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As operações elementares usadas sobre linhas (ou colunas) de uma matriz são:
(a) Troca de posição entre duas linhas da matriz, isto é, permutação da i-ésima linha
pela j-ésima linha. (Li ←→ Lj )
(b) Multiplicação de uma linha por um escalar diferente de zero, isto é, multiplicação
da i-ésima linha por um escalar não nulo k. (Li −→ kLi )
(c) Somar a uma linha um múltiplo de outra linha, isto é, somar à i-ésima linha k vezes
a j-ésima linha. (Li −→ Li + kLj , i 6= j)
É fácil perceber que as operações definidas acima são invertı́veis sendo a inversa de:
1
Solução. (a) L1 ↔ L2 , (b) L2 → 21 L2 , (c) L3 → L3 + 2L1 .
Portanto,
L ↔L
1 2 L2 →2−1 L2 L3 →L3 +2L1
B −→ A; C −→ A; D −→ A.
Definição 0.1 Chamamos matriz elementar a qualquer matriz obtida da matriz identi-
dade através de uma operação elementar.
Proposição 0.1 Aplicar uma operação elementar sobre as linhas da matriz A = [aij ]m×n é
equivalente a multiplicar à esquerda a matriz A pela matriz elementar Em×m obtida através
dessa operação elementar.
Definição 0.2 Uma matriz B = [bij ]m×n é linha equivalente a uma matriz A = [aij ]m×n ,
escrevemos A ∼ B, se B pode ser obtida de A aplicando-se uma seqüência finita de
operações. elementares sobre as suas linhas.
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• Reflexividade - Toda matriz A é linha equivalente a ela própria, isto é, A ∼ A.
• Simetria - Se B é linha equivalente à matriz A, então A é linha equivalente à matriz
B. Em sı́mbolos:
A ∼ B ⇔ B ∼ A.
Definição 0.3 Dizemos que uma matriz A de ordem m × n está na forma escalonada
ou forma escada se satisfaz:
(a) as linhas nulas de A (caso existam) ocorrem abaixo de todas linhas não nulas;
(b) se uma coluna contém um pivô, então todos os seus elementos abaixo do pivô terão
que ser iguais a zero.
(c) se as linhas 1, 2,..., r são as linhas não nulas de A e se o primeiro elemento não nulo
da linha i ocorre na coluna ki , i = 1, · · · , r, então
k1 < k2 < · · · < kr .
Definição 0.4 Dizemos que uma matriz A de ordem m × n é linha reduzida à forma
escada se verifica:
(a) está na forma escalonada;
(b) todas as linhas não nulas possuam como primeiro elemento não nulo o número 1
(chamado de pivô);
(b) se uma coluna contém um pivô, então todos os seus outros elementos terão que ser
iguais a zero.
Teorema 0.1 Toda matriz A ∈ Mm×n (IR) é linha equivalente a uma única matriz linha
reduzida à forma escada.
Solução Devemos efetuar operações elementares sobre suas linhas de modo a obter uma
matriz linha reduzida à forma escada. Para obtermos o pivô da primeira linha fazemos:
2 4 1 10 1 1 0 3
1 ↔L2
1 1 0 3 L−→ 2 4 1 10
1 2 0 5 1 2 0 5
3
Agora, precisamos “zerar” os outros elementos da primeira coluna, que é a coluna do pivô.
Para isto, fazemos:
1 1 0 3 1 1 0 3
2 4 1 10 L2 −→L −→2 −2L1
0 2 1 4
L3 −→L3 −L1
1 2 0 5 0 1 0 2
Para obter o pivô da segunda linha, efetuamos a operação:
1 1 0 3 1 1 0 3
L2 ↔L3
0 2 1 4 −→ 0 1 0 2
0 1 0 2 0 2 1 4
Agora, precisamos “zerar” os outros elementos da 2a coluna, que é a coluna do pivô:
1 1 0 3 1 0 0 1
0 1 0 2 L1 −→L −→ 1 −L2
0 1 0 2
L3 −→L3 −2L2
0 2 1 4 0 0 1 0
A última matriz obtida é linha reduzida à forma escada.
Observação 0.1 Deve ficar claro para todos que as operações realizadas sobre as linhas
de uma matriz para obter a matriz linha reduzida à forma escada, linha equivalente à
matriz, não são únicas.
Definição 0.5 Seja A ∈ Mm×n (IR) . Se B ∈ Mm×n (IR) é uma matriz na forma escalon-
ada que é linha equivalente à A, definimos:
4
Portanto,
−1 −1 −1 1 −3
B = 0 −1 −4 5 −5
0 0 0 0 −4
está na forma escalonada e A ∼ B. Então pA = 3 e nA = 2.
Assim
1 2 0 −1 4
B = 0 0 1 −2 1
0 0 0 0 0
é linha reduzida à forma escada e A ∼ B. Logo, pA = 2 e nA = 3.
Definição 0.6 Dizemos que uma matriz quadrada A ∈ Mn×n (IR) é invertı́vel se existe
uma matriz B ∈ Mn×n (IR) tal que AB = BA = In . Denotamos B = A−1 e chamamos
A−1 de inversa de A.
5
(b) (AT )−1 = (A−1 )T .
Teorema 0.2 Uma matriz quadrada A ∈ Mn×n (IR) é inversı́vel se, e somente se, A é
linha equivalente à matriz identidade In .
Solução. Vamos verificar se A ∼ I2 , isto é, se I2 pode ser obtida da matriz A efetuando-se
uma sequência finita de operações elementares sobre suas linhas. Temos:
1 1 L2 →L2 −L1 1 1 L1 →L1 −L2 1 0
−→ −→ (1)
1 2 0 1 0 1
sendo
L2 →L2 −L1 L1 →L1 −L2
I2 −→ E1 e I2 −→ E2 .
Assim, encontramos
1 0 1 −1 1 0 1 1
= ,
0 1 0 1 −1 1 1 2
| {z }| {z }
=E2 =E1
−1 2 −1
ou seja, I2 = E2 E1 A. Portanto A = E2 E1 = . Como A−1 = E2 E1 I2
−1 1
resulta que A−1 ∼ I2 , ou seja,
1 0 L2 →L2 −L1 1 0 L1 →L1 −L2 2 −1
−→ −→
0 1 −1 1 −1 1
Concluı́mos que para obter a inversa de A basta efetuar sobre as linhas da matriz identi-
dade a mesma sequência de operações elementares obtida em (1).
6
1 −1 0
Exemplo 0.9 Verificar se A = 2 3 2 é invertı́vel. Em afirmativo, calcule
1 2 1
−1
A .
Solução. Vamos verificar se A ∼ I3 , isto é, se I3 pode ser obtida da matriz A efetuando-se
uma sequência finita de operações elementares sobre suas linhas.
1 −1 0 1 −1 0 1 −1 0
L2 →L2 −2L1 L3 →L3 −L1
2 3 2 −→ 0 5 2 −→ 0 5 2
1 2 1 1 2 1 0 3 1
1 0 25 L →L − 3 L 2 2
L1 →L1 − 51 L2
1 0 5 L2 → 15 L2
1 0 5
3 3 5 2 2
−→ 0 5 2 −→ 0 5 2 −→ 0 1 5
0 3 1 0 0 − 51 0 0 − 51
1 0 25 L →L − 2 L
1 0 0 L →L − 2 L 1 0 0
L3 →(−5)L3 2 1 1 5 3 2 2 2 5 3
−→ 0 1 5 −→ 0 1 5 −→ 0 1 0
0 0 1 0 0 1 0 0 1
Assim, A ∼ I3 e A é inversı́vel. Denotando por Ei , i = 1, · · · , 8 as matrizes elementares
L2 →L2 −2L1
I3 −→ E1
L3 →L3 −L1
I3 −→ E2
L1 →L1 − 15 L2
I3 −→ E3
L3 →L3 − 53 L2
I3 −→ E4
L2 → 51 L2
I3 −→ E5
L3 →(−5)L3
I3 −→ E6
L1 →L1 − 52 L3
I3 −→ E7
L2 →L2 − 52 L3
I3 −→ E8
tem-se que
I3 = E8 E7 E6 E5 E4 E3 E2 E1 A,
ou seja, A−1 = E8 E7 E6 E5 E4 E3 E2 E1 . Efetuando-se os cálculos obtemos
1 −1 2
A−1 = 0 −1 2 .
−1 3 −5
1 1 1
Exercı́cio 0.1 Calcule a inversa da matriz B = 0 2 1 .
0 2 3
7
1 − 14 − 14
3
Resposta: B −1 = 0 4
− 14
1 1
0 −2 2
(a) Forme uma matriz B, de ordem n × (2n) , com a matriz A seguida à direita pela
matriz identidade In Então B = [A | In ] .
(b) Através de operações elementares escalone B de forma a obter a matriz linha re-
duzida à forma escada B e tal que B ∼ B. e = [R | C] .
e Nesse caso, B
Observação 0.2 Se em alguma etapa do item (b), obtivermos uma matriz B 0 = [R0 |C 0 ]
em que R0 está na forma escalonada e tem linhas nulas, podemos concluir que A não é
inversı́vel.