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Agricultura de Precisão
na Distribuição
de Corretivos e
Fertilizantes
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP:74.093-300
(62) 3412-2700 / 3412-8701
E-mail: senar@senargo.org.br
http://www.senargo.org.br/
http://ead.senargo.org.br/
SUPERINTENDENTE
Eurípedes Bassamurfo da Costa
GESTORA
Rosilene Jaber Alves
COORDENAÇÃO
Fernando Couto Araújo
Introdução ao curso.................................................................................................................................................................7
Recapitulando...........................................................................................................................................................14
Recapitulando..........................................................................................................................................................20
Recapitulando.......................................................................................................................................................... 25
Atividade de aprendizagem....................................................................................................................................... 26
Recapitulando.......................................................................................................................................................... 32
Aula 2 » Tipos de aplicadores de corretivos e fertilizantes ............................................................................ 33
Recapitulando......................................................................................................................................................... 40
Recapitulando..........................................................................................................................................................45
Atividade de aprendizagem.......................................................................................................................................46
Recapitulando.......................................................................................................................................................... 57
Recapitulando.......................................................................................................................................................... 62
Recapitulando..........................................................................................................................................................68
Atividade de aprendizagem.......................................................................................................................................69
Módulo 4 » Piloto automático.........................................................................................................................................72
Recapitulando.......................................................................................................................................................... 77
Recapitulando.......................................................................................................................................................... 83
Recapitulando..........................................................................................................................................................89
Atividade de aprendizagem...................................................................................................................................... 90
Recapitulando.......................................................................................................................................................... 97
Recapitulando........................................................................................................................................................ 102
Aula 3 » Fatores que interferem na qualidade da distribuição..................................................................... 103
Recapitulando........................................................................................................................................................ 107
Síntese do curso.....................................................................................................................................................................110
Referências............................................................................................................................................................................... 112
Gabarito.....................................................................................................................................................................................114
Introdução ao curso
Para iniciar este conteúdo, que faz parte do Programa Agricultura de Precisão, vale a pena relem-
brar alguns conceitos relevantes. Um deles diz respeito à própria importância da aplicação de
corretivos e fertilizantes, uma operação decisiva para o sucesso das lavouras em geral, porque
torna as condições químicas do solo mais adequadas para o correto crescimento e desenvolvi-
mento das plantas.
Há, no mercado atual, uma série de equipamentos para automatizar a distribuição destes pro-
dutos. No entanto, nem sempre essa distribuição é uniforme, resultando em aplicações de baixa
eficiência, sobretudo quando feita por equipamentos convencionais. É muito importante, portan-
to, monitorar os equipamentos durante toda a aplicação, preferencialmente por meio de dispo-
sitivos eletrônicos.
Fonte: Shutterstock
A partir de agora, você vai começar a construir conhecimentos sobre os seguintes assuntos:
• mapas de variabilidade;
• aplicações a taxas variadas;
• barra de luzes;
• piloto automático; e
• monitoramento da qualidade de distribuição de corretivos e fertilizantes.
A partir destes conhecimentos, você deve ser capaz de reconhecer e nomear tecnologias avan-
çadas na distribuição de corretivos e fertilizantes, visando otimizar o uso destes produtos e con-
tribuindo para o desenvolvimento das atividades agrícolas. Vamos lá? Avance para o módulo 1!
Agricultura de Precisão
na Distribuição
de Corretivos e
Fertilizantes
» Módulo 1: Mapas de variabilidade
Neste módulo 1, você vai reconhecer os mapas de variabilidade como ferramentas básicas da
agricultura de precisão. São eles que permitem representar as variações de determinada ca-
racterística do solo, e é a partir dessas informações que você vai conseguir realizar um manejo
diferenciado em cada mancha do talhão. A interpretação dos mapas vai indicar o uso de maiores
doses de corretivos e fertilizantes nas manchas que precisarem, e vice-versa, o uso de menores
doses nas manchas que já tiverem bons índices.
Fonte: Shutterstock
A partir dos mapas de condição do terreno, é possível criar os mapas de recomendação de ferti-
lizantes, por exemplo. Por isso, essa leitura e interpretação é tão crítica. Afinal, uma má recomen-
dação pode gerar gastos desnecessários com corretivos e fertilizantes e também acarretar em
perdas de produtividade nas safras correntes e até em futuras.
Atenção! Sempre que finalizar a leitura do conteúdo de um módulo, você deve retornar ao Am-
biente de Estudos para realizar a atividade de aprendizagem.
Aula 1
A importância dos mapas de variabilidade na distribuição
de corretivos e fertilizantes
Na agricultura convencional, o manejo da fertilidade do solo se baseia apenas nos teores mé-
dios dos nutrientes, ou seja, fazem-se poucas amostras de solo para planejamento do uso de
fertilizantes e corretivos. Dessa maneira, a análise química do solo expressa um único resultado
mediano para todo o talhão, desconsiderando a presença de variabilidade e supondo que as
propriedades do solo são semelhantes ao longo de toda a área.
Nesse contexto, os mapas de variabilidade das características do solo são grandes aliados do
produtor, pois reúnem as informações sobre a localização e as quantidades ou necessidades de
insumos em cada ponto do talhão, dando suporte às tomadas de decisão mais acertadas. Ou
seja, pensar apenas na taxa média de fertilidade do talhão é uma visão antiquada que não se
aplica mais no agronegócio moderno.
Produtores agrícolas experientes sabem que os atributos químicos e físicos do solo influenciam
diretamente no crescimento e no desenvolvimento das culturas. A variabilidade destes atribu-
tos é consequência de complexas interações de fatores ligados à formação do solo e pode ser
influenciada pelas práticas de manejo. Essa variabilidade pode ser expressa em termos de fer-
tilidade, acidez, compactação, textura, capacidade de armazenamento de água, teor de matéria
orgânica, entre vários outros atributos.
Os solos do Cerrado brasileiro, onde está localizada a maior parte do território goiano, possui,
entre suas características, grande variabilidade espacial de seus atributos, que se revela mesmo
em pequenas parcelas. Isto mostra a necessidade de adequar o manejo dessas características
em cada subárea do talhão. De qualquer forma, é necessário decidir que variáveis devem ser
Tópico 2
Aplicações específicas em cada zona de manejo
Os mapas de variabilidade permitem determinar as zonas de manejo, que são áreas que pos-
suem níveis semelhantes dentro de cada característica analisada e, portanto, necessitam de do-
ses de insumo ou estratégias de manejo parecidas. Essas informações determinam a variação
das doses durante a aplicação de corretivos e fertilizantes, como no exemplo abaixo. Considere
que cada mancha do mapa terá um nível de recomendação de aplicação dos insumos. Estas
zonas de manejo geralmente são identificadas pelo estudo do mapa de variabilidade temporal,
pois elas tendem a se modificar pouco no decorrer dos anos.
Recapitulando
Os mapas de variabilidade são ferramentas básicas da agricultura de precisão, pois permitem
representar as variações de determinada característica analisadas dentro da área cultivada. Com
base nessas informações, é possível realizar um manejo diferenciado em cada mancha do talhão,
utilizando maiores doses de corretivos e fertilizantes em manchas com maior necessidade e
doses menores em manchas com menor exigência. Isso resulta em maior eficiência do sistema
produtivo e menor contaminação do meio ambiente.
Aula 2
Tipos de mapas de variabilidade aplicados na distribuição de
corretivos e fertilizantes
Na primeira aula deste módulo, você pôde perceber a importância dos mapas de variabilidade
na distribuição de corretivos e fertilizantes. Agora, vai conhecer os tipos de mapas de variabilida-
de, sendo que cada um pode trazer informações complementares. Sua função principal sempre
é auxiliar na análise e tomada de decisão do produtor.
Macronutrientes
São exemplos: fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S).
São exemplos: boro (B), cobre (Cu), zinco (Zn), manganês (Mn), molibdênio (Mo), ferro (Fe) e
cloro (Cl).
O nitrogênio (N), que também é um macronutriente, por ser muito móvel no solo, não é quan-
tificado pela análise, sendo mais bem mensurado através da análise foliar ou pelas técnicas de
sensoriamento remoto. A análise do pH também é importante, pois este determina e interfere
diretamente no grau de disponibilidade dos nutrientes e desenvolvimento das plantas.
A partir do resultado destas análises, são criados os mapas de variabilidade de cada caracterís-
tica investigada separadamente, tais como mapa de fertilidade em P, K, S, soma de bases (SB),
saturação por bases (V%), entre inúmeros outros mapas possíveis. A análise integrada destas in-
formações dá suporte para as recomendações técnicas e geração dos mapas de recomendação,
a partir dos quais será realizada a aplicação dos corretivos e fertilizantes.
Os mapas de isolinhas são representações de linhas que delimitam regiões do mapa com dados
dentro de um mesmo intervalo de valor para cada característica analisada. As isolinhas utilizam
métodos de interpolação entre os pontos com atenuação de pequenas variações locais.
De modo geral, os mapas de isolinhas podem ser de três tipos. Acompanhe as características
de cada um no quadro.
Já os mapas de pontos são utilizados para analisar elevado número de dados distribuídos pela
área. Para a coleta de amostras feita de forma irregular, o mapa de pontos pode fornecer infor-
mação sobre como os dados foram coletados. A área a ser amostrada é dividida em subáreas,
onde regiões de baixa variabilidade possuem baixa densidade amostral e, por outro lado, re-
giões com alta variabilidade possuem alta densidade amostral. Regiões de interesse também
podem ter maior densidade amostral, tais como reboleiras, manchas de solo etc.
Por último, não custa destacar: independentemente do tipo de mapa utilizado, ele deve apre-
sentar as mesmas informações sobre o comportamento da característica analisada ao longo do
talhão.
Saiba Mais
Se você quiser saber mais sobre a técnica de criação de mapas, dê uma olhada no material
do blog Cartografia Escolar, disponível em: <https://cartografiaescolar.wordpress.com/
fazendo-um-mapa-de-densidade-demografica/>.
Recapitulando
Existem vários tipos de mapas de variabilidade de solo e cada um deles possui sua importân-
cia específica, porque analisa diferentes critérios para o processo de correção e adubação do
solo. Quanto à forma de análise, eles podem descrever as variabilidades espacial ou temporal.
Também podem ser classificados como sendo de pontos ou de isolinhas, sendo que estes são
subdivididos em mapas de condição, de recomendação ou de desempenho, de acordo com as
informações representadas.
Aula 3
Interpretação dos mapas de variabilidade nas aplicações de
corretivos e fertilizantes
Você já estudou que existem vários tipos de mapas de variabilidade do solo. Agora é o momen-
to de entender a importância de interpretá-los corretamente. Considere que, se os mapas não
forem corretamente utilizados, o mau uso pode gerar perdas de insumos e de produtividade das
lavouras – exatamente o efeito oposto do que se espera com a agricultura de precisão.
A amostragem e a construção de
mapas de variabilidade de atributos
do solo constituem uma importante
etapa dentro da agricultura de pre-
cisão, já que seu objetivo é auxiliar o
produtor na tomada de decisão. Po-
rém, as informações estabelecidas
no mapa de variabilidade da fertili-
dade e acidez de solo devem ser cri-
teriosamente analisadas, de modo
que sejam precisas e confiáveis para
a próxima etapa, a aplicação dos in-
sumos. Uma análise e recomenda-
ção equivocadas podem, além de
contribuir para gastos desnecessá-
rios de corretivos e fertilizantes, de-
terminar o insucesso do cultivo e a
baixa produtividade das lavouras em
curto e médio prazos.
Com o resultado das análises de solo após a coleta georreferenciada de amostras, é possível criar
vários mapas de variabilidade da fertilidade do solo, cada um de um nutriente ou característica
separadamente. Dessa forma, para a recomendação da necessidade de corretivos e fertilizantes,
devem-se considerar todos estes mapas em conjunto, ou todos aqueles que se relacionam com
ou interferem de alguma forma na necessidade de calcário ou adubos. Além disso, a análise deve
ser um pouco mais complexa, levando em consideração também o mapa de produtividade da
É conhecido que áreas com alto nível de fertilidade do solo tendem a ser mais produtivas, porém
dependem de vários outros fatores que podem reduzir a produtividade e torná-las menos pro-
dutivas, tais como infestação de plantas daninhas, pragas, doenças, compactação do solo,
existência de cascalho, encharcamento etc. Desta forma, a simples distribuição de maiores
doses de fertilizantes em áreas menos férteis (ou vice-versa) pode não se justificar devido à exis-
tência de algum outro fator limitante de produtividade. Portanto, pode-se economizar no uso
deste insumo.
Exemplo
Tópico 2
Análise das condições históricas
Outra importante ferramenta no momento da análise dos mapas de condição para gerar o mapa
de recomendação é a análise da variabilidade temporal da produtividade da área. Os dados
georreferenciados da produtividade existem em quantidade imensamente maior do que os pon-
tos de amostragem de solo, uma vez que são coletados e gravados em pequenos intervalos de
tempo durante o deslocamento da máquina na colheita.
A recomendação é feita com base no teor do nutriente no mapa de condição (ou seja, o teor do
nutriente no solo), no nível crítico exigido pela cultura e considerando a expectativa de produti-
vidade, além de levar em conta os demais fatores descritos anteriormente.
Para encerrar esta aula, vale lembrar que podemos nos deparar com algumas surpresas após
a elaboração do mapa de desempenho ou até mesmo do mapa de produtividade da área. Por
exemplo, os teores de nutrientes no mapa de desempenho podem não atingir os níveis planeja-
dos, a produtividade pode não alcançar a quantidade almejada, os níveis de fertilidade podem
não se correlacionar da forma esperada com o nível de produtividade em determinado ponto do
talhão etc.
Recapitulando
A interpretação dos mapas de condição para a elaboração dos mapas de recomendação é uma
etapa crítica da agricultura de precisão. Uma má recomendação pode gerar gastos desneces-
sários com corretivos e fertilizantes e também acarretar em perdas de produtividade na safra
corrente e até em safras futuras. A elaboração dos mapas de recomendação de corretivos e ferti-
lizantes deve ser feita através da análise integrada de diversos mapas de condição, realizada por
um profissional especializado da área, podendo utilizar ferramentas ou softwares específicos.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo!
1. Considerando o que você estudou sobre a importância dos mapas de variabilidade, marque
a alternativa correta.
c) A aplicação de corretivos e fertilizantes a taxas variadas pode ser realizada sem a utiliza-
ção de mapas de variabilidade.
d) As áreas de mesma coloração nos mapas de isolinhas possuem o mesmo nível de fertili-
dade, de acordo com a característica analisada.
b) Mancha de baixa produtividade em local com alta fertilidade do solo demonstra erro na
amostragem de solo.
Agricultura de Precisão
na Distribuição
de Corretivos e
Fertilizantes
» Módulo 2: Aplicações a taxas variáveis
Fonte: Shutterstock
Portanto, você vai estudar neste módulo que a correta utilização e distribuição de corretivos e
fertilizantes são fundamentais para manter o sistema produtivo de precisão. Assim, você vai
conhecer os principais tipos de máquinas capazes de aplicar, com precisão, os corretivos e ferti-
lizantes no solo.
Atenção! Sempre que finalizar a leitura do conteúdo de um módulo, você deve retornar ao Am-
biente de Estudos para realizar a atividade de aprendizagem. Siga em frente e faça bom proveito!
Aula 1
A importância de aplicações de corretivos e fertilizantes
à taxa variável
Assim como os fertilizantes e corretivos agrícolas são os insumos proporcionalmente mais im-
portantes para promover a produtividade das culturas, da mesma forma a aplicação destes in-
sumos em taxas variáveis compreende uma das etapas mais relevantes para a agricultura de
precisão. Através do manejo de cada área do talhão de forma personalizada, será possível gerar
aumento da produtividade da área, reduzir os gastos com insumos e incrementar a sustentabi-
lidade ambiental da atividade.
• avaliar a eficiência da taxa variável nas correções em áreas com teores deficientes de nutrientes; e
Tópico 2
Mais eficiência com distribuição por taxas variadas
Como você já estudou, a agricultura de precisão tem como principal objetivo otimizar a utilização
dos insumos agrícolas, através de sua aplicação diferenciada ao longo de uma determinada área
e de acordo com as reais necessidades de cada zona de manejo, estabelecidas com critérios
técnicos. Dessa forma, é possível aumentar a eficiência técnica da atividade, através do aumento
esperado da produtividade, e a eficiência econômica, pela redução dos gastos com insumos.
Além disso, é possível aumentar a sustentabilidade ambiental da atividade ao reduzir os riscos
de contaminação ambiental por meio do uso racional dos insumos.
Na correção e adubação do solo, as aplicações a taxas variadas podem ser definidas como o
conjunto de técnicas utilizadas para efetuar aplicações de calcário, gesso e fertilizantes de forma
diferenciada, considerando a variabilidade da fertilidade do solo, bem como outros fatores de
produção, em um determinado instante e numa determinada área do talhão. São levadas em
consideração as variabilidades espacial e temporal da fertilidade do solo, associadas às variabi-
lidades da produtividade e de outros fatores de produção.
Recapitulando
A aplicação de corretivos e fertilizantes na agricultura de precisão é realizada por máquinas
equipadas com tecnologia embarcada que reconhecem a necessidade de aplicação durante seu
deslocamento na área por meio da leitura do mapa de recomendação, realizando a alteração
na taxa de aplicação sempre que necessário de forma precisa e automática. Além de possuir
elevada precisão na dose de aplicação, a distribuição de insumos à taxa variável proporciona um
aumento da eficiência técnica e econômica da área cultivada, aumentando também a sustenta-
bilidade ambiental da atividade através da otimização do uso dos insumos, proporcionada pela
aplicação precisa tanto quanto ao local como quanto às doses.
Aula 2
Tipos de aplicadores de corretivos e fertilizantes
Na aula anterior, você estudou os fatores que justificam a importância econômica e ecológica da
distribuição de corretivos e fertilizantes em taxas variadas. Esta distribuição é sempre mecaniza-
da, sendo que existem vários modelos de distribuidores de calcário e de adubo, dos mais limita-
dos aos mais eficientes. A forma de funcionamento varia de acordo com o tipo de cada um deles.
• distribuidor de esteira, e
• distribuidor pneumático;
Nos tópicos a seguir você conhecerá detalhes de aplicação e exemplos de cada um deles.
Tópico 1
Classificação dos aplicadores quanto ao fluxo do insumo
Na classificação pela forma com que o calcário ou o adubo se movem na máquina, os distri-
buidores se dividem em sistemas de distribuição por gravidade ou por esteira e pneumáticos.
Acompanhe os modelos nas abas a seguir.
Sistema que utiliza um fluxo de ar, produzido por uma turbina, para levar
o adubo do interior do depósito, por meio de diversos tubos, até os bo-
cais de distribuição. A regulagem da
quantidade de adubo a ser depositado é
obtida em função do controle do fluxo de
Distribui- ar e pela variação da velocidade de des-
dor de fluxo locamento da máquina. Este aparelho
pneumático apresenta regulagem com boa precisão
na aplicação, porém é o de valor de aqui-
sição mais elevado.
Condição física
Quanto à aplicação dos insumos no solo, os distribuidores se dividem entre os de aplicação lo-
calizada (de maior precisão e menor faixa útil de aplicação), e os de distribuição a lanço, que têm
maior faixa útil de aplicação, no entanto demandam mais cuidados com a precisão. Acompanhe
mais detalhes sobre os dois tipos.
Saiba Mais
Que tal assistir a um vídeo com um exemplo de distribuidor de fertilizante a lanço? Veja um
exemplo de aparelho da marca Stara no seguinte endereço: <https://www.youtube.com/
watch?v=b_9jMGme1IE> ou <http://goo.gl/rJHWbi>.
Como você pôde perceber no vídeo, o sistema de distribuição a disco espalha o insumo com a
força centrífuga. Mas os distribuidores a lanço que utilizam este princípio podem apresentar al-
gumas diferenças. Acompanhe três exemplos nas abas.
Para realizar a distribuição de corretivos e fertilizantes a taxas variadas, é necessário que exis-
ta um controle externo do seu mecanismo dosador. Esse controle será feito com mecanismos
específicos relacionados a cada tipo de aplicador: os distribuidores de esteira são controlados
por um motor, enquanto os distribuidores por gravidade são controlados eletronicamente, com
abertura e fechamento do bocal de saída do fertilizante. Podem ainda ser feitas adaptações,
como motores hidráulicos ou outros controles eletrônicos para determinar velocidade de deslo-
camento da esteira e a abertura do bocal de saída dos insumos.
Atenção: esses equipamentos possuem seu próprio receptor de GPS, de baixo custo e sem recur-
sos de correção diferencial. Isso não compromete a qualidade da operação, mas não permite o
uso de recursos mais precisos no deslocamento, por exemplo, a barra de luzes.
Recapitulando
A correta utilização e distribuição de corretivos e fertilizantes são fundamentais para dar eficiên-
cia ao sistema produtivo. Nesta aula, você estudou que a aplicação destes insumos pode ser rea-
lizada com diversos tipos de máquinas, a saber, distribuidores por gravidade, de esteira ou pneu-
máticos, dependendo da forma como é realizado o fluxo de saída do insumo. Essas máquinas,
por sua vez, podem ser classificadas como distribuidores localizados ou distribuidores a lanço,
de acordo com a forma de aplicação. Na distribuição de calcário e adubo em doses variadas, é
necessário um distribuidor equipado com um monitor (para receber o mapa de recomendação),
um GPS e um sistema hidráulico dosador da quantidade de insumo a ser aplicada.
Aula 3
Os métodos de aplicação à taxa variável
O método de aplicação de corretivos e fertilizantes, levando-se em consideração as zonas de
manejo, varia de acordo com cada realidade, com o tipo de maquinário existente e com as carac-
terísticas do terreno analisadas. Esta aplicação pode ser realizada nas propriedades com equi-
pamentos convencionais e também nas equipadas com distribuidores com leitores de mapa de
recomendação ou sensores que permitem a variação da dosagem em tempo real, de acordo com
as leituras colhidas simultaneamente.
Existem duas maneiras específicas para a aplicação de corretivos e fertilizantes a taxas variadas:
Na aplicação em tempo real, são usadas máquinas que apuram (por meio de sensores) e anali-
sam informações sobre um determinado atributo específico à medida que o veículo se desloca
pelo espaço das lavouras. Estas máquinas possuem dispositivos que comandam a dosagem e o
local de aplicação de insumos a partir das informações coletadas a cada intervalo de tempo. Este
método não depende de um sistema de posicionamento por satélite, porém, quando associado
a um, pode gerar um mapa de variabilidade ao final da operação.
Sensor
Aplicador
Mapa Localizador
Aplicador
• facilitam o controle da operação, uma vez que o sistema conhece previamente a situação que
vem a seguir; e
Por outro lado, os métodos de aplicação em tempo real, fundamentados em sensores, neces-
sitam também de tecnologia específica, nomeadamente os próprios sensores, que têm que dar
respostas em tempo real.
Atualmente, as técnicas de agricultura de precisão mais utilizadas são aquelas baseadas nos ma-
pas de rendimento e de recomendação. No entanto, uma parcela de produtores ainda trabalha
sem distribuidores capazes de aplicar insumos à taxa variável, ainda que apliquem as técnicas de
amostragem e análise para a criação de mapas de condição e de recomendação.
Necessidade de
calcário (ton/ha)
0.00 – 1.50
1.50 – 3.00
3.00 – 4.50
Recapitulando
Existem vários métodos de aplicação de corretivos e fertilizantes à taxa variável, cada um de-
pendente de uma determinada condição da propriedade, do maquinário existente ou da carac-
terística analisada. A aplicação programada é feita a partir da elaboração do mapa de recomen-
dação e, com base nestas informações, a dose de insumo é ajustada automaticamente em cada
localidade do talhão. A aplicação em tempo real é feita por máquinas equipadas com sensores,
que analisam determinada característica na lavoura e geram a informação necessária para o
ajuste da taxa de aplicação em tempo real. A aplicação convencional é uma adaptação, onde se
realiza a regulagem manual para a aplicação de insumos dentro de cada isolinha do mapa de
recomendação.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo!
1. Na primeira aula deste módulo você estudou a importância da aplicação de corretivos e ferti-
lizantes em taxas variadas. Considerando as afirmações abaixo, assinale a alternativa correta.
2. Com base nas informações dos tipos de aplicadores de corretivos e fertilizantes utilizados na
agricultura, analise as afirmações abaixo e assinale a correta.
Agricultura de Precisão
na Distribuição
de Corretivos e
Fertilizantes
» Módulo 3: Barra de luzes
A maior parte do sucesso de um terreno cultivado por meio de técnicas de agricultura de precisão
vem da exatidão com que os insumos são depositados no talhão. Considerando que os mapas
de variabilidade registram todas as informações coletadas sobre o terreno, cabe ao operador ser
capaz de aplicar a quantidade correta de insumo em cada trecho do talhão. Nesse caso, a barra
de luzes é um equipamento capaz de orientá-lo de maneira correta, mesmo de noite, proporcio-
nando grande eficiência e economia de insumos durante o trabalho.
Aula 1
A importância da barra de luzes nas operações de
distribuição de corretivos e fertilizantes
Várias alternativas para superar esse problema já foram testadas e algumas delas ainda são
muito utilizadas, mas nenhuma apresenta a mesma qualidade de desempenho que a barra de
luzes. Com este equipamento, o operador acompanha o alinhamento do trator e realiza os ajus-
tes necessários caso o trator venha a sair da rota programada. Isso proporciona uma melhor
distribuição dos produtos pelo solo e, consequentemente, qualifica a barra de luzes como uma
ferramenta muito importante para as técnicas de agricultura de precisão.
Ao final desta aula, espera-se que você reconheça a importância da barra de luzes nas operações
de distribuição de corretivos e fertilizantes.
Neste curso, você já estudou que a correta orientação do maquinário durante a aplicação de
corretivos e fertilizantes é crucial para a “precisão” da operação. Mas você já tem clareza sobre
estes requisitos de operação?
Vamos começar este assunto relembrando que os corretivos e fertilizantes – como o calcário,
gesso, fósforo, nitrogênio, dentre outros – são os insumos com maior capacidade de produzir
efeitos diretos na produtividade das lavouras. Porém, é comum serem aplicados com técnicas
inadequadas, o que gera elevadas perdas e reduz substancialmente a eficiência da aplicação.
Lixiviação
Processo pelo qual os nutrientes do solo migram das camadas mais superficiais para as cama-
das mais profundas, em decorrência de um processo de lavagem devido à ação da água da chu-
va ou da irrigação, tornando-se indisponíveis para as plantas (Embrapa Arroz e Feijão, 2004).
Já os fertilizantes granulados
são menos suscetíveis a esses
problemas. Nesse caso, pelo fato
de possuírem maior massa, são
menos afetados pelas correntes
de ventos, sendo depositados
mais facilmente nos locais plane-
jados.
18
16
14
Massa recolhida (g)
12
10
8
6
4
2
0
24 20 16 12 8 4 0 4 8 12 16 20 24
Distância ao centro do distribuidor (m)
Fonte: Adaptado de Cemagref (1997)
Largura
Fonte: Adaptado de Cemagref (1997)
A partir das regras de deposição dos produtos no solo, fica mais fácil entender a importância do
paralelismo na distribuição dos insumos. O paralelismo, ou seja, o traçado da máquina em linhas
perfeitamente paralelas no talhão, é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos operado-
res de máquinas agrícolas, porque eles precisam manter o alinhamento exato durante o deslo-
camento do conjunto trator-implemento.
Isso ocorre com frequência nas aplicações de corretivos e fertilizantes, pois nesse caso torna-se
difícil visualizar a colocação do produto no solo, não sendo muito bem definida a linha entre a
área aplicada e a área sem aplicação. Sem nenhuma referência com relação à orientação a ser
seguida, muitas vezes, ocorre o surgimento de áreas com excesso de sobreposição e outras sem
nenhuma aplicação.
Vale lembrar: áreas com excesso de aplicação de insumos podem causar to-
xicidades nas plantas, levando-as à morte; enquanto áreas sem aplicação
podem sofrer quedas na produtividade e consequente perdas financeiras.
Tópico 3
Funcionamento da barra de luzes
Mais adiante, ainda neste curso, você vai estudar que, quando associadas ao piloto automático,
as barras de luzes permitem automatização total dos equipamentos agrícolas.
Saiba Mais
• <http://www.trimble.com.br/cfx-750.aspx>
• <http://www.spritzenteile.de/GPS-Systeme-546/Teejet-Matrix-840G-2460-2794
-2812.html> ou <http://goo.gl/3pnesV>
• <http://arvus.com.br/guia_virtual_titanium_bl.html>
Aula 2
Tipos de barra de luzes aplicados na distribuição
de corretivos e fertilizantes
Na aula anterior, você pôde compreender que as barras de luzes são ótimas ferramentas para
a melhoria da qualidade na distribuição dos corretivos e fertilizantes. Para fazer uso adequado
delas, é necessário conhecer os principais tipos de barras e suas características operacionais.
Há vários modelos disponíveis no mercado, e a barra de luzes de LEDs (associada ou não a mo-
nitores) é o modelo mais popular em termos de custo-benefício. Já o tipo associado a monitores
é um dispositivo que oferece mais informações para o operador, permitindo realizar ajustes no
alinhamento e na dose do produto aplicado mesmo durante a aplicação. Para tanto, é necessário
que o operador seja treinado e que esteja familiarizado com as funções do monitor.
Ao final desta aula, você deve ser capaz de diferenciar os tipos de barras de luzes utilizados nas
máquinas agrícolas para distribuição de corretivos e fertilizantes.
São barras mais simples, que podem ser facilmente removidas e instala-
das em outros equipamentos.
Tela sensível à pressão, que dispensa o uso de outros equipamentos como teclados.
Saiba Mais
A poeira é um fator crítico nas aplicações de corretivos e fertilizantes e muitas vezes con-
tribui para a redução da vida útil dos componentes das máquinas. Assim, é importante que
os dispositivos eletrônicos existentes nas máquinas que trabalham no campo estejam bem
protegidos.
• são coloridas e possuem interfaces amigáveis, proporcionando fácil adaptação aos operado-
res ainda inexperientes;
• possibilitam interação com a máquina, permitindo, por exemplo, realizar ajustes na vazão da
distribuição dos corretivos e fertilizantes;
• podem reconhecer diferentes sinais de satélites recebidos pelos receptores, dos sinais C/A
aos L1 e L2. Além disso, podem captar as frequências emitidas tanto pelo sistema de navega-
ção por satélite Navstar como pelo Glonass;
• como os demais recursos tecnológicos estudados neste curso, as barras de luzes exigem
treinamento adequado, entregas técnicas (por parte do fornecedor) e consultas recorrentes
ao manual do fabricante
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que os dois tipos de barras de luzes mais utilizados nas aplicações
de corretivos e fertilizantes são aqueles que utilizam apenas luzes de LEDs dispostas em linha
e aqueles nos quais as barras estão associadas a um monitor. Em ambos os casos, o operador
pode realizar ajustes no alinhamento do conjunto, proporcionando melhor distribuição dos pro-
dutos sobre o solo. Nas barras de luzes associadas ao monitor é possível realizar vários tipos de
ajustes a fim de adequar a aplicação aos princípios da Agricultura de Precisão, por exemplo, à
aplicação à taxa variável. Para tanto, o monitor deve se comunicar com os sensores e válvulas
responsáveis pela abertura dos mecanismos dosadores. Os monitores mais sofisticados resis-
tem às condições mais severas de trabalho no campo e podem captar sinais de vários sistemas
de navegação por satélite.
Aula 3
Utilização da barra de luzes na aplicação de corretivos
e fertilizantes
Nas aulas anteriores deste módulo, você estudou que os dois tipos de barras de luzes mais en-
contrados no mercado melhoram a qualidade da distribuição dos corretivos e fertilizantes. Para
tanto, é importante identificar suas partes constituintes e compreender o seu funcionamento.
Apesar de ser facilmente operacionalizadas, o conhecimento sobre suas funções e formas de
utilização fazem com que todo o potencial de uso seja explorado. É necessário que o operador
seja treinado e que saiba utilizar as funções básicas, como executar os procedimentos de con-
figurações iniciais e definir os trajetos a serem realizados. Dessa forma, além de contribuir para
a adequada realização da operação, será realizada a manutenção correta do equipamento, que
terá maior vida útil, podendo ser utilizado por mais tempo na fazenda.
Ao final desta aula, você deve ser capaz de compreender o funcionamento da barra de luzes nas
máquinas agrícolas utilizadas na distribuição de corretivos e fertilizantes.
As barras de luzes mais modernas são de fácil emprego, desde que o operador tenha certa qua-
lificação, a fim de conseguir ler e interpretar informações às vezes descritas por imagens ou
símbolos. Os cuidados gerais com a manutenção e a rapidez na tomada de decisão devem ser
considerados no momento de se selecionar o operador para trabalhar com essa ferramenta.
A montagem dessas peças pode ser feita em qualquer parte do trator. Primeiramente, deve-se
fixar a antena em alguma parte central do trator, podendo ser sobre o capô ou no teto da cabine,
tomando-se o devido cuidado de realizar uma fixação adequada. Normalmente, os fabricantes
fornecem ventosas ou bases colantes feitas de ímã para esse fim. É importante que o local de
fixação esteja limpo para proporcionar boa aderência.
Cabo de
alimentação
Antena do
receptor GNSS
Fonte: Jacto
O suporte da tela é fixado em local onde o operador possa realizar todas as suas tarefas e ainda
conferir na tela o seu alinhamento e monitorar o funcionamento de todo o sistema durante a
operação. Assim, o suporte pode ser colocado no vidro do para-brisa ou em uma das colunas de
fixação da capota. Geralmente, a base do suporte é constituída de uma ventosa. O monitor é co-
locado no suporte articulado, que permite movimentação em algumas direções, de forma a ser
Saiba Mais
Ao adquirir uma barra de luzes, é importante solicitar uma entrega técnica por parte do fornece-
dor. Preferencialmente, devem-se adquirir equipamentos de fornecedores que possuem reven-
das autorizadas próximas à fazenda para o caso de se necessitar de uma rápida reposição de
peças, ou mesmo de assistência no local.
Apesar de não existir uma configuração padrão, alguns procedimentos são comuns à maioria das
barras de luzes, como os descritos a seguir.
Neste procedimento, deve-se atentar para a unidade de medida utilizada. Ela deve ser a mes-
ma para todas as outras distâncias a serem referenciadas no monitor.
Esta função é utilizada quando se deseja trabalhar apenas com parte das aberturas do distri-
buidor. Nesse caso, o equipamento deve ser dotado de válvulas que permitam a abertura e
o fechamento separadamente.
Essa é uma das partes mais importantes durante a preparação da barra de luzes. Trata-se da
definição do percurso que o equipamento vai realizar. Em geral, existem três possibilidades
de percurso.
• Em linha reta: permite definir um ponto inicial, chamado de ponto A, e um ponto final,
chamado de ponto B. Entre esses dois pontos, o monitor desenha uma reta de referência.
Essa função é utilizada em terrenos planos, com formatos quadrados ou retangulares.
• Em círculo: ao definir o ponto inicial A, o monitor mostra uma guia em forma circular como
caminho. Os círculos são concêntricos e iniciarão na parte de fora do círculo em direção ao
centro com incrementos da largura programada. Essa função é mais empregada em plan-
tio sob pivô central, no qual o trator deve percorrer o mesmo sentido das linhas de plantio.
• Em curva: permite definir um ponto inicial A e outro final B. Em seguida, é mostrada uma linha
de acordo com o percurso feito pelo equipamento entre os dois pontos. A função em curva é
utilizada principalmente quando o trator deve percorrer um trajeto seguindo curvas de nível.
Depois de observar o esquema de um monitor abaixo, acompanhe a definição dos pontos dos
trajetos a partir de um sistema de barra de luzes.
No exemplo abaixo, a barra de luzes com monitor indica a área aplicada em amarelo.
Exemplo
Uma pequena simulação de configuração e operação de uma barra de luzes foi feita pela
Plantium AG-Electronica, empresa sediada em Curitiba-PR. Com acesso à internet, visite o
endereço a seguir para visualizá-la:
<http://www.plantium.com.br/Resources/Puntoab.swf>
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que as barras de luzes podem ser utilizadas sem muita dificuldade, des-
de que o operador esteja familiarizado com as suas partes constituintes e com os procedimentos
de configurações básicas. A fixação de cada componente deve ser feita de forma atenta e crite-
riosa, a fim de proporcionar adequada estabilidade durante a operação. Dentre as configurações
básicas, destaca-se a padronização das unidades de medidas, a definição da posição da antena
sobre o trator em relação ao centro do distribuidor de corretivo e fertilizante e a definição dos
trajetos. Após a definição do primeiro trajeto, o operador visualizará na tela linhas paralelas que
deverão ser seguidas. Elas representam o alinhamento e o operador será avisado caso ele não
seja acompanhado.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo!
a) A distribuição de corretivos e fertilizantes é uma operação que pode ser feita sem a neces-
sidade de orientação entre passadas.
b) Para garantir uniformidade na distribuição dos corretivos e fertilizantes não se pode ter
sobreposição entre as passadas durante as aplicações.
c) Os marcadores de linha tipo discos riscadores e espumas são muito eficientes e têm de-
sempenho superior às barras de luzes.
d) As barras de luzes permitem que o operador visualize o alinhamento do trator e que reali-
ze ajustes na direção quando necessário.
d) Os monitores das barras de luzes são instalados sobre o para-lama do trator para facilitar
a visualização do direcionamento do alinhamento.
a) As barras de luzes possuem funcionamento muito simples e podem ser utilizadas por todos
os operadores, mesmo aqueles sem qualificação.
c) A definição do trajeto A-B-C se refere à primeira passada do trator e, a partir dela, linhas
paralelas são estabelecidas.
d) Quando os LEDs vermelhos estão acesos, indicam que o deslocamento do trator excedeu a
velocidade programada de trabalho.
Agricultura de Precisão
na Distribuição
de Corretivos e
Fertilizantes
» Módulo 4: Piloto automático
O piloto automático representa um passo a mais, além da barra de luzes, na orientação geográfi-
ca dos equipamentos que trabalham no campo. Trata-se de uma ferramenta moderna que otimi-
za bastante a aplicação de corretivos e fertilizantes, sendo um dos maiores avanços alcançados
nos últimos anos com a Agricultura de Precisão e visa basicamente à condução automatizada
das máquinas e implementos agrícolas, utilizando a orientação por sinal de satélite com tecno-
logia de correção diferencial (conhecida como RTK).
Fonte: Senar GO
Aula 1
A importância do piloto automático nas operações
de distribuição de corretivos e fertilizantes
Ao final desta aula, você deve ser capaz de reconhecer a importância do piloto automático nas
operações de distribuição de corretivos e fertilizantes.
Uma alternativa frente a esse problema é o uso dos pilotos automáticos nos tratores agrícolas,
também conhecidos como autodirecionamento ou direcionamento automático. Trata-se de uma
tecnologia que surgiu diante dos inúmeros avanços dos dispositivos que fazem parte do pacote
tecnológico da agricultura de precisão.
Tópico 1
Princípios do piloto automático
De modo geral, os erros observados nos sistemas de piloto automático mais avançados são
baixos, podendo girar em torno de 1 a 5 cm. Assim ocorre durante a configuração das barras de
luzes, o operador deverá criar uma linha guia e definir o espaçamento entre as passadas. Em
seguida, o sistema elabora diversas linhas virtuais à direita e à esquerda da linha guia. Durante o
deslocamento, se necessário, a posição do trator é corrigida automaticamente por atuadores no
volante ou nos rodados.
Outra vantagem é que as operações poderão ser realizadas no período noturno. Em geral,
as operações mecanizadas convencionais noturnas requerem atenção extra pela baixa visi-
bilidade, o que pode comprometer a qualidade da operação e aumentar os riscos de acon-
tecerem acidentes. Entretanto, tem-se observado cada vez mais que as máquinas agrícolas
têm sido operadas também à noite, proporcionando boa qualidade dos serviços realizados
e menores ocorrências de acidentes. Isso tem sido possível, sobretudo, pelo uso dos pilotos
automáticos que conduzem o trator, enquanto o operador fica responsável pela avaliação do
andamento de toda a operação. Nesse caso, o piloto pode marcar os obstáculos que existem
na área, como postes, buracos, cercas, dentre outros e o trator irá contorná-los automatica-
mente, sem a necessidade de intervenção do operador, tornando a operação mais segura.
Pode-se destacar também que o piloto automático permite realizar o chamado controle de
tráfego das operações agrícolas. Trata-se de uma prática muito empregada nas fazendas
que adotam certo rigor no controle da compactação dos solos. Nesse caso, há uma definição
precisa dos locais onde as máquinas irão passar sempre que houver necessidade de realizar
uma nova aplicação. A vantagem dessa prática está no fato de minimizar as áreas compac-
tadas pelos rodados dentro da lavoura. Assim, caso haja necessidade de realizar alguma
operação de descompactação, ela será feita apenas nos locais de tráfego, que, por sinal, já
serão devidamente conhecidos.
Para aplicações em terrenos inclinados ou com presença de grandes terraços, há uma ten-
dência de o trator sofrer grandes deslocamentos laterais, permanecendo, às vezes, inclina-
do. Isso prejudica a aplicação e causa maior desgaste físico do operador. Com o piloto auto-
mático, esse efeito pode ser reduzido ou até mesmo eliminado, uma vez que a maiorias dos
atuadores possui torque suficiente para manter os rodados no alinhamento preestabelecido.
Isso é feito por meio de sensores que detectam a inclinação do terreno e compensam a falta
de alinhamento, garantindo, assim, a qualidade da aplicação.
Aumento da acurácia na
aplicação de insumos em
terrenos inclinados
Antena GNSS
Ângulo
de rodagem
Fonte: <www.trimble.com.br/index.php/produtolat/piloto-automatico/eletrico-2/ez-pilot-2>.
Todos esses fatores podem refletir também no custo final da produção, uma vez que o tempo
poderá ser otimizado e o número de aplicações reduzido.
Saiba Mais
Para visualizar um trator operando com piloto automático, acesse um vídeo produzido pela
Maqnelson, uma revendedora John Deere presente em Goiás e em Minas Gerais: <https://
www.youtube.com/watch?v=9vVaxq8HV8U> ou <http://goo.gl/vP0Aea>.
Recapitulando
Nesta aula, você aprendeu que o piloto automático é uma ferramenta moderna que otimiza bas-
tante a aplicação de corretivos e fertilizantes. Ela funciona mediante orientação por sinal de
satélite, empregando a tecnologia de correção diferencial conhecida como RTK. Trata-se de um
dos maiores avanços alcançados nos últimos anos com a Agricultura de Precisão e visa basica-
mente à condução automatizada das máquinas e implementos agrícolas, proporcionando uma
série de vantagens para as operações de distribuição de corretivos e fertilizantes. Dentre elas,
destacam-se: redução da fadiga do operador, melhoria na qualidade da distribuição dos produ-
tos, aumento da capacidade operacional, realização das operações durante a noite, definição
de locais de tráfego controlado, maior segurança da operação, envolvimento de mão de obra
qualificada e redução dos custos de produção.
Aula 2
Tipos de piloto automático utilizados na distribuição
de corretivos e fertilizantes
Na aula anterior, você estudou que os pilotos automáticos são ferramentas muito versáteis para
inúmeras necessidades na área de aplicação de corretivos e fertilizantes. Para fazer uso adequa-
do dessa tecnologia, é importante que se conheçam os tipos de pilotos automáticos disponíveis
no mercado e quais são as características de cada um deles. Dessa forma, torna-se possível
selecionar o tipo mais adequado para cada situação, considerando principalmente a relação
custo-benefício, uma vez que os modelos disponíveis atualmente possuem custos de aquisição
bem distintos. Vale ressaltar que o custo se eleva à medida que a acurácia fornecida aumenta.
Apesar de existirem diversos modelos no mercado, os pilotos automáticos podem ser divididos
em dois grupos, a saber, os pilotos automáticos universal e integrado.
Tópico 1
Piloto automático universal
O piloto automático universal é a forma mais simples de automatizar o trator. Consiste basica-
mente de um mecanismo de atuação fixado na barra de direção, próximo ao volante. Pelo fato
de ser adaptável a um veículo usado, ou seja, o produtor poder adquirir o acessório e instalar no
seu próprio trator, muitos produtores têm optado por este tipo de automação. O mecanismo é
controlado por um monitor que governa a direção e mantém o veículo no trajeto desejado du-
rante a operação.
De modo geral, o piloto universal é de fácil montagem e pode ser adaptado em diversos mo-
delos de tratores. Entretanto, recomenda-se que seja realizada uma avaliação prévia sobre a
compatibilidade entre o modelo de trator disponível e o piloto automático que se deseja adquirir.
Alguns fabricantes, no intuito de garantir melhores resultados proporcionados pelos seus equi-
pamentos, limitam o uso de seus dispositivos para apenas certos modelos de tratores, tendo em
vista as posições de fixação do atuador e o desempenho do trator.
Eletromecânico
Fonte: <www.deere.com.br>
O piloto automático universal elétrico é constituído por um motor elétrico fixo na coluna de
direção por meio de um suporte universal.
Antena 3X
+ -
Monitor
Acionamento
Sistema de compensação de terreno
Alimentação
Fonte: <http://arvus.com.br/pages/arvus/files/piloto_automatico.pdf>
Esse suporte permite que seja feito ajuste de modo que a extremidade do motor, que possui
uma estrutura móvel, fique em contato com o volante, movimentando-o para que o trator
siga o alinhamento determinado. Também é constituído por um monitor e um receptor de
sinais GNSS. Em geral, são os pilotos automáticos de menor custo de aquisição, podendo ser
adaptados a diversos tipos de tratores.
Fonte: <http://agriculture.newholland.
com/br/pt/Products/precisionfarming/
Pages/Piloto-Eletrico-EZ-Steer.aspx>.
Isso ocorre porque, diferentemente do que acontece nos sistemas de piloto universal, este sis-
tema não é acometido pelas folgas que normalmente são verificadas na direção dos tratores.
Dessa forma, o trator retorna mais rapidamente para o alinhamento, resultando em redução do
tempo total e no aumento da capacidade operacional.
Assim como em alguns tipos de piloto automático universal, o piloto automático integrado pos-
sui tecnologia para correção da inclinação do terreno, ajustando o trator em três eixos e corrigin-
do a inclinação diversas vezes por segundo. Isso garante a qualidade da aplicação mesmo em
terrenos inclinados com longos terraços.
Alguns modelos de piloto automático permitem realizar manobras de cabeceira com bastante
facilidade. Uma das grandes vantagens disso é a redução do tempo destinado a essa manobra
que, em equipamentos sem piloto automático, exige habilidade do operador para ser realizada
de forma adequada, sobretudo em pequenos espaços.
Saiba Mais
Nestes sites, você pode visualizar alguns tipos de piloto automático, assim como outros
equipamentos voltados para a agricultura de precisão:
• <http://www.deere.com.br/pt_BR/products/equipment/agriculture_management_
solutions/guidance_system/guidance_system.page> ou <http://goo.gl/sMqebw>
• <http://www.agrogeosul.com.br/index.php/produtos/pilotauto>
ou <http://goo.gl/GE4NK1>
• <http://www.agriculturaverion.com.br/aplicacoes/8-piloto-automatico>
ou <http://goo.gl/4GoW2X>.
Recapitulando
Nesta aula, você pôde diferenciar os principais tipos de piloto automático e conhecer suas prin-
cipais partes constituintes. Basicamente, eles se dividem em dois tipos: automático universal
e integrado. O piloto automático universal pode ser acionado por motor elétrico (por meio da
fixação do piloto na coluna do volante através de um suporte universal) ou pela substituição
do volante por estrutura com o sistema de controle automático da direção. Os dois sistemas
são mais simples e de menor custo de aquisição. O piloto integrado consiste de partes que são
conectadas diretamente ao sistema hidráulico de direção do trator, já na fábrica. Nesse caso, a
resposta a alterações da direção ocorre mais rapidamente. Assim, o trator retorna mais rapida-
mente para o seu alinhamento, além de poder realizar as manobras de cabeceiras de forma mais
ágil. Como consequência, tem-se o aumento da capacidade operacional e a redução do tempo
total para realização da operação.
Aula 3
Configuração e operação do piloto automático
Para fazer uso correto dos diferentes tipos de pilotos automáticos que o mercado disponibiliza,
assim como dos demais aparelhos tecnológicos, é importante saber configurar e operar os seus
componentes. Basicamente, duas configurações são importantes para a operação do piloto au-
tomático: a configuração das bases fixa e móvel do sistema RTK e a configuração do monitor do
piloto automático.
Para trabalhar com piloto automático nas aplicações de corretivos e fertilizantes, umas das pri-
meiras ações que precisam ser executadas é a definição do local onde ficará a base fixa do
sistema de correção do sinal. Essa base é
constituída por um receptor de dezenas de
canais de sinais das bandas L1 e L2. Prefe-
rencialmente, ela deve ser posicionada em
local que apresente rigidez, boa visão para
o céu e presença de poucos obstáculos que
possam refletir o sinal. Devem ser evitadas
partes intermediárias de torres, proximida-
de de árvores e topos de galpões metálicos.
A base deve ser alimentada com uma fon-
te de energia de 12 V e, se necessário, con-
versor de corrente alternada para corrente
contínua. Também é recomendável que se
disponibilize uma bateria de reserva para
eventuais falhas no fornecimento de energia. Fonte: <www.deere.com.uk>
Dependendo dos tipos de bases utilizadas, da potência do rádio e da situação da área, a distân-
cia entre as bases pode variar entre 20 e 30 km. O interessante é que, dentro desse raio, qualquer
máquina com uma base móvel compatível com o sinal corrigido que é emitido pode utilizá-lo.
Saiba Mais
Fonte: <https://stellarsupport.deere.com/pt_BR/Support/pdf/ompfp11351_rtk900mhz.pdf>
Os dados de precisão são mensurados na antena dos receptores durante 95% do tempo entre
uma passada e outra. Deve-se destacar também que a precisão pode variar de acordo com a
constelação de satélites e irregularidades das condições do solo. Um solo revolvido tende a apre-
sentar maior irregularidade no alinhamento da máquina em relação a um solo sob plantio direto.
A configuração da base fixa deve seguir procedimentos específicos informados pelos fabricantes
em seus manuais e durante as entregas técnicas. Em geral, a forma de apresentação dessas in-
formações pode variar de acordo com a marca e o tipo de base utilizada.
Saiba Mais
A base móvel é fixa na parte mais alta do trator para que possa receber o sinal corrigido sem
interferências. Em seguida, o sinal é enviado para uma central de processamento controla-
da pelo monitor que, por sua vez, retransmite o sinal para válvulas responsáveis por acionar
o mecanismo atuador, que movimentará o setor de direção do trator.
Tópico 2
Configuração do monitor
A linha a ser criada pode ser reta, curva ou em formato de círculo. Deve-
-se posicionar a máquina no início da linha em que se deseja iniciar a apli-
cação. Depois, clicar em talhão-marcar A, dirigir o trator por alguns me-
Criar linha
tros e depois clicar em marcar B. Automaticamente, serão criadas linhas
A-B
paralelas A-B à esquerda e à direita da linha criada. Assim, para início da
aplicação, o trator deverá ser posicionado sobre o ponto A determinado,
acionando o piloto automático e mantendo o alinhamento desejado.
Outras configurações ainda podem ser realizadas, por exemplo, ajustes de tela, gravação de
trabalhos, definição de bússolas e grids, cores de linhas, avisos sonoros, barra de luzes, data e
hora, teste de teclado, dentre outras.
Saiba Mais
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo!
a) O uso do piloto automático nos tratores requer grande atenção por parte do operador,
aumentando a quantidade de atividades que ele deve realizar.
c) O piloto automático permite que a operação seja realizada durante a noite com segurança
e boa qualidade do serviço.
a) O piloto automático universal é um dos mais utilizados pelo fato de apresentar maior acu-
rácia em relação ao piloto integrado.
c) O piloto universal elétrico é utilizado apenas em tratores com baterias com amperagem
elevada.
d) O piloto automático integrado possui resposta mais rápida pelo fato de ser conectado
diretamente no sistema hidráulico do trator.
a) A base fixa do sistema RTK empregada nos pilotos automáticos é posicionada sobre os
distribuidores de corretivos e fertilizantes.
b) A comunicação entre a base fixa e a base móvel é feita por meio de sinais de satélite.
c) A configuração do monitor que controla o piloto automático só pode ser realizada se houver
registros prévios do distribuidor de corretivos e fertilizantes na memória do monitor.
Agricultura de Precisão
na Distribuição
de Corretivos e
Fertilizantes
» Módulo 5: Monitoramento da qualidade de
distribuição de corretivos e fertilizantes
Neste módulo, portanto, você vai conhecer os principais tipos de dispositivos utilizados no moni-
toramento da deposição de corretivos e fertilizantes, bem como os principais fatores que podem
comprometer esse monitoramento e a deposição de insumos na lavoura.
Atenção! Sempre que finalizar a leitura do conteúdo de um módulo, você deve retornar ao Am-
biente de Estudos para realizar a atividade de aprendizagem.
Aula 1
A importância dos dispositivos de monitoramento
na distribuição de corretivos e fertilizantes
Ao fim desta aula, você deve ser capaz de esclarecer as vantagens de se utilizar os dispositivos
de monitoramento nas distribuições de adubo.
Durante todo este curso, você estudou sobre os desafios de fazer uma boa aplicação de insumos
no campo. Isso porque a distribuição de corretivos e fertilizantes nem sempre é realizada de
modo uniforme, devido principalmente às condições climáticas, mas também às condições de
regulagem e estado de conservação inadequado dos distribuidores. Consequentemente, isso
causa prejuízos para a produção, uma vez que a planta não recebe a quantidade de nutrientes e
corretivos necessários ao seu bom desenvolvimento, afetando a sua produtividade final. Além
disso, em alguns casos torna-se necessário realizar nova aplicação, resultando em maiores gas-
tos com horas de máquina, compactação de solo e desperdício de produtos, aumentando a con-
taminação ambiental.
Portanto, faz parte das técnicas de agricultura de precisão conseguir monitorar constantemente
o processo de aplicações dos insumos. Esta pode ser uma tarefa difícil, a depender do tipo de
produto aplicado. Para aqueles produtos de granulometria mais finas, que são aplicados a lanço,
uma análise visual pode fornecer ao operador uma avaliação mais superficial. Geralmente, há
uma grande dispersão desses produtos durante a aplicação e as perdas podem ser consideráveis.
Assim, o operador deverá escolher a melhor hora do dia para aplicar o produto ou mesmo sele-
cionar o sentido de deslocamento mais conveniente, de acordo com a direção do vento. Quando
se trata de produtos de maior massa, esses problemas são atenuados durante a aplicação a lanço
e o que se visualiza é uma distribuição mais uniforme, pelo menos na maioria das vezes.
Outro fato que justifica o monitoramento da distribuição dos corretivos e fertilizantes é a ne-
cessidade de determinação da largura nominal de trabalho. Em geral, para corretivos aplicados
a lanço, a largura nominal é definida quando se tem sobreposição das laterais dos jatos e uma
variação de até 15% na uniformidade de distribuição transversal.
Para as operações de semeadura realizadas com adubação de plantio deve-se atentar para a
colocação do adubo em profundidade maior do que as sementes. Caso a semente entre em
contato direto com o adubo ela poderá se desidratar e não germinar, comprometendo toda a
implantação da lavoura. A posição mais baixa do adubo também se justifica pelo fato de que,
quando as primeiras radículas surgirem e descerem, encontrarão o adubo que proporcionará
maior desenvolvimento à planta. Esse cuidado deve ser tomado inicialmente com a regulagem
adequada dos mecanismos de abertura, deposição, fechamento e cobertura das semeadoras.
Além disso, durante a operação, de tempos em tempos, deve-se abrir um sulco manualmente na
área semeada e verificar se a deposição da semente e do adubo está correta. Esse efeito pode
ser alterado de acordo com o tipo e preparo do solo, necessitando-se assim de maior atenção.
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que o monitoramento da aplicação de corretivos e fertilizantes é uma
prática que deve ser realizada constantemente a fim de garantir o sucesso da operação. O obje-
tivo é assegurar-se de que o produto está sendo distribuído uniformemente sobre a área, man-
tendo a largura nominal de trabalho e proporcionando uma capacidade operacional adequada.
Além disso, visa garantir que os adubos sejam colocados no solo a profundidades apropriadas
de modo a não entrarem em contato direto com a semente, comprometendo o seu desenvolvi-
mento. As formas de monitoramento variam de acordo com os tipos de produto e equipamento
utilizados e as mais eficientes e seguras são aquelas que empregam dispositivos eletrônicos.
Aula 2
Principais tipos de dispositivos de monitoramento
Considerando a importância do monitoramento da deposição dos insumos da lavoura, que você
estudou na aula passada, agora você vai conhecer os principais dispositivos para este fim. Impul-
sionados pela sua importância e favorecidos pelos avanços da Agricultura de Precisão, surgiram
no mercado diversos dispositivos com a função de auxiliar no monitoramento da deposição
de adubos. Geralmente, eles 3realizam em conjunto a deposição do adubo e das sementes. Os
sistemas mais sofisticados realizam o monitoramento completo, ou seja, dose aplicada, fluxo de
descida, velocidade de trabalho e acompanham a redução da quantidade de adubo no reserva-
tório. Para tanto, sensores são espalhados por toda a máquina. O operador deve saber localizar
e entender o funcionamento de cada um desses sensores para fazer uso adequado deles.
Você já estudou que a deposição dos corretivos e fertilizantes pode ser afetada por diversos
fatores climáticos ou mecânicos. Excetuando-se os fatores climáticos, que são contornados por
meio da escolha do momento adequado para a aplicação, os fatores relacionados ao desempe-
nho da máquina devem ser monitorados.
Monitor de controle e
programação
Unidade eletrônica de
tratamento de informação
Atuadores elétricos
de regulagem de depósito
Os distribuidores mais modernos possuem diversos sensores embarcados responsáveis por mo-
nitorar durante todo instante a distribuição do adubo. Um desses sensores é instalado na parte
debaixo do reservatório. Eles são responsáveis pela medição da massa presente no interior do
depósito através de um mecanismo semelhante a uma célula de carga ou sensor de peso. Essa
informação pode ser visualizada em um monitor diante do operador, que entende a quantidade
de adubo existente dentro dos depósitos e programa as paradas de forma mais conveniente.
Outra vantagem desta tecnologia é que se elimina a necessidade de um operador permanecer
sobre a máquina para conferir a quantidade de adubo restante no interior do reservatório.
Outro sensor muito importante é utilizado para captar informações sobre a velocidade de tra-
balho. Pode ser na forma de um sensor magnético, montado próximo aos rodados, ou um radar
de efeito doppler. A variação da velocidade influencia diretamente no cálculo da dose aplicada
por hectare da seguinte forma: se houver redução da velocidade, por uma patinagem temporá-
ria, por exemplo, o sistema informará ao mecanismo dosador, que fechará a descida de adubo
de modo a manter a mesma dose aplicada. Por sua vez, aumentos na velocidade terão efeito de
abertura no mecanismo dosador.
Fonte: <www.trimble.com>.
2
3 4
5
1 Monitor
2 Cabo de força
3 Cabo de comunicação monitor-sensores
4 Cabo extensão da semeadora-adubadora
5 Cabo de conexão do sensor 1
Fonte: <http://www.prosolus.com/_GI/pdf/
_modulos/produtos/00008.pdf>.
De modo geral, os monitores possuem interfaces de fácil comunicação com o operador: ao ini-
ciar o plantio, a luz de “monitorando” é acesa no monitor. Em caso de falha por entupimento ou
interrupção do fluxo de semente/adubo a luz de “monitorando” se apaga e então se acende a
de alerta, que é acompanhada de um sinal sonoro. Além disso, o visor indica alternadamente a
mensagem “Er” e o número do sensor (ou dos sensores) que está com problema.
Normalmente, esses sensores são robustos e dotados de um sistema digital de autoajuste con-
tra o acúmulo de sujeira. Isso garante uma maior quantidade de horas de trabalho sem paradas,
elevando a capacidade operacional da atividade. Outra característica é que o operador é infor-
mado quando há necessidade de realizar as limpezas.
Saiba Mais
Recapitulando
Nesta aula, você estudou os principais tipos de dispositivos utilizados no monitoramento da
deposição de corretivos e fertilizantes. Dentre eles, destacam-se aqueles responsáveis pela me-
dição do fluxo de descida, dose aplicada, quantidade de produto no reservatório, velocidade de
trabalho, dentre outros. Os sistemas mais simples são instalados diretamente no tubo de desci-
da e medem o fluxo de deposição do adubo, podendo indicar eventuais variações, interrupções
ou ausência de produto no reservatório. Esses dispositivos contribuem substancialmente para a
melhoria na deposição de corretivos e fertilizantes.
Aula 3
Fatores que interferem na qualidade da distribuição
A distribuição de corretivos e fertilizantes é essencial para o fornecimento de nutrientes para o
desenvolvimento das culturas. Desta forma, é preciso ter alguns cuidados no momento da apli-
cação, de forma a garantir a eficiência na distribuição destes insumos.
De modo geral, a qualidade da distribuição de corretivos e fertilizantes pode ser afetada por fa-
tores relacionados à condição ambiental, às características do produto e ao modo de aplicação.
Tópico 1
Condições ambientais
Umidade do solo
A umidade do solo deve ser baixa o suficiente para permitir o fácil deslocamento do trator
e do distribuidor de calcário e fertilizante por toda a área. Solo muito encharcado pode pro-
vocar patinagem excessiva do trator, deslizamento do distribuidor e desalinhamento entre
os rastros das máquinas, provocando redução na eficiência ou até mesmo inviabilizando a
aplicação. Por outro lado, solos muito secos podem provocar redução no aproveitamento
dos fertilizantes, especialmente os nitrogenados, que são perdidos por volatilização.
Vento
Chuva
Granulometria
Umidade do insumo
Produtos de granulometria mais fina como o calcário, quando apresentam menor umidade
possuem também menor peso, portanto, sofrem maior ação negativa do vento durante a
distribuição. Assim, o calcário seco necessita de grande atenção durante sua distribuição, de-
vido à sua granulometria fina e ao baixo peso de suas partículas. Por outro lado, insumos com
umidade muito alta podem dificultar o escoamento e a saída pelos mecanismos da máquina.
Especialmente os fertilizantes, quando em contato com umidade, podem formar aglomera-
dos e obstruir a saída do distribuidor.
Armazenamento e conservação
Corretivos e fertilizantes mal armazenados podem sofrer alteração de seu estado físico de-
vido ao aumento da umidade e/ou à formação de aglomerados, o que dificulta sua distribui-
ção, conforme descrito anteriormente. Portanto, para aplicação na agricultura de precisão, os
insumos devem apresentar boas características para a distribuição.
Alimentação do software
A inserção dos dados no software da máquina deve ser feita de forma correta pelo operador.
A inserção incorreta do mapa de recomendação ou da largura da faixa útil de aplicação afeta
todo o processo, reduzindo a eficiência da distribuição dos insumos.
Velocidade de deslocamento
Conhecimento do operador
O operador da máquina deve ser capacitado para realizar tal operação, de forma a utilizar to-
das as informações de forma correta, acompanhar os dados da aplicação durante a operação
e reconhecer qualquer alteração indesejada durante a distribuição.
Saiba Mais
Para que a planta possa aproveitar o máximo do efeito dos fertilizantes, por exemplo, eles
devem ser aplicados no estágio de desenvolvimento da cultura mais recomendado, no qual
a demanda da planta é mais alta.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a última atividade de aprendizagem para verificar
os conhecimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no
Ambiente de Estudos para registrar as respostas no sistema! Depois desta etapa, será iniciado o
processo para emissão do seu certificado.
a) A aplicação de corretivos e fertilizantes não requer maior atenção com relação à distribui-
ção, uma vez que os produtos são aplicados sobre o solo.
d) A experiência do operador não afeta a eficiência da aplicação, uma vez que o processo é
automatizado.
Neste curso, você teve a oportunidade de compreender que a aplicação de corretivos e fertilizan-
tes é uma prática muito importante para o sucesso das lavouras em geral. Entretanto, é comum
ela ser realizada de forma ineficiente e resultar em elevadas perdas, principalmente devido a
fatores climáticos e ou mecânicos.
Assim, a aplicação de corretivos e insumos deve ser realizada adotando-se critérios adequados
de monitoramento da uniformidade de distribuição. Esse monitoramento geralmente é feito por
operadores que realizam apenas uma análise visual da aplicação, podendo incorrer em falhas.
Além disso, seus horários de trabalho são limitados e muitas vezes a integridade física do ope-
rador é colocada em risco.
As barras de luzes podem ser simples ou mais sofisticadas e têm como função orientar o opera-
dor durante a condução do trator, de modo que ele mantenha sempre a mesma distância entre
as passadas, evitando falhas na aplicação. Um mesmo tipo de barra de luzes pode ser instalado
em variados modelos de tratores, tornando essa tecnologia acessível a produtores com dife-
rentes níveis econômicos. Os pilotos automáticos possuem vantagens semelhantes, entretanto,
proporcionam melhores resultados pelo fato de assumirem a direção do trator, permitindo que
o operador se dedique a outras tarefas.
Desejamos que os conhecimentos construídos neste período gerem resultados práticos e posi-
tivos na sua atividade profissional! Não deixe de se informar no ambiente de estudos sobre os
demais cursos do Programa Agricultura de Precisão. Até a próxima!
CEDRA, C.; ROUSSELET, M.; COILLARD, J.; MIRALLES, A. Les Materiels de Fertilisation et
Traitement des Cultures: Tecnologies de l’agriculture. Antony: Cemagref Editions, 1997. 343 p.
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TRIMBLE. Sistema de Orientação Barra de Luzes EZ-Guide 250. Manual Trimble, 2008. 73p.
Módulo 1 Módulo 4
1-B 1-C
2-D 2-D
3-C 3-D
Módulo 2 Módulo 5
1-C 1-D
2-B 2-A
3-C 3-B
Módulo 3
1-D
2-A
3-C