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Criminologia

207.05
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na
jurisprudência dos Tribunais.

Sumário
1. Criminologia .................................................................................................................. 4

1.1. Vetores .................................................................................................................... 4

1.1.1. Subsídio para o legislador elaborar as leis ....................................................... 4

1.1.2. Evitar leis penais simbólicas ............................................................................. 4

1.1.3. Atrelada à sociologia ........................................................................................ 4

1.1.4. Meio de interpretar a conduta do criminoso ................................................... 4

1.1.5. Meio técnico para avaliar o grau de criminalidade .......................................... 4

1.1.6. Meios para combater a criminalidade ............................................................. 4

1.1.7. Ciência pré-jurídica .......................................................................................... 4

1.1.8. Artigo 59, CP: circunstâncias judiciais .............................................................. 4

1.1.9. Direito penal do fato e do autor....................................................................... 5

1.1.10. Criminologia especulativa: causas da criminalidade..................................... 5

1.2. Relação entre a criminologia e os demais ramos da ciência.................................... 5

1.2.1. Dogmática jurídica ........................................................................................... 5

1.2.2. Medicina legal (compreendia a Psiquiatria Forense) ....................................... 5

1.2.3. Psicologia criminal............................................................................................ 5

1.2.4. Antropologia criminal (Ferri, Lombroso, Garófalo) .......................................... 5

1.2.5. Sociologia criminal ........................................................................................... 6

1.2.6. Psicosociologia criminal ................................................................................... 6

1.2.7. Lógica jurídica .................................................................................................. 6

1.3. Principais autores e teses ........................................................................................ 7

1.3.1. Antônio Moniz Sodré ....................................................................................... 7

1.3.2. Gall ................................................................................................................... 7

1.3.3. Lavater ............................................................................................................. 7

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1.4. Escolas mais remotas .............................................................................................. 8

1.4.1. Fundamentos da responsabilidade do criminoso ............................................. 8

1.4.2. Escola crítica ..................................................................................................... 8

1.4.3. Questionamentos ............................................................................................. 8

1.4.4. Teorias específicas ........................................................................................... 9

2. Conduta do criminoso ................................................................................................... 9

2.1. Escola clássica ......................................................................................................... 9

2.2. Escola antropológica ............................................................................................. 10

2.3. Escola crítica .......................................................................................................... 10

3. Evolução ...................................................................................................................... 10

3.1. Escola antropológica ou positiva ........................................................................... 11

3.2. Escola Clássica ....................................................................................................... 12

3.2.1. Aspectos da pena ........................................................................................... 12

3.2.2. Outros pontos importantes ............................................................................ 12

3.3. Escola Psicanalítica ................................................................................................ 13

3.4. Escola Estrutural-Funcionalista ............................................................................. 13

3.4.1. Emilin Durkheim ............................................................................................. 13

3.4.2. Robert Merton (1910) .................................................................................... 13

3.5. Escola da socialização defeituosa .......................................................................... 14

3.5.1. Teoria do broken home .................................................................................. 14

3.5.2. Teoria dos contatos diferenciais .................................................................... 14

3.5.3. Teoria da subcultura de grupos ...................................................................... 14

3.5.4. Teoria da anomia ........................................................................................... 15

3.6. Escola do Labeling Approuch ................................................................................. 15

3.6.1. Interacionismo simbólico ............................................................................... 16

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3.6.2. Agências estigmatizantes ............................................................................... 16

3.6.3. Superação do paradigma neokantista ............................................................ 16

3.7. Escola crítica .......................................................................................................... 16

3.8. Escola francesa ...................................................................................................... 16

3.8.1. Escola macrossociológica (Teoria ecológica) .................................................. 16

4. Teorias da criminologia crítica ..................................................................................... 17

4.1. Abolicionismo........................................................................................................ 17

4.2. Neorrealismo de esquerda .................................................................................... 17

4.3. Minimalismo penal ............................................................................................... 17

4.3.1. Dez axiomas de Luigi Ferrajoli ........................................................................ 18

5. Velocidades do Direito Penal ....................................................................................... 18

6. Críticas à tese do direito penal do inimigo de Jakobs .................................................. 18

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1. Criminologia

1.1. Vetores
1.1.1. Subsídio para o legislador elaborar as leis
Entender as razões do cometimento do crime é uma forma de auxiliar o legislador na
elaboração das leis. Ademais,
1.1.2. Evitar leis penais simbólicas
Não deve haver leis dissociadas da realidade social.
1.1.3. Atrelada à sociologia
Estudar criminologia significa construir uma visão crítica da sociedade. Emile Durkheim
baseia seus estudos filosóficos em aspectos sociais, de forma que o crime se modifica de
acordo com a realidade social.
1.1.4. Meio de interpretar a conduta do criminoso
A criminologia é um meio filosófico, social, empírico, jurídico de interpretação da
conduta do criminoso. A proteção a determinado bem jurídico deve ser suficiente, evitando-
se desproporcionalidades aquém ou além do suficiente.
1.1.5. Meio técnico para avaliar o grau de criminalidade
Serve para analisar a reprovabilidade de determinadas condutas, de forma a subsidiar
adequadamente a elaboração de leis.
1.1.6. Meios para combater a criminalidade
Estudos sociais são necessários para identificar a realidade da criminalidade de cada
lugar para que se possa combate-la adequadamente.
1.1.7. Ciência pré-jurídica
A criminologia é um estudo que vem antes das questões jurídicas.
1.1.8. Artigo 59, CP: circunstâncias judiciais
É a grande base para a criminologia.
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,

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estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e


prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de
liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra
espécie de pena, se cabível.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
1.1.9. Direito penal do fato e do autor
O direito penal do fato pressupõe que o indivíduo deve responder pelo que fez. No
entanto, existem resquícios do direito penal do autor, em que o indivíduo responde por aquilo
que ele é. Exemplo: Regime Disciplinar Diferenciado em razão de o autor ser perigoso.
1.1.10. Criminologia especulativa: causas da criminalidade
Causas que levam uma pessoa a cometer um crime, inclusive, passando por vertentes
políticas.

1.2. Relação entre a criminologia e os demais ramos da ciência


1.2.1. Dogmática jurídica
Definem quais condutas tipificam crimes ou contravenções, estabelecendo as
respectivas penas.
1.2.2. Medicina legal (compreendia a Psiquiatria Forense)
Aplicação específica das ciências médicas, paramédicas e biológicas ao Direito.
Exemplo: parafilias, que são distúrbios comportamentais relacionados ao ato sexual.
1.2.3. Psicologia criminal
Ciência ocupada com a mente humana, seus estados e processos. Ideia de que o crime
é um processo, pois o mal não nasce, ele se forma.
1.2.4. Antropologia criminal (Ferri, Lombroso, Garófalo)
Assume para si a responsabilidade de pesquisar e desenhar supostos perfis dos
infratores penais, a partir de disposições anatômicas e estigmas somáticos particulares.

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1.2.5. Sociologia criminal


Fundada por Enrico Ferri, visualiza o ilícito penal como fenômeno gerado no
desenvolvimento do convívio, em escala ampla, dos homens, analisando a importância direta
ou indireta do ambiente social na formação da personalidade de cada um. Existe a influência
do Pacto Social. Exemplo: Princípio da Adequação Social.
1.2.6. Psicosociologia criminal
Criação de meios educativos ou intimidativos de que dispõe ou deve dispor o Estado,
inclusive no terreno da elaboração legislativa, para prevenir e reprimir a criminalidade,
fornecer fórmulas para achar a proporção ideal entre a gravidade da conduta de um
determinado criminoso ou contraventor penal e o quantum da sanção a aplicar-lhe, face a
face com a situação concreta. Exemplos: mecanismos de prevenção geral, como a pena de
morte; artigo 22, Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) que trata das medidas protetivas de
urgência.
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor,
em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de
urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao
órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o
limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio
de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a
equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios
1.2.7. Lógica jurídica

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Se dirige para a fenomenologia e a problemática do crime, lastreada na lógica formal,


pura (ciência da razão em si mesma). Analisa-se causa e efeito, custo-benefício.

1.3. Principais autores e teses


1.3.1. Antônio Moniz Sodré
Trouxe para o Brasil as ideias da Escola Antropológica e os estudos de Lombroso.
Estuda o crime em abstrato para o criminoso.
Para Moniz Sodré, o criminoso era, em última essência, uma pessoa degenerada. Isto
é, o criminoso já nasceu uma pessoa degenerada ou se fez deixar ser degenerada. São
indivíduos com baixo índice de ética e correção. Essa é a ideia da “Escola do Homem
Degenerado”.
1.3.2. Gall
Tratou da Frenologia, utilizando-se do método experimental.
Gall fez estudos empíricos sobre os criminosos na penitenciária. Assim, a crítica a este
autor reside no fato de que ele pressupôs que aqueles que estavam na penitenciária seriam
criminosos, sem levar em consideração os motivos que ensejaram a prática do crime. São
estabelecidos os seguintes elementos:
a) Razões inatas;
b) Influências instintivas;
c) Cérebro e sentimentos;
d) Protuberâncias cerebrais.
Tentava-se, portanto, por meio de um método experimental, criar um sistema que
indicasse que a pessoa era criminosa de acordo com os traços físicos.
1.3.3. Lavater
Fez a fisiognomonia e criou o método clarividente, utilizando-se de traços físicos e
atitudes. Estuda a criminologia também por meio de características externas do criminoso.
Teorias:
 “As faculdades e as inclinações dos homens e dos animais são inatas” (comparava
animais e seres humanos);
 A nossa inteligência, nossos instintos e nossa moral são influenciados por condições
naturais e orgânicas (dava pouca ênfase aos meios externos);
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 O cérebro é o centro de todas as nossas faculdades, incluindo sentimentos;


 Cada uma dessas faculdades possui uma parte específica do cérebro que a regule;
 As diversas partes que correspondem a diversas “faculdades da alma” formam
protuberâncias na parte externa da cabeça.

1.4. Escolas mais remotas


1.4.1. Fundamentos da responsabilidade do criminoso
a) Livre arbítrio ou determinismo (destino)?
Para se verificar o fundamento da prática de um crime deve-se analisar se o criminoso
o fez por livre arbítrio (escolheu ser criminoso) ou se o fez porque nasceu criminoso. No
primeiro caso, a pena terá a função de evitar a conduta e no segundo caso a função será de
proteger a sociedade do indivíduo que já nasce criminoso.
b) Responsabilidade penal e moral;
c) Combinação de fatores morais e inatos;
d) Responsabilidade social (parcela de responsabilidade por parte da sociedade);
1.4.2. Escola crítica
Esta escola nega o livre arbítrio puro e simples, pois entende que a escolha do
criminoso não é completamente livre.
Leva em consideração a identidade pessoal com a semelhança social. O criminoso
possui concepções e valores diferentes.
Portanto, há uma análise do criminoso em si, com as influências que sofreu do meio,
da sua formação e de suas concepções.
Fisiognomonia: tem como principal representante Lavater. Diz estudar a alma humana
pelos traços físicos de uma pessoa ou pela voz, gestos, atitudes, etc. Existe uma relação entre
a parte externa e a parte interna do corpo. É o conhecer da alma pelo corpo. Defende que os
sentimentos, os pensamentos e tudo que é interno a um indivíduo se manifesta no seu
exterior. É um estudo importante no que diz respeito ao interrogatório, por exemplo,
verificando-se a expressão corporal do indiciado.
1.4.3. Questionamentos
 Em que se funda a responsabilidade penal do criminoso?

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 O que é o crime? Qual o seu conceito? (Por uma análise social)


 O criminoso é um homem normal, igual ao comum dos indivíduos, ou um tipo
anômalo, uma variedade distinta do gênero humano?
 Qual o conceito e quais os efeitos da pena?
1.4.4. Teorias específicas
a) Benedikt
Sustentava que o que leva a pessoa a cometer um crime é uma fraqueza do sistema
nervoso, ou seja, ausência de elementos para o natural funcionamento do sistema nervoso.
b) Maudsley, Virgilio, Dalley, Mynzloff
O delito é equivalente à loucura, pois os dois estariam no mesmo campo e
intimamente ligados.
c) Féré
Coloca o criminoso como uma pessoa altamente degenerada.
d) Marro
Segue a vertente de Benedikt. Diz que o crime é devido a uma falta de nutrição do
sistema nervoso central.
e) Garófalo
O crime é uma anomalia moral do criminoso (inicia uma vertente moral).
f) Ferri
Pressupõe uma combinação de fatores:
 Antropológicos: já nasceu como uma pessoa tendente à criminalidade;
 Físicos: clima, solo, etc.
 Sociais: religião, costumes, política, etc. Abordava aspectos em sentido amplo.
Ainda não citava o fenômeno sociológico do convívio entre pessoas.

2. Conduta do criminoso
2.1. Escola clássica
 É o contrário da Escola Antropológica.
 Trata o crime como uma escolha (livre arbítrio).
 Para o menor, o delito deve ser proporcional à gravidade.

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 Responsabilidade moral e penal do delinquente.


2.2. Escola antropológica
 Determinismo psicológico: não há uma escolha livre. O criminoso é vítima de
sua própria essência, pois nasceu criminoso;
 Fisiopsicologia da vontade;
 Liberdade de agir e liberdade de querer;
 Responsabilidade social;
Estabelece como características do criminoso:
a) Insensibilidade moral;
b) Imprevidência;
c) Covardia;
d) Gíria;
e) Vaidade;
f) Vingança;
g) Amor à mentira.
2.3. Escola crítica
Nega a existência do tipo criminoso, porém concorda com a escola antropológica
quando diz que a pena deve ser proporcional à temibilidade do criminoso.
Analisa a responsabilidade moral sem livre arbítrio. Constrói a ideia de que o crime não
é uma escolha.
Nesse aspecto, considera a identidade pessoal a partir da semelhança social. Exemplo:
comportamento, vestimenta e fala semelhantes. Assim sendo, os criminosos têm concepções
completamente distintas dos outros do que é certo e o que é errado.
Nota-se que aquele criminoso que mais se aproxima do comportamento adotado pela
lei penal é o que normalmente se arrepende. Ou seja, quanto mais longe desse padrão, menor
a possibilidade de arrependimento. Exemplo: homicídio culposo, crime passional são mais
passíveis de arrependimento.

3. Evolução

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3.1. Escola antropológica ou positiva


Encampada por César Lombroso (1871-76), cujos seguidores eram Henrique Ferri e
Garófalo.
Lombroso fez uma análise interna e externa do criminoso, mas apenas em relação
àqueles que se encontravam nos presídios. Para ele:
 Há criminosos natos, “por tendência instintiva”;
 Estigmas físicos não definem a propensão ao crime sozinhos, dependem de
aspectos psicológicos (coaduna aspectos físicos e psicológicos);
 Reúne os criminosos em um grupo. Exemplo: diferencia por aspectos externos
criminosos sexuais, violentos, não violentos, etc.;
 De 25% a 40% dos delinquentes são natos;
 Métodos empírico e evolucionista;
 O criminoso é variedade antropológica, é diferente e a sociedade deve ser
defendida por meios repressivos e preventivos (o fundamento da pena é a
defesa da sociedade diante do indivíduo que nasceu com tendência ao crime);
 Crime é aquilo que infringe o que se chama senso moral de uma sociedade
(crime é um fenômeno social);
 O crime é cometido devido a fatores antropológicos, físicos e sociais;
 A pena tem como fim não um castigo, mas a defesa social. Caracteriza-se pelo
maniqueísmo (determina quem é bom e quem é ruim).
Adotaram esta Teoria: Franco da Rocha, Enjolras Vampre, Oscar Freire, Rodrigues
Doria, Ulisses Paranhos, Afrânio Peixoto, Juliano Moreira, Miguel Sales, Arthur Ramos, João
Froes, Diógenes Sampaio.
A crítica a essa Escola é a de que ela parte de duas premissas equivocadas. Primeiro
porque não se deve analisar o perfil do criminoso apenas a partir do presídio. Segundo porque
o crime não deve ser tido como exclusivamente aquilo que foge de um senso moral da
sociedade, mas sim como uma escolha feita pelo legislador.
Lombroso defendia o fenômeno do atavismo: o criminoso é o aparecimento de um ser
selvagem no meio civilizado moderno, com os mesmos “instintos bárbaros” do selvagem.

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Ademais, tem características infantis, já que a criança representa, por analogia, o estado mais
primitivo da humanidade.

3.2. Escola Clássica


Fundada por César Beccaria (1764) e seguida por Michel Foucault.
É o oposto da escola antropológica. Para estes, o crime é uma realidade social
escolhida pelo criminoso. Há o livre arbítrio. Nesse sentido, a pena é uma punição e não uma
defesa da sociedade.
A função do Estado é incutir na cabeça do indivíduo que ele deve ter um
comportamento adequado, de forma que suas escolhas devem condizer com a sociedade em
que vive.
3.2.1. Aspectos da pena
 Pressuposto: suplícios medievais. Quanto maior a pena, maior a chance de
convencer os indivíduos de que eles devem ter comportamentos socialmente
aceitáveis. A pena é calculada para satisfazer a sociedade.
 Função divina: antecipar o castigo;
 Função política: reafirmar a soberania do Estado;
 Função social: subjugar o preso ao príncipe;
 Função justificante: afirma no contexto social a repugnância do criminoso
(função estigmatizante).
3.2.2. Outros pontos importantes
 Há uma proporcionalidade das penas aos delitos;
 Não retroatividade da lei penal (a lei não incide sobre fatos antes de sua
vigência ou depois da sua revogação);
 Método dedutivo, metafísico;
 Igualdade de toso os homens, honestos ou não;
 Estudo do delito abstrato, como “entidade jurídica”;
 O criminoso é responsável caso tenha livre arbítrio;
 Estuda o crime como entidade abstrata, sem personaliza-lo;
 É a doutrina que está presente no código criminal da época;

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 Ideologia das defesas sociais (defesa indireta da sociedade);


 Começa-se a criticar a dicotomização da sociedade entre mocinhos e bandidos;
 Princípio da culpabilidade (ainda embrionariamente).

3.3. Escola Psicanalítica


Criada por Sigmund Freud.
A principal ideia é a de que o crime é algo sedutor;
Apresenta os elementos da IDE, EGO e SUPEREGO. A vida é um eterno conflito entre a
IDE e o SUPEREGO. IDE representa o instinto, EGO é a análise crítica que o indivíduo faz dele
mesmo e o SUPEREGO é a imagem que o indivíduo deseja passar para a sociedade. O crime
ocorre quando o criminoso não consegue controlar a IDE.
Sustentava que somente não há o cometimento do crime enquanto a sociedade puser
ao indivíduo freios aptos a impedir a eclosão da IDE. É a imposição de regramentos sociais,
com o refreamento de impulsos.
As válvulas de escape servem para controlar a IDE (acúmulos do inconsciente).
Exemplo: se o indivíduo tiver um hobby, diminui a força da sua IDE.
O fundamento da pena, para Freud, é reforçar o SUPEREGO. Exemplo: uma pena baixa
pode enfraquecer o SUPEREGO de forma que a pessoa entenda que pode tudo.
Utilizava a Teoria do bode expiatório, ou seja, o criminoso é tido como um bode
expiatório, de maneira que toda a sociedade deseja puni-lo.

3.4. Escola Estrutural-Funcionalista


Possui duas grandes vertentes:
3.4.1. Emilin Durkheim
O crime é normal na fisiologia social, não sendo tido mais como um desvio
comportamental. A conduta pode ser tida como reprovável ou não a depender do lugar e do
momento social. Assim, o crime do passado pode ser a virtude do futuro. Exemplos: Galileu
Galilei e Jesus Cristo;
3.4.2. Robert Merton (1910)
O crime é fruto da diferença entre os fins sociais e culturais com os instrumentos
colocados à sua disposição.
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A sociedade exige do indivíduo um padrão de consumo, um determinado


comportamento social, mas não confere os meios necessários para atingi-lo. Surge, assim,
uma anomia, ou seja, o indivíduo passa a não respeitar a norma.
A norma penal passa a não ser levada em consideração através de:
a) Inovação: busca de meios alternativos para conseguir os fins sociais (crime);
b) Ritualismo: nega os fins (valores) sociais;
c) Apatia: conformismo;
d) Rebelião: elege meios alternativos para buscar fins diferentes. Difere da inovação
porque não busca os fins sociais, mas sim fins diferentes daqueles impostos pela
sociedade.

3.5. Escola da socialização defeituosa


O crime eclode em razão de quem o indivíduo se associa. Os fatores que levaram cada
espécie de criminoso (estuprador, traficante, corrupto, etc.) a praticar a conduta são
diferentes, por isso, considera que existem fatores endógenos e exógenos.
3.5.1. Teoria do broken home
O indivíduo comete crime porque vem de uma casa desestruturada. É uma reação a
essa situação. Exemplo: Sandro (ônibus 174) que possuía uma mãe prostituta, pai que abusava
dele sexualmente e um padrasto que o agredia fisicamente.
3.5.2. Teoria dos contatos diferenciais
Nesse caso, a família não é desestruturada, mas o indivíduo comete crime por
influência dos contatos. Trata-se de uma influência intensa, duradoura e precoce. O meio é
criminogênico, de forma que o crime se aprende e não se imita.
Não é uma desorganização social, mas sim uma reorganização.
3.5.3. Teoria da subcultura de grupos
Os valores do grupo em que a pessoa convive valem mais do que os valores impostos
pelo legislador. A sociedade é tida como um feixe plural de valores.
O crime não é um desvio, mas apenas uma axiologia paralela da escolha do legislador.
É a chamada estrutura social.
Observação¹: Cifra negra da criminalidade

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Existe uma grande quantidade de crimes que sequer chegam ao conhecimento do


Estado. Isso porque, em alguns casos, a sociedade aceita mais a prática de determinado delito,
de maneira que o Estado se torna ineficiente. Exemplo: furto de celular no centro do Rio de
Janeiro é mais aceito que em Mônaco.
Observação²: Subcultura X Contracultura.
A subcultura aceita certos aspectos da cultura dominante, mas expressa sentimentos
e crenças de seu próprio grupo. Exemplo: militares possuem valores próprios como a
hierarquia e a disciplina, mas respeita as leis.
Já a contracultura tem como elemento central o desafio à cultura dominante.
Exemplo: traficantes têm por costume (desafio principal) contrariar a lei.
3.5.4. Teoria da anomia
Defendida por Merton. Para ele, as metas culturais condicionam a estrutura social. O
sentimento de fracasso na sociedade de consumo é inevitável para a maioria dos grupos
sociais. Uma das formas de opção das minorias altamente desfavorecidas é a orientação sob
uma estrutura social alternativa, constituindo-se uma subcultura criminal.
A sociedade teria um papel de co-culpabilidade por ter permitido a proliferação de
determinados valores. Assim, há quem acredite, inclusive, que o contexto social em que o
indivíduo está inserido poderia configurar uma hipótese de redução de sua culpabilidade.
Consequências:
 Não utilitarismo da ação: delitos não são cometidos para algum propósito
específico (ficar com o patrimônio, por exemplo). Só a glória e o respeito ganho
(status) em relação ao grupo justificam a ação;
 Malícia do ato: desafio em estabelecer metas proibidas e prazer em realiza-las;
 Negativismo do ato: a correção de um ato, sob a perspectiva subcultural,
depende exclusivamente da contrariedade deste ato às regras tradicionais.
Exemplo: traficantes aceitam homicídio, latrocínio, mas não estupro.
A lei adotada é, portanto, aquela estabelecida pelo próprio feixe plural na sociedade
(daquela comunidade).

3.6. Escola do Labeling Approuch


Atribuída a Copérnico.
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Crime não é realidade ontológica, mas sim convenção discursiva, ou seja, as pessoas
convencionam elencar aquela conduta como criminosa. Depende, portanto, do momento
histórico, sendo uma seleção do legislador. São condutas etiquetadas, mas a partir de
conceitos vagos.
3.6.1. Interacionismo simbólico
O Estado bombardeia o indivíduo de valores, de condutas que ele deve ter perante a
sociedade. Mas, em verdade, trata-se de uma sociedade teatral.
3.6.2. Agências estigmatizantes
O criminoso só o é porque seguiu uma trajetória criminosa. É uma ovelha negra na
família, escola, trabalho, etc. A pena serve para estigmatizar o indivíduo.
3.6.3. Superação do paradigma neokantista
Há uma mistura entre as ciências culturais e naturais, resgatando-se o diálogo entre o
ser e o dever ser.

3.7. Escola crítica


Autores principais: Carnevale, Lacassagne, Tarde, Liszt.
Provém das anteriores, mas de forma mais moderada.
O crime é dado predominantemente por fatores sociais. A pena tem função de defesa
da sociedade.

3.8. Escola francesa


Também defendida por Lacassagne.
Leva em consideração fatores endógenos e exógenos. É uma vertente das escolas
clássica e antropológica.
Considera que o criminoso é um vírus, se desenvolvendo quando houver ambiente
propício.
3.8.1. Escola macrossociológica (Teoria ecológica)
É uma vertente da teoria francesa. Pressupõe que a sociedade produz delinquentes.
A diferença da escola francesa para a macrossociológica é que a primeira sustenta que
o criminoso só se desenvolve em ambiente propício, ou seja, ainda que nasça criminoso,
somente se desenvolverá se estiver no ambiente permissivo a essa proliferação.

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Já a segunda, afirma que a própria sociedade produz o criminoso. Exemplo: guetos e


“submundos”.

4. Teorias da criminologia crítica


Busca as medidas a serem adotadas pelo Estado para evitar a criminalidade.
4.1. Abolicionismo
Há a substituição do direito penal pelo direito administrativo sancionador. O Estado
não deve intervir quase nunca porque se ele intervier sempre, perde força para punir os
crimes mais graves.
Assim sendo, o Estado deve buscar caminhos alternativos que não sejam a imposição
de pena, pois esta não socializa, mas apenas estigmatiza o indivíduo.
A sociedade já dispõe de controles informais, como a mídia, por exemplo.
Deve o Estado adotar medidas despenalizantes para as condutas menores (exemplo:
JECRIM) com a finalidade de coibir severamente apenas os crimes mais graves.
4.2. Neorrealismo de esquerda
Prega justamente o contrário da teoria anterior.
Acredita-se na falência do walfare state. Para esta corrente, apenas com a punição dos
crimes mais leves é que se coíbe a prática dos crimes mais graves, isto é, deve-se adotar
políticas radicais.
 Teoria do fixing the broken windows: o Estado não deve ser seguro, mas sim
parecer seguro. Em sentido figurado, quando as janelas não estão quebradas,
é muito mais difícil que alguém atire a primeira pedra para quebra-las. A
contrario sensu, quando as janelas já estão quebradas, é mais fácil que alguém
atire pedras para terminar de quebra-las.
 Teoria do direito penal do inimigo: o Estado deve dar respostas diversas a
depender da atitude indivíduo. Aquele que atenta contra o Estado é inimigo do
Estado, tendo em vista a ofensa à Constituição. Dessa maneira, o criminoso não
merece ter direito às garantias fundamentais que protegem os demais
indivíduos. Adotada na Itália, contra a máfia italiana e pelos EUA, em relação
aos terroristas.
4.3. Minimalismo penal
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Objetiva o respeito ao garantismo penal. O Estado deve punir, mas levando-se em


consideração a dignidade da pessoa humana.
4.3.1. Dez axiomas de Luigi Ferrajoli
Técnicas de minimização do poder estatal.
a) Em relação à pena:
 Não há pena sem crime (a pena tem caráter de retribuição e prevenção);
 Não há crime sem lei;
 Não há lei penal sem necessidade;
b) Em relação ao fato:
 Não há necessidade sem ofensa (crime de perigo abstrato e princípio da
ofensividade);
 Não há ofensa sem conduta (direito penal do fato);
 Não há conduta sem dolo ou culpa;
c) Em relação ao processo:
 Não há culpa sem jurisdição;
 Não há jurisdição sem acusação;
 Não há acusação sem prova;
 Não há prova sem contraditório e ampla defesa;

5. Velocidades do Direito Penal


Criadas por Jesus Maria Silva Sanches em sua tese: “A expansão do Direito Penal”.
 1ª velocidade: devido processo legal (direito penal sancionador);
 2ª velocidade: resposta rápida sem prender, a exemplo do JECRIM (direito
penal reparador);
 3ª velocidade: resposta rápida com prisão do agente, a exemplo do RDD
(direito penal do inimigo);
 4ª velocidade: crimes contra a humanidade, a exemplo da pena de morte
(execução sumária – lei do abate no Brasil);

6. Críticas à tese do direito penal do inimigo de Jakobs

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Principais críticas:
 Nada mais é que um Direito Penal do Autor, que pune o sujeito pelo que “é”.
Faz oposição do Direito Penal do Fato, que pune o agente pelo que ele “fez”.
 Não se reprovaria a culpabilidade do agente, mas sim sua periculosidade
(confunde pena e medida de segurança).
 É um Direito Penal prospectivo, em lugar do retrospectivo. Pune-se o indivíduo
pelo que ele pode vir a fazer e não pelo que ele fez.
 Não repele a ideia de que as penas sejam desproporcionais.
 Não se segue o processo democrático (devido processo legal), mas sim um
verdadeiro procedimento de guerra.
 Perdem lugar as garantias penais e processuais, dando lugar à ira da sociedade.
 A criminalidade etiquetada como inimiga não chega a colocar em risco o Estado
vigente, nem suas instituições essenciais, mas sim as questões midiáticas.
 A lógica da guerra (da intolerância excessiva, do “vale tudo”) conduz a excessos
e destrói a razoabilidade, pondo em risco o Estado democrático. Não
acompanha a racionalidade.

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