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CAPÍTULO 9 - ESCOAMENTO VISCOSO, INCOMPRESSÍVEL, EXTERNO

Escoamento externos são escoamentos sobre corpos imersos em um fluido


sem fronteiras, como o escoamento sobre uma esfera ou um corpo carenado, do mesmo
modo, os campos de escoamento em torno de objetos tais como aerofólios, automóveis
e aviões.
O escoamento externo com alto número de Reynolds de um fluido viscoso
mostrado na figura 9.1, demonstra os diversos fenômenos que ocorrem sobre o
escoamento no aerofólio. No ponto de estagnação ocorre a divisão do escoamento de
corrente livre, que passa a circundar o corpo. Por conta da condição de não-
deslizamento, o fluido em contato com a superfície passa a possuir a mesma velocidade
do corpo. O escoamento se apresenta inicialmente de forma laminar e a transição para
turbulento ocorre a uma distância que está ligada as condições da corrente livre, da
rugosidade da superfície e do gradiente de pressão, e estão representados por “T” na
figura 9.1. O crescimento das camadas-limite sobre as superfícies provoca a um leve
deslocamento das linhas de corrente do escoamento externo. Na região onde ocorre o
gradiente de pressão adverso, que se opõe ao movimento do fluido, uma do escoamento
pode ocorrer e estão representadas por “S”, e há a formação da esteira viscosa pelo
fluido que estava nas camadas-limite atrás dos pontos de separação.

Figura 9.1 – Detalhes de um escoamento viscoso em torno de um aerofólio

PARTE A – CAMADAS-LIMITE

9.1. O CONCEITO DE CAMADA LIMITE


Ludwig Prandtl em 1904, introduziu o conceito de camada-limite, e antes de
sua contribuição, a mecânica dos fluidos se desenvolvia em duas direções diferentes: a
hidrodinâmica teórica, com base no movimento de fluidos não-viscosos, onde nenhum
corpo sofre arrasto, e a hidráulica, que a contradizia, baseada na experiência prática e
experimentos.
A dificuldade de resolução das equações de Navier-Stokes, provocava um
não desenvolvimento do tratamento teórico dos escoamentos viscosos, e Prandtl
mostrou que havia a possibilidade de tratar o escoamento viscoso através de uma
abordagem que o separa em duas regiões, uma próxima da superfície sólida e outra
cobrindo o resto do escoamento, e apenas na primeira o efeito da viscosidade é
significativo.
O escoamento de camada limite pode ser laminar ou turbulento, sem que
haja valor único do número de Reynolds em que ocorre a transição laminar-turbulento,
já que fatores como as condições da corrente livre, da rugosidade da superfície e do
gradiente de pressão afetam a transição.
9.2. ESPESSURAS DE CAMADA LIMITE
A região adjacente a uma superfície sólida na qual tensões viscosas estão
atuando em contra-posição à corrente livre ondes as tensões viscosas são desprezíveis é
denominada camada-limite. O cisalhamento das camadas do fluido, gradientes de
velocidade na camada-limite, possibilitam a presença das tensões, tanto na parte
laminar, quanto turbulenta da camada-limite. Por conta disso a definição de espessura
da camada-limite, não é simples, sendo desenvolvidas diferentes definições de camada-
limite.
Espessura de perturbação (δ) é a definição mais direta e definida
comumente como a distância da superfície na qual a velocidade está dentro de 1% da
¿
velocidade da corrente livre. A espessura de deslocamento (δ ), é definida como a
distancia na qual a placa seria deslocada de forma que a perda do fluxo de massa fosse
balanceada à perda provocada pela camada-limite. Para um escoamento
incompreensível:
∞ δ
u u
¿
(
δ =∫ 1−
0 U ) (
dy ≈∫ 1−
0 U )dy (9.1)
A espessura de quantidade de movimento (θ) é descrita como a distância
que a placa seria movida de modo que a perda de quantidade de movimento fosse
equivalente à perda real causada pela camada-limite.
∞ δ
u u u u
θ=∫
0 U ( U )
1− dy ≈ ∫
0 U( 1−
U ) dy (9.2)
As espessuras de deslocamento e de quantidade de movimento, são integrais
já que estão em termos de integrais através da camada-limite.
Para as análises de engenharia sobre o desenvolvimento da camada limite,
são usualmente utilizadas as hipóteses simplificadoras:
1. u →U em y=δ
2. ∂ u/∂ y →0 em y=δ
3. u ≪U dentro da camada-limite
4. A variação de pressão através da camada-limite delgada seja
desprezível. A distribuição de pressão da corrente livre é impressa sobre
a camada-limite.

9.3. CAMADA-LIMITE LAMINAR EM PLACA PLANA: SOLUÇÃO EXATA


Em 1908, Blasius, aluno de Prandtl, obteve a solução para a camada-limite
laminar sobre uma placa horizontal plana. Em um escoamento bidimensional,
incompressível em regime permanente, com gradiente de pressão igual a zero tem-se
que as equações básicas de movimento são:
∂u ∂ v
+ =0
∂x ∂ y
∂u ∂v ∂2 u
u +v =v
∂x ∂y ∂ y2
Com as condições de contorno:
em y = 0, u = 0, v = 0
∂u
em y = ∞, u = U, =0
∂y
Para resolver essas equações, Blasius provou que o perfil de velocidades,
u/U deve ser similar para qualquer valor de x no gráfico do perfil. Portanto, a solução é
na forma:
u y
=g ( η ) , em que η ∝
U δ
Introduzindo uma função corrente, ψ ,pode-se avaliar os termos da equação
de movimento, derivando os componentes de velocidade e resolvendo obtém-se:
d3 f d2 f
2 3 + f 2 =0
dη dη
Com as condições de contorno:
df
em η=0, f = =0

df
em η → ∞ , =1

As equações diferenciais parciais de segunda ordem que governam o
crescimento da camada-limite laminar sobre uma placa plana foram transformadas em
uma equação diferencial ordinária de terceira ordem com as condições de contorno
dadas.
Com a espessura da camada-limite,δ, definida como o valor de y para o qual
u/U = 0,99, obtemos:
5 5x
δ≈ = (9.3)
√ U /vx √ R e x
A tensão de cisalhamento na parede pode ser expressa como:
0,332 ρU 2
τ w =0,332 U √ ρμU / x= (9.4)
√ R ex
e o coeficiente da tensão de cisalhamento na parede, Cf, é dado por:
τ 0,664
Cf = w =
1 (9.5)
ρ U 2 √ R ex
2
Cada um dos resultados para a espessura da camada-limite, δ, para a tensão
de cisalhamento na parede, τ w, e para o coeficiente de atrito superficial, Cf, depende do
número de Reynolds em função do comprimento, Rex, na potência 1/2. A espessura da
camada-limite aumenta conforme x1/2, e a tensão de cisalhamento na parede e o
coeficiente de atrito superficial variam conforme 1/x1/2. Esses resultados caracterizam o
comportamento da camada-limite laminar sobre uma placa plana.

9.4. EQUAÇÃO INTEGRAL DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO


A solução extada analisada na seção 9.3 considera uma camada-limite
laminar sobre uma placa plana, um caso simples, que ainda assim necessitou de
manipulação delicada com duas equações diferenciais, para gerar soluções para a
espessura de camada, perfil de velocidade e tensão de cisalhamento na parede.
Para obter um método para análise do caso geral, deve-se considerar um
escoamento em regime permanente, incompressível, bidimensional sobre uma superfície
sólida, onde a espessura cresce de algum modo com o aumento da distância, através de
um volume de controle diferencial de comprimento dx, largura w, e altura δ(x),
experimentando uma corrente livre com velocidade U(x). Conforme a figura 9.2 há
fluxo de massa através das superfícies ab e cd. A superfície bc é o limite imaginário que
separa a camada-limite viscosa e o escoamento não-viscoso, enquanto na superfície ad
não haverá fluxo de massa.

Figura 9.2 – Volume de controle diferencial de uma camada-limite

a. Equação da Continuidade
Considerando um escoamento bidimensional em regime permanente:

∫ ρ V́ ∙ d ⃗A =0
SC
Assim:
ṁab + ṁbc + ṁcd =0
Avaliando os termos para o volume de controle diferencial de largura w:
δ

ab) ṁ ab=−
{∫ } 0
ρu dy w

δ δ

{
cd) ṁcd = ∫ ρu dy+
0
[∫ ] }

∂x
δ
0
ρu dy dx w

bc) ṁ bc =−

∂x{ [∫ ] } 0
ρu dy dx w

b. Equação da Quantidade de Movimento


Aplicando a componente x ao volume de controle, com FBx = 0:

F Sx =∫ uρ V́ ∙ d ⃗
A
SC
F Sx =mf ab+ mf bc +mf cd
onde mf representa a componente x de quantidade de movimento.
Considerando o fluxo para cada segmento da superfície de controle:
δ

ab) mf ab=−
{∫ }0
uρu dy w

δ δ

{
cd) mf cd = ∫ uρu dy +
0
[∫ ] }
δ

∂x 0
uρudy dx w

bc) mf bc =−U

∂x { [∫ ] } 0
ρu dy dx w

Agrupando os termos temos que:


δ δ

{ [∫ ] [∫ ] }

∂ ∂
∫ uρ V́ ∙ d ⃗A = uρu dy dx−U ρu dy dx w
SC ∂x 0 ∂x 0
Considerando agora as forças superficiais que atuam sobre o volume de
controle na direção x:
ab) F ab= pwδ
dp
(
cd) F cd =− p+
dx] )
dx w ( δ +dδ )

1 dp
(
bc) F bc= p+ ] )
2 dx
dx wdδ

1
( )
ad) F ad=− τ w + d τ w wdx
2
Somando as components na direção x das forças que atuam e fazendo as
devidas manipulações obtemos:
δ δ
dp ∂ ∂
−δ −τ w = ∫ uρu dy−U ∫ ρu dy (9.6)
dx ∂x 0 ∂x 0
Esta equação, integral de quantidade de movimento, fornece uma relação
entre as componentes x que atuam numa camada-limite e o fluxo de quantidade de
movimento na direção x. A equação 9.6 ainda pode ser escrita, usando as definições de
espessura de deslocamento e de quantidade de movimento, como:
τw d 2 ¿ dU
= ( U θ ) +δ U (9.7)
p dx dx
Esta nova equação, integral da quantidade de movimento, resultará numa
equação diferencial ordinária para a espessura da camada-limite,δ, como função de x.

9.5. USO DA EQUAÇÃO INTEGRAL DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO PARA


ESCOAMENTO COM GRADIENTE DE PRESSÃO ZERO
Em um caso especial em placa plana, onde o gradiente de pressão é zero,
pode-se reduzir a equação 9.7 em:
δ
2 dθ 2 d u u
τ w =ρ U
dx
= ρU ∫ (
dx 0 U
1− )
U
dy (9.8)
Alterando a variável de integração, a equação integral da quantidade de
movimento para gradiente zero passa a:
1
dθ dδ u
τ w =ρ U 2 = ρU 2
dx
∫ 1− Uu dη
dx 0 U ( ) (9.9)
Se supormos uma distribuição de velocidade a partir da definição de
espessura de quantidade de movimento a equação 9.9 torna-se, considerando β =
θ/δ=constante:

τ w =ρ U 2 β (9.10)
dx
Escoamento Laminar
Para o escoamento laminar sobre uma placa plana, o perfil de velocidade
pode ser descrito como:
u=a+by +c y 2
Onde se avaliando as constantes tem-se:
u y y 2
U ()()
=2
δ

δ
=2 η−η 2 (9.11)
Desenvolvendo a equação 9.10 e fazendo as devidas considerações pode-se
encontrar:
δ 30 μ 5,48
x √
= =
ρUx √ R e x
A equação 9.21 tem a mesma forma que a solução exata deduzida em 1908
(9.12)

por Blasius, a partir das equações diferenciais completas do movimento.


Se for conhecida a espessura de camada-limite, os demais parâmetros
podem ser determinados. O coeficiente de atrito superficial, aplicando o perfil de
velocidade, pode ser descrito como:
0,73
Cf = (9.13)
√ R ex
Escoamento Turbulento
Os detalhes do perfil de velocidade turbulento para camadas-limite com
gradiente zero são semelhantes ao escoamento turbulento em tubos e canais. Para uso
em engenharia esse perfil é mais complexo que a equação integral da quantidade de
movimento, que é aproximada, assim um perfil empírico de lei de potência é aceitável
como um perfil de velocidade.
1
u y 17
U
=() δ
=η 7 (9.14)
Para escoamento de camada-limite turbulenta, adapta-se a expressão de
escoamento em um tubo, e obtemos uma expressão para τ w em termos de δ, como:
v 14
( )
τ w =0,0233 ρ U 2

(9.15)
Se fizermos as devidas operações e considerarmos o escoamento turbulento
desde a borda de ataque tem-se que:
δ v 15 0,382
x ( )
=0,382
Ux
= 1
R ex 5
(9.16)

Mostrando que a espessura da camada-limite turbulenta tem um crescimento


quase linear, se comparada com a laminar.
O coeficiente de atrito superficial pode ser definido em termos de δ com
base na equação 9.15, obtendo-se:
τ 0,0594
Cf = w = 1
1
ρ U 2 R e x5
2

9.6. GRADIENTES DE PRESSÃO NO ESCOAMENTO DE CAMADA-LIMITE


Um gradiente de pressão favorável é aquele que em que a pressão diminui
no sentido do escoamento, e tende a agir contra a redução da velocidade, como no
escoamento convergente em um bocal.
Um gradiente de pressão adverso é um no qual a pressão cresce no sentido
do escoamento, provocando redução na velocidade, e se for severo o bastante causa a
estagnação das partículas, forçando o fenômeno de separação de escoamento, resultando
na esteira de escoamento turbulento, como em um difusor em que as paredes convergem
rapidamente.
Um escoamento uniforme sobre uma placa plana, o escoamento nunca se
separa e consequentemente não desenvolve uma região de esteira, seja a parte laminar
ou turbulenta. Assim também pode-se afirmar que não há separação para um
escoamento em que a velocidade da corrente livre está aumentando, onde há gradiente
favorável de pressão. Apenas para escoamentos onde há diminuição de velocidade, ou
seja, gradiente adverso de pressão há formação de esteira pela separação do escoamento.
Porém não se pode afirmar que todos onde há gradiente adverso pressão haverá a
separação do escoamento e a posterior formação da esteira.
Para demonstrar o que foi dito, a figura 3, consideram um escoamento
através de uma seção transversal variável. Fora da camada-limite, o campo de
velocidade é de tal forma que o fluido é acelerado, apresentando uma região de
velocidade constante e uma região de desaceleração, respectivamente gradiente de
pressão favorável, zero e adverso.

Figura 9.3 – Escoamento em camada-limite com gradiente de pressão

Soluções aproximadas para gradientes de pressão diferentes de zero podem


ser obtidas pela equação integral da quantidade de movimento, podendo-se escrever:
τ w C f dθ θ dU
= = ( H +2 ) (9.17)
p 2 dx U dx
Onde H=δ ¿ /θ é um fator de forma do perfil de velocidade, que aumenta em
um gradiente de pressão adverso. A equação 9.17 só deve ser aplicada se se a
distribuição de velocidade da corrente livre for conhecida, assim, pode-se determinar
por integração θ ( x ), se H e Cf forem relacionados com θ.

PARTE B – ESCOAMENTO DE FLUIDOS AO REDOR DE CORPOS IMERSOS


Quando há movimento relativo entre um corpo sólido e o fluido viscoso que
o cerca, o corpo experimentará uma força resultante ⃗ F ,que depende de muitas
propriedades, como a velocidade relativa, a forma e o tamanho do corpo, e as
propriedades do fluido. Conforme o fluido escoa em torno do corpo, ele gerará tensões
superficiais sobre cada elemento da superfície, e isso fará que exista a força resultante.
Força resultante esta que é decomposta nas comentes de força paralela e perpendicular à
direção do movimento.

9.7. ARRASTO
O arrasto é a componente da força sobre um corpo que atua paralelamente à
direção do movimento relativo, definindo a força de arrasto, FD. O coeficiente de
arrasto, CD, é definido como:
FD
CD ≡ →C D =f ( ℜ )
1 (9.18)
ρV2 A
2
Onde A é a área da seção transversal, e o número ½ foi inserido para formar
a pressão dinâmica.

Arrasto de Atrito Puro: Escoamento sobre uma Placa Plana Paralela ao Escoamento
Como o gradiente de pressão é zero, o arrasto total é igual ao arrasto de
atrito:

FD= ∫ τ w dA
superfície da placa
Assim o coeficiente de arrasto para o escoamento laminar pode ser obtido,
resultando em:

1,33
CD= (9.19)
√ R eL
e o escoamento na parte turbulenta a partir da borda de ataque, tem o
coeficiente de arrasto:
0,0742
CD= 1 (9.20)
R e L5
A equação 9.20 é válida para 5 ∙10 5< R e L <107 . Para outros valores do
número de Reynolds, são necessárias aproximações experimentais.

Arrasto de Pressão Puro: Escoamento sobre uma Placa Plana Normal ao Escoamento
No escoamento sobre uma placa plana normal ao escoamento, a tensão de
cisalhamento na parede é perpendicular à direção do arrasto, portanto não contribui para
a força de arrasto, assim:

FD= ∫ pdA
superfície
O coeficiente de arrasto de uma placa finita normal ao escoamento depende
da razão entre sua largura e altura e do número de Reynolds.

Arrasto de Pressão e de Atrito: Escoamento sobre uma Esfera e um Cilindro


No caso do escoamento sobre uma esfera, o arrasto de atrito e de pressão
contribuirão para o total. De acordo com observações feitas por Stokes, em escoamentos
com número de Reynolds muito baixos, a força de arrasto sobre uma esfera pode ser
descrita como:
F D =3 πμVd
e o coeficiente de arrasto é definido como:
24
CD= (9.21)

Essa expressão concorda com valores experimentais para baixos números de
Reynolds, mas desvia significativamente conforme Re>1.
Quando o número de Reynolds aumenta acima de 1, o coeficiente de arrasto
cai continuamente até um número de Reynolds em torno de 1000. Uma esteira
turbulenta se desenvolve e cresce na parte posterior da esfera. Para 103 < ℜ< 3∙ 105, o
coeficiente de arrasto é aproximadamente constante, e a esteira turbulenta ocupa toda a
parte posterior da esfera. Para ℜ>3 ∙ 105, a transição ocorre e a camada-limite na porção
frontal da esfera torna-se turbulenta, o ponto de separação move-se para jusante e o
tamanho da esteira diminui.
O escoamento de camada-limite turbulenta é desejável sobre um corpo
rombudo, pois ele retarda a separação e reduz o arrasto de pressão. A transição na
camada-limite é afetada pela rugosidade da superfície da esfera e pela turbulência na
corrente do escoamento, portanto, a redução no arrasto associada com uma camada-
limite turbulenta não ocorre em um valor único do número de Reynolds.
Os valores de C D para um cilindro liso com o número de Reynolds tem as
mesmas características de uma esfera lisa, mas os valores são aproximadamente duas
vezes maior.
O escoamento em torno de um cilindro circular liso pode desenvolver uma
configuração regular de vórtices alternados s jusante, chamada trilha de vórtices, causa
uma força de sustentação oscilatória sobre o cilindro, perpendicular ao movimento da
corrente.
A rugosidade afeta o arrasto de cilindros e esferas de modo similar: o
número de Reynolds é reduzido pela superfície rugosa e a transição de escoamento
laminar-turbulento nas camadas-limite ocorre mais cedo.

Carenagem
A extensão da região de escoamento separado atrás de muitos dos objetos
pode ser reduzida ou eliminada por carenagem na forma do corpo. Inicialmente temos
um gradiente de pressão adverso na parte de trás do corpo que leva à separação da
camada-limite e uma esteira que provoca grande arrasto de pressão. Pode-se reduzir
esse arrasto afunilando sua região posterior, em uma quantidade “ótima”, onde o arrasto
total será minimizado.
O gradiente de pressão em torno de uma forma de lágrima, um cilindro
carenado, é menos severo que aquele em torno de um cilindro de seção circular. Testes
em túneis de vento especiais mostram que o escoamento laminar pode ser mantido até
números de Reynolds da ordem de 30 milhões com configuração adequada ao perfil.

9.8. SUSTENTAÇÃO
O arrasto é a força mais significativa para a maioria dos objetos em
movimento nos fluidos, porém alguns objetos, como aerofólios, a sustentação é
significativa. A sustentação é a componente da força do fluido perpendicular ao
movimento do fluido. O coeficiente de sustentação é definido como:
FL
CL ≡
1 (9.22)
ρ V 2 AP
2
Nota-se que os coeficientes de sustentação são definidos como a razão entre
uma força real (sustentação ou arrasto) e o produto da pressão dinâmica pela área. O
denominador pode ser visto como a força que seria gerada se imaginarmos levar ao
repouso o fluido que se aproxima da área. Portanto, os coeficientes podem ser encarados
como a razão entre a força real e uma pseudoforça.
Os coeficientes de arrasto ou sustentação para um a aerofólio são funções do
número de Reynolds e do ângulo de ataque. O ângulo de ataque, α, é o ângulo entre a
corda do aerofólio e o vetor velocidade da corrente livre. A corda de um aerofólio é o
segmento de reta ligando a extremidade da borda de ataque à extremidade da borda de
fuga de um aerofólio. A área perpendicular ao escoamento ao escoamento muda com o
ângulo de ataque e, a área plantiforme A P, área projetada da asa, é usada para definir os
coeficientes de arrasto e sustentação.
O fenômeno da sustentação aerodinâmica pode ser explicado pelo aumento
da velocidade sobre a superfície superior do aerofólio, causando nesta região um
decréscimo na pressão, e pelo decréscimo da velocidade ao longo da superfície inferior.
O estol do aerofólio acontece quando a separação do escoamento ocorre a
maior porção do extradorso do aerofólio, onde à medida que o ângulo de ataque é
aumentado, o ponto de estagnação é deslocado para atrás ao longo do intradorso do
aerofólio. O escoamento sobre a superfície superior deve então acelerar abruptamente a
fim de contornar o nariz do aerofólio. A pressão mínima torna-se mais baixa e o seu
local de ocorrência é deslocado para frente sobre a superfície inferior. Um grande
gradiente adverso de pressão aparece em seguida ao ponto de pressão mínima, causando
a separação completa do escoamento da superfície superior e o aerofólio estola.
Todos os aerofólios reais têm extensão finita e possuem menos sustentação
e mais arrasto que os dados de suas seções indicam, e existem formas de explicar isso,
como considerando a distribuição de pressão próxima do final da asa, a baixa pressão
sobre o extradorso e a alta pressão sobre o intradorso fazem com que um escoamento
ocorra na extremidade da asa, gerando uma trilha de vórtices, que reduz a diferença de
pressão e diminui a sustentação.
A redução de pressão causada pelos vórtices de borda de fuga, aliado a um
aumento de arrasto (induzido), podem também ser explicados por conta das velocidades
induzidas para baixo pelos vórtices (downwash) que significam redução do ângulo de
ataque efetivo, a asa percebe um escoamento a aproximadamente meio caminho entre
jusante e montante do fluxo de ar, fazendo com que a força de sustentação incline,
transformando-se em arrasto. Portanto os efeitos estão ligados a razão de aspecto da asa,
definida como:
b2
AR≡ (9.23)
AP
Onde b é a envergadura da asa.
Quando tentamos gerar mais sustentação em uma asa finita, os vórtices de
fuga e o downwash aumentam, que pode levar à perda de sustentação e ao arrasto
induzido. O arrasto de uma asa de envergadura finita, escrita em termos da razão de
aspecto torna-se:
C L2
C D =C D , ∞ +C D , i=C D , ∞ + (9.24)
πAR
Onde C D ,∞ é o coeficiente de arrasto da seção para C L; C D ,i é o coeficiente
de arrasto induzido para C L; e AR é a razão de aspecto efetiva da asa de envergadura
finita.
O arrasto para qualquer coeficiente de sustentação é obtido de:
C L2
C D =C D , 0+ C D ,i =C D , 0+ (9.25)
πAR
Onde C D ,0 é o coeficiente de arrasto para sustentação zero.
É possível aumentar a razão de aspecto efetiva de uma asa de razão de
aspecto dada, acrescentando uma placa de extremidade ou uma winglet à ponta da asa.
Uma placa de extremidade funciona bloqueando o escoamento que tende a migrar da
região de alta pressão abaixo da ponta da asa para a região de baixa pressão acima da
ponta, quando a asa está produzindo sustentação. As winglets são asas curtas, de
contorno aerodinâmico, montadas perpendicularmente à ponta da asa, reduzindo as
intensidades do sistema de vórtices de fuga e do arrasto induzido.
Nas aeronaves, em voos de regime permanentes, a sustentação deve ser
igual ao peso da aeronave, portanto:
1
W =F L =C L ρV 2 A (9.26)
2
Quando C L =C L ,máx, a velocidade mínima de voo é obtida e resolvendo:
2W
V mín =
√ρC L ,máx A
Para controlar as variáveis da equação 9.27, podem ser usadas técnicas
(9.27)

básicas como o uso de flapes ou controle de camada-limite. Os flapes são partes móveis
da borda de fuga de uma asa que podem ser estendidas para aumentar a área efetiva da
asa. As técnicas de controle da camada-limite são usadas para retardar a separação ou
reduzir o arrasto, seja por adição de quantidade de movimento por injeção de sopro, ou
por remoção de fluido da camada-limite de baixa quantidade de movimento por sucção.
Outro método de controle da camada-limite é usar superfície móveis para reduzir os
efeitos de atrito superficial sobre a camada-limite, sendo difícil de ser aplicado em
dispositivos práticos, por causa das complicações geométricas e de peso, mas é utilizada
em dispositivos de lazer. O uso de rotações em torno do eixo de bolas é utilizado para a
produção de curvas e efeitos desejados.
Para um escoamento em torno de uma esfera girando sobre si mesma, a
rotação altera a distribuição de pressão e afeta a localização da separação da camada-
limite, onde ela é retardada na superfície superior da esfera e antecipada na superfície
inferior, defletindo a esteira para baixo.
Um projétil girando em voo é afetado por uma força perpendicular à direção
do movimento e ao eixo de rotação, este efeito, conhecido como efeito Magnus, é
responsável pelo desvio.
O escoamento transversal em um cilindro circular em rotação é
qualitativamente similar ao escoamento sobre uma esfera girando. Se a velocidade da
superfície superior de um cilindro está no mesmo sentido da velocidade da corrente
livre, a separação é retardada na superfície superior, ocorrendo mais cedo na superfície
inferior. Assim a esteira é defletida e distribuição de pressão sobre a superfície do
cilindro é alterada, quando uma rotação está presente. A pressão é reduzida na
superfície superior e aumentada na superfície inferior que origina uma força de
sustentação resultante que atua para cima.
Quando a velocidade superficial excede a velocidade do escoamento, o
coeficiente de sustentação aumenta para valores supreendentemente altos. O arrasto
induzido, que deve ser considerado para cilindros finitos, pode ser reduzido pelo uso de
discos extremidade maiores em diâmetro que o corpo do cilindro. A potência requerida
para girar um cilindro pode ser estimada a partir do arrasto de atrito de superfície do
cilindro.

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