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São Paulo.

, 10 de outubro de 2019
De: IHF
Para: EFG

É POSSÍVEL A LIQUIDAÇÃO DE CARTA DE FIANÇA / SEGURO


GARANTIA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS?

1. CONCLUSÃO

Em face do estudo da jurisprudência transcrita mais abaixo, pode-se afirmar com


segurança que:
i. O STJ considera possível a liquidação da carta de fiança, porém ressalva que o
levantamento do depósito realizado pelo garantidor fica condicionado ao trânsito
em julgado, aplicando-se o art. 32, §2º da LEF (AgRG na MC 18.155/RJ, Rel.
Min. Castro Meira, 2ª Turma, DJe 16/8/2011; RCDESP na MC 15.208/RS, Rel.
Ministro Mauto Campbell Marques, 2ª Turma, DJe 16/4/2009) (STJ, 2ª T., AgRg
na MC 19.565/RJ, Rel. Min. Herman Benjamuin, ac. 4/9/2012/Dje 11/9/12)

ii. Sucede que esses precedentes do STJ utilizados para sustentar a posição
favorável à liquidação antecipada da garantia são tanto: (a) anteriores à Lei
n° 13.043/14, que deu nova redação ao art. 9°, II, da LEF para facultar ao
executado a possibilidade de “oferecer fiança bancária ou seguro-garantia”;
quanto (b) anteriores ao REsp 1.691.748, julgado em 2017, que equiparou a
fiança bancária e o seguro-garantia ao depósito judicial para os fins de
garantia do Juízo.

iii. Isto é relevante, na medida em que essas garantias se tornaram comuns na


execução fiscal justamente após a criação dessa lei e à sua equiparação em
sede jurisprudencial aos efeitos do depósito judicial.
De outra parte, o STJ segue avançando no reconhecimento da equivalência dos
efeitos da prestação dessas garantias ao depósito judicial; tanto que, em
17/07/2019, foi noticiada nova decisão da Corte no seguinte sentido “Fiança
bancária e seguro-garantia judicial podem suspender exigibilidade do crédito
não tributário”1.

1
(http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/Fianca-bancaria-e-seguro-
garantia-judicial-podem-suspender-exigibilidade-do-credito-nao-tributario-.aspx).
iv. Considerada a nítida expansão do uso dessas modalidades de garantia, e,
sinalizado o desenvolvimento da sua equiparação ao depósito, é provável que
o STJ venha a reapreciar o seu entendimento a respeito da liquidação
antecipada, quiçá invocando a incidência do art. 32, §2º da LEF no sentido
defendido pelos contribuintes, de modo que mesmo a liquidação passe a se
sujeitar ao trânsito em julgado da decisão final dos embargos.

v. Outro fator que leva à crença de que o STJ será chamado a reapreciar a matéria é
a inconstância da jurisprudência dos Tribunais Regionais Federais a seu respeito.
De fato, exceção feita ao TRF3, amplamente favorável à liquidação da carta
de fiança/seguro-garantia antes do trânsito em julgado dos embargos, e ao
TRF1, pacificamente contrário, não é possível cravar o entendimento dos
demais Tribunais como favorável ou desfavorável à liquidação antecipada
das garantias.
Pacífico é, todavia, que a execução das garantias – o levantamento do
depósito feito pela seguradora – sujeita-se ao trânsito em julgado na forma
do art. 32, §2º da LEF.

vi. Quanto ao entendimento individual de cada Tribunal Regional Federal,


como dito, a jurisprudência do TRF3 é amplamente favorável à liquidação
dessas garantias antes do trânsito em julgado da decisão final dos embargos
à execução.
Divergem deste entendimento apenas os desembargadores Fábio Prieto, Nery Jr
e Antonio Cedenho, sendo seus argumentos:
a) se a lei equipara a fiança/seguro ao depósito, incide, para todos
os efeitos, o art. 32,§2º, LEF, de modo que a liquidação é
condicionada ao trânsito em julgado;
b) menor onerosidade para o executado: “A fiança bancária
garante, com liquidez equivalente à do dinheiro, os interesses do
credor e, ao mesmo tempo, possibilita o exercício da ampla defesa
e do contraditório sem maior privação patrimonial” (AI Nº
5026883-44.2018.4.03.0000, Rel. Des. Fed. ANTONIO
CEDENHO);
c) a liquidação não traz qualquer benefício para a exequente.

Vejamos esses precedentes contrários à liquidação antecipada.

[...] a prematura liquidação da carta de fiança não traria proveito


ao Fisco -, parece, também, que a norma jurídica é sensível ao
fato. 2. O seguro e a fiança não são objeto de depósito. Mas de
liquidação. O valor da liquidação é objeto do depósito. 3. A bem
2
da exatidão, a linguagem da lei é incorreta. O "depósito,
monetariamente atualizado, será devolvido ao depositante ou
entregue à Fazenda Pública": isto nunca aconteceu ou acontecerá.
4. Depósito é instituto jurídico. O objeto do depósito, o dinheiro, é
que poderá ser devolvido ao depositante ou entregue a terceiro. 5.
Quando a lei equipara depósito, fiança e seguro, para efeito de
garantia, é preciso considerar que a liquidação destes
instrumentos está sujeita, sempre, ao trânsito em julgado. 6. Ou,
nas hipóteses de fiança e seguro, será criada cláusula inexistente
na lei. Ou seja, os instrumentos servirão ao propósito de garantia,
até a sentença de improcedência, nos embargos, cuja apelação não
seja qualificada com eficácia suspensiva. 7. Depois disto,
liquidada a fiança ou o seguro, o valor correspondente ficará à
disposição do juízo, em regime de depósito necessário. 8. Parece
induvidoso que a lei não fez tal distinção: qualquer das três
modalidades de garantia tem eficácia até o trânsito em julgado.
Para o credor, não há diferença. 9. Agravo de instrumento
provido[...] (AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 577274
0003780-64.2016.4.03.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL
FÁBIO PRIETO, TRF3 - SEXTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:12/12/2017 ..FONTE_REPUBLICACAO:.)

[...]3 - A questão cinge-se sobre a possibilidade de liquidação da


carta de fiança bancária antes do trânsito em julgado dos
embargos à execução. 4 - Sobre a matéria, considerando que o
legislador equiparou a fiança bancária ao depósito judicial nos
artigos 9º, §3º, e 15, inciso I, da Lei de Execuções Fiscais, é
necessária a aplicação do artigo 32, §2º, do mesmo diploma legal,
que apenas autoriza o levantamento do depósito após o trânsito em
julgado. Precedentes. 5 - Ademais, não há qualquer urgência na
liquidação da carta de fiança, tendo em vista a liquidez da
garantia. 6 - Negado provimento ao agravo inominado.Vistos e
relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide
a Egrégia Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª
Região, por maioria, negar provimento ao agravo inominado, nos
termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do
presente julgado.
(AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 546685 0030863-
26.2014.4.03.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL NERY
JUNIOR, TRF3 - TERCEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:07/07/2017 ..FONTE_REPUBLICACAO:.)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM EXECUÇÃO. EMBARGOS


À EXECUÇÃO IMPROCEDENTES. RECURSO DE

3
APELAÇÃO SEM EFEITO SUSPENSIVO. IMEDIATA
LIQUIDAÇÃO DA CARTA DE FIANÇA. IMPOSSIBILIDADE.
MENOR ONEROSIDADE AO DEVEDOR ATÉ O TRÂNSITO
EM JULGADO. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.
1. Não se desconhece a existência de posicionamentos, inclusive
do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que é possível a
imediata liquidação da carta de fiança ou do seguro garantia em
caso de improcedência dos embargos de devedor haja vista a
ausência de efeito suspensivo, como regra, do recurso de apelação
interposto e a possibilidade de levantamento do numerário apenas
após o trânsito em julgado.
2. Contudo, nesta oportunidade, adota-se posicionamento no
sentido de que a execução/liquidação da carta de fiança bancária
deve aguardar o julgamento final dos embargos do devedor.
3. A respeito, saliente-se que a lei equipara a garantia fidejussória
ao depósito pecuniário em termos de liquidez, fazendo com que o
regime a ele previsto, especificamente a necessidade de trânsito em
julgado da decisão, seja aplicável (artigos 15, I, e 32, §2°, da Lei
n° 6.830/1980).
4. O bem oferecido para constrição traz tanta segurança ao crédito
que a expropriação antes da análise final dos embargos à execução
se torna despropositada, incompatível com a pendência de uma
relação processual.
5. Releve-se, ainda, que a Lei n° 6.830/1980 prevê a exigência de
trânsito em julgado da decisão para o cumprimento da carta de
fiança. Segundo o artigo 19, II, o terceiro que prestar caução
pessoal somente será intimado para pagamento após a rejeição dos
embargos, o que pode ser entendido como julgamento final.
6. No mais, independentemente de regras processuais específicas,
o princípio da menor onerosidade atua como fundamento. A fiança
bancária garante, com liquidez equivalente à do dinheiro, os
interesses do credor e, ao mesmo tempo, possibilita o exercício da
ampla defesa e do contraditório sem maior privação patrimonial. O
cumprimento imediato, além de acionar o direito de regresso do
fiador, dificulta a posterior reversão da medida em caso de
procedência da resposta do executado, a ponto de desequilibrar a
relação processual.
7. A manutenção do instrumento de garantia nos autos propicia o
equilíbrio entre os interesses do credor, o qual nenhum prejuízo
suportará, e a menor onerosidade (artigo 805 do CPC).
8. Agravo de instrumento provido.
(AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Nº 5026883-
44.2018.4.03.0000, Rel. Des. Fed. ANTONIO CEDENHO)
4
PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO -
EXECUÇÃO FISCAL - EMBARGOS DO DEVEDOR
REJEITADOS - APELAÇÃO SEM EFEITO SUSPENSIVO -
LIQUIDAÇÃO DA CARTA DE FIANÇA: IMPOSSIBILIDADE.
1. Além da razão de conveniência apontada pelo contribuinte - a
prematura liquidação da carta de fiança não traria proveito ao Fisco
-, parece, também, que a norma jurídica é sensível ao fato. 2. O
seguro e a fiança não são objeto de depósito. Mas de liquidação. O
valor da liquidação é objeto do depósito. 3. A bem da exatidão, a
linguagem da lei é incorreta. O "depósito, monetariamente
atualizado, será devolvido ao depositante ou entregue à Fazenda
Pública": isto nunca aconteceu ou acontecerá. 4. Depósito é
instituto jurídico. O objeto do depósito, o dinheiro, é que poderá
ser devolvido ao depositante ou entregue a terceiro. 5. Quando a lei
equipara depósito, fiança e seguro, para efeito de garantia, é preciso
considerar que a liquidação destes instrumentos está sujeita,
sempre, ao trânsito em julgado. 6. Ou, nas hipóteses de fiança e
seguro, será criada cláusula inexistente na lei. Ou seja, os
instrumentos servirão ao propósito de garantia, até a sentença de
improcedência, nos embargos, cuja apelação não seja qualificada
com eficácia suspensiva. 7. Depois disto, liquidada a fiança ou o
seguro, o valor correspondente ficará à disposição do juízo, em
regime de depósito necessário. 8. Parece induvidoso que a lei não
fez tal distinção: qualquer das três modalidades de garantia tem
eficácia até o trânsito em julgado. Para o credor, não há diferença.
9. Agravo de instrumento provido. Agravo interno prejudicado.
(AI 0003780-64.2016.4.03.0000, DESEMBARGADOR
FEDERAL FÁBIO PRIETO, TRF3 - SEXTA TURMA, e-DJF3
Judicial 1 DATA:12/12/2017.)

Esses argumentos da minoria do TRF3 contrários à liquidação antecipada – a


equiparação ao depósito para fins de incidência do art. 32, §2º da LEF; a menor
onerosidade; e a ausência de benefício à exequente – são os mesmos adotados
pelos demais Tribunais Regionais Federais quando julgam nesse sentido.

Especificamente quanto à premissa de que a liquidação não traria qualquer


benefício à exequente, vale destacar que a sua adoção não é precedida do
enfrentamento da questão relativa à disponibilidade imediata dos depósitos
decorrentes da liquidação para a exequente, mesmo antes da conversão em
renda, considerada a Conta Única do Tesouro Nacional.

5
Pelo contrário, o argumento adotado é de que a liquidação antecipada não produz
vantagem para a exequente – ao mesmo tempo em que onera o executado –, visto
que a sua disponibilidade estaria de todo modo condicionada ao trânsito em
julgado da decisão final dos embargos na forma do art. 32, §2º da LEF.

vii. Quanto à jurisprudência do TRF2, é a que mais oscila, sendo justo dizer que
ainda não há um posicionamento pacífico naquela Corte. Os argumentos
favoráveis e contrários são os mesmos utilizados pelo TRF3;

viii. A jurisprudência do TRF5 é dividida e aparentemente não diferencia a


liquidação da execução da garantia quando nega a liquidação antecipada,
aplicando de modo inadequado os precedentes do STJ que fazem essa diferença.
De todo modo, a amostra encontrada é por demais pequena para qualquer
conclusão definitiva a respeito do posicionamento da Corte:

III - Enquanto não houver o Trânsito em Julgado na Ação


Anulatória, não poderá haver Liquidação e Levantamento da
Carta de Fiança Bancária em favor da Exequente, nos termos do
artigo 32, parágrafo 2º, da Lei nº 6.830/1980, e conforme a
orientação do Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Regional
Federal da 5ª Região. IV - Provimento do Agravo de Instrumento,
para vedar a Liquidação e Levantamento da Fiança Bancária,
antes do Trânsito em Julgado, nos autos da Ação Anulatória de
Débito Fiscal nº 0004507-47.2006.4.05.8300.
(AG - Agravo de Instrumento - 136583 0000152-
81.2014.4.05.0000, Desembargador Federal Alexandre Costa de
Luna Freire, TRF5 - Primeira Turma, DJE - Data::20/04/2016 -
Página::50.)

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. GARANTIA DO JUÍZO


POR MEIO DE CARTA DE FIANÇA BANCÁRIA. LIQUIDAÇÃO
OU CONVERSÃO EM RENDA CONDICIONADA AO TRÂNSITO
EM JULGADO DA DECISÃO FINAL PROFERIDA NOS
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. PRECEDENTES. AGRAVO
DE INSTRUMENTO PROVIDO. 1. Agravo de instrumento
interposto contra a decisão que deferiu pedido formulado pela
exequente para que fosse procedida a liquidação de fiança
bancária prestada em garantia de execução fiscal, antes do
julgamento final dos respectivos embargos. 2. In casu,
encontrando-se a execução fiscal devidamente garantida por carta
de fiança expedida, por prazo indeterminado, pelo Banco

6
Bradesco S/A, segundo maior banco privado brasileiro, a qual
possui similaridades com o depósito judicial, nos termos do artigo
9º, parágrafo 3º, e artigo 15, inciso I, todos da LEF, a suspensão
de sua execução até decisão final dos embargos à execução fiscal
não oferece risco à satisfação da pretensão executória da
agravada. 3. "A execução da fiança bancária oferecida na
execução fiscal (conversão em depósito judicial e/ou em renda)
deve ficar condicionada ao trânsito em julgado da decisão final
dos embargos à execução." (TRF - 1ª Região - AG nº 0007500-
35.2012.4.01.0000 / MG - Órgão julgador: Sétima Turma -
Relator: Desembargador Federal Luciano Tolentino Amaral - e-
DJF1 de 27/04/2012 - Decisão: Unânime). 4. Agravo de
instrumento ao qual se dá provimento.
(AG - Agravo de Instrumento - 135968 0043792-
71.2013.4.05.0000, Desembargador Federal Francisco
Cavalcanti, TRF5 - Primeira Turma, DJE - Data::20/02/2014 -
Página::27.)

ix. A jurisprudência do TRF1 é pacificamente contrária à liquidação antecipada da


garantia. Todavia, percebe-se igualmente uma confusão entre a execução e a
liquidação da garantia:

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto pela UNIÃO (Fazenda


Nacional) contra a decisão que indeferiu o pedido da exequente por
entender que a execução fiscal deve ficar condicionada ao trânsito em
julgado da decisão final dos embargos à execução. A agravante alega,
em síntese, que embora o levantamento da quantia dependa do trânsito
em julgado, nada obsta a liquidação da garantia, com o depósito dos
valores devidos. Somente o levantamento destes valores é que fica
condicionado ao trânsito em julgado. É o relatório do essencial. Passo
a decidir. Com efeito, segundo entendimento jurisprudencial, a
execução da fiança bancária fica condicionada ao trânsito em
julgado da decisão final dos embargos à execução. A propósito, cabe
conferir, verbis: TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS
À EXECUÇÃO FISCAL - FIANÇA BANCÁRIA (ART. 9º, §3º, DA LEI
6.830/80) - LIQUIDAÇÃO OU CONVERSÃO EM RENDA: SOMENTE
APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO FINAL EM
EMBARGOS - AGRAVO NÃO PROVIDO. 1- A Carta de
Fiança Bancária é uma das hipóteses de garantia do crédito tributário,
pela equivalência legal entre ela e o depósito em dinheiro (art. 9º, §3º,
da Lei nº 6.830/80): "A garantia da execução, por meio de depósito em
dinheiro ou fiança bancária, produz os mesmos efeitos da penhora".
Ademais, "é titulo executivo extrajudicial, líquido e exigível nos limites

7
da quantia garantida, a carta de fiança bancária (...)" (REsp nº
5.825/PA, STJ, T4, un., Rel. ATHOS CARNEIRO, DJ 30/09/1991). 2- A
execução da fiança bancária oferecida na execução fiscal (conversão
em depósito judicial e/ou em renda) fica condicionada ao trânsito em
julgado da decisão final dos embargos à execução. (sem grifo no
original) 3- Agravo de instrumento não provido. Ora, tendo-se em vista
que a execução da fiança bancária depende de transito em julgado da
decisão final dos embargos à execução, fica mantida a decisão nos seus
devidos termos. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo de
instrumento. Publique-se. Intime-se. Não havendo recurso, remetam-se
os autos à Vara de Origem. Brasília, 27 de fevereiro de 2019.
Desembargador Federal JOSÉ AMILCAR MACHADO, Relator. (AI
0022350-89.2015.4.01.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ
AMILCAR MACHADO, TRF1, e-DJF1 22/03/2019 PAG.)

x. De forma surpreendente, somente uma referência ao tema foi encontrada na


jurisprudência do TRF4, ainda que vários termos diversos tenham sido utilizados
no sistema de busca do Tribunal. No julgado, a Corte demonstrou-se favorável à
liquidação da garantia – e não à execução – antes do trânsito em julgado, mas a
amostra é pouca para qualquer conclusão definitiva.

2. JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS FEDERAIS

TRF3

 FAVORÁVEIS

AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL.


EMBARGOS À EXECUÇÃO. MULTA ADMINISTRATIVA. INMETRO.
1 - No caso em apreço, não foi reconhecido como relevantes às
alegações aduzidas pela requerente. 2 - Conforme se extrai da r.
sentença (ID 29768687 e seguintes), o r. Juízo de origem julgou
improcedentes os embargos à execução fiscal opostos pela ora
requerente, afastando, fundamentadamente, as alegações de
ilegalidade na atuação normativa do INMETRO, ausência de
requisitos que garantem a ilegalidade da autuação, bem como de
insuficiência da identificação dos produtos fiscalizados. 3 - O
mencionado risco de dano foi rejeitado, pois os valores depositados
decorrentes de eventual liquidação do seguro garantia só poderão ser
levantados após o trânsito em julgado (art. 32, §2º, da Lei das
Execuções Fiscais). 4 - Assim sendo, nos termos dos arts. 995,

8
parágrafo único, e 1012, § 3º, do CPC/2015, INDEFIRO o efeito
suspensivo à apelação. 5 - Agravo de Instrumento IMPROVIDO e
Agravo Regimental PREJUDICADO.
(SuspApel 5002520-56.2019.4.03.0000, Juiz Federal Convocado
LEILA PAIVA MORRISON, TRF3 - 6ª Turma, e - DJF3 Judicial 1
DATA: 01/08/2019.)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INOMINADO. AGRAVO


DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. EFEITO
SUSPENSIVO. RECURSO DESPROVIDO. 1. Encontra-se
consolidada a jurisprudência, firme no sentido de que não tem efeito
suspensivo a apelação interposta contra sentença de rejeição liminar
ou de improcedência total ou parcial de embargos à execução, fundada
em título extrajudicial, pois definitiva a sua execução, nos termos do
artigo 587 do Código de Processo Civil. 2. Consolidando a
jurisprudência, o Superior Tribunal de Justiça fez editar a Súmula 317:
"É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente
apelação contra sentença que julga improcedentes os embargos". 3.
Encontra-se reforçada, na atualidade, com a edição da Lei 11.382/06,
que incluiu ao Código de Processo Civil o artigo 739-A, prevendo que
"Os embargos do executado não terão efeito suspensivo", estando firme
e consolidada a jurisprudência no sentido de que tal preceito tem
aplicabilidade nas execuções fiscais (AGRMC 13.249, Rel. Min. TEORI
ZAVASCKI, DJU 25/10/07; e AG 2007.03.00.088562-2, Des. Fed.
CARLOS MUTA, DJU 08.07.08). 4. A alegação de relevância jurídica
do pedido de reforma, essencial para a atribuição excepcional do
efeito suspensivo, foi descrita pela agravante de forma genérica, sem
efetiva comprovação da grande probabilidade de provimento do
recurso, com a consequente extinção da execução, limitando-se, em
verdade, a ressaltar a possibilidade de dano pela execução da carta de
fiança enquanto pendente de julgamento o recurso de apelação. 5. As
quantias decorrentes da liquidação das garantias admitidas e válidas
na execução fiscal, assim, por exemplo, a fiança bancária à luz da Lei
6.830/1980, não podem ser levantadas antes do trânsito em julgado,
ainda que recebido o apelo apenas no efeito devolutivo, o que afasta
risco de dano irreparável ou de 6. Seja porque inexistente prova da
relevância difícil reparação. jurídica do pedido de reforma, pois nada
deduzido especificamente a respeito, seja porque inexistente dano
irreparável a ser protegido, o efeito meramente devolutivo é o aplicável
à apelação interposta de sentença de improcedência dos embargos do
devedor, nos termos da Súmula 317/STJ, sendo excepcional, e
injustificado no caso dos autos, o efeito suspensivo atribuído ao
recurso, pelo que manifestamente improcedente a pretensão de reforma
da decisão agravada. 7. Agravo inominado desprovido.(AI
00238169820144030000, DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS

9
MUTA, TRF3 - TERCEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:02/12/2014, grifos meus)

PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


EXECUÇÃO FISCAL LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO - ART. 32,
§ 2º DA LEI 6.830/80 TRÂNSITO EM JULGADO - NECESSIDADE I
- A garantia da execução fiscal depositada monetariamente, juízo, só
pode ser levantada após o trânsito em julgado da decisão que se
pronunciar a respeito da cobrança ( art. 32, § 2º da Lei 6.830/80). II -
Precedentes jurisprudenciais. III - Agravo instrumento desprovido
(AI 5003530-09.2017.4.03.0000, Desembargador Federal LUIZ
PAULO COTRIM GUIMARAES, TRF3 - 2ª Turma, e - DJF3 Judicial 1
DATA: 22/07/2019.)

PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO


FISCAL - FIANÇA BANCÁRIA - EMBARGOS À EXECUÇÃO
- IMPROCEDENTE - LIQUIDAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM
JULGADO - POSSIBILIDADE I - Antes do trânsito em julgado, a
carta fiança pode ser liquidada, mas o levantamento do produto da
liquidação somente pode ser levantado após a formação do título. II
- Precedente jurisprudencial. III - Agravo de instrumento improvido.
Agravo interno prejudicado.
(AI 5004936-65.2017.4.03.0000, Desembargador Federal LUIZ
PAULO COTRIM GUIMARAES, TRF3 - 2ª Turma, Intimação via
sistema DATA: 19/07/2019.)

“AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


PROCESSUAL CIVIL. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
RECURSAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL
IMPROCEDENTES. CARTA DE FIANÇA. EXECUÇÃO. APELAÇÃO
NOS EMBARGOS. EFEITO DEVOLUTIVO. AGRAVO IMPROVIDO.
1. A decisão foi proferida com o entendimento jurisprudencial do C.
STJ, com supedâneo no art. 1.019, do CPC, inexistindo qualquer
ilegalidade ou abuso de poder. 2. A simples leitura do art. 1.012 do
CPC (Art. 520 do CPC/1973) evidencia que o recurso de apelação, via
de regra, será recebido em seu duplo efeito, salvo naquelas situações
referentes aos seus diversos incisos, quando, então, o apelo será
recebido exclusivamente em seu efeito devolutivo. 3. Mencione-se
ainda a Súmula nº 317/STJ: "É definitiva a execução de título
extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julga
improcedentes os embargos." 4. Por outro lado, o artigo 558 do
CPC/73 prevê hipótese de suspensão do cumprimento da decisão até o
pronunciamento definitivo da turma, quando presentes a possibilidade
10
de lesão grave ou de difícil reparação e a relevância na
fundamentação. Assim, somente em casos excepcionais o magistrado
está autorizado a atribuir à apelação em embargos à execução o efeito
suspensivo. 5. No caso dos autos, os argumentos expendidos, não se
revelam evidentes o "periculum in mora" e o suposto perigo de grave
lesão de difícil reparação, sendo genéricas as alegações de prejuízo
pelo prosseguimento da demanda executiva, mormente porque eventual
levantamento ou conversão em renda da União dos valores decorrentes
da liquidação da fiança bancária, ofertada como garantia, se
encontram submissos ao trânsito em julgado dos embargos à execução,
"ex vi" do art. 32, §2º, da Lei das Execuções Fiscais. 6. Agravo
improvido.”
(TRF3, AI 0016791-63.2016.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal
MARCELO SARAIVA, QUARTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1:
10/03/2017)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. DECISÃO


AGRAVADA QUE DETERMINOU A INTIMAÇÃO DO BANCO
FIADOR PARA DEPOSITAR O VALOR DA DÍVIDA:
POSSIBILIDADE. LEVANTAMENTO CONDICIONADO AO
TRÂNSITO EM JULGADO (LEF, art. 32, § 2º). RECURSO NÃO
PROVIDO.
1. Em sede de execução fiscal, após a sentença de improcedência dos
embargos e o recebimento da apelação da embargante no efeito
devolutivo, o MM. Juiz a quo determinou a liquidação da carta de
fiança, com o depósito do valor na CEF, cujo levantamento ficaria
condicionado ao trânsito em julgado da sentença proferida nos
embargos. 2. Em primeiro grau, com base na jurisprudência do STJ
(AgRg na MC 19565) considerou-se possível a liquidação da carta de
fiança, determinando-se "a intimação do Banco Itaú Unibanco S/A,
fiador da executada, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, pague o
valor da dívida, juros, multa de mora e demais encargos, indicados na
certidão de Dívida Ativa, pelos quais se obrigou, sob pena de contra
ele prosseguir a execução, nos termos do artigo 19 da Lei n.º 6.830/80".
3. A jurisprudência desta Turma vem seguindo em sentido contrário ao
entendimento esposado pelo e. relator (SEXTA TURMA, AI - AGRAVO
DE INSTRUMENTO - 583410 - 0011403-82.2016.4.03.0000, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL JOHONSOM DI SALVO, julgado em
06/07/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA:18/07/2017 - SEXTA TURMA,
AC - APELAÇÃO CÍVEL - 2172483 - 0022476-27.2016.4.03.9999, Rel.
p/ acórdão DESEMBARGADOR FEDERAL JOHONSOM DI SALVO,
julgado em 16/02/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA:03/03/2017 - SEXTA
TURMA, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 545498 - 0029585-
87.2014.4.03.0000, Rel. JUIZA CONVOCADA LEILA PAIVA, julgado
em 04/08/2016, e-DJF3 Judicial 1 DATA:16/08/2016 - SEXTA
11
TURMA, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 409244 - 0017881-
19.2010.4.03.0000, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JOHONSOM
DI SALVO, julgado em 30/07/2015, e-DJF3 Judicial 1
DATA:07/08/2015), o que também ocorre em outros setores desta
Corte (QUARTA TURMA, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 587820
- 0016791-63.2016.4.03.0000, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
MARCELO SARAIVA, julgado em 16/08/2017, e-DJF3 Judicial 1
DATA:04/09/2017 - PRIMEIRA TURMA, AI - AGRAVO DE
INSTRUMENTO - 562852 - 0016849-03.2015.4.03.0000, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL HÉLIO NOGUEIRA, julgado em
07/06/2016, e-DJF3 Judicial 1 DATA:17/06/2016). 4. O STJ também
considera possível a liquidação da carta de fiança, porém ressalva que
o levantamento do depósito realizado pelo garantidor fica
condicionado ao trânsito em julgado, nos termos do art. 32, § 2°, da
LEF. Precedentes do STJ (AgRg na MC 18.155/RJ, Rel. Ministro
Castro Meira, Segunda Turma, DJe 16/8/2011; RCDESP na MC
15.208/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,
DJe 16/4/2009). 5. Agravo de instrumento improvido. Agravo
regimental prejudicado.”
(TRF3, AI 0004106-24.2016.4.03.0000, Rel. p/ acórdão
Desembargador Federal JOHONSOM DI SALVO, SEXTA TURMA, e-
DJF3 Judicial 1: 10/10/2017)

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. ART. 557 DO CÓDIGO DE


PROCESSO CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL.
IMPROCEDÊNCIA. APELAÇÃO RECEBIDA APENAS NO EFEITO
DEVOLUTIVO. ART. 520, INC. V, DO CPC. CARTA DE FIANÇA.
LIQUIDAÇÃO. POSSIBILIDADE. AGRAVO DESPROVIDO.
1. Para a aplicação do disposto no art. 557 do CPC não há necessidade
de a jurisprudência dos Tribunais ser unânime ou de existir súmula dos
Tribunais Superiores a respeito. Ademais, o recurso pode ser
manifestamente improcedente ou inadmissível mesmo sem estar em
confronto com súmula ou jurisprudência dominante. Precedentes do
STJ. 2. Nos termos do art. 520, inc. V, do Código de Processo Civil, a
apelação interposta contra sentença de improcedência dos embargos à
execução fiscal deve ser recebida apenas no efeito devolutivo, sendo
que o recebimento do recurso de apelação com efeito suspensivo está
condicionado à relevância dos fundamentos do recurso, bem assim da
presença de fundado receio de lesão grave e de difícil reparação. 3. No
presente caso, a decisão monocrática concluiu pela inviabilidade de
conferir-se efeito suspensivo à decisão agravada em razão da ausência
de elementos hábeis a excepcionar a regra estampada no inc. V do art.
520 do Código de Processo Civil. 4. É possível a liquidação da carta
de fiança, ressalvando-se apenas que o levantamento do depósito
realizado está condicionado ao trânsito em julgado, o que afasta o
12
risco de lesão grave e de difícil reparação. Precedentes. 5. Agravo
desprovido.”
(TRF3, AI 0002124-43.2014.4.03.0000, Rel. Juíza Convocada ELIANA
MARCELO, SEXTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1: 25/02/2015)

PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. CARTA DE FIANÇA.


LEVANTAMENTO E LIQUIDAÇÃO. - O fato de a execução ser
garantida por carta de fiança não inibe o curso da execução seguindo
com a liquidação da respectiva garantia. - O levantamento do depósito
que se dará com o trânsito em julgado, nos termos do art. 32, § 2°, da
Lei de Execuções Fiscais, bem como o artigo 19, II, desta mesma
norma, o terceiro que prestar caução pessoal somente será intimado
para pagamento após a rejeição dos embargos, o que significa
julgamento final. - Agravo de instrumento não provido.
(AI 5003388-68.2018.4.03.0000, Desembargador Federal MONICA
AUTRAN MACHADO NOBRE, TRF3 - 4ª Turma, e - DJF3 Judicial 1
DATA: 06/06/2019.)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL


IMPROCEDENTES. CARTA DE FIANÇA. EXECUÇÃO. APELAÇÃO
NOS EMBARGOS. EFEITO DEVOLUTIVO. RECURSO
IMPROVIDO. 1. A simples leitura do art. 1.012 do CPC (Art. 520 do
CPC/1973) evidencia que o recurso de apelação, via de regra, será
recebido em seu duplo efeito, salvo naquelas situações referentes aos
seus diversos incisos, quando, então, o apelo será recebido
exclusivamente em seu efeito devolutivo. 2. Mencione-se ainda a
Súmula nº 317/STJ: "É definitiva a execução de título extrajudicial,
ainda que pendente apelação contra sentença que julga improcedentes
os embargos." 3. Por outro lado, o artigo 558 do CPC/73 prevê
hipótese de suspensão do cumprimento da decisão até o
pronunciamento definitivo da turma, quando presentes a possibilidade
de lesão grave ou de difícil reparação e a relevância na
fundamentação. Assim, somente em casos excepcionais o magistrado
está autorizado a atribuir à apelação em embargos à execução o efeito
suspensivo. 4. No caso dos autos, os argumentos expendidos, não se
revelam evidentes o "periculum in mora" e o suposto perigo de grave
lesão de difícil reparação, sendo genéricas as alegações de prejuízo
pelo prosseguimento da demanda executiva, mormente porque eventual
levantamento ou conversão em renda da União dos valores decorrentes
da liquidação da fiança bancária, ofertada como garantia, se
encontram submissos ao trânsito em julgado dos embargos à execução,
"ex vi" do art. 32, §2º, da Lei das Execuções Fiscais, 5. Agravo de
instrumento improvido.

13
(AI 0016791-63.2016.4.03.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL
MARCELO SARAIVA, TRF3 - QUARTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:04/09/2017.)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. APELAÇÃO.
LIQUIDAÇÃO FIANÇA BANCÁRIA. MANUTENÇÃO DA DECISÃO
RECORRIDA. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. O Superior Tribunal de
Justiça considera possível a liquidação da carta de fiança , porém
ressalva que o levantamento do depósito realizado pelo garantidor fica
condicionado ao trânsito em julgado, nos termos do art. 32, § 2°, da
LEF. 2. Agravo interno não provido.
(AI 0018778-08.2014.4.03.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL
HÉLIO NOGUEIRA, TRF3 - PRIMEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:17/02/2017.)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO


FISCAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO JULGADOS
IMPROCEDENTES. APELAÇÃO. ARTIGO 520 DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. EFEITO DEVOLUTIVO. REGRA. EFEITO
SUSPENSIVO. ARTIGO 558 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
RISCO DE LESÃO GRAVE OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO. NÃO
COMPROVAÇÃO. - A teor do artigo 520, inciso V, do CPC, a regra é
que a apelação seja recebida somente no efeito devolutivo se interposta
contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução:
"Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e
suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando
interposta de sentença que: (...) V - rejeitar liminarmente embargos à
execução ou julgá-los improcedentes; (...)" - Por sua vez, o artigo 558,
parágrafo único, do mesmo diploma legal prevê a suspensão de
decisões até pronunciamento definitivo, nas situações que possam
gerar lesão grave e de difícil reparação e em que há fundamentação
relevante: "Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante,
nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento
de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa
resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a
fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o
pronunciamento definitivo da turma ou câmara. Parágrafo único.
Aplicar-se-á o disposto neste artigo as hipóteses do art. 520." - Desse
modo, a atribuição do efeito suspensivo desejado é excepcional e
depende da caracterização dos requisitos mencionados. In casu, no que
toca à lesão grave e de difícil reparação, constata-se que a recorrente
aduziu que a não atribuição do efeito suspensivo ensejará a liquidação
antecipada da carta de fiança que garante a execução e, em

14
consequência, enorme prejuízo, em virtude e ter de dispor de grande
quantia de dinheiro, em detrimento de suas atividades. No entanto, o
alegado dano precisa ser atual, presente e concreto, o que não ocorre
no caso em análise, em que o prejuízo somente foi alegado, sem
nenhuma demonstração específica da iminência e o seu real impacto
na vida financeira da empresa. - Saliente-se que a despeito da
possibilidade de liquidação da carta de fiança, é vedada a destinação,
conversão em renda ou levantamento da quantia respectiva antes do
trânsito em julgado. - Ausente o risco, desnecessário o exame da
relevância da fundamentação, pois, por si só, não justifica a concessão
do efeito pleiteado. - Agravo de instrumento desprovido e pedido de
reconsideração da decisão que indeferiu a antecipação da tutela
recursal declarado prejudicado.
(AI 0009431-14.2015.4.03.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL
ANDRE NABARRETE, TRF3 - QUARTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:19/11/2015.)

 CONTRÁRIOS
PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO
FISCAL - EMBARGOS DO DEVEDOR REJEITADOS - APELAÇÃO
SEM EFEITO SUSPENSIVO - LIQUIDAÇÃO DA CARTA DE
FIANÇA: IMPOSSIBILIDADE. 1. Além da razão de conveniência
apontada pelo contribuinte - a prematura liquidação da carta de fiança
não traria proveito ao Fisco -, parece, também, que a norma jurídica é
sensível ao fato. 2. O seguro e a fiança não são objeto de depósito. Mas
de liquidação. O valor da liquidação é objeto do depósito. 3. A bem da
exatidão, a linguagem da lei é incorreta. O "depósito, monetariamente
atualizado, será devolvido ao depositante ou entregue à Fazenda
Pública": isto nunca aconteceu ou acontecerá. 4. Depósito é instituto
jurídico. O objeto do depósito, o dinheiro, é que poderá ser devolvido
ao depositante ou entregue a terceiro. 5. Quando a lei equipara
depósito, fiança e seguro, para efeito de garantia, é preciso considerar
que a liquidação destes instrumentos está sujeita, sempre, ao trânsito
em julgado. 6. Ou, nas hipóteses de fiança e seguro, será criada
cláusula inexistente na lei. Ou seja, os instrumentos servirão ao
propósito de garantia, até a sentença de improcedência, nos embargos,
cuja apelação não seja qualificada com eficácia suspensiva. 7. Depois
disto, liquidada a fiança ou o seguro, o valor correspondente ficará à
disposição do juízo, em regime de depósito necessário. 8. Parece
induvidoso que a lei não fez tal distinção: qualquer das três
modalidades de garantia tem eficácia até o trânsito em julgado. Para
o credor, não há diferença. 9. Agravo de instrumento provido. Agravo
interno prejudicado.Vistos e relatados estes autos em que são partes as
acima indicadas, decide a Egrégia Sexta Turma do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região, por maioria, dar provimento ao agravo de
15
instrumento e, por unanimidade, julgar prejudicado o agravo interno,
nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do
presente julgado. (AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 577274
0003780-64.2016.4.03.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL FÁBIO
PRIETO, TRF3 - SEXTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:12/12/2017 ..FONTE_REPUBLICACAO:.)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. JURISPRUDÊNCIA UTILIZADA


NÃO AFASTADA. LIQUIDAÇÃO DA CARTA DE FIANÇA BANCÁRIA
ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DOS EMBARGOS À
EXECUÇÃO FISCAL. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO
MONOCRÁTICA MANTIDA. NEGADO PROVIMENTO A AGRAVO
INOMINADO. 1 - A decisão proferida tem embasamento legal, já que
o antigo Código de Processo Civil permitia a prolação de decisão
definitiva pelo relator do processo, quando a jurisprudência já havia
se posicionado a respeito do assunto em debate, em homenagem aos
princípios da celeridade e da economia processual. 2 - Quanto ao
mérito, mantenho a decisão proferida, já que não foram trazidos no
agravo inominado argumentos suficientes para a mudança de
posicionamento, sendo que a decisão está em consonância com o
entendimento jurisprudencial citado. 3 - A questão cinge-se sobre a
possibilidade de liquidação da carta de fiança bancária antes do
trânsito em julgado dos embargos à execução. 4 - Sobre a matéria,
considerando que o legislador equiparou a fiança bancária ao depósito
judicial nos artigos 9º, §3º, e 15, inciso I, da Lei de Execuções Fiscais,
é necessária a aplicação do artigo 32, §2º, do mesmo diploma legal,
que apenas autoriza o levantamento do depósito após o trânsito em
julgado. Precedentes. 5 - Ademais, não há qualquer urgência na
liquidação da carta de fiança, tendo em vista a liquidez da garantia. 6
- Negado provimento ao agravo inominado.Vistos e relatados estes
autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Terceira
Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por maioria, negar
provimento ao agravo inominado, nos termos do relatório e voto que
ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
(AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 546685 0030863-
26.2014.4.03.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL NERY JUNIOR,
TRF3 - TERCEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:07/07/2017
..FONTE_REPUBLICACAO:.)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM EXECUÇÃO. EMBARGOS À


EXECUÇÃO IMPROCEDENTES. RECURSO DE APELAÇÃO SEM
EFEITO SUSPENSIVO. IMEDIATA LIQUIDAÇÃO DA CARTA DE
FIANÇA. IMPOSSIBILIDADE. MENOR ONEROSIDADE AO
DEVEDOR ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO. AGRAVO DE
INSTRUMENTO PROVIDO.
16
1. Não se desconhece a existência de posicionamentos, inclusive do
Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que é possível a imediata
liquidação da carta de fiança ou do seguro garantia em caso de
improcedência dos embargos de devedor haja vista a ausência de efeito
suspensivo, como regra, do recurso de apelação interposto e a
possibilidade de levantamento do numerário apenas após o trânsito em
julgado.
2. Contudo, nesta oportunidade, adota-se posicionamento no sentido
de que a execução/liquidação da carta de fiança bancária deve
aguardar o julgamento final dos embargos do devedor.
3. A respeito, saliente-se que a lei equipara a garantia fidejussória ao
depósito pecuniário em termos de liquidez, fazendo com que o regime
a ele previsto, especificamente a necessidade de trânsito em julgado da
decisão, seja aplicável (artigos 15, I, e 32, §2°, da Lei n° 6.830/1980).
4. O bem oferecido para constrição traz tanta segurança ao crédito que
a expropriação antes da análise final dos embargos à execução se torna
despropositada, incompatível com a pendência de uma relação
processual.
5. Releve-se, ainda, que a Lei n° 6.830/1980 prevê a exigência de
trânsito em julgado da decisão para o cumprimento da carta de fiança.
Segundo o artigo 19, II, o terceiro que prestar caução pessoal somente
será intimado para pagamento após a rejeição dos embargos, o que
pode ser entendido como julgamento final.
6. No mais, independentemente de regras processuais específicas, o
princípio da menor onerosidade atua como fundamento. A fiança
bancária garante, com liquidez equivalente à do dinheiro, os interesses
do credor e, ao mesmo tempo, possibilita o exercício da ampla defesa
e do contraditório sem maior privação patrimonial. O cumprimento
imediato, além de acionar o direito de regresso do fiador, dificulta a
posterior reversão da medida em caso de procedência da resposta do
executado, a ponto de desequilibrar a relação processual.
7. A manutenção do instrumento de garantia nos autos propicia o
equilíbrio entre os interesses do credor, o qual nenhum prejuízo
suportará, e a menor onerosidade (artigo 805 do CPC).
8. Agravo de instrumento provido.
(AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Nº 5026883-44.2018.4.03.0000,
Rel. Des. Fed. ANTONIO CEDENHO,

PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO


FISCAL - EMBARGOS DO DEVEDOR REJEITADOS - APELAÇÃO
SEM EFEITO SUSPENSIVO - LIQUIDAÇÃO DA CARTA DE
FIANÇA: IMPOSSIBILIDADE. 1. Além da razão de conveniência

17
apontada pelo contribuinte - a prematura liquidação da carta de fiança
não traria proveito ao Fisco -, parece, também, que a norma jurídica é
sensível ao fato. 2. O seguro e a fiança não são objeto de depósito. Mas
de liquidação. O valor da liquidação é objeto do depósito. 3. A bem da
exatidão, a linguagem da lei é incorreta. O "depósito, monetariamente
atualizado, será devolvido ao depositante ou entregue à Fazenda
Pública": isto nunca aconteceu ou acontecerá. 4. Depósito é instituto
jurídico. O objeto do depósito, o dinheiro, é que poderá ser devolvido
ao depositante ou entregue a terceiro. 5. Quando a lei equipara
depósito, fiança e seguro, para efeito de garantia, é preciso considerar
que a liquidação destes instrumentos está sujeita, sempre, ao trânsito
em julgado. 6. Ou, nas hipóteses de fiança e seguro, será criada
cláusula inexistente na lei. Ou seja, os instrumentos servirão ao
propósito de garantia, até a sentença de improcedência, nos embargos,
cuja apelação não seja qualificada com eficácia suspensiva. 7. Depois
disto, liquidada a fiança ou o seguro, o valor correspondente ficará à
disposição do juízo, em regime de depósito necessário. 8. Parece
induvidoso que a lei não fez tal distinção: qualquer das três
modalidades de garantia tem eficácia até o trânsito em julgado. Para
o credor, não há diferença. 9. Agravo de instrumento provido. Agravo
interno prejudicado.

(AI 0003780-64.2016.4.03.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL


FÁBIO PRIETO, TRF3 - SEXTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:12/12/2017.)

PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO


FISCAL - EMBARGOS DO DEVEDOR REJEITADOS - APELAÇÃO
SEM EFEITO SUSPENSIVO - LIQUIDAÇÃO DA CARTA DE
FIANÇA: IMPOSSIBILIDADE. 1. Além da razão de conveniência
apontada pelo contribuinte - a prematura liquidação da carta de fiança
não traria proveito ao Fisco -, parece, também, que a norma jurídica é
sensível ao fato. 2. O seguro e a fiança não são objeto de depósito. Mas
de liquidação. O valor da liquidação é objeto do depósito. 3. A bem da
exatidão, a linguagem da lei é incorreta. O "depósito, monetariamente
atualizado, será devolvido ao depositante ou entregue à Fazenda
Pública": isto nunca aconteceu ou acontecerá. 4. Depósito é instituto
jurídico. O objeto do depósito, o dinheiro, é que poderá ser devolvido
ao depositante ou entregue a terceiro. 5. Quando a lei equipara
depósito, fiança e seguro, para efeito de garantia, é preciso considerar
que a liquidação destes instrumentos está sujeita, sempre, ao trânsito
em julgado. 6. Ou, nas hipóteses de fiança e seguro, será criada
cláusula inexistente na lei. Ou seja, os instrumentos servirão ao
propósito de garantia, até a sentença de improcedência, nos embargos,
cuja apelação não seja qualificada com eficácia suspensiva. 7. Depois

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disto, liquidada a fiança ou o seguro, o valor correspondente ficará à
disposição do juízo, em regime de depósito necessário. 8. Parece
induvidoso que a lei não fez tal distinção: qualquer das três
modalidades de garantia tem eficácia até o trânsito em julgado. Para
o credor, não há diferença. 9. Agravo de instrumento provido.

(AI 0019425-66.2015.4.03.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL


FÁBIO PRIETO, TRF3 - SEXTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:01/12/2017.)

TRF2

 FAVORÁVEIS:
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EXECUÇÃO
FISCAL DE DÍVIDA NÃO- TRIBUTÁRIA. CARTA DE FIANÇA.
LIQUIDAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO,
OBSCURIDADE OU ERRO MATERIAL. MATÉRIA DEVIDAMENTE
APRECIADA PELO ACÓRDÃO RECORRIDO. NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO. 1. O artigo 1.022 do Código de
Processo Civil de 2015 elenca, como hipóteses de cabimento dos
embargos de declaração, a omissão, a obscuridade, a contradição e o
erro material. 2. No caso em questão, inexiste omissão, contradição,
obscuridade ou erro material, uma vez que, pela leitura do inteiro teor
do acórdão embargado, depreende-se que este apreciou devidamente a
matéria em debate, analisando de forma exaustiva, clara e objetiva as
questões relevantes para o deslinde da controvérsia. 3. A redação
contida na Carta de Fiança nº 2.064.803-1, na qual o Banco Bradesco
S/A comprometeu-se a "satisfazer" o MM. Juízo de origem, "desde que
o referido processo tenha transitado em julgado" não afronta o
entendimento consolidado no âmbito do Egrégio Superior Tribunal de
Justiça, no sentido de que "a execução da fiança bancária oferecida
como garantia da execução fiscal também fica condicionado ao
trânsito em julgado da ação satisfativa" (REsp 1.033.545/RJ. Relator:
Ministro Luiz Fux. Órgão Julgador : 1ª Turma. DJe: 28/05/2009) e de
que é possível "a liquidação da carta de fiança, porém ressalva que o
levantamento do depósito realizado pelo garantidor fica condicionado
ao trânsito em julgado, nos termos do art. 32, § 2°, da LEF" (STJ -
AgRg na MC 19.565/RJ. Relator: MinistroHerman Benjamin. 2ª Turma
DJe: 11/09/2012). O vocábulo "satisfazer", contido na cláusula da
referida Carta de Fiança, refere-se à execução da garantia, e não à sua
liquidação, não impondo um óbice à sua eventual liquidação, mas
apenas ao levantamento da quantia depositada pela embargante antes

19
do trânsito em julgado. 4. Portanto, como bem destacou o v. acórdão
"não se verifica nenhuma irregularidade na Carta de Fiança". 5.
Negado provimento aos embargos de declaração opostos pela
ANATEL. 1
(AG - Agravo de Instrumento - Agravos - Recursos - Processo Cível e
do Trabalho 0104864-09.2014.4.02.0000, VIGDOR TEITEL, TRF2 - 5ª
TURMA ESPECIALIZADA..ORGAO_JULGADOR:.)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EFEITO


SUSPENSIVO NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO. NÃO
CONFIGURAÇÃO DOS REQUISITOS DO ART. 739-A, § 1º. 1 - De
acordo com o disposto no art. 739-A do CPC, a regra é que os
embargos à execução sejam recebidos sem a atribuição de efeito
suspensivo, dando-se prosseguimento ao processo de execução. Para
que seja possível a concessão de efeito suspensivo ao recurso, devem
restar demonstrados os requisitos legais constantes no seu §1º. 2- A
alegação de que o prosseguimento da execução fiscal poderia
acarretar consequências econômicas e financeiras, influenciando
negativamente a atividade da agravada, não é suficiente para a
atribuição de efeito suspensivo aos embargos à execução, pois tal efeito
nos próprios embargos do devedor ou na apelação somente é possível
em situações excepcionais, de que não se cogita no caso concreto,
sendo a expropriação de bens - ou, no caso, a liquidação da carta de
fiança - consequência natural do feito executivo, sendo manifestamente
ilegal, à luz da jurisprudência consolidada, obstar a natureza definitiva
da execução, a que se refere a Súmula 317/STJ. 3- A liquidação da
carta de fiança é possível, porém, o levantamento do respectivo valor
somente pode ser realizado após o trânsito em julgado. 5- Por
derradeiro, quanto ao pedido da agravada de renúncia ao direito sobre
o qual se funda a ação, cumpre ressaltar que o CPC não contém
previsão "renúncia a quaisquer alegações de direito" sobre as quais se
fundam um recurso, mas apenas e tão-somente prevê a renúncia, pelo
autor, "ao direito sobre que se funda a ação" (CPC, 269, V), e que,
evidentemente, se cabível, deve ser requerida nos autos da ação e não
nos autos do recurso de agravo de instrumento. 4- Agravo de
instrumento provido.
(AG - Agravo de Instrumento - Agravos - Recursos - Processo Cível e
do Trabalho 0006773-44.2015.4.02.0000, LUIZ ANTONIO SOARES,
TRF2 - 4ª TURMA ESPECIALIZADA..ORGAO_JULGADOR:.)

 CONTRÁRIOS
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE

20
SUBSTITUIÇÃO DE CARTA DE FIANÇA POR SEGURO GARANTIA.
POSSIBILIDADE DE RECUSA. PRERROGATIVA DA EXEQUENTE.
LIQUIDAÇÃO ANTECIPADA DA GARANTIA. AUSÊNCIA DE
EFEITO SUSPENSIVO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE DANO
INVERSO À EXEQUENTE. PRINCÍPIO DA MENOR
ONEROSIDADE. 1. Trata-se de agravo de instrumento interposto em
face de decisão proferida na Execução Fiscal nº 0508685-
81.2011.4.02.5101, que indeferiu o pedido de substituição da carta de
fiança por apólice de seguro garantia, além de determinar sua
liquidação antecipada, em razão da falta de atribuição de efeito
suspensivo à apelação interposta nos Embargos à Execução nº
0017441- 05.2012.4.02.5101. 2. No caso, a execução fiscal foi proposta
para cobrança de débito fiscal no valor originário de R$ 1.309.123,03
(fls. 39/57). Para garantia do juízo, foi apresentada a Carta de Fiança
nº BCGB-GBNF nº 0021/11 (fls. 88/89), com oposição dos Embargos
à Execução nº 0017441- 05.2012.4.02.5101, que foram julgados
improcedentes (fls. 270/280), sendo requerida a substituição da carta
de fiança pela Apólice de Seguro Garantia nº 04-0775-0264604 (fls.
286/295). 3. No que se refere ao pedido de substituição, há recentes
precedentes do STJ em sentido contrário à pretensão, quando esta vier
desacompanhada da demonstração da necessidade de aplicação do
princípio da menor onerosidade, dada a ausência de equiparação entre
as garantias. (AgInt no REsp 1605001/SC, Rel. Ministra REGINA
HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, DJe 25/10/2016 e AgInt no
AgInt no AREsp 1043733/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 21/02/2018). Ressalva do
entendimento manifestado pela eminente Desembargadora Federal
Letícia Mello. 4. De fato, a despeito da alteração promovida pelo art.
73 da Lei nº 13.043/14, a fiança bancária e o seguro garantia não são
equiparáveis, por não se tratarem de garantias com a mesma solidez,
pois a fiança caracteriza-se por uma obrigação pessoal
incondicionada, onde há uma série de renúncias por parte do fiador,
enquanto o contrato de seguro pressupõe o pagamento de um prêmio
que pode ser frustrado caso o contratante não cumpra com a
contraprestação exigida pela seguradora, circunstância que, a toda
evidência, infirma sua liquidez. Ademais, a apólice de seguro tem prazo
determinado, o qual pode não coincidir com a conclusão da lide fiscal,
deixando a descoberto a garantia do crédito tributário em um eventual
êxito da exequente. 5. Com relação à ordem de conversão da carta de
fiança em depósito judicial, pela ausência de recurso com efeito
suspensivo, embora haja precedente do STJ reconhecendo essa
possibilidade (AgRg na MC 19.565/RJ), no caso dos autos não há
qualquer circunstância ou 1 risco iminente de dano que justifique a
adoção antecipada do referido ato constritivo. 6. A partir da análise da
carta de fiança bancária (fls. 88/89), depreende-se se tratar de caução
idônea, firmada em valor suficiente para satisfação da pretensão

21
executiva e com previsão de correção monetária (Selic), por prazo
indeterminado, além de prever a renúncia expressa ao benefício de
ordem (artigos 827 e 838 do CC) e à possibilidade de denúncia
unilateral da fiança (artigo 835 do CC). 7. Por outro lado, a liquidação
antecipada da carta, com a sua conversão em depósito em dinheiro,
além de não trazer qualquer benefício imediato ao exequente, já que
deverá aguardar o trânsito em julgado para usufruir da quantia, nos
termos do artigo 32, § 2º, da Lei nº 9.718/1998, imporá desnecessário
prejuízo à executada, em ofensa ao princípio da menor onerosidade. 8.
Neste contexto, o perigo de dano à executada deve ser sopesado pela
ausência de dano inverso à exequente, que terá sua pretensão executiva
assegurada tal qual fosse garantida por depósito em dinheiro. 9.
Agravo de instrumento parcialmente providos, apenas para obstar a
conversão antecipada da carta de fiança em depósito judicial. Agravo
interno prejudicado.(AG - Agravo de Instrumento - Agravos - Recursos
- Processo Cível e do Trabalho 0009763-03.2018.4.02.0000, LUIZ
ANTONIO SOARES, TRF2 - 4ª TURMA
ESPECIALIZADA..ORGAO_JULGADOR:.)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. CARTA DE FIANÇA.


LIQUIDAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO.
IMPOSSIBILIDADE. 1. Agravo de instrumento interposto pela UNIÃO
FEDERAL contra decisão que indeferiu o pedido de depósito do valor
garantido por carta de fiança durante a pendência do julgamento dos
embargos à execução. 2. Uma vez aceita a carta de fiança bancária,
cumpre saber em que momento é dado ao Fisco promover a respectiva
liquidação. O art. 9º, II, da LEF autoriza o oferecimento de carta de
fiança bancária ou seguro garantia como instrumentos assecuratórios
da dívida objeto de execução fiscal, e o art. 15, da LEF, equipara a
todos no seu inciso I, equiparação constante, também, no art.9º, §3º,
da LEF. Por outro lado, o art. 32, § 2º, da LEF, que cuida
especificamente dos depósitos judicias em dinheiro, condiciona sua
entrega à Exequente ao trânsito em julgado. 3. No julgamento do AgRg
na MC n° 19.565/RJ, Segunda Turma, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, DJe 11/09/2012, entendeu-se que seria permitida a
liquidação da carta de fiança antes do trânsito em julgado, ou seja,
levando a garantia ao seu exaurimento, condicionando-se apenas a
entrega do numerário ao credor ao trânsito em julgado da decisão dos
embargos à execução. 4. Não obstante, uma vez aceita, a carta de
fiança converte-se em modalidade de penhora equiparável a dinheiro,
compatibilizando o interesse da Fazenda Pública de obter garantia de
liquidez expressiva com o interesse do contribuinte de conservar para
si numerário em espécie, que poderia comprometer a sua saúde
financeira caso penhorado em execução fiscal. Tanto na fiança
bancária quanto no seguro garantia, a exigência de que o garantidor

22
efetue o depósito em dinheiro antes do transito em julgado correponde
à própria execução da garantia, que seria indevidamente antecipada,
data venia. Nesse sentido, já decidiu a Primeira Turma do E. Superior
Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp n° 1033545/RJ. Relator
Ministro LUIZ FUX, Dje 28/05/2009, que: "3. O levantamento de
depósito judicial em dinheiro depende do trânsito em julgado da
sentença, nos termos do art. 32, § 2o, daquele dispositivo normativo.
Precedentes: Resp 543442/PI, Rei. Ministra ELIANA CALMON, DJ
21/06/2004; EREsp 479.725/BA, Rel. Ministro JOSE DELGADO. DJ
26/09/2005. 4. A luz do princípio ubi eadem ratio ibi eadem dispositio,
a equiparação dos institutos - deposito judicial e fiança bancária - pelo
legislador e pela própria jurisprudência deste e. Superior Tribunal de
Justiça impõe tratamento semelhante, o que vale dizer que a execução
da fiança bancária oferecida como garantia da execução fiscal também
fica condicionado ao trânsito em julgado da ação satisfativa." 1 5.
Conclui-se que, não obstante a equiparação promovida pelo art. 9º, §
3º e art. 15, I, da LEF, a própria natureza da garantia consistente na
carta de fiança e no seguro garantia somente preveem sua convolação
em dinheiro no momento de sua execução, que pressupõe trânsito em
julgado, ocasião na qual incide a regra do art. 32, §2º, da LEF. 6.
Agravo de instrumento ao qual se nega provimento.
(AG - Agravo de Instrumento - Agravos - Recursos - Processo Cível e
do Trabalho 0014093-48.2015.4.02.0000, FABIOLA UTZIG
HASELOF, TRF2 - 4ª TURMA)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. APELAÇÃO INTERPOSTA CONTRA SENTENÇA
QUE JULGOU IMPROCEDENTE O PEDIDO FORMULADO NOS
EMBARGOS À EXECUÇÃO. AUSÊNCIA DE EFEITO SUSPENSIVO.
POSSIBILIDADE DE PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL.
IMPOSSIBILIDADE DE ADJUDICAÇÃO, LEVANTAMENTO DE
QUANTIA EM DINHEIRO OU CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM
RENDA ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA
PROFERIDA NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL
JÁ GARANTIDA POR APÓLICE DE SEGURO-GARANTIA.
IMPOSSIBILIDADE DE INTIMAÇÃO DA PARTE EXECUTADA
PARA DEPÓSITO JUDICIAL DA DÍVIDA EXECUTADA.
POSSIBILIDADE DO PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO
FISCAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Cinge-se a controvérsia em perquirir se, uma vez garantida a
execução fiscal através de seguro-garantia, é possível, após ser julgado
improcedente o pedido formulado nos embargos à execução fiscal, a
intimação da parte executada para que providencie o depósito judicial
do valor atualizado da dívida executada, e, decorrido o prazo sem o
depósito, a intimação da Seguradora para a liquidação do seguro-

23
garantia. 2. O recurso de apelação interposto contra sentença que
julga improcedente o pedido formulado em embargos à execução, a
priori, é desprovido de efeito suspensivo, na forma do artigo 1.012, §1º,
inciso III, do Código de Processo Civil de 2015, aplicável
subsidiariamente às execuções fiscais, nos termos do artigo 1º, da Lei
nº 6.830/80, de modo que, em tese, inexiste óbice ao prosseguimento
regular da execução fiscal e dos atos executivos dela decorrentes. 3.
Entretanto, a partir da leitura dos artigos 19, 24 e 32, §2º, da Lei nº
6.830/80, conclui-se que, nesta hipótese, em que pese deva ter
prosseguimento a execução fiscal, a adjudicação, o levantamento de
dinheiro ou a conversão de depósito judicial em renda apenas são
permitidas após o trânsito em julgado dos embargos à execução. 4. À
luz dos princípios da menor onerosidade para o executado e da
razoabilidade, não se justifica a determinação à parte executada, ora
agravante, para que realize o depósito judicial do valor atualizado da
dívida executada, tendo em vista que apenas após o trânsito em julgado
da sentença proferida nos embargos à execução fiscal, a parte
exequente, ora agravada, poderá levantar a quantia, ao passo que,
desde já, a parte executada, ora agravante, será obrigada a
desembolsar o montante, sem que haja qualquer utilidade prática daí
decorrente, eis que já garantida a execução fiscal. 5. Outra
desproporcional consequência seria imposta à parte executada, ora
agravante, caso 1 fosse determinado à Seguradora o depósito judicial
do valor da dívida executada, na medida em que esta, em seguida,
provocaria a parte executada, ora agravante, a proceder ao
ressarcimento do montante desembolsado. 6. A decisão agravada
provoca um ônus demasiadamente gravoso à parte executada, ora
agravante, que não se faz acompanhar de qualquer utilidade à parte
exequente, ora agravada, merecendo, por esse motivo, ser anulada,
reconhecendo-se, portanto, que é inviável compelir a parte executada,
ora agravante, neste momento, ao depósito do valor da dívida
executada. 7. Revela-se possível, pelo menos em tese, o prosseguimento
da execução fiscal, devendo, entretanto, ser aguardado o trânsito em
julgado da sentença proferida nos embargos à execução para a prática
de atos definitivos, como a adjudicação, o levantamento de dinheiro ou
a conversão de depósito em renda, na forma dos artigos 19, 24 e 32,
§2º, da Lei nº 6.830/80. 8. Agravo de instrumento parcialmente
provido.
(AG - Agravo de Instrumento - Agravos - Recursos - Processo Cível e
do Trabalho 0007503-50.2018.4.02.0000, ALUISIO GONÇALVES DE
CASTRO MENDES, TRF2 - 5ª TURMA
ESPECIALIZADA..ORGAO_JULGADOR:.)

TRF5
24
 FAVORÁVEL
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL
JULGADOS IMPROCEDENTES. LEVANTAMENTO DE FIANÇA
BANCÁRIA. TRÂNSITO EM JULGADO. ENTENDIMENTO
FIRMADO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇÃO. ADESÃO.
RESSALVA DO ENTENDIMENTO DO RELATOR. AGRAVO
INTERNO PROVIDO. 1. Pretende a agravante suspender o
levantamento da fiança bancária prestada em garantia de execução
fiscal - determinado pela MM. Juíza a quo - até o trânsito julgado dos
respectivos embargos do devedor, julgados improcedentes na primeira
instância. 2. Agravo interno que se interpõe contra decisão do Relator
que condicionou a concessão do provimento de urgência ao depósito
integral, em dinheiro, do montante do débito, em substituição à fiança
bancária. 3. O Superior Tribunal de Justiça assentou entendimento no
sentido de que o legislador equiparou a fiança bancária ao depósito
judicial como forma de garantia da execução, de acordo com os artigos
9º, parágrafo 3º e 15, da LEF. Nessa linha, o eg. STJ concluiu que, a
exemplo do depósito judicial em dinheiro, o levantamento de fiança
bancária oferecida como garantia de execução fiscal depende do
trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 32, parágrafo 2º,
daquele dispositivo normativo. 4. "1. O levantamento da fiança
bancária oferecida como garantia da execução fiscal fica condicionado
ao trânsito em julgado da respectiva ação. 2. A leitura sistemática da
Lei n.º 6.830/80 aponta que o legislador equiparou a fiança bancária
ao depósito judicial como forma de garantia da execução, conforme se
depreende dos dispostos dos artigos 9º, parágrafo 3º e 15, da LEF, por
isso que são institutos de liquidação célere e que trazem segurança
para satisfação ao interesse do credor. 3. O levantamento de depósito
judicial em dinheiro depende do trânsito em julgado da sentença, nos
termos do art. 32, parágrafo 2º, daquele dispositivo normativo.
Precedentes: REsp 543442/PI, Rel. Ministra ELIANA CALMON, DJ
21/06/2004; EREsp 479.725/BA, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, DJ
26/09/2005". Excerto da ementa do REsp 1033545/RJ, Rel. Ministro
LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/04/2009, DJe
28/05/2009. Precedentes outros do STJ, no mesmo sentido. 5. Adesão à
posição do Superior Tribunal de Justiça, com ressalva do entendimento
do Relator. 6. Agravo interno provido.
(AGA - Agravo Regimental no Agravo de Instrumento - 105038/01
0003713-55.2010.4.05.0000/01, Desembargador Federal Francisco
Cavalcanti, TRF5 - Primeira Turma, DJE - Data::08/03/2010 -
Página::190.)

25
 CONTRÁRIOS

EXECUÇÃO FISCAL. CARTA DE FIANÇA BANCÁRIA.


LIQUIDAÇÃO E LEVANTAMENTO EM FAVOR DA EXEQUENTE.
AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO EM AÇÃO
ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PROVIMENTO. I - Agravo de Instrumento
interposto em face de Decisão proferida nos autos de Ação de
Execução Fiscal, que determinou ao Executado, ora Agravante, a
"liquidação da carta de fiança, limitada ao valor do débito
atualizado, já descontados os períodos tidos por decaídos pelo TRF-
5 na Ação Anulatória n. 2006.83.00.004507-1." II - Em consulta ao
Sistema de Movimentação e Controle Processual Esparta, verifica-
se que está pendente de julgamento Recurso Especial interposto pela
União (Fazenda Nacional) nos autos da Ação Anulatória de Débito
Fiscal nº 0004507-47.2006.4.05.8300, ajuizada por Bompreço S/A
Supermercados do Nordeste, enquanto operou-se o Trânsito em
Julgado relativamente aos Embargos à Execução nº 0014199-
31.2010.4.05.8300, também opostos por Bompreço S/A
Supermercados do Nordeste. III - Enquanto não houver o Trânsito
em Julgado na Ação Anulatória, não poderá haver Liquidação e
Levantamento da Carta de Fiança Bancária em favor da Exequente,
nos termos do artigo 32, parágrafo 2º, da Lei nº 6.830/1980, e
conforme a orientação do Superior Tribunal de Justiça e Tribunal
Regional Federal da 5ª Região. IV - Provimento do Agravo de
Instrumento, para vedar a Liquidação e Levantamento da Fiança
Bancária, antes do Trânsito em Julgado, nos autos da Ação
Anulatória de Débito Fiscal nº 0004507-47.2006.4.05.8300.
(AG - Agravo de Instrumento - 136583 0000152-81.2014.4.05.0000,
Desembargador Federal Alexandre Costa de Luna Freire, TRF5 -
Primeira Turma, DJE - Data::20/04/2016 - Página::50.)

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. GARANTIA DO JUÍZO POR


MEIO DE CARTA DE FIANÇA BANCÁRIA. LIQUIDAÇÃO OU
CONVERSÃO EM RENDA CONDICIONADA AO TRÂNSITO EM
JULGADO DA DECISÃO FINAL PROFERIDA NOS EMBARGOS À
EXECUÇÃO FISCAL. PRECEDENTES. AGRAVO DE
INSTRUMENTO PROVIDO. 1. Agravo de instrumento interposto
contra a decisão que deferiu pedido formulado pela exequente para que
fosse procedida a liquidação de fiança bancária prestada em garantia
de execução fiscal, antes do julgamento final dos respectivos embargos.
2. In casu, encontrando-se a execução fiscal devidamente garantida
por carta de fiança expedida, por prazo indeterminado, pelo Banco
Bradesco S/A, segundo maior banco privado brasileiro, a qual possui

26
similaridades com o depósito judicial, nos termos do artigo 9º,
parágrafo 3º, e artigo 15, inciso I, todos da LEF, a suspensão de sua
execução até decisão final dos embargos à execução fiscal não oferece
risco à satisfação da pretensão executória da agravada. 3. "A execução
da fiança bancária oferecida na execução fiscal (conversão em
depósito judicial e/ou em renda) deve ficar condicionada ao trânsito
em julgado da decisão final dos embargos à execução." (TRF - 1ª
Região - AG nº 0007500-35.2012.4.01.0000 / MG - Órgão julgador:
Sétima Turma - Relator: Desembargador Federal Luciano Tolentino
Amaral - e-DJF1 de 27/04/2012 - Decisão: Unânime). 4. Agravo de
instrumento ao qual se dá provimento.
(AG - Agravo de Instrumento - 135968 0043792-71.2013.4.05.0000,
Desembargador Federal Francisco Cavalcanti, TRF5 - Primeira
Turma, DJE - Data::20/02/2014 - Página::27.)

TRF1

 CONTRÁRIOS
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto pela UNIÃO (Fazenda
Nacional) contra a decisão que indeferiu o pedido da exequente por
entender que a execução fiscal deve ficar condicionada ao trânsito em
julgado da decisão final dos embargos à execução. A agravante alega,
em síntese, que embora o levantamento da quantia dependa do trânsito
em julgado, nada obsta a liquidação da garantia, com o depósito dos
valores devidos. Somente o levantamento destes valores é que fica
condicionado ao trânsito em julgado. É o relatório do essencial. Passo
a decidir. Com efeito, segundo entendimento jurisprudencial, a
execução da fiança bancária fica condicionada ao trânsito em
julgado da decisão final dos embargos à execução. A propósito, cabe
conferir, verbis: TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS
À EXECUÇÃO FISCAL - FIANÇA BANCÁRIA (ART. 9º, §3º, DA LEI
6.830/80) - LIQUIDAÇÃO OU CONVERSÃO EM RENDA: SOMENTE
APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO FINAL EM
EMBARGOS - AGRAVO NÃO PROVIDO. 1- A Carta de
Fiança Bancária é uma das hipóteses de garantia do crédito tributário,
pela equivalência legal entre ela e o depósito em dinheiro (art. 9º, §3º,
da Lei nº 6.830/80): "A garantia da execução, por meio de depósito em
dinheiro ou fiança bancária, produz os mesmos efeitos da penhora".
Ademais, "é titulo executivo extrajudicial, líquido e exigível nos limites
da quantia garantida, a carta de fiança bancária (...)" (REsp nº
5.825/PA, STJ, T4, un., Rel. ATHOS CARNEIRO, DJ 30/09/1991). 2- A
execução da fiança bancária oferecida na execução fiscal (conversão

27
em depósito judicial e/ou em renda) fica condicionada ao trânsito em
julgado da decisão final dos embargos à execução. (sem grifo no
original) 3- Agravo de instrumento não provido. Ora, tendo-se em vista
que a execução da fiança bancária depende de transito em julgado da
decisão final dos embargos à execução, fica mantida a decisão nos seus
devidos termos. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo de
instrumento. Publique-se. Intime-se. Não havendo recurso, remetam-se
os autos à Vara de Origem. Brasília, 27 de fevereiro de 2019.
Desembargador Federal JOSÉ AMILCAR MACHADO, Relator. (AI
0022350-89.2015.4.01.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ
AMILCAR MACHADO, TRF1, e-DJF1 22/03/2019 PAG.)

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. FIANÇA


BANCÁRIA. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS SUSPENSIVOS. 1.
"Esta colenda 8ª Turma do Eg. TRF da 1ª Região, em acórdão unânime
(...), por considerar válida a fiança apresentada pela ora agravada,
com cláusula que condiciona a sua liquidação ao trânsito em julgado
da ação, negou provimento ao agravo de instrumento interposto pela
Fazenda, tendo o referido acórdão transitado em julgado no dia
04.07.2011". 2. A decisão do juiz de primeiro grau (28.02.2011), além
da garantia da execução, considerou que "o prosseguimento do feito
executivo poderá ocasionar dano de difícil reparação", estando assim
atendidos os requisitos do art. 739-A do CPC/1973. 3. "..., a Fazenda
Nacional pretendia o prosseguimento da execução com a liquidação da
carta de fiança, ao argumento de que não haveria qualquer prejuízo
para o contribuinte. Ora, caso seja compelida a depositar o valor do
crédito tributário em espécie, a Agravada sofrerá a constrição de
recursos que seriam empregados para garantir o giro empresarial,
assegurando o pagamento de fornecedores, o pagamento de salários,
além de investimentos na produção". 4. Agravo interno da
União/embargada desprovido.

(AGTAG 0028300-21.2011.4.01.0000, DESEMBARGADOR


FEDERAL NOVÉLY VILANOVA, TRF1 - OITAVA TURMA, e-DJF1
18/08/2017 PAG.)

Defiro a suspensão da eficácia da decisão recorrida que ordenou


a liquidação da fiança bancária oferecida pelo devedor, antes
do trânsito em julgado dos embargos à execução fiscal. Existe
probabilidade de provimento do recurso e risco de dano grave, de
difícil ou impossível reparação decorrente da imediata produção dos
efeitos da decisão recorrida (NCPC, arts. 995, parágrafo único, e
1.019/I). "O STJ possui entendimento jurisprudencial sedimentado no
sentido de que somente após o trânsito em julgado será possível o

28
levantamento da fiança bancária" (AgRg no AREsp 123.976-RS, r.
Ministro Herman Benjamin, 2ª Turma em 26/06/2012). Também nesse
sentido decidiu a 8ª Turma deste tribunal no AG 60352-
75.2008.4.01.0000-MG, r. Des. Federal Souza Prudente, em
01/04/2011: I - A Lei nº 6.830/80, no seu art. 9º, II, § 3º, equipara a
fiança bancária ao depósito em dinheiro para efeito de penhora no
processo executivo, portanto afigura-se lídima a garantia ofertada, por
meio de Carta de Fiança Bancária nº 2.032.124-5, pois alcança valor
suficiente à garantia do débito devidamente atualizado. II - A execução
da fiança bancária oferecida na execução fiscal (conversão em
depósito judicial e/ou em renda) deve ficar condicionada ao trânsito
em julgado da decisão final dos embargos à execução. Precedentes.
Comunicar ao juízo de origem (7ª Vara da SJ/PA) para cumprir
imediatamente esta decisão. Logo após, publicar e intimar a
União/PFN para responder em 30 dias (CPC/2015, arts. 183 e
1.019/II). Brasília, 16/05/2017 NOVÉLY VILANOVA DA SILVA REIS
Desembargador Federal Relator (AI 0023425-95.2017.4.01.0000,
DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA, TRF1, e-DJF1
30/05/2017 PAG 1512.)

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS À EXECUÇÃO


FISCAL - FIANÇA BANCÁRIA (ART. 9º, §3º, DA LEI 6.830/80) -
LIQUIDAÇÃO OU CONVERSÃO EM RENDA: SOMENTE APÓS O
TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO FINAL EM EMBARGOS -
AGRAVO PROVIDO. 1- A Carta de Fiança Bancária é uma das
hipóteses de garantia do crédito tributário, pela equivalência
legalmente presumida entre ela e o depósito em dinheiro (art. 9º, §3º,
da Lei nº 6.830/80): "A garantia da execução, por meio de depósito em
dinheiro ou fiança bancária, produz os mesmos efeitos da penhora".
Ademais, "é titulo executivo extrajudicial, líquido e exigível nos limites
da quantia garantida, a carta de fiança bancária (...)" (REsp nº
5.825/PA, STJ, T4, un., Rel. ATHOS CARNEIRO, DJ 30/09/1991). 2- A
execução da fiança bancária oferecida na execução fiscal (conversão
em depósito judicial e/ou em renda) fica condicionada ao trânsito em
julgado da decisão final dos embargos à execução. 3- Agravo de
instrumento provido. 4- Peças liberadas pelo Relator, em 04/05/2010,
para publicação do acórdão.

(AG 0006557-86.2010.4.01.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL


LUCIANO TOLENTINO AMARAL, TRF1 - SÉTIMA TURMA, e-DJF1
14/05/2010 PAG 337.)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA CARTA DE


FIANÇA BANCÁRIA. EQUIVALÊNCIA AO DEPÓSITO EM

29
DINHEIRO. LIQUIDAÇÃO CONDICIONADA AO TRANSITO EM
JULGADO DA DECISÃO FINAL EM EMBARGOS. CABIMENTO.
ACRÉSCIMO LEGAL. DESCABIMENTO. I - A Lei nº 6.830/80, no seu
art. 9º, II, § 3º, equipara a fiança bancária ao depósito em dinheiro
para efeito de penhora no processo executivo, portanto afigura-se
lídima a garantia ofertada, por meio de Carta de Fiança Bancária nº
2.032.124-5, pois alcança valor suficiente à garantia do débito
devidamente atualizado. II - A execução da fiança bancária oferecida
na execução fiscal (conversão em depósito judicial e/ou em renda) deve
ficar condicionada ao trânsito em julgado da decisão final dos
embargos à execução. Precedentes. III - Agravo de instrumento
desprovido.

(AG 0060352-75.2008.4.01.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL


SOUZA PRUDENTE, TRF1 - OITAVA TURMA, e-DJF1 29/04/2011
PAG 594.)

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto pela UNIÃO (Fazenda


Nacional) contra a decisão proferida pelo juízo da 5ª Vara da Seção
Judiciária do Estado de Amazonas, que indeferiu o pedido da exequente
e determinou a suspensão do curso da presente execução fiscal. O juiz
a quo entendeu que a execução fiscal deve ficar condicionada ao
trânsito em julgado da decisão final dos embargos à execução. A
agravante alega, em síntese, que a doutrina e a jurisprudência
permitem até a adoção de atos de alienação forçada e de expropriação
dos bens penhorados na pendência de recurso sem efeito suspensivo,
medidas bastante gravosas, é claro que a intimação da instituição
financeira para que promova o depósito em Juízo dos valores
afiançados pela carta de fiança, medida menos gravosa, deveria ter
sido deferida pelo juízo a quo. É o relatório do essencial. Passo a
decidir. Com efeito, segundo entendimento jurisprudencial, a execução
da fiança bancária fica condicionada ao trânsito em julgado da decisão
final dos embargos à execução. A propósito, cabe conferir, verbis:
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS À EXECUÇÃO
FISCAL - FIANÇA BANCÁRIA (ART. 9º, §3º, DA LEI 6.830/80) -
LIQUIDAÇÃO OU CONVERSÃO EM RENDA: SOMENTE APÓS O
TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO FINAL EM EMBARGOS -
AGRAVO NÃO PROVIDO. 1- A Carta de Fiança Bancária é uma das
hipóteses de garantia do crédito tributário, pela equivalência legal
entre ela e o depósito em dinheiro (art. 9º, §3º, da Lei nº 6.830/80): "A
garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro ou fiança
bancária, produz os mesmos efeitos da penhora". Ademais, "é titulo
executivo extrajudicial, líquido e exigível nos limites da quantia
garantida, a carta de fiança bancária (...)" (REsp nº 5.825/PA, STJ, T4,
30
un., Rel. ATHOS CARNEIRO, DJ 30/09/1991). 2- A execução da fiança
bancária oferecida na execução fiscal (conversão em depósito judicial
e/ou em renda) fica condicionada ao trânsito em julgado da decisão
final dos embargos à execução. (sem grifo no original) 3- Agravo de
instrumento não provido. Ora, tendo-se em vista que a execução da
fiança bancária depende de transito em julgado da decisão final dos
embargos à execução, fica mantida a decisão nos seus devidos termos.
Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo de instrumento.
Publique-se. Intime-se. Não havendo recurso, remetam-se os autos à
Vara de Origem. Brasília, 8 de maio de 2017. Desembargador Federal
JOSÉ AMILCAR MACHADO, Relator.
(AI 0022385-54.2012.4.01.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL
JOSÉ AMILCAR MACHADO, TRF1, E-DJF1 19/05/2017 PAG 2976.)

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS À EXECUÇÃO


FISCAL - FIANÇA BANCÁRIA (ART. 9º, §3º, DA LEI 6.830/80) -
LIQUIDAÇÃO OU CONVERSÃO EM RENDA: SOMENTE APÓS O
TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO FINAL EM EMBARGOS -
AGRAVO NÃO PROVIDO. 1- A Carta de Fiança Bancária é uma das
hipóteses de garantia do crédito tributário, pela equivalência legal
entre ela e o depósito em dinheiro (art. 9º, §3º, da Lei nº 6.830/80): "A
garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro ou fiança
bancária, produz os mesmos efeitos da penhora". Ademais, "é titulo
executivo extrajudicial, líquido e exigível nos limites da quantia
garantida, a carta de fiança bancária (...)" (REsp nº 5.825/PA, STJ, T4,
un., Rel. ATHOS CARNEIRO, DJ 30/09/1991). 2- A execução da fiança
bancária oferecida na execução fiscal (conversão em depósito judicial
e/ou em renda) fica condicionada ao trânsito em julgado da decisão
final dos embargos à execução. 3- Agravo de instrumento não provido.
4- Peças liberadas pelo Relator, em Brasília, 17 de abril de 2012., para
publicação do acórdão

(AG 0007500-35.2012.4.01.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL


LUCIANO TOLENTINO AMARAL, TRF1 - SÉTIMA TURMA, e-DJF1
27/04/2012 PAG 1301.)

TRF4
AGRAVO CONTRA DECISÃO QUE NEGOU SEGUIMENTO AO
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. EXECUÇÃO
DA FIANÇA BANCÁRIA. Não merece prosperar a alegação de afronta

31
ao artigo 32, § 2º, da LEF. Isso porque a decisão agravada não
determinou o levantamento dos valores, apenas admitiu o
prosseguimento dos atos executórios para a liquidação da carta de
fiança, o que é admissível. (TRF4 5010473-54.2013.4.04.0000,
SEGUNDA TURMA, Relatora LUCIANE AMARAL CORRÊA
MÜNCH, juntado aos autos em 26/06/2013)

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