-
XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema ficado de proficiência na Libras;
Braille e de uso de recursos de tecnologia
assistiva, de forma a ampliar habilidades II – os tradutores e intérpretes da Libras,
funcionais dos estudantes, promovendo sua quando direcionados à tarefa de interpretar
autonomia e participação; nas salas de aula dos cursos de graduação
e pós-graduação, devem possuir nível supe-
XIII – acesso à educação superior e à educa- rior, com habilitação, prioritariamente, em
ção profissional e tecnológica em igualdade Tradução e Interpretação em Libras.
de oportunidades e condições com as de-
mais pessoas; Art. 29. (VETADO).
XIV – inclusão em conteúdos curriculares, Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e
em cursos de nível superior e de educação permanência nos cursos oferecidos pelas insti-
profissional técnica e tecnológica, de temas tuições de ensino superior e de educação pro-
relacionados à pessoa com deficiência nos fissional e tecnológica, públicas e privadas, de-
respectivos campos de conhecimento; vem ser adotadas as seguintes medidas:
XV – acesso da pessoa com deficiência, em I – atendimento preferencial à pessoa com
igualdade de condições, a jogos e a ativida- deficiência nas dependências das Institui-
des recreativas, esportivas e de lazer, no sis- ções de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
tema escolar;
II – disponibilização de formulário de inscri-
XVI – acessibilidade para todos os estudan- ção de exames com campos específicos para
tes, trabalhadores da educação e demais que o candidato com deficiência informe os
integrantes da comunidade escolar às edifi- recursos de acessibilidade e de tecnologia
cações, aos ambientes e às atividades con- assistiva necessários para sua participação;
cernentes a todas as modalidades, etapas e
níveis de ensino; III – disponibilização de provas em formatos
acessíveis para atendimento às necessidades
XVII – oferta de profissionais de apoio esco- específicas do candidato com deficiência;
lar;
IV – disponibilização de recursos de acessi-
XVIII – articulação intersetorial na imple- bilidade e de tecnologia assistiva adequa-
mentação de políticas públicas. dos, previamente solicitados e escolhidos
pelo candidato com deficiência;
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer
nível e modalidade de ensino, aplica-se V – dilação de tempo, conforme demanda
obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, apresentada pelo candidato com deficiên-
III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, cia, tanto na realização de exame para sele-
XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo ve- ção quanto nas atividades acadêmicas, me-
dada a cobrança de valores adicionais de diante prévia solicitação e comprovação da
qualquer natureza em suas mensalidades, necessidade;
anuidades e matrículas no cumprimento
dessas determinações. VI – adoção de critérios de avaliação das
provas escritas, discursivas ou de redação
§ 2º Na disponibilização de tradutores e in- que considerem a singularidade linguística
térpretes da Libras a que se refere o inciso da pessoa com deficiência, no domínio da
XI do caput deste artigo, deve-se observar modalidade escrita da língua portuguesa;
o seguinte:

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VII – tradução completa do edital e de suas § 1º O direito à prioridade, previsto no ca-
retificações em Libras. put deste artigo, será reconhecido à pessoa
com deficiência beneficiária apenas uma
vez.
CAPÍTULO V § 2º Nos programas habitacionais públicos,
DO DIREITO À MORADIA os critérios de financiamento devem ser
compatíveis com os rendimentos da pessoa
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito com deficiência ou de sua família.
à moradia digna, no seio da família natural ou
substituta, com seu cônjuge ou companheiro ou § 3º Caso não haja pessoa com deficiência
desacompanhada, ou em moradia para a vida interessada nas unidades habitacionais re-
independente da pessoa com deficiência, ou, servadas por força do disposto no inciso I do
ainda, em residência inclusiva. caput deste artigo, as unidades não utiliza-
das serão disponibilizadas às demais pesso-
§ 1º O poder público adotará programas e as.
ações estratégicas para apoiar a criação e a
manutenção de moradia para a vida inde- Art. 33. Ao poder público compete:
pendente da pessoa com deficiência.
I – adotar as providências necessárias para
§ 2º A proteção integral na modalidade de o cumprimento do disposto nos arts. 31 e
residência inclusiva será prestada no âmbito 32 desta Lei; e
do Suas à pessoa com deficiência em situa-
II – divulgar, para os agentes interessados e
ção de dependência que não disponha de
beneficiários, a política habitacional previs-
condições de autossustentabilidade, com
ta nas legislações federal, estaduais, distri-
vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
tal e municipais, com ênfase nos dispositi-
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos vos sobre acessibilidade.
ou subsidiados com recursos públicos, a pessoa
com deficiência ou o seu responsável goza de
prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria, observado o seguinte: CAPÍTULO VI
DO DIREITO AO TRABALHO
I – reserva de, no mínimo, 3% (três por cen-
to) das unidades habitacionais para pessoa
Seção I
com deficiência;
DISPOSIÇÕES GERAIS
II – (VETADO);
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito
III – em caso de edificação multifamiliar, ga- ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em
rantia de acessibilidade nas áreas de uso co- ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de
mum e nas unidades habitacionais no piso oportunidades com as demais pessoas.
térreo e de acessibilidade ou de adaptação
razoável nos demais pisos; § 1º As pessoas jurídicas de direito públi-
co, privado ou de qualquer natureza são
IV – disponibilização de equipamentos ur- obrigadas a garantir ambientes de trabalho
banos comunitários acessíveis; acessíveis e inclusivos.
V – elaboração de especificações técnicas § 2º A pessoa com deficiência tem direito,
no projeto que permitam a instalação de em igualdade de oportunidades com as de-
elevadores. mais pessoas, a condições justas e favorá-

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veis de trabalho, incluindo igual remunera- reabilitação que possibilite à pessoa com
ção por trabalho de igual valor. deficiência restaurar sua capacidade e habi-
lidade profissional ou adquirir novas capaci-
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pes- dades e habilidades de trabalho.
soa com deficiência e qualquer discrimina-
ção em razão de sua condição, inclusive nas § 2º A habilitação profissional corresponde
etapas de recrutamento, seleção, contrata- ao processo destinado a propiciar à pessoa
ção, admissão, exames admissional e peri- com deficiência aquisição de conhecimen-
ódico, permanência no emprego, ascensão tos, habilidades e aptidões para exercício de
profissional e reabilitação profissional, bem profissão ou de ocupação, permitindo nível
como exigência de aptidão plena. suficiente de desenvolvimento profissional
para ingresso no campo de trabalho.
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito
à participação e ao acesso a cursos, treina- § 3º Os serviços de habilitação profissional,
mentos, educação continuada, planos de de reabilitação profissional e de educação
carreira, promoções, bonificações e incenti- profissional devem ser dotados de recursos
vos profissionais oferecidos pelo emprega- necessários para atender a toda pessoa com
dor, em igualdade de oportunidades com os deficiência, independentemente de sua ca-
demais empregados. racterística específica, a fim de que ela pos-
sa ser capacitada para trabalho que lhe seja
§ 5º É garantida aos trabalhadores com de- adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de
ficiência acessibilidade em cursos de forma- conservá-lo e de nele progredir.
ção e de capacitação.
§ 4º Os serviços de habilitação profissional,
Art. 35. É finalidade primordial das políticas de reabilitação profissional e de educação
públicas de trabalho e emprego promover e ga- profissional deverão ser oferecidos em am-
rantir condições de acesso e de permanência da bientes acessíveis e inclusivos.
pessoa com deficiência no campo de trabalho.
§ 5º A habilitação profissional e a reabilita-
Parágrafo único. Os programas de estímulo ção profissional devem ocorrer articuladas
ao empreendedorismo e ao trabalho autô- com as redes públicas e privadas, especial-
nomo, incluídos o cooperativismo e o asso- mente de saúde, de ensino e de assistência
ciativismo, devem prever a participação da social, em todos os níveis e modalidades,
pessoa com deficiência e a disponibilização em entidades de formação profissional ou
de linhas de crédito, quando necessárias. diretamente com o empregador.
Seção II § 6º A habilitação profissional pode ocorrer
DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E em empresas por meio de prévia formaliza-
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL ção do contrato de emprego da pessoa com
deficiência, que será considerada para o
Art. 36. O poder público deve implementar cumprimento da reserva de vagas prevista
serviços e programas completos de habilitação em lei, desde que por tempo determinado
profissional e de reabilitação profissional para e concomitante com a inclusão profissional
que a pessoa com deficiência possa ingressar, na empresa, observado o disposto em regu-
continuar ou retornar ao campo do trabalho, lamento.
respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu
§ 7º A habilitação profissional e a reabili-
interesse.
tação profissional atenderão à pessoa com
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com deficiência.
base em critérios previstos no § 1º do art.
2º desta Lei, programa de habilitação ou de

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Seção III CAPÍTULO VII
DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL
DEFICIÊNCIA NO TRABALHO
Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa e os benefícios no âmbito da política pública de
com deficiência no trabalho a colocação com- assistência social à pessoa com deficiência e sua
petitiva, em igualdade de oportunidades com família têm como objetivo a garantia da segu-
as demais pessoas, nos termos da legislação rança de renda, da acolhida, da habilitação e da
trabalhista e previdenciária, na qual devem ser reabilitação, do desenvolvimento da autonomia
atendidas as regras de acessibilidade, o forne- e da convivência familiar e comunitária, para a
cimento de recursos de tecnologia assistiva e a promoção do acesso a direitos e da plena parti-
adaptação razoável no ambiente de trabalho. cipação social.

Parágrafo único. A colocação competitiva § 1º A assistência social à pessoa com de-


da pessoa com deficiência pode ocorrer por ficiência, nos termos do caput deste artigo,
meio de trabalho com apoio, observadas as deve envolver conjunto articulado de servi-
seguintes diretrizes: ços do âmbito da Proteção Social Básica e
da Proteção Social Especial, ofertados pelo
I – prioridade no atendimento à pessoa com Suas, para a garantia de seguranças funda-
deficiência com maior dificuldade de inser- mentais no enfrentamento de situações de
ção no campo de trabalho; vulnerabilidade e de risco, por fragilização
de vínculos e ameaça ou violação de direi-
II – provisão de suportes individualizados
tos.
que atendam a necessidades específicas da
pessoa com deficiência, inclusive a disponi- § 2º Os serviços socioassistenciais destina-
bilização de recursos de tecnologia assisti- dos à pessoa com deficiência em situação
va, de agente facilitador e de apoio no am- de dependência deverão contar com cuida-
biente de trabalho; dores sociais para prestar-lhe cuidados bási-
cos e instrumentais.
III – respeito ao perfil vocacional e ao inte-
resse da pessoa com deficiência apoiada; Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência
que não possua meios para prover sua subsis-
IV – oferta de aconselhamento e de apoio
tência nem de tê-la provida por sua família o
aos empregadores, com vistas à definição
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos
de estratégias de inclusão e de superação
termos da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
de barreiras, inclusive atitudinais;
1993.
V – realização de avaliações periódicas;
VI – articulação intersetorial das políticas
públicas; CAPÍTULO VIII
VII – possibilidade de participação de orga- DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
nizações da sociedade civil.
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do
Art. 38. A entidade contratada para a realização Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem
de processo seletivo público ou privado para direito à aposentadoria nos termos da Lei Com-
cargo, função ou emprego está obrigada à ob- plementar nº 142, de 8 de maio de 2013.
servância do disposto nesta Lei e em outras nor-
mas de acessibilidade vigentes.

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CAPÍTULO IX Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios,


DO DIREITO À CULTURA, AO ginásios de esporte, locais de espetáculos e de
conferências e similares, serão reservados espaços
ESPORTE, AO TURISMO E AO LAZER livres e assentos para a pessoa com deficiência, de
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito acordo com a capacidade de lotação da edificação,
à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em observado o disposto em regulamento.
igualdade de oportunidades com as demais pes- § 1º Os espaços e assentos a que se refere
soas, sendo-lhe garantido o acesso: este artigo devem ser distribuídos pelo re-
cinto em locais diversos, de boa visibilidade,
I – a bens culturais em formato acessível; em todos os setores, próximos aos corredo-
II – a programas de televisão, cinema, tea- res, devidamente sinalizados, evitando-se
tro e outras atividades culturais e desporti- áreas segregadas de público e obstrução
vas em formato acessível; e das saídas, em conformidade com as nor-
mas de acessibilidade.
III – a monumentos e locais de importância
cultural e a espaços que ofereçam serviços § 2º No caso de não haver comprovada pro-
ou eventos culturais e esportivos. cura pelos assentos reservados, esses po-
dem, excepcionalmente, ser ocupados por
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra pessoas sem deficiência ou que não tenham
intelectual em formato acessível à pessoa mobilidade reduzida, observado o disposto
com deficiência, sob qualquer argumento, em regulamento.
inclusive sob a alegação de proteção dos di-
reitos de propriedade intelectual. § 3º Os espaços e assentos a que se refere
este artigo devem situar-se em locais que
§ 2º O poder público deve adotar soluções des- garantam a acomodação de, no mínimo, 1
tinadas à eliminação, à redução ou à superação (um) acompanhante da pessoa com defici-
de barreiras para a promoção do acesso a todo ência ou com mobilidade reduzida, resguar-
patrimônio cultural, observadas as normas de dado o direito de se acomodar proxima-
acessibilidade, ambientais e de proteção do pa- mente a grupo familiar e comunitário.
trimônio histórico e artístico nacional.
Art. 43. O poder público deve promover a partici- § 4º Nos locais referidos no caput deste ar-
pação da pessoa com deficiência em atividades ar- tigo, deve haver, obrigatoriamente, rotas
tísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recrea- de fuga e saídas de emergência acessíveis,
tivas, com vistas ao seu protagonismo, devendo: conforme padrões das normas de acessibi-
lidade, a fim de permitir a saída segura da
I – incentivar a provisão de instrução, de pessoa com deficiência ou com mobilidade
treinamento e de recursos adequados, em reduzida, em caso de emergência.
igualdade de oportunidades com as demais
pessoas; § 5º Todos os espaços das edificações pre-
vistas no caput deste artigo devem atender
II – assegurar acessibilidade nos locais de às normas de acessibilidade em vigor.
eventos e nos serviços prestados por pes-
soa ou entidade envolvida na organização § 6º As salas de cinema devem oferecer, em
das atividades de que trata este artigo; e todas as sessões, recursos de acessibilidade
III – assegurar a participação da pessoa com para a pessoa com deficiência.
deficiência em jogos e atividades recreati- § 7º O valor do ingresso da pessoa com de-
vas, esportivas, de lazer, culturais e artísti- ficiência não poderá ser superior ao valor
cas, inclusive no sistema escolar, em igual- cobrado das demais pessoas.
dade de condições com as demais pessoas.

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Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento
ser construídos observando-se os princípios aberto ao público, de uso público ou privado
do desenho universal, além de adotar todos os de uso coletivo e em vias públicas, devem ser
meios de acessibilidade, conforme legislação reservadas vagas próximas aos acessos de cir-
em vigor. culação de pedestres, devidamente sinalizadas,
para veículos que transportem pessoa com defi-
§ 1º Os estabelecimentos já existentes de- ciência com comprometimento de mobilidade,
verão disponibilizar, pelo menos, 10% (dez desde que devidamente identificados.
por cento) de seus dormitórios acessíveis,
garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade § 1º As vagas a que se refere o caput deste
acessível. artigo devem equivaler a 2% (dois por cen-
to) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma)
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º vaga devidamente sinalizada e com as espe-
deste artigo deverão ser localizados em ro- cificações de desenho e traçado de acordo
tas acessíveis. com as normas técnicas vigentes de acessi-
bilidade.
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas re-
CAPÍTULO X servadas devem exibir, em local de ampla
DO DIREITO AO TRANSPORTE visibilidade, a credencial de beneficiário, a
E À MOBILIDADE ser confeccionada e fornecida pelos órgãos
de trânsito, que disciplinarão suas caracte-
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilida- rísticas e condições de uso.
de da pessoa com deficiência ou com mobili-
§ 3º A utilização indevida das vagas de que
dade reduzida será assegurado em igualdade
trata este artigo sujeita os infratores às san-
de oportunidades com as demais pessoas, por
ções previstas no inciso XVII do art. 181 da
meio de identificação e de eliminação de todos
Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997
os obstáculos e barreiras ao seu acesso.
(Código de Trânsito Brasileiro). (Vide Lei nº
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços 13.281, de 4/5/2016)
de transporte coletivo terrestre, aquaviário
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste
e aéreo, em todas as jurisdições, conside-
artigo é vinculada à pessoa com deficiência
ram-se como integrantes desses serviços os
que possui comprometimento de mobilida-
veículos, os terminais, as estações, os pon-
de e é válida em todo o território nacional.
tos de parada, o sistema viário e a prestação
do serviço. Art. 48. Os veículos de transporte coletivo ter-
restre, aquaviário e aéreo, as instalações, as es-
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das dis-
tações, os portos e os terminais em operação no
posições desta Lei, sempre que houver inte-
País devem ser acessíveis, de forma a garantir o
ração com a matéria nela regulada, a outor-
seu uso por todas as pessoas.
ga, a concessão, a permissão, a autorização,
a renovação ou a habilitação de linhas e de § 1º Os veículos e as estruturas de que trata o
serviços de transporte coletivo. caput deste artigo devem dispor de sistema de
comunicação acessível que disponibilize infor-
§ 3º Para colocação do símbolo internacio- mações sobre todos os pontos do itinerário.
nal de acesso nos veículos, as empresas de
transporte coletivo de passageiros depen- § 2º São asseguradas à pessoa com defici-
dem da certificação de acessibilidade emi- ência prioridade e segurança nos procedi-
tida pelo gestor público responsável pela mentos de embarque e de desembarque
prestação do serviço.

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nos veículos de transporte coletivo, de acor- TÍTULO III


do com as normas técnicas.
§ 3º Para colocação do símbolo internacio- Da Acessibilidade
nal de acesso nos veículos, as empresas de
transporte coletivo de passageiros depen-
dem da certificação de acessibilidade emi-
tida pelo gestor público responsável pela CAPÍTULO I
prestação do serviço. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 49. As empresas de transporte de freta-
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à
mento e de turismo, na renovação de suas fro-
pessoa com deficiência ou com mobilidade re-
tas, são obrigadas ao cumprimento do disposto
duzida viver de forma independente e exercer
nos arts. 46 e 48 desta Lei.
seus direitos de cidadania e de participação so-
Art. 50. O poder público incentivará a fabrica- cial.
ção de veículos acessíveis e a sua utilização
como táxis e vans, de forma a garantir o seu uso Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das dis-
por todas as pessoas. posições desta Lei e de outras normas relativas
à acessibilidade, sempre que houver interação
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem com a matéria nela regulada:
reservar 10% (dez por cento) de seus veículos
acessíveis à pessoa com deficiência. I – a aprovação de projeto arquitetônico e
urbanístico ou de comunicação e informa-
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de ção, a fabricação de veículos de transporte
tarifas ou de valores adicionais pelo serviço coletivo, a prestação do respectivo serviço e
de táxi prestado à pessoa com deficiência. a execução de qualquer tipo de obra, quan-
do tenham destinação pública ou coletiva;
§ 2º O poder público é autorizado a instituir
incentivos fiscais com vistas a possibilitar a II – a outorga ou a renovação de concessão,
acessibilidade dos veículos a que se refere o permissão, autorização ou habilitação de
caput deste artigo. qualquer natureza;
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas III – a aprovação de financiamento de pro-
a oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de jeto com utilização de recursos públicos,
pessoa com deficiência, a cada conjunto de 20 por meio de renúncia ou de incentivo fiscal,
(vinte) veículos de sua frota. contrato, convênio ou instrumento congê-
nere; e
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá
ter, no mínimo, câmbio automático, direção IV – a concessão de aval da União para ob-
hidráulica, vidros elétricos e comandos ma- tenção de empréstimo e de financiamento
nuais de freio e de embreagem. internacionais por entes públicos ou priva-
dos.
Art. 55. A concepção e a implantação de pro-
jetos que tratem do meio físico, de transporte,
de informação e comunicação, inclusive de sis-
temas e tecnologias da informação e comunica-
ção, e de outros serviços, equipamentos e ins-
talações abertos ao público, de uso público ou
privado de uso coletivo, tanto na zona urbana
como na rural, devem atender aos princípios do

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desenho universal, tendo como referência as § 3º O poder público, após certificar a aces-
normas de acessibilidade. sibilidade de edificação ou de serviço, de-
terminará a colocação, em espaços ou em
§ 1º O desenho universal será sempre to- locais de ampla visibilidade, do símbolo in-
mado como regra de caráter geral. ternacional de acesso, na forma prevista em
§ 2º Nas hipóteses em que comprovada- legislação e em normas técnicas correlatas.
mente o desenho universal não possa ser Art. 57. As edificações públicas e privadas de
empreendido, deve ser adotada adaptação uso coletivo já existentes devem garantir aces-
razoável. sibilidade à pessoa com deficiência em todas as
§ 3º Caberá ao poder público promover a suas dependências e serviços, tendo como refe-
inclusão de conteúdos temáticos referentes rência as normas de acessibilidade vigentes.
ao desenho universal nas diretrizes curricu- Art. 58. O projeto e a construção de edificação de
lares da educação profissional e tecnológica uso privado multifamiliar devem atender aos pre-
e do ensino superior e na formação das car- ceitos de acessibilidade, na forma regulamentar.
reiras de Estado.
§ 1º As construtoras e incorporadoras res-
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas ponsáveis pelo projeto e pela construção
de pesquisa a serem desenvolvidos com o das edificações a que se refere o caput des-
apoio de organismos públicos de auxílio à te artigo devem assegurar percentual míni-
pesquisa e de agências de fomento deverão mo de suas unidades internamente acessí-
incluir temas voltados para o desenho uni- veis, na forma regulamentar.
versal.
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicio-
§ 5º Desde a etapa de concepção, as polí- nais para a aquisição de unidades interna-
ticas públicas deverão considerar a adoção mente acessíveis a que se refere o § 1º des-
do desenho universal. te artigo.
Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos
mudança de uso de edificações abertas ao públi- espaços públicos, o poder público e as empresas
co, de uso público ou privadas de uso coletivo de- concessionárias responsáveis pela execução das
verão ser executadas de modo a serem acessíveis. obras e dos serviços devem garantir, de forma
§ 1º As entidades de fiscalização profissio- segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação
nal das atividades de Engenharia, de Arqui- e acessibilidade das pessoas, durante e após sua
tetura e correlatas, ao anotarem a respon- execução.
sabilidade técnica de projetos, devem exigir Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas re-
a responsabilidade profissional declarada gras de acessibilidade previstas em legislação e
de atendimento às regras de acessibilidade em normas técnicas, observado o disposto na
previstas em legislação e em normas técni- Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, nº
cas pertinentes. 10.257, de 10 de julho de 2001, e nº 12.587, de
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a 3 de janeiro de 2012:
emissão de certificado de projeto executivo I – os planos diretores municipais, os planos
arquitetônico, urbanístico e de instalações diretores de transporte e trânsito, os planos
e equipamentos temporários ou perma- de mobilidade urbana e os planos de pre-
nentes e para o licenciamento ou a emissão servação de sítios históricos elaborados ou
de certificado de conclusão de obra ou de atualizados a partir da publicação desta Lei;
serviço, deve ser atestado o atendimento às
regras de acessibilidade.

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II – os códigos de obras, os códigos de pos- veis, conforme as melhores práticas e diretrizes


tura, as leis de uso e ocupação do solo e as de acessibilidade adotadas internacionalmente.
leis do sistema viário;
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de
III – os estudos prévios de impacto de vizi- acessibilidade em destaque.
nhança;
§ 2º Telecentros comunitários que receberem
IV – as atividades de fiscalização e a imposi- recursos públicos federais para seu custeio
ção de sanções; e ou sua instalação e lan houses devem possuir
equipamentos e instalações acessíveis.
V – a legislação referente à prevenção con-
tra incêndio e pânico. § 3º Os telecentros e as lan houses de que
trata o § 2º deste artigo devem garantir, no
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de mínimo, 10% (dez por cento) de seus compu-
funcionamento para qualquer atividade são tadores com recursos de acessibilidade para
condicionadas à observação e à certificação pessoa com deficiência visual, sendo assegu-
das regras de acessibilidade. rado pelo menos 1 (um) equipamento, quan-
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de do o resultado percentual for inferior a 1 (um).
habilitação equivalente e sua renovação, Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet
quando esta tiver sido emitida anterior- de que trata o art. 63 desta Lei deve ser obser-
mente às exigências de acessibilidade, é vada para obtenção do financiamento de que
condicionada à observação e à certificação trata o inciso III do art. 54 desta Lei.
das regras de acessibilidade.
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de
Art. 61. A formulação, a implementação e a ma- telecomunicações deverão garantir pleno aces-
nutenção das ações de acessibilidade atenderão so à pessoa com deficiência, conforme regula-
às seguintes premissas básicas: mentação específica.
I – eleição de prioridades, elaboração de Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a ofer-
cronograma e reserva de recursos para im- ta de aparelhos de telefonia fixa e móvel celular
plementação das ações; e com acessibilidade que, entre outras tecnolo-
II – planejamento contínuo e articulado en- gias assistivas, possuam possibilidade de indica-
tre os setores envolvidos. ção e de ampliação sonoras de todas as opera-
ções e funções disponíveis.
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência,
mediante solicitação, o recebimento de contas, Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e
boletos, recibos, extratos e cobranças de tribu- imagens devem permitir o uso dos seguintes re-
tos em formato acessível. cursos, entre outros:
I – subtitulação por meio de legenda oculta;
II – janela com intérprete da Libras;
CAPÍTULO II
III – audiodescrição.
DO ACESSO À INFORMAÇÃO
E À COMUNICAÇÃO Art. 68. O poder público deve adotar mecanis-
mos de incentivo à produção, à edição, à difu-
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios são, à distribuição e à comercialização de livros
da internet mantidos por empresas com sede ou em formatos acessíveis, inclusive em publica-
representação comercial no País ou por órgãos ções da administração pública ou financiadas
de governo, para uso da pessoa com deficiência, com recursos públicos, com vistas a garantir à
garantindo-lhe acesso às informações disponí-

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pessoa com deficiência o direito de acesso à lei- de material de divulgação em formato aces-
tura, à informação e à comunicação. sível.
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclu- Art. 70. As instituições promotoras de congres-
sive para o abastecimento ou a atualização sos, seminários, oficinas e demais eventos de
de acervos de bibliotecas em todos os níveis natureza científico-cultural devem oferecer à
e modalidades de educação e de bibliote- pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos
cas públicas, o poder público deverá adotar de tecnologia assistiva previstos no art. 67 desta
cláusulas de impedimento à participação Lei.
de editoras que não ofertem sua produção
também em formatos acessíveis. Art. 71. Os congressos, os seminários, as ofici-
nas e os demais eventos de natureza científico-
§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os -cultural promovidos ou financiados pelo poder
arquivos digitais que possam ser reconhe- público devem garantir as condições de acessi-
cidos e acessados por softwares leitores de bilidade e os recursos de tecnologia assistiva.
telas ou outras tecnologias assistivas que vie-
rem a substituí-los, permitindo leitura com Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os
voz sintetizada, ampliação de caracteres, di- projetos a serem desenvolvidos com o apoio de
ferentes contrastes e impressão em Braille. agências de financiamento e de órgãos e enti-
dades integrantes da administração pública que
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar
adaptação e a produção de artigos científicos temas voltados à tecnologia assistiva.
em formato acessível, inclusive em Libras.
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente
Art. 69. O poder público deve assegurar a dispo- ou em parceria com organizações da sociedade
nibilidade de informações corretas e claras so- civil, promover a capacitação de tradutores e
bre os diferentes produtos e serviços ofertados, intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de
por quaisquer meios de comunicação emprega- profissionais habilitados em Braille, audiodes-
dos, inclusive em ambiente virtual, contendo a crição, estenotipia e legendagem.
especificação correta de quantidade, qualidade,
características, composição e preço, bem como
sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do
consumidor com deficiência, em caso de sua uti- CAPÍTULO III
lização, aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.
Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os acesso a produtos, recursos, estratégias, prá-
anúncios publicitários veiculados na impren- ticas, processos, métodos e serviços de tecno-
sa escrita, na internet, no rádio, na televisão logia assistiva que maximizem sua autonomia,
e nos demais veículos de comunicação aber- mobilidade pessoal e qualidade de vida.
tos ou por assinatura devem disponibilizar,
conforme a compatibilidade do meio, os re- Art. 75. O poder público desenvolverá plano
cursos de acessibilidade de que trata o art. específico de medidas, a ser renovado em cada
67 desta Lei, a expensas do fornecedor do período de 4 (quatro) anos, com a finalidade de:
produto ou do serviço, sem prejuízo da ob-
I – facilitar o acesso a crédito especializado,
servância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei
inclusive com oferta de linhas de crédito
nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.
subsidiadas, específicas para aquisição de
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, tecnologia assistiva;
mediante solicitação, exemplares de bulas,
prospectos, textos ou qualquer outro tipo

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II – agilizar, simplificar e priorizar procedi- funções públicas em todos os níveis de go-


mentos de importação de tecnologia assis- verno, inclusive por meio do uso de novas
tiva, especialmente as questões atinentes a tecnologias assistivas, quando apropriado;
procedimentos alfandegários e sanitários;
III – garantia de que os pronunciamentos
III – criar mecanismos de fomento à pesqui- oficiais, a propaganda eleitoral obrigatória e
sa e à produção nacional de tecnologia as- os debates transmitidos pelas emissoras de
sistiva, inclusive por meio de concessão de televisão possuam, pelo menos, os recursos
linhas de crédito subsidiado e de parcerias elencados no art. 67 desta Lei;
com institutos de pesquisa oficiais;
IV – garantia do livre exercício do direito ao
IV – eliminar ou reduzir a tributação da ca- voto e, para tanto, sempre que necessário e
deia produtiva e de importação de tecnolo- a seu pedido, permissão para que a pessoa
gia assistiva; com deficiência seja auxiliada na votação
por pessoa de sua escolha.
V – facilitar e agilizar o processo de inclusão
de novos recursos de tecnologia assistiva no § 2º O poder público promoverá a partici-
rol de produtos distribuídos no âmbito do pação da pessoa com deficiência, inclusive
SUS e por outros órgãos governamentais. quando institucionalizada, na condução das
questões públicas, sem discriminação e em
Parágrafo único. Para fazer cumprir o dis- igualdade de oportunidades, observado o
posto neste artigo, os procedimentos cons- seguinte:
tantes do plano específico de medidas de-
verão ser avaliados, pelo menos, a cada 2 I – participação em organizações não gover-
(dois) anos. namentais relacionadas à vida pública e à
política do País e em atividades e adminis-
tração de partidos políticos;

CAPÍTULO IV II – formação de organizações para repre-


sentar a pessoa com deficiência em todos
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA
os níveis;
VIDA PÚBLICA E POLÍTICA
III – participação da pessoa com deficiência
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa em organizações que a representem.
com deficiência todos os direitos políticos e a
oportunidade de exercê-los em igualdade de
condições com as demais pessoas. TÍTULO IV
§ 1º À pessoa com deficiência será assegu-
rado o direito de votar e de ser votada, in- Da Ciência e Tecnologia
clusive por meio das seguintes ações:
Art. 77. O poder público deve fomentar o desen-
I – garantia de que os procedimentos, as volvimento científico, a pesquisa e a inovação e
instalações, os materiais e os equipamentos a capacitação tecnológicas, voltados à melhoria
para votação sejam apropriados, acessíveis da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa
a todas as pessoas e de fácil compreensão com deficiência e sua inclusão social.
e uso, sendo vedada a instalação de seções
eleitorais exclusivas para a pessoa com de- § 1º O fomento pelo poder público deve
ficiência; priorizar a geração de conhecimentos e téc-
nicas que visem à prevenção e ao tratamen-
II – incentivo à pessoa com deficiência a to de deficiências e ao desenvolvimento de
candidatar-se e a desempenhar quaisquer tecnologias assistiva e social.

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§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assis- LIVRO II
tiva e social devem ser fomentadas median-
te a criação de cursos de pós-graduação, a PARTE ESPECIAL
formação de recursos humanos e a inclusão
do tema nas diretrizes de áreas do conheci-
mento.
TÍTULO I
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tec-
nológica de instituições públicas e privadas Do Acesso à Justiça
para o desenvolvimento de tecnologias as-
sistiva e social que sejam voltadas para me-
lhoria da funcionalidade e da participação
social da pessoa com deficiência. CAPÍTULO I
§ 4º As medidas previstas neste artigo de- DISPOSIÇÕES GERAIS
vem ser reavaliadas periodicamente pelo
Art. 79. O poder público deve assegurar o aces-
poder público, com vistas ao seu aperfeiço-
so da pessoa com deficiência à justiça, em igual-
amento.
dade de oportunidades com as demais pessoas,
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o garantindo, sempre que requeridos, adaptações
desenvolvimento, a inovação e a difusão de tec- e recursos de tecnologia assistiva.
nologias voltadas para ampliar o acesso da pes-
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa
soa com deficiência às tecnologias da informa-
com deficiência em todo o processo judicial,
ção e comunicação e às tecnologias sociais.
o poder público deve capacitar os membros
Parágrafo único. Serão estimulados, em es- e os servidores que atuam no Poder Judiciá-
pecial: rio, no Ministério Público, na Defensoria Pú-
blica, nos órgãos de segurança pública e no
I – o emprego de tecnologias da informação sistema penitenciário quanto aos direitos
e comunicação como instrumento de su- da pessoa com deficiência.
peração de limitações funcionais e de bar-
reiras à comunicação, à informação, à edu- § 2º Devem ser assegurados à pessoa com
cação e ao entretenimento da pessoa com deficiência submetida a medida restritiva
deficiência; de liberdade todos os direitos e garantias a
que fazem jus os apenados sem deficiência,
II – a adoção de soluções e a difusão de nor- garantida a acessibilidade.
mas que visem a ampliar a acessibilidade da
pessoa com deficiência à computação e aos § 3º A Defensoria Pública e o Ministério Pú-
sítios da internet, em especial aos serviços blico tomarão as medidas necessárias à ga-
de governo eletrônico. rantia dos direitos previstos nesta Lei.
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos
de tecnologia assistiva disponíveis para que a
pessoa com deficiência tenha garantido o aces-
so à justiça, sempre que figure em um dos polos
da ação ou atue como testemunha, partícipe da
lide posta em juízo, advogado, defensor público,
magistrado ou membro do Ministério Público.
Parágrafo único. A pessoa com deficiência
tem garantido o acesso ao conteúdo de to-

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dos os atos processuais de seu interesse, in- Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos
clusive no exercício da advocacia. relacionados aos direitos de natureza patrimo-
nial e negocial.
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência
serão garantidos por ocasião da aplicação de § 1º A definição da curatela não alcança o
sanções penais. direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao
matrimônio, à privacidade, à educação, à
Art. 82. (VETADO). saúde, ao trabalho e ao voto.
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não § 2º A curatela constitui medida extraordi-
podem negar ou criar óbices ou condições dife- nária, devendo constar da sentença as ra-
renciadas à prestação de seus serviços em ra- zões e motivações de sua definição, preser-
zão de deficiência do solicitante, devendo reco- vados os interesses do curatelado.
nhecer sua capacidade legal plena, garantida a
acessibilidade. § 3º No caso de pessoa em situação de ins-
titucionalização, ao nomear curador, o juiz
Parágrafo único. O descumprimento do dis- deve dar preferência a pessoa que tenha
posto no caput deste artigo constitui discri- vínculo de natureza familiar, afetiva ou co-
minação em razão de deficiência. munitária com o curatelado.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais,
não será exigida a situação de curatela da pes-
CAPÍTULO II soa com deficiência.
DO RECONHECIMENTO
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a
IGUAL PERANTE A LEI fim de proteger os interesses da pessoa com de-
ficiência em situação de curatela, será lícito ao
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegura-
juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a
do o direito ao exercício de sua capacidade legal
requerimento do interessado, nomear, desde
em igualdade de condições com as demais pes-
logo, curador provisório, o qual estará sujeito,
soas.
no que couber, às disposições do Código de Pro-
§ 1º Quando necessário, a pessoa com defi- cesso Civil.
ciência será submetida à curatela, conforme
a lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a
TÍTULO II
adoção de processo de tomada de decisão
apoiada.
Dos Crimes e das Infrações
Administrativas
§ 3º A definição de curatela de pessoa com
deficiência constitui medida protetiva ex- Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação
traordinária, proporcional às necessidades de pessoa em razão de sua deficiência:
e às circunstâncias de cada caso, e durará o
menor tempo possível. Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos,
e multa.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar,
anualmente, contas de sua administração § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço)
ao juiz, apresentando o balanço do respec- se a vítima encontrar-se sob cuidado e res-
tivo ano. ponsabilidade do agente.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no ca-
put deste artigo é cometido por intermédio

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de meios de comunicação social ou de pu- com deficiência destinados ao recebimento de
blicação de qualquer natureza: benefícios, proventos, pensões ou remuneração
ou à realização de operações financeiras, com o
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, fim de obter vantagem indevida para si ou para
e multa. outrem:
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
poderá determinar, ouvido o Ministério Pú- anos, e multa.
blico ou a pedido deste, ainda antes do in-
quérito policial, sob pena de desobediência: Parágrafo único. Aumenta-se a pena em
1/3 (um terço) se o crime é cometido por
I – recolhimento ou busca e apreensão dos tutor ou curador.
exemplares do material discriminatório;
II – interdição das respectivas mensagens
ou páginas de informação na internet. TÍTULO III
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, cons-
Disposições Finais e Transitórias
titui efeito da condenação, após o trânsito
em julgado da decisão, a destruição do ma- Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão
terial apreendido. da Pessoa com Deficiência (Cadastro-Inclusão),
Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, pro- registro público eletrônico com a finalidade de
ventos, pensão, benefícios, remuneração ou coletar, processar, sistematizar e disseminar in-
qualquer outro rendimento de pessoa com de- formações georreferenciadas que permitam a
ficiência: identificação e a caracterização socioeconômica
da pessoa com deficiência, bem como das bar-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) reiras que impedem a realização de seus direi-
anos, e multa. tos.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em § 1º O Cadastro-Inclusão será administrado
1/3 (um terço) se o crime é cometido: pelo Poder Executivo federal e constituído
por base de dados, instrumentos, procedi-
I – por tutor, curador, síndico, liquidatário, mentos e sistemas eletrônicos.
inventariante, testamenteiro ou depositário
judicial; ou § 2º Os dados constituintes do Cadastro-
-Inclusão serão obtidos pela integração dos
II – por aquele que se apropriou em razão sistemas de informação e da base de dados
de ofício ou de profissão. de todas as políticas públicas relacionadas
Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em aos direitos da pessoa com deficiência, bem
hospitais, casas de saúde, entidades de abriga- como por informações coletadas, inclusive
mento ou congêneres: em censos nacionais e nas demais pesqui-
sas realizadas no País, de acordo com os pa-
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) râmetros estabelecidos pela Convenção so-
anos, e multa. bre os Direitos das Pessoas com Deficiência
Parágrafo único. Na mesma pena incorre e seu Protocolo Facultativo.
quem não prover as necessidades básicas § 3º Para coleta, transmissão e sistematiza-
de pessoa com deficiência quando obrigado ção de dados, é facultada a celebração de
por lei ou mandado. convênios, acordos, termos de parceria ou
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qual- contratos com instituições públicas e pri-
quer meio eletrônico ou documento de pessoa

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vadas, observados os requisitos e procedi- sua limitação funcional e de condições de aces-


mentos previstos em legislação específica. sibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e
indevido, hipótese na qual serão observados os
§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a seguintes procedimentos:
privacidade e as liberdades fundamentais
da pessoa com deficiência e os princípios I – quando for de interesse do poder públi-
éticos que regem a utilização de informa- co, o agente promoverá o contato necessá-
ções, devem ser observadas as salvaguar- rio com a pessoa com deficiência em sua
das estabelecidas em lei. residência;
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somen- II – quando for de interesse da pessoa com
te poderão ser utilizados para as seguintes deficiência, ela apresentará solicitação de
finalidades: atendimento domiciliar ou fará representar-
-se por procurador constituído para essa fi-
I – formulação, gestão, monitoramento e nalidade.
avaliação das políticas públicas para a pes-
soa com deficiência e para identificar as Parágrafo único. É assegurado à pessoa
barreiras que impedem a realização de seus com deficiência atendimento domiciliar
direitos; pela perícia médica e social do Instituto Na-
cional do Seguro Social (INSS), pelo serviço
II – realização de estudos e pesquisas. público de saúde ou pelo serviço privado de
§ 6º As informações a que se refere este ar- saúde, contratado ou conveniado, que inte-
tigo devem ser disseminadas em formatos gre o SUS e pelas entidades da rede socioas-
acessíveis. sistencial integrantes do Suas, quando seu
deslocamento, em razão de sua limitação
Art. 93. Na realização de inspeções e de audito- funcional e de condições de acessibilidade,
rias pelos órgãos de controle interno e externo, imponha-lhe ônus desproporcional e inde-
deve ser observado o cumprimento da legisla- vido.
ção relativa à pessoa com deficiência e das nor-
mas de acessibilidade vigentes. Art. 96. O § 6º-A do art. 135 da Lei nº 4.737, de
15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos ter- vigorar com a seguinte redação:
mos da lei, a pessoa com deficiência moderada
ou grave que: "Art. 135. .........................................................

I – receba o benefício de prestação continu- § 6º-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais de-


ada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 verão, a cada eleição, expedir instruções aos
de dezembro de 1993, e que passe a exer- Juízes Eleitorais para orientá-los na escolha
cer atividade remunerada que a enquadre dos locais de votação, de maneira a garantir
como segurado obrigatório do RGPS; acessibilidade para o eleitor com deficiência
ou com mobilidade reduzida, inclusive em
II – tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) seu entorno e nos sistemas de transporte
anos, o benefício de prestação continuada que lhe dão acesso.
previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de
dezembro de 1993, e que exerça atividade ............................................................" (NR)
remunerada que a enquadre como segura- Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho
do obrigatório do RGPS. (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de de maio de 1943, passa a vigorar com as seguin-
pessoa com deficiência perante os órgãos pú- tes alterações:
blicos quando seu deslocamento, em razão de "Art. 428. .........................................................

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§ 6º Para os fins do contrato de aprendi- sar inscrição de aluno em estabelecimento
zagem, a comprovação da escolaridade de de ensino de qualquer curso ou grau, públi-
aprendiz com deficiência deve considerar, co ou privado, em razão de sua deficiência;
sobretudo, as habilidades e competências
relacionadas com a profissionalização. II – obstar inscrição em concurso público ou
acesso de alguém a qualquer cargo ou em-
.................................................................... prego público, em razão de sua deficiência;
§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 III – negar ou obstar emprego, trabalho ou pro-
(dezoito) anos ou mais, a validade do con- moção à pessoa em razão de sua deficiência;
trato de aprendizagem pressupõe anotação
na CTPS e matrícula e frequência em pro- IV – recusar, retardar ou dificultar internação
grama de aprendizagem desenvolvido sob ou deixar de prestar assistência médico-hospi-
orientação de entidade qualificada em for- talar e ambulatorial à pessoa com deficiência;
mação técnico-profissional metódica." (NR) V – deixar de cumprir, retardar ou frustrar
"Art. 433. ......................................................... execução de ordem judicial expedida na
ação civil a que alude esta Lei;
I – desempenho insuficiente ou inadapta-
ção do aprendiz, salvo para o aprendiz com VI – recusar, retardar ou omitir dados téc-
deficiência quando desprovido de recursos nicos indispensáveis à propositura da ação
de acessibilidade, de tecnologias assistivas civil pública objeto desta Lei, quando requi-
e de apoio necessário ao desempenho de sitados.
suas atividades; § 1º Se o crime for praticado contra pes-
..........................................................." (NR) soa com deficiência menor de 18 (dezoito)
anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de
1989, passa a vigorar com as seguintes altera- § 2º A pena pela adoção deliberada de cri-
ções: térios subjetivos para indeferimento de ins-
crição, de aprovação e de cumprimento de
"Art. 3º As medidas judiciais destinadas à pro- estágio probatório em concursos públicos
teção de interesses coletivos, difusos, individu- não exclui a responsabilidade patrimonial
ais homogêneos e individuais indisponíveis da pessoal do administrador público pelos da-
pessoa com deficiência poderão ser propostas nos causados.
pelo Ministério Público, pela Defensoria Públi-
ca, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, § 3º Incorre nas mesmas penas quem impe-
pelo Distrito Federal, por associação constituída de ou dificulta o ingresso de pessoa com de-
há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, ficiência em planos privados de assistência
por autarquia, por empresa pública e por funda- à saúde, inclusive com cobrança de valores
ção ou sociedade de economia mista que inclua, diferenciados.
entre suas finalidades institucionais, a proteção § 4º Se o crime for praticado em atendi-
dos interesses e a promoção de direitos da pes- mento de urgência e emergência, a pena é
soa com deficiência. agravada em 1/3 (um terço)." (NR)
............................................................" (NR) Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio
"Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte
2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa: inciso XVIII:

I – recusar, cobrar valores adicionais, sus- "Art. 20. ..........................................................


pender, procrastinar, cancelar ou fazer ces-

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XVIII – quando o trabalhador com deficiên- § 4º ( VETADO).


cia, por prescrição, necessite adquirir órte-
se ou prótese para promoção de acessibili- ............................................................" (NR)
dade e de inclusão social. "Art. 93. (VETADO):
............................................................" (NR) I – (VETADO);
Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de II – (VETADO);
1990 (Código de Defesa do Consumidor), passa
a vigorar com as seguintes alterações: III – (VETADO);

"Art. 6º .......................................................... IV – (VETADO);

Parágrafo único. A informação de que tra- V – (VETADO).


ta o inciso III do caput deste artigo deve ser
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência
acessível à pessoa com deficiência, observa-
ou de beneficiário reabilitado da Previdên-
do o disposto em regulamento." (NR)
cia Social ao final de contrato por prazo de-
"Art. 43. ........................................................... terminado de mais de 90 (noventa) dias e a
dispensa imotivada em contrato por prazo
§ 6º Todas as informações de que trata o caput indeterminado somente poderão ocorrer
deste artigo devem ser disponibilizadas em for- após a contratação de outro trabalhador
matos acessíveis, inclusive para a pessoa com com deficiência ou beneficiário reabilitado
deficiência, mediante solicitação do consumi- da Previdência Social.
dor." (NR)
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego
Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, incumbe estabelecer a sistemática de fisca-
passa a vigorar com as seguintes alterações: lização, bem como gerar dados e estatísticas
"Art. 16. ......................................................... sobre o total de empregados e as vagas pre-
enchidas por pessoas com deficiência e por
I – o cônjuge, a companheira, o companhei- beneficiários reabilitados da Previdência
ro e o filho não emancipado, de qualquer Social, fornecendo-os, quando solicitados,
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou aos sindicatos, às entidades representativas
inválido ou que tenha deficiência intelectu- dos empregados ou aos cidadãos interessa-
al ou mental ou deficiência grave; dos.
III – o irmão não emancipado, de qualquer § 3º Para a reserva de cargos será considera-
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou da somente a contratação direta de pessoa
inválido ou que tenha deficiência intelectu- com deficiência, excluído o aprendiz com
al ou mental ou deficiência grave; deficiência de que trata a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decre-
..........................................................." (NR) to-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
"Art. 77. ............................................................ § 4º (VETADO)." (NR)
§ 2º ............................................................ "Art. 110-A. No ato de requerimento de benefí-
II – para o filho, a pessoa a ele equiparada cios operacionalizados pelo INSS, não será exigi-
ou o irmão, de ambos os sexos, pela eman- da apresentação de termo de curatela de titular
cipação ou ao completar 21 (vinte e um) ou de beneficiário com deficiência, observados
anos de idade, salvo se for inválido ou tiver os procedimentos a serem estabelecidos em re-
deficiência intelectual ou mental ou defici- gulamento."
ência grave;

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Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de de- "Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso
zembro de 1991, passa a vigorar acrescido do V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta
seguinte § 3º: Lei deverão cumprir, durante todo o período de
execução do contrato, a reserva de cargos pre-
"Art. 2º ............................................................ vista em lei para pessoa com deficiência ou para
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei so- reabilitado da Previdência Social, bem como as
mente serão concedidos a projetos culturais regras de acessibilidade previstas na legislação.
que forem disponibilizados, sempre que Parágrafo único. Cabe à administração fis-
tecnicamente possível, também em forma- calizar o cumprimento dos requisitos de
to acessível à pessoa com deficiência, ob- acessibilidade nos serviços e nos ambientes
servado o disposto em regulamento." (NR) de trabalho."
Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de de-
de 1992, passa a vigorar acrescido do seguinte zembro de 1993, passa a vigorar com as seguin-
inciso IX: tes alterações:
"Art. 11. .......................................................... "Art. 20. .........................................................
IX – deixar de cumprir a exigência de requi- § 2º Para efeito de concessão do benefício
sitos de acessibilidade previstos na legisla- de prestação continuada, considera-se pes-
ção." (NR) soa com deficiência aquela que tem impe-
Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, dimento de longo prazo de natureza física,
passa a vigorar com as seguintes alterações: mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode
"Art. 3º ............................................................. obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com
§ 2º .............................................................
as demais pessoas.
V – produzidos ou prestados por empresas
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio
que comprovem cumprimento de reserva
supervisionado e de aprendizagem não se-
de cargos prevista em lei para pessoa com
rão computados para os fins de cálculo da
deficiência ou para reabilitado da Previdên-
renda familiar per capita a que se refere o §
cia Social e que atendam às regras de aces-
3º deste artigo.
sibilidade previstas na legislação.
§ 11. Para concessão do benefício de que
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser
trata o caput deste artigo, poderão ser utili-
estabelecida margem de preferência para:
zados outros elementos probatórios da con-
I – produtos manufaturados e para serviços dição de miserabilidade do grupo familiar e
nacionais que atendam a normas técnicas da situação de vulnerabilidade, conforme
brasileiras; e regulamento." (NR)
II – bens e serviços produzidos ou prestados Art. 106. (VETADO).
por empresas que comprovem cumprimen-
Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995,
to de reserva de cargos prevista em lei para
passa a vigorar com as seguintes alterações:
pessoa com deficiência ou para reabilitado
da Previdência Social e que atendam às re- "Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática
gras de acessibilidade previstas na legisla- discriminatória e limitativa para efeito de acesso
ção. à relação de trabalho, ou de sua manutenção,
por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado
............................................................" (NR)
civil, situação familiar, deficiência, reabilitação

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profissional, idade, entre outros, ressalvadas, "Art. 86-A. As vagas de estacionamento regula-
nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e mentado de que trata o inciso XVII do art. 181
ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. desta Lei deverão ser sinalizadas com as respec-
7º da Constituição Federal." (NR) tivas placas indicativas de destinação e com pla-
cas informando os dados sobre a infração por
"Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º estacionamento indevido."
desta Lei e nos dispositivos legais que tipificam
os crimes resultantes de preconceito de etnia, "Art. 147-A. Ao candidato com deficiência au-
raça, cor ou deficiência, as infrações ao dispos- ditiva é assegurada acessibilidade de comunica-
to nesta Lei são passíveis das seguintes comina- ção, mediante emprego de tecnologias assisti-
ções: vas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do
processo de habilitação.
............................................................" (NR)
§ 1º O material didático audiovisual utiliza-
"Art. 4º .............................................................. do em aulas teóricas dos cursos que prece-
I – a reintegração com ressarcimento in- dem os exames previstos no art. 147 desta
tegral de todo o período de afastamento, Lei deve ser acessível, por meio de subtitu-
mediante pagamento das remunerações lação com legenda oculta associada à tradu-
devidas, corrigidas monetariamente e ção simultânea em Libras.
acrescidas de juros legais; § 2º É assegurado também ao candidato
............................................................" (NR) com deficiência auditiva requerer, no ato
de sua inscrição, os serviços de intérprete
Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de de- da Libras, para acompanhamento em aulas
zembro de 1995, passa a vigorar acrescido do práticas e teóricas."
seguinte § 5º:
"Art. 154. (VETADO)."
"Art. 35. ..........................................................
"Art. 181. ........................................................
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso
IX do parágrafo único do art. 3º da Lei nº XVII – .........................................................
10.741, de 1º de outubro de 2003, a pes- Infração – grave;
soa com deficiência, ou o contribuinte que
tenha dependente nessa condição, tem pre- ..........................................................." (NR)
ferência na restituição referida no inciso III
do art. 4º e na alínea "c" do inciso II do art. Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº
8º." (NR) 9.615, de 24 de março de 1998, passam a vigo-
rar com a seguinte redação:
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de
1997 (Código de Trânsito Brasileiro), passa a vi- "Art. 56. .........................................................
gorar com as seguintes alterações: VI – 2,7% (dois inteiros e sete décimos por
"Art. 2º ........................... ............................. cento) da arrecadação bruta dos concursos
..... de prognósticos e loterias federais e simi-
lares cuja realização estiver sujeita a auto-
Parágrafo único. Para os efeitos deste Có- rização federal, deduzindo-se esse valor do
digo, são consideradas vias terrestres as montante destinado aos prêmios;
praias abertas à circulação pública, as vias
internas pertencentes aos condomínios § 1º Do total de recursos financeiros resultan-
constituídos por unidades autônomas e as tes do percentual de que trata o inciso VI do
vias e áreas de estacionamento de estabe- caput, 62,96% (sessenta e dois inteiros e no-
lecimentos privados de uso coletivo." (NR) venta e seis centésimos por cento) serão des-

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tinados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e c) barreiras nos transportes: as existentes
37,04% (trinta e sete inteiros e quatro centé- nos sistemas e meios de transportes;
simos por cento) ao Comitê Paralímpico Bra-
sileiro (CPB), devendo ser observado, em am- d) barreiras nas comunicações e na infor-
bos os casos, o conjunto de normas aplicáveis mação: qualquer entrave, obstáculo, atitu-
à celebração de convênios pela União. de ou comportamento que dificulte ou im-
possibilite a expressão ou o recebimento de
..........................................................." (NR) mensagens e de informações por intermé-
dio de sistemas de comunicação e de tecno-
Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de no- logia da informação;
vembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte
redação: III – pessoa com deficiência: aquela que
tem impedimento de longo prazo de natu-
"Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos reza física, mental, intelectual ou sensorial,
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) o qual, em interação com uma ou mais bar-
anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas com reiras, pode obstruir sua participação ple-
crianças de colo e os obesos terão atendimento na e efetiva na sociedade em igualdade de
prioritário, nos termos desta Lei." (NR) condições com as demais pessoas;
Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de IV – pessoa com mobilidade reduzida:
2000, passa a vigorar com as seguintes alterações: aquela que tenha, por qualquer motivo, di-
"Art. 2º ............................................................. ficuldade de movimentação, permanente
ou temporária, gerando redução efetiva da
I – acessibilidade: possibilidade e condição mobilidade, da flexibilidade, da coordena-
de alcance para utilização, com segurança e ção motora ou da percepção, incluindo ido-
autonomia, de espaços, mobiliários, equi- so, gestante, lactante, pessoa com criança
pamentos urbanos, edificações, transpor- de colo e obeso;
tes, informação e comunicação, inclusive
seus sistemas e tecnologias, bem como de V – acompanhante: aquele que acompanha
outros serviços e instalações abertos ao pú- a pessoa com deficiência, podendo ou não
blico, de uso público ou privados de uso co- desempenhar as funções de atendente pes-
letivo, tanto na zona urbana como na rural, soal;
por pessoa com deficiência ou com mobili- VI – elemento de urbanização: quaisquer
dade reduzida; componentes de obras de urbanização,
II – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, tais como os referentes a pavimentação,
atitude ou comportamento que limite ou saneamento, encanamento para esgotos,
impeça a participação social da pessoa, bem distribuição de energia elétrica e de gás,
como o gozo, a fruição e o exercício de seus iluminação pública, serviços de comunica-
direitos à acessibilidade, à liberdade de mo- ção, abastecimento e distribuição de água,
vimento e de expressão, à comunicação, ao paisagismo e os que materializam as indica-
acesso à informação, à compreensão, à cir- ções do planejamento urbanístico;
culação com segurança, entre outros, classi- VII – mobiliário urbano: conjunto de objetos
ficadas em: existentes nas vias e nos espaços públicos, su-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas perpostos ou adicionados aos elementos de
vias e nos espaços públicos e privados aber- urbanização ou de edificação, de forma que
tos ao público ou de uso coletivo; sua modificação ou seu traslado não provo-
que alterações substanciais nesses elemen-
b) barreiras arquitetônicas: as existentes tos, tais como semáforos, postes de sinaliza-
nos edifícios públicos e privados; ção e similares, terminais e pontos de acesso

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coletivo às telecomunicações, fontes de água, Parágrafo único. Os semáforos para pedes-


lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques tres instalados em vias públicas de grande
e quaisquer outros de natureza análoga; circulação, ou que deem acesso aos servi-
ços de reabilitação, devem obrigatoriamen-
VIII – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: te estar equipados com mecanismo que
produtos, equipamentos, dispositivos, recur- emita sinal sonoro suave para orientação do
sos, metodologias, estratégias, práticas e ser- pedestre." (NR)
viços que objetivem promover a funcionali-
dade, relacionada à atividade e à participação "Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário
da pessoa com deficiência ou com mobilidade urbano em área de circulação comum para pe-
reduzida, visando à sua autonomia, indepen- destre que ofereça risco de acidente à pessoa
dência, qualidade de vida e inclusão social; com deficiência deverá ser indicada median-
te sinalização tátil de alerta no piso, de acordo
IX – comunicação: forma de interação dos ci- com as normas técnicas pertinentes."
dadãos que abrange, entre outras opções, as
línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais "Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabe-
(Libras), a visualização de textos, o Braille, o lecimentos congêneres devem fornecer carros e
sistema de sinalização ou de comunicação cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o
tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos atendimento da pessoa com deficiência ou com
multimídia, assim como a linguagem sim- mobilidade reduzida."
ples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os
meios de voz digitalizados e os modos, meios Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001
e formatos aumentativos e alternativos de (Estatuto da Cidade), passa a vigorar com as se-
comunicação, incluindo as tecnologias da in- guintes alterações:
formação e das comunicações; "Art. 3º .............................................................
X – desenho universal: concepção de pro- III – promover, por iniciativa própria e em
dutos, ambientes, programas e serviços a conjunto com os Estados, o Distrito Federal
serem usados por todas as pessoas, sem e os Municípios, programas de construção
necessidade de adaptação ou de projeto es- de moradias e melhoria das condições habi-
pecífico, incluindo os recursos de tecnologia tacionais, de saneamento básico, das calça-
assistiva." (NR) das, dos passeios públicos, do mobiliário ur-
"Art. 3º O planejamento e a urbanização das bano e dos demais espaços de uso público;
vias públicas, dos parques e dos demais espaços IV – instituir diretrizes para desenvolvimen-
de uso público deverão ser concebidos e execu- to urbano, inclusive habitação, saneamen-
tados de forma a torná-los acessíveis para todas to básico, transporte e mobilidade urbana,
as pessoas, inclusive para aquelas com deficiên- que incluam regras de acessibilidade aos lo-
cia ou com mobilidade reduzida. cais de uso público;
Parágrafo único. O passeio público, ele- ............................................................" (NR)
mento obrigatório de urbanização e parte
da via pública, normalmente segregado e "Art. 41. ............................................................
em nível diferente, destina-se somente à
§ 3º As cidades de que trata o caput deste
circulação de pedestres e, quando possível,
artigo devem elaborar plano de rotas aces-
à implantação de mobiliário urbano e de ve-
síveis, compatível com o plano diretor no
getação." (NR)
qual está inserido, que disponha sobre os
"Art. 9º .............................................................. passeios públicos a serem implantados ou
reformados pelo poder público, com vis-
tas a garantir acessibilidade da pessoa com

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deficiência ou com mobilidade reduzida "Art. 1.518 Até a celebração do casamento po-
a todas as rotas e vias existentes, inclusi- dem os pais ou tutores revogar a autorização."
ve as que concentrem os focos geradores (NR)
de maior circulação de pedestres, como os
órgãos públicos e os locais de prestação de "Art. 1.548 .......................................................
serviços públicos e privados de saúde, edu- I – (Revogado);
cação, assistência social, esporte, cultura,
correios e telégrafos, bancos, entre outros, ............................................................" (NR)
sempre que possível de maneira integrada
"Art. 1.550 .........................................................
com os sistemas de transporte coletivo de
passageiros." (NR) § 1º ..............................................................
Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de § 2º A pessoa com deficiência mental ou
2002 (Código Civil), passa a vigorar com as se- intelectual em idade núbia poderá contrair
guintes alterações: matrimônio, expressando sua vontade dire-
tamente ou por meio de seu responsável ou
"Art. 3º São absolutamente incapazes de exer-
curador." (NR)
cer pessoalmente os atos da vida civil os meno-
res de 16 (dezesseis) anos. "Art. 1.557 ..........................................................
I – (Revogado); III – a ignorância, anterior ao casamento,
de defeito físico irremediável que não ca-
II – (Revogado);
racterize deficiência ou de moléstia grave e
III – (Revogado)." (NR) transmissível, por contágio ou por herança,
capaz de pôr em risco a saúde do outro côn-
"Art. 4º São incapazes, relativamente a certos juge ou de sua descendência;
atos ou à maneira de os exercer:
IV – (Revogado)." (NR)
II – os ébrios habituais e os viciados em tó-
xico; "Art. 1.767 .........................................................

III – aqueles que, por causa transitória ou I – aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua permanente, não puderem exprimir sua
vontade; vontade;

Parágrafo único. A capacidade dos indíge- II – (Revogado);


nas será regulada por legislação especial."
III – os ébrios habituais e os viciados em tó-
(NR)
xico;
"Art. 228. ...........................................................
IV – (Revogado);
II – (Revogado);
..........................................................." (NR)
III – (Revogado);
"Art. 1.768 O processo que define os termos da
§ 1º ............................................................ curatela deve ser promovido:

§ 2º A pessoa com deficiência poderá tes- IV – pela própria pessoa." (NR)


temunhar em igualdade de condições com
"Art. 1.769 O Ministério Público somente pro-
as demais pessoas, sendo-lhe assegurados
moverá o processo que define os termos da
todos os recursos de tecnologia assistiva."
curatela:
(NR)

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I – nos casos de deficiência mental ou inte- "CAPÍTULO III


lectual; DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA
III – se, existindo, forem menores ou inca-
pazes as pessoas mencionadas no inciso II." Art. 1.783-A A tomada de decisão apoiada é o
(NR) processo pelo qual a pessoa com deficiência ele-
ge pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as
"Art. 1.771 Antes de se pronunciar acerca dos quais mantenha vínculos e que gozem de sua
termos da curatela, o juiz, que deverá ser as- confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de
sistido por equipe multidisciplinar, entrevistará decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes
pessoalmente o interditando." (NR) os elementos e informações necessários para
que possa exercer sua capacidade.
"Art. 1.772 O juiz determinará, segundo as po-
tencialidades da pessoa, os limites da curatela, § 1º Para formular pedido de tomada de de-
circunscritos às restrições constantes do art. cisão apoiada, a pessoa com deficiência e
1.782, e indicará curador. os apoiadores devem apresentar termo em
que constem os limites do apoio a ser ofe-
Parágrafo único. Para a escolha do curador, recido e os compromissos dos apoiadores,
o juiz levará em conta a vontade e as prefe- inclusive o prazo de vigência do acordo e o
rências do interditando, a ausência de con- respeito a vontade, aos direitos e aos inte-
flito de interesses e de influência indevida, resses da pessoa que devem apoiar.
a proporcionalidade e a adequação às cir-
cunstâncias da pessoa." (NR) § 2º O pedido de tomada de decisão apoiada
será requerido pela pessoa a ser apoiada, com
"Art. 1.775-A Na nomeação de curador para a indicação expressa das pessoas aptas a pres-
pessoa com deficiência, o juiz poderá estabele- tarem o apoio previsto no caput deste artigo.
cer curatela compartilhada a mais de uma pes-
soa." § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido
de tomada de decisão apoiada, o juiz, assis-
"Art. 1.777 As pessoas referidas no inciso I do tido por equipe multidisciplinar, após oitiva
art. 1.767 receberão todo o apoio necessário do Ministério Público, ouvirá pessoalmente
para ter preservado o direito à convivência fa- o requerente e as pessoas que lhe prestarão
miliar e comunitária, sendo evitado o seu re- apoio.
colhimento em estabelecimento que os afaste
desse convívio." (NR) § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada
terá validade e efeitos sobre terceiros, sem
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Espe- restrições, desde que esteja inserida nos li-
cial da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 mites do apoio acordado.
(Código Civil), passa a vigorar com a seguinte re-
dação: § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada
mantenha relação negocial pode solicitar
que os apoiadores contra-assinem o contra-
"TÍTULO IV to ou acordo, especificando, por escrito, sua
função em relação ao apoiado.
Da Tutela, da Curatela e da Tomada § 6º Em caso de negócio jurídico que possa
de Decisão Apoiada" trazer risco ou prejuízo relevante, havendo di-
vergência de opiniões entre a pessoa apoiada
Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o
da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Có- Ministério Público, decidir sobre a questão.
digo Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte
Capítulo III:

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§ 7º Se o apoiador agir com negligência, Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012,
exercer pressão indevida ou não adimplir passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-B:
as obrigações assumidas, poderá a pessoa
apoiada ou qualquer pessoa apresentar de- "Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço
núncia ao Ministério Público ou ao juiz. de táxi, reservar-se-ão 10% (dez por cento) das
vagas para condutores com deficiência.
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz desti-
tuirá o apoiador e nomeará, ouvida a pes- § 1º Para concorrer às vagas reservadas na
soa apoiada e se for de seu interesse, outra forma do caput deste artigo, o condutor
pessoa para prestação de apoio. com deficiência deverá observar os seguin-
tes requisitos quanto ao veículo utilizado:
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tem-
po, solicitar o término de acordo firmado em I – ser de sua propriedade e por ele condu-
processo de tomada de decisão apoiada. zido; e

§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a ex- II – estar adaptado às suas necessidades,
clusão de sua participação do processo de nos termos da legislação vigente.
tomada de decisão apoiada, sendo seu des- § 2º No caso de não preenchimento das va-
ligamento condicionado a manifestação do gas na forma estabelecida no caput deste
juiz sobre a matéria. artigo, as remanescentes devem ser dispo-
§ 11. Aplicam-se a tomada de decisão nibilizadas para os demais concorrentes."
apoiada, no que couber, as disposições re- Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em
ferentes a prestação de contas na curatela." cada esfera de governo, a elaboração de rela-
Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho tórios circunstanciados sobre o cumprimento
de 2005, passa a vigorar com a seguinte redação: dos prazos estabelecidos por força das Leis nº
10.048, de 8 de novembro de 2000, e nº 10.098,
"Art. 1º É assegurado a pessoa com deficiência de 19 de dezembro de 2000, bem como o seu
visual acompanhada de cão-guia o direito de encaminhamento ao Ministério Público e aos
ingressar e de permanecer com o animal em órgãos de regulação para adoção das providên-
todos os meios de transporte e em estabeleci- cias cabíveis.
mentos abertos ao público, de uso público e pri-
vados de uso coletivo, desde que observadas as Parágrafo único. Os relatórios a que se refe-
condições impostas por esta Lei. re o caput deste artigo deverão ser apresen-
tados no prazo de 1 (um) ano a contar da
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica- entrada em vigor desta Lei.
-se a todas as modalidades e jurisdições do
serviço de transporte coletivo de passagei- Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações
ros, inclusive em esfera internacional com previstos nesta Lei não excluem os já estabeleci-
origem no território brasileiro." (NR) dos em outras legislações, inclusive em pactos,
tratados, convenções e declarações internacio-
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, nais aprovados e promulgados pelo Congresso
de 14 de janeiro de 2009, passa a vigorar acres- Nacional, e devem ser aplicados em conformi-
cido da seguinte alínea "k": dade com as demais normas internas e acordos
internacionais vinculantes sobre a matéria.
"Art. 46. ............................................................
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais
IV – ............................................................. benéfica à pessoa com deficiência.
k) de acessibilidade a todas as pessoas. Art. 122. Regulamento disporá sobre a ade-
........................................................... " (NR) quação do disposto nesta Lei ao tratamento di-

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ferenciado, simplificado e favorecido a ser dis- Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorri-
pensado às microempresas e às empresas de dos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação
pequeno porte, previsto no § 3º do art. 1º da oficial.
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro
de 2006. Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Indepen-
dência e 127º da República.
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos:
I – o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº
9.008, de 21 de março de 1995;
II – os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil);
III – os incisos II e III do art. 228 da Lei nº
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil);
IV – o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
V – o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
VI – os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Ci-
vil);
VII – os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá en-
trar em vigor em até 2 (dois) anos, contados da
entrada em vigor desta Lei.
Art. 125. Devem ser observados os prazos a se-
guir discriminados, a partir da entrada em vigor
desta Lei, para o cumprimento dos seguintes
dispositivos:
I – incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (qua-
renta e oito) meses;
II – § 6º do art. 44, 48 (quarenta e oito) me-
ses;
III – art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;
IV – art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.
Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de
2021 a vigência da Lei nº 8.989, de 24 de feve-
reiro de 1995.

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