Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
08072014 4331
artigo article
com a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Abstract Food is one of the determinants and Resumo A alimentação é um dos determinantes
conditions of health and an inherent right of all e condicionantes da saúde e um direito inerente a
people. The consequences of food and nutrition todas as pessoas. As consequências da insegurança
insecurity in the population, such as obesity, mal- alimentar e nutricional da população, a exemplo
nutrition and specific nutritional deficiencies, im- da obesidade, desnutrição e carências nutricionais
pact the health sector and have historically meant específicas, recaem sobre o setor saúde e têm feito
that it has assumed the responsibility for food and com que, historicamente, este tenha incorporado a
nutrition programs and policies in Brazil. Howe- responsabilidade de políticas e programas de ali-
ver, ensuring food and nutrition security requires mentação e nutrição no Brasil. Porém, a garantia
a combination of public policies, among which the da Segurança Alimentar e Nutricional exige uma
National Food and Nutrition Policy of the Uni- conjunção de políticas públicas, dentre as quais a
fied Health System (SUS) plays a fundamental Política Nacional de Alimentação e Nutrição do
role. This paper seeks to contribute to the debate SUS tem papel fundamental. O artigo objetiva
on intersectoriality and health promotion based contribuir com o debate sobre intersetorialidade
on presenting the National Food and Nutrition e promoção da saúde a partir da apresentação da
Policy and discussing its role as interface between Política Nacional de Alimentação e Nutrição e
the SUS and the National Food and Nutrition Se- discussão do seu papel enquanto interlocutora en-
curity Policy and System. This perspective stron- tre o Sistema Único de Saúde e a Política e Sistema
gly suggests the combination of efforts to promote Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
health and food and nutrition security in order to Essa perspectiva sugere fortemente a conjunção de
optimize initiatives developed in different sectors esforços para a promoção da saúde e de SAN, com
and accompanied by different policy councils that vistas a potencializar agendas desenvolvidas em
1
Coordenação Geral de are not interrelated, enabling enhanced govern- diferentes setores e acompanhadas por diferentes
Alimentação e Nutrição,
Departamento de Atenção ment and civil society action on the determinants conselhos de políticas públicas, que não se articu-
Básica, Secretaria de of health and nutrition. lam, permitindo uma melhor atuação do governo
Atenção à Saúde, Ministério Key words Food security, Health promotion, Nu- e da sociedade civil sobre os determinantes da saú-
da Saúde. SAF Sul – Quadra
2 – Lotes 5/6, Edifício trition programs and policies de e da alimentação.
Premium - Bloco II – Palavras-chave Segurança alimentar e nutricio-
Subsolo sala 8, Zona Cívico- nal, Promoção da saúde, Programas e políticas de
Administrativa. 70070-600
Brasília DF Brasil. nutrição e alimentação
kelly.alves2@yahoo.com.br
4332
Alves KPS, Jaime PC
de Segurança Alimentar e Nutricional, indicando ção e à articulação das políticas públicas emer-
neste último as metas, fontes de recursos e instru- gem nos espaços de negociação e construção
mentos de acompanhamento, monitoramento e compartilhada. Como a hierarquia de poder no
avaliação de sua execução. O Plano Ministerial da âmbito das políticas públicas em que se destacam
CAISAN é composto pelos representantes gover- as políticas macroeconômicas.
namentais dos Ministérios que são membros na- Ainda entre os desafios, cabe destacar a ne-
tos do CONSEA33. O Ministério da Saúde é mem- cessidade de promover o diálogo e articulação
bro do CONSEA e da CAISAN, sendo seu repre- também entre os diferentes conselhos de controle
sentante titular o Ministro da Saúde e suplente o social das políticas públicas, a exemplo do CON-
Coordenador Geral de Alimentação e Nutrição. SEA e do Conselho Nacional de Saúde (CNS),
Somente em 2010 foi publicado o Decre- com vistas a ampliar o debate e participação dos
to que regulamenta a LOSAN, institui a Política diferentes segmentos da sociedade na definição
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de prioridades para políticas intersetoriais e no
(PNSAN) e estabelece os parâmetros para a ela- seu monitoramento. A Comissão Intersetorial de
boração do PLANSAN, sendo este o principal ins- Alimentação e Nutrição (CIAN) do CNS precisa
trumento de planejamento, gestão e execução da ser reconhecida e utilizada como um espaço para
Política Nacional de SAN26. O I PLANSAN tem a esse diálogo.
mesma vigência do Plano Plurianual - PPA (2012- A efetiva intersetorialidade necessita que a
2015) e está estreitamente relacionado às metas e articulação dos diferentes setores ocorra em todo
iniciativas nele definidas, o que traz para a esfera o ciclo de planejamento, desde a definição de ob-
estratégica do planejamento da ação pública a ga- jetivos comuns, estratégias de ação, definição de
rantia das condições de sua implementação. metas e recursos para alcança-las, assim como
das formas de monitoramento e avaliação. Desta
forma, cada setor poderá identificar e compreen-
Considerações finais der melhor suas responsabilidades na agenda co-
mum, priorizando em sua agenda específica essas
A incorporação da intersetorialidade nas políti- ações. Ao mesmo tempo em que uma agenda se-
cas públicas voltadas a promoção da Segurança torial importante para a garantia de direitos pode
Alimentar e Nutricional tem possibilitado a ar- ser mais valorizada e incentivada, se incluída no
ticulação de diferentes áreas técnicas de governo escopo de uma agenda intersetorial com um ob-
que passaram a integrar agendas coletivas e com- jetivo mais amplo.
partilhar objetivos comuns. Nesta perspectiva, Nesse sentido, a experiência em curso de diá
a intersetorialidade tem grande potencial para logo entre a PNAN e a PNSAN, e entre o SUS e
produzir melhores condições para garantia de o SISAN, pode contribuir para a construção de
direitos à população. Porém, novos problemas e outros diálogos entre políticas públicas para a
desafios relacionados à superação da fragmenta- promoção da saúde.
Colaboradores
1. Organização Mundial da Saúde. Declaração de Adelai- 14. Leão MM, organizador. O direito humano à alimenta-
de sobre a Saúde em Todas as Políticas: no caminho de ção adequada e o Sistema Nacional de Segurança Ali-
uma governança compartilhada, em prol da saúde e do mentar e Nutricional. Brasília: ABRANDH; 2013.
bem-estar. Relatório do encontro internacional sobre a 15. Buss PM, Pellegrini Filho A. A Saúde e seus Deter-
Saúde em Todas as Políticas, Adelaide, 2010. [acessado minantes Sociais. Physis: Rev. Saúde Coletiva 2007;
2014 ago 24] Disponível em: http://bvsms.saude.gov. 17(1):77-93.
br/bvs/publicacoes/declaracao_adelaide.pdf 16. Pinheiro ARO. A alimentação saudável e a promoção
2. Organização Mundial da Saúde. Declaração de Helsinki da saúde no contexto da segurança alimentar e nutri-
sobre a Saúde em Todas as Políticas. 8ª Conferência cional. RSD 2005; 29(70):125-139.
Global sobre Promoção da Saúde, Helsinki, Finlândia, 17. Burlandy L. Segurança Alimentar e Nutricional: in-
2013. [acessado 2014 ago 24] Disponível em: http:// tersetorialidade e ações de nutrição. Saúde em Revista
www.who.int/healthpromotion/conferences/8gchp/en/ 2004; 6(13):9 -15.
3. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilân- 18. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Aten-
cia em Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. ção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política
Brasília: MS; 2006. Nacional de Alimentação e Nutrição. 2. ed. rev. Brasília:
4. Vasconcelos FA. Combate à fome no Brasil: uma análise MS; 2003.
histórica de Vargas a Lula. Rev Nut 2005; 18(4):439-457. 19. Pinheiro ARO, Carvalho DBB. Estado e Mercado: ad-
5. Leão MM, Castro IRR. Políticas públicas de alimenta- versários ou aliados no processo de implementação da
ção e nutrição In: Kac, G, Sichieri R, Gigante DP, or- Política Nacional de Alimentação e Nutrição? Elemen-
ganizadores. Epidemiologia Nutricional. Rio de Janeiro: tos para um debate sobre medidas de regulamentação.
Fiocruz, Atheneu; 2007. p. 519-541. Saúde e Sociedade 2008; 17(2):170-183.
6. Arruda BKG, Arruda IKG. Marcos referenciais da traje- 20. Recine E, Vasconcellos AB. Políticas nacionais e o cam-
tória das políticas de alimentação e nutrição no Brasil. po da Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva: ce-
Rev Bras Saude Mater Infant 2007; 7(3):319-326. nário atual. Cien Saude Colet 2011; 16(1):73-79.
7. Frozi DS, Galeazzi MAM. Políticas Públicas de Ali- 21. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Aten-
mentação no Brasil: uma revisão fundamentada nos ção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia
conceitos de bem estar social e segurança alimentar e Alimentar para a população brasileira: promovendo a
nutricional. Cad Debate 2004; XI:58-83. alimentação saudável. Brasília: MS; 2008.
8. Anjos LA, Burlandy L. Construção do conhecimento e 22. World Health Organization (WHO). Global strategy
formulação de políticas públicas no Brasil na área de on diet, physical activity and health. Food Nutr Bull
segurança alimentar. Cien Saude Colet 2010; 15(1):19- 2004; 25(3):292-302.
30. 23. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Portaria nº 4.279 de
9. Arruda BKG, Arruda IKG. Políticas de Alimentação e 30/12/2010. Estabelece diretrizes para a organização da
Nutrição no Brasil: breve enfoque dos delineamentos Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único
conceituais e propositivos. In: Taddei, JAAC, Lang, de Saúde (SUS). Diário Oficial da União 2010; 31 dez.
RMF, Silva, GL, Toloni, MHA, organizadores. Nutrição 24. Brasil. Decreto nº 7.272, de 25 de Agosto de 2010. Re-
em Saúde Pública. Rio de Janeiro: Rubio; 2012. p. 397- gulamenta a Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006,
410. que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
10. Brasil. Lei nº 11.346 de 15 de setembro de 2006. Cria o Nutricional - SISAN com vistas a assegurar o direito
Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricio- humano à alimentação adequada, institui a Política
nal – SISAN com vistas a assegurar o direito humano à Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - PN-
alimentação adequada e dá outras providências. Diário SAN, estabelece os parâmetros para a elaboração do
Oficial da União 2006; 18 set. Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional,
11. Brasil. Emenda Constitucional nº 64, de 4 de fevereiro e dá outras providências. Diário Oficial da União 2010;
de 2010. Altera o art. 6º da Constituição Federal para 26 ago.
introduzir a alimentação como direito social. Diário 25. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção
Oficial da União 2010; 4 fev. à Saúde. Departamento de Atenção Básica e Comissão
12. Valente FLS, Burity V, Franceschini T, Carvalho MF. Intersetorial de Alimentação e Nutrição do Conselho
Segurança Alimentar e Nutricional e o Direito Huma- Nacional de Saúde. Documento-base de subsídio do Se-
no à Alimentação Adequada. In: ABRANDH. Curso de minário Estadual de Alimentação e Nutrição no SUS.
formação à distância em Direito Humano à Alimentação Brasília: MS; 2010.
Adequada no contexto da Segurança Alimentar e Nutri- 26. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Aten-
cional - Módulo 1. Brasília: ABRANDH; 2007. ção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política
13. Valente FLS, Burity V, Franceschini T. O DHAA, a Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília: MS; 2012.
SAN, a saúde e a promoção da alimentação saudável 27. Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e
e adequada. In: ABRANDH. Curso de formação à dis- Nutricional (CAISAN). Plano Nacional de Segurança
tância em Direito Humano à Alimentação Adequada no Alimentar e Nutricional: 2012/2015. Brasília: CAISAN;
contexto da Segurança Alimentar e Nutricional - Módulo 2011.
7. Brasília: ABRANDH; 2007.
4340
Alves KPS, Jaime PC