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ECONOMIA A 11.

Maria João Pais // Maria da Luz Oliveira // Maria Manuela Góis // Belmiro Gil Cabrito
ANO

PREPARAÇÃO

TESTES
Resumos dos conteúdos
• Fichas de avaliação formativa

• Testes com tipologia de Exame

• Soluções

ITÁLIA E BÉLGICA

ALEMANHA

OUTROS

ALEMANHA

FRANCA
ESPANHA OUTROS

OUTROS

ESPANHA FRANCA ANGOLA

ESPANHA REINO UNIDO E HOLANDA OUTROS


EUA E CHINA
jsaHFKJEWASHGJKLADFHGKJFDAHGKJDFAHKJGHDSJKHAGJKDSHGJKAHKJG
ÍNDICE

Módulo III — A contabilização da atividade económica


6OJEBEFȪq0TBHFOUFTFDPOÎNJDPTFPDJSDVJUPFDPOÎNJDP
Resumo 3
Ficha Formativa 8 7
Teste de Avaliação 8 8

6OJEBEFȫq"$POUBCJMJEBEF/BDJPOBM
Resumo 11
Ficha Formativa 9 19
Teste de Avaliação 9 22

Módulo IV — A organização económica das sociedades


6OJEBEFȣȢq3FMBÂÐFTFDPOÎNJDBTDPNP3FTUPEP.VOEP
Resumo 27
Ficha Formativa 10 33
Teste de Avaliação 10 36

6OJEBEFȣȣq"JOUFSWFO¾PEP&TUBEPOBFDPOPNJB
Resumo 41
Ficha Formativa 11 48
Teste de Avaliação 11 50

6OJEBEFȣȤq"FDPOPNJBQPSUVHVFTBOPDPOUFYUPEB6OJ¾P&VSPQFJB
Resumo 53
Ficha Formativa 12 66
Teste de Avaliação 12 69

4PMVÂÐFT 72
8 RESUMO
Os agentes económicos e o circuito económico
A ATIVIDADE ECONÓMICA
No teu dia a dia, ou quando olhas para a história dos povos, é fácil perceber que os indiví-
duos agem com o objetivo de garantir a sobrevivência dos seus membros. Homens e mulhe-
res atuam, realizando GVOÂÐFTFDPOÎNJDBT. Produzir bens e serviços, repartir os resultados
da produção por entre os membros da sociedade, consumir e poupar para futuras utilizações
são as principais funções económicas.
Os bens e serviços que têm de ser, obrigatoriamente, produzidos são aqueles que satisfa-
zem as necessidades básicas dos indivíduos, como a alimentação, a saúde ou mesmo a edu-
cação. Sem estes bens, será difícil ou mesmo impossível garantir a sua sobrevivência.
Todavia, à medida que essas necessidades são satisfeitas e que as economias continuam a
dispor de recursos, muitos outros bens e serviços são produzidos, não por serem indispen-
sáveis à sobrevivência, mas porque concorrem para uma vida mais confortável. A QSPEV¾P
assume, portanto, uma função de primeira importância numa economia.
Naturalmente, a produção por si só não satisfaz as necessidades dos indivíduos. É necessá-
rio que os bens e serviços produzidos cheguem às populações, isto é, que se encontrem dispo-
níveis para a sua utilização e DPOTVNP. Para que isto aconteça, os bens são distribuídos pelos
mercados. Nisto assenta uma outra atividade económica fundamental, que é a EJTUSJCVJ¾P.
Porque a produção é uma atividade de natureza coletiva, para a qual todos nós contribuí-
mos com o nosso esforço, nas economias, muito particularmente nas economias monetárias,
é forçoso repartir os resultados monetários da produção ou rendimentos criados pela ati-
vidade produtiva por todos os indivíduos que concorreram para aquela produção, para que
possam, assim, adquirir os bens e os serviços de que carecem. Estamos no campo de outra
função determinante nas economias, que é a SFQBSUJ¾PEPSFOEJNFOUP.
Mas, em qualquer sociedade, ter rendimento não garante a nossa sobrevivência. Outra fun-
ção económica surge — é a VUJMJ[B¾PEFTTFSFOEJNFOUP. Assim, uma parte do rendimento que
cada um de nós possui destinar-se-á ao DPOTVNP e a outra parte será reservada, poupada, para
uma utilização futura. É estaQPVQBOÂB que permite oJOWFTUJNFOUP, que é a base da continui-
dade da produção. Sem a poupança de recursos monetários não se consegue financiar o inves-
timento, que garante, no futuro, toda a disposição de mais bens e serviços para a comunidade.

O exercício destas funções corresponde a PQFSBÂÐFTFDPOÎNJDBT.

Exemplos de funções económicas Operações económicas

1SPEV¾P USPDBFVUJMJ[B¾PEFCFOTFTFSWJÂPT 0QFSBÂÐFTTPCSF


produção; distribuição; consumo CFOTFTFSWJÂPT

%JTUSJCVJ¾PEPWBMPSDSJBEP
0QFSBÂÐFT
distribuição/recebimento de salários e rendimentos do capital; pagamento/ EFSFQBSUJ¾P
recebimento de impostos; distribuição/recebimento de subsídios

"MUFSB¾PEPWBMPSEFUJEP 0QFSBÂÐFT
depósitos bancários; empréstimos; aplicações financeiras; investimento GJOBODFJSBT

3
Podemos, então, definir BUJWJEBEFFDPOÎNJDBcomo o DPOKVOUPEBTGVOÂÐFTRVFQFSNJUFN
BPTQPWPTBTVBTPCSFWJWÅODJB QSPEV¾P EJTUSJCVJ¾P SFQBSUJ¾P DPOTVNP QPVQBOÂBF
JOWFTUJNFOUP
FRVFTFUSBEV[OVNDPNQMFYPTJTUFNBEFJOUFSBÂÐFTFFRVJMÈCSJPTFOUSFFMBT.

/&$&44*%"%&4

Consumo Distribuição Produção

Rendimento

Poupança para
investimentos

OS AGENTES ECONÓMICOS E AS SUAS FUNÇÕES


Já foram identificadas as funções/operações determinantes numa economia. Essas fun-
ções são desempenhadas por nós, ou seja, os indivíduos ou conjunto de indivíduos e as enti-
dades ou conjunto de entidades que as desempenham — PTBHFOUFTFDPOÎNJDPT.
Numa economia podemos identificar NJDSPBHFOUFT e NBDSPBHFOUFT. Os microagentes
dizem respeito a entidades individuais, como um indivíduo ou uma empresa, sendo os
macroagentes conjuntos dos primeiros, que exercem funções análogas. Por exemplo, uma
empresa é um microagente, enquanto o conjunto das empresas constitui um macroagente.
Percebe-se, pois, que numa economia seja fundamental identificar os conjuntos de TVKFJUPT
FDPOÎNJDPTouNBDSPBHFOUFT (que a partir de agora designaremos simplesmente por agentes
económicos) que executam tarefas semelhantes (do ponto de vista das funções atrás identifica-
das) com autonomia, isto é, funções que só a eles cabem desempenhar — GVOÂÐFTFTQFDÈGJDBT.
Um desses agentes económicos são as 'BNÈMJBT, cuja principal função é a de consumir os
bens e os serviços produzidos por outro agente económico, as &NQSFTBT/¾P'JOBODFJSBT.
Identificámos, então, dois agentes e respetivas funções — a de DPOTVNJS e a de QSPEV[JS
CFOTFTFSWJÂPTO¾PGJOBODFJSPT.
No entanto, há ainda a operação de financiar a atividade económica — o JOWFTUJNFOUP —, a
qual só é possível através da poupança realizada pelos agentes económicos. Essa função é rea-
lizada por outro agente económico — as *OTUJUVJÂÐFT'JOBODFJSBT — e consiste, de um modo
geral, em QSFTUBSTFSWJÂPTGJOBODFJSPT, que resultam, fundamentalmente, da sua atividade de
captação das poupanças individuais para as disponibilizar junto dos agentes produtores.
Mas sabemos que existem, ainda, outros agentes económicos com funções específicas.
Não é difícil indicar as outras economias para onde exportamos e de onde importamos
bens, serviços e capitais necessários. Isto é, cada economia troca mercadorias e serviços
com as restantes economias do mundo. Assim, a função de USPDBSCFOT, TFSWJÂPTFDBQJUBJT
realiza-se com o agente económico 3FTUPEP.VOEP.
4
UNIDADE 8 / OS AGENTES ECONÓMICOS E O CIRCUITO ECONÓMICO

Por outro lado, é fácil reconhecer que o Estado também intervém na economia através da
redistribuição do rendimento e da prestação de serviços coletivos, como, por exemplo, a edu-
cação, a saúde, a defesa e a segurança. Concluímos, assim, que o &TUBEPou"ENJOJTUSBÂÐFT
1ÕCMJDBT têm por função SFEJTUSJCVJSPSFOEJNFOUPQBSBQSFTUBSTFSWJÂPTDPMFUJWPT.

Agentes económicos Funções principais

Famílias Consumir
Empresas Não Financeiras / Sociedades Não Financeiras Produzir bens e prestar serviços não financeiros
Instituições Financeiras / Sociedades Financeiras Prestar serviços financeiros
Estado / Administrações Públicas Prestar serviços coletivos e redistribuir o rendimento
Resto do Mundo Trocar bens, serviços e capitais

O CIRCUITO ECONÓMICO
Se considerarmos a interação entre os principais agentes económicos e suas funções res-
petivas e os representarmos através de um esquema, obteremos uma visão simplificada do
funcionamento da atividade económica. A representação ou descrição das operações eco-
nómicas, que têm lugar num determinado período, numa economia, realizadas pelos agentes
económicos que interagem entre si, designa-se por DJSDVJUPFDPOÎNJDP.

Vencimentos + Subsídios
Famílias Impostos + Contribuições para a Segurança Social Estado
De
sp es
içõ ial
Indemnizações + Juros + Ordenados + Empréstimos

Or es u
de In as d b c
tri a So +
Depósitos + Seguros + Juros + Amortizações

na ve e n o
do st co Co nç m o
s+ im n a u
en su s + ur s
on duç
ã
Re to mo s to Seg c o
nd + po a de pr
as Im ara as s à
+L p s
e io
uc
ro e sp síd
s D ub
S
Empresas
Não Financeiras
s
s+ e
u ro zaçõ Va
lo
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o s + em õ es s Va
lo as
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en + In aç ro rd ex
i m r tiz egu as po
st os o S im rta
ve m Am s + po çõ
In ésti + ro rta es
pr i t os Luc çõ
Em s es
pó s +
De Juro

Instituições Fluxos de compensação


Resto do Mundo
Financeiras
Depósitos + Seguros + Juros + Amortizações

Impostos + Contribuições para a Segurança Social + Juros + Indemnizações + Empréstimos


5
O EQUILÍBRIO ENTRE RECURSOS E EMPREGOS
Uma análise detalhada de um circuito económico mostra-nos não só as relações que se
estabelecem entre os agentes económicos, como a forma de cada agente participar na eco-
nomia. O agente consome ou produz? De onde vem o rendimento das Famílias? Como se
reparte o rendimento das Famílias? Há poupança?
A resposta a estas questões pode ser observada através da análise das interações entre
os agentes económicos, que se traduzem em GMVYPT, que, por sua vez, podem ser SFBJTou
NPOFU¼SJPT, por um lado, e deFOUSBEBTFTBÈEBT, por outro lado, consoante se trate de um
SFDVSTP ou de um FNQSFHP do referido agente.
Analisemos o circuito económico simplificado desta página, correspondente às relações
existentes entre os agentes Famílias e Empresas.
Neste circuito, os fluxos reais correspondem à cedência de trabalho e capital por parte das
Famílias às Empresas, da qual resultará um fluxo monetário, em sentido contrário, das Empre-
sas para as Famílias, correspondente ao pagamento de salários, rendas, juros e lucros pelos
fatores produtivos utilizados. Com esse rendimento, as Famílias efetuarão as suas despesas de
consumo, adquirindo os bens e serviços no montante correspondente a essa despesa.
A título meramente ilustrativo, consideremos que nesta economia há apenas dois tipos de
agentes económicos, que a atividade económica se refere a um ano e que há equilíbrio entre
recursos e empregos. Então, de uma forma simples:

Soma dos rendimentos = RN

Fatores de produção

6/*%"%&4 6/*%"%&4
%&$0/46.0 %&130%6¢ž0
____ Fluxo real
___ Fluxo monetário
Soma dos valores dos bens
PN = Produto nacional e serviços produzidos = PN [1]
RN = Rendimento nacional
DN = Despesa nacional Soma das despesas de consumo = DN

Através do esquema acima podemos, então, constatar que existem fluxos reais e monetá-
rios (veremos que, na prática, apenas se consideram os fluxos monetários porque permitem
uma análise comparativa de fluxos expressos em moeda); que os agentes económicos têm
recursos e empregos — são os respetivos empregos e recursos do(s) outro(s) agente(s) — e
que deverá existir equilíbrio entre recursos e empregos de cada agente e entre os agentes,
para um bom funcionamento da atividade económica.
Assim sendo, podemos concluir aquela que é a JHVBMEBEFGVOEBNFOUBMEBFDPOPNJB:

1SPEVUPOBDJPOBMʴ3FOEJNFOUPOBDJPOBMʴ%FTQFTBOBDJPOBM

[1]
Sendo o PN o conjunto dos bens e serviços produzidos, trata-se de um fluxo real. Ao monetarizar o produto, o fluxo de bens e
serviços será monetário.
6
FICHA FORMATIVA 8

1. Apresenta uma noção de atividade económica.

2. Indica, recorrendo a exemplos do quotidiano, as operações económicas fundamentais.

3. O consumo é uma das mais importantes funções económicas incluídas nas operações
sobre bens e serviços. Explica porquê.

4. Através de um exemplo, explicita a importância da repartição do rendimento para o fun-


cionamento da atividade económica.

5. Relaciona poupança, investimento e crescimento económico.

6. Caracteriza a função económica das Famílias.

7. Explicita a diferença entre as funções desempenhadas pelas Empresas Não Financeiras


e pelas Instituições Financeiras.

8. Expõe a importância da função do agente económico Resto do Mundo.

9. Justifica as funções económicas e sociais do Estado.

10. Indica as principais interações entre as Famílias e os outros agentes económicos.

11. Distingue fluxos reais de fluxos monetários.

12. Supõe que a economia de um país é constituída apenas por dois agentes económicos —
Famílias e Empresas —, que estabelecem entre si os seguintes fluxos.

Famílias Empresas

Compras de bens = 300 u.m. Produção de bens = 300 u.m.

Salários recebidos = 200 u.m. Pagamentos de salários = 200 u.m.

Juros recebidos = 50 u.m. Pagamentos de juros = 50 u.m.

Lucros recebidos = 50 u.m. Distribuição de lucros = 50 u.m.

12.1 Representa o respetivo circuito monetário.


12.2 Calcula o valor do produto, da despesa e do rendimento nessa economia.

13. Se, numa economia fechada, o valor do produto for de 200 u.m. e os salários de 150 u.m.,
indica:
12.3 o valor dos rendimentos do capital;
12.4 o valor da despesa.

14. Explica a igualdade: Produto = Rendimento = Despesa

/PUB Para a resolução desta ficha consulta também as páginas 10 a 25 do manual.


7
TESTE DE AVALIAÇÃO 8

GRUPO I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correta. Assinala-a com X.

1. O fornecimento de bens e serviços não mercantis (não comercializáveis) destinados ao con-


sumo coletivo e individual constitui uma das funções principais do agente económico
(A) Famílias.
(B) Empresas Não Financeiras.
(C) Instituições Financeiras.
(D) Administações Públicas
Exame Nacional de 2013 – 1.a fase (adaptado)

2. Numa dada economia, o fluxo monetário referente ao pagamento, por uma câmara munici-
pal, de um empréstimo bancário contraído constitui
(A) um recurso das Administrações Públicas e um emprego das Instituições Financeiras.
(B) um emprego das Administrações Públicas e um recurso das Empresas Não Financeiras.
(C) um emprego das Empresas Não Financeiras e um recurso das Administrações Públicas.
(D) um recurso das Instituições Financeiras e um emprego das Administrações Públicas.
Exame Nacional de 2013 – 2.a fase (adaptado)

3. Das Famílias para as Instituições Financeiras estabelecem-se diversos fluxos monetários,


como, por exemplo,
(A) o pagamento de juros pelos empréstimos contraídos.
(B) o recebimento de impostos.
(C) o pagamento de ordenados.
(D) o recebimento de lucros pelos investimento realizados.
Exame Nacional de 2012 – 1.a fase

4. Constituem recursos das Famílias e empregos do Estado, respetivamente,


(A) as contribuições sociais e os vencimentos dos funcionários públicos.
(B) os impostos diretos e as contribuições sociais.
(C) os vencimentos dos funcionários públicos e os subsídios de desemprego.
(D) as indemnizações de seguros e os impostos diretos.
Exame Nacional de 2010 – 2.a fase

/PUB Para a resolução deste teste consulta também as páginas 10 a 25 do manual.


8
UNIDADE 8 / OS AGENTES ECONÓMICOS E O CIRCUITO ECONÓMICO

5. Na figura seguinte estão representados de forma simplificada os principais fluxos monetários


que se estabelecem entre os três agentes económicos, A, B e C, do país Y, num dado ano.

Vencimentos + Subsídios
" B
Impostos

+
de

ns
co
Or

De mo

be
ns
de

s
sp d

sto

os de
u
n

es e b
ad

po

ídi mo
as e n
os

Im

Su onsu
+ Re

c
bs
nd

de
as

as
+L

es
uc

sp
ro

De
s

Então, com base na figura, podemos afirmar que estão representados, respetivamente, com as
letras A, B e C, os agentes económicos
(A) Estado, Famílias e Empresas Não Financeiras.
(B) Famílias, Estado e Instituições Financeiras.
(C) Famílias, Estado e Empresas Não Financeiras.
(D) Estado, Famílias e Instituições Financeiras
Exame Nacional de 2010 – 2.a fase (adaptado)

GRUPO II
1. Completa o quadro seguinte.

Agentes económicos Funções Operações

Consumir

Produzir bens e prestar


serviços não financeiros

Instituições Financeiras

Administrações Públicas

Resto do Mundo

9
2. Completa o seguinte esquema, tendo em conta os principais fluxos reais e fluxos monetários
que se estabelecem entre os agentes económicos Famílias e Empresas.

'".¨-*"4 &.13&4"4

Fluxos reais
Fluxos monetários

3. Entre as Famílias, Empresas e Administrações Públicas estabeleceram-se os


seguintes fluxos monetários:

Valor monetário
Agentes económicos
dos fluxos (u.m.)

Salários recebidos pelas Famílias 70 000

Vencimentos recebidos pelas Famílias 15 000

Subsídios recebidos pelas Famílias 4 000

Compras feitas pelas Famílias às Empresas 73 500

Contribuições para a Segurança Social feitas pelas Famílias 500

Impostos pagos pelas Famílias 15 000

Impostos pagos pelas Empresas 5 000

Contribuições para a Segurança Social feitas pelas Empresas 1 500

Compras feitas pelo Estado 3 000

3.1 Representa, num circuito económico, os fluxos monetários indicados.


3.2 Demonstra, através de um sistema de contas, a igualdade empregos-recursos nos três
agentes económicos.
3.3 Alguns dos fluxos acima indicados correspondem a operações de repartição do rendimento.
Identifica-os.

10
9 RESUMO
A Contabilidade Nacional
NOÇÃO E OBJETIVOS DA CONTABILIDADE NACIONAL
A $POUBCJMJEBEF/BDJPOBM nasce da necessidade de o Estado ter de fazer despesas. Desde
sempre, os Estados, para sustentar o esforço de guerra, para fazer obras de utilidade pública
ou grandes monumentos, por exemplo, recorreram às contribuições dos cidadãos. Mais recen-
temente, com a intervenção instituída do Estado na economia, regulando e promovendo
o desenvolvimento económico, houve que proceder de forma mais regular e justa, garantindo
os princípios da eficiência, equidade e estabilidade, que devem nortear a ação pública.
Cabe, assim, ao Estado avaliar a situação económica do seu país para poder, com mais
rigor e eficiência, orientar os seus destinos. Conhecer o funcionamento da atividade econó-
mica torna-se, portanto, um imperativo de ordem estratégica.
Nesse sentido, a Sociedade das Nações, no início do século XX, e, posteriormente, a
Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Europeia de Cooperação Económica
(OECE) desenvolveram sistemas de Contabilidade Nacional próprios.
Em 1993, a ONU definiu as diretrizes mundiais para a Contabilidade Nacional, dando ori-
gem ao Sistema de Contas Nacionais das Nações Unidas — SCN 93.
Por outro lado, o alargamento da União Europeia mostrou a necessidade de harmoniza-
ção dos sistemas de Contabilidade Nacional dos seus Países-Membros, criando o 4JTUFNB
&VSPQFV EF $POUBT &DPOÎNJDBT *OUFHSBEBT — 4&$ 95, hoje, Sistema Europeu de Contas
Nacionais e Regionais, que implicou, por sua vez, ajustamentos no sistema de Contabilidade
Nacional português, originando o 4JTUFNBEF$POUBT/BDJPOBJT1PSUVHVFTBT CBTFȫȧ.
O SEC 95 tem estatuto de obrigatoriedade para os Estados-Membros da União Europeia
(Regulamento 2223/96, de 25 de junho) e está harmonizado com a versão de Contas Nacio-
nais da ONU de 1993.
Atualmente, o sistema de contas em vigor em Portugal é o 4JTUFNBEF$POUBT/BDJPOBJT
1PSUVHVFTBT CBTF2006 —4$/1 2006 —, resultante do SEC, na sua última versão. A partir
de 2014, a base será 2011.
A $POUBCJMJEBEF/BDJPOBM é, então, umaUÄDOJDBEFRVBOUJGJDB¾PEBBUJWJEBEFFDPOÎNJDB
QBSBTFQPEFS BQBSUJSEPTTFVTWBMPSFT HFSJSDPNNBJTFGJDJÅODJBBFDPOPNJBEFVNQBÈT

CONCEITOS NECESSÁRIOS À CONTABILIDADE NACIONAL


A Contabilidade Nacional tem por objetivos a quantificação da atividade económica de um
país, como já foi referido. Nesse sentido, é necessário que se definam os conceitos-base para
o cálculo dos valores dos grandes agregados económicos, tais como o produto dessa econo-
mia, o seu rendimento ou a sua despesa.
Assim, em primeiro lugar, há que identificar o espaço em que se desenvolve a atividade
económica, que não coincide exatamente com o espaço geográfico. O espaço em que se con-
tabiliza a atividade para cálculo do valor do produto de um país é, precisamente, oUFSSJUÎSJP
FDPOÎNJDP.

11
Território económico
Este conceito inclui:
š o território geográfico, administrado por um Estado, em cujo interior os bens, serviços,
capitais e trabalhadores circulam livremente;
š as zonas francas, entrepostos e fábricas sob controlo aduaneiro;
š o espaço aéreo nacional, as águas territoriais, a plataforma continental situada em
águas internacionais em relação à qual o país dispõe de direitos exclusivos;
š os enclaves territoriais situados no Resto do Mundo e utilizados, em virtude de trata-
dos internacionais ou de acordo entre Estados, por Administrações Públicas do país
(embaixadas, bases militares, etc.);
š os jazigos geológicos situados em águas internacionais, mas cuja exploração pertença a
unidades económicas residentes.

Residente
Outro conceito indispensável à Contabilidade Nacional é o de SFTJEFOUF, que, também,
neste caso, não se deve confundir com o conceito geográfico, isto é, trata-se de todo o agente
económico que tem um centro de interesse económico numa economia (pode ser um agen-
te de nacionalidade estrangeira), ou seja, é aquele que realiza operações económicas num
determinado território económico, ou a partir dele, há mais de um ano.

Unidades e setores institucionais


Importa definir, ainda, um outro conceito indispensável aos cálculos da Contabilidade
Nacional, que se refere aos agentes que protagonizam as diferentes operações económicas —
são as VOJEBEFTFTFUPSFTJOTUJUVDJPOBJT.
Por VOJEBEFJOTUJUVDJPOBM entende-se o agente que tem uma função específica na ativi-
dade económica e uma fonte de recursos própria, além de ter autonomia de decisão relativa-
mente à sua função principal.
Qualquer família é uma unidade institucional, na medida em que: tem uma função especí-
fica — a de consumir; tem uma fonte de recursos específica — rendimentos provenientes do
seu trabalho ou capital e tem autonomia em relação à sua função de consumir. O mesmo se
pode dizer das outras unidades institucionais, como, por exemplo, uma sociedade não finan-
ceira ou um órgão do poder local.
No entanto, interessará mais à economia conhecer não o comportamento específico de
qualquer unidade institucional mas a ação do conjunto das unidades com comportamentos
económicos semelhantes, ou seja, interessará mais à Contabilidade Nacional conhecer o que
produziu o conjunto das empresas do país ou o total do consumo das famílias, por exemplo.
Assim, surge o conceito de TFUPSFTJOTUJUVDJPOBJT, que representa a agregação das res-
petivas unidades institucionais.

12
UNIDADE 9 / A CONTABILIDADE NACIONAL

Os principais setores institucionais que representam a ação dos principais agentes econó-
micos são os seguintes.
Caracterização simplificada dos setores institucionais

Setores institucionais Atividade principal Recursos principais


n3FNVOFSB˨̯FT
'BNÈMJBT n$POTVNJS n3FOEJNFOUPTEFQSPQSJFEBEF
n5SBOTGFSˮODJBTEFPVtros agentes

4PDJFEBEFT n1SPEV[JSCFOTFTFSWJ˨PT n3FDFJUBTQSPWFOJFOUFT


Residentes

/¾P'JOBODFJSBT mercantis da produção

4PDJFEBEFT n1SFTUBSTFSWJ˨PT n3FDFJUBTQSPWFOJFOUFT


'JOBODFJSBT de intermediação financeira da sua atividade

n3FDFJUBTQSPWFOJFOUFT
"ENJOJTUSBÂÐFT n1SPEV[JSTFSWJ˨PTO˗PNFSDBOUJT
de impostos e outras
1ÕCMJDBT n3FEJTUSJCVJSPSFOEJNFOUP contribuições
*4'-4' n1SFTUBSTFSWJ˨PTO˗PNFSDBOUJT n$POUSJCVJ˨̯FTWPMVOU˔SJBT
residentes

n&TUFTFUPSBHSVQBBTVOJEBEFTO˗PSFTJEFOUFTRVFFGFUVBN
Não

3FTUPEP.VOEP
operações com unidades institucionais residentes.

Ramos de atividade
É outro conceito-base para a Contabilidade Nacional. A atividade económica encontra-se
a cargo de agentes, desempenhando, alguns deles, funções de produção. Neste caso, esta-
mos a considerar unidades produtivas, na sua perspetiva técnica. Cada unidade produz o seu
tipo de bem ou serviço, pelo que se torna importante agrupá-las em função de tipos de bens
com semelhanças em relação ao processo de produção. As unidades produtivas com seme-
lhanças relativamente ao bem que produzem designam-se porVOJEBEFTEFQSPEV¾PIPNP-
HÄOFBe o conjunto de unidades de produção homogénea designa-se por SBNPEFBUJWJEBEF.
É importante conhecer os ramos de atividade de uma economia, assim como o seu con-
tributo para o produto do país. Esse conhecimento permite-nos avaliar o nível de desenvolvi-
mento económico desse país. Se o contributo dos ramos correspondentes ao setor primário
for o mais elevado para a economia de um país, então esse país tem uma economia agrícola,
sendo pouco desenvolvido. Pelo contrário, se o contributo do setor terciário for o mais
importante, esse país é desenvolvido.
Portugal — estrutura setorial do produto em 2012
2,3%

23,4%

Serviços

74,3% Indústria, construção,


energia e água
Agricultura, silvicultura
e pescas

Fonte: Gabinete de Estratégia e Estudos, Ministério da Economia e do Emprego


13
CÁLCULO DO VALOR DO PRODUTO
O valor do produto de uma economia pode ser calculado de acordo com dois métodos — o
NÄUPEPEPTQSPEVUPTGJOBJTe oNÄUPEPEPTWBMPSFTBDSFTDFOUBEPT. Num processo produtivo
são necessárias matérias-primas e outros bens (inputs), que, combinados, dão origem a um
produto final (output). Ao contabilizarmos o valor dos bens produzidos, ou consideramos o
valor desses bens que não vão sofrer mais transformações — método dos produtos finais —
ou temos em conta o valor que foi sendo sucessivamente acrescentado em todas as etapas
do seu processo de fabrico — método dos valores acrescentados.

Método dos valores acrescentados


O WBMPSBDSFTDFOUBEP representa o contributo de cada unidade produtiva para o produto
e obtém-se:

7BMPSBDSFTDFOUBEP 7"
7BMPSEBQSPEV¾PSFBMJ[BEBQFMPQSPEVUPS–7BMPSEPT JOQVUT
VUJMJ[BEPTFQSPEV[JEPTQPSPVUSPTBHFOUFT DPOTVNPTJOUFSNÄEJPT

1SPEVUP = ⌺7"EFUPEBTBTVOJEBEFTQSPEVUJWBT

Vejamos um exemplo simples. A empresa A tem uma exploração silvícola e fornece madeira
à empresa B, no valor de 100 u.m. A empresa B fabrica móveis com a madeira que adquire à
empresa A, no valor de 600 u.m.
VA da empresa A = 100 u.m.
O empresário não necessitou de adquirir bens a outros produtores para produzir a madeira.
VA da empresa B = 600 – 100 = 500 u.m.
O empresário necessitou de 100 u.m. de inputs — madeira para fabricar os móveis.
Portanto, só acrescentou 500 u.m.
Valor do produto (móveis) = VA (empresa A) + VA (empresa B)
= 100 + 500
= 600 u.m.
Se contabilizássemos o valor do produto final (madeira e móveis), cometeríamos o FSSP
EBNÕMUJQMBDPOUBHFN. De facto, 100 + 600 = 700 u.m. excede o valor do produto móveis,
que já incorpora o valor da madeira.
Se quisermos calcular o QSPEVUP JOUFSOP CSVUP, então teremos de adicionar ao ⌺ VA o
valor dos impostos líquidos de subsídios sobre os produtos:

PIBʴ⌺7"ʰ*NQPTUPTMÈRVJEPTEFTVCTÈEJPTTPCSFPTQSPEVUPT

Método dos produtos finais


Também é possível calcular o valor do produto móveis, do exemplo acima, recorrendo
exclusivamente ao valor do produto final. Neste caso, o produto final são os móveis porque a
madeira está incorporada no produto final. Assim, o valor do produto final é 600 u.m.
Estes dois métodos correspondem a uma maneira de calcular o valor do produto e fazem
parte da ÎUJDBEBQSPEV¾P
14
UNIDADE 9 / A CONTABILIDADE NACIONAL

Óticas de cálculo do valor do produto


PorQSPEVUP devemos considerar o somatório dos contributos (valores acrescentados) de
todas as unidades produtivas num determinado território (território económico), durante um
ano. Se bem que o valor desse produto seja um só, é, contudo, possível calculá-lo por «cami-
nhos» diferentes, obtendo-se, assim, informações diferenciadas e complementares. As USÅT
ÎUJDBT pelas quais é possível calcular o valor do produto são as seguintes:

š®UJDBEBQSPEV¾P — é aquela que já foi referida atrás, ou seja, adicionando-se o valor


acrescentado de todas as unidades produtivas (agrupadas em ramos de atividade eco-
nómica) ficamos a conhecer a estrutura setorial do produto, isto é, a origem e natureza
dos bens produzidos e, naturalmente, o nível de desenvolvimento do país.
š®UJDBEPSFOEJNFOUP — dá informação sobre a repartição do rendimento, permitindo
conhecer como o rendimento criado na produção é repartido pelos fatores produtivos
(trabalho e capital).
š UJDBEBEFTQFTB — neste caso ficamos a conhecer o destino dado à produção efetuada,
®
isto é, se os bens e serviços produzidos se destinaram ao consumo das famílias, ao con-
sumo público, ao investimento das empresas ou se foram exportados.

Partindo da igualdade:

1SPEVUPʴ3FOEJNFOUPʴ%FTQFTB

podemos juntar num só quadro a informação relativa a estas três óticas.

Grandes agregados da Contabilidade Nacional — Contas Nacionais 2012

Preços correntes
Produto Interno Bruto
(em milhões de euros)
Ótica da produção
+ Valor acrescentado bruto a preços de base 144 412,9
+ Impostos líquidos de subsídios sobre os produtos 20 813,7
Discrepância –52,9
= PIB QN  
Ótica da despesa
+ Despesas de consumo final (Famílias e ISFLSF) 108 411,6
+ Despesas de consumo final das AP 30 181,8
+ Formação bruta de capital 27 583,9
+ Exportações de bens e serviços 63 882,1
– Importações de bens e serviços 64 885,7
= 1*#QN  
Ótica do rendimento
+ Remunerações 79 556,9
+ Excedente bruto de exploração / Rendimento misto 66 017,3
Impostos líquidos de subsídios sobre a produção
+ 19 599,5
e importação
= 1*#QN  
Fonte: INE, Contas Nacionais, 2013
15
Diferentes noções de produto

Produto interno e produto nacional


Se considerarmos que num determinado UFSSJUÎSJPFDPOÎNJDP existem unidades produtivas
nacionais e estrangeiras a desenvolver atividades económicas há mais de um ano, teremos um
conceito de produto — é o QSPEVUPJOUFSOP. Todavia, podemos ter em conta outra informação
relativa a todo o produto apenas realizado à base dos GBUPSFTQSPEVUJWPTOBDJPOBJT NFTNPRVF
VUJMJ[BEPTGPSBEPUFSSJUÎSJPFDPOÎNJDP. Então, estaremos a considerar o QSPEVUPOBDJPOBM.
Para passar de um conceito ao outro ter-se-á de considerar os rendimentos que um país
enviou para os outros (rendimento dos fatores produtivos dos outros países utilizados no pri-
meiro) e os rendimentos recebidos de terceiros países (rendimentos relativos à utilização de
fatores produtivos nacionais utilizados por terceiros países).

1SPEVUPOBDJPOBM1SPEVUPJOUFSOP 4BMEPEPTSFOEJNFOUPTDPNP3FTUPEP.VOEP

Produto bruto e produto líquido


É importante ter em conta que, durante o processo produtivo, o equipamento se vai dete-
riorando, sendo necessário contabilizar esse desgaste. Se não tivermos em conta esse des-
gaste, estaremos na presença do QSPEVUP CSVUP. Contudo, se considerarmos o desgaste
sofrido pelas máquinas e outros instrumentos, estaremos na presença do QSPEVUPMÈRVJEP.

1SPEVUPMÈRVJEP1SPEVUPCSVUPr$POTVNPEFDBQJUBMGJYP

Produto a preços de base e produto a preços de aquisição


Como é fácil entender, todo o produto tem um custo quando acaba de ser produzido pela
fábrica e outro quando é vendido no mercado. A diferença reside nos impostos e subsídios.

Produto a preços correntes e produto a preços constantes


Todos sabemos que a inflação entra no preço dos bens. Quando calculamos o valor do pro-
duto de um país, avaliamos esse valor de acordo com os preços que ocorrem nesse ano (que
incluem a subida dos preços verificada nesse ano) — é o QSPEVUPBQSFÂPTDPSSFOUFT. Ora, se
queremos avaliar as alterações reais (quantitativas e não monetárias) do produto de uma eco-
nomia, teremos de considerar o produto calculado ao mesmo nível de preços do ano que tomá-
mos para comparação — é o QSPEVUPBQSFÂPTDPOTUBOUFT.
Para obtermos o valor do produto a preços constantes teremos de o deflacionar, tendo
em conta o deflator do período correspondente.

1SPEVUPBQSFÂPTDPSSFOUFT
1SPEVUPBQSFÂPTDPOTUBOUFT = u 100
%FGMBUPS

16
UNIDADE 9 / A CONTABILIDADE NACIONAL

A igualdade fundamental em Contabilidade Nacional


Sabendo que:
1*#%FTQFTBJOUFSOB

e considerando que os FNQSFHPTEFWFS¾PTFSJHVBJTBPTSFDVSTPT, então:


1*#ʴ%*ʴ$POTVNPQSJWBEPʰ$POTVNPQÕCMJDPʰ'#$'ʰ7&YJTUʰ&YQPSUr*NQPSU
1*#ʰ*NQPSUBÂÐFTʴ$POTVNPQSJWBEPʰ$POTVNPQÕCMJDPʰ'#$'ʰ7&YJTUʰ&YQPSU

Outras igualdades

Consumo privado Consumo público Investimento Exportações Importações


Procura interna Procura externa
Procura global
Procura interna Procura externa líquida
DI = PIB

Integração das três óticas


Ao calcularmos o valor do produto pelas três óticas, pudemos verificar a identidade básica
da economia, isto é:
šque o valor encontrado era sempre o mesmo: 1SPEVUP3FOEJNFOUP%FTQFTB
šo funcionamento da atividade económica — é a partir da produção que se cria o rendi-
mento que, por sua vez, permite a despesa na aquisição do produto criado;
ša igualdade recursos/empregos e o equilíbrio económico.
"453¥4®5*$"4%&$œ-$6-0%07"-03%0130%650

Rendimento
(retribuição pela utilização dos fatores
Produção Despesa
(origem dos bens) (destino dos bens)
produtivos na produção)

Remunerações do trabalho 6VAB Consumo privado


Consumo público
Impostos líquidos de subsídios = Importações = FBCF
à produção e importação
Impostos líquidos de Variação das existências
Excedente bruto de exploração subsídios sobre os produtos Exportações

LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE NACIONAL


A economia não registada
O principal objetivo da Contabilidade Nacional é conhecer o valor do produto de um país.
No entanto, esse objetivo pode não ser alcançado porque existem situações em que a medi-
ção da atividade económica não é possível. Sendo atividades não contabilizadas, elas não
são consideradas produto, diminuindo, assim, o seu valor. Estão nesta situação a FDPOPNJB
QBSBMFMB e as FYUFSOBMJEBEFT.
17
A economia paralela
Neste caso são três as situações em que não é possível medir a atividade económica — a
FDPOPNJBJOGPSNBM e a FDPOPNJBTVCUFSS½OFB, de que a FDPOPNJBJMFHBM faz parte.
š&DPOPNJBJOGPSNBM — é um vasto setor da atividade económica que envolve as atividades
para autoconsumo, serviços de costura, atividades domésticas, tomar conta de crianças,
etc. São atividades que não têm na base uma vontade deliberada de fugir ao fisco, sendo
apenas exercidas e não declaradas para efeitos de contabilização e impostos.
š&DPOPNJBTVCUFSS½OFB — onde as atividades são exercidas com a intenção deliberada
de fraude, podendo ser atividades legais ou não. São exemplos o emprego de trabalha-
dores não legalizados a quem se paga menos e não se desconta para a Segurança Social.
A FDPOPNJBJMFHBM é uma variante da economia subterrânea e inclui atividades ilegais ou
desempenhadas de forma ilegal. Encontram-se neste grupo, por exemplo, o tráfico de
droga ou a prática ilegal de atos médicos.
Embora constituindo economia paralela e não contabilizada, todas as atividades integradas
nas economias subterrânea e informal sustentam famílias e são mesmo recursos importantes
para os indivíduos que delas dependem. Por outro lado, pela importância que estas atividades
têm na economia do país, muitas delas são avaliadas através de procedimentos estatísticos
próprios e integradas no cálculo do PIB — é o caso da produção para autoconsumo.

As externalidades
As externalidades são outras situações que, ao não serem contabilizadas em termos eco-
nómicos, não revelam o verdadeiro valor do produto. As externalidades são efeitos decor-
rentes de atos económicos que têm consequências positivas ou negativas sobre a vida das
populações. No primeiro caso designam-se por FYUFSOBMJEBEFTQPTJUJWBT (como os efeitos de
médio ou longo prazo de um investimento na educação) e, no segundo caso, por FYUFSOBMJEB-
EFTOFHBUJWBT (como os efeitos nefastos na saúde pública de uma indústria poluente).

AS CONTAS NACIONAIS PORTUGUESAS


As $POUBT/BDJPOBJT1PSUVHVFTBT constituem um conjunto coerente, consistente e inte-
grado de contas, saldos e quadros, baseados em conceitos, classificações e regras de con-
tabilização definidas no Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais 1995 (SEC 1995),
baseado no Sistema de Contas Nacionais das Nações Unidas (SCN 1993). As Contas Nacionais
Portuguesas permitem um registo completo e detalhado das atividades económicas estabele-
cidas entre os diferentes agentes económicos que têm lugar na economia.[1]
As contas e quadros publicados pelo INE são os seguintes:
" — Agregados Macroeconómicos
B — Setores Institucionais
$ — Ramos de Atividade
D — Contas Regionais
& — Contas Satélite
F — Comparações Internacionais
É de salientar o 2VBESP EF &RVJMÈCSJP EF 3FDVSTPT F 6UJMJ[BÂÐFT 2&36
, que conjuga
as óticas da produção e da despesa para avaliação do PIB. Nesse quadro é possível verificar,
para cada produto específico, as quantidades produzidas e as respetivas utilizações.
[1]
Até setembro de 2014, o ano base é 2006, entrando em vigor, nesse momento, o SEC 2010 com a nova base 2011 (fonte: «Como
calcular o PIB», INE, novembro de 2013).
18
FICHA FORMATIVA 9

1. A Contabilidade Nacional é um instrumento indispensável à gestão económica do país.


1.1 Apresenta uma noção de Contabilidade Nacional.
1.2 Justifica a afirmação acima feita.

2. Por que razão o SEC 95 é de referência/cumprimento obrigatório em Portugal?

3. O sistema de Contabilidade Nacional tem por base conceitos fundamentais que é


necessário conhecer.
3.1 Distingue território geográfico de território económico.
3.2 Define residente.
3.3 Distingue entre unidade e setor institucional.
3.4 Define unidade de produção homogénea.
3.5 Define ramo de produção.

4. Seleciona as afirmações verdadeiras.


(A) A Embaixada chilena em Portugal é território económico chileno.
(B) Uma plataforma de extração de petróleo britânica em águas territoriais mexicanas é
território económico mexicano.
(C) Um emigrante português a trabalhar no Luxemburgo é um residente luxemburguês.
(D) A filial de uma empresa alemã instalada em Portugal há mais de um ano é considerada
uma unidade residente na Alemanha.
(E) Uma empresa editora de livros em Portugal é uma unidade institucional.
(F) O conjunto de todas as unidades de produção agrícolas constitui um setor institucional.
(G) Um ramo de atividade económica engloba um conjunto de unidades de produção com
características semelhantes.

5. Distingue os setores institucionais atendendo à especificidade das respetivas atividades.

6. Por que razão interessa à Contabilidade Nacional o comportamento do setor institucional


e não de uma unidade institucional particular?

7. Conhecer o valor do produto é um dos objetivos da Contabilidade Nacional. Para tal,


pode recorrer-se a três óticas.
7.1 Indica as três óticas e as respetivas informações fornecidas por cada uma delas.

8. A ótica da produção admite dois métodos.


8.1 Indica-os.
8.2 Descreve o método dos valores acrescentados.
8.3 Explicita em que consiste o erro da múltipla contagem.

/PUB Para a resolução desta ficha consulta também as páginas 32 a 79 do manual.


19
9. Calcula o valor do produto de um país constituído por três empresas, sabendo que:

Empresas Produção final Consumos intermédios

A 2 000 300
B 30 000 6 000
C 8 500 1 200

10. É possível considerar o produto segundo conceitos diferentes.


10.1 Distingue produto interno de produto nacional.
10.2 Distingue produto bruto de produto líquido.
10.3 Distingue produto a preços correntes de produto a preços constantes.

11. Comenta a afirmação: «O produto nacional é mais elucidativo da riqueza de um país do


que o produto interno.»

12. Justifica a necessidade de cálculo do valor do produto líquido.

13. Se apenas calcularmos o valor do produto a preços correntes, dificilmente poderemos


perceber a evolução da atividade económica de um país. Explica porquê.

14. A partir dos seguintes valores (em milhões de euros), calcula o PILíquido e o PNBruto.

šPIB = 163 200


šConsumo de capital fixo = 23 200
šSaldo dos rendimentos com o Resto do Mundo = –4200
15. Sabendo que o PIB nominal foi de 170 000 u.m. e que o deflator foi de 103, calcula o PIB real.

16. Observa os valores do quadro relativos ao rendimento disponível dos particulares.

Rendimento disponível dos particulares Valores (em milhões de euros)


Remunerações do trabalho 65 000
Rendimentos de empresas e propriedade 30 200
Transferências correntes 35 300
Impostos diretos 12 500
Contribuições sociais 25 000
Rendimento disponível ———
Consumo privado 85 000
Poupança ———
Taxa de poupança (em % do rendimento disponível) ———
20
UNIDADE 9 / A CONTABILIDADE NACIONAL

16.1 Define rendimento disponível.


16.2 Calcula o valor do rendimento disponível.
16.3 Calcula o valor da poupança.
16.4 Calcula a taxa de poupança (em % do rendimento disponível).

17. A ótica da despesa permite-nos avaliar a procura interna e externa de um país.


Observa o seguinte quadro.

Componentes Valores (em milhões de euros)

Consumo final 215


Investimento 50
Exportações 50
Importações 65

Calcula a procura interna, externa, externa líquida e global, com base nos valores acima.

18. Sabendo que:

šPIB calculado a preços correntes no ano t = 500 u.m.


šPIB calculado a preços correntes no ano t – 1 = 450 u.m.
šProcura interna em t = 400 u.m.
šExportações em t = 150 u.m.
calcula:
18.1 o valor das importações em t;
18.2 a procura externa líquida em t;
18.3 a despesa interna em t;
18.4 a taxa de crescimento nominal do PIB em t.

19. A economia não registada pode atingir valores elevados, alterando o valor real da eco-
nomia de um país.
19.1 Apresenta uma noção de economia ilegal.
19.2 Distingue, recorrendo a exemplos, economia subterrânea de economia informal.

20. Explica a interferência das externalidades no cálculo do valor do produto.

21
TESTE DE AVALIAÇÃO 9

GRUPO I

As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correta. Assinala-a com X.

1. A figura seguinte apresenta, de forma simplificada, os fluxos que se estabeleceram entre


os setores institucionais Famílias, Sociedades Financeiras, Sociedades Não Financeiras e
Administrações Públicas de uma economia, em 2012. Considera, ainda, que esta economia
não estabeleceu relações económicas com o Resto do Mundo.

Salários, rendas e lucros (500 u.m.)

40$*&%"%&4/ž0
'".¨-*"4 Despesas em bens '*/"/$&*3"4

e serviços (100 u.m.)


Despesas em bens
e serviços (400 u.m.)
(120 u.m.)
Depósitos

Impostos diretos (50 u.m.)

40$*&%"%&4 "%.*/*453"¢°&4
'*/"/$&*3"4 Empréstimos (120 u.m.) 1µ#-*$"4

Transferências (40 u.m.) e vencimentos (30 u.m.)

Com base na figura acima, podemos afirmar que, nesse ano, o valor
(A) da poupança líquida das Famílias foi de 100 unidades monetárias.
(B) da despesa interna do país foi de 400 unidades monetárias.
(C) do rendimento disponível das Famílias foi de 520 unidades monetárias.
(D) do défice orçamental do Estado foi de 50 unidades monetárias.
Exame Nacional de 2013 – 1.a fase (adaptado)

2. Das Contas Nacionais de um determinado país retiraram-se os seguintes valores (referentes


ao ano de 2008).

Setor de atividade Primário Secundário Terciário PIB

VAB (em u.m.) 200 700 1300 2200

O PIB encontra-se calculado na ótica


(A) da despesa.
(B) do rendimento.
(C) do produto.
(D) da empresa.
Exame Nacional de 2010 – 1.a fase

/PUB Para a resolução deste teste consulta também as páginas 32 a 79 do manual.


22
UNIDADE 9 / A CONTABILIDADE NACIONAL

3. Supõe que uma economia formada apenas por dois produtores, A e B, apresentou, em 2012,
a situação evidenciada no quadro seguinte.

Produção VAB
Produtor
(em milhares de u.m.) (em milhares de u.m.)
A 300 100
B 100 50

Com base no quadro, podemos afirmar que, em 2012, o valor dos consumos intermédios dessa
economia foi de
(A) 4oo milhares de unidades monetárias.
(B) 150 milhares de unidades monetárias.
(C) 250 milhares de unidades monetárias.
(D) 550 milhares de unidades monetárias.
Exame Nacional de 2013 – 2.a fase (adaptado)

4. Se dois engenheiros portugueses forem trabalhar para o governo angolano por um período
de seis meses, os ordenados auferidos por esses engenheiros são contabilizados
(A) no PNB angolano e no PIB português.
(B) no PIB angolano e no PIB português.
(C) no PIB angolano e no PNB português.
(D) no PNB angolano e no PNB português.
Exame Nacional de 2012 – 1.a fase

5. Das contas nacionais do país X retiraram-se, relativamente a certo ano, os seguintes valores.

Componentes Valores (em u.m.)

Consumo privado 3500


Consumo público 900
Investimento 1000
Exportações 1300
Importações 1600

No ano considerado, o valor da


(A) procura global foi de 9300 u.m.
(B) despesa interna foi de 5400 u.m.
(C) procura interna foi de 5400 u.m.
(D) Balança de Pagamentos foi de 300 u.m.
Exame Nacional de 2010 – 2.a fase (adaptado)
23
GRUPO II

1. O quadro seguinte apresenta o valor do produto do país C calculado a preços correntes e o


valor do produto do mesmo país calculado a preços constantes, em 2010 e em 2011.

Produto a preços Produto a preços


Anos
correntes constantes de 2010
2010 120 120
2011 150 104

O produto do país C apresenta o mesmo valor em 2010, calculado quer a preços correntes,
quer a preços constantes, mas apresenta valores diferentes em 2011. Verifica-se ainda que os
valores do produto, calculado quer a preços correntes, quer a preços constantes, se alteram de
2010 para 2011.
Explicita três das razões que justificam a situação apresentada.
Exame Nacional de 2013 – 1.a fase (adaptado)

2. O quadro seguinte apresenta alguns dos agregados das Contas Nacionais do país C, em 2011,
na ótica da despesa.

(milhões de euros)

Componentes Valores

Consumo privado 110 400


Investimento 30 200
Procura interna 175 900
Exportações de bens e serviços 60 500
Procura global 236 400
Importações de bens e serviços 67 000

Determina, com base no quadro, o valor do PIB do país C, em 2012, sabendo que, nesse ano, o
valor do PIB desse país registou uma taxa de variação negativa de 10% face a 2011.
Apresenta a(s) fórmula(s) usada(s) e todos os cálculos que efetuares.
Exame Nacional de 2013 – 2.a fase (adaptado)

24
UNIDADE 9 / A CONTABILIDADE NACIONAL

GRUPO III

1. Lê o seguinte texto.

¼;cĤģģĩ"W[Yedec_Wfehjk]k[iWh[]_ijekkcWWY[b[hW‚€eZWWj_l_ZWZ[[YedŒc_YW[ch[bW‚€e
WeWdeWdj[h_eh$7jWnWZ[Yh[iY_c[djeZeF?8—[cXehWfhŒn_cWZWeXi[hlWZWdWÛh[WZe;khe
—Yedj_dkek"de[djWdje"Wi[h_dik\_Y_[dj[fWhWWii[]khWheh[_d‡Y_eZWYedl[h]…dY_Wh[WbYece
Yed`kdjeZ[iiW|h[W$:[\WYje"Fehjk]Wbj[h|lebjWZeWh[]_ijWhkcZeiYh[iY_c[djeicW_iXW_nei
[djh[eifW‡i[iZWÛh[WZe;khe[eifW‡i[iZWKd_€e;khef[_W$
FehekjhebWZe"WfŒiWigk[ZWieXi[hlWZWidei‘bj_ceiWdei"e_dl[ij_c[djelebjekWWfh[i[djWh
kcWjWnWZ[lWh_W‚€efei_j_lW[cĤģģĩ"cWiW_dZWWii_c_d\[h_eh}l[h_\_YWZWdWÛh[WZe;khe$½

O quadro e o gráfico que se seguem referem-se à evolução do PIB (e sua comparação com a
Área do Euro) e às principais componentes da despesa, em Portugal.

PIB e principais componentes da despesa Produto interno bruto


(taxas de variação real face a 2006, em %) (variação real — taxas anuais, em %)

6
Componentes 2007 5

4
PIB 1,9
Em percentagem

3
Consumo privado 1,5
2
Consumo público –0,1 1
Investimento 3,8 0

Procura interna 1,7 -1

-2
Exportações 7,7
2000

2002

2005

2006
2003
1996

1998

1999

2004

2007
1997

2001

Importações 6,1
Diferencial (em p.p.) Portugal Área do Euro

Fonte: Banco de Portugal, Relatório Anual 2007 (adaptado)

Explica, com base no texto, no quadro e no gráfico, a evolução do PIB português na ótica da
despesa, em 2007, tendo em atenção os seguintes aspetos:
šo comportamento das componentes da procura global;
šo sentido da convergência real da economia portuguesa com a Área do Euro.
Exame Nacional de 2010 – 1.a fase (adaptado)

25
JHKSDAFGAKJHSDGKJASGHFKJDSHGJSDAHGJKDSHGJKHJDSGH

QEJLRUHGFKSUGFKLJSDAGFKJDSQHGFKJSDQFJKDHSKJFAHDSFJKDFKJ
10 RESUMO
Relações económicas com o Resto do Mundo

A NECESSIDADE E A DIVERSIDADE
DE RELAÇÕES ECONÓMICAS INTERNACIONAIS
Sempre existiram razões para os povos trocarem, entre si, bens. De facto, um país pode
O¾PQSPEV[JSVNCFN, o que o leva a procurá-lo junto de países que o consigam produzir.
Pode, também, suceder que um país consiga produzir um bem, mas O¾P P QSPEV[JS FN
RVBOUJEBEFTTVGJDJFOUFTQBSBTBUJTGB[FSBTOFDFTTJEBEFTEBTVBQPQVMB¾P. Pode acon-
tecer, ainda, que um país consiga produzir vários bens, mas a um custo superior ao de outro
país. Nessa situação, deverá procurar esses bens junto de PVUSPTQBÈTFTRVFPQSPEV[BN
DPN NBJT FGJDJÅODJB, reservando para si a produção dos bens em que, apesar de tudo, a
sua ineficiência é menor. Assim se justificam as compras de bananas, café ou cacau aos paí-
ses tropicais ou a importação de tecnologia aos países mais industrializados. Destas trocas
que assentam nas vantagens que cada país tem relativamente a terceiros — WBOUBHFOTDPN-
QBSBUJWBT — resulta a EJWJT¾PJOUFSOBDJPOBMEPUSBCBMIP (divisão da produção pelos países
segundo as suas vantagens comparativas), que é a principal justificação do comércio entre
os povos.
Referimo-nos a CFOT, mas tudo será semelhante se considerarmos TFSWJÂPT ou DBQJUBJT.
Qualquer agente económico poderá recorrer a serviços prestados por agentes de outros paí-
ses, se os considerar vantajosos ou se deles necessitar. O turismo no nosso país é um serviço
procurado por muitos estrangeiros e a necessidade de capitais para investimento pode,
igualmente, justificar a sua procura nos bancos de outros países.
Encontrámos, assim, a principal razão que leva as economias a trocar entre si bens, servi-
ços e capitais — BJNQPTTJCJMJEBEF JOTVGJDJÅODJBPVJOFGJDJÅODJBOBQSPEV¾PEFTTFTCFOT
FTFSWJÂPTFTDBTTF[EFDBQJUBJTPVDPOEJÂÐFTNFOPTGBWPS¼WFJTEFBDFTTPBFTTFTBUJWPT
GJOBODFJSPT.
Tendo em conta a HMPCBMJ[B¾P que caracteriza a economia atual, isto é, a dimensão glo-
bal que marca as trocas entre os povos, é difícil imaginar um país a viver exclusivamente da
sua produção, não só pela insuficiência ou incapacidade da mesma em satisfazer as necessi-
dades da população, como pelas dificuldades de desenvolvimento que a ausência de trocas
acarretaria. De facto, o comércio mundial é um dos fatores que pode dinamizar uma econo-
mia, não só pelos aumentos de produção, produtividade e rendimento que a FTQFDJBMJ[B¾P
na produção desses bens permite, mas, também, pelos estímulos que a competitividade
mundial introduz — fator fundamental para o crescimento económico. Assim sendo, aHMPCB-
MJ[B¾P é outra das razões que justifica as relações económicas entre os países.
Divisão internacional do trabalho, especialização e globalização são as principais justifica-
ções que sustentam o comércio internacional. Pode-se, então, concluir que existem múltiplas
razões para as trocas entre os povos ou DPNÄSDJPJOUFSOBDJPOBM.[1]

[1]
Quando nos referimos ao comércio entre dois países, em particular, deveremos falar em DPNÄSDJPFYUFSOP; já quando nos
referimos ao comércio entre os povos, em geral, deveremos falar de DPNÄSDJPJOUFSOBDJPOBM.
27
O REGISTO DAS RELAÇÕES ECONÓMICAS COM O RESTO DO MUNDO:
A BALANÇA DE PAGAMENTOS
A Balança de Pagamentos
As trocas de bens, serviços e capitais entre um país e o Resto do Mundo exigem o seu registo.
Estas informações encontram-se registadas num documento — a #BMBOÂB EF 1BHBNFOUPT
— elaborado anualmente pelo Banco de Portugal, com base em informações fornecidas pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE) e outras fontes. A Balança de Pagamentos é, portanto,
um documento estatístico que, anualmente, resume as relações económicas de um país com
o Resto do Mundo. A Balança de Pagamentos tem a estrutura abaixo indicada.[2]

Balança de Bens
Balança de Serviços
Balança Corrente
Balança de Rendimentos

Balança de Transferências
Balança de Capital Correntes
#"-"/¢"
%&1"(".&/504
Balança Financeira

Erros e omissões

O registo das importações e exportações


A compra de bens ou serviços ao Resto do Mundo (importações) ou a sua venda (exporta-
ções), pela sua diversidade e valor, exige o seu SFHJTUPFNUFSNPTNPOFU¼SJPT. Assim, quan-
do nos referimos a importações, estamos a considerar o seu valor monetário e, embora uma
importação seja uma entrada de um bem ou serviço, o valor monetário dessa importação cor-
responde a uma saída — um EÄCJUP. O mesmo raciocínio é válido para as exportações.

exportações importações
Portugal Mundo Portugal Mundo
crédito débito

Taxas de câmbio
Considerando que as trocas económicas se efetuam com muitos países que possuem as
suas moedas próprias, torna-se necessário saber o valor da moeda de um país em relação
à dos outros. A essa relação chamamos UBYBEFD½NCJP e pode definir-se como o valor de
uma moeda em relação a outra. Em termos práticos, a taxa de câmbio indica a quantidade
de moeda nacional que precisamos de dar para comprar uma unidade de moeda estrangeira
(taxa de câmbio direta) ou a quantidade de moeda estrangeira que é necessária para com-
prar uma unidade de moeda nacional (taxa de câmbio indireta).

[2]
De acordo com a normalização imposta pelo Manual da Balança de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (5.ª versão),
pelo Banco Central Europeu e o Eurostat e pelos compromissos assumidos por Portugal no âmbito dos requisitos estatísticos
do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC).
28
UNIDADE 10 / RELAÇÕES ECONÓMICAS COM O RESTO DO MUNDO

As taxas de câmbio podem ser GJYBT ou GMFYÈWFJT. Elas serão fixas se o governo mantiver a
paridade da sua moeda em relação às outras. No caso de os governos decidirem que o valor
da sua moeda seja fixado pelo mercado, teremos taxas de câmbios flexíveis.
No caso português, dado que faz parte da União Económica e Monetária (UEM), correspon-
dente ao conjunto dos 18 países que adotaram o euro como moeda comum, as taxas de câm-
bio são fixadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e só podem ser alteradas para o conjunto
dos países. Portugal não pode, por isso, alterar unilateralmente o valor das taxas de câmbio.

Divisas
De referir, ainda, que as trocas não são sempre pagas com as moedas próprias de cada
país — EJWJTBT. As moedas das economias mais fortes são referências no mercado mundial
e são, por isso, utilizadas como meio de pagamento privilegiado. É o caso do euro, do dólar
ou do iene, por exemplo. A estas moedas que constituem meios de pagamento de aceitação
generalizada nas trocas internacionais chamamos EJWJTBTGPSUFT.

Taxa de cobertura
A UBYBEFDPCFSUVSB é um indicador de comércio externo que SFQSFTFOUB, FNQFSDFO-
UBHFN, P WBMPS EBT JNQPSUBÂÐFT RVF QPEFNPT DPOTJEFSBS DPNP QBHP DPN P WBMPS EBT
FYQPSUBÂÐFTFGFUVBEBTQBSBPVUSPTQBÈTFT. Calcula-se da seguinte forma:

5BYBEFDPCFSUVSB = 7BMPSEBTFYQPSUBÂÐFT
u 100
7BMPSEBTJNQPSUBÂÐFT

Os registos na Balança de Pagamentos


Os registos na Balança de Pagamentos são feitos a débito e a crédito, isto é, registam-se,
respetivamente, a débito as saídas de capitais e a crédito a entrada de capitais. A diferença
entre os créditos e os débitos dá-nos o saldo de cada uma das componentes.
A título de exemplo, as JNQPSUBÂÐFT de bens feitas por Portugal constituem EÄCJUPT e as
suas FYQPSUBÂÐFT, DSÄEJUPT, registando-se como se pode observar no quadro abaixo. O saldo
da Balança de Bens obtém-se subtraindo os débitos dos créditos.

(milhões de euros)

Balança de Bens, em 2012 Débito Crédito Saldo

Bens 54 108,638 45 526,317 –8582,321


Fonte: Pordata, 2013

Os saldos podem ser, como se depreende, nulos, positivos (ou superavitários) e negativos
(ou deficitários).

Exportações Importações
Importações Exportações

Deficit Superavit
29
A Balança Corrente
Na #BMBOÂB$PSSFOUF registam-se todas as transações, exceto as que se referem a ativos
financeiros. As suas principais componentes são as seguintes:

Balança de Bens Troca de mercadorias, bens em processamento, etc.

Troca de serviços (exemplos: transportes, viagens e turismo,


Balança de Serviços
direitos de utilização (royalties) de patentes, marcas e franchising).

Balança de Rendimentos Troca de rendimentos do trabalho e do investimento.

Privadas:
Movimentos sem contrapartida que afetam o rendimento disponível
(exemplos: remessas de i/emigrantes).
Balança de Transferências
Correntes Públicas:
Movimentos de capitais relativos a transferências correntes,
em que um dos intervenientes é o Estado português
(exemplos: recebimentos correntes da União Europeia).

A Balança de Capital
As duas principais componentes da #BMBOÂBEF$BQJUBM são as seguintes:

Movimentos de capitais associados à transferência de propriedade


de ativos fixos ou ao cancelar de créditos sem contrapartida
Transferências
(exemplos: transferência de fundos da União Europeia para
de capital
infraestruturas, como o Fundo de Coesão, doações entre Estados e perdão
de dívida por parte dos governos).

Aquisições/cessões Transações sobre ativos intangíveis, como patentes, licenças, copyrights,


de ativos marcas, franchises e outros contratos transferíveis (exemplo: contratos
(não produzidos de transferência de jogadores de futebol), e sobre ativos tangíveis
e não financeiros) (exemplo: aquisição de terrenos por embaixadas).

A Balança Financeira
A #BMBOÂB'JOBODFJSB cobre o registo das seguintes operações:

Inclui o investimento direto estrangeiro feito em Portugal


Investimento direto
e de Portugal no estrangeiro.

Investimento de carteira Aquisição, por um residente, de obrigações do Tesouro Americano.

Concessão de um empréstimo ou depósito entre um banco


Outro investimento
residente a outro não residente, por exemplo.

Derivados financeiros Transações de derivados financeiros entre residentes e não residentes.

Aquisição pelo Banco de Portugal de títulos em dólares emitidos


Ativos de reserva
fora da Área do Euro, por exemplo.

30
UNIDADE 10 / RELAÇÕES ECONÓMICAS COM O RESTO DO MUNDO

Necessidade ou capacidade de financiamento


Quando o saldo conjunto das Balanças Corrente e de Capital é positivo, a economia em ques-
tão tem DBQBDJEBEFEFGJOBODJBNFOUP; caso contrário, terá OFDFTTJEBEFEFGJOBODJBNFOUP.
Tendo em conta que, aproximadamente, o saldo da Balança Financeira é o simétrico do
saldo conjunto das Balanças Corrente e de Capital, podemos afirmar que quando o saldo
da Balança Financeira é positivo (neste caso, o saldo conjunto das Balanças Corrente e de
Capital é negativo), a economia tem necessidade de financiamento. O mesmo raciocínio pode
ser feito para o saldo negativo da Balança Financeira (saldo positivo do conjunto das outras
duas balanças), afirmando-se que a economia terá capacidade de financiamento, isto é, tem
disponibilidades para financiar o Resto do Mundo.

AS POLÍTICAS COMERCIAIS COM O RESTO DO MUNDO


Relativamente ao comércio com os outros países, um país pode assumir duas políticas:
protegendo a sua economia, limitando ou impedindo a livre troca de bens, serviços ou capi-
tais ou, pelo contrário, promovendo a liberdade de troca de bens, serviços e capitais. No
primeiro caso, esse país defende uma política protecionista ou de QSPUFDJPOJTNP; já, no
segundo caso, esse país preconiza uma política de MJWSFDBNCJTNP ou de DPNÄSDJPMJWSF.

O protecionismo
Os JOTUSVNFOUPTEPQSPUFDJPOJTNP mais utilizados são as CBSSFJSBTBMGBOEFH¼SJBT, que,
através de CBSSFJSBTUBSJG¼SJBT (impostos sobre as importações) ou O¾PUBSJG¼SJBT (através da
contingentação, por exemplo), tornam os bens mais caros ou escassos, levando os consumido-
res a preferir os produtos nacionais mais baratos ou disponíveis em quantidades suficientes.
Existem outras formas de protecionismo, como os TVCTÈEJPT»TFYQPSUBÂÐFT, que alte-
ram os preços de troca, tornando-os mais baixos, constituindo, assim, uma forma de con-
corrência desleal. O EVNQJOH é outro instrumento utilizado para tornar os preços de troca
mais baixos. Neste caso, o país exportador vende os bens a um preço inferior ao praticado no
mercado interno ou mesmo inferior ao seu custo de podução, de modo a aniquilar a concor-
rência. É uma prática condenada internacionalmente.
A EFTWBMPSJ[B¾P EB NPFEB também pode ser considerada uma prática adotada para
tornar o preço dos bens exportados mais baratos. Ao desvalorizar a moeda, os bens tornam-
-se mais competitivos.

O livre cambismo ou comércio livre


O MJWSF DBNCJTNP defende a liberalização das trocas entre todas as economias, justifi-
cando-a como estratégia de desenvolvimento dos países.
Com base na UFPSJBEBTWBOUBHFOTBCTPMVUBT, um país deve produzir os bens para os quais
tem vantagem absoluta, trocando o excedente produzido por outros bens que os outros países
produzem, igualmente, com mais produtividade. Neste caso, todos os países ganham com a
especialização de cada um na produção dos bens para os quais têm mais competência.
No entanto, um país pode produzir todos os bens com mais vantagem. Mesmo assim,
deverá deixar a produção de alguns bens para outros países. A escolha desses bens deverá
assentar no QSJODÈQJP EBT WBOUBHFOT DPNQBSBUJWBT, que afirma que um país se deverá
especializar na produção do bem para o qual é menos ineficiente.
31
A Organização Mundial do Comércio (OMC)
A 0.$ é uma organização constituída por cerca de 150 países que representam a quase
totalidade do comércio mundial e que defendem a liberalização progressiva do comércio
internacional, através de regras negociadas entre os Países-Membros.
Os seus objetivos são, portanto, a harmonia, a liberdade e a previsibilidade das trocas
entre os Países-Membros.

AS RELAÇÕES ECONÓMICAS DE PORTUGAL


COM A UNIÃO EUROPEIA E COM O RESTO DO MUNDO
Portugal, desde a sua adesão à União Europeia[3], em 1986, tem privilegiado as suas trocas
com esse amplo espaço económico.
Em setembro de 2013, e segundo o Banco de Portugal, cerca de 71,1% das suas importa-
ções têm origem na União Europeia e 70,5% das exportações têm como destino, também, a
União Europeia, ocupando a Espanha o lugar cimeiro nos dois casos, seguida da Alemanha.

Importações de Portugal, em 2013

29%

UE
71%
Outros

Fonte: INE, 2013

O restante das trocas com os países extracomunitários sofreu uma natural quebra após
1986, registando-se, contudo, uma tendência para um aumento dessas trocas. É de referir o
caso particular de Angola, em termos de exportações, em 2013.
O tipo de bens exportados tem sofrido alterações, registando-se uma inversão entre bens
menos exigentes tecnologicamente e bens de nível tecnológico superior.
Quanto aos serviços, o turismo mantém a sua posição positiva na Balança Corrente, sendo
o principal serviço que Portugal vende ao Resto do Mundo.
Relativamente ao investimento direto estrangeiro, Portugal tem beneficiado de algumas
iniciativas com repercussões importantes para o desenvolvimento da sua economia, nomea-
damente na indústria transformadora, registando-se igualmente investimento de Portugal no
estrangeiro em atividades imobiliárias, alugueres, serviços prestados a empresas e ativida-
des financeiras.

[3]
Na altura, Comunidade Económica Europeia (CEE).
32
FICHA FORMATIVA 10

1. ¼E@Wf€el[dZ[Wei;K7c|gk_dWi\eje]h|\_YWi1[ij[il[dZ[cYecfkjWZeh[iWeiWkijhWb_W-
dei1eiWkijhWb_WdeiYecfb[jWceY‡hYkbel[dZ[dZeWei`Wfed[i[i$7ii_c"f[bW[if[Y_Wb_pW‚€e"
YWZWdW‚€eWYWXWfehYedikc_hcW_iZegk[Wgk_begk[fheZkpfWhWi_fhŒfh_W$½
F$IWck[bied[M$DehZ^Wki"Economia"Ĥģģĕ

Com base no texto, justifica a existência de relações económicas entre os países.

2. ¼7ijheYWiYec[hY_W_i[djh[eifW‡i[ifeZ[cYedij_jk_hkc\WjehZ[Yh[iY_c[dje[YedŒc_Ye$
I[eYedj[njefWhW[iiWijheYWi\ehec[hYWZe]beXWb"cW_eh[ii[h€eWifej[dY_Wb_ZWZ[ifWhW
[ii[Yh[iY_c[dje$½

Justifica a globalização como um fator potenciador do crescimento económico.

3. Indica quais das seguintes afirmações são as corretas.


(A) O valor da taxa de câmbio pode ter efeitos sobre as trocas de mercadorias entre países
com moedas diferentes.
(B) A alteração da taxa de câmbio pode ser determinada por um governo de um país da
Área do Euro.
(C) Quando uma moeda fica mais cara, por alteração da taxa de câmbio, as importações
desse país podem aumentar, caso as moedas dos outros países mantenham os seus
valores.
(D) A depreciação do valor de uma moeda pode ter um efeito expansivo sobre as exporta-
ções desse país.
(E) As taxas de câmbio fixas promovem a estabilidade no comércio entre os povos.

4. Sabendo que o valor das exportações portuguesas de bens, em 2012, foi de 45 526 mi-
lhões de euros e que o valor das importações foi de 54 109 milhões de euros,
4.1 Calcula a respetiva taxa de cobertura.
4.2 Explicita o significado do valor obtido.
4.3 A uma taxa de cobertura inferior a 100% corresponde um saldo da Balança de Bens
positivo ou negativo? Justifica a tua resposta.

5. As exportações de automóveis produzidos em Portugal são registadas


(A) a crédito, na Balança de Bens.
(B) a débito, na Balança de Bens.
(C) a crédito, na Balança de Capital.
(D) a crédito, na Balança Financeira.

/PUB Para a resolução desta ficha consulta também as páginas 88 a 147 do manual.
33
6. Observa o seguinte quadro.
(milhões de euros)

Balança de Bens
Débito Crédito
e Serviços

Bens e Serviços 64 514 64 625


Fonte: Pordata, 2013

6.1 De acordo com o quadro acima, o saldo da Balança de Bens e Serviços é


(A) +111 milhões de euros.
(B) –111 milhões de euros.
(C) +129 139 milhões de euros.
(D) –129 139 milhões de euros.
6.2 Classifica o saldo obtido.
6.3 Indica dois dos países para onde Portugal mais exporta.

7. Responde aos seguintes itens.


7.1 As receitas do turismo estrangeiro em Portugal são registadas na
(A) Balança de Serviços, a crédito.
(B) Balança Financeira, a débito.
(C) Balança de Serviços, a débito.
(D) Nenhuma das respostas anteriores está correta.
7.2 Indica a atividade económica mais importante para a Balança de Serviços portuguesa.

8. Os rendimentos do investimento feito pelas empresas portuguesas em Angola são


registados
(A) a crédito, na Balança de Capital.
(B) a débito, na Balança de Capital.
(C) a crédito, na Balança de Rendimentos.
(D) a débito, na Balança de Rendimentos.

9. As remessas dos emigrantes são registadas


(A) a débito, na Balança de Rendimentos.
(B) a crédito, na Balança de Capital.
(C) a crédito, na Balança de Transferências.
(D) a débito, na Balança de Transferências.

10. O investimento português na Colômbia é registado na


(A) Balança de Bens, a crédito.
(B) Balança de Serviços, a débito.
(C) Balança de Capital, a débito.
(D) Nenhuma das afirmações anteriores é verdadeira.
34
UNIDADE 10 / RELAÇÕES ECONÓMICAS COM O RESTO DO MUNDO

11. O IDE da Alemanha em Portugal é registado


(A) a crédito, na Balança de Capital.
(B) a débito, na Balança de Capital.
(C) a crédito, na Balança Financeira.
(D) a débito, na Balança Financeira.

12. Indica as rubricas da Balança de Pagamentos em que se registam as seguintes transações:


12.1 Rendimentos do investimento estrangeiro.
12.2 Perdão de uma dívida de um Estado a outro.
12.3 Aquisição de uma patente a um país estrangeiro.
12.4 Compra de derivados financeiros a um banco não residente.
12.5 Venda de um jogador de futebol.

13. Observa a seguinte Balança de Pagamentos, relativa à economia portuguesa, em 2012.

Estrutura Saldo (em milhões de euros)

Balança Corrente –2557


Bens
Serviços 8693
Rendimentos –6422
Transferências Correntes 3755
Balança de Capital 3870
Balança Financeira
Erros e omissões 474
Fonte: Pordata, 2013 (valores arredondados)

13.1 Completa os espaços vazios.


13.2 Em 2012, a economia portuguesa teve necessidade ou capacidade de financiamento?
13.3 Justifica a resposta anterior.

14. Distingue, quanto aos seus aspetos fundamentais, as duas políticas do comércio inter-
nacional.

15. Indica quatro das barreiras mais utilizadas ao comércio livre.

16. ¼Ei fW‡i[i Z[l[h€e [if[Y_Wb_pWh#i[ dW fheZk‚€e Z[ c[hYWZeh_Wi [c gk[ i€e cW_i fheZk#
j_lei$ ;ijW [if[Y_Wb_pW‚€e X[d[\_Y_Wh| jeZei ei fW‡i[i" c[ice gkWdZe kc Z[b[i ƒ WXiebk#
jWc[dj[cW_i[\_Y_[dj[dWfheZk‚€eZ[jeZeieiX[di$7ii_ci[dZe"eYecƒhY_eX[d[\_Y_Wh|
jeZeiei_dj[hl[d_[dj[i$½
F$IWck[bied[M$ DehZ^Wki"Economia"ĤģģĕWZWfjWZe

16.1 O texto defende uma das teorias do comércio entre os povos. Identifica-a.
16.2 Explica o conteúdo do texto.
35
TESTE DE AVALIAÇÃO 10

GRUPO I

As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correta. Assinala-a com X.

1. No quadro seguinte são apresentados valores relativos à Balança Corrente de um dado país,
em 2012.
(milhões de euros)

Rubricas Crédito Débito

Máquinas e aparelhos 1650 1400


Juros de investimento de carteira 900 300
Transportes 700 600
Viagens e turismo 100 300
Lucros de investimento direto 150 50
Remessas de emigrantes/imigrantes 650 550

Os dados apresentados no quadro acima permite-nos afirmar que, nesse país, em 2012, o saldo
da Balança de
(A) Bens foi –250 milhões de euros.
(B) Bens e Serviços foi –100 milhões de euros.
(C) Rendimentos foi 700 milhões de euros.
(D) Transferências Correntes foi 200 milhões de euros.
Exame Nacional de 2013 – 1.a fase (adaptado)

2. Uma empresa franchisada, residente em Portugal, paga anualmente a uma empresa fran-
chisadora, residente na Finlândia, 10 000 euros relativos a royalties (direiros de utilização).
Este valor é registado na Balança de
(A) Rendimentos portuguesa.
(B) Serviços portuguesa.
(C) Investimento portuguesa.
(D) Capital portuguesa.
Exame Nacional de 2013 – 1.a fase

3. Num dado ano, uma instituição bancária residente em Portugal concedeu um empréstimo
a uma empresa francesa não residente em Portugal. Esta operação será registada a débito
(A) na Balança Financeira portuguesa.
(B) na Balança de Capital portuguesa.
(C) na Balança de Rendimentos portuguesa.
(D) na Balança Corrente portuguesa.
Exame Nacional de 2013 – 2.a fase

/PUB Para a resolução deste teste consulta também as páginas 88 a 147 do manual.
36
UNIDADE 10 / RELAÇÕES ECONÓMICAS COM O RESTO DO MUNDO

4. Considera os seguintes registos de uma Balança de Pagamentos.


(milhões de euros)

Rubricas Saldos

Balança de Mercadorias –17 149


Balança de Serviços 6 050
Balança de Transferências Correntes 2 139
Balança de Rendimentos –7 883
Balança de Capital 1 393

Então, com base no quadro acima, podemos concluir que


(A) o saldo da Balança Corrente foi deficitário.
(B) a taxa de cobertura foi superavitária.
(C) a economia teve capacidade de financiamento.
(D) o valor do investimento estrangeiro foi positivo.
Exame Nacional de 2012 – 1.a fase (adaptado)

5. Considera que um determinado país é uma economia aberta e que, num dado ano, o Estado
desse país decidiu atribuir subsídios para apoiar a agricultura.
Neste caso, o Estado está a implementar uma medida protecionista. Esta afirmação é
(A) falsa, pois, através dessa medida, o Estado está a definir limites quantitativos às importa-
ções de bens agrícolas.
(B) verdadeira, pois esta medida desincentiva as importações de bens agrícolas, tornando-as
relativamente mais caras.
(C) falsa, pois esta medida desincentiva as importações de bens agrícolas, promovendo a pro-
dução nacional.
(D) verdadeira pois, através desta medida, o Estado está a definir diretamente o preço das im-
portações de bens agrícolas.
Exame Nacional de 2013 – 2.a fase (adaptado)

GRUPO II
1. Lê o texto que se segue.
¼EYed\b_je[djh[efW‡i7[efW‡i8d€eZ_ph[if[_jeWX[diZ[YedikcecWdk\WjkhWZeiekWX[di
Z[ WbjW j[Ydebe]_W" cWi Wei \hWd]ei Yed][bWZei Ze fW‡i 7" gk[ _dkdZWhWc e c[hYWZe Ze fW‡i 8$
7fh_c[_hW_dlWi€eZ[\hWd]eiYed][bWZeieYehh[k[cc[WZeiZeiWdeie_j[djWZeiƒYkbefWiiWZe$
7i_cfehjW‚[iZ[\hWd]eiYed][bWZei\ehWcck_jeX[ch[Y[X_ZWif[beiYedikc_Zeh[iZefW‡i8$
F
 WhW\hkijW‚€e[Yedi_Z[h|l[bWdi_[ZWZ[ZWi[cfh[iWiZefW‡i7"WiWkjeh_ZWZ[iZefW‡i8fhe_X_-
hWcdelWi_cfehjW‚[iZ[Wl[iWfWhj_hZ[cWh‚eZ[ĕīīģ"fedZe\_cWeh[]_c[Z[YecƒhY_eb_lh[
Z[Wl[i[djh[eiZe_ifW‡i[i$½
D$=h[]ehoCWda_m"Introdução à Economia"ĕīīīWZWfjWZe

Explicita, com base no texto, dois dos possíveis efeitos na economia do país B da política comer-
cial implementada a partir de março de 1990. Começa por identificar essa política comercial.
Exame Nacional de 2013 – 1.a fase (adaptado)
37
GRUPO III
1. Atenta nos seguintes documentos.
%PDVNFOUPȣ
¼DeYedj[njeZefheY[iieYh[iY[dj[Z[]beXWb_pW‚€eckdZ_Wb"W_dj[di_\_YW‚€eZW_dj[hdWY_e-
dWb_pW‚€eZW[Yedec_Wfehjk]k[iWjhWZkp_k#i["WfWhj_hZWi[]kdZWc[jWZ[ZWZƒYWZWZ[īģ
ZeiƒYkbeNN[Ze_d‡Y_eZWZƒYWZWZ[Ĥģģģ"dkcWWbj[hW‚€egkWb_jWj_lWZefei_Y_edWc[djeZ[
Fehjk]Wbdei\bkneiZ[_dl[ij_c[djeZ_h[je[ijhWd][_he?:;$
:[jhWZ_Y_edWbh[Y[jehZ[_dl[ij_c[dje[ijhWd][_he"Fehjk]Wb"[djh[ĕīīĪ[Ĥģģĕ"jehdek#i[_d-
l[ij_Zehb‡gk_Zede[nj[h_eh$;iiW_cfehj~dY_WYh[iY[dj["dW[Yedec_Wfehjk]k[iW"Ze_dl[ij_-
c[djeZ_h[jeZ[Fehjk]Wbde[nj[h_ehƒl_i‡l[bf[bei[kf[ie[cf[hY[djW][cZeF?8$½

%PDVNFOUPȤ
Investimento direto estrangeiro

Investimento 1990–1995 1996–2002


IDE[a] –6 374 +2 949
n de Portugal no exterior 1 820 28 768
n do exterior em Portugal 8 194 25 819

Investimento direto de Portugal


0,5 3,8
no exterior, em % do PIB
[a]
Valores líquidos.
(–) Importador líquido de capitais;
(+) Exportador líquido de capitais.

%PDVNFOUPȥ
Investimento direto de Portugal no exterior,
por setor de atividade da empresa investidora, no período 1996–2002

Setor de atividade Em 106 euros Em %

Agricultura, silvicultura e pescas 23 0,1

Indústria transformadora 1 058 3,7

Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 845 2,9

Construção 206 0,7

Serviços 26 355 91,6

Outras atividades 302 1,1

Fonte: Maria Arménia Claro et al.,


«O Investimento de Portugal no Exterior – Fluxos e Destinos»,
in Prospetiva e Planeamento, n.o 9, 2003 (adaptado)

Explica, com base nos documentos apresentados, o comportamento do investimento direto


estrangeiro, relativo a Portugal, no período de 1990 a 2002, tendo em atenção:
ša evolução do investimento direto estrangeiro, de 1990 a 2002;
šo investimento direto estrangeiro de Portugal no exterior, por setores de atividade (de 1996
a 2002).
Exame Nacional de 2010 – 2.a fase (adaptado)
38
UNIDADE 10 / RELAÇÕES ECONÓMICAS COM O RESTO DO MUNDO

2 ¼Dkc Yedj[nje Z[ Yedj[d‚€e ZW Z[if[iW f‘Xb_YW [ Z[ ceZ[hW‚€e Ze Yedikce \_dWb" YWX[h| }
fheYkhW[nj[hdWb‡gk_ZW[nfehjW‚[ib‡gk_ZWiZ[_cfehjW‚[iecW_ehYedjh_XkjefWhWeYh[i-
Y_c[djeZeF?8fehjk]k…i$
I[h|" Wii_c" Z[ [if[hWh gk[ Wi [nfehjW‚[i i[`Wc fej[dY_WZWi f[bWi Wbj[hW‚[i [ijhkjkhW_i
l[h_\_YWZWidW[Yedec_Wfehjk]k[iWdei‘bj_ceiWdei$;ijWiWbj[hW‚[i"gk[W`kZWcW[nfb_YWh
e[b[lWZeh_jceZ[Yh[iY_c[djeZWi[nfehjW‚[il[h_\_YWZedeijh…iWdeigk[fh[Y[Z[cWYh_i["
fWh[Y[cjWcXƒc[ijWhfh[i[dj[idW[nfb_YW‚€eZW_dj[di_ZWZ[dWWjkWbh[jecWZWi[nfehjW-
‚[ifehjk]k[iWiZ[X[di[i[hl_‚ei$½
7ii[cXb[_WZWH[f‘Xb_YW"¼H[bWjŒh_eZeEh‚Wc[djeZe;ijWZefWhWĤģĕĕ½"
inmmm$fWhbWc[dje$fjWZWfjWZeYedikbjWZe[cekjkXheZ[Ĥģĕĕ

Os documentos que a seguir se apresentam referem-se a algumas das alterações verifica-


das nas exportações portuguesas entre 2000 e 2010 e à evolução do PIB e das principais
componentes da despesa nos anos de 2009 e de 2010.
Quadro 1 Quadro 2
Exportações de bens e serviços Exportações de mercadorias por mercados
(estrutura, em %) de destino (estrutura, em %)

Anual Anual
Rubricas Rubricas
2000 2010 2000 2010
Bens e serviços 100,0 100,0 Total 100,0 100,0
Intra-UE-27 81,6 75,0
Bens 73,5 67,7
UE-15 80,3 71,9
Serviços 26,5 32,3 Extra-UE-27 18,4 25,0
Fonte: Ministério da Economia, Boletim Mensal de Economia Fonte: Ministério da Economia, Síntese Estatística
Portuguesa, n.o 10 de 2011, e Ficha de Competitividade, de Comércio Internacional, n.o 12 de 2008 e n.o 10 de 2011,
dezembro de 2011, in www.gee.min-economia.pt (adaptado) in www.gee.min-economia.pt (adaptado)
(consultado em dezembro de 2011) (consultado em outubro de 2011)

Gráfico 1 Quadro 3
Peso das exportações portuguesas PIB e principais componentes da despesa
de bens por grau de intensidade (taxa de variação real, em %)
tecnológica (em % do total)
% Rubricas 2009 2010
70
62,6 Consumo privado –1,1 2,2
60 55,8
55 8
50 44,2
44 2 Consumo público 3,7 1,8
40 37,44
37
30 Média e Alta
Investimento –13,9 –5,6
Baixa
20 Exportações –11,6 8,8
10
Importações –10,6 5,2
0
2000 2010
PIB –2,5 1,3

Fonte: Ministério da Economia, Comércio Internacional, Fonte: Banco de Portugal, Relatório Anual 2010,
18 de novembro de 2011, in www.gee.min-economia.pt in www.bportugal.pt (adaptado)
(adaptado) (consultado em novembro de 2011) (consultado em outubro de 2011)

Explicita, com base nos documentos apresentados, o comportamento das exportações portu-
guesas de bens e serviços, entre 2000 e 2010, considerando:
šas alterações verificadas nas exportações portuguesas no período referido:
šo desempenho das exportações no conjunto das componentes do PIB na ótica da despesa,
em 2009 e em 2010.
Exame Nacional de 2012 – 1.a fase (adaptado)
39
fdsouhiosfdhgfdjkshgjkdfshgujdfhkjgshfdsjkghdkjhfjsdfgjkk
11 RESUMO
A intervenção do Estado na economia
FUNÇÕES E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
O &TUBEP pode definir-se como sendo uma sociedade politicamente organizada, fixa em
determinado território, que lhe é privativo, e tendo como características próprias a soberania
e a independência.
O exercício do poder pelo Estado implica a definição de uma ordem jurídica que esta-
beleça um conjunto de competências para o Estado. Essas competências dos Estados deram
origem às GVOÂÐFTKVSÈEJDBT e O¾PKVSÈEJDBT.

'6/¢°&4+63¨%*$"4

Função legislativa Função executiva Função judicial


Construção de uma ordem jurídica Concretização das leis e execução Administração da justiça de acordo
(conjunto de normas jurídicas cons- das resoluções tomadas pela Adminis- com a lei. Compete aos Tribunais o
tituídas pelas leis constitucionais e tração Pública. Compete ao Governo exercício desta função.
ordinárias). Compete à Assembleia da o exercício desta função.
República o exercício desta função.

'6/¢°&4/ž0+63¨%*$"4

Função política Função social Função económica


Satisfação dos interesses gerais da Satisfação do bem-estar da comuni- Promoção do desenvolvimento através
nação, como a defesa nacional, a jus- dade, garantindo padrões mínimos da criação de infraestruturas, investi-
tiça e a segurança, entre outras. de nível e qualidade de vida às pes- gação e desenvolvimento (I&D), pro-
soas. dução de bens públicos e promoção da
estabilidade dos preços e do emprego,
entre outras.

Organização do Estado português


Nas sociedades atuais, as leis mais importantes, às quais se devem subordinar as outras
normas jurídicas, são as MFJT DPOTUJUVDJPOBJT. Em Portugal, após a queda do regime dita-
torial, a 25 de abril de 1974, foi aprovada uma nova lei constitucional.
A $POTUJUVJ¾PEB3FQÕCMJDB1PSUVHVFTB, que vigora atualmente, foi BQSPWBEBFN,
embora já tenha sido objeto de algumas revisões (a VII Revisão Constitucional data de 2005).
De acordo com a Constituição da República, os órgãos de soberania são: o 1SFTJEFOUF EB
3FQÕCMJDB, a "TTFNCMFJBEB3FQÕCMJDB, o (PWFSOP e os 5SJCVOBJT.

41
šO 1SFTJEFOUFEB3FQÕCMJDB é eleito de cinco em cinco anos, por sufrágio universal direto
e secreto. Detém várias competências definidas na Constituição da República Portuguesa.
šA "TTFNCMFJBEB3FQÕCMJDB é a assembleia representativa de todos os cidadãos portu-
gueses. As suas competências estão definidas na Constituição da República Portuguesa.
šO (PWFSOP é o órgão de condução da política geral do país e é o órgão superior da Admin-
istração Pública. O Primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos
os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados
eleitorais. As competências do Governo estão definidas na Constituição da República
Portuguesa.
šOs 5SJCVOBJT administram a justiça em nome do povo. Incumbe aos Tribunais, em inde-
pendência, assegurar a defesa dos direitos dos cidadãos, reprimir a violação da legali-
dade democrática e resolver os conflitos de interesses públicos e privados.

Estrutura do setor público


O TFUPS QÕCMJDP inclui a atividade administrativa do Estado e a sua atividade enquanto
produtor. Deste modo, inclui o TFUPSQÕCMJDPBENJOJTUSBUJWP 41"
e o TFUPSFNQSFTBSJBM
EP&TUBEP 4&&
.

4&503
1µ#-*$0

SETOR PÚBLICO SETOR EMPRESARIAL


ADMINISTRATIVO (SPA) DO ESTADO (SEE)
Inclui:
qBENJOJTUSB¾PDFOUSBM É constituído pelas:
qBENJOJTUSB¾PSFHJPOBMFMPDBM qFNQSFTBTQÕCMJDBT
q4FHVSBOÂB4PDJBM qFNQSFTBTQBSUJDJQBEBT[1].
qGVOEPTBVUÎOPNPT

Nacionalizações
A OBDJPOBMJ[B¾P de uma empresa consiste na transferência da propriedade de uma
empresa privada para o Estado.
Os GBUPSFT RVF KVTUJGJDBN BT OBDJPOBMJ[BÂÐFT são, por exemplo, a importância da
empresa, a situação de desagregação, que põe em risco o emprego, a má administração e o
boicote aos objetivos de desenvolvimento do país.

[1]
De acordo com a Direção-Geral do Tesouro e Finanças, já não se utiliza a classificação anterior, que considerava o SEE como
integrando as empresas públicas, mistas e intervencionadas.
42
UNIDADE 11 / A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

Privatizações
Depois de 1989, BQÎTB**3FWJT¾P$POTUJUVDJPOBM, o Estado iniciou a QSJWBUJ[B¾PEFBMHV-
NBTFNQSFTBTQÕCMJDBT, alienando parte do seu capital social ou mesmo a sua totalidade.
As QSJWBUJ[BÂÐFT NBJT TJHOJGJDBUJWBT registaram-se na banca, seguros, transportes
rodoviários interurbanos, telecomunicações, petróleo, siderurgia, pasta de papel, cimentos,
alimentação, cervejas, tabaco, energia e correios, entre outras.
As SFDFJUBTPCUJEBT com as privatizações ajudam a reduzir a dívida pública. Atualmente,
por força das privatizações, o peso do SEE (a percentagem do SEE no PIB) tem vindo a
diminuir.

A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ATIVIDADE ECONÓMICA


Do Estado liberal ao Estado intervencionista
Desde sempre se observou que o Estado, de uma forma ou de outra, tem vindo a intervir
na economia. Mesmo no período do liberalismo económico, após a Revolução Industrial, o
Estado interferia na economia, mas apenas para garantir o funcionamento do mercado. Nesta
época, apenas definia o quadro jurídico que a atividade económica deveria respeitar — era o
período do &TUBEPMJCFSBM.
A partir de meados do século XIX, o processo de concentração do capital, que deu ori-
gem aos monopólios e oligopólios (mercados de concorrência imperfeita), bem como os
desfasamentos entre a oferta e a procura mostraram que o mercado, por si só, era incapaz
de assegurar o equilíbrio económico. Deste modo, o Estado liberal conheceu graves crises
económicas.
A grande DSJTFEF surgiu nos EUA e constituiu o mais perfeito exemplo de que o mer-
cado, por si só, é incapaz de se regular. A crise rapidamente se internacionalizou devido, por
um lado, ao colapso do sistema financeiro internacional (os EUA retiraram os fundos e os
créditos de outros países para socorrer a sua economia) e, por outro, à adoção de políticas
protecionistas pelos EUA e outros países a fim de promoverem as suas produções nacionais.
Perante as crises económicas, em particular a (SBOEF %FQSFTT¾P da década de 1930, na
sequência da crise de 1929, o &TUBEPQBTTPVBJOUFSWJSEJSFUBNFOUFOBFDPOPNJB. As medi-
das do /FX%FBM, adotadas pelo presidente Roosevelt, nos EUA, são um exemplo da inter-
venção do Estado na economia. Estávamos assim perante um &TUBEPJOUFSWFODJPOJTUB.

Estado intervencionista
Os Estados foram, assim, forçados a intervir na economia para minimizar os efeitos da
crise e prevenir outras crises.
O economista inglês John Maynard ,FZOFT, na sua obra Teoria Geral do Emprego, do Juro
e da Moeda, defendeu a intervenção dos poderes públicos (Estado) em determinadas áreas
da economia, como, por exemplo, o emprego, o rendimento e o investimento, para reduzir os
efeitos da crise ou para prevenir crises.

43
Funções económicas e sociais do Estado
Cabe ao Estado intervir na economia, minimizando as falhas do mercado para promover o
desenvolvimento e a justiça social. Para esse fim, o Estado desempenha determinadas GVO-
ÂÐFTFDPOÎNJDBTFTPDJBJT para garantir:
ša FGJDJÅODJB;
ša FRVJEBEF;
ša FTUBCJMJEBEF.
A FGJDJÅODJB pressupõe que na produção se utilizem o mínimo de recursos aos mais baixos
custos. Como as economias atuais são caracterizadas pela existência da concorrência imper-
feita, em que os mecanismos da autorregulação da concorrência perfeita não são respeita-
dos, muitas vezes as grandes empresas (em situação de monopólio, oligopólio e concorrência
monopolística) não são eficientes. Além disso, o seu conceito de eficiência pode não coinci-
dir com o do interesse social, pois a finalidade do capital privado é a maximização do lucro.
Compete ao Estado, no exercício das suas funções, repor a eficiência, corrigindo o mercado.
A FRVJEBEF consiste na promoção de uma repartição do rendimento mais equilibrada,
sem acentuadas desigualdades sociais. Compete ao Estado, no exercício das suas funções,
repor a justiça social corrigindo o mercado.
A atividade económica não evolui de forma linear: a fases de crescimento positivo suce-
dem-se fases de desaceleração da economia (o PIB cresce a taxas cada vez mais reduzidas,
podendo estagnar, ou seja, não crescer) ou até de crescimento negativo, ou seja, de redução
do PIB. O DJDMPFDPOÎNJDP compreende, assim, fases de expansão (crescimento do PIB, do
investimento, do consumo e do emprego) e de recessão (quebra da produção acompanha-
das da descida do investimento e do consumo e do aumento do desemprego). Compete ao
Estado, no exercício das suas funções, repor a FTUBCJMJEBEF, antecipando-se a esta sucessão
de fases de expansão e de recessão da atividade económica a fim de reduzir as flutuações do
ciclo económico e garantir a estabilidade económica.

Podemos concluir que o mercado pode constituir um fator de instabilidade e de desequilí-


brios porque não promove a eficiência, a equidade e a estabilidade devido às suas falhas,
como a DPODPSSÅODJBJNQFSGFJUB e as FYUFSOBMJEBEFT:
šDPODPSSÅODJBJNQFSGFJUB — é uma forma de mercado em que os pressupostos da con-
corrência perfeita não são respeitados;
šFYUFSOBMJEBEFT — são efeitos da atividade económica não previstos pelo mercado,
podendo ser benéficos (externalidades positivas) ou nocivos (externalidades negativas).

A existência de falhas do mercado implica a sua regulamentação e a imposição de regras


que não obedeçam à sua lógica. Por sua vez, o mercado também é inapto no que se refere
à produção de CFOT QÕCMJDPT, dado produzir apenas bens para os quais é necessário que
exista poder de compra.
Os bens públicos são bens e serviços indivisíveis que satisfazem necessidades coletivas,
como, por exemplo, a saúde, a educação, a segurança e a defesa. Estes bens têm de ser pro-
duzidos pelo Estado, pois, pelo facto de serem indivisíveis e satisfazerem necessidades coleti-
vas, não podem excluir, do seu consumo, famílias de baixos rendimentos que não os possam
pagar, cenário possível e aceite, caso fossem produzidos por empresas privadas. São, assim,
bens não rivais e não excluíveis.
44
UNIDADE 11 / A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

Instrumentos de intervenção económica e social do Estado


O Estado, para desempenhar as suas funções, utiliza JOTUSVNFOUPT, como o QMBOFBNFOUP
FDPOÎNJDP, o 0SÂBNFOUPEP&TUBEP e as QPMÈUJDBTFDPOÎNJDBTFTPDJBJT.

1MBOFBNFOUPFDPOÎNJDP
*/4536.&/504
%&*/5&37&/¢ž0
0SÂBNFOUPEP&TUBEP
&$0/®.*$"
&40$*"-%0&45"%0
1PMÈUJDBTFDPOÎNJDBTFTPDJBJT

Planeamento económico
O QMBOFBNFOUP FDPOÎNJDP é um dos instrumentos que o Estado utiliza para articular
as diferentes iniciativas, quer públicas, quer privadas, a fim de potenciar as capacidades da
economia e, deste modo, maximizar a satisfação das necessidades com um menor gasto de
recursos. O planeamento económico pode ser JOEJDBUJWP para o setor privado (que não se
encontra sob a alçada do Estado) e JNQFSBUJWP para o setor público (que é obrigado a cum-
prir os objetivos definidos pelo plano).

Orçamento do Estado
O 0SÂBNFOUP EP &TUBEP é o documento onde se encontram previstas as receitas e as
despesas do Estado para determinado período de tempo, geralmente um ano, sendo um
instrumento económico e social do Governo. As despesas e as receitas públicas produzem
efeitos na atividade económica do país e na redistribuição dos rendimentos.
Em Portugal, é da competência da Assembleia da República aprovar o Orçamento do Esta-
do, de acordo com o que estabelece a Constituição da República Portuguesa. Das inúmeras
funções do Orçamento do Estado destacamos as seguintes:
š adaptação das receitas às despesas — serão arrecadadas apenas as receitas estrita-
mente necessárias à efetivação das despesas previstas;
š limitação das despesas — não podem ser realizadas despesas não previstas;
š exposição do plano financeiro do Estado — serão identificadas as despesas que se irão
realizar e indicadas as respetivas fontes de receita.

%FTQFTBTQÕCMJDBT
As EFTQFTBTQÕCMJDBT são constituídas pelos gastos do Estado no exercício das suas fun-
ções. Podem ser classificadas em EFTQFTBTDPSSFOUFT e EFTQFTBTEFDBQJUBM:

š EFTQFTBT DPSSFOUFT — fazem-se ao longo de um ano e terminam no final desse ano


(exemplos: pagamento dos vencimentos à função pública; transferências sociais — pen-
sões de reforma e viuvez, subsídios; compra de bens duradouros destinados ao funciona-
mento dos serviços do SPA e pagamento dos juros da dívida pública);

š EFTQFTBTEFDBQJUBM — realizam-se ao longo de um ano, mas os seus efeitos perduram ao


longo do tempo (exemplos: construção de infraestruturas e aquisição de equipamentos e
de tecnologias).
45
&GFJUPTEBTEFTQFTBTQÕCMJDBT
Os FGFJUPT EBT EFTQFTBT QÕCMJDBT revestem-se de grande importância na atividade
económica. Por exemplo, um aumento das despesas públicas tem efeitos positivos na procura
(consumo e investimento). No entanto, os seus efeitos dependem do tipo de despesa realizada:
o aumento dos gastos com o pessoal (vencimentos dos funcionários públicos) e das transferên-
cias correntes (pensões de reforma e outras transferências) têm implicações na redistribuição
dos rendimentos e no aumento do consumo privado, enquanto um incremento nas despesas de
capital tem consequências no investimento e na produção. Da mesma forma, uma diminuição
das despesas públicas terá efeitos negativos nas variáveis acima mencionadas.

3FDFJUBTQÕCMJDBT
As SFDFJUBTQÕCMJDBT são cobradas pelo Estado para financiar as suas despesas e são cons-
tituídas pelas SFDFJUBT QBUSJNPOJBJT PV WPMVOU¼SJBT, pelas SFDFJUBT DPBUJWBT PV PCSJ
HBUÎSJBT e pelas SFDFJUBTDSFEJUÈDJBT:
š SFDFJUBT QBUSJNPOJBJT — correspondem ao valor das vendas de património do Esta-
do (exemplos: venda de madeira de matas nacionais, venda ou aluguer de edifícios ou
terrenos do Estado e receitas do SEE, como dividendos de ações, lucros de empresas
públicas, etc.);
š SFDFJUBTDPBUJWBT — correspondem às prestações pecuniárias exigidas aos particulares
e são fixadas por via legislativa (exemplos: as contribuições para a Segurança Social, as
taxas e os impostos). As UBYBT correspondem a um pagamento de um serviço efetuado
pelo Estado, como, por exemplo, as propinas ou a utilização do serviço de saúde. Os
JNQPTUPT não têm por suporte a prestação de qualquer serviço.
š SFDFJUBTDSFEJUÈDJBT — correspondem aos empréstimos que o Estado contrai, originando
a dívida pública.

*NQPTUPT
Os JNQPTUPT constituem a principal fonte de receitas do Estado e dividem-se em JNQPT-
UPTEJSFUPT e JNQPTUPTJOEJSFUPT:
š JNQPTUPT EJSFUPT — incidem sobre os rendimentos ou sobre o património dos contri-
buintes, com base em matéria coletável perfeitamente determinada. Exemplos: Imposto
sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), Imposto sobre o Rendimento de Pessoas
Coletivas (IRC) e Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI);
š JNQPTUPTJOEJSFUPT — incidem sobre o consumo ou despesa, sendo a matéria coletá-
vel indiretamente determinada (exemplos: Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA),
imposto de consumo sobre tabaco, imposto sobre álcool e bebidas alcoólicas).

&GFJUPTEBTSFDFJUBTQÕCMJDBT
Os JNQPTUPT QSPHSFTTJWPT TPCSF P SFOEJNFOUP (sobre os rendimentos mais elevados
é aplicada uma taxa maior) são um importante instrumento para diminuir as desigualdades
sociais e promover a equidade. No entanto, os JNQPTUPTDPNDBS¼UFSSFHSFTTJWP, como é o
caso do IVA, têm um efeito penalizador para as famílias com menor rendimento, pois o mes-
mo valor de IVA tem um peso maior no rendimento dessas famílias; por outro lado, as famí-
lias com maior rendimento pagam proporcionalmente menos (regressões).

46
UNIDADE 11 / A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

4BMEPPSÂBNFOUBM
O TBMEPPSÂBNFOUBM consiste na diferença entre as receitas e as despesas públicas, num
determinado ano. Relativamente ao saldo orçamental, podemos identificar três definições: a
de saldo orçamental corrente, a de saldo orçamental global e a de saldo orçamental primário.

%ÈWJEBQÕCMJDB
A EÈWJEB QÕCMJDB é contraída pelo Estado devido à existência de défices orçamentais.
Pode ser interna ou externa consoante os financiadores sejam residentes ou não residentes.
Quer o saldo orçamental em percentagem do PIB, quer a dívida pública em percentagem do
PIB, são indicadores utilizados pela Comissão Europeia a fim de promover a convergência
monetária das economias da Área do Euro.

Políticas económicas e sociais


As QPMÈUJDBT FDPOÎNJDBT F TPDJBJT são ações que os Estados intervencionistas desen-
volvem para a prossecução de objetivos estabelecidos, adotando determinadas medi-
das e utilizando instrumentos macroeconómicos. Estas afetam a economia na globalidade.
A implementação de uma política económica implica as seguintes fases: definição de objeti-
vos, hierarquização desses objetivos, análises da interação que se estabelecem entre esses
objetivos (interdependência ou conflitualidade) e escolha dos instrumentos e das medidas de
política económica a implementar.
De acordo com os objetivos e os efeitos no tempo, as políticas económicas podem ser
classificadas em QPMÈUJDBT FDPOÎNJDBT DPOKVOUVSBJT (ou de estabilização), que corrigem
os desequilíbrios no curto prazo, e em QPMÈUJDBTFDPOÎNJDBTFTUSVUVSBJT, de médio e longo
prazo, que alteram as estruturas em que assenta a economia. São exemplos de políticas con-
junturais as políticas fiscais, orçamentais, monetárias, de preços, de emprego e de redistri-
buição dos rendimentos. Constituem exemplos de políticas estruturais as políticas agrícola,
industrial e ambiental.

AS POLÍTICAS ECONÓMICAS E SOCIAIS DO ESTADO PORTUGUÊS


š 1PMÈUJDB GJTDBM — criação e aplicação de impostos sobre bens, serviços e rendimento,
tendo em vista a prossecução de determinados objetivos.
š 1PMÈUJDBPSÂBNFOUBM — utilização do Orçamento do Estado (receitas e despesas públi-
cas) para produzir efeitos na atividade económica.
š 1PMÈUJDBNPOFU¼SJB — atua sobre a moeda e é definida pelo Banco Central Europeu.
š 1PMÈUJDB EF DPNCBUF BP EFTFNQSFHP — a sua prioridade é a diminuição de taxa de
desemprego através das medidas no âmbito do mercado de trabalho.
š 1PMÈUJDBEFSFEJTUSJCVJ¾PEPTSFOEJNFOUPT — atua sobre os rendimentos primários e
tem como finalidade a redução das assimetrias sociais e reforçar a coesão social.
š 1PMÈUJDBTFUPSJBJT BHSÈDPMBFJOEVTUSJBM
— melhorar a produção dos referidos setores
e modernizá-los tendo em conta o ambiente.
š 1PMÈUJDBEPBNCJFOUF — promove a sustentabilidade do nosso planeta.
š 1SPUF¾PTPDJBM — baseia-se em dois princípios: Segurança Social e assistência social.
47
FICHA FORMATIVA 11

1. Lê o texto que se segue.


«O Governo tenta corrigir as falhas do mercado, como o monopólio e a poluição, para es-
timular a eficiência$Eifhe]hWcWiZ[=el[hdefWhWWfhece‚€eZW[gk_ZWZ[kiWcei_c-
feijei[WZ[if[iWfWhWh[Z_ijh_Xk_heh[dZ_c[djeW]hkfei[if[Y‡\_Yei$E=el[hdeXWi[_W#i[
[c_cfeijei"[cZ[if[iWi[dWh[]kbW‚€eced[j|h_W"fWhW[ij_ckbWheYh[iY_c[djecWYhe-
[YedŒc_Ye" [ W [ijWX_b_ZWZ[" fWhW h[Zkp_h e Z[i[cfh[]e [ W _d\bW‚€e" [dgkWdje [ij_ckbW e
Yh[iY_c[dje[YedŒc_Ye$½
F$IWck[bied[M$DehZ^Wki"Economia"(&&'WZWfjWZe

1.1 Retira do texto as expressões relativas às funções económica e social do Estado.


1.2 Apresenta uma noção de eficiência.
1.3 Explicita o conteúdo da expressão destacada no texto.
1.4 Refere as políticas económicas implícitas no texto.
1.5 Explica de que forma é que o Estado pode promover a equidade, tendo em conta o texto.
1.6 Ilustra a explicação anterior através de um exemplo.

2. Lê o texto que se segue.


«O Governo decidiu avançar com a privatização dos CTT através de uma oferta pública de
venda (OPV) na Bolsa de Valores de Lisboa$;ijWef[hW‚€efh[l_ijWfWhWWfh_c[_hWgk_dp[dW
Z[Z[p[cXheQZ[(&')Sj[ci_Zeck_jeX[ch[Y[X_ZWf[beic[hYWZei\_dWdY[_hei$7\_dWb_#
ZWZ[ƒl[dZ[hdec[hYWZeZ[YWf_jW_i-&ZeYWf_jWbZ[ijW[cfh[iW$½

2.1 Explicita o conteúdo da expressão destacada no texto, tendo em conta os conceitos


de empresa pública e privatização.
2.2 Justifica o facto de os CTT se integrarem no SEE (setor empresarial do estado) antes
de terem sido privatizados.
2.3 Dá três exemplos de empresas que tenham sido privatizadas.
2.4 Relaciona privatizações e dívida pública.

3. Lê o texto que se segue.


¼7jkWbc[dj["}iYh‡j_YWiWei_ij[cWQYWf_jWb_ijWS"YeceWYh[iY[dj[Z[i_]kWbZWZ["kcWce-
X_b_ZWZ[ieY_WbZ[iY[dZ[dj["e[d\hWgk[Y_c[djeZWih[Z[iZ[fhej[‚€eieY_Wb[WYh[iY[dj[
_d\bk…dY_W Ze i[jeh \_dWdY[_he" \e_ WYh[iY[djWZW ekjhW0 W hWf_Z[p Yec gk[ ck_jei XWdYei [
]hWdZ[i[cfh[iWi[ij€eWh[Ykf[hWhWh[djWX_b_ZWZ[[eibkYhei"i[cgk[_iiei[l[h_\_gk[We
d‡l[bZe[cfh[]e"h[dZ_c[djeZ_ifed‡l[b[fheZk‚€eZ[X[dif‘Xb_Yei$½
;ij[\Wd_W"@$"El País"(/Z[W]eijeZ[(&')WZWfjWZe

3.1 Define bem público através de um exemplo.


3.2 Relaciona o conteúdo do texto com o conceito de estabilidade.
3.3 Expõe três características do Estado liberal.
3.4 Justifica a necessidade de uma maior intervenção do Estado na economia, tendo em
conta a situação descrita.
/PUB Para a resolução desta ficha consulta também as páginas 156 a 227 do manual.
48
UNIDADE 11 / A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

Dívida pública bruta em 2007 e 2012,


em % do PIB
4. Observa o gráfico ao lado. Países Baixos
71,2 Finlândia
4.1 Apresenta uma noção de Orçamento do Estado. 53,0
Bélgica
4.2 Refere os outros instrumentos de intervenção económica e 99,6 Estónia
Irlanda Alemanha 10,1 Eslováquia
social do Estado para além do Orçamento do Estado. 117,6 Lux. 81,9 52,1
França 20,8 Áustria
4.3 Relaciona défice orçamental com dívida pública.
90,2 73,4 Eslovénia
4.4 Explica em que consiste a dívida pública. 54,1
Itália
Espanha 127,0
4.5 Interpreta a evolução do valor da dívida pública em % do

Fonte: Eurostat
Portugal Grécia
84,2
PIB de Portugal, entre 2007 e 2012. 123,6 Malta 156,9
72,1 Chipre
4.6 Compara o valor da dívida pública em % do PIB de Portu-
85,8
gal com o dos outros países representados no gráfico, em
Dívida 2007
2012. Acima da média
Dívida 2012
Abaixo da média
Média na Zona Euro em 2012: 90,6%

5. As despesas públicas podem ser classificadas em despesas correntes e de capital.


5.1 Define despesa pública.
5.2 Faz a distinção entre despesas correntes e despesas de capital.
5.3 Explica, através de um esquema simples, os efeitos de um aumento das despesas
públicas no crescimento económico.

6. Observa o gráfico seguinte.

Taxas ambientais pagas nos 17 países da Zona Euro, em % do PIB

2,7
2,6
Em percentagem

2,5
Fonte: Comissão Europeia

2,4
2,3
2,2
2,1
2000

2005
1995

2010
2011

6.1 Faz a distinção entre políticas conjunturais e políticas estruturais.


6.2 Explica em que consiste a política ambiental.
6.3 Interpreta a evolução das taxas ambientais pagas nos 17 países da Zona Euro, em % do
PIB, entre 1995 e 2011.
6.4 Apresenta duas medidas da política ambiental europeia para além da referida no gráfico.
6.5 As taxas ambientais constituem receitas públicas coativas. Identifica as outras recei-
tas públicas coativas para além das taxas.
6.6 Faz a distinção, recorrendo a exemplos, entre impostos diretos e impostos indiretos.
49
TESTE DE AVALIAÇÃO 11

GRUPO I
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correta. Assinala-a com X.

1. Um dos objetivos do Estado, no exercício das suas funções económicas e sociais, consiste em
(A) assegurar preços baixos para todos os bens.
(B) fixar o valor dos lucros a atingir pelas empresas.
(C) promover a eficiência na utilização dos recursos.
(D) implementar políticas estruturais de curto prazo.
Exame Nacional de 2013 – 2.a fase

Receitas e despesas públicas 2. O quadro ao lado apresenta dados relativos à


e produto interno bruto economia portuguesa, em 2011.
(milhões de euros)
Com base nesse quadro podemos concluir que,
Rubricas Valores
em 2011,
Receitas correntes 68 852 (A) as receitas de capital representaram 9,2%
Receitas de capital 7 517 das receitas correntes.
Despesas correntes 77 232 (B) as receitas totais representaram 44,7% do PIB.
(C) as despesas de capital representaram 12,1%
Despesas de capital 6 400
das despesas correntes.
Produto interno bruto 171 016
(D) as despesas totais representaram 45,2% do
Fonte: Banco de Portugal, Relatório Anual 2011,
in www.bportugal.pt (adaptado)
PIB.
(consultado em agosto de 2012) Exame Nacional de 2013 – 1.a fase

3. O ISV (Imposto sobre Veículos), aplicado pelo Estado, é considerado um imposto


(A) direto. (C) corrente.
(B) extraordinário. (D) indireto.
a
Exame Nacional de 2012 – 2. fase

4. Quando as receitas públicas excedem as despesas públicas regista-se um


(A) superavit orçamental. (C) superavit comercial.
(B) défice comercial. (D) défice orçamental.
Exame Nacional de 2012 – 2.a fase

5. Podemos considerar que existe uma «falha de mercado» quando


(A) o mercado não resolve todos os problemas de escassez de recursos produtivos.
(B) os bancos cobram juros pelos empréstimos concedidos às empresas.
(C) o mercado não considera as externalidades positivas nem as externalidades negativas.
(D) os lucros anuais das empresas superam os salários pagos durante o mesmo período.
Exame Nacional de 2012 – 1.a fase

/PUB Para a resolução deste teste consulta também as páginas 156 a 227 do manual.
50
UNIDADE 11 / A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

GRUPO II
1. Observa o gráfico ao lado.
1.1 Justifica o facto de o IVA ser um imposto in- Taxa média de IVA
direto. na União Europeia a 27, em %
1.2 Interpreta a evolução da taxa média de IVA 21,3
21
na União Europeia a 27, entre 2000 e 2013.

Em percentagem
1.3 Apresenta conclusões sobre a taxa média 19
de IVA na União Europeia a 27, em 2013,
sabendo que nesse ano a taxa média de IVA 17
de Portugal atingia 23%.
1.4 Refere os efeitos de uma elevada taxa média 15
2000 2005 2009 2013
de IVA para as famílias residentes em Portu-
Fonte: Comissão Europeia
gal, tendo em conta o facto de este imposto
ser regressivo.

GRUPO III
1. Observa o gráfico seguinte e lê o texto da página 52.

Taxas de juro a 10 anos dos títulos da dívida pública, em %,


entre 2007 e 2013
35

30

Grécia
25

20
Em percentagem

15 Portugal
Agosto 2013

10 10,01
Irlanda
Itália
6,60
4,50
5 4,42
Espanha França 3,92
2,36
Alemanha 1,73

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Fonte: BCE
51
¼7f[iWhZ[kcWdelWZ[iY_ZWZWijWnWiZ_h[jehWiZe8WdYe9[djhWb;khef[k89;"WijWnWiZ[
[cfhƒij_ceiXWdY|h_ei}i[cfh[iWid€eZ_c_dk‡hWcdWZW[cFehjk]Wb[dW=hƒY_W"YecejWc-
Xƒc[c;ifWd^Wek[c?j|b_W$Ei[jehXWdY|h_e[dYedjhW#i[Yec[\[_jeWc[W‚WZedeifW‡i[ije-
YWZeif[bWYh_i[$<WY[W[ij[Y[d|h_e"efheY[iieZ[kd_€eXWdY|h_W"gk[l_iWjhWdi\[h_hWikf[hl_-
i€eZeiXWdYei"Wh[iebk‚€eZWiYh_i[iXWdY|h_Wi[Wi[]khWd‚WZeiZ[fŒi_jeifWhWWi_dij~dY_Wi
[khef[_Wi"[ij|WWlWd‚Wh"cWiYecZ_\_YkbZWZ[i$FehekjhebWZe"WW‚€eZe89;[dYedjhW#i[Yec-
fb_YWZWf[bW\WbjWZ[YeehZ[dW‚€eZWifeb‡j_YWiced[j|h_Wide~cX_jeZWPedW;khe$½
I$C$">ehi#iƒh_["d$±īĪ"Ħ$±jh_c[ijh[Z[ĤģĕĥWZWfjWZe

1.1 Refere o tipo de despesa que os juros da dívida pública constituem.


1.2 Interpreta a evolução das taxas de juro a 10 anos dos títulos da dívida pública, em Portugal,
entre 2007 e 2013, tendo em conta os valores do gráfico da página anterior.
1.3 Relaciona défice orçamental e juros da dívida pública, tendo em conta os valores do gráfico.
1.4 Explica a necessidade de uma política bancária na Zona Euro e de uma política monetária
eficaz, tendo em conta os valores do gráfico e o texto.

2. Lê o texto que se segue.


¼;cXehWec[hYWZei[`W"[c][hWb"kcW\ehcW[\_Y_[dj[Z[W\[jW‚€eZeih[Ykhiei"feZ[c[n_i-
j_hi_jkW‚[i[cgk[jWbd€ei[l[h_\_YW$KcWZ[iiWii_jkW‚[ieYehh[gkWdZekcW‘d_YWf[iieW
ek[cfh[iWj[cYWfWY_ZWZ[fWhW_d\bk[dY_Wheifh[‚eiZec[hYWZe$
Feh[n[cfbe"ikfed^Wgk[dkcWY_ZWZ[jeZeifh[Y_iWcZ[|]kW"cWiiŒ^|kcfe‚e$EZedeZe
fe‚ej[cfeZ[hZ[c[hYWZeecedefŒb_eieXh[Wl[dZWZW|]kW"d€e[ijWdZeik`[_je}YedYeh-
h…dY_W$FeZ["feh_iie"_d\bk[dY_Wheifh[‚ei$7ii_c"kcWiebk‚€efeZ[h|i[hW_dj[hl[d‚€eZe
;ijWZe$½
=h[]ehoCWda_m"Principles of Macroeconomics"ĕīīĪWZWfjWZe

Explicita a intervenção do Estado na atividade económica no sentido de contribuir para a cor-


reção da «falha de mercado» a que o texto se refere.
Exame Nacional de 2012 – 2.a fase

52
12 RESUMO
A economia portuguesa
no contexto da União Europeia
NOÇÃO E FORMAS DE INTEGRAÇÃO ECONÓMICA
As relações económicas entre os países têm, nos anos mais recentes, sido acompanhadas
de processos mais ou menos profundos de integração económica: BTFDPOPNJBTOBDJPOBJT
W¾PTFJOUFHSBOEPFNFTQBÂPTNBJTBMBSHBEPTFNSFTVMUBEPEBQSPHSFTTJWBFMJNJOB¾P
EBTCBSSFJSBTBMGBOEFH¼SJBT e da consequente livre circulação de produtos, capitais, servi-
ços e pessoas.
O processo de integração seguido pelos países pode comportar objetivos essencialmente
económicos ou comerciais (caso do Mercosul) ou pode alargar-se a níveis de carácter social e
político, como é o caso da União Europeia (UE): a livre circulação de bens, capitais, pessoas e
serviços pode estender-se à adoção de políticas comuns na área económica, na área social e na
área de segurança. "EJGFSFOÂBOPTPCKFUJWPTQSFUFOEJEPTQPSDBEBPSHBOJ[B¾PUSBEV[GPS-
NBTEJTUJOUBTEFJOUFHSB¾P:

š4JTUFNBEFQSFGFSÅODJBTBEVBOFJSBT — os países que fazem parte do sistema concedem


WBOUBHFOTBEVBOFJSBT FOUSF TJ. É o que acontece com os países que integram a Com-
monwealth (Reino Unido, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Paquistão, Malásia,
Nigéria, Gana, Jamaica e Ilhas Maurícias, entre outros).
š;POBEFDPNÄSDJPMJWSF — entre os países pertencentes à zona há MJWSFDJSDVMB¾PEF
NFSDBEPSJBT F  OP DPNÄSDJP DPN QBÈTFT UFSDFJSPT  DBEB QBÈT EB [POB FTUBCFMFDF
B TVB QBVUB BEVBOFJSB. A EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) e o NAFTA
(Canadá, EUA e México) são dois exemplos mundiais desta forma de integração.
š6OJ¾P BEVBOFJSB — para além da MJWSF DJSDVMB¾P EF NFSDBEPSJBT entre os Países-
Membros da união é aplicada uma QBVUB BEVBOFJSB DPNVN OP DPNÄSDJP DPN UFS-
DFJSPTQBÈTFT. Como exemplos podem-se referir a UE, que começou por ser uma união
aduaneira, e a União Aduaneira da África Austral.
š.FSDBEP DPNVN — nesta forma de integração, a MJWSF DJSDVMB¾P EF NFSDBEPSJBT
FTUFOEFTFBPTTFSWJÂPT »TQFTTPBTFBPTDBQJUBJT. O Mercosul e a UE são exemplos
desta forma de integração mais profunda.
š6OJ¾PFDPOÎNJDB — ao serem alcançadas as quatro liberdades de circulação (merca-
dorias, serviços, capitais e pessoas), os países podem avançar no processo de integra-
ção adotando QPMÈUJDBTFDPOÎNJDBTDPNVOT. É o caso da UE, em que existem políticas
comuns nas áreas da agricultura e da pesca e se pratica uma política monetária comum
para os países cuja moeda é o euro.
š6OJ¾PQPMÈUJDB — as políticas comuns vão substituindo as políticas nacionais dos Estados-
-Membros, verificando-se, por conseguinte, a QSPHSFTTJWBUSBOTGFSÅODJBEPTQPEFSFT
TPCFSBOPT EPT &TUBEPT QBSB FOUJEBEFT TVQSBOBDJPOBJT RVF FYFSDFN B DIBNBEB
TPCFSBOJB DPNVN. A UE pode caminhar para esta forma de integração se os Estados
que a integram assim o desejarem.

53
O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO NA EUROPA
A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA)
Com o fim da II Guerra Mundial (1939-1945), na tentativa de alcançar uma paz duradoura
e uma rápida reconstrução económica na Europa, foi criada, em 1951, pela França, Alema-
nha, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, a $PNVOJEBEF &VSPQFJB EP $BSW¾P F EP "ÂP
$&$"
. Esta organização, juntando Estados anteriormente inimigos, teve como finalidade a
constituição de um NFSDBEP DPNVN EP DBSW¾P F BÂP, duas importantes matérias-primas
para a reconstrução económica.

A Comunidade Económica Europeia (CEE)


Dados os bons resultados da CECA, os mesmos seis países assinaram, em 1957, o Tratado
de Roma, que instituiu a $PNVOJEBEF&DPOÎNJDB&VSPQFJB $&&
, tendo como principal obje-
tivo, a DSJB¾P EF VN NFSDBEP DPNVN QBSB CFOT F TFSWJÂPT Para alcançar esse objetivo,
a CEE fixou, como meta intermédia, aDPOTUJUVJ¾PEFVNBVOJ¾PBEVBOFJSB, que foi dada
como concluída no final dos anos 60 do século passado.
Durante este período verificou-se um aumento significativo das trocas comerciais e dos
investimentos entre os Estados-Membros da união, um acréscimo do produto e uma melhoria
substancial dos níveis de vida das populações. Estavam, assim, criadas as condições para um
novo aprofundamento do processo de integração económica.
No início dos anos 70, mais precisamente no ano de 1973, novos países aderiram ao pro-
cesso de integração europeia: 3FJOP6OJEP, *SMBOEB e %JOBNBSDB.

O mercado único europeu


Procurando estimular o crescimento económico no espaço europeu de uma forma mais
duradoura e sustentada, os Estados-Membros fixaram, em 1986, com a assinatura do "UPµOJDP
&VSPQFV, o objetivo da constituição do NFSDBEPÕOJDPFVSPQFV: VNNFSDBEPTFNGSPOUFJSBT
POEFNFSDBEPSJBT QFTTPBT DBQJUBJTFTFSWJÂPTQVEFTTFNDJSDVMBSMJWSFNFOUF.
A sua constituição, em 1992 (cerca de 370 milhões de habitantes), traduziu-se no cresci-
mento das trocas no espaço comunitário, na expansão dos mercados, na maior concorrên-
cia e consequentes benefícios para os consumidores (maior variedade, qualidade e segurança
dos produtos, bem como preços mais baixos).
Nesta fase do processo de integração verificou-se a adesão ao projeto europeu de três
novos países:(SÄDJB ȣȫȪȣ
, 1PSUVHBM e &TQBOIB ȣȫȪȨ
.

A União Europeia (UE)


A União Económica e Monetária (UEM)
Em 1992, com a conclusão do mercado único, foi assinado o 5SBUBEPEB6OJ¾P&VSPQFJB
(Tratado de Maastricht), onde se fixaram, como objetivos, a criação da União Europeia (UE)
e da 6OJ¾P &DPOÎNJDB F .POFU¼SJB 6&.
e se avançou para o alargamento do carácter
comunitário das políticas económicas. Em 1995, novos países integraram a UE: œVTUSJB, Fin-
M½OEJBe 4VÄDJB.
Estando criada a UEM, as instituições europeias consideraram que uma moeda única consti-
tuiria um elemento potenciador das vantagens e benefícios das quatro liberdades de circulação
54
UNIDADE 12 / A ECONOMIA PORTUGUESA NO CONTEXTO DA UNIÃO EUROPEIA

(um mercado com a sua própria moeda). Mas, para aderir à moeda única, os países teriam de
cumprir determinados critérios — DSJUÄSJPTEFDPOWFSHÅODJBOPNJOBM ou EF.BBTUSJDIU:

šFTUBCJMJEBEFEPTQSFÂPT — a taxa de inflação não poderá ultrapassar em mais de 1,5


pontos percentuais a média dos três países com a mais baixa taxa;
šTVTUFOUBCJMJEBEFEBDPOWFSHÅODJB — a taxa de juro de longo prazo não poderá exceder
em mais de 2 pontos percentuais as verificadas nos três países com a mais baixa taxa de
inflação;
š FTUBCJMJEBEF DBNCJBM — nos dois anos anteriores à adesão à UEM, os países não
poderão valorizar ou desvalorizar a sua moeda relativamente às dos outros Estados-
-Membros;
šTPMJEF[FTVTUFOUBCJMJEBEFEBTGJOBOÂBTQÕCMJDBT — o défice do orçamento não poderá
exceder 3% do PIB e a dívida pública não poderá ultrapassar 60% do PIB.

Em 1 de janeiro de 1999 nasceu o FVSP (moeda escritural), tendo entrado em circulação


sob a forma de moeda metálica e de papel em 1 de janeiro de 2002.
Os países que constituem, na atualidade, a Zona Euro são Alemanha, França, Portugal,
Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Áustria, Irlanda, Finlândia, Grécia, Eslovénia,
Malta, Chipre, Eslováquia, Estónia e Letónia.
O Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia não aderiram ao euro por vontade própria.

š1PMÈUJDBNPOFU¼SJBDPNVN — no âmbito da UEM, e para manter a estabilidade dos pre-


ços, as decisões em matéria monetária cabem a uma instituição comunitária indepen-
dente — o Banco Central Europeu (BCE) —, que, a título de exemplo, deve aumentar ou
diminuir a taxa de juro de curto prazo (taxa de referência) a praticar nas economias que
integram a UEM.
š1BDUPEF&TUBCJMJEBEFF$SFTDJNFOUP 1&$
— a estabilidade dos preços e a solidez
das finanças públicas dos Estados, consideradas condições essenciais ao crescimento
sustentado das economias, conduziram à necessidade de os Estados da Área do Euro
manterem orçamentos nacionais equilibrados e finanças públicas sustentáveis (limite
de 3% do PIB para o défice orçamental e de 60% do PIB para a dívida pública). Tais
obrigações impostas pelo PEC condicionam, na prática, as políticas orçamentais
nacionais.

Novos alargamentos da UE
Em resultado da unificação da Alemanha (em 1989) e da desintegração da antiga União
Soviética, constituíram-se no centro e leste europeu novos Estados que foram preparando as
suas estruturas políticas e económicas de forma a integrarem-se na UE.

" BEFT¾P » 6& JNQMJDB  EB QBSUF EPT QBÈTFT DBOEJEBUPT  B BDFJUB¾P EF WBMPSFT
EFNPDSBDJB  &TUBEP EF EJSFJUP F SFTQFJUP QFMPT EJSFJUPT IVNBOPT
 F B BEP¾P EF
OPSNBTFQS¼UJDBTEB6&

55
Em maio de 2004 aderiram à UE dez novos países: )VOHSJB, 3FQÕCMJDB $IFDB, &TMPW¼-
RVJB, 1PMÎOJB, -FUÎOJB, &TUÎOJB, -JUV½OJB, &TMPWÄOJB, $IJQSF e .BMUB. Em 2007 entraram a
3PNÄOJB e a #VMH¼SJB e, em 2013, aderiu a $SP¼DJB. No final de 2013, a UE era, assim, consti-
tuída por 28 países 6&ȤȪ
.

Mapa das etapas do alargamento da União Europeia

FINLÂNDIA*
5,4 194,7

SUÉCIA ESTÓNIA*
9,5 411,0 1,3 16,9
REINO UNIDO LETÓNIA*
IRLANDA* DINAMARCA
63,1 1918,5 2,0 21,9
4,5 162,3 5,6 243,9
LITUÂNIA
PAÍSES BAIXOS* 3,0 32,4
ALEMANHA
16,8 609,1 ORIENTAL
BÉLGICA* HA*
ALEMANHA
AN
NHA POLÓNIA
38,4 381,6
11,1 377,1 81,9 2645,9
LUXEMBURGO* REP. CHECA
A
0,5 43,6 10,5 152,9 ESLOVÁQUIA*
ÁUSTRIA* 5,5 72,9
FRANÇA*
65,5 2033,7 8,5 309,3 HUNGRIA
ESLOVÉNIA* 99,7 ROMÉNIA
9,9
2,1 CROÁCIA
35,7 C 21,3 136,1
ESPANHA* 4,4 44,5
PORTUGAL* BULGÁRIA
46,1 1050,2
10,7 166,3 ITÁLIA* 7,4 39,2
61,0 1565,8
GRÉCIA*
11,3 195,0

0 400 km
MALTA CHIPRE*
0,4 6,7 0,9 17,8
Historial de adesões

1957 - Seis membros fundadores 1995 - Áustria, Finlândia, Suécia (União a 15)

1973 - Irlanda, Reino Unido, Dinamarca 2004 - Malta, Chipre, Eslovénia, Letónia,
Estónia, Lituânia, Polónia, República Checa,
1981 - Grécia Eslováquia, Hungria (União a 25)

1986 - Espanha, Portugal (CEE a 12) 2007 - Roménia e Bulgária (União a 27)

1990 - A seguir à reunificação alemã, 2013 - Croácia (União a 28)


a antiga República Democrática
Alemã junta-se à União Países da Zona Euro em janeiro de 2014
*
União a 27
504,0 População (em milhões de habitantes)
Fontes: Comissão Europeia e AMECO
12 940,2 PIB em 2012 (em milhões de euros) (última consulta em dezembro de 2013)
56
UNIDADE 12 / A ECONOMIA PORTUGUESA NO CONTEXTO DA UNIÃO EUROPEIA

As instituições europeias
Num processo de integração tão profundo como o da UE, verifica-se a transferência de
parte da soberania dos Estados nacionais para entidades supranacionais (através de trata-
dos), que traçam as orientações, fixam os objetivos e tomam as decisões relativamente às
políticas da União. Verifica-se, assim, a DPFYJTUÅODJBEPTQPEFSFTTPCFSBOPTEFDBEB&TUB-
EP OBDJPOBM DPN PT QPEFSFT USBOTGFSJEPT QFMB WPOUBEF EPT &TUBEPT QBSB JOTUJUVJÂÐFT
TVQSBOBDJPOBJT — a chamada TPCFSBOJBDPNVN.
A composição e competências das instituições europeias foram sendo atribuídas pelos
vários tratados, estando atualmente em vigor o Tratado de Lisboa de 2007, que reflete as
alterações entendidas como necessárias a uma maior eficácia na tomada de decisões, aten-
dendo ao elevado número de Estados-Membros da União.

O Tratado de Lisboa e as instituições europeias

TRATADO DE LISBOA Independentes


Gere Zona Euro
Mandatos
Presidente Presidente
de dois anos Banco Central
da Comissão do Conselho e meio Europeu
Esc
olh

Escolhe
e

Aplica o direito comunitário

Define políticas
Conselho Europeu e reúne quatro Tribunal Europeu
vezes por ano de Justiça
Comissão Europeia

Vice-presidente (10 advogados gerais)


e Alto Representante
da União para os
lhe
co

Negócios Estrangeiros
Es

e Política de Segurança

Conselho
de Ministros da UE
Órgãos consultivos
Iniciativa
legislativa

Colegislação[1]
[1]
Comité
e orçamento das Regiões
18 Comissários

Nomeados pelos países


Fiscaliza Adota legislação Comité Económico
após aprovação pelo
Parlamento Europeu e pode demitir Parlamento Europeu e tem poderes
e Social
a Comissão de orçamento

Fonte: Comissão Europeia (adaptado)

[1]
Colegislação — Legislação aprovada conjuntamente pelo Conselho de Ministros e Parlamento Europeu.

57
DESAFIOS DA UNIÃO EUROPEIA NA ATUALIDADE
O orçamento da União Europeia
O orçamento constitui o principal instrumento financeiro da UE, onde estão previstas as des-
pesas e as receitas para um ano. A proposta de orçamento é elaborada pela Comissão, apro-
vada conjuntamente pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho de Ministros da União, sendo
posto em prática pela Comissão e controlada a sua execução pelo Tribunal de Contas. O orça-
mento anual da UE insere-se na programação financeira plurianual (quadro financeiro), que fixa
as grandes orientações orçamentais para um dado período de tempo (normalmente 7 anos).
A maior parte das SFDFJUBTQSPWÄNEFSFDVSTPTQSÎQSJPT, onde se destacam os recursos
provenientes da contribuição de cada Estado (uma percentagem do seu RNB e do IVA). As
EFTQFTBTT¾PSFQBSUJEBTQFMBTW¼SJBTBÂÐFTEB6&, assumindo particular relevo as despe-
sas com o financiamento das políticas da União (política agrícola comum, política regional,
etc.). Entre as receitas e as despesas verifica-se o princípio do FRVJMÈCSJPPSÂBNFOUBM: EFT-
QFTBTJHVBJT»TSFDFJUBT.
A entrada de novos países na UE e a necessidade de dar resposta aos desafios decor-
rentes da recente crise económica, no contexto mais geral da globalização, pode exigir a
necessidade de rever a contribuição dos Estados para o orçamento e a distribuição dos meios
financeiros de apoio às políticas da União.

As políticas europeias e os fundos europeus


Sendo o progresso económico e social uma finalidade da UE, há da parte desta uma atua-
ção, conjugada com os Estados-Membros, no sentido de desenvolver as ações necessárias à
concretização desse objetivo — as chamadas QPMÈUJDBTFVSPQFJBT:
šQPMÈUJDBTEFDPFT¾PPVEFTPMJEBSJFEBEF, no domínio regional, agrícola e social;
šQPMÈUJDBTRVFQSPNPWBNPEFTFOWPMWJNFOUPTVTUFOU¼WFM, nas áreas da inovação tec-
nológica, do ambiente e da energia.
Para a execução das suas políticas, a UE utiliza verbas disponibilizadas pelo orçamento,
através dos GVOEPTFVSPQFVT.

'VOEPTFVSPQFVT são JOTUSVNFOUPTЯOBODFJSPT da UE que BQPJBNPЯOBODJBNFOUPEF


JOWFTUJNFOUPTQÕCMJDPT e QSJWBEPTOPT&TUBEPT.FNCSPTFOBTTVBTSFHJÐFT: infraestru-
turas, modernização de setores e empresas, qualificação dos recursos humanos, preserva-
ção ambiental, energias renováveis, etc. Têm como GJOBMJEBEFT: incentivar o crescimento
da economia europeia e a inovação, reduzir as desigualdades de desenvolvimento entre as
regiões e os Estados-Membros e melhorar os níveis de bem-estar dos cidadãos.
Os fundos europeus são constituídos pelos GVOEPTFTUSVUVSBJT e pelo 'VOEPEF$PFT¾P.

Fundos estruturais — finalidades

š'VOEP4PDJBM&VSPQFV '4&
— favorecer a inserção profissional dos desempregados e
melhorar a qualificação através do financiamento de ações de formação.
š'VOEP&VSPQFVEF%FTFOWPMWJNFOUP3FHJPOBM '&%&3
— financiar projetos de desen-
volvimento local e regional, apoiar o investimento nas regiões deprimidas, etc.
58
UNIDADE 12 / A ECONOMIA PORTUGUESA NO CONTEXTO DA UNIÃO EUROPEIA

š'VOEP&VSPQFV"HSÈDPMBEF%FTFOWPMWJNFOUP3VSBM '&"%&3 FYr'&0("


— financiar
ações de desenvolvimento rural e de modernização das estruturas agrícolas.
š'VOEP&VSPQFVQBSBB1FTDB '&1 RVFWFJPBTVCTUJUVJSP*'01
— apoiar financeira-
mente projetos de proteção dos recursos da pesca, de desenvolvimento da aquicultura,
de reestruturação das frotas pesqueiras, etc.

Fundo de coesão
Este fundo pretende financiar projetos em infraestruturas de transportes e na área do
ambiente nos QBÈTFTNFOPTQSÎTQFSPTEB6& (países da coesão, em que o RNB por habitante é
inferior a 90% da média europeia): Portugal, Grécia, Eslováquia, Lituânia, Polónia, Roménia, etc.
A existência e a aplicação dos fundos europeus refletem o QSJODÈQJPEBTPMJEBSJFEBEFGJOBO-
DFJSB EB 6& USBOTGFSÅODJB QBSB BT SFHJÐFT NFOPT EFTFOWPMWJEBT EF NFJPT GJOBODFJSPT RVF
T¾PDPOUSJCVUPEFUPEPTPT&TUBEPT.FNCSPT FNQBSUJDVMBSEBRVFMFTRVFNBJPS3/#UÅN.
Os alargamentos da UE a países com menores níveis de desenvolvimento vão exigir maior
esforço de solidariedade, o que poderá significar um reforço do orçamento da UE. Se esse refor-
ço não for considerado, há o risco de desvio de parte dos fundos para estes novos países, o
que pode comprometer a política de coesão nos Estados, que até agora dela têm benefi-
ciado (casos de Portugal e Grécia).

Políticas europeias
"QPMÈUJDBSFHJPOBM
Reconhecendo a existência de desigualdades entre os países da UE e entre as suas
regiões, a União assumiu, no Tratado da União Europeia (1992), o PCKFUJWPEBDPFT¾PFDPOÎ
NJDBFTPDJBM, criando o já referido 'VOEPEF$PFT¾P. Para além deste fundo específico, aQPMÈ-
UJDBSFHJPOBMUBNCÄNÄBQPJBEBQFMPTSFTUBOUFTGVOEPTFVSPQFVT (em particular, o FEDER),
de forma a modernizar as estruturas económicas e sociais dos países menos desenvolvidos.

$PFT¾PFDPOÎNJDBFTPDJBM — redução das desigualdades de desenvolvimento entre os


países e regiões da UE, acompanhada da convergência dos níveis de rendimento médio e
dos padrões e qualidade de vida das populações.

"1PMÈUJDB"HSÈDPMB$PNVN 1"$

"VUPTTVGJDJÅODJB BMJNFOUBS  BVNFOUP EB QSPEVUJWJEBEF  QSFÂPT BDFTTÈWFJT QBSB PT


DPOTVNJEPSFTFSFOEJNFOUPFTU¼WFMEPTBHSJDVMUPSFT constituíram os principais objetivos
da PAC, para os quais os fundos europeus se revelaram indispensáveis.
Os bons resultados alcançados foram, no entanto, acompanhados de efeitos menos positi-
vos: formação de excedentes, desequilíbrios ambientais (devido às práticas agrícolas intensi-
vas) e menor competitividade face à concorrência de países terceiros.
Esta situação levou à introdução de mudanças na política agrícola, ou seja, à SFGPSNBEB
1"$: fixação de quotas para as produções onde havia excedentes (leite, por exemplo), subs-
tituição dos subsídios à produção pelos apoios aos rendimentos dos agricultores e a introdu-
ção de QS¼UJDBTBHSÈDPMBTNBJTDPNQBUÈWFJTDPNPBNCJFOUF.
As despesas agrícolas são cobertas pelo 'VOEP&VSPQFV"HSÈDPMBEF(BSBOUJB '&"("

e pelo'VOEP&VSPQFV"HSÈDPMBEF%FTFOWPMWJNFOUP3VSBM '&"%&3
.
59
"QPMÈUJDBDPNVNEFQFTDBT
O principal objetivo desta política é QSPUFHFS PT SFDVSTPT EB QFTDB  HBSBOUJOEP FN
TJNVMU½OFP P BCBTUFDJNFOUP BPT DPOTVNJEPSFT. Para alcançar estes objetivos, a UE tem
tomado um conjunto de medidas: estabelecimento de zonas de proteção, limitando a ativi-
dade da pesca, apoio à redução da capacidade das frotas e reforço do desenvolvimento da
aquicultura. Atendendo à consequente redução dos postos de trabalho na atividade pesqueira,
as medidas tomadas foram acompanhadas de programas de assistência financeira às pessoas
que tiveram de abandonar a pesca. A política comum de pescas é apoiada pelo 'VOEP
&VSPQFVQBSBB1FTDB '&1
.

"QPMÈUJDBTPDJBMFEFFNQSFHP
A globalização e a crise económica, que têm afetado a Europa, colocaram à UE a neces-
sidade de relançar o crescimento, em particular nos países sujeitos a programas de ajus-
tamento, dados os níveis de desemprego, de degradação das condições de trabalho e de
menor proteção social. Para o efeito, a Comissão Europeia lançou a Estratégia Europa 2020,
cujos objetivos (melhoria da educação, aumento do emprego e combate à pobreza e às desi-
gualdades sociais) se inscrevem nas ações a desenvolver pela QPMÈUJDB TPDJBM. A NFMIPSJB
EBTRVBMJGJDBÂÐFT, a BRVJTJ¾PEFOPWBTDPNQFUÅODJBT, a QSPUF¾PEPTEFTFNQSFHBEPT e
a QSPNP¾PEBJODMVT¾PTPDJBM, requisitos à coesão económica e social, são objetivos desta
política, apoiada financeiramente pelo 'VOEP4PDJBM&VSPQFV '4&
.

0VUSBTQPMÈUJDBTFVSPQFJBT
A UE desenvolve outras políticas que contribuem não só para a competitividade da econo-
mia europeia nos mercados mundiais, mas, também, para uma maior convergência económica
e social, como é o caso da QPMÈUJDBEFJOPWB¾P, da QPMÈUJDBBNCJFOUBM e da QPMÈUJDBEFFOFSHJB.

PORTUGAL NO CONTEXTO DA UNIÃO EUROPEIA


Sendo Portugal um Estado-Membro da UE e inserido na economia mundial, a análise do
desempenho da nossa economia terá de ser realizada no contexto da UE e no quadro mais
geral da mundialização económica.

A adesão à CEE (atual UE), o crescimento da economia


e a melhoria dos níveis de desenvolvimento
Taxa de crescimento real do PIB, em % A adesão à CEE (1986), possível pela consolidação
da democracia iniciada com o 25 de abril de 1974, e as
4 3,4 4,7 3,6
2,9 potencialidades criadas pelos fundos europeus rece-
3,4
Em percentagem

2 1,7 2,8 1,1 bidos e pelo mercado único abriram novas oportuni-
0 dades ao crescimento da economia portuguesa.
-0,6
-2 -3,0 -2,7
-4 -4,6
1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 A crise financeira e económica,
iniciada em 2008, repercutiu-se
UE Portugal
Fonte: Pordata, 2013 nos valores apresentados.
60
UNIDADE 12 / A ECONOMIA PORTUGUESA NO CONTEXTO DA UNIÃO EUROPEIA

Fundos estruturais, em % do PIB


4,0
3,6 3,5
3,5
Em percentagem

3,0 2,7 2,6


2,5
2,1
2,0 1,8 1,9
1,6 Os fundos europeus representam um apoio
1,5 importante no desenvolvimento da economia
1993-1999 1994-1999 2000-2006 2008 2009 2010 2011 2012 portuguesa.
Fonte: Banco de Portugal, AIP e Comissão Europeia

Taxa de mortalidade infantil, em ‰


80 77,5
70
60
Em permilagem

50
40
30 24,3
A evolução da taxa de mortalidade infantil
20
10,9 permite avaliar as condições sanitárias e de
10 5,5 assistência na saúde, sendo um dos indicadores
2,5 3,4
0 mais utilizados na avaliação do nível de desen-
1960 1980 1990 2000 2010 2012 volvimento económico-social dos países.
Fonte: Pordata, 2013

População com 15 ou mais anos sem escolaridade, em %


80
70 66
60
Em percentagem

50
40
30 O número significativo de portugueses sem
23
qualquer nível de ensino nos anos mais recentes
20
11 encontra-se maioritariamente na faixa etária
9
10 superior aos 65 anos. A taxa de escolarização dos
3
0 mais jovens, nos vários níveis de ensino (à exce-
1960 1980 1985 2000 2010 ção do superior), ronda atualmente os 100%.
Fonte: INE (valores ajustados)

Evolução dos pensionistas (velhice, invalidez e sobrevivência)


da Segurança Social
3,0 3 milhões

2,5
2 milhões
Em milhões

2,0
1,5 A consagração da proteção social para todos
1 milhão
1,0 (na doença, velhice, viuvez, invalidez e desem-
0,5 187 mil
prego) está relacionada com a institucionali-
56 mil zação da democracia no nosso país e constitui
0
1960 1970 1976 1987 2010 um fator de coesão social.
Fonte: «Portugal: os Números», Maria João Valente Rosa e Paulo Chitas,
Fundação Francisco Manuel dos Santos
61
O crescimento e os desequilíbrios económicos
O BVNFOUPEBQSPDVSBJOUFSOB (consumo e investimento) constituiu um fator impulsio-
nador do crescimento da economia, mas, O¾PTFOEPBDPNQBOIBEPEPOFDFTT¼SJPBVNFOUP
EBQSPEVUJWJEBEF, apesar dos esforços realizados a nível da qualificação da mão de obra e
da inovação (para os quais os fundos europeus foram um importante instrumento financeiro),
deu origem a um conjunto de EFTFRVJMÈCSJPT (inflação, défice externo e endividamento), pois
a economia não gerou os recursos necessários ao financiamento do seu nível de despesa.

Produtividade em Portugal e na UE — taxa de variação, em %

9
8
7
Em percentagem

6
5
4
3
2
1
0
-1
Itália
Luxemb.
Malta
Bélgica
Espanha
França
Alemanha
Dinamarca
P. Baixos
Chipre
Áustria
Portugal
R. Unido
Finlândia
Grécia
Suécia
Irlanda
Eslovénia
Hungria
R. Checa
Polónia
Bulgária
Eslováquia
Letónia
Esltónia
Lituânia
Roménia
A convergência à média europeia
(até à adesão ao euro) reflete o
esforço de inovação e qualificação Média UE-27 (1995-1999) = 1,8% Média UE-27 (2000-2010) = 1,0%
realizado, para o qual os fundos
europeus foram essenciais. 1995-1999 2000-2010 Fonte: Augusto Mateus, ob. cit.

Saldos da Balança Corrente em Portugal e na UE, em % do PIB

10
8
6
4
Em percentagem

2
0
-2
-4
-6
-8
-10
-12
-14
O desequilíbrio das tro-
Chipre
Grécia
Portugal
Polónia
Espanha
Malta
Roménia
Itália
Eslováquia
R. Unido
R. Checa
França
Bulgária
Eslovénia
Irlanda
Hungria
Bélgica
Lituânia
Finlândia
Áustria
Letónia

Dinamarca
Alemanha
Suécia
P. Baixos
Luxemb.
Estónia

cas com o exterior re-


flete uma estrutura pro-
dutiva dependente do
exterior e uma menor Média UE-27 (2010) = -0,2%
competividade da eco-
nomia. 2002 2010 Fonte: Augusto Mateus, ob. cit.

A adesão à moeda única e o acentuar dos desequilíbrios económicos


Para aderir à moeda única, oQBÈTUFWFEFDVNQSJSPTDSJUÄSJPTEF.BBTUSJDIU, nomeada-
mente na EFTDJEBEBJOGMB¾P, através da subida das taxas de juro. 5FOEPDPOTFHVJEPUSB-
[FS B UBYB EF JOGMB¾P QBSB P OÈWFM QSÎYJNP EP FYJHJEP QFMPT DSJUÄSJPT EF DPOWFSHÅODJB,
Portugal QÏEFCBJYBSPWBMPSEBTUBYBTEFKVSP (no quadro de convergência na Zona Euro),
62
UNIDADE 12 / A ECONOMIA PORTUGUESA NO CONTEXTO DA UNIÃO EUROPEIA

que, associado às facilidades na concessão de DSÄEJUP e ao fornecimento de meios de financia-


mento externos à economia, constituiu um FTUÈNVMPBPDPOTVNPFBPJOWFTUJNFOUP, que,
por sua vez, se refletiu no BVNFOUP EB JOGMB¾P e EBT JNQPSUBÂÐFT  BVNFOUP FTTF O¾P
DPNQFOTBEPQFMBTFYQPSUBÂÐFT EBEBBTPCSFWBMPSJ[B¾PEPFVSP.
A consequente QFSEBEFDPNQFUJUJWJEBEF da economia refletiu-se no aumento do EÄGJDF
EB#BMBOÂB$PSSFOUF e no maior FOEJWJEBNFOUPFYUFSOP. Não tendo moeda própria, Portugal
não pôde recorrer ao instrumento da desvalorização cambial para repor a competitividade.

Evolução do endividamento externo em Portugal, em % do PIB

120
110
98
100
Em percentagem

80

60
44
40

20
9
0

2010
1999
1998

2009
2002

2005
2000

2003

2006

2008

2011
2004

2007
1997
1996
1995

2001

A perda de competitividade da eco-


nomia traduziu-se no maior endivi-
Fonte: AMECO, in A Crise, a Troika e as Alternativas Urgentes, Tinta da China damento externo.

A crise financeira e económica, o crescimento do défice orçamental


e da dívida pública
A crise financeira mundial desencadeada em 2007 e a crise económica que se lhe seguiu
(2008-2009) levaram a UE a incentivar os governos a tomar NFEJEBTEFBQPJP»BUJWJEBEF
FDPOÎNJDBFBPFNQSFHP,EFGPSNBBDPNCBUFSPTFGFJUPTSFDFTTJWPTEBDSJTF.
As medidas tomadas não foram, todavia, suficientes para impedir os FGFJUPT EB SFDFT-
T¾P, que se traduziram na RVFEB EP 1*# F OP BVNFOUP EP EFTFNQSFHP, na generalida-
de dos países europeus. Em Portugal, os efeitos recessivos foram também acompanhados de
um BVNFOUP EB EÈWJEB QÕCMJDB, em resultado do BVNFOUP EP EÄGJDF PSÂBNFOUBM (dado o
aumento das despesas sociais e do investimento, a par da diminuição das receitas fiscais, fruto
da quebra da atividade económica).

Défice orçamental, em % do PIB Dívida Pública, em % do PIB

2008 2009 2010 2011 2008 2009 2010 2011

Zona Euro –2,4 –6,9 –6,5 –4,4 Zona Euro 70,2 80,0 85,4 87,8
Irlanda –7,4 –13,9 –30,9 –13,4 Irlanda 44,5 64,9 92,2 106,4
Grécia –9,8 –15,6 –10,7 –9,4 Grécia 112,9 129,7 148,3 170,6
Portugal –3,6 –10,2 –9,8 –4,4 Portugal 71,7 83,2 93,5 108,1

Fonte: Eurostat, consultado em outubro de 2013 Fonte: Eurostat, consultado em outubro de 2013

A crise económica foi acompanhada pelo aumento do défice orçamental e da dívida pública, em particular nos
países da Zona Euro com estruturas económicas mais frágeis.
63
A acumulação da dívida externa, num contexto de crise internacional, levantou dúvidas
aos investidores internacionais quanto à capacidade de os Estados mais endividados cumpri-
rem as suas obrigações financeiras. Esse risco colocou SFTUSJÂÐFT»DPODFTT¾PEFDSÄEJUP e
à TVCJEBEBTUBYBTEFKVSP a cobrar pelos empréstimos concedidos.
Face ao agravamento das condições de financiamento, e não podendo proceder à des-
valorização interna da moeda, pela via da inflação (dada a prioridade da estabilidade dos
preços na UEM), esses Estados, para evitar a bancarrota, tiveram de solicitar BTTJTUÅODJB
GJOBODFJSBJOUFSOBDJPOBM — os chamados resgastes financeiros (primeiro a Grécia, depois a
Irlanda e, em 2011, Portugal).

O programa de assistência financeira a Portugal


Pertencendo Portugal à Área do Euro, as necessidades de financiamento da nossa econo-
mia foram asseguradas através de um FNQSÄTUJNPOFHPDJBEPKVOUPEBTJOTUJUVJÂÐFTFVSP-
QFJBT $PNJTT¾P&VSPQFJBF#$&
FEP'VOEP.POFU¼SJP*OUFSOBDJPOBM FNNBJPEFȤȢȣȣ 
NFEJBOUFBPCSJHB¾PEFDVNQSJNFOUPEFVNQSPHSBNBEFNFEJEBTFDPOÎNJDBT, cujos
objetivos se centraram na redução do défice orçamental e do endividamento do Estado.
As NFEJEBTEFBKVTUBNFOUP tomadas assentaram na EJNJOVJ¾PEBTEFTQFTBTEP&TUB-
EP (cortes nos salários dos funcionários do Estado, nas pensões, redução do subsídio de
desemprego, diminuição dos investimentos públicos, entre outros exemplos), no BVNFOUP
EPTJNQPTUPT (aumento do IVA e do IRS) e na introdução de BMUFSBÂÐFTOPNFSDBEPEFUSB-
CBMIP (aumento do número de horas e maior facilidade nos despedimentos, por exemplo).
As NFEJEBT DPOUSBDJPOJTUBT tomadas traduziram-se na RVFEB EB QSPDVSB JOUFSOB (con-
sumo e investimento), acentuando a recessão económica: RVFCSB EB BUJWJEBEF FDPOÎNJDB,
falências, fecho de empresas, BVNFOUPEPEFTFNQSFHPeRVFEBEPTSFOEJNFOUPT. Em con-
trapartida, e fruto da menor procura interna, registou-se uma diminuição significativa das
importações, que, conjugada com o aumento a nível das exportações, permitiu reduzir o défice
da Balança de Bens e, assim, EJNJOVJSPEFTFRVJMÈCSJPEBTUSPDBTDPNPFYUFSJPS.

PIB per capita em Portugal — taxas de variação, em % Taxa de desemprego


em Portugal, em %
2 1,9
2008 7,6
1
Em percentagem

0 2009 9,5

-1
2010 10,8
-1,4
-2
2011 12,7
-3
-3,0 -3,0
2009 2010 2011 2012 2012 15,7
Fonte: Pordata, consultado em outubro de 2013
Fonte: INE, 2013

A recessão económica traduziu-se na queda do PIB per capita. A queda acentuada da atividade económica,
acompanhada pelo fecho de empresas, ori-
ginou desemprego crescente.

64
UNIDADE 12 / A ECONOMIA PORTUGUESA NO CONTEXTO DA UNIÃO EUROPEIA

Importações e exportações de bens e saldo da Balança de Bens em Portugal


(preços correntes, em milhares de euros)
Saldo
Em milhares de euros 10 000 2000

8000 0

6000 -2000

A evolução positiva das exporta-


4000 -4000 ções e a queda das importações
Jan. 2010 Jul. 2010 Jan. 2011 Jul. 2011 Jan. 2012 Jul. 2012 Jan. 2013
contribuiu para a melhoria do saldo
Saldo Importações Exportações da Balança de Bens.
Fonte: INE, junho de 2013

O crescimento e a dívida pública na Zona Euro


Em resultado dos efeitos recessivos das medidas tomadas, verificou-se a queda do PIB, o
que originou um aumento do peso da dívida pública, contrariando o programa de assistência
financeira.
Esta situação veio colocar aos países intervencionados, em particular a Grécia e Portugal,
EPJTEFTBGJPTEJGÈDFJTEFDPNQBUJCJMJ[BS: aTVTUFOUBCJMJEBEFEBTTVBTEÈWJEBTe aOFDFTTJ-
EBEFEFDSFTDJNFOUP, ou seja, pagar a dívida exige que as economias cresçam mas, por sua
vez, a dimensão da dívida impede a recuperação das economias.

PIB a preços constantes (base = 2005) em Portugal e na Grécia — taxas de variação, em %

Portugal Grécia
A queda da atividade económica,
2011 –1,6 –7,1 em resultado das políticas contra-
cionistas, traduziu-se no decrésci-
2012 –3,2 –6,4 mo do PIB.

Fonte: Portada, consultado em 2013

Dívida pública em Portugal e na Grécia, em % do PIB

200
171 177
Em percentagem

150
119 125*
108
100

50
n.d.
0
2011 2012 2013 A queda do PIB origina que o peso
da dívida pública tenha vindo a
Portugal Grécia aumentar.
* Valor provisório Fonte: AMECO e Banco de Portugal
65
FICHA FORMATIVA 12

1. A integração económica constitui uma forma de relacionamento utilizada pelos países


de uma determinada zona geográfica como forma de QPUFODJBS BT TVBT FDPOPNJBT 
BUSBWÄT EF SFMBÂÐFT CBTFBEBT OB DPPQFSB¾P. A integração pode assumir formas
diversas em função do grau de integração pretendido.
1.1 Apresenta uma noção de integração económica.
1.2 Explica o significado da frase destacada.
1.3 Ordena, por grau decrescente de integração:
a. União aduaneira
b. Sistema de preferências aduaneiras
c. União política
d. Zona de comércio livre
e. União económica
f. Mercado comum

2. A ideia de uma Europa unida surgiu no fim da II Guerra Mundial, com a criação da Comu-
nidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), que, uns anos mais tarde, deu origem à
$&&, RVF QPSTVBWF[ SFQSFTFOUPV BPMPOHPEPUFNQPEBTVBWJHÅODJB VNBQSP-
GVOEBNFOUPEBJOUFHSB¾PFDPOÎNJDBFVSPQFJB.
2.1 Indica as finalidades do projeto de uma Europa unida.
2.2 Explicita o objetivo da CECA.
2.3 Justifica a afirmação destacada.

3. "DSJB¾PEPFVSPDPOTUJUVJSJB, na ótica das instituições europeias, VNFMFNFOUPQP-


UFODJBEPSEPNFSDBEPÕOJDP. Mas, a adesão ao euro está dependente do cumprimento
de um conjunto de critérios que perduram, através do Pacto de Estabilidade e Cresci-
mento (PEC), para os países que pertencem à Área do Euro.
3.1 Explicita o conteúdo económico do mercado único.
3.2 Justifica a afirmação destacada.
3.3 Explica o significado do PEC para os países pertencentes à Área do Euro.

4. Os fundos europeus constituem os instrumentos financeiros das políticas europeias e


traduzem o princípio da solidariedade financeira da União Europeia.
4.1 Relaciona os fundos europeus com o princípio da solidariedade financeira.
4.2 Um dos objetivos das políticas europeias é a coesão económica e social.
Explicita o conteúdo da coesão económica e social na União Europeia.
4.3 Explica como a política regional pode contribuir para o objetivo da coesão.

/PUB Para a resolução desta ficha consulta também as páginas 236 a 293 do manual.
66
UNIDADE 12 / A ECONOMIA PORTUGUESA NO CONTEXTO DA UNIÃO EUROPEIA

5. Lê o texto e observa o gráfico que se segue.

¼Fehjk]Wb"i[dZekcZeifW‡i[iZWYe[i€e"fŽZ[X[d[\_Y_WhZ[jhWdi\[h…dY_WiZWKd_€e;khe-
f[_WWjhWlƒiZei\kdZei[khef[ki"cWieiWbWh]Wc[djeiZWKd_€eWeifW‡i[iZeY[djhe[b[ij[
[khef[k_d\bk[dY_WhWcecel_c[djeZ[iiWijhWdi\[h…dY_WifWhWedeiiefW‡i$½

Transferências da UE: comparação entre Portugal


e os outros países da coesão, de 1992 a 2010

4
Em percentagem

1
1996
1992

1995

1999
1998
1993
1994

1997

2010
2007
2000

2002

2005
2004

2006

2008
2009
2003
2001

Portugal Países da coesão

Fonte: 25 anos de Portugal Europeu, Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2013

Explica a evolução das transferências da União Europeia para Portugal, tendo em


conta o texto acima e os valores apresentados.

6. A crise económica que atravessa a economia europeia teve repercussões a nível do mer-
cado de trabalho. Considera o gráfico.

Empregos perdidos e empregos criados na UE,


de 2008 a 2012, por trimestre
Empregos perdidos Empregos criados Diferença
300 000

200 000

100 000

-100 000

-200 000
1.0 T 2.0 T 3.0 T 4.0 T 1.0 T 2.0 T 3.0 T 4.0 T 1.0 T 2.0 T 3.0 T 4.0 T 1.0 T 2.0 T 3.0 T 4.0 T 1.0 T 2.0 T
2008 2009 2010 2011 2012

Empregos perdidos Empregos criados Diferença

Fonte: European Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions, 2013

6.1 Analisa o gráfico e retira conclusões.


6.2 Explica como a política social da União Europeia pode atuar na área do mercado de
emprego.

67
7. A convergência de Portugal com a média europeia pode ser observada pela evolução
do consumo per capita e do produto per capita, medidos em paridades de poder de
compra.
A evolução pode ser observada no gráfico seguinte.

Convergência de Portugal à média europeia,


de 1986 a 2010 (UE-27 = 100)
Consumo per capita PIB per capita
100
95
90
85
80
75
70
65
60

2000

2002

2005
2006

2008
2009
2003
2004

2007
1986

1988
1989
1990

1992

1995
1996

1998
1999

2001

2010
1993
1987

1994

1997
1991

Consumo per capita PIB per capita

Fonte: 25 anos de Portugal Europeu, ob. cit.

7.1 A convergência da economia portuguesa à média europeia foi mais intensa no consu-
mo do que na produção, no período considerado.
Justifica a afirmação com valores a partir do gráfico.
7.2 Compara, apresentando os valores adequados, o nível de convergência da nossa eco-
nomia no período inicial da adesão à UE e em 2010.

68
TESTE DE AVALIAÇÃO 12

GRUPO I

As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma
está correta. Assinala-a com X.

1. Num processo de integração económica entre dois ou mais países, a implementação da livre
circulação de mercadorias, de serviços, de capitais e de pessoas traduz-se na criação de
(A) uma zona de comércio livre.
(B) um mercado comum.
(C) uma união aduaneira.
(D) um sistema de preferências aduaneiras.
Exame Nacional de 2013 – 2.a fase

2. O Ato Único Europeu, assinado em 1986, fixou como grande objetivo


(A) a instituição de uma política externa e de segurança comum.
(B) a instauração de uma cidadania europeia única.
(C) a introdução de direitos aduaneiros no espaço da União Europeia.
(D) a concretização de um Mercado Único Europeu.
Exame Nacional de 2012 – 1.a fase

3. A Comissão Europeia é a instituição da União Europeia que tem, entre outras, a função de
(A) assegurar a estabilidade dos preços na Área do Euro.
(B) garantir a aplicação dos tratados da União Europeia.
(C) definir as taxas de juro na Área do Euro.
(D) gerir a política monetária da União Europeia.
Exame Nacional de 2013 – 1.a fase

4. O princípio orientador da ação da UE, que consiste em promover o desenvolvimento harmo-


nioso através da progressiva aproximação dos níveis de rendimento médio e de qualidade
de vida das populações das regiões de cada um dos Estados-Membros, designa-se por
(A) coesão económica e social.
(B) convergência nominal.
(C) subsidiariedade estrutural.
(D) solidariedade monetária e fiscal.
Exame Nacional de 2013 – 1.a fase

5. O processo de alargamento da UE, em 2004, implicou vários desafios, nomeadamente o de


(A) reconstrução da Europa Ocidental.
(B) reorientação dos fundos comunitários.
(C) reforço da soberania política de cada um dos Estados-Membros.
(D) reforço da soberania monetária de cada um dos Estados-Membros.
Exame Nacional de 2012 – 2.a fase

/PUB Para a resolução deste teste consulta também as páginas 236 a 293 do manual.
69
GRUPO II
1. Lê o seguinte texto e analisa os gráficos anexos.

¼;cXehWi[j[d^Wch[]_ijWZeW`kijWc[djeiYecWb]kci_]d_\_YWZedW[ijhkjkhWfheZkj_lWfeh-
jk]k[iWWebed]eZei‘bj_ceiWdei"eh_jceZ[ii[cel_c[dje\e_h[bWj_lWc[dj[b[dje[WckZWd‚W
Z[fWZh€eZ[[if[Y_Wb_pW‚€ed€e\e_j€e_dj[diWgkWdjeed[Y[ii|h_e"}bkpZWiYedZ_‚[iZ[Yed-
Yehh…dY_WZW[Yedec_WdWY_edWb}[iYWbW]beXWb[ZWKd_€e;khef[_WWbWh]WZW$½
7ii[cXb[_WZWH[f‘Xb_YW"GkWZheZ[H[\[h…dY_W;ijhWjƒ]_YeDWY_edWb"Ĥģģĩ#Ĥģĕĥ"
inmmm$fWhbWc[dje$fjWZWfjWZeYedikbjWZe[cekjkXheZ[ĤģĕĤ

O 2VBESP ȣ apresenta dados relativos às exportações portuguesas, em 2000 e em 2010.


O 2VBESPȤ apresenta dados relativos à população empregada com o ensino superior, em
Portugal e na União Europeia, em 2003 e em 2010. O 2VBESPȥ apresenta dados relativos ao
investimento em investigação e desenvolvimento (I&D) e ao número de patentes registadas
no Sistema Europeu de Patentes, em Portugal e na União Europeia, em 2000 e em 2010.

Quadro 1 Quadro 2

Exportações portuguesas 2000 2010 População empregada


Bens e serviços (em % do PIB) 29,1 31,5 (15-64 anos) com o ensino 2003 2010
superior (em % do total)
Exportações portuguesas por grau de intensidade
tecnológica (em % do total)
Portugal 13,3 19,0
Produtos de baixa tecnologia 44,2 37,4
Produtos de média-baixa tecnologia 14,3 24,2
Produtos de média-alta tecnologia 31,2 30,6 UE-27 24,4 29,6
Produtos de alta tecnologia 10,3 7,8
Fonte: Ministério da Economia e do Emprego, Ficha de Competitividade, Fonte: Eurostat, in http://epp.eurostat.ec.europa.eu (adaptado)
dezembro de 2011, in www.gee.min-economia.pt (adaptado) (consultado em outubro de 2012)
(consultado em outubro de 2012)

Quadro 3

Portugal UE-27
Rubricas
2000 2010 2000 2010

Investimento em I&D (em % do PIB) 0,7 1,6 1,9 2,0

Registo de patentes no Sistema Europeu


4,1 10,2 107,1 108,6
de Patentes (por milhão de habitantes)

Fonte: Eurostat, in http://epp.eurostat.ec.europa.eu (adaptado)


(consultado em outubro de 2012)

Explicita, com base nos documentos apresentados, as alterações verificadas nas exportações
portuguesas em 2010, face a 2000, considerando:
šo comportamento das exportações de bens e serviços e o comportamento das exportações
de produtos por grau de intensidade tecnológica;
štrês aspetos que possam explicar esses comportamentos em Portugal, comparando o
desempenho desses aspetos em Portugal e na UE a 27 Estados-Membros.
Exame Nacional de 2013 – 1.a fase (adaptado)
70
UNIDADE 12 / A ECONOMIA PORTUGUESA NO CONTEXTO DA UNIÃO EUROPEIA

2. Lê o texto que se segue.


«Com a adoção do Ato Único Europeu em 1986"eh[\eh‚eZWYe[i€e[YedŒc_YW[ieY_WbfWiiekWi[hkc
Zeifh_dY‡f_eiX|i_YeiZeceZ[beZ[Yedijhk‚€e[khef[_Wgk[i[fh[j[dZ[Wj_d]_h"YedZkp_dZeWkc]hWk
cW_i[b[lWZeZ[_dj[]hW‚€eZWi[Yedec_WidWY_edW_i[h[]_edW_i"YeckcWfhe]h[ii_lWWfhen_cW‚€eZei
d‡l[_iZ[h[dZ_c[djecƒZ_e[ZeifWZh[i[gkWb_ZWZ[Z[l_ZWZWifefkbW‚[i$½

C_d_ijƒh_eZe7cX_[dj["Feb‡j_YW[9e[i€edeFŒi#(&')":eYkc[djed$±)%(&&/"
inmmm$Zff$fjWZWfjWZeYedikbjWZe[cZ[p[cXheZ[(&''

O 2VBESPȦ refere-se ao PIB por habitante em alguns países da União Europeia, em 2010.

Quadro 4
PIB por habitante (UE-27 = 100)

Alguns países da UE 2010

Alemanha 118
Holanda 133
Hungria 65
Bulgária 44
Fonte: Eurostat, Newsrelease, 13 de dezembro de 2011,
in http://epp.eurostat.ec.europa.eu (adaptado)
(consultado em dezembro de 2011)

Explica, com base nos documentos, a importância do princípio da coesão económica e social.
Exame Nacional de 2012 – 2.a fase (adaptado)

3. O 2VBESPȧ apresenta as sucessivas etapas de alargamento da Comunidade Económica Europeia/


União Europeia, bem como alguns factos a elas associados.

Quadro 5
Comparação das diferentes etapas de alargamento, em %

Evolução do PIB
Etapas de alargamento Aumento da população
por habitante

De 6 para 9 Estados-Membros 32 –3
De 9 para 12 Estados-Membros 22 –6
De 12 para 15 Estados-Membros 11 –3
[a]
De 15 para 27 Estados-Membros 29 –16
[a]
Alargamento ocorrido em 2004 e completado em 2007 com a entrada da Roménia e da Bulgária.

Fonte: Pierre Jacquet et al., Questions européennes, 2000 (adaptado)

Explica, a partir do Quadro 5, duas das consequências para a União Europeia decorrentes do último
alargamento, por comparação com os alargamentos anteriores.
Exame Nacional de 2012 – 1.a fase (adaptado)
71
SOLUÇÕES
FICHA FORMATIVA 8 (pág. 7) É da parte restante — a poupança — que se poderá retirar o capital
para investimento em novos bens e tecnologias e, assim, aumentar
1. Atividade económica é o conjunto das atividades desempenha- o potencial das economias. Sem a reposição do que foi gasto e sem
das pelos agentes económicos. Assim, produzir, repartir o resul- novos investimentos não haverá crescimento das economias.
tado do rendimento criado no ato produtivo, consumir, poupar,
6. A função económica das Famílias consiste em consumir os bens
investir ou trocar bens com o Resto do Mundo são exemplos de
atividades que no seu conjunto formam a atividade económica e os serviços de que carecem para a satisfação das suas necessi-
de um país. dades. Esta é a sua função principal. Todavia, através da aplicação
das suas poupanças, as Famílias poderão também participar na
2. As operações económicas fundamentais são: atividade económica.
nBTPQFSB˨̯FTTPCSFCFOTFTFSWJ˨PT QSPEV˨˗P EJTUSJCVJ˨˗PF 7. As Empresas Não Financeiras produzem bens e prestam serviços não
consumo de bens e serviços); financeiros e as Instituições Financeiras prestam serviços financeiros.
nBTPQFSB˨̯FTEFSFQBSUJ˨˗PEPWBMPSDSJBEP QBHBNFOUPSFDFCJ-
8. 03FTUPEP.VOEP˭VNBHFOUFFDPO̬NJDPEBNBJPSJNQPSU˕ODJB
mento de salários, impostos e subsídios);
para as economias pois, através das trocas de bens, serviços e
nBTPQFSB˨̯FTGJOBODFJSBT EFQ̬TJUPTCBOD˔SJPT FNQS˭TUJNPT  capitais, a economia nacional pode obter níveis de bem-estar e
aplicações financeiras e investimento). rendimento superiores aos que teria com uma economia fechada.
Entre estes três tipos de operações existem interações que se 9. 0&TUBEPUFNGVO˨̯FTFDPO̬NJDBTFTPDJBJTRVFFYFDVUBBUSBW˭T
podem verificar no seguinte exemplo: uma empresa produz bens da redistribuição do rendimento, como o recebimento de impostos
alimentares, distribui-os pelos supermercados e outros locais de e o pagamento de subsídios. Estas funções são importantes por
venda, onde os agentes económicos os adquirem para consumo. questões de equidade.
Desse ato produtivo resultam rendimentos que são repartidos
pelos agentes intervenientes na produção — trabalhadores e 10. Entre as Famílias e os outros agentes económicos verificam-se as
capitalistas: os primeiros auferem salários e os outros auferem seguintes interações:
lucros e outros rendimentos do capital. Aos rendimentos recebi- Ordenados + Depósitos + Seguros +
Rendas + Lucros Amortizações + Juros
dos poder-se-ão juntar alguns subsídios distribuídos pelo Estado.
Sobre o valor dos rendimentos pagar-se-ão impostos. Mas, para
EMPRESAS NÃO INSTITUIÇÕES
completar este circuito, é necessário que a empresa retenha uma FAMÍLIAS
FINANCEIRAS
FAMÍLIAS
FINANCEIRAS
parte do rendimento e que as famílias poupem, para que desse
montante poupado e depositado, a empresa, através de emprésti- Despesas Indemnizações + Juros +
mos pedidos aos bancos e de outros meios, consiga o investimento de consumo + Ordenados +
Investimento Empréstimos
necessário para reiniciar a sua produção.
Vencimentos +
3. Vejamos um exemplo. Para as nossas necessidades de cultura, Apoios sociais
adquirimos livros, vemos filmes, vamos a museus e concertos, por
FYFNQMP DPOTVNPPQFSB˨˗PTPCSFCFOTFTFSWJ˨PT
1BSBUBM˭ FAMÍLIAS ESTADO

necessário que empresas editem livros, produzam filmes, orga-


Impostos + Contribuições
OJ[FNFYQPTJ˨̯FTFQSPNPWBNDPODFSUPT QSPEV˨˗PPQFSB˨˗P para a Segurança Social
sobre bens e serviços). As empresas que produziram esses bens e
serviços terão de repartir os resultados da sua produção pelos que 11. 0TGMVYPTSFBJTSFQSFTFOUBNBTJOUFSB˨̯FTNBUFSJBJTSFBMJ[BEBT
nela colaboraram, distribuindo salários, lucros e eventualmente FOUSFPTBHFOUFTFDPO̬NJDPT BTGBN̆MJBTDFEFNUSBCBMIPFDBQJUBM
rendas, e pagar, ao Estado, impostos e contribuições para a Segu- às empresas e estas disponibilizam bens e serviços às famílias).
SBO˨B4PDJBM SFDFCFOEP QPSTVBWF[ BMHVOTTVCT̆EJPT SFQBSUJ˨˗P 0TGMVYPTNPOFU˔SJPTSFQSFTFOUBNBDPOUSBQBSUJEBFNWBMPSNPOF-
operação de repartição). No entanto, para que toda esta engre- tário dos respetivos fluxos reais.
nagem seja possível, é indispensável que haja poupança porque 12.1 (compras)
só assim se poderá repor o que foi gasto na produção e adquirir 300
PVUSPTCFOTQBSBPGVODJPOBNFOUPEBFDPOPNJB BDVNVMB˨˗PF FAMÍLIAS EMPRESAS
JOWFTUJNFOUPPQFSB˨̯FTGJOBODFJSBT
0FYFNQMPEFNPOTUSBRVF 200 + 50 + 50
a função consumo é uma das mais importantes operações sobre (Salários + Juros + Lucros)
bens e serviços e, por arrastamento, das outras operações, pois
12.2 Produto = Rendimento = Despesa = 300 u.m.
toda a atividade económica resulta da satisfação das necessidades
dos consumidores, de que o consumo é o meio. Produto = Valor dos bens produzidos = 300 u.m.
Rendimento = Rendimentos distribuídos e recebidos
4. É através da repartição do rendimento em salários, rendas, juros e
pelas Famílias = 200 + 50 + 50 = 300 u.m.
lucros que os agentes económicos podem realizar as suas funções
Despesa = Compras feitas pelas Famílias = 300 u.m.
e dinamizar a atividade económica. Assim, os trabalhadores, ao
receberem os seus salários, podem adquirir os bens e serviços de 13.1 Produto = Rendimento = Despesa
que necessitam, dando «ordens de produção» às empresas. Estas, 3FOEJNFOUP3FOEJNFOUPTEPUSBCBMIP TBM˔SJPT
 3FOEJNFOUPT
com os lucros obtidos e empréstimos pedidos aos bancos, poderão do capital
continuar a produzir o que as populações necessitam. 200 u.m. = 150 u.m. + Rendimentos do capital
Rendimentos do capital = 50 u.m.
5. Do rendimento recebido, os agentes económicos vão consumir
uma parte na aquisição dos bens e serviços de que necessitam. 13.2 Despesa = 200 u.m.
72
14. Produto = Rendimento = Despesa o é a igualdade fundamental 3.2
que representa equilíbrio numa economia, um dos princípios em
que assenta a ciência económica. De facto, o produto realizado cria Famílias
valor, que terá de ser distribuído pelos que para ele contribuíram
Empregos Recursos
USBCBMIPFDBQJUBM
FRVFDPSSFTQPOEFBPSFOEJNFOUP$PNFTTF
rendimento distribuído, os agentes irão fazer as suas despesas de Cont. Seg. Social = 500 Salários = 70 000
consumo para aquisição do produto realizado. Impostos = 15 000 Vencimentos = 15 000
Compras = 73 500 Subsídios = 4 000

89 000 89 000
TESTE DE AVALIAÇÃO 8 (págs. 8 a 10) Empresas
GRUPO I Empregos Recursos
1. %
2. %
 3. "
 4. $
5. $
 Salários = 70 000 $PNQSBT &TUBEP
= 3 000
Impostos = 5 000 $PNQSBT 'BN̆MJBT
= 73 500
Cont. Seg. Social = 1 500
76 500
GRUPO II 76 500
1. Estado
Agentes Empregos Recursos
Funções Operações
económicos
Vencimentos = 15 000 $POU4FH4PDJBM 'BN̆MJBT
= 500
Sobre bens e Subsídios = 4 000 $POU4FH4PDJBM &NQSFTBT
= 1 500
Famílias Consumir
serviços Compras = 3 000 *NQPTUPT 'BN̆MJBT
= 15 000
Empresas Produzir bens e prestar Sobre bens e *NQPTUPT &NQSFTBT
= 5 000
Não Financeiras serviços não financeiros serviços 22 000
22 000
Instituições Prestar serviços
Financeiras
Financeiras financeiros
3.3 4˗PFYFNQMPTEFPQFSB˨̯FTEFSFQBSUJ˨˗PQBHBNFOUPSFDFCJNFO-
Administrações Redistribuir
De repartição UPEFTBM˔SJPTFWFODJNFOUPTQBHBNFOUPSFDFCJNFOUPEFJNQPT-
Públicas o rendimento
tos, subsídios e contribuições para a Segurança Social.
Sobre bens
Trocar bens,
Resto do Mundo e serviços
serviços e capitais
e financeiras FICHA FORMATIVA 9 (págs. 19 a 21)
2. 1.1 A Contabilidade Nacional apresenta de forma quantificada o fun-
Trabalho e capital
cionamento global de uma economia. É, portanto, um instrumento
fundamental de medida da atividade económica de um país.
Despesas de consumo 1.2 É com base no conhecimento do funcionamento da economia que
FAMÍLIAS EMPRESAS os decisores podem tomar medidas para a sua eventual correção,
Salários, lucros e rendas ajustamento e dinamização. Toda a intervenção dos governos deve-
rá ser feita com base na eficiência, pelo que se torna imprescindível
Bens o conhecimento da realidade económica do país.

3.1 2. 04&$ 95˭EFSFGFSˮODJBDVNQSJNFOUPPCSJHBU̬SJPFN1PSUVHBM


porque é o sistema de contabilidade dos países da União Europeia,
Salários = 70 000 de que Portugal faz parte. Para que a União Europeia possa avaliar
FAMÍLIAS EMPRESAS a situação económica dos países que a integram, é necessário o
Compras = 73 500
mesmo critério de medição dos agregados macroeconómicos de
Ve

todos os Países-Membros.
0
Su
Co

0
nc

50
00

00
bs
n

im
t. S

=1
Im

=3
ídi

50

3.1 Território económico é aquele onde é contabilizada a atividade


en
po

eg

ial
os

tos

ras

s=
sto

.S

c
=4

económica. Território geográfico não coincide com o conceito de


So
mp

sto
=1
oc
s

00

g.
=1

50

po
ial

Co

UFSSJU̬SJPFDPO̬NJDP0UFSSJU̬SJPHFPHS˔GJDPGB[QBSUFEPUFSSJU̬SJP
Se
0
50

Im
00
=5

nt.
00

económico, sendo este último mais abrangente, envolvendo, por


00

Co

exemplo, as embaixadas nacionais localizadas no estrangeiro, as


ESTADO
zonas francas fora do território geográfico, entre outras situações.
3.2 Residente é todo o agente que tem uma função específica na ati-
WJEBEFFDPO̬NJDB QPEFOEPTFSFTUSBOHFJSP
FSFBMJ[BPQFSB˨̯FT
económicas no território económico, ou a partir dele, há mais de

73
SOLUÇÕES

um ano. Pode ser uma empresa portuguesa a produzir em território contabilizássemos o valor final de todos os produtos cometería-
nacional ou uma empresa estrangeira que funcione em território mos o erro da múltipla contagem porque muitos bens incorporam
nacional há mais de um ano. outros, já contabilizados.
3.3 Unidade institucional é uma unidade de produção que goza de auto- 9.
nomia no exercício das suas funções e setor institucional é o conjunto
das unidades institucionais que executam as mesmas funções. Produção Consumos
Empresas VA
final intermédios
3.4 Unidade de produção homogénea é toda a unidade produtiva que
A 2 000 300 1 700
produz bens semelhantes.
3.5 Ramo de produção é um conjunto das unidades de produção B 30 000 6 000 24 000
homogéneas. C 8 500 1 200 7 300
4. 4˗PWFSEBEFJSBTBTBGJSNB˨̯FT "
 $
 &
 '
F (

5. Setores institucionais são agrupamentos de unidades institucio- Produto = ¦ VA = 1700 + 24 000 + 7300 = 33 000 u.m.
nais, isto é, são agrupamentos de agentes económicos que têm
10.1 1SPEVUPJOUFSOP˭PQSPEVUPSFBMJ[BEPQFMPTSFTJEFOUFT OBDJPOBJT
funções específicas.
e estrangeiros) num determinado território económico. Produto
Ver o quadro «Caracterização simplificada dos setores institucio- nacional é o produto realizado pelos fatores produtivos nacionais,
nais», que se encontra na página 13. quer estejam em território económico nacional ou não.
6. Interessa à Contabilidade Nacional o comportamento do setor ins- 10.2 Produto líquido é o valor do produto bruto descontado o consumo
titucional e não de uma unidade institucional particular porque a de capital fixo.
Economia estuda o comportamento dos grandes agregados, visto
ser uma ciência social. 10.3 Produto a preços correntes é o produto contabilizado de acordo
com o nível dos preços do ano em causa. Produto a preços cons-
7. As três óticas pelas quais é possível calcular o valor do produto tantes é o produto a preços correntes deflacionado em relação a
são as seguintes: um ano base.
Ótica da produção — Somando-se o valor acrescentado de todas
11. 0QSPEVUPOBDJPOBM˭NBJTFMVDJEBUJWPEBSJRVF[BEFVNQB̆TEP
BTVOJEBEFTQSPEVUJWBT BHSVQBEBTFNSBNPTEFBUJWJEBEFFDPO̬-
que o produto interno na medida em que considera a produção
mica), ficamos a conhecer a estrutura setorial do produto, isto é, a
dos fatores produtivos nacionais.
origem e natureza dos bens produzidos e, naturalmente, o nível de
desenvolvimento do país. Através desta ótica ficamos a perceber, 12. 0QSPEVUPM̆RVJEPK˔DPOTJEFSBPDPOTVNPEFDBQJUBMGJYP PVTFKB 
por exemplo, se o valor do produto depende mais da agricultura, considera o desgaste que o equipamento produtivo sofreu, o que
EBJOE͔TUSJBPVEPTTFSWJ˨PT PVBJOEB BJNQPSU˕ODJBSFMBUJWBEF torna mais realista o valor do produto.
cada ramo de atividade. 13. Se apenas calcularmos o valor do produto a preços correntes, não
Ótica do rendimento — Corresponde ao somatório de todos os se poderá perceber a evolução da atividade económica de um país
rendimentos recebidos pelos fatores de produção. Através desta porque os valores encontram-se inflacionados de acordo com o
ótica ficamos com a informação sobre o modo como foi repartido o aumento do nível de preços ocorrido nesse ano na economia.
rendimento, isto é, a riqueza criada durante o processo de produção.
14. PILíquido= PIB – Consumo de capital fixo = 140 000 milhões de euros
Pela ótica do rendimento sabemos como o rendimento criado na
QSPEV˨˗P˭SFQBSUJEPQFMPTGBUPSFTQSPEVUJWPT USBCBMIPFDBQJUBM
 PNBruto = PIB + Saldo dos rendimentos com o Exterior
Ótica da despesa — Resulta do somatório de todas as despesas = 159 000 milhões de euros
de consumo realizadas por todos os agentes económicos. Por esta
PIB nominal
ótica ficamos a conhecer, portanto, o destino dado à produção 15. PIB real = u 100 = 165 049 milhões de euros
efetuada. Podemos responder, por exemplo, à seguinte questão: Deflator
€0TCFOTFTFSWJ˨PTQSPEV[JEPTEFTUJOBSBNTFBPDPOTVNPEBT 16.1 Rendimento disponível representa o rendimento de que os parti-
famílias, ao consumo público, ao investimento das empresas ou culares podem dispor para consumo e poupança. É o rendimento
foram exportados?» de que os particulares podem dispor depois de subtrair aos ren-
8.1 Método dos produtos finais e método dos valores acrescentados. EJNFOUPT EP USBCBMIP SFNVOFSB˨̯FT EP USBCBMIP
 EP DBQJUBM
Ao contabilizarmos o valor dos bens produzidos, ou consideramos SFOEJNFOUPTEFFNQSFTBTFQSPQSJFEBEF
FEBTUSBOTGFSˮODJBT
o valor desses outputs, bens que não vão sofrer mais transforma- DPSSFOUFT JOUFSOBTFFYUFSOBT
PWBMPSEPTJNQPTUPTEJSFUPTFEBT
ções — método dos produtos finais —, ou temos em conta o valor contribuições sociais.
que foi sendo sucessivamente acrescentado em todas as etapas do 16.2Rendimento disponível = 93 000 milhões de euros
processo de fabrico de bens — método dos valores acrescentados.
16.3 Poupança = 93 000 – 85 000 = 8000 milhões de euros
8.2 0N˭UPEPEPTWBMPSFTBDSFTDFOUBEPTQFSNJUFDPOIFDFSPDPOUSJ-
16.4 5BYBEFQPVQBO˨B FNEPSFOEJNFOUPEJTQPŎWFM
Ķ Ĵ
buto efetivo de cada unidade produtiva para o produto. Para tal,
teremos de subtrair os consumos intermédios ao valor da produção 17. Procura interna = 265 000 milhões de euros
final de cada unidade produtiva. Procura externa = 50 000 milhões de euros
8.3 0FSSPEBN͔MUJQMBDPOUBHFNDPOTJTUFFNDPOUBCJMJ[BSQPSNBJTEF
Procura externa líquida = –15 000 milhões de euros
uma vez alguns produtos. Pelo método dos produtos finais, o que Procura global = 315 000 milhões de euros
JOUFSFTTBQFSDFCFS˭PWBMPSGJOBMEBQSPEV˨˗P0CWJBNFOUF TF 18.1 Importações em t = 50 u.m.
74
18.2 Procura externa líquida em t = 100 u.m. GRUPO III
18.3 Despesa interna em t = 500 u.m. 1. &NİĮĮĵ P1*#QPSUVHVˮTSFHJTUPVVNBVNFOUPEFį ķ1BSBFTTF
500 – 450 aumento contribuíram positivamente as seguintes componentes
18.4 Taxa de crescimento nominal do PIB em t = uįĮĮįį į
450 da procura global: consumo privado, investimento e exportações,
19.1 A economia paralela é constituída por atividades em que não é DPNUBYBTEFDSFTDJNFOUP SFTQFUJWBNFOUF EFį ij ı ĶFĵ ĵ
possível registar com rigor, porque envolvem situações, como, por por outro lado, contribuíram negativamente o consumo público,
exemplo, as ilegais. A economia ilegal é uma variante da economia DPNVNBUBYBEFDSFTDJNFOUPOFHBUJWBEFoĮ į
TVCUFSS˕OFBFJODMVJBUJWJEBEFTJMFHBJTPVEFTFNQFOIBEBTEFGPSNB No entanto, esse aumento do PIB, quando comparado com os paí-
ilegal. Encontram-se neste grupo, por exemplo, o tráfico de droga ses da Área do Euro, é inferior, desde 2002, situação diferente da
e a prática ilegal de atos médicos. observada entre 1996 e 1999. Pode-se, então, verificar que a con-
19.2 &DPOPNJBTVCUFSS˕OFBOFTUFDBTP BTBUJWJEBEFTT˗PFYFSDJEBT vergência com os países da Área do Euro foi evidente entre 1996 e
com a intenção deliberada de fraude, podendo ser atividades legais 2000, e acompanhou o andamento com os referidos países entre
ou não. É exemplo o emprego de trabalhadores não legalizados, a 2000 e 2002, passando a divergir a partir de 2002.
quem se paga menos e não se desconta para a Segurança Social. Assim, o crescimento do PIB, em 2007, de que o aumento significativo
Economia informal: é um vasto setor da atividade económica que do investimento se destaca, não permitiu acompanhar o crescimento
envolve as atividades para autoconsumo, serviços de costura, ati- das economias da Área do Euro. Como refere o texto, «Portugal [em
vidades domésticas, tomar conta de crianças, etc. São atividades 2007] terá voltado a registar um dos crescimentos mais baixos entre
que não têm na base uma vontade deliberada de fugir ao fisco, os países da Área do Euro e os países da União Europeia.»
sendo apenas exercidas e não declaradas para efeitos de conta-
bilização e impostos.
FICHA FORMATIVA 10 (págs. 33 a 35)
20. As externalidades são outras situações que, ao não serem contabi-
lizadas em termos económicos, não revelam o verdadeiro valor do 1. 0TQB̆TFTUSPDBNFOUSFTJCFOTEFRVFOFDFTTJUBNQPSO˗PPTUFSFN
produto. As externalidades são efeitos decorrentes de atos econó- ou por os produzirem em quantidades insuficientes, por não os con-
micos que têm consequências positivas ou negativas sobre a vida seguirem produzir ou por os produzirem com custos mais elevados. É
das populações. No primeiro caso designam-se por externalidades por isso que os EUA exportam computadores e os japoneses máqui-
QPTJUJWBT DPNP QPSFYFNQMP PTFGFJUPTEFN˭EJPPVMPOHPQSB[PEF nas fotográficas. Deste modo, cada país irá especializar-se nos bens
um investimento na educação) e, no segundo caso, externalidades FNRVFUˮNNBJTWBOUBHFOT FYQPSUBOEPUSPDBOEPQPSPVUSPTFN
OFHBUJWBT DPNPPTFGFJUPTOFGBTUPTOBTB͔EFQ͔CMJDBEFVNBJOE͔T- que as suas vantagens são menores ou inexistentes.
tria poluente). 2. A globalização pode constituir uma oportunidade de crescimento
para as economias. Quando os mercados para onde os países
podem exportar atinge a dimensão global, as possibilidades de
produzir maiores quantidades aumentam, permitindo a especiali-
TESTE DE AVALIAÇÃO 9 (págs. 22 a 25) zação e economias de escala. Esta situação estimulante, pela com-
petitividade que exerce entre as economias, é uma oportunidade
GRUPO I de crescimento para os países.
1. $
 2. $
3. $
 4. $
 5. $

3. 4˗PWFSEBEFJSBTBTBGJSNB˨̯FT "
 $
 %
F &

GRUPO II 45 526
4.1 Taxa de cobertura = u 100 |ĶIJ
1. Pela análise do quadro, verifica-se que: 54 109
nPTWBMPSFTEPQSPEVUP FNİĮįĮ DBMDVMBEPTBQSF˨PTDPSSFOUFT 4.2 0WBMPSPCUJEPJOGPSNBRVF DPNPWBMPSEBTTVBTFYQPSUB˨̯FT 
e a preços constantes, são coincidentes, o que permite concluir 1PSUVHBMDPOTFHVFQBHBSDFSDBEFĶIJEBTJNQPSUB˨̯FTRVFGB[
RVFPBOPCBTF BOPEFSFGFSˮODJBQBSBPD˔MDVMPEPQSPEVUPB
preços constantes) é 2010; 4.3 "VNBUBYBEFDPCFSUVSBJOGFSJPSBįĮĮDPSSFTQPOEFVNTBMEP
nFNİĮįį PWBMPSEPQSPEVUPDBMDVMBEPBQSF˨PTDPSSFOUFT˭TVQFSJPS negativo da Balança de Bens porque o país não consegue cobrir
ao de 2010, o que leva a concluir que o produto poderá ter subido; totalmente o valor dos bens que importa.
nOPFOUBOUP RVBOEPTFSFDPSSFBPQSPEVUPBQSF˨PTDPOTUBOUFT P 5. ɈWFSEBEFJSBBBGJSNB˨˗P "

que permite fazer comparações em termos reais, verifica-se que 6.1 ɈWFSEBEFJSBBBGJSNB˨˗P "

FTUFO˗PT̬˭JOGFSJPSBPQSPEVUPBQSF˨PTDPSSFOUFT įĮIJDPOUSBįijĮ

DPNP˭UBNC˭NJOGFSJPSBPWBMPSEFİĮįĮ įĮIJDPOUSBįİĮ
— então 6.2 0TBMEPPCUJEP˭TVQFSBWJU˔SJPPVQPTJUJWP
o produto terá sofrido uma redução; 6.3 Dois dos países para onde Portugal mais exporta são a Espanha e
nTFPQSPEVUPTPGSFVVNBSFEV˨˗PFPTFVWBMPSBQSF˨PTDPS- a Alemanha.
rentes é superior a 120, então é porque o nível geral dos preços 7.1 ɈWFSEBEFJSBBBGJSNB˨˗P "

aumentou.
7.2 Turismo.
2. PIB 2011 = Despesa Interna = Procura interna + Procura Externa
FYQPSUB˨̯FT
o*NQPSUB˨̯FT 8. ɈWFSEBEFJSBBBGJSNB˨˗P $

PIB 2011 = 175 900 + 60 500 – 67 000 = 169 400 milhões de euros 9. ɈWFSEBEFJSBBBGJSNB˨˗P $

1*#İĮįİįĴķIJĮĮo įĴķIJĮĮu 0,1) = 152 460 milhões de euros 10. ɈWFSEBEFJSBBBGJSNB˨˗P %

75
SOLUÇÕES

11. ɈWFSEBEFJSBBBGJSNB˨˗P $
 n com a redução das importações, a política adotada permitirá
12.1 Balança Corrente — Balança de Rendimentos.
melhorar o saldo da Balança de Bens desse país, mantendo-se
tudo o resto constante.
12.2 Balança de Capital.
12.3 Balança de Capital.
GRUPO III
12.4 Balança Financeira. 1. De facto, o processo de globalização não foi estranho a Portugal,
que intensificou as suas trocas financeiras com o Resto de Mundo.
12.5 Balança de Capital. Esta situação é possível de ser observada nos documentos 1 e 2.
13.1 0JOWFTUJNFOUPEJSFUPFTUSBOHFJSP *%&
FOUSFįķķĮFİĮĮİ BQSF-
sentou uma evolução positiva, tanto em termos de IDE em Portugal
Estrutura Saldos (em milhões de euros) EFĶįķIJNJMI̯FTEFFVSPTQBSBİijĶįķNJMI̯FTEFFVSPT
DPNPEF
ȫ
ȫ
1PSUVHBMOPFYUFSJPS įĶİĮQBSBİĶĵĴĶNJMI̯FTEFFVSPT
QBTTBOEP
de um total de –6374 milhões de euros para +2949 milhões de euros.
Bens –8583
No entanto, a evolução referida sofreu uma alteração em relação
ȫ
ȫ
ao posicionamento de Portugal nos fluxos do IDE — entre 1998 e
Balança Financeira –1787 İĮĮį 1PSUVHBMQBTTPVBJOWFTUJEPSM̆RVJEPOPFYUFSJPS P*%&EF1PS-
UVHBMOPFYUFSJPS RVFSFQSFTFOUBWBĮ ijEP1*# QBTTPVBı Ķ

ȫ
ȫ

Relativamente aos setores mais procurados pelo IDE português, de


13.2Em 2012, a economia portuguesa teve capacidade de financiamento. acordo com o documento 3, surgem os serviços, que representam
ķį ĴEPUPUBMEP*%& FOUSFįķķĴFİĮĮİ TFHVJEPEBJOE͔TUSJB
13.3Porque o saldo conjunto das Balanças Corrente e de Capital é posi-
USBOTGPSNBEPSB ı ĵ
FEBQSPEV˨˗PFEJTUSJCVJ˨˗PEFFMFUSJDJEBEF
UJWP įıįıNJMI̯FTEFFVSPT
PVPTBMEPEB#BMBO˨B'JOBODFJSB˭
H˔TF˔HVB İ ķ

OFHBUJWP oįĵĶĵNJMI̯FTEFFVSPT

2. Segundo os quadros e o gráfico apresentados, é possível verificar
14. As duas políticas do comércio internacional são o livre cambismo
as alterações que as exportações portuguesas registaram entre
e o protecionismo, que se distinguem pelo facto do livre cambismo
2000 e 2010. Assim:
defender a liberdade de trocas entre os países e o protecionismo
preconizar a defesa das economias nacionais da concorrência dos n as exportações de bens diminuíram o seu peso no total das
outros países através de diversos instrumentos. FYQPSUB˨̯FTEFCFOTFTFSWJ˨PT QBTTBOEPEFĵı ijQBSBĴĵ ĵ 
e aumentaram, consequentemente, a percentagem das expor-
15. Barreiras alfandegárias, contingentação, desvalorização da moeda tações de serviços;
e dumping. n o destino das exportações portuguesas sofreu algum desvio,
16.1 É a teoria das vantagens comparativas. EJNJOVJOEPBQFSDFOUBHFNEPDPN˭SDJPDPNB6&İĵ QBTTPV
16.2 0UFYUPBGJSNBRVFNFTNPRVFVNQB̆TTFKBBCTPMVUBNFOUFNFOPT
EFĶį ĴQBSBĵij
FDPNB6&įij QBTTPVEFĶĮ ıQBSBĵį ķ

produtivo do que outro na produção de dois bens, deverá espe- desviando-se para países e regiões não pertencentes à UE-27
cializar-se na produção daquele em que é relativamente menos QBTTPVEFįĶ IJQBSBİij

improdutivo. A especialização na produção desse bem, em que o n quanto à componente tecnológica, verificou-se um reforço das
país é comparativamente menos ineficiente, permitir-lhe-á par- exportações de média-alta tecnologia e uma redução das expor-
ticipar no comércio internacional com todas as vantagens dele tações que incorporam baixa tecnologia.
EFDPSSFOUFT0NFTNPTVDFEFS˔BPPVUSPQB̆T K˔RVFBQSFTFOUB 0RVBESPı˭SFWFMBEPSEBJNQPSU˕ODJBEPDPOUSJCVUPEBTFYQPSUB-
vantagens à partida. ˨̯FTQPSUVHVFTBTQBSBP1*# RVFBVNFOUPVį ı FNİĮįĮ EFQPJT
EFVNDPNQPSUBNFOUPOFHBUJWPEFoİ ij FNİĮĮķ"TFYQPSUB-
ções representaram, de facto, uma variável fundamental na des-
TESTE DE AVALIAÇÃO 10 (págs. 36 a 39) pesa interna, tendo contribuído com uma taxa de crescimento,
FNSFMB˨˗PBİĮĮķ EFĶ Ķ0VUSBTWBSJ˔WFJTEFSBN JHVBMNFOUF 
GRUPO I um contributo positivo para o crescimento do PIB, como seja o
1. $
2. #
3. "
4. "
5. #
 DPOTVNPQSJWBEP İ İFNİĮįĮ
FPDPOTVNPQ͔CMJDP į Ķ
/P
FOUBOUP PJOWFTUJNFOUPNBOUFWFBUFOEˮODJBEFDSFTDFOUF DPN
VNBUBYBEFWBSJB˨˗PEFoij Ĵ

&NDPODMVT˗P QPEFTFSFUJSBSBJNQPSU˕ODJBEBTFYQPSUB˨̯FTOP
GRUPO II crescimento da economia portuguesa.
1. A política comercial adotada pelo país B é o protecionismo. Esta
política poderá ter, como consequências para o país B, uma das
seguintes situações: FICHA FORMATIVA 11 (págs. 48 e 49)
nBSFEV˨˗PEBPGFSUBFYUFSOB JNQPSUB˨̯FTEFGSBOHPTDPOHFMBEPT
 1.1 'VO˨˗PFDPO̬NJDB€ ȫ
FTUJNVMBSPDSFTDJNFOUPNBDSPFDPO̬-
poderá permitir o aumento da oferta interna de frangos pelos pro- mico, e a estabilidade, para reduzir o desemprego e a inflação,
dutores nacionais, mantendo-se tudo o resto constante; enquanto estimula o crescimento económico.»
n se a oferta interna não for suficiente para dar resposta à procu- 'VO˨˗PTPDJBM€0TQSPHSBNBTEF(PWFSOPQBSBBQSPNP˨˗PEB
ra nacional, poderá haver inflação, mantendo-se tudo o resto equidade usam os impostos e a despesa para redistribuir o rendi-
constante; mento a grupos específicos.»
76
1.2. Eficiência encontra-se associada à melhor utilização dos recursos, 3.3 Três características do Estado liberal poderão ser, entre outras, a
isto é, à minimização dos custos para assegurar a máxima rendibili- liberdade de iniciativa em que qualquer indivíduo tem possibilida-
EBEF PTSFDVSTPTVUJMJ[BEPTQSPEV[FNPNFMIPSSFTVMUBEPQPTT̆WFM
. de de utilizar os seus recursos na atividade produtiva; liberdade
1.3 0(PWFSOP €BPUFOUBSDPSSJHJSBTGBMIBTEPNFSDBEPEFWJEPBP
de concorrência, isto é, qualquer empresa pode competir com
aparecimento de outras formas de mercado contrárias à livre con- outras no mercado; e a fraca intervenção do Estado na economia,
DPSSˮODJB DPNP˭ QPSFYFNQMP PDBTPEBDPODPSSˮODJBJNQFSGFJUB ou seja, que este só intervenha para garantir o funcionamento do
– monopólios e oligopólios), vai intervir na economia para estimular mercado.
a eficiência. 3.4 É necessária uma maior intervenção do Estado na economia para
1.4 As políticas económicas implícitas no texto são as seguintes:
SFHVMBNFOUBSPTNFSDBEPT FNQBSUJDVMBS PNFSDBEPGJOBODFJSP
F
promover políticas de combate ao desemprego e de redistribuição
 nQPM̆UJDBTDPOKVOUVSBJTGJTDBM PS˨BNFOUBM TPDJBM EFSFEJTUSJCVJ˨˗P
do rendimento.
dos rendimentos, monetária e de emprego;
 nQPM̆UJDBTFTUSVUVSBJTEFBNCJFOUF 4.1 0S˨BNFOUP EP &TUBEP ˭ VN EPDVNFOUP FN RVF P (PWFSOP
prevê as despesas e as receitas públicas para o ano seguinte
1.5 0&TUBEPQPEFS˔QSPNPWFSBFRVJEBEFJOUFSWJOEPOBFDPOPNJBBUSB- e que é submetido à discussão e aprovação da Assembleia da
vés das políticas fiscais, orçamentais, sociais e de redistribuição República.
EPTSFOEJNFOUPT QPJT DPNP˭SFGFSJEPOPUFYUP€0TQSPHSBNBT
EF(PWFSOPQBSBBQSPNP˨˗PEBFRVJEBEFVTBNPTJNQPTUPTFB 4.2 0TPVUSPTJOTUSVNFOUPTEFJOUFSWFO˨˗PFDPO̬NJDBEP&TUBEP QBSB
despesa para redistribuir o rendimento a grupos específicos.» Desta BM˭NEP0S˨BNFOUPEP&TUBEP T˗PPQMBOFBNFOUP JOEJDBUJWPQBSB
forma, através de impostos diretos progressivos e de subsídios para o setor privado e imperativo para o setor público) e as políticas
as pessoas mais desfavorecidas, o Estado redistribui os rendimen- económicas e sociais.
tos, reduzindo as desigualdades sociais e promovendo a justiça 4.3 0E˭GJDFPS˨BNFOUBM BTSFDFJUBTQ͔CMJDBTT˗PJOGFSJPSFT˓TEFTQF-
social e a igualdade de oportunidades, ou seja, a equidade. sas públicas, originando um saldo orçamental negativo) implica
1.6 Para promover a equidade, o Estado atua, por um lado, sobre o que o Estado tenha de recorrer a empréstimos, uma vez que as
rendimento das famílias mais favorecidas, que pagarão impos- despesas públicas têm de estar cobertas, o que origina a dívida
tos progressivos, e, por outro, sobre o rendimento das famílias pública.
mais carenciadas, que receberão transferências sociais. Estas são 4.4 A dívida pública é a dívida do Estado a terceiros.
constituídas, por exemplo, pelos abonos de família, rendimento
4.5 "ĔWJEBQ͔CMJDB FNEP1*#EF1PSUVHBM FOUSFİĮĮĵFİĮįİ 
TPDJBMEFJOTFS˨˗P 34*
FTVCT̆EJPEFEFTFNQSFHP"Q̬TBBQMJDB-
BVNFOUPV&NİĮįİ SFQSFTFOUBWBįİı ĴEP1*# JTUP˭ TVQFSBWB
ção destas medidas, as famílias de maiores rendimentos sofrerão
o PIB em 23,6 pontos percentuais.
uma redução dos seus rendimentos e as famílias mais carenciadas
aumentarão os seus rendimentos. 4.6 1PSUVHBM FNİĮįİ BQSFTFOUBWBVNBĔWJEBQ͔CMJDB FNEP1*# 
muito elevada no contexto dos países representados, só sendo
2.1 A expressão destacada no texto refere-se à privatização de uma
TVQFSBEPQFMB*U˔MJBF(S˭DJB DVKBTĔWJEBTBUJOHJBNįİĵFįijĴ ķ
empresa que era propriedade do Estado, isto é, era uma empresa
do PIB, respetivamente.
pública e que vai ser vendida, na Bolsa de Valores, a particulares. As
privatizações em Portugal só se tornaram possíveis após a revisão 5.1 Despesa pública é constituída pelo conjunto dos pagamentos efe-
da Constituição da República Portuguesa, em 1989. tuados pelo Estado.
2.2 0T$55 BOUFTEFUFSFNTJEPQSJWBUJ[BEPT GB[JBNQBSUFEP4&& TFUPS 5.2 As despesas correntes efetuam-se ao longo de um ano e termi-
FNQSFTBSJBMEPFTUBEP
QPSTFSFNVNBFNQSFTBQ͔CMJDB04&& nam nesse ano. Exemplos deste tipo de despesas são os casos dos
integra as empresas públicas e as empresas participadas. consumos intermédios, das despesas com o pessoal e das presta-
ções sociais e dos juros. Porém, nas despesas de capital, embora se
2.3 Três exemplos de empresas que tenham sido privatizadas são a
realizem ao longo de um ano, os seus efeitos perduram. Exemplos
3&/ B&%1FB(BMQ&OFSHJB
deste tipo de despesas são os casos das despesas em investimento,
2.4 0TNPOUBOUFTBSSFDBEBEPTQFMP(PWFSOPDPNBTQSJWBUJ[B˨̯FTW˗P construção de infraestruturas e aquisição de tecnologias.
ajudar a reduzir a dívida pública.
5.3 Um aumento das despesas públicas implica:
3.1 Um bem público pode ser, por exemplo, a iluminação pública por-
que este bem apresenta três características: não se insere na lógica q"VNFOUPEBTSFNVOFSBÂÐFTEPTGVODJPO¼SJPTQÕCMJDPT
EPNFSDBEP OJOHV˭NQPEFTFSFYDMV̆EPEFPDPOTVNJS NFTNP
q"VNFOUPEBTEFTQFTBTFNCFOT
que não tenha pago os impostos, por exemplo) e o uso de que um
indivíduo faz dele não implica a redução da quantidade disponível q"VNFOUPEPJOWFTUJNFOUPQÕCMJDP
para outros o utilizarem.
3.2 A estabilidade está associada à redução das flutuações do ciclo
q"VNFOUPEBQSPDVSBEFCFOTGJOBJT
económico, ou seja, esta está posta em causa porque, como é
referido no texto: face à «rapidez com que muitos bancos e grandes q"VNFOUPEBQSPDVSBEFCFOTEFFRVJQBNFOUP
empresas estão a recuperar a rentabilidade e os lucros», o mes- q"VNFOUPEBQSPDVSBHMPCBM
mo não se verifica «ao nível do emprego, rendimento disponível e
QSPEV˨˗PEFCFOTQ͔CMJDPT0&TUBEPEFWFS˔JOUFSWJSBUSBW˭TEF
políticas económicas, a fim de reduzir a amplitude das flutuações Aumento da produção – Crescimento económico
cíclicas da economia e promover a estabilidade da economia.
77
SOLUÇÕES

6.1 Enquanto as políticas conjunturais ou de estabilização têm como aumento do desemprego e a menor competitividade no setor do
PCKFUJWPTBDPSSF˨˗PEPTEFTFRVJM̆CSJPTBDVSUPQSB[P BU˭VNBOP
 turismo.
e não alteram as estruturas da economia, as políticas estruturais
1.4 0TFGFJUPTEFVNBFMFWBEBUBYBN˭EJBEF*7"QBSBBTGBN̆MJBT
visam a alteração do funcionamento da economia e os seus resul-
residentes em Portugal implica que as famílias com maior rendi-
tados sentem-se a médio e longo prazo.
mento pagam proporcionalmente menos relativamente às famí-
6.2 A política ambiental tem como finalidade a promoção da susten- lias com menor rendimento, que pagam proporcionalmente mais
tabilidade, assentando no princípio de que o crescimento eco- BTEFTQFTBTDPNPQBHBNFOUPEP*7"UˮNVNNBJPSQFTPOP
nómico, a coesão social e a proteção do ambiente se encontram seu rendimento, que é menor). Deste modo, o IVA é um imposto
interligados. regressivo.
6.3 "TUBYBTBNCJFOUBJTOPTQB̆TFTEB;POB&VSP FNEP1*# FOUSF
1995 e 2005 sofreram oscilações, tendo-se verificado uma desci-
da muito acentuada entre 2005 e 2007-2008. A partir desta data
GRUPO III
aumentaram, tendo estabilizado entre 2009 e 2011. Poderá con- 1.1 0TKVSPTEBĔWJEBQ͔CMJDBDPOTUJUVFNVNBEFTQFTBDPSSFOUF
cluir-se que as taxas ambientais não terão uma grande eficácia na
1.2 As taxas de juro a 10 anos dos títulos da dívida pública, em Portugal,
QSPUF˨˗PEPBNCJFOUF BUFOEFOEP˓FWPMV˨˗PWFSJGJDBEB0GBDUP
FOUSFİĮĮĵFİĮĮķNBOUJWFSBNTFQSBUJDBNFOUFFTU˔WFJT FOUSFIJ
de estas taxas serem reduzidas faz com que não sejam dissuasoras
Fij
BQBSUJSEPGJOBMEFİĮĮķDPNF˨BSBNBTVCJS BUJOHJOEPVN
da poluição que muitas empresas causam.
QJDPEFNBJTEFįIJOPGJOBMEFİĮįį DPOUJOVBOEPBCBJYBSBQBSUJS
6.4 Duas medidas da política ambiental europeia, para além da referida EFTTBBMUVSB&NİĮįı BUJOHJSBNĴ Ĵ
UBYBTBNCJFOUBJT
QPEFS˗PTFSSFHVMBNFOUPTNVJUPFYJHFOUFTOP
que respeita a empresas industriais e centrais termoelétricas e o 1.3 0E˭GJDFPS˨BNFOUBMUFS˔UFOEˮODJBQBSBBVNFOUBS VNBWF[RVFP
apoio através de subsídios e isenções fiscais aos investimentos em pagamento dos juros da dívida pública constitui uma despesa cor-
energias, como, por exemplo, a eólica, a solar, a das marés e das rente e, de acordo com os valores do gráfico, podemos constatar
ondas. que Portugal tem sofrido taxas de juro muito elevadas, desde o
final de 2009, se as compararmos com os outros países referidos
6.5 0VUSBTSFDFJUBTQ͔CMJDBTDPBUJWBT QBSBBM˭NEBTUBYBT T˗PDPOT- OPHS˔GJDP T̬TFOEPTVQFSBEPQFMB(S˭DJB DPNUBYBTEFKVSPNVJUP
tituídas, por exemplo, pelos impostos e pelas contribuições para elevadas, e pela Irlanda até meados de 2011. A Itália, Espanha, Fran-
a Segurança Social. ça e Alemanha pagam taxas de juro mais baixas do que Portugal,
6.6 0TJNQPTUPTEJSFUPTSFDBFNTPCSFPTSFOEJNFOUPTFTPCSFPQBUSJ- desde 2008.
N̬OJPEPTDPOUSJCVJOUFT DPNP QPSFYFNQMP P*34 *NQPTUPTPCSF
1.4 Na Zona Euro são necessárias, por um lado, uma política bancá-
P3FOEJNFOUPEF1FTTPBT4JOHVMBSFT
P*3$ *NQPTUPTPCSFP3FO-
ria e uma política monetária que sejam eficazes para aumentar o
EJNFOUPEF1FTTPBT$PMFUJWBT
FP*.* *NQPTUP.VOJDJQBMTPCSF
investimento das empresas e criar emprego e, por outro, apoiar
Imóveis), enquanto os impostos indiretos incidem sobre o consumo
os países com elevadas dívidas públicas através de taxas de juro
ou despesa, sendo a matéria coletável indiretamente determinada,
NBJTCBJYBTEPRVFBRVFMBTRVF1PSUVHBM (S˭DJBF*SMBOEBUˮN
DPNP QPSFYFNQMP T˗PPTDBTPTEP*7" *NQPTUPTTPCSFP7BMPS
vindo a pagar, como podemos constatar no gráfico. Como refere o
"DSFTDFOUBEP
EP*41 *NQPTUPTPCSFPT1SPEVUPT1FUSPM̆GFSPT
F
texto, «a ação do BCE encontra-se complicada pela falta de coor-
EP*47 *NQPTUPTPCSF7F̆DVMPT

EFOB˨˗PEBTQPM̆UJDBTNPOFU˔SJBTOP˕NCJUPEB;POB&VSP"M˭N
disso, a criação de emprego pelas empresas tem sido limitada e
tem conduzido muitas delas à falência pois, como o texto salienta,
«Apesar de uma nova descida das taxas diretoras do Banco Central
TESTE DE AVALIAÇÃO 11 (págs. 50 a 52) &VSPQFV #$&
BTUBYBTEFFNQS˭TUJNPTCBOD˔SJPT˓TFNQSFTBT
O˗PEJNJOV̆SBNOBEBFN1PSUVHBMFOB(S˭DJB DPNPUBNC˭NFN
GRUPO I Espanha ou em Itália.»
1. $
 2. #
3. %
 4. "
 5. $
 2. Na resposta é explicitada a intervenção do Estado na atividade
económica no sentido de contribuir para a correção da «falha de
GRUPO II mercado» a que o texto se refere, devendo ser contemplados, de
forma correta, os seguintes aspetos, ou outros considerados equi-
1.1 0*7"˭VNJNQPTUPJOEJSFUPQPSRVFJODJEFTPCSFBVUJMJ[B˨˗PEP
valentes:
SFOEJNFOUPOPDPOTVNPPVEFTQFTB SFDBJTPCSFPQSF˨PEFWFOEB
dos bens e serviços). n a existência de um mercado de monopólio, como o da água do
poço, e a consequente ausência de concorrência no mercado
1.2 A taxa média de IVA na União Europeia a 27, entre 2000 e 2013,
podem contribuir para a fixação de preços elevados, limitadores
NBOU˭NTFVNQPVDPBDJNBEFįķ"QBSUJSEFİĮĮĶTPCF UFOEP
do acesso à água;
BUJOHJEPİį ı FNİĮįı0TQSF˨PTEPTCFOTFTFSWJ˨PTOB6OJ˗P
&VSPQFJBBİĵ FNİĮįı JODPSQPSBNİį ıEF*7" n o Estado poderá intervir limitando o preço de venda da água ou
GBWPSFDFOEPPBQBSFDJNFOUPEFPVUSPTWFOEFEPSFT PV FNBMUFS-
1.3 A taxa média de IVA na União Europeia a 27, em 2013, era inferior
nativa, limitando os lucros do monopolista);
˓EF1PSUVHBM RVFBUJOHJBİı1PEFNPTDPODMVJSRVFPTCFOT
e serviços em Portugal incorporaram uma maior taxa de IVA, o n a intervenção do Estado far-se-á no sentido de corrigir a imper-
que torna em geral os bens mais caros em Portugal, limitando a feição na concorrência, promovendo desta forma a eficiência do
procura, originando o encerramento de empresas e o crescente mercado.
78
Considera-se que os aspetos em causa são referidos de forma cor- 4.2 A coesão económica e social, objetivo das políticas europeias, sig-
reta quando: nifica a redução das assimetrias existentes na UE com a aproxima-
nO˗PTFMJNJUBN˓NFSBUSBOTDSJ˨˗PEPUFYUPPVEFGSBTFTEPUFYUP ção dos níveis de rendimento médio e dos padrões e qualidade de
vida das populações.
nDBEBBTQFUP
– está completo em termos de conteúdo relevante para o item; 4.3 A política regional, através dos fundos estruturais e do Fundo de
Coesão, apoia o desenvolvimento das regiões com maiores atra-
– é apresentado de forma articulada e coerente;
sos de desenvolvimento e em reconversão económica e social,
– evidencia uma utilização adequada da terminologia económica. assim como os grupos sociais mais frágeis, como, por exemplo,
Critérios de Classificação do Exame Nacional de 2012 – 2.a fase os desempregados. Desta forma, a política regional, promove o
desenvolvimento mais harmonioso da UE, reduzindo as desigual-
dades no espaço da União.
5. Até ao ano 2000, as transferências da União para Portugal situa-
FICHA FORMATIVA 12 (págs. 66 a 68) SBNTFBDJNBPVEFOUSPEBN˭EJBEPTQB̆TFTEBDPFT˗P 1PSUVHBM 
&TQBOIB (S˭DJBF*SMBOEB
FNįķķı BTUSBOTGFSˮODJBTQBSBPOPTTP
1.1 3FVOJ˗PEFW˔SJBTFDPOPNJBTNFSDBEPTFNFTQB˨PTNBJTWBTUPT  QB̆TSFQSFTFOUBWBNDFSDBEFıEP1*# FORVBOUPBN˭EJBEPT
em que se vão eliminado progressivamente as barreiras à livre cir- QB̆TFTEBDPFT˗PTFTJUVBWB˓WPMUBEPTİEP1*#.BT BQBSUJS
culação. do início de 2000, a situação inverteu-se, particularmente com a
1.2 A eliminação das barreiras à livre circulação constitui um incen- BEFT˗PEPTQB̆TFTEPDFOUSPFMFTUFFVSPQFV˓6& FNİĮĮIJ BT
tivo às trocas e favorece a circulação dos investimentos entre os USBOTGFSˮODJBTQBSB1PSUVHBMSFQSFTFOUBSBNDFSDBEFİEP1*# 
Países-Membros da organização, contribuindo para o crescimento FORVBOUPBN˭EJBEFUSBOTGFSˮODJBTTFTJUVPVQS̬YJNBEPTIJ

das respetivas economias. Havendo objetivos comuns, as relações mantendo-se, até 2010, esta divergência.
CBTFBEBTOBDPODPSSˮODJBDPNQFUJ˨˗PT˗PTVCTUJUV̆EBTQPSSFMB-
6.1 A crise económica iniciada em 2007-2008 e prolongada nos anos
ções de cooperação, com vista a alcançar objetivos comuns.
seguintes teve repercussões negativas no mercado de trabalho
1.3 c.–e.–f.–a.–d.–b. europeu, em resultado da queda da atividade económica, da qual
2.1 A paz e o progresso económico. resultou o fecho de muitas empresas, despedimentos e falências.
&TUBTJUVB˨˗PSFGMFUJVTFOBQFSEBEFFNQSFHPT OPIJUSJNFTUSF
2.2 Livre circulação do carvão e do aço entre os Países-Membros da
de 2008, o valor situou-se próximo dos 250 000), não compensada
organização. QFMBDSJB˨˗PEFFNQSFHPTBEJGFSFO˨BGPJTFNQSFOFHBUJWB PWBMPS
2.3 A CEE criou uma união aduaneira em que todos os bens circulam EP TBMEP OP IJ USJNFTUSF EF İĮĮĶ GPJ EF oįijĮ ĮĮĮ FNQSFHPT

MJWSFNFOUF FO˗PBQFOBTPDBSW˗PFPB˨P
IBWFOEPVNBQBVUB embora se tenha registado, após 2008, uma tendência de melhoria
BEVBOFJSBDPNVNOPDPN˭SDJPDPNQB̆TFTUFSDFJSPT PRVFSFQSF- NBJTDPOTJTUFOUFBQBSUJSEPIJUSJNFTUSFEFİĮįį
WFSJGJDBOEPTF 
senta um grau superior de integração comparativamente à forma OPݏUSJNFTUSFEFİĮįİ VNBEJGFSFO˨BFOUSFPO͔NFSPEFFNQSF-
de integração em que cada país fixa a sua pauta), avançando, pos- HPTQFSEJEPTFDSJBEPTEFBQSPYJNBEBNFOUFoıĮĮĮĮ0TWBMPSFT
teriormente, para um grau superior de integração com a criação do apresentados mostram que o desemprego constitui um dos gran-
mercado único, em que a livre circulação de bens se alargou aos des problemas atuais da economia europeia.
capitais, às pessoas e aos serviços.
6.2 A criação de empregos constitui um dos objetivos da política social,
3.1 Mercado único é o mercado sem barreiras à livre circulação: bens, para o qual a formação, a aquisição de habilitações e de novas
pessoas, capitais e serviços circulam livremente entre os Estados-- competências são os meios indispensáveis. A utilização do Fundo
-Membros da organização. Social Europeu é o instrumento financeiro privilegiado na área da
3.2 Havendo uma moeda única, as quatro liberdades de circulação são formação, financiando, juntamente com outros fundos, projetos de
GBDJMJUBEBTQPJT O˗PTFOEPOFDFTT˔SJPSFBMJ[BSD˕NCJPT EJNJOVFN desenvolvimento geradores de empregos. A proteção social é outra
os custos de transação, o que incentiva as trocas, a circulação vertente da política social, nomeadamente no apoio aos desempre-
de pessoas e a movimentação de capitais, objetivos do mercado gados, de forma a diminuir o risco de pobreza e de exclusão social.
único. 7.1 Ao longo de todo o período em análise, o consumo per capita em
3.3 Sendo a estabilidade dos preços o principal objetivo da política Portugal aproximou-se mais da média europeia do que o PIB per
monetária comum, as políticas orçamentais dos países da Área capitaFNįķĶĴ PQSJNFJSPSFQSFTFOUBWBDFSDBEFĵĮEBN˭EJB
do Euro ficam condicionadas ao cumprimento de limites impostos FVSPQFJB FORVBOUPPTFHVOEPO˗PVMUSBQBTTPVPTĴijEBN˭EJB
QBSBPTE˭GJDFTPS˨BNFOUBJT ıEP1*#
FQBSBBĔWJEBQ͔CMJDB FNİĮįĮ PTWBMPSFTGPSBNBQSPYJNBEBNFOUFķĮFĶĮEBN˭EJB
ĴĮEP1*#
GJYBEPTOP1&$ europeia, respetivamente, verificando-se, no final do período em
4.1 0TGVOEPTFVSPQFVTT˗PJOTUSVNFOUPTGJOBODFJSPTEB6& GJOBODJB-
análise, um maior afastamento entre os dois indicadores.
dos pelo orçamento da União, para o qual os Estados-Membros 7.2 Em 2010, o nível de convergência da nossa economia face à média
DPOUSJCVFNDPNVNBQFSDFOUBHFNEPTFV3/# į
FRVFTF europeia foi superior ao verificado em 1986: em 1986, a diferença
destinam a apoiar projetos de modernização, de inovação e de FOUSF1PSUVHBMFBN˭EJBFVSPQFJBGPJEFoıĮQBSBPDPOTVNP
GPSNB˨˗POPT&TUBEPT.FNCSPT OP˕NCJUPEBTQPM̆UJDBTFVSP- per capitaFEFoıijQBSBP1*#per capita; em 2010, as diferenças
peias, particularmente nos países e regiões menos desenvolvidas. TJUVBSBNTFFNoįĮQBSBPDPOTVNPper capitaFoİĮQBSBP1*#
Desta forma, os países mais ricos, ao contribuírem mais para o per capita. Pode, assim, concluir-se que o nível de convergência foi
orçamento, apoiam o desenvolvimento dos países mais pobres. mais acentuado em 2010, particularmente no consumo per capita.
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SOLUÇÕES

TESTE DE AVALIAÇÃO 12 (págs. 69 a 71) 0TCBJYPTWBMPSFTEFTUFTJOEJDBEPSFTFN1PSUVHBMSFWFMBNPJOTV-


ficiente grau de inovação da nossa economia, refletido no tipo de
GRUPO I produtos predominantes nas nossas exportações.
1. #
2. %
3. #
4. "
5. #
 2. 0NPEFMPEFDPOTUSV˨˗PFVSPQFJBBQPOUBQBSBVNBQSPHSFTTJWB
integração das economias nacionais e das regiões, acompanhada
GRUPO II de uma maior aproximação dos níveis médios de rendimento e
1. 0TWBMPSFTBQSFTFOUBEPTSFWFMBNPBVNFOUPEPQFTPEBTFYQPSUB- dos padrões e qualidade de vida das populações, de acordo com
ções de bens e serviços no PIB português em 2010 relativamente o princípio da coesão económica. A comparação do valor do PIB
BİĮĮĮ RVFQBTTPVEFİķ įEP1*#QBSBıį ij&TUFBVNFOUPGPJ por habitante em alguns países da União, em 2010, permite veri-
acompanhado do aumento do peso dos produtos de média-baixa ficar a existência de desigualdades significativas: a Holanda e a
UFDOPMPHJB FNEPUPUBMEFFYQPSUB˨̯FT EFįIJ ı FNİĮĮĮ QBSB "MFNBOIBBQSFTFOUBNWBMPSFTBDJNBEBN˭EJBFVSPQFJB įııFįįĶ 
İIJ İ FNİĮįĮ FEBSFEV˨˗PEPQFTPEPTQSPEVUPTEFCBJYBUFD- respetivamente), enquanto o PIB por habitante da Bulgária e da
OPMPHJB FNİĮĮĮSFQSFTFOUBWBNIJIJ İEPUPUBMEBTFYQPSUB˨̯FT )VOHSJBBQSFTFOUBWBMPSFTNVJUPJOGFSJPSFT˓N˭EJBFVSPQFJB IJIJF
F FNİĮįĮ PTFVWBMPSQBTTPVQBSBıĵ IJEPUPUBM
&TUBBMUFSB˨˗P 65, respetivamente).
não significou, no entanto, a mudança necessária do padrão de As diferenças verificadas revelam a necessidade de políticas eco-
especialização da nossa economia, face à concorrência no merca- nómicas e sociais da União que promovam o desenvolvimento, em
EPFVSPQFV QBSUJDVMBSNFOUFEPTOPWPT&TUBEPT.FNCSPTEB6&
 particular nos países e regiões com maior atraso, no sentido de
e no mercado global, já que o peso das exportações de produtos uma maior coesão económica e social.
de média-alta tecnologia e de alta tecnologia, no total das expor-
3. 0BMBSHBNFOUPEB6&EFįijQBSBİĵ&TUBEPT.FNCSPTUSBEV[JVTF
tações, registou uma redução entre 2000 e 2010.
OVNBDS˭TDJNPTJHOJGJDBUJWPEBQPQVMB˨˗PEB6& İķ
PTFHVOEP
Dois fatores podem explicar o padrão de especialização da nossa
NBJPSEFTEFPQSJNFJSPBMBSHBNFOUP ıİ
SFQSFTFOUBOEPVN
FDPOPNJB BTTFOUFFNQSPEVUPTEFCBJYBFN˭EJBCBJYBUFDOPMPHJB

aumento da dimensão do mercado interno da UE, e, consequen-
n a menor percentagem de população empregada em Portugal com temente, a criação de novas oportunidades para as empresas
formação de grau superior, comparativamente à média europeia europeias. Em contrapartida, verificou-se uma redução do PIB
įķDPOUSBİķ Ĵ FNİĮįĮ
BQFTBSEBNFMIPSJBSFHJTUBEBGBDF QPSIBCJUBOUFOB6& oįĴ
TVQFSJPS˓TRVFCSBTWFSJGJDBEBTOPT
BİĮĮı DVKPWBMPSTFTJUVBWBOPTįı ı BOUFSJPSFTBMBSHBNFOUPT FOUSFoıFoĴ
SFEV˨˗PFYQMJDBEB
n a menor despesa em investimento em I&D comparativamente à pelo menores valores do PIB por habitante dos países dos últimos
N˭EJBFVSPQFJB į ĴDPOUSBİ ĮEP1*# FNİĮįĮ
BQFTBSEP BMBSHBNFOUPT FNN˭EJB
RVFTFTJUVBNBCBJYPEBN˭EJBFVSP-
DSFTDJNFOUPGBDFBİĮĮĮ DVKPWBMPSTFTJUVBWBOPTĮ ĵEP1*#
 peia. Uma das consequências desta situação para a UE prende-se
acompanhada pelo reduzido número de registo de patentes em com a necessidade de reorientar os fundos europeus que apoiam a
1PSUVHBM įĮ İQPSNJMI˗PEFIBCJUBOUFT FNİĮįĮ
DPNQBSBUJWB- execução das políticas europeias, de forma a incentivar o desenvol-
NFOUF˓N˭EJBFVSPQFJB įĮĶ ĴQPSNJMI˗PEFIBCJUBOUFT
BQFTBS vimento dos países menos prósperos, reduzindo as desigualdades
do crescimento registado relativamente a 2000. e promovendo a coesão económica e social.

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