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Contato: ateliersilvanaborges@hotmail.com
Conteúdo da aula: Oficina:
A representação do Menino Deus.
Expressões
A natividade. O presépio. na Arte Sacra
Menino Jesus de Praga.
A iconografia do Menino Jesus do
Monte do Recolhimento dos
Humildes na Bahia e seu
simbolismo.

Atividade plástica:
O Menino dos
Meninos: a
Pintura em tempera-cola com
pigmentos sobre imagem de
iconografia do
gesso do Menino Jesus já
preparada com douração.
Menino Deus
O Menino Deus
 A designação MENINO JESUS remete para a
imagem de Cristo na sua infância, aos seus doze
primeiros anos de vida, sobre os quais pouco se
sabe.
 Esse ciclo que tem início no Natal e encerra com
o episódio do Menino Jesus entre os Doutores é
uma forma de transição para a sua “vida
pública”, que se inicia apenas aos 30 anos, com o
Batismo. No Novo Testamento, dos quatro
evangelistas, apenas Lucas e Mateus incluem nos
seus relatos passagens relativas à infância divina,
numa perspectiva mais simbólica que
histórica.(Alcoforado, 2007)
Natividade
 A infância de Jesus corresponde ao ciclo litúrgico
do Natal. Os temas deste ciclo podem dividir-se
nos quatro episódios narrados em passagens dos
evangelhos: a Natividade, a Fuga para o Egito, a
Apresentação do Menino no Templo, e o Menino
Jesus entre os Doutores. O dia 25 de Dezembro
não corresponde a qualquer informação
histórica, tendo sido adotado em meados do séc.
IV, coincidindo com a celebração do solstício de
Inverno — Dies natalis solis invicti — e as
festividades do Sol Invictus cuja última referência
data de 387 d.C.
 A festividade do Natal não é apenas uma
solenidade litúrgica, mas essencialmente uma
festa popular e universal.
NATIVIDADE - SÉCULO IV

As representações
iconográficas de Jesus ainda
criança surgem a partir das
primeiras cenas da
Natividade em relevos e
pinturas murais destinados
exclusivamente a espaços
religiosos, sendo do século IV
(325 d.C.) a mais antiga e
conservada representação
do nascimento do Senhor,
localizada em um sarcófago
na Basílica de Sant'Ambrogio
em Milão (em detalhe na
foto). É nesse período que a
solenidade do Natal começa
a ser celebrada na data da
festa romana do deus-sol.
O PRESÉPIO
Em 1223, São Francisco de Assis
protagoniza um importante
acontecimento, que assinala uma
grande mudança no conceito
associado à representação da
natividade.
Os festejos da noite do
nascimento do Menino Jesus
devem-se a São Francisco que
com o objetivo de tornar a liturgia
do Natal mais acessível e
portanto mais próxima dos fiéis,
criou a encenação do presépio,
transpondo a representação do
espaço religioso para a natureza
nos bosques montanhosos de
Greccio; o costume espalhou-se
por entre as principais Catedrais,
Igrejas e Mosteiros da Europa
durante a Idade Média,
começando a ser montado
também nas casas de Reis e
Presépio de cerca de 500 peças feitas no
Nobres já durante
século XVIII, Quito - Equador
o Renascimento.
O PRESÉPIO
A verdadeira história do Presépio
inicia-se, contudo, no séc. XVI,
quando as figuras da Noite Santa
ganham autonomia, libertando-
se gradualmente das paredes
dos altares e retábulos. Em 1567,
a Duquesa de Amalfi (Itália)
mandou montar um presépio
que tinha 116 figuras para
representar o nascimento de
Jesus. Foi já no Século XVIII que o
costume de montar o presépio
nas casas comuns se disseminou
pela Europa e depois pelo
mundo. Gradualmente evoluem
para a forma que hoje
reconhecemos como a principal
característica dos presépios, e
que os distingue de outras formas
de representação do tema: o
fato de ser modificável.
Considerado um dos maiores do A palavra presépio deriva do
mundo, o presépio napolitano, latim — proesepium, estábulo ou
do Museu de Arte Sacra de São proesoepe, manjedoura;
Paulo reúne 1.600 peças. designando o local onde se
recolhe o gado ou animais.
Jesus recém - nascido
O elemento central do
presépio é o Menino-infante
que, por influência
franciscana, é quase sempre
representado como recém-
nascido, nú, irradiando luz,
sobre palhas ou em cima do
véu ou manto de Nossa
Senhora.

“A mais bela das crianças dos


homens” (Salmo 45,3).

Menino Jesus / Presépio


Terracota
Séc. XVIII
Museu Nacional de Machado de
Castro. Coimbra, Portugal.
Jesus Menino
Na arte ocidental, as primeiras
imagens isoladas do Menino
Jesus surgem nos conventos
femininos, durante o séc. XIV.
A partir do séc. XV-XVI,
destacam-se as figuras do
Menino com cerca de 4 ou 5
anos, despido. A nudez de
Jesus surge como marca da
sua humanidade,
assemelhando-o aos filhos dos
homens, e assumindo a sua
dupla natureza, ao mesmo
tempo divina e humana,
principal dogma da religião
cristã. Na arte ocidental,
Dorothy Shorr, identifica 35
tipologias do Menino Jesus,
sendo sobretudo frequente a
VEIGA VALLE. “Menino Deus” Madeira
policromada. Dimensão: 33x13x13cm. sua representação simbólica,
Doado ao Museu de Arte Sacra da abençoando.
Igreja da Boa Morte
Menino Jesus da Paixão

Na simbologia da infância de
Jesus está presente nos dois tipos
de representação: Menino Bom-
Pastor ou Salvador do Mundo,
entre outros relativos ao início da
vida, e com os instrumentos da
paixão, relativos à premonição do
seu sacrifício. O Menino,
apresentando a Sua mão direita
levantada, em gesto de pregar,
comumente entendido como a
abençoar, com o dedo médio e o
indicador juntos, segura na
esquerda ora os Evangelhos, ora
uma ave ou pomba, ora ainda um
cacho de uvas, ou, mais
frequentemente, um globo ou
esfera do mundo, símbolo da sua
soberania no Universo. Esta última
representação tornou-se muito
Menino Jesus da Paixão popular no séc. XVII, por influência
Portugal, século XVIII
Madeira encarnada e policromada das irmãs carmelitas, que criaram
Museu de Arte Sacra e Etnologia - Fátima a “Associação do Menino Jesus”.
(Missionários da Consolata)
VESTES PRECIOSAS
Característico é igualmente o
hábito, que se difundiu a partir dos
conventos de freiras, de costurar
vestes preciosas e fazer jóias e
objetos de mobiliário para as figuras
do Menino Jesus.
Esta tradição, que surge no final do
séc. XIX e se prolonga pelo séc. XX,
testemunha o desejo de manter
uma relação de intimidade com o
Salvador.
Nenhuma mensagem se mantém
hoje tão universalmente presente,
para crentes e não crentes, como a
imagem simples de um Deus feito
criança, símbolo da infância dos
homens e sinônimo de fé no futuro
da humanidade. Um Menino que é,
na força do pensamento de
Marguerite Yourcenar, “como todos
A estátua em cêra (trabalho espanhol deveriam ser… uma criança
do séc. XVI) do Menino Jesus de esperada com amor e respeito,
Praga, na igreja de Nossa Senhora da trazendo em si a esperança do
Vitória, Bairro de Lesser da Cidade de mundo”. (Alcoforado,2007)
Praga – República Tcheca.
Menino Jesus de Praga

A origem do Menino Jesus de


Praga ainda é indeterminada,
sabe-se que tem sua origem
na Espanha no séc. XVI.
Acima a estátua de cera, e ao
lado direito com túnica
branca.
Abaixo o Menino vestido em
violeta escuro com espigas –
símbolo da Eucaristia. A cor
violeta é usada pelo Menino
Jesus durante o Advento da
Quaresma. O tecido provém
do Brasil, e o vestido foi feito
em Praga na segunda metade
do século XX.
A estatueta sempre foi provida
de roupa, resultando um
conjunto de riquíssimas
vestimentas com mais de 60
trajes.
Culto ao Menino-Deus

No século XVI a devoção ao


Menino Jesus se desenvolve
com maior força no interior das
Ordens Religiosas, sobretudo
nos conventos femininos. Os
espanhóis Santa Teresa D’Ávila
e São João da Cruz, da Ordem
dos Carmelitas Descalços,
tinham profunda afeição ao
Jesus Infante e colaboraram
em expandir a devoção por
toda a Europa. Sabe-se que
neste mesmo século, em
Portugal, já havia imagens do
Menino Jesus destinadas ao
culto e que posteriormente a
devoção foi estendida às suas
colônias. (TÀVORA apud
Edjane, Revista Ohun, ano3,
“Menino-Deus" - madeira entalhada
dourada e policromada - séc XVIII/XIX -
n.3, p163, 2007).
origem desconhecida - 34 cm - Acervo
Museu Mineiro/SUM
Frei Agostinho da Piedade
A larga produção indo-
portuguesa de Meninos Jesus em
marfim, dos séculos XVII e XVIII,
demonstram a expansão do
catolicismo português. Aparecem
geralmente como o Bom Pastor,
com poucas variações. O menino
apresenta-se semi-adormecido,
com uma ovelha ao colo, vestido
com um pelego, de pernas
cruzadas no alto de uma peanha.
Sua difusão no Brasil foi ampla a
partir do século XVII até o XIX.
Na Bahia, o ceramista português
Frei Agostinho da Piedade,
produziu belíssimos exemplares
dessa representação em barro
cozido. Alguns autores apontam a
semelhança entre a figura do
Menino e do Buda, marcando
Menino Jesus de Olinda. Frei Agostinho
assim a adaptação desse tipo
da Piedade. 40cm, sec.XVII (cerca de iconográfico à cultura oriental.
1640), a mais antiga iconografia do
Sagrado Coração na América Latina.
Há um menino...
Na iconografia dos santos há a representação de
uma criança em que claramente se trata do
menino Jesus quando:
- está nos braços de Santa Maria e de,
- São José, e de
- Santo Antônio de Pádua,
- ajuda a São José em seu trabalho,
- brinca com São João Batista,
- atravessa um rio nos ombros de São Cristóvão, e
- aparece na representação da Sagrada Família
além do Presépio.
Santa Maria
Nossa Senhora dos Remédios,
imagem do Santuário localizado
em Lamego, Portugal.
A devoção popular no local
remonta a uma capela, sob a
invocação de Santo Estevão,
erguida em 1361. No século XVI,
ameaçando ruína, ela foi
demolida (1568), iniciando-se a
construção de um novo templo,
por iniciativa do bispo de
Lamego, onde foi depositada
uma imagem da Virgem com o
Menino.
Com o passar do tempo, a
devoção a Santo Estevão
diminuiu, substituída pela
devoção à Virgem por aqueles
que a Ela recorriam em busca de
alívio para as doenças, o que
deu origem à devoção a Nossa
Senhora dos Remédios.
O atual santuário foi iniciado
em 1750, e concluído apenas
em 1905.
São José
A figura de São José sempre
esteve associada a imagem
de um ancião, a partir do séc.
XVII com a valorização do
tema da Sagrada Família,
começa a aparecer
individualmente, é
considerado modelo de
castidade. O menino Jesus
aparece como seu atributo, no
seu colo ou segurando a sua
mão. (SILVA, 2007.)

Imagem de São José no altar da


Igreja de São José no Centro da
Cidade do Rio de Janeiro.
Santo Antônio

As imagens mais antigas


representam-no como o Livro,
símbolo do Saber, do
conhecimento das Escrituras e
da observância da Regra. No
séc. XVI, aparece-nos com o
Menino Jesus - imagem
retirada da lenda da aparição
do Menino a Santo Antônio. É
esta a figuração mais
conhecida no mundo no
tocante à figura escultórica,
enquanto na pintura esta cena
é acrescentada com a
presença da Virgem Maria.
A clássica representação
iconográfica é a do Santo
franciscano com o Livro no
braço esquerdo e sobre este o
Menino Jesus.
Santo Antônio, Menino
do Coro, Sé de Lisboa.
São José Operário
Os evangelhos reivindicam
que Jesus, antes de iniciar sua
vida pública, desempenhou a
profissão do pai. O primeiro
evangelista que atribui-lhe o
título é São Marcos, que refere-
se a Jesus como "o
Carpinteiro", no capítulo VI,
versículo 3 da sua narrativa
sinótica que relata uma sua
visita a Nazaré na qual seus
compatriotas chamavam-no
ironicamente pela profissão
para desqualificá-lo como
pregador.
A Igreja de São José Operário,
construída em 1998, localiza-se
na Freguesia de Nossa Senhora
de Fátima, no Bairro de Iao
Hon, no norte da Península de
Macau.
São José, o Carpinteiro, pintura de
Georges de La Tour, 1640.
São João Batista
João Batista (Judeia, 2 a.C. — 27
d.C.) foi um pregador judeu do
início do século I, citado pelo
historiador Flávio Josefo e os
autores dos quatro Evangelhos
da Bíblia.
Segundo a narração do
Evangelho de São Lucas, João
Batista era filho do sacerdote
Zacarias e Isabel, prima de
Maria, mãe de Jesus. Foi profeta
e é considerado, principalmente
pelos cristãos ortodoxos, como o
"precursor“ do prometido
Messias, Jesus Cristo.
A importância do seu nome
João advém do seu significado
que é "Deus é propício" e
apelidaram-no "Batista" pelo
facto de pregar um batismo de
Menino Jesus brincando de saltar penitência (Lucas 3,3)2 . Batizou
sobre o menino São João Batista muitos judeus, incluindo Jesus, no
- imagem que ornamenta uma rio Jordão.
livraria em Sevilha – Espanha.
São Cristovão
A lenda de São Cristóvão, de
origem grega, provavelmente teve
início no século VI.
A idéia vinculada a seu nome,
"aquele que carrega Cristo no
coração", foi tomando um sentido
mais literal por volta dos séculos XII
e XIII. Na lenda diz que seu nome
era Reprobus, um homem forte e
de grande estatura que após servir
um rei cruel, encontra um eremita
que lhe educou na fé cristã,
batizando-o. Reprobus se recusou a
jejuar e a rezar para Cristo , mas
aceitou a tarefa de ajudar as
pessoas a atravessar um rio
perigoso, no qual muitos haviam
morrido ao tentar fazer a travessia,
foi quando apareceu uma criança
que na travessia ficava cada vez
mais pesada, de tal maneira que
ele sentia como se o mundo inteiro
estivesse sobre os seus ombros.
Após a travessia, a criança revelou
ser o Criador e o Redentor do
mundo. Em seguida, a criança
ordenou a Reprobus que fixasse seu
bastão na terra. Na manhã
Painel de Azulejo na Igreja de Rio seguinte, apareceu no mesmo
local uma exuberante palmeira.
Tinto - Gondomar - Portugal
Sagrada Família

A Sagrada Família passou a ser


cultuada a partir do séc. XVII
na Europa, em algumas
composições os personagens
caminham juntos de mãos
dadas ao Menino Jesus. Em
outra representação pouco
comum aparecem Santa Ana
e São Joaquim, formando a
“Santa Parentela”, com a
representação ainda de Deus
Pai acima do conjunto. Outro
modelo iconográfico é o das
Escultura da Sagrada Familia “Santas Mães” com a
incrustada na Fachada do representação do Menino
Nascimento na Igreja da Sagrada Jesus entre Santa Maria e
Família, projetada pelo arquiteto
Antonio Gaudi. Barcelona/Espanha.
Santa Ana. (SILVA, 2007)
Santas Mães
Época: Século XVIII
Origem: Pernambuco
Autoria: Ignorada
Dimensões (cm): 25,0 x 18,0 x 8,0
Peso: 650 g
Material/Técnica: Madeira
esculpida, policromia e
douramento. Presença de olhos
de vidro
Análise Estilística: Obra com
características do período
barroco, configuradas na
composição bojuda, na intensa
movimentação das roupagens e
no cuidadoso tratamento
imprimido à policromia, em que
se destacam os esgrafiados.
Também a resolução da
cabeleira de Nossa Senhora, em
delicadas mechas, encaixa-se
dentro dos padrões estilísticos do
século XVIII.
Fonte: MUSEU DE SANT’ANA
Tirandentes – Minas Gerais
SANTA PARENTELA

SANTA PARENTELA

Esculturas indo-portuguesas. Séculos XVII a XVIII. Altura: 169 a 255mm


Conjunto representando a família de Jesus. À direita, São Joaquim e Santa Ana; à
esquerda, São José e Nossa Senhora. Encimando a árvore ao centro, um anjo sublinha o
mistério da filiação divina do Salvador. Observando-se as mãos pendentes de Maria e de
José, com as palmas voltadas para a frente. Pode tratar-se de limitações do fazer artístico
ou de registro do gesto búdico relativo à caridade. (Texto: Lucila Morais Santos. Foto:
Paulo Scheuenstuhl). Acervo: Museu Histórico Nacional – Rio de Janeiro
Para comparativo iconográfico estão a seguir reunidas
imagens dos catálogos de duas exposições:

“O Menino dos Meninos”


Museu Nacional de Machado de Castro
Coordenação - Ana Alcoforado e Celeste Amaro
Fotografia – José Pessoa
Coimbra – Portugal - 2007

“Meninos Deus” - Museu Afrobrasil


Lúcia Marques e Emanoel Araújo
Fotografia Sérgio Benutti e Claudionor Gonçalves
São Paulo – Brasil - 2006
Museu Machado de Castro

O Menino dos Meninos


Ele é o divino que sorri e que brinca
Ele é a Eterna criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina.
(...)
Alberto Caeiro
O Menino dos Meninos

Menino Jesus Bom-Pastor


Marfim
Séc. XVII
Proveniência desconhecida
O Menino dos Meninos

Menino Jesus Salvador do


Mundo
Madeira
Séc. XVIII
Proveniência desconhecida
O Menino dos Meninos

Menino Jesus Bom-Pastor


Marfim
Séc. XVII
Adquirido pelo Museu
Nacional de Machado de
Castro – Coimbra (Portugal)
O Menino dos Meninos

Menino Jesus
Madeira
Séc. XVIII
Atribuído a Manuel da Rocha
Proveniência desconhecida
O Menino dos Meninos

Menino Jesus Salvador do


Mundo
Madeira
Séc. XVIII
Convento de Santa Clara
O Menino dos Meninos

Menino Jesus Bom-Pastor


Marfim
Séc. XVII
Convento de Santa Clara
O Menino dos Meninos

Menino Jesus com os


Instrumentos da Paixão
Marfim
Séc. XVII
Proveniência desconhecida

Meninos Jesus munidos de


símbolos do Seu Martírio:
coluna, martelo, pregos, cruz,
coroa de espinhos, entre
outros, aludindo à Sua Paixão e
Morte começam a surgir muito
ao gosto da estética barroca,
privilegiando valores
antagónicos como a ideia de
infância e morte.
O Menino dos Meninos

Menino Jesus
Madeira
Séc. XVIII
Convento de Santa Clara
Meninos Deus
 Por
nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus Menino (Manuel Bandeira)

Da grande devoção ao Menino Jesus na


cidade de Santo Amaro da Purificação
nasce a representação iconográfica
denominada Menino Jesus do Monte. Na
sequência as imagens dos Meninos do
Recolhimento dos Humildes, séculos XVIII e
XIX. Madeira policromada e dourada,
porcelana, ouro, prata, brocado, pedras
preciosas e semipreciosas, cristal e tecidos.
O Bom Pastor

Uma das imagens mais


conhecidas na arte cristã
desde o período paleocristão
é de Jesus como o Bom Pastor,
vestindo uma túnica,
acompanhado de um
cordeiro. No evangelho de
João, Jesus declara ser quem
dá a vida pelas suas ovelhas, e
tendo o dever de conduzi-las.
Pastor

O pastor é uma figura


paternal, vigilante e protetora.
Javé é o pastor do povo de
Israel e o Cristo é o Bom Pastor.
A figura do Cristo no início do
cristianismo remonta às
representações difundidas na
Mesopotâmia, Grécia e Roma,
onde o pastor carrega nos
ombros um cordeiro ou
bezerro. (PASTRO, 2010)
O Cordeiro

O cordeiro é uma figura


constante, do Gênesis ao
Apocalipse, símbolo máximo
da Páscoa judaica e cristã,
portanto, do próprio Cristo
Imolado e Ressuscitado. É o
“Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo”. Grupos
de cordeiros ou ovelhas
representam os fiéis ou a Igreja
dos mártires. (PASTRO, 2010)
A Cruz

A Cruz no Cristianismo é símbolo


da Redenção Universal,
Reconciliação e da paz, é a
vitória da vida. Um homem deus
esteve ali de braços abertos,
num gesto de reconciliação e
confraternização. (PASTRO,2010)
Cajado

O Cajado, também designado


Bastão, Báculo ou Vara é
símbolo do poder e do saber
em estreita ligação com
hierofanias, como a serpente
(Moisés) e o galho verdejante
(Aarão, José). É também
comparado ao “eixo do
mundo”, e quebrar o bastão
significa quebra de legalidade.
(PASTRO, 2010)
IHS

IHS = Iesus Hominum Salvator


("Jesus salvador da
humanidade")é a abreviação
do nome de Jesus em grego
ou da escrita latina do nome
como se usava na Idade
Média: Ihesus.
Trata-se de um trigrama
cristológico, ou cristograma,
propagado no século XIV pelo
pregador São Bernardino de
Sena. No século XVI, foi
retomado com a significação
de “Jesum habemus socium”,
que quer dizer, em português,
“Temos Jesus como
companheiro”.
Vestes

Eram as calcinhas compridas


chamadas ceroulas e as
camisas de cambraia, de
punhos e golas bordadas,
tecidas, arrematadas, outras
com finas rendas; as túnicas e
mantos feitos dos mais ricos
tecidos, como veludos,
brocados, rendas, sedas
diversas e até crochet
bordados a fio de ouro ou
prata, canutilhos, miçangas e
o mais variado material usado
na época, arrematado com
rendas tecidas com fios
preciosos. (ARAUJO, 2006)
Mantos

Muitos deles têm mantos de


veludo carmesim agaloado de
rendas douradas. Mas a maior
característica desses Deus
Meninos são essas árvores de
folhas e flores douradas,
incrustadas com pedras
semipreciosas de muitas cores,
e de pequeninos pássaros de
vidros coloridos(ARAUJO, 2006)
Berloques

As vestes eram atadas na


cintura por cordões ou troçais
de fios preciosos, com bordas
ou mesmo correntes de ouro.
No pescoço e pulsos, jóias, as
mais ricas com pedras
preciosas e coral. No cajado
encontramos pencas de
berloques, as tetéias que
segundo a tradição eram
oferecidos ao Deus Menino
pelas moças solteiras.
(ARAUJO, 2006)
Jóias

É sabido que no Convento dos


Humildes se hospedavam
moças sem nenhuma vocação
religiosa, que para cumprir sua
educação eram internadas
com suas escravas e baús
cheios de roupas e jóias. Na
sua devoção ao Deus Menino,
adornavam sua imagem com
jóias que elas não poderiam
usar, as chamadas tetéias.
(ARAUJO, 2006)
Amuletos

Trazidos para o Brasil por


escravos africanos, o uso de
balangandãs servia para
proteger contra os maus
olhados. A figa latina era
usada para combater a
esterilidade e mau-olhado e
no século XIX, esses objetos
foram muito utilizados, a partir
do momento em que a
“...Igreja Católica já havia
providenciado a conversão
desses amuletos em artigos
religiosos. Bastava benzê-los,
tornando-os assim dignos de
serem usados pela população
em geral.”(OZANAN apud
SILVA, 2007)
Sandálias

Deus menino geralmente


apresenta-se descalço, mas é
comum encontrá-lo calçado
com sandálias de metal
precioso com ou sem pedraria.
Trono
Trono simboliza a soma da
sabedoria divina e da
autoridade. No judaísmo o
trono do rei e da cidade de
Jerusalém simbolizavam a
autoridade de Javé sobre seu
povo. É símbolo de poder
jurídico. Para o Cristianismo
corresponde à Cátedra dos
romanos, símbolo da
autoridade do magistério da
Igreja. A Autoridade está
sempre sentada, e diante dela,
os fiéis estão em pé.
(PASTRO,2010).
Anjos

Anjos correspondem ao
próprio Deus enquanto
mensageiros Dele, são seres
alados, pois chegam do Alto, e
na hierarquia se apresentam
como Arcanjos, Serafins e
Querubins. Os Arcanjos são os
anjos das principais mensagens
da fé (Gabriel, Miguel, Rafael).
Os Serafins estão junto ao trono
de Deus e correspondem à luz,
fogo e poder espiritual. Os
Querubins simbolizam a
onipresença e onisciência.
(PASTRO, 2010)
Nuvem

A nuvem por envolver tudo em


mistério e fazer parte do céu, é
interpretada como a morada
de Deus, quase sempre
encobrindo o alto cume de
uma montanha. As aparições
de Deus na Bíblia são muitas
vezes acompanhadas de
nuvens. Pelo seu papel de
produtora de chuva, também
simboliza a fecundidade.
(PASTRO, 2010)
Ouro
No sentido cristão, por ser o
mais nobre dos metais, é
símbolo de imutabilidade,
eternidade e perfeição. Pela
sua cor, é identificado com o
Sol e o fogo. É símbolo do
amor, a mais elevada das
virtudes, e da luz celestial, do
Sagrado na terra. No sentido
negativo, tem um valor moral
como o suprassumo de todos
os bens terrenos e, assim, é
símbolo do aprisionamento ao
mundo e da avareza. (PASTRO,
2010)
Lapinha
Deus menino em presépio,
também chamado de lapinha,
Jesus Menino está de pé, de
frente, em pequeno
afastamento, os braços
levemente flexionados na
diagonal, uma das mãos
segurando a vara crucífera, ou
mais comumente, o cajado e
a outra mão abençoando.
Fisionomia suave e até mesmo
sorridente, cabelos curtos
cacheados. A peanha em
forma de monte escarpado,
ou lapinha, base redonda
larga, estreitando para o alto
tendo uma gruta na base, a
frente, geralmente espelhada
para dar a idéia de água,
lembrando as águas do
Jordão onde Jesus foi
batizado. (SILVA, 2007)
Monte

A montanha é o lugar símbolo


do encontro de céu e terra e
de ascensão espiritual. As
grandes hierofanias (do grego
hieros (ἱερός) = sagrado e
faneia (φαίνειν) = manifesto,
pode ser definido como o ato
de manifestação do sagrado)
se dão nas montanhas. Como
a colina, é sinal de útero.
(PASTRO, 2010)
Gruta

A gruta aparece em
representações da Igreja
Oriental do nascimento de
Cristo que, como era normal
na Palestina, servia de
estábulo. A representação da
gruta como fissura da terra faz
lembrar de propósito um seio
materno para concretizar em
sua antiqüíssima simbologia, a
fertilização da terra aí
realizada.(HEINZ-
MOHR apud SILVA, 2007)
Pedra

A pedra, como a rocha, é


símbolo de firmeza e
imutabilidade, inúmeros são os
exemplos bíblicos da pedra
como força e fidelidade do
Deus todo-poderoso. O
rochedo é considerado uma
prefiguração simbólica de
Cristo como doador da água
da vida, pois jorra água no
deserto. Pedro como a pedra
fundamental da igreja.
(PASTRO, 2010).
Flor

De acordo com a Bíblia,


símbolo da beleza e graça
terrenas, as flores em geral, são
sinais do princípio passivo, da
atitude de receber,
correspondentes às formas de
cálice, voltadas ao dom e a
atividade do céu. Faz lembrar
também, o estado de infância,
e assim, de certa forma, o
paraíso.(HEINZ-MOHR apud
SILVA, 2007)
Conchas
As conchas eram muito
utilizadas em túmulos como
representação de que um dia o
homem ressuscitará. Na arte
cristã, surgem raramente. A
imaginação de história natural
que fazia a Idade Média,
pensando que os caracóis
eram fertilizados pela queda do
orvalho, fez das conchas,
símbolos da virgindade de
Maria. Boticelli e Tiziano,
seguindo este motivo, usaram
posteriormente o símbolo da
concha na representação do
Nascimento de Vênus, pois
partilha do significado simbólico
da água que representa a
fertilidade. (HEINZ-MOHR apud
SILVA ,2007)
Pomba
Após o dilúvio, com um ramo
de oliveira, tornou-se signo da
conciliação com Deus e
símbolo da paz. Com o
batismo do Cristo, tornou-se
símbolo do Espírito Santo. Com
o louro ou coroa do martírio no
bico, simboliza a vitória dos
mártires. A paz celestial das
almas é simbolizada pela
pomba sobre a Árvore da
Vida, ou sobre uma taça de
onde jorra a Água da Vida.
(PASTRO,2010)
Água
Água é um símbolo
complexo ligado à infinidade
de possibilidades ou
matérias-primas. A água
simboliza também a força
regeneradora, a purificação
física, psíquica e espiritual
(banho, ablução, batismo).
Está ligada à fonte, à
profundeza escura e à lua
como princípio feminino.
(PASTRO,2010)
Árvore

A árvore é um dos símbolos


mais significativos e mais
difundidos. Em todas as
culturas, esta ligada a
substâncias divinas ou morada
de poderes sobrenaturais. A
árvore da vida simboliza
abundância paradisíaca
perdida por Adão e Eva em
troca da árvore da sabedoria.
Na iconografia e literatura
cristã, há uma estreita relação
simbólica entre as árvores do
Paraíso e a cruz de Cristo que
nos devolveu o Paraíso que é a
“verdadeira Árvore da Vida”.
(PASTRO, 2010)
Divina Pastora

Nossa Senhora Divina Pastora


do acervo do Museu do
Convento dos Humildes, difere
das outras lapinhas pela
magnifica composição da
Divina Pastora, a qual como
mãe extremosa, segura o Deus
Menino entra as ovelhas de
seu rebanho.
O menino Jesus também
aparece na iconografia cristã
como atributo de Nossa
Senhora e dos santos.
(SILVA, 2007)
Menino Jesus do Monte

Esses Deus Meninos são de


uma extraordinária feitura e
beleza, pelos muitos meios de
sua construção que envolviam
santeiros, pintores, ourives,
costureiras, bordadeiras, um
mundo de mãos tecendo
brocados, pedras preciosas,
ouro e prata, figurinhas de
porcelana, folhas e pássaros
de vidro irisados, tudo a serviço
desses meninos, sobre o monte
ou sobre as nuvens, ricamente
vestidos de túnicas, de
brocados, de rendas, de fios
de ouro. (ARAUJO, 2006)
O Recolhimento dos Humildes

As calcinhas compridas,
camisolas e ceroulas por baixo,
de pura cambraia enfeitada
com renda francesa, sandálias
de prata ou de ouro, coroas e
resplendores adornados com
crisólitas, diamantes e
brilhantes, nas mãos cajados
com berloques de ouro,
correntes com balagandãs,
com figas e contas coloridas,
de rubis e corais, todas essas
tetéias são de puro sincretismo
baiano. (ARAUJO, 2006)
Osmundo Teixeira

Artista do Sul da Bahia que


reproduz a tradição de Santo
Amaro, apropriando-se do
tema para construir na argila
seus Santos Meninos.
Osmundo Teixeira

Representação do Menino
Jesus Majestoso, ostentando
com a mão esquerda o globo
do mundo e com a direita
fazendo o gesto de abençoar.
Iconografia do
Menino Jesus do Monte
A representação denominada “Menino Jesus no
Monte” apresenta sempre a figura do Menino sobre
um monte escarpado ou lapinha, que geralmente
encontra-se extremamente decorado com objetos em
miniatura apresentando elementos da fauna e flora,
especialmente carneirinhos, tendo em sua base a
representação de uma gruta espelhada que dá a
idéia de água. Jesus aparece como criança, de pé,
braços levemente flexionados à frente, com uma das
mãos faz o gesto de abençoar e com a outra, segura
vara crucífera, buquê de flores ou cajado. Este
geralmente vem acompanhado de penca de
amuletos também chamados de tetéias. Suas vestes,
na maioria das vezes são ornadas com delicados fios
de ouro e aparece às vezes com sandálias de metal
precioso. (SILVA, p.169,2007)
Simbologia
A iconografia do Menino Jesus nos conduz ao
tema Natividade. As representações da cena do
nascimento do Senhor foram pesquisadas e
constatamos que muitos elementos utilizados na
produção dessas imagens correspondem à
mensagem cristã encontrada nos Evangelhos.
Entretanto, muitos outros elementos foram
acrescentados digamos, “a gosto popular”, ou
seja, foram sendo incorporados com o passar do
tempo de acordo com as características da
região, como crenças, materiais disponíveis, dando
a elas uma característica muito particular. (SILVA,
p.174,2007)
Considerações Finais
A devoção ao Menino Jesus foi entrando em declínio
no início do século XX, sobretudo, pelas circunstâncias
da vida moderna, quando o papel da mulher
“prendada” e dedicada apenas à criação dos filhos
começa a mudar. Outro fator significativo foram as
mudanças simbólicas representativas do Natal.
Segundo o professor Cândido da Costa e Silva,
especialista em religiosidade, “há uma relação direta
entre o desaparecimento do Menino Jesus e o declínio
do presépio”. Com o tempo, a tradição de montagem
do presépio, que destaca a Natividade como tema
principal, foi sendo cada vez mais esquecida,
especialmente com a chegada de representações
simbólicas natalinas de outros países. Além disso, a
sociedade cada vez mais consumista vem
esquecendo a verdadeira mensagem presente na
festa de Natal, sobrepondo o material ao divino. (SILVA,
p.179,2007)
Após a imersão sobre a
iconografia e simbologia na
representação do Menino
Jesus cada participante
realizará a sua expressão na
atividade prática.
Lembrando que as
metodologias descritas
seguem um roteiro didático e
não são uma fórmula rígida
de planejamento de uma
imagem sacra, a evolução
das técnicas e materiais
ATIVIDADE
possibilitam atualmente uma
infinidade de resultados e PRÁTICA
aplicações na arte.
O objetivo principal é a
compreensão do sentido da
atividade, quando o fazer
artístico carrega um
SIGNIFICADO.
Passo a Passo

Pintura em têmpera com douração


- Selamento com goma-laca da imagem
- Fundo preparador para douração
- Douração com mordente acrílico
- Selamento da douração com goma-laca
purificada ou sandaraca
- Olhos
- Pintura da carnação
- Planejamento das vestes
Peça de gesso

A peça de gesso é preparada com uma


camada de selamento de goma-laca, se
houver alguma imperfeição pode-se lixar.
Fundo acrílico

Para um brilho mais vivo e melhor acabamento da


douração, passa-se uma tinta acrílica de base antes
da aplicação da folha de ouro. A cor é semelhante ao
bolo de armênia utilizado na douração com ouro 23k.
Olhos

Os olhos foram copiados de uma imagem, mas também


podem ser desenhados. O modelo foi reduzido para a escala
da imagem de gesso (que tem cada olho com 0,5cm de
largura), e realizada a impressão fotográfica à prova de água.
Olhos

O papel foi recortado e cada olho foi colado com


um medium acrilico denso opaco. O brilho
superficial é resultado da aplicação de medium
acrílico brilhante após a colagem.
MORDENTE
Na região onde se
executará a
douração se aplica
o mordente
acrílico, portanto, à
base de água,
reparem o aspecto
do liquido leitoso, a
pintura castanha
também ajuda a
visualizar as áreas
onde o mordente é
aplicado.
PONTO DE PEGA

Deve-se esperar alguns minutos, para o


mordente ficar no ponto “de pega”, ele perde o
aspecto branco e deixa de estar “molhado”,
para formar um filme grudento sobre a peça.
DOURAÇÃO

A douração é feita com folha de ouro prima-prima italiana


(ouro imitação), a folha é cortada sobre o coxim, em
tamanho proporcional ao que se vai dourar, cada pedaço
é transportado com o pincel bem macio (ou pelenesa)
para a região com o mordente no ponto “de pega”, onde
se faz uma leve pressão com o pincel para o ouro aderir.
Selamento

Depois da folha aplicada, com um pincel macio se retiram


os excessos de folha de ouro e se aplica um verniz selante
(goma-laca ou sandaraca), para impedir a oxidação.
Tempera cola

A receita de tempera cola é adicionada


aos pigmentos para execução da pintura,
o pó deve estar bem misturado sem
grumos e a tinta resultar fluída. Pode ser
necessária a adição de um pouco de
água ou aquecimento da cola para a
pintura se estiver muito grossa.
O gesso crê é adicionado para a base de
carnação que é tingida com uma mistura
de guache ou aquarela (amarelo ocre,
vermilion e um mínimo de azul).
A tempera pode ser polida.
Fórmula de Angélica Schianta:
- 1 copo (200ml) de cola de coelho
(equivale a 100gr)
- hidratar a cola com 1 copo e meio de
água por 12 horas (300ml de água)
- levar ao fogareiro elétrico para derreter
- tirar do calor acrescentar 1 copo (200ml)
de água e mais um copo (200ml) de
álcool absoluto (ele empelota um pouco a
cola mas depois ela dissolve de novo)
- 3 gotas de essência de cravo (Eugenol).
- No preparo da tempera a cola adiciona-
se essa mistura aos pigmentos.
Sempre esterilize o recipiente. Essa mistura
pode ser conservada fora da geladeira!
TINTA = pigmento + aglutinante
 Aglutinante - exerce a função de
misturar os pigmentos entre si e ligá-los
ao suporte (óleos secativos, colas, ceras
e resinas).
 Pigmento - pó fino insolúvel nos
aglutinantes de características foscas ou
brilhantes, opacas ou transparentes.
Preparo das cores
 Preparar os pigmentos de cada cor
separadamente
 Hidratar o pigmento seco antes de
adicionar o aglutinante (no nosso caso
utilizaremos a própria água)
 A mistura tem maior fluidez se aquecida
(a água também evapora, portanto às
vezes há necessidade de repor o liquido
da cola)
preparo das cores

Pigmentos em pó

As cores devem ser preparadas SEPARADAMENTE, não se misturam os


pigmentos em pó para fazer cores, as misturas podem ser feitas após
adição do aglutinante. Alguns pigmentos apresentam uma tensão
superficial, pode-se acrescentar antes algumas gotas de álcool.
Carnação

A “carnação” é realizada com uma mistura de gesso cré (faz o papel de


nivelamento) + a cola de coelho (aglutinante) + pigmento diluído (cor).
Depois de seca pode ser lixada se necesário e para um acabamento
porcelanizado é polida com a pedra de ágata ou com uma lixa microfine
também usada para polimento.
Abrir sentidos

Para “abrir os sentidos” depois dos detalhes dos olhos e boca que
podem ser feitos até em aquarela ou guache, se aplica uma mistura
sêca de gesso cré e pigmento dando o aspecto “corado” das faces
Estofamento

Estofamento é a pintura dos tecidos da roupa, pode-se pintar sobre a folha de


ouro deixando espaços da douração formando padrões, ou fazer a pintura e
retirar a tinta ainda úmida elaborando grafismos com um pincel de ponta de
silicone ou ainda, fazer o tradicional esgrafiado sobre a tinta quase sêca,
retirando com a ponta (não afiada) de um palito de bambu.
tipos comuns de
decoração
Materiais:
- Folha de ouro prima-prima e mordente
italianos. Contato: Karen
http://www.folhadeouro.com/inicio
- Pigmentos Corin: www.corincorantes.com.br
20.017 - azul ultramar
20.078 – vermelho
- Tinta acrilica Lukas Matt
- Medium Acrílico Maimeri (matt e brilhante)
- Verniz de Goma-laca
- A pintura sobre folha de ouro também pode
ser realizada com acrílico ou óleo.
Agradecimentos...
A todos vocês pela participação e
disponibilidade em compartilhar o seu
processo criativo neste encontro
Ao Museu de Arte Sacra de São Paulo sua
diretoria e coordenação de cursos por
acreditarem no projeto de oficinas
Agradecimento especial à querida Fátima
Paulino pela confiança e incentivo ao
meu trabalho.

UM FELIZ NATAL A TODOS E UM ÓTIMO 2015!


Bibliografia
 ALCOFORADO, Ana - “O Menino dos Meninos” - Museu Nacional de
Machado de Castro. Coimbra,2007.
 ARAUJO, Emanoel e MARQUES, Lucia. “Meninos Deus”– Museu Afrobrasil.
São Paulo, 2006.
 GRAVIERS, B. des & JACOMET, T. Os santos e seus símbolos. Editora Fólio,
Espanha, 2008.
 ROYT, Jan & SLEICH, Peter. Menino Jesus de Praga. Aventinum, Praga,
2008.
 SHORR, Dorothy C. The Christ Child In Devotional Images In Italy During the
XIV Century. New York: G. Wittenborn, 1954.
 MAYER, Ralph. Manual do Artista. Ed.Martins Fontes, SP, 2006
 PASTRO, Cláudio. A Arte no Cristianismo. Fundamentos, Linguagem,
Espaço. Paulus, SP, 2010.
 SILVA, Edjane Cristina Rodrigues da - Representação do Menino Jesus no
Monte e Produção Artística no Recolhimento de Nossa Senhora dos
Humildes/Ba - Revista Ohun, ano 3, n. 3, p. 162-180, set. 2007

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